segurança e higiene no trabalho - rhufc.files. · pdf filese como um fator...
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1. INTRODUÇÃO
A riqueza de um país tem por base os seus Recursos Humanos e uma vez
que o desenvolvimento sustentável implica desenvolvimento Humano deve-se valorizar
a integridade da pessoa humana para que as riquezas prosperem e isto depende de bons
e satisfatórios níveis de segurança e saúde coletiva e individual. É indispensável
assegurar a prevenção dos riscos profissionais e a manutenção e promoção da saúde.
Existem muitas razões para o grande progresso alcançado no campo da segurança e da
saúde. Alguns atribuem tais melhorias ao humanitarismo empresarial. Preservar a vida
humana é um objetivo que não requer explicação.
Urge preparar com especial cuidado todos os profissionais para as questões
relacionadas à segurança e à saúde no trabalho. A situação atual representa um
exorbitante custo financeiro, dos quais os gastos relacionados aos acidentes de trabalho
e doenças profissionais representam apenas a parte menor.
O reconhecimento da importância que a Segurança, Higiene e Saúde do
Trabalho têm nas organizações, designadamente ao nível das condições de trabalho, da
qualidade dos produtos fabricados e dos serviços fornecidos, é cada vez mais um fator
fundamental para a excelência organizacional. Associada à melhoria de tecnologias e
processos, a implementação de Sistemas de Gestão da Segurança pelas organizações,
tem certamente implicações diretas na sua competitividade e produtividade, afirmando-
se como um fator indispensável aos seus níveis de desempenho.
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2. SEGURANÇA DO TRABALHO
2.1. Conceito
Segurança do trabalho é um conjunto de ciências e tecnologias que
procuram à proteção do trabalhador no seu local de trabalho, no que se refere à questão
da consciência e da higiene do trabalho (SEGURANÇA DO TRABALHO, 2010).
De acordo com Chiavenato (1999) a segurança no trabalho corresponde a
um conjunto de medidas técnicas, educacionais, médicas e psicológicas utilizadas para
prevenir acidentes, quer eliminando as condições inseguras do ambiente quer instruindo
ou convencendo as pessoas sobre a implantação de práticas preventivas.
3. HIGIENE NO TRABALHO
3.1. Conceito
Já, ainda segundo Chiavenato (1999) a higiene do trabalho refere-se a um
conjunto de normas e procedimentos que visa à proteção da integridade física e mental
do trabalhador, o preservado dos riscos de saúde inerentes às tarefas do cargo e ao
ambiente físico onde são executadas as suas atividades laborais.
3.2. O Porquê de se ter higiene no trabalho?
De acordo com Toledo (1930) Higiene e segurança no trabalho são medidas
de proteção das pessoas e dos bens da empresa.
A higiene do trabalho tem caráter eminentemente preventivo, pois objetiva a
saúde e o conforto do trabalhador, evitando que adoeça e se ausente provisória ou
definitivamente do trabalho. Os principais objetivos são:
Eliminação das causas das doenças profissionais; através da prevenção do
reconhecimento e do controle dos agentes ambientais.
Redução dos efeitos prejudiciais provocados pelo trabalho em pessoas doentes
ou portadoras de defeitos físicos.
Prevenção de agravamento de doenças e de lesões.
Manutenção da saúde dos trabalhadores e aumento da produtividade por meio de
controle do ambiente de trabalho.
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3.3. O que envolve a higiene no trabalho?
Ambiente físico de trabalho: a iluminação, ventilação, temperatura e ruídos.
Ambiente psicológico: os relacionamentos humanos agradáveis, tipos de
atividade agradável e motivadora, estilo de gerência democrático e participativo
e eliminação de possíveis fontes de estresse.
Aplicação de princípios de ergonomia: máquinas e equipamentos adequados
às características humanas, mesas e instalações ajustadas ao tamanho das
pessoas e ferramentas que reduzam a necessidade de esforço físico humano.
Saúde ocupacional: ausência de doenças por meio da assistência médica
preventiva.
4. PRÁTICAS DE HIGIENE
Consiste na prática do uso de elementos ou atos que causem benefícios para
os seres humanos. Em seu sentido mais comum, pode-se dizer que significa limpeza
acompanhada do asseio.No sentido mais amplo, compreende todos os hábitos e
condutas que auxiliam a previnir doenças, manter a saúde e o bem individual e
coletivo (HIGIENE, 2010).
Dentro dessas práticas podemos enfatizar uma, que é a porta de entrada de
inúmeras doenças, a lavagem das mãos. Um ato que consegue eliminar a maior parte
dos microorganismos e com isso prevenir certas doenças como por exemplo;
verminoses, pneumonias, diarréias e atualmente a gripe suína (H1N1), etc.as práticas de
higiene se dividem em duas; a pessoal e a coletiva.
4.1. Pesssoal: É um conjunto de hábitos de limpeza e asseio com que cuidamos do nosso
corpo,por ser um vetor de importância no nosso dia-a dia, acaba por inflluenciar no
relacionamento inter-social, pois implica na aplicação de hábitos, que viram normas de
vida em carátér individual como:
Banho: tomar diariamente
Assepsia: O uso de desodorante é bastante útil, no entanto devem ser evitados
os que inibem a produção de suor, podendo assim a umentar a transpiração em
outros locais do corpo.
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Lavar as mãos: sempre que necessário, especialmnete asntes das refeições e
depois de utilizar o banheiro.
Higiene bucal: os dentes e a boca devem ser higienizados depois da ingestão de
alimentos, usando um creme dental com flúor.
Água potável: beber água mineral ou filtrada.
4.2. Coletiva:
É o conjunto de normas de higiene implantadas pela sociedade de forma a
direcioná-las a um conceito geral de higiene, especificando em normas especiais, o
manuseio de produtos de higiene e suas interaçoes com o ser humano. Para evitar d
oenças e preservar a vida de todos.
5.MANUAL DE BOAS PRÁTICAS 5.1 Conceito
É um documento que descreve o trabalho executado no estabelecimento e a
forma correta de fazê-lo. Nele, pode-se ter informações gerais sobre como é feita a
limpeza, o controle de pragas, da água utilizada, os procedimentos de higiene e controle
de saúde dos funcionários, o treinamento de funcionários, o que fazer com o lixo e
como garantir a produção de alimentos seguros e saudáveis. (ANVISA, 2009)
6. RELAÇÃO HIGIENE E SEGURANÇA DO TRABALHO
Assim, a relação entre higiene e segurança no trabalho é que a saúde e
segurança dos empregados constituem uma das principais bases para a prevenção da
força de trabalho adequada. Assim, higiene e segurança do trabalho constituem duas
atividades intimamente relacionadas, no sentido de garantir condições pessoais e
materiais de trabalho capazes de manter certo nível de saúde dos empregados (LIMA,
MONTEIRO, SOUZA, 2005).
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7. PROFISSIONAIS
7.1. Engenheiro de segurança no trabalho.
Assessora as empresas no assunto de higiene e segurança examinando os locais e
as condições de trabalho;
Inspeciona e adapta os recursos técnicos e humanos;
Realiza estudos sobre acidentes de trabalho e doenças profissionais, para
determinar as causas desses acidentes e elaborar recomendações de segurança.
7.2. Técnico e segurança do trabalho
Inspeciona locais, instalações e equipamentos da empresa;
Estabelece normas e dispositivos de segurança;
Inspeciona os postos de combate a incêndios;
Investiga e registra acidentes e irregularidades ocorridas;
Instrui os funcionários da empresa sobre normas de segurança;
Participa de reuniões sobre segurança no trabalho.
7.3. Médico do trabalho
Executa exames periódicos de todos os funcionários;
Faz tratamento de urgência em casos de acidentes de trabalho;
Avalia e participa juntamente com outros profissionais, da elaboração
e execução de programas de proteção à saúde dos trabalhadores;
Participa do planejamento e execução dos programas de treinamento das equipes
de atendimento de emergências; Dos inquéritos sanitários, de atividades de
prevenção de acidentes, dos programas de vacinação; E da inspeção das
instalações destinadas ao bem-estar dos trabalhadores
Procede aos exames médicos destinados à seleção ou orientação de candidatos a
emprego em ocupações definidas.
