seminário: a inclusÃo da pessoa com deficiÊncia no mercado de trabalho ana carolina fuliaro...

54
Seminário: Seminário: A INCLUSÃO DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA A INCLUSÃO DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA NO MERCADO DE TRABALHO NO MERCADO DE TRABALHO Ana Carolina Fuliaro Cibelle Linero Goldfarb Márcia Cunha Silvio Beltramelli Neto Tadeu Henrique Lopes da Cunha São Paulo, 19 de maio de 2010 Universidade de São Paulo Universidade de São Paulo Faculdade de Direito Faculdade de Direito Curso de Pós-Graduação Curso de Pós-Graduação Stricto Sensu Stricto Sensu Disciplina: Exclusão social e políticas de inclusão social Disciplina: Exclusão social e políticas de inclusão social Professor Associado Doutor Marcus Orione Professor Associado Doutor Marcus Orione Gonçalves Correia Gonçalves Correia

Upload: kleber-teves-pinto

Post on 07-Apr-2016

213 views

Category:

Documents


1 download

TRANSCRIPT

Page 1: Seminário: A INCLUSÃO DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA NO MERCADO DE TRABALHO Ana Carolina Fuliaro Cibelle Linero Goldfarb Márcia Cunha Silvio Beltramelli Neto

Seminário: Seminário: A INCLUSÃO DA PESSOA COM A INCLUSÃO DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA NO MERCADO DE DEFICIÊNCIA NO MERCADO DE

TRABALHOTRABALHOAna Carolina Fuliaro

Cibelle Linero GoldfarbMárcia Cunha

Silvio Beltramelli NetoTadeu Henrique Lopes da Cunha

São Paulo, 19 de maio de 2010

Universidade de São PauloUniversidade de São PauloFaculdade de DireitoFaculdade de Direito

Curso de Pós-Graduação Curso de Pós-Graduação Stricto SensuStricto SensuDisciplina: Exclusão social e políticas de inclusão Disciplina: Exclusão social e políticas de inclusão

socialsocialProfessor Associado Doutor Marcus Orione Gonçalves Professor Associado Doutor Marcus Orione Gonçalves

CorreiaCorreia

Page 2: Seminário: A INCLUSÃO DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA NO MERCADO DE TRABALHO Ana Carolina Fuliaro Cibelle Linero Goldfarb Márcia Cunha Silvio Beltramelli Neto

1.CONTEXTUALIZAÇÃO1.CONTEXTUALIZAÇÃO1.1.sociedade e deficiência: aspectos 1.1.sociedade e deficiência: aspectos históricoshistóricos

Page 3: Seminário: A INCLUSÃO DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA NO MERCADO DE TRABALHO Ana Carolina Fuliaro Cibelle Linero Goldfarb Márcia Cunha Silvio Beltramelli Neto

1.CONTEXTUALIZAÇÃO1.CONTEXTUALIZAÇÃO1.1.sociedade e deficiência: aspectos 1.1.sociedade e deficiência: aspectos históricos históricos (cont.)(cont.)

Page 4: Seminário: A INCLUSÃO DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA NO MERCADO DE TRABALHO Ana Carolina Fuliaro Cibelle Linero Goldfarb Márcia Cunha Silvio Beltramelli Neto

1.CONTEXTUALIZAÇÃO1.CONTEXTUALIZAÇÃO1.2.sociedade e deficiência: aspectos 1.2.sociedade e deficiência: aspectos sociológicossociológicos Família e pessoa portadora de deficiência Uso de expressões pejorativas Violência intrafamiliar Pessoa Portadora de Deficiência x Deficiente x Pessoa

com Necessidades Especiais Deficiência e Incapacidade Evolução da Medicina: nova visão das capacidades das

pessoas portadoras de deficiência Despreparo nos programas reabilitacionais

Page 5: Seminário: A INCLUSÃO DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA NO MERCADO DE TRABALHO Ana Carolina Fuliaro Cibelle Linero Goldfarb Márcia Cunha Silvio Beltramelli Neto

1.CONTEXTUALIZAÇÃO1.CONTEXTUALIZAÇÃO1.3.sociedade e deficiência: dados 1.3.sociedade e deficiência: dados estatísticosestatísticosCenso IBGE 2000: 24,6 milhões de pessoas

portam alguma deficiência, das quais 9 milhões empregadas

OMS: estima 10% da população de um país – com deficiência

Censo Escolar 2001: aumento de 374 mil (1999) para 404 mil (2001)

Censo Educação Superior 2005 – de 2155 para 6022 matriculados em 5 anos

Programa de Acessibilidade ao Ensino Superior - Incluir

Page 6: Seminário: A INCLUSÃO DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA NO MERCADO DE TRABALHO Ana Carolina Fuliaro Cibelle Linero Goldfarb Márcia Cunha Silvio Beltramelli Neto

1.CONTEXTUALIZAÇÃO1.CONTEXTUALIZAÇÃO1.4.matrículas inclusivas1.4.matrículas inclusivas

Tabela I. Informações referentes às escolas Municipais e Estaduais dos municípios A, B e C .

Alunos incluídos na Município A Município B Município C classe regular Mun. Est. Mun. Est. Mun. Est. Total

Total de Escolas 6 3 4 5 4 1 23 Total de alunos 1599 2451 1600 4293 1221 1064 12228 Total PNEE's* 16 30 30 109 12 4 201 Total Incluído 16 10 25 64 12 4 131

Incluídos na 6ª série 3 0 1 4 2 0 10 Incluídos DA* 2 0 3 4 1 0 10 Incluídos DV * 3 2 0 0 2 0 7 Incluídos DF* 2 0 3 1 3 0 9 Incluídos DM* 0 1 1 4 2 2 10

Transtorno Bipolar 1 0 0 3 0 0 4 Sindrome de Down 0 0 1 0 0 1 2

Sindrome de Willians 0 0 1 0 0 0 1 Hiperatividade 0 1 2 0 1 0 4

Dificuldade na fala 1 1 1 0 2 0 4 Esquizofrenia 0 0 0 0 1 0 1

Paralisia cerebral 0 0 0 0 0 1 1 Dif. Aprendizagem 5 5 10 50 0 0 70

Outros 2 0 3 2 0 0 7 * (PNEE's (Portadores de Necessidades Educacionais Especiais);DA (Deficiência

Auditivo); DV (Deficiência Visual); DF(Deficiência Físico); DM (Deficiência Múltipla)).

Page 7: Seminário: A INCLUSÃO DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA NO MERCADO DE TRABALHO Ana Carolina Fuliaro Cibelle Linero Goldfarb Márcia Cunha Silvio Beltramelli Neto

1.CONTEXTUALIZAÇÃO1.CONTEXTUALIZAÇÃO1.5.inclusão de minorias e Direitos Humanos1.5.inclusão de minorias e Direitos HumanosTeoria e prática dos DH percorrem caminhos

distintos e em velocidades diferentes*

Universalização: de cidadãos detentores de direitos humanos dentro de um Estado, para cidadãos do mundo

*Fonte: BOBBIO, Norberto. Direitos do Homem e Sociedade. In A era dos direitos.

Page 8: Seminário: A INCLUSÃO DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA NO MERCADO DE TRABALHO Ana Carolina Fuliaro Cibelle Linero Goldfarb Márcia Cunha Silvio Beltramelli Neto

1.CONTEXTUALIZAÇÃO1.CONTEXTUALIZAÇÃO1.5.inclusão de minorias e Direitos 1.5.inclusão de minorias e Direitos Humanos Humanos (cont.)(cont.)Causas da multiplicação (proliferação) dos DH

◦ Aumento da quantidade de bens merecedores de tutela Dos direitos de liberdade para os direitos econômicos e

sociais◦ Extensão da titularidade de alguns direitos a

sujeitos diferentes do homem Família, toda humanidade (considerada conjuntamente),

futuras gerações, natureza, animais, etc◦ Passagem do “homem genérico” ao “homem

específico”, considerados os diversos status sociais, baseados em diferentes critérios (sexo, idade, condição física e econômica) Mulher, criança, idoso, trabalhadores assalariados,

deficientes (crônicos, temporários, mentais, etc), pobres, desempregados, apátridas

Page 9: Seminário: A INCLUSÃO DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA NO MERCADO DE TRABALHO Ana Carolina Fuliaro Cibelle Linero Goldfarb Márcia Cunha Silvio Beltramelli Neto

1.CONTEXTUALIZAÇÃO1.CONTEXTUALIZAÇÃO1.6.ações afirmativas1.6.ações afirmativasInstrumento voltado à efetividade que

deveria decorrer da multiplicação dos DH, no que diz respeito às questões de grupo, especialmente aquelas ligadas à igualdade e aos direitos sociais

Baseada no tratamento de desiguais, na medida da desigualdade (Aristóteles)

Implementação de ações afirmativas mediante o artifício da cota

Page 10: Seminário: A INCLUSÃO DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA NO MERCADO DE TRABALHO Ana Carolina Fuliaro Cibelle Linero Goldfarb Márcia Cunha Silvio Beltramelli Neto

2.A MATÉRIA NO PLANO INTERNACIONAL2.A MATÉRIA NO PLANO INTERNACIONAL2.1.normas internacionais2.1.normas internacionais

Page 11: Seminário: A INCLUSÃO DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA NO MERCADO DE TRABALHO Ana Carolina Fuliaro Cibelle Linero Goldfarb Márcia Cunha Silvio Beltramelli Neto

2.A MATÉRIA NO PLANO INTERNACIONAL2.A MATÉRIA NO PLANO INTERNACIONAL2.1.normas internacionais 2.1.normas internacionais (cont.)(cont.)

