sementes de evangelho ano c

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P. José Fernando Caldas Esteves Ir. Maria da Conceição Afonso Borges Ir. Maria José Diegues de Oliveira SEMENTES DE EVANGELHO leitura orante do evangelho domingos do ano c

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apresentaçào do famoso homiliario portugues SEMENTES DO EVANGELHO

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P. José Fernando Caldas EstevesIr. Maria da Conceição Afonso Borges

Ir. Maria José Diegues de Oliveira

S E M E N T E S D E E V A N G E L H O

leitura orante do evangelho

domingos do ano c

imprimaturBragança, 8 de Setembro de 2015Festa da Natividade da Virgem Santa Maria@ José Manuel Garcia CordeiroBispo de Bragança-Miranda

organizaçãoP. José Fernando Caldas EstevesIr. Maria da Conceição Afonso BorgesIr. Maria José Diegues de Oliveira

ilustraçõesIrene RodriguesTânia Pires

promoçãoDiocese de Bragança-Miranda

distribuiçãoSecretariado Nacional de LiturgiaCasa de Santa Ana – Santuário de FátimaApartado 102496-908 FÁ[email protected]

impressão • acabamentoArtipol – Artes gráficas, Lda. – Águeda

depósito legal nº 398436/15isbn 978-989-8293-76-3

capaSão Lucas Evangelista (1664-1700)Igreja de Nossa Senhora da Boa Esperança, Vilvoorde (Bélgica) – Godfried de Jonge Maes (1649–1700)

APRESENTAÇÃO

Temos a imensa alegria de apresentar o livro “Sementes de Evange-lho”, uma colectânea de textos publicados semanalmente no Jornal Dioce-sano Mensageiro de Bragança, com propostas de leitura orante do Evangelho de cada Domingo. O presente volume refere-se ao ciclo litúrgico do ano C, depois de terem sido já publicados, nos anos anteriores, os referentes aos ciclos A e B.

Renovamos a profunda gratidão à equipa destas páginas de união: ao Mons. José Caldas, às Irmãs Maria José e Conceição Borges das Servas Fran-ciscanas Reparadoras, à Irene Rodrigues e à Tânia Pires.

Uma expressão paulina no livro dos Actos dos Apóstolos: «Confio--vos a Deus e à Palavra da sua graça», ilustra bem como a Igreja é confiada à Palavra de Deus e não a Palavra à Igreja. É necessário que a Palavra seja “mais viva e mais eficaz”, e que se torne “a língua materna da nova evangelização”, como preconiza o Papa Francisco. Dentro do grande horizonte de tornar a Palavra de Deus mais presente na vida das pessoas, a par da Eucaristia, dos sacramentos, da piedade popular e de tudo que já na Igreja se faz, a reflexão, o estudo e a lectio divina da mesma são fundamentais para a tornar visível no anúncio e no testemunho dos crentes. Deixando-nos educar pela peda-gogia da Palavra, percebemos como ela cuida da nossa vocação à santidade. De facto, a santidade da Palavra ilumina os passos da Igreja peregrina e, sem dúvida que esta publicação, com propostas reflexivas e celebrativas, muito nos poderá ajudar neste caminho.

Não deixa de ser significativo que este próximo ano pastoral, que o Papa Francisco proclamou como o ano da misericórdia, coincida com a leitura do Evangelho de S. Lucas, aos Domingos, Evangelho tão ilustrativo deste traço fisionómico do coração de Deus.

É também S. Lucas que nos apresenta um Jesus a caminho, que se faz peregrino connosco. Ele é o companheiro amigo da humanidade, como o ícone de Emaús o testemunha (Lc 24, 13-35) e tão bem representado com arte e beleza nos mosaicos do baptistério da Catedral de Bragança. Dois dos seus discípulos caminham amargurados e desiludidos. Abandonam Jerusa-

lém e com ela, deixam os sonhos e as esperanças. Com o coração ferido são incapazes de acolher a alegria transbordante da Páscoa. Como nos sentimos identificados com estes discípulos, em tantos momentos, na travessia da nossa existência terrena! Enquanto caminham um ilustre desconhecido peregrino junta-se a eles. Quando tudo parece fracassar, Jesus faz-se companheiro de viagem, acolhendo as confidências, na partilha da vida, da palavra das Escri-turas e na fracção do pão. Também nós somos peregrinos. Mas ser apenas peregrino (per – agrum), caminhar pelo campo da vida, ou ser peregrino com Cristo, acolher Cristo e ser acolhedor como Ele, faz toda a diferença!

Esta liturgia a caminho, é emblemática na vida da Igreja. De facto a Liturgia, é lugar da relação com Cristo, na escuta da Palavra, na experiência do mistério e na visão esperançosa da sua Glória.

A Constituição Conciliar Dei Verbum coloca a escuta da Palavra de Deus num patamar de veneração semelhante ao da Eucaristia: «A Igreja vene-rou sempre as divinas Escrituras como venera o próprio Corpo do Senhor, não deixando jamais, sobretudo na Sagrada Liturgia, de tomar e distribuir aos fiéis o Pão da vida, quer da mesa da palavra de Deus, quer da do Corpo de Cristo» (DV, 21).

