semana de nefrologia discute situação da especialidade no país

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SBN INFORMA Órgão Oficial da Sociedade Brasileira de Nefrologia edição de novembro/dezembro de 2001 Semana de Nefrologia discute situação da especialidade no país A Semana de Nefrologia possibilitou a união e mobilização de todas as regionais da SBN frente à atual situação da especilidade. O evento, que se realizou entre 19 e 23 de novembro, também estabeleceu, pela primeira vez, a descen- tralização da prova de Título de Especialista. Páginas 6 a 10 ENTREVISTA Microcistina polui reservatórios Os efeitos da microcistina podem ser fatais na dependência de sua concentração. Companhias de saneamento de alguns estados comunicaram a presença de microcistina em reservatórios. Pág. 3 A edição anterior de SBN Informa, em matéria comentada, repercutiu as denúncias veiculadas pela imprensa sobre a atuação do lobby APS no MS. Renilson Rehen, Secre- tário Geral da SAS/MS, incomodado com o envolvimento de seu nome nas armações do lobista, concedeu ampla entrevista ao jornal do Conass, que foi enviada a esta edição do SBN Informa por sua assessoria de imprensa. Na entrevista, Renilson esclarece a questão de maneira candente. Como gestor público, observa não apenas a ação agressiva dos grupos de pressão que possuem interesses nem sempre coincidentes aos interesses do Estado, como também a baixa estima que autoridades sérias sofrem de parte da população e, muitas vezes, da mídia. Não é de hoje que a SBN denuncia a agres- sividade de tais setores, em especial, na área de diálise, como também do registro e distri- buição de medicamentos a pacientes do SUS. Grandes empresas de diálise contam com ativos lobbies cuja efetividade é possível ob- servar em algumas portarias do setor que aca- bam por favorecer as indústrias de equi- pamentos e insumos que atuam clandes- tinamente no setor de serviços. Na maioria, essa ação acontece nos escalões intermediá- rios que gozam de prerrogativas em repar- tições públicas. A forma mais cruel de atuação desses gru- pos é a instrumentalização de pacientes e de suas associações que passam a ser cooptadas na pregação do pânico e da insegurança, como ocorre há algum tempo com a ciclos- porina. As três empresas interessadas – No- vartis, Sigma e Abott – digladiam-se por meio de armas aéticas, que culminam com a cria- ção de mentiras científicas e mistificações que adquirem cunho de verdades inquestionáveis, repetidas a esmo para convencer parlamen- tares e outros organismos de representação que incluem, infelizmente, profissionais médicos. Muitos médicos e não médicos pro- fissionais do ganho fácil, de grande traquejo nos porões da baixa política, cuja posição par- tidária se situa sempre ao lado de quem está no poder econômico ou político, destacam-se no trabalho de proselitismo em franco prejuí- zo de pacientes e interesses da comunidade. Há que se encontrar fórmulas que protejam a sociedade de tal atividade, em especial na área da saúde. Com a palavra, as autoridades executivas, judiciárias e legislativas. Notícias da Primeira Semana Nacional de Nefrologia também estão nesta edição. Com maior ou menor sucesso, a mobi- lização das regionais se fez sentir no escla- recimento da comunidade sobre as doenças nefrológicas, por meio de atividades em lo- gradouros públicos e por meio de palestras e fóruns que discutiram temas científicos e prin- cipalmente aspectos relacionados à orga- nização e ao financiamento do sistema de atendimento à população. O SUS foi o centro dos debates. Enfatizou-se a necessidade de engajar as unidades de diálise no sistema de referenciação da especialidade na rede pública com ênfase na formação de centros integra- dos de nefrologia, que possuam ambulatórios de atendimento às principais nefropatias pri- márias ou secundárias, e não apenas à IRC- diálise-dependente. Outro tema debatido, em vários encontros, foi a ação das multinacio- nais da diálise, no apoderamento e mono- polização do setor de prestação de serviços ao SUS, com apelos dirigidos às secretarias estaduais e municipais, bem como ao MS. Sem dúvida, a Semana de Nefrologia foi um primeiro passo e uma primeira vitória. Esperamos que essa seja uma atividade que se consolide e passe a fazer parte da agenda obrigatória das regionais, sob a direção da Nacional. Ruy Barata Editor EDITORIAL A ação dos lobbies na saúde ÁGUA O secretário da Secretaria de Assistência à Saúde/MS, Renilson Rehen, denuncia lobista ao Ministério Público. Em entre- vista, o secretário explica o que pode estar por trás das acusações. Págs. 4 e 5 Secretário reage contra acusações Debate em São Paulo: da dir. à esq., Miguel Cendoroglo Neto, Enio Guerra, Pedro Dimitrov, Ruy Barata e João Egídio observam os depoimentos do presidente da AMB, Eleuses Vieira de Paiva, sobre o orçamento destinado à saúde no Brasil. Isabella Carnevale sbninforma6web.p65 07/01/02, 10:39 1

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Page 1: Semana de Nefrologia discute situação da especialidade no país

�������������Órgão Oficial da Sociedade Brasileira de Nefrologia edição de novembro/dezembro de 2001

Semana de Nefrologia discutesituação da especialidade no país

A Semana de Nefrologia possibilitoua união e mobilização de todas asregionais da SBN frente à atual

situação da especilidade. O evento, que serealizou entre 19 e 23 de novembro, tambémestabeleceu, pela primeira vez, a descen-tralização da prova de Título de Especialista.

Páginas 6 a 10

ENTREVISTA

Microcistina poluireservatórios

Os efeitos da microcistina podem serfatais na dependência de sua concentração.Companhias de saneamento de algunsestados comunicaram a presença demicrocistina em reservatórios.

Pág. 3

A edição anterior de SBN Informa, emmatéria comentada, repercutiu as denúnciasveiculadas pela imprensa sobre a atuação dolobby APS no MS. Renilson Rehen, Secre-tário Geral da SAS/MS, incomodado com oenvolvimento de seu nome nas armações dolobista, concedeu ampla entrevista ao jornaldo Conass, que foi enviada a esta edição doSBN Informa por sua assessoria de imprensa.Na entrevista, Renilson esclarece a questão demaneira candente. Como gestor público,observa não apenas a ação agressiva dosgrupos de pressão que possuem interesses nemsempre coincidentes aos interesses do Estado,como também a baixa estima que autoridadessérias sofrem de parte da população e, muitasvezes, da mídia.

Não é de hoje que a SBN denuncia a agres-sividade de tais setores, em especial, na áreade diálise, como também do registro e distri-buição de medicamentos a pacientes do SUS.Grandes empresas de diálise contam comativos lobbies cuja efetividade é possível ob-servar em algumas portarias do setor que aca-bam por favorecer as indústrias de equi-pamentos e insumos que atuam clandes-tinamente no setor de serviços. Na maioria,essa ação acontece nos escalões intermediá-rios que gozam de prerrogativas em repar-tições públicas.

A forma mais cruel de atuação desses gru-pos é a instrumentalização de pacientes e desuas associações que passam a ser cooptadasna pregação do pânico e da insegurança,como ocorre há algum tempo com a ciclos-porina. As três empresas interessadas – No-vartis, Sigma e Abott – digladiam-se por meiode armas aéticas, que culminam com a cria-ção de mentiras científicas e mistificações queadquirem cunho de verdades inquestionáveis,repetidas a esmo para convencer parlamen-tares e outros organismos de representaçãoque incluem, infelizmente, profissionais

médicos. Muitos médicos e não médicos pro-fissionais do ganho fácil, de grande traquejonos porões da baixa política, cuja posição par-tidária se situa sempre ao lado de quem estáno poder econômico ou político, destacam-seno trabalho de proselitismo em franco prejuí-zo de pacientes e interesses da comunidade.

Há que se encontrar fórmulas que protejama sociedade de tal atividade, em especial naárea da saúde. Com a palavra, as autoridadesexecutivas, judiciárias e legislativas.