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7.4 Enfermeiros do trabalho
Estuda as condições de segurança da empresa, efetuando observações nos locais
de trabalho;
Elabora, executa e avalia programas de prevenções de acidentes e de doenças
profissionais ou não-profissionais;
Presta primeiros socorros no local de trabalho, em caso de acidente ou doença;
Planeja e executa programas de educação sanitária.
7.5 Auxiliar de enfermagem do trabalho
Desempenha tarefas similares às que realiza o enfermeiro, em geral, porém
atuam em dependências de fábricas, indústrias ou outros estabelecimentos que
justifiquem sua presença.
8. CIPA
8.1. Objetivo
A CIPA tem como objetivo observar e relatar condições de risco nos
ambientes de trabalho e solicitar medidas para reduzir até eliminar os riscos existentes
e/ou neutralizar os mesmos, discutir os acidentes ocorridos, encaminhando aos Serviços
Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho e ao
empregador o resultado da discussão, solicitando medidas que previnam acidentes
semelhantes e, ainda, orientar os demais trabalhadores quanto à prevenção de acidentes
(CIPA, 2010).
9. RISCOS AMBIENTAIS
9.1 Conceito
O Programa de Prevenção de Riscos Ambientais é um programa da
Secretaria de Segurança e Saúde do Trabalho, do Ministério do Trabalho, que tem por
objetivo, definir uma metodologia de ação que garanta a preservação da saúde e
integridade dos trabalhadores face aos riscos existentes nos ambientes de trabalho. É
um instrumento dinâmico que visa proteger a saúde do trabalhador e, portanto deve ser
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simples, prático, objetivo e acima de tudo facilmente compreendido e utilizado. (PPRA,
2010).
Assim, a legislação de segurança do trabalho brasileira considera como
riscos ambientais, agentes físicos, químicos e biológicos. Para que sejam considerados
fatores de riscos ambientais estes agentes precisam estar presentes no ambiente de
trabalho em determinadas concentrações ou intensidade, e o tempo máximo de
exposição do trabalhador a eles é determinado por limites pré estabelecidos (PPRA,
2010).
Segundo Porto (2000), a noção de risco tem a ver com a possibilidade de
perda ou dano, ou como sinônimo de perigo. Os riscos podem estar presentes na forma
de substâncias químicas, agentes físicos e mecânicos, agentes biológicos, inadequação
ergonômica dos postos de trabalho ou, ainda, em função das características da
organização do trabalho e das práticas de gerenciamento das empresas, como
organizações autoritárias que impedem a participação dos trabalhadores, tarefas
monótonas e repetitivas, ou ainda a discriminação nos locais de trabalho em função do
gênero ou raça.
9.2 Classificação
Riscos ambientais são aqueles causados por agentes físicos, químicos ou
biológicos que, presentes nos ambientes de trabalho, são capazes de causar danos à
saúde do trabalhador em função de sua natureza, concentração, intensidade ou tempo de
exposição (RISCOS AMBIENTAIS, 2010). Alguns fatores que podem causar riscos
ambientais são:
Agentes físicos: ruído, vibrações, pressões anormais, temperaturas extremas,
radiações etc.
Agentes químicos: poeiras, fumos, névoas, neblinas, gases, vapores que podem
ser absorvidos por via respiratória ou através da pele etc.
Agentes biológicos: bactérias, fungos, bacilos, parasitas, protozoários, vírus,
entre outros.
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10. MAPA DE RISCO
10.1. Conceito
“Para que o ambiente de trabalho fique livre da nocividade que sempre o
acompanha, é necessário que as descobertas científicas neste campo sejam socializadas,
isto é, trazidas ao conhecimento dos trabalhadores de uma forma eficaz; é necessário
que a classe operária se aproprie delas e se posicione como protagonista na luta contra
as doenças, as incapacidades e as mortes no trabalho. Somente uma real posição de
hegemonia da classe operária diante dos problemas da nocividade pode garantir as
transformações que podem e devem determinar um ambiente de trabalho adequado para
o homem. Somente a luta, com uma ação sindical conduzida com precisos objetivos
reivindicatórios, com a conquista de um poder real dos trabalhadores e do sindicato, é
possível impor as modificações seja tecnológica, técnica ou normativa, que possam
anular ou reduzir ao mínimo os riscos a que o trabalhador está exposto no local de
trabalho”. (ODDONE et al., 1986: 17).
Mapa de Risco é uma representação gráfica de um conjunto de fatores
presentes nos locais de trabalho, capazes de acarretar prejuízos à saúde dos
trabalhadores: acidentes e doenças de trabalho. Tais fatores têm origem nos diversos
elementos do processo de trabalho (materiais, equipamentos, instalações, suprimentos e
espaços de trabalho) e a forma de organização do trabalho (arranjo físico, ritmo de
trabalho, método de trabalho, postura de trabalho, jornada de trabalho, turnos de
trabalho, treinamento, etc.) (ENFERMAGEM DO TRABALHO, 2010).
10.2. Objetivo
Reunir as informações necessárias para estabelecer o diagnóstico da situação de
segurança e saúde no trabalho na empresa;
Possibilitar, durante a sua elaboração, a troca e divulgação de informações entre
os trabalhadores, bem como estimular sua participação nas atividades de
prevenção (MAPA DE RISCOS, 2010).
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10.3. Elaboração
Segundo a legislação brasileira em Segurança e Medicina do Trabalho, em
particular a NR-5, a construção do Mapa de Risco é responsabilidade da CIPA, que
deve desenvolver atividades que possibilitem a participação de todos os trabalhadores
da empresa, inclusive os funcionários de empreiteiras, de tal forma que o diagnóstico
das condições de trabalho e as recomendações para as melhorias sejam resultados do
conhecimento do conjunto dos trabalhadores (MATOS et. al, 1993).
As informações para construção de Mapa de Risco foram posteriormente
transferidas para a NR-5, que trata da CIPA. A elaboração do mapeamento de riscos
tornou-se obrigatória no Brasil através da Portaria nº5 de 18/08/92 do DNSST
(Departamento Nacional de Segurança e Saúde do Trabalhador) do Ministério do
Trabalho (MTB), que alterou a Norma Regulamentadora (NR-9), estabelecendo a
obrigatoriedade da confecção do Mapa de Riscos Ambientais para todas as empresas do
país que tenham CIPA (Comissão Interna de Prevenção de Acidentes) (TEIXEIRA;
VALLE, 1996).
O mapa de riscos, previsto na NR-9 da portaria nº 3. 214/78 tem por
objetivo reunir as informações necessárias para estabelecer o diagnóstico da situação de
segurança e saúde no trabalho na empresa e, ao mesmo tempo, possibilitar, durante a
sua elaboração, a troca e divulgação de informação entre os trabalhadores, bem como
estipular a sua participação nas atividades de prevenção (MIRANDA, 1998).
A portaria nº 25 de 29.12.1994 da secretaria de segurança e saúde no
trabalho NR-9 estabelece a obrigatoriedade de identificar os riscos à saúde humana no
ambiente de trabalho, atribuindo às Comissões Internas de Prevenção de Acidentes
(CIPA) a responsabilidade pela elaboração de mapas de riscos ambientais
(PONZENTTO, 2002).
O mapa de risco é elaborado pela CIPA, ouvidos os trabalhadores
envolvidos no processo produtivo e com a orientação do Serviço Especializado em
Segurança e Medicina do Trabalho – SESMT da empresa, quando houver, ou seja, é
imprescindível a participação de pessoas que estão diretamente atuando com os riscos
pelo qual se deseja eliminar (BITENCOURT, 2010).
