semanÁrio regionalista de inspiraÇÃo cristà …preço 0,50 • c/ iva publicaÇÕes periÓdicas...

8
28 novembro 2019 Diretor: ANTÓNIO NOVAIS PEREIRA Preço 0,50 c/ IVA PUBLICAÇÕES PERIÓDICAS BRAGA TAXA PAGA Autorizado pelos C.T.T. a circular em invólucro de plástico fechado. Autorização N.º D.E. DE00192009SNC/GSCCS Ano XCI – N.º 4494 SEMANÁRIO REGIONALISTA DE INSPIRAÇÃO CRISTÃ D. Frei Manuel do Cenáculo Villas Boas Uma vez restaurada a antiga diocese de Beja em 1770 pelo Papa Clemente XIV, este escolhe Frei Manuel do Cenáculo para seu primeiro Bispo. Natural de Lisboa onde nasce a 1 de março de 1724, professa no Convento da Ordem Terceira de São Francisco em Lisboa, a 25 de março de 1740 e em 1749 faz o doutoramento em Teologia na Faculdade de Teologia da uni- versidade de Coimbra onde se manteve a lecionar. Aqui desem- penha papel importante na refor- ma do ensino na instituição, estudando ao mesmo tempo as línguas grega, árabe e siríaca. Eleito para Bispo de Beja em 5 de março de 1770, em 18 de maio de 1777 entra na Diocese. Procura, de imediato, estabelecer na sede da mesma e em todos os seus arciprestados o uso das confe- rências eclesiásticas como forma de conhecer a realidade pastoral da diocese e o trabalho do clero. Para incremento da necessária formação das pessoas, funda a Academia Eclesiástica de Beja em 1793 instituindo, no seu paço episcopal, um curso de huma- nidades. Também reaviva o culto mariano, proclamando a Virgem Maria como protectora da Diocese. Entra na diocese com um pro- grama reformista, bem delineado, tendo nos meios de informação do seu tempo o suporte indis- pensável para a sua implemen- tação. Das suas cartas ressalta a vontade de transformar Beja numa espécie de pólo cultural, como que a pretender colocar a cidade no mapa, não apenas nacional mas também europeu. Com a presença efectiva do prelado, Beja ganha um dina- mismo cultural surpreendente, com as diversas iniciativas e projectos que leva a cabo. Prova dessa nova dinâmica são os muitos visitantes nacionais e estrangeiros que aqui passam durante o seu episcopado, os estudos que cria para os seus párocos, as referidas confe- rências eclesiásticas, a criação de uma biblioteca-museu que abriu ao público, os projectos arqueo- lógicos que desenvolveu no terreno, nomeadamente, em Tróia e Sines. Cenáculo era um homem de projectos, que com a sua acção em prol da ciência e da cultura se transformou num autêntico Príncipe das Letras do Alentejo, um mecenas para todos os que se aventuravam nos caminhos das Belas Artes e das Belas Letras e recorriam ao seu patrocínio. Por um lado, foi grande o dinamismo cultural e científico que a cidade alentejana passou a ter durante o seu episcopado. Por outro lado, verifica-se a importância que a correspondência, os livros e outros meios de informação tiveram para pôr no terreno os projectos do bispo. Com 57 anos, era um homem com ideias bem precisas e com von- tade de as fazer germinar. De facto, o próprio Cenáculo, du- rante a viagem para a diocese, delineou no Diário as linhas da sua actuação. Pregar; exortar; ensinar por todos os meios e caminhos; dar es- molas; empregar na minha Esposa quanto for meu de espírito; diligência, e possibilidade mate- rial e espiritual; educar a moci- dade; dar bom exemplo, e propor- me aos Bispos que devo ter diante dos olhos; buscar pela humildade e humilhações a mi- nha expiação, que não falta do quê; estabelecer sãs doutrinas, e fazer o Clero aceitável em Fé, e digno das necessidades dos Povos. Este programa, delineado a partir da força interior que o move, tem em si o essencial daquilo que vai ser a sua actuação como Bispo. Pode dizer-se que ele se resume na vontade de levar a instrução a todos os diocesanos. Se para o povo simples a instrução podia ser sinónimo de catecismo, para os párocos e restante clero, a instrução era muito mais abran- gente, ou se preferirmos espe- cializada, dados os objectivos enunciados de o tornar “aceitável na fé, e digno das necessidades dos povos”. Num e noutro caso, são precisos meios de infor- mação, e entre estes avultam os livros que eram na época o principal suporte para adquirir o conhecimento. Em 3 de Março de 1802, aos 78 anos de idade, foi nomeado Arcebispo de Évora. (Síntese de A. P.) Papa Francisco despede-se do Japão “Agradeço a todo o povo japo- nês a gentil recepção e as boas- vindas que me foram concedidas durante minha Visita Apostólica. Terei todos vocês em minhas orações”, escreveu o Papa Fran- cisco em um twitter em inglês e japonês, publicado pouco antes de despedir-se do País do Sol Nascente. “Minha estada neste país foi breve, mas intensa. Agradeço a Deus e a todo o povo japonês pela oportunidade de visitar este país, que marcou fortemente a vida de São Francisco Xavier e no qual tantos mártires deram testemunho da sua fé cristã. Embora os cristãos sejam uma minoria, sente-se a sua pre- sença”, disse em seu discurso na Sophia University, último com- promisso em terras japonesas. Da universidade dos jesuítas o Papa deslocou-se até o Aero- porto de Tóquio-Haneda, dis- tante 20,3 km, onde saudou os bispos japoneses e as dele- gações presentes. Não houve discursos nem cerimônias ofi- ciais. O voo 8787-9 da All Nippon Airways decolou às 11h43, horá- rio local, com destino a Roma. Depois de sobrevoar Japão, Rússia, Finlândia, Estônia, Letô- nia, Lituânia, Polônia, República Tcheca, Áustria, Eslovênia e Croácia, em 10.516 km percorridos em 13h30min, o voo deverá aterrissar no Aeroporto Fiumi- cino, por volta das 17 horas, horário local. Durante o voo, esperado o já tradicional encontro do Santo Padre com os jornalistas, quando responde a seus questiona- mentos de maneira franca e aberta, e os telegramas enviados aos Chefes de Estado dos países sobrevoados. O Papa Francisco chegou a Bangcoc, capital da Tailândia, na quarta-feira, 20 de novembro, tendo se transferido para o Japão no sábado, 23. Nos dois países de minoria católica, cumpriu intensa agenda, levando uma mensagem de paz e esperança, e reiterando a necessidade do diálogo e do respeito, também para a manu- tenção da paz. Em particular, no Japão, a mensagem contra as armas nucleares teve destaque em seus diversos encontros. Página 8 Diocese de Beja preparou programa espiritual e comemorativo para os 250 anos da sua restauração

Upload: others

Post on 10-Mar-2020

2 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

28 de novembro de 2019

28novembro

2019

Diretor: ANTÓNIO NOVAIS PEREIRAPreço 0,50 • c/ IVA

PUBLICAÇÕESPERIÓDICAS

BRAGATAXA PAGA

Autorizado pelos C.T.T.a circular em invólucrode plástico fechado.

AutorizaçãoN.º D.E.

DE00192009SNC/GSCCSAno XCI – N.º 4494

SEMANÁRIO REGIONALISTA DE INSPIRAÇÃO CRISTÃ

D. Frei Manuel do CenáculoVillas Boas

Uma vez restaurada a antigadiocese de Beja em 1770 peloPapa Clemente XIV, este escolheFrei Manuel do Cenáculo paraseu primeiro Bispo.Natural de Lisboa onde nasce a 1de março de 1724, professa noConvento da Ordem Terceira deSão Francisco em Lisboa, a 25 demarço de 1740 e em 1749 faz odoutoramento em Teologia naFaculdade de Teologia da uni-versidade de Coimbra onde semanteve a lecionar. Aqui desem-penha papel importante na refor-ma do ensino na instituição,estudando ao mesmo tempo aslínguas grega, árabe e siríaca.Eleito para Bispo de Beja em 5 demarço de 1770, em 18 de maio de1777 entra na Diocese. Procura,de imediato, estabelecer na sededa mesma e em todos os seusarciprestados o uso das confe-rências eclesiásticas como formade conhecer a realidade pastoralda diocese e o trabalho do clero.Para incremento da necessáriaformação das pessoas, funda aAcademia Eclesiástica de Beja em1793 instituindo, no seu paçoepiscopal, um curso de huma-nidades. Também reaviva o cultomariano, proclamando a VirgemMaria como protectora da Diocese.Entra na diocese com um pro-grama reformista, bem delineado,tendo nos meios de informaçãodo seu tempo o suporte indis-pensável para a sua implemen-tação. Das suas cartas ressalta avontade de transformar Bejanuma espécie de pólo cultural,

