sector de energia planeia excedentes e define prioridades · a regiÃoda sadc enfrenta uma escassez...

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por Joseph Ngwawi A REGIÃO da SADC enfrenta uma escassez de energia eléctrica desde 2007 pois a procura excede a oferta, e a expectativa é que esta carência de energia seja resolvida até 2014. No entanto, a implementação de projectos pode ficar para aquém das datas previstas devido à falta de financiamento e outras restrições. A SADC está a tomar medidas adicionais de longo prazo para fazer face a actual carência de energia e garantir a auto-suficiência na produção de energia e pôr a escassez de electricidade, através de um ambicioso Plano do Sector de Energia, que apela à região para aumentar a produção de energia em mais de 70 por cento e investir em pelo menos 170 biliões de dólares norte-americanos ao longo dos próximos 15 anos. O Plano Sectorial de Energia faz parte do Plano Director de Desenvolvimento Regional de Infra- estruturas aprovado pela 32ª Cimeira de Chefes de Estado e de Governo realizada em Agosto, Moçambique. O Plano Sectorial de Energia aborda quatro grandes objectivos estratégicos: Garantir a segurança energética; Melhorar o acesso a serviços modernos de energia; Utilização dos abundantes recursos energéticos; e Realização de investimentos financeiros e de sustentabilidade ambiental. O Plano identifica projectos de infra-estruturas "rígidas", que incluem o previsto aumento de produção e transmissão de electricidade; instalações de armazenamento e refinarias oleodutos para petróleo e gás, e instalações de transporte para a distribuição e exportação de carvão. O plano para o sector de energia identificou 73 projectos de produção de energia visando aumentar a produção dos actuais 56.000 Megawatts (MW) e garantir que a procura projectada de 96 mil MW seja superada por volta de 2027. A priorização dos vários projectos foi determinada através de uma fórmula em que os projectos foram classificados de acordo com sua capacidade de impacto sobre a carência regional de energia. Sete projectos de produção que pontuaram acima de 50 por cento e com maior capacidade de 1.000 MW cada, foram classificados na lista de maior prioridade. Os sete projectos prioritários de produção de energia poderão contribuir para o aumento de cerca de 26.000 MW para a rede gerida pelo Grupo de Empresas de Electricidade da África Austral (SAPP) - 65 por cento da nova capacidade de produção prevista entre 2013 e 2027 (ver tabela). A maior prioridade é dada ao projecto de energia hidroeléctrica da margem norte da Hidroeléctrica de Cahora Bassa (HCB), em Moçambique. O projecto poderá adicionar 1.245 MW à rede eléctrica regional, quando concluído em 2015. continua na página 2... SADC HOJE Vol. 15 No 1 Dezembro 2012 POLÍTICA 3 ENERGIA 4 UNIÃO AFRICANA 5 ANO EM RETROSPECTIVA 6 PAZ E SEGURANÇA 7 ENERGIA 8-9 AMBIENTE 10 MUDANÇAS CLIMÁTICAS 11 DESENVOLVIMENTO E INTEGRAÇÃO 12 PAZ E SEGURANÇA 13 COMUNIDADE 14 EVENTOS 15 HISTÓRIA HOJE 16 Sector de energia planeia excedentes e define prioridades

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Page 1: Sector de energia planeia excedentes e define prioridades · A REGIÃOda SADC enfrenta uma escassez de energia eléctrica desde 2007 pois a procura excede a ... O Plano Sectorial

por Joseph Ngwawi

A REGIÃO da SADC enfrenta uma escassez deenergia eléctrica desde 2007 pois a procura excede aoferta, e a expectativa é que esta carência de energiaseja resolvida até 2014. No entanto, a implementaçãode projectos pode ficar para aquém das datasprