senhor bom jesus do monte de paquetá -...

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23~ masia ,.- Milagre ,.- 3.ã de N. Sra. da Copa- cabana, levantada sôbre o mar da costa do mesmo nome, cujo fundador é desconhecido, constando aliás à sua existência de anos anteriores ao de 1746. O Bispo D. Fr. Antônio do Destêrro, de- pois de edífíca-Ia de novo e construir ai casas de romaria, doou-a ao Convento do Carmo por uma escritura pública, para trata-Ia com decência; mas alguns Inconvêhientes, que sentiu aquela religião, pela residência de' alguns de seus indivíduos no sítio, deram motivo a cessão da posse, e admínís- tração da Capela, em 13 de julho de 1771. Então cometeu o mesmo Bispo o cuidado do seu trato, da casa dos romeiros, e de seus pertences, ao Seminário de N. Sra. da Lapa, com substítuíção ao dos órfãos, a quem doou de novo tudo peja Portaria de 24 de maio de 1773, registrada no Li- vro 2.° das Ordens Episcopais fI. 197. 4." de N. Sra. da Çonceição fundada por Manoel Antunes S~zano em sua chácara sita a 'margem do seio de Botafogo, caminho da Praia Vermelhavcom pro- visão de 11 de junho de 1751-. Farta de belíssírnas, e puras águas, de que se formam o grande rio da Cabeça e outros meno- res, cujos despejos recolhe a notável, e piscosa lagoa já mencionada, é seu território repartido em chácaras, sítios e Fazendas cultivadas de café. ana- nazes, diferentes árvores de espinho. e produtí- 239 vas de outras frutas, tôdas saborosissímas, além de legumes vários. Junto à casa, ou Fábrica da Pólvora se fundou um jardim. onde felizmente nutrem as árvores. e sementes exóticas. V. Lív. 7.°, Capo 6. S. Bom Jesus do Monte de Paquatá Na Ilha de Paquatá comprida meia légua N. S.. que Fõra dada, em parte. a Inácío de Bulhões por Sesmaría de 10 'de setembro de 1565. e noutra metade. a Fernão Baldez por título se.. melhante de 11 de novembro de 1566. existia uma Capela dedica da a S. Roque pelo padre Manuel Antunes Espinha, que a fundara com Provisão de 29 de dezembro de 1697 passada em Lisboa por faculdade do Bispo D. José de Barros de Alarcam, e fora benzida a 24 de novembro do ano seguinte para entrar em uso. Como distasse mais de duas. a três léguas de mar. da Paróquia de Magepe ( então, criada no curto Templo da Piedade Velha), a quem pertencia, para facilitar ao povo ali morador o recurso dos Santos Sacra- mentos. concedeu-lhe o Bispo D. Fr. Antônio de Guadalupe o privilégio de Pia Batísmal, e o da conservar a Extrema- Unção. em Visita de 17 de novembro de 1728; e D. Fr. António do Des- têrro, aumentando-lhe aquelas graças. permitiu .. lhe também conservar perpêtuamente .o SS. Sa ..

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masia ,.- Milagre ,.- 3.ã de N. Sra. da Copa-cabana, levantada sôbre o mar da costa do mesmonome, cujo fundador é desconhecido, constandoaliás à sua existência de anos anteriores ao de1746. O Bispo D. Fr. Antônio do Destêrro, de-pois de edífíca-Ia de novo e construir ai casas deromaria, doou-a ao Convento do Carmo por umaescritura pública, para trata-Ia com decência; masalguns Inconvêhientes, que sentiu aquela religião,pela residência de' alguns de seus indivíduos nosítio, deram motivo a cessão da posse, e admínís-tração da Capela, em 13 de julho de 1771. Entãocometeu o mesmo Bispo o cuidado do seu trato,da casa dos romeiros, e de seus pertences, aoSeminário de N. Sra. da Lapa, com substítuíçãoao dos órfãos, a quem doou de novo tudo pejaPortaria de 24 de maio de 1773, registrada no Li-vro 2.° das Ordens Episcopais fI. 197. 4." de N.Sra. da Çonceição fundada por Manoel AntunesS~zano em sua chácara sita a 'margem do seio deBotafogo, caminho da Praia Vermelhavcom pro-visão de 11 de junho de 1751-.

