senior 5 novembro 2015

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S sénior Neste novo caderno dedicado aos seniores, abordamos a temática da segurança para os mais velhos e contamos com a colaboração de duas instituições que têm como missão zelar e garantir pelo bem estar dos cidadãos. Viver bem, e criar condições de segurança no dia a dia, são conselhos que poderá recolher desta leitura Segurança é preocupação dominante nos seniores

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Caderno Senior publicado pelo Diário as Beiras no dia 5 de novembro de 2015

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Page 1: Senior 5 novembro 2015

Ssénior

Neste novo caderno dedicado aos seniores, abordamos a temática da segurança para os mais velhos e contamos com a colaboração de duas instituições que têm como missão zelar e garantir pelo bem estar dos cidadãos. Viver bem, e criar condições de segurança no dia a dia, são conselhos que poderá recolher desta leitura

Segurança é preocupação dominante nos seniores

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diário as beiras | 05-11-2015 2 | especial | Sénior S

Contra a corrente, reconhecer o valor da experiência

Épor demais reconhecido que a sociedade contemporânea em que vivemos e nos movemos

está condicionada pelo valor de uso e da eficácia. Tudo o que não obedece a este critério das sociedades capitalistas é posto em causa, desvalorizado ou, utilizando a terminologia dos ‘rankings’, sem cotação de mérito.

Os objetos e as pessoas são, na sua to-talidade, envolvidos neste critério gene-ralizante, que nos condiciona as nossas relações, o nosso trabalho, a nossa própria representação do futuro pessoal. Somos e valemos se formos eficazes, seja no do-mínio do trabalho, da beleza, da família.

A representação que se faz dos senio-res, divulgada nos media, generalizada à exaustão nas formas ‘oficiais’ da comu-nicação excluem, por omissão positiva ou negativa aqueles que, socialmente, classificamos de seniores.

E as instituições que especialmente se dedicam a acompanhar os seniores mais frágeis são também espaços aceites como válidos mas não suficientemente reconhe-cidos no serviço social e de cidadania que

prestam, na criação da coesão e solidez do tecido social, de que todos fazemos parte.

O caderno Sénior que hoje iniciamos responde a estes desideratos.

Dar o devido reconhecimento social a quem durante uma vida contribuiu para o todo social, na sua dimensão pessoal e fa-miliar; disponibilizar informação atualizada e útil para o público sénior, normalmente não existente nos media generalistas, e que seja elemento, também, desse reco-nhecimento que tal público nos merece; dar espaço de participação neste caderno Sénior ao público sénior, permitindo criar partilha de experiências e de pontos de vista; revalorizar o conhecimento de ex-periência feito e a memória de aprendiza-gens que, fruto de modas momentâneas, cairam em desuso ou foram socialmente consideradas inúteis (de novo o paradig-ma da eficácia...); contribuir, enfim, para retirar do esquecimento um grupo de pesso-as que, sendo socialmente representativos (em Portugal temos cerca de 20% de idosos com mais de 65 anos) não recebem de nós o efetivo retorno do contributo que nos deram.

Coimbra, no “Centro” de uma Região Europeia de Referência para o Envelhecimento Ativo e Saudável

A Comissão Europeia reconheceu, em 1 de Julho de 2013, o Centro de Portugal, e Coimbra, em particular, como Re-gião Europeia de Referência para o Envelhecimento Ativo

e Saudável. Este reconhecimento é sustentado nas principais forças vivas da região, que uniram esforços criando um consórcio inovador que olha para as alterações demográficas e para o envelhecimento de uma maneira integrada, multidisciplinar e inovadora – o consórcio Ageing@Coimbra; uma inspiração para a Europa.

O envelhecimento das populações na Europa, e em particular na Região Centro de Portugal, cria a necessidade de melhorar o apoio social, a saúde e independência funcional do cidadão idoso. No entanto, este desafio re-quer o esforço concertado da sociedade com base em valores de cidadania, diálogo entre gerações e inovação baseada no conhecimento. Este é o tem-po de cruzar saberes e abrir portas à inovação criada por novos empreen-dedores que geram riqueza e estimulam o mercado de trabalho; atraindo os jovens, resolvendo os problemas de uma Sociedade Envelhecida.