Page 12: Seminário: A INCLUSÃO DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA NO MERCADO DE TRABALHO Ana Carolina Fuliaro Cibelle Linero Goldfarb Márcia Cunha Silvio Beltramelli Neto

2.A MATÉRIA NO PLANO INTERNACIONAL2.A MATÉRIA NO PLANO INTERNACIONAL2.1.normas internacionais 2.1.normas internacionais (cont.)(cont.)

Page 13: Seminário: A INCLUSÃO DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA NO MERCADO DE TRABALHO Ana Carolina Fuliaro Cibelle Linero Goldfarb Márcia Cunha Silvio Beltramelli Neto

2.A MATÉRIA NO PLANO INTERNACIONAL2.A MATÉRIA NO PLANO INTERNACIONAL2.1.normas internacionais 2.1.normas internacionais (cont.)(cont.)

Page 14: Seminário: A INCLUSÃO DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA NO MERCADO DE TRABALHO Ana Carolina Fuliaro Cibelle Linero Goldfarb Márcia Cunha Silvio Beltramelli Neto

2. A MATÉRIA NO PLANO 2. A MATÉRIA NO PLANO INTERNACIONALINTERNACIONAL2.2.direito comparado2.2.direito comparado 1.PORTUGAL: art. 28, da Lei n. 38/04, estabelece a

cota de até 2% de trabalhadores com deficiência para a iniciativa privada e de, no mínimo, 5% para a administração pública.

2.ESPANHA: a Lei n. 66/97 ratificou o art. 4° do Decreto Real n. 1.451/83, o qual assegura o percentual mínimo de 2% para as empresas com mais de 50 trabalhadores fixos. Já a Lei n. 63/97 concede uma gama de incentivos fiscais, com a redução de 50% das cotas patronais da seguridade social.

3.FRANÇA: o Código do Trabalho Francês, em seu art. L323-1, reserva postos de trabalho no importe de 6% dos trabalhadores em empresas com mais de 20 empregados.

Page 15: Seminário: A INCLUSÃO DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA NO MERCADO DE TRABALHO Ana Carolina Fuliaro Cibelle Linero Goldfarb Márcia Cunha Silvio Beltramelli Neto

2. A MATÉRIA NO PLANO 2. A MATÉRIA NO PLANO INTERNACIONALINTERNACIONAL2.2.direito comparado 2.2.direito comparado (cont)(cont) 4.ITÁLIA: a Lei n° 68/99, no seu art. 3°, estabelece que os

empregadores públicos e privados devam contratar pessoas com deficiência na proporção de 7% de seus trabalhadores, no caso de empresas com mais de 50 empregados; duas pessoas com deficiência, em empresas com 36 a 50 trabalhadores; e uma pessoa com deficiência, se a empresa possuir entre 15 e 35 trabalhadores.

5. ALEMANHA: a lei alemã estabelece para as empresas com mais de 16 empregados uma cota de 6%, incentivando uma contribuição empresarial para um fundo de formação profissional de pessoas com deficiência.

6.ÁUSTRIA: a lei federal reserva 4% das vagas para trabalhadores com deficiência nas empresas que tenham mais de 25, ou admite a contribuição para um fundo de formação profissional.

Page 16: Seminário: A INCLUSÃO DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA NO MERCADO DE TRABALHO Ana Carolina Fuliaro Cibelle Linero Goldfarb Márcia Cunha Silvio Beltramelli Neto

2. A MATÉRIA NO PLANO 2. A MATÉRIA NO PLANO INTERNACIONALINTERNACIONAL2.2.direito comparado 2.2.direito comparado (cont)(cont) 7.BÉLGICA: existe sistema de cotas, porém, não há um percentual

legal para a iniciativa privada. Este é negociado por sindicatos e representantes patronais para cada ramo da economia.

8.HOLANDA: o percentual varia de 3% a 7%, sendo este firmado por negociação coletiva, dependendo do ramo de atuação e do tamanho da empresa.

9.IRLANDA: a cota é de 3%, sendo aplicável somente para o setor público.

10.REINO UNIDO: o Disability Discrimination Act (DDA), de 1995, trata da questão do trabalho, vedando a discriminação de pessoas com deficiência em relação ao acesso, conservação e progresso no emprego. Estabelece, também, medidas organizacionais e físicas, para possibilitar o acesso de pessoas com deficiência. O Poder Judiciário pode fixar cotas, desde que provocado e de que se constate falta de correspondência entre o percentual de empregados com deficiência existente na empresa e no local onde a mesma se situa.

Page 17: Seminário: A INCLUSÃO DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA NO MERCADO DE TRABALHO Ana Carolina Fuliaro Cibelle Linero Goldfarb Márcia Cunha Silvio Beltramelli Neto

2. A MATÉRIA NO PLANO 2. A MATÉRIA NO PLANO INTERNACIONALINTERNACIONAL2.2.direito comparado 2.2.direito comparado (cont)(cont) 11.ARGENTINA: a Lei n. 25.687/98 estabelece um percentual de,

no mínimo, 4% para a contratação de servidores públicos. Estendem-se, ademais, alguns incentivos para que as empresas privadas também contra tem pessoas com deficiência.

12. COLÔMBIA: a Lei n° 361/97 concede benefícios de isenções de tributos nacionais e taxas de importação para as empresas que tenham, no mínimo, 10% de seus trabalhadores com deficiência.

13. URUGUAI: a Lei n° 16.095 estabelece, em seu art. 42, que 4% dos cargos vagos na esfera pública deverão ser preenchidos por pessoas com deficiência e, no art. 43, exige, para a concessão de bens ou serviços públicos a particulares, que estes contratem pessoas com deficiência, mas não estabelece qualquer percentual.

14. VENEZUELA: a Lei Orgânica do Trabalho, de 1997, fixa uma cota de uma pessoa com deficiência a cada 50 empregados.

Page 18: Seminário: A INCLUSÃO DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA NO MERCADO DE TRABALHO Ana Carolina Fuliaro Cibelle Linero Goldfarb Márcia Cunha Silvio Beltramelli Neto

2. A MATÉRIA NO PLANO 2. A MATÉRIA NO PLANO INTERNACIONALINTERNACIONAL2.2.direito comparado 2.2.direito comparado (cont)(cont) 15.ESTADOS UNIDOS DA AMÉRICA: inexistem cotas legalmente fixadas, uma

vez que as medidas afirmativas dessa natureza decorrem de decisões judiciais, desde que provada, mesmo estatisticamente, a falta de correspondência entre o número de empregados com deficiência existente em determinada empresa e aquele que se encontra na respectiva comunidade. ◦ O American with Disabilities Act of 1990 (ADA)* complementa as disposições do Civil

Rights Act of 1964 e trata do trabalho de pessoas com deficiência, detalhando as características físicas e organizacionais que devem ser adotadas obrigatoriamente por todas as empresas para receber pessoas com deficiência como empregadas. Prevê a proibição de práticas discriminatórias em face das pessoas portadoras de deficiência ou em face do empregado com relação de parentesco com alguma pessoa portadora de deficiência.

16. JAPÃO: a Lei de Promoção do Emprego para Portadores de Deficiência, de 1998, fixa o percentual de 1,8% para as empresas com mais de 56 empregados, havendo um fundo mantido por contribuições das empresas que não cumprem a cota, fundo este que também custeia as empresas que a preenchem.

17.CHINA: a cota oscila de 1,5% a 2%, dependendo da regulamentação de cada município.

*Disponível em: <www.dol.gov/usa/regs/statutes/ofccp/ada/htm>. Acesso em 13.05.2010

Page 19: Seminário: A INCLUSÃO DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA NO MERCADO DE TRABALHO Ana Carolina Fuliaro Cibelle Linero Goldfarb Márcia Cunha Silvio Beltramelli Neto

2. A MATÉRIA NO PLANO 2. A MATÉRIA NO PLANO INTERNACIONALINTERNACIONAL2.3.plano de ação europeu (2003-2010)2.3.plano de ação europeu (2003-2010)Contexto: 2003 - “Ano Europeu das Pessoas com

Deficiência” (Decisão do Conselho da União Européia de 03/12/2001 – 2001/903/CE)

Objetivo: “Integração das questões da deficiência”, mediante nova abordagem – Deficiência não está ligada à noção de assistência passiva, mas às noções de integração e participação ativa na vida econômica e social.

Em razão dessa abordagem, o acesso ao trabalho e o combate à marginalização dos deficientes são preocupações presentes nas estratégias de ação da União Européia.

Page 20: Seminário: A INCLUSÃO DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA NO MERCADO DE TRABALHO Ana Carolina Fuliaro Cibelle Linero Goldfarb Márcia Cunha Silvio Beltramelli Neto

2. A MATÉRIA NO PLANO 2. A MATÉRIA NO PLANO INTERNACIONALINTERNACIONAL2.3.plano de ação europeu (2003-2010) 2.3.plano de ação europeu (2003-2010)

(cont.)(cont.) Base Jurídica: O Plano de Ação Europeu busca aplicar as regras da Diretiva nº 78/2000 (27/11/2000), que proíbe qualquer discriminação, direta ou indireta, baseada na religião ou nas convicções, numa deficiência, na idade ou na orientação sexual no acesso ao trabalho, com fundamento no princípio da igualdade de tratamento (art.1º): ◦  Aplicável tanto ao setor público quanto ao privado (art.3º.1);◦ Cláusula da não-regressão para os Estados-membros (art.8º);◦ Adoção de medidas de adaptação do local de trabalho às necessidades das

pessoas deficientes (art.5º);◦ Meios de proteção jurídica adequados, com divulgação das normas da diretiva,

inversão do ônus da prova nos casos de presunção de discriminação e proteção às vítimas contra atos de retaliação, inclusive demissões (arts.10, 11 e 12);

◦ O tratamento diferenciado a deficientes no trabalho justifica-se em hipóteses muito limitadas quando, em virtude da natureza ou modo de execução do trabalho, a deficiência constitua um requisito essencial e determinante para o exercício da atividade (art.4º);

◦ Proteção contra discriminação DIRETA e INDIRETA. Considera-se discriminação no trabalho também a incitação à discriminação e a atitude persecutória criadora de um ambiente hostil.

