seguidores de prometeu o cavaleiro mortal

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1 Universo novo olimpo De: C C r r i i s s t t i i a a n n C C a a r r d d o o s s o o M M . . Seguidores de prometeu Saga: O CAVALEIRO MORTAL

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Page 1: Seguidores de prometeu   o cavaleiro mortal

1

UUnniivveerrssoo nnoovvoo oolliimmppoo

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CCrriissttiiaann CCaarrddoossoo MM..

Seguidores de

prometeu

Saga:

O CAVALEIRO MORTAL

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“Porque é esta a maneira de o mito existir: variando.” – Ruth Guimarães, Dicionário da Mitologia Grega.

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Prólogo

- Senhorita... Temos de ir mais rápido, tente dar um pouco de

energia a mais aos cavalos. – disse Rafael Marques, montado em

um cavalo negro que tinha as patas pegando fogo.

- È impossível – disse Hestia, montada em um cavalo um pouco

mais a frente dele, fraca cuspindo sangue.

De repente, Hestia, percebeu que não iria mais aguentar o ritimo,

mal conseguiria levar os cavalos mais o Rafael, seu cavaleiro, até

o Monto olimpo, que naquele momento era o único local seguro.

Sentiu dor em suas costelas quebradas espalhar-se, logo percebeu

que parar os cavalos e esperar o inimigo era a sua única opção, os

cavalos foram parando lentamente; a visão dela estava embaçada,

mas era possível ver que eles estavam troteando lentamente. Isso

significava que o homem de cabelos brancos, que usava um

manto com um símbolo do que parecia ser um duplo infinito

estaria chegando daqui a pouco tempo, o tal homem tinha força o

suficiente para matar Hestia, se não fosse o seu cavaleiro que a

salvou no momento exato derrubando o homem, e a pondo em

cima de um cavalo as pressas, mas Hestia não temia por ela, e

sim pelo outros olimpianos, que iriam receber um ataque surpresa

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e pelos humanos que teriam cidades devastadas, porque sabia

muito bem que poucas eram armas que teriam o poder de matar

um deus. Hestia nunca havia visto esse homem no olimpo, logo

não podia ser um deus olimpiano e os titãs estavam aprisionados,

logo não poderiam ter tido filho algum, então quem, ou melhor, o

que era esse homem? Humano com certeza não era.

Hestia viu o seu cavaleiro saltando de seu cavalo e gritando algo

para ela, porem não podia ouvir o que dizia apenas ouvia

zumbidos, tentou concentrar-se no que ele falava, primeiro podia

ouvir tudo o que estava ah 100 km de distancia, depois

concentrar-se no que ele dizia.

- Corra o mais rápido que puder eu o seguro por um tempo, vá! –

disse Rafael sentindo o desespero em sua própria voz.

Hestia estava prestes a protestar quando viu o homem correndo

em uma velocidade incrível, ele freou quando chegou perto de

Rafael que já estava com sua espada em punho. Hestia decidiu

não deixar que aquele honrado sacrifício fosse em vão; Saiu

galopando em seu cavalo faltava pouco para chegar ao Olimpo,

apenas teria de gastar suas ultimas energias galopando com seu

cavalo até dentro do monte olimpo. Sua visão estava voltando ao

normal, mas isso não iria importar muito algo fez com que seu

cavalo caísse, fazendo com que ela caísse cinco metros do

garanhão, quando avistou o cavalo, ele estava com uma de suas

pernas quebradas gruindo de dor.

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O homem estava se aproximando com um de seus braços

ensanguentados, Mas era possível ver que não havia corte algum

quando Hestia viu aquilo sentiu-se tão culpada por ter deixado

Rafael tentar lidar com aquele homem sozinho.

- Olá Senhorita Hestia – disse o homem ao chegar, o cavalo gruía

alto de dor – animal irritante – o homem estalou os dedos e no

momento seguinte o cavalo estava com sua perna interia

novamente, porem inconsciente, Hestia sabia que ele estava vivo

somente por ouvir sua respiração que estava estável. – o que eu ia

dizendo? Ah me lembrei. Sou Marco Antonio, um dos seguidores

de Prometeu, é um prazer conhecê-la mesmo que nestas

condições.

- Você é um olímpico? – perguntou Hestia tossindo sangue.

- De jeito algum – negou ele – Sou um Seguidor de Prometeu,

nós somos filhos de Tártaro, como os olímpicos criaram os

malditos Bellators, Tártaro nos criou só que nós temos cerca de

70% do sangue dele e 30 do sangue humano, assim nos somos

Deuses.

- Porque me conta tudo isso? – Perguntou Hestia mesmo temendo

a resposta.

- Por quê? Porque você precisa saber disso, você vira comigo e

nos ajudará no nosso grande propósito.

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Alguns instantes depois, Hestia Recebeu uma forte pancada que

Marco deu na sua cabeça, mas antes de ficar inconsciente, ela viu

alguém, que ela sabia que não poderia estar ali.

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PARTE UM

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1 O começo de algo novo

Marcelo Castro Olha a lua daquela noite de dezembro, faltando três dias para o natal, Marcelo Castro gostava do natal, “era uma boa noite”, pensava. Começou a andar pelo parque em direção a sua casa durante a noite, enquanto passava tranquilamente pelo parque escuro, viu que já marcavam duas horas em seu relógio, precisava se apressar para chegar em casa logo ou sua mãe ficaria muito nervosa. Andava apressadamente pela praça, estava um breu, pois as luzes dos postes eram bloqueadas pelas arvores que, apesar de não serem muitas, não eram muito altas, sendo o suficiente para bloquear a maioria das luzes. Logo ouviu um som de galhos se quebrando, e gritos de uma garota ecoando pelo parque e como que por instinto, correu para trás de uma arvore. Marcelo deu uma espiadela, viu que o barulho vinha de um homem de costas, alto, de ombros largos, cabelos ruivos, vestes negras longas, que tinham um símbolo, percebeu que em sua mão havia algo brilhante, um punhal, de brilho prateado.

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“Ele tem uma arma e eu não tenho nada. Devo correr e ligar para policia.”.

Marcelo parou de espiar, todo o seu corpo dizia para ele sair dali correndo e procurar ajuda, mesmo assim Marcelo permaneceu imóvel ouvindo sons de briga. Ele não podia, ou melhor, não conseguia ficar ali parado ouvindo alguns grunhidos de medo sem fazer nada.

- Hei! – diz chamando o homem. – Não seria um pouco tarde para um passeio?

Quando saiu da proteção da arvore, viu a pequena garota deitada, apoiada em seus cotovelos, com um corte no braço segurando um galho grande para poder se defender. O homem se virou e veio um súbito desejo em Marcelo de que aquele homem não tivesse feito isso, pois estava sangrando um corte do canto de sua bochecha até sua têmpora e seus olhos brilhavam transparecendo malicia e raiva.

- Não acho que seja tão tarde. – sua voz era fria.

- Não acha? Acho que os policiais não irão gostar nada disso quando chegarem. – falou Marcelo deixando seu celular a mostra.

- Você tem coragem para um mortal. Me diga então qual o seu nome?

Marcelo não conseguia ter muitas ideias do que fazer ali e também não entendia o porquê do homem chama-lo de “mortal”.

- Que rude de sua parte, tu deve primeiro dizer o teu. – falou Marcelo.

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A guria já estava se levantando, parecendo querer correr, mas mal se aguentava em pé, era realmente pequena, com cabelos negros que caiam em seus olhos castanhos, jaqueta, calça jeans e botas pretas, com uma camisa branca.

- Eu gostei de você. Eu tenho milhares de nomes, mas me chame de Jonathan, e agora por educação diga o seu?

- O meu nome é Marcelo. E o que você faz aqui Jonathan? Como já disse não creio ser esta a hora mais propicia a um passeio noturno. – disse Marcelo tentando prolongar a conversa.

- Infelizmente não posso continuar com a conversa – disse o homem olhando para a garota de soslaio. – vá para casa, aqui não é lugar para alguém como você. Outro dia nos vemos e guarde meu nome. – ele virou-se para a guria, desta vez ele não tinha nenhuma atenção sobre Marcelo.

“Se eu derrubá-lo logo não será possível que ele consiga me alcançar e como bônus: vou poder salvar a garota”.

Então, Marcelo pegou uma pedra grande, enquanto Jonathan se aproximava da guria e a erguia no ar com apenas uma mão. Foi ai que Marcelo viu uma oportunidade de atacá-lo, mirou na cabeça dele e atirou a pedra com o máximo de força que conseguiu, acertando na orelha de Jonathan, que caiu devido à força e velocidade com que fora atingido. Percebendo o homem caído no chão, agora sangrando, Marcelo e a guria trocaram olhares e saem dali, ela não conseguia correr, Marcelo sem esperar suas palavras, levantou-a facilmente, correu carregando-a alguns metros até alcançarem a rua, onde ele pôs no chão.

- Quem é você? – ele pergunta.

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- Eu sou Clarissa e tu? – perguntou ela de volta.

- Já falei, sou Marcelo, vamos conversar andando? Ele pode acordar a qualquer momento. – disse Marcelo em pânico.

Os dois andaram em silencio por alguns instantes.

- Obrigado por me ajudar lá atrás – ela disse – o que tu faz acordado à uma hora destas andando pela ¹ Redenção? – perguntou ela quebrando o silencio.

- Nada de interessante, o dia tava ruim, então resolvi sair de casa, fazer um Parkour, mas passei um tempo mais longo do que eu planejei na rua. E tu?

- Nada demais, só andando sem rumo. – eles ouviram um barulho dentro do parque – vamos andar mais rápido? Tipo, eu me apoio em ti.

- Certo, vamos andar mais rápido. – ela se apoiou no braço dele, ele coçou o cabelo rapidamente – Isso já aconteceu antes? Quero dizer, um cara com uma faca no meio da noite tentando te matar?

– Sim, todos os sábados, mas normalmente são dois, trás mais adrenalina.

Ele riu rapidamente.

- Quantos anos tu tem? – perguntou Marcelo.

- Quinze anos e tu? – perguntou ela.

- Eu tenho a mesma idade.

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Ele olhou para ela por um segundo e logo se lembrou de que deveria estar em casa. Então diz:

- Eu tenho que voltar para casa se não minha mãe me mata.

- Ok. – disse ela. – Eu vou pro Pronto Socorro sozinha é ali nem se preocupe. – disse ela apontando pro outro lado da rua.

- Tá, eu te deixo ali e depois vou pra casa pode ser?

- Tudo bem. – disse ela dando de ombros.

Andam em silencio até o hospital e quando chegaram ali, Marcelo já estava pronto para sair a não ser por ele querer vê-la depois, um dia quem sabe.

- Eu ligo pra ti amanha me passa o teu numero.

-Tá. – disse ela.

Após trocarem telefones, os dois se despedem, Marcelo anda em direção ao seu prédio que fica apoucas quadras dali. Marcelo enquanto andava até sua casa, não parava de pensar no porque do ataque do homem a guria “ele devia ser de alguma seita”, pensou. Chegou até o portão de seu condomínio, ficou olhando como era cheio de plantas, com o barulho de grilos, que o irritavam muito. Chegou até seu prédio, puxou a chave, abriu a porta, subiu as escadas rapidamente até seu apartamento no terceiro andar. Pegou sua chave abriu a porta e entrou em sua casa, o lugar estava todo escuro, ligou a luz, estava como sempre. O seu sofá preto encostado na parede vermelha, os quadros que seu pai havia pintado pendurados nas paredes, a TV de tela plana desligada.

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Todos deveriam estar dormindo pelo silêncio, deduziu, foi até a cozinha preparar um sanduíche de queijo para comer, foi para o quarto, comeu o sanduiche, deitou-se na cama e logo adormeceu.

Quando acordou sua mãe, já estava levantando-se e saindo, para fazer as compras de natal Ela murmura um “tchau” antes de sair.

Marcelo sinceramente não estava ansioso para o natal, afinal seria só uma noite normal como qualquer outra, a única diferença seriam os presentes, a não ser pelo fato de ter de ficar arrumado o dia inteiro e pessoas que ele raramente via perguntando coisas, tais como: “E as namoradas?” ou “Como está o colégio?”. Ele foi até seu quarto e procurou um de seus livros para ler, já que essa era, de fato, a sua única paixão, e a musica claro, começou a ler “O estrangeiro”, de Albert Camus. Mas foi interrompido quando ouviu o som de seu telefone ecoando pelo apartamento, vai até ele e o atende.

- Alô. – diz ele.

- Alô – Diz a voz do outro lado da linha. – eu queria encomendar um bolo de chocolate.

- Daniel, você deveria ligar para uma padaria e não para mim. – responde para o rapaz que ligara para ele.

- O que? Tu não faz bolos? Eu sonhei que você estava produzindo bolos aqui ao lado de casa. – diz Dan.

- puta merda, cara, você realmente me ligou pra isso?

- obvio que sim. – afirmou Dan. – ou você achou que eu te ligaria para ouvir sua voz angelical no telefone?

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Este era Daniel, um grande amigo de Marcelo. Os dois se conheciam há muito tempo, tanto que ele nem lembrava mais de quando aquilo aconteceu, mas a primeira lembrança que lhe vinha à mente era a de os dois estarem sentados, cada um em um tronco de uma árvore, conversando sobre algo que ninguém sabe. Marcelo conhecendo ele há tanto tempo já havia se acostumado com os comentários estranhos de Daniel e seu temperamento que geralmente afastava as pessoas, menos Marcelo que achava quase sempre engraçado.

