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1 SEMINÁRIO DE LITURGIA E RITUALÍSTICA Outubro/2007

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SEMINÁRIO

DE

LITURGIA E RITUALÍSTICA

Outubro/2007

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SEMINÁRIO DE LITURGIA E RITUALÍSTICA

INSTRUTOR: Genildo de Castro Lessa

INTRODUÇÃO

Nos meios maçônicos é comum se ouvir os termos Liturgia, Rito, Ritual, Ritualística, Simbolismo, Esoterismo, mas nem sempre empregados corretamente, razão pela qual, neste trabalho, de forma muito simples, foi atribuída uma conceituação para cada um deles:

ALGUMAS DEFINIÇÕES

I. Liturgia – este termo é mais aplicado a religiões. Em Maçonaria podemos dizer que é a maneira pela qual se desenvolve o cerimonial maçônico.

II. Rito – é o conjunto de procedimentos usados no cerimonial maçônico.

III. Ritual ­ é o livro que contém os procedimentos do cerimonial maçônico. Antigamente os procedimentos eram transmitidos oralmente. Somente a partir de 1730 é que surgiu o Ritual, depois que o Irmão perjuro Samuel Pr ichard publicou na imprensa profana o “modus faciendi” (modo de fazer) de uma sessão maçônica. Esse fato causou grande rebuliço no seio da Ordem, foi um enorme golpe, quase o tiro de misericórdia na novel Maçonaria Obediencial que contava àquela época com apenas 13 (treze) anos de existência. Mas, por outro lado, resultou disso um grande bem, porque as Lojas passaram a trabalhar da mesma forma, pois até então cada uma fazia a coisa à sua moda.

IV. Ritualística ­ é o termo usado para designar tudo que se refere ao Rito, ao Ritual, ou ao Ritualista (aquele que se ocupa da Ritualística).

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V. Simbolismo ­ é o sistema de símbolos utilizados pela Maçonaria para recordar as suas grandes lições morais e éticas. É através dos símbolos que a Maçonaria transmite, de forma velada, aos seus iniciados o conhecimento da sua doutrina. Os mais comuns de que ela se utiliza são os instrumentos de trabalho da arte de construir: a Régua, o Prumo, o Compasso, o Nível, a Trolha, etc.

VI. Esoter ismo ­ é a linguagem velada empregada na transmissão do conhecimento aos iniciados e que é incompreensível para os não­maçons (profanos). Aquilo que o público conhece da Maçonaria é o lado exotérico (exterior). O exemplo clássico disso é a figura formada pelo Esquadro e Compasso entrelaçados que é interpretada como sendo o símbolo da Maçonaria.

Não se pode confundir o Esoterismo com o Hermetismo que é a linguagem dos Alquimistas e nem com o Ocultismo que é a linguagem da Magia; coisa que muitos maçons teimam em fazer exacerbadamente, contaminando toda estrutura maçônica, esquecendo­se de que a Maçonaria é uma instituição racional e não uma ordem mística ou religiosa. Quando a Maçonaria se reporta ao Ocultismo e ao Hermetismo o faz como referência histórica e não como elementos da sua doutrina.

TIPOS DE SESSÃO

Conforme o propósito a que se destina, a sessão pode ser:

I. Magna: a) r itualística:

Iniciação; Elevação; Exaltação; Pompa Fúnebre, etc.

b) não­r itualística (branca ou pública): Aniversário da Loja; Dia do Maçom; Conferências; Datas Cívicas, etc.

II. Econômica: (que cuida exclusivamente dos interesses da Loja):

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Instrução; Finanças; Eleição, etc.

III. Especial: Conselho de Família e Tribunal do Júri.

ALGUNS PROCEDIMENTOS EM LOJA

O TRAJE

1) O AVENTAL

Em Loja simbólica o avental que deve ser usado é o de cada grau simbólico. Os aventais dos Altos Graus devem ser usados nas suas respectivas câmaras. Muitos pavões gostam de exibir suas belas plumas na Loja simbólica para impressionar os coitados dos Aprendizes esquecendo­se de que a vaidade é um dos vícios mais combatidos pela Maçonaria.

Aprendiz/Companheiro Mestre

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2) O BALANDRAU Deve ser talar, isto é, dever ir até aos tornozelos e deve estar abotoado no pescoço. O mini­balandrau, aquele que só atinge a cintura, é vestimenta irregular, aliás, seu uso nos Templo do GOIERN já foi proibido no Grão­mestrado do Irmão Ticiano Duarte.

3) O TRAJE FORMAL O Traje Formal é terno completo, nas cores azul marinho ou preto, camisa branca e gravata preta.

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AS JÓIAS

Embora existam algumas variações, as jóias (ou alfaias) mais aceitas e utilizadas, para os cargos de uma Oficina simbólica do Rito Escocês, são as seguintes:

(1) DO VENERÁVEL MESTRE Esquadro de ramos desiguais, invertido, ou seja, com a abertura para baixo, preso ao colar. Não se admite outra jóia para o cargo.