 

Page 21: Seminário: A INCLUSÃO DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA NO MERCADO DE TRABALHO Ana Carolina Fuliaro Cibelle Linero Goldfarb Márcia Cunha Silvio Beltramelli Neto

2. A MATÉRIA NO PLANO 2. A MATÉRIA NO PLANO INTERNACIONALINTERNACIONAL2.3.plano de ação europeu (2003-2010) 2.3.plano de ação europeu (2003-2010)

(cont.)(cont.) Fases de execução:

◦ 2004-2005: acesso ao emprego e manutenção da vida ativa, educação e aprendizagem ao longo da vida, utilização do potencial das novas tecnologias e acessibilidade das áreas públicas edificadas (“design para todos”). Quanto à preocupação com novas tecnologias, destaca-se, em 2007, pouca evolução sobre o assunto: apenas 5% dos sites públicos e menos de 3% dos privados na União Européia eram plenamente acessíveis. Contudo, percebe-se grande preocupação da comissão em desenvolver e aplicar tecnologias novas para acessibilidade – “e-acessibilidade”.

◦ 2006-2007: Integração ativa (social e profissional) e na autonomia.

◦ 2008-2010: Acessibilidade.

Page 22: Seminário: A INCLUSÃO DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA NO MERCADO DE TRABALHO Ana Carolina Fuliaro Cibelle Linero Goldfarb Márcia Cunha Silvio Beltramelli Neto

2. A MATÉRIA NO PLANO 2. A MATÉRIA NO PLANO INTERNACIONALINTERNACIONAL2.4.decisões de cortes internacionais (1)2.4.decisões de cortes internacionais (1)

20/07/1995 – Comissão Européia encaminhou parecer fundamentado à Alemanha, com fundamento no art.169 do Tratado da União Européia, solicitando o tratamento não discriminatório dos trabalhadores migrantes da UE no que se refere à redução da carga fiscal em caso de filhos deficientes residentes fora da Alemanha. “A Comissão considera que a recusa em conceder a redução fiscal para os filhos deficientes que vivem fora da Alemanha constitui uma infração relativamente à proibição de discriminação consagrada no Tratado da UE, pois esta regra afeta, sobretudo, as pessoas oriundas de outros Estados-membros”.

Page 23: Seminário: A INCLUSÃO DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA NO MERCADO DE TRABALHO Ana Carolina Fuliaro Cibelle Linero Goldfarb Márcia Cunha Silvio Beltramelli Neto

2. A MATÉRIA NO PLANO 2. A MATÉRIA NO PLANO INTERNACIONALINTERNACIONAL2.4.decisões de cortes internacionais 2.4.decisões de cortes internacionais (I1)(I1) 11/07/2006 – Tribunal de Justiça da União Européia

(2006/C 224/15), publicado no Jornal Oficial da EU em 16/09/2006 – 1º pronunciamento sobre o conceito de “deficiência” previsto na Diretiva 2000/78/CE.◦ Caso: Sonia Chacón Navas x Eurest Colectividades SA◦ Origem: Madri – Espanha

◦ Destaque: DOENÇA x DEFICIÊNCIA – conceito restritivo de deficiência

Interpretação e delimitação do conceito de “deficiência” para fins de aplicação da Diretiva 2000/78/CE, diferenciando-o de “doença”. O conceito de “deficiência” não está definido na Diretiva, que também não remete tal definição ao Direito dos Estados-membros.

 

Page 24: Seminário: A INCLUSÃO DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA NO MERCADO DE TRABALHO Ana Carolina Fuliaro Cibelle Linero Goldfarb Márcia Cunha Silvio Beltramelli Neto

2. A MATÉRIA NO PLANO 2. A MATÉRIA NO PLANO INTERNACIONALINTERNACIONAL2.4.decisões de cortes internacionais (I1 2.4.decisões de cortes internacionais (I1 – cont.)– cont.) Entendeu o Tribunal Europeu, interpretando a Diretiva

2000/78/CE, que:◦ A definição dos motivos da discriminação proibidos, como é o caso da deficiência, é

taxativa, ao contrário dos tratados internacionais clássicos sobre Direitos do Homem.

◦ Preocupação com as conseqüências econômicas e financeiras potencialmente vastas de uma interpretação extensiva.

◦ Interpretação uniforme e autônoma de “deficiência”. O Tribunal Europeu deverá fornecer ao órgão jurisdicional nacional critérios e elementos de direito comunitário para auxiliar na delimitação do conceito para cada caso concreto.

◦ Critério destacado: permanência ou longa duração do defeito físico ou psíquico.◦ Distinção: a limitação funcional não deve advir da doença em si enquanto

causadora de eventual e futura deficiência, mas sim da própria deficiência concreta, ainda que esta seja decorrente da evolução da doença. 

Conclusão: O conceito de “doença” não se equipara ao de “deficiência”, para os fins de proibição de discriminação prevista na Diretiva 2000/78/CE, por se tratar de rol taxativo, não suscetível a interpretação extensiva ou analogia ao princípio geral de não discriminação adotado pela União Européia.

Page 25: Seminário: A INCLUSÃO DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA NO MERCADO DE TRABALHO Ana Carolina Fuliaro Cibelle Linero Goldfarb Márcia Cunha Silvio Beltramelli Neto

2. A MATÉRIA NO PLANO 2. A MATÉRIA NO PLANO INTERNACIONALINTERNACIONAL2.4.decisões de cortes internacionais 2.4.decisões de cortes internacionais (I1I)(I1I) 30/04/2009 – Corte Européia de Direitos Humanos (Apelação nº 13444/04, 1ª Seção)◦ Caso: Glor x Suíça◦ Destaque: DOENÇA x DEFICIÊNCIA – conceito extensivo de deficiência Pela primeira vez, a Corte Européia de Direitos Humanos:◦ Constatou uma violação do direito a não discriminação com base na deficiência da pessoa;◦ Utilizou a Convenção das Nações Unidas sobre Direitos das Pessoas com Deficiência;◦ Utilizou o conceito de direitos humanos de “acomodação razoável”   Argumentos do requerente: Sr. Glor, motorista profissional, portador de diabetes tipo 1, foi considerado inapto para o exercício do serviço militar

obrigatório em virtude de sua doença. Alegou ter sido vítima de tratamento discriminatório porque foi obrigado a pagar tributo por ter sido impedido de cumprir o serviço militar, apesar de sempre ter declarado sua vontade de fazê-lo, sem que lhe fosse, ainda, facultada a prestação de serviço de proteção civil correspondente.

 Argumentos do Estado requerido: Não teria havido discriminação porque o que se procurou preservar foi justamente a igualdade de tratamento entre os indivíduos (deficientes ou não). Trata-se, ainda, de doença e não de deficiência. Por fim, os tribunais suíços, interpretando legislação interna, entendem que o direito à isenção do imposto é medido pelo grau de deficiência: “o fator determinante é o risco de estigmatização, de difamação e de exclusão social por causa da deficiência”, ou seja, sua visibilidade. Entenderam que, no caso em apreço, a deficiência do Sr. Glor era “menor” e estender a ele a isenção tributária seria discriminar todas as pessoas que cumpriram sua obrigação de servir.

 Decisão (unanimidade):Governo suíço violou o artigo 14° (proibição de discriminação) combinado com o artigo 8° (direito à vida familiar e privada) da Convenção Européia

dos Direitos do Homem e o artigo 2º da Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência (ajustamento razoável). Requerente foi vítima de tratamento discriminatório em razão de sua doença, considerada pela Corte como “deficiência”.

 Corte reconheceu que a noção de vida privada é um conceito amplo que inclui a integridade física de uma pessoa.É possível diferença de tratamento desde que haja justificativa objetiva e razoável; contudo, a Corte reconheceu que a justificativa do governo

Suíço não poderia ser acolhida: Não houve um equilíbrio justo entre a proteção dos interesses da comunidade e o direito do requerente;Houve diferença de tratamento (isenção e pagamento do tributo) entre pessoas em situações semelhantes (que não prestaram serviço militar

por objeção de consciência e por deficiência);O governo suíço não realizou adaptações ou ajustes necessários e adequados, que não acarretavam um ônus desproporcional ou indevido,

para atender as necessidades do caso concreto (“acomodação razoável”).  * Suíça não é signatária da Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, mas a Corte Européia de Direitos Humanos fez referência expressa ao documento por entender ser consenso universal, ou seja, costume internacional a necessidade de proteção das pessoas com deficiência contra todas as formas de discriminação, portanto, com caráter vinculativo.

Page 26: Seminário: A INCLUSÃO DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA NO MERCADO DE TRABALHO Ana Carolina Fuliaro Cibelle Linero Goldfarb Márcia Cunha Silvio Beltramelli Neto

2. A MATÉRIA NO PLANO 2. A MATÉRIA NO PLANO INTERNACIONALINTERNACIONAL2.4.decisões de cortes internacionais 2.4.decisões de cortes internacionais (I1I – cont.)(I1I – cont.) Argumentos do requerente: Sr. Glor, motorista profissional, portador

de diabetes tipo 1, foi considerado inapto para o exercício do serviço militar obrigatório em virtude de sua doença. Alegou ter sido vítima de tratamento discriminatório porque foi obrigado a pagar tributo por ter sido impedido de cumprir o serviço militar, apesar de sempre ter declarado sua vontade de fazê-lo, sem que lhe fosse, ainda, facultada a prestação de serviço de proteção civil correspondente.  