- alguém já disse pra ti que tu é completamente louco? Se ninguém te disse eu digo agora “Você é completamente louco”. – ele diz para Dan.

Em outros dias Marcelo conseguiria dar outro clima a conversa, hoje não.

– Sim, disso eu já sabia.

- O.K. Vou sair daqui a pouco de casa. – anunciou Marcelo.

- E daí? Você está me convidando para um encontro? Se for isso você tem que declarar suas intenções, meu caro. Eu sou de família sabia?

- Apenas vamos para praça O.K? – disse Marcelo o reprendendo.

- Tá certo. – murmurou Dan.

Marcelo desligou o telefone, arrumou o cabelo e saiu de casa. Desceu as escadas rapidamente e saiu do prédio. Olhou o condomínio à volta com todos os prédios banhados pelo sol de verão, vê em seu relógio o horário: dez horas e se dirige até a

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praça, quase vazia, se senta em um banco, onde fica meio desajeitado, com uma de suas pernas em cima do banco e a outra no chão, pôs seus fones de ouvido e os ligou no volume máximo. Ficou olhando para a quadra de futebol que ficava a sua frente enquanto pensava nos acontecimentos da noite anterior.

* * * * *

- Por que não vai dar uma corrida ou coisa assim? – sugeriu Rafael Marques a filha na manhã de Domingo. Ele coçou os pelos grisalhos eriçados que saíam em tufos perto do colarinho da camiseta.

Vitoria Marques fez uma careta.

- Não – disse ela e Tomou um gole do chá. – Vou ficar aqui e ver TV. Sempre tem algo de interessante passando na 2Warner. – ela apanhou o controle de cima do braço do sofá, e zapeou alguns canais até chagar a Warner – como eu disse ai esta 3Smallvile.

Vitoria simplesmente amava Smallvile, mesmo que já tivesse acabado, adorava o Clark Kent, o futuro super-homem.

- Tudo bem. Eu vou tomar um banho para ir para o trabalho. – Disse o pai à filha.

Vitoria continuou a frente da televisão seu cachorro veio e deitou a sua cabeça no colo dela, Vitoria o acariciou.

- Cachorros tem tédio? – perguntou ao cachorro que ficou mordiscando algo.

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Ela decidiu ir comer algo já que não tinha nada para fazer. Pos uma daquelas massas instantâneas no micro-ondas, derreteu queijo em uma panela no fogão, esquentou um guisado que tinha sobrado da janta do dia anterior. Enquanto comia seu pai saiu do banheiro com a toalha amarrada na cintura, Vitoria o observou, ela simplesmente não entendia como seu pai podia ter tantas cicatrizes espalhadas pelo corpo, algumas eram muito grandes ele dizia que era por jogar muitos esportes perigosos quando jovem, Vitoria não acreditava nisso de jeito algum, afinal qual esporte poderia dar inúmeras cicatrizes pelo corpo.

Uso a jaqueta de couro ou não? – disse seu pai aparecendo na frente dela usando uma camisa azul marinho e uma calça jeans branca.

- Qual delas? A marrom ou a preta? – perguntou ela.

- Marrom. – disse ele.

- Então não. – disse Vitoria.

Rafael entrou no quarto, ficou dentro dele um tempinho e quando saiu disse.

- Tá eu vou trabalhar, limpa tudo ai.

- Hoje é véspera de natal e um domingo, você trabalha hoje também? – perguntou vitoria.

Ficaram alguns instantes em silencio.

- Ouve uma emergência. – disse ele.

- Tudo bem, vai. – disse ela.

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Vitoria não sabia no que o seu pai trabalhava, mas sabia que era algo importante, porque sempre que ela perguntava algo sobre isso ele se esquivava. Hoje ela decidiu ir atrás dele, afinal qual o jeito melhor de se anular o tédio do que uma perseguição. Vitoria correu até seu quarto, pos uma touca rosa deu uma ultima olhada no espelho. Seus cabelos ruivos estavam até os ombros como sempre, seus olhos verdes atrás dos óculos pareciam azuis hoje, ele começou analisar seu visual para uma perseguição, usava uma camisa cinza, um Casaqueto preto, (para aqueles que não sabem o que é um “casaqueto”, ele é tipo um blazer só que um pouco mais curto.), um jeans preto, um All Star preto e branco. Teve de admitir que não era o visual ideal.

Vitoria sabia que o elevador demorava muito para chegar ao térreo, então não tinha muita pressa, saiu de casa e desceu as escadas, tinha cerca de dois minutos para pular dentro do porta-malas, Vitoria já havia feito uma chave extra há alguns uns meses atrás, abriu o porta-malas, entrou ali dentro e o fechou.

Ela ficou um tempo ali dentro ouvindo apenas o som de sua respiração, até que ouviu o bater de portas, o motor sendo ligado e o radio tocando musicas dos anos noventa.

A viagem durou cerca de uma hora até o carro parar, ouviu o barulho da porta abrindo e se fechando novamente, esperou algum tempo e abriu o porta-malas com alguns truques que havia aprendido olhando vídeos no YouTube. Quando saiu do porta-malas estava em frente a uma velha casa de dois andares e de um longo gramado. Viu o pai entrando na casa, correu para segui-lo, adentrou o gramado que não parecia ser cortado há bastante tempo. Entrou na casa, percebeu a falta de moveis na casa, havia

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também pó para todo lado com certeza não tinha moradores há anos. Era possível escutar o ranger da madeira onde se passava. O casarão era mal iluminado, então resolveu pegar a luz de seu celular para iluminar o caminho, sentiu alguma coisa pegando no seu braço com força, ela se virou rapidamente.

- O que você esta fazendo aqui? – perguntou o pai dela, ele parecia realmente assustado por ela estar lá.

- O que você esta fazendo aqui? – ela retrucou a pergunta sabendo que estava muito ferrada.

- Droga! Você estava me seguindo, não é?

- Talvez – disse ela.

- Tome isso – disse ele puxando um revolver dourado com alguns detalhes pretos. – e saia daqui.

Ela estava um pouco chocada demais, o seu próprio pai estava lhe entregando um revolver, isto com certeza desfez a sua imagem do pai superprotetor que não a deixou ir para uma festa até os seus quatorze anos.

- Hã? – disse ela.

- Me ouça bem, Talvez eu te explique um dia o que aconteceu aqui, mas agora o que eu quero que você faça é que vá até a casa de sua mãe e diga o que aconteceu. Vá agora.

Vitoria saiu correndo em direção a porta, mas alguma coisa a fez cair no chão e seu pai voou até a parede.

- Vitoria corre! – gritou seu pai dando tiros em algo que se movia muito rapidamente.

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Vitoria seguiu a ordens de seu pai, ou pelo menos tentou, porque quando estava chegando à porta foi ataca por algo, uma mulher ou pelo menos parecia uma, que a fez voar até uma das paredes batendo a cabeça com força, viu tudo um pouco desfocado, por um momento ouviu apenas os tiros, mas logo acabou perdendo a consciência.

* * * * *

Marcelo Castro foi interrompido por um estrondo alto de carros se chocando na rua ao lado da praça, com o susto acaba se levantando rapidamente, indo até a rua para ver o que havia acontecido. Várias pessoas estavam correndo para o local. Chegando, vê Daniel puxando uma pessoa de dentro de um dos carros. Marcelo correu para ajudar, mesmo sabendo que não poderia fazer muita coisa. Ouvia várias pessoas murmurando e falando alto, ligando para ambulâncias, bombeiros, policiais, etc.; enquanto corria, chegou até o seu amigo, ajudando-o a puxar a pessoa pelo braço.

Ele tira um homem alto cheio de cortes, com a ambulância chegando instantaneamente. Daniel o puxou e deitou-o cuidadosamente no chão deixando o homem aos cuidados dos paramédicos da ambulância para então saírem dali, pois já havia chego na rua também um carro do corpo de bombeiros.

- E aí, você sabia que quando acontecem acidentes é recomendado que usemos o pequeno aparelho no seu bolso

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chamado: telefone e ligar para os bombeiros ou para a ambulância? – perguntou Dan.

- Tanto faz... – Marcelo disse bocejando – Dan, o que você queria falar comigo?

- Por que você acha que liguei para você para falar algo? E não diga “porque é um telefone”.

- Você me liga às dez da manhã de um domingo nas férias e eu acho que não é para pedir pão ou passar um trote.

- Eu queria um bolo. – corrigiu – o que eu vou te contar vai te deixar bastante surpreso.

Marcelo revirou os olhos.

- Duvido que você consiga me deixar surpreso esta semana. – zombou Marcelo.

- Aposto quinze reais que você esta errado.

- Tudo bem. – concordou Marcelo.

Dan para, olhando para ele e indica um caminho até dois bancos azuis escondidos por algumas árvores, onde os dois se sentam, com Marcelo escutando a música vinda de seus fones de ouvido, pausando-a logo em seguida.

- Me responde uma simples pergunta? – Marcelo assentiu – Você acredita em Deuses e coisas do tipo? – perguntou ele com um sorriso amigável no rosto.

- È serio? Você me chamou às dez horas da manha de um domingo para me perguntar isso? Em plenas férias? – ele pausou

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um “Eu te mato” porque viu o olhar de Dan como o de uma pessoa completamente curiosa.

- E então? – ele perguntou de uma maneira irritante.

- Não, por quê? – indagou Marcelo impaciente.

- È sério, nada mesmo? – pergunta Dan olhando para o céu azulado acima deles.

- Não! – Marcelo se afastou de Dan, posicionou suas pernas em cima do banco e continuou – Afinal! Onde você pretende chegar com essa conversa?

Dan estava brincando com um galho de madeira em suas mãos, atirando-o para cima e fazendo-o levitar com o vento, ficando até dez segundos levitando no ar algumas vezes. Marcelo se perguntava como ele fazia aquilo. Desde que eram pequenos Daniel fazia coisas desse tipo. Uma coisa que Marcelo toda vida achou interessante, sempre que Dan estava junto dele aconteciam coisas estranhas. Como se para tirar Marcelo de seu devaneio, percebeu que o amigo ainda o estava encarando.

- E se eu te comprovasse a existência dessas coisas e que elas existem? O que você faria com tais informações?

- Eu diria que você está adoidado, louco, maluco... – começou Marcelo.

- Você por acaso quer um caderno de sinônimos? – Dan o interrompeu e ajustou o cabelo que estava caindo nos olhos – E eu disse te comprovasse.

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Marcelo o encarou, estava sempre assim, com esse olhar de quem estava analisando o melhor modo de te derrubar, ou o melhor jeito de te constranger em público (a segundo opção aconteciam em diversas situações).

- Você não pode estar falando serio, né? – falou Marcelo rindo.

- Estou sim, é claro que é quase impossível disso acontecer, mas desta vez estou falando sério. – afirmou Daniel.

Marcelo parou de rir, Dan estava olhando para ele, com um olhar de quando demonstrava estar concentrado ou alguém não acreditava nele, ficando um tempo sem falar nada, em absoluto silêncio. Marcelo se lembrou de como Dan foi seu amigo quando seu pai morreu naquele acidente no início do ano, após isso, Marcelo havia se trancado no quarto por três semanas, saindo apenas para ir ao banheiro, comer, roubar o estoque de bebidas de sua mãe e comprar livros, quando Dan voltou de uma de suas viagens mensais e soube do ocorrido e irrompeu dentro do quarto, abriu a janela de Marcelo e disse:

“Eu sinto muito pela morte do seu pai Marcelo, mas sabe, eu perdi os meus e fiquei exatamente assim como você, triste, deprimido com péssima aparência, - e apontou para Marcelo com suas cobertas ao redor do corpo – mas você sabe qual a boa noticia?”

“Não tenho saco para noticias boas ou ruins e eu posso atirar esse abajur que abrirá seu crânio se você não sair AGORA – gritou Marcelo.”.

“ A boa noticia é que agora... é não tem boa noticia, mas ainda assim você pode contar comigo pra tudo inclusive pra terminar

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essa garrafa ai – ele disse olhando para a garrafa de uísque na mesinha de cabeceira de Marcelo”.

Ele saiu de seus devaneios e no presente, Marcelo resolveu ouvir as palavras de seu amigo e não poderia ser algo tão absurdo a ponto dele não conseguir manter a seriedade.

- Me prove. – Exigiu Marcelo por fim.

Daniel automaticamente fez uma bola de ar que triturou o pequeno galho em sua mão, transformando-o em várias lascas de madeira voando pelos ares fazendo um forte zumbindo irritante. As lascas voadoras em torno da cabeça de Marcelo formaram uma espécie de ave de madeira. Dan estalou os dedos e automaticamente a ave se desfaz no ar. Ele olha para Dan, com o amigo demonstrando um largo sorriso no rosto.

- Uau! – Marcelo levantou-se e começou a andar de um lado para o outro, parou e se controlou, puxou a carteira e deu ma nota de vinte para Dan – depois você me da o troco, vamos à cafeteria para discutir isso.

- Certo, mas eu devo admitir, que vindo de você eu esperava um “meu deus!” ou um ataque de histeria e não um simples “uau!”.

Os dois caminharam em silencio até a cafeteria. Aqueles foram os vinte minutos mais estranhos de sua vida. Eles entraram na cafeteria, Marcelo amava aquele lugar ali era o terceiro lugar favorito no mundo pra ele. Sentaram-se um olhando para o outro, quando veio uma garçonete, cujo nome no crachá identificação era Sofia. Sempre atendia o Marcelo quando ia àquela cafeteria. Isso tinha se tornado muito frequente, tanto que ela já havia se

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tornado uma boa amiga e conselheira dele. Andou em direção a eles, com o seu familiar sorriso amigável no rosto e com um cardápio plastificado em sua mão direita, além de um bloco pequeno para anotar o pedido na esquerda.