como que a pretender colocar acidade no mapa, não apenasnacional mas também europeu.Com a presença efectiva doprelado, Beja ganha um dina-mismo cultural surpreendente,com as diversas iniciativas eprojectos que leva a cabo. Provadessa nova dinâmica são osmuitos visitantes nacionais eestrangeiros que aqui passamdurante o seu episcopado, osestudos que cria para os seuspárocos, as referidas confe-rências eclesiásticas, a criação deuma biblioteca-museu que abriuao público, os projectos arqueo-lógicos que desenvolveu noterreno, nomeadamente, em Tróiae Sines. Cenáculo era um homemde projectos, que com a suaacção em prol da ciência e dacultura se transformou numautêntico Príncipe das Letras doAlentejo, um mecenas para todosos que se aventuravam noscaminhos das Belas Artes e dasBelas Letras e recorriam ao seupatrocínio. Por um lado, foigrande o dinamismo cultural ecientífico que a cidade alentejanapassou a ter durante o seuepiscopado. Por outro lado,verifica-se a importância que acorrespondência, os livros eoutros meios de informaçãotiveram para pôr no terreno osprojectos do bispo.Com 57 anos, era um homem comideias bem precisas e com von-tade de as fazer germinar. Defacto, o próprio Cenáculo, du-rante a viagem para a diocese,delineou no Diário as linhas da

sua actuação.Pregar; exortar; ensinar por todosos meios e caminhos; dar es-molas; empregar na minha Esposaquanto for meu de espírito;diligência, e possibilidade mate-rial e espiritual; educar a moci-dade; dar bom exemplo, e propor-me aos Bispos que devo terdiante dos olhos; buscar pelahumildade e humilhações a mi-nha expiação, que não falta doquê; estabelecer sãs doutrinas, efazer o Clero aceitável em Fé, edigno das necessidades dosPovos.Este programa, delineado a partirda força interior que o move, temem si o essencial daquilo que vaiser a sua actuação como Bispo.Pode dizer-se que ele se resumena vontade de levar a instrução atodos os diocesanos. Se para opovo simples a instrução podiaser sinónimo de catecismo, paraos párocos e restante clero, ainstrução era muito mais abran-gente, ou se preferirmos espe-cializada, dados os objectivosenunciados de o tornar “aceitávelna fé, e digno das necessidadesdos povos”. Num e noutro caso,são precisos meios de infor-mação, e entre estes avultam oslivros que eram na época oprincipal suporte para adquirir oconhecimento.

Em 3 de Março de 1802, aos 78anos de idade, foi nomeadoArcebispo de Évora.

(Síntese de A. P.)

Papa Franciscodespede-se do Japão

“Agradeço a todo o povo japo-nês a gentil recepção e as boas-vindas que me foram concedidasdurante minha Visita Apostólica.Terei todos vocês em minhasorações”, escreveu o Papa Fran-cisco em um twitter em inglês ejaponês, publicado pouco antesde despedir-se do País do SolNascente.“Minha estada neste país foibreve, mas intensa. Agradeço aDeus e a todo o povo japonês

pela oportunidade de visitar estepaís, que marcou fortemente avida de São Francisco Xavier eno qual tantos mártires deramtestemunho da sua fé cristã.Embora os cristãos sejam umaminoria, sente-se a sua pre-sença”, disse em seu discurso naSophia University, último com-promisso em terras japonesas.Da universidade dos jesuítas oPapa deslocou-se até o Aero-porto de Tóquio-Haneda, dis-tante 20,3 km, onde saudou osbispos japoneses e as dele-gações presentes. Não houvediscursos nem cerimônias ofi-ciais. O voo 8787-9 da All NipponAirways decolou às 11h43, horá-

rio local, com destino a Roma.Depois de sobrevoar Japão,Rússia, Finlândia, Estônia, Letô-nia, Lituânia, Polônia, RepúblicaTcheca, Áustria, Eslovênia eCroácia, em 10.516 km percorridosem 13h30min, o voo deveráaterrissar no Aeroporto Fiumi-cino, por volta das 17 horas,horário local.Durante o voo, esperado o játradicional encontro do SantoPadre com os jornalistas, quando

responde a seus questiona-mentos de maneira franca eaberta, e os telegramas enviadosaos Chefes de Estado dos paísessobrevoados.O Papa Francisco chegou aBangcoc, capital da Tailândia, naquarta-feira, 20 de novembro,tendo se transferido para o Japãono sábado, 23. Nos dois países deminoria católica, cumpriu intensaagenda, levando uma mensagemde paz e esperança, e reiterando anecessidade do diálogo e dorespeito, também para a manu-tenção da paz. Em particular, noJapão, a mensagem contra as armasnucleares teve destaque em seusdiversos encontros.

Página 8

Diocese de Beja preparouprograma espiritual e

comemorativo para os 250anos da sua restauração

28 de novembro de 2019SOCIEDADE2 – Notícias de Beja

SALÁRIO

MÍNIMO

O decreto-lei que estabelece oaumento do salário mínimonacional, de 600 para 635 euros,em 2020, foi publicado em Diárioda República (21 de novembro),para entrada em vigor a 1 dejaneiro.Esta medida que, segundo oGoverno, abrangerá cerca de720 mil trabalhadores, influen-ciará o aumento de muitosoutros ordenados. Esta von-tade governamental, apre-sentada em sede de concer-tação social, não mereceu oacordo dos parceiros sociaise foi considerada, pelo Pre-sidente da República, MarceloRebelo de Sousa, “uma solu-ção razoável, a pensar naeconomia e na sociedadeportuguesa”.O programa do governo queaprovou este aumento, prevê acriação de condições para aatualização real do salário míni-mo nacional, “de forma faseada,previsível e sustentada, evo-luindo em cada ano em funçãoda dinâmica do emprego e docrescimento económico”, como objetivo de atingir os 750euros em 2023.Embora pareça ser razoável,não podemos estar tranquilosporque o aumento dos salá-rios não significa necessaria-mente um aumento na melho-ria das condições de vida paraa generalidade dos portu-gueses, e principalmente, para

Editorial

António Novais Pereira, Diretor

os mais pobres.Pelo Natal, apresentam asEstatísticas que, normal-mente afirmam: “Este ano,pelo Natal, os portuguesesgastaram mais”! A esta cons-tatação, costumo acrescentaruma pergunta, reveladora dedúvidas: “Será que compra-ram menos”? Em muitos ca-sos, sei que, na verdade, de-vido à inflação, comparati-vamente à mesma época doano anterior, na realidade,gastaram mais e comprarammenos.Neste aumento do saláriomínimo, não há dúvidas de que,quem lucra, é principalmente oEstado, com base na TaxaSocial Única: Ao trabalhador,dos 35,00 •, retira 11 % ou seja,3,85 •, baixando assim o au-mento real para 31,15 •. Àentidade empregadora, sobreos 35,00 •, o Estado, vai cobrarcerca de 23,75 % ou seja, 8,31•. Assim, na generalidade, porcada aumento de 35,00 • noSalário Mínimo, o Estado vaireceber, mensalmente, 12,16 •.Se continuássemos a fazercontas: 12,16 • X 720.000 (tra-balhadores) X 14 (meses).O aumento dos encargos como pessoal, nas empresas, irárefletir-se no consumidor final,pelo que, o aumento de salá-rios, pode não implicar me-lhoria das condições de vida,mas antes uma espécie detruque de ilusionista, reti-rando-se com uma mão aquiloque se deu com a outra.Esperemos que, na procura demelhoria das condições devida, não fiquem esquecidosos pensionistas e principal-mente, os que têm pensõesiguais e abaixo do ordenadomínimo. Tendo este subidocerca de 5,8 %, ficaremos aaguardar o que acontecerá emrelação a estes pensionistasque, a meu ver, bem necessi-tarão de um aumento superior.

Taxa de mortalidade por doençacardiovascular: diminuição ou ilusão?