Notícias da Primeira Semana Nacional deNefrologia também estão nesta edição.

Com maior ou menor sucesso, a mobi-lização das regionais se fez sentir no escla-recimento da comunidade sobre as doençasnefrológicas, por meio de atividades em lo-gradouros públicos e por meio de palestras efóruns que discutiram temas científicos e prin-cipalmente aspectos relacionados à orga-nização e ao financiamento do sistema deatendimento à população. O SUS foi o centrodos debates. Enfatizou-se a necessidade deengajar as unidades de diálise no sistema dereferenciação da especialidade na rede públicacom ênfase na formação de centros integra-dos de nefrologia, que possuam ambulatóriosde atendimento às principais nefropatias pri-márias ou secundárias, e não apenas à IRC-diálise-dependente. Outro tema debatido, emvários encontros, foi a ação das multinacio-nais da diálise, no apoderamento e mono-polização do setor de prestação de serviçosao SUS, com apelos dirigidos às secretariasestaduais e municipais, bem como ao MS.Sem dúvida, a Semana de Nefrologia foi umprimeiro passo e uma primeira vitória.

Esperamos que essa seja uma atividadeque se consolide e passe a fazer parte daagenda obrigatória das regionais, sob adireção da Nacional.

Ruy BarataEditor

EDITORIAL

A ação dos lobbies na saúde

ÁGUA

O secretário da Secretaria de Assistênciaà Saúde/MS, Renilson Rehen, denuncialobista ao Ministério Público. Em entre-vista, o secretário explica o que pode estarpor trás das acusações.

Págs. 4 e 5

Secretário reagecontra acusações

Debate em São Paulo: da dir. à esq., MiguelCendoroglo Neto, Enio Guerra, PedroDimitrov, Ruy Barata e João Egídioobservam os depoimentos do presidente daAMB, Eleuses Vieira de Paiva, sobre oorçamento destinado à saúde no Brasil.

Isabella Carnevale

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Page 2: Semana de Nefrologia discute situação da especialidade no país

2 • dezembro����������������

CongressoSBN INFORMA

EDITOR

Ruy A. Barata

EDIÇÃO EXECUTIVA

Publishing Solutions

SECRETÁRIAS

Adriana PaladiniRosalina Soares

SOCIEDADE BRASILEIRA

DE NEFROLOGIA

DEPARTAMENTO DE

NEFROLOGIA DA ASSOCIAÇÃO

MÉDICA BRASILEIRA

Rua Machado Bittencourt, 2055o andar, conjunto 53Vila ClementinoCEP 04044-000, São Paulo, SPFONES: (0xx11) 5579-1242FAX: (0xx11) 5573-6000E-MAIL: [email protected]: http://www.sbn.org.br

DIRETORIA

PRESIDENTE

João Egidio Romão Junior

VICE-PRESIDENTESergio Wyton Lima Pinto

SECRETÁRIA GERAL

Maria Eugênia F. Canziani

1O SECRETÁRIO

José Nery Praxedes

TESOUREIRO

José Luiz Santello

DEPARTAMENTOS

DEFESA PROFISSIONAL

Ruy A. Barata

DIÁLISE

Vanda Jorgetti

TRANSPLANTE

Valter Duro Garcia

ENSINO, RECICLAGEM E TITULAÇÃO

Nestor Schor

FISIOLOGIA E FISIOPATOLOGIARENAL

Mauricio Younes Ibrahim

HIPERTENSÃO ARTERIAL

Celso Amodeo

INFORMÁTICA EM SAÚDE

Sérgio Antônio Draibe

NEFROLOGIA CLÍNICA

Jenner Cruz

NEFROLOGIA PEDIÁTRICA

Noemia Perli Goldraich

PROJETO GRÁFICO, EDITORAÇÃOELETRÔNICA E ARTE-FINAL

Publishing Solutions

PUBLICIDADE

Carlos GengaTelefone: (0xx11)214-2681Fax: (0xx11) 3159-0620Os artigos assinados não refletemnecessariamente a opinião do jornal.

Lançamento

XXI Congresso aconteceem setembro de 2002

Reprodução do folder do XXICongresso Brasileiro de Nefrologia

Casos muito raros de aplasiapura de células vermelhas(APCV) têm sido relatados noperíodo pós-comercialização daeritropoetina em pacientescom IRC, a maioria destes étratada com Eprex® ou comoutras eritropoetinas.

Quarenta casos confirmadosou suspeitos de APCV foramrelatados em pacientes com IRCtratados com Eprex®, sendo quea maioria ocorreu após 1998. Ataxa global estimada de relatosdesse evento é <1:10.000 empacientes com IRC.

Tipicamente, após meses aanos do início da terapia, os pa-cientes desenvolveram piora

Pacientes tratados com eritropoetina podemapresentar aplasia de série vermelha

repentina da anemia, não respon-siva ao aumento das doses de eri-tropoetina. A APCV foi confir-mada por análise da medula ós-sea e, na maior parte dos casos,detectou-se a presença de an-ticorpos séricos antieritropoetina.Muitos desses pacientes tor-naram-se dependentes de hemo-transfusão e não responderam aoutras eritropoetinas.

Em pacientes que desenvolvemfalta de eficácia repentina, devemser investigadas as causas usuaisde não resposta (deficiência deferro, de ácido fólico e de vita-mina B12), especialmente se aanemia for grave. Se nenhumacausa for identificada, um exame

da medula óssea deve serconsiderado. Se a aplasia purade células vermelhas for diag-nosticada, a realização de testespara anticorpos antieritropoe-tinas deve ser considerada, e aterapia com Eprex® deve serdescontinuada. Os pacientesnão devem receber outra eri-tropoetina. Outras causas deaplasia pura de células verme-lhas devem ser excluídas e aterapia apropriada, instituída.

A Janssen-Cilag Farmacêuticarevisou as informações de bulapara incluir essa atualização re-lativa à segurança nos itens “Ad-vertências” e “Precauções eReações Adversas”.

SAÚDE PÚBLICA

Em 30 de outubro, noCentro de Convençãodo Hotel Brasília Blue

Tree Park, ocorreu o lança-mento do XXI Congresso Bra-sileiro de Nefrologia (CBN),que se realizará na Capital daRepública entre 14 e 18 de se-tembro de 2002, associado aoXI Congresso Brasileiro deEnfermagem em Nefrologia(CBEN).

A inovação será a integração deambos os congressos ao XXVCongresso Brasileiro de Endo-crinologia e Metabologia(CBEM), que acontecerá nomesmo local, propiciando arealização de atividades comunsàs duas especialidades.

O evento contou com a par-ticipação de um grande público(cerca de 150 pessoas), incluindonefrologistas, endocrinologistas,enfermeiros e representantes dediversas empresas (patrocinadorese expositores).

O evento foi aberto pelo pre-

sidente do XXI CBN, IstênioPascoal. O presidente da SBN,João Egídio Romão, fez umrelato sobre a situação atual daespecialidade no Brasil e sobreas atividades da SBN. A pre-

sidente da SOBEN, DeniseBarreto Pereira, manifestou suagrande expectativa com arealização do congresso.

A presidente do XXV Con-gresso Brasileiro de Endocri-nologia e Metabologia, ValériaGuimarães, e o presidente daSociedade Brasileira de Endo-crinologia e Nefrologia, Améliode Godoy Matos, apresentaramo XXV CBEN e se mostraramentusiasmos com a integraçãoentre os congressos de nefro-logia e endocrinologia.

A JZ-eventos, empresa orga-nizadora de ambos os congressos,apresentou o material e as opçõescomerciais para a participação deexpositores e patrocinadores emcada congresso.

O evento se encerrou com umtour pelo Centro de Convenções ecom um almoço de confraternizaçãoentre os presentes.

