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Segurança, Higiene e Saúde no Trabalho Exercícios de Aplicação

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Segurança, Higiene e Saúde no Trabalho

Exercícios de Aplicação

EXERCÍCIO DE APLICAÇÃO Nº 1

Os riscos decorrentes das operações efectuadas pelos trabalhadores podem estar naorigem de:

A. Acidentes;

B. Doenças profissionais;

C. Acidentes de trabalho;

D. Todas.

Numa loja, um trabalhador, tem o espaço à sua volta desarrumado e sujo com materiais eprodutos que utilizou e que foi atirando para o chão.

Um seu colega, ao passar escorregou e caiu, tendo sido levado ao hospital por ter doresmuito fortes num braço. Felizmente, as suspeitas de fractura do braço não seconfirmaram, tendo-lhe sido, apenas, receitados comprimidos, gelo e repouso.

À luz da Lei n.º 100/97, de 13 de Setembro, diga quem é o responsável pelo ocorrido:

A. O trabalhador que caiu, porque devia ter olhado para o caminho que pisava;

B. O trabalhador sentado à bancada de trabalho, por ter sido negligente quanto àarrumação e limpeza do seu espaço de trabalho;

C.A entidade patronal, por permitir que as condições de trabalho, no que diz respeitoà organização e limpeza, se tivessem degradado;

D.Todos os intervenientes.

Ainda segundo o mesmo diploma legal, considera-se acidente de trabalho aquele queocorre no:

A. Local de trabalho;

B. Tempo de trabalho;

C.Local ou tempo de trabalho;

D.Local e tempo de trabalho;

E. Em qualquer das situações referidas em A, B, C e D.

2 EXERCÍCIOS DE APLICAÇÃO

SSEEGGUURRAANNÇÇAA,, HHIIGGIIEENNEE EE SSAAÚÚDDEE NNOO TTRRAABBAALLHHOO

EXERCÍCIO DE APLICAÇÃO Nº 2

Escolha a/s condição/ões necessária/s para que uma doença possa ser consideradaDoença Profissional:

A. Ter sido provocada pelo trabalho e conste da Lista de Doenças Profissionais;

B. Ter sido provocada pelo trabalho ou conste da Lista de Doenças Profissionais;

C. O médico de família ter classificado essa doença como doença do trabalho;

D. Qualquer das anteriores.

A dose de uma substância tóxica depende de:

Os contaminantes do ambiente de trabalho quando ultrapassam determinada dose podemprejudicar a saúde dos trabalhadores. Diga que nome se dá a essa dose:

A. Dose limite;

B. Dose admissível;

C. Dose suportável;

D. Dose nula.

A exposição dos trabalhadores a certos contaminantes, quando é ultrapassada essa dose,pode desencadear uma intoxicação grave e de manifestação imediata.

No entanto, para outros contaminantes, a intoxicação, embora também muito grave, nãose manifesta imediatamente, podendo o trabalhador estar exposto a esses contaminantesdurante muito tempo (meses, anos) até começar a se sentir doente.

3EXERCÍCIOS DE APLICAÇÃO

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Complete a seguinte frase:

"A Toxicologia dá a estes últimos contaminantes o nome de tóxicos ".

Assinale em que tipo de substâncias estes tóxicos aparecem:

A. Solventes (diluentes) de vernizes;

B. Colas;

C. Insecticidas de madeiras;

D. Soldas de estanho;

E. Tintas metálicas;

F. Pigmentos;

G. Componentes (ligantes) do cimento.

4 EXERCÍCIOS DE APLICAÇÃO

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EXERCÍCIO DE APLICAÇÃO Nº 3

Descrever a importância do decreto-lei nº 441/91, como diploma enquadrador da SHST nonormativo nacional.

Explicitar as obrigações do empregador e do trabalhador.

Realçar a importância dos Princípios Gerais de Prevenção, como os pilares de um sistemade SHST.

A protecção colectiva é prioritária em relação à protecção individual.

A. VerdadeiroB. Falso.

Indicar as modalidades de organização dos serviços de SHST.

5EXERCÍCIOS DE APLICAÇÃO

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EXERCÍCIO DE APLICAÇÃO Nº 4

ACTIVIDADE EM GRUPO

Trabalho escrito, em que cada formando desempenha o papel de um trabalhador doSector do Comércio, na área(s) de actividade do grupo e formandos.

Dever-se-ão simular situações, com custos pessoais e materiais, decorrentes da nãoimplementação da SHST.

6 EXERCÍCIOS DE APLICAÇÃO

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EXERCÍCIO DE APLICAÇÃO Nº 5

Onde devem ser, sempre, colocados, pelo menos, os extintores?

Em determinadas situações deverão ser colocados vários extintores. Dê exemplos decaracterísticas do local de trabalho a ter em conta para a determinação do número deextintores a colocar.

Refira quais as classes de fogo e quais os materiais que lhes dão origem.

7EXERCÍCIOS DE APLICAÇÃO

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EXERCÍCIO DE APLICAÇÃO Nº 6

Qual é a sensibilidade, em ampères, que deve dispor um quadro eléctrico para evitar orisco de electrocussão?

Qual o símbolo de protecção do risco eléctrico que afixado na placa de características deuma máquina eléctrica, a dispensa de possuir condutor “terra”?

8 EXERCÍCIOS DE APLICAÇÃO

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EXERCÍCIO DE APLICAÇÃO Nº 7

Entre a iluminação natural e a iluminação artificial qual a que melhor se adapta à visão doser humano?

O que é necessário para que uma iluminação possa ser classificada de adequada?

Quais são os equipamentos que medem a iluminância?

9EXERCÍCIOS DE APLICAÇÃO

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EXERCÍCIO DE APLICAÇÃO Nº 8

Existe regulamentação para os níveis de ruído elevado nos locais de trabalho?

Qual a metodologia que deve seguir a protecção dos efeitos nocivos do ruído elevado, aque podem estar sujeitos os trabalhadores?

Para 8 horas de trabalho diário, qual é o valor máximo de ruído a que pode estar sujeitoum trabalhador sem ser obrigado a utilizar protecção auricular?

Refira a partir de que nível sonoro contínuo há risco de surdez profissional:

A. 80 dBB. 82 dBC. 85 dBD. 90 dB

10 EXERCÍCIOS DE APLICAÇÃO

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EXERCÍCIO DE APLICAÇÃO Nº 9

Diga se as figuras seguintes apresentam posturas correctas ou incorrectas, namovimentação normal de cargas.