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De acordo com a LIFESPAN (2009), as etapas de elaboração do mapa de
risco são:
a) conhecer o processo de trabalho no local analisado:
- os servidores: número, sexo, idade, treinamentos profissionais e de segurança e saúde,
jornada de trabalho;
- os instrumentos e materiais de trabalho;
- as atividades exercidas;
- o ambiente.
b) identificar os riscos existentes no local analisado;
c) identificar as medidas preventivas existentes e sua eficácia:
- medidas de proteção coletiva;
- medidas de organização do trabalho;
- medidas de proteção individual;
- medidas de higiene e conforto: banheiro, lavatórios, vestiários, armários, bebedouro,
refeitório, área de lazer, etc..
d) identificar os indicadores de saúde:
- queixas mais freqüentes e comuns entre os servidores expostos aos mesmos riscos;
- acidentes de trabalho ocorridos;
- doenças profissionais diagnosticadas;
- causas mais freqüentes de ausência ao trabalho.
e) Conhecer os levantamentos ambientais já realizados no local;
f) Elaborar o Mapa de Riscos, sobre o layout do órgão, indicando através de círculos:
- o grupo a que pertence o risco, de acordo com a cor padronizada;
- o número de trabalhadores expostos ao risco;
- a especificação do agente (por exemplo: químico – sílica, hexano, ácido clorídrico; ou
ergonômico – repetitividade (ritmo excessivo); que deve ser anotada também dentro do
círculo;)
- a intensidade do risco, de acordo com a percepção dos trabalhadores, que deve ser
representada por tamanhos proporcionalmente diferentes dos círculos.
g) Depois de discutido e aprovado pela CIPA, o Mapa de Riscos, completo ou setorial,
deverá ser afixado em cada local analisado, de forma claramente visível e de fácil
acesso para os trabalhadores.
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10.4. Identificação
Os riscos são classificados e identificados como: físico, cor verde; químico,
cor vermelha; biológico, cor marrom; ergonômico, amarelo e mecânico cor azul
(PONZENTTO, 2002).
Oliveira (2002), diz que a partir de uma planta baixa de cada seção são
levantados todos os tipos de riscos, classificando-os por grau de perigo: pequeno, médio
e grande. Os Sinais e Letras de Comunicação Visual produzem qualquer mapa de risco
que sua empresa necessitar.
O reconhecimento dos riscos é documentado no PPRA – Programa de
Prevenção de Riscos Ambientais (Obrigatório em todas as empresas que tenha
empregados, conforme a NR-09), que prevê nas medidas de controles de riscos
existentes, quais as melhores formas de eliminar, minimizar ou controlar os riscos
ambientais (ZORING, 2008).
11. EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO
As atividades profissionais em seus diversos seguimentos apresentam riscos
peculiares (próprios da atividade), que conforme sua intensidade, concentração e tempo
de exposição, serão neutralizados ou amenizados com a utilização dos equipamentos de
proteção adequados. Os equipamentos de proteção ao trabalhador dividem-se, quanto a
sua aplicação, em EPC’s – Equipamentos de Proteção Coletiva e EPI’s – Equipamentos
de Proteção Individual, mas seu objetivo principal é comum: proteger a integridade
física do funcionário (ZORING, 2008).
O dimensionamento e seleção dos equipamentos de proteção a serem
utilizados devem ter a orientação de um profissional da área de segurança do trabalho,
pois o desconhecimento dos agentes agressivos e dos meios corretos de proteção coloca
em risco a saúde do funcionário (ZORING, 2008).
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11.1 Individual
Equipamentos de Proteção Individual ou EPIs são quaisquer meios ou
dispositivos destinados a ser utilizados por uma pessoa contra possíveis riscos
ameaçadores da sua saúde ou segurança durante o exercício de uma determinada
atividade. Um equipamento de proteção individual pode ser constituído por vários
meios ou dispositivos associados de forma a proteger o seu utilizador contra um ou
vários riscos simultâneos. O uso deste tipo de equipamentos só deverá ser contemplado
quando não for possível tomar medidas que permitam eliminar os riscos do ambiente
em que se desenvolve a atividade (EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL,
2010).
11.1.1 Leis
Os equipamentos de proteção individual têm o seu uso regulamentado pelo
Ministério do Trabalho e Emprego, em sua Norma Regulamentadora n°6 (NR n°6). Esta
Norma define que equipamento de proteção individual é todo dispositivo de uso
individual, destinado a proteger a saúde e a integridade física do trabalhador. Ela
preconiza que a empresa está obrigada a fornecer aos empregados, gratuitamente,
equipamento de proteção individual adequado ao risco e em perfeito estado de
conservação e funcionamento, (BRASIL, 2003).
Consolidação das Leis do Trabalho (CLT): Art. 166 - A empresa é obrigada
a fornecer aos empregados, gratuitamente, equipamento de proteção individual
adequado ao risco e em perfeito estado de conservação e funcionamento, sempre que as
medidas de ordem geral não ofereçam completa proteção contra os riscos de acidentes e
danos à saúde dos empregados. Constitui contravenção penal, punível com multa,
deixar a empresa de cumprir as normas de segurança e higiene do trabalho.
Segundo a CLT, Art.166 - A empresa é obrigada a fornecer aos
empregados, gratuitamente, equipamento de proteção individual adequado ao risco e
em perfeito estado de conservação e funcionamento, sempre que as medidas de ordem
geral não ofereçam completa proteção contra os riscos de acidentes e danos à saúde
dos empregados.
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Art.167 - O equipamento de proteção só poderá ser posto à venda ou
utilizado com a indicação do Certificado de Aprovação do Ministério do Trabalho
Tal inversão de valores decorre principalmente de divergência na exegese
que se dá ao art. 191 da CLT. Tal dispositivo assim dispõe:
Art. 191 - A eliminação ou a neutralização da insalubridade ocorrerá:
I - com a adoção de medidas que conservem o ambiente de trabalho dentro dos
limites de tolerância;
II - com a utilização de equipamentos de proteção individual ao trabalhador,
que diminuam a intensidade do agente agressivo a limites de tolerância.
Parágrafo único - Caberá às Delegacias Regionais do Trabalho, comprovada a
insalubridade, notificar as empresas, estipulando prazos para sua eliminação ou
neutralização, na forma deste artigo. Algumas situações são previstas pela NR n°6, quanto às obrigações dos
empregados, frente aos equipamentos de proteção individual: - Usá-los apenas para a
finalidade a que se destina; responsabilizar-se por sua guarda e conservação; não portá-los
para fora da área técnica e comunicar ao empregador qualquer alteração que o torne
impróprio para uso. A referida proteção é dada à cabeça, ao tronco, aos membros
superiores, aos membros inferiores, à pele e ao aparelho respiratório do indivíduo
(BRASIL, 2003).
11.1.2 Utilização
Antes de começar qualquer atividade, deve certificar-se de que todos os
materiais necessários estão disponíveis, em quantidade suficiente e em condições de
uso. Uma atividade não deve ser interrompida por falta de qualquer material, como uma
solução, ou por falta de um equipamento que pode estar sendo utilizado em outra
atividade por outro profissional (CARVALHO, 1999).
No mesmo sentido, Melo (2004) pontifica que "em primeiro lugar, e de
forma prioritária, a empresa deverá adotar medidas coletivas de prevenção dos riscos
ambientais e somente excepcionalmente e enquanto as medidas de proteção coletiva
estiverem sendo implantadas, para atender a situações de emergência, fornecerá os
EPI’s, cabendo-lhe adquirir os mais adequados ao risco que cada atividade exigir".
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Desse modo, conforme bem salienta Oliveira (2002), "em vez de segregar o
agente nocivo, segrega-se o trabalhador que tem os sentidos limitados pela utilização
incômoda dos equipamentos de proteção".
Todo empregado deve receber treinamentos admissional e periódicos, sendo
o admissional com carga mínima de 6 horas.
1. Informações sobre as condições e meio-ambiente de trabalho;
2. Riscos inerentes à sua função;
3. Uso adequado dos EPI’s;
4. Informações sobre os EPC’s
11.1.3 Equipamentos
De acordo com a LIFESPAN (2009) serão abordados alguns dos equipamentos
de proteção individual (Anexo I). Abaixo exemplos de EPI’s:
Proteção à cabeça:
- Protetores faciais destinados à proteção dos olhos e da face contra lesões
ocasionadas por partículas, respingos, vapores de produtos químicos e radiações luminosas
intensas;
- Óculos de segurança para trabalhos que possam causar ferimentos nos olhos,
provenientes de impacto de partículas;
- Óculos de segurança, contra respingos, para trabalhos que possam causar
irritação nos olhos e outras lesões decorrentes da ação de líquidos agressivos;
- Óculos de segurança para trabalhos que possam causar irritação nos olhos,
provenientes de poeiras e
- Óculos de segurança para trabalhos que possam causar irritação nos olhos e
outras lesões decorrentes da ação de radiações perigosas.