João EgidioPresidente da SBN

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Page 3: Semana de Nefrologia discute situação da especialidade no país

3����������������dezembro •

Saúde Pública

Água

Um leigo teria muita difi-culdade para distinguirpor trás do nomezinho

microcistina inúmeras possibi-lidades poéticas – uma perigosaassassina (que o diga Augustodos Anjos). Para os que não selembram, a microcistina foi avilã da chamada tragédia deCaruaru, na qual foram vitimadasfatalmente mais de uma centenade pacientes sob hemodiálise emPernambuco, em 1996. O inci-dente foi notícia internacional,gerou inúmeras publicaçõescientíf icas, virou problemapolítico e, de quebra, constituiucausa imediata para a edição daportaria 2.042, repercutindo boase más conseqüências.

Na prática, a microcistina éuma endotoxina das cianobac-térias também conhecidas co-mo algas azuis, cujos efeitoshepatotóxicos e neurotóxicospodem ser fatais na depen-dência de sua concentração.Notícias de intoxicação porcianobacterias datam do re-moto século XII, e, como asalgas proliferam em águasricas em nutrientes (fosfato), oproblema está lon-ge de ser resolvi-do. Cerca de 30%a 50% das espé-cies de cianobac-térias produzemmicrocistina e amaior parte dosenvenenamentoscausados por cia-nobactérias deve-se à microcistinaLR, liberada pelaespécie microcys-tis aeruginosa, ge-ralmente encontrada em reser-vatórios de água em todo omundo. A microcistina tem umaestrutura química que alcançagrande estabilidade na água,podendo resistir a grandes va-riações de temperatura e de pH.

A ingestão de água ou peixescontaminados pode determi-

nar cefaléia, febre, dor abdominale vômitos. Informações de auto-ridades sanitárias afirmam que essaocorrência é rara pelo odor desa-gradável da águacontaminada, oque dificulta aingestão.

A portaria1.469, referenteà potabilidadeda água, deter-mina que a con-centração má-xima aceitávelna água potávelé de 1,0 micro-grama/litro, en-tretanto, para he-modiálise, essas taxas devem serindetectáveis na água.

Cabe às companhias de sa-neamento de estados e municí-pios a monitoração periódica e,no caso de constatação decianobactérias, a realização desua remoção. A prevenção, pormeio da redução de nutrientesorgânicos da água, seria aforma adequada de controle,porém de grande dif iculdadetécnica. O tratamento é feito

por substânciasque agrupam ascolônias de al-gas, facilitando aprecipitação.

S u b s t â n c i a sque causam amorte celulardevem ser evi-tadas por faci-litar a liberaçãoda endotoxina.A floração decianobacté r iasacontece princi-

palmente no verão e, no Brasil, éum problema crônico e exigeatenção permanente.

A ocorrência em São Paulo

Companhias de saneamentode alguns estados, entre osquais São Paulo, comunicaram

a presença de microcistina naágua proveniente da represaBillings (região do Rio Gran-de), que abastece a população

do ABC paulis-ta. A notícia pro-vocou rápidamobilização daSBN e da Re-gional de SãoPaulo, o que aca-bou por viabi-lizar reunião deurgência entre aCompanhia deSaneamento Bá-sico do Estadode São Paulo (Sa-besp), a Agência

de Vigilância Sanitária (Anvisa)e a Secretaria de Saúde.

Constatou-se que as concen-trações de microcistina obtidasnão ultrapassavam taxas com-patíveis com a potabilidade,embora seja uma realidade acontaminação por cianobac-térias nas represas Billings (re-gião Rio Grande) e Guara-piranga e também na Bacia doAlto Tietê.

A professora especialista daUniversidade Fe-deral do Rio deJaneiro (UFRJ)Sandra Azeve-do, que atuouno episódio Ca-ruaru, foi con-tactada e cons-tatou que ostratamentos porosmose reversaou deionizaçãosão capazes deretirar a micro-cistina nas con-centrações detectadas, mastambém sugeriu o controle daendotoxina na água pós-trata-mento como forma de assegurara eficácia do tratamento.

Em se tratando de problemacrônico que se agrava nos mesesmais quentes, estabeleceu-seque a Sabesp repassaria perio-

dicamente o resultado de suasanálises à SBN e aos centrosde diálise. Com efeito, os exa-mes passaram a ser informadossemanalmente desde 24 de se-tembro. A maior concentraçãoobservada foi de 0,26 micro-gramas/litro, em 15 de outubro,portanto, dentro dos padrõeslegais de potabilidade.

O nível de alerta aos ma-nanciais foi considerado comoa ocorrência de cianobactériasacima de 20.000 células/ml.

Segundo os técnicos, a gra-vidade do problema é cres-cente, acontece em escala pla-netária e precisa ser enfrentadapelos governos de maneirasistemática por meio de po-líticas gerais que, embora com-plexas em suas aplicações,produzirão os melhores resul-tados. A formulação de novoscódigos de preservação domeio ambiente e a aplicação denormas adequadas, muitas dasvezes, esbarram nos interessesde grandes complexos econô-mico-industriais, gerando a di-f iculdade de implementaçãodessas políticas.

F i n a l m e n t e ,todos os centrosde diálise de-vem se mobi-lizar para acio-nar os governosestaduais e mu-nicipais para ainformação pe-riódica das do-sagens de micro-cistina nos re-servatórios queos servem.

Buscar amplacolaboração é a meta a atingir,incluindo a utilização de labo-ratórios públicos para a dosa-gem da microcistina (métodoEliza), sem esquecer-se de queo Ministério Público precisaestar ciente do grave problema,dos seus riscos e das soluçõesa ser encontradas.

A microcistina éuma endotoxina das

cianobactérias,cujos efeitos podem

ser fatais nadependência de sua

concentração

A ingestão deágua ou peixescontaminados

pode determinarcefaléia, febre,dor abdominal

e vômitos

O nível de alertaaos mananciais foiconsiderado como

a ocorrência decianobactériasacima de 20.000

células/ml

SBN alerta: Microcistinacontamina reservatórios

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4 • dezembro����������������

Entrevista

O secretário nacional de Assistência à Saúde do Ministérioda Saúde, Renilson Rehen, foi surpreendido ao ver seunome envolvido pelo lobista Alexandre Paes dos Santos,

em uma falsa tentativa de extorsão. O secretário reagiu e, com oapoio do ministro da Saúde, José Serra, denunciou o lobista aoMinistério Público por tentativa de chantagem. Aberto o processo,que está sendo conduzido pelo coordenador criminal do MinistérioPúblico do Distrito Federal, Marcelo Serra Azul, foram apreendidasfitas gravadas e uma agenda de propriedade do lobista, quedesvendaram sua forma de atuação. Nesta entrevista, RenilsonRehen explica o porquê de pedir a abertura de inquérito e o quepode estar por trás das acusações.

Qual foi sua primeira reação aosaber que um lobista estava fa-zendo falsas af irmações en-volvendo seu nome?

Em primeiro lugar fiquei sur-preso, porque não havia nenhumfundamento nasafirmações queforam feitas. De-pois, a surpresase transformouem indignação.Conversei, emseguida, com oministro JoséSerra, para sabersua posição epara que ele meautorizasse a denunciar esselobista ou solicitar uma inves-tigação. Naquele momento, nãosabia se deveria me dirigir aoMinistério Público ou à PolíciaFederal. Depois, ficou claro quea denúncia deveria ser apre-sentada ao Ministério Público. Oministro concordou e, rapidamen-te, foi providenciado o encami-nhamento da denúncia ao MP, quedesignou um procurador, ocoordenador criminal do Minis-tério Público do Distrito Federal,Marcelo Serra Azul.

O procurador, então, entroucom a ação contra o lobista?

Ele pediu a prisão do lobistae a busca e apreensão de f itase materiais que ele dizia ter. Ojuiz não concedeu a prisão,mas, sim, a apreensão, consi-

derando que, já nesse momen-to, estava claro que havia umatentativa de chantagem, por-que o lobista foi convidado avir ao Ministério da Saúdemostrar o material que dizia ter

e ficou com eva-sivas (eu vou,não vou, ama-nhã eu vou...).Com isso, f icoutransparente queele estava, naverdade, ten-tando levar adian-te um processode chantagemou intimidação.