A cer ta A usada

(2) DO 1º VIGILANTE Nível maçônico, que é formado por um Esquadro, com a abertura voltada para baixo, do qual pende, pelo vértice, um fio de Prumo, que cai sobre uma linha horizontal, colocada entre os ramos do esquadro. Não se admite o uso do Nível de bolha de ar .

A cer ta A usada

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(3) DO 2º VIGILANTE Prumo, que, nesse caso, é apenas o fio, com o peso na extremidade, que pende verticalmente.

A cer ta A usada

(4) DO ORADOR Balança da Justiça, colocada sobre um livro aberto, no qual está inscrita a palavra latina “LEX” (Lei), Algumas Oficinas usam a representação das tábuas da Lei, que Moisés teria recebido no Sinai; embora isso seja também admitido, é preferível a primeira forma.

A cer ta A usada

(5) DO SECRETÁRIO Duas penas cruzadas; essas penas, no caso, são penas de ave, ou imitação delas, usadas para escrita, na antiguidade.

A cer ta A usada

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(6) DO CHANCELER Um sinete cilíndrico. Sinete (do francês: signet) é um utencílio que serve para gravar em lacre, papel, etc...; com ele, o Chanceler (do francês: chancelier = guarda dos selos e documentos) grava o timbre da Oficina na documentação dela.

A cer ta A usada

(7) DO TESOUREIRO Duas chaves cruzadas, que simbolizam a guarda e a inviolabilidade dos cofres da Loja.

A cer ta A usada

(8) DO MESTRE DE CERIMÔNIAS Conjunto de Esquadro e Compasso entrelaçados sendo que as pontas deste último colocam­se sobre uma Régua. Admite­se, também, a representação da asa do deus grego Hermes (Mercúrio, para os romanos), que era o mensageiro dos deuses do Olimpo; essa forma, por sinal, é bastante usada. A jóia desse Oficial, além de estar pendente da faixa, deve estar no topo do seu bastão.

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A cer ta A usada (9) DO HOSPITALEIRO

Uma bolsa, colocada sob uma mão direita aberta e um cálice, imitando um graal (graal, segundo a tradição dos romances de cavalaria, foi o vaso de que Jesus se serviu, na última ceia, e no qual teria sido recolhido o seu sangue, por José de Arímatéia). A mão aberta simboliza a súplica, enquanto que a bolsa e o graal simbolizam a caridade e o amor ao próximo. Admite­se, também, como jóia do Hospitaleiro, apenas a bolsa, com um coração gravado.

A cer ta A usada

(10) DOS DIÁCONOS Um pombo­correio, com um envelope de carta no bico. Pombo­correio é uma variedade de pombo (Columbus lívia tabelíaria) utilizada para transporte de correspondência. A alfaia do cargo, além de estar pendente da faixa, deverá estar presente, também, no topo dos bastões dos Diáconos.

A cer ta A usada

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(11) DOS EXPERTOS Um punhal, com a lâmina voltada para baixo.

A cer ta A usada

(12) DO COBRIDOR INTERNO ou GUARDA INTERNO Duas espadas, ou dois sabres cruzados. O sabre (palavra derivada do magiar: száblya, através do alemão: sabel e do francês: sable) é uma pequena espada, reta ou recurva, que só corta de um lado. A jóia mostra que o titular do cargo zela pela segurança interna dos trabalhos.

A cer ta A usada

(13) DO COBRIDOR EXTERNO ou GUARDA EXTERNO Duas espadas (ou dois sabres) cruzadas sobre as quais se encontra um alfanje. Alfanje (do árabe al­khanjar = espada) é um sabre mourisco curto, de folha larga e curva, com um só gume, exceto na ponta, onde tem dois. A jóia reforça o conceito de segurança, que, no caso do Cobridor Externo, tem que ser mais rígida e mais abrangente.

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A cer ta A usada (14) DO PORTA BANDEIRA

Uma Bandeira.

A cer ta A usada

(15) DO PORTA ESPADA Uma Espada Flamejante. Esta espada, que lembra a concepção artística do raio, tem diversas curvaturas, geralmente sete, ou doze, sendo mais aceito esse último número, pela sua carga de misticismo (representando, exotericamente, as doze tribos de Israel e, esotericamente, os doze signos zodiacais).

A cer ta A usada

(16) DO PORTA ESTANDARTE Um estandarte.

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A cer ta A usada (17) DO ARQUITETO

Uma colher de pedreiro, sob um lápis e um pincel, simbolizando a preparação do templo. Não confundir colher de pedreiro com a tr olha, como fazem muitas instruções do rito, pois trolha é a pá onde fica a cal amassada de que vai se servindo o pedreiro (do latim: trullia); com a colher, ele retira a massa que está sobre a trolha.

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(18) DO MESTRE DE BANQUETES Uma faca e um garfo cruzados, tendo, sobre eles, urna taça. É também usada, embora em menor escala, uma cornucópia (do latim: cornucopia = chifre da abundância, era um chifre cheio de flores e frutos, que era o emblema da divindade alegórica, a Abundância, de Deméter, ou Ceres, e de outras deusas da mitologia greco­romana). Á primeira forma é a mais correta.

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(19) DO MESTRE DE HARMONIA Uma lira. A lira é um instrumento musical de cordas, usado na Antigúidade Clássica e que tinha a forma de um “U” cortado, no alto, por uma barra, onde se fixavam as extremidades superiorès das cordas.