Argumentos do Estado requerido: Não teria havido discriminação porque o que se procurou preservar foi justamente a igualdade de tratamento entre os indivíduos (deficientes ou não). Trata-se, ainda, de doença e não de deficiência. Por fim, os tribunais suíços, interpretando legislação interna, entendem que o direito à isenção do imposto é medido pelo grau de deficiência: “o fator determinante é o risco de estigmatização, de difamação e de exclusão social por causa da deficiência”, ou seja, sua visibilidade. Entenderam que, no caso em apreço, a deficiência do Sr. Glor era “menor” e estender a ele a isenção tributária seria discriminar todas as pessoas que cumpriram sua obrigação de servir.

 

Page 27: Seminário: A INCLUSÃO DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA NO MERCADO DE TRABALHO Ana Carolina Fuliaro Cibelle Linero Goldfarb Márcia Cunha Silvio Beltramelli Neto

2. A MATÉRIA NO PLANO 2. A MATÉRIA NO PLANO INTERNACIONALINTERNACIONAL2.4.decisões de cortes internacionais 2.4.decisões de cortes internacionais (I1I – cont.)(I1I – cont.) Decisão (unanimidade): Governo suíço violou o artigo 14° (proibição de

discriminação) combinado com o artigo 8° (direito à vida familiar e privada) da Convenção Européia dos Direitos do Homem e o artigo 2º da Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência (ajustamento razoável). Requerente foi vítima de tratamento discriminatório em razão de sua doença, considerada pela Corte como “deficiência”. ◦ Corte reconheceu que a noção de vida privada é um conceito amplo que inclui a

integridade física de uma pessoa.◦ É possível diferença de tratamento desde que haja justificativa objetiva e razoável;

contudo, a Corte reconheceu que a justificativa do governo Suíço não poderia ser acolhida:◦ Não houve um equilíbrio justo entre a proteção dos interesses da comunidade e o direito

do requerente;◦ Houve diferença de tratamento (isenção e pagamento do tributo) entre pessoas em

situações semelhantes (que não prestaram serviço militar por objeção de consciência e por deficiência);

◦ O governo suíço não realizou adaptações ou ajustes necessários e adequados, que não acarretavam um ônus desproporcional ou indevido, para atender as necessidades do caso concreto (“acomodação razoável”).

◦ Suíça não é signatária da Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, mas a Corte Européia de Direitos Humanos fez referência expressa ao documento por entender ser consenso universal, ou seja, costume internacional a necessidade de proteção das pessoas com deficiência contra todas as formas de discriminação, portanto, com caráter vinculativo.

Page 28: Seminário: A INCLUSÃO DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA NO MERCADO DE TRABALHO Ana Carolina Fuliaro Cibelle Linero Goldfarb Márcia Cunha Silvio Beltramelli Neto

2. A MATÉRIA NO PLANO 2. A MATÉRIA NO PLANO INTERNACIONALINTERNACIONAL2.4.decisões de cortes internacionais 2.4.decisões de cortes internacionais (IV)(IV)Apelação nº 32596/04 (audiência

realizada em 27/04/2010 – caso ainda em andamento na Corte Européia de Direitos Humanos)

◦ Caso: Farcas x Romênia

◦ Discute-se, neste caso, a dimensão das obrigações positivas do Estado da Romênia quanto à adequação de edifícios, transporte e vias públicas.

Page 29: Seminário: A INCLUSÃO DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA NO MERCADO DE TRABALHO Ana Carolina Fuliaro Cibelle Linero Goldfarb Márcia Cunha Silvio Beltramelli Neto

3. A MATÉRIA NO PLANO NACIONAL3. A MATÉRIA NO PLANO NACIONAL3.1.constitucionalização da matéria3.1.constitucionalização da matéria

TÍTULO IIDos Direitos e Garantias Fundamentais

CAPÍTULO IIDOS DIREITOS SOCIAIS

◦ Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição social: XXXI - proibição de qualquer discriminação no tocante a salário e critérios de admissão do trabalhador portador de deficiência;

TÍTULO IIIDa Organização do Estado

CAPÍTULO VIIDA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

Seção IDISPOSIÇÕES GERAIS

◦ Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte: VIII - a lei reservará percentual dos cargos e empregos públicos para as pessoas portadoras de deficiência e definirá os critérios de sua admissão;

Page 30: Seminário: A INCLUSÃO DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA NO MERCADO DE TRABALHO Ana Carolina Fuliaro Cibelle Linero Goldfarb Márcia Cunha Silvio Beltramelli Neto

3. A MATÉRIA NO PLANO NACIONAL3. A MATÉRIA NO PLANO NACIONAL3.1.constitucionalização da matéria 3.1.constitucionalização da matéria (cont.)(cont.)

TÍTULO VIIIDa Ordem Social

CAPÍTULO IDISPOSIÇÃO GERAL

◦ Art. 193. A ordem social tem como base o primado do trabalho, e como objetivo o bem-estar e a justiça sociais.

CAPÍTULO IIDA SEGURIDADE SOCIAL

◦ Art. 203. A assistência social será prestada a quem dela necessitar, independentemente de contribuição à seguridade social, e tem por objetivos: IV - a habilitação e reabilitação das pessoas portadoras de deficiência e a promoção de sua integração à vida comunitária; V - a garantia de um salário mínimo de benefício mensal à pessoa portadora de deficiência e ao idoso que comprovem não possuir meios de prover à própria manutenção ou de tê-la provida por sua família, conforme dispuser a lei.

CAPÍTULO VIIDA FAMÍLIA, DA CRIANÇA, DO ADOLESCENTE E DO IDOSO

◦ Art. 227. É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança e ao adolescente, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão.§ 1º - O Estado promoverá programas de assistência integral à saúde da criança e do adolescente, admitida a participação de entidades não governamentais e obedecendo os seguintes preceitos: II - criação de programas de prevenção e atendimento especializado para os portadores de deficiência física, sensorial ou mental, bem como de integração social do adolescente portador de deficiência, mediante o treinamento para o trabalho e a convivência, e a facilitação do acesso aos bens e serviços coletivos, com a eliminação de preconceitos e obstáculos arquitetônicos.

Page 31: Seminário: A INCLUSÃO DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA NO MERCADO DE TRABALHO Ana Carolina Fuliaro Cibelle Linero Goldfarb Márcia Cunha Silvio Beltramelli Neto

3. A MATÉRIA NO PLANO NACIONAL3. A MATÉRIA NO PLANO NACIONAL3.2.regulamentação infraconstitucional3.2.regulamentação infraconstitucional Lei n. 7.853/89 (Dispõe sobre o apoio às pessoas portadoras de

deficiência, sua integração social, sobre a Coordenadoria Nacional para Integração da Pessoa Portadora de Deficiência - CORDE, institui a tutela jurisdicional de interesses coletivos ou difusos dessas pessoas, disciplina a atuação do Ministério Público, define crimes, e dá outras providências)◦ Art. 2º Ao Poder Público e seus órgãos cabe assegurar às pessoas portadoras de

deficiência o pleno exercício de seus direitos básicos, inclusive dos direitos à educação, à saúde, ao trabalho, ao lazer, à previdência social, ao amparo à infância e à maternidade, e de outros que, decorrentes da Constituição e das leis, propiciem seu bem-estar pessoal, social e econômico.Parágrafo único. Para o fim estabelecido no caput deste artigo, os órgãos e entidades da administração direta e indireta devem dispensar, no âmbito de sua competência e finalidade, aos assuntos objetos esta Lei, tratamento prioritário e adequado, tendente a viabilizar, sem prejuízo de outras, as seguintes medidas:III - na área da formação profissional e do trabalho:a) o apoio governamental à formação profissional, e a garantia de acesso aos serviços concernentes, inclusive aos cursos regulares voltados à formação profissional;b) o empenho do Poder Público quanto ao surgimento e à manutenção de empregos, inclusive de tempo parcial, destinados às pessoas portadoras de deficiência que não tenham acesso aos empregos comuns;c) a promoção de ações eficazes que propiciem a inserção, nos setores públicos e privado, de pessoas portadoras de deficiência;d) a adoção de legislação específica que discipline a reserva de mercado de trabalho, em favor das pessoas portadoras de deficiência, nas entidades da Administração Pública e do setor privado, e que regulamente a organização de oficinas e congêneres integradas ao mercado de trabalho, e a situação, nelas, das pessoas portadoras de deficiência;

Page 32: Seminário: A INCLUSÃO DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA NO MERCADO DE TRABALHO Ana Carolina Fuliaro Cibelle Linero Goldfarb Márcia Cunha Silvio Beltramelli Neto

3. A MATÉRIA NO PLANO NACIONAL3. A MATÉRIA NO PLANO NACIONAL3.2.regulamentação infraconstitucional 3.2.regulamentação infraconstitucional (cont.)(cont.) Lei n. 8.112/90 (Dispõe sobre o regime jurídico dos

servidores públicos civis da União, das autarquias e das fundações públicas federais)

Título IIDo Provimento, Vacância, Remoção, Redistribuição e

Substituição Capítulo I

Do Provimento Seção I

Disposições GeraisArt. 5o  São requisitos básicos para investidura em cargo público:§ 2o  Às pessoas portadoras de deficiência é assegurado o direito de se inscrever em concurso público para provimento de cargo cujas atribuições sejam compatíveis com a deficiência de que são portadoras; para tais pessoas serão reservadas até 20% (vinte por cento) das vagas oferecidas no concurso.