O Ano Litúrgico, nas suas sucessões e ritmos próprios tem na Palavra de Deus o seu grande suporte, sobretudo o Evangelho de cada Domingo. Esta vivência, contínua e constante, ajuda-nos a imergir no Hoje da salva-ção. Auguro pois que este Pão da Palavra escutada, acolhida, meditada e vivida possa nutrir a nossa esperança, possa fortalecer a ousadia da fé, possa entusiasmar a alegria de sermos de Cristo e credibilizar o nosso testemunho como seus discípulos missionários.

@ José Manuel Garcia CordeiroBispo de Bragança-Miranda

A PR E SEN TAÇ ÃO

6 APRESENTAÇÃO

IN TROD UÇ ÃO

Caros amigos e caras amigas, depois da publicação dos volumes “Sementes de Evangelho” referentes aos anos A e B, faltava esta peça no mosaico das reflexões sobre os Evangelhos de Domingo, que agora temos a alegria de vos oferecer, para completar o conjunto.

Trata-se da boa notícia que é Jesus, narrada e escrita no Evangelho, que este ano especialmente percorreremos na companhia de S. Lucas. Este Evangelho é aquele onde mais ressalta a alegria. Desde o princípio, por onde passa, a Palavra de Deus deixa um rasto de alegria. O próprio Jesus nasce no seio de Maria depois do acolhimento da Palavra. A Palavra vai crescendo com os discípulos na caminhada da Galileia até Jerusalém e no coração dos dois companheiros que demandam Emaús. A Palavra floresce em alegria, na Igreja que cresce e expande peregrina sob a força do Espírito Santo.

O Evangelho segundo Lucas tem imediato seguimento com o Livro dos Actos dos Apóstolos, e aqui o cenáculo torna-se o ícone do ventre de Maria que, no silêncio da oração, a sombra do Espírito volta a fecundar para gerar o novo povo do Senhor.

Este Evangelho apresenta-nos a oração como louvor, nas palavras que Deus colocou na boca de um anjo e de uma mulher: a Gabriel no dia da anunciação, quando Maria estupefacta acolhe Deus em sim; e a Isabel, no dia da visita alegre de Maria, quando ambas começam a exultar a melodia de Deus. Será o próprio Jesus a entoar o louvor e a relação com o Pai. Como Ele também o discípulo vive de Deus. A obra de Lucas revela-nos assim que ele não é um escritor, mas é uma testemunha imersa na aventura da história que o implicou e transfigurou.

Considerado o Evangelista da ternura e da misericórdia, Lucas deixa--nos a nota destes traços bem patente nas deliciosas parábolas da misericór-dia e nos gestos de Jesus para com os pobres, os simples, os pequeninos e os pecadores. Lucas encoraja-nos a tudo esperar de Deus, não obstante o nosso pecado e miséria, teima em dizer-nos, de forma tão eloquente e tão bela, que o Pai do Céu nunca desiste de nós.

Lucas, o “querido médico” (Cl 4, 14), escreve com rigor histórico (Cfr. Lc 1, 3) nunca perde de vista a fé, preocupa-se com a régua da cronologia sem descurar a beleza do conjunto, tem em atenção a inteligibilidade das narrações sem ofuscar o milagre e a surpresa de Deus. Lucas é um homem de sensibilidade ímpar, capaz de vislumbrar a grandeza de Jesus a partir da humildade de uma mulher insignificante de Nazaré, capaz de capturar lumi-nosas descrições e passagens únicas bordadas de delicadeza. Graças a este homem, da atenção e do detalhe, podemos deliciar-nos com todo o enredo narrativo da infância de Jesus, a relíquia do sim de Maria, os cânticos do Magnificat e do Benedictus, repletos de harmonia poética, a melodia anun-ciadora dos anjos e as intuições dos pobres e dos simples, quando o silêncio, coberto pela sombra do Espírito, se torna a fecundidade apta para a Palavra florescer.

A vasta cultura também judaica, mas sobretudo helenística, fazem de Lucas não apenas um catequista brilhante mas um portentoso interlocutor de diversas culturas, convidando ao encontro. Com ele sentimos que o Evan-gelho não é apenas dirigido a um grupo restrito, mas que se destina a abraçar o mundo e assim nos convida a não ficarmos parados à beira do lago da Gali-leia ou encerrados numa sala gradeada pelo medo.

Hoje, Lucas continua a dirigir-se a nós “Teófilos”, amigos de Deus, “servidores da Palavra” que a escavamos, que a escrevemos, que a lemos e meditamos, no silêncio da oração, até que ela se torne misericórdia de Deus em acto, manancial de alegria, fluente nos nossos gestos e palavras, no todo da nossa vida.

Amigos e amigas, no ano da misericórdia será fascinante continuar a percorrer convosco esta aventura.