A cer ta A usada

(20) DO MESTRE INSTALADO (Ex­Venerável) Não é cargo, mas também tem a alfaia, que varia de uma Obediência para outra (ver, a seguir. "A Jóia do Mestre Instalado").

A JÓIA DO MESTRE INSTALADO

Existem duas jóias diferentes para o Mestre Instalado: numa, há o Esquadro sob o Compasso, num arco de círculo de 45º, tendo, no centro, o Sol e o Olho (esquerdo); noutra há a representação gráfica da 47ª proposição de Euclides, conhecida como o famoso Teorema de Pitágoras, cujo enunciado é o seguinte: em qualquer triângulo retângulo (com um ângulo reto, ou 90º), a soma dos quadrados dos catetos é igual ao quadrado da hipotenusa (catetos, num triângulo retângulo plano, são os lados do triângulo adjacentes ao ângulo reto, enquanto que a hipotenusa é o lado oposto ao ângulo reto).

Estabeleça­se, inicialmente, que qualquer uma das jóias é apanágio do Mestre Instalado que já deixou o exercício do veneralato, já que a jóia do Venerável Mestre é um Esquadro de ramos desiguais, com a abertura voltada, para baixo (embora algumas Obediências usem, também para o Venerável em exercício, a jóia que contém o Esquadro sob Compasso, com o Sol e o Olho, o que é um erro).

Esclarecida essa parte, podemos passar à abordagem do simbolismo de cada uma das jóias citadas, separadamente:.

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1. Esquadro sob Compasso, num arco de Círculo, com o Sol o o Olho no centr o:

Esquadro a Compasso:

Esses dois instrumentos possuem, de maneira geral, em todos os ritos, o mesmo significado simbólico: o esquadro representa a retidão nas ações e o compasso significa comedimento nas buscas.

Dependendo do grau em que a Loja trabalhe, a posição de um dos instrumentos, em relação ao outro, é variável: no grau de Aprendiz, o esquadro é colocado sobre o compasso, ocultando as pontas deste; no grau de Companheiro é libertada uma das hastes do compasso; e, no grau de Mestre, o compasso é colocado sobre o esquadro, ocultando os seus ramos. Na jóia do M∴ I∴ , evidentemente, a posição dos instrumentos é aquela do grau de Mestre.

Cada uma dessas posições é revestida de um significado simbólico, já que, além da já referida interpretação exotérica, há a esotérica, segundo a qual o compasso simboliza o Espírito, enquanto o esquadro representaria a Matéria. Há, também, uma interpretação cósmica, segundo a qual o compasso seria o Sol e o esquadro representaria a Terra, o que mostra muito da mística dos antigos cultos solares.

Nos ritos teístas, o esquadro sob o compasso, no 1º grau, significa que no Aprendiz, a materialidade suplanta a espiritualidade; no 2º grau, a posição dos instrumentos mostra que houve uma evolução e que já há, no Companheiro, um equilíbrio entre a materialidade e a espiritualidade; e, finalmente, no grau de Mestre, há o triunfo do espírito sobre a matéria.

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2. A 47ª proposição de Euclides (só abordada nos Ritos de Schroeder e de York), é o símbolo da Ar te e da Ciência, da Per feição e da Beleza, da Univer salidade das Leis da Natureza. Como símbolo dessa univer salidade, ela representa o pr ópr io Ar tífice das Leis, que é Deus, o Grande Geômetra e Constr utor do Univer so.

Impor tante:

a) O uso da representação pictográfica da 47ª Proposição de Euclídes, remonta à primeira metade do século XVIII (o grau de Mestre foi introduzido em 1738), quando o Rito Escocês ainda não existia como tal, já que a sua primeira constituição é de 1801, quando foi criado o primeiro Supremo Conselho do mundo, em Charleston (EUA). Essa representação, portanto, é mais própria da Maçonaria britânica (e, também, da, alemã, através do Rito Schroeder).

b) No Rito Escocês Antigo e Aceito, a jóia do M∴ I∴, na realidade, é aquela que mostra a junção do Esquadro e do Compasso sobre o arco de Círculo, tendo, no centro, o Sol e o Olho (como é feito nos Estados Unidos da América).

c) Em alguns casos (ou algumas Obediências), a representação pictográfica da 47ª Proposição tem sido considerada como apanágio do Mestre Instalado que acaba de deixar o veneralato, sendo que, para os demais Mestres Instalados do Rito Escocês, é usada a composição do Esquadro, Compasso, Arco de Círculo, Sol e Olho.

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COLAR Somente deve ser usado pelas Luzes (Venerável e Vigilantes). O colar do Venerável é bordado (um ramo de acácia em cada lado) e o dos Vigilantes é sem bordado.

Do Venerável Dos Vigilantes

FAIXA É a alfaia de todos os Mestres, tendo pendente a jóia do 3º Grau ­ (Esquadro e Compasso entrelaçados). O Mestre que ocupa cargo terá a Jóia do Cargo substituindo a do 3º Grau.

