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Seminário HABITAÇÃO DE INTERESSE SOCIAL Políticas Habitacionais: Observando as dificuldades e REALÇANDO as conquistas na trajetória recente

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Page 1: Seminário HABITAÇÃO DE INTERESSE SOCIAL Políticas Habitacionais: Observando as dificuldades e REALÇANDO as conquistas na trajetória recente

Seminário HABITAÇÃO DE

INTERESSE SOCIALPolíticas Habitacionais:Observando as dificuldades e REALÇANDO as conquistas na trajetória recente

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MOVIMENTO POPULAR NA RMR

Meados dos anos 1970

• Conflitos Sociais pela Terra e Moradia nas grandes cidades do Brasil

Recife: Movimentos pela posse da terra

1975: Movimento “Terra de Ninguém”

Fortalecimento do movimento popular:

Coque, Coelhos, Brasília Teimosa, etc.

1977: 58 mil famílias (300.000 pessoas) ameaçadas

de expulsão (Pesquisa Arquidiocese)

1978-83: 80 invasões (150.000 pessoas) (Pesquisa

FUNDAJ)

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CONJUNTURA POLÍTICA: Anos 70/80

Conflitos: Crise de LEGITIMIDADE

Discussão da Política: Exclusão das famílias mais pobres Expansão e degradação das áreas pobres Falta de oportunidades de moradia

Emergência do Discurso sobre Pobreza Urbana: Organismos Internacionais: UFPE/MDU – FIDEM

1979: Reformulação da POLÍTICA DE HABITAÇÃO POPULAR

Programa de Urbanização de Favelas - PROMORAR Maior Atuação da Política Local – Estadual e Municipal – junto

às comunidades: Criação da Secretaria de Habitação de PE Programas de urbanização de favelas com as Prefeituras

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CONQUISTAS DO MOVIMENTO POPULAR

1979: Reformulação da POLÍTICA DE HABITAÇÃO POPULAR

Programa de Urbanização de Favelas - PROMORAR

Maior Atuação da Política Local – Estadual e Municipal – junto às comunidades:

Criação da Secretaria de Habitação de PE Programas de urbanização de favelas com as Prefeituras

1980: Prefeitura do Recife: cria as AEIS

1983: Lei de Uso do Solo do Recife institui as ZEIS

1986: Prefeitura do Recife cria PREZEIS

1987: Nova Reformulação da POLÍTICA DE HABITAÇÃO POPULAR

COHAB-PE: Avanço da política local

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CONQUISTAS DO MOVIMENTO POPULAR:

RESULTADOS COHAB-PE(33 anos):

Moradias: Total: 142.138

Programa Convencional: 98.912 ( 70% ) 56% até 3 SM

Programas Alternativos: 43.226 ( 30% ) 90% até 3 SM

Famílias beneficiadas: Até 3 SM: 94.293 (66%) > 3 SM: 47.845 (34%) Sem renda comprovada: 30%

Legalização Fundiária: 1200 ha (1/3 área) / 40.000 títulos

Habitações contratadas pela COHAB-PE (1965-98)

- 20.000 40.000 60.000

1995-98

1991-94

1987-90

1983-86

1979-82

1975-78

1971-74

1967-70

1965-66

Programas Alternativos

Programa Convencional

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CONQUISTAS DO MOVIMENTO POPULAR

Década de 80: Urbanização de Favelas

MUDANÇAS: Tipo de Clientela

Clientela Individual X Clientela Coletiva

Credenciamento da Clientela

Comprovação de trabalho e renda X

Garantia do Estado

Subsídio aos Beneficiados

Viabilidade Financeira X Política subsidiada

Page 7: Seminário HABITAÇÃO DE INTERESSE SOCIAL Políticas Habitacionais: Observando as dificuldades e REALÇANDO as conquistas na trajetória recente

CONJUNTURA POLÍTICA: Anos 80/90

Crise do Estado: Redução do caráter provedor de bens e serviços Restrição de financiamentos de políticas sociais

Descentralização da gestão pública: Argumento: as pessoas não moram na União, nem

nos Estados, e sim nos municípios, onde suas necessidades do dia-a-dia devem ser atendidas

Requisito: a participação popular: Foruns, Conselhos, etc.