P. José Fernando Caldas EstevesIr. Maria da Conceição Afonso Borges

Ir. Maria José Diegues de Oliveira

8 INTRODUÇÃO

TEMPO DO ADVENTO

10 TEMPO DO ADVENTO

DOMINGO IVIGIAI EM TODO O TEMPO

Evangelho Lc 21, 25-28.34-36Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Haverá sinais no sol, na lua e nas estrelas e, na terra, angústia entre as nações, aterradas com o rugido e a agitação do mar. Os homens morrerão de pavor, na expectativa do que vai suceder ao universo, pois as forças celestes serão abaladas. Então, hão-de ver o Filho do homem vir numa nuvem, com grande poder e glória. Quando estas coisas começarem a acontecer, erguei-vos e levantai a cabeça, porque a vossa libertação está próxima. Tende cuidado convosco, não suceda que os vossos corações se tornem pesados pela intemperança, a embriaguez e as preocupações da vida, e esse dia não vos surpreenda subitamente como uma armadilha, pois ele atingirá todos os que habitam a face da terra. Portanto, vigiai e orai em todo o tempo, para que possais livrar-vos de tudo o que vai acontecer e comparecer diante do Filho do homem».

Caros amigos e amigas, a caminho do Natal, este primeiro Domingo do Advento coloca-nos perante a perspectiva de um Deus que “nasce” das entranhas do nosso quotidiano. É um Deus que não está longe, é o Deus connosco, o Emanuel.

Sinais no sol, na lua e nas estrelas

Este texto não é um manual de procedimentos perante catástrofes eminentes, nem um tratado científico sobre a finitude das forças cósmicas. É antes poema de amor de um Deus que semeia sinais de Si mesmo em todas as esquinas, que Se declara nas fontes de luz, que dança no firmamento e que nos convida a comparecer na sua presença, indicando-nos a segurança do caminho. Mas parece que o Senhor nem sempre tem hipótese de comunicar connosco! Andamos tão distraídos que nem ligamos aos sinais subtis que se derramam nos detalhes da trivialidade. Depois vêm alguns sinais mais “sonoros” e esses causam-

DOMINGO I 11

-nos medo. Geralmente, tudo o que sai do comum vem destabilizar. O ser humano “morre” de susto perante os “abalos” daquilo em que punha a sua segu-rança, daquilo que parecia estável. Quantas vezes nos atrofia o receio, quantas vezes o medo nos subjuga, quantas vezes a constatação da realidade nos paralisa e até as previsões do que ainda não aconteceu nos fazem sucumbir! Mas o susto não é coisa que mereça a nossa morte. O Senhor não quer que os seus discípulos sejam medrosos, daqueles que, perante os sinais, ficam paralisados pelo susto. Ele convida-nos a acolher os sinais, como leitores vigilantes…

Erguei-vos e levantai a cabeça

Não podemos continuar a pasmar, leais à ditadura de tantas constatações, refugiados no túmulo do pessimismo. Os leitores dos sinais de Deus são como terra que se deixa arar e semear por um presente recheado de possibilidades, são visionários de uma história fecundada pelo amor de Deus. Ele vem, porque Ele está. O título de Filho do homem proclama a sua admirável consanguinidade connosco, a sua solícita presença… a partilha de um poder e de uma glória só entendidas através de uma vigilância promovida pelo amor.

Erguer-se e levantar a cabeça é a atitude viva dos que não se deixam amarfanhar pelo susto. O ícone do Filho do homem é um sol que ilumina todas as realidades da vida, é a fonte de luz que não falha, é o sinal que nos sustém a esperança, que nos alimenta o sentido da caminhada. Jesus é o Deus-connosco, Aquele que recapitula em si o sonho de transpormos os nossos limites, é Aquele que guarda as coordenadas da nossa plenitude; Ele é a força subtil e imprevista que, entretanto percebida, tem poder para libertar a luz que dorme no resguardo do nosso medo.

Vigiai e orai em todo o tempo

O requisito mais eficaz para a vigilância é o amor. O vigilante nunca pode morrer de susto, pois aprende a ler os sinais. O vigilante não se torna pesado, subjugado pela realidade, atado pelas expectativas, mas é capaz de elevar as expectativas até à leveza da Esperança, pois vive com sentido… o vigilante tem

12 TEMPO DO ADVENTO

os olhos abertos ao bem absoluto e, na massa da história, onde a dor e a fealdade se insinuam, ele distingue o que é decisivo, descortina o filão da Beleza e segue-a, desde a fonte até ao mar, ainda que na sua carne doam as feridas de um mundo corruptível.