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INGRESSO NO TEMPLO

1. CORTEJO Organizado na Sala dos Passos Perdidos, o cotejo assim se dirige ao Átrio. Quem dá a bateria na porta do Templo é o Cobridor Externo, se houver, ou o Mestre de Cerimônias na sua ausência, passando momentaneamente o bastão para a mão esquerda e batendo com a mão direta. Antes, o Mestre de Cerimônias dá com o seu bastão 1 (uma) pancada no solo, para chamar a atenção dos Obreiros. Em seguida, estando a rigor entre as filas, dá a bateria do grau em que a Loja vai funcionar, batendo no solo com o seu bastão.

2. RETARDATÁRIO Deve adentrar o Templo com as devidas formalidades e ser telhado (responder o Questionário).

Qualquer Obreiro do Quadro que chegue atrasado, ou visitante, a critério do Venerável Mestre, poderá ser submetido ao interrogatório constante do Ritual que é a parte complementar do telhamento o qual se constitui basicamente de sinal, toque e palavra.

O Obreiro que chegar à Loja depois de iniciados os trabalhos dará na porta do Templo a bateria universal (3 pancadas) e entrará com as devidas formalidades (sinal, marcha e saudação às Luzes). Não é de boa geometria o Venerável, a título de ganhar tempo, mandar o Obreiro entrar sem formalidades.

A saudação que o Obreiro retardatário faz no momento que estaciona de frente para o Oriente é dirigida ao Venerável Mestre e aos Vigilantes. As demais, ao cruzar o equador da Loja, são dirigidas ao DELTA SAGRADO.

CARGO “AD HOC” ­ O Obreiro que estiver ocupando um cargo não deve ser substituído com a chegada do Titular, exceção feita ao Venerável e aos titulares de cargos que estejam sendo ocupados por Adjuntos.

O único Obreiro do Quadro de uma Loja que, se chegar atrasado, tem direito de ser recebido de pé e à ordem é o Venerável Mestre.

Independente do grau em que a Loja esteja funcionando, o Obreiro que chegar atrasado dará apenas 3 (três) pancadas na porta do Templo. Se não for possível o

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seu ingresso naquele momento, o Guarda do Templo responderá com outras 3 (três).

3. VISITANTES A critério do Venerável, pode entrar com os Obreiros do Quadro (entrada em família) ou no momento oportuno (com formalidades, inclusive respondendo o Questionário).

4. AUTORIDADE O Protocolo de Recepção determina os procedimentos.

5. GRÃO­MESTRE Entra só ou acompanhado das autoridades por ele escolhidas. É recepcionado por uma Comissão de 12 membros armados de espadas que fazem a Abóbada de Aço quando da sua passagem entre colunas. Recebe o Malhete entre colunas (logo após passar pela Comissão de Recepção) e ao chegar ao Altar ocupa o "Trono" (cadeira central) e o Venerável ocupará a cadeira à sua esquerda.

6. BANDEIRA É a última a entrar e a primeira a sair. É recepcionada por Comissão de 13 membros (7 ao Norte e 6 ao Sul) que abaterão espadas (não abóbada de aço).

Se o Mestre de Cerimônias se incluir na formação da Guarda de Honra da Bandeira Nacional deverá estar armado de espada, senão, portará normalmente o Bastão que é o seu instrumento de trabalho (isso no Rito Escocês Antigo e Aceito, pois no Rito Adonhiramita, por exemplo, o seu instrumento de trabalho é a espada).

CIRCUNVOLUÇÃO NO TEMPLO

Não há circulação padronizada antes da abertura da Loja (antes da leitura da Bíblia).

Enquanto a Loja estiver aberta (enquanto não for fechado o Livro da Lei), a circulação entre as Colunas (Norte e Sul) será feita no sentido horário, isto é, sentido do movimento dos ponteiros do relógio, em torno do Painel, e sem o sinal de ordem.

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Uma regra que ajuda o Obreiro a memorizar circunvolução em Loja é ter em mente que ao fazer o giro em torno do Painel seu braço direito deve estar sempre voltado para o lado de dentro do círculo.

No Oriente não se exige circulação padronizada nem antes e nem depois da abertura da Loja. O que se exige do Obreiro é que ao entrar no Oriente o faça pela região Nordeste (seu lado esquerdo) e quando dele sair o faça pela região Sudeste (também pelo lado esquerdo de quem sai).

EM TORNO DO PAINEL ­ Somente depois da abertura do Livro da Lei.

ROTEIRO DE UMA SESSÃO

Os tópicos da sessão maçônica são definidos no Rito que é praticado pela Loja, mas, de maneira geral, são:

§ ABERTURA Quem abre o Livro da Lei deve segurá­lo com as duas mãos, ou somente com a mão esquerda compondo o Sinal de ordem com a direita, ou ainda colocá­lo sobre o Altar, em posição de leitura, compondo o Sinal normalmente enquanto lê o texto apropriado.

§ BALAÚSTRE Se houver emendas, o Venerável submeterá o Balaústre à votação, depois da discussão das emendas e conclusões do Orador. As emendas serão consignadas na Ata que está sendo lavrada naquela sessão. O Obreiro que não participou da sessão cujo Balaústre esteja sendo discutido não deve votá­lo (deverá ficar de pé e à ordem, em sinal de abstenção).

§ EXPEDIENTE O Venerável não deve utilizar o 1º Diácono para levar papéis para o Secretário. O Oficial itinerante da Loja é o Mestre de Cerimônias.

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§ SACO DE PROPOSTAS E INFORMAÇÕES O Mestre de Cerimônias deve deitar o conteúdo do Saco sobre o Altar e não entregá­lo cerrado ao Venerável. Em seguida deve ocupar o seu lugar. O Venerável antes de anunciar o conteúdo, deve mostrar que o Saco está de fato completamente vazio.

A conferência do produto do Saco, feita pelo Venerável, deve ser assistida de perto pelo Orador e pelo Secretário e não à distância (em seus lugares), fazendo de contas que assistem a contagem das peças.

§ ORDEM DO DIA Momento destinado exclusivamente à apreciação de matéria: discussão e votação.

Quando o Venerável pergunta ao Secretário se tem algum Irmão inscrito na Ordem do Dia, ele está na verdade querendo saber se existe algum relator inscrito para apresentar parecer de comissão para ser discutido e votado; ou algum Irmão que deseja apresentar matéria urgente, que independa de parecer de comissão, para ser discutida e votada naquela sessão.

Toda matéria, antes de ser votada deve receber a conclusão do Orador. Ele deve fazer uma conclusão objetiva, se atendo unicamente aos aspectos legais da questão, não emitindo opinião pessoal nem a favor nem contra a matéria.

Para evitar que se vote em conclusão tendenciosa, o Venerável deve evitar o Chavão: "quem concorda com as conclusões do Orador queira fazer o sinal de costume". Uma melhor maneira de proceder seria dizer, por exemplo: "a matér ia está em votação, quem aprova faça o sinal de costume".

§ ENTRADA DE VISITANTES

Será recebido neste momento ou quando o Venerável achar conveniente, mas nunca depois de corrido o Tronco da Beneficência.

O visitante, a critério do Venerável Mestre, poderá ser submetido ao interrogatório constante do Ritual que é a parte complementar do telhamento o qual se constitui basicamente de sinal, toque e palavra.

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O visitante que chegar depois de iniciados os trabalhos deve entrar no Templo com as devidas formalidades (compor o sinal, executar a marcha e saudar as Luzes).

§ ESCRUTÍNIO SECRETO O Escrutínio Secreto é feito utilizando uma urna e cédulas, ou bolas pretas e brancas. Cédulas para eleições e bolas para os demais casos.

§ INICIAÇÃO, FILIAÇÃO, REGULARIZAÇÃO Só terão valor, se feitas à vista do respectivo “Placet” (autorização) emitido pela Obediência.

§ INSTRUÇÃO Pode ser as do Ritual (que a Loja não deve deixar de ministrar) ou outras que o Venerável autorize a apresentação.

§ TRONCO DE BENEFICÊNCIA O Tronco circula conforme está descrito no Ritual.

O Tronco da Solidariedade deve ser conferido pelo Orador e não pelo Tesoureiro. Alguns maçons pensam que esse procedimento é uma afronta à honestidade do Tesoureiro, mas esse pensamento é errado. A verdade é que o Orador ao conferir e anunciar o produto da coleta está legalizando o fato e, exatamente, isentando o Tesoureiro de possíveis suspeitas de desonestidade.

Em Loja aberta não deve ser corrido outro tronco que não seja o da Beneficência. Qualquer outra coleta (para construção, aquisição de bens) deve ser feita fora do Templo e com outro nome.

Não é permitido retirar metais do Tronco da Beneficência durante a sua circulação. Se o Irmão necessitar de metais, deverá procurar o Hospitaleiro para que, com autorização do Venerável, a Tesouraria preste o devido socorro.

É errado, ao colocar sua contribuição no Saco da Solidariedade, o Obreiro dizer que o faz por ele e por Irmãos ausentes ou Lojas, pois a contribuição é sempre pessoal.

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Nas sessões públicas (brancas) não é permitido correr o Tronco de Solidariedade entre os profanos. A circulação do Tronco deve acontecer depois que os profanos deixarem o Templo.

Qualquer Obreiro ao sair do Templo durante as sessões, deve colocar sua contribuição no Saco de Solidariedade, saudar as Luzes (Venerável e Vigilantes) e sair normalmente. E não de costas, como se vê em algumas Lojas, ou fazendo salamaleques.

§ A PALAVRA A BEM DA ORDEM O Obreiro que solicita a Palavra deve fazê­lo mediante uma batida de mãos e estender o braço direito na horizontal a fim de que seja identificado pelo Vigilante da sua Coluna, devendo permanecer sentado até que seja autorizado a falar.

O Obreiro é obrigado, ao levantar­se, compor o Sinal e assim permanecer enquanto fala ou até quando o Venerável mandar desfazê­lo (se assim achar por bem). É errado pedir para desfazer o Sinal e mais errado ainda é desfazê­lo por conta própria.

