sequência didática - contos de poe

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Sequência didática: Contos de terror e mistério I Contos de Poe “Tudo o que vemos ou parecemos / não passa de um sonho dentro de um sonho.” Edgar Allan Poe Jaciara – MT Sequência didática : Contos de terror e mistério I

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Sequência didática: Contos de terror e mistério I

Contos de Poe

“Tudo o que vemos ou parecemos / não passa de um sonho dentro de um sonho.”Edgar Allan Poe

Jaciara – MTSequência didática: Contos de terror e mistério I

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Contos de Poe

Objetivos:

Estimular o gosto pela leitura;Desenvolver a competncia leitora;Desenvolver a sensi!ilidade est"tica# a imagina$ão# a criatividade e o senso cr%tico;Esta!elecer rela$&es entre o lido/vivido ou conhecido 'conhecimento de mundo(;E)ercitar os conhecimentos de *oco narrativo na an+lise liter+ria;,ompreender as particularidades da narrativa *ant+stica.

Conteúdos:-oco narrativo; n+lise liter+ria;nero *ant+stico;0ar1dia.

 Anos:23# 43

Tempo estimado:De5 aulas

Material necessário:6ivro 7ist1rias e)traordin+rias. Edgar llan 0oe# 828 p+gs# ,ompanhia das 6etras.

esenvolvimento

!" etapa0erguntar aos alunos se eles 9+ ouviram *alar do escritor Edgar llan 0oe e se conhecem algumao!ra que ele pu!licou. 6er para a turma a !iogra*ia dele.

#" etapa0edir aos alunos que o!servem o t%tulo 7ist1rias e)traordin+rias e *ormulem hip1teses em rela$ãoa ele# e para o!servarem que a capa cont"m a *igura de um gato preto e perguntar : turma o queesse animal sugere.-a5er uma leitura compartilhada do conto < gato 0reto e depois recolher as impress&es gerais.

$" etapaAnálise %O &ato preto%: comentário0erguntar para a classe por que Edgar . 0oe escolheu um gato preto= >ão poderia ser qualqueroutro animal=

< pr1prio narrador e)plicita# ao longo de sua narrativa# sua adora$ão pelos animais. ?eler para asala@ostava de modo especial dos animais# e meus pais permitiamAme possuir grande variedade de!ichos de estima$ão. ,om eles# gastava a maior parte de meu tempo e nunca me sentia tão *eli5como quando lhe dava comida e os acariciava B...C

,aseiAme cedo e tive a *elicidade de encontrar em minha mulher um car+ter não oposto ao meu.B...C T%nhamos p+ssaros# pei)es dourados# um lindo cachorro# coelhos# um macaquinho e um gato.'0oe# E.# p.2(

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0edir que os alunos *ormulem hip1teses oralmente para a escolha do gato preto. Depois discutir otema com a classe# contar a eles algumas hist1rias so!re as supersti$&es envolvendo a *igura dogato preto.

'ato preto< grego 7er1doto '4A8F a.,(# considerado o pai da 7ist1ria# a*irmava que os eg%pciosantigos eram os mais escrupulosamente religiosos de todos os homens. Entre eles# a religiãoestava presente em qualquer um dos aspectos da vida# e na origem dos deuses encontravaAsera5ão para divini5a$ão de diversos animais# entre os quais o crocodilo# o cão ou o gato# este umanimal dom"stico que se trans*ormou em cosmopolita porque " o Gnico *elino que viveespontaneamente na residncia dos homens.Mas seus h+!itos noturnos# decorrentes provavelmente da pre*erncia pela ca$a não s1 de ratos#como tam!"m de r"pteis# pequenas aves e at" mesmo a apanha de pei)es# quando ela "poss%vel# *i5eram nascer e crescer na Hdade M"dia a ideia de que ele tinha parte com o demInio#principalmente se *osse preto# porque essa era a cor que sim!oli5ava as trevas onde o dia!o vivia.E essa cren$a chegou a tal ponto que o papa Hnocncio HHH 'KL8AK8( não hesitou em inclu%Alona lista dos mais procurados pelo tri!unal eclesi+stico conhecido como Hnquisi$ão# respons+velpela condena$ão# mutila$ão e morte de um nGmero indeterminado de homens e mulheres

acusados da pr+tica de !ru)aria# *eiti$aria ou heresia.Não muitas as hist1rias so!re a *ama negativa dos gatos. >uma delas# di5Ase que em certa noitede KFO# um deles# de cor negra# *oi perseguido a pedradas por algumas pessoas. Machucado#ele procurou re*Ggio na casa de uma velha senhora que costumava a!rigar esses animais sem

dono. >o dia seguinte# os moradores da 6incolnshire A cidadeinglesa onde supostamente ocorreu o caso A perce!eram que aanciã tam!"m apareceu machucada# surgindo da% a conclusãode que ela era uma !ru)a# e de que a *orma de gato nada maisera que seu dis*arce noturno. Tam!"m na -ran$a os gatos nãotinham !oa vida. Mas em KOL o rei 6uis PHHH 'KOKAKOL(resolveu ameni5ar o dia a dia desses *elinos proi!indo que*ossem perseguidos. Qma outra hist1ria conta que ,harles H