Proteção para os membros superiores:
- Luvas e/ou mangas de proteção e/ou cremes protetores devem ser usados em
trabalhos em que haja perigo de lesão provocada por:
a) materiais ou objetos escoriantes, abrasivos, cortantes ou perfurantes;
b) produtos químicos corrosivos, cáusticos, tóxicos, alergênicos, oleosos,
graxos, solventes orgânicos e derivados de petróleo;
c) materiais ou objetos aquecidos;
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d) choque elétrico;
e) radiações perigosas;
f) frio;
g) agentes biológicos.
Proteção para os membros inferiores:
a) calçados impermeáveis para trabalhos realizados em lugares úmidos,
lamacentos ou encharcados;
b) calçados impermeáveis e resistentes a agentes químicos agressivos;
c) calçados de proteção contra agentes biológicos agressivos e
d) calçados de proteção contra riscos de origem elétrica.
Proteção do tronco:
Aventais, capas e outras vestimentas especiais de proteção para trabalhos em
que haja perigo de lesões provocadas por:
a) riscos de origem radioativa;
b) riscos de origem biológica e
c) riscos de origem química.
Proteção da pele:
Cremes protetores – só poderão ser postos à venda ou utilizados como EPI,
mediante o Certificado de Aprovação (CA) do Ministério do Trabalho e Emprego.
Proteção respiratória:
Para exposição a agentes ambientais em concentrações prejudiciais à saúde do
trabalhador, de acordo com os limites estabelecidos na NR n15:
a) respiradores contra poeiras, para trabalhos que impliquem produção de
poeiras;
b) respiradores e máscaras de filtro químico para exposição a agentes químicos
prejudiciais à saúde;
c) aparelhos de isolamento (autônomo ou de adução de ar), para locais de
trabalho onde o teor de oxigênio seja inferior a 18% em volume.
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11.2 Coletivo
Equipamento de Proteção Coletiva – EPC é todo dispositivo, sistema, ou
meio, fixo ou móvel de abrangência coletiva, destinado a preservar a integridade física e
a saúde dos trabalhadores usuários e terceiros (EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO
COLETIVA, 2010).
11.2.1 Exemplos de EPC’s – Dispositivos e equipamentos:
Corrimão de escadas
Extintores de incêndio
Exaustores
Iluminação de emergência
Ventiladores pára-raios
Terramentos elétricos
Coifa de proteção de esmeril e serra circular
Piso antiderrapante
Sinalização de pedestre
Sinalização viária de circulação
Imitadores de contato em prensas
Isolamento de fontes de ruído e vibração
Isolamento de fontes de calor e frio
Isolamento de fontes de produtos tóxicos e radiações
11.2.2. Providências
Substituição de produtos tóxicos
Alteração de métodos
Redução do tempo de exposição
Treinamentos de condições especiais
Alterações nas instalações
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11.2.3 Eficiência
Os EPC’s eficientes são:
1) adequados ao risco
2) dependem o menos possível da ação humana
3) são resistentes
4) de fácil manutenção e limpeza
5) não criam outros tipos de risco
11.2.4 Importância
Os equipamentos de proteção coletiva - EPC’s, devido a sua importância na
proteção do trabalhador, devem ser inspecionados periodicamente, e sua implantação
deve ser acompanhada por um profissional da área de segurança do trabalho. Técnicos,
engenheiros ou médicos do trabalho (ZORING, 2008).
12. ACIDENTE DE TRABALHO
12.1Conceito:
Acidente do trabalho é o que ocorre pelo exercício do trabalho a serviço da
empresa, com o segurado empregado, trabalhador avulso, médico residente, bem como
com o segurado especial, no exercício de suas atividades, provocando lesão corporal ou
perturbação funcional que cause a morte, a perda ou redução, temporária ou
permanente, da capacidade para o trabalho. O acidente do trabalho será caracterizado
tecnicamente pela perícia médica do INSS, mediante a identificação do nexo entre o
trabalho e o agravo (GUIA TRABALHISTA, 2010).
Se procurarmos a resposta em um bom dicionário, encontraremos que
acidente é um acontecimento imprevisto, casual ou não, ou então, acontecimento infeliz
que resulta em ferimento, dano, estrago, prejuízo, avaria, ruína etc.
Segundo Chiavenato (1929), as definições de acidentes são muito variadas.
Um grupo de consultores da Organização Mundial da Saúde definiu acidente como “um
fato não premeditado do qual resulta dano considerável”.
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12.1.1. Agravo
Considera-se agravo para fins de caracterização técnica pela perícia médica
do INSS a lesão, doença, transtorno de saúde, distúrbio, disfunção ou síndrome de
evolução aguda, subaguda ou crônica, de natureza clínica ou subclínica, inclusive
morte, independentemente do tempo de latência. Reconhecidos pela perícia médica do
INSS a incapacidade para o trabalho e o nexo entre o trabalho e o agravo, serão devidas
as prestações acidentárias a que o beneficiário tenha direito, caso contrário, não serão
devidas as prestações (GUIA TRABALHISTA, 2010).
12.1.2 Garantias
O segurado que sofreu acidente de trabalho tem garantida, pelo prazo
mínimo de 12 meses, a manutenção do seu contrato de trabalho na empresa, após a
cessação do auxílio-doença acidentário, independentemente da percepção de auxílio-
acidente (GUIA TRABALHISTA, 2010).
Ainda existe uma comissão composta por representantes do empregador e
dos empregados, e tem como missão a preservação da saúde e da integridade física dos
trabalhadores e de todos aqueles que interagem com a empresa, denominada, CIPA.
Assim, as empresas privadas e públicas e os órgãos governamentais que possuam
empregados regidos pela Consolidação das Leis do Trabalho - CLT ficam obrigados a
organizar e manter em funcionamento, por estabelecimento, uma Comissão Interna de
Prevenção de Acidentes (CIPA, 2010).
12.2. CONCEITO LEGAL
Na nossa legislação, acidente do trabalho é definido pela Lei 8.213, de 24
de julho de 1991, artigo 19, que diz: Acidente do trabalho é o que ocorre pelo exercício
do trabalho a serviço da empresa, ou ainda, pelo exercício do trabalho dos segurados
especiais, provocando lesão corporal ou perturbação funcional que cause a morte, a
perda ou redução da capacidade para o trabalho, permanente ou temporária.
Logo, qualquer acidente que ocorrer com um trabalhador, estando ele a
serviço de uma empresa, é considerado acidente do trabalho. “Inclui-se ainda o acidente
ocorrido em qualquer situação em que o trabalhador esteja representando os interesses
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da empresa ou agindo em defesa de seu patrimônio; assim como aquele ocorrido no
trajeto da residência para o trabalho ou vice-versa” (BRASIL, 2006).
12.3. CONCEITO PREVENCIONISTA
O conceito de acidente do trabalho, numa visão prevencionista, é toda
ocorrência não programada, não desejada, que interrompe o andamento normal do
trabalho, podendo resultar em danos físicos e/ou funcionais, ou a morte do trabalhador
e/ou danos materiais e econômicos à empresa e ao meio ambiente.
O conceito legal difere do conceito prevencionista por apresentar uma
aplicação mais corretiva, voltada basicamente para as lesões ocorridas nos
colaboradores, enquanto o conceito prevencionista é mais amplo, voltado para
a.prevenção, e considera outros danos, além dos físicos. Do ponto de vista
prevencionista, quando uma ferramenta cai do alto de um andaime, por exemplo, esse
fato caracteriza um acidente, mesmo que ninguém seja atingido. E o que é mais
importante, na visão prevencionista, fatos como esses devem e podem ser evitados.
12.4 CLASSIFICAÇÃO
Os acidentes são classificados em três tipos e em diferentes situações:
12.4.1 Acidente típico
É considerado como um acontecimento súbito, violento e ocasional. O que
ocorre a serviço da empresa; no local e durante o horário de trabalho. De acordo com Chiavenato (1929, p. 125), os acidentes típicos do trabalho
classificam-se em: acidentes sem afastamento e acidentes com afastamento.