A última frase do texto revela-nos a divina “astúcia” do Senhor que, decisi-vamente, o que pretende é preparar-nos e convidar-nos a “aparecer” diante d’Ele! Com que enlevo Ele deseja o nosso advento aos seus olhos, Ele prepara ardente-mente o encontro! Amigos e amigas, vigiar a aparição do Senhor à nossa vida não é senão preparar a nossa aparição aos olhos d’Aquele que mais nos ama. E não é para amanhã. O fim do mundo não é amanhã; o que vigio é o constante hoje, o advento de Cristo para ser acolhido na minha vida. E isto é Evangelho!

viver a palavra

Vou cultivar a atenção aos sinais da presença de Deus na minha vida.

rezar a palavra

Senhor, do meu coração pesado de quereres, preso por vontades e ferido pela agitação,

deixo brotar a simplicidade de uma lâmpada atenta aos teus sinais.Neles quero escutar o teu vir e saborerar a tua presença libertadora.

Senhor, na lama das preocupações do tempo, no cinzento da angústia solitária,deixo brotar a coragem de um constante reerguer, contemplo o alto como metae aprendo a espera, na confiança de que desejas habi-

tar-me e quebrar as cadeias.

TEMPO DO NATAL

24 TEMPO DO NATAL

NATAL DO SENHORMissa da Noite

UMA NOTÍCIA DE LUZ

Evangelho Lc 2, 1-14Naqueles dias, saiu um decreto de César Augusto, para ser recenseada toda a terra. Este primeiro recenseamento efectuou-se quando Quirino era gover-nador da Síria. Todos se foram recensear, cada um à sua cidade. José subiu também da Galileia, da cidade de Nazaré, à Judeia, à cidade de David, chamada Belém, por ser da casa e da descendência de David, a fim de se recensear com Maria, sua esposa, que estava para ser mãe. Enquanto ali se encontravam, chegou o dia de ela dar à luz e teve o seu Filho primogénito. Envolveu-O em panos e deitou-O numa manjedoura, porque não havia lugar para eles na hospedaria. Havia naquela região uns pastores que viviam nos campos e guardavam de noite os rebanhos. O Anjo do Senhor aproximou-se deles e a glória do Senhor cercou-os de luz; e eles tiveram grande medo. Disse-lhes o Anjo: «Não temais, porque vos anuncio uma grande alegria para todo o povo: nasceu-vos hoje, na cidade de David, um Salvador, que é Cristo Senhor. Isto vos servirá de sinal: encontrareis um Menino recém-nascido, envolto em panos e deitado numa manjedoura». Imediatamente juntou-se ao Anjo uma multidão do exército celeste, que louvava a Deus, dizendo: «Glória a Deus nas alturas e paz na terra aos homens por Ele amados».

Caros amigos e amigas, com Jesus a noite é uma manhã de esperança, porque Deus vem ao nosso encontro e habita na tenda frágil do nosso coração. É Natal porque Deus vem de novo, porque um menino foi colocado em nossos braços, porque a bela notícia do Emanuel ecoa e brilha em cada manhã!

NATAL DO SENHOR 25

Nos campos…de noite…

O rebanho dorme e a noite envolve-me sem me dar repouso. Chegam vozes de todo o lado, sou atacado por novidades escuras, por obrigações atro-zes, por escândalos, por banalidades. De noite, tento vencer o negro do céu com luzes fugazes que logo passam e nada me deixam da Luz… De noite, automatizado pela rotina do “deixa andar” nada é notícia, nada me toca, de tantos dados e estatísticas que já entopem os meus filtros de decisão. De noite, vivo num campo que é terra árida, porque sem Luz… De noite, guardo um rebanho, guardo os outros, com medo de me guardar a mim, de guardar Deus em mim… De noite, de tanto que escuto, nada me diz, de tanto que recebo, nada me toca. De noite… tudo é noite… e até a Luz que me visita me atemoriza…

Anuncio-vos uma grande alegria

Mas hoje uma notícia de luz visita o campo da minha noite, onde o nada é chão. Rompe a escuridão com a Luz, cala o silêncio com a notícia, derruba o medo com a alegria da proximidade. Nessa noite, nesta noite, Deus me envia, mais uma vez, o anúncio de uma grande notícia: a alegria da sua presença. Sim, de novo. Mais uma vez passa a notícia neste campo: Ele vem ao meu encontro. Renasce a esperança da manhã, a colorida novidade da aurora. Nesta noite, porque a luz de Deus me envolve, nasce o dia. Na esteri-lidade da minha tímida procura, brota a notícia que me envolve de Luz e não mais deixará que a noite impere… porque é Ele que me procura e me habita. E Ele é a Luz! Então tenho de O procurar, porque a Luz urge.