'KOAKO(# rei da Hnglaterra# acreditava que seu gato preto lhetra5ia !oa sorte# e seu medo de perdAlo era tanto que omantinha dia e noite so! vigilRncia. Qm dia depois da morte dogato# ele *oi preso e em seguida e)ecutado.

ato preto. -oto@ 6QHN M<?HN

>a mitologia escandinava# uma lenda so!re -reia# ou -rei9a#deusa do amor e patrona da *ecundidade# di5 que sua

carruagem era pu)ada por dois gatos pretos que depois de serviAla por sete anos trans*ormavamA

se em *eiticeiras. Tempos depois# 9+ na Hdade M"dia# esses *elinos *oram associados ao demInio#e por serem animais de atividade predominantemente noturna# criaram em torno de si a ideia deque al"m de so!renaturais e servidores de !ru)as# ou at" mesmo as pr1prias !ru)as# eramtam!"m possuidores de poderes apavorantes e personi*ica$ão do mal e do mist"rio# da% porquequalquer coisa de ruim que acontecesse# a culpa lhes era sempre atri!u%da. hist1ria tam!"mrevela que em tempos passados a puni$ão por determinados crimes inclu%a a e)tirpa$ão da l%nguado condenado# sendo esse 1rgão dado em seguida aos animais. Suem garante que não tenha seoriginado da% a *rase < gato comeu sua l%ngua=.Muito em!ora os gatos dom"sticos não se9am mencionados na %!lia# a lenda assegura que eles*oram criados quando em determinado momento a rca de >o" *icou in*estada de ratos. 0araresolver o pro!lema# >o" ordenou que o leão espirrasse# e *oi desse espirro que se *ormou o gato.

http@//UUU.*ernandodannemann.recantodasletras.com.!r/visuali5ar.php=idtVKKFL

0erguntar : turma se eles sa!em o que " supersti$ão. Tentar chegar# 9unto com os alunos# auma de*ini$ão. E)@ Nupersti$&es são cren$as so!re rela$&es de causa e e*eito que não seadequam : l1gica *ormal# nem ao pensamento racional.

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(" etapaAnálise %O &ato preto%: )oco narrativo

0erguntar : classe@ Suem narra a hist1ria= W um narrador em KX pessoa ou em LX= 0odemoscon*iar em tudo que ele di5=

,omo vimos# o narrador " tam!"m personagem. W do seu ponto de vista que tudo " visto enarrado. Nendo assim# narra de um centro *i)o# limitado :s suas percep$&es# pensamentos#sentimentos# cren$as# supersti$&es e# qui$+# del%rios.?eler com a classe *ragmentos que possam nos levar a descon*iar do narrador# como# por e)emplo# a introdu$ão do conto@0? >??TH MQHT< ENT?>7# em!ora *amiliar# que ora come$o a escrever# nãoespero nem pe$o cr"dito. 6ouco# na verdade# seria eu se o esperasse num caso em que meussentidos re9eitam seu pr1prio testemunho.Em < gato preto# o *oco narrativo em KX pessoa *oi important%ssimo para acentuar o mist"rio quepaira so!re a hist1ria. < leitor não disp&e de meios para avaliar a veracidade do depoimento# 9+que tudo " contado pela 1tica do narrador# que# 9+ na introdu$ão do conto# aponta para umaam!ivalncia de sua hist1ria@ real ou irreal= 6oucura ou verdade= E)traordin+rio ou dom"stico= Wessa am!ivalncia um dos recursos da condu$ão do conto para o gnero *ant+stico. 

*" etapaAnálise %O &ato preto%: a narrativa )antásticaDe*inir o conceito de -ant+stico para a turma.