11EXERCÍCIOS DE APLICAÇÃO

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12 EXERCÍCIOS DE APLICAÇÃO

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As figuras seguintes ilustram posturas e situações incorrectas para a movimentaçãomanual de cargas.

A. Verdadeiro;B. Falso.

13EXERCÍCIOS DE APLICAÇÃO

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As fotografias mostram movimentações sem efeito de cargas com risco. Refira quais asprincipais lesões a que estas trabalhadoras estão sujeitas.

14 EXERCÍCIOS DE APLICAÇÃO

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15EXERCÍCIOS DE APLICAÇÃO

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EXERCÍCIO DE APLICAÇÃO Nº 10

Qual é a altura a que deve estar colocado um ecrã de visualização?

Qual a altura a que deve estar colocado um teclado?

Quais devem ser as dimensões da cadeira de um trabalhador?

16 EXERCÍCIOS DE APLICAÇÃO

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EXERCÍCIO DE APLICAÇÃO Nº 11

Treinar os formandos na adopção de posturas correctas.

17EXERCÍCIOS DE APLICAÇÃO

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EXERCÍCIO DE APLICAÇÃO Nº 12

Todos os tipos de empoeiramento são prejudiciais à saúde, embora nem todosapresentem a mesma gravidade. A partir de que dimensões, as poeiras apresentam riscode chegarem aos alvéolos pulmonares:

A. Superiores a 0,5μ;B. Inferiores a 0,5μ;C. Inferiores a 1,5μ;D.Todas.

Nota: μμ ou mícron, que é a milionésima parte do milímetro.

18 EXERCÍCIOS DE APLICAÇÃO

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EXERCÍCIO DE APLICAÇÃO Nº 13

• Motivar os formandos para a gestão correcta do Armazém, realçando asimplificação do trabalho que uma boa armazenagem determina.

• Dar exemplos de situações de risco no armazenamento de produtos. A figuraseguinte ilustra um equipamento de trabalho desadequado e uma posturaarriscada:

19EXERCÍCIOS DE APLICAÇÃO

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FICHA TÉCNICA

Título: Segurança, Higiene e Saúde no Trabalho

Autoria: Margarida Espiga

Edição: CECOA

Coordenação: Cristina Dimas

Design e Composição: Altura Data Publishing

Produção apoiada pelo Programa Operacional Emprego, Formação e Desenvolvimento Social (POEFDS), co-

financiado pelo Estado Português e pela União Europeia, através do Fundo Social Europeu.

20 EXERCÍCIOS DE APLICAÇÃO

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União EuropeiaFundo Social Europeu

Ministério do Trabalho eda Solidariedade Social

Segurança, Higiene e Saúde no Trabalho

Textos de Apoio

TEXTO DE APOIO Nº 1

As condições inseguras relativas ao processo produtivo são designadas por riscos deoperação. Estão nestes casos, os riscos associados à movimentação de cargas, aotrabalho em altura, etc. As condições inseguras relativas ao ambiente de trabalho sãodesignadas, normalmente, por riscos ambientais. Estão nestes casos, as atmosferasruidosas, com gases tóxicos, com poeiras nocivas, etc.

O conjunto de métodos e técnicas utilizados para a prevenção e controlo dos riscos deoperação é normalmente integrado na disciplina "Segurança do Trabalho".

Resumidamente, e de um modo genérico, a Segurança do Trabalho dedica-se àprevenção de acidentes do trabalho.

O conjunto de metodologias não médicas destinadas ao controlo dos agentes físicos,químicos e biológicos presentes nos componentes materiais do trabalho e susceptíveis decausar danos aos trabalhadores é, normalmente, integrado na disciplina "Higiene doTrabalho".

Poder-se-á então dizer que:

Segundo a American Industrial Hygiene Association a Higiene do Trabalho é a "ciência ea arte dedicadas ao reconhecimento, avaliação e controlo dos factores ambientaisgerados no (ou pelo) trabalho e que podem causar doença, alteração da saúde e bem-estar ou desconforto significativo e ineficiência nos trabalhadores ou nos cidadãos dacomunidade envolvente".

Se tivermos presente a complexidade dos factores que podem influenciar o equilíbriodinâmico, já referenciado, no que diz respeito ao ambiente de trabalho, fácil será concluir

2 TEXTOS DE APOIO

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A HIGIENE DO TRABALHO integra um conjunto de metodologias nãomédicas necessárias à prevenção das doenças profissionais, tendo comoprincipal campo de acção o controlo dos agentes físicos, químicos ebiológicos presentes nos componentes materiais do trabalho. Estaabordagem assenta, fundamentalmente, em técnicas e medidas queincidem sobre o ambiente de trabalho.

in Acordo de Concertação Estratégica (1996-1999)

que a Higiene do Trabalho faz apelo a um conjunto de ciências, como sejam aEpidemiologia, a Toxicologia, a Bioquímica, a Engenharia, etc. A Higiene do Trabalhorequer daquelas ciências cooperação estreita, no sentido de identificar, avaliar e controlaros riscos de ambiente de trabalho, tendo como objectivo principal aumentar o bem-estarfísico, psíquico e social e, simultaneamente, contribuir para a Produtividade e Qualidadedo Trabalho.

A Medicina tem no âmbito daquela multidisciplinaridade, uma acção biunívoca, no sentidoem que, introduz no sistema, dados sobre o reflexo na saúde humana, dos ambientes detrabalho nocivos e recebe as consequências da possível inoperacionalidade da Higiene doTrabalho, na medida em que tenta tratar ou controlar as Doenças Profissionais.

Segundo o Decreto-Regulamentar nº 12/80, entende-se por:

Este conceito foi completado no Decreto-Lei nº 248/99, em que são, ainda, consideradas:

3TEXTOS DE APOIO

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DOENÇA PROFISSIONAL a doença provocada pelo trabalho ou estadopatológico derivado da acção continuada de uma causa que tenha a suaorigem no trabalho ou no meio laboral em que o trabalhador presta os seusserviços e que conste da Lista de Doenças Profissionais elaborada pelaComissão Nacional de Revisão da Lista de Doenças Profissionais.

DOENÇAS PROFISSIONAIS as lesões, perturbações funcionais oudoenças não incluídas na referida lista desde que sejam consequêncianecessária e directa da actividade exercida pelos trabalhadores e nãorepresentem normal desgaste do organismo.

TEXTO DE APOIO Nº 2

RISCOS LIGADOS AOS PROTECTORES DE OUVIDO

4 TEXTOS DE APOIO

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Desconforto eincómodo durante o

trabalho

Falta de conforto para o utente:- massa demasiado elevada;- pressão demasiada;- aumento da transpiração;- estabilidade insuficiente.

