seducao nas terras altasss

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Romance Histórico

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11- 1 -

Digitalizao e reviso: cintia bruno

ESCCIA ,1307

CAPITULO I

E milorde, no pensa em se casar? A pergunta vinha sendo feita de maneira incessante nas ltimas semanas, desde que seu irmo mais novo decidira subir ao altar. Agora a sua vez, Conor! era o comentrio daqueles que o encontravam. Os ligados a ele com certa intimidade nada ousavam perguntar, mas os outros no se furtavam indagao fatdica. E milorde, quando resolver se casar? Nunca, se que isso da sua conta era a resposta brusca com que ele brindava a maioria dos curiosos que o haviam aborrecido durante a cerimnia. No caminho de casa, os cavaleiros que cavalgavam a seu lado no se cansavam de provoc-lo: E ento, Conor, quando vai escolher uma noiva? um deles imitou a voz dissonante de uma das matronas escocesas que haviam atormentado Conor naquela ltima semana.

Risos se sucederam entre o grupo de homens, todos morenos de olhos azuis. Qualquer dia desses, Craig, ele vai lhe dar urna surra.

Espero que ele acerte a boca de Craig disse um dos mais jovens defendendo o irmo mais velho. Conor ignorou a tagarelice dos irmos e liderou o grupo at um riacho prximo para refrescar as montarias. A viagem estava chegando ao fim, e logo ele estaria de volta s terras dos McTiernay, onde retomaria seus deveres como chefe do cl. Cuidem bem dos cavalos. Acamparemos mais frente, no vale. Os homens obedeceram. Eles no chegariam antes do anoitecer ao destino sugerido, a muitos quilmetros ao norte, onde no havia sequer um regato para matar a sede dos homens e dos animais. No entanto, era uma deciso acertada. Nenhum deles gostaria de dormir prximo s terras dos Douglas. Embora uma pequena parte do territrio dos Douglas se limitasse com terras dos aliados por onde Conor e seus homens costumavam passar, tratava-se de uma localizao estratgica Protegida por dois enormes despenhadeiros, havia apenas dois lados que necessitavam de fortificao, e era o que os ancestrais dos Douglas haviam feito. No caminho para o vale, Conor pensava na pergunta do irmo. Conor McTiernay era um homem de estatura elevada, mesmo para os padres masculinos dos habitantes das Terras Altas. Usava os cabelos castanho- escuros amarrados para trs, ao contrrio dos soldados escoceses. Fazia anos que as jovens e suas mes empregavam as mais variadas tticas para persuadi-lo a assumir um compromisso. No havia uma nica moa solteira que no se encantasse com a idia de tornar-se esposa de um poderoso chefe de cl, ainda mais sendo ele jovem, atraente e vigoroso. Com o decorrer dos anos, Conor se cansara do interesse artificial das belas jovens e passara a ser considerado um homem frio e rude que no se rendia aos encantos femininos. O que pouco o incomodava, pois Conor no tinha inteno de se casar. A maioria dos matrimnios no passava de um simples contrato, um meio de assegurar alianas, perpetuar a linhagem familiar, compartilhar tarefas e satisfazer necessidades fsicas.

Seu talento com a espada e a lealdade indiscutvel de seus homens geravam bons acordos. Seus irmos certamente assegurariam a continuidade dos McTiernay, e suas necessidades fsicas podiam ser satisfeitas sem nenhum compromisso. O casamento de seus pais fora diferente. Eles se amavam, confiavam um no outro e haviam construdo uma unio admirvel. E desde a adolescncia, Conor pensava em edificar uma vida semelhante deles. Desconfiado, Conor analisava, com resultados desanimadores, as mulheres que tinham pretenso de tornar-se lady McTiernay. Embora muito corteses, quando interrogadas a respeito dos verdadeiros interesses, umas choravam e outras entravam em pnico, sempre declarando ser ele o nico lorde montanhs sem corao. Aps urna srie de desiluses e experincias desagradveis, conclura que a existncia maravilhosa de seus pais no se estenderia a ele.

O grupo chegou ao vale e se pos a montar o acampamento. A temperatura caa e Conor estava contente em voltar para casa. Muitas coisas teriam de ser feitas antes do inverno e em poucas semanas as montanhas estariam cobertas de neve. Conor observou os homens que montavam uma grande fogueira no centro da clareira. O grupo no era numeroso. Cinco de seus seis irmos e quatro de sua guarda de elite. Em geral Conor no permitia que a famlia toda ultrapassasse a fronteira dos McTiernay, mas o casamento exigira a presena dos familiares. Relutante, acabara concordando com a viagem dos irmos mais novos, apesar de o trajeto ser feito em terras de aliados ou cls neutros. Aposto que Colin ter uma tima noite de npcias Craig opinou, rindo. O gmeo Crevan sorriu e continuou comendo um pedao de carne. Os gmeos de dezessete anos eram muito parecidos, altos, com cabelos castanho-escuros e olhos azuis. Contudo a personalidade deles diferia como a gua do vinho. Colin deve estar feliz, pois Deirdre muito bonita Clyde, o caula de quase doze anos, afirmou. Os mais velhos o provocavam, dizendo que o estoque de nomes bonitos comeados com a letra C se esgotara quando ele nascera, e Conor o consolava dizendo que os dois eram os nicos que tinham os olhos cinzentos, da cor da prata. Os outros tinham olhos azuis como os da me. Com seu nome, Clyde, nem espere essa felicidade. Conan, de catorze anos, gostava de imitar os mais velhos. Clyde irritou-se e jogou terra com a bota na capa xadrez de Conan. Este, por vingana, deu um pontap comfora e a terra atingiu no apenas Clyde, mas tambm Conor. E se no fosse a interveno de Cole, o mais velho depois de Conor e Colin, a provocao teria desandado em uma briga entre irmos. Com o casamento de Colin, Cole ficara encarregado de evitar a discrdia entre os mais novos, pois Conor, chefe do cl, era muito ocupado e no podia perder tempo com esses detalhes de pouca monta. Chega Cole imitou a voz firme de Conor nos campos de treinamento. Conor no participou da altercao e recostou-Se num dos olmos que rodeavam a pequena clareira. A interferncia de Cole, um rapago de vinte e um anos, conseguira refrear os nimos e impedir a provvel destruio do acampamento recm montado. Mesmo em terras de aliados, eles ainda se encontravam muito perto da fronteira dos Douglas. Conor adoraria enfrentar num campo de batalha aquele chefe de cl cruel e desonesto, mas no na presena dos irmos mais novos e a vrios dias de distncia de casa. Conor conversou com os quatro soldados e elaborou um esquema de vigilncia. Mais alguns dias de viagem ao norte e a viglia poderia ser relaxada. Depois das ordens distribudas, voltou ao acampamento onde Craig relatava os ltimos boatos. E inacreditvel o que Hilda me disse Craig afirmou. Quem Hilda? Clyde indagou. -a-- Ah, uma moa com quem ele passou a noite Conan falou como se fosse familiarizado com tais eventos. Bem, Hilda me disse que a neta de Maclnnes vai morar com ele. Craig piscou, malicioso.

E o que t... tem isso? Crevan, introspectivo e calmo, era o oposto de Craig, sempre alegre e exuberante. Contudo, enganava-se quem supunha serem o temperamento afvel e a ligeira gagueira sinais de fraqueza. Dois anos de treinamento haviam transformado Crevan num verdadeiro McTiernay. Esperto, estrategista e rude numa batalha. Ela inglesa. Craig fez uma careta. Ora, mas se ela n... neta de Maclnnes e ele e... escocs, e... como pode s... ser isso? No sei. Maclnnes das Terras Altas, foi o melhor amigo de nosso av e, segundo Conor, Maclnnes mantm as tradies do Norte. Ento ela n... no i... inglesa. Hilda contou que ela mora na Inglaterra h muitos anos e que perdeu a me, mulher bonita e filha de Maclnnes, ainda criana. Por isso nem deve lembrar- se mais das tradies escocesas. Todos apostam que ela no agentar muito tempo e voltar para a Inglaterra. Maclnnes muito severo. Os ingleses deveriam ficar na terra deles. Cole desprezava o pas vizinho e seus habitantes. Cole, os ingleses podem arruinar nossas terras? Clyde lembrou-se dos comentrios negativos dos guerreiros McTiernay. Por que a dama inglesa vem morar na Esccia com o av? Conan no esperou a resposta de Cole. Talvez ela odeie a Inglaterra Craig opinou, mastigando carne fria de carneiro. Os ingleses no so espertos o suficiente para odiar a terra natal Cole falou com desprezo. Ela talvez queira tirar proveito por ser a nica herdeira de um lorde poderoso.

Mas voc disse que ela era bonita Conan ponderou, sempre perdido em relao ao sexo oposto, embora fosse inteligente e procurasse instruir-se lendo manuscritos. Conan, uma moa bonita pode ser burra e irritante Craig afirmou com superioridade. Nunca se esquea disso. Eu sei Conan alterou a voz. Por isso mesmo nunca me casarei, como Conor. No queremos mulheres pouco inteligentes, mesmo que sejam bonitas. Ele procurou a aprovao de Conor, mas o irmo estava de olhos fechados e com expresso imperturbveL Alm do mais eu disse que a me era bonita, no ela Craig afirmou. E por isso, foi cortejada por muitos homens. E por que a neta de Maclunes inglesa? Clyde indagou. Porque a me fugiu para se casar com um baro ingls. Bonita e pouco esperta, como se pode deduzir. E, provavelmeflte a coitada da neta de MaclnneS deve se parecer com o pai. O que deve entristecer bastante MaclnneS Clyde comentou. Em geral Conor no participava da conversa dos irmos. Ele amava a famlia e considerava difcil saber quando deveria assumir o papel de irmo mais velho ou (te chefe do cl. Por isso, ao se tornar lorde McTierflaY, encorajara Colin a atuar como irmo mais velho, o que lhe permitia ocupar-se com o cl em tempo integral. Naquele dia, Coliri se casara com Deirdre, filha mais velha de lorde Dunstan. Depois da volta para casa, Cole os deixaria para fazer parte da guarda de lorde Schellden, um aliado com terras a oeste dos McTiernay.

Colin e Cole tinham sido os primeiros a sair; mas logo os outros tambm iriam embora em busca dos prprios destinos. E, por algum motivo, aquela idia o fazia sentir-se solitrio e triste. Por isso procurava disfarar a dor, distanciando-se deles. Sua vida era o cl, e o cl precisava dele. Conor foi afastado de seus devaneios quando Finn, comandante da guarda, se aproximou, srio e preparado para uma luta. Hamish est investigando um rudo que escutou na mata. Naquele instante eles ouviram um grito abafado de Seamus. Desembainharam as espadas e avanaram para confrontar-se com o inimigo. Ao chegar mais perto da floresta, viram Loman e Hamish arrastando uma mulher para a clareira. Loman chegou perto de Conor, segurando-a pelo brao, e ela parou de espernear. Pelo arfar de Loman, Conor imaginou o que acontecera e admirou-se como uma moa to magrinha poderia ter dado tanto trabalho. Ela atingiu Seamus na cabea e ns a pegamos enquanto ela tentava fugir da cena do crime contou Loman. Laurel espantou-se ao ouvir a palavra crime e em seguida irritou-se, O gigante a quem chamavam de Seamus tentara aprision-la, e defender-se era seu direito. Ela fitou o lder deles, o maior de todos. Conor notou que ela procurava esconder o pavor que sentia. Fitou fascinado com a mudana de expresso de surpresa para raiva, mas no estava preparado para o olhar dela.

A aparncia desgrenhada e as roupas rasgadas desapareceram diante dos olhos que lembravam O mar do Norte numa tempestade: azul-escuros com laivos verdes Eles se entreolharam por alguns momentos, antes de Conor retomar o raciocnio. Quem a senhora? ele perguntou em tom monocrdio. Alta e dona de um porte rgio, no parecia importar- se com a manga rasgada do ombro ao cotovelo. Seus olhos brilhavam, e ela o desafiava com o queixo erguido. Mas Conor notou o leve tremor quando ele se aproximou, surpreso pela atrao que sentia pela desconhecida. Desesperada, Laurel teve a intuio de que seu captor, aquele escocs enorme, poderia ser tambm seu salvador. Sou Laurel Rose Cordeil. Ela levantou ainda mais o queixo. Conor acenou para Loman soltar a jovem orgulhosa e observou-a massagear o local por onde fora presa. Terra e galhos secos estavam emaranhados nos longos cabelos loiros. Os ossos malares eram altos e a boca carnuda pedia beijos. Era incrvel que se sentisse encantado por uma mulher naquele estado, to desarrumada. Ora, ela era inglesa, estava suja e mal vestida, mas exalava um perfume de flores, mais precisamente de lilases. Aquelas tinham sido as flores prediletas de sua me, que sempre as cultivava na fortaleza. Embriagado por aquele perfume e pela cor dos olhos que no o desfitavam, Conor demorou alguns instantes para notar que ela segurava, como se no percebesse, uma pequena adaga com cabo de madreprola. Na certa a jovem devia estar um pouco confusa, se imaginava poder ferir algum com aquela arma de brinquedo. Disse a si mesmo que seria melhor tirar dela a lamina , antes que ela se cortasse.Laurel estremeceu ao v-lo aproximar-se e teve uma idia tola: fugir. O gigante chegou perto dela e tirou a adaga de sua mo. Ela no pretendia recuar de maneira to covarde, mas o lder do grupo era grande demais mesmo para ela, considerada alta para uma mulher. Ele tinha feies enrgicas e, apesar de muito musculoso, Laurel no se sentiu ameaada. A impresso era de que ele podia enfrentar um exrcito inteiro, se preciso fosse. Ele estava to prximo que era possvel ver uma pequena cicatriz no superclio direito, cortando a sobrancelha ao meio. Fora essa pequena imperfeio, seu rosto tinha uma beleza masculina perfeita, e diferente de seus braos que apresentavam inmeras cicatrizes. Era evidente que ele enfrentara muitas batalhas e soubera como sobreviver a elas, O guerreiro tinha espessos cabelos castanho-escuros e olhos literalmente prateados que fascinavam, diferente de tudo o que Laurel j vira. Ela comparou-os a uma taa de cristal que refletia a luz. Ele no perdia um s de seus movimentos, mesmo o menor deles. Apesar do tamanho descomunal e da frieza de seu olhar, Laurel percebeu, mesmo sem entender o motivo, que estava segura com ele. Ele a ajudaria e a protegeria. Ele teria de faz-lo. Sob a fraca luz do luar, Conor observou a inglesa encar-lo como se calculasse o que deveria fazer. O vestido rasgado em vrios locais deixava entrever uma camisa branca e rendada, muito feminina. Com certeza, tratava-se de uma jovem de classe alta. Ele no conhecia nngum que usasse roupas ntimas to luxuosas. Os cabelos pareciam loiros, mas era difcil distinguir o tom sob a camada de sujeira. At o rosto mostrava manchas que poderiam ser de terra ou de sangue. Hamisb aproximou-se com um pano mido para ela se limpar, mas Laurel recuou. No foram meus homens que fizeram issO Conor falou com desagrado pelo fato de ela estar com medo deles. No ela confirmou com simplicidade. Conor anuiu, tirou o tecido das mos de Hamish e entregou a Laurel que, dessa vez, no se assustou. Laurel comeou a limpar o rosto e revelou parte de sua beleza. Ela possua feies dignas da nobreza da Esccia: suave, feminina e cheia de energia; nariz ligeiramente arrebitado e pele clara; lbios carnudos que pe(tiam uma explorao minuciosa. Conor sentiu vontade k beij-los com profundidade e paixo, e beber neles de Lodas as maneiras possveis. Laurel terminou de limpar o rosto e as mos e ouviu um barulho vindo da mata. Aterrorizou-se at ver Seamus aparecer na clareira. Ao mesmo tempo lembrou-se que lhe haviam imputado um ataque que ela to cometera e encarou Conor com a cabea erguida. No cometi nenhum crime. Sem se defender, ela iltava Conor como se o desafiasse a desmenti-Ia. Conor percebeu a mudana de pnico para alvio qii;ndo ela vira Seamus aparecer. A jovem na certa fugi de algum ou de alguma coisa. A senhora est segura, aqui ningum lhe far nenu u tu mal Conor esclareceu, tentando deix-la mais ciIrna. Por acaso est fugindo de seu marido? Ele detestou a pergunta, mas era preciso saber a resposta. Laurel lembrou-se de como estivera perto de se casar e negou com um gesto veemente de cabea. No sou casada! ela praticamente gritou. Por um instante o gigante sedutor pareceu aliviado com a resposta, o que no fez nenhum sentido para Laurel. De repente, a situao pareceu complicada demais, e Laurel teve vontade de sentar-se e pensar sobre o que deveria fazer. Ela suportara e presenciara crueldade demais nos ltimos dois dias. Estava muito cansada, e at respirar custava-lhe grande sofrimento. Pense, Laurel, pense, ela advertiu a si mesma. Apesar do que o lder dissera, ela ainda no se sentia segura. Teria de encontrar uma maneira rpida de afastar-se dali para o mais longe possvel. Olhou para cima e notou a energia tranqila daquele olhar honesto. Ali estava um homem que honraria a palavra dada, se Laurel conseguisse obter a promessa de que ele a levaria para onde estivesse se dirigindo. Por favor, leve-me com o senhor Laurel pediu com suavidade. Nem que seja por algum tempo. Uma vez que eu esteja longe o suficiente... Nisso a energia de Laurel esgotou-se. Ela agarrou o brao de Conor e desmaiou. Conor e seus soldados ficaram atnitos. Ela no dera a menor demonstrao de que se sentia mal. Finn curvou-se para ajud-la, mas foi impedido bruscamente por Conor, que se abaixou e a levantou nos braos. Um forte desejo de proteg-la inundou-o quaiido ergueu o corpo frgil e largado. No permitirei que nenhum malefcio lhe acontea, minhajovem Conor sussurrou no ouvido de Laurel enquanto caminhava rumo ao acampamento. Eu lhe dou minha palavra de honra. Chegando ao local onde estavam acampados, Conor deitou-a sobre sua manta xadrez e cobriu-a para proteg-la do frio da noite. Sorrindo, deixou a pequena adaga ao alcance da mo de Laurel Rose Cordeli.

Laurel acordou antes do amanhecer. Espreguiou- se e sentou-se, sentindo o corpo dolorido. A noite anterior parecia uma recordao distante, meio sonho, meio pesadelo, Relanceou um olhar ao redor. Estava num acampamento, rodeada por escoceses gigantes e de ps descalos. Um movimento brusco a lembrou das costelas que doam e por isso custava-lhe respirar, embora a cabea no latejasse tanto. Laurel levantou-se com cuidado, fechou os olhos e lembrou-se do homem austero, de olhos cinzentos que davam a impresso de ser prateados que pareciam ler sua alma. Abaixou-se e pegou a manta de l xadrez onde dormira. Sentiu a trama macia do tecido em tons de azul, verde com traos dourados, vermelhos e cor de vinho, e enrolou-se nela para se aquecer. A manta tinha o cheiro de cavalo e do homem que prometera mantla a salvo do perigo. Era estranho, mas o agasalho dava a sensao de conforto enquanto ela caminhava rumo mata para satisfazer suas necessidades fisiolgicas. Conor viu-a levantar-se. Por quase toda a noite ele o observara dormir. Durante o sono ela pouco se movera, como se qualquer mudana de posio lhe causasse sofrimento. Nas atuais condies, era difcil avaliar sua aparncia, mas admitiu que algo em Laurel Rose o cativara. Viu-a enrolar-se na manta e ir para a floresta mal iluminada pelo sol que despontava. Laurel caminhava com muita calma, dignidade e graa, sem nenhuma indicao de que houvesse escapado de uma experiencia desastrosa.Conor sacudiu a cabea pela centsima vez, tentando afastar os pensamentos indesejveis. Nunca vira uma mulher em estado to deplorvel e, mesmo assim, ele a desejava...e muito. Fora uma atrao instantnea. Conor levantou-se com brusquido. Precisava concentrar-se no dia de viagem e na volta para casa. Encontraria um lugar seguro para abrigar Laurel Rose Cordeil e retomaria sua rotina diria. Tratou de reunir a guarda para que levantassem acampamento. Laurel deparou-se, na volta, com os homens prontos para partir. O mais jovem dos escoceses gigantes foi o primeiro a v-la parada na margem da clareira. Os outros estranharam a suspenso das atividades de Clyde e seguiram o olhar dele. Viram uma jovem alta, magra, com longos cabelos loiros e incrveis olhos azul-esverdeados. O brao estava machucado, o vestido rasgado, e ela estava enrolada em uma das mantas dos McTiernay. Laurel espantou-se ao ver os cinco escoceses. Eram todos montanheses tpicos, com traos fortes, vestimentas e armamentos caractersticos das Terras Altas. Dois eram bem jovens, mas em pouco tempo ficariam encorpados como os mais velhos. Tinham cabelos castanhos que variavam do claro e acobreado ao escuro como os do lder. Os olhos azuis e brilhantes era caracterstica comum, com exceo do mais jovem que tinha olhos cinzentos como o do homem que lhe prometera proteo. Laurel lembrou-se dos homens que ela conhecera na noite anterior e um momento de pnico a invadiu. Precisava fhgir. Certamente a procuravam pelo que ela fizera.