Quando olhamos para os nú-meros de mortalidade ficamosmuito satisfeitos quando vemosas doenças do aparelho circu-latório (DAC) nos últimos anos adiminuir. A diminuir estão tambémas doenças mais frequentes nestegrupo, nomeadamente as Doen-ças Cerebrovasculares (DCV) e aDoença Isquémica do Coração(DIC).Portugal está a envelhecer. AProporção de indivíduos com 65e mais anos é desde 2001 superiorà proporção de indivíduos commenos de 15 anos de idade.Também ficamos orgulhosos porsaber que a esperança de vidados portugueses tem vindo aaumentar. Os homens, à nas-cença, esperam viver em média

até aos 77,8 anos e as mulheresaté aos 83,4 anos.Estes números refletem um esfor-ço de todos os que para elecontribuem. Os médicos que osrecebem nas urgências hospita-lares e os mantêm vivos a todo ocusto. A Medicina Familiar queos acompanha nas Unidades deSaúde e Centros de Saúde, osEnfermeiros os Técnicos na áreada saúde. Até os próprios assis-tentes operacionais e assistentestécnicos que, com a sua dedi-cação, ajuda e acompanhamento,deixam a mensagem de que osdoentes não estão sós e que valea pena continuar e lutar pela vida.Reconheça-se também que ospróprios doentes têm dado ou-vidos ao que a Fundação Portu-guesa de Cardiologia tem divul-gado e tem promovido. Mas seráque são todos? Será que o cora-ção dos portugueses tem estadoa melhorar de uma maneira dãoboa? Parece que não. Quando,nas taxas de mortalidade, desa-gregamos por grupos etáriosverificamos que a DCV, a DIC e aDCV têm vindo a diminuir graçasaos que têm mais de 65 anos. Sãoeles que têm vindo de uma formasustentada a diminuir as taxas demortalidade. A mortalidade porDAC e DIC, na geração dos quetêm menos de 65 anos, tem vindo

a aumentar. A Doença Cerebro-vascular (a trombose) apresentana população com menos de 65anos uma discreta descida nosúltimos anos. O enfarte agudo domiocárdio, ou o que popula-rmente se designa por ataquecardíaco, tem vindo a aumentarem Portugal.Ao longo dos seus 40 anos deexistência, a missão da FundaçãoPortuguesa de Cardiologia temsido a de sensibilizar a populaçãopara as várias doenças queafetam o coração e contribuirpara reduzir a prevalência destasmesmas doenças. Acreditamosque o nosso papel tem sidofundamental para aumentar aliteracia na área da saúde e quetodas as iniciativas educacionaisque temos vindo a promover aolongo destas quatro décadas temcontribuído para melhorar aqualidade de vida dos portu-gueses. Simultaneamente, o tra-balho desenvolvido ao nível daformação científica, junto deprofissionais de saúde, tem per-mitido colocar Portugal na van-guarda do tratamento das doen-ças cardiovasculares.

Luís NegrãoAssessor médico da Fundação

Portuguesa de Cardiologia

Resistência aos antibióticos provoca 700 mil mortes por anoTodos os anos morrem 700 milpessoas devido à resistência aosantibióticos, um número quedeverá atingir os 50 milhões em20501. Para combater estes nú-meros, a Associação Portuguesade Medicina Geral e Familiar(APMGF) juntou-se à ReckittBenckiser Healthcare numa cam-panha de sensibilização quealerta para os riscos do usoindevido de antibióticos.“Responsabilidade é o MelhorRemédio” é o nome da campanhaque tem como principal objetivosensibilizar médicos, farmacêu-ticos e população em geral para aimportância da utilização res-ponsável do antibiótico. Noâmbito desta campanha, foram jádistribuídos milhares de materiaisinformativos, a alertar para aproblemática, nas farmácias ecentros de saúde portugueses.“O panorama atual relativamenteao consumo de antibióticos émuito preocupante, tanto emPortugal como no resto do mun-do, e a verdade é que estamos acaminhar rapidamente para umasituação insustentável. A utili-

zação excessiva destes medica-mentos compromete o tratamentodos doentes, que fica limitadoquando estes necessitam verda-deiramente de tomar antibióticos”explica Rui Nogueira, presidenteda Associação Portuguesa deMedicina Geral e Familiar.“Sabemos, por exemplo, que 80%das dores de garganta são cau-sadas por vírus, situações emque os antibióticos não sãoeficazes2,3. Uma inflamação nagarganta inclui sintomas como ador, a vermelhidão, o inchaço e o

calor, que podem durar entre 3 a7 dias, devendo a pessoa melho-rar após esse período. Este é umdos exemplos em que a utilizaçãodo antibiótico não é eficaz, umfacto que grande parte da po-pulação desconhece. A mudançadeve começar nos profissionaisde saúde, mas uma populaçãoinformada é, também, uma popu-lação mais responsável”, conclui.

Associação PortuguesaMedicina Geral e Familiar

28 de novembro de 2019 RELIGIÃO Notícias de Beja – 3

I Domingodo Advento

O nosso Domingo

Ano A1 de dezembro de 2019

Leitura do Livro de Isaías

Visão de Isaías, filho de Amós, acerca de Judá e de Jerusalém:Sucederá, nos dias que hão-de vir, que o monte do templo do Senhorse há-de erguer no cimo das montanhas e se elevará no alto dascolinas. Ali afluirão todas as nações, e muitos povos acorrerão,dizendo: «Vinde, subamos ao monte do Senhor, ao templo do Deusde Jacob. Ele nos ensinará os seus caminhos, e nós andaremos pelassuas veredas. De Sião há-de vir a lei, e de Jerusalém a palavra doSenhor». Ele será juiz no meio das nações e árbitro de povos semnúmero. Converterão as espadas em relhas de arado e as lanças emfoices.

I Leitura

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Mateus

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Comoaconteceu nos dias de Noé, assim sucederá na vinda do Filhodo homem. Nos dias que precederam o dilúvio, comiam ebebiam, casavam e davam em casamento, até ao dia em queNoé entrou na arca; e não deram por nada, até que veio odilúvio, que a todos levou. Assim será também na vinda doFilho do homem. Então, de dois que estiverem no campo, umserá tomado e outro deixado; de duas mulheres que estiverema moer com a mó, uma será tomada e outra deixada. Portanto,vigiai, porque não sabeis em que dia virá o vosso Senhor.Compreendei isto: se o dono da casa soubesse a que horas danoite viria o ladrão, estaria vigilante e não deixaria arrombar asua casa. Por isso, estai vós também preparados, porque nahora em que menos pensais, virá o Filho do homem.

Para Vós, Senhor, elevo a minha almaAntónio Aparício

O Senhor chama todos os povos à paz eterna do reino de Deus

Is 2, 1-5

ANO LITÚRGICO. Com um no-vo Advento, iniciamos um novoano litúrgico ou eclesial. ComoMãe e Mestra, a Santa Igrejaconvencionou colocar num únicoano, toda a vida terrena de Jesus,desde o Natal, à Ascensão ePentecostes. Com que fim? – Paraque tu, contemplando os mis-térios da vida de Cristo, possascrescer na fé, na esperança e noamor, vivenciando em ti os mis-térios da vida de Jesus. Destemodo, como em Jesus, estesmistérios vão crescendo em ti, atéà maturidade. Abre-se, assim, natua vida, não um tempo “cro-nos”, um tempo cronológico,mas sim um “Kairós”, um tempode graça e gratuidade. Tu,sozinho, com a tua determi-nação, não chegas longe. Sócom Jesus, que se fez Caminho,para que não te percas e fiquesa meio do caminho.ADVENTO 2019. Advento si-gnifica “vinda”, “chegada”,“encontro” de Jesus num trípliceplano: Cristo já veio há 2019anos na pobreza do presépio deBelém. Esta dimensão celebra-sede 17 a 24 de Dezembro. Cristohá-de vir no fim dos tempos. É asua vinda gloriosa para co-nheceres o seu amor e como ahistória da humanidade caminhapara um fim feliz, inaugurado pelaressurreição de Jesus. Esta di-mensão celebra-se do primeirodomingo ao dia 16 de dezembro.Entre a primeira e a última vinda,Cristo vem hoje para ti, para mim,oferecendo a todos o seu amor esalvação. Em cada Adventocelebramos a presença viva eatuante de Jesus Cristo na suaIgreja, dum modo especial pelodom do Espírito Santo, pelossacramentos, pela sua Palavra,

Evangelho

Mostrai-nos, Senhor, a vossa misericórdia e dai-nos a vossasalvação.

Salmo 84, 8

Mt 24, 37-44

Vigiai, para que estejais preparados

Aleluia

ENTRADAA vós, Senhor, elevo – AF Santos, CEC I , 9, ouCNL, 163, ou: No fim dos tempos – J. P Martins,CEC I, 35, ou CNL, 463; ou: Maranatha, vindeSenhor Jesus – M.Luis/ A. Cartageno, CNL, 604.

SALMO RESPONSORIALQue alegria quando me disseram – M. Luis, SR, 16

Sugestões de Cânticos

COMUNHÃOEstai preparados – AF Santos, CEC I, 428, ouCEC I, 11, ou outro.

FINALÓ Mãe bendita (para pedir a chuva), in Cânticosalentejanos, 59, ou outro.

Siglas - CEC I: Cânticos de Entrada e Comunhão I (livro azul); CCEC II: C.de Entrada e Comunhão II (livroverde); SR: Salmos Responsoriais; CNL: Cantoral Nacional para a Liturgia (livro recente, à venda na Loja daproximidade - Caritas, Beja.)Aviso aos párocos da Diocese:Além das sugestões de cânticos para cada domingo, o Departamento de Música do Secretariado Diocesano deLiturgia preparou uma gravação das melodias dos cânticos mais usados no Tempo de Advento e do Natal.Estamos a estudar o modo de as tornar acessíveis a todos os interessados. Com este contributo a música nas

paróquias pode melhorar bastante, se houver empenho e interesse por parte dos responsáveis.

pela vida comunitária e dimensãofraterna. Este Advento é novo,nunca existiu, está numerado:2019. Sabes dizer-me quantosAdventos ainda tens, até aoencontro definitivo com o Se-nhor? Aproveita esta graça sin-gular que agora te é oferecida.ANOS A, B e C. Até ao ConcílioVaticano II (1962-1965), haviaapenas duas leituras bíblicaspara cada domingo e as mesmastodos os anos. O Concílio de-terminou que se lesse ao Povode Deus uma porção maior daEscritura. Os peritos encar-regados deste trabalho, dis-tribuíram por três anos, os prin-cipais livros da Escritura, aosquais se convencionou chamarAnos A, B e C, atribuindo a cadaum os evangelistas Mateus,Marcos e Lucas, respetivamente.Assim todos os domingos fi-caram com nove leituras, três emcada ano. O Evangelho de S. Joãolê-se nas grandes festas, so-bretudo no Tempo Pascal e nascatequeses batismais da Qua-resma. Com este domingo inicia-mos o ano A, que tem S. Mateuscomo catequista principal.1 – “Para Vós, Senhor, elevo aminha alma”, diz o canto daentrada da missa de hoje. Estemundo em que vivemos não é oque o homem sonha e a almaanseia. A mentira, a fome, “aguerra mundial” aos pedacinhos,o desequilíbrio ecológico, amentalidade elitista, o capita-lismo desenfreado e desumano,a injusta e assassina ordeminternacional em que diariamentemorrem milhares de desnutridose obesos, por motivos opostos,a corrução, a doença e o desamor,faz dizer o profeta: «Vinde, suba-mos ao monte do Senhor, aotemplo do Deus de Jacob, Ele nosensinará os seus caminhos e nós

andaremos pelas suas veredas”.Esperamos a vinda do Senhor:«Sucederá nos dias que hão-devir», diz o profeta. Somos umpovo que espera a última vida deJesus, um povo que agradece aSua vinda no presépio de Beléme celebra a Sua vinda hoje, paramim, para ti, para todos, pelagraça.2 – Vigiai, compreendei, estaipreparados, diz Jesus no Evan-gelho. O que vemos e o quesofremos? Casam-se e descasam-se, correm, cansam-se, escravi-zam-se para ter, para usufruir maispoder e prazer, para alimentar evestir o corpo, para cuidar da suaimagem, como gente que nãosabe de onde vem, para que vivee para onde caminha. O fim é ocemitério? Que sentido, então,tema a feira de vaidades da nossavida?3 – «Chegou a hora de noslevantarmos do sono, porque asalvação está mais perto de nósdo que quando abraçámos a fé»,diz S. Paulo, na segunda leitura.Abraçámos a fé pelo batismo,mas é importante crescer, teste-munhar e anunciar, fazendo ummundo mais humano, fraterno,justo e solidário. Foi este textoque converteu Santo Agostinho:«Abandonemos as obras dastrevas e revistamo-nos das armasda luz»: «Assim falava e cho-rava, oprimido pela mais amar-ga dor do coração. Eis que, desúbito, ouço uma voz de criançavinda da casa próxima. Cantavae repetia frequentes vezes: -toma e lê; toma e lê».[…) Apenasacabei de ler estas frases, pene-trou-me no coração uma espéciede luz serena e todas as trevasda dúvida fugiram» (Conf. VIII,8). Advento bem vivido e opera-tivo é Natal garantido. BomAdvento.

Está perto a salvação

Leitura da Epístola do apóstolo São Paulo aos Romanos

Irmãos: Vós sabeis em que tempo estamos: Chegou a horade nos levantarmos do sono, porque a salvação está agoramais perto de nós do que quando abraçámos a fé.A noite vai adiantada e o dia está próximo. Abandonemos asobras das trevas e revistamo-nos das armas da luz. Andemosdignamente, como em pleno dia, evitando comezainas eexcessos de bebida, as devassidões e libertinagens, asdiscórdias e ciúmes; não vos preocupeis com a naturezacarnal, para satisfazer os seus apetites, mas revesti-vos doSenhor Jesus Cristo.

Rom 13, 11-14II Leitura

Salmo Responsarial Salmo 121 (122)

Vamos com alegria para a casa do Senhor.

28 de novembro de 2019IGREJA4 – Notícias de Beja

Ásia: Papa Francisco encerra viagens inéditas,marcadas por apelos contra armas nucleares

e a exploração das pessoas

O Papa encerrou, no dia 25, a suaviagem de uma semana à Tai-lândia e Japão, países que visitoupela primeira vez, marcada pormensagens pelo fim das armasnucleares e contra o tráfico depessoas.No Parque do Epicentro daBomba Atómica, em home-nagem às vítimas de Naga-sáqui, Francisco defendeu aabolição global das armas nu-cleares, denunciando os gastosmilitares num mundo em quemilhões de pessoas vivem emcondições desumanasJá no Memorial da Paz de Hiro-xima, no local onde explodiu aprimeira bomba atómica, o pon-tífice falou num momento que“marcou para sempre” a históriada humanidade, que “nuncamais” deve recorrer a armasnucleares.“Desejo reiterar, com convicção,que o uso da energia atómicapara fins de guerra é, hoje maisdo que nunca, um crime não sócontra o homem e a sua digni-dade, mas também contra toda apossibilidade de futuro na nossacasa comum. O uso da energiaatómica para fins de guerra éimoral, da mesma forma que éimoral a posse de armas atómicas,como disse há dois anos. Seremosjulgados por isso”, advertiu.A mensagem foi repetida numencontro que decorreu em Kan-tei, perante primeiro-ministroShinzo Abe, autoridades do

Governo e membros do corpodiplomático: “Que nunca mais,na história da humanidade,volte a acontecer a destruiçãogerada pelas bombas atómicasem Hiroxima e Nagasáqui”.O drama de 2011 em Fucuxima,atingida pelo “triplo desastre” –terramoto, tsunami e acidentenuclear – também foi evocado,

com apelos à solidariedade paraas vítimas e apoio à posição dosbispos nipónicos, pelo fim dascentrais nucleares.A história do Cristianismo numpaís onde o Papa desejava sermissionário, na sua juventude,também marcou o programa davisita: Francisco rezou junto aoMonumento dos 26 Mártires deNagasáqui, entre os quais osanto português Gonçalo Garcia,mortos na cidade japonesa em1597, afirmando que estas figurassão uma “fonte profunda deinspiração” para si.O segundo pontífice a visitar o

Japão – país que recebeu SãoJoão Paulo II em 1981 – falou da“multidão doutros mártires”, querevelaram na sua vida e morteque “o amor que triunfou sobre aperseguição e a espada”.O Papa apresentou-se aos bisposcatólicos do Japão como um“missionário”, a cumprir o sonhoantigo de anunciar a fé cristã noarquipélago, prestando home-nagem aos seus mártires.Na sua primeira Missa comcomunidade católica, Franciscoevocou os sofrimentos da guerrae da perseguição religiosa; já naEucaristia que presidiu em Tó-quio, o Papa apelou ao diálogoentre religiões para defender“todas as vidas”, propondomodelos que contrariem o con-sumismo e o individualismo.Com os jovens, o pontíficeabordou um tema sensível nasociedade japonesa, após ouvirvários testemunhos, pedindo o

fim do “bullying”.O Papa tinha encerrado no últimosábado a sua primeira viagem àTailândia, iniciada na quarta-feira,após vários encontro e oitointervenções centradas na defesados Direitos Humanos e diálogoentre religiões.A Tailândia e o Japão são paísesonde os católicos representammenos de 1% da população, nosquais ficaram marcadas da mis-sionação portuguesa no séculoXVI, em particular.