Concepção ergonómica:- massa;- esforço e pressão de aplicação.

Limitação dacapacidade decomunicação

acústica

- Deterioração da inteligibilidade dapalavra, do reconhecimento, dossinais, dos ruídos informativosligados ao trabalho e da localizaçãodireccional.

- Variação da atenuação com a frequência, baixa dasqualidades acústicas;- Possibilidade de substituição de protectoresauriculares por tampões;

- Escolha após experiência auditiva.

Acidentes e perigospara a saúde

- Compatibilidade deficiente;- Falta de higiene;- Materiais inadequados;- Arestas vivas;- Preensão dos cabelos, do couro

cabeludo;- Contacto com corpos

incandescentes;- Contacto com chamas.

- Qualidade dos materiais;- Facilidade de manutenção;- Possibilidade de substituição dos protectores de

ouvidos, aplicação de tampões não reutilizáveis;- Arestas e ângulos arredondados;- Eliminação dos elementos de pressão;- Resistência à combustão e à fusão.

Alteração da funçãode protecção devidaao envelhecimento

- Intempéries, condições ambientais,limpeza, utilização.

- Ininflamabilidade, resistência às chamas;- Resistência do protector às agressões industriais;- Permanência da função de protecção durante todo o

período de utilização.

Insuficiente eficáciada protecção

- Escolha incorrecta dos protectoresde ouvidos.

- Utilização incorrecta dos protectoresde ouvido.

- Esmagamento, desgaste oudeterioração dos protectores deouvido.

- Escolha dos protectores de ouvido, em função danatureza e da importância dos riscos e dasimposições industriais:

- Respeito das indicações do fabricante (manual deutilização);

- Respeito da marcação dos protectores (por exemplo:classes de protecção, marca correspondente a umautilização específica);

- Escolha dos protectores em função de factoresindividuais ligados ao utente.

- Utilização correcta dos protectores de ouvido, compleno conhecimento dos riscos;

- Respeito das indicações do fabricante.- Conservação em bom estado;- Controlos regulares;- Respeito das indicações do fabricante.

TEXTO DE APOIO Nº 3

1. PRINCÍPIOS E DOMÍNIOS DA HIGIENE DO TRABALHO

1.1. INTRODUÇÃO

Ao longo da História, o Homem tem modificado o meio ambiente em que vive ao mesmotempo que desenvolve mecanismos de adaptação, nem sempre ao ritmo das modificaçõesintroduzidas. Estas modificações são mais evidentes no desenvolvimento de actividades aque, normalmente, chamamos trabalho.

O organismo humano representa um sistema aberto que troca matéria e energia com omeio ambiente através de numerosas reacções, em equilíbrio dinâmico. O desequilíbriomomentâneo ou prolongado, durante as actividades laborais, deste sistema provocariscos profissionais que são inerentes ao ambiente e ao processo produtivo das diferentesactividades.

2. NOÇÕES DE TOXICOLOGIA

2.1. INTRODUÇÃO

Muito embora se conheçam os venenos e os seus efeitos desde a Antiguidade, só noinício do século XX a Toxicologia se constituiu como ciência. O seu desenvolvimentoprocessou-se a par e passo com a Química moderna e a Anatomopatologia (ramo daMedicina).

O cruzamento dos saberes “Químico” e “Médico” faz todo o sentido se atentarmos nasdefinições de Toxicologia e tóxico.

5TEXTOS DE APOIO

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Toxicologia é a ciência que se ocupa dos tóxicos, das suas propriedades,do seu modo de acção, da sua pesquisa e dos processos que permitemcombater a sua acção nociva.

A noção de tóxico está normalmente associada a uma substância de origem sintética ounatural, orgânica ou inorgânica, simples ou mistura, que actuando sobre o Homemprovocam danos graves na sua saúde.

Hoje em dia a Toxicologia faz apelo a outros ramos da ciência, que vão desde aMicrobiologia, à Higiene Industrial, à Biologia, à Bioquímica, etc. Este alargamento ficasobretudo, a dever-se, ao facto de, cada vez mais, se entender que a relação causa-efeitonão é linear mas, pelo contrário, é influenciada por uma série de fenómenos queextravasam o conceito inicial simplista.

2.2. VIAS DE PENETRAÇÃO DOS TÓXICOS NO ORGANISMO

A penetração dos tóxicos no organismo efectua-se, regra geral, por uma das seguintesvias:

• Via respiratória • Via percutânea • Via digestiva

A absorção de tóxicos pelo organismo verifica-se, muitas vezes, não apenas através deuma destas vias, mas pode ocorrer, também, penetração por mais de uma viasimultaneamente.

VIA RESPIRATÓRIA:

É a via mais comum da penetração dos tóxicos presentes nos locais de trabalho. Osefeitos nocivos fazem-se, muitas vezes, sentir ao nível das vias respiratórias. De outrasvezes, os tóxicos, ao penetrarem por esta via, fazem repercutir os seus efeitos noutrasregiões do organismo.

6 TEXTOS DE APOIO

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Diz-se que uma substância é um tóxico quando, após penetração noorganismo em dose relativamente elevada, de uma só vez ou em váriasvezes próximas umas das outras ou em pequenas doses repetidas durantemuito tempo, provoca de um modo passageiro ou durável, perturbações deuma ou mais funções, que podem chegar à aniquilação completa e mesmoconduzir à morte.

Com as profundas modificações verificadas após a Revolução Industrial, foram inúmerasas partículas tóxicas presentes nos locais de trabalho. Pela primeira vez, os trabalhadoresviram-se confrontados com tóxicos, não possuindo (pelo menos por enquanto) defesasque lhes permitam conviver com eles, sem preocupação para com os seus efeitos. Poressa razão, se reveste da maior importância o estudo da toxicologia no âmbito da Higienedo Trabalho.

O aparelho respiratório é uma porta de entrada no organismo para as partículas sólidas oulíquidas, em suspensão no ar. O mesmo se passa com os gases e vapores existentes noambiente de trabalho. Os perigos de inalação são tanto maiores quanto mais elevada fora temperatura.

Poeiras: partículas esferoidais de pequeno tamanho, formadas pela desintegraçãomecânica de certos materiais.

Fibras: partículas aciculares provenientes da desagregação mecânica e cujo comprimentoexcede em mais de 3 vezes o seu diâmetro.

Fumos: partículas esféricas em suspensão no ar, procedentes de uma combustãoincompleta (smoke) ou resultante da sublimação de vapores, geralmente depoisda volatização a altas temperaturas de metais fundidos (fumes).