Farta de belíssírnas, e puras águas, de quese formam o grande rio da Cabeça e outros meno-res, cujos despejos recolhe a notável, e piscosalagoa já mencionada, é seu território repartido emchácaras, sítios e Fazendas cultivadas de café. ana-nazes, diferentes árvores de espinho. e produtí-

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vas de outras frutas, tôdas saborosissímas, alémde legumes vários. Junto à casa, ou Fábrica daPólvora se fundou um jardim. onde felizmentenutrem as árvores. e sementes exóticas. V. Lív.7.°, Capo 6.

S. Bom Jesus do Monte de Paquatá

Na Ilha de Paquatá comprida meia léguaN. S.. que Fõra dada, em parte. a Inácío deBulhões por Sesmaría de 10 'de setembro de 1565.e noutra metade. a Fernão Baldez por título se ..melhante de 11 de novembro de 1566. existia umaCapela dedica da a S. Roque pelo padre ManuelAntunes Espinha, que a fundara com Provisãode 29 de dezembro de 1697 passada em Lisboapor faculdade do Bispo D. José de Barros deAlarcam, e fora benzida a 24 de novembro doano seguinte para entrar em uso. Como distassemais de duas. a três léguas de mar. da Paróquiade Magepe ( então, criada no curto Templo daPiedade Velha), a quem pertencia, para facilitarao povo ali morador o recurso dos Santos Sacra-mentos. concedeu-lhe o Bispo D. Fr. Antônio deGuadalupe o privilégio de Pia Batísmal, e o daconservar a Extrema- Unção. em Visita de 17de novembro de 1728; e D. Fr. António do Des-têrro, aumentando-lhe aquelas graças. permitiu ..lhe também conservar perpêtuamente .o SS. Sa ..

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cramento .da Eucaristia em' Sacráríó, criando-aCapela Curada, "de que Ioí, 1.° Capelão o PadreAntonio Ramos de Macedo, provido a 26 defevereiro -de 1761.

Eríqíndo Manuel Cardoso Ramos outra Ca-pela na mesma Ilha 'sob a- dedicação do SenhorBom [esus do Monte, e constituindo-lhe patrí-mônió em 20 braças de terra de testada com 72de fundo, em que' estavam levantadas algumascasas, por Escritura de doação celebrada a 29 denovembro de 1'758; se oriqínou dai, que o povo,apetecendo ver criada nesse lugar uma Paróquiaem proveito seu, a requeresse estabelecída naCapela .de novo fundada, para o que doou o mes-mo !<'qmos outra' porção de terras com tôdas asdemais propriedades antecedentemente construí-das, -por-Escritura de 12 de junho de 1769" (201)Conhecida por tanto a justa causa, que abonavaa súplica dos moradores da Ilha, i1eliberou o so-bredíto Bispo D. Fr . Antônio do Destêrro erigira pretendida Freguesia, como erigiu, por Editalde 2J de Junho de 1769, em virtude das Provi-sões .de .13, de Novembro de 1759 ,expedida pelo 'Conselho Ultramarino, e de 14 de Dezembro' do-- . . . .

mesmo 'ano, enviada pelo Tribunal da Mesa daConsciência, e Ordens, -que permitiram aos Bisposdividir:':a~ Igr~jas~aroqttiais" ainda' que fôssem

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Coladas, e criar outras novas, principalmente nosSertões.

Não repugnou o Vigário da Matriz de Ma-gepe ao corte do seu território, por 'conhecer anecessidade, que havia dessa providência em bene-fícío-de tantas almas assaz alongadas da sua vista'e cuidado; mas o Vigário d~ Matriz de S. Gon-çalo, padre Bento José Caetano Barroso Pereira,pouco satisfeito pela diminuição das Ilhas [erobaí-bas, e de Itaoca, adjudícadas à paroquiaçâo danova Freguesia, e não podendo claramente .con-traríá-Ia, por haver (em Janeiro de 1761) 'as3i~nado um Têrmo, em que se obrigava a não renuírqualquer divisão da Igreja, mandada fazer a todoo tempo por S. Magestade; (202) por interpostapessoa de Manuel-Ramos de Azevedo, e de outros,semelhantes,' que figuraram, sustentou rigorosaresistência àquela parte do território dividido; atéconseguir, em 1770, pela Mesa da Coroa o Acór~dão, . que mandou restituir à Freguesia de SãoGonçalo os moradores das [erobaíbas, por nãodever subsistir a nova Paróquia. Em conseqüên-da da mesma Resolução ou Acórdâo, apareceu