OC,Fonte: Ecclesia

Novo núncio destaca «boasrelações» de colaboração

Igreja-Estado

O novo núncio apostólico em Portugal, D. Ivo Scapolo, disse hoje quea relação Igreja-Estado no país é marcada por um clima de“colaboração”, falando um dia depois da apresentação das cartascredenciais ao presidente da República, Marcelo de Rebelo de Sousa.“Sabemos que há sempre muito por fazer e há que fazê-lo sempremelhor”, referiu à Agência ECCLESIA, falando durante o EncontroNacional de Leigos que decorre em Santarém.O representante diplomático do Papa saudou as “muito boas relações”de colaboração Igreja-Estado em Portugal, com um “grande trabalho”em vários setores.A cerimónia de apresentação de cartas credenciais, esta sexta-feira, foirecordada como “um encontro importante, muito solene, como étradição em Portugal”.O Papa Francisco nomeou, a 29 de agosto, o arcebispo italiano D. IvoScapolo, de 66 anos, como novo núncio apostólico (embaixador daSanta Sé) em Lisboa.O responsável, que desde 2011 era o representante diplomático doPapa no Chile, sucede no cargo a D. Rino Passigato, que apresentou asua renúncia após ter superado o limite de idade estabelecido no DireitoCanónico.D . Ivo Scapolo vai presidir à Missa conclusiva do V Encontro Nacionalde Leigos, na Catedral de Santarém, a partir das 18h45.O embaixador da Santa Sé manifestou “grande satisfação” pelo convitepara marcar presença neste evento, com representantes de movimentos,associações e organizações católicas de todo o país”.“É importante apoiar este tipo de iniciativas, que permitem aos leigossentir um papel importante na Igreja e, de maneira especial, nasociedade”, assinalou.O arcebispo italiano observou que o Papa tem realçado que a Igrejaprecisa que os leigos cumpram a sua missão, por causa da sua“presença capilar na vida do país”.O responsável sublinhou ainda a “feliz coincidência” de o eventoacontecer na véspera da solenidade litúrgica de Cristo-Rei.“Cada um, no seu lugar, pode colaborar na difusão do Reino de Deus,do Reino de Jesus Cristo”, concluiu D. Ivo Scapolo.

OC,Fonte: Ecclesia

Prezados colaboradores,assinantes e leitores

Contamos com todos paraa continuidade e

futuro deste jornal. Colabore.

Leia e divulgue o“Notícias de Beja”

28 de novembro de 2019 Notícias de Beja – 5DIOCESE

No ano de 1999 foi lançado, peloentão Pároco do Carmo, Sr. PadreEgídio Ferreira,à Prof. Helena Almeida, o desafiode criar um coro composto pelascrianças e jovens da Catequese.Desafio esse que foi em boa horaaceite, tendo ao longo destasduas décadas, desenvolvido umtrabalho maravilhoso.Ao longo deste ano, o Corotendo vindo a celebrar esta data,participando e realizando váriasiniciativas do conhecimentogeral.Ontem, foi um dia também todoele especial.Pela manhã realizou-se a Eu-caristia, na Igreja do Carmo, coma participação do Coro, contandocom a presença dos actuais e

alguns ex-coralistas, bem comode muitos familiares e amigos,que quiseram marcar presença.No final da Eucaristia foramdirigidas, por uma mãe, palavrasde gratidão e admiração à Maes-trina Helena Almeida, palavrasessas que o Sr. Padre Cartagenosubscreveu inteiramente.De seguida, no Centro Paroquialhouve um momento muito inte-ressante, diria mesmo emotivo,denominado “ Vinte anos deMemórias”, no qual foram visua-lizados vídeos e fotos de muitos

momentos marcantes desta jálonga caminhada.Por último, realizou-se um Almo-ço Convívio, com os actuais e ex-coralistas e muitos familiares eamigos que se associaram a estainiciativa.Estão todos de Parabéns!Que Deus e Nossa Sra do Carmoa todos proteja e ilumine paracontinuarem tão belo trabalho.Bem hajam!

Zézinha Estevéns

Dia Internacional contra a CorrupçãoNota da Comissão Nacional Justiça e Paz

O dia 9 de dezembro foi de-clarado pela O.N.U. Dia Inter-nacional Contra a Corrupção.Com esta efeméride, pretende-se sensibilizar pessoas e go-vernos de todo o mundo paraeste crime, com as suas im-plicações e custos.Estima-se que mais de trêstriliões de dólares são perdidosanualmente em esquemas decorrupção, como escrevia o anopassado por esta altura o Se-cretário-Geral António Guterresna sua mensagem para este dia(htps://news.un.org.pt/story/2018/12/1651051).Para assinalar este dia, esteano, uma iniciativa bem con-creta surgiu das próprias Na-ções Unidas: a campanha anti-corrupção (htps://globalcompact.pt/anticorrupção).Qualquer organização é convi-dada a associar-se a esta cam-panha preenchendo e enviandopara as Nações Unidas a carta-tipo em que se dirigem cincopedidos aos Governos. (htps://apee.pt/anticorrupção/call-to-action-texto/cal-to-action-ungc-letter)Esta campanha foi recentementeapresentada em Lisboa pela

Associação Portuguesa deÉtica Empresarial. Nesse lan-çamento, Guilherme d´OliveiraMartins recordava que «todossomos vulneráveis à corrupçãoe ninguém se pode considerarintocável». Há que estar «aten-tos, vigilantes, e apostar natransparência e partilha de boaspráticas». A corrupção começanormalmente com um «pequenofavor ou um jeitinho» que sealastra como mancha de azeite.Esta campanha - e a carta-tipoassociada - está disponíveljustamente até ao dia 9 dedezembro. Nesse mesmo diaserá iniciada a distribuição doSelo Anticorrupção que apelaa “Sociedade Justa, NegóciosÉticos”, em linha com o Obje-tivo de Desenvolvimento Sus-tentável (ODS) 16 da Agenda2030 das Nações Unidas: apromoção da Paz, da Justiça ede Instituições Eficazes.A Agenda 2030 para o Desen-volvimento Sustentável daOrganização das Nações Uni-das é constituída por 17 Obje-tivos de Desenvolvimento Sus-tentável (ODSs) e foi aprovadaem setembro de 2015 por 193membros. Para a sua concre-

tização, é imperativo que asempresas integrem as suasmetas nas tomadas de decisãoe que contribuam com o seupoder de inovação para umfuturo mais sustentável e inclu-sivo. Querem-se empresas res-ponsáveis a nível social, am-biental e financeiro. Querem-seempresas com um “propósito”,que não procurem o lucro atodo o custo, que respeitam osdireitos dos seus trabalha-dores, que cuidem da comu-nidade envolvente, e que lutempor causas que edifiquem onosso mundo.Na sua recente viagem a Áfri-ca, o Papa Francisco apelou aosGovernantes para lutaremcom determinação contra for-mas endémicas de corrupção eespeculação que aumentama disparidade social e empo-brecem as Nações.Aos cidadãos em geral cabe umpapel de recusa de qualquercolaboração na corrupção, dedenúncia do fenómeno e, so-bretudo, de difusão de umacultura de honestidade e deserviço ao Bem Comum.

CNJPComissão Nacional Justiça e Paz

Visita Pastoralà Freguesia de Selmes

Nos dias 23 e 24 do corrente mês de novembro, D. João Marcos visitoupastoralmente a freguesia de Selmes. No sábado, a partir das quinzehoras, foi recebido pela Junta de freguesia, pela Associação S e pelaAssociação de Benemerência de Selmes e Alcaria, com visita ao Lar deIdosos, com dois anos de existência e às obras de construção daUnidade de Saúde de recuperáveis de pequena duração, parceria comos hospitais distritais de Beja e Évora, orçada em 3 milhões de Euros.Às dezoito horas, a inauguração das catequeses sobre a oração e depreparação para o crisma, com a presença de 12 catequizandos.Esperava-se maior adesão, embora tivessem faltado algumas pessoasmanifestamente interessadas. No domingo o almoço foi servido eoferecido pela Associação de Benemerência de Selmes e Alcaria, noCentro de Dia, para a Comissão fabriqueira e autoridades locais e o P.Pedro Rodrigues, Pároco da Vidigueira. A Missa solene teve acolaboração musical do P. Cartageno e do P. Pedro, na condução dosacólitos, sendo a primeira vez que uma missa em Selmes teve turíbuloe incenso. Na homilia, o Senhor Bispo, partindo do tema da festa,questionou a assembleia sobre a felicidade e afirmou que só em e comCristo se pode alcançar. No final da Missa, um coro de quinze senhorasda paróquia e da Associação Geração S, cantou cinco peças, da tradiçãoreligiosa de Selmes, a saber: O Menino, Bendito e Louvado seja, osMartírios do Senhor e os romances quaresmais Santa Iria e o CegoFingido. Queremos agradecer à junta de freguesia, às AssociaçõesGeração S e de Benemerência de Selmes e Alcaria, toda a colaboraçãorecebida. Tudo decorreu com simplicidade, simpatia e a nobreza debem-receber. Muito grato.

A. A.

28 de novembro de 2019OPINIÃO6 – Notícias de Beja

‘Zero’ - à direita ou à esquerda?