À medida que o senhorlevou a questão ao MinistérioPúblico, passou a ser o denun-ciante, certo?

A peça encaminhada ao Mi-nistério Público, e que originou adenúncia, foi assinada por mim.Quando dei meu depoimento, eisso foi reiterado pelo MinistérioPúblico, estava ali como denun-ciante, e, embora a imprensa, emalguns momentos, tenha feitoalguma confusão, já está claroque, nesse processo, eu sou odenunciante, e não o investigado.

A que o senhor atribui o fatodo lobista ter feito essa ameaça,essa tentativa de pressão?

É preciso explicar uma coisa.Qualquer medicamento noBrasil, em relação ao Poder

Público, passa por doismomentos cruciais. Oprimeiro momento éobter o registro juntoà Agência Nacional deVigilância Sanitária(Anvisa), mas prin-cipalmente em relação aum medicamento mui-to caro, ele vai entrar emum mercado onde pou-quíssimas pessoas po-dem adquiri-lo. É ummercado muito pe-queno, quase inexis-tente. Poucas pessoasno Brasil podem arcarcom os custos de umtratamento continuadoque esteja em torno de4 mil, 5 ou 6 mil reaispor mês. Daí, o outromomento crucial é adecisão de se o sis-tema público vai ounão bancar a distri-buição gratuita do medicamen-to à população, o que signif i-ca estender o medicamento aum mercado potencial de 170milhões de habitantes. Essadecisão é responsabilidade daSecretaria de Assistência àSaúde (SAS) e estamos pro-curando fazer isso com o maiorrigor possível, de forma que ocidadão que necessite do me-dicamento tenha acesso a ele,sem que haja desperdício oumau uso do dinheiro público.

Para isso, como a SAS age?Atuamos em duas linhas. A

primeira busca reduzir o preçodos remédios, seja pela deso-neração do ponto de vista deimpostos, seja pela entrada degenéricos no mercado. Redu-zem-se, assim, os custos dosistema público de saúde. Aoutra linha de atuação é adef inição de protocolos clí-nicos que def inam claramenteo diagnóstico e o tratamentodesta ou daquela doença, coma indicação de medicamentos,

dosagens etc. Com isso, serestringe o uso inadequado dosmedicamentos mais caros. Nãotenho elementos para vinculara atitude desse lobista direta-mente a uma orientação espe-cíf ica de algum laboratório,mas acho que, na verdade, eletentou uma forma de chan-tagem sobre mim, ou para meimobilizar ou para jogar sobremim uma desconfiança que meobrigasse a me demitir ou a serdemitido. Acho que a intenção foibarrar, inviabilizar, impedir ouenfraquecer esse trabalho que es-tamos realizando. Não vejo ne-nhuma outra explicação, por-quenunca tive nenhum contato comele e nem com ninguém dolaboratório que ele representava.

O senhor teve algum contatocom o então diretor-presidenteda Novartis, Andreas Strakos?

Não, nunca tive nenhum con-tato com o presidente da Novar-tis. A negociação em relação aoregistro do Glivec foi feita coma Anvisa e com o ministro, o qual

“Não há fundamento nas afirmações queforam feitas sobre mim”, diz o secretárioRenilson Rehen

Secretário denuncia lobistaRenilson Rehen, secretário nacional de Assistência à Saúde do Ministér

“Acho que aintenção foi impedir

o trabalho queestamos realizando.Não vejo nenhumaoutra explicação”

Foto

Luí

s O

live

ira

sbninforma6web.p65 07/01/02, 10:394

Page 5: Semana de Nefrologia discute situação da especialidade no país

5����������������dezembro •

Entrevista

disse que não receberia mais osr. Strakos, tanto que a negocia-ção final foi feita entre o ministroe o presidente mundial da No-vartis. Ou seja, nunca estivenem com o lobista e nem como sr. Strakos.

E o jantar, existiu?Não. O lobista inventou um

jantar do qual eu teria partici-pado, em um restaurante aoqual nunca fui – não sou muitode ir a restaurantes. A ocasiãofoi em um dia em que jantavana casa de alguns amigos, oque também é muito raro,porque moro em Brasília e,normalmente, saio do Mi-nistério e vou para casa.

Nessa noite, o senhor jantavacom o consultor da Orga-nização Panamericana deSaúde (OPAS)?

Jantava com o dr. Renato Tas-ca, o qual já conheço há muitotempo e que está contratadopela OPAS como consultorinternacional para acompanharo trabalho de descentralizaçãorealizado pelo Sistema Únicode Saúde. Ele viajaria no diaseguinte, e Marcelo (MarceloQueiroz de Oliveira, gerente deprojetos da Secretaria deAssistência à Saúde) me

convidou e, assim, fui jantarcom eles, no dia em que constana agenda do lobista que euestaria jantando com o pre-sidente da Novartis. Mas, achoque, depois, esse lobista tentoudizer que o jantar foi comigo,mas, na verdade, penso que aanotação na agenda tem outrosignif icado: para mim, eu erao assunto do jantar. Essa é aúnica explicação, porque, anão ser que esse indivíduo sejalouco, não pode me colocar emum jantar onde eu não estive.Aliás, ele não diz que me viu.Diz que levou o Andreas até aporta do restaurante e não meviu, mesmo porque ele não meconhece. E o Andreas diz quejantou, mas que não foi co-migo, porque não me conhece.Então, só me resta a hipótesede eu ter sido o assunto dojantar, talvez para definir umaestratégia de como me atingir,me desestabilizar.

O senhor está acostumandoa receber esse tipo de pressão?

Não. Tenho 26 anos de ati-vidade prof issional e sempretrabalhei nessa área. Me formeem medicina, mas comominha opção foi administraçãoe planejamento, trabalhei naSecretaria de Estado e no

Inamps da Bahia.Enfrentei uma épo-ca, na década de80, em que haviauma situação mui-to difícil, masnunca tive umasituação como es-sa. Tive uma gran-de preocupação noMinistério quandoconduzia as nego-

ciações com as empresas sobrea regulamentação de planos eseguros-saúde. Naquela época,f iquei muito atento e atueimuito cuidadosamente, comreceio de que surgisse algumacoisa desse tipo, porque setrata de um mercado enorme,com grandes empresas – etambém muitas empresaspequenas – algumas poucosérias, mas não aconteceu nada,felizmente.

Houve, cla-ro, o processodemocráticode conversa,entendimen-to, mas essetipo de pres-são que ocor-reu agora eununca tinhasofrido. Noprimeiro mo-mento, f iquei surpreso, depoisindignado. A minha decisão foide denunciar o lobista, porque,se eu não agisse assim, per-deria toda minha tranqüilidade,já que eu não tenho absoluta-mente nada a esconder.

Esse episódio lhe trouxeoutro tipo de reflexão?

Há duas coisas que achoimportante ressaltar. Uma é anecessidade de se analisar aquestão do respeito aos ocu-pantes de cargos públicos. Éuma coisa que depende dasociedade, depende da mídia etambém dos próprios ocu-pantes de cargos públicos.Penso que esse lobista tomouessa atitude e essa ousadia,porque acha que a sociedadenão respeita os ocupantes decargos públicos. Para mim,

obista ao Ministério Públicoaúde do Ministério da Saúde, denunciou um lobista por tentativa de chantagem

isso precisa ser repensado,porque a mídia cria uma ima-gem que a pessoa que trabalhaem cargo público em Brasíliaestá cheia de mordomia, ganhauma fábula, é desonesta, re-cebe propina etc.

Não pode haver democracia,se não houver um Estado, seusagentes e funcionários quesejam respeitados pela mídia epela sociedade.

E quanto à se-gunda questão?