. em [uízo .no ano seguinte uma porção de mora-dores habitantes na ponta da Ilha, ém que está aCapela de S. Roque, requerendo a sua restituiçãoà Freguesia de Maqepe, pelos, mesmos funda-mentos ,tomados a favor -dos .habítantes das Je,..:

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robaíbas, e Itaoca, com a condição de se conservara posse de ter ali Sacrárío, Pia batísmal, e umCapelão Curado; e assim obtiveram no 2.° Acó!:~dão, a que se seguiram mais três, pela repuqnân-cia do Díocesano em cumprir o 2.°, e ultimamenteo Assento do Desembargo tomado no dia 21 deJulho de 1771. (203)

Agregada de novo a Ilha Paquatá à Freque-sia de Magepe, por não existir a que aí fôracriada, pretendeu o padre Joaquim José da Silvaser Pároco dela; e conseguindo ser Apresentado,como falso pretexto de ter sido novamente eretaa Paroquial Igreja da Ilha de Paquatá, demitiua Vigararia de S. Barnabé, que ocupava, cujademissão se lhe aceitou pelo Real Aviso de 19de Junho de 1806, segundo consta da Provisãode 15 de Julho do mesmo ano, expedida pelaMesa da Consciência, e Ordens, que mandoupôr o concurso a suposta Paróquia; mas, não serealizando essa graça pela causa referida de nãoexistir a Freguesia de Paquatá, 'continuou a Ilhana sua qualidade antiga, e o Pároco Apresentadoficou na posse do benefício que ocupava.

Neste estado permanecia o território de Pa-quatá até requererem de' novo os seus moradoresàS. M . que se servisse de atender as círcuns-tãncías, mandando criar ali nova Paróquia; etendo o R. Bispo informado sôbre a súplica, por

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Aviso de 13 de janeiro de 1809, consultou' aMesa da Consciência, e Ordens êste negócio em24 de janeiro de 1810. Por Decreto de 4 de

Agôsto do mesmo foi Apresentado nesta novaIgreja Paroquial do Senhor Bom Jesus do Monteo Padre Manuel Teíxeíra de Campos.

Consta a nova Paróquia de abundantes fogos,e a proporção dêles é o número de almas. Noseu distrito tem a sobredíta Capela de S. Roque.

N. S. da Conceição de Piratinim

A requerimento dos habitantes do CapãoGrande de Píratíním. distrito assaz longo da Fre-guesia de S. Pedro do Rio Grande do Sul, sedesuniu essa parte de terreno, para dar espaçosuficiente à nova Paróquia de N. S. da Concei-ção de Píratiním, em conformidade da Real Re-solução de 3 de Abril de 1810 à Consulta daMesa da Consciência e Ordens de 21 de Feve-reiro do mesmo ano. E' dela 1.0 Pároco próprioo padre Jacinto José Pinto Moreira, por Apre-sentação de 5 de Abril do mesmo ano, que tam-bém ocupa a Vara da nova Comarca aí criadaem 30 de Novembro de 1815, cuja Jurisdiçãoabrange as novas Freguesias da Lagoa do [a-guarão, denominada hoje do Espírito Santo doArroio Grande, e da Conceição de Canguçu. Con-tava o total de 3.673.alllla:plo ano·U~11..

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de Almeida Portugal, 3.° Marquês de Alorna; mais obs-tando-lhe certos motivos políticos a sua partida foi go~vernar a Província do Alentejo.

(199) D. Tomás da Incarnação (Histor. Ecles. Lusít.T. I. Prolegom. Capo 2, pág. mi 43) referiu que ClementeVIII instituira em 1601 nova Sé Episcopal na Cidade deAngamal, com sujeição à Metropole de Goa: e que PauloV transferiu no ano de 1,605 a Cadeira para Cranganor,a quem do seio de Bengala para Malabar, aumentando-a,;om a honra ~de Arcebispado, chamado hoje de Cranganor,e da Serra. Morelli, porém. (Fasti Novi Orbis. Ordinat. 90.An. 1558 et Ordinat. 195. An. 1600) disse, que fora criadoBispo de Cranganor, sufragâneo ao Arcebispo de Goa, em1600; e levado a Arceblspado, sem sufragâneos, em 1607.