Page 33: Seminário: A INCLUSÃO DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA NO MERCADO DE TRABALHO Ana Carolina Fuliaro Cibelle Linero Goldfarb Márcia Cunha Silvio Beltramelli Neto

3. A MATÉRIA NO PLANO NACIONAL3. A MATÉRIA NO PLANO NACIONAL3.2.regulamentação infraconstitucional 3.2.regulamentação infraconstitucional (cont.)(cont.) Lei n. 8.213/91 (Dispõe sobre os Planos de Benefícios

da Previdência Social e dá outras providências) Título II - DO REGIME GERAL DE PREVIDÊNCIA SOCIAL

Seção VI - Dos ServiçosSubseção I - Do Serviço Social

Subseção II - Da Habilitação e da Reabilitação Profissional

Art. 89. A habilitação e a reabilitação profissional e social deverão proporcionar ao beneficiário incapacitado parcial ou totalmente para o trabalho, e às pessoas portadoras de deficiência, os meios para a (re)educação e de (re)adaptação profissional e social indicados para participar do mercado de trabalho e do contexto em que vive.Parágrafo único. A reabilitação profissional compreende:a) o fornecimento de aparelho de prótese, órtese e instrumentos de auxílio para locomoção quando a perda ou redução da capacidade funcional puder ser atenuada por seu uso e dos equipamentos necessários à habilitação e reabilitação social e profissional;b) a reparação ou a substituição dos aparelhos mencionados no inciso anterior, desgastados pelo uso normal ou por ocorrência estranha à vontade do beneficiário;c) o transporte do acidentado do trabalho, quando necessário.de substituto de condição semelhante

Page 34: Seminário: A INCLUSÃO DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA NO MERCADO DE TRABALHO Ana Carolina Fuliaro Cibelle Linero Goldfarb Márcia Cunha Silvio Beltramelli Neto

3. A MATÉRIA NO PLANO NACIONAL3. A MATÉRIA NO PLANO NACIONAL3.2.regulamentação infraconstitucional 3.2.regulamentação infraconstitucional (cont.)(cont.) Lei n. 8.213/91 (Dispõe sobre os Planos de Benefícios da

Previdência Social e dá outras providências) Título II - DO REGIME GERAL DE PREVIDÊNCIA SOCIAL

Seção VI - Dos ServiçosSubseção I - Do Serviço Social

Subseção II - Da Habilitação e da Reabilitação Profissional

Art. 92. Concluído o processo de habilitação ou reabilitação social e profissional, a Previdência Social emitirá certificado individual, indicando as atividades que poderão ser exercidas pelo beneficiário, nada impedindo que este exerça outra atividade para a qual se capacitar.Art. 93. A empresa com 100 (cem) ou mais empregados está obrigada a preencher de 2% (dois por cento) a 5% (cinco por cento) dos seus cargos com beneficiários reabilitados ou pessoas portadoras de deficiência, habilitadas, na seguinte proporção:I - até 200 empregados...........................................................................................2%;II - de 201 a 500......................................................................................................3%;III - de 501 a 1.000..................................................................................................4%;IV - de 1.001 em diante. .........................................................................................5%.§ 1º A dispensa de trabalhador reabilitado ou de deficiente habilitado ao final de contrato por prazo determinado de mais de 90 (noventa) dias, e a imotivada, no contrato por prazo indeterminado, só poderá ocorrer após a contratação de substituto de condição semelhante

Page 35: Seminário: A INCLUSÃO DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA NO MERCADO DE TRABALHO Ana Carolina Fuliaro Cibelle Linero Goldfarb Márcia Cunha Silvio Beltramelli Neto

3. A MATÉRIA NO PLANO NACIONAL3. A MATÉRIA NO PLANO NACIONAL3.2.regulamentação infraconstitucional 3.2.regulamentação infraconstitucional (cont.)(cont.) Decreto n. 3.298/99 (Regulamenta a Lei no 7.853, de 24 de outubro

de 1989, dispõe sobre a Política Nacional para a Integração da Pessoa Portadora de Deficiência, consolida as normas de proteção, e dá outras providências)

CAPÍTULO IDas Disposições Gerais

Art. 1o  A Política Nacional para a Integração da Pessoa Portadora de Deficiência compreende o conjunto de orientações normativas que objetivam assegurar o pleno exercício dos direitos individuais e sociais das pessoas portadoras de deficiência.Art. 2o  Cabe aos órgãos e às entidades do Poder Público assegurar à pessoa portadora de deficiência o pleno exercício de seus direitos básicos, inclusive dos direitos à educação, à saúde, ao trabalho, ao desporto, ao turismo, ao lazer, à previdência social, à assistência social, ao transporte, à edificação pública, à habitação, à cultura, ao amparo à infância e à maternidade, e de outros que, decorrentes da Constituição e das leis, propiciem seu bem-estar pessoal, social e econômico.Art. 3o  Para os efeitos deste Decreto, considera-se:I - deficiência – toda perda ou anormalidade de uma estrutura ou função psicológica, fisiológica ou anatômica que gere incapacidade para o desempenho de atividade, dentro do padrão considerado normal para o ser humano;II - deficiência permanente – aquela que ocorreu ou se estabilizou durante um período de tempo suficiente para não permitir recuperação ou ter probabilidade de que se altere, apesar de novos tratamentos; eIII - incapacidade – uma redução efetiva e acentuada da capacidade de integração social, com necessidade de equipamentos, adaptações, meios ou recursos especiais para que a pessoa portadora de deficiência possa receber ou transmitir informações necessárias ao seu bem-estar pessoal e ao desempenho de função ou atividade a ser exercida.

Page 36: Seminário: A INCLUSÃO DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA NO MERCADO DE TRABALHO Ana Carolina Fuliaro Cibelle Linero Goldfarb Márcia Cunha Silvio Beltramelli Neto

3. A MATÉRIA NO PLANO NACIONAL3. A MATÉRIA NO PLANO NACIONAL3.2.regulamentação infraconstitucional 3.2.regulamentação infraconstitucional (cont.)(cont.) Decreto n. 3.298/99 (Regulamenta a Lei no 7.853, de 24 de outubro de 1989,

dispõe sobre a Política Nacional para a Integração da Pessoa Portadora de Deficiência, consolida as normas de proteção, e dá outras providências)

CAPÍTULO IDas Disposições Gerais

Art. 4o  É considerada pessoa portadora de deficiência a que se enquadra nas seguintes categorias:I - deficiência física - alteração completa ou parcial de um ou mais segmentos do corpo humano, acarretando o comprometimento da função física, apresentando-se sob a forma de paraplegia, paraparesia, monoplegia, monoparesia, tetraplegia, tetraparesia, triplegia, triparesia, hemiplegia, hemiparesia, ostomia, amputação ou ausência de membro, paralisia cerebral, nanismo, membros com deformidade congênita ou adquirida, exceto as deformidades estéticas e as que não produzam dificuldades para o desempenho de funções; II - deficiência auditiva - perda bilateral, parcial ou total, de quarenta e um decibéis (dB) ou mais, aferida por audiograma nas freqüências de 500HZ, 1.000HZ, 2.000Hz e 3.000Hz; III - deficiência visual - cegueira, na qual a acuidade visual é igual ou menor que 0,05 no melhor olho, com a melhor correção óptica; a baixa visão, que significa acuidade visual entre 0,3 e 0,05 no melhor olho, com a melhor correção óptica; os casos nos quais a somatória da medida do campo visual em ambos os olhos for igual ou menor que 60o; ou a ocorrência simultânea de quaisquer das condições anteriores; (IV - deficiência mental – funcionamento intelectual significativamente inferior à média, com manifestação antes dos dezoito anos e limitações associadas a duas ou mais áreas de habilidades adaptativas, tais como: a) comunicação; b) cuidado pessoal; c) habilidades sociais; d) utilização dos recursos da comunidade; e) saúde e segurança; f) habilidades acadêmicas; g) lazer; e h) trabalho;V - deficiência múltipla – associação de duas ou mais deficiências.

Page 37: Seminário: A INCLUSÃO DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA NO MERCADO DE TRABALHO Ana Carolina Fuliaro Cibelle Linero Goldfarb Márcia Cunha Silvio Beltramelli Neto

3. A MATÉRIA NO PLANO NACIONAL3. A MATÉRIA NO PLANO NACIONAL3.2.regulamentação infraconstitucional 3.2.regulamentação infraconstitucional (cont.)(cont.) Decreto n. 3.298/99 (Regulamenta a Lei no 7.853, de 24

de outubro de 1989, dispõe sobre a Política Nacional para a Integração da Pessoa Portadora de Deficiência, consolida as normas de proteção, e dá outras providências)

CAPÍTULO IDas Disposições Gerais

Art. 31.  Entende-se por habilitação e reabilitação profissional o processo orientado a possibilitar que a pessoa portadora de deficiência, a partir da identificação de suas potencialidades laborativas, adquira o nível suficiente de desenvolvimento profissional para ingresso e reingresso no mercado de trabalho e participar da vida comunitária.

Art. 33.  A orientação profissional será prestada pelos correspondentes serviços de habilitação e reabilitação profissional, tendo em conta as potencialidades da pessoa portadora de deficiência, identificadas com base em relatório de equipe multiprofissional, que deverá considerar:I - educação escolar efetivamente recebida e por receber;II - expectativas de promoção social;III - possibilidades de emprego existentes em cada caso;IV - motivações, atitudes e preferências profissionais; eV - necessidades do mercado de trabalho.

Page 38: Seminário: A INCLUSÃO DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA NO MERCADO DE TRABALHO Ana Carolina Fuliaro Cibelle Linero Goldfarb Márcia Cunha Silvio Beltramelli Neto

3. A MATÉRIA NO PLANO NACIONAL3. A MATÉRIA NO PLANO NACIONAL3.3.jurisprudência (I)3.3.jurisprudência (I)Conceito de deficiência

◦ PROC. Nº TST-MS-198.742/2008-000-00-00.6 (Relatora Ministra MARIA CRISTINA IRIGOYEN PEDUZZI) MANDADO DE SEGURANÇA – CONCURSO PÚBLICO – CANDIDATO DEFICIENTE – VISÃO MONOCULAR - DIREITO LÍQUIDO E CERTO À RESERVA DE VAGA O art. 4º, III, do Decreto nº 3.298/99 considera deficiência visual “cegueira, na qual a acuidade visual é igual ou menor que 0,05 no melhor olho, com a melhor correção óptica; a baixa visão, que significa acuidade visual entre 0,3 e 0,05 no melhor olho, com a melhor correção óptica; os casos nos quais a somatória da medida do campo visual em ambos os olhos for igual ou menor que 60o; ou a ocorrência simultânea de quaisquer das condições anteriores”.Esse dispositivo deve ser interpretado em harmonia com o art. 3º do Decreto nº 3.298/99, que confere proteção não apenas àqueles que têm deficiência permanente ou incapacidade física, mas também aos portadores de deficiência, situação em que se enquadra o Impetrante.Por essa razão, os portadores de visão monocular são qualificados como deficientes, pois sujeitos a anormalidade em sua visão que os torna incapazes de desempenhar atividade dentro do padrão considerado normal para o ser humano. Assim, impõe-se reconhecer o direito aos portadores de visão monocular de concorrerem em concursos públicos na condição de deficientes físicos. Precedentes do Supremo Tribunal Federal e do Superior Tribunal de Justiça. Segurança concedida.

Page 39: Seminário: A INCLUSÃO DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA NO MERCADO DE TRABALHO Ana Carolina Fuliaro Cibelle Linero Goldfarb Márcia Cunha Silvio Beltramelli Neto

3. A MATÉRIA NO PLANO NACIONAL3. A MATÉRIA NO PLANO NACIONAL3.3.jurisprudência (II)3.3.jurisprudência (II)Cota de contratação

◦ PROC. Nº TST-RR-43740-09.2007.5.10.0018 (MINISTRA RELATORA MARIA CRISTINA IRIGOYEN PEDUZZI)I – AGRAVO DE INSTRUMENTO – EMPRESA DE VIGILÂNCIA – VAGAS DESTINADAS A PESSOAS PORTADORAS DE DEFICIÊNCIA – ARTIGO 93 DA LEI Nº 8.213/91 – CÁLCULO DO PERCENTUALDemonstrada violação legal e constitucional, dá-se provimento ao Agravo de Instrumento para mandar processar o apelo denegado.II – RECURSO DE REVISTA – EMPRESA DE VIGILÂNCIA – VAGAS DESTINADAS A PESSOAS PORTADORAS DE DEFICIÊNCIA – ARTIGO 93 DA LEI Nº 8.213/91 – CÁLCULO DO PERCENTUALA empresa que contar com 100 ou mais trabalhadores deverá obedecer a um percentual mínimo de empregados portadores de necessidades especiais, segundo o disposto no art. 93 da Lei nº 8.213/91.A referida norma é de ordem pública e não excetua do seu âmbito de aplicação as atividades de vigilância. Recurso de Revista conhecido e provido.

Page 40: Seminário: A INCLUSÃO DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA NO MERCADO DE TRABALHO Ana Carolina Fuliaro Cibelle Linero Goldfarb Márcia Cunha Silvio Beltramelli Neto

3. A MATÉRIA NO PLANO NACIONAL3. A MATÉRIA NO PLANO NACIONAL3.3.jurisprudência (III)3.3.jurisprudência (III)Garantia da Cota

PROC. Nº TST-RR-164/2003-028-01-00.8 (Relatora Ministra ROSA MARIA WEBER CANDIOTA DA ROSA)RECURSO DE REVISTA. EMPREGADO REABILITADO. DISPENSA IMOTIVADA. NECESSIDADE DE IMEDIATA CONTRATAÇÃO DE SUBSTITUTO EM CONDIÇÃO SEMELHANTE. GARANTIA SOCIAL E INDIVIDUAL. LIMITAÇÃO LEGAL AO DIREITO POTESTATIVO DO EMPREGADOR DE RESILIR UNILATERALMENTE O CONTRATO DE TRABALHO. REINTEGRAÇÃO.Decisão regional em consonância com o posicionamento de que o direito potestativo do empregador de denúncia vazia do contrato de trabalho não é absoluto, sendo certo que, enquanto garantia fundamental de caráter eminentemente institucional, sua própria existência depende da conformação que lhe é atribuída pela legislação infraconstitucional no momento em que delimita seu escopo, limites e alcance, delineando, dessa forma, seu próprio conteúdo. Com a criação de reserva de mercado para beneficiários reabilitados da Previdência Social ou trabalhadores portadores de deficiência, entendeu por bem o legislador, em também restringir a subjetividade inerente ao livre exercício do direito potestativo do empregador de resilir unilateralmente o contrato de trabalho do empregado em tais condições, mediante a imposição de ônus objetivo, com a finalidade de impedir, ou pelo menos dificultar, a ocorrência de práticas discriminatórias para efeito de permanência da relação jurídica de trabalho. As condicionantes previstas a) no caput e incisos I a IV, do art. 93 da Lei 8.213/91 e b) no § 1º do art. 93 da Lei 8.213/91, não obstante complementares de um ponto de vista de política social, são independentes e autônomas no que diz com a eficácia jurídica de suas disposições. A redação categórica do § 1º em comento evidencia a autonomia semântica do enunciando normativo que encerra: a dispensa imotivada do trabalhador reabilitado ou deficiente físico habilitado depende, sempre, da prévia contratação de substituto em condição semelhante. Recurso de revista não-conhecido.

Page 41: Seminário: A INCLUSÃO DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA NO MERCADO DE TRABALHO Ana Carolina Fuliaro Cibelle Linero Goldfarb Márcia Cunha Silvio Beltramelli Neto

4. PROBLEMATIZAÇÃO 4. PROBLEMATIZAÇÃO (I)(I) No tratamento da

inclusão no mercado de trabalho, é levado em consideração o ponto de vista da PCD (o que, para ela, significa inclusão) e como a norma jurídica aborda isso?

◦ Trecho do filme O Poder da Esperança (Music Within) - 2007

Page 42: Seminário: A INCLUSÃO DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA NO MERCADO DE TRABALHO Ana Carolina Fuliaro Cibelle Linero Goldfarb Márcia Cunha Silvio Beltramelli Neto

4. PROBLEMATIZAÇÃO 4. PROBLEMATIZAÇÃO (II)(II)

Pode ser efetiva uma "política pública" genérica de inclusão de PCD, em face das especificidades de cada deficiente?◦ A questão dos limites para

exercício de determinadas funções e quais são os critérios para seu estabelecimento

Page 43: Seminário: A INCLUSÃO DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA NO MERCADO DE TRABALHO Ana Carolina Fuliaro Cibelle Linero Goldfarb Márcia Cunha Silvio Beltramelli Neto

4. PROBLEMATIZAÇÃO (II – cont.)4. PROBLEMATIZAÇÃO (II – cont.)JB ONLINE-ECONOMIA(26/04/2010) Preconceito prejudica contratação de portadores de deficiência Dados da Relação Anual de Informações Sociais (Rais) mostram que a contratação de pessoas com deficiência no mercado formal de trabalho caiu 7% no Brasil entre 2007 e 2008. A informação é da Associação para Valorização de Pessoas com Deficiência (Avape). Para a entidade, a redução na contratação de deficientes é justificada por algumas empresas pela falta de mão de obra para dar cumprimento à Lei 8.213/1991, conhecida como Lei de Cotas, que estabelece um percentual de pessoas com deficiência a ser contratado pelas empresas. O gerente de Inclusão e Capacitação Profissional da Avape, Marcelo Vitoriano, disse à Agência Brasil que a partir da ampliação da fiscalização implementada pelo Ministério do Trabalho, muitas companhias passaram a admitir deficientes em seus quadros, mas poucas se preocuparam em criar uma gestão que contemplasse a retenção dessas pessoas e propiciasse a elas programas de educação continuada dentro das próprias organizações. “Ou seja, pessoas perderam o emprego por conta isso”.Segundo a Avape, não falta mão de obra para preencher o que estabelece a Lei de Cotas no que diz respeito aos profissionais com deficiência. Vitoriano afirmou que a questão da discriminação melhorou, mas o preconceito ainda existe sob diferentes formas, entre elas a não realização de investimentos nas instalações físicas para dar acessibilidade aos portadores de deficiência, a compra de um software (programa de computador) para cegos, por exemplo. “Esse tipo de discurso é preconceituoso no sentido de não investir recursos para poder receber pessoas com diferentes perfis”.O gerente da Avape lembrou, contudo, que a educação e a capacitação de pessoas é um problema ainda sério no Brasil, independentemente de elas serem deficientes ou não. Segundo a Avape, a não absorção no mercado de trabalho formal se agrava para as pessoas com deficiência intelectual, que apresentam alguma dificuldade de cognição ou de escolaridade. Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) revelam que 10% da população mundial têm algum tipo de deficiência. Desse total, 50% são indivíduos com deficiência intelectual. “A gente percebe um movimento um pouco mais lento na contratação de pessoas com deficiência intelectual. Ainda hoje, elas integram a menor parte da população com deficiência contratada”, disse Vitoriano. Ele explicou que as pessoas confundem deficiência intelectual com doença mental, o que cria estereótipos negativos, associados à loucura, inibindo a contratação pelas empresas e prejudicando as pessoas portadoras desse tipo de problema. O censo de 2000 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostra que o Brasil tem 14,5% de deficientes, o que equivale a 27 milhões de indivíduos. Considerando-se os dados da OMS, os deficientes intelectuais brasileiros seriam 13,5 milhões de pessoas, dos quais boa parte poderia estar trabalhando. Entretanto, apenas 2% estão empregados. Números do Ministério do Trabalho acumulados até março deste ano indicam que há no Brasil uma preferência pela contratação de tipos específicos de deficiência, informa a Avape. A maior contratação (47,5%) é feita com deficientes físicos, seguindo-se deficientes auditivos (32,5%) e reabilitados (8,4%), enquanto os deficientes intelectuais e visuais têm índices de apenas 5,8% e 4,7%, respectivamente. (...)