Est tudo bem? um dos escoceseS se aproximou. A senhorita est um tanto... descomPOsta. Os outros a rodearam, dispostos a ajudar. Laurel entendeu que eles pretendiam apenas prestar-lhe auxlio e que estavam curiosos. Tem razo, estou mesmo um horror. Deve ter sido um irmo seu que me ajudou ontem noite. Laurel hesitou ao ver os quatro mais jovens sorrirem. O mais veho dos cinco no escondia a carranca. Ela o ignorou e (liriglu-se aos mais siinpticOs. Algum dos cavalheiros poderia me dizer onde posso lavar o rosto? Todos negaram com um gesto de cabea, e o mais jovem esclareceu: O regato mais prximo faz divisa com as terras (los Douglas. Ele apontou o local de onde ela fugira na noite anterior. Laurel empalideceu. Mas h um riacho mais ao norte, senhorita, e vamos para l hoje um dos gmeos falou. Se quiser, pode vir conoscO o outro ofereceu. Laurel ficou radiante com o entusiasmo dos jovens, seu sorriso contagiou o grupo. At mesmo Cole, que odiava os ingleses e a Inglaterra, teve vontade de aju(lar a jovem que fora cruelmente atacada. Conor chegou a tempo de ver os irmos olharem para 1 :iu rei como se ela fosse um anjo cado do cu. Ela tamLatu os enfeitiara, assim como s sentinelas, que no paravam de falar de Laurel. Sob as primeiras luzes da manh, os cabelos loiros poderiam deixar um homem abismado. O rosto oval, olhos grandes, o nariz arrebitado e os lbios rosados oram uma viso irresistvel. Pouco importava que seus cabelos estivessem sujos e desgrenhados. Diante de uma jovem como aquela, homens esqueciam onde se encontravam, do que eram capazes e at de seus deveres. Conor estreitou os olhos para os irmos e Laurel voltou-se para ver o que causara o sobressalto de todos. Ela viu o homem que, na noite passada, prometera ajud-la. Ou tudo no passara de um sonho? O senhor falava srio? Laurel sussurrou quando ele chegou mais perto. Conor admitiu que Laurel tinha um olhar hipntico. Sem o brilho da raiva, a cor dos olhos ficava mais clara, mesclando o azul com uma tonalidade incomum de verde. E pareciam ainda maiores na moldura dos cilios escuros e das sobrancelhas perfeitas. A face direita estava inchada e o hematoma do brao aumentara e escurecera. Ao ver os ferimentos luz do dia, Conor teve de controlar a raiva quando Laurel desenrolou a manta para devolv-la. O grito sufocado dos irmos foi audvel. Algum batera nela sem misericrdia e Conor entendia por que ela no se mexera durante o sono. O que aconteceu? Quem fez isso? Sente-se, por favor, senhorita. Qual o seu nome? Onde a sua casa? Diga-me quem fez isso e eu a vingarei um dos gmeos afirmou. Meu irmo a salvar o mais jovem prometeu. Ele chefe de um cl muito poderoso. Conor conseguiu impor silncio com o olhar. Quem o responsvel por esses fermentos? A voz dele estava carregada de fria contida. Os quatro guardas retornaram da vigilncia noturna e espantaram-se com a ira do lorde.Nisso, viram Laurel. No importa quem me feriu, mas sim que no dare mais oportunidade de repetirem o feito. Por favor, posso ir com o senhor? Laurel indagou, ansiosa, e nolou o turbilho em seu olhar. A senhora vir conoscO Conor confirmou a promessa sem demonstrar emoo. Laurel esperava sair dali sem demora. Ela no queria que outros homens honestos morressem por sua causa. Podemos ir agora? Conor estreitou os olhos. Pela pressa de Laurel, era de se supor que o agressor dela no desistiria facilmente. Fique tranqila, partiremos em seguida. Mas antes do final da viagem, quero saber quem fez iSSO Conor apontou o rosto e os braos de Laurel, e fez um sinal para os homens. Vamos. O grupo montou e Hamish aprox mou-se de Laurel. Milady. O soldado mostrou o prprio cavalo. Laurel caminhou na direo do animal castanho, desapontada por no ter sido convidada pelo chefe. O lorde das Terras Altas parecia feroz naquela matih. Era assustador o controle que ele exercia sobre cada movimento que fazia com o corpo tenso. Os cabelos escuros esvoaaVam na testa e o olhar no poderia mais glido. Mesmo assim, Laurel sentia-se atraida 1)010 homem que lhe transmitia confiana e sentimento dc proteo. Conor montou o garanho, decidido a manter distncia da jovem que o encantava. Mas quando a viu aceitar convite de Hamish, sentiu o corao gelar. E, num impulso, incitoU o cavalo para a frente, arrebatou a jovem (lo solo e sentou-a em seu colo.

Hamjsh pareceu Confuso e montou Embora sem apreciar a deciso do Chefe, a lealdade a McTiernay falou mais alto. Permjtame perguntar seu nome, senhor murmurou Laurel por sobre o ombro, depois de ajeitar-se de lado sobre a montaria. Conor ele pronunciou junto orelha de Laurel, e ela se arrepiou.

Eles cavalgara1 toda a manh, parando apenas uma vez para uma refeio ligeira e para dar um descanso aos cavalos Laurel comeu muito pouco e falou menos ainda. Conor sabia que ela estava Com dores, embora procurasse no gemer quando o cavalo fazia movimen tos mais bruscos no terreno acidentado. A segurana de montar Com Conor foi Substituda por uma reao intensa e inesperada pela proximidade Quando ele nome em sua orelha, Laurel admitiu que seria melhor ter ido com o outro cavaleiro. Durante as primeiras horas ela tentou manter-se ereta sobre o animal e evitar o contato fsico com Conor. Mais tarde, suas foras se esgotaram e ela no teve como no se recostar no peito dele. Conor era muito forte e tinha um cheiro masculino e sensual; natural, clido, reconfoante Conor sentiu alvio quando ela finalmente cedeu ao cansao. Constrangiao ver o desconforto de ela manter- se ereta para no se encostar em Seu peito. Mas, no momento em que ela o fez, a tortura aumentou, Durante a manh inteira ele se deliciara com o perfume de lilases e procurara ignorar a pele sedosa quando a sentia. E com Laurel de encontro a si, a agonia suplantava a dor que teria ao ve-la nos braos de outro homem. Uma hora antes do anoitecer Conor fez sinal para Fnn. Os outros pararam e Conor foi at uma moita que escondia um regato. Desmontou, ajudou Laurel a descer o entregou a ela uma pequena bolsa. Ele entendeu a tolice de continuar a segur-la, mas Laurel o fitou sem fazer nenhuma tentativa de desvencilhar-se.

Ali adiante h um riacho onde a senhorita poder banhar-se. A gua no deve estar muito fria. Conor apontou o caminho por entre a sebe. Vou dar algumas ordens a meus homens e voltarei em seguida. Ilinalmente ele a soltou. A senhorita estar segura aqui disse antes de se afastar. Conor voltou ao acampamento ainda no erguido e encontrou os irmos reunidos, conversando animadamente. Entregou as rdeas do cavalo para Cole e afastou-se com Hamish para demarcar um permetro de vigilncia. Hamish era um homem corpulento com cabelos castanho-avermelhados que chegavam aos ombros, e os olhos verde-escuros refletiam suas emoes que, no momento, eram uma mescla de posse e proteo. O que pretende fazer milorde? Hamish referiase jovem inglesa. Cumprir minha promessa. O que foi que prometeu a lady Laurel, sir? Segurana ou lev-la de volta Inglaterra? Diante da hesitao de Conor, Hamish deduziu: Certamente no a segunda hiptese. Conor estranhou o questionamento do soldado em geral retrado. No se preocupe, Hamish. Estamos voltando para. casa e cuidarei da inglesa pessoalmente. Hamish no gostou do tom spero de Conor, que nunca escondera suas restries quanto ao sexo oposto e decidiu pedir a mo de Laurel em casamento, caso ela no pudesse voltar para a Inglaterra. Conor notou que Hamish, assim como os outros e at mais do que eles, sentia-se atrado por Laurel, o que o irritava profundamente. Gostaria de saber o motivo por que Laurel despertava tanto a ateno dos homens. Conor encarregou Hamish de terminar a marcao do permetro e marcou um encontro com ele e Seamus perto do desfiladeiro rochoso, assim que o soldado terminasse outra tarefa. Ao chegar prximo da clareira, ele se deparou com Laurel sentada dentro do regato, com os ombros para fora da gua. Os cabelos lavados brilhavam sob o sol do poente e davam a impresso de fios de ouro. Laurel se levantou e, nas costas, eram visveis os verges dos pontaps a que fora submetida. Ela foi at a margem e Conor viu as marcas de mos grandes nos braos. Admirou a coragem de Laurel, que no se queixara nem gemera. Ela era uma jovem linda e intrpida, e Conor admitiu que se tratava da mulher mais desejvel que conhecera. Em breve ele mataria o Douglas que certamente fizera aquilo. Contava ter as respostas antes de chegar em casa. No importava quem fosse o agressor que encostara as mos sujas na mulher de lorde McTiernay. O canalha teria de morrer. ua mulher? Ora, aquilo no passava de uma fascinao temporria! A nsia localizada na virilha aumentou ao v-la ves tir-se

A poro no ferida de pele, agora limpa de sujeira e sangue, e iluminada pelo sol da tarde, parecia clida e sensual. Conor sacudiu a cabea, passou as mos nos cabelos e procurou raciocinar. Vrias emoes o atormentavam: desejo, posse e vontade premente de proteg-la. Quando Conor finalmente chegou clareira, Laurel vestira a camisa delicada e tentava puxar a tnica. As duas peas estavam midas por terem sido lavadas. Ela no se aborreceu por ainda no estar vestida. Pelo contrrio, pareceu aliviada. Poderia ajudar-me? Laurel pediu. Conor tirou a pea molhada. Preciso examinar suas costelas. Laurel olhou ao redor, assustada. No se preocupe ningum a ver. Todos sabem que estou aqui para proteg-la. Ela arrancou a veste da mo dele e cobriu o peito. Elas esto timas. Percebi sua respirao curta durante o dia e a senti estremecer com os movimentos mais bruscos. So ferimentos leves e eu lhe asseguro que estou bem. No darei o menor trabalho. Laurel recuou. Conor aborreceu-se. No tenha medo, no a molestarei. Laurel fitou-o com desprezo. No sou covarde, milorde, e posso dizer-lhe que ji mais me acovardei. S no quero que o senhor toque m... mim. Laurel enrubeSceu. Certo, minha inglesa misteriosa, mas assim mesmo terei de examin-la. Conor segurou-a com firmeza sem perder a suavidade e Laurel no teve alternativa. Suportou estoicamefl te o toque dele em seu corpo.

Respire, senhorita. Ele apalpou as costelas uma por urna. Era impossvel respirar com ele a tocando de maneira to sutil. Laurel nunca estivera perto de um homem como Conor. Apesar de seu tamanho e fora, era bondoso. Um guerreiro que tambm era protetor e que a fazia sentir-se plenamente mulher, com necessidades e desejos, O pior era a vontade de que ele nunca se afastasse. Sem querer, ela gemeu e ele continuou apalpando. Chega, por favor! Laurel deu um grito e largou- se de encontro a ele. Conor segurou-a e acariciou-lhe os cabelos. Est bem... Conor esperou que ela parasse de tremer e ergueu- lhe o queixo. Foi impossvel resistir. Roou os lbios nos dela e sentiu uma contrao na virilha. Os lbios carnudos e macios se renderam ao carinho. Conor prosseguiu no seu pequeno caminho ao paraso e sentiu Laurel estremecer. Conor segurou-lhe a cabea e aumentou a intensidade do beijo. Pressionou a boca na de Laurel e, com a lngua, provocou a abertura de seus lbios. A resposta inocente e natural de Laurel comoveu-o at a alma. Jamais uma mulher o afetara com tal intensidade e com tanta rapidez. Conor interrompeu o beijo e afastou-se, tentando recuperar o flego. Laurel estava confusa, e o beijo rpido parecia parte de um sonho. Conor a perturbava de uma maneira inslita. Na noit.e anterior ele demonstrara ser um protetor e pela manj se mostrara distante e frio. Naquele momento, acab ava de desencadear sentimentos e reaes fsicas que eia desconhecia. Sua nica certeza era de ele ter salvado sua vida.

Conor inspirou fundo antes de falar: A senhorita est com duas costelas fraturadas ( terei de enfaixlas antes de se vestir. As ataduras dim*inUiro a dor durante a jornada. Ainda temos muitos dias de viagem pela frente. Conor admitiu que o beijo aumentara o desejo que sentia por Laurel. Ela consentiu e viu-O rasgar uma tira da prpria camisa. Ao mesmo tempo que Conor a enfaixava, despertava emoes ainda mais fortes dentro dela. Foi apenas ao voltar ao acampamento que Laurel se acalmou e falou normalmente. Estamos seguros aqui? perguntou sem se diriir a ningum em particular. Sim, milady Loman respondeu. Estamos em domnios de aliados. Loman era bemhumorad0 e tinha vontade de agra(lar, mas no campo de batalha, era um terror para o inimigos. Esguio e musculoso, aparentava afabilidade com sorrisos constantes. Laurel lembrou-se de quandO (Ie a encontrara lutando com SeamuS e entendeu que 1 Aoman no era to inofensivo. Por favor, pode me chamar de Laurel. Ela sorri1l para o soldado. Loman fitou Conor de relance e, pelo olhar dele, er3 tendeu que o direito de cham-la pelo nome de batisnl pertencia a ele. No seria conveniente, milady. O senhor no pretende continuar usando milady no ? Loman engoliu em seco. Pretendo, milady, at novas ordens de milorde. Ao contrrio do que dissera antes, Conor deixava claro que Laurel no estava disponivel.Loman imaginou que Hamish pensaria disso.