E' situado no Reino de Calecut, e também se denominaIgreja de AngamaI.

(200) O Alvará de 24 de abril de 1801 § 14. Auto-rizou os governadores e Capitães Generais a principiaremo estabelecimento de Fábricas Reais. em que se manufatu-rasse pólvora com o salitre do país, cuja venda fosse porconta da Real Fazenda. Até o ano de 1808 não se cui-dou dessa Casa na Capitania do Rio de Janeiro, nemnoutra do Brasil, que então se erigiu no sítio da Lagoa,por decreto de 13 de maio. com privilégio exclusivo paraa Real Fazenda. Por C.R. de 22 de julho de 1811 vende-se desta pólvora sõmente para as Capitanias do Rio deJaneiro. Bahia, Pernambuco, S. Paulo, Rio Grande deS. Pedro e Portos da Costa da África; e a Fábri~a dePortugal não deve vender pólvora senão para os portose Capitanias do Pará, Maranhão, Ceará. Ilha dos Açores.Madeira, Pôr to Santo, Ilha de Cabo Verde, e para o Exér-cito e Marinha. O aviso de 19 de junho de 1809 mandouestabelecer uma nitreira na Vila de Moura: e em 16meses aprontaram-se 822 arrobas de salitre bruto. NaComarca de Sabará, Capitania de Minas Gerais tem cres-cido notàvelmente as nitreirâs artificiais, cujo' produto éjá de centenares de arrobas. .

(201) Em testamento, com que faleceu o fundador daCapela, foi declarado, que tendo' êle comprado a PedroJoão 40 braças de terra de testada com os fundos cornpe-

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tentes, livres de foro. e qualquer outra pensão, em partedelas fizera algumas moradas de casa, e outra porção seachava ocupada por certos foreiros. Que parte dessascasas. sitas na estrada para S. Roque da banda do mar,dava em patrimônio à Capela, e ratificava a doação ante-rior das outras, e das terras, em que foram fundadas daestrada para o mar, e místicas à mesmo Capela. Comopela Escritura de 12 de Junho havia o sobredito Ramosdoado outra porção de terras, e casas para o Sertão, quan-do se verificou a ereção da Freguesia; não persistindoesta, se distratou a Escritura por Despacho do Bispo quea fundara.

(202) No Liv. de Registr. das Ordens Reg. fi. 215conservado na Secretaria dêste Bispado do Rio de Janeiro,se vê o Registro de uma Certidão do Secretário da Mesada Consciência, e Ordens, passada em 12 de Outubro de1754, por que consta Haver S. Majestade resolvido a10 de Agôsto do mesmo ano, a Consulta do Tribunal daMesa da Consciência, e Ordens de 8 de Julho antecedente,Sendo Servido Ordenar, que os provimentos das Igrejas,mandadas pôr em Concurso, se fizessem com a cláusula,de se poderem dividir, quando se julgasse necessário. semque os providos o podessern impedir; e que êstes fariamTêrmo na Secretaria da Ordem de Cristo, antes de se lhesimpedir a sua Carta de apresentação, de não se oporemà divisão das ditas Igrejas, que se julgasse necessária.Nesta conformidade foi lavrado o Têrrno que o sobreditoVigário assinou (no Lív. 3 dêles) , e assim se lhe declarouna Provisão de Confirmação da Igreja. De então. emdiante, ficou em prática assinarem os Párocos de novoprovidos 'Têrmo .semelhante de estar por tôda e qualquerdivisão, que para o futuro se faça de suas Igrejas, comose vê dos competentes Livros. A mesma prática se observano Arcebíspado da Bahía, sequndo a Informação do Arce-bispo D. Fr. José' de Santa Escolástíca, dada ao Tribunalda Mesa da Consciência, e Ordens, sôbre a súplica daCâmara da Vila de Santo Amaro das Gretas, na Comarcade Sergipe de El-Reí, para se dividir a Frequesía de SãoGonçalo do Pé do Banco; e semelhantemente fêz executaro R. Bispo .de Mariana D. FI'. Manuel da Cruz, como êleafirmou na Conta de 26 de Novembro de 1753 sôbre o