12.4.2 Acidentes sem afastamento
Para Chiavenato (ibidem), são aqueles em que, após o acidente, o empregado
continua trabalhando. No caso se a lesão se agravar, necessitando afastamento, o
acidente receberá nova designação, ou seja, será considerado acidente com afastamento,
e o período de afastamento será iniciado no dia em que se constatou o agravamento da
lesão.
25
12.4.3 Acidente com afastamento
“É aquele que pode resultar em incapacidade temporária, permanente
parcial, total permanente e morte” (CHIAVENATO, ibidem).
12.4.3.1 Incapacidade temporária
Para Chiavenato (ibidem) é a perda total da capacidade para o trabalho
durante o dia do acidente ou durante um período menor que um ano.
12.4.3.2 Incapacidade permanente parcial
De acordo com Chiavenato (ibidem) é a redução permanente e parcial da
capacidade para o trabalho, ocorrida no mesmo dia, ou que se prolongue por período
menor que um ano. A incapacidade permanente parcial é geralmente motivada por:
Perda de qualquer membro ou parte do mesmo;
Redução da função de qualquer membro ou parte do mesmo;
Perda da visão ou redução funcional de um olho;
Perda da audição ou redução funcional de um ouvido; e
Quaisquer outras lesões orgânicas, perturbações funcionais ou psíquicas
que resultem, na opinião do médico, em redução de menos de três quartos da
capacidade de trabalho.
12.4.3.3 Incapacidade total permanente
Ainda seguindo os princípios de Chiavenato (ibidem), essa incapacidade é
conceituada como a perda total, em caráter permanente, da capacidade de trabalho. A
incapacidade total permanente é geralmente motivada por:
Perda da visão de ambos os olhos;
Perda da visão de um olho com redução, em mais da metade, da visão do
outro;
Perda anatômica ou impotência funcional de mais de um membro em
suas parte essenciais (mão ou pé);
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Perda da visão de um olho, simultânea à perda anatômica ou impotência
funcional de uma das mãos ou de um pé;
Perda da audição de ambos os ouvidos ou, ainda, redução, em mais da
metade, de sua função;
Quaisquer outras lesões orgânicas, perturbações funcionais ou psíquicas,
permanentes, que ocasionem, sob opinião do médica, a perda de três quartos
ou mais da capacidade para o trabalho.
12.4.3.4 Morte
“Acidente de trabalho fatal é aquele que leva a óbito imediatamente após
sua ocorrência ou que venha a ocorrer posteriormente, a qualquer momento, em
ambiente hospitalar ou não, desde que a causa básica, intermediária ou imediata da
morte seja decorrente do acidente” (BRASIL, 2006).
Adiciona Brasil (2005) que o acidente ligado ao trabalho não contribui
apenas para a redução ou perda da capacidade do colaborador para o trabalho ou mesmo
apenas produz lesão que exija atenção médica para sua recuperação, pode contribuir
também, no trabalhador, uma incapacidade para a prestação de serviço e, em casos
extremos, a morte.
12.4.4 Acidente do trajeto ou percurso
Conforme Brasil (2005) é o acidente de trabalho que ocorre no percurso da
residência ou do local de refeição para o trabalho ou deste para aqueles, qualquer que
seja o meio de locomoção, inclusive veículo de propriedade do segurado. O trajeto
citado não há alteração ou interrupção por motivo pessoal, do percurso habitualmente
realizado pelo segurado e não há limite de prazo estipulado para que o segurado atinja o
local de residência, refeição ou do trabalho, deve ser observado o tempo necessário
compatível com a distância percorrida e o meio de locomoção utilizado.
“Nos períodos destinados à refeição ou ao descanso, ou por ocasião da
satisfação de outras necessidades fisiológicas, no local de trabalho ou durante este, o
empregado é considerado no exercício do trabalho” (BRASIL, 2005). Nesses casos, o
trabalhador está protegido pela legislação que dispõe sobre acidentes do trabalho.
27
Entretanto, se por interesse próprio, o trabalhador alterar ou interromper seu
percurso normal, uma ocorrência, nessas condições, deixa de caracterizar-se como
acidente do trabalho. Percurso normal é o caminho habitualmente seguido pelo
trabalhador, locomovendo-se a pé ou usando meio de transporte fornecido pela empresa,
condução própria ou transporte coletivo urbano.
12.4.5. Acidente fora do local e horário de trabalho
É considerado, também, um acidente do trabalho, quando o trabalhador
sofre algum acidente fora do local e horário de trabalho, no cumprimento de ordens ou
na realização de serviço da empresa. Se o trabalhador sofrer qualquer acidente, estando
em viagem a serviço da empresa, não importa o meio de condução utilizado, ainda que
seja de propriedade particular, estará amparado pela legislação que trata de acidentes do
trabalho.
Brasil (2005) acrescenta também como acidentes considerados fora do local
e/ou horário de trabalho, o acidente sofrido pelo segurado na prestação espontânea de
qualquer serviço à empresa para lhe evitar prejuízo ou proporcionar proveito, e em
viagem para estudo quando financiada por esta dentro de seus planos para melhorar
capacitação da mão-de-obra.
Quando expressamente constar do contrato de trabalho que o empregado
deverá participar de atividades esportivas no decurso da jornada de trabalho, o
infortúnio ocorrido durante estas atividades também será considerado como acidente do
trabalho.
12.5 CUSTOS DOS ACIDENTES
De acordo com Flippo (1980), as leis de remuneração dos trabalhadores
existem um custo imediato num acidente. Nesse caso, o colaborador custeia uma
porcentagem do valor total da folha de pagamento, a fim de cobrir a responsabilidade
financeira do empregador por serviços médicos e benefícios de compensação. O prêmio
de seguro, como é chamado esse custo mensal, é determinado através do risco da
empresa, em média estes prêmios custam cerca de um por cento do total da folha de
pagamento.
28
“O Seguro contra Acidentes do Trabalho evidentemente cobre apenas os gastos com despesas médicas e indenizações ao acidentado. As demais modalidades de seguro contra riscos fortuitos, como o fogo, por exemplo, propiciam à seguradora a fixação de taxas de acordo com o risco individual existe em cada empresa” (CHIAVENATO, 1929).
Segundo Brasil (2005), o custo total de um acidente é dado pela soma de
duas parcelas: uma refere-se ao custo direto (ou custo segurado) e a outra parcela refere-
se ao custo indireto (custo não segurado).
A Associação Brasileira de Normas Técnicas, na sua norma 18-R estabelece
que o custo direto do acidente seja o total das despesas decorrentes das obrigações para
com os empregados expostos aos riscos inerentes ao exercício do trabalho, como as
despesas com assistência médica e hospitalar aos acidentes e respectivas indenizações,
sejam estas diárias ou por incapacidade permanente. Em geral, estas despesas são
cobertas pelas companhias de seguro, como por exemplo, do recolhimento mensal feito
à Previdência Social, para pagamento do seguro contra acidentes do trabalho, visando a
garantir uma das modalidades de benefícios estabelecidos na legislação previdenciária.
O custo indireto do acidente do trabalho, segundo ABNT, inclui todas as
despesas de fabricação, despesas gerais, lucros cessantes e demais fatores cuja
incidência varia conforme a indústria.
O INPS considera como integrantes do custo indireto do acidente do
trabalho os seguintes itens: gastos do primeiro tratamento, despesas sociais, custo do
tempo perdido pela vítima, perda por diminuição do rendimento no retorno do
acidentado ao trabalho, perda pelo menor rendimento do trabalhador que substitui
temporariamente o acidentado, cálculo do tempo perdido pelos colegas de trabalho etc.
29
12.6 BENEFÍCIOS
BENEFÍCIOS BENEFICIÁRIOS CONDIÇÕES
P/ CONCESSÃO
DATA DE INÍCIO
DATA DA CESSAÇÃO VALOR
Auxílio-doença Acidentado do trabalho
afastamento do trabalho por incapacidade
laborativa temporária por
acidente do trabalho
16º dia de afastamento consecutivo
p/ empregado; e para os demais
segurados na data do
afastamento.
morte; concessão de
auxílio-acidente ou
aposentadoria; cessação da
incapacidade; alta médica;
volta ao trabalho.