- Oi Marcelo! O que vão querer nessa tarde? – ela perguntou.

Marcelo puxou o cardápio e ficou analisando-o mesmo já sabendo tudo o que tinha ali, então percebeu que Ela o olhava impaciente.

- Você já sabe de cor tudo que tem ai.

- Dia cheio? – perguntou Marcelo.

- pode ir mais rápido, por favor. – ela parecia irritada hoje,

- Um café, Sofia, por favor. – falou Marcelo olhando para os olhos verdes dela. – você fica muito mais bonita quando sorri.

- Um chocolate quente. Eu me chamo Daniel a propósito.

Ela anotou, e com um encolher de ombros, foi providenciar o pedido, Marcelo acomodou-se à cadeira dura de plástico da cafeteria e ficou fitando Dan.

- O que você quer fazer aqui? – perguntou ele assim que ela saiu.

- Não sei. Talvez tomar café.

- E você veio aqui só pra isso? – Dan baixou a voz – Eu não acho aqui um bom lugar para conversarmos sobre isso.

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- Eu acho que o melhor jeito de ouvir algo estranho é tomando café e eu acho que vou ouvir algo muito estranho. – falou Marcelo calmamente

Marcelo começou a olhar em sua volta os enfeites de natal. Com as mesas feitas de madeira combinando perfeitamente com o ambiente e as janelas deixando o sol entrar, adicionando um visual jovem ao local, adorava ficar ali nos dias de chuva e fazia isso desde o início do ano, quando seu pai morreu em um acidente de carro, Marcelo Voltou a olhar para Daniel.

- Me fale como você fez aquilo. – exigiu Marcelo com um pouco de ansiedade.

- Olha! Existem algumas coisas... – Daniel parou quando Sofia chegou com o café para Marcelo e seu chocolate deixando-os em cima da mesa. Ela deu um sorriso forçadamente forçado pra Marcelo que riu um pouco pela careta, Dan esperou até ela sair e continuou a falar – Estranhas te lembra das historias que você ouvia quando pequeno? Todas elas têm o seu fundo verdadeiro.

- Tá, eu desconfiava, mas o que eu tenho haver com isso? Porque me contar sobre mitos e galhos que viram pássaro? – Marcelo tomou um gole de café e continuou – a minha ideia de coisas sobrenaturais é o que aprendi olhando Supernatural; eu sou um simples humano vivendo sua vida humana, chata e pacata não acho que você deva me contar algo.

– Tu ainda não percebeu né? Tu não é um humano. – ele adicionou açúcar no chocolate – pelo menos não um humano comum.

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- Como assim eu não sou humano? – perguntou Marcelo incrédulo. – o que eu sou?

Marcelo ficou encarando-o. O seu colar com uma cruz de prata que Dan sempre dizia ser o símbolo do cruzeiro do sul, estava se destacando de todo o visual dele. Daniel tomou o seu chocolate e voltou a encará-lo.

- Tu é um Bellator, assim como eu. – falou Dan calmamente.

- Pelo que me lembro de latim, a palavra “Bellator” significa “guerreiro”. Ou seja, então tu é um maluco mesmo.

Marcelo tomou mais café e ficou olhando para a caneca tentando pensar em alguma ligação de tudo que acontecera esta semana com ele, a cabeça dele doía de tanto pensar.

- Tu me parece um pouco estranho hoje. – falou Dan.

- Olha Dan tu esta falando com a pessoa errada, eu nunca fiz objetos voarem quando criança, também não entorto colheres alem disso não sou muito esperto. Acho que você se enganou de pessoa.

- Uau! Eu acabei de lhe dizer a mentira do seu pequeno mundo, e você diz não ser a pessoa certa para saber disso.

Marcelo o encarou.

- isso é maluquice. – Marcelo não tinha vontade de falar ele queria apenas deitar em sua cama e dormir.

- Eu não sou maluco, pelo menos não muito... Eu acho... E as coisas não são como tu afirmou. Tu é um ser especial, possui habilidades, tem quatorze anos e já fala latim.

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- Quinze! E ninguém fala latim tem gente que escreve em latim ou lê em latim, mas ninguém fala em latim. – Marcelo corrigiu.

Dan se conteve e tomou um pouco de seu chocolate.

– Suas habilidades dedutivas são ótimas e você é um dos únicos bellators da área, mas precisa de muito treinamento, porque você não sabe nem reagir a um assalto.

Marcelo tomou o café e parou por alguns instantes olhando para a xícara

- Reajo melhor que você. – Marcelo disse automaticamente – Espera aí! Tu disse: “únicos”?

- Sim, mas isso não vem ao caso agora. – falou Dan coçando os cabelos escuros.

Ele retirou de seu bolso um papel com uma imagem de um duplo infinito, exatamente igual ao símbolo do homem que ele vira na noite passada e o pôs em cima da mesa.

– É por causa disso. – completou Daniel.

- O que é isso? – Marcelo lutou para conter a curiosidade em sua voz, mas não conseguiu.

- Um duplo infinito. – disse Denyel explicando – É um símbolo representante do fim e do começo, do potencial divino, ou seja, o infinito. Têm aparecido várias vezes esse símbolo. O que acha?

- Não precisa me explicar simbologia, o que eu quero saber é o que ele representa pra vocês guerreiros.

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O vento vindo da janela estava despenteando o cabelo castanho escuro de Daniel; ele o afastou dos seus olhos e tomou um gole de chocolate.

- Não preciso explicar? Então espertalhão o que você sabe sobre isso? – perguntou Dan.

- Não sei de muitas coisas sobre isso. – ele hesitou – De acordo com algumas culturas, o duplo infinito significa, tipo, uma das 18 essências da vida. Este seria, tipo, o símbolo da balança do mundo entre a nossa alma e o nosso ego, tipo, uma matéria de espírito. – ele tomou o seu café.

- Continue só que pare de dizer “tipo” é irritante e atrapalha o raciocínio. – disse Dan recostando-se na cadeira de plástico.

- Ela seria uma esfera de energia que limpa bloqueios energéticos e pelo que eu sei, são congestionamentos da energia movedora do nosso mundo.

- Legal! Você é um Google humano, mas isso do duplo infinito é interessante também. – disse Dan.

- Esse símbolo aparece em antigos desenhos celtas e no cetro de Hermes.

- Caduceu – Dan o corrigiu.

- Mas voltando ao assunto em questão, você afirmou a existência de deuses, mas não quais deuses, e os únicos conhecidos por mim são os da mitologia grega e alguns poucos astecas, então, explique melhor o mundo. – Marcelo falou interrompendo.

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Daniel automaticamente puxou um livro preto, bem cuidado, de aparência bem antiga, no entanto o que lhe chamou atenção era seu tamanho, grande demais para estar no bolso de Dan.

- Este livro é tipo – ele rolou os olhou e bateu coma cabeça na mesa – bem antigo, na verdade é o nosso livro mais antigo, tem trezentos anos. Tive de subornar o guardinha para me deixar pegar por uma semana, então não estrague. – Daniel disse em tom de aviso, entregando o livro a Marcelo, que o recebeu com um sorriso – Ele explica muitas coisas sobre os bellators e os deuses e como você ama livros, eu responderei suas perguntas depois da sua leitura, é claro.

- Tudo bem. – disse Marcelo pegando o livro em mãos.

Marcelo parou para analisar o livro por alguns instantes.

“Então o carinha de ontem poderia ser parte dos mistérios? Acho que poderei ajudar Den com isso lhe contando... Melhor ariscar”.

Então olhou para Dan, contou sobre os acontecimentos da noite passada, ficando alguns minutos falando sobre a garota, que por algum motivo ele não conseguia lembrar-se de seu rosto. Falou rapidamente, sobre o cara e o punhal, a luz prateada e também contou do arremesso de pedra, dando certo grau de aumento aos fatos dizendo que a pedra bateu na jugular do fulano, ocasionando uma grande perda de sangue, mas deixou de fora a parte que ele estava com o número da guria, pois pra ele, não havia necessidade de Dan saber disso. Ele tinha uma estranha habilidade de juntar os fatos rapidamente em resumo, por isso

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Daniel ficou ouvindo toda aquela história atentamente, e assim que Marcelo terminou, ele falou.

- Por que você não ligou para a polícia? Ou para alguém tipo... Eu?

Ele não sabia bem o porquê, mas parecia ter feito algo de errado, Daniel olhava de tal forma, como se estivesse preocupado com a segurança nacional e principalmente com Marcelo.

- porque eu ligaria pra ti? – falou Marcelo, mas viu que ele parecia um pouco irritado – Ta bom, eu vacilei, mas quem não vacila?

- Todos “vacilam”, mas isso não foi um vacilo. Vacilo seria dar comida congelada a um mendigo, e dizer “bom almoço, tio” isso foi muito pior. – disse Dan serio.

- Lasanha congelada? – Marcelo perguntou, mas não ouviu resposta – Não entendo o porquê de você estar irritado.

- Olha, têm acontecido coisas estranhas nesse ultimo ano. – explicou Daniel.

- Por exemplo? –perguntou Marcelo.

- Por exemplo: mortes sem explicações, desaparecimentos de deusas, um templo com sacerdotisas mortas, um arco com potencial para destruir um país como a Rússia de uma única vez desaparecido, essa merda de símbolo aparecendo em todos esses locais. – disse Dan que parecia realmente irritado.

Marcelo sentiu que era a hora de ele sair e deixar Dan sozinho com sua irritação.

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- De qualquer jeito vou pra casa, quero ler ou morrer, ou até mesmo desaparecer, ou ter esse símbolo como uma tatuagem. Depois de ler esse livro, nos vemos amanhã? – perguntou Marcelo levantando-se.

- Sim. – disse ele mantendo o olhar fixo na xícara de chocolate quente.

Quando Marcelo passa pela porta da cafeteria, o tempo estava cinza. Existiam nuvens por toda parte no céu, trovoes estavam rugindo com as pessoas correndo para suas casas. Era muito difícil de acreditar naquilo que estava acontecendo, pois há alguns minutos tudo estava ensolarado e os dias não costumam mudar assim de uma hora para a outra em Porto Alegre.

* * * * *

- Alô? – Luis Felipe atendeu ao celular no quarto toque, estava parado na sacada de seu quarto, fumando um cigarro, e olhando o céu azul e vazio, Semicerrou os olhos castanhos escuros, tentando bloquear a forte luz solar.

- Venha aqui em baixo – ouviu seu pai no telefone, como sempre falando como se Luis fosse seu soldado de guerra.

Ele deu uma longa tragada em seu cigarro. Suas mãos tremiam tanto que ele quase errou a boca.

- Está me ouvindo? – perguntou seu pai, um pouco irritado.

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- É eu ouvi senhor. – Luis suspirou alto. Às vezes seu pai era tão irritante. Por que não podia parecer feliz pelo menos uma vez? Ele estava tão cansado daquele modelito introspectivo, rígido e infeliz.

Seu pai desligou o telefone. Então Luis guardou o telefone em sua calça Jeans preta. Ele tocou seu cigarro já fumado pela sacada. Luis tinha basicamente a mesma aparência do pai, era alto, seu corpo era malhado e forte, os mesmos olhos castanhos escuros, a mesma pele bronzeada, a maior diferença seria o estilo de roupas e o cabelo castanho desgrenhado. Saiu da sacada, mas antes de descer pegou uma tigela de sorvete de café em seu frigobar particular.

Enquanto descia as escadas segurando sua tigela que já estava quase sem sorvete algum, chegou à sala de estar de sua casa, a sala de estar da casa era um lugar bonito e antigo, com 200 metros quadrados, janelas ensolaradas, bonitas estantes de madeira, moveis clássicos. Seu pai estava sentado em uma das poltronas, comia um bolo de cenoura com cobertura de chocolate e um café instantâneo.

- Porque você me chamou? – perguntou Luis, ao chegar perto do pai.

- A organização precisa de você. – disse seu pai sem rodeios.

Luis sentiu seu corpo estremecer, ele odiava quando a Prometeu precisava dele, da ultima vez que precisaram dele, Luis foi mandado para arrancar a verdade de uma mulher de cabelos ruivos, como ele não gostava de torturar pessoas, aplicou um soro

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da verdade nela, precisou de três frascos do soro para ela dizer a verdade.

- Em beneficio de que? – perguntou ele.

- De um bem maior. – respondeu seu pai, Charles Carmichael reprendendo ele com seu sotaque inglês. – você vai me ouvir ou vai continuar fazendo perguntas estúpidas Carmichael?

- Eu sou um Abreu como minha mãe e não um Carmichael – disse Luis, mas o que falou foi seu orgulho e não ele. Suas mãos estavam ainda mais tremulas.

- Tanto faz, eu já desisti de você mesmo – Seu pai fez uma pausa – escute, daqui a alguns minutos, um Deus menor entrará pela aquela porta e vai te chamar para uma missão para pegar um Arco. Você vai aceitar, relute um pouco antes. – Luis assentiu, parecia ser a sua única reação perto de seu pai. Suas mãos estavam fechadas e tremendo muito, mas agora não era só por causa do café e do açúcar, e sim de raiva.

- E depois eu faço o que? – perguntou ao seu pai.

- Ele vai te perguntar se você não quer escolher os membros de sua equipe, e você dirá o nome de uma Academia qualquer e dirá para trazer um aluno, desta academia.

- Não compreendi no que o lance da academia ira nos ajudar. – disse Luis.

- Você não parece ser meu filho – Charles pausou por alguns instantes. – o que o mundo bellator sabe sobre você?