Conceito de +antástico< poeta Jos" 0aulo 0aes 'KO(# tradutor de 7ist1rias e)traordin+rias# e)plicaAnos o que vem aser uma narrativa *ant+stica@Ne voc se der ao tra!alho de ir at" o dicion+rio para sa!er o que quer di5er *ant+stico# vai

veri*icar que essa palavra designa tudo quanto se9a *antasioso# *antasmag1rico# mero produto daimagina$ão. Em suma# o oposto do real. ?eal# por sua ve5# não " apenas aquilo cu9a e)istnciapode ser comprovada pelos nossos sentidos# mas so!retudo aquilo que ningu"m p&e em dGvidase9a verdadeiro.Suando uma narrativa e)plora a oposi$ão entre o real e o *ant+stico# di5Ase que " uma narrativa*ant+stica B...C>um conto *ant+stico# em nenhum momento o leitor perde a no$ão da realidade. 0or não perdAla" que lhe causa surpresa o acontecimento ou acontecimentos estranhos# *ora do comum ouaparentemente so!renaturais que de repente parecem desmentir a solide5 do mundo real at"então descrito no conto. >esse momento de surpresa e de perple)idade# est+ o pr1prio sal daliteratura *ant+stica. Da% um dos seus estudiosos# T5vetan Todorov# a ter de*inido como aquela queprovoca# no esp%rito do leitor# uma dGvida insolGvel entre uma e)plica$ão natural e uma e)plica$ão

so!renatural para os estranhos *atos que ele narra.Hn@ Edgar llan 0oe ET alii. 7ist1rias *ant+sticas. Não 0aulo@ Ytiva# KO. 0ALA.

0erguntar a eles@ Suais *atos *ant+sticos aparecem no conto=E)plorar a mudan$a de comportamento narradorApersonagem# o incndio da casa# a marca dogato en*orcado na parede# a semelhan$a entre o novo gato preto e o antigo# o emparedamento daesposa e o surgimento do gato dentro da parede.

," etapa-isita . biblioteca da escola para con/ecer o acervo de contos de terror 

6evar os alunos at" a !i!lioteca da escola para que conhe$am o acervo e *a$am empr"stimos delivros para leitura e)tra classe.

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 proveitar o am!iente e promover uma roda de leitura. ?eali5ar a leitura compartilhada dos contos“ queda da casa de Qsher” e “< retrato oval”.0ropor uma discussão so!re o estilo de escrita de Edgar llan 0oe

0" etapaMonta&em de carta1es sobre a vida e a obra de 2d&ar A3 4oe

Disponi!ili5ar material como cartolinas e canetinhas para que os alunos coloquem em pr+tica oque 9+ sa!em so!re o autor estudado.

5" etapaTrabal/ar com a turma o conceito de 6Interte7tualidade8 e apresentar o &ênero 4ar9dia

Interte7tualidade1.  superposi$ão de um te)to liter+rio a outro.#. in*luncia de um te)to so!re outro que o toma como modelo ou ponto de partida# e que gera a

atuali5a$ão do te)to citado.$. utili5a$ão de uma multiplicidade de te)tos ou de partes de te)tos pree)istentes de um ou maisautores# de que resulta a ela!ora$ão de um novo te)to liter+rio.

-onte@ https@//UUU.google.com.!r/ZqVinterte)tualidade

4ar9dia  par1dia " a cria$ão de um te)to a partir de um !astante conhecido# ou se9a# com !ase em umte)to consagrado algu"m utili5a sua *orma e rima para criar um novo te)to cImico# irInico#humor%stico# 5om!eteiro ou contestador# dando um novo sentido ao te)to. 0arte dainterte)tualidade# a par1dia " um interte)to# ou se9a# " um te)to resultante de um te)to origem quepode ser escrito ou oral. Essa interte)tualidade tam!"m pode ocorrer em pinturas# no 9ornalismo enas pu!licidades.

-onte@ http@//UUU.alunosonline.com.!r/portugues/parodia/

" etapa;eleituras de %O &ato preto8

 ssistir com a turma a anima$ão < gato preto.Em seguida# solicitar uma produ$ão te)tual. ,om !ase no que *oi aprendido at" então# os alunosdeverão produ5ir uma par1dia so!re o conto “< gato preto”# criando assim# sua pr1pria maneira dever e contar a hist1ria.

<!9etivos@

a( Desenvolver a ha!ilidade de produ5ir uma par1dia# de *orma coesa e coerente;!( E)ercitar a ha!ilidade de usar -oco >arrativo.

!<" etapa=eitura e avalia>?o dos te7tos produ1idos

?eali5ar a leitura dos te)tos produ5idos e *a5er as devidas corre$&es se# assim# *or necess+rio.

Avalia>?o0ropor aos estudantes uma avalia$ão por meio da escrita criativa. 0edir que os alunos criem umapar1dia do conto < gato preto# de Edgar llan 0oe# na perspectiva do gato.