A outra coisa queacho importante –a qual a mídia nãodeu nenhum desta-que – é o fato deque um funcionáriopúblico ocupantede um cargo naadministração fe-deral, ao sofrer

uma tentativa de chantagem,tenha tido a coragem dedenunciar. Acho essa umaquestão importante, porquef icou claro que não fui co-nivente, não me deixei ame-drontar. Isso é muito impor-tante. A mídia valoriza muitoa denúncia, quando é feitacontra o funcionário público,mas quando o ocupante decargo público faz a denúncia,ela não reconhece. Mas, queroacrescentar, apesar do trata-mento que recebi da mídia, emnenhum momento eu me ar-rependi de ter feito a denúncia.Qualquer tipo de ameaça outentativa de chantagem quevenham a fazer comigo, eu vouprocurar o Ministério Público,a Polícia Federal, seja lá qualfor o caminho, para que sejainvestigada. Tem sido extrema-mente difícil para mim, porquea mídia me tratou como se odenunciante, que sou eu, fosseo investigado, mas não mearrependo de ter feito a de-núncia, porque, acima de tudo,era o meu dever.

“A mídia me tratou como se o denunciante,que sou eu, fosse o investigado”, diz osecretário Renílson Rehen

“Não pode haverdemocracia, se nãohouver um Estado,

seus agentes efuncionários que

sejam respeitadospela mídia e pela

sociedade”

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EVENTO

A Semana de Nefrologia,realizada entre 19 e 23 denovembro, conquistou o

objetivo de promover a integraçãoe mobilização das regionais daSociedade Brasileira de Nefrologia.

As atividades apresentadasdurante a semana incluíramcursos com palestras sobre ne-frologia clínica, debates sobrea atual situação da especia-lidade no Brasil e atividades di-recionadas à população quepossibilitaram detectar nefro-patias e discutir métodos pre-ventivos contra doenças renais.

Outro destaque da Semana deNefrologia foi a descentralizaçãoda execução da prova de Títulode Especialista. A prova foi rea-lizada no Distrito Federal e nosestados de São Paulo, Ceará, Riode Janeiro e Paraná.

A Semana de Nefrologia tevea participação de dez regionais(Ceará, Bahia, Distrito Federal,Minas Gerais, Rio de Janeiro,São Paulo, Santa Catarina,Pará, Paraná e Rio Grande doSul), que promoveram umaampla divulgação do papel donefrologista no Brasil.

Bahia já tem planos para a Semanade Nefrologia 2002

Os objetivos da Semana deNefrologia foram alcançadosna Bahia. Além das atividadesrealizadas em 21 de novembro,a regional apoiou dois eventosdurante a semana: “I SessãoInterativa de Nefrologia emTerapia Intensiva do HospitalSão Rafael e do Hospital dasClínicas da Universidade deSão Paulo” e “Fórum sobreÉtica e Bio-Ética em trans-plante de Órgãos”.

A regional da Bahia promo-veu, de acordo com a progra-mação prévia, a “Campanha deEsclarecimento ao Público”, noShopping Center Itaigara. Du-rante a campanha, foram dis-tribuídos folders com infor-mações sobre nefrologia. Alémdisso, foi realizado um atendi-mento a 100 pessoas com me-dição da pressão arterial e rea-lização de exames (glicemia,colesterol e urina). A campanha

enfatizou a importância darealização desses exames naprevenção das doenças renais.O público apoiou a iniciativa esolicitou que campanhas dessetipo sejam feitas regularmente.

A programação científ ica,ocorrida no Tropical da BahiaHotel & Convention Center,apresentou conferências sobretemas gerais e também assun-tos direcionados aos estudantes demedicina. A programação abor-dou: “Infecção do trato urinário”(Reinaldo Martinelli), “Glome-rulonefrite aguda pós-infecciosa”(Stella Sá) e “Prevenção dascomplicações renais na hiper-tensão arterial e no diabetesMellitus” (Maria Tereza Zanella).

O presidente da regional daSBN/BA, Luiz José Cardoso Pe-reira, afirma que o resultado foimuito positivo e que a regionalestá bastante estimulada para aSemana de Nefrologia de 2002.

“Algumas falhas ocorreram esteano devido a nossa inexperiên-cia e ao curto período para o pla-nejamento da programação”,diz o presidente. Para a Semanade 2002, a regional realizaráuma programação científ icamais extensa para mesclarassuntos de interesse geral comtemas específicos aos nefrolo-gistas e fará a campanha de es-clarecimento ao público em umdia diferente ao das atividadescientíficas para proporcionar ummelhor suporte aos dois eventos.

Campanha de Esclarecimento aoPúblico: destaque da semana

Ceará realiza II Curso de Atualização em NefrologiaAs atividades científicas do II

Curso de Atualização em Ne-frologia (Semana de Nefrolo-gia), sob coordenação do pre-sidente Paulo Rossas Mota,ocorreu no hotel Cesar Park, emFortaleza, em 23 de novembro.

A semana reuniu acadê-micos de medicina, nefrolo-gistas, enfermeiros e demaisprof issionais ligados à áreanefrológica.

Os temas abordados no IICurso foram “Medicina basea-da em evidências – nefrologia”(Paula Fernandes), “Hipertensão

arterial secundária – diagnósticoe tratamento” (César Pontes),“Nefropatia pelo HIV” (AntônioCarlos Seguro), “Nefropatia dia-bética – manejo do diabético comIRC” (Paulo Rossas Mota), “Ne-fropatia lúpica – tratamento”(Cláudia Maria Costa Oliveira),“Insuficiência renal na gravidez”(João Batista Evegelista Júnior),“Insuficiência renal aguda –diagnóstico e tratamento” (An-tônio Carlos Seguro) e “Litíaserenal – avaliação e tratamento”(Tânia Saboia).

A prova para a obtenção do

Título de Especialistaem Nefrologia ocorreu,em 24 de novembro, naFaculdade de Medicinada Universidade Fe-deral do Ceará.

O presidente PauloRossas Mota af irmaque a semana teve di-vulgação em toda amídia e que o II Cursode Atualização contou com aparticipação de aproximada-mente 120 inscritos, entremédicos, estudantes e resi-dentes de medicina.

Participaram do evento comopatrocinadores os laboratóriosPfizer e Genzyme do Brasil(RJ), expondo estandes duranteos intervalos das palestras.

Palestra do II Curso de Atualização

SBN realiza Semana de Ne a atual situação da espe

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EVENTO

A Semana de Nefrologia foipromovida em várias cidadesdo Rio Grande do Sul. A pro-gramação, sob direção de NaraPimentel, teve atividades cien-tíficas, divulgação da diálisee a realização da prova deTítulo de Especialista emNefrologia.

Um evento científ ico comas participações de Emma-nuel Burdmann (São José doRio Preto, SP) e José LuizSantello (HC/FMUSP) ocor-reu em 23 de novembro, emPorto Alegre.

Em 24 de novembro, foirealizada a aplicação da provapara o Título de Especialistaem Nefrologia, sob a coorde-nação de Domingos D’Ávila,que também realizou palestrasobre “Prevenção e detecçãoprecoce da doença renal”, emCaxias do Sul.

A cidade de Cruz Alta esteveenvolvida na programação como objetivo de estimular a doaçãode órgãos por meio da integraçãoentre a equipe de nefrologia,pacientes e a comunidade.

Participaram cerca de 150

acadêmicos dos cursos de En-fermagem, serviço social, fisio-terapia e nutrição, que desen-volveram ações específicas dasua área de formação. Cruz Altapromoveu diversas atividadesjunto à comunidade, como veri-ficação da pressão arterial, ava-liação antropométrica, espi-rometria, orientações nutricio-nais e discussões sobre doaçãode órgão. A presença da co-munidade foi signif icativa:cerca de 1.300 pessoas partici-param dessas atividades.