Encontrareis um menino

Deixo o campo, arredo do meu caminho a noite, os afazeres que me atulham, para me abrir ao seu mistério; preparo o meu dom, deixo o rebanho,

26 TEMPO DO NATAL

deixo de guardar os outros, para deixar que a Luz me guarde a mim, porque a luz me guia e me atrai e a semente da Palavra grita o germinar! Corro ao encontro do Menino de quem “fala a notícia” que me inquieta. Estará nas palhas douradas, nos panos de cetim, na manjedoura de luzes coloridas? Onde encontro esse Menino? Bloqueio o ritmo germinador da Palavra, sempre que não O deixo nascer em mim… É “isto” que me serve “de sinal”! É neste campo, nesta noite que encontro o Menino, a notícia, o sinal, o Deus connosco! Nesta noite brilha o dia, nasce a Luz, germina o Evangelho!

viver a palavra

Vou partilhar a boa notícia de ser habitado pelo Deus Menino!

rezar a palavra

Senhor Jesus, Salvador, Emanuel… Dizes-me em segredo que “chegou o dia”…

Poderão meus braços abraçar tão grande mistério?Poderão meus olhos contemplar tão imensa luz?Poderão meus lábios cantar tão sublime melodia?Quero aprender a humildade do teu encontro comigo, Quero aprender a alegria da tua grande notícia, quero acolher-Te em meus braços,Tu que de teus braços não me separas… e desejas que em mim seja Natal!...

TE M PO DA Q UA R E S M A

38 TEMPO DA QUARESMA

DOMINGO ISER CONDUZIDO AO AMOR

Evangelho Lc 4, 1-13Naquele tempo, Jesus, cheio do Espírito Santo, retirou-Se das margens do Jordão. Durante quarenta dias, esteve no deserto, conduzido pelo Espírito, e foi tentado pelo Diabo. Nesses dias não comeu nada e, passado esse tempo, sentiu fome. O Diabo disse-Lhe: «Se és Filho de Deus, manda a esta pedra que se transforme em pão». Jesus respondeu-lhe: «Está escrito: ‘Nem só de pão vive o homem’». O Diabo levou-O a um lugar alto e mostrou-Lhe num instante todos os reinos da terra e disse-Lhe: «Eu Te darei todo este poder e a glória destes reinos, porque me foram confiados e os dou a quem eu quiser. Se Te prostrares diante de mim, tudo será teu». Jesus respondeu-lhe: «Está escrito: Ao Senhor teu Deus adorarás, só a Ele prestarás culto’». Então o Diabo levou-O a Jerusalém, colocou-O sobre o pináculo do templo e disse--Lhe: «Se és Filho de Deus, atira-Te daqui abaixo, porque está escrito: ‘Ele dará ordens aos seus Anjos a teu respeito, para que Te guardem’; e ainda: ‘Na palma das mãos te levarão, para que não tropeces em alguma pedra’». Jesus respondeu-lhe: «Está mandado: ‘Não tentarás o Senhor teu Deus’». Então o Diabo, tendo terminado toda a espécie de tentação, retirou-se da presença de Jesus, até certo tempo.

Caros amigos e amigas, o Evangelho convida-nos ao deserto. Desde a quarta-feira de cinzas, a Quaresma recorda que somos pó. Contudo, este pó habi-tado pelo Espírito é, ainda hoje, a obra-prima da criação. Tão bela e delicada que, cada ano, o Artista a conduz ao deserto para lhe reavivar todo o seu esplendor.

“Estar no deserto, conduzido pelo Espírito”

O deserto é um lugar misterioso e intrigante, um espaço onde a sobre-vivência e a morte caminham lado a lado, local de desafios e de audácia. É

DOMINGO I 39

também o lugar onde Deus conduz os profetas para lhes falar ao coração, onde caminha com o povo hebreu partilhando a sua vida. Hoje, também as nossas cidades têm os seus desertos: o deserto da solidão e tristeza de tantos; o deserto de uma crise que avança impiedosa; o deserto de muitas perguntas sem respostas… Na verdade, basta uma quebra em Wall Street e falta o pão na nossa casa; basta uma febre e definha a saúde; basta uma união desfeita e desaparece alegria. Mas, se o Evangelho nos convida a entrar no deserto é porque – como disse Saint-Exupéry – em cada deserto há um poço, em qual-quer angústia existe um rebento de ressurreição. No deserto são as estrelas que traçam a rota. Talvez ali descubramos dentro de nós a nostalgia do Céu, a liberdade desmesurada, o silêncio que permite a escuta, a luz que desmascara as trevas, a presença capaz de um encontro…

“Se és Filho de Deus”

As três tentações metem em jogo a relação filial de Jesus com o Pai, são um desafio entre dois projectos, são uma escolha entre dois amores.

As tentações são a divisão do nosso coração feito de cinzas e de luz, são um convite a alimentar-se só de pão, a contentar-se com a própria história, a viver sem sonhos, a silenciar a voz de Deus. O silêncio é então quebrado por aquela insinuação diabólica que gostaria de minar a nossa confiança no Amor: “onde está o teu Deus”? Todos sabemos que somos mendigos de pão, mas não podemos esquecer que somos também pedintes do céu e da eternidade, somos possuidores de tanta coisa mas mendicantes da beleza e do amor. O pão é bom e necessário, sacia o estômago, mas só Deus sacia a vida. Doutro modo, a existên-cia é uma saca cheia de pedras que se tornaram pão duro e amargo de cada dia.