91% do salário de benefício
Aposentadoria por invalidez
Acidentado do trabalho
afastamento do trabalho por
invalidez acidentária
no dia em que o auxílio-
doença teria início; ou no dia seguinte à cessação do
auxílio-doença
morte; concessão da
invalidez; volta ao trabalho.
100% do salário de benefício
Auxílio-acidente
Acidentado do trabalho
redução da capacidade
laborativa por lesão
acidentária
no dia seguinte à
cessação do auxílio-doença
concessão de aposentadoria;
óbito.
50% do salário de benfício
Pensão Dependentes do acidentado do
trabalho
morte por acidente do
trabalho
na data do óbito; ou na
data da entrada do
requerimento, quando
requerida após 30 dias
do óbito.
morte do dependente; cessação da qualidade de dependente.
100% do salário de benefício
30
13. DOENÇAS DECORRENTES DO TRABALHO
“Quando o ambiente de trabalho não é adequado às características e
funcionamento da máquina humana, colocando-a em situações penosas, o que se pode
observar é o surgimento de diferentes tipos de doenças” (CRUZ, 2007).
As doenças profissionais em nada se distinguem das outras doenças, salvo
pelo fato de terem a sua origem em fatores de risco existentes no local de trabalho.
Doenças do trabalho, segundo Brasil (2005), são aquelas decorrentes em
função de condições especiais em que o trabalho é realizado, ou seja, as doenças
causadas pelas condições do trabalho. Ambas são consideradas como acidentes do
trabalho, quando delas decorrer a incapacidade para o trabalho.
Muitos colaboradores já devem ter passado pela experiência de pegar uma
forte gripe, de colegas de trabalho, por contágio. Essa doença, embora possa ter sido
adquirida no ambiente de trabalho, não é considerada doença profissional nem do
trabalho, porque não é ocasionada pelos meios de produção.
Mas, se o trabalhador contrair uma doença por contaminação acidental, no
exercício de sua atividade, temos aí um caso equiparado a um acidente do trabalho. Por
exemplo, se um enfermeiro sofre um corte no braço ao quebrar um frasco contendo
sangue de um paciente aidético e, em conseqüência, é contaminado pelo vírus HIV, isso
é um acidente do trabalho.
Por outro lado, se um trabalhador perder a audição por ficar longo tempo
sem proteções auditivas adequada, submetidas ao excesso de ruído, gerado pelo trabalho
executado junto a uma grande prensa, isso caracteriza doença do trabalho. “Neste caso,
necessita-se comprovar a relação de causa e efeito entre o trabalho e a doença.”
(BRASIL, 2005).
Ou ainda, se um trabalhador adquire tenossinovite (inflamação dos tendões
e das articulações) por exercer atividades repetitivas, que solicitam sempre o mesmo
grupo de músculos, esse caso é considerado doença profissional. “A própria atividade
laborativa basta para comprovar a relação de causa e efeito entre o trabalho e a doença”
(BRASIL, 2005).
De acordo com Cruz (2007), as lesões por esforço repetitivo (LER) são
inflamações provocadas por atividades de trabalho que exigem movimentos manuais
repetitivos durante longo tempo, que atingem os músculos, tendões e nervos superiores.
As funções mais atingidas têm sido os datilógrafos, digitadores, telefonistas e
31
trabalhadores de linha de montagem. O formato do teclado, um apoio para os pulsos do
digitador ou um suporte para manter os pés firmes no chão, são fundamentais para o
conforto do operador.
Enfim, a lista das doenças profissionais e do trabalho é bastante extensa e
pode sofrer novas inclusões ou exclusões, à medida que forem mudando as relações
entre o homem e o trabalho.
13.1 Não são doenças
Segundo Brasil (2005) não são consideradas como doenças do trabalho:
A doença degenerativa = diabetes;
A inerente a grupo etário = o reumatismo;
A que não produza incapacidade laborativa = a miopia; e
A doença endêmica, a exemplo da malária, adquirida por segurados habitantes
de região onde ela se desenvolva, salvo se comprovado que resultou de
exposição ou contato direto determinado pela natureza do trabalho.
14. INVESTIGAÇÃO DOS ACIDENTES
Investigar um acidente é fazer a sua análise, após a sua ocorrência, com o
objetivo de descobrir as causas e tomar providências corretivas para evitar a repetição
de casos semelhantes.
A investigação de uma ocorrência de acidentes no trabalho deve ser
realizada com minuciosa avaliação, pois deles decorrem grandes perdas para as
empresas, para os trabalhadores e suas famílias, para a Previdência Social, e para a
sociedade, dificultando assim o desenvolvimento da riqueza nacional e a preservação da
saúde dos seus trabalhadores.
A primeira ação a ser tomada é de se conscientizar de não procurar achar um
culpado de imediato. Outro passo a ser tomado é colocar sobre avaliação alguns itens
que certamente ajudarão a coletar o máximo de informações possíveis como, por
exemplo:
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.Onde aconteceu?
.Quando aconteceu?
.Como aconteceu?
.Porque aconteceu?
.Com quem aconteceu?
Essas perguntas são um básico que darão ignição a todo um processo de análise.
Os elementos que devem ser coletados e identificados para que uma
investigação de acidente seja realmente completa, são muitos. Seja qual for o tamanho
da significância do acidente ele necessita ser identificado, fotografado, listado ou
marcado de alguma maneira, para que se chegue à conclusão real do porquê do
acontecido.
Deve-se criar um formulário para investigação do acidente contendo as
seguintes informações:
Informações de identificação: Nome, função, idade, local do acidente,
descrição da lesão, parecer do médico.
Informações sobre o atendimento: Primeiros socorros, hora do acidente,
descrição do acidente, e testemunhas.
Histórico de segurança: O funcionário teve treinamento? Já se envolveu
em um acidente antes? Outros funcionários se envolveram em acidente semelhante?
Usava Equipamento de proteção individual? Ouve outros acidentes no mesmo local?
Havia sinalização de segurança no local do acidente?
Análise do acidente: Atos inseguros, condições inseguras, fatores pessoas,
fatores do trabalho, tipo de acidente.
Elabore um diagrama de causa e efeito, para levantar as causas do acidente.
Cada causa levantada vai gerar uma ação a ser feita. Resolvendo as ações, as fontes
geradoras de acidentes de trabalho dentro da empresa vão diminuindo e o número de
acidentes vai cair dia após dia. Não esqueça de elaborar uma planilha com as
estatísticas de acidentes.
Lembrando que a investigação de acidente deve ser feita pela
CIPA, envolvendo o acidentado, as testemunhas, e a supervisão direta.
33
15. ESTATÍSTICA DE ACIDENTES DE TRABALHO NO BRASIL
De acordo com o Anuário Estatístico de Acidentes do Trabalho 2007,
publicação conjunta do Ministério da Previdência Social (MPS) e do Ministério do
Trabalho e Emprego (MTE), o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) registrou 653
mil acidentes de trabalho em 2007, 27,5% a mais que em 2006.
Do total, os acidentes típicos – decorrentes da atividade profissional –
representam 80,7% dos acidentes com CAT registrados. Os de trajeto – ocorridos entre
a residência e o local de trabalho, e vice-versa – respondem por 15,3% e, as doenças do
trabalho, por 4%. Queda de 8,2% dos acidentes causadores de incapacidade permanente
(de 9.203 para 8.504).
Somente em 2007 foram registradas 2,8 mil mortes por acidentes de
trabalho em todo o Brasil, são quase oito mortes diárias.
Em 2006, foram registrados 16,773 mil casos de dorsalgias. Em 2007, esse
número pulou para 50,706 mil casos registrados – aumento de 202%. As lesões do
ombro foram de 7,2 mil para 18,9 mil (aumento de 163%). Os casos de LER (lesões por
esforço repetitivo) aumentaram 126% (de 9,845 mil casos para 22,217 mil casos em
2007).
15.1 Como diminuir os acidentes de trabalho?
1 - Sinalizar toda a empresa.
2 - Empregados novos, usar capacete de cor diferente.
3 - Uma Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA) atuante.
4 - Campanhas de prevenção de acidentes.
5 - Kits de primeiros socorros.
