semana 5 - direito no segundo reinado

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FECHAMENTO DO PLANO DE AULA 4 (PERÍODO REGENCIAL) E PLANO DE AULA 5 (2º REINADO – MONARQUIA PARLAMENTARISTA) Plano de Aula 5 Profª Cristina Vieira

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Direito no Segundo Reinado

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Direito no segundo reinado: da consolidao crise

Fechamento do Plano de Aula 4 (Perodo regencial) e Plano de Aula 5 (2 Reinado Monarquia Parlamentarista)Plano de Aula 5Prof Cristina VieiraPlano de EnsinoEmenta da Aula:Direito no Segundo Reinado: da consolidao crise.A consolidao do Direito no Segundo Reinado sob a perspectiva da Economia agroexportadora de base escravista: a Legislao Comercial e a Lei de Terras.A Consolidao de Teixeira de Freitas.A legislao abolicionista e a crise do Segundo Reinado. Todos os pontos analisados sob a perspectiva poltica, socioeconmica e cultural do perodo.Objetivos da Aula: examinar, sob o mbito poltico, socioeconmico e cultural do perodo, a produo jurdica brasileira no Segundo Reinado, especialmente no que se refere Lei de Terras e s Legislaes Comercial e Abolicionista. Analisar a gnese do pensamento civilista tipicamente brasileiro, a partir da Consolidao de Teixeira de Freitas.Cdigo de Processo Criminal do Imprio 1832e a Organizao Judiciria

Continuao da Semana 4!Em 29 de novembro de 1832 foi aprovado o Cdigo de Processo Criminal do Imprio para instrumentalizar a aplicao da lei penal (Cdigo Criminal do Imprio de 1830), projeto de Manuel Alves Branco (2 Visconde de Caravelas). Alterou substancialmente o Direito Brasileiro revogou a investigao criminal filipina baseada na devassa, de tom inquisitorial que foi substitudo por um Juizado de Instruo, de perfil contraditrio sob a direo de um Juiz de Paz.Tribunal do Jri : A origem do Jri no Brasil data da Lei de 18 de junho de 1822, ou seja, anteriormente independncia poltica do Pas, com a finalidade especfica de atender aos crimes de imprensa. Com a outorga da Constituio de 1824, art. 151 O Poder Judicial independente, e ser composto de juzes e jurados, os quais tero lugar assim no cvel como no crime, nos casos, e pelo modo, que os cdigos determinarem. E no art. 152 Os jurados pronunciam sobre o fato e os juzes aplicam a lei. Apesar da previso constitucional de 1824 a instituio do Tribunal do Jri no aplicou-se em matria cvel, ficando circunscrita s causas criminais. Composio dos jurados art. 23 ...aptos todos os cidados que podem ser eleitores, sendo de reconhecido bom senso e probidade. Ento para ser jurado, o cidado precisaria estar apto ao exerccio dos seus direitos polticos. A lista de jurados, segundo o art. 24, era organizada por uma junta composta:Juiz de Paz (leigo e eleito)Proco ou CapeloPresidente ou Vereador da Cmara MunicipalCPCr de 1 Instncia de 1832A primeira parte do Cdigo Processual Criminal reorganizou a justia criminal, extinguindo as ouvidorias de comarca, os juzes de fora, os juzes ordinrios ou quaisquer resqucios do exerccio da magistratura colonial, passando a justia criminal a contar com :Juzes de DireitoJuzes MunicipaisJuzes de PazConselho de JuradosPromotores Pblicos