“Está escrito”

Nas três tentações Jesus convoca Deus ao seu lado e cada resposta é silabada e gritada com o alfabeto da Palavra de Deus: “está escrito...!”, está

40 TEMPO DA QUARESMA

gravado no coração! Porque o que se escreve permanece, é promessa, é reali-dade! Jesus não dialoga com o Diabo, mas contrapõe sempre um amor maior: o de um Pai que nunca O abandona.

O grande engano é acreditar que o tesouro da vida esteja num naco de pão, na folia do poder ou no excesso de sucesso. O engano é acreditar que assim se pode eliminar a fome do céu e de paz. O maior engano é servir-se da vida caminhando nas palmas de anjos, sem avançar como crianças confiantes apenas na força com que nos aperta o abraço do Pai.

Mesmo quando caímos dos pináculos vazios da vida, Ele está presente. Talvez não como nós desejaríamos, mas à sua maneira. E não para evitar a queda, mas para ajudar a levantar e a continuar. E, então, fazer florescer o deserto. Isso, caros amigos e amigas, é Evangelho!

viver a palavra

Vou deixar um pouco da minha semana para me retirar e descobrir o que me tenta.

rezar a palavra

Senhor, ajuda-me a retirar de mim o que me desliga de Ti...No deserto da minha busca de da fonte, não desejo pão passageiro, nem

estradas imediatas, apenas aspiro por Ti, alimento seguro. No alto das colinas do eu, não desejo fama nem reconhecimento vão, apenas o teu colo que me alenta

e me faz ser. Na Jerusalém de um mundo inquieto e desorientado, não desejo poder egoísta nem autoridade vazia, apenas a tua Pala

vra como norma e meta do caminho.

TEMPO PASCAL

58 TEMPO PASCAL

DOMINGO DE PÁSCOA DA RESSUREIÇÃO DO SENHOR

ALELUIA

Evangelho Jo 20, 1-9No primeiro dia da semana, Maria Madalena foi de manhãzinha, ainda escuro, ao sepulcro e viu a pedra retirada do sepulcro. Correu então e foi ter com Simão Pedro e com o discípulo predilecto de Jesus e disse-lhes: «Leva-ram o Senhor do sepulcro, e não sabemos onde O puseram». Pedro partiu com o outro discípulo e foram ambos ao sepulcro. Corriam os dois juntos, mas o outro discípulo antecipou-se, correndo mais depressa do que Pedro, e chegou primeiro ao sepulcro. Debruçando-se, viu as ligaduras no chão, mas não entrou. Entretanto, chegou também Simão Pedro, que o seguira. Entrou no sepulcro e viu as ligaduras no chão e o sudário que tinha estado sobre a cabeça de Jesus, não com as ligaduras, mas enrolado à parte. Entrou também o outro discípulo que chegara primeiro ao sepulcro: viu e acreditou. Na verdade, ainda não tinham entendido a Escritura, segundo a qual Jesus devia ressuscitar dos mortos.

Caros amigos e amigas, a Páscoa é o grande domingo, o dia da maior procla-mação do coração da fé de toda a Igreja: Cristo ressuscitou, Aleluia! O texto do Evangelho de João coloca-nos em movimento no primeiro dia da semana, que é o dia da nova criação, da Páscoa definitiva.

A descoberta do sepulcro vazio

Madalena viu o sepulcro vazio e correu a dizer a Pedro e João. Eles correm ao sepulcro de Cristo vivo. A corrida exprime emoção e vontade de não perder tempo ou até medo que seja demasiado tarde. Os discípulos verificam os sinais e um deles acredita imediatamente. A ausência do corpo de Jesus do sepulcro podia explicar-se de outro modo, mas ele constitui um

DOMINGO DE PÁSCOA DA RESSUREIÇÃO DO SENHOR 59

sinal essencial para os discípulos. A descoberta deste facto ambíguo foi, no entanto, o primeiro passo para o reconhecimento da ressurreição, que prepara as aparições da Páscoa e será interpretado por elas.

O Senhor ressuscitou verdadeiramente! – eis o grito da alegre espe-rança transformada em certeza nos tempos novos. Esta é a estafeta que os Apóstolos nos entregaram para a anunciar e testemunhar.

“Viu e acreditou”

Ver é considerado o sentido mais excelente e o que abre mais profunda-mente a realidade, por isso, o mais objectivo. O acreditar é de outra ordem. «Só se vê bem com o coração. O essencial é invisível aos olhos» (Saint-Exupéry). Os olhos capazes de ver são os olhos iluminados do coração. Acreditar é, com efeito, a certeza das realidades que não se vêem. É a adesão pessoal do coração na fé, considerando que alguém é verdadeiro. Jesus é a verdade, a vida e é na sua luz que vemos a luz.

A vigília da noite pascal, lugar do admirável combate da morte e da vida: «oh noite bendita, única a ter conhecimento do tempo e da hora em que Cristo ressuscitou do sepulcro» (Precónio pascal) abre-nos para a luz do dia sem ocaso. O círio pascal, símbolo eloquente do Senhor, foi novamente aceso e a sua luz difundiu-se na noite que brilha como o dia, cuja escuridão é clara como a luz.

