segurança no manuseio de explosivos

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Este manual foi desenvolvido para sua SEGURANÇA e deve ser seguido. De forma simples, é objetivo da EMPRESA conduzir as operações de desmonte de rocha da maneira mais segura possível afim de minimizar o risco de acidentes com nossos empregados, clientes ou qualquer pessoa relacionada com nossa operação. Uma atitude segura é um princípio fundamental para qualquer empresa. O emprego deste manual é uma parte importante da atitude segura. Este manual pode não cobrir todos os aspectos relativos à operação, mas estabelece padrões e cobre a maioria dos eventos experimentados em uma operação de detonação. Lembre-se: não há substituto para o BOM SENSO. 1

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Este manual foi desenvolvido para sua SEGURANÇA e deve ser seguido.

De forma simples, é objetivo da EMPRESA conduzir as operações de desmonte de rocha da maneira mais segura possível afim de minimizar o risco de acidentes com nossos empregados, clientes ou qualquer pessoa relacionada com nossa operação.

Uma atitude segura é um princípio fundamental para qualquer empresa. O emprego deste manual é uma parte importante da atitude segura. Este manual pode não cobrir todos os aspectos relativos à operação, mas estabelece padrões e cobre a maioria dos eventos experimentados em uma operação de detonação.

Lembre-se: não há substituto para o BOM SENSO.

Nunca permita que as pressões do momento superem as orientações deste manual ou seu bom senso. A primeira norma diz: “ 1.01. os requisitos de toda detonação são segurança e desempenho. SEGURANÇA é a principal preocupação de um plano de fogo e NUNCA deve ser comprometida” .

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CONTEÚDO

1. PLANO DE FOGO

2. CARREGAMENTO

3. LIGAÇÃO – SISTEMA DE INICIAÇÃO

4. ISOLAMENTO DA ÁREA

5. PROCEDIMENTOS EM CASO DE FALHA

6. PLANO DE EMERGÊNCIA

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1.0 PLANO DE FOGO

1.01 Os requisitos de toda detonação são segurança e desempenho. Segurança á principal preocupação de um plano de fogo e nunca

deve ser comprometida.

1.02 Para atingir detonações seguras com qualidade, deve-se projetar zero incidente ou acidente resultante de detonação prematura, falha ou ultralançamento.

1.03 Um plano de fogo deve incorporar simplicidade. Um adicional de complexidade deve ser balanceado com o risco de um erro.

1.04 O diâmetro de perfuração, o(s) tipo(s) de acessório(s) e explosivo (s) utilizados, a análise geo-estrutural da rocha, a sensibilidade da área de risco ao redor da detonação e os requisitos de fragmentação e lançamento são fatores a serem considerados no projeto de um plano de fogo.

1.05 Um profundo conhecimento e entendimento dos requisitos de uma detonação são essenciais para a segurança e o sucesso de um plano de fogo. Se o cabo de fogo, blaster, não for experiente e treinado com o plano de fogo ou um tipo de explosivo, um assistente técnico deve ser consultado.Reciclagens técnicas devem ser realizadas, periodicamente, para assimilação das novidades técnico-econômicas.Lembre-se que os vícios de manuseio são os maiores causadores de acidentes.Exemplos: detonação em rampa, mudança de sistema de iniciação, novos tipos de acessórios e explosivos, cabo de fogo experiente sem reciclagem, etc.

1.06 O movimento dos fragmentos, lançamento projetado e ultralançamento, está diretamente relacionado com a Razão de Carregamento. Quanto maiores que o normal, a rocha tenderá a se movimentar muito mais do que o esperado. Quando se projeta detonações com alta Razão de Carregamento, deve ser reconhecido o risco de ultra-lançamento e tomadas as ações de controle.

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1.07 Para evitar ultralançamento, utilizar tampões mínimos iguais ou maiores que o afastamento, ou pelo menos 24 vezes o diâmetro do furo (em polegadas).

Exemplo: diâmetro do furo = 3’’ Afastamento mínimo = 72’’ = 1.82 m.

Tampões menores que os aqui indicados aumentarão o risco de ultralançamento no topo dos furos. O conhecimento, experiência e familiaridade com a região permitirão redução desta recomendação.

Mudanças no plano de fogo devem ser discutidas com um assistente técnico quando detonado em áreas onde exista potencial para condições não usuais, tais como minério reativo, gases explosivos ou ‘furos falhados’ .