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conteúdo na Provisão do Tribunal da M. C. O. a respeitodos Cura tos desunidos das Paróquias sem Autoridade Régia,e sem as formalidades de Direito. Não obstante, ser patenteaquela Ordem Régia, que nem os RR. Bispos, nem osPárocos podiam ignorá-Ia, pouco a pouco foi caindo emdesuso; de cujo defeito tiveram princípio as repugnânciasde alguns párocos quando se fêz preciso divídír-lhes osterritórios para se criarem nêles novas Paróquias em bene-fícío de numerosos povos, que pelas longitudes, asperezasde caminhos, etc. requereram a providência de novas IgrejasMatrizes, onde comodamente pudessem ver, e ser vistos peloseu Pastor, satisfazer os deveres Católicos, e procurar osSantos Sacramentos em suas necessidades. Nestas circuns-tâncias "para que se não duvidasse mais da cessão dosterritórios para se criarem' novas Paróquias, suscitou oTribunal da, M. C. O. do Brasil aquela Ordem, mandandodeclarar nas Cartas de Apresentação de tais Benefícios acláusula sobredíta, em conformidade da Resolução Régiacitada.

('203) Cinco foram os fundamentos daqueles Acór-dãos: 1.0, a incompetência do Díocesano de poder a seuarbítrio erigir Paróquia, sem autoridade do Padroeiro; 2.°,a falta de consentimento da maior parte. dos paroquianos;3.°, 'a falta de justa causa para a' desmembração; 4.°, afalta de consentimento, e vontade dos Párocos; 5.°, e último,a falta de assenso do Padroeiro. Note-se porém, que o1.0 fundamento não podia subsistir, à vista das Provisõesde' 13 de' Novembro, e de 14 de Dezembro de. 1759, járeferidas: que o 2.° nenhum vigor tinha, por não lembrarà Doutor algum Canonista êsse requisito, que apontouManuel Alvares Ferreira no Tract. Novor , Oper aedifí-catíoníb. Lív. 1. Díscurs, 5. n. 39;. mas no caso de sernecessário ao menos, a maior parte dos paroquianos, bas-tava constar por um documento a fI. 17 dos Autos, que osdescontentes chegavam apenas ao' número de 43, e pelainformação do Bispo, apensa aos mesmos Autos, constavao todo dos habitantes da Ilha de 1,000 almas de Comu-:nhão; que o 3.° foi inteiramente insustentável" sendo notó-ria, e bem visível a distância de 3 a 4 léguas de mar,que medem entre a Ilha, e a Matriz de Magepe, cujo mo-tivo só-era mui suficiente, para se criar a nova Paróquia

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em beneíício 'dos moradores da Ilha, que sem incômodanotável não podiam recorrer à Matriz, acontecendo por isso.morrerem muitos sem Sacramentos. De onde quer que pro-venha grande dificuldade ao povo em receber os SantosSacramentos, se considera haver causa justa para se eríqírnova Paróquia, prescindindo da distância do lugar; nestaconsideração disse o Conc. de Trento Sess. '21 de Reform.Capo 4 = In iis vero, in quibus ob locorum dístantiam,sive dífficultaten parochiani sine magno incommodo adpercipienda Sacramenta, et divina officia audienda accederenon possunt, novas parochias, etiam invictis Rectoribus. '..constituere possint. = Para provar, que os Paroquianosnão podem procurar a Matriz sem incômodo grande', nãoé preciso, que alguma vez tenham finalizado sem Sacra,rnentos ..sed satis est (como observou Fagnano ao' CapoAd audientiam 3. De Eccles. aedífícand. num. 17) advalidítaten erectionis, ut immineat. periculum, ne sic dece-dant; neque hujusmodi eventusest expectandus, quin potiuspraeveniendum, ne contiqat, cum satius sit occurrere in tem-pore, quam post exitum vindicare, seu post vulnerum causamremedium quaerere., Dêste sentimento foi também a Sa-grada Congregação, referida pelo mesmo Fagnano. Sôbreo 4.° 'fundamento seria bastante ler o sobrecitado Concilio,para não hesitar a êsse respeito; mas, além do' que alisevê disposto, e ordenado, existiam já, ao tempo da questão,as Provisões acima apontadas, e a Resolução de' Consultada Mesa da Consciência, e Ordens, publicada por umEdítal, cujos documentos não podiam ser ignorados, nemconservar-se em segredo, servindo êles de socorro ao Bispo,para defensa do seu' procedimento" e de subsídio aos Juizesda Mesa da Coroa, para julgarem a causa" secundum jus;porém, despresado tudo que patrocinava a subsistência danova Freguesia, foi de necessidade que ela desaparecesse,tendo-a paroquiado dois Sacerdotes; 1.0, o padre JOSé daSilva Furtado, com Provisão de 26 de Junho de 1769 eo 2.°, o padre João de, Araújo de Macedo, com Provisãode 22 de Novembro de .1770. Sôbre' o 5.° e último funda-mento, será também' bastant~ dizer, que tendo' ~ P~droeiro