Page 44: Seminário: A INCLUSÃO DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA NO MERCADO DE TRABALHO Ana Carolina Fuliaro Cibelle Linero Goldfarb Márcia Cunha Silvio Beltramelli Neto

4. PROBLEMATIZAÇÃO 4. PROBLEMATIZAÇÃO (III)(III)

Inserção no mercado de trabalho e o assistencialismo social ou meramente econômico, por si sós, acarretam a efetiva inclusão da PCD?

Page 45: Seminário: A INCLUSÃO DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA NO MERCADO DE TRABALHO Ana Carolina Fuliaro Cibelle Linero Goldfarb Márcia Cunha Silvio Beltramelli Neto

4. PROBLEMATIZAÇÃO (III – cont.)4. PROBLEMATIZAÇÃO (III – cont.)Lei n. 8.742/93 (Dispõe sobre a organização da Assistência Social e dá outras providências)

CAPÍTULO IV - Dos Benefícios, dos Serviços, dos Programas e dos Projetos de Assistência Social

SEÇÃO I - Do Benefício de Prestação Continuada

Art. 20. O benefício de prestação continuada é a garantia de 1 (um) salário mínimo mensal à pessoa portadora de deficiência e ao idoso com 70 (setenta) anos ou mais e que comprovem não possuir meios de prover a própria manutenção e nem de tê-la provida por sua família.§ 1o  Para os efeitos do disposto no caput, entende-se como família o conjunto de pessoas elencadas no art. 16 da Lei no 8.213, de 24 de julho de 1991, desde que vivam sob o mesmo teto. § 2º Para efeito de concessão deste benefício, a pessoa portadora de deficiência é aquela incapacitada para a vida independente e para o trabalho.§ 3º Considera-se incapaz de prover a manutenção da pessoa portadora de deficiência ou idosa a família cuja renda mensal per capita seja inferior a 1/4 (um quarto) do salário mínimo.§ 4º O benefício de que trata este artigo não pode ser acumulado pelo beneficiário com qualquer outro no âmbito da seguridade social ou de outro regime, salvo o da assistência médica.§ 6o  A concessão do benefício ficará sujeita a exame médico pericial e laudo realizados pelos serviços de perícia médica do Instituto Nacional do Seguro Social - INSS. Art. 21. O benefício de prestação continuada deve ser revisto a cada 2 (dois) anos para avaliação da continuidade das condições que lhe deram origem.

§ 1º O pagamento do benefício cessa no momento em que forem superadas as condições referidas no caput, ou em caso de morte do beneficiário.

§ 2º O benefício será cancelado quando se constatar irregularidade na sua concessão ou utilização.

Page 46: Seminário: A INCLUSÃO DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA NO MERCADO DE TRABALHO Ana Carolina Fuliaro Cibelle Linero Goldfarb Márcia Cunha Silvio Beltramelli Neto

4. PROBLEMATIZAÇÃO (III – cont.)4. PROBLEMATIZAÇÃO (III – cont.)Folha de São Paulo, domingo, 25 de abril de 2010 – Caderno ClassificadosACESSO RESTRITO. Em São Paulo, faltam vagas para pessoas qualificadas. 85% dos postos oferecidos por centro de apoio da prefeitura são para quem está em início de carreira; profissional com graduação não encontra empregoO CAT (Centro de Apoio ao Trabalho) da Prefeitura de São Paulo contabiliza 11 mil cadastros de currículos de deficientes ue buscam recolocação ou uma vaga no mercado de trabalho. Destes, 50% têm, pelo menos, o ensino médio completo. O dado vai de encontro a uma justificativa comum no mercado para não contratar deficientes -a de que há pouca gente qualificada. Por isso, dizem empresas, reservam vagas operacionais a esse público.No CAT, por exemplo, 85% das 8.000 vagas oferecidas para essas pessoas são para posições de início, como auxiliares ou assistentes, segundo Adriano Bandini, coordenador de empregabilidade da Secretaria Municipal da Pessoa com Deficiência e Mobilidade Reduzida. "Ainda existe preconceito", considera. Para ele, há pessoal de boa formação, mas as companhias têm resistência à contratação de deficientes.É a mesma opinião do advogado Breno Close D'Angelo Carvalho, 39. Ele diz que o fato de ser cadeirante limita suas oportunidades de trabalho. Apesar da graduação, da proficiência em inglês pela Universidade de Michigan e da aprovação no primeiro exame que prestou para tirar o registro na Ordem dos Advogados do Brasil, está desempregado há um ano e cinco meses. "Fui desqualificado em uma seleção para uma multinacional porque, segundo a empresa, os corredores eram muito estreitos. Nem cogitaram a possibilidade de trabalho a distância", lamenta Carvalho. Uma das últimas vagas oferecidas a ele foi para supervisionar "call center". "O salário não era ruim, R$ 3.000. Mas não foi para isso que estudei.“A remuneração média de um deficiente é de R$ 1.700, segundo a Rais (Relação Anual de Informações Sociais) de 2008, do Ministério do Trabalho. "O profissional qualificado que queira ganhar mais de R$ 4.000 tem dificuldades", declara Bandini. Com isso, "muita gente com ensino superior completo aceita vagas para qualificações menores para conseguir se colocar no mercado de trabalho", afirma Carolina Ignarra, sócia da Talento Incluir, especializada em recrutar deficientes.

Page 47: Seminário: A INCLUSÃO DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA NO MERCADO DE TRABALHO Ana Carolina Fuliaro Cibelle Linero Goldfarb Márcia Cunha Silvio Beltramelli Neto

4. PROBLEMATIZAÇÃO (III – cont.)4. PROBLEMATIZAÇÃO (III – cont.)Folha de São Paulo, domingo, 25 de abril de 2010 – Caderno ClassificadosPostos café com leite desmotivam deficientes. Sem chance de ascensão, profissionais buscam recolocação no mercadoJORDANA VIOTTOPara cumprir a Lei de Cotas de Deficientes, algumas empresas criam vagas de níveis operacionais -por vezes, ocupadas por profissionais qualificados. "Contratações assim não são bem-sucedidas", diz Marinalva da Silva Cruz, coordenadora do Programa de Apoio à Pessoa com Deficiência da Secretaria Estadual do Emprego e Relações do Trabalho de São Paulo. "O profissional fica estagnado, não tem chance de crescer." Segundo ela, ou o funcionário fica insatisfeito com a função e busca recolocação ou a empresa fecha o posto de trabalho.Leonardo Santos de Souza, 25, que não tem movimento na perna esquerda, procurou outro emprego depois de três anos sem promoção. "Em plantões, substituía profissionais de níveis mais altos e me sentia apto a desempenhar outras funções, mas a empresa dizia que a mudança não seria aconselhável", afirma.A estudante de psicologia Jucilene Braga, 29, também avalia que, em algumas companhias, a ascensão é restrita. "Existem empresas que deixam você fazendo qualquer coisa, como se fosse "café com leite'", diz ela, que é cega e conta com o auxílio de um cão-guia. Na vaga atual, de auxiliar administrativa, Braga afirma ser tratada de outra forma. "Aqui, tomo decisões e tenho responsabilidades", analisa.Souza também gosta do trabalho que tem hoje, em uma empresa do ramo financeiro. "Tenho oportunidade de crescer", analisa.Na avaliação de Isabel Maior, titular da Subsecretaria Nacional de Promoção da Pessoa com Deficiência, o avanço só foi possível graças à lei nº 8.213/ 1991, conhecida como Lei de Cotas (veja texto abaixo).Mas só chamou a atenção do mercado, quando a fiscalização passou a ser feita, em 2000, segundo Maior. "Isso mostra que a lei é imprescindível", afirma.

Page 48: Seminário: A INCLUSÃO DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA NO MERCADO DE TRABALHO Ana Carolina Fuliaro Cibelle Linero Goldfarb Márcia Cunha Silvio Beltramelli Neto

4. PROBLEMATIZAÇÃO 4. PROBLEMATIZAÇÃO (IV)(IV)

Efetividade e dificuldades de concretização das leis nacionais sobre o tema

Page 49: Seminário: A INCLUSÃO DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA NO MERCADO DE TRABALHO Ana Carolina Fuliaro Cibelle Linero Goldfarb Márcia Cunha Silvio Beltramelli Neto

4. PROBLEMATIZAÇÃO (IV – cont.)4. PROBLEMATIZAÇÃO (IV – cont.)Folha de São Paulo, domingo, 25 de abril de 2010 – Caderno ClassificadosCom fiscalização, gestores de RH oferecem vagas "chão de fábrica“JAIRO MARQUESQue todo emprego é digno é fato. Mas é duro quando a oferta de vagas se concentra em setores de baixa qualificação e está atrelada a uma obrigação, e não à procura real por um profissional capacitado.Tem sido assim, em geral, que empresas querem colocar a pessoa com deficiência atuante no mercado de trabalho.Com a fiscalização "pegando no pé" para cumprir a Lei de Cotas, alguns gestores de RH disparam anúncios de vagas "chão de fábrica“. Nada contra apertar parafusos, atender telefone ou abrir portas. Acontece que há milhares de cadeirantes -engenheiros, arquitetos, advogados, farmacêuticos, atores- que querem e precisam trabalhar para viver com dignidade.Não cabe mais atrelar capacidade física à habilidade intelectual e querer limitar o ambiente onde elas irão atuar. Um local de trabalho que contempla a diversidade amplia seu potencial de atingir um maior número de objetivos, de metas.Muito se escuta sobre a "pouca qualificação" do deficiente. Devido à falta de acesso, sobretudo, poucos deficientes chegam aos bancos universitários. Mas esse público existe, quer trabalhar e é amparado pela lei, pelo bom senso. Há também profissionais que já eram formados quando passaram à condição de deficientes.Uma rampa, um software auxiliar de leitura custam caro e inviabilizam a contratação? O valor, decerto, é menor que o impacto social e humano de abandonar gente qualificada e que pode apresentar resultados concretos para um negócio.A história já mostrou muitas vezes que competência, genialidade e produtividade não guardam relação com pleno vigor físico ou sensorial.