Laurel foi at a fogueira e aceitou a manta do irmo mais novo de Conor, mas o fez prometer que ele se sentaria a seu lado. E diante das chamas, comeou a desembaraar os cabelos. Os irmos a olhavam como se nunca tivessem visto uma mulher loira. Enquanto tirava os ns, Laurel resolveu distra-los e ao mesmo tempo conhec-los melhor. Vocs so das Terras Altas deduziu, e recebeu acenos de anuncia. Ento inclinou-se para o adolescente a seu lado. Como seu nome, rapaz? O rosto do menino iluminou-se. Sou Clyde e aqueles so meus irmos Cole, Craig e Crevan que so gmeos, e o outro Conan. Conor o chefe de nosso cl. Somente Colin no est aqui. E por qu? Ele acabou de se casar. Ah. E com qual cl tenho o privilgio de partilhar a fogueira? Somos os McTiernay Conan, sentado do outro lado, declarou com orgulho. Laurel sups que os McTiernay pertencessem a um cl grande e poderoso, conforme Clyde lhe dissera. E fora o lder quem a beijara. E para onde estamos indo? Ns vamos para casa Cole, o que parecia mais velho dos que ali estavam, respondeu. Onde isso, Cole? Laurel testou a reao dele diante da intimidade. Bem longe da Inglaterra ele respondeu, amuado. Era evidente que, mesmo no querendo mago-la, no agradava a Cole a idia de Laurel acompanh-los. Ela se levantou e aproximou-se dele.

- Se achar conveniente eu ir embora, eu irei imediatamente.A franqueza o surpreendeu. Laurel exalava perfume (le flores e era uma jovem adorvel. Alm de ser a mais bonita que ele j vira. E a mais maltratada. Apesar de odiar os ingleses, no poderia negar-lhe ajuda. No, milady. Eu no deixaria ningum viver com um DouglaS. Por que eu haveria de morar com eles? No de onde veio, milady? Ns a vimos empalidecer esta manh meno do nome Douglas, e estva mnos campad05 muito perto da fronteira deles Craig interferiu. Laurel voltou a sentar-se ao lado de Clyde. Eu no venho de nenhum local vizinho daquela gente odiosa. Laurel procurou desencorajar a conversa a respeito de sua origem, fingindo concentrar-se nos cabelos. Depois de soltar os ns maiores, rasgou uma tira de renda da manga. Tentou amarrar os cabelos para trs, mas a dor a impediu de levantar OS braos. Conor adiantou-se rapidamente ao ver Hamish demonstrar inteno idntica. Tirou a fita improvisada da mo de Laurel e amarrou os cabelos loiros. Ele experimentou os sentidos acirrados ao sentir a suavidade das madeixas e o perfume de flores. Mesmo amarrados no alto da cabea, os cabelos ainda deslizavam pelas costas. Atormentado pela atrao que sentia por aquela beldade, Conor afastou-se a pretexto de verificar as cercanias. Precisava parar de imaginar Laurel debaixo dele, gemendo o nome dele. Hamish seguiu-o. Preciso conhecer suas intenes, milorde.

Conor anuiu, reconhecendo o interesse de seu soldado por Laurel. Entendia tambm que, mesmo lutando contra o prprio desejo, no suportaria a idia de Laurel nos braos de outro. Ela minha. Hamish compreendeu, mas no soube como agir. Conor era seu senhor e por isso devia lealdade a ele, o que no o impedia de saber se as intenes dele eram to srias como as suas. Ela sabe? Isso no importa. Milorde sabe o que houve? E se ela for casada? Ela no Conor afirmou, inflexvel. E se a famlia estiver procura dela? O que dir a eles? O que lhes diria, Hamish? Conor se deteve e encarou a sentinela, que nem ao menos piscou. Que jamais permitiria que ela fosse maltratada. Que eu a protegeria e sustentaria por toda a minha vida. Conor recomeou a andar. Pois seria isso o que eu falaria. Laurel corria e tentava respirar. A cada tentativa, a dor lancinante no trax aumentava, o que no a impe- , dia de correr cada vez mais. Um ente malvolo, escuro e de olhos negros, a perseguia. Se ele a apanhasse, cau- sarja a morte de todos a quem ela amava. Laurel sabia que aquela presena aterrorizante no desistiria de persegui-la. E quando ela estava a ponto de desmaiar de exausio, um homem grande e sem rosto a ergueu e a carregou por cima das rvores at as montanhas azuis e cobertas de neve. Ali ela se sentiu segura. A paz a rodeou como um nevoeiro numa manh fria e ela pde finalmente dormir Conor, que tinha o sono leve, acordou rio meio da noite com a igitao de Laurel. Ela sonhava, aterrorizada. Ao ver a expresso de pnico, ele entendeu que a expresso (te orgulho que ela exibia quando acordada era apenas uma mscara para esconder o pavor. E ela somente se acalmou quando ConOr a tomou nos braos. Laurel acordott no meio da noite, sentindo-se aqueci(Ia e segura. Ora, devia tratar-se de um sonho, pois ela parecia descanSaT a cabea no ombro de Conor e estava com uma das pernas sobre a dele, numa posio ntima inconveniente. Laurel no se moveu, embora soubesse que deveria ,1fastarse. Fechou os olhos, ciente de que nunca se sentira to bem. No braos de Conor encontrava um porto seguro que desaare com o amanhecer. Ningu1T saberia de nada, pois Conor era sempre o primeiro a se tevantar. Em ve de afastar-se como faria uma verdahira dama inglesa, Laurel ficou onde estava, saboreariilo cada momento at adormecer em paz. Conor acordou junto com Laurel. Observou a respii.ao suave e jiaginOu se ela se afastaria. Como ela permaneceu imvel, Conor acreditou que o abrao a agradava tanto quanto a ele. O mais provvel era que 1 iiurel pretendesse aquecerS Conor procurou no pensar em como era delicioso tI a seu lado. JrocUr0U esquecer o aroma de lilases e (utOu adormeC forOU a si mesmo a no acariciar as madeixas douradaS e sedosaS que teimavam em enroli irse em seus 1edos, mas o sono demorou a chegar.

Na manh seguinte, Hamish e Loman se ofereceram para levar Laurel. Contudo os irmos argumentaram, que ela deveria ir com um McTiernay. Laurel, sem querer melindrar ningum, ficou no meio da clareira, procurando uma soluo diplomtica. Conor resolveu a disputa, levando-a consigo. O beijo que lhe revolvera a alma e o fato de terem dormido sobre a mesma manta somente aumentara o desejo por Laurel. O comportamento tranqilo e a coragem serena faziam crescer sua admirao por ela. Sentir o corpo de Laurel durante o dia inteiro seria uma doce tortura da qual ele no pretendia se livrar. Milady vir comigo Conor afirmou ao aproximar-se. Laurel sorriu e ele franziu o cenho, como ela j esperava. Comeava a entender aquele gigante atraente e bondoso. Laurel sentia menos dores e deu razo a Conor pelas ataduras que a deixavam com maior conforto para viajar. A paisagem era bela e Laurel notou que eles se aproximavam das montanhas. Aquelas so as montanhas das Terras Altas? perguntou. Conor riu e Laurel sentiu o riso vibrar em seu corpo. No, que1as so as colinas que separam a fronteira da Escc:ia Central. Aquelas enormes montanhas de pedra eram colinas? As Terras Altas so imensas e se sobrepem s demais. S os mais fortes podem ali sobreviver Conor falou, orgulhoso de seu pas. Amanh chegaremos ao vale da Esctia Central. Pela manh, enquanto subirmos as colinas, a senhorita poder ver vrios lagos a oeste. Laurel leimbrou-se que o av sempre se referia a eles.

O vale se estende de sudoeste a nordeste e ao longo das montanhas, cortaiido o centro da Esccia, separando as Terras Altas das fronteiras. Por iuantO tempo valgaremOs no vale? Sairemos dele depois de amanh. Observe a mudana do terreno medida que nos aproximarmos. Laurel j notara a 1udana no arenito vermelho no calcrio, caracterSt0s de sua terra natal e das fronteiras. O arenito perTflaneca mas em mistura com rochas cinzachumb0 colil muitos buracos. Seu av ex11 licara que esses traos tinham sido causados pelo resf .iimeflto da rocha fundida. Era difcil imaginar uma rocha to quente que se derretia e mudava de forma ao rjsfrjar-se. Depois da pausa par?t O almoo, eles prosseguiram rumo ao Norte pelo vale Clyde, que passava pelo meio 1n Esccia. Era uma 0binaO de terras ribeirinhas, florestas de freixos e vegetao luxuriante. Laurel maravilhou-se diante de tanta beleza e sentiu Conor descontrair-se, o que a fez deduzir que estavam emsolo amigo. Admirou como ele conhecia a regio e dividia perfeitamente com amigos e inimigos. Depois de viajar com ele por dois dias, Laurel sabia que o perigo se afastava e sentiu-se disposta a conversar. Clyde disse que os McTiernaY, exceto Colin, voltaram para casa. Quem ele? Ele voltar logo? Colin o segundo McTierflaY e ficar com a famlia da esposa. Ele ajudara na guarda e poder se tornar chefe do cl. No usual um homem assumir o papel de lder do cl da esposa. Nesse caso diferente. Deirdre Dunstan a filha ,mais velha e ela s tem irms.

Assim como os McTiernay so todos homens. Laurel sorriu e olhou para a frente. H diferenas fundamentais. Sem filhos para se tornarem chefes, algum tem de lutar pelo ttulo. No caso de Dunstan, o cl pequeno, mas poderoso. S Colin se tornar lorde, a aliana entre nossos cls se tor. nar inquebrantvel. Porque os McTiernay so homens? Laurel pro curava entender. Porque Colin forte, experiente, capaz e, o mai importante, confivel. Ento ele ser leal. Nem poderia ser diferente... Ele meu irmo. Laurel sorriu, divertida com a lgica circular. Eles cavalgaram mais um pouco antes de Laurel ter coragem de fazer uma pergunta pessoal. Por que milorde no se casou antes dele? Conor deu de ombros. No tenho motivos para procurar um bom casa mento. Oh, no? No preciso me casar. Tenho acordos estabelecidos com os ds que me interessam. Meus irmos continuaro a linhagem McTiernay, e quanto parte... fsica, isso no requer compromisso. Eles continuaram o trajeto em silncio. Laurel constrangeu-se com a frieza de Conor ao analisar os trs motivos para um enlace. Onde se encaixavam o amor, o afeto e a amizade? Conor sentiu o desagrado de Laurel ao que ele dissera, embora em o contradizer. Talvez ela entendesse e concordasse com ele. No entanto, embora fosse contrrio ao casamento, era surpreendente que a idia de formar uma famlia com Laurel lhe parecesse subitamente agradvel. Naquela noite, Conor escolheu um local sem fontes prximas de gua para o acampame1t0. Laurel surpre1 t1deu-se pela deciso, mas nada perguntou. Mais tarde, depois da refeio noturna, os irmos inicio ram as costumeiras conversas alegres e provocaes fn miliares. Laurel observou a maradagem entre eles iiristeCeu5e com a idia de que o irmo Ainsley e ela nuuCa tivessem sido to amigos. Alm da me, apenas o av lhe demonstrara afeio. ) homenzarro escocs lhe contara lindas histrias, a nojo ara a cavalgar e a proclamara a mais bela menina prnnceSa que j existira. Reconhecia que ele fora teniii nciosO, mas o av era uma de suas cordae5 mais 1wridas. O pai no lhe deixara boas branas. Enquanto a in era viva, ele fora atencioso e dedicado. Mas Laurel rnJlflpre soubera que o pai desejara outro filho e no uma IlUin. EraimPOSS ei esquecer as constantes palavras de %l%opontamento pelo fato de a esposa no lhe ter dado simo um herdeiro. AinsleY era o primognito, o filho da pi mi ra mulher que morrera logo aps seu nascimento. me lhe dissera que fora um casamento arranjado. entanto ela se casara com o pai de Laurel por amor, dos obstculos que os separavam. O maior deles o av ser contrrio ao casamento da filha com um ingles. Laurel entendia o av. Depois de viver na Esccia e na Inglaterra, era difcil compreender por que sua me prnolhtra um mundo frio e severo, longe dos risos e cantos que permeavam a casa do av.

Aps a morte da espo sa, o pai tornara a se casar, mas o casal no teve filhos Ele passara a viver de maneira fria, rgida e inflexvel Com os filhos no era um carrasco, apenas mantinha o distanciamento deles. Durante alguns anos aps a morte da me de Laurel, ele consentia que a filha visitasse o av durante o vero Mas com o passar do tempo, cessara a permisso par encontrar os parentes escoceses. Por duas vezes, Laurel estivera para casar-se com bares vizinhos e, nas duas, o noivo morrera antes do casamento. O primeiro em campo de batalha, e o segundo de velhice. Com a morte do pai, o futuro de Laurel se tornou menos promissor. O irmo no se mostrava inclinado a dar-lhe um dote e encontrar um marido para ela. N se cansava de afirmar que ela era alta demais, magra demais e que a lngua afiada enfastiava os homens. Depois de algum tempo, Ainsley resolveu se casar com: uma mulher que lhe daria acesso ao poder, riqueza e aos bons contatos. Nesse momento a irm tomou-se um peso morto. Laurel aproveitou a oportunidade para conversar com Ainsley. Explicou que ele poderia livrar-se das respon- sabilidades familiares sem gerar repercusso. Depois de alguns meses de trabalho de persuaso, Ainsley consentiu que Laurel fosse para a casa do av, mas sob uma condio: que prometesse nunca mais voltar. As palavras de Ainsley ainda soavam em seus ouvi-. dos: Muito bem, seja feita sua vontade. Torne-se uma escocesa imunda, mas nem eu nem minha famlia pretendemos ouvir falar novamente de sua pessoa. Meus homens a escoltaro at a Esccia, onde terminaro J meus deveres para com voc.

Laurel concordara rapidamente e no momento em tpic cruzara a fronteira da Esccia, relegara a segundo a no tudo o que se referia Inglaterra, incorporando o (orao SCOCS. Ela piscou algumas vezes, voltando ao presente. A (onversa dos irmos terminara e todos se preparavam para dormit Procurou por Conor e no o viu, mas altim estendera a manta dele para ela se deitar. Horas mais tarde, Laurel sonhou que era perseguida novamente salva antes de perder as foras. Acordou e notou que Conor lhe acariciava os cabelos, murmurando palavras de carinh. Ele a induziu a adormecer de novo Laurel desejou que Conor estivesse sempre a seu lado para salv-la dos pesadelos, tanto da realidade quanto dos sonhos. Laurel acordou mais tarde e notou que Conor se afastara, embora no fizesse muito tempo, pois a manta ainda estava quente. Olhou ao redor e avistou-o ao lado de trs soldados, preparando os cavalos e falando galico com outro guarda, Loman. Eles rumavam para uma choupana prxima, de onde trariam alguma coisa. Loman ficaria responsvel pela esmontagem do acampamento e todos partiriam ao amanhecer, assim que eles voltassem. Laurel deitou-se de costas e fingiu dormir. No queria dar a perceber que entendera o que eles conversavam em galico.CAPTULO II

Conor e seus homens se prepararam para um ataque surpresa. Embora Conor no considerasse o fato: como um procedimento perigoso, aquele no fora plane- jado na volta para casa. Na verdade, preferia no expor os irmos mais novos a um perigo em potencial. Laurel precisava de um cavalo com urgncia e os rapazes continuavam em segurana. Ela adormecera naquela tarde enquanto cavalgavam: e o perfume de lilases fizera Conor encontrar dificuldade em concentrar-se nos perigos que os rondavam. Toda vez que ela se mexia para se acomodar melhor de encontro a ele, Conor se distraa e pensava em acarici-la. Laurel se encaixava a seu corpo com mais perfeio do i que a prpria armadura e parecia ter sido feita sob encomenda para ele. Conor descartou a idia de deixar Laurel montar com os outros. Os irmos estavam encantados por ela e tambm no seria aconselhvel distrair os soldados da guarda. Naquela noite, ao embalar Laurel nos braos e confort-la por causa dos pesadelos, teve uma certeza: no permitiria que ningum mais a segurasse como ele fazia. Somente ele poderia proteger Laurel e no pretendia relegar esse direito a qualquer outro, nem mesmo a Finn , seu comandante recem casado e feliz, que parecia o unico imune aos encantos de Laurel.Por isso planei ara fazer uma pequena e rpida incurso luz do luar. Um cavalo sumiria e eles desapareceriam rumo ao Norte. Conor vira no trajeto uma fazenda isolada dos vizinhos e com vrios cavalos de raa. Na manh seguinte, o fazendeiro daria por falta de um dos cinzentos. Era irna oportunidade nica. As choupanas prximas das cidades apresentavam obstculos. As cidades eram mais seguras, contavam com guardas de vigia; e os animais eram sistematiCarnente recolhidos. Aquela fazendola ficava afastada de uma urbe e o cl Stirling ainda se recuperava das perdas da batalha (IC Falkirk e do sucesso do cerco de Robert Bruce contra Eduardo para recuperar aquelas terras. Seria improvvel que algum quisesse vingar-se do roubo de um simples cavalo. Conor planejou a hora e a rota e preparou o ataque. No final da manh seguinte, Laurel ainda no se recilperara do espanto de ter um cavalo s para ela. Era in garanho cinzento de passo firme, apesar de no estar ferrado. Conor garantira que o animal era forte e veloz, e no precisaria de muito trato. Laurel notara que os montanheses gostavam de seus eqinoS, mas no exageravam nos cuidados com eles. Decidiu cham-lo de Borrail, o nome de um dos soldados de seu av que huviam cuidado dela quando ainda era menina.

Finn, depois de falar com Conor, aproximou-se de Laurel. Conor achou que milady poderia interessar-se em saber mais a respeito de nosso progresso e de nossas terras. Ah, sim. Laurel animou-se. A diversificao das belas paisagens fascinante. Finn avaliou a sinceridade da afirmativa. Milady ver coisas ainda muito mais bonitas quando chegarmos s Terras Altas, onde o cenrio mais majestoso de todos inclui as montanhas McTiernay, Essa deve ser a opinio de Conor, Laurel sorriu. Onde estamos agora? Ns nos aproximamos da cintura da Esccia, onde nosso pas mais estreito. Laurel calculou que o estreito fosse relativo, pois no se via a linha da orla em nenhum lugar. Logo chegaremos a Forth Valley, que a porta de entrada para as Terras Altas. Os Stirling so nossos aliados e lutaram conosco ao lado de Wallace e de nosso rei, Robert Bruce. H poucos anos Robert cercou o castelo deles e recuperou-o da Inglaterra. Visitaremos o Castelo Stirling? Laurel ficou apreensiva, receando que boatos de ela viajar cornos McTiernay se espalhassem e chegassem aos ouvidos dos Douglas. No. Estou apenas avisando para milady no estranhar a presena de soldados. Eles conhecem Conor e o respeitam, e nos deixaro passar. O Castelo Stirling era uma fortaleza antiga anterio poca deAlexandre 1. As batalhas entre a Inglaterra e a Esccia eram conhecidas, principalmente as que envolviam Will iam Wallace. Laurel ficou satisfeita em ver o local, mesmo a distncia.

Logo alcanaram uma colina de onde avistaram o 1orth River, que os homens haviam descrito durante a refeio matinal. Esse rio caudaloso era a origem dos regatos fiios onde Laurel se banhara naquela manh. No inverno, eles se tornavam uma passagem perigosa at depois do degelo da primavera. A noroeste avistava- se uma bela regio sem colinas, mas com pastagem ver(lejante que escondia os lagos. Finn, como se chama esta regio? Trossachs, milady. E bonita, no ? Mas sua admirao aumentar muito quando alcanarmos as montanhas McTiernay nas Terras Altas. Terrenos com elevaes e depresses suaves aninhados entre picos imensos cobertos de neve. E um cenrio verdadeiramente majestoso. Finn cutucou o cavalo e aproximou-se de Conor. Laurel observou a conversa dos dois e concluiu que os McTiernay formavam um cl poderoso, onde o chefe ra admirado e respeitado tanto pelos soldados quanto P(lOS irmos. Imaginou como seria viver na terra dos McTiernay at o inverno passar. Ela, uma inglesa, seria aceita pelos demais? Na hora do almoo, Conor interrompeu a viagem por ifigum tempo para o descanso dos cavalos, que enfrentavam um trajeto difcil desde o amanhecer. Tambm Pretendia verificar as condies fsicas de Laurel. Laurel, venha comigo. O tom autoritrio de Conor no admitia recusa. Pois no, milorde ela consentiu com cinismo. Corior no gostou do tratamento formal, que era inpregado pelas mulheres do cl. Queria que Laurel o chamasse pelo nome. No pretendia ser apenas um lorde para Laurel, nem que ela o visse como lder e protetor temporrio. O mais estranho era ele se incomodar com a maneira como uma mulher, ainda mais uma inglesa, se dirigia a ele. Quero que me chame de Conor. Ele a encarou. Conor imaginou se algum dia se acostumaria s nuances de brilho daquele olhar. Em alguns momentos era escuro como um mar tormentoso; e no seguinte, como agora, era cristalino, luminoso como raios de sol refletidos num lago. Aquela jovem enfeitiava sua alma. Finn disse que todos o chamam de milorde ou lorde McTernay, jamais usam Conor. Laurel, procure entender. No sou seu lorde. Sou apenas Conor. Ele se afastou rumo a algumas pedras rodeadas por olmos e moitas cerradas. Se ele no era o senhor dela, tambm no teria a responsabilidade de proteg-la. Laurel perguntou-se onde estaria o heri que a salvava todas as noites... Bem, se os irmos o chamavam de Conor, talvez ele s permitisse o tratamento informal para os mais ntimos. Ora, Finn gozava da intimidade de Conor. Ou talvez a permisso valesse para as mulheres. Laurel franziu a testa. Era inquietante pensar na quantidade de mulheres do cl que o chamavam de Conor. Alm de seus irmos, algum mais o chama de Conor? Laurel falou para as costas dele, enquanto ele se embrenhava na mata. Sim, claro. Laurel prendeu a respirao. Alguma mulher? Conor virou-se.

Uma que est na minha frente. Alm de mim? Por que a pergunta? LureI estreitou os lbios. O senhor um homem exasperante. Na certa pensa que seu tamanho permite que distribua ordens a torto e a direito. Pois eu lhe garanto, no estou sob seu comando e no tenho medo do senhor. Ela o encarou com raiva e Conor retomou o trajeto inicial. Conor, por acaso est bancando o tolo para me irritar? Laurel gritou. Conor no respondeu. Laurel passou por cima de uma pedra e recusou-se a prosseguir. Conor se deteve, I hou para trs e foi rjndado com um sorriso desafia1 r. Laurel j demonstrara traos de personalidade fortt , quando fora capturada e lutara para soltar-se. Ele imaginara que a fria cedesse com o passar dos dias. Qualquer um que estivesse cansado e com dor firiu ria exasperado. Ele tambm no duvidava que Laurel tivesse um temperamento explosivo que controlava com uumostria apesar das condies adversas. O que era admirvel. Laurel, se quiser me perguntar alguma coisa, seja ulsicta. Ou ser que no tem coragem? Conor provoruim ii e logo entendeu que entrava em terreno perigoso. 1 nurel ela linda e tentadora em quaisquer circunst i w us. E irritada, superava todas as expectativas. Nem heka das Terras Altas se comparava a ela. 1 itu rei se aproximou e parou diante dele. Os cabelos hiumos ondulavam ao vento e refletiam os raios solares. (mim us mos na cintura, tentava acalmarSe inspirando o que acentuava o contorno dos seios. A donzela iuuIeui recatada cedera lugar a uma mulher desafiadora de olhar cintilante, gloriosa e imponente como uma rainha. Conor admitiu que teria de afastar-se de imediato ou daria a Laurel mais um motivo para ficar furiosa. Na verdade, Laurel lutava para manter o controle. Ningum, nem mesmo um baro ou outro nobre qualquer, nem mesmo o senhor, lorde McTiernay, jamais poder me chamar de covarde. A seriedade da afirmativa era to manifesta como se a falta de coragem fosse um trao inadmissvel. Conor sorriu e passou a mo nos cabelos. E verdade, meu amor. Eu a vi demonstrar mais,, fora e coragem do que muitos homens teriam feito na sua situao. Laurel baixou os olhos, mais aliviada por Conor no a considerar uma medrosa. Caso contrrio no a teria aceitado como companheira de viagem. Porm, meu amor, eu a chamarei da maneira que eu achar melhor. Laurel arregalou os olhos e Conor recomeou a andar. Conor ela o chamou sem sair do lugar , est me subestimando. Esperou alguns segundos e o seguiu. Eles comearam a subir um ligeiro aclive e a dor nas costelas aumentou com a respirao forada. Conor caminhava na frente, em silncio, e Laurel observou o fsico perfeito. Ele era um homem grande e forte, mas ela no se sentia intimidada por isso. A presena de Conor lhe transmitia segurana. Ele era gentil, embora determinado. Severo, mas atencioso. Era um homem que ela poderia amar facilmente.