Aerossóis: suspensão no ar de gotículas cujo tamanho não é visível à vista desarmada eprovenientes da dispersão mecânica de líquidos.

Neblinas: suspensão no ar de gotículas visíveis e produzidas por condensação de vapor.

Gases: estado físico normal de certas substâncias, a 25º C e 760 mm Hg de pressão.

Vapores: fase gasosa de substâncias que nas condições padrão (25 C e 760 mm Hg) seencontram no estado sólido ou líquido.

7TEXTOS DE APOIO

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SÓLIDO LÍQUIDO GASOSO

• POEIRAS

(ex.: sílica pura cristalina)

• FIBRAS

(ex.: amianto)

• FUMOS

(ex.: chumbo)

• AEROSSÓIS

(ex.: insecticidas)

• NEBLINAS

(ex.: açúcares)

• GASES

(ex.: cloro)

• VAPORES

(ex.: mercúrio)

No que diz respeito às partículas, nem todas elas penetram no interior do aparelhorespiratório ou, se o fazem, nem todas conseguem atingir os mesmos níveis. O aparelhorespiratório tem defesas, fruto da adaptação ao longo da evolução humana, que oprotegem de uma parte das partículas nocivas para a sua saúde. A eficácia das defesasnaturais está directamente relacionada com a dimensão das partículas.

Assim, as partículas de diâmetro entre os 10 μ e os 15 μ ficam retidas, mecanicamente,nas vias respiratórias superiores (fossas nasais), através dos cílios vibráteis e do muconasal; regra geral, exercem um efeito local, que podendo ser nocivo, dificilmente serátóxico.

As partículas de menores dimensões, abaixo dos 10 μ, também chamadas partículasrespiráveis, penetram pelas ramificações mais finas da árvore brônquica e atingem osalvéolos pulmonares, ocasionando lesões locais muito graves e pondo mesmo em risco avida.

VIA PERCUTÂNEA (PELE E MUCOSAS):

A pele tem, essencialmente, um papel de protecção contra os diferentes agentesagressivos (físicos, químicos e biológicos). No entanto, os poros, as glândulas sebácease as glândulas sudoríparas funcionam como portas de entrada naturais.

Por sua vez, a sudação facilita a penetração dos tóxicos na pele.

Também as alterações da pele (descamações, ferimentos, etc.) facilitam a entrada detóxicos. Estas alterações, nomeadamente na pele das mãos de trabalhadores, sãoconsequência não só da utilização de ferramentas ou equipamentos agressivos, mastambém de substâncias tóxicas com as quais contactam. A absorção por feridas ouqueimaduras profundas é particularmente rápida, por ausência da barreira derme-epiderme e por haver um aumento das trocas sanguíneas.

8 TEXTOS DE APOIO

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DIMENSÃO ( μμm) LOCAL

> 10 Nariz

4 - 10 Brônquios

2 - 4 Alvéolos pulmonares

Por outro lado, a afinidade de alguns destes agentes (lipossolúveis) para com os lípidoscutâneos (dissolvendo-se na gordura que normalmente lubrifica a pele) permite-lhesultrapassar a barreira da pele e alcançar, ao nível da derme, a circulação geral. Estãoneste caso os seguintes agentes tóxicos:

• nicotina, • derivados nitrados e aminados aromáticos, • solventes clorados, • tetraetilchumbo, • ou mesmo de derivados puramente minerais, como por exemplo, os sais de tálio.

O contacto de tóxicos com as mucosas, em virtude da sua grande vascularização, é aindamais perigoso do que com a pele. As mucosas dos olhos reagem energicamente comcertos tóxicos, assim como a mucosa faríngea, sobretudo se está inflamada.

VIA DIGESTIVA:

Não é uma via habitual nas intoxicações relacionadas com o trabalho. No entanto, podeacontecer nas seguintes situações:

• manipulação incorrecta de produtos tóxicos (contaminação das mãos, boca, olhos);

• ingestão de alimentos erradamente guardados em locais de trabalho contaminados;

• deficiente higiene corporal, nomeadamente das mãos, após trabalhos relacionadoscom produtos tóxicos;

• fumar ou guardar tabaco nos locais contaminados.

A ingestão de substâncias tóxicas permite a passagem das mesmas para a correntesanguínea (ao nível da boca, do estômago e do intestino); por outro lado a absorçãodessas substâncias, com a passagem para a circulação sanguínea, pode provocar lesõesgraves em órgãos afastados (rins, fígado, etc.).

O processo de absorção por via digestiva pode ser mais ou menos rápido e, em certos casos,diferentes acções podem intervir para diminuir a toxicidade duma substância; é o que acontececom a absorção de certos tóxicos juntamente com os alimentos, com a formação de compostosinsolúveis, com o aparecimento de vómitos e/ou de diarreias ocasionados por irritação damucosa digestiva. A intervenção do fígado, transformando uma parte das substâncias antes dapassagem destas para a corrente sanguínea, pode fazer diminuir a toxicidade das mesmas.

9TEXTOS DE APOIO

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OUTRAS VIAS:

As vias hipodérmicas e intravenosas são raras nas intoxicações laborais, não sendo porisso consideradas no âmbito deste Manual.

2.3. CONCENTRAÇÃO E DOSES LETAIS

2.3.1. CONCENTRAÇÃO DE UM TÓXICO

Reportando ao que os Gregos diziam na Antiga Grécia, "nada é veneno, tudo é venenoso",afirma-se, hoje em dia, que a toxicidade de uma substância ou produto no local detrabalho, depende de vários factores, nomeadamente:

• características da substância ou produto; • trabalho executado; • características do trabalhador exposto.

Relativamente à substância ou produto tóxico podem-se enunciar as seguintescaracterísticas:

• composição química;

• concentração.

Dos factores atrás referidos, aquele que pode ser controlado, de forma segura e objectiva,é a concentração do tóxico.

Existem valores - limite de concentração para os tóxicos nos locais de trabalho,denominados TLV's (Threshold Limit Value) - concentração média ponderada para um diade 8 horas e para uma semana de 40 horas - aos quais a maioria dos trabalhadores podeser repetidamente exposta, dia após dia, sem ficar sujeita a efeitos prejudiciais para a suasaúde.

Autores portugueses denominam estes valores-limite de VLE-MP (valor-limite deexposição média ponderada).

Além dos TLV's existem, também, os STEL's (Short Term Exposure Limit) que são limitesde exposição para um curto intervalo de tempo, isto é, a concentração máxima a que ostrabalhadores podem estar sujeitos continuadamente por um período até 15 minutos,

10 TEXTOS DE APOIO

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desde que não sejam permitidas mais de 4 exposições diárias, com pelo menos 60minutos de intervalo entre os períodos de exposição, e desde que o TLV's respectivos nãosejam excedidos.

Algumas substâncias tóxicas têm uma acção de tal forma rápida sobre o organismo, queos limites de concentração não deverão nunca ser excedidos, mesmo instantaneamente.Nestes casos, esses limites denominam-se TLV's-Ceiling ou também designado VLE-CM(valor-limite expresso para uma concentração máxima).

São, também, adoptados valores-limite de concentração, sendo a designação adoptada oNAC (Nível Admissível de Concentração).

Para algumas das substâncias tóxicas que se podem encontrar nos locais de trabalhoexiste legislação portuguesa específica. Enunciam-se, seguidamente, esses diplomaslegais:

Em relação às outras substâncias tóxicas a norma portuguesa NP1796, revista em 1988,fixa os valores-limite de exposição definidos como "a concentração de substânciasnocivas que representam condições às quais se julga que a quase totalidade dostrabalhadores possa estar exposta, dia após dia, sem efeitos prejudiciais para a saúde".

O documento prevê, ainda, as seguintes situações:

• Efeitos aditivos de substâncias tóxicas com características semelhantes;

• Flutuações das concentrações ao longo do dia de trabalho;

• Toxicidade percutânea.

11TEXTOS DE APOIO

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Diplomas legais Substâncias tóxicas

DL nº 273/89, 21 de Agosto Cloreto de vinilo

DL nº 274/89, de 21 de Agosto Chumbo e seus compostos

DL nº 284/89, de 24 de Agosto Amianto (abesto)

DL nº 162/90, de 22 de Maio Poeiras (pedreiras)

Esta norma adopta os conceitos e os limites publicados pela ACGIH no documentoThreshold Limit Values for Chemical Substances and Physical Agents and BiologicalExposure Indices.

Quanto ao trabalho executado é importante salientar:

• tipo de trabalho:levemoderadopesado

• duração da exposição

Os trabalhos pesados provocam um aumento do ritmo respiratório, consequentemente aquantidade de substância tóxica inalada aumenta, no mesmo período de tempo, podendotornar-se perigosa, mesmo se a concentração no ar estiver longe das concentraçõeslimites. Normalmente, os trabalhos pesados provocam também um aumento de sudação oque, caso o tóxico tenha afinidade com a pele, pode aumentar perigosamente aconcentração dele no organismo, já que penetra por duas vias (respiratória e cutânea). Nas listas de limites de exposição é considerado o facto de certas substâncias poderemser absorvidas por mais do que uma via de entrada no organismo.

A duração (tempo) de exposição é um factor de grande importância para a generalidadedos tóxicos industriais como se pode deduzir dos critérios TLV. Este factor pode sercontrolado pela organização do trabalho, fazendo rodar pelo mesmo posto de trabalhovários trabalhadores ao longo da jornada.

No que diz respeito às características do trabalhador exposto ao tóxico, salientamosaquelas que podem determinar, embora não de um modo absoluto, a toxicidade dasubstância:

• Idade: à partida os indivíduos jovens, em virtude do seu peso ser menor e o seumetabolismo mais activo, tendem a ser menos sensíveis que os adultos.

• Sexo: influi muitas vezes sobre a receptividade dos tóxicos.

• Peso: a toxicidade de uma substância varia com o peso do indivíduo.

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• Susceptibilidade individual: alguns organismos demonstram uma maiorsusceptibilidade (intolerância congénita) a certas substâncias, reagindoanormalmente a diversos produtos. Apresentam, de certo modo, umahipersensibilidade qualitativa.

• Estado fisiológico:

• Digestão - o estado de digestão ou de jejum tem influência sobre aintensidade da acção dum tóxico administrado numa dose determinada.

• Fadiga - faz aumentar, seguramente, a toxicidade de uma substância. Poracção do trabalho, muscular ou intelectual, produzem-se alterações nometabolismo, no sistema nervoso, na frequência cardíaca e no ritmorespiratório. Assim se explica que um tóxico possa actuar diferentemente noestado de repouso ou no estado de fadiga.

• Gravidez - a sensibilidade aos tóxicos aumenta, em geral, durante agravidez. Por essa razão, em Higiene do Trabalho, se aconselha evitar queas mulheres grávidas sejam submetidas a exposições susceptíveis deexercer efeitos nocivos.

• Estado Patológico:

• As doenças podem provocar lesões nos órgãos principais do organismo eessas alterações podem favorecer a acção de tóxicos, por estaremcomprometidos os processos normais de desintoxicação.

2.3.2. DOSES LETAIS

A determinação de uma dose letal de um tóxico, para o ser humano, não pode ser objectode experimentação.

Os resultados obtidos na experimentação animal dificilmente podem ser extrapolados parao Homem, já que a sensibilidade das diversas espécies aos tóxicos, pode variar entrelimites relativamente afastados.

Na imensa maioria dos casos, os valores indicados para o homem como doses tóxicas oumortais não são mais do que números aproximados. Os valores existentes de dosesmortais para o Homem foram obtidos pela observação das intoxicações humanas, mas só

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serão exactos se não tiver havido vómitos, o que raramente acontece. Muitoempiricamente, admite-se que o homem pode, em geral, suportar a mesma quantidade deveneno que um cão de 20kg.

Pelo que foi dito no ponto 2.3.1. compreende-se que quando se fala em doses mortaispara o homem, não se podem referir valores absolutos, já que as respostas à exposiçãoda mesma dose de um tóxico não são a mesma para todos os casos, variando essasrespostas dentro de limites, muitas vezes, consideráveis. Dá-se o nome de dose letal deum tóxico (ou dose seguramente mortal) à dose que produz 100% de casos mortais nosindivíduos a ele expostos, representada por DL100.

No caso de haverem percentagens inferiores, nomeadamente 50% de casos mortais numconjunto de indivíduos expostos a um mesmo tóxico, dá-se o nome de dose letal 50 erepresenta-se por DL50.

2.4. TOXICIDADE AGUDA E CRÓNICA

2.4.1. TOXICIDADE AGUDA

Para além das características intrínsecas do indivíduo, a toxicidade de uma substânciapode variar, dentro de amplos limites, consoante:

• Via de penetração: para determinar a toxicidade é sempre importante conhecer avia de absorção do tóxico, já que a toxicidade aumenta se forem vencidas asbarreiras naturais de protecção e o tóxico entrar directamente na circulaçãosanguínea.

• Natureza do veículo: a associação dos tóxicos com excipientes que favoreçam,nomeadamente, a absorção faz aumentar a toxicidade.

• Concentração: a influência da concentração sobre a toxicidade é determinante poisa absorção é mais rápida quanto maior for a concentração.

• Velocidade de administração: aumentando a velocidade de administração, provoca-se uma sobrecarga do tóxico no organismo, que pode até ser fatal.

• Condições exteriores: refira-se, como exemplo, o caso do aumento da temperaturaambiente que desencadeia uma maior actividade de certos tóxicos (aumento datoxicidade).

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• Substâncias associadas: sobre este tema falaremos no ponto 3.

• Administração anterior: sobre este tema falaremos no ponto 2.4.2.

A exposição a agentes tóxicos no ambiente de trabalho pode ser pontual ou contínua.

Normalmente, numa exposição pontual a baixas quantidades de um tóxico de fracatoxicidade, não se verificarão efeitos prejudiciais no organismo do trabalhador. São,portanto, negligenciáveis as suas consequências.

No caso de a dose ser relativamente alta, os efeitos nocivos manifestar-se-ãorapidamente. Entre esses efeitos, o mais grave é, naturalmente, a morte, e é por essarazão que se exprime, como vimos, a toxicidade de uma substância pela dose susceptívelde provocar a morte.

Diz-se que há:

2.4.2. TOXICIDADE CRÓNICA

Se a exposição, ao mesmo agente tóxico, for contínua ao longo de dias de trabalho, torna--se necessário o seu estudo para se evitarem efeitos nocivos na saúde dos trabalhadoresexpostos.

Os efeitos tóxicos provêm, muitas vezes, de doses bastante pequenas, demasiado fracaspara provocar efeitos de toxicidade aguda, mas cuja repetição pode acabar por originarintoxicações muito mais insidiosas, pois aparecem, em geral, sem dar qualquer sinal dealarme.

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Intoxicação aguda quando se verificam efeitos tóxicos no organismoresultantes da absorção de doses relativamente grandes, em curto espaçode tempo.

Intoxicação crónica é resultado de uma exposição repetida ao longo debastante tempo, a baixos níveis de tóxicos, e que embora semsintomatologia clínica imediata, pode conduzir a alterações irreversíveis doestado de saúde.

Existem tóxicos que preenchem as condições acima descritas, a que se dá o nome detóxicos cumulativos, por ficarem retidos no organismo em virtude de afinidades denatureza física (solubilidade nos lípidos muito maior do que nos líquidos aquosos,adsorção, etc.) ou química (fixação sobre um ou outro constituinte celular) ou, ainda, emconsequência da sua acção nociva sobre o filtro renal, o que dificulta a sua eliminação(metais pesados).

A absorção destas pequenas doses que, a serem eliminadas normalmente, não teriamconsequências de maior, provoca, ao fim de algum tempo, perturbações de sintomatologiamuito variada sobre:

• crescimento;

• comportamento geral;

• composição química dos líquidos orgânicos (sangue, linfa, etc);

• estrutura das células e tecidos do organismo;

• funções dos órgãos (rim, fígado, centros nervosos, medula óssea, glândulasendócrinas, etc);

• aptidão para a reprodução;

• a duração da vida.

De um modo geral, dá-se a este tipo de efeitos nocivos sobre o organismo, o nome deintoxicações crónicas. Mais correctamente deveriam ser chamadas de intoxicações alongo prazo, já que poderão existir intoxicações irreversíveis, e portanto, crónicas comoconsequência dos efeitos de uma toxicidade aguda.

Das substâncias de toxicidade a longo prazo (ou crónica), salientamos as cancerígenaspois ocupam um lugar à parte entre os agentes deste tipo de toxicidade. No seu caso, nãose podem fixar doses limites, dado que, pelo facto do efeito persistir após a eliminação doproduto, qualquer dose, mínima que seja, será perigosa se for repetida.

Devemos, ainda, ter em conta os tóxicos que provocam efeitos cumulativos através devárias gerações.

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Estas noções são de enorme importância, em virtude do grande número de agentestóxicos aos quais o homem está exposto no ambiente de trabalho.

2.5. EFEITO DOSE-RESPOSTA

Para se actuar no campo da prevenção das intoxicações no ambiente de trabalho éfundamental trabalhar as seguintes variáveis:

• tempo de exposição

• concentração do tóxico

Sabe-se, e a Higiene do Trabalho fundamenta, que há uma relação marcada entre o tempode exposição e a concentração do tóxico. Ao resultado desta relação dá-se o nome deDOSE

A dose absorvida pelo organismo provoca da parte deste uma resposta biológica.

DOSE RESPOSTA

Para que se possa considerar admissível, no local de trabalho, uma determinada Dose énecessário que ela provoque no organismo uma resposta nula, isto é, que a dose de tóxicoabsorvida não tenha excedido a capacidade do organismo metabolizar (bio-transformar asubstância num dos metabolicos do organismo) e eliminar o referido tóxico.

DOSE ADMISSÍVEL RESPOSTA NULA

Embora exista sempre uma reacção biológica ou química do organismo quando emcontacto com substâncias estranhas, desde que estas reacções sejam apenas desviosligeiros, sem prejuízos fisiológicos do estado normal do organismo, pode-se falar emresposta nula.

2.6. EFEITOS FISIOLÓGICOS DOS TÓXICOS

Existem tóxicos que provocam em todos os seres humanos os mesmos efeitos, asmesmas respostas. No entanto, existem outros que não desencadeiam umasintomatologia característica, sendo a sua acção mais complexa e aparentemente nãoespecífica.

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Esta inconstância dos tóxicos não está em contradição com a noção de especificidade domodo de actuação dos tóxicos. A par de uma acção principal, as acções secundáriaspodem variar segundo os indivíduos. Os sintomas que, por acção dos tóxicos,frequentemente se manifestam (diarreia, vómitos, etc) não traduzem os principais efeitosnocivos, mas sim epifenómenos relacionados com o próprio indivíduo. Apenas acções quecausam os traumatismos apresentam alguma especificidade e devem merecer a tenção. Convém sublinhar que, a partir da sua entrada no sangue, qualquer que seja a via poronde tenha entrado, o tóxico é transportado em cerca de 23 segundos através de todo oorganismo. Em função da natureza físico-química do tóxico e dos órgãos, e das condiçõesde acessibilidade, o tóxico elegerá um ou mais órgãos e aí se fixará. A partir daí,estenderá a sua acção sobre as células e tecidos, interferindo nocivamente nometabolismo dos mesmos.