6 - Realizações periódicas da Semana Interna de Acidentes no Trabalho
(SIPAT).
7 - Treinamentos da brigada de incêndio.
8 - Revisar extintores.
9 - Chaves de segurança.
10 - Treinamentos para prevenir acidentes.
11 - Apoio da direção e das chefias.
34
A segurança em qualquer atividade profissional é igual à segurança em
qualquer atividade humana. Consegue-se segurança seguindo determinados
procedimentos, como avaliar sempre os riscos, reduzir ao mínimo o nível de risco,
planejar métodos para evitar acidentes e suas conseqüências no ambiente de trabalho e
planejar métodos de atuação em caso de uma ocorrência real (COSTA, 2000).
O empregador pode solicitar a inspeção prévia do ambiente de trabalho
mediante requerimento a Delegacia Regional do Trabalho - DRT com fim de avaliar se
o ambiente oferece as condições mínimas de segurança e medicina do trabalho para o
seu pleno funcionamento, esse procedimento também é indicado quando um
estabelecimento já em funcionamento tenha sofrido modificações (SILVA et.al,
16. PRINCIPAIS CAUSAS DOS ACIDENTES E DOENÇAS DO TRABALHO
Todo acidente tem uma causa definida ou causas, por mais imprevisível que
pareça ser. Vale lembrar que os acidentes não escolhem hora nem lugar. Podem
acontecer em casa, no lazer, no ambiente de trabalho e nas inúmeras locomoções que
fazemos de um lado para o outro, para cumprir nossas obrigações diárias.
Flippo (1980) contrapõem ao dizer que na maioria, os estudiosos de
segurança estão convencidos de que os acidentes simplesmente não acontecem. Um
acidente é um incidente não planejado, isto é, o evento tem o potencial de levar a um
acidente ou dar origem a um acidente.
Os acidentes, em geral, são resultados de uma combinação de fatores, entre
eles, falhas humanas e falhas materiais. “A maior parte dos acidentes envolve atos
inseguros e condições inseguras, ambas geralmente resultantes de falhas humanas”
(CHIAVENATO, 1929, p. 130).
Ato inseguro é o ato praticado pelo indivíduo, contra as normas de
segurança, em geral, consciente do que está fazendo. São exemplos de atos inseguros:
subir em telhado sem cinto de segurança contra quedas, ligar tomada de aparelho
elétrico com as mãos molhadas, dirigir a alta velocidade, deixar de usar equipamento de
proteção individual, distrair-se ou conversar durante o serviço, fumar em área proibida,
lubrificar ou limpar máquina em movimento.
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Já a condição insegura é a condição do ambiente de trabalho que oferece
perigo e ou risco ao trabalhador. Chiavenato (1929) acrescenta definindo ser uma
condição física ou mecânica, existente no local, na máquina, no equipamento ou na
instalação (que poderia ter sido protegida ou corrigida) que leva à ocorrência do
acidente. São exemplos de condições inseguras: instalação elétrica com fios
desencapados, máquinas em estado precário de manutenção, andaime de obras de
construção civil feitos com materiais inadequados, piso escorregadio, oleoso, molhado,
com saliência ou buraco, iluminação imprópria e sem proteção.
Com a atuação da Segurança do Trabalho é possível reduzir os acidentes e
as doenças do trabalho, eliminando-se as condições inseguras e os atos inseguros. Na
verdade, todos os acidentes podem ser evitados se providências forem adotadas com
antecedência e de maneira compromissada e responsável.
Todavia, de acordo com Chiavenato (1929), existem outras causas
envolvendo o agente do acidente, o fator pessoal de insegurança etc. O agente é definido
como o objeto ou a substância diretamente relacionada com a lesão. Como por exemplo:
a prensa, a mesa, o martelo. A parte do agente é aquela que está relacionada com a
lesão. Como o volante da prensa, o pé da mesa, o cabo do martelo. O fator pessoal de
insegurança é qualquer característica, deficiência, ou alteração mental, psíquica ou
física – acidental ou permanente -, que permite o ato inseguro. São problemas como
visão defeituosa, fadiga ou intoxicação, problemas do lar, desconhecimento das normas
e regras de segurança. E por último, o tipo de acidente, que é a forma ou modo de
contato entre o agente do acidente e o acidentado.
Segundo estudos nacionais e internacionais informados por Brasil (2005), a
maioria dos acidentes e doenças decorrentes do trabalho ocorre, principalmente, por:
Falta de planejamento e gestão gerencial compromissada com o assunto;
Descumprimento da legislação;
Desconhecimento dos riscos existentes no local de trabalho;
Inexistência de orientação, ordem de serviço ou treinamento adequado;
Utilização de drogas no ambiente de trabalho;
Inexistência de avisos, ou sinalização sonora ou visual sobre os riscos;
Prática do improviso (jeitinho brasileiro) e pressa;
Utilização de máquinas, equipamentos e ferramentas gastas, ultrapassadas,
inadequadas ou defeituosas;
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Falta de boa ventilação ou exaustão de ar contaminado;
Existência de radiação prejudicial à saúde;
Presença de ruídos, vibrações, calor ou frio excessivo; e umidade excessiva ou
deficitária.
17. COMUNICAÇÃO DO ACIDENTE DE TRABALHO – CAT
A Comunicação de Acidente do Trabalho – CAT foi prevista inicialmente
na Lei nº 5.316/67, com todas as alterações ocorridas posteriormente até a Lei nº
9.032/95, regulamentada pelo Decreto nº 2.172/97.
A Lei nº 8.213/91 determina no seu artigo 22 que todo acidente do trabalho
ou doença profissional deverá ser comunicado pela empresa ao INSS, sob pena de multa
em caso de omissão.
A CAT junto ao INSS facilita e acelera o registro dos Acidentes de Trabalho
e das Doenças Ocupacionais, pelo Empregador, havendo ou não afastamento do
trabalho por parte do acidentado.
Após a execução das medidas de primeiros socorros e assistência ao
acidentado, toda empresa deverá comunicar o acidente do trabalho, através da CAT, à
Previdência Social até o primeiro dia útil seguinte ao da ocorrência. Caso contrário, o
trabalhador perderá seus direitos e a empresa deverá pagar multa. Caso a empresa não
notifique a Previdência Social sobre o acidente do trabalho, o próprio acidentado, seus
dependentes, o médico ou a autoridade que lhe prestou assistência ou o sindicato da sua
categoria podem encaminhar essa comunicação. Em caso de morte, é obrigatória a
comunicação à autoridade policial.
Cabe ressaltar a importância da comunicação, principalmente o completo e
exato preenchimento do formulário, tendo em vista as informações nele contidas, não
apenas do ponto de vista previdenciário, estatístico e epidemiológico, mas também
trabalhista e social.
De acordo com Flippo (1980), a fim de que a administração possa tornar-se
consciente do progresso ou falta de progresso no campo de prevenção aos acidentes, é
importante estabelecer algum tipo de mediação. Se a mesma medida for usada por
outras empresas, é possível determinar se uma empresa é ou não competitiva com outras
na indústria. As duas medidas de freqüência e gravidade estabelecidas pelo Conselho
Nacional de Segurança são amplamente reconhecidas e seguidas pelas empresas.
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18. ATUAÇÃO DO ADMINISTRADOR
Segundo Aquino (1980) a administração de RH atua em um ponto de
equilíbrio, de um lado, estimulando os empregados a alcançarem as metas de trabalho e,
de outro, voltada para dar-lhes condições satisfatórias de desempenho, procurando
atendê-lo em suas necessidades materiais e psicológicas.
Juntamente com o profissional de segurança ele estar encarregado de definir
e programar as políticas empresariais de saúde e segurança no trabalho.
Quando um acidente ocorre, tendo assim falhado a prevenção, a
administração deve aproveitar a oportunidade para tomar lições deste engano. O
acidente deve ser estudado em todos os seus aspectos: o homem, o trabalho em que o
acidente ocorreu, as ferramentas e o equipamento envolvido, a ação particular, o
departamento em que o caso teve lugar e a maneira e o porquê o empregado foi
acidentado.
19. DIFICULDADES ENCONTRADAS NA IMPLANTAÇÃO DA HIGIENE
SEGURANÇA NO TRABALHO.