As pernas nuas, longas e musculosas eram perturbadoras.At os quadris davam a impresso de ser rijos sob as pregas da manta xadrez. A musculatura dos ombros e braos era visvel atravs da camisa branca de linho, o que a fez ficar com uma vontade absurda de acariciar suas costas e de toc-lo em todos os lugares. Como seria entrelaar os dedos naqueles cabelos? Seriam grossos e sedosos como pareciam? O olhar cmzento se tornava ainda mais hipntico em contraste com o tom da pele bronzeada pelo sol de vero. Conor era msculo e incrivelmente sedutor. Por que ainda no se rasara? Ah, ele no gostava de compromissos! Laurel imaginara que a opinio de Conor a respeito de casamento a impediria de desejar a companhia dele e al de ouvir sua voz. Ledo engano. Ela nunca se sentira tio estimulada como ao lado de Conor. Cada momento junto dele fazia com que o desejasse muda mais. No entanto, sabia que no haveria futuro para eles. O que deveria fazer? Dois dias de convivncia e um beijo estavam longe de prender um corao e ela teria de se precaver. Seria uma tolice permitir que o ,isolarnento emocional sofrido na infncia lhe causasse sofrimento na vida adulta. No entanto, gostaria de beij-lo ainda uma vez antes lv ieparaO. Precisava sentir os lbios dele de encontro aos seus, captar o aroma e lembrar-se para sempre do contato. Quando adormecia, Laurel antecipava a prede Conor a seu lado no momento em que os pesalis viessem. Oh, Senhor, talvez ela j estivesse apaixonada por ele...Laurel se recriminou. Teria de acabar com as fantasias a respeito de Conor. Ele podia estar atrado por ela, mas no a desejava como esposa. Mesmo admitindo que o desejava de formas nunca imaginadas, estava ciente de que seu futuro no seria ao lado daquele homem. Precisava apenas de tempo para se recuperar e para descobrir uma maneira de avisar o av a respeito da ameaa de Douglas. Com a morte de Keith Douglas e com o desaparecimento dela, o velho Douglas certamente preparava uma guerra contra o cl de seu av, os Maclnnes. Deus, por motivos ignorados, mandara Conor para ajud-la e o futuro dos Maclnnes descansava na possibilidade de esse montanhs atraente pro- teg-la! Enquanto no arquitetava um plano, Laurel se permitiria a satisfao de estar ao lado de seu salvador. Conor sentiu que Laurel o analisava como se qui- sesse desvendar sua alma. Ser que ela no o achava atraente? Mesmo no sendo casada, era possvel que estivesse interessada em outro, talvez um futuro marido, e poderia estar fazendo comparaes no favorveis a ele. Conor, mais devagar! Ele apressara o passo sem perceber, e Laurel encontrava dificuldade em acompanh-lo. S mais um pouco, gostaria que visse algo. Conor no sabia por que desejava mostrar aquela paisagem para Laurel. Fazia anos que a descobrira, quando ainda fazia parte da guarda de honra de lorde Maclnnes, melhor amigo de seu av. Era uma coisa muito especial e, na certa, seria do agrado de Laurel. Milorde... no poderia.., ir mais.., devagar? Laurelarfava, e a regio das costelas latejava. Conor olhou para trs e sentiu-se culpado. As costelas fraturadas! E toda aquela subida! Fazia dois dias que ele parecia incapaz de raciocinar. Provocara-a quando, na verdade, s queria faz-la sorrir. Em vez de lev-la a um local para a distrair, causava-lhe sofrimento. No a culparia e ela vociferasse e exigisse voltar. Conor virou-se rumo ao acampamento. Conor, por tudo o que mais sagrado, o que est fazendo? Laurel fitou-o com perplexidade Por acaso estamos perdidos? Eu o ouvi dizer que estvamos perto e... Conor no conteve o riso. Laurel pensava que ele no soubesse onde se encontravam. No, amor, no estou perdido e, a seu lado, jamais estarei Conor falou sem pensar e notou o olhar de ansiedade de Laurel. E logo atrs daquelas rvores, mas resolvi voltar por causa de suas dores. Laurel endireitou os ombros. Bobagem, podemos ir, s no consigo andar depressa. Mesmo que no esteja perdido, no quero perdlo de vista. No se preocupe, Laurel, eu a encontraria. Eu sempre a protegerei. Voc minha. Conor, tenso de desejo, seguiu com Laurel at uma touceira onde ela se abaixou para ver o que estava adiante. Laurelficou atnita com tanta beleza. Sempre acha- iii o condado de Northumbet muito lindo, especialmente a costa do Mar do Norte, mas nada se comparava ao que via. Daquele ponto, avistava-se a Esccia a perder de vlta. Ao longe, faixas de terra projetavam-se no ocea Alguma erm cobertas por rvores e outras apreiitiivam penhascos intermiflVe Dezenas de lagos brilhavam ao sol. Algumas rvores pareciam tocar o cu e as formaes rochosas eram nicas. Nuvens assentavam-se aqui e ali, dando ao cenrio uma aparncia sobrenatural. Conor observou Laurel absorver a beleza do lugar. Pelo interesse anterior dela nas paisagens, imaginara que se encantaria com as terras dele e entenderia seu amor por elas. E maravilhoso, Conor. Nunca vi nada igual. E sempre assim? E. Pelo menos tem sido, todas as vezes que passo por aqui. Conor no aprecava o cenrio a seu redor, mas a viso que tinha diante de si. Laurel era alta, esguia e delicada, e seus olhos, no momento, tinham a cor dos lagos que ela mirava. Ele pensou qual seria a cor deles no auge da paixo. Algum j teria visto? H uma certa magia neste lugar. Laurel no percebeu o olhar intenso de Conor. Como se estivesse conglado no tempo e ns estivssemos afastados de todos os males do mundo. Conor abraou-a pelos ombros e os dois contemplaram a natureza em silncio. As palavras tornaram-se desnecessrias. A contragosto, Conor interrompeu aquela tran-. qilidade. Laurel, precisamos ir agora. No vai demorar a escurecer. Ela olhou ao redor e anuiu. Encontrara a paz no pouco tempo em que estivera ali. Seus problemas haviam assumido suma forma menos grave, com uma soluio vivel. Acreditava que encontraria uma maneira de avisar seu av sem que os Douglas soubessem.- Obrjgada, Conor por trazer-me aqui Laurel falou quando ele segurou sua mo para descer. Era tudo o que eu precisava.

Ao chegar prximo ao acampamento, Laurel escutou entrechocar de espadas e viu homens lutando. Conor! Algum atacou o acampamento! Precisamos ,ajuda-los! A viso dos homens de Ainsley sendo massacrados poucos dias antes voltou sua mente. Eles esto apenas treinando, Laurel. No h perigo. Laurel olhou com raiva para cima. Quer me dizer que homens lutando com espadas nflo oferecem perigo? Conor no respondeu. Ento assim? Algum ter de impedi-los, e a tarefa caber a mim. Ela colidiu com Conor, que a impediu de passar. - O que est pensando em fazer, Laurel? frustrada, ela fechou os olhos. _. Conor, no seja irritante! E muito aborrecido ter que repetir sempre a mesma coisa falou em voz baixa, mas firme. Conor no saiu do caminho, e ela fez nova tentativa. Vou pedir-lhes para aabar com a luta. Se no diitntar, terei de usar meios mais enrgicos avisou, evora. As risadas contidas de Conor aumentaram a raiva de Laurel e ela puxou do bolso a adaga de cabo de madreperoIa que trouxera do castelo dos Douglas. Ao v-la segurar o pequeno punhal, Conor no pde n se conter. Suas gargalhadas interromperam o treino combate entre os McTiernay e as sentinelas.

Os irmos se espantaram e vieram investigar a origem dos brados de riso, pois aquele era um fato inusi- tado. Conor McTiernay raramente sorria, quanto mas gargalhar daquela forma! Eles ficaram ainda mais surpresos ao ver Laurel furiosa. Se olhares pudessem causar danos, Conor ficari desfigurado para sempre. O que deixava nele uma expresso muito agradvel. No via a hora de levar Laurel para casa. No momento em que a idia de levar Laurel para o castelo e para sua cama tomava forma, Laurel investi Conor no teve tempo de reagir. Laurel mudara a adag para a mo esquerda e arrancou a faca do cinto dele. E, num segundo, mirou e atirou. Primeiro foi a adaga que atingiu uma das bolsas d pele dos guardas que estava pendurada numa rvor Com a outra mo, Laurel arremessou a faca de Conor. O peso inesperado do cabo desviou um pouco a arma, ma ainda assim a lmina atingiu o tronco de madeira que estava perto da manta de Conor, a cerca de dez metros de distncia. O silncio foi imediato e todos fitaram as lminas ora fincadas, que Laurel atirara com tanta preciso. Ela entendeu de imediato que se excedera ao dar vazo sua irritabilidade, mas... pacincia. No pudera evitar Eu lhe disse que sei tomar conta de mim mesma. falou, serena. Laurel, como foi que fez isso? Loman indagou. Conor sentiu a raiva ferver. Loman, para voc ela milady ele avisou em toi1 frio e ameaador. Conor, no fale assim com Loman. Ele estava apenas fazendo uma pergunta. No necessrio descarregar a raiva que sente de mim_Laurel procurou amenizar a situao. Nada adiantou. Direi o que eu quiser, quando eu tiver vontade e da mnneira que eu desejar para qualquer pessoa. Sou o lordeles! Conor bravejOu, sem o menor sinal do riso erior. Carrancudo, fitou Loman que teve de anuir. Laurel observou-o intimidar os soldados e recusou-se guir o exemplo de Loman. Conor McTierflaY, voc pode ser o lorde deles, mas ijrt,ninente no o meu. Est lembrado do que me dz que eu no deveria cham-lo de lorde, mas sim de Connor! ela gritou. Veja como fala, meu amor... ou ser que no mais umalady? Conor continuou a falar em altos brados, sentindo que a crtica a faria desistir da discusso. M as se enganara. Em vez de se retrair, Laurel contiinit na ofensiva. Uma lady? Bem, suponho que deve ser essa a sua ,noo de uma dama. Laurel observou os irmos, imveis e estarrecidos. Nunca haviam visto algum enfrentar Conor daquela maneira. Ningum. A maioria das mulheres se acovardava na presena dele. Se ele erguia um pouco a voz ou olhava com mau humor para algum, era o bastante. Todos recuavam, intimidados. O que estava acontecendo entre Laurel e Conor era unn tpcie de milagre. Primeiro ele riu, depois ela demonstrou que podia cuidar de si mesma e ento eles gritaram um com o outro. Laurel comeou a andar de um lado a outro. _Na Inglaterra uma lady uma mulher nascida na nobreza. A palavra alude a seu ttulo ou posio social.