A programação da Semana de

Rio Grande do Sul divulga prevenção da doença renal

A Semana de Nefrologiaem Santa Catarina, realizadaem 23 de novembro, pro-moveu um verdadeiro “fei-rão” de nefrologia no Largoda Alfândega, região centralde Florianópolis.

A regional (SC) contoucom o apoio da Unimed-Florianópolis, do Laborató-rio Médico Santa Luzia, daSC/Transplantes, da Apar (As-sociação de Apoio ao RenalCrônico de Santa Catarina) eda Prefeitura Municipal deFlorianópolis.

Foram realizadas atividadesde busca ativa de doenças re-nais, incluindo análise sumáriade urina e dos níveis de pressãoarterial da população. Exe-cutaram-se 387 urinálises e 400hemoglicotestes. A medida dapressão arterial foi concorrida,e, das 450 aferições, 200 semostraram alteradas.

Durante o “feirão”, os renaise a SC/Transplantes divulgaramo transplante renal e a doação deórgãos. A programação cien-tífica abordou a osteodistrofiarenal e hipertensão (Aluíso Bar-bosa) e progressão de doençarenal (Agostinho Tavares).

“A especialidade precisa disso.A sociedade tem que reconhecero nefrologista como um aliadono tratamento na prevenção dedoenças renais”, ressalta o pre-sidente da Sociedade Catari-nense de Nefrologia, Luís Fre-yesleben Ferreira.

O “feirão” divulgou a doação deórgãos e o transplante renal

Santa Catarina promove“feirão” de nefrologia

Palestras sobre prevenção dedoença renal marcaram a

Semana no sul do país

Nefrologia, no Rio Grande do Sul,pode ser vista no site da SociedadeGaúcha: www.sgn.org.br.

Em 20 e 21 de novembro,Minas Gerais sediou a Semanade Nefrologia, sob coordenaçãode Eduardo Roberto da Silveira.

Os temas abordados foramhemodiálise, CAPD, transplantee nutrição, com discussão entreos participantes no final da ex-posição. Também foram reali-

zados painéis destinados aospacientes em diálise.

A divulgação da nefrologia foifeita por meio de estandes co-memorativos em lugar público,em que foram distribuídospanfletos ligados às doençasrenais com enfoque ao diabetese à hipertensão arterial.

Minas Gerais aborda doençasrenais junto à população

de Nefrologia para debatera especialidade no Brasil

Em Brasília, a Semana de Ne-frologia promoveu a realizaçãoda prova de Título de Especialistaem Nefrologia, em 24 de no-vembro, sob a direção do pre-sidente da regional, Istênio Fer-nandes Pascoal.

A programação científica, em23 de novembro, abordou temassobre infecção no trato urinário,

hipertensão arterial, nefropatiadiabética e progressão da in-suficiência renal crônica.

Também foi realizada a cam-panha pública “O teste que podesalvar sua vida”, em 24 de no-vembro, na Rodoviária Central deBrasília, com busca ativa de al-terações urinárias e de hipertensãoarterial para a população.

Distrito Federal realiza “o testeque pode salvar sua vida”

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Em 20 e 21 de novembro,no South American Copa-cabana Hotel, realizou-se

a Semana da Nefrologia, quecontou com a presença de váriossegmentos da sociedade civil,gestores, médicos e associaçõescomo a Associação de DoentesRenais e Transplantados do Estadodo Rio de Janeiro (Adreterj). Ostemas deram enfoque aos prin-cipais problemas que afetam osusuários do Sistema Único deSaúde (SUS) e, em contrapar-tida, ficaram determinadas algu-mas diretrizes, por meio de pro-postas, a f im de se efetivar ocontrole social.

Atualmente, a eficiência de umatendimento básico é de sumaimportância para a saúde da po-pulação na prevenção das doen-ças crônicas. Nesse contexto, as“vedetes” que são recordistas nasestatísticas dos serviços de saúdesão a hipertensão arterial e o dia-betes, doenças que comprova-damente são de maior efeito norim e, se não tratadas adequada-mente, podem levar à insuficiên-cia renal crônica.

O subsecretário de Estado deSaúde, Roberto Gabriel D. Cha-bo, demonstrou preocupaçãocom os usuários que, por falta deatendimento básico e preventivo,acabam nos centros de diálise.Também informou que os trans-plantes realizados, no Rio de Ja-neiro, apresentam uma queda de24% no ano passado e de 15%no fim deste ano.

O presidente da SBN, JoãoEgidio Romão Jr., trouxe dadoshistóricos mostrando que, em 50anos de diálise no Brasil, houvemuitos avanços, porém ainda seencontra dificuldade de descen-tralizar as decisões, já que os as-pectos de cada estado são distin-tos no Brasil. João Egídio tambémenfatizou a importância da pre-venção, visto que a demanda depacientes aos serviços de saúdeexiste, e, como fator agravante,não há verbas para atender as

necessidades do sistema, o queafeta diretamente na qualidadedos serviços de saúde em todo opaís. Ele alertou sobre o cresci-mento de 11% ao ano de pacien-tes em diálise e também sobre ademanda reprimida dos pacientesque, sequer, são acolhidos nasunidades de saúde. No caso daterapia renal substitutiva, segundoJoão Egídio, o número de diáliseé menor do que o número de pa-cientes que já deveriam realizardiálise, fora a dificuldade de aces-sibilidade em alguns estados doBrasil, que ainda é muito precária.

Outro fator preocupante é a di-vergência do número de pacien-tes que fazem diálise no Brasilcomparados ao número de trans-plantes realizados, que são de 50mil para 2,8 mil por ano, respec-tivamente. Isso corresponde a830 milhões em gastos totais detratamento de terapia renalsubstitutiva. Urge a necessidadede uma maior consciência paraas políticas sociais extensivasdos estados.

Juraci Vieira Sérgio, diretor daSubsecretaria de Planejamento eDesenvolvimento da SecretariaEstadual de Saúde (SES), apresen-tou aspectos da evolução dotratamento da terapia substitutivapara pacientes renais. Afirmouque atualmente há centros dediálise em todos os municípios doestado, o que praticamente mini-mizou o sacrifício e a dependên-cia de transporte dos pacientes deoutros municípios para realizaremdiálise no Rio de Janeiro. Isso porconta da descentralização doatendimento para esse tratamen-to. Segundo Juraci, as unidadesde diálise estão distribuídas paraa população de modo homogê-neo em todo o estado. Como solu-ções, enfatizou que, nas açõesdestinadas à prevenção da insu-ficiência renal crônica e à pro-teção do tratamento dialítico,devem advir da articulação depropostas assistenciais, preven-tivas e terapêuticas.

Outro esclarecimento im-portante é o trabalho da Se-cretaria Estadual de Saúdeem conjunto ao MinistérioPúblico, não exercendo um“papel de polícia”, mas, emtermos de ajuste, um papelde conduta. Quando o as-sunto é capacidade de gerirrecursos, principalmente emcasos mais emergenciais, aburocracia e o processo sãomuito demorados.

Como proposta em relação aoproblema dos renais, Marcos Hoe-tte, diretor da Clínica de DoençasRenais, sugeriu que se transfor-massem os centros de diálise emcentros de tratamento conserva-dor, já que estes são devidamentetreinados para acoplar os pacien-tes. Quanto ao financiamento,poderia ser feito um adendo natabela ao tratamento conservador.

A exposição de Jorge AquinoLopes, coordenador do ProgramaRio Transplante, abordou as difi-culdades, conquistas e evoluçãodo transplante no Brasil. Lem-brou da importância do aspectoético que esse tema envolve etambém esclareceu as atribuiçõesdo Rio Transplante, além demostrar alguns pontos sobre amorte encefálica.