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Luis Felipe pensou, ele não lembrava direito qual foi à mentira que a organização contou sobre ele para o representante do Olimpo no Brasil, que era chamado sempre de Primeiro ministro, quando não havia ministério algum. Os outros Bellators da Organização Mundial dos Bellator – chamada quase sempre de OMB – antes chamavam todos os Representantes do Olimpo, ou seja, o líder da agencia Bellator do lugar X, de Primeiro Ministro, pois não eram agencias e sim Ministérios, mas agora não há sentido para tal coisa.

- Que eu sou superdotado e que eu não preciso frequentar a nenhuma Academia Bellator. – ele disse lentamente o que se lembrava.

- Exato, então pense comigo como é que um suposto jovem nerd, que fica dentro de casa o dia todo, vai conhecer sete jovens Bellators menores de idade como ele, e lembrando que eles têm de serem muito amigos para entrar em uma missão que poucos voltam.

Quando Luis Felipe iria falar alguma coisa em resposta à campainha tocou, Charles levantou-se e foi até a porta abriu-a e voltou acompanhado por um homem, que deveria ser o deus em questão, mas o homem não era nada parecido como aspecto que se imagina de um deus, este cara tinha a aparência muito desgastada, andava como se fosse um soldado ou um bombeiro, já seu físico dizia que ele não lutava há muito tempo, estava também mais magro que o normal para um soldado, lutador ou bombeiro. Suas roupas eram caras e práticas uma camisa preta, jaqueta marrom, uma calça que Luis não sabia identificar de que material era, mas era parecido com jeans. Os olhos dele estavam

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avermelhados, sua barba mal feita. Era possível identificar também que havia uma arma de fogo na cintura dele, uma daquelas armas medievais na manga do braço esquerdo e uma adaga na sua cintura.

- Oi, você deve ser o famoso Luis Felipe, eu ouvi falar muito de você. – disse o Deus desconhecido.

- eu espero que só coisas boas e você é? – perguntou Luis.

- Sou Lorde Kratos. O espírito espartano – disse o deus com um largo sorriso.

Luis só não começou a rir do cara naquele momento porque tinha que se manter serio o que Luis Felipe achou tão engraçado? (1) o Deus só teve um momento de gloria a mais de dois mil anos. (2) o cara dizia isso com um sorriso no rosto. (3) e só é um pouco conhecido por causa de um jogo de videogame.

- Que honra conhecer você. – mentiu Luis.

- Eu digo o mesmo, senhor Carmichael poderá me dar um momento a sós com seu filho? – pediu Lorde Kratos se virando para o pai de Luis.

- Claro, porque não. – disse Charles.

Charles saiu da sala, deixando-o sozinho com lorde Kratos.

- Garoto eu vim da Bulgária até aqui para lhe fazer um pequeno convite. – disse o deus.

Luis fez um gesto para o deus sentar-se e ele sentou em uma das poltronas, Luis fez o mesmo logo em seguida.

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- E qual seria? – perguntou Luis.

- Você deve ter ouvido alguma coisa sobre a missão “Arco do Sol”?

- Ouvi alguma coisa a respeito. – disse Luis Felipe.

- Certo, mas vai uma equipe a cada mês fazendo uma busca de 16 dias pelo globo terrestre. – disse o deus.

- E onde eu entro nisso? –perguntou Luis pondo a mão no próprio peito.

- Eu preciso de dois capitães é uma norma e você será um deles. – Disse o deus olhando fixamente nos olhos dele – o que você acha?

- E o que acontece se a missão não for um sucesso? – perguntou Luis Felipe.

- Não fui eu quem lhe disse isso certo? – Luis Felipe assentiu – mas antes de vocês entrarem vai ter três meses sem busca alguma só por que os deuses estão trabalhando muito ocupados.

- Ainda não respondeu minha pergunta.

- Este é o Arco de Apollo, imagina o que pode fazer se cair nas mãos erradas. – disse lorde Kratos.

- Entendo. – disse Luis fingindo ser pensativo.

- Então qual vai ser sua resposta? – perguntou.

- Eu acho que será uma honra enorme. – disse ele com um sorriso.

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- Perfeito, você pode ter seis pessoas em sua equipe, você escolhe alguma ou deixara a sua tarefa para mim?

- Eu deixarei para você, mas eu queria conterrâneos na minha equipe.

- Você é de onde? – perguntou Lorde Kratos.

- Brasil, acho que a Academia Cruzeiro do Sul daria ótimos lutadores. – disse Luis Felipe um pouco excitado.

- Se você diz eu irei lá agora mesmo. – disse Lorde Kratos. – outro dia nos vemos, eu sei onde fica a porta. – disse e foi até a porta abriu-a e por ali saiu batendo a porta atrás de si.

- Você comprovou ser meu filho. – Disse Charles entrando na sala.

- E agora eu faço o que? – perguntou Luis Felipe.

- Espere e treine. Estes três meses serão importantes para o seu futuro. – disse seu pai. – agora leve comida a prisioneira.

- Claro senhor.

Luis foi até a cozinha e pegou um prato já pronto e o pos no lixo, Luis sabia o que havia ali dentro, aquela comida parecia muito comestível até apetitosa para dizer a verdade, mas aquilo era uma comida que continha uma água capaz de fazer as pessoas que bebem ter o corpo queimado por dentro. Ele tinha outro prato igual a esse escondido no armário da cozinha, o pegou e o esquentou no micro-ondas.

Luis desceu até a adega onde estava ela sentada, acorrentada com inúmeros cortes que se estendiam pelo corpo.

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- Aqui esta senhora – disse ele deixando a bandeja.

- Você é o balsamo – disse ela com a voz fraca.

- Como? – disse ele olhando para ela sem entender o que, ou melhor, sobre o que ela estava falando.

- Eu estou sendo torturada dia e noite, você aparece como o balsamo sempre trazendo a boa comida, saindo do esquema deles, fingindo me bater com força quando na realidade mal encosta em mim. – ela parecia muito mais fraca do que ele podia lembrar – você finge ser amigo, enquanto eles torturam,. Então eu devo lhe contar tudo o que eles querem saber.

- Eu faço isso porque eu não consigo torturar alguém que não me fez nada, eu faço isso porque minha mãe não iria gostar que seu único filho virasse um deles. – disse Luis.

- Não entendo. – disse ela.

- eu respondo sua pergunta se me disser quem é. – disse Luis.

- não sabe quem eu sou? – perguntou a mulher surpresa.

- Ouça. O que eu sei de você é que essa organização quer algo da sua pessoa, algo que vai mudar muita coisa por aqui. Essa casa tem estado um alvoroço o tempo todo, mas hoje parece bem mais vazia.

- Sou Hestia. – disse ela parecendo quase perder a consciência.

Luis por ficou atônito com a noticia. Recuperou-se logo depois.

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- A resposta é simples, meu pai já me fez fazer muitas coisas eu só não quero fazer algo que eu acho errado. – disse ele virando-se para sair. – pode comer tranquilamente, tem ambrosia ai dentro.

Luis subiu as escadas e bateu a porta atrás de si com força.

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2 Uma deusa, um sonho e uma missão.

- Dan, pode me dizer o que é isso? – perguntou Marcelo Castro ao amigo ao perceber sua presença ao seu lado.

- Não sei, mas um dos reis do céus ou algum deus menor, tipo, o Boréas está em Porto Alegre, será que vieram para um chimarrão? – perguntou Dan a Marcelo com uma das sobrancelha erguida.

- O QUE? – ele gritou alto o suficiente para todas as pessoas que corriam na rua olharem para ele, mas era porto alegre todos olhavam e seguiam fazendo a mesma coisa que faziam antes.

- Abaixe um pouco a sua voz, eu estou muito mais surpreso que você, mesmo que não pareça. Os deuses não saem muito de seus domínios, será que querem provar um churrasco gaúcho?

Marcelo se controlou para manter a calma.

- Óbvio que não, mas é, tipo, muito raro? – perguntou Marcelo.

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- Sim, a última vez em que foi sentida a presença de um deus do olimpo publicamente, bem, foi há muito tempo atrás, antes de nós nascermos, devemos seguir os instintos e seguir o rastro, eu acho. – Dan estava suando frio.

- Ok, mas qual rastro? E não diga “o que eles deixaram”.

- Apenas se concentre no céu. – disse Daniel.

De início ele não viu nada, então começou a perceber alguns cavalos alados voando. Eram todos Pégasos voando como se estivessem formando um arco equino em pleno céu, voando em alta velocidade. Percebe então, a aproximação de dois Pégasos em direção aos dois e logo eles chegaram, mostrando serem animais belos e encantadores, mas algo no olhar deles fazia-nos parecerem fortes e intimidadores alguns deles eram brancos outros eram negros, mas cada um deles parecia ter algo de diferente e marcante. Dan foi lentamente até um deles, com o animal se curvando quando chegou.

- Como eles não os veem? Como os outros não veem? – pondera Marcelo

- Eles não se concentram e não sabem onde olhar, mas parece existir tanta magia nas coisas que as fazem ficar invisíveis, se eles os vissem iriam achar loucura ou algo do gênero. Você conhece os humanos.

- Vamos subir? – perguntou Marcelo esperando um “não”.

- Sim, eu não sei onde isso vai dar, mas espero que você não morra caso eles te ataquem. – disse Dan rindo.

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Marcelo pensou em dizer “Não, nunca iria morrer por causa de Pégasos, eu como Pegaso no café da manhã”, mas suas palavras tinham ido embora de seu corpo deixando apenas uma centelha de coragem, então se apegou a ela para fazer o mesmo que Denyel e a cada passo ele se via, mais perto de sua morte; os olhos deles eram amedrontadores, mas o animal aceitou sua aproximação (ou parecia ter aceitado, não seria nada bom se um Pégasos mudasse de ideia). Daniel estava observando-o rindo já montado no seu, enquanto Marcelo se aproximou o suficiente para o animal atacar.

Então coçou atrás da orelha do Pégasos, que pareceu gostar daquilo, notou então a pele do animal, de aparência muito macia, da qual parecia ter sido feita com travesseiros. O Pégasos curvou-se para ele, e como Dan já havia montado no dele, então ele deveria fazer o mesmo. Mas, se ele já tinha dificuldades para montar em cavalos sem asas, pra falar a verdade tinha dificuldade para montar até mesmo em pôneis, com asas então era como ganhar a medalha de ouro olímpica de salto a distância sem nunca ter competido, mas depois de duas tentativas falhas ele finalmente o montou, pulando rapidamente para cima para então o Pégasos começar a galopar e voar.

- Só posso estar sonhando. – Marcelo disse com muita alegria. – O que será que Zeus, Hera ou Deus menor como Boréas quer com a gente? – perguntou a Daniel.

- não tenho a mínima ideia, tirando Hades eu nunca vi um deus, nem um semideus, minha vida é praticamente cuidar de seres estranhos assassinos, que tentam matar pessoas, ou eu tenho que cuidar da proteção de novatos e bem, isso não é muito bom.

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- Você teve muita sorte em me achar, nunca encontrou um novato tão esperto quanto eu. – ele gritou vangloriando-se.

- Admito, no entanto não puxe a pelugem de seu Pégasos, ele não vai ficar muito feliz.

- Como você sabe?

- Com o tempo você saberá a se comunicar visualmente com qualquer animal ou criatura – ele parou, passaram por uma nuvem cinza – sobrenatural.

- Incrível, eles são...

Marcelo se conteve, pois viu uma espécie de nuvem/ilha nada normal, afinal não existia ninguém ali na qual poderia ser Zeus e sim uma mulher esguia com cabelos loiros longos, vestido amarelo simples não muito longos, salto alto, óculos discretos e pretos que, de alguma forma realçaram os olhos castanhos, os quais pareciam brilhar. A mulher era assustadoramente linda, parecia ter em média uns 30 anos. O Pégasos pousou e não foi sentida nenhuma sensação de impacto da aterrissagem. Marcelo ficou em dúvida se descia ou não de seu Pégasos, porque uma coisa as pessoas aprendem: não é possível andar em cima de nuvens, no entanto Daniel desceu tremendo de seu Pégasos com a mulher fitando-o enquanto fazia isso e logo Marcelo resolveu descer também se despedindo do animal quando ela se aproximou deles e falou.

- Olá, crianças, vejo que os meus adoráveis equinos alados cuidaram bem de vocês durante a pequena viajem até aqui.

Marcelo assentiu.

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- Eles são incríveis, senhora. Não estou querendo ser rude, mas onde a senhora conseguiu os Pégasos? – perguntou o Marcelo.

O ambiente estava frio, ele se imaginou tremendo.

“seria só imaginação ou um fato?”.

. O frio e o silencio das coisas abaixo dele estavam incomodando-o, afinal quantos metros acima do chão ele estava? 30? 40? Quantos metros fossem ele não queria testar aquela queda. Mas devia admitir, achou que o ar fosse bem mais difícil de respirar, Dan pareceu ter notado isso, pois não parecia estar inalando muito ar (pouco ou nenhum) e isso era preocupante para Marcelo.

- No estábulo de meu marido, onde mais? – ela falou naturalmente (como se todas as pessoas tivessem estábulos com Pégasos em casa, onde eles os levavam para passear em parques, dessem comida em sua boca em meio à redenção, entre outras coisas caseiras com animais de estimação) – Denyel Gliviot fale algo, não é muito educado ficar encarando as pessoas. – ela advertiu Dan.

Marcelo olhou para Dan, que deu de ombros como se disse-se: “te conto mais tarde”.