Se a Palavra retornar às Colunas, a pedido de um Obreiro, através de seu Vigilante, (para algum esclarecimento) não irá diretamente para quem solicitou o retorno. Fará um novo giro completo: Coluna do Sul, Coluna do Norte e voltando ao Oriente. Quando da sua passagem, qualquer Obreiro que ainda tenha algo a acrescentar ao assunto que esteja sendo tratado poderá fazer uso da mesma.

Somente Mestre Maçom pode “falar entre Colunas”. E isto só é permitido se o Vigilante da Coluna que o Mestre estiver ocupando negar­se a comunicar o pedido da Palavra ao Venerável. Neste caso, o Mestre coloca­se entre as Colunas (Norte e Sul) e pede a Palavra diretamente ao Venerável.

Somente o Venerável tem o direito de conceder, negar ou cassar o uso da Palavra a um Obreiro.

O Vigilante deve comunicar ao Venerável todos os pedidos da Palavra dos Obreiros da sua Coluna, um pedido de cada vez. O Ritual diz que o Vigilante “pede a Palavra por um golpe de malhete e esta lhe é concedida da mesma forma pelo Venerável”. Isto é correto, desde que a solicitação seja para uso próprio do Vigilante e não para repassar a Obreiros.

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Todos os Obreiros que têm assento no Oriente podem falar sentados, tanto as Dignidades da Ordem quanto os que ocupam cargo na Loja, podendo, entretanto, falar de pé, se assim o quiser, mas o Venerável falará sempre sentado.

De todos os Obreiros que tomam assento no Ocidente da Loja (fora do Oriente), somente os Vigilantes podem falar sentados. Nem mesmo os que ocupam mesas como o Tesoureiro e o Chanceler têm esse direito.

§ ENCERRAMENTO Na retransmissão da Palavra os Diáconos fazem o contorno do Painel porque a Loja continua aberta.

A conclusão do Orador por ocasião do Encerramento deve ser objetiva e calcada no resumo de tudo que foi tratado na sessão, pois não é momento de fazer discurso nem proselitismo religioso ou político. O Orador deve saudar os visitantes sem citar os seus nomes, porque isso já deve ter sido feito pelo Chanceler quando a Palavra transitou pela Coluna do Sul (mencionando inclusive o nome de suas Lojas).

Se o Orador desejava externar pontos de vista pessoais devia tê­lo, feito por ocasião da Palavra a bem da Ordem, pois tem esse direito como qualquer outro Obreiro.

*** | ***

A Constituição do GOIERN não especifica os Ritos que as Lojas subordinadas podem praticar, do que se infere que pode ser qualquer um que a Oficina escolher para adotar. O art. 125 do Regulamento Geral, que relaciona os documentos necessários à fundação de uma Loja, diz no seu inciso IV apenas que deve ser informado o Rito adotado, sem citar nenhum em particular, o que reforça a idéia de que pode ser qualquer um conhecido. Atualmente todas as Lojas do GOIERN praticam somente o Rito Escocês Antigo e Aceito, cujo roteiro da sessão está definido no Ritual do grau de Aprendiz.

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ALGUMAS PARTICULARIDADES

Ø HOMENAGEM À BANDEIRA A Bandeira ao adentrar o Templo se coloca no espaço compreendido entre a porta e a formação da Comissão de Recepção para que, estando parada, seja executado o Hino Nacional.

O Hino Nacional deve ser instrumental, pois nesse momento ele está sendo executado em continência à Bandeira como se ela estivesse sendo incorporada a um desfile militar. No momento da sua execução as espadas da Comissão de Recepção devem ser abatidas.

Na passagem entre as fileiras da Comissão de recepção não se faz a abóbada de aço e sim abatem­se espadas (continência de quem está armado).

A saudação é feita quando a Bandeira ainda está no seu pedestal e quem a saúda não deve tocar o seu tecido. Somente depois de terminada a saudação é que se reconstitui a Guarda de Honra e ela é retirada pelo Porta­Bandeira para que seja dado início à saída. Antes, porém é cantado o Hino à Bandeira (todo ou apenas duas estrofes).

A Comissão de Recepção também é recomposta e procede como por ocasião da entrada. Feita a retirada, o Venerável manda que seja desmobilizada a Guarde de Honra e a Comissão de Recepção e que todos retomem os seus lugares.

Ø HOMENAGEM A MAÇOM FALECIDO A homenagem que os maçons prestam a um Irmão morto é a Bateria Surda ou Fúnebre, que consiste em 3 (três) pancadas dadas com a mão direita sobre o ante­ braço esquerdo (sobre a manga do paletó ou balandrau). O minuto de silêncio é homenagem profana.

Ø TRAJETO FORMAL DO SACO DE PROPOSTAS

ESTRELA DE DAVI A formação da Estrela de Davi (os dois triângulos) no início do trajeto do Saco de Propostas e do Tronco da Beneficência tem duas interpretações esotéricas:

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1º ­ Pode representar as duas naturezas humanas: masculina e feminina que se interpenetram e se harmonizam formando uma figura inteiramente nova. Graças a isso a Estrela 'é considerada o símbolo do matrimônio perfeito e, por extensão, a eternidade, pela perpetuação da espécie, já que simboliza o macho e a fêmea, que se unem para formar um novo ser (a figura inteiramente nova).