Sílvio Couto

Quando ouvimos falar de ‘zero’como que nos podemos en-contrar, colocar ou referir à base,a partir da qual se há de construir,iniciar uma caminhada ou mesmoaferir da nossa vivência… hu-mana ou cultural, sem esquecerque é a partir do zero que se contaa história, embora nela se refira oantes e o depois daquilo que émais do que zero…Nalguma linguagem usa-se adesignação de ‘zero à direita davírgula’ ou ainda ‘zero à esquerdada vírgula’. Na matemática colo-car um zero à esquerda de umavírgula não acrescenta em nada

Efeitos do BatismoAntónio Novais

o seu valor. Por seu turno, colo-car um zero à direita de umavírgula acrescenta algo àquiloque se quer referir depois davírgula… Atendendo a estasdistinções convém compreenderde que lado da vírgula colocamoso zero, não estejamos a valorizaro que não interessa ou a des-prezar aquilo que, afinal, temvalor…= Nos últimos dias tem-se faladode um fenómeno designado de‘movimento zero’. Talvez não sesaiba bem o significado, mas quetem vindo a criar engulhos emcertas mentes, parece indes-mentível. Desde lhe chamarem-lhe‘movimento inorgânico’ até rotu-larem-no de direita e, sobretudo,de extrema-direita são alguns dosepítetos com que foi lida a ascen-são, o desenvolvimento e a inter-venção deste ‘movimento zero’entre as forças de segurança e aténa sociedade…Nascido da contestação à sen-tença condenatória de algunspolícias, há cerca de seis, estemovimento como que catapultouas reivindicações de todas asforças de segurança quanto às

condições de trabalho, de remu-neração e mesmo de alojamen-to… de guardas e polícias. Háquem considere que os sindi-catos capitularam diante destemovimento dito de inorgânico esem rosto das chefias. Dizem queos comandos distritais e asesquadras aderentes perfazemmais de dois terços do âmbitonacional…Por ocasião da recente mani-festação nacional (21 de novem-bro) surgiram no horizonte acusa-ções de ligação deste ‘movimentozero’ a fenómenos políticos trans-nacionais, pois no gesto feito comas mãos os manifestantes uniam,em forma de zero, o polegar e oindicador, deixando os outrosdedos levantados, naquilo quepoderia sem entendido como um‘w’. Ora, nessas incidênciaspolítico-ideológicas, certos co-mentadores – conotados com apretensa esquerda e arregimen-tados pela extrema-esquerda –viram nisso alguma semelhançacom os movimentos racistas,onde o ‘w’ simboliza ‘white’(branco) e o zero, em jeito de ‘p’de power (poder), que daria a

leitura de ‘poder branco’ de certosgrupos racistas e de partidosditos de populistas de extrema-direita.Tendo ainda em conta o razoávelcomplexo com que alguns da‘esquerda’ lidam com a auto-ridade (que não a sua) – as forçasde seguranças parecem-lhes ofantasma dessa intervenção –logo criaram mitos sobre aquiloque, até ver, pode ser fruto decoincidências ou mesmo deignorâncias sobre o alcance dosgestos. Com efeito, para fazer um‘zero’ com as mãos basta unirtodos os dedos sem deixar os trêsem forma de ‘w’…Será isso que explica a formacobarde como a maioria dospartidos, com assento parla-mentar, se comportou na mani-festação de 21 de novembro?Porque se deseja tanto manter acondição de segurança do país –enchem a boca com as ditasseguranças para fazer crer quenos procuram por essa razão –no entanto fogem dos políciascomo se fossem clientes fora-da-lei? Não haverá muito de oportu-nismo em tantos destes episó-

dios com que somos intoxicadospor alguma comunicação socialmais atreita ao escândalo e aosensacional do que ao dar asnotícias com isenção, indepen-dência e honestidade?= Retomando a leitura do ‘zero àdireita’ e do ‘zero à esquerda’ fica-nos a sensação de que muitos,que se pretendem fazer passarpor zeros à direita, não passammesmo de zeros à esquerda, istoé, pouco acrescentam, antessubtraem, desde as suas posi-ções ideológicas até às preten-sões sociais, sem esquecer anulidade – zero à esquerda – dosjeitos de estar, de se compor-tarem e mesmo de se assumiremcomo pessoas com princípios evalores reputados de demo-cráticos…na sua visão.O que temos percebido são unstantos laparotos – manhosos eespertalhões – que se esgueirammedrosos quando veem que nãoconseguem continuar a vender oproduto fantástico com queenganaram os eleitores há poucomais de um mês atrás. A memóriaé curta. Importa, por isso, avivá-la para que não haja manipulação,mentira e tanto disfarce!

Como sacramento da fé, o batismorealiza os efeitos da Palavra e daFé da Igreja: convocados pelaPalavra os homens são cons-tituídos em povo de Deus erecebem a fé divina e a adoçãode filhos de Deus. Porque omistério Pascal é simultanea-mente mistério de Cristo e daIgreja, também os efeitos pro-duzidos pelo Batismo são cristo-lógicos e eclesiológicos: adesãovital a Cristo (regeneração oureceção da vida de Cristo e dadignidade de filhos de Deus) einserção no seu Povo, a Igreja. Adoutrina Paulina do Corpo deCristo permite-nos a alusão a estadúplice função: inserção emCristo, novo Moisés (1 Cor. 10,1-2) como um enxerto, e inserçãonum povo novo que é o corpo deCristo (cf. Ef. 4,4-16). Os diversosefeitos batismais, apontados pelareflexão teológica dos séculos IIe III podem sintetizar-se naparticipação na vida nova e novonascimento realizados na atua-lização do processo da morte eressurreição de Jesus Cristo. Dosdiferentes aspetos, sublinhofundamentalmente a regeneração

em Cristo e a incorporação eparticipação na comunidade.

Regeneração em CristoNão entramos na Igreja como emqualquer outra sociedade massomos renovados interiormente,nascendo de novo e recebendoo dom da vida nova em Cristo.Esta regeneração envolve aremissão dos pecados e o domda graça e das virtudes. A justi-ficação operada na iniciaçãocristã é o efeito próprio doBatismo segundo a economianormal da salvação. Os símbolosda fé (Niceno-constantinopo-litano e de S. Cirilo de Jerusalém)apresentam como objeto de fé obatismo para a remissão dospecados. Ao comentarem o ritodo Batismo, os Padres da Igrejarecorrem frequentemente à Carta

aos Romanos (6, 4-6) para acen-tuarem nossa união com Cristo ea relação do batismo com o Seumistério pascal. A doutrina Pau-lina da nossa inserção no Corpode Cristo não é apenas umapossibilidade para ressusci-tarmos com Cristo mas tambémuma ressurreição já dada, umdom dinâmico, convertido emnorma de vida que deve crescercontinuamente, conformando avida ao dom recebido e parti-cipando hoje na Páscoa de Cristona medida em que passamos dohomem velho ao homem novo.

Incorporação eclesialO Batismo, considerado na suadimensão eclesiológica, temtambém efeitos comunitários,incorporando e constituindo osfiéis em Povo de Deus, destinado

ao “culto da religião cristã” e à“confissão da fé”, tanto da partede toda a Igreja corpo de Cristo –unidade do corpo e sacerdóciodo povo de Deus – como no querespeita a cada um dos batizados,chamado a viver a igualdade dosfilhos de Deus e a contribuir paraa edificação do corpo, na diver-sidade de dons e carismas (1 Cor.12,13; Rom. 12, 1 ss). Esta unidadee diversidade de dons e carismaspede a participação de todos noprocesso batismal e na própriavida comunitária. Na liturgiaencontramos símbolos, ritos epalavras em que o batismo é vistocomo sacramento que constituio povo de Deus, tendo comoprincipal argumento a uniãomística entre Cristo e a Igreja,constituindo o batismo a uniãomatrimonial com Cristo.O tema do Povo Sacerdotal éilustrado nas orações da liturgiabatismal, e particularmente, naunção pós-baptismal: «Deustodo-poderoso... unge-te com ocrisma da salvação, para quereunido ao Seu Povo perma-neças, eternamente, membro deCristo sacerdote, profeta e rei.»(RBC, nº 98). Mas é sobretudoJoão Crisóstomo que funda todaa teologia do batismo na doutrina

do sacerdócio real, começandopelo rito da signatio, e passandopelo da adesão a Cristo, darenuncia e do baptismo.O Concílio Vaticano II assumiu edeu novo impulso a esta teologiabatismal ao afirmar que «CristoNosso Senhor, Pontífice esco-lhido de entre os homens (cf. Heb.5,1-5), fez do novo povo um“reino sacerdotal para Seu Deuse Pai” (Ap. 1,6; cf. 5,9-10). Naverdade, os batizados, pela rege-neração e pela unção do EspíritoSanto, são consagrados paraserem casa espiritual, sacerdócioSanto, para que, por meio detodas as obras próprias do cris-tão, ofereçam oblações espiri-tuais e anunciem os louvoresdaquele que das trevas os cha-mou à sua admirável luz (cf. 1 Pe.2, 4-10).» (L.G. 10). A Igreja é aesposa do cordeiro (L.G. 6)amada por Cristo (S.C.7), a quemadere (L.G. 4), fecundada pelo Seuamor (L. G. 11). Pelo Batismo oshomens são incorporados emCristo (L.G. 31) e introduzidos econstituídos em Povo de Deus(P.O. 5; L. G. 14. 31), capacitadopara participar e oferecer um cultoespiritual e com a obrigação detestemunhar diante dos homensa fé recebida como dom (L.G. 11).