Baseado no estudo de caso e nas experiências vivenciadas tanto em
empresas como nas escolas da prefeitura, podemos observar que as barreiras para a
execução desses procedimentos se dão através de alguns fatores;
Hábitos; É complicado retirar ou modificar o costume de um indivíduo,
inclusive quando ele exerce uma função há muito tempo e têm como correto o
trabalho que ele faz.
Falta de instrução; Na grande maioria a falta de conhecimentos da importância
de se ter uma boa higiene e utilizar determinados equipamentos de segurança
fazem com que o indivíduo rejeite essas medidas de prevenção.
Estética; Algumas pessoas não aceitam utilizar os EPI´S ou as práticas de
higiene com receio de não estarem tão atraentes ou de modificarem o seu visual.
Preguiça; Na rotina do dia-a-dia o funcionário esquece ou sente preguiça de
utilizar os equipamentos de segurança ou de realizar as práticas de higiene por
tomarem uma parte de seu tempo.
Custos; Alguns administradores não implantam essas medidas por terem um
custo elevado e um lucro demorado.
38
20. BIBLIOGRAFIA:
AQUINO, Cléber Pinheiro De. Administração de recursos humanos: uma introdução. São Paulo: Atlas, 1980. BRASIL, Luiz Augusto Damasceno (org.). Dicas de Prevenção de Acidentes e Doenças no Trabalho: SESI – SEBRAE Saúde e Segurança no Trabalho: Micro e Pequenas Empresas. Brasília: Serviço Social da Indústria – Departamento Nacional, 2005. 68 p. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. Notificação de acidentes do trabalho fatais, graves e com crianças e adolescentes. – Brasília: Editora do Ministério da Saúde, 2006. CARVALHO, P. R. Boas práticas químicas em biossegurança. Rio de Janeiro: Interciência,1999. CLT – Consolidação das Leis de Trabalho / Capítulo V – da segurança e medicina do trabalho / Seção IV - do equipamento de proteção individual. CHIAVENATO, Idalberto. Administração de recursos humanos. 2.ed. São Paulo: Atlas, 1929. ______. Gestão de Pessoas: o novo papel dos recursos humanos nas organizações. Rio de Janeiro: Campus, 1999. COSTA, M. A. F. Qualidade em biossegurança. Rio de Janeiro: Qualitymark, 2000. FLIPPO. Edwin B. Princípios de administração de pessoal. 2.ed. São Paulo: Atlas, 1980. LIMA, H. L. M; MONTEIRO, L. F. M. SOUZA, M. J. de; A importância da saúde e segurança no trabalho nos processos logísticos. Sp: Bauru, 2005. MELO, Raimundo Simão de. Direito ambiental do trabalho e a saúde do trabalhador: responsabilidades legais, dano material, dano estético. São Paulo: LTr, 2004. MIRANDA, C.R. Introdução à saúde no trabalho. São Paulo:Ed. Atheneu,1998.
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40
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ANEXO I:
FINALIDADE RISCO EPI
Proteção para crânio.
Impactos, perfurações, choque elétrico, cabelos arrancados.
Capacete de segurança.
Proteção visual e facial.
Impactos de partículas sólidas quentes ou frias, de substâncias nocivas (poeiras, líquidos, vapores e gases irritantes), de radiações (infravermelho, ultravioleta e calor).
Óculos de segurança (para soldadores, torneiros, esmeriladores, operadores de politriz e outros).
Protetores faciais (contra a ação de borrifos, impacto e calor radiante).
Máscaras e escudos para soldadores Proteção respiratória.
Deficiência de oxigênio, contaminantes tóxicos (gasosos e partículas).
Respiradores com filtro mecânico (oferecem proteção contra partículas suspensas no ar, incluindo poeiras, neblinas, vapores metálicos e fumos).
Respiradores com filtros químicos (dão proteção contra concentrações leves, até 0,2% por volume, de certos gases ácidos e alcalinos, de vapores orgânicos e vapores de mercúrio).
Respiradores com filtros combinados (são usados em trabalhos tais como pintura a pistola e aplicação de inseticidadas).
Equipamentos de provisão de ar (ou linhas de ar).
Equipamentos portáteis autônomos (de oxigênio e de ar comprimido).
Proteção auricular O ruído é um elemento de ataque individual que se acumula, produzindo efeitos psicológicos e, posteriormente, fisiológicos, na sua maioria irreversíveis. Por isso, quando a intensidade de ruído pode ser prejudicial, deve-se fazer o possível para eliminá-lo ou reduzi-lo por meio de um controle da fonte ou do meio. Quando todos os métodos de controle falharam, o último dos recursos é dotar o indivíduo exposto de um equipamento de proteção auricular.
Protetores de inserção, que podem ser: descartáveis ou não-descartáveis (ambos moldados ou moldáveis).
Protetores externos (circum-auriculares), também conhecidos como orelheiras ou tipo-concha.
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Proteção de tronco
Projeção de partículas; golpes ligeiros; calor radiante, chamas; respingos de ácidos, abrasão; substâncias que penetram na pele, umidade excessiva.
Aventais de couro - Vaqueta e Raspa (para trabalhos de soldagem elétrica, oxiacetilênica e corte a quente, e, também são indicados para o manuseio de chapas com rebarbas).
Aventais de PVC (para trabalhos pesados, onde haja manuseio de peças úmidas ou risco de respingos de produtos químicos).
Aventais de amianto (para trabalhos onde o calor é excessivo).
Jaquetas (para trabalhos de soldagem em particular, soldagens em altas temperaturas, trabalhos em fornos, combate a incêndios).
Proteção de membros superiores
Golpes, cortes, abrasão, substâncias químicas, choque elétrico, radiações ionizantes.
Luvas de couro - Vaqueta e Raspa (para serviços gerais de fundição, cerâmicas e funilarias, usinagem mecânica, montagem de motores, usinagem a frio, manuseio de materiais quentes até 60ºC, carga e descarga de materiais, manuseio e transporte de chapas).
Luvas de borracha (para eletricistas e para trabalho com produtos químicos em geral, exceto solventes e óleos, serviços de galvanoplastia, serviços úmidos em geral).
Luvas de neoprene (empregadas em serviços que envolvem uso de óleo, graxas, gorduras, solventes, petróleo e derivados, inspeções em tanques contendo ácidos, serviços de galvanoplastia).
Luvas de PVC (para trabalhos com líquidos ou produtos químicos que exijam melhor aderência no manuseio, lavagem de peças em corrosivos, manuseio de ácidos, óleos e graxas/gorduras, serviços de galvanoplastia).
Luvas de hexanol (empregadas em serviço com solventes, manuseio de peças molhadas - hexanol - corrugado, em serviços que envolvem uso do petróleo e derivados).
Luvas de tecidos (de lona, de lona flanelada, de grafatex, de feltro, de lã, de amianto, de malha metálica).
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Proteção dos membros inferiores.
Cortes por superfícies cortantes e abrasivas, substâncias químicas, cinzas quentes, frio, gelo, perigos elétricos, impacto de objetos pesados, superfícies quentes, umidade
Sapatos (com biqueira de aço; condutores; anti-fagulhas; isolantes; para fundição).
Guarda-pés (são recomendados para trabalhos em fundições, forjas, fábricas de papel, serralherias, fábricas de gelo).
Botas de borracha (e outros materiais similares).
Perneiras (de raspa de couro, são usadas pelos soldadores e fundidores, sendo as mais longas, são utilizadas em trabalhos com produtos químicos, líquidos ou corrosivos).
Proteção coletiva. Equipamentos de proteção coletiva são aqueles que neutralizam a fonte do risco no lugar em que ele se manifesta, dispensando o trabalhador do uso de equipamento de proteção individual.
Os protetores dos pontos de operação em serras, em furadeiras, em prensas, os sistemas de isolamento de operações ruidosas, os exaustores de poeiras, vapores e gases nocivos, os dispositivos de proteção em escadas, em corredores, em guindastes, em esteiras transportadoras são exemplos de proteções coletivas que devem ser mantidas nas condições que as técnicas de segurança estabelecem e que devem ser reparadas sempre que apresentarem uma deficiência qualquer.