Deise de Boni M. Carvalho,coordenadora da Câmara Técnicade Rim do HGB, abordou o trans-plante no Brasil e como o país sesitua no contexto mundial. Escla-receu que o número de transplan-tes diminuiu muito por milhão dehabitantes. Atualmente, há 130centros de transplante de rim noBrasil. O aumento de transplantesnas estatísticas se deve ao doadorvivo, em que se evidencia o pe-queno número de transplantes decadáver, levando-se em conside-ração que há, em todo o país, 47mil pacientes em diálise. O Brasilsó ocupa o primeiro lugar noranking mundial em quanti-dade de transplantes, quandose leva em consideração a ren-da per capita.

Apesar das dificuldades e doscustos ainda elevados dos medi-camentos, as vantagens do trans-plante hoje são muito animadoras,levando-se em consideração aacessibilidade às novas drogasque já existem no mercado e queminimizam cada vez mais os ris-cos de rejeição, tendo um gastomenor do que manter um pa-ciente em diálise. Para finalizar,Deise afirmou que é a favor daprocura e alocação de órgãos decadáver em um serviço bem orga-nizado, o que aumentaria o nú-mero de transplantes.

O presidente da Adreterj,Gilson Nascimento, cobrou aparticipação ativa do gestormunicipal no acompanhamen-to dos problemas enfrentadospelo paciente renal atualmente.

O último expositor, ReinaldoChaim (Cofisa), resumiu combastante competência a impor-tância da fiscalização e do moni-toramento das clínicas de diálise.

Após as exposições, os pre-sentes fizeram várias propostasque serão encaminhadas aos ór-gãos de competência, para quea Semana de Nefrologia seja ummarco de futuras soluções paraa proteção e manutenção docontrole social. O que se esperadesse “fórum de debates” é umcompromisso de responsabilidadedo gestor com aqueles que, antesde tudo, são cidadãos, e exerceresse cargo não significa ter direitosexclusivos, mas a obrigação deproteger uma nação que sequerconhece seu direito a cidadania.

Rio de Janeiro debate Sistema Únicode Saúde na Semana de Nefrologia

O número de pacientes em diálisecresce 11% ao ano, alerta o

presidente da SBN, João Egídio

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EVENTO

A regional da SBN em SãoPaulo realizou a Semanade Nefrologia entre 20 e

22 de novembro, destacando te-mas científ icos e políticos daespecialidade.

No interior, foram realizadaspalestras sobre doenças renaisjunto à população. Em Marília, fo-ram inaugurados a nova unidadede hemodiálise da Santa Casa e onovo Instituto do Rim de Marília.

O grande destaque da semanafoi o debate realizado na capitalem 21 de novembro, no Centrode Convenções Rebouças, ondeo tema de discussão foi a políticade saúde no Brasil.

Para a realização desse debate,estavam presentes o presidente daAssociação Médica Brasileira(AMB), Eleuses Vieira de Paiva,o diretor de Defesa Profissionalda SBN, Ruy Barata, o presidenteda SBN, João Egídio Júnior, osecretário-adjunto da Secretaria deSaúde do Município de São Paulo,Pedro Dimitrov, e o coordenadordo Conselho Regional de Me-dicina, Enio Marcio Guerra.

Ruy Barata deu início ao debate,refletindo sobre os valores éticos,científicos e intelectuais que estãopresentes na realidade atual. Eledestacou os marcos da medicina,em especial, os da nefrologia. “Ocontrole da insuficiência renalcrônica, que é a mais grave e mais

complexa patologia da especia-lidade, antes era impensável e ho-je é perfeitamente posssível. NoBrasil, atualmente, há 50 milpacientes sobrevivendo em he-modiálise ou diálise peritoneal, eestima-se a existência de 20 miltransplantados renais com enxer-tos funcionantes”, afirmou. Eletambém ressaltou a conquistaconstitucional do SUS e lamentouo fato da não-implantação da ba-se desse sistema, que é o direitodo cidadão à saúde como umdever do Estado.

Para finalizar, Ruy Barata pro-pôs um grande processo de pen-sar coletivo sobre os rumos damedicina e, em particular, os danefrologia em São Paulo.

Dando continuidade às cons-tatações de Ruy Barata, o pre-sidente da AMB explicou o atualorçamento destinadoà área de saúde noBrasil. Eleuses Vieirarelembrou o modeloda medicina há 30anos, em que era vi-gorado o Inamps (Ins-tituto Nacional de As-sistência Médica daPrevidência Social). Opresidente comparouo orçamento da saúde na épocado antigo Inamps ao orçamentode três anos atrás do atual sis-tema de saúde no país, o SUS.Ele analisou que o orçamentodestinado hoje à saúde é muitomenor, pois o SUS atende todaa sociedade, e o Inamps atendiaapenas a parcela da populaçãoempregada. “Houve uma am-pliação no sistema de saúde, masesta não foi acompanhada deum financiamento maior”, cons-tatou Eleuses Vieira.

O presidente af irmou que aEmenda Quantitativa da Saúde,aprovada em 1999, garante que

o orçamento de 2000 éo orçamento de 1999com alguns porcentosde acréscimo, ou seja,um aumento acima dainflação aos recursos daárea de saúde. A emen-da é um financiamentogradativo de ano a ano.

“Só que, em outubro,fomos surpreendidospelo presidente da Re-pública, Fernando Hen-rique Cardoso. Baseadoem um parecer do Mi-nistério da Fazenda ecom aprovação da Ad-vocacia Geral da União,FHC retirou 1,2 bilhãode reais da saúde este ano, de umorçamento que já tinha sidoaprovado. Isso quer dizer que nãotemos dinheiro para dezembro no

setor de saúde”, inda-gou Eleuses Vieira.

Ele esclareceu que aAMB tenta assegurarque o Ministério secomprometa, em 2002,a orçar, em três presta-ções, a verba que fal-tar em dezembro.

A AMB, juntamenteao Conselho Federal de

Medicina, constituiu o Madin(Marchão de Declaração de In-constitucionalidade) contra o atodo presidente FHC.

Eleuses Vieira ressaltou, “O paístem de fazer discussões internascomo a Semana de Nefrologia, masnão adianta discutir sem termosfinanciamento. É impossível”.

Em resposta às indagações dopresidente da AMB, o secretário-adjunto da Secretaria de Saúde doMunicípio de São Paulo, PedroDimitrov, apresentou as seis priori-dades da agenda do ConselhoNacional de Saúde: receber o ci-dadão; saúde na família; reduçãoda mortalidade infantil; reduçãoda violência; combate à dengue;e problemática de álcool, drogase saúde mental.

Pedro Dimitrov, abordando os

São Paulo discute orçamentodestinado à área de saúde no país

“Ao refletir, observamos que osinstrumentos de mudança estãoa nossa frente”, diz Ruy Barata

aspectos da nefrologia, tambémdestacou a importância de ace-lerar os transplantes necessáriose de garantir assistência ao pa-ciente renal antes desse pacientechegar em um estado prati-camente terminal.

Com essa afirmação, os inte-grantes da mesa ressaltaram co-mo isso seria possível sem finan-ciamento na área de saúde.

Enio Guerra também esclare-ceu o posicionamento do Con-selho Regional de Medicina,destacando a prioridade de re-construtução do Sistema Únicode Saúde.

O encerramento do debate sedeu com a discussão entre osmembros da mesa e os presentes.

A Semana de Nefrologia, emSão Paulo, também realizou pa-lestras científicas. Os temas abor-dados foram “Avanços em hemo-diálise”, coordenado por MiguelCendoroglo Neto, “Diálise peri-toneal – fisiologia, complicaçõese avanços”, por Camila Sarden-berg, “Nefropatia no diabético”,por Viktória Woronik, “Hiper-tensão arterial e o rim”, por JoséNery Praxedes, “Glomerulonefri-tes”, por Gianna Kirztajn, “Litíaseurinária”, por Ita Heilberg, “In-fecção urinária”, por Luiz Mio-rin, e “Insuficiência renal aguda”,por Oscar Pavão dos Santos.