A Região Centro de Portugal afirma hoje a sua qualidade, sem comple-xos, com arrojo e visão de futuro. Coimbra assistirá à criação do “Campo da Vida”, um espaço de cidadania, ciência, saúde e integração social. Um espaço de diálogo entre gerações em que se valoriza o conhecimento do cidadão sénior, o “cidadão maior”.

A qualidade não se apregoa, a qualidade mostra-se e é reconhecida. É tempo de construir o futuro!

João MalvaCoordenador do consórcio Ageing@CoimbraInvestigador da Faculdade de MedicinaUniversidade de Coimbra

UTL—Universidade do Tempo Livre

Alemão Cavaquinho II-Ensino Instrumental Conversas Sobre Filosofia (V) Dançoterapia Encadernação e Restauro de Livros (I) e (II) Fotografia Digital Ginástica de Manutenção e Correção Postural Hidroginástica História da Arte História da Cidade de Coimbra (I) e (II) História da Cidade de Coimbra (III): A Região História da Europa História da Filosofia (III) História da Música (IV) Informática (diferentes níveis)Inglês (I), (II), (III) Literatura Portuguesa Museologia, Conservação e Restauro Oficina de TeatroPilates Pintura Religiões Yoga

SAD—Serviço de Apoio Domiciliário

OSI—Observatório Social do Idoso

CD/OFCI—Centro de Dia

BAT—Banco de Ajudas Técnicas

UTL / ANAIRua Pedro Monteiro, 68

3000-329 COIMBRA

Tel. 239826030/239827412Telemóvel 969831538

www.anai.pt [email protected]

Oficina do Idoso / Centro de DiaRua João Cabreira, n.º 18

3000 – 223 COIMBRA (Junto à Loja do Cidadão)

Tel. 239852720 Telemóvel 969831537

www.anai.pt [email protected]

4341

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A Associação Nacional de Apoio ao

Idoso – ANAI, é uma IPSS que se dedi-

ca a desenvolver atividades assentes

em três vertentes essenciais – social,

cultural e formativa – especialmente

direcionadas ao cidadão sénior, de

modo a proporcionar-lhe bem-estar físi-

co, psíquico, e social.

Agostinho Franklineditorial

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Sénior | especial | 305-11-2015 | diário as beiras S

Prevenir as causas da criminalidade dentro da comunidade

A camada da popu-lação aci-

ma dos 65 anos é uma das grandes preocupações da polícia da era moderna em que há um policiamento de proximidade”. Fernan-do Santos, subcomissário do comando de Coimbra da PSP, afirma que esta ca-mada da população per-tence aos grupos de risco que estão identificados e, como tal, têm-se imple-mentado um conjunto de ações para prevenir situa-ções desagradáveis.

Outubro foi o mês dedi-cado aos idosos e, por isso, “foram realizadas diversas ações de sensibilização e esclarecimento” junto da população idosa.

Equipas de proximidade e apoio

Em Coimbra, realça o subcomissário, há equi-pas de proximidade e de apoio à vítima, o que tem permitido à PSP saber as carências e quais os idosos que estão mais vulnerá-veis. “Temos sinalizados cerca de 200 idosos vamos acompanhando e visitan-do”, acrescenta Fernando Santos.

Os crimes de burla são talvez os que mais afetam esta camada da popula-ção. Em 2014 as autorida-des receberam 32 denún-cias, e este ano, apesar de ainda não serem conheci-dos, os números devem ser semelhantes. Porém, há ainda quem por vergonha não denuncie o crime de que foi vítima.

“Muitas da situações ocorrem com aborda-gens no exterior e as mais frequentes estão relacionadas com ‘negócios da China’”. Só mais tarde a

pessoa se apercebe que foi vítima de um crime. Também há a aborda-gem de alguém que conhece um filho(a) e que solicitou que fosse levantada uma encomen-da. “Numa das situações que recebemos, a vítima fez três levantamentos, num total de 400 euros para pagar uma suposta encomenda”, adianta o subcomissário.