Alguns se referem a mulheres rjcas como uma la mesmo sem ttulo. Voc acaba de referir-se a uma la levando em conta seu decoro e virtude. Mas todas ei tm de ser bem-comportadas, obsequiosas e de condu ilibada. Estou certa, Conor? Conor limitou-se a olhar para Laurel, que se detiv diante dele com um sorriso gelado. Para o caso de voc estar em dvida, sou uma la por nascimento, mas no pelo desempenho. Sei ca cavalgar e tambm fico irritada. E quando estou co raiva, digo palavras no muito finas. Meu pai no m considerava uma lady, e meu irmo, muito menos. A nica pessoa no mundo que me tjnha na conta de um lady era meu av. E uma pena que ele no esteja aqui para testemunhar e apoiar meu comportamento prpria de uma lady. O silncio que se seguiu foi atordoante, e mais um vez fora ela a causadora do impasse. Laurel admiti que fora longe demais. Desafiara Conor diante dos mos e dos soldados da guarda. O pai e o jrmo semp ficavam envergonhados quando ela se entregava a esses arroubos emocionais. A exploso poderia resultar nui confinamento imediato e de durao indefinida. O qua sucedera? Ela se considerava capaz de controlar o mau gnio. Por que Conor a provocava e por que ela reagi daquela maneira? Os homens continuavam atnitos, e ela ainda estava chocada quando Finn bateu-lhe nas costas amigavehnen Milady conseguir. Conseguirei o qu? Laurel espantou-se. Finn sorriu de orelha a orelha. Temamos que as Terras Altas pudessem acovar d-la, pela maneira tmida como vinha se comportando nesses dois dias. Nossa nica esperana era a coragem um que cavalgava, apesar do sofrimento. Mas agora teIu certeza de que milady conseguir se adaptar. Os outros anuram e tambm sorriram. Foi a vez de Laurel ficar pasma. Eles estavam felizes por ela ter perdido o controle, mas Conor continuava itupassvel. De repente, um pensamento agradvel e ao mesmo tempo terrvel ocorreu a Laurel. Finn, esclarea-me uma coisa. - Pois no, milady. - Por que to importante que eu me adapte? Finn pareceu perplexo. Milady, a mulher de um lorde tem de ser enrgica io apenas fsica, mas tambm emocionalmente.Finn tem razo, milady Seamus concordou. No seria adequado para Conor ter de se preocupar as fraquezas de uma mulher sensvel aos rigores do meio ambiente.O que esto pretendendo dizer com jSso? Laurel franziu a testa. Bem, o que Seamus quis explicar... Ela j entendeu Conor interrompeu Loman. Pois eu lhe asseguro que ela no entendeu Laurel afirmou, arrepiada com a arrogncia de Conor. Claro que sim, amor.Voc est apenas se recusando a aceitar isso.O que est propondo? Ainda ontem milorde afirmou que nunca... que no precisava.., que... Laurel no conseguiu terminar. Sentia-se eufrica e arrasada ao mesmo tempo. Conor entendeu que todos haviam percebido a atrao que sentia por Laurel.

No estou propondo nada. Apenas proteo e teto.

Novamente confusa, Laurel sentiu alvio e dece mas o orgulho a obrigou a responder: Otimo, pois quero apenas um cmodo para morar at eu decidir o que fazer. Eu lhe prometo que minha permanncia ficar restrita ao inverno e que irei embora na primavera. Milady vai morar conosco no castelo Craig afirmou. No , Conor? Craig desejava que Laurel trouxesse a Conor a ternura que faltava nele e no lar dos McTiernay. Creio que os dois precisam um do outro e que se completariam Craig insistiu. Ela linda e... Conor ela no o teme. Ele se virou para Laurel. E verdade milady?

Que idia ridcula. Claro que no tenho medo de lorde Conor. Posso me irritar com ele, mas no tenho medo dele.

A resposta resultou em um sorriso coletivo dos irmos. Os McTiernay eram desconcertantes. Laurel, mais uma coisa Conor falou. Esta decidido que milady vai morar no castelo. Laurel fitou-o com o queixo erguido. No vou. No ser apropriado. Achei que no estivesse interessada em ser um lady convencional. Posso no estar interessada em normas sociais para uma conduta respeitvel. Ainda assim no ficarei sob o mesmo teto com milorde. Ficara. No! Conor inclinou-se para sussurrar em seu ouvido:

Confie em mim, amor, voc ficar. Laurel se virou para responder e hesitou alguns segundos dos diante da dor causada pelo movimento. Lorde Conor, garanto que se arrepender se pretende me obrigar. Laurel agarrou-o pela camisa. preciso sair daqui ela sussurrou. Conor entrou em pnico ao supor que Laurel imaginava partir no dia seguinte e que nunca mais a veria. No mesmo instante decidiu que no permitiria que isso ocoresse. Apesar do desejo de abandona-lo, Laurel ficaria at ele decidir que o caso estava terminado. --Milady no partir Conor afirmou, tenso. No creio que tenha entendido. Eu no deveria ter sido to impulsiva a ponto de atirar as facas. O que tinham as adagas a ver com a partida de Laurel? Conor resolveu continuar aquela discusso em particular e lanou olhares ameaadores para os homens, que se apressaram a cuidar de suas tarefas interrompidas. Conor segurou o brao de Laurel e arrastou-a na direo do rio. Conor, por favor ela implorou, com lgrimas nos olhos.

- Laurel? Ele se preocupou. Por que est chorando?Eu no deveria ter atirado aquelas facas ela repetiu. Meu orgulho sempre me causou problemas. Minhas costelas esto me matando. Eu me virei muito e a bandagem cedeu e a dor est ficando insuportavel. Eu no podia imaginar o quanto as ataduras ajudavam e agora nem consigo respirar direito. Por favor, ajude-me a chegar ao rio e tornar a amarr-las. Alvio e pavor o assaltaram ao mesmo tempo. Ela no pretendia deix-lo e precisava dele! Mas o desejo de toca- la era insuportvel. Sempre que estava ao lado de Laurel o perfume feminino o envolvia e excitava. Se tivesse de fazer novamente o curativo em Laurel, Conor temia no resistir aos impulsos. Com uma extraordinria fora de vontade, Conor abafou sua paixo e levou Laurel at o rio. Ajudou-a desenrolar a faixa e virou-se enquanto ela se banhava nos preparativos noturnos.Ele foi at a parte mais afastada do rio para se lavar, mas a gua fria no acalmou sua nsia por Laurel. Pensou na prpria energia desde a primeira vez em que a tivera nos braos e na sensao de perfeio nunca antes experimentada. A necessidade de possu-la que o consumia como fogo aumentou quando voltou para onde deixara Laurel. Vestindo a camisa feminina de renda, ela o aguardava para amarrar as ataduras. Desculpe se a fiz esperar - disse ele com secura. No tem importncia. Laurel olhou a camisa dele colada no peito. Ele decerto tomara banho e se vestira sem estar seco, o que acentuava ainda mais a musculatura rija e forte. Os plos escuros do peito se afunilavam para baixo. S ento ocorreu a Laurel que se trajara da mesma forma e que o tecido fino de renda devia revelar tambm o prprio corpo. Conor no conseguia se concentrar em mais nada. O seios de Laurel eram grandes e os mamilos rseos era visveis sob a renda que tambm moldava os quadris sem deixar dvidas quanto s curvas perfeitas. A tensso na virilha aumentou consideravelmente. Conor? Com inocncia, Laurel estendeu a tira de pano usada antes. Eu gostaria que me ajudasse, pois a bandagem foi muito benfica. Enquanto amarrava a atadura improvisada, Conor, inadvertidamente esbarrou no busto de Laurel e ela ,experimenltou uma sensao quente e mida entre as pernas. De repente, desejou estar sem roupas para sentir a pele dele na sua. Laurel no entendia aquela nsia incomum. Afinal, ela no o amava. Conor era um homem muito atraente, mas era tambm um gigante insuportvel e arrogante se comprazia em irrit-la. Recriminou a si mesma por tais pensamentos e procurou manter o autocontrole moderar seu comportamento. Conor entendeu o perigo que corria quando tocou na regio das costelas para verificar se o traumatismo no piorara. Lembrou-se do orgulho inexplicvel que sentira ao testemunhar a destreza de Laurel, jamais vista em uma mulher. Ela era uma verdadeira lady. Alm da beleza, do encanto e da graa, tinha os requisitos indispensveis para sobreviver nas Terras Altas. Era inteligente, perita com armas, desembaraada e corajosa, alm de demonstrar urna extraordinria capacidade de resistncia. Os cabelos molhados de Laurel lembravam o frescor das flores nativas da primavera e sua pele era macia e sensual. Conor apressou-se em terminar o curativo e, ao final, notou que, alm da gratido nos olhos dela, havia algo mais profundo. Laurel o desejava e tambm se sentiu perturbada pela proximidade. Imvel, parecia esperar a iniciativa de Conor que, ao perceber aquele olhar brilhante, sentiu crescer dentro de si reaes primitivas. Ele roou os dedos na face de Laurel ao levar para trs dos ombros as mechas loiras , timidas. Com a outra mo, acariciou-lhe o brao, inclinou-se e beijou-a levemente.

Os lbios de Laurel eram suaves, clidos e inocentes, e ela correspondeu ao beijo com ansiedade. Laurel acariciou-lhe as costas e o efeito do busto dela contra seu peito causou em Conor uma nsia insuportvel. Conor intensificou o beijo, provocou-lhe o lbio inferior e mergulhou a lngua em sua boca quando ela en- treabriu os lbios. Deleitou-se com o sabor e acariciou- lhe os ombros. Como a fragrncia de Laurel, seu beijo lembrava frescor, naturalidade e inocncia. Laurel no imaginava que homens e mulheres se beijassem daquela maneira. Assustou-se com os movimentes iniciais da lngua de Conor, mas a sensao ertica acabou por venc-la e ela correspondeu na mesma intensidade. Com os dedos entrelaados nos cabelos de Conor, manteve a cabea dele abaixada, encorajando-o a continuar. Conor entendeu que a resposta de Laurel se devia ao desejo dela que aflorava. Deslizou a mo pelos ombros e costas e contornou a bandagem, debaixo do busto. Com os polegares, roou os mamilos at deix-los trgidos. Laurel surpreendeu-se com as carcias to ntimas e por pouco no se afastou. Mas Conor interrompeu o beijo e passou a lamber-lhe o pescoo. Ao mesmo tempo, massageava os seios intumescidos, o que fez Laurel arquar as costas. A resposta instintiva de Laurel aumentou ainda mais a tenso de Conor, que jamais desejara uma mulher com tamanha intensidade. Era inacreditvel que uma jovem inexperiente pudesse ser to apetecvel. Conor abaixou as mangas da camisa de Laurel e exps os seios magnficos. Os olhos dela haviam escurecido e o matiz azul-esverdeado se acentuara. Ele admitiu que nunca vira olhar mais adorvel ou mulher mais encantadora.

Conor curvou-Se e tomou um dos seios na boca. Lambeu os contornos firmes, mordiscou os mamilos endurecidos e fez Laurel gemer. Em tempo nenhum ela experimentara aquelas sensaes nem sonhara que pudessem existir. O mundo sua volta desaparecia enquanto Conor continuava com as carcias erticas usando a lngua e os dentes. O calor entre as pernas de Laurel aumentou at ela imaginar que devia estar em chamas. Nada mais tinha hnportncia a no ser o que Conor fazia com ela. Nem mesmo o que estava acontecendo, contanto que continuasse.Conor pensou que seria consumido pelo desejo. A resposta de Laurel e seus gemidos de prazer faziam Conor esquecer do local onde se encontravam. De repente, uma voz interrompeu seu pensamento se alava em direo aos Cus. Conor! Conor! Cole e Finn me mandaram sua procura. Responda! O que Craig queria? Conor estacou imediatamente e segurou Laurel, que por pouco no perdeu o equilbrio. Os intimos momentos haviam deixado os dois trmulos de paixo. Ele acariciou-he as costas e tentou se acalmar. Conor! Espero que saiba onde Laurel est, pois preciso traz-la de volta. Movimentos estranhos que no pareciam amigveis do outro lado do acampamento chamaram a ateno das sentinelas. Est bem Conor respondeu antes de Craig alron-los. Retorne clareira e diga a Finn que irei buscar Laurel. Voltaremos imediatamente, e no faam nada at eu chegar. Eles escutaram Craig murmurar uma concordncia antes de se afastar.