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(o Soberano Grão Mestre da Ordem de Cristo) feito expedirpor seus Tribunais as duas Provisões citadas acima. per-mitindo o fato das divisões das Igrejas. ainda as atual-mente Coladas. por elas mesmo prestou o seu assenso, .índe-pendente de outras formalidade.

(204) V. Capo 1 a Memória dessa Freguesia.

(205) Bem que as Igrejas Paroquiais do Bispado doRio de Janeiro tenham tôdas a Cõngrua de duzentos milreis' pelo Alvará de 9 de Novembro de 1749; nas cír-cunstãncias .atuaís, em que foi ereta esta Freguesia. se lhec~nsultou a Cõngrua de cem mil réís, ficando os mora-dores obriqados ao pagamento das conhecenças, na formada Constituição do Arcebispado da Bahía, além dos maisbenesses costumados; e outrossim. que se concedesse à mes-ma nova Igreja Paroquial um espaço de terra de cembraças de .frente. e outro tanto de fundo. que servisse dePassal, CO$ a natureza de bens da Ordem de Cristo. e asnão pudessem os Párocos alienar.

(206) V êde tom. 7.(207) Vê de a descrição. e notícia dêss~ Rio 110

Lív, 2.0 Cap. 1 sob a memória da Freguesia de N. Sra.da Vitória.

(208) Lugar assim denomlnado ao lado Meridionaldo Rio Doce. desde o tempo em que governou a Capitaniao mencionado Pontes Leme. estabelecendo o Quartel doDcstacamen to.

(209) O Riacho. onde se acha o Quartel dos Com-boios. dista poucas horas de jornada da.Laqoa do Campo.a Oeste. ou seja' por terra. ou pelo rio. que lá vai ter.cuja barra é incapaz de receber canoas. A aldeia doCampo é assaz grande. e povoada de índios. Do sítiode Línhares não se alonga muito o grande. e piscoso Lagode [aparaná, que dividindo-se em dois braços. desagua uma Leste da povoação. e mistura 'o outro com o Mar doBrasil na praia de S. Mateus. Sua circunferência mostraser de 10 a 12 léguas. e tem de Fundo conhecido quatro

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a cinco braças. Sôbre a navegação do Rio Doce mandouEI~Rei D. João V. expediu várias provídêncías, cujo re-sultado consta ser feliz; e há tôda certeza de proveito aoComércio das Minas Gerais. à civilização dos índios habi-tantes dêsse vastíssimo Sertão e à cultura de suas terras.para onde concorrem muitos colonos novos. Vêde noLív, 8. P ~ 2. Capo '1 a Memória das Minas Gerais.

(210) V. Capo 1 a' Freguesia da Sagrada Famíliade Ipuca ,

(211) Na Memória da Freguesia de Anhum-mírímficaram notadas as Capelas subsístentes sôbre a Serra. quehoje se encerram no distrito desta nova Matriz. A deMatosinho teve acesso a Curato; e no sítio Faqundes,onde havia apenas um Oratórío, foi também criado outroCurato.

(212) Vêde a Gazeta N. 52. 1.0 de Julho de 1818.. que referiu o estado. e as círcunstâncías da nova estrada.dirigida desta Povoação de Víana até Vila Rica, Capitaniadas Minas Gerais.