Page 50: Seminário: A INCLUSÃO DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA NO MERCADO DE TRABALHO Ana Carolina Fuliaro Cibelle Linero Goldfarb Márcia Cunha Silvio Beltramelli Neto

4. PROBLEMATIZAÇÃO (IV – cont.)4. PROBLEMATIZAÇÃO (IV – cont.)Jurisprudência : Não-obrigatoriedade de contratação de PCD quando não houver mão-de-obra habilitada para a vagaPROC. Nº TRT-10-RO-00395-2008-019-10-00-6 (Relatora Desembargadora MÁRCIA MAZONI CÚRCIO RIBEIRO)AUTO DE INFRAÇÃO. NULIDADE. POSSIBILIDADE. PERCENTUAL MÍNIMO PARA CONTRATAÇÃO DE PESSOAS PORTADORAS DE NECESSIDADES ESPECIAIS. O artigo 93 da Lei nº 8.213, de 1991, dispõe que a empresa que possua mais de 100 empregados está obrigada a contratar em seus quadros o percentual de 2 a 5% de pessoas portadoras de necessidades especiais habilitadas, aí considerados os beneficiários reabilitados segurados e dependentes vinculados ao Regime Geral de Previdência Social — RGPS, submetidos a processo de reabilitação profissional desenvolvido ou homologado pelo INSS (Portaria nº 4.677, de 29/7/1998). HERMENÊUTICA. INTERPRETAÇÃO SISTEMÁTICA DE NORMAS. A interpretação sistemática parte do pressuposto de que as normas constantes na ordem jurídica não existem de forma isolada. Para a correta interpretação e aplicação do direito deve ser analisado todo o acervo jurídico positivado. A utilização do método interpretativo-sistemático do arcabouço jurídico previdenciário, as suas regulamentações, e a Instrução Normativa nº 20/2001, da Secretaria de Inspeção do Trabalho, fazem inferir que não se trata de aplicar às empresas a obrigatoriedade de admitir em seus quadros qualquer portador de necessidade especial, mas o habilitado ou reabilitado. Em outras palavras, a norma refere-se aos beneficiários reabilitados, ou àqueles portadores de necessidades especiais que, de outra forma, possuam as características de habilidades existentes na empresa. Recurso ordinário conhecido e provido.

Page 51: Seminário: A INCLUSÃO DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA NO MERCADO DE TRABALHO Ana Carolina Fuliaro Cibelle Linero Goldfarb Márcia Cunha Silvio Beltramelli Neto

4. PROBLEMATIZAÇÃO 4. PROBLEMATIZAÇÃO (V)(V)

A sociedade que se diz "saudável" está ou deve ser preparada para um movimento de inclusão de PCD’s?

Page 52: Seminário: A INCLUSÃO DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA NO MERCADO DE TRABALHO Ana Carolina Fuliaro Cibelle Linero Goldfarb Márcia Cunha Silvio Beltramelli Neto

5. REFERÊNCIAS BIBILIOGRÁFICAS5. REFERÊNCIAS BIBILIOGRÁFICAS ARAÚJO, Luiz Alberto David. A proteção constitucional das pessoas portadoras

de deficiência. 3ª ed., revista, ampliada e atualizada, Brasília, 2001, Disponível em: http://www.mj.gov.br/sedh/dpdh/corde/protecao_const.htm

BEVERVANÇO, Rosana Beraldi. Direitos da pessoa portadora de deficiência (da exclusão à igualdade). Curitiba: Ministério Público do Estado do Paraná, 2001.

BOBBIO, Norberto. A era dos direitos. 9 ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2004. COMPARATO, Fábio Konder. A afirmação histórica dos direitos humanos. 7 ed.

São Paulo: Saraiva, 2010. DICKSON, Mary B.. The Americans with disabilities Act: hiring, accommodating

and supervising employees with disabilities. Crisp Publications, 1995. FIGUEIREDO, Guilherme José Purvin de. Processo de habilitação profissional e

trabalho prestado por pessoa portadora de deficiência. Revista LTR, São Paulo, v. 61, n. 07, jul. 1997.

_____________. Direito de locomoção da pessoa portadora de deficiência no meio ambiente urbano. Revista de Direitos Difusos, São Paulo, v. 4, dez. 2000.

GOLDFARB, Cibelle Linero, Pessoas Portadoras de Deficiência e a Relação de Emprego – O sistema de cotas no Brasil. Curitiba: Juruá Editora, 2007.

GOMES, Joaquim B. Barbosa. Ação afirmativa & princípio constitucional da igualdade: o direito como instrumento de transformação social. A experiência dos EUA. Rio de Janeiro-São Paulo: Renovar, 2001.

MARANHÃO, Rosanne de Oliveira. O portador de deficiência e o direito do trabalho, São Paulo: LTR, 2005.

Page 53: Seminário: A INCLUSÃO DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA NO MERCADO DE TRABALHO Ana Carolina Fuliaro Cibelle Linero Goldfarb Márcia Cunha Silvio Beltramelli Neto

5. REFERÊNCIAS BIBILIOGRÁFICAS 5. REFERÊNCIAS BIBILIOGRÁFICAS (cont.)(cont.) MAZZILLI, Hugo Nigro. A pessoa portadora de deficiência e o Ministério Público. In:

Direitos da Pessoa Portadora de Deficiência, Revista da Advocacia Pública & Sociedade, São Paulo, ano I, n. 1, 1997.

MELO, Sandro Nahmias. O direito ao trabalho da pessoa portadora de deficiência: ação afirmativa, o princípio constitucional da igualdade. São Paulo: LTR, 2004.

MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO (MTE). Secretaria de Inspeção do Trabalho (SIT), Departamento de Fiscalização do Trabalho (DEFIT). A inclusão das Pessoas com Deficiência no Mercado de Trabalho. Brasília, 2007, pp. 12-14.

MIRANDA, Jorge. Curso de Direito Internacional Público. Principia, 2006, 3ª ed. pp.300-325.

MONTAL, Zélia Maria Cardoso. O trabalho como direito humano da pessoa com deficiência. In PIOVESAN, Flávia. CARVALHO, Luciana Paula Vaz de. Coordenadoras. Direitos humanos e direito do trabalho. São Paulo : Atlas, 2010, pp. 178-181.

NERI, Marcelo Côrtes. As empresas e as cotas para pessoas com deficiência. Conjuntura Econômica, Disponível em: www.fgv.br/cps/deficiencia_br/menu.htm. Acesso em: 13 jul 2005.

PIOVESAN, Flávia. Temas de Direitos Humanos. Saraiva, 2009, 3ª ed. ROCHA, Carmen Lúcia Antunes. Ação afirmativa: o conteúdo democrático do

princípio da igualdade jurídica. Revista de Informação Legislativa, Brasília, ano 33, n. 131, jul./set. 1996.

SILVA, Otto Marques da. A pessoa deficiente na história do mundo de ontem e de hoje. São Paulo: CEDAS, 1987.

MARMELSTEIN, George. Curso de direitos fundamentais. 2 ed. São Paulo: Atlas, 2009.

Page 54: Seminário: A INCLUSÃO DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA NO MERCADO DE TRABALHO Ana Carolina Fuliaro Cibelle Linero Goldfarb Márcia Cunha Silvio Beltramelli Neto

5. REFERÊNCIAS BIBILIOGRÁFICAS 5. REFERÊNCIAS BIBILIOGRÁFICAS (cont.)(cont.) SOWELL, Thomas. Affirmative action around the world: an empirical study.

New Haven & London: Yale University Press, 2004. SÜSSEKIND, Arnaldo. Convenções da OIT. São Paulo : LTr, 1998.

SITES: www.echr.coe.int/echr/Homepage_EN www.echr.coe.int/echr/Homepage_EN http://ec.europa_eu/social/main.jsp? Acesso em 10/05/2010.

http://echr.coe.int/echr/Homepage_EN. Acesso em 10/05/2010http://europa.eu/legislation_summaries/employment_and_social_polity/disability. Acesso em 10/05/2010http://www.interights.org. Acesso em 11/05/2010.http://treaties.un.org/pages. Acesso em 14/05/2010

http://www.efdeportes.com/efd127/inclusao-de-alunos-com-necessidades-especiais-nas-escolas.htm . Acesso em 13/05/2010.

http://www.oei.es/quipu/brasil/educ_especial.pdf. Acesso em 13/05/2010. http://g1.globo.com/Noticias/Vestibular/0,,MUL31348-5604,00.html. Acesso em

13/05/2010. http://www.assistiva.org.br/noticia/00420-camara-da-cotas-para-portadores-

de-deficiencia-nas-universidades.Acesso em 13/05/2010. http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_content&task=view&id=5427.

Acesso em 13/05/2010.