Laurel, meu amor, teremos de regressar ele afirmou, frustrado, mas com preocupao. Agarrada na camisa de Conor, Laurel escondeu o rosto no peito msculo e Conor sentiu-a anuir. Laurel inspirou fundo e ergueu a cabea. Ainda cam baleando pelo desejo no satisfeito, refletiu que preci sava fazer muitas perguntas a si mesma e tambm a Conor. No entanto, nenhum dos dois teria as respostas.Em silncio, ajeitaram as roupas e deixaram o rio rumo ao acampamento. Ali chegando, Conor saiu com Finn e mais um soldado paira investigar os movimentos no cmoro .Eles se encontravam na fronteira das Terras Altas e prximos dos limites de vrios clas. Contudo, a perturbao daquela noite deveu-se apenas a uma matilha de lobos procura da prxima refeio. Quando Conor retornou, Laurel estava adormecida sobre a manta dele.

Conor decidiu no esperar at os pesadelos de Laurel surgirem. Deitou-se e tomou-a nos braos Instintivamente, ela se virou, encostou a cabea no ombro dele e aconchegou-se.

Era inacreditvel a sensao de alegria e paz que o envolveu. Pouco antes, aquela mulher cativante o deixara em fogo. Naquele momento, mesmo sem perder o desejo feroz, estava certo de que nada faria que pudesse perturbar o sentimento de satisfao absoluta. Curvou a cabea e beijou-lhe os cabelos, inalando perfume suave. No podia imaginar como Laurel, uma inglesa, tecera to rapidamente ao redor dele uma teia de encantos que o prendera de maneira inequvoca. De uma coisa teve certeza. Jamais a deixaria partir Laurel lhe pertencia.

Esse foi o ltimo pensamento de Conor antes de Conor antes de adormecer.

Eles haviam cavalgado boa parte da manh quando Finn aproximou-se de Laurel. O terreno se modificara o grupo perseverava na subida para o Norte. Felizmente os cavalos tinham energia e fora necessrias para vencer a regio montanhosa. Milady. Finn. O sorriso de Laurel seria capaz de iluminar a mais escura das noites. Ah, essa dama transformar o cl num redemoinh_ pensou. Como est se sentindo hoje? Sua respirao no purece to difcil. Muito bem. Laurel tornou a sorrir. Minhas costelas esto se solidificando, o que torna mais fcil respirar. A trilha estreitou-se e Finu ficou atrs de Laurel por alguns instantes. Fico feliz em ouvir isso. Se o tempo ajudar, chegaremos em casa em um ou dois dias. Laurel levou Borrail para perto do cavalo dele. Por favor, Finn, no retarde o grupo por minha causa. Posso acompanhar o passo de todos. Finn analisou a sinceridade do pedido no olhar lurn nos de Laurel e concluiu que seria to difcil mentir i1unnto dizer a verdade. Est bem, miiady, mas temos de acompanhar a marcha do cavalo mais vagaroso. Laurel no perguntou qual era, temendo que fosse o dela e mudou de assunto.

Ento estamos perto das terras dos McTiernay? Finn notou a postura tensa de Conor, concentrou-se no caminho frente e evitou olhar para Laurel. Sim, milady. Eu gostaria de conhecer mais a histria deles. Os McTiernay fazem parte de um cl coeso e orgu lhoso, e Conor um lder sbio e forte. Finn gostava de falar sobre a admirao e o respeito que sentia pelos membros do cl e por seu lorde. Conor est seguindo os passos do pai e lidera o cl com tranqilidade e pulso firme. A destreza com a espada e a habilidade para treinar homens permitiram a ele estabelecer alianas slidas com famlias importantes. Recentemente os McTiernay absorveram alguns ds menores, e o nmero de membros do nosso cl aumentou muito. Conor agora tem a incumbncia de deixar os outros to experientes na arte de lutar como ns sempre fomos. Por que Conor concorda em admitir homens que no podem trazer contribuio imediata como soldados? Milady, Conor tem a reputao de liderar homens experientes e implacveis num campo de batalha. Isso d a ele uma posio de influncia e poder. Alguns bandos menores de montanheses no tm escolha a no ser juntar-se a um cl maior para sobreviver. Alm disso existem guerreiros altamente qualificados que no tm para onde retornar aps lutar por William Wallace e Robert Bruce. Laurel sabia que durante anos Eduardo castigara a Esc6cia com guerras e apenas recentemente fora desalojado daquelas terras, com exceo de poucos castelos escoceses ainda sob seu poder.

- Existem cls com predominncia de fazendeiros ou que perderam os melhores guerreiros nas lutas.OS mais jovens tm de ser treinados e esto procurando por lideres para os guiar, instruir e proteger. Nosso lorde um dos poucos que rene as trs condies. Por iSSO, milady, pode se considerar afortunada. Mas eu no creio que milorde entenda quem o felizardo. Laurel espantou-se. Finn, todos esto interpretando mal as intenes de Conor! Ele me considera apenas um mistrio a ser desvendado. Finn continuou olhando para a frente. Isso no verdade, milady. Finn, no pretendo insultar sua inteligncia e julgar que exista uma estranha atrao entre ns, mas isso no tem nem ter importncia. Finn virou-se e enxergou a sinceridade no rosto d Iaurel. Conor afirmou que no tem nenhuma inteno de se casar. Finn estava certo de que Laurel mudaria a opinio sobre Conor. Uma vez no castelo, os boatos de que ela no era casada se espalhariam e muitos candidatos sua mo apareceriam. Ser que Conor no pensara nisso?Finn observara OS dois e sabia que eles seriam felizes juntos Conor nunca estivera to animado. Ele ria, conversava, e seu humor mudava quando Laurel estava por perto. Era como se Conor tivesse encontrado em Laurel o que procurava havia muito tempo, uma pessoa com quem ele pudesse abrir a alma e o corao. E o instinto lhe dizia que Laurel tambm agia com maior naturalidade ao lado de Conor do que no mundo onde Fora criada. Podia apostar que havia sangue escocs nas veias de Laurel, apesar de ela falar com o abominvel sotaque dos ingleses. Bem, voltando ao incio, Finn, e quanto aos irmos Os McTiernay parecem bastante ligados uns aos outro Eu s tenho um irmo e ns apenas nos toleramos. Seu irmo no vir procur-la? Finn segurou a rdeas com fora. No, Finn. Meu irmo sentir grande alvio quan do souber que desapareci ela afirmou com pesar incitou o cavalo para a frente. Finn procurou distra-la da tristeza. Mesmo os McTiernay mais jovens so conhecidos como guerreiros ferozes. Embora s os trs mais velho tenham enfrentado batalhas, os mais jovens tm treinado exaustivamente e sero excelentes soldados. Todos eles, e at mesmo Clyde, tm um talento especial para a estratgia, uma caracterstica dos McTiernay. E um pena que isso no possa ser ensinado. Por que, Finn? Milady, a prtica pode ensinar um homem a lutar correta e rapidamente. Mas difcil aperfeioar maneira de pensar ou a rapidez com que ele formula os planos de batalha. Conceitos so transmitidos, palpites e truques podem ser passados adiante, mas a aptido natural tem de ser inerente pessoa. Laurel abaixou a cabea para se desviar de um galho. Meu av dizia a mesma coisa a respeito de seu me-. lhor amigo, que sempre superava em estratgia qual quer grupo de soldados ingleses, t os mais armados,, Finn imaginou por que o av dela pensaria em vencer os prprios parentes. A menos que ele no fosse ingls. Finn gostaria de antecipar-se s perguntas que Conor certamen te faria a Laurel assim que se aproximassem do castelo.

Finn, e quando os irmos no esto lutando? Tambem so unidos? Sim, milady, os McTierflaY so muito devotados e fieis uns aos outros. Eles moram juntos na fortaleza? Todos eles e muitas outras pessoas. Ento o castelo deve ser bem grande. O castelo enorme e bem fortificado Finn contou quando Conor se aproximou e ficou entre ele e Laurel. Conor diminuiu o passo e no conteve a curiosidade , de saber o que Finn conversava com Laurel, ao lado de quem cavalgara na hora passada. -. O que houve com o castelo? Laurel receou que as batidas de seu corao pudesser ouvidas depois da aproximao de Conor. - Eu estava perguntando quem mora no castelo e imiginei que deve ser imenso, para abrigar voc, seus irmos e tantos outros. Conor deu de ombros. um dos maiores. - Por sua autoridade e pelo tamanho do cl, suponho , que teria de ser dessa forma. Finn pode ter exagerado um pouco. Conor fitou * comandante com expresso impassvel. Se me permitir, Laurel, Finn tem outras tarefas, por exemplo determinar funes para as sentinelas Conor falou com rispidez e adiantou-se. Laurel incitou Borrail para a frente e parou ao lado de Conor.No permitirei que faa iSSO, Conor McTierflaY. Como ? Conor surpreendeuse. Laurel esperou at Finn se afastar.

Nem pense em acusar Finn de no cumprir co as obrigaes. Vi quando pediu a ele para me fazer coni panhia. Pedi a ele para se certificar sobre sua sade e su condies para montar, no para discutirem sobre o ta manho do cl McTiernay ou de nossa fortaleza! Laurel ergueu o queixo. No adianta querer modificar os fatos a seu be prazer. No sou nenhuma jovem frvola atrada pe que voc tem para oferecer. Estou interessada em saber para onde vamos e o que me espera. Conor no entendia como uma simples conversa podia desandar com tanta facilidade. Laurel, por sua vez, no sabia por que se irritar mas era inaceitvel ele ter gritado com ela na fren dos outros. Voc no queria falar sobre o assunto comigo mandou Finn em seu lugar. Se pretender ficar furioso com algum, sugiro que use a si mesmo como alvo. Foi voc, e no eu, quem impediu Finn de cumprir com os deveres. Conor desviou o olhar de Laurel, uma inglesa fogos e s ento percebeu que Finn j se afastara. Laurel e ele estavam sozinhos. O grupo passara por eles enquanto Laurel o criticava. Embora admirasse a coragem dela, era inadmissv discutirem na presena dos demais. No deveria ser admoestado por uma mulher, ainda mais por uma inglesa, Conor fechou os olhos e procurou recuperar o contro le da prpria raiva e da situao. Preste ateno, Laurel. No admito discusses diante de meus homens ele falou em voz baixa, mas ameaadora.

Conor estava certo. Discordar dele em altos brados iria prejudicar sua credibilidade e sua posio como lider docl. Ela no deveria comprometer nem diminuir a situao de Conor perante seu povo, ainda mais de ele ter salvado sua vida. Tem razo. Prometo que nO farei mais isso. Laurel abaixou a cabea, sabendo que seria impossvel guardar as opinies para si mesma. Mas no poderemos discutir em particular? - Claro. Conor no escondeu a surpresa pela humildade. Laurel suspirou, aliviada. Ele concordava em debater o assunto com uma mulher em determinadas circunstancias . A perspectiva de discutir com ele a ss era excitante. Muitas vezes ela vira os pais discutirem e em seguida fazer as pazes. Laurel piscou varias vezes para afastar as fantasias perversas. Estava se apaixonando por Conor e no sabia como lidar com iSSO. Conhecia a opinio dele a respeito de casar e ela tambm no podia assumir o comPromisso de um matrimnio. Conor observou a mirade de emoes que passavam pelo semblante de Laurel e seria capaz de jurar que, por um momento, ela tmbm sentira paixo por ele. Ma