Constituição de 1988 (Constituição Cidadã): expressa o requisito da participação popular

Page 8: Seminário HABITAÇÃO DE INTERESSE SOCIAL Políticas Habitacionais: Observando as dificuldades e REALÇANDO as conquistas na trajetória recente

CONJUNTURA POLÍTICA: Anos 80/90

A partir da Constituição de 1988: Reordenamento institucional

Luta pela reforma sanitária: SUS

Sistema integrado de co-gestão e controle social tripartite: ESTADO – PROFISSIONAIS - USUÁRIOS

Luta pela Reforma Urbana: Agenda atual Não consolidação de um sistema articulado de

Conselhos;

Instituição de espaços diversos de co-gestão das políticas urbanas: estaduais e municipais.

O Estado se apropria e generaliza propostas de gestão participativa e de controle social

Endosso dos organismos internacionais gera generalização das iniciativas.

Page 9: Seminário HABITAÇÃO DE INTERESSE SOCIAL Políticas Habitacionais: Observando as dificuldades e REALÇANDO as conquistas na trajetória recente

AGENDA DA REFORMA URBANA: 4 Grandes Eixos

1. Política urbana como norteadora dos investimentos:

Política Urbana vinculada ao Plano Diretor

Ênfase na Política Municipal

Reforço do movimento de municipalização da Política Social

Page 10: Seminário HABITAÇÃO DE INTERESSE SOCIAL Políticas Habitacionais: Observando as dificuldades e REALÇANDO as conquistas na trajetória recente

AGENDA DA REFORMA URBANA: 4 Grandes Eixos

2. Reforço à gestão democrática da cidade

Obrigatoriedade de mecanismos institucionais de participação direta da população no governo das cidades:

CONSELHOS, FORUNS, etc

Page 11: Seminário HABITAÇÃO DE INTERESSE SOCIAL Políticas Habitacionais: Observando as dificuldades e REALÇANDO as conquistas na trajetória recente

AGENDA DA REFORMA URBANA: 4 Grandes Eixos

3. Inversão de Prioridades na Política de Investimentos Urbanos

Prioridade para as camadas mais pobres da população

Page 12: Seminário HABITAÇÃO DE INTERESSE SOCIAL Políticas Habitacionais: Observando as dificuldades e REALÇANDO as conquistas na trajetória recente

AGENDA DA REFORMA URBANA: 4 Grandes Eixos

4. Fortalecimento da gestão do Solo Urbano

Novos instrumentos do Estatuto da Cidade alinhados com os princípios da

FUNÇÃO SOCIAL DA CIDADE

FUNÇÃO SOCIAL DA PROPRIEDADE IMOBILIÁRIA

Page 13: Seminário HABITAÇÃO DE INTERESSE SOCIAL Políticas Habitacionais: Observando as dificuldades e REALÇANDO as conquistas na trajetória recente

DESAFIOS E POTENCIALIDADES

Participação democrática Capacidade efetiva dos movimentos sociais

articularem suas reivindicações nas arenas políticas formais

Política de habitação popular Viabilidade de atendimento efetivo das

famílias de menor renda

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DESAFIOS DA PARTICIPAÇÃO POPULAR

Participação como reivindicação e conquista da sociedade X Participação como oferta estatal

A sociedade não “dá conta” de ocupar com capacidade propositiva os espaços criados por iniciativa legal e governamental;

Os governos têm dificuldade de efetivar a cogestão: tornar acessíveis à sociedade: informações,

procedimentos e decisões do governo; Desburocratizar as regras

O processo de descentralização não é efetivo, com descentralização de recursos.

municipalização de responsabilidades sociais; estratégias de “legitimação” através da construçào de

uma “consciência de crise”

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POTENCIALIDADES DA PARTICIPAÇÃO POPULAR

Estão sendo construídos sistemas articulados que se estruturam desde a esfera local – estadual e municipal - até à federal

Maior independência dos Conselhos frente às esferas e estruturas de governo.