Falso funcionário O falso funcionário é

também uma das preocu-pações das autoridades, uma vez que a maioria das pessoas abre a porta de casa e, não raras ve-zes, depois de acederem ao interior da habitação, acabam por molestar o idoso. “Em Coimbra não há muitos casos destes conhecidos, no entanto, o melhor conselho que se pode dar é para não abrir a porta a estranhos”.

Numa parceria com as juntas de freguesia da ci-dade, a PSP efetuou um le-vantamento das situações mais graves. “Periodica-mente visitamos es-sas pessoas e isso aumenta muito o sentimento de segurança”, es-clarece.

Crise traz novos crimes

Talvez agravado pela crise eco-nómi-ca

que muitas famílias atra-vessam, surgiu um novo tipo de crime. “As famílias acabam por ser elas a co-meter o crime ao idoso, ao ficar-lhe com o dinheiro ou prestando maus tratos físicos e psicológicos”.

Esta é uma nova realida-de que vai surgindo e para a qual o subcomissário Fernando Santos chama a atenção. “Se há um idoso que tem dinheiro e que de repente deixa de ter e que era alegre e agora anda sempre triste é importan-te saber o que se passa. Por isso, a situação deve ser de-nunciada às autoridades”.

Projeto de georreferenciação

Numa parceria com a Câmara de Coimbra e ou-tras identidades, a PSP vai colaborar num projeto de georreferenciação. “Tra-ta-se de uma plataforma informática em que cada idoso é introduzido”, de-pois numa simples busca é possível localizar cada pessoa e fazer o seu retrato social.

Tudo o com intuito de melhorar cada

vez mais a qua-lidade de vida desta camada da população. | Rute Melo

A PSP dá uma atenção especial à camada sénior da população. No comando de Coimbra há equipas de proximidade que dão apoio e, naturalmente, mais segurança

“Os bombeiros também são um apoio social”

Há muitas situ-ações em que o p r i m e i r o

pensamento que surge é ligar para os bombeiros para pedir ajuda. Às vezes, não raras vezes, um idoso cai da cama, e a chamada cai no quartel a solicitar ajuda para o levantar. Os soldados da paz não ne-gam pedidos de auxílio e, como realça o comandante da corporação, Paulo Palri-lha, dirigem-se à residência e levantam o idoso funcio-nando também “como um apoio social”.

Inverno traz preocupações acrescidas

Esta é mais uma das mis-sões dos elementos da cor-poração que, no inverno, têm preocupações acresci-das com a população mais envelhecida. “É preciso ter alguns cuidados, nomea-damente com as situações de hipotermia, de gelo na rua e, o que mais nos pre-ocupa, com as lareiras e aquecedores”.

Nos meses mais frios e de inverno as pessoas mais velhas têm a temperatura corporal mais baixa e de-vem estar bem agasalha-das e em ambiente quente. “Caso não se sintam bem devem ligar para o 112”.

O gelo também é moti-vo de preocupação para os bombeiros, pois as ga-ragens e varandas podem transformar-se em verda-deiros perigos, devendo por isso, estar sempre bem limpas.

O perigo que escondem as lareiras ... Mas o que causa a grande maioria dos acidentes, são as lareiras e os aquece-dores. “Quando se liga uma lareira as pessoas têm de abrir uma janela para que haja circulação

do ar. No inverno ocor-rem muitas situações de morte por monóxido de carbono”, alerta Paulo Palrilha. O comandante dos Bombeiros Sapado-res de Coimbra destaca ainda que quem tem “um aquecedor a gás deverá ter um detetor de monóxido de carbono”.

... e os aquecedores Já no que aos aquecedo-

res elétricos diz respeito, há outros cuidados a ter. Todos eles são importantes. “Nenhum dos cabos deve estar danificado e nunca devem ficar ligados duran-te a noite ou quando se sai de casa”, acrescenta.

O hábito de secar roupa em cima do aquecedor e de afastar os cortinados da fonte de calor não deve ser esquecido. E os cobertores elétricos, que tantos incên-dios já causaram, devem ser vistos “como um peri-go”.