Caros amigos, o discípulo viu o sudário e a mortalha e acreditou na glória do ressuscitado. Deixemos também abrir os olhos do nosso coração, como o do discípulo que viu e acreditou, abram-se os nossos espíritos à compreensão das Escrituras.

Cristo, nossa Páscoa

Da sua Páscoa Ele faz jorrar a vida. Sem a presença viva do Senhor, iniciada com a Páscoa, não podia existir a Igreja. O ressuscitado faz da nossa

60 TEMPO PASCAL

vida uma festa contínua. Por isso, a liturgia da Igreja que nasceu da Páscoa está inundada pela admiração, exultação e alegria, conforme os textos deste dia solene do ‘sacramento pascal’: «nasceu o Sol da Páscoa gloriosa, ressoa pelo céu um canto novo, exulta de alegria a terra inteira». De facto, na cruz florida da Páscoa une-se plenamente o céu e a terra, o divino e o humano. É o zénite do Evangelho!

viver a palavra

Quero encontrar na luz de cada manhã, a alegria de celebrar a minha vida na Vida de Jesus.

rezar a palavra

«Sol, lua, astros, montanhas, vales, altitudes, planícies, nascentes, lagos, mares, tudo o que voa, nada, rasteja,

com todas as vossas vozes erguei cânticos à glória de Cristo.

Hoje o Redentor do mundo regressa vencedor do inferno.Ó autor de todas as coisas, rogamos-Te, nesta alegria pascal, que defendas o teu povo contra todos os ataques da morte.Glória a Ti, ó Senhor, que ressuscitaste dos mortos

e glória ao Pai e ao Espírito Santo por todos os séculos» (Liturgia Ambrosiana)

SOLENIDA DE S D O SENHOR

NO TE M PO COMU M

186 SOLENIDADES DO SENHOR NO TEMPO COMUM

SANTÍSSIMA TRINDADEPAI, FILHO E ESPÍRITO SANTO

Evangelho Jo 16, 12-15Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Tenho ainda muitas coisas para vos dizer, mas não as podeis compreender agora. Quando vier o Espí-rito da verdade, Ele vos guiará para a verdade plena; porque não falará de Si mesmo, mas dirá tudo o que tiver ouvido e vos anunciará o que está para vir. Ele Me glorificará, porque receberá do que é meu e vo-lo anunciará. Tudo o que o Pai tem é meu. Por isso vos disse que Ele receberá do que é meu e vo-lo anunciará».

Caros amigos e amigas, a festa de hoje fala de um Deus que é comunhão, relação, família: Pai, Filho e Espírito são os três protagonistas do único rosto de Deus. Este grande mistério do amor, sem termos a pretensão de o dominar ou explicar, é para acolher amorosamente.

Deus é família

Para uns, Deus é simplesmente algo de misterioso e sobrenatural. Para outros, é um velhote de barbas brancas sentado à janela do paraíso, distante e isolado do nosso mundo, quase um sem abrigo e sem família, que pede ao homem para o fazer sair da sua eterna solidão. Para outros ainda, é uma ilógica equação matemática (1+1+1=1). Porém, Deus não é uma definição, mas é vida, caminho, experiência. Deus não se explica, mas ama-se, reza-se, experimenta-se, porque “quanto mais se navega em Deus, novos mares se descobrem” (De Leon).

Deus não é um abismo de solidão, mas é amor que não se fecha no segredo dos deuses. Deus é festa, família, dança, relação, dom. Por Jesus sabe-mos que o único rosto de Deus, o verbo amar, se declina em três pessoas.

SANTÍSSIMA TRINDADE 187

São três pessoas que se amam totalmente que, nós de fora, vemos apenas um, como se fosse um oceano de amor. Cada pessoa desaparece na outra. Só quando nos aproximamos é que experimentamos a diferença do Pai, do Filho e do Espírito.

Deus é comunidade de vida e de amor de pessoas, que vivem e convi-vem, existem e subsistem eternamente na doação recíproca e voluntária, numa comunhão perfeita e plena de vida e amor. Deus é, ao mesmo tempo, em si mesmo, Aquele que ama, o Amado e o Amor.

Paradoxo do amor

O amor tem uma aparente contradição: por amor, cada pessoa se dá e se perde, para se encontrar e realizar na outra pessoa. Deus Pai “esquece-Se” e desaparece da sua glória divina para aparecer na fragilidade humana do Filho. O Filho “esquece-Se” de Si, na fragilidade de um Amor que se aniquilou até à Cruz, tal era o “fraquinho” do Amor de Deus por nós, para revelar o Pai. O Espírito “esquece-Se” de Si e esconde-Se na brisa, para abraçar o Pai e o Filho.