28 de novembro de 2019

Diretor: António Novais PereiraRedação e Administração:Rua Abel Viana, 2 - 7800-440 BejaTelef. 284 322 268E-mail: [email protected]

Assinatura 35 Euros anuais c/IVAIBAN PT50 0010 0000 3641 8210 0013 0

Impressão:Gráfica do Diário do MinhoRua de Santa Margarida, n.º 4-A - 4710-306 Braga

28novembro

2019

Depósito Legal

N.º 1961/83

Editado emPortugal

Propriedade da Diocese de BejaContribuinte Nº 501 182 446

RegistoN.º 102 028

Tiragem1.500

REGIONAL Notícias de Beja – 7

Atividade operacional semanalO Comando Territorial de Bejapara além da sua atividade diárialevou a efeito um conjunto deoperações, no distrito de Beja, nasemana de 18 a 24 de novembro,que visaram a prevenção e ocombate à criminalidade violenta,fiscalização rodoviária, entreoutras, registando-se os seguin-tes dados operacionais: 1. Detenções: Seis detidos emflagrante delito, destacando-se:Dois por condução sem habi-litação legal e dois por conduçãosob o efeito do álcool. 2. Apreensões: 9 600 doses decanábis; duas armas de fogo;uma réplica de arma de fogo; dois

portáteis; dois tablets; doistelemóveis; um veículo; 850euros em numerário. 3. Trânsito:Fiscalização: 269 infrações dete-tadas, destacando-se: 31 porexcesso de velocidade; 19 rela-cionadas com iluminação e sina-lização; 18 por falta de inspeçãoperiódica obrigatória; 17 por faltaou incorreta utilização do cintode segurança e/ou sistema deretenção para crianças; dez rela-cionadas com excesso/acondi-cionamento da carga; dez rela-cionadas com tacógrafos; dezpor condução com taxa deálcool no sangue superiorao permitido por lei; dez por

falta de seguro de respon-sabilidade civil obrigatório.Sinistralidade: 53 acidentes regis-tados, resultando: Três feridosgraves e 13 feridos leves. 4. Fiscalização Geral:Dez autos de contraordenação:Oito no âmbito da legislação daproteção da natureza e do am-biente e dois no âmbito dalegislação policial. 5. Ações de sensibilização:Cinco sobre a temática “Pre-venção de Burlas”, tendo sidosensibilizados 62 cidadãos; umasobre os direitos da criança,tendo sido sensibilizados 121alunos e três professores.

SUMULA SEMANALO Comando Distrital de Beja daPSP (CD Beja), no âmbito dassuas competências de pre-venção e combate permanenteà prática de ilícitos criminais econtraordenacionais, no perío-do de 15 a 21NOV2019, na suaárea de jurisdição, registou edestaca os seguintes resul-tados operacionais:Operações de Fiscalização: 7Operações de Fiscalização Rodo-viária, em Beja, com recurso aRadar, que contabilizou 1672veículos controlados, com adeteção de 4 infrações; seisOperações de Fiscalização Rodo-

viária, enquadradas na AtividadeOperacional de CD Beja e noPlano Nacional de Fiscalização(esta semana, especialmentedirecionadas para a fiscalizaçãodos excessos de velocidade), quecontabilizam: 110 Veículos fisca-lizados; 50 Condutores sub-metidos ao teste de alcoolémia;24 infrações detetadas.Acidentes rodoviários: Em Beja,registo de 3 acidentes rodo-viários, dos quais resultaramunicamente danos materiais.Ações preventivas /de sensibi-lização e outras: O Núcleo deArmas e Explosivos do CD Beja,

nas suas instalações e tambématravés do seu Balcão de Aten-dimento Não Permanente, reali-zado, no período em apreço, noMunicípio de Ourique, procedeuà recolha de 25 armas de fogo,perdidas a favor do Estado. Opoliciamento de Proximidade doCD Beja, através do seu Pro-grama Escola Segura, em Beja,realizou: Uma Ação de Sensi-bilização enquadrada na inicia-tiva da PSP, desenvolvida a nívelnacional – “Estrada Segura”,participada por cerca de 20 ado-lescentes e jovens adultos, fre-quentadores do 10º ao 12º anode escolaridade.

6.ª Jornada Interdisciplinar da Mina de S. DomingosA Mina de São Domingos recebeno próximo dia 29 de novembro,no edifício do Musical, a 6a

Jornada Interdisciplinar “Minas,tecnologias e educação: con-vergências”. A jornada é dedi-cada à história da Mina de São

Domingos, dando ênfase àsinterligações entre ciência, tecno-logia, sociedade e ambiente, e asua aplicação num contextoeducativo / museológico.A jornada é uma organização doInstituto de História Contem-

porânea, Universidade de Évora-Cehfcí (Ciência, Estudos deHistória, Filosofia e CulturaCientífica), Faculdade de Ciên-cias Sociais Humanas em parceriacom Fundação Serrão Martins eCâmara Municipal Mértola.

Campanha Banco Alimentar

Inicia-se hoje nova campanha de recolha de alimentos, quer nas superfícies comerciais quer poroutros meios.Assim:Campanha-saco, nas superfícies comerciais: dias 30 de novembro e 1 de dezembro- Campanha- vale: de 30 de novembro até 8 de dezembro- Internet (www.alimentestaideia.pt): de 28 de novembro a 9 de dezembro- Campanha de “Resíduos solidários”, parceria com a GESAMB, todo o ano.(nesta Campanha, o valor monetário obtido pela recolha de papel/cartão e plástico é convertidoem alimentos a distribuir nos cabazes mensais do Banco Alimentar))

DISTRITO DE BEJA NO TOP DE RECOLHA11ª edição da geração depositrão

EB23 Damião de Odemira conquista 1º lugar a nível nacionalEscolas do distrito de Beja recolhem mais de 44 toneladas de resíduosNo ano letivo de 2018/2019 foram recolhidas mais de 44 toneladas deresíduos elétricos e eletrónicos e pilhas usadas no âmbito da iniciativaGeração Depositrão, no distrito de Beja, com especial destaque paraas escolas EB23 Damião de Odemira e EB1 Nº 1 de Saboia.A EB23 Damião de Odemira foi o estabelecimento escolar que mais sedestacou, ocupando o 1º lugar do ranking nacional. Ao longo dos 10anos de participação na Geração Depositrão, esta escola já somoumais de 120 toneladas!Estas duas escolas somaram mais de 37,5 toneladas de resíduos,contribuindo fortemente para a representatividade do distrito de Bejaa nível nacional, com 9% do total das mais de 470 toneladas recolhidasnesta edição.De acordo com Filipa Moita, Responsável de Sensibilização eComunicação da ERP Portugal, “Ambas as escolas têm sido destacadasnesta campanha, em edições anteriores, pois a recolha destes resíduosjá se tornou um comportamento frequente e automático por parte dacomunidade local. Todos os anos a quantidade de resíduos tem sidomaior, o que sublinha o empenho das escolas na defesa desta causa!A EB23 Damião de Odemira, grande vencedora desta edição, tem sidoum excelente exemplo de envolvimento integrado de vários agentesde relevo, nomeadamente: famílias, alunos, professores, funcionários,Câmara Municipal e outras entidades locais. Muitos parabéns!”Atualmente, as escolas participantes correspondem ao envolvimentode mais de 420 mil alunos e cerca 42 mil professores de todos os níveisde Ensino.Esta campanha da ERP Portugal é implementada em parceria com aABAE (Associação Bandeira Azul da Europa), através do ProgramaEco-Escolas, e conta com o apoio das marcas LG, Orima, Pingo Doce eWorten.