As lareiras e as sobrecar-gas elétricas dos aquece-dores são as situações mais comuns em que os bom-beiros intervêm. “São as que nos causam maior preocupação”, admite Paulo Palrilha. Por-que a tendência de quem acende uma lareira ou uma braseira é fechar

toda a divisão, o coman-dante lembra que tal não deve nunca ser feito e o ar deve circular sempre.

“As pessoas nem se aper-cebem que estão a ficar so-nolentas com o monóxido de carbono e em muitos casos acabam por falecer”.

Quedas e gripes devem ser evitadas

O frio traz muitas preo-cupações. E muitos dias de frio trazem ainda mais. “Sempre que as pessoas sabem que vão estar vá-rios dias de temperaturas muito baixas devem ter al-gumas preocupações, no-meadamente ter em casa diversos produtos (kit de emergência) que pode permitir que as pessoas não saiam de casa e não corram riscos”. Isto por-que ao exporem-se às bai-xas temperaturas podem ficar constipadas e sofrer de uma gripe. Gripes essas que, todos os anos, causam mortes.

Em caso de haver neces-sidade de sair de casa, as

pessoas devem ir de-vidamente aga-salhadas e não esquecer os avi-sos que as auto-ridades vão di-vulgando. | Rute Melo

Há quem veja os bombeiros como alguém que intervém nos incêndios e nos acidentes. Mas o trabalho dos bombeiros vai muito mais além e, por isso, também são “um apoio social”

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diário as beiras | 05-11-2015 4 | especial | Sénior Scasa segura para idosos

RCama deve ser adequada para a altura do idoso. O armário deve ser bem iluminado, para ajudar a localizar os objetos. A mesa de cabeceira deve ter um abajur e um telefone com os números de emergência. Deve ter também uma poltrona ou uma cadeira, para calçar os sapatos, ler, etc. Não colocar tapetes se não forem antiderrapantes. Não deixar fios soltos ou objetos que possa obstruir o caminho

RÉ dos sítios mais perigosos para os idosos. Colocar piso antiderrapante.

Instale corrimões ou barras de apoio, tanto na banheira, como no bidé ou

na sanita. Se for necessário coloque uma cadeira com pés de borracha

dentro da banheira

ROpte por colocar piso ou tapetes antiderrapantes. A bancada da pia e o fogão devem ter uma altura aproximada de 80 a 90 cm. Em relação ao gás de cozinha, coloque um aviso na parede ou tampa do fogão, para se lembrar de desligar o gás. Os armários devem ser baixos para evitar o uso de cadeiras ou escadas, que são as principais causas de quedas nos idosos

RRegra básica: tapetes só antiderrapantes. Tenha o mínimo de

móveis e objetos possíveis na sala. Os sofás devem ser confortáveis,

com uma altura de 55 a 65 cm. As estantes devem estar bem

presas à parede, para não caírem. Não tenha fios soltos. Na sala de

jantar, a mesa deve ter o tamanho ideal para os idosos e ser de cantos

arredondados, de preferência sem a tampa solta ou de vidro

RSe a casa possuir escadas, instale corrimão dos dois lados da parede, além de colocar fita adesiva colorida e antiderrapante nos degraus, principalmente no primeiro e no último degrau

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22%

11%

14%

18% 19%

Queda da tensão arterial ao levantar da cama

Escorregar em objetos que não estão bem visíveis

Enfraquecimento de ossos e músculos

Uso de calçado inapropriado

Obstrução dos caminhos com móveis, escadas ou tapetes

Principais causas de acidentes de pessoas da terceira idade

i Telefones úteis: Número Nacional de Emergência - 112; Linha Saúde 24 - 808 24 24 24; PSP de Coimbra - 239 797 640; Bombeiros Sapadores de Coimbra - 239 792 800; Bombeiros Voluntários de Coimbra - 239 823 383; Bombeiros Voluntários de Brasfemes - 239 91 00 00; GNR de Coimbra - 239 794 300; Brigada de Trânsito de Coimbra - 239 794 400; Proteção Civil - 239 854 090; Intoxicações - 808 250 143