2º ­ Pode representar a relação Espírito­Matéria, como se segue: o triângulo de ápice superior representa os atributos da espiritualidade, enquanto que o de ápice inferior simboliza os atributos da materialidade.

RITUALISMO MAÇÔNICO

O momento mais apropriado para se observar o ritualismo maçônico é durante o desenrolar de uma sessão, por isso, uma instrução de ritualística será mais proveitosa se ministrada numa sessão simulada para mostrar, por exemplo, como o Obreiro deve circular corretamente no Templo; como o retardatário deve ter acesso ao Templo (entrada com formalidade) e como deve ser recebido (respondendo o questionário complementar do telhamento); como o Hospitaleiro deve circular com o Tronco da Beneficência, etc. O Ritualismo é embasado em regras que não podem ser negligenciadas, dentre as quais, a seguir, citaremos algumas delas.

REGRAS RITUALÍSTICAS E DE COMPORTAMENTO MAÇÔNICO

Não são feitos sinais quando se circula normalmente pelo Templo, nem quando se está sentado (exceção na entrada ritualística). Há um comportamento absurdo por parte de alguns Obreiros que, sentados, fazem sinal como se estivesse se benzendo antes de colocar a sua contribuição no Saco da Beneficência. Isso deve ser coibido pelo Venerável.

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Não se faz sinal com instrumento de trabalho. Se for possível, transfere­se o instrumento para a mão esquerda e faz­se o sinal normalmente com a mão direita.

Não se faz o Sinal de ordem antes da abertura dos trabalhos, exceção feita ao momento em que se verifica a qualidade maçônica dos presentes.

Não é regular a sessão aberta com um só golpe de malhete.

A Palavra Semestral deve ser Transmitida somente na Cadeia de União, salvo em casos de extrema necessidade; viagem, por exemplo, quando o Venerável reservadamente a transmite ao Irmão que vai se ausentar do Oriente da Loja.

Não pode haver acúmulo de outro procedimento com a sessão de iniciação, a não ser filiação.

Nos Templos em que existem degraus separando o Oriente do Ocidente (que não é obrigatório), o Obreiro deve subir normalmente e não com passos em esquadria.

Aprendizes e Companheiros não podem ter acesso ao Oriente que é o fim da escalada iniciática, só acessível aos Mestres. Da mesma maneira os Aprendizes não devem ter acesso à Coluna dos Companheiros. É grave erro o Venerável convidar Aprendizes e Companheiros para comparecer ao Oriente, a fim de receber mimos ou documentos maçônicos. Se algo tiver de ser entregue a esses Irmãos, isso deve acontecer nos seus respectivos lugares, através do Venerável ou de outro Irmão por sua delegação. Se um visitante, Aprendiz ou Companheiro, estiver representando a sua Loja, mesmo nessa condição, deve ocupar o seu respectivo lugar.

Profanos também não podem subir ao Oriente. Os homens devem tomar assento na Coluna do Norte e as senhoras na Coluna do Sul.

Nenhum Obreiro pode sair do Templo sem autorização do Venerável. Sendo autorizado, e for sair definitivamente, deve antes colocar no Tronco a sua contribuição.

Se a Loja possuir Cobridor Externo, este ficará no átrio durante a cerimônia de abertura da sessão, entrando depois e ocupando o seu lugar a noroeste; só sairá se alguém bater à porta do Templo.

Sempre que um Maçom apresentar­se à porta do Templo deverá ser telhado pelo Cobridor (toques, sinais e palavras).

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A hora em que os maçons, simbolicamente, iniciam os seus trabalhos é ao meio­dia porque é a hora do sol a pino quando os objetos não projetam sombra, é o momento da mais absoluta igualdade, pois ninguém faz sombra a ninguém. Esse costume tem origem na escola de mistério denominada masdeismo, fundada por Zoroastro ou Zaratustra que admitia os seus alunos ao meio dia e os dispensava à meia noite, encerrando os trabalhos com ágape.

O Irmão visitante deve entrar no Templo no momento previsto no Ritual, entretanto, a critério do Venerável, poderá entrar juntamente com os Obreiros do Quadro (entrada em família) ou noutro momento achado mais adequado, mas nunca depois da circulação do Saco da Solidariedade.

Se um Obreiro do Quadro chegar atrasado à Loja, não poderá entrar durante o processo de votação de proposta, já que não participou da discussão; também não poderá entrar depois da circulação do Tronco e nem durante a abertura ritualística da sessão.

Não é permitida a circulação de Tronco que não seja para a Beneficência. Qualquer outra coleta de metais, seja em prol de construção, ou com outro propósito qualquer, deve ser feita fora do Templo e com outra denominação

Em qualquer cerimônia em que se empregue o uso de velas estas devem ser apagadas com abafador e nunca sopradas.

As luzes do Altar (do Venerável) e das mesas dos Vigilantes devem ser acesas antes do início da sessão (operação que deve ser feita pelo Arquiteto quando da preparação do Templo).

A presença de foco de luz nas mesas do Orador, Secretário, Tesoureiro e Chanceler não têm nenhum significado simbólico, nem esotérico, servem apenas para auxiliar na leitura, portanto, é opcional estarem ou não acesas durante a sessão.