HC - O reconhecimento formal e a disciplina processual do writ (mandado, ordem judicial) somente se tornam explcitos com Cdigo de Processo Criminal de 1832, que previa a possibilidade de solicitao do remdio jurdico por todo cidado que entender que ele ou outrem sofre coao ou constrangimento ilegal em sua liberdade .Proporcionou autonomia judiciria aos municpios; pois, atravs desse novo cdigo, o poder municipal concentrou-se nas mos dos juzes de paz.Juiz de PazFigura que ganha relevo na administrao da Justia com a vigncia do Cdigo de Processo Criminal de 1832. Eleito localmente, possuindo atribuies judiciais, policiais e administrativas.Esses juzes eram eleitos pela populao local voto censitrio mandato de 1 ano -portanto, esses cargos foram controlados ou neutralizados pelos grandes proprietrios locais.O exerccio da funo do juiz de paz envolvia a justia conciliatriaProcedimentos relativos a formao da culpa (produo de provas relativas comprovao da existncia do crime e sua autoria)Priso dos culpadosJulgamento de crimes de menor importncia (cujo valor no ultrapassasse certo limite) pena mxima : 6 meses de priso ou 100mil ris de multa (crimes policiais)Participao na elaborao da lista de juradosImporta assinalar que caso o crime no seja da competncia do Juiz de Paz para julgamento, aps os procedimentos de formao da culpa, encaminhar os autos do processo ao Juiz de Direito, para a partir de ento, sob a presidncia do mesmo, forme-se dois corpos de jurados:Jri de Acusao (1 Conselho de Jurados)23 membrosDeciso sobre a admissibilidade da acusaoJri da Sentena (2 Conselho de Jurados) 12 membrosDeciso sobre o mrito da acusaoPrincipais cargos judicirios previstos pelo Cdigo de Processo Criminal de 1832Reformas ao CPCrim. de 1 Instncia/18323/12/18411871Logo apos D. Pedro II assumir o trono foi editada a Lei 261, famosa por produzir um retrocesso: a reforma reduziu toda a liberdade do ordenamento processual ao subtrair dos juzes de paz as atribuies de investigar para entreg-las aos chefes de Policia (escolhidos entre os Desembargadores e Juzes de Direito) e seus delegados e subdelegados (scolhidos desntre os Juzes de Direito) ambos nomeados pelo Imperador ou pelo Presidente de Provncia. Naquele momento da historia o fortalecimento do aparato policial repressivo por parte do Estado foi medida reacionria centralizadora. Seu principal objetivo foi separar as funes - policial e judiciria, misturadas em 1841 nas atribuies dos delegados de polcia. Quanto a carreira jurdica propriamente dita, a reforma levou adiante o esforo que j algum tempo vinha sendo tentado, qual seja, profissionalizar os magistrados aumentando as restries ao exerccio de cargo polticoFoi a Lei 2.033, em 1871 que criou o inqurito policial instrumento com nomen iuris que at hoje documenta as investigaes de crime e de autoria realizadas pela Polcia.Ato Adicional de 12/8/1834 (implementado por emenda constitucional)Foi a lei que chegou mais perto da democracia durante o perodo imperial.Principais medidas:O Ato Adicional criou a Regncia nica, eletiva e temporria (em detrimento da Regncia Trina), com um mandato de quatro anos para o regente e a consequente suspenso do exerccio do Poder Moderador durante a Regncia, desarticulou o Conselho de Estado - rgo de assessoria do Imperador e que agrupava os polticos mais tradicionais e conservadores. Instituiu as Assemblias Legislativas Provinciais - a forma como eram denominados neste tempo os Estados atuais , concedendo-lhes autonomia administrativa e fiscal. Elas no eram, porm, to livres assim, pois seus presidentes ainda eram escolhidos pelo governo central. O Ato Adicional tornou a cidade do Rio de Janeiro um municpio neutro da corte e a capital do Pas. Uma das primeiras medidas no sentido de retomada da centralizao poltica e do reforo da autoridade (ou seja, do poder central) que o Ato Adicional havia atenuado, foi a edio da Lei de Interpretao do Ato Adicional (maio de 1840) que retirava das provncias vrias atribuies, dentre elas a nomeao de funcionrios pblicos e controle fiscal, permitindo a criao da Poltica uniforme em todo o Imprio e a militarizao da Guarda Nacional.