Avanço no fortalecimento da institucionalização dos Conselhos através do seu reforço no tecido social: pilar para garantir continuidade e aperfeiçoamento da participação democrática;

Os Conselhos têm se constituído o espaço prioritário de atuação dos movimentos

Conselheiros dependem de informações e recursos materiais; e

Enfrentam a capacidade do governo de esvaziá-los: Tomadas de decisão por fora dos Conselhos; Alocação de funcionários com pouca capacidade de decisão, ou

grande rotatividade de membros do governo alocados;

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POTENCIALIDADES DA PARTICIPAÇÃO POPULAR

Uma condição para a eficácia dos Conselhos é a capacitação das lideranças sociais:

Capacitação técnica – para formulação e análise das políticas públicas; e

Capacitação política – para melhor avaliar os interesses envolvidos e para realizar as alianças eventuais ou estratégicas necessárias para negociação de prioridades e decisões.

Essa dupla capacitação provoca um salto de qualidade nos movimentos sociais:

O exercício da argumentação e a fundamentação das demandas com critérios de racionalidade pública gera uma nova forma de lidar com os conflitos e o antagonismo.

Francisco de Oliveira: “confronto propositivo” “antagonismo convergente”

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DESAFIOS DA POLÍTICA DE HABITAÇÃO POPULAR

1. Habitação + Infraestrutura tem alto custo de produção

2. Uma Política Habitacional para as famílias mias pobres tem de ser uma Política Subsidiada

3. Política Subsidiada requer Fundo alimentador: Governo Federal: cria FNHIS – exige:

– Conselho e Fundo de Habitação Popular; e – Política integrada ao Plano Diretor

Governo Estadual: tem FHP e falta implementar

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PROPOSIÇÕES PARA UMA POLÍTICA DE HABITAÇÃO POPULAR

1. Política Subsidiada X Fundo

Somar esforços (comunidade X governo) para definir uma Política Habitacional subsidiada para as famílias mais pobres:

• Conceber: composição e

operacionalização do Fundo

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PROPOSIÇÕES PARA UMA POLÍTICA DE HABITAÇÃO POPULAR

2. Clientela dos Programas Habitacionais

Preservar conquistas do movimento popular na década de 80: Mudança nas formas de seleção e

credenciamento dos beneficiários:

Clientela coletiva: a comunidade

Definição de formas de SUBSÍDIO pelo Governo

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PROPOSIÇÕES PARA UMA POLÍTICA DE HABITAÇÃO POPULAR

3. Redução dos custos da Habitação

Reivindicar:

Formas de redução do custo da habitação

Beneficiar maior número de famílias

com menor volume de recursos

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PROPOSIÇÕES PARA UMA POLÍTICA DE HABITAÇÃO POPULAR

4. Associar programas habitacionais com programas de promoção social

Intervenções físicas: melhoria das condições de habitabilidade:

• HABITAÇÃO + INFRA-ESTRUTURA

Promoção social: ampliação das condições de inserção social:

• CAPACITAÇÃO + TRABALHO + RENDA

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PROPOSIÇÕES PARA UMA POLÍTICA DE HABITAÇÃO POPULAR

1. Somar esforços (comunidade X governo) para definir uma Política Habitacional subsidiada para as famílias mais pobres

Fundo de Habitação

2. Preservar conquistas do movimento popular na década de 80:

Clientela coletiva: a comunidade Formas de SUBSÍDIO do Governo

3. Reivindicar redução dos custos da habitação: Atendimento de maior número de famílias com menor volume de

recursos;

4. Associar programas habitacionais à programas de promoção social:

Habitação + Infraestrutura Capacitação + Trabalho + Renda