Este é também o modo de ser de Deus para connosco: Ele morre para nos fazer viver; Ele apaga-Se para nos fazer brilhar; Ele diminui-Se para nos engrandecer; Ele oculta-Se para nos fazer aparecer; Ele parte para nos dar o lugar; Ele afasta-Se para nos responsabilizar. De Deus aprenderemos sempre a viver com os outros, para os outros e graças aos outros. É isso viver na comunhão com o Pai, o Filho e o Espírito Santo.

A dança do amor é sempre plural

O amor nunca é exclusivo, mas é sempre sem medida, ilimitado, multiplicativo. Amar é viver de Deus! É viver daquela relação que nos amou primeiro.

Ensinar a arte do amor, mostrar como o evangelho se torna vida, aprender que as pessoas não vivem sem as outras, ou contra as outras, ou

188 SOLENIDADES DO SENHOR NO TEMPO COMUM

acima das outras, mas que vivem com as outras, para as outras, vivificadas nas outras, é iniciar a compreender o mistério trinitário da família divina.

Caros amigos e amigas, vivei o amor, ensinai a amar, assim como se ensina uma arte que se conhece, uma estrada que abre novos horizontes, algo que já todos aprendemos porque já o recebemos de Deus. E isto é viver e ensinar o Evangelho!

viver a palavra

Quero aprender, viver e ensinar a divina arte de amar com o Pai, o Filho e o Espírito Santo.

rezar a palavra

Visita ó Pai a minha orfandade com a tua paternidade.Visita ó Jesus o meu isolamento com a tua fraternidade.

Visita-me ó “Sopro de Deus” com a tua amizade.E que, em Ti, ó Pai, eu encontre a fonte da vida; em Cristo, o amor para caminhar.

E, no Espírito, incendeia de comunhão a minha soli-dão.

Glória ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo,como era no princípio, agora e sempre. Amen.

ÍNDICE

ÍNDICE

Apresentação ........................................................................................................................... 5Introdução ............................................................................................................................... 7

T E M P O D O A D V E N T O

Domingo I ............................................................................................................................... 10Domingo II .............................................................................................................................. 13Domingo III ............................................................................................................................ 16Domingo IV ............................................................................................................................ 19

T E M P O D O N A T A L

Natal do Senhor ...................................................................................................................... 24Sagrada Família de Jesus, Maria e José ............................................................................... 27Epifania do Senhor ................................................................................................................ 31Baptismo do Senhor .............................................................................................................. 34

T E M P O D A Q UA R E S M A

Domingo I ............................................................................................................................... 38Domingo II .............................................................................................................................. 41Domingo III ............................................................................................................................ 44Domingo IV ............................................................................................................................ 47Domingo V .............................................................................................................................. 51Domingo de Ramos na Paixão do Senhor ........................................................................ 54

198 ÍNDICE

T E M P O P A S C A L

Domingo de Páscoa .............................................................................................................. 58Domingo II .............................................................................................................................. 61Domingo III ............................................................................................................................ 64Domingo IV ............................................................................................................................ 67Domingo V .............................................................................................................................. 70Domingo VI ............................................................................................................................ 73Domingo VII – Ascensão do Senhor ................................................................................. 76Domingo de Pentecostes ...................................................................................................... 79

T E M P O C O M U M

Domingo II .............................................................................................................................. 84Domingo III ............................................................................................................................ 87Domingo IV ............................................................................................................................ 90Domingo V .............................................................................................................................. 93Domingo VI ............................................................................................................................ 96Domingo VII ........................................................................................................................... 99Domingo VIII ......................................................................................................................... 102Domingo IX ............................................................................................................................ 105Domingo X .............................................................................................................................. 108Domingo XI ............................................................................................................................ 111Domingo XII ........................................................................................................................... 115Domingo XIII ......................................................................................................................... 118Domingo XIV ......................................................................................................................... 121Domingo XV ........................................................................................................................... 124Domingo XVI ......................................................................................................................... 127Domingo XVII ........................................................................................................................ 130Domingo XVIII ...................................................................................................................... 133Domingo XIX ......................................................................................................................... 136Domingo XX ........................................................................................................................... 139

ÍNDICE 199

Domingo XXI ......................................................................................................................... 142Domingo XXII ........................................................................................................................ 145Domingo XXIII ...................................................................................................................... 148Domingo XXIV ...................................................................................................................... 151Domingo XXV ........................................................................................................................ 155Domingo XXVI ...................................................................................................................... 158Domingo XXVII ..................................................................................................................... 161Domingo XXVIII ................................................................................................................... 164Domingo XXIX ...................................................................................................................... 167Domingo XXX ........................................................................................................................ 170Domingo XXXI ...................................................................................................................... 173Domingo XXXII ..................................................................................................................... 176Domingo XXXIII ................................................................................................................... 179Domingo XXXIV – Nosso Senhor Jesus Cristo, Rei do Universo ............................... 182

S O L E N I D A D E S D O S E N H O R N O T E M P O C O M U M

Santíssima Trindade .............................................................................................................. 186Santíssimo Corpo e Sangue de Cristo ............................................................................... 189Sagrado Coração de Jesus ..................................................................................................... 192