“Eu trabalho até de graça para o sistemapúblico de saúde, porque temos que tercompromisso e cidadania”, ressalta o

presidente da AMB, Eleuses Vieira

“Não dá paraaceitar uma

política que nãotenha a mínima

norma”, destacaEleuses Vieira

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Evento

Semana de Nefrologia realizaexame de Título de Especialista

Com o objetivo de facilitaro acesso ao exame paraobtenção de Título de Es-

pecialista em Nefrologia paramédicos de diversas regiões dopaís, a Sociedade Brasileira deNefrologia, pela primeira vez,descentralizou a prova de título.A execução da prova aconteceudurante a Semana de Nefrologiano Distrito Federal e nos estadosde São Paulo, Rio de Janeiro, RioGrande do Sul e Ceará.

A prova para a obtenção dotítulo teve 61 inscritos, superando,assim, as expectativas da SBN.

Adriano Tavares ConceiçãoAna Maria de OliveiraAndré Junksztejn de AndradeAndréia B. de Oliveira GodoiAntonio Alberto C. de BritoAntonio Pereira Dias NetoCarlos Perez GomesCarolina Lara NevesCristiane M. da Silveira SoutoCynthia CaetanoEduardo José B. Monteiro

Gisele Araújo LacerdaHellen Silva FilhoJane Cleide Cavalcante LimaJoão Carlos França AlvesJoão Henrique BignardiJosé Carvalho BaumgratzLeon Gilson Alvim Soares Jr.Leyla Castelo B. F. MarquesLilian Andrade da RochaLuiz Augusto F. da SilvaLuiz Roberto M. de Carvalho

Marcelo M. do NascimentoMarcelo Santos SampaioMarcus Vinícius Faeda DarivaMaria da Conceição G. AndradeMaria Paula Santos FontesMaria Tereza Silveira MartinsMariana Modesto DantasMarta Cecília HubnerMary Lilián Antúnes AraújoRodrigo de Vilar e FurtadoTomás Pereira Júnior

Conheça os aprovados no exame

A Regional do Pará, sobdireção de Denise de MeloAlves, também realizou aSemana de Nefrologia, orga-nizando vários eventos emBelém. Em 30 de novembro,realizou-se, no Shopping Cas-tanheira, a distribuição dofolder da semana com es-clarecimentos sobre as doen-ças renais, diálise, transplantee aspectos dietéticos ao públi-co leigo. Já a programaçãocientífica ocorreu em 1º de de-zembro, no Hotel Equatorial,

reunindo profissionais de di-versas regiões do Estado e detodo país.

A abertura do evento foi fei-ta pelo ex-presidente da SBN,João Cezar Mendes Moreira,com o tema “Perf il da nefro-logia no Brasil”.

As demais palestras abor-daram “Uremia e hipertensãoarterial”, por Maria de Jesus R.de Freitas, “Nefropatia dia-bética”, por Silvana Campos, e“Infecção urinária na infância– importância do diagnóstico”,por Cristina Vallinoto.

Para finalizar o evento, dis-cutiu-se a “Situação da Nefro-logia no Pará”. Para o debate, es-tavam presentes a presidente daregional da SBN no Pará, Denisede Melo Alves, o diretor de De-fesa da SBN, Ruy Barata, e ospalestrantes João Cesar MendesMoreira, o diretor proprietárioda Nefroclínica Ltda, EdnaldoT.V. Lobato, o coordenador daCNCDO-PA, João Carlos PinaSaraiva, e representantes doSESPA e SESMA.João Cesar Mendes Moreira

Pará aborda situação danefrologia no estado

O programa da primeiraSemana de Nefrologia daRegional do Paraná foi realizadoem Curitiba, em 23 e 24 denovembro, na Sub-sede do Setorde Ciências da Saúde daUniversidade Federal do Paraná(UFPR). O programa teve apoioda SBN, Pf izer e do Depar-tamento de Nefrologia do HC/UFPR, sob coordenação de JoséGastão, chefe do Departamentode Nefrologia, e de MartinhoFernandes de Moraes, presi-dente da SBN/PR.

As palestras tiveram presen-ça de nefrologistas, estudantese profissionais de outras áreas.

Realizou-se uma reunião comos membros da Regional deParaná, em que se debateramvárias questões de interessegeral, como a divulgação daespecialidade, maior partici-pação do tratamento de hiper-tensão arterial e diabetes, diag-nóstico precoce das nefropatias,além de se discutir o difícilmomento por qual a especiali-dade passa (aumento dos custos

da hemodiálise, endividamentodos serviços e baixos reajustesdados pelo Ministério da Saúde).

Martinho Fernandes de Moraese José Gastão fizeram o encer-ramento, agradecendo a todosque contribuíram para a reali-zação do evento e, em especial,aos nefrologistas, ao Departa-mento de Nefrologia da UFPR,ao presidente da SBN, JoãoEgídio, e a José Gastão.

Martinho enfatizou que a Se-mana da Nefrologia passa a fazerparte oficial do calendário daSBN, devendo ser realizadaanualmente, em novembro.

Crise na nefrologia é tema daRegional da SBN no Paraná

José Gastão, coordenador dasemana no Paraná

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Lançamento

Regional de Minas Gerais lançao jornal Nefrominas

A Regional de Minas Gerais lançou, na Semana daNefrologia, o informativo Nefrominas. Os objetivossão realizar uma apresentação de trabalhos científicos,fazer uma revisão da literatura, abrir espaço parareivindicação de nefrologistas, além de relatar notíciassobre toda Sociedade.

O Nefrominas é distribuído, a cada três meses, atodos os sócios da regional e a colegas não sócios. Opresidente da regional de Minas Gerais, EduardoSilveira, afirma que o objetivo é chamar a atenção detodos os nefrologistas sobre assuntos da especialidade.

Reprodução da capa doJornal Nefrominas

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Internet

O site da Sociedade Brasileira de Nefrologia estáde cara nova. A homepage, reformulada pelawebdesigner Silvia Abensur, permite um melhoresclarecimento sobre os temas em discussão pelaSociedade, além de proporcionar maior inte-ratividade com os usuários.

Um dos destaques da homepage é o link“Discussão Anátomo-Clínica”. Mensalmente, sãoapresentados casos clínicos elucidados no Serviçode Nefrologia do Hospital das Clínicas da Faculdadede Medicina da Universidade de São Paulo. Odiagnóstico do caso somente é divulgado após adiscussão permanecer entre uma a duas semana nosite. O usuário pode enviar sua opção diagnóstica, sem se identificar, por meio da opção“Discussão e Diagnóstico”.

Além disso, os usuários podem opinar sobre temas que estão atualmente em discussão naSociedade, como as mudanças no estatuto da SBN ou nas diretrizes do transplante renal.

O site da SBN, que objetiva a difusão e o incentivo da nefrologia, também conta comvárias informações que o usuário deseja saber sobre a Sociedade, notícias atualizadasdiariamente e links sobre temas da especialidade para leigos.

Conf ira todas as novidades e abordagens importantes, como a problemática damicrocistina na região da Grande São Paulo, no site: www.sbn.org.br.

Reforma moderniza site da SBN

O site da SBN foi reestruturado parapromover a difusão da nefrologia

Agenda

A SBN solicita aos nefrologistas quedefenderam tese de mestrado em 1999 queenviem os resumos e as f ichas cata-lográf icas das teses para que sejaminseridas na homepage da Sociedade(www.sbn.org.br).

O material solicitado pode ser enviadopara o e-mail da secretaria da SBN:[email protected]

Aviso aosnefrologistas

Sugestões aoestatuto da SBN

Desde agosto, encontra-se instalada aComissão de Reforma do Estatuto da SBN.Essa comissão visa estimular a participaçãode todos os sócios na elaboração de suges-tões de alterações a ser procedidas.

Para obter uma maior participação , aSBN prorrogou o prazo para o envio desugestões ao Estatuto. Os procedimentosestão disponíveis no site : www.sbn.org.br

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Page 12: Semana de Nefrologia discute situação da especialidade no país

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