SISTEMA DE INICIAÇÃO

1.08 Os sistemas de iniciação devem sempre ser compatível com o explosivo utilizado.

1.09 Quando utilizar retardos não elétricos no furo, o tempo de retardo das espoletas deve ser o maior possível, a fim de permitir que o maior número de espoletas estejam ativadas.

1.10 O uso de dois pontos de iniciação em cada coluna de explosivos é recomendado, visto que é possível uma interrupção na carga (recomendado para furos muito compridos).

1.11 Onde existir o risco de cortes, todo sistema de iniciação na superfície deve ser redundante ou com dois caminhos de detonação.

1.12 Iniciadores ou reforçadores de iniciação devem ser aqueles indicados pelo assistente técnico como o mínimo a ser utilizado.

PRODUTOS

1.13 Explosivos só devem ser utilizados sob condições para as quais foi destinado. Considerações sobre temperatura, sensibilidade á iniciação, resistência á água e pressão hidrostática, etc., devem ser feitas quando se escolhe o explosivo. Princípios de aplicação apropriados devem ser

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considerados primeiramente ao invés de custos, para situações específicas.

1.14 A equipe de carregamento deve constantemente inspecionar os produtos para localizar danos, vazamentos ou anormalidades antes do carregamento. Nunca utilize um produto suspeito.

1.15 Leve sempre uma quantidade maior de explosivo para previnir-se de circunstâncias imprevistas, tais como maior número de furos, etc.

PLANEJAMENTO

1.16 O planejamento de uma detonação deve prever o tempo disponível para as atividades de detonação, número e experiência dos cabos de fogo e ajudantes.Sempre permita um tempo extra pra imprevistos.

1.17 Toda máquina detonadora deve ser revisada periodicamente por pessoa qualificada e os registros devem ser comunicados ao supervisor.

1.18 Toda máquina detonadora deverá ser testada pelo encarregado antes da detonação.

1.19 Toda máquina detonadora com mau funcionamento deve ter uma placa com os dizeres ‘ fora de serviço’ e reparada imediatamente.

1.20 Todo galvanômetro e multímetro utilizado nas detonações devem ser testados e ajustado periodicamente. Os s equipamentos com mau funcionamento devem ter uma placa ‘ FORA DE SERVIÇO’ e serem reparados imediatamente.

1.21 Quando possível, deve ter uma boa coordenação entre o encarregado da detonação e a equipe de perfuração.

1.22 Deve-se consultar a previsão do tempo antes do início das atividades de carregamento.

1.23 A área de detonação deve ser evacuada se uma tempestade elétrica se aproximar durante o tempo que o explosivo estiver no local de carregamento.

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2.00 CARREGAMENTO

2.01 Equipamento de Proteção Individual

Capacetes Botas Óculos de segurança quando utilizando explosivo bombeado.

Equipamento opcional a ser definido pelo encarregado

Luvas Protetor auricular Capa

2.02 A equipe de detonação deve ter disponível todas as ferramentas necessárias para manusear explosivos com segurança. A seguir uma lista de sugestões:

Trena, balança, canivete, furador de cartucho, espelho, nível de mão, protetor de ouvido, lanterna, tinta fluorescente, fita isolante, sinais de tráfego, kit de primeiros socorros, água potável.

2.03 O encarregado reunirá a equipe para uma reunião de segurança antes do início do carregamento , falando os seguintes tópicos.

Identificar o encarregado Revisão da previsão do tempo Breve descrição dos parâmetros do carregamento Delegar responsabilidade Revisar os potenciais de risco Rever os equipamentos necessários Rever a seqüência de carregamento Ouvir alguma sugestão da equipe Rever o plano de emergência e evacuação Enfatizar segurança e qualidade Enfatizar que cada um é uma pessoa da segurança

2.04 O local a ser carregado deve ser revisto pelo encarregado e o pessoal do carregamento antes do início das atividades, com ênfase em:

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Condições da face e dos afastamentos na crista Medição da altura da bancada Profundidade e condições dos furos Diferença entre o projetado e o realizado (geometria) Diâmetro dos furos Presença de blocos soltos

Antes do início do carregamento, todos os sinais e avisos devem ser instalados.

2.05 Relâmpagos e raios são causas potenciais de ignição prematura para qualquer sistema de iniciação e produtos explosivos.

2.06 Todo funcionário novo ou sem experiência deve trabalhar sob a supervisão direta do encarregado.

2.07 É recomendado que todo material explosivo levado ao campo, seja inventariado e conferido quando retornar aos paióis o excedente. Isto evitará desvio de material.