Somente o Venerável Mestre ou outro Mestre Instalado é quem pode conferir o grau e sagrar o candidato à iniciação, elevação e exaltação.“Sagr ar”, neste caso, tem o sentido de conferir a dignidade do grau e não tornar santo.

Somente o maçom eleito para o Veneralato pode receber a dignidade de Mestre Instalado, depois de passar pela cerimônia de instalação. Se uma sessão de iniciação estiver sendo dirigida por um substituto legal do Venerável Mestre que

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não seja Mestre Instalado, deverá no momento oportuno convidar um Mestre Instalado presente para conferir o grau ao iniciando.

Pedido da palavra “pela ordem” significa que o Obreiro quer chamar a atenção para o cumprimento da ordem dos trabalhos, e isso só pode acontecer quando o dirigente da sessão inverteu a ordem dos trabalhos ou deixou de executar algum item. Muitos maçons pensam que a expressão “falar pela ordem” significa “falar pela Ordem Maçônica”, o que é um grande erro.

A proibição de Aprendiz falar em Loja é apenas simbólica e tem origem nas práticas das antigas escolas iniciáticas, especialmente do pitagorismo em que o Akoustikoi (Ouvinte), grau correspondente ao do Aprendiz, se limitava a ouvir e aprender. No caso do Aprendiz maçom é claro que ele pode falar de assuntos técnicos, das suas atividades profissionais, dar informações gerais, etc., o que não deve fazer é se aventurar a falar de assuntos maçônicos, porque ainda não tem nem o conhecimento e nem a maturidade necessária para isso.

Não é permitido ao Obreiro passar de uma para outra Coluna ou ir para o Oriente para usar da Palavra, por ocasião das discussões de propostas e circulação da Palavra a bem da Ordem. O único Obreiro que fala de qualquer ponto da Loja onde a Palavra o alcançar, inclusive do Oriente, é o Mestre de Cerimônias, em face da atividade itinerante própria do seu cargo.

No transcurso da sessão de iniciação não é permitido dispensar nenhuma formalidade ritualística, especialmente as ações inerentes ao “Cobr idor do Grau” (marcha, sinal, palavra, etc.) que devem ser tratadas na mesma sessão da iniciação.

No Rito Escocês Antigo e Aceito a Cadeia de União só deve ser formada exclusivamente para a transmissão da Palavra Semestral. No Rito Schroeder é formada ao final de cada sessão e noutros Ritos ela pode ser formada para festejar boas notícias referentes a Irmãos.

Nas Lojas Simbólicas só deve ser mencionado no Livro de Presenças o grau simbólico podendo, entretanto, ser mencionada a qualidade de Mestre Instalado (M∴I∴), quando for o caso.

Não existe tempo pré­determinado para a duração de uma sessão maçônica, já que depende do assunto a ser tratado, entretanto, se recomenda que esse tempo não vá além de duas horas.

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Quando da entrada da Bandeira no Templo maçônico, o Hino Nacional deve ser executado apenas instrumentalmente. Neste momento o Hino é executado em continência à Bandeira. É como se a Bandeira estivesse sendo incorporada a um desfile militar. Entretanto, o costume de se cantar o Hino nessa ocasião está tão arraigado que dificilmente se conseguirá corrigir essa anomalia. Acredito que não existe em nenhuma Loja maçônica um disco que contenha o Hino Nacional executado apenas instrumentalmente. O Hino cantado é legalmente permitido por ocasião do hasteamento da Bandeira nos estabelecimentos de ensino particulares e públicos, pelo menos uma vez por mês; em cerimônias esportivas e cívicas; e não para homenagear a Bandeira Nacional.

Terminada a execução do Hino Nacional, a Bandeira deve ser conduzida desfraldada e na vertical, sem que o seu tecido toque o corpo de quem a conduz (Porta­Bandeira). A Bandeira deve ficar no seu lugar até o momento da sua retirada do Templo, portanto, deve receber a saudação ainda no seu pedestal

Quem saúda a Bandeira não pode tocar o seu tecido. É um grande sacrilégio cometido contra o maior Símbolo Nacional beijar o seu tecido como fazem alguns quando estão fazendo a saudação.

Somente depois de terminada a saudação é que a Bandeira deve ser retirada do seu lugar, ocasião em que é entoado o Hino à Bandeira (pode ser apenas duas estrofes). Enquanto é entoado o Hino, poderá a Bandeira iniciar a sua saída (com as mesmas formalidades da entrada).

A posição a rigor é aquela em que o braço e o antebraço colados ao corpo formam uma esquadria (ângulo reto) e o instrumento de trabalho (espada, bastão) seguro pela mão direita se mantém na posição vertical (o tórax não deve ser cruzado pelo antebraço).

OBSERVAÇÃO: Para se praticar o Hino Nacional e reverenciar a Bandeira, existem regras próprias estabelecidas na Lei 5.700 de 01.09.1971, alterada pela Lei nº 8.421 de 11.05.1992, que rege os Símbolos Nacionais. Para se praticar o Hino à Bandeira não existe lei regulamentando o assunto, por isso pode ser executado por inteiro ou parcialmente no momento da retirada do Templo do Pavilhão Nacional.