2.6.1. EFEITOS SOBRE O SANGUE

O sangue é constituído por vários elementos, nomeadamente:

• plasma

• eritrócitos ou glóbulos vermelhos

• leucócitos ou glóbulos brancos

• trombócitos ou plaquetas

Os principais efeitos nocivos, no sangue, desencadeados pelos tóxicos são referidosseguidamente:

Plasma:

• alterações na coagulação, que tanto podem ser de retardamento ou inibição (casodo benzeno, fluoretos, ácido oxálico, etc) como de aceleração;

Eritrócitos ou glóbulos vermelhos:

• aumento do seu número, por acção de gases agressivos (nomeadamente cloro,fosgénio, cloropicrina, etc);

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• destruição dos eritrócitos que se observa no saturnismo, na doença dos Raios X,no benzenismo, no fosforismo ou nas intoxicações pelos derivados aminadosaromáticos;

• anomalias morfológicas, observadas no saturnismo, no arsenicismo e intoxicaçãopelo quinino.

Leucócitos ou glóbulos brancos:

•Diminuição do número de leucócitos no benzenismo, Raios X, sulfamidas, etc;

•Aumento de leucócitos, na primeira fase da intoxicação do benzeno.

Trombócitos ou plaquetas:

• Diminuição (na ordem das dezenas de milhar) do número de plaquetas, nos casosde benzenismo.

2.6.2. EFEITOS SOBRE A MEDULA ÓSSEA

As acções dos tóxicos na medula óssea provocam uma destruição do tecido medular.Como agentes principais dessas acções referimos os radioelementos, os Raios X e obenzeno.

2.6.3. EFEITOS SOBRE O APARELHO DIGESTIVO

Os vómitos e as diarreias que se observam em diversas intoxicações são, muitas vezes,reacções de defesa do organismo. Todavia, um tóxico pode actuar directamente sobre amucosa intestinal, provocando uma irritação da mesma, com episódios de diarreia.

Os tóxicos corrosivos, ácidos e bases produzem lesões do tubo digestivo, comsintomatologia mais ou menos dramática, segundo a sua concentração.

As intoxicações profissionais por acção do chumbo e pelo mercúrio provocam alterações(dolorosas) na digestão dos alimentos e modificações da mucosa bocal.

2.6.4. EFEITOS SOBRE O FÍGADO

Existe um grande número de tóxicos hepáticos, o que não surpreende, já que o fígado é

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uma massa visceral de 1,5 a 2 kg e se encontra na encruzilhada das vias digestivasaferentes.

Recebe as substâncias tóxicas que acompanham os produtos resultantes do metabolismoalimentar. Recebe, ainda, o sangue da circulação geral, e, também, os tóxicos queeventualmente nele circulem. Por isso, se pode dizer que não há intoxicação que nãoprovoque lesão hepática, nomeadamente:

• intoxicação pelo fósforo;

• anestésicos gasosos;

• solventes clorados;

• corantes azóicos.

2.6.5. EFEITOS SOBRE O CORAÇÃO

Os tóxicos cardíacos que provocam paragem cardíaca, de altíssima gravidade, nãoaparecem com frequência no ambiente de trabalho; os que constituem objecto de estudoda Higiene de Trabalho, pelo risco que representam para o homem, actuam,essencialmente, sobre o ritmo cardíaco. Está neste caso o chumbo que, em doses deintoxicação crónica, provoca uma diminuição prolongada do ritmo cardíaco.

2.6.6. EFEITOS SOBRE O RIM

O rim é o outro filtro do organismo humano, passando por ele a grande maioria de tóxicose estando, por isso, sujeito a vários tipos de lesões.

As lesões renais provocadas por intoxicações profissionais têm como agentes principais:

• metais pesados (chumbo, urânio, cádmio, etc);

• solventes clorados, nomeadamente o tetracloreto de carbono, presente com tantafrequência nos locais de trabalho;

• derivados nitratos e aminados aromáticos;

• cloratos;

• etc.

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2.6.7. EFEITOS SOBRE A PELE

A pele está muito exposta aos agentes tóxicos presentes nos locais de trabalho. Por essarazão é de toda a conveniência usar vestuário adequado, que proteja das agressõesdesses agentes.

Passamos a enumerar os principais agentes tóxicos:

• ácidos e bases fortes: provocam queimaduras;

• produtos da destilação da hulha: verificam-se alterações dos tegumentos;

• óleos médios: manifestam-se toxidermias, acne, foliculite;

• óleos pesados: têm uma acção mais lenta, traduzindo-se por proliferações epiteliaisbenignas, podendo evoluir para malignas;

• solventes clorados e derivados aminados aromáticos: a sua acção irritante podetransformar-se em dermatites;

• iodetos e brometos: aparecimento de dermatoses;

• vapores de chumbo: lesões das unhas.

2.6.8. EFEITOS SOBRE O SISTEMA NERVOSO

Muitas das substâncias tóxicas presentes nos locais de trabalho provocam perturbaçõesou lesões, mais ou menos, importantes do sistema nervoso. Consoante os tóxicos empresença, as suas acções atingem diferentes funções do sistema nervoso e, por tal razão,os seus efeitos manifestam-se diversamente. Apresentamos, como exemplo, os seguintes:

• Álcool: descoordenação dos movimentos e perturbação do equilíbrio;

• Dióxido de carbono: tetanização dos músculos respiratórios;

• Anestésicos: paragem respiratória.

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2.6.9. EFEITOS SOBRE O APARELHO RESPIRATÓRIO

É a principal via de acesso dos tóxicos gasosos ou voláteis. Podem-se verificar lesõeslocais ou actuar ao nível do mecanismo da respiração.

ACÇÃO LOCAL:

• espirros, tosse, corrimento nasal, exagerada produção de saliva;

• irritação do epitélio pulmonar:

edema;

queimaduras.

ACÇÃO AO NÍVEL DO MECANISMO DA RESPIRAÇÃO:

Mesmo que um tóxico esteja altamente diluído no ar inspirado penetrará nos alvéolospulmonares e poderá fixar-se ou ser absorvido pelo sangue.

Os fenómenos verificados pela acção tóxica ao nível da respiração são:

• Sufocação, devida a um processo irritativo actuando diferentemente sobre as viasaéreas superficiais e profundas; sob a influência do tóxico, as primeiras sofremuma acção inibidora que se traduz por uma diminuição ou mesmo paragem darespiração. Em contrapartida, a irritação das vias profundas determina umaaceleração considerável dos movimentos respiratórios. O organismo fica submetidoa duas acções inversas: a necessidade de respirar e a de não respirar. A reacçãotorna-se desordenada e angustiante.