28 de novembro de 2019ÚLTIMA PÁGINA

ADVENTO1. Nota históricaADVENTUS (paronía, em gre-go) é uma palavra cristã de origempagã e mesmo profana. Era, nomundo pagão, a vinda anual dadivindade ao seu templo, a visitaros fiéis. Do ponto de vistaprofano, advento era a primeiravisita oficial de um personagemimportante a quando da suatomada de posse de um cargo.As moedas de Corinto, porexemplo perpetuaram a lembrançado Adventus Augusti (o impe-rador Nero); e o cronista de 354chama ao dia da coroação doimperador Constantino comoAdventus Divi.Nas obras cristãs dos primeirosséculos, sobretudo na Vulgata,Advento é o termo clássico paradesignar a vinda de Cristo aoshomens: a vinda do Filho de Deusà humanidade, encarnando noseio da Virgem Maria, inau-gurando os tempos messiânicose a sua vinda gloriosa no fim domundo.

2. A celebração litúrgica doAdventoNo Ocidente, a celebração doAdvento nasce na Espanha e naGália, desde fins do século IV edecurso do século V. É umapreparação ascética para as festasdo Natal e da Epifania. Com aduração de três semanas, esteveinicialmente ligada à preparaçãopara o Batismo administrado naEpifania.No Concílio de Saragoça, pres-creve-se aos fiéis a assiduidadeà Igreja desde 17 de Dezembroaté à Epifania, e a prática daascese, da oração e de assem-bleias mais frequentes. No séculoV, na Gália institui-se um jejum detrês dias, nas semanas entre o S.Martinho e o Natal.Em Roma, o Advento aparece sóna segunda metade do século VI,como instituição litúrgica. Osentido exato que os Papas dosséculos VI e VII deram ao Adven-to foi o de ser preparação para asolenidade da vinda do Senhor(Adventus Domini): vinda emcada Natal e vinda gloriosa nofim do mundo. O velho vocábuloAdventus é, então, entendido nosentido Bíblico e escatológico,isto é, definitivo fim da história erealização do Reino de Deus.A expectativa cristã já encontraexpressão bíblica nos textosproféticos que exprimem a ânsiado Messias: Isaías e João Batista.

3. À espera de DeusO Advento é como um imensopórtico que o cristão atravessapara entrar no Santuário. Estepórtico está flanqueado por duasfiguras que nos questionamsobre a nossa disposição interior

para aí entrar.Uma das figuras é um Anjo ves-tido de pelo de cabra, e queapenas quer ser uma voz queclama no deserto: «preparai oscaminhos do Senhor!». A outrafigura, pensativa e coberta comum grande véu, só clama: «Eis aserva do Senhor!». Ambas espe-ram Deus. Não um herói nem umautopia: o Deus connosco – oEmanuel.As duas figuras são indispen-sáveis. De uma, diz o Evangelho:«Que fostes ver ao deserto? Umprofeta? Digo-vos: mais do queum profeta!» (Mt 11,7s). A outradiz de si própria, num júbilohumilde: «Ele baixou os olhossobre a sua humilde serva. E eisque todas as gerações me cha-marão bem-aventurada» (Lc1,48).João Batista espera Deus que vempara julgar, salvar e conduzir oshomens a uma decisão radical«Já o machado está na raiz daárvore» (Mt 3,10ss). Quem assimfala tem a coragem de se dirigiraos grandes do mundo «raça devíboras». Não teme a prisão nema decapitação, porque é apenasuma voz interpelante.Maria também espera Deus. Elaouviu o Anjo dizer-lhe: «O quevai nascer santamente seráchamado Filho de Deus, Filhodo Altíssimo…e o seu Reino nãoterá fim» (Lc 1,31ss). Ela esperaconcretamente este Filho doAltíssimo. Mas não virá Ele trazero fogo à terra e ser batizado deum batismo terrível, e dessemodo, uma espada atravessará oseu coração de Mãe?A atitude de ambos é de profun-da humildade: «Depois de mim,vem Aquele que é mais poderosodo que eu, e não sou digno deme curvar para desatar ascorreias das suas sandálias»(Mc 1,7); «Depois de mim, vemAquele que era antes e mim» (Jo1,30); «É preciso que Ele cresçae que eu diminua» (Jo 3,30).O Advento é o fim da AntigaAliança que esperou a vinda deDeus E quem veio? «Aquele queé doce e humilde de coração»;«que não faz barulho nos gran-des caminhos e não apaga amecha que ainda fumega» (Mt

11,29; 12 19s).Mais tarde, no cárcere, Joãomanda perguntar a Jesus: «és tuAquele que deve vir ou devemosesperar um outro?» Mt 11,3).A resposta de Jesus é provisória:«Os coxos andam, os cegosveem…», mas a definitiva res-posta será a morte na Cruz quetrespassará o coração de suaMãe, mas perante a qual o cen-turião romano, pagão, dirá: «Ver-dadeiramente, este homem era oFilho de Deus».S.Paulo e a primeira Igreja refle-tem sobre o misterioso destinode Jesus: humildade e grandeza,uma morte que lhe arranca o gritode abandono ao Pai, e, ao ter-ceiro dia, a sua Ressurreição naGlória. Este, o destino do Filhode Maria, que é o Deus que, coma sua carne e sangue, sela a Novae eterna Aliança com os homens.Esta é a fé da Igreja.

4. Quem somos, à luz do Advento?«Quem faz a vontade de meu Pai,que está nos céus, esse é meuirmão, minha irmã e minha mãe»(Mt 12,50). Esse, o grande misté-rio do Advento.Escreve o Peregrino Querubínicode Angelus Silésius: «se Cristotivesse nascido mil vezes emBelém, e não em ti, estariasperdido para sempre»; «Ah, se,ao menos, o teu coração pudessetornar-se gruta, Deus, ainda umavez, nesta terra, se tornariacriança!».Deus deu-nos a graça de nostornarmos filhos de Deus (Jo1,12) – de trazermos em nós ogérmen de Deus (1Jo 3,9) esermos capazes de uma geraçãoque implante a vida de Deus nomundo, que o reinado de Deusse estabeleça na terra e o nomede Deus seja santificado. Sevivermos em fé, o fruto divinoamadurecerá na terra e prepararáactivamente a segunda vinda deCristo e o Reino eterno de Deus.Perseveremos, pois, paciente-mente, no Advento do nossocoração aberto à plenitude dafelicidade eterna.

Maria Manuela de Carvalho

Diocese de Beja preparouprograma espiritual e

comemorativo para os 250anos da sua restauração

A Diocese de Beja vai assinalar os 250 anos da sua restauraçãocom programa de celebrações, de cunho pastoral, a partir destedomingo.“Quisemos que as comunidades vivessem espiritualmente esteacontecimento, procuramos que cada paróquia assumisse emtrês dias do ano, à escolha, um momento de oração pela diocese,pelo bispo, e pela própria comunidade local”, exemplificou ocónego Domingos Pereira, vigário episcopal para a Pastoral.Em entrevista à Agência ECCLESIA, o sacerdote de Beja afirmouque quiseram “acordar as comunidades cristãs” para os 250 darestauração da diocese, que vão assinalar em 2020, e um dossinais exteriores é um painel com o ícone de Cristo, um desenhodo bispo diocesano D. João Marcos, que vai na fachada daigreja para informar sobre “o que está a acontecer”.O vigário episcopal para a Pastoral da Diocese de Beja referetambém que vão ter uma exposição, a partir de março do próximoano, com os quatro períodos desta Igreja local, desde o seuinício: “531 é a primeira nota que temos com o bispo que inauguraa época visigótica dos bispos de Beja, o povo canonizou-ocomo santo Apríngio”.Atualmente, a Diocese de Beja, a segunda maior de Portugal emterritório, tem 119 paróquias, e pouco clero, “50 padresdisponíveis para o trabalho pastoral”, 13 diáconos permanentes,contabiliza o cónego Domingos Pereira dando como exemploque no Concelho de Mértola “há uma paróquia que dista deoutra 72 quilómetros”.Segundo o sacerdote existe também uma aposta nos leigos quevão a muitos locais onde “o padre só pode ir de 15 em 15 dias,ou de mês a mês, para a celebração da Palavra”.O regadio proporcionado pelo Alqueva alterou a paisagemalentejana refere o entrevistado, assinalando que, “hoje, sãoquilómetros e quilómetros de oliveiras, amendoeiras, pomares,produtos hortícolas” e existem também “muitos migrantes dasmais diversas partes”.Neste contexto, o vigário episcopal para a Pastoral de Bejaadianta que com a celebração dos 250 anos da restauração destadiocese pretendem “ir acordando as comunidades para estanovidade” de existir “outra gente no interior das comunidades”e “se são ou não capazes de dialogar”.As comemorações/celebrações oficiais dos 250 anos darestauração da Diocese de Beja começam este domingo, 1 dedezembro, o encerramento é a 22 de novembro de 2020, e vãoestar em destaque no programa ECCLESIA, a partir das 06h07,na Antena 1 da rádio pública, e no ‘70×7’, às 07h30, na RTP 2.

Fonte: Ecclesia