“Nota mental de coisas que me incomodam! Primeira: até agora eu não sabia o nome completo de Dan. Segunda: quem diabos botaria o nome do filho de Denyel Gliviot?”.

Daniel conseguiu falar ali apenas algo como “hã, uh, dã”, pois aquela mulher parecia ser forte, que ela poderia pulverizá-los apenas com seu olhar e ao mesmo tempo reconfortar, ou seja, não era algo muito normal, enquanto os Pégasos foram se juntar aos

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seus companheiros equinos. Dan estava tremendo como se estivesse vendo algo do qual ele nunca esperaria ver, não parecia excitado, pelo contrário, parecia assustado. Marcelo não conseguia se lembrar de onde ele vira aquela mulher, mas para ele ela lhe era familiar, talvez fosse muito parecida com o personagem de um de seus livros.

- Desculpe perguntar, mas quem é você? – perguntou Marcelo, ele parecia envergonhado.

Dan estava paralisado, sem falar nada, além de seus murmúrios sem lógica.

- Sou a deusa do matrimonio, tenho diversos nomes, mas o mais conhecido seria Hera, Marcelo Castro.

- Uaaaaau! – sonoriza Dan olhando para Marcelo. – tu ainda precisava perguntar?

Essa foi à experiência mais estranha de Marcelo, mas ele teve de admitir, foi bom saber que Dan estava lúcido, no caso de eles precisarem fugir.

Hera olhou para ele com um olhar no qual se sabia, poderia quebrar vidros, então ele falou.

- Que foi? Você é uma deusa... – se Marcelo não conhecesse Dan poderia jurar que ele estava envergonhado – pode prosseguir.

Marcelo poderia ter dito várias coisas naquele momento como “uau”, ou até mesmo, “como você sabe meu nome?”, mas tudo o que ele conseguia dizer era:

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- O que? Hã? Hera? A rainha dos céus?

Logo que falou aquilo, quase concordou com o silêncio de Dan.

- Sim garoto! Sou Hera, a deusa do matrimônio e eu preciso de sua ajuda e do jovem bonito ao seu lado, no entanto, ele me parece faminto ou assustado. – ela disse gentilmente.

- Eu estou bem – ele parecia ter voltado ao seu normal (ou parecia estar voltando) – desculpe meu choque. Faz tanto tempo que ninguém vê um deus ou deusa em publico.

Ele pensou em perguntar em como ela sabia o seu nome, mas como ela era uma deusa, a pergunta seria desnecessária.

- Eu sei muito bem disso Denyel, mas as coisas vão mudar em breve, eu preciso da ajuda de heróis.

- O que isso quer dizer senhora? – Marcelo perguntou, pois Daniel parecia estar voltando lentamente à consciência.

- Você deve conhecer algo sobre os deuses. Vocês estão cansados? Melhor vocês se sentarem, não?

Ela fez aparecer cadeiras de nuvens atrás dos três e também paredes, fazendo aquilo se parecer com uma casa fechada feita de nuvens. Marcelo empurrou Dan para sua cadeira, onde ele desabou, olhando para Hera como se ela fosse um fantasma. O ambiente era bem interessante e pensou se era assim a carruagem de Zeus, até ver como esse pensamento era ridículo comparado ao momento. Hera estava analisando ele como se estivesse lendo seus pensamentos, corando-o. Lá dentro não se enxergavam as coisas muito bem, pois a luz atravessava a nuvem com muito

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pouca eficiência, no entanto, Hera pareceu ter rejuvenescido 10 anos apenas naqueles segundos onde a nuvem se fechou, parecendo mais aterrorizante e deixando-a muito linda (ele sabia como era ridículo ver a deusa assim, ok? Mas ela era a primeira deusa vista por ele, então estava estupidamente encantado). O amigo não parecia acordar de seu transe e Marcelo percebeu estar sozinho com uma deusa e um Daniel que nem piscava.

- Você ouviu algo do que eu disse garoto? – Ela deu uma leve risada.

- Hã? Não, desculpe-me senhora.

- Certo! Eu estava falando sobre o olimpo estar se quebrando.

- O que? – Marcelo pareceu totalmente aturdido.

Ele estava nesse mundo de deuses há poucos minutos, mas havia lido muito da mitologia grega em suas pesquisas no Google e sabia muito bem que, qualquer coisa sobre olimpo estar se quebrando era muito ruim.

- Todos estão brigando esse último ano.

Isso era meio óbvio, mas ele não quis desrespeitar a deusa.

- Por quê? – ele perguntou.

- Muitos motivos, acumulados durante o tempo. Mas agora acumulou demais e os deuses estão se separando. – ela falou isso em um tom neutro.

- Por quê? – essa parecia a sua única palavra restante.

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- Uma arma estava fazendo meus irmãos brigarem, eu acredito ser esta uma arma feita por ciclopes criadores de uma pequena civilização.

“Bem. É meio obvio. Se existiam deuses, existam ciclopes, gigantes, entre tantas outras coisas. Mas tipo é difícil de acreditar.”

Essas palavras fizeram Denyel acordar de seu transe.

- Entendo. Não muito. Mas o suficiente. – ele supôs – E por qual motivo você quer nossa ajuda rainha Hera?

- Essa arma foi formada pela luz do sol com a ajuda de Hefesto e Apolo. Forjada pelos ciclopes, mas um dia ela desapareceu e desde então, a cada mês, dois deuses, até mesmo os menores, podem acreditar nisso? Podem mandar seis jovens guerreiros para a busca junto de um semideus. O importante aqui é: eu estou chamando vocês dois para uma jornada. Vocês aceitam?

- Uma missão? Bem. Pode ser, mas eu não sou o melhor para fazer isso. – disse Marcelo. – E como eu já estava falando com o Dan não sou a pessoa que vocês acham que eu sou.

Essa ideia era maluca, ele nunca havia entrado em uma missão ou jornada, mas algo naquela voz o fazia querer participar disso e acabara de descobrir a mentira de seu mundo e de conhecer uma deusa concordando em entrar numa missão.

- Eu sei criança, você descobriu sua origem a pouco, mas você é especial – ela se voltou para Dan – e de alguma forma Denyel, você será um capitão na hora certa.

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- Sério? E qual seria a arma mesmo? – ele pareceu ter voltado ao normal.

- Seria um arco que tem a capacidade de destruir um pais, de uma única vez. A arma que varias equipes de deuses estão indo buscar. – Disse a deusa – No entanto vocês dois devem ir à academia Cruzeiro Do Sul e não se preocupe Marcelo, sua família está pensando que você foi à Paris passar o semestre de férias.

- O.K. – Marcelo concordou, mesmo achando impossível sua família ter concordado com isso.

- E as coisas de vocês dois estão em seu quarto Denyel, na Academia Cruzeiro Do Sul. Vocês escolherão o resto da equipe, ou seja, selecionem. Denyel e Marcelo, vocês selecionam dois jovens bellators menores de idade cada. Devo dizer adeus, os Pégasos levarão vocês dois e eles são seus cada dê um nome ao seu.

As nuvens sumiram, eles estavam caindo quando o Pégaso de Dan o pegou seguido por outro pegando Marcelo.

- Olá – disse Marcelo ao Pégaso.

Marcelo sentiu um pouco de dor em suas bolas quando caiu em cima do animal.

- Qual seu nome? – ele não respondeu – É Fernando? Pois você tem cara de Fernando.

Ele relinchou parecendo ser um sim, o pégaso era demasiadamente belo e forte, não parecendo temer algo e bem

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rápido. Seu pelo era muito branco e montado nele Marcelo se sentia livre.

- Isso. Agora você pode se aproximar de Daniel? O carinha ali em cima do outro Pégaso.

Ele voou rapidamente para perto de Denyel e seu Pégaso, parecendo entretido com seu cavalo alado falou para Marcelo:

- Você deve dormir seu Pégaso não vai te deixar cair, você está exausto.

Marcelo não havia percebido isso até aquele momento, então abraçou-se ao cavalo alado e ali mesmo, em pleno ar acabou adormecendo.

No seu sonho, Marcelo Castro, estava em um campo, deitado com uma garota, conversando e rindo, ao lado dela havia uma rosa vermelha, sagrando um liquido corrosivo que estava se aproximando deles. Então, num instante o sol cegou seus olhos e o sonho mudou. Ele estava sentado em uma mesa redonda com 12 pessoas discutindo, mas ninguém nem notara sua presença. Ele tentou tocar em um copo de água em cima da mesa, mas sua mão passou por ele como se ela fosse feita de poeira. Essa era de fato a sua experiência mais estranha, pois uma vez ele estava andando normalmente a beira do Guaíba e quando viu já estava em Alvorada e o sol nem havia mudado de posição, mas agora numa tentativa de sair do seu devaneio, olhou para cada um dos rostos, então reparou numa mulher loira de olhos castanhos, um vestido branco longo, brincos prateados pequenos. Aquela era Hera, ao lado dela um homem um pouco velho, com cabelos brancos batendo em seus ombros, olhos cinza e tempestuosos

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algo em seu olhar dizia: “você não vai querer ele na sua lista pessoal de inimigos”. Também diziam quem ele era, Zeus, usava um terno italiano cinza, com uma a camisa negra, tênis pretos e um anel irradiando certa luz.

- Hora Poseidon, meu irmão, acho que, finalmente olhando as circunstâncias de nossa situação atual, já está na hora de minha mulher procurar o arco, não? – disse Zeus.

- Talvez eu tenha muito mais chances, até mesmo Dionísio teria mais chances, sem ofensas, irmão, caso você não se lembre de Louis, eu me lembro e muito bem inclusive e acho o motivo de todas essas discussões inútil. – disse Poseidon.

A sala se encheu de murmúrios. O homem também era velho, um pouco mais alto, os olhos eram da cor do mar, totalmente incríveis, o cabelo dele era negro, tinha uma aparência jovem, mas muito sério e era como a água, indescritível. Marcelo não podia dizer se ele estava calmo ou indeciso, usava um terno azul marinho elegante, uma gravata azul bebê (quem diabos usa uma gravata azul bebê?) e um colar prateado com um tridente dependurado. Uma mulher bela, a mais bela já vista por ele se levantou, tinha o cabelo castanho, indo um pouco além de seus ombros, olhos negros, pele pálida, um vestido rosa muito belo, de fato ela era linda, a beleza em pessoa e devido à sua enorme beleza, as outras deusas não se destacavam em nada comparadas a ela.

- Na minha nada humilde opinião, Poseidon tem muito mais chances se comparado à Hera. O que ela fez até hoje a não ser tentar matar heróis? – disse a mulher.

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- Obrigado Afrodite. – disse Poseidon. – Eu acho a decisão mais sensata a de Apolo ou Hefesto serem escolhidos, afinal foram eles os criadores do arco, vocês dois não acham?

Um homem de aparentemente 40 anos loiro, com olhos dourados, alto, com uma face bem simples falou. Marcelo reparou na beleza dele, era bonito demais, então só poderia ser Apolo e não Hefesto. Usava uma camisa social branca, um blazer preto, calças jeans cinzas e sapatos pretos.

- Ela merece uma chance de provar o seu valor, mais uma vez quero dizer, escolhendo heróis, que tal Hefesto? – ele parecia não querer tomar a decisão, pareceu também muito aliviado a passar a bola para Hefesto. Marcelo não encontrou ninguém com a cabeça deformada ou uma perna de metal (aparentemente).

Todos se viraram para um homem alto de cabelos negros, uma barba negra, olhos castanhos. Estava brincando com um aparelho, parecendo ser um celular transformado em um pássaro robô, depois um carro e seguia indo por várias transformações simultâneas (Marcelo teve uma ponta de inveja), estava fumando um cigarro, do qual não saia nenhuma fumaça tóxica e sim um cheiro bem reconfortante, cheiro de livros. Marcelo teve de admitir, o cara era bonito e tinha um estilo bem diferenciado dos outros, algo mais moderno, usava um terno preto, um anel prata, também irradiando luz.

“Não pode ser Hefesto. Ele é muito bonito. Cadê a cabeça deformada? A perna mecânica que sempre range? Bem, o tempo passou e a tecnologia está muito mais avançada que na época da odisseia”.

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- Ok mãe, desculpe-me Poseidon, mas concordo com Apolo. Ela deve ir porque você sempre salva o mundo e ela, o olimpo e bem, ela às vezes erra. Nós já estamos atrás do arco há nove meses, um mês a mais ou a menos não irá mudar tanto a nossa situação.

- Vendo por esse ponto de vista... – começou Poseidon.

Marcelo nunca saberia as palavras de Poseidon, ou qual seu ponto de vista, pois nesse momento o sonho mudou, ele estava em uma sacada olhando para um rio. Hera estava ao seu lado junto de Apolo, que falou quando ele olhou para os dois. Ele não sabia o que falar, pois pela primeira vez mais de um deus estava falando com ele, normalmente pessoas não se importavam muito em falar com Marcelo, já deuses andam invadindo até sonhos dele. Então, o que eles queriam dele? Com certeza não queriam as roupas deles lavadas por ele.

- O que você achou do sonho, jovem?

O cabelo de Apolo estava com um pouco de tinta vermelha, ou era sangue? Marcelo pensou em perguntar como ele conseguiu aquilo, mas não era de fato o melhor assunto para conversar com o deus do sol. Ele não sabia se falava “legal, vossa alteza” ou se curvava, então falou uma das coisas mais estúpidas a se dizer a Apolo.

- Quente.

Marcelo realmente estava com calor parecia estar uns 30 graus Celsius ali.

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- Eu estou querendo dizer do sonho, não de mim. – ele disse com um sorriso.