Lei de TerrasAprovada aps intenso debate, a Lei de Terras de 1850 foi finalmente regulamentada pelo Decreto nmero 1.318, de 30 de janeiro de 1854. Com nove captulos e 108 artigos, o Regulamento procurou dar conta das inmeras situaes relacionadas ocupao das terras. Para tanto, ordenou a criao da Repartio Geral das Terras Pblicas, rgo responsvel por dirigir a medio, dividir e descrever as terras devolutas e prover sua conservao.No Brasil, a Lei de Terras foi uma das primeiras leis brasileiras, aps a independncia do Pas a dispor sobre normas do direito agrrio brasileiro. Portanto, trata-se de legislao especfica para a questo fundiria. Esta lei estabelecia a compra como a nica forma de acesso terra e abolia, em definitivo, o regime de sesmarias.Cenrio quanto a propositura da lei: A partir de 1850, com os primeiros sinais da abolio da escravido, tornou-se necessrio para os grandes proprietrios rurais que formavam a nossa elite econmica agrria, a inibio da propriedade da terra atravs de apropriao pela posse. Do contrrio, quando os escravos fossem libertados e novos imigrantes chegassem, no haveria empregados aos grandes proprietrios, pois todos iriam em busca das terras do interior.Surge ento a Lei de Terras, (lei n601/1850), a partir desta data s poderia ocupar as terras por compra e venda ou por autorizao do Imperador. Todos os que j estavam nela, receberam o ttulo de proprietrio, porm, tinham que residir e produzir na terra.A criao desta Lei transforma a situao na poca porque garantiu os interesses dos grandes proprietrios do Nordeste e do Sudeste que estavam iniciando a promissora produo do caf. Definiu que: as terras ainda no ocupadas passavam a ser propriedade do Estado e s poderiam ser adquiridas atravs da compra nos leiles mediante pagamento vista, e no mais atravs de posse, e quanto s terras j ocupadas, estas podiam ser regularizadas como propriedade privada.

Legislao Comercial: consideraes.-Lei n 556, de 25 de Junho de 1850-Apesar do art. 179, inciso 18 da Constituio Imperial de 1824 prever expressamente que as primeiras legislaes infraconstitucionais a serem elaboradas fossem o cdigo criminal e o cdigo civil, este ltimo no era prioridade da sociedade latifundiria e escravista da poca, que para os feitos cveis no precisavam mais do que os derivados at ento das Ordenaes Filipinas.Com a elaborao da legislao comercial era diferente, j que os ecos da Revoluo Industrial aqui chegavam e novas demandas comerciais requeriam uma srie de institutos ainda no previstos no ordenamento jurdico vigente. Alm disso, a presso internacional (1845- Bill Aberdeen) para o fim da escravatura chegava ao seu pice e lentamente o Pas cedia a essas presses publicao da Lei Eusbio de Queirs (1850). A Lei de Terras transformando a terra em propriedade imobiliria. E, consequentemente, o Cdigo Comercial surge nessa mesma poca de olho no capital que teria novo destino com o fim do trfico, p. ex..Em 1834, uma comisso de comerciantes apresentou ao Congresso Nacional um projeto de Cdigo Comercial, que aps uma tramitao de mais de 15 anos originou o primeiro cdigo comercial brasileiro (Lei n 556) aprovado em 25 de junho de 1850), inspirado diretamente no Code de Commerce francs, adotando a Teoria dos Atos de Comrcio. Partes em que se divide a Lei n 556 Cdigo Comercial de 1850A burguesia brasileira atrelada aos latifundirios preferiu priorizar a regulamentao da vida econmica em detrimento a vida civil, o que fez com que as disposies do Cdigo Comercial muitas vezes fossem utilizadas tambm no direito privado comum!Do comrcio em geral 1 Parte (art. 1 ao art. 456) revogada pelo Cdigo Civil/2002 (art. 2045).Comrcio Martimo (2 Parte) vigente.Das Quebras 3 Parte (incio art. 797) revogado pelo Decreto-Lei n 7661 de 21/6/1945.O Cdigo continha um anexo com o ttulo Da administrao da justia nos negcios e causas comerciais.