2.08 A escorva deve ser feita somente no momento do carregamento.

2.09 Coloque pelo menos mais uma escorva na coluna, próximo ao tampão. Somente um iniciador não é recomendado em furos com grande massa explosiva e de grande comprimento e diâmetro.

2.10 Nunca solte um cartucho rígido de explosivo sobre um iniciador. O primeiro cartucho deve ser colocado cuidadosamente.

2.11 A coluna de explosivo deve ter seu carregamento cuidadosamente acompanhado para assegurar que a quantidade exata de explosivo será utilizada.

2.12 Nunca preencha as eventuais cavernas com explosivos.Preencha com material inerte e escorve novamente o furo acima da caverna.

2.13 Escorve novamente o furo se houver suspeita de interrupção de carga.

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2.14 Escorve novamente o furo se houver suspeita de danos ao sistema de iniciação.

2.15 Quando for necessário movimentar veículos perto da área sendo carregada, o cabo de fogo deve acompanhar o movimento. Extremo cuidado deve ser tomado para não danificar explosivos encartuchados, fios, tubos de choque ou cordel detonante por pessoas ou equipamentos.

2.16 Quando utilizando caminhões de bombeamento de explosivo, seguir as normas de operação da companhia fornecedora.

2.17 O motorista de qualquer veículo de carregamento de explosivo deve sinalizar qualquer movimento do veículo. Alarme de marcha à ré deve ser instalado em todo o veículo de transporte de explosivo.

2.18 Não tente esgotar a água de um furo com explosivo.

2.19 A fim de reduzir o potencial de ultralançamento, o cabo de fogo deve der atenção especial à altura do tampão em todas as faces livres.

2.20 A altura do tampão deve ser conferida pelo cabo de fogo ou seu delegado antes do tamponamento.

2.21 Use o melhor material de tampão disponível (tampão dinâmico).Todo o cuidado deve ser tomado com o sistema de iniciação para evitar danos ao tamponar.

2.22 É recomendado que o material do tamponamento já esteja nas proximidades dos furos para evitar movimento de veículos de carga próximo aos furos carregados.

2.23 O cabo de fogo deve:

Continuamente monitorar as ações da equipe de carregamento quanto a atitudes seguras e tomar ações corretivas quando necessário.

Inspecionar todo o equipamento no local do carregamento. Antes do início do carregamento, observar o estado físico e

psicológico de todos os elementos da equipe de carregamento.

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Antes do carregamento, verificar as condições de acesso de veículos ao local, identificando pontos de risco para sua locomoção.

2.24 Nunca perfure um furo próximo a outro já carregado, quando existir a possibilidade de intersecção.

2.25 Toda equipe de carregamento deve auxiliar o encarregamento e evacuar a área carregada, isolando-a no caso de aproximação de uma tempestade elétrica.

3.00 SISTEMA DE INICIAÇÃO – LIGAÇÃO E REVISÃO

3.01 O iniciador não elétrico ou máquina detonadora deve ser mantido em área segura até imediatamente antes do momento de uso.

3.02 O encarregado ou alguém designado por ele, que seja qualificado, irá proceder à ligação do sistema de iniciação.

3.03 Todos não envolvidos na ligação do sistema de iniciação devem ficar fora da área durante a operação.

3.04 Utilize comprimentos de fios ou tubos de choque suficientes para permitir uma ligação segura.

3.05 Somente as orientações do fabricante devem ser usadas nas conexões de fios elétricos ou tubos de choque.

3.06 Nunca inicie as ligações antes que todos os furos estejam carregados e tamponados.

3.07 Depois da operação de carregamento completada, o cabo de fogo deve conferir e reconferir todas as ligações. Adicionalmente, se possível, outra pessoa qualificada deve conferir as ligações.

3.08 Toda conexão elétrica deve ser isolada do solo com fita isolante ou outro método apropriado.

3.09 Quando detonado eletricamente, nunca exceda a capacidade da máquina detonadora ou fonte de energia.

3.10 Criar sistema de pré-aviso , tipo ‘ bomba’ com cordel , do tempo disponível para evacuar a área após iniciado o fogo.Estabelecer tempo mínimo em função das distâncias envolvidas.

4.00 ISOLAMENTO DA ÁREA

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4.01 O cabo de fogo deve sugerir que toda a equipe e o pessoal da equipe faça uma revisão do isolamento da área e do plano de emergência. Este plano deve conter:

Comunicado pelo fogo estar carregado, ligado e pronto para detonar.

Identificar o cabo de fogo licenciado e qualificado que vai detonar o fogo

Identificar o movimento preferencial dos fragmentos.

Identificar o refúgio (direção e distância da detonação).

Especificar a área limite a ser isolada.

Designar pessoal qualificado para isolar a área.

Especificar o sinal de isolamento da área

Especificar os métodos de isolamento para evitar penetração durante o isolamento.

Designar os pontos de guarda e assegurar que todos os guardas saibam onde é seu posto.

Especificar o tipo de proteção para os guardas.

Assegurar que todos os guardas tenham identificação visual, bandeirolas, equipamento de proteção individual e um método de comunicação com o cabo de fogo.

Designar um método de comunicação para controle da área de detonação.

Descrever a autoridade dos guardas.

Descrever o tipo, duração e intervalo do sinal de detonação.

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Aviso de pré-detonação Detonação Liberação da área

Assegurar freqüência livre e silêncio no rádio durante os sinais de detonação, a menos que haja uma razão para tal.

Descrever o plano de emergência no caso de ferimentos decorrentes da detonação ou outro evento.

Descrever os procedimentos em caso de falha de explosivo ou acessório.

4.02 O refúgio para o cabo de fogo deve estar localizado fora do alcance de um ultralançamento. O cabo de fogo é a única pessoa autorizada a permanecer na área de isolamento.

As posições mais favoráveis são:

Direção oposta ao movimento da rocha, isto é, para traz da detonação.

Nunca em frente à faces livres.Nunca próximo à crista ou pé de uma bancada.

4.03 A proteção para o cabo de fogo deve ser bem feita. Carros, camionetes, caminhões ou outro veículo não são apropriados para proteção. Refúgio com pelo menos telhado e três lados fechados deve ser fornecido. A entrada do refúgio deve ser oposta ao fogo. O refúgio deve suportar o impacto de uma rocha pesada vinda do fogo.

4.04 O cabo de fogo deve se comunicar com o encarregado, com o responsável pelo isolamento e com os guardas para conferir a situação do isolamento antes de iniciar a detonação.

4.05 Todas as pessoas envolvidas com o isolamento da área isolada devem estar familiarizadas com o local.

4.06 Todas as pessoas responsáveis pela guarda da área isolada devem ser treinadas para suas funções.

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4.07 É recomendado que os guardas usem roupas fluorescentes, bandeirolas, avisos e rádio.

4.08 O cabo de fogo deve observar, de sua posição toda a área isolada antes de iniciar a detonação.

4.09 Para aumentar a segurança da área de isolamento, criar postos de observação com contato via rádio com o cabo de fogo.

4.10 O cabo de fogo deve resistir à tentação de observar a detonação em posição situada dentro da área de risco isolada.

5.00 PROCEDIMENTOS PARA FALHAS DE EXPLOSIVOS

5.01 Esperar pelo menos 05 minutos após uma falha na iniciação, elétrica ou não elétrica. O isolamento da área deve ser mantido durante o tempo de espera.

5.02 O cabo de fogo deve:

Ir até a área da falha, após o período de espera, para determinar a extensão da falha.

Desenvolver um plano para correção da falha e designar somente as pessoas necessárias para a ação corretiva.

Registrar no relatório de fogo a posição da falha para recuperar qualquer explosivo não detonado.

5.03 Uma completa inspeção deve ser feita para avaliar o sucesso da re-detonação.

5.04 Todo explosivo não detonado deve ser recuperado e destruído de maneira apropriada.

5.05 Se houver suspeita de explosivo falhado na pilha de fragmentos, o supervisor de operação deve ser comunicado e alertado.

5.06 Um plano para recuperação de explosivos falhados deve ser elaborado e comunicados aos responsáveis.

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5.07 Antes de re-detonar o fogo, aumentar a área de isolamento para o caso da re-detonação provocar um ultralançamento.

6.00 PLANO DE EMERGÊNCIA

6.01 É recomendado que pelo menos um membro da equipe de detonação seja treinado em procedimentos de primeiros socorros.

6.02 Uma lista de procedimentos de emergência deve estar disponível para a equipe no caso de emergência médica.

6.03 Toda operação deve desenvolver um procedimento de notificação para contato com supervisores em caso de emergência.

Referência Bibliográfica:

- Segurança no manuseio de explosivos do fabricante Orica Brasil.

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CURSO

DE

EXPLOSIVOINSTRUTOR: José Chaves NetoFormação; Engenheiro de Minas

CREA RS49984DTelefone: (85) 99943778

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