- Garoto, você faz parte da nova equipe de busca, não deve sempre ficar sem palavras ao ver algum deus. – Hera o advertiu. – Essa reunião foi seis meses atrás, talvez você gostasse de saber.

- Ah, foi interessante, mas o que é o arco? E essa busca que vocês falaram?

- Você tem bastante perguntas, criança. – disse a deusa.

“Mais do que vocês imaginam”

- No caso do arco, ele é a da minha arma mais poderosa. Ela sumiu duzentos anos atrás, dá pra acreditar? No entanto, Hera disse como você é diferente e ela tinha razão, se você não fosse diferente nós dois não estaríamos conversando agora. – disse o deus do sol a Marcelo.

- Oi? Como assim não estaríamos conversando? – falou Marcelo.

- Você poderia ter morrido se não fosse diferente. – disse Hera, a conversa parecia ter sido ensaiada pelos dois.

- Você pensou errado. Ou cogitou uma ida até o olimpo, mesmo por sonho, fácil? Ah, seu outro sonho estava legal, quem era a garota? Era aquela do parque? Porque tem semelhanças, se você quiser posso pedir a Afrodite ou Eros para te ajudar sabe, e bem aqui do lado tem Hera a deusa do matrimonio.

- Não obrigado, mas não sei se gostaria de saber quem ela era e qual parque?

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- O de ontem, no qual você nocauteou alguém com uma pedra. Bem, você não pode fazer isso todos os dias. – disse Apollo.

- Ah não sei... Pode ser, não me lembro muito dela, mas você sempre vigia as pessoas?

- Você não fala diretamente sobre assuntos que te incomodam não? E não, em geral é porque você tocou uma pedra em um deus, então você sabe, né?

- O que? Jonathan era um deus?

- Um menor. A sim, o nome real dele não é Jonathan e sim Jano, ele é novo, é do tempo de Roma, sabe, é o deus das escolhas, um maldito duas caras. Mas por sorte você o nocauteou, então, você é o primeiro mortal depois dos anos dois mil ao nocautear um deus, sinta-se especial garoto.

- Incrível eu nocauteei um deus.

- Olha, nosso tempo está acabando, eu sei, você vai sentir saudades, mas a sua missão é achar o meu arco, preste atenção! Eu sei onde tem uma espécie de rastreador dele é uma esfera dourada que fica no centro de porto alegre, dentro do marcado publico, vocês devem partir em três meses.

- Espere, porque eu deveria fazer isso?

- Porque seria uma gentileza – disse ele – e se não fizer isso muitos mortais poderão morrer, além do mais, o nome dos oito que fizerem isso com êxito será levado a uma glória. Então acorde!

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3 Isso è real?

Quando vitoria acordou estava em seu quarto na casa de sua mãe, ela nunca havia gostado muito daquele quarto, ali dentro tudo era tão rosa e caro nada ali combinava com ela a não ser os CD e DVD de musica, e claro os violões que os amigos de sua mãe dera a ela essa era a melhor parte de se ter uma “famosa mãe cantora”, você ganha quase todo o tipo de instrumentos musicais para ver se você tem dom em algum deles. Ela pegou seu óculos da cabeceira, levantou-se de sua cama, olhou-se no seu espelho decorado com plumas rosa. Sua roupa estava amassada, seu casaqueto tinha um pouco de neve, isso sim ela achou estranho então ela saiu do quarto e foi até a sala.

- Alguém? – chamou ao chegar à sala.

- Estou aqui filha. – Disse sua mãe da cozinha.

Vitoria do corredor olhou sua mãe pelo espelho da sala, vestida com seu blazer azul por cima de uma camisa preta da banda Ramones, um short cinza e um All Star preto. Seus cabelos loiros cacheados caiam em seus ombros, ela estava sentada em uma

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bancada tomando um chá, quando entrou na sala viu seu padastro sentado lendo seu jornal, os cabelos castanhos escuros, olhos verdes, pele clara. Vestia uma jaqueta jeans azul marinho, uma camisa azul marinho, um jeans preto, uma bota casual preta, usava fones de ouvido, deveria estar ouvindo uma de suas musicas. Juan era a maior estrela do mercado das artes, coreografo, musico e ator, havia ganho o Oscar de melhor ator no ano passado.

- Olha quem acordou. – disse Juan tirando seus fones.

- Oi – disse ela sonolenta.

Juan levantou-se de seu lugar, deu um beijo na testa de Vitoria e seguiu pelos corredores até um dos quartos de hospedes. Vitoria foi até a cozinha onde sua mãe estava.

- Mãe, como eu cheguei aqui? – perguntou ela.

- Juan deve ter ido acordar seu pai para nos termos... – ela parecia pensativa em qual palavra usar – uma conversa importante. – Disse Sarah em seu modo excitado.

- Sobre o que será essa “conversa importante?” – perguntou ela imitando o jeito da mãe de falar.

- você vai saber, quer café ou um dos chás do Juan? – perguntou sua mãe mudando de assunto.

- aceito o café – disse ela para mãe.

Sarah dirigiu-se até a cafeteira onde fez um café expresso em uma xícara dourada, pos algumas gotas de adoçante, mexeu com

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uma pequena colher e deu para vitoria. Começou a encarar Vitoria com seus olhos castanhos escuros incríveis.

- Já pensou em não usar óculos? – perguntou Sarah a filha.

- Já até mesmo andei pensando nas lentes de contato, mas gosto dos óculos – disse ela mexendo nos óculos.

- você ficaria mais linda do que já é filha. – concluiu Sarah.

Juan estava voltando com seu pai na sala, seu pai não estava muito bem, seu corpo estava arranhado, as roupas com certeza eram de Juan, porque seu pai normalmente vestia-se com flanelas quadriculadas, calças jeans, camisas polo coloridas e não, nunca de forma alguma, uma camisa social, por baixo de um suéter xadrez preto, branco e vermelho; um jeans branco combinando com um chapéu. Se não fosse pelos arranhões de seu pai ela acharia essa cena seria engraçada.

- Pai, você está bem? – perguntou ela.

- Já estive pior – disse parecendo lembrar-se de algo – muito pior.

- não se preocupe Vitoria, ele se recupera rápido, já passou por piores – disse Juan sentando-se ao lado dele.

Vitoria começou a se perguntar o que seriam essas coisas “piores” que eles estavam dizendo, Sarah guiou Vitoria até o sofá onde as duas sentaram-se lado a lado, e os dois ficavam de frente para elas.

- Nós estamos aqui por que... – começou Rafael.

- Por causa de... – começou Sarah.

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- Nos estamos aqui para contar uma historia, sua historia. – disse Juan parecendo um pouco impaciente com o enrolar dos dois. – inicialmente você deve saber que a algo mais no mundo, algo que você não conhece.

- Tipo? – perguntou ela com um pouco de medo por ter perguntado.

- Tipo... – Sarah parecia reunir coragem para falar – Mitologia grega, deuses e etc. – disse ela.

- O que? – perguntou abismada.

- Eu sei que parece loucura – disse Rafael – mas é a verdade.

- É impossível! Simplesmente impossível! – gritou ela.

Juan levantou-se abriu sua mão e dali começou a nascer uma bela rosa vermelha, ela cresceu até se tornar a rosa mais bela que Vitoria já havia visto e a mais cheirosa também exalava um lindo perfume, Juan deu a rosa a Vitoria que ficou estatificada com aquilo. Sarah deu um tapa no ombro dele.

- Assim é choque demais. – Repreendeu Sarah.

- uma rosa para uma dama – Juan deu de ombros. – Quer um chá? – ele perguntou a vitoria – meus chás são relaxantes.

Ela fez que sim com a cabeça, Juan atrevessou a sala e foi até a cozinha, alguns instantes depois voltou com uma xícara chá e deu ele a vitoria, que tomou um gole e sentiu todo o estresse de seu corpo se esvaindo, ela respirou fundo.

- Vocês dois conseguem fazer isso, também? – pergunto ela aos pais.

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- Cada um tem suas habilidades especiais filha – disse sua mãe – cada um tem um elemento característico, o seu elemento vai em torno das suas características pessoais.

- Qual é o de vocês? – perguntou ela com medo de que algum de seus pais atire laser pelos olhos.

Seu pai apontou para lâmpada acesa da sala, e dali puxou um globinho de luz com qual ele ficou brincando entre os dedos, tocando-o para cima e para baixo.

- O meu é eletricidade. – disse seu pai.

- E você aquele dia reclamando da conta de luz? Porque simplesmente não põe o dedo na tomada. – disse vitoria com raiva na voz.

- Boa pergunta. – disse Juan.

- Cala a boca, Marques. – retrucou Rafael a Juan.

- E o seu, mãe?

- Quer mesmo saber? Não esta na cara? – pergunto sua mãe.

- Maquiagem? – perguntou Vitoria.

- Eu uso pouca maquiagem e alem disso é bom saber que você esta normal para ouvir o resto da historia. – disse ela.

Um vento começou a bagunçar o cabelo de vitoria, o óculos dela começou a flutuar em direção a sua mãe. Vitoria não estava enxergando muito bem, sem os óculos, ela sentiu alguma coisa em cada um de seus olhos, logo sua visão voltou ao normal.

- bem melhor – disse Sarah satisfeita.

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- Telecinese? – perguntou.

- Telecinese não é um elemento, o meu elemento é o ar que habita... – começou ela.

- Voltando ao assunto – cortou Juan – existe uma Academia, o nome é Academia cruzeiro do sul. Quando nós três éramos jovens – Sarah bateu novamente no ombro dele com um pouco de força – mais jovens – corrigiu-se – estudávamos lá, você nunca foi a uma academia escolar principalmente uma Bellator. Nos já chegaremos à parte “Bellator”. Mas eu e sua mãe, largamos a escola no sexto ano, quando decidimos começar nossas carreiras musicais, depois de alguns meses sua mãe ficou grávida de seu pai, meu irmão.

- Espera você e minha mãe não? – perguntou.

- Amigos – disse Juan – mas só depois de três anos que nos casamos.

- E naquela noite eu e sua mãe bebemos um pouco a mais. – explicou Rafael.

- seguindo o assunto, seu pai continuou estudando na academia, eu e o Juan fizemos sucesso e estamos aqui hoje. – disse Sarah.

- eu tive de me mudar para os Estados Unidos – disse Rafael, Vitoria nunca ouvira seu pai contando nenhuma historia dele mesmo antes – para fazer o ensino superior na minha área, que era investigação, enquanto eu estive lá Juan e Sarah, os melhores amigos que alguém poderia ter se mudaram para Califórnia, pra eu não perder um minuto da gravidez, vi você nascer graças aos dois. Assim que eu me formei voltamos para o Brasil os dois já

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tinha consolidado a carreira, isso foi bom, bem isso faz quinze anos como Juan e sua mãe não lutam eles não gastam energia por isso parecem ter vinte e alguma coisa. – a essa altura da conversa Rafael já estava um pouco emocionado – e eu pareço ter... Sei lá quantos anos.

- Você parece ter cerca de quarenta anos, sua idade, mas se você pintasse o seu cabelo de vez em quando... – disse Sarah.

- Continuando o assunto – cortou Juan – eu e sua mãe na época que seu pai estava fazendo o curso superior começamos nossas carreiras nos “States” fomos para New York e fizemos alguns testes para Broadway, e foi la que começamos...

- Chega de historia – cortou Sarah – e vamos para o assunto historia mundial.

- Então o assunto ainda é historia, né? – perguntou Vitoria

- Sim – disse Rafael – mas fica para outra hora, já é tarde é meia noite, eu to morto. – disse Rafael – boa noite pra quem fica.

- acho que nos dois já vamos dormir também. – disse Juan. – boa noite, deixei alguns chás prontos, se quiser algum é só esquentar, vai ser bom refletir um pouco. – Juan e Sarah saíram dali deixando-a sozinha com seus pensamentos.

Vitoria levantou-se e foi até seu quarto vestiu um pijama, se deitou na cama e deixou o óculos na cabeceira e fechou os olhos, pensando em cada coisa que ouvira o dia inteiro, pensou em tudo que já foi escondido dela durante toda sua vida por sua família, tentando imaginar porque todos esconderam dela tudo isso por todo esses anos. Ficou fitando a parede por um longo tempo.

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* * * * *

Quando Marcelo Castro acordou não estava no olimpo ou na sacada, nem mesmo no Pégaso e sim em um quarto, deitado em uma cama beliche, com as mesmas roupas. Havia um relógio na parede, marcando meia-noite. Marcelo reparou: que ainda estava de sapatos e existiam várias espadas, arcos, entre outras armas empilhadas em cima da parte de baixo de outro beliche, olhou para a parte de baixo do próprio beliche, onde tinha um rapaz loiro, devia ter a mesma idade de Marcelo, estava dormindo, não era possível ver muito, basicamente toda a luz do quarto vinha das armas brilhantes. Ele ficou cerca de uma hora fitando o teto, deitado, quando a porta se abriu lá estava Dan com os cabelos encharcados.

O rosto de Dan estava muito diferente utilizando óculos pretos, pela primeira vez o que chamava atenção na sua aparência não era o seu colar e quando Dan entrou no quarto e falou alto, aparentemente para o garoto loiro.

- Porra meu! Pare de jogar suas armas em cima da minha cama. – Então atirou duas espadas brilhosas cor prateada no rapaz loiro deitado na parte de baixo do beliche de Marcelo. – E da próxima vez não vou atirar assim amigavelmente.

- Ok! Pessoas precisam dormir. – falou Ricardo sonolento.