• Asfixia, é o resultado da privação do oxigénio, e conduz à morte em pouco tempo(3 minutos são o limite máximo sem respirar, de forma a não se produzirem lesõesgraves).

O ritmo respiratório é mantido pela excitação coordenada e rítmica dos músculosrespiratórios, permitida pela enervação proveniente do centro respiratório bulbar. Se estecentro sofrer uma intoxicação e a sua acção normal for inibida ocorrerá uma paragemrespiratória.

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3. EFEITOS RESULTANTES DE EXPOSIÇÕES COMBINADAS A VÁRIOS FACTORES DE RISCO

3.1. INTRODUÇÃO

A acção de um tóxico pode ser modificada por combinação de uma ou mais substânciastóxicas.

As diferentes acções tóxicas podem potenciar-se, ou mesmo adicionar-se por:

• Aumento da velocidade de reabsorção;

• Melhoramento da permeabilidade dos tecidos receptores;

• Modificação da receptividade das células sensíveis;

• Etc.

Mas certas acções tóxicas podem alterar-se por antagonismo:

• Quando há uma diminuição dos efeitos da toxicidade. Duas substâncias dizem-seantagónicas quando uma diminui ou mesmo suprime os efeitos da outra. Osantagonismos dos tóxicos estão na base do tratamento das intoxicações.

Controlo dos efeitos nocivos da exposição combinada:

Os valores relativos aos níveis admissíveis de concentração (NAC) para as substânciascombinadas devem ser usados como indicadores para o controlo de riscos para a saúde,mas não devem ser utilizados como linhas que dividem as concentrações seguras e asperigosas.

3.2. EXPOSIÇÃO SIMULTÂNEA

Quando duas ou mais substâncias tóxicas actuam ao mesmo tempo e ao mesmo nível doorganismo, deve ser considerado o seu efeito combinado e não o efeito isolado de cadauma delas.

No entanto, como a exposição é simultânea, terá de ser avaliado o efeito simultâneodesses compostos:

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3.3. EXPOSIÇÃO SEQUENCIAL

Na exposição sequencial a diferentes tóxicos é frequente observar fenómenos de superintoxicação. É o que acontece aquando da inalação (ou da ingestão, embora esta situaçãonão seja consequência da actividade laboral) de álcool em seguida à acção tóxica decertas substâncias.

Podem, também, existir flutuações das concentrações de tóxico, ao longo do dia detrabalho.

Mesmo que as concentrações ultrapassem os valores-limite de tóxico, não haverá riscopara o trabalhador, desde que essas exposições sejam devidamente compensadas porperíodos de menor exposição.

No entanto, os valores totais atingidos não deverão ultrapassar determinado valor, sobpena de surgirem efeitos nocivos para a saúde do trabalhador.

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TEXTO DE APOIO Nº 4

As máquinas modernas obedecem a legislação e normas que eliminam a maioria dosriscos que lhes são inerentes. No entanto, subsistem os riscos intrínsecos a certasoperações e, ainda, os que advêm de uma incorrecta montagem, utilização e conservação.

Assim:

•Antes de utilizar uma máquina, ler atentamente o respectivo Manual de Instruções;

•Instalar a máquina de acordo com as especificações do fabricante;

•Reservar, à volta da máquina, uma área suficiente para as actividades previstas;

•Colocar a máquina, tendo em conta a posição mais cómoda para a sua utilizaçãoe de modo a que o acesso aos comandos e, sobretudo, ao botão de paragem deemergência, se existirem, se faça facilmente e sem obstáculos;

•Ter em conta o ciclo de produção evitando deste modo gestos e actividadesdesnecessários junto à máquina;

•Avaliar se a instalação de um novo posto de trabalho pode interferir com ospostos de trabalho vizinhos e vice-versa;

•Verificar se a fonte de energia prevista para a máquina (electricidade, arcomprimido, gás, etc) cumpre os requisitos impostos pelo equipamento e se aligação a ele é fiável;

•No caso de máquinas portáteis, ou das que necessitam de apoio (bancada detrabalho, etc) assegurar que este é suficientemente estável e resistente;

•Ter em conta o impacto que a máquina pode gerar no ambiente de trabalho (ruído,libertação de gases, empoeiramento, etc) e adoptar as medidas necessáriaspara o seu controlo (isolar, encapsular, montar amortecedores, sistemas deaspiração, etc);

•Utilizar apenas as máquinas para os fins a que se destinam e dentro dos limitesde produção estabelecidos;

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•Não anular, ou de algum modo pôr fora de serviço, os sistemas de encravamentoou protecção;

•Nas máquinas dotadas de sistemas de protecção ajustáveis (por exemplo, serrasde fita, guilhotinas, etc), procurar mantê-los, tanto quanto possível, no seu máximograu de eficácia;

•Interditar a utilização de máquinas a operadores que manifestem alterações doestado de consciência;

•Antes de efectuar qualquer operação de reparação ou limpeza, desligar a fonte deenergia, assegurando que ninguém possa inadvertidamente repô-la;

•Nas operações de limpeza e manutenção, utilizar produtos e peças previstospelo fabricante. Só utilizar solventes inflamáveis ou água quando expressamenteprevistos no respectivo livro de instruções;

•Antes de recolocar a máquina em funcionamento, repor todas as protecções queeventualmente tenham sido retiradas;

•Cumprir os programas de manutenção preventiva do equipamento;

•Rever periodicamente o estado de conservação da máquina, nomeadamente noque diz respeito a folgas, perdas de isolamento, vibrações anormais, etc eassegurar a reparação dos eventuais defeitos;

•Manter perceptíveis toda a sinalização e avisos próprios do equipamento eassegurar que eles são compreendidos por todos os utilizadores.

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PROTECÇÃO COLECTIVA DAS MÃOS

Correcta utilização da protecção:

Incorrecta utilização da protecção:

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Protecção da serra de corte

Protecção da serra não ajustada

Protecção individual (luvas de malha de aço):

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FICHA TÉCNICA

Título: Segurança, Higiene e Saúde no Trabalho

Autoria: Margarida Espiga

Edição: CECOA

Coordenação: Cristina Dimas

Design e Composição: Altura Data Publishing

Produção apoiada pelo Programa Operacional Emprego, Formação e Desenvolvimento Social (POEFDS), co-

financiado pelo Estado Português e pela União Europeia, através do Fundo Social Europeu.

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União EuropeiaFundo Social Europeu

Ministério do Trabalho eda Solidariedade Social