Marcelo decidiu sentar-se, Dan estava andando em direção a sua cama quando o olhou com seus olhos castanhos. A única luz do quarto era a reproduzida pelas lâminas, fazendo o rosto de Daniel parecer meio fantasmagórico naquela luz.

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- Olha quem acordou! Venha, levante-se. Você deve estar com fome e precisa fazer sua excursão, falar com o diretor, mas agora ele deve estar dormindo ou não (provavelmente não). – falou pensativo e apontou para um armário que ficava ao lado do beliche de Marcelo – Suas malas estão ali naquele armário. Agora ele é metade seu.

- O.K.

- Prazer. Ricardo Trindade, você é o cara do Pégaso dançante né? – disse o garoto em baixo da cama de Marcelo.

- Sou Marcelo Castro e de que pegaso dançante você ta falando?

- Você dormiu algumas horas e seu Pégaso entrou em uma dança com as garotas da esgrima. – explicou Daniel.

- Legaaal – Marcelo falou bochechando.

Daniel pegou uma espada prateada pela lâmina e a atirou em direção a Marcelo, pegando-a no ar pelo cabo. Ela tinha um brilho intenso, fazendo-o ver o quarto muito bem, como se a espada fosse alguma espécie de lanterna.

- O que é isso?

- Me parece muito com uma espada. – falou Dan.

- Isso é meio obvio.

- Pra que perguntou então?

Marcelo revirou os olhos, pensou por alguns instantes em parar de falar, mas estava muito curioso para saber a resposta de

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sua pergunta, o brilho da espada estava começando a incomodar seus olhos cinzentos.

- Eu quero dizer o brilho, isso aqui é estranho demais. – disse Marcelo olhando para o beliche ao lado do seu.

- Ela ira corresponder a suas vontades. – murmurou Ricardo de sua cama.

- Estou com fome. – disse Marcelo.

- Nem todas. Agora venha. Vamos conhecer a escola.

Ele levantou-se, se despediu de Ricardo e atravessou a porta. Carregar a espada era bem diferente para ele. Enquanto passeava pelos corredores da Cruzeiro do Sul, foi capaz de apreciá-los muito. A escola possuía uma forte semelhança com os esboços clássicos vistos por Marcelo de Grécia e Roma, com suas linhas simétricas fortes e colunas brancas, pela janela ele via que encantadores eram os jardins, mesmo no verão onde era para estar muito calor, tudo parecia muito fresco, tinha uma profusão de flores, rosas vermelhas florescendo e outras que ele nunca vira umas amarelas. No corredor haviam quadros, fotos e outras imagens nas paredes.

Olhou pelas janelas novamente e viu uma longa estrada de cascalhos serpenteando a Academia, Daniel disse haver doze casas brancas em volta da Academia, para no caso de um deus maior vir para escola, eles estariam muito bem hospedados, os deuses menores, no entanto, tinham suítes grandes. A parte da ala primária da escola era dos jovens de quinze anos até os dezoito e ele só estava ali ainda por causa disso, ele ouviu um som de água: um riacho, ele suspeitou poder ter um dentro da região da escola.

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Eles pararam em uma janela com Marcelo sentando-se ao parapeito.

- Onde fica a comida? – perguntou Marcelo.

- Aqui perto, mas pensei que você quisesse conversar, há algumas horas atrás seus planos eram começar sua carreira de cantor, e seguir cantando o resto de sua vida e agora você tem de achar uma arma perdida em algum lugar, sem nenhum motivo aparente, o que eu quero dizer é...

- Não precisa Dan. – Marcelo o interrompeu. – Eu sei. Deve ser bem difícil pra você ter de falar comigo, mas não será necessário ok? Eu estou bem e é só isso que você deve saber.

- Hei você! – uma voz disse distante.

Marcelo quase caiu do parapeito da janela, se não fosse por duas mãos invisíveis tê-lo pego. Aquela voz era muito familiar, mas não sabia distinguir de onde ela era então tentou olhar de onde a voz tinha vindo e ali havia uma garota baixinha, a mesma do parque, a menina deitada no chão.

Ele ficou confuso e surpreso por ver aquela garota ali, não tão surpreso, pois ele havia encontrado deuses há alguns minutos ou horas atrás, mas de fato foi uma surpresa. Se lembrou do nome da garota: Clarissa, o resto do seu nome não se lembrava. Ou não sabia.

- Porque você não me disse que estudava aqui? – perguntou.

- Porque ele não estudava – Daniel se voltou para ele – e Marcelo, quando vai me contar às coisas que acontecem com você? Você já a conhecia? Daqui a pouco o diretor vai vir aqui e

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dizer que é seu avô? O cachorro protetor da escola vai se revelar seu primeiro animal de estimação? Existem coisas nas quais precisamos discutir.

- Cala a boca Dan. Eu não sei nem quem eu sou direito, mas ela eu conheço, não realmente, ela era a garota do parque. – ele respondeu, calmamente.

- você entrou hoje?

- Ele nem entrou ainda e nem você. – disse Daniel.

- Você deveria parar de responder minhas perguntas e não, eu não estudo aqui, eu só estou aqui por que... – ele pensou nisso pela primeira vez, o porquê dele estar ali. – Por que estou aqui?

- Ótima pergunta é o “porquê”. Este é um lugar seguro e você precisa achar dois guerreiros para uma missão, eu tenho de escolher dois também. Hera especificou que na viagem temos de ser seis e todos menores.

- Ah! – disse a garota – Quem você vai escolher Marcelo? Existem ótimos guerreiros ali no outro lado. – Clarissa apontou para a janela, Marcelo acompanhou o olhar, ela se sentou ao lado dele no parapeito – Bem! Também existem pessoas como os Cavalcante, ótimos em luta, a família deles é bem antiga sabe e, bem, são vários de famílias tradicionais, quem você escolhe?

Ele teve milhares de pensamentos, então pensou em talvez chamá-la, talvez isso fosse bom, ela deveria lutar bem, era pequena, deveria ser ágil, esperta e tinha cara de quem sempre teria fones de ouvido (que é? Nunca se sabe quando vai se ter tédio).

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- Você. Que tal? – ele falou por fim.

Os dois estava bem próximos naquele parapeito, havia um vento vindo do lado de fora batendo diretamente em suas costas, ela não parecia com frio e ele não estava muito diferente, teve de admitir, não gostava muito dos ventos gelados, cada átomo de seu corpo dizia para chegar mais perto dela, pois ela irradiava um calor confortável, mas seus “sensos de naturalidade” como os de desconhecimento e principalmente timidez, o diziam para ficar onde estava.

Ela ficou cerca de dois minutos com uma expressão pensativa, olhando para longe, pois ninguém podia culpá-la. Já Daniel, enquanto isso, estava afastado, fingindo estar interessado em seu anel, analisando o seu anel de prata como se fosse a coisa mais interessante do mundo, ele estava estranhamente quieto durante todo o tempo e isso era estranho, pois ele nunca perdia a oportunidade de lançar um comentário desagradável.

- Pode ser, mas eu quero saber onde estou me metendo. – ela respondeu finalmente.

- Perfeito.

Marcelo explicou tudo sobre a arma de Apolo até onde e sabia. A nuvem, a deusa Hera, apenas não contou sobre seu sonho, aquilo estava incomodando-o, no entanto, era bem estranho ele não conseguir esquecer daquilo, ficou como uma memória, mas era impossível ele ter viajado enquanto dormia, não? Apesar de ele estar relevando seus conceitos de coisas impossíveis.

- Então aceito! Eu não acho que vou ter uma oportunidade de uma missão assim novamente.

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- Ótimo! Dan, você vai chamar Ricardo? – ele olhou para Daniel.

- Ricardo? Sim. Ele não é muito inexperiente, chegou aqui em novembro, se bem que vocês dois não são muito diferentes.

- Eu estou aqui desde Novembro! – ela protestou.

- Quem mais você vai chamar Marcelo? – perguntou Dan.

- Bem. Talvez o próximo eu vá ter de escolher muito bem, assim como eu já fiz.

- Eu vou dormir, já são duas da manha. – ela disse.

- Boa noite, durma bem. – Marcelo disse.

- Idem. – ela disse.

- Adeus! – disse Daniel.

Clarissa saiu do parapeito, fazendo Marcelo sentir frio quando ela fez isso, já que todo o calor irradiado por ela se fora. A garota deu de ombros, percorreu o seu caminho pelo corredor, até um quarto no fim dele. Ele a observou enquanto ela andava para seu quarto, não sabia direito qual o motivo movera ele a fazer isso. Ele ouvia Dan falando, mas parecia ser apenas um ruído distante.

- Você quer vir ou não? – disse Dan com um tom de voz no qual mostrou já estar chamando por ele há algum tempo. – Ou você pode ficar e morrer de fome, eu não vou ficar muito interessado nessa opção já que você é meu copiloto de missão, certo?

- Hã? Ninguém disse que você era o capitão senhor Gliviot.

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- Você está me dizendo que vai ser o capitão? Isso é impossível! Você nunca sai de seus livros, só se baseia em histórias, romances onde você é um herói e vai chamar a donzela para fugir de seu cativeiro. – falou Dan.

- Ah! Ótimo. Eu acho o refeitório sozinho.

- Ótimo. O quarto é o 23. Chegue lá até as três, se não o inspetor pode te achar na ronda noturna.

Dan girou os calcanhares e saiu andando, possivelmente não estava acostumado a ser contrariado para ser o capitão da missão. Então Marcelo, depois de ter se estressado com seu amigo, procurou um refeitório, vagando pelos corredores por trinta minutos, caçando algo parecido com um refeitório, mas não estava tão concentrado nisso e sim maravilhado com os aspectos antigos do lugar, fazendo, até mesmo ele, que não prestava atenção em arquitetura antiga, achar o “passeio” incrível.

Ouviu um som atentamente com seus sentidos, andou por cerca de três minutos e abriu uma porta, onde havia um garoto jogando “Halo 2” num videogame. O garoto não percebeu quando Marcelo abriu a porta e continuou concentrado em seu jogo. Marcelo para tirar o garoto de sua concentração deu um chute na porta, fazendo um som alto, fora uma grande dor sentida por Marcelo em seu pé. O garoto pulou de susto e virou-se para ele.

- Quem é você? – perguntou com irritação.

- Sou Marcelo... – corrigiu-se – Marcelo Castro e você? – respondeu mantendo a voz neutra.

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- Gabriel Borges e o que você faz aqui? – ele olhou para o relógio em seu pulso – são três horas da manhã! – ele exclamou.

- Dando uma volta pelos corredores procurando o refeitório, sabe onde ele fica? – disse Marcelo.

- Espere um pouco, você não sabe onde fica o refeitório? – perguntou Gabriel fazendo uma careta.

- Não sei, para falar a verdade, cheguei a pouco aqui na academia cruzeiro do sul, nem me encontrei com o diretor ainda.

- Então você é um novato. Tipo! Você ainda não é um calouro? – perguntou Gabriel analisando-o.

- Sim e eu quero saber onde o refeitório fica. – disse Marcelo rapidamente.

O quarto estava revirado, haviam roupas jogadas por todos os lados, além de uma meia no ventilador. A televisão vista por ele antes estava começando a se transformar em um quadro branco, o controle em um simples pincel pequeno em cima de uma bandeja de tinta e haviam vários jarros de plantas espalhados pelo quarto, com apenas duas camas de casal.

- Tudo bem! Que tal um acordo entre nós? Eu te levo ao refeitório se você não contar a ninguém o que eu estava fazendo aqui, que tal?

- O.K – falou Marcelo.

- Bom garoto. Agora vamos pegar comida pra você. – falou Gabriel com um sorriso no rosto, andando em direção à porta, passando por Marcelo que o seguiu de volta ao corredor.

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* * * * *

Vitoria não conseguia dormir, ficava se virando de um lado para o outro de um lado para o outro, decidiu ir até a cozinha pegar um dos chás de Juan para relaxar, saiu de sua cama procurou os chinelos, não achou, decidiu ir de pés descalços saiu de seu quarto andou pelo corredor, atrevessou a sala, foi até a cozinha escolheu o chá muito bem, era um que dizia sono, agora Vitoria finalmente entendia como os chás de Juan eram tão saudáveis e gostosos. Ela tomou um dos chás sentiu seu corpo relaxar completamente, ela decidiu ir para cama, pois já estava ficando com sono.

- Quando você vai contar para ela? – Vitoria ouviu a voz de Juan vindo do quarto de hospedes onde seu pai estava.

- Assim que ela estiver pronta para ouvir. – vitoria ouviu a voz de Sarah.

Ouve um momento de silencio.

- desculpe, mas eu sinceramente acho que quem não esta preparada é você. – disse a voz de Rafael.

- Concordo plenamente com Rafael, Sarah já tem quinze anos ela merece saber que tem uma família mais longa, e principalmente o que aconteceu no seu próprio passado.

- Vocês querem que eu apresente minha mãe? – disse ela com uma voz um pouco angustiada.

- não, por enquanto, mas ela merece saber dos dois primos, pelo menos conte isso, se não estiver preparada para dizer o resto. – disse Rafael.

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- Eu não... – começou ela, mas vitoria conseguia ouvir o choro da mãe.

- você não pode achar que aquela maldita organização mudou Felipe, ou transformou ele em algo parecido com o pai. – disse Juan. – aqueles filhos de tártaro seguidores de Prometeu não podem ter mudado de sua natureza, Charles por mais desequilibrado que seja deve ter o protegido disso, e o outro garoto o desaparecido deve estar ótimo, na pior das hipóteses deve ter ido morar com mortais.

- Como sabe? Que eles estão bem e são boas pessoas? – Perguntou Sarah, vitoria podia perceber a tensão na voz da mãe.

- Eu não sei, mas foi o que escolhi acreditar – disse Juan calmamente.

- Elas eram suas irmãs eu sei, mas ela merece sabe da existência do resto da sua família, vamos ocultar a tragédia por enquanto, que tal?

- não... Se ela souber vai ficar sabendo de tudo de uma vez. – disse Sarah – mas será depois do Natal. – disse sua mãe.

Vitoria correu para o seu quarto e deitou-se na cama, seu corpo estava relaxando muito mais, ela adormeceu, o chá fez tanto efeito nela que não conseguiu nem pensar no que acabara de ouvir direito.

* * * * *

Luis ficou fritando os miolos no quarto, tentando entender porque seu pai escondera a informação dele, Luis decidiu ir fazer uma rápida visita a ela desceu as escadas correndo tomando cuidado

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para não fazer nenhum barulho, ele atravessou a sala e foi até a adega, mas chegando la percebeu que estava vazia, ele ia dar mais volta quando topou com seu pai vestido.

- Eu vim pegar um vinho e ai... – começou Luis.

- Não minta pra mim agora pegue uma cadeira e sente-se. – disse Charles.

Luis fez o ordenado, foi até a cozinha pegar uma cadeira.

- Você me criou um problema Luis que começou quando você trocou os pratos de comida da prisioneira.

- Desculpe. – disse Luis.

- Eu tive de acobertar você, dizendo que ela era muito resistente a drogas, mas ela foi transferida para a nossa sede na Itália. – falou ele encarando o filho nos olhos. – dentro de duas horas nos vamos entrar em um avião para o Brasil vá para o seu quarto e arrume suas malas.

Luis fez exatamente o ordenado.

* * * * *

Daniel estava vagando pelos corredores e não quis ir para o seu quarto depois da discussão com Marcelo. Ele se acalmou apenas vinte minutos após a sua discussão, indo em direção à sala do diretor. Ao chegar abriu a porta da sala de recepção, atravessou-a rapidamente, já sabendo como o diretor quase nunca dormia e estaria acordado. Dan bateu na porta três vezes e após alguns instantes a porta se abriu, o diretor um homem alto com cabelos negros e olhos escuros.

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No fundo da sala era possível ouvir uma música, a qual parecia ser, “Isso”, dos titãs.

- Senhor Gliviot, entre por favor. – disse ele abrindo espaço para a entrada de Dan.

Ao entrar, ele vê um homem alto, com uma face muito séria, cabeça raspada e olhos negros. O diretor se sentou em uma poltrona preta, esticando seus pés para cima de uma pequena mesa de madeira, deixando a mostra seus sapatos italianos brilhosos dizendo:

- Senhor Gliviot, sente-se – e como ordenado Daniel atravessou a sala e sentou-se – este é Lorde Kratos, ele veio à escola para achar um jovem de quinze a dezoito anos de idade para entrar na busca da arma perdida – com essas palavras Dan sentiu seu estomago revirar – e Lorde Kratos, o nosso honrado senhor Gliviot foi escolhido pela sua rival para ir atrás da mesma arma.

- Pelo jeito foi você um dos escolhidos por Hera. – disse Lorde Kratos olhando para ele de cima a baixo. – Ela realmente não sabe escolher heróis. – ele terminou com uma leve gargalhada de deboche.

O diretor apenas observou a cena sem intervir e continuou sentado com suas pernas para cima, agora tomando algo parecido com um uísque com duas pedras de gelo, Dan analisou Kratos, parecia não dormir há tempos, existia alguma arma abaixo de sua jaqueta, provavelmente uma pequena adaga, além de outra na boca de sua bota.

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- Sim, Lorde Kratos. É um prazer conhece-lo, você poderia me dar um autografo?

- Não entendo? Porque quer um autografo meu? – perguntou ele.

- Não é todo dia que encontramos um personagem de um jogo de vídeo game. Você ficou muito conhecido como o espírito espartano e é por isso que Você merece ser chamado de Lorde, não? – perguntou Dan.

- O que você disse? Como um mero iniciante acha que tem alguma coisa a me dizer sobre merecimento? O que você sabe sobre mim garoto? – Perguntou Lorde Kratos com raiva em sua voz, levantou-se olhando Dan diretamente em seus olhos.

- Você é esquentado em, eu só retruquei o insulto. E alem disso eu adorei o filme trezentos eu imagino que aquela frase deva ser sua né? – disse Dan

- De qual frase você esta falando? – perguntou Lorde Kratos bufando de raiva.

- “This is Esparta!” – gritou Daniel levantando-se também.

Dan viu o diretor dando um leve riso por trás de seu copo.

- Eu não sei quem você pensa que é, mas acho que você não duraria em uma batalha como aquela, você não parece ser do tipo Herói.

- Herói como você? Tudo que você já fez até hoje foi um feito histórico, já podia estar morto a milhares de anos que ninguém sentiria falta. – disse Dan.

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- que tal uma luta? – perguntou Kratos.

- quando? – perguntou Dan mantendo o olhar nos olhos de Kratos.

- Agora!

Lorde Kratos terminou puxando uma adaga cromada a ouro de dentro de sua jaqueta em um único movimento rápido. O garoto apenas teve tempo de tirar sua adaga da cintura e bloquear o golpe de Lorde Kratos, com o choque quase o arremessando para longe, se não fosse seu longo treinamento de força, Dan teria voado até o piano às suas costas.

- Chega! – exclamou o diretor se levantando de sua poltrona finalmente.

- César, você por acaso ouviu o que o garoto disse? – respondeu Lorde Kratos aliviando a pressão em cima de Daniel.

- É lógico que sim! Por acaso eu não sou surdo Kratos. – retrucou o diretor tirando as espadas cruzadas das mãos dos dois.

- Eu só estou aqui diretor, para avisar que Marcelo já está acordado e conhecendo a escola. Amanhã ele estará pronto para a cerimônia de iniciação na Cruzeiro do Sul. Até mais diretor César. – disse Dan ignorando a presença de Lorde Kratos e se aproximando da porta.

- Boa noite, senhor Gliviot. – falou o diretor.

Daniel saiu batendo a porta atrás de si. Pensou em procurar Marcelo e pedir desculpas a ele, como o inspetor poderia pegá-lo deveria andar cuidadosamente e havia mentido para Marcelo,

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enquanto na realidade o inspetor só poderia punir acadêmicos e teoricamente Marcelo ainda não era um.

Dan decidiu andar até o refeitório, provavelmente Marcelo o teria achado, quando chegou, viu Marcelo, e mais um jovem de mais ou menos dezesseis anos, o amigo estava comendo.

O lugar estava com metade de suas luzes ligadas, ele se aproximou da mesa e analisou o outro rapaz, ele lhe era um pouco familiar. Dan andou até a mesa onde eles estavam sentados.

- Eu acho que você achou o refeitório Marcelo. – disse Dan.

- E pelo jeito você está com fome, ou senão, veio me procurar para, sei lá, pedir desculpas? – falou Marcelo.

- Vejo que já achou companhia, tchau. – disse Gabriel levantando-se e saindo da sala.

- Por que somente eu deveria me desculpar e não você? – perguntou Dan.

- Porque... Porque... – começou Marcelo tentando achar um argumento.

- Que tal os dois pedirem desculpas ao mesmo tempo?

- O.K

- Desculpas – os dois disseram juntos rapidamente, em um único e rápido som.

Os dois ficaram em silencio por um longo tempo, fitando um ao outro, Daniel achava o silencio irritante e muito desagradável,

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Marcelo levou seu prato a uma estante onde todos os alunos colocavam seus pratos sujos, Dan iluminou o caminho para os dois até o quarto, pegando um espada que estava em uma das mesas, Dan pensou que algum dos poucos alunos que estava na Academia deveria de ter esquecido durante o jantar.

* * * * *

Luis estava chegando na casa de sua mãe em Porto Alegre que agora pertencia a ele quando ouviu seu telefone tocar.

- Alo. – disse Luis.

- Luis, aqui é Kratos se você quiser você pode ir sozinho até a escola, seu pai disse que estão no Brasil, certo? Vá para la ache o segundo capitão e Dois fale pra ele escolher Dois também.

- Tudo bem, mas porque mudou de ideia?

- As coisas não foram muito bem lá, ouve como vocês dizem mesmo... qual a palavra... – Luis lembrou-se que Kratos não falava português como língua.

- Contratempo? Uma emergência? Desentendimento?

- isso um “Desendimento”.

- Um desentendimento, o certo é “Desentendimento”.

- claro e eu tenho informações dos competidores.

- Eu não quero saber, só quero fazer minha missão. Informações de concorrentes atrapalham demais.

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- tudo bem, mas quem você pretende chamar?

- Não tenho ideia ainda Lorde Kratos, mas quando decidir te aviso. – disse Luis enquanto revirava a sua mala atrás de seu par de fones.

- tudo bem, estarei esperando uma resposta amanha a noite. – disse Kratos.

- Tá eu ligarei. – respondeu Luis.

* * * * *

Ao acordar, Dan puxa seu relógio, eram seis e trinta da manha, o treinamento de Dan o havia ensinado a sempre acordar cedo e disposto, não iria voltar a dormir só pelo fato de ter ido se deitar um pouco tarde, se senta em sua cama e visualiza Marcelo dormindo na parte de cima do beliche, á dois pequenos armários e uma beliche de distância. Provavelmente ele deve ter mudado de roupa durante a noite, pois agora estava com uma calça mais solta, e uma camisa da banda ”Iron Maiden” meio larga, mas já Ricardo estava dormindo exatamente igual a quando entrou no quarto ontem.

Daniel levanta-se de sua cama e vai até o refeitório, ao abrir a porta, vê poucas pessoas, se dirige para a bancada onde é para montar seu café da manhã, primeiro vai até a cafeteira e clica em “café expresso”, pega um copo grande de isopor e o coloca ali dentro, anda até os omeletes e pega um pouco, logo escolhe uma mesa e senta-se, come seu café da manhã e pensa em ir pedir desculpas ao Diretor pelos acontecimentos da última noite. Após

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comer e pôr seu prato em uma bancada onde havia vários outros pratos sujos, decidiu fazer o caminho pelos jardins e seus corredores de árvores e ao atravessá-los, pulou uma janela e entrou na sala da direção, atravessando-a e batendo na porta do diretor, o diretor ao abrir a porta, deu um olhar sério a Daniel.

- Entre. Por favor. – disse Cesar.

- Diretor Cavalcante, eu vim lhe pedir minhas sinceras desculpas por ontem. – disse Dan ao entrar.

- Não se preocupe. Você apenas facilitou a minha vida. – disse ele sentando-se em sua mesa.

- O que você quer dizer com isso, diretor? – pergunta Daniel sentando-se.

- O que eu quero dizer, é que você me deu um bom motivo para não permitir um acadêmico nosso para a missão dele. – disse César.

- Posso perguntar por que você não queria dar um aluno para a missão dele? – pergunta Dan.

- A resposta não é clara Denyel? Perder um aluno seria péssimo. Kratos virou paranoico e sempre desperdiçou vidas desde a época de Esparta, - disse ele levantando-se e indo em direção à janela – ou você realmente acha que eu, em meu estado normal, seria alguma espécie de amigo do espírito espartano? – ele fez uma pausa de alguns segundos. – Não responda. Foi uma pergunta retórica.

- Desculpe lhe dizer, mas você poderia ser amigo de qualquer um Diretor, desde que eu te conheço já vi você ter uma grande

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variedade de amigos – ele pausou uns instantes – Kratos poderia ser o pior deles. – completou tentando redimir-se.

- Eu sei garoto, mas durante toda minha vida tive vários amigos e inimigos, conheci pessoas e outros seres. – falou ele lentamente. – Mudei muito de uns anos para cá, na década de setenta eu saí da minha terra natal e vim para o Brasil, já na década de 80 entrei para a Cruzeiro do Sul e virei diretor nos 2 anos seguintes, o que eu quero dizer, com todo esse blablá, é que seu passado não se apaga. Se você teve uma vida antes será impossível apagá-la. – ele suspirou – Estou falando coisas desnecessárias demais sobre a vida? – pergunta o Diretor pensativo.

- Sim Diretor, até demais. – reponde Dan lentamente.

- Eu gosto de você por sua honestidade – diz o diretor.

Eles ficam alguns instantes em silêncio, logo Dan começa a analisar a mesa do diretor a sua frente, ali em cima haviam um pequena quantidade de livros antigos, os quais ele imaginou como o diretor havia conseguido, sabia que o diretor era um Bellator Imortal. (Bellator que fez algo de grandioso e mereceu a imortalidade) atrás da mesa havia uma espécie de biblioteca particular se estendendo por toda parede anterior à mesa. Daniel teve uma pequena vontade de não trazer Marcelo, pois ele poderia tentar nocautear o diretor só para ter aqueles diversos livros, então se lembrou que realmente deveria chamar Marcelo, para realizar a sua reunião com o diretor, com a finalidade de se preparar para a iniciação ao meio-dia. Dan disse ao diretor, continuando a olhar pela grande janela, iluminando seus rostos e

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banhando toda a sala com o sol, sendo visível um pouco da poeira de alguns livros.

- Diretor! Eu acho que irei buscar Marcelo. Voltarei com ele em alguns minutos – disse levantando-se.

- Espere mais um pouco. Eu quero mostrar-lhe algo antes. – disse ele virando-se de leve, criando um pouco de sombra em seu rosto, mostrando como os seu olhos não eram totalmente negros, haviam também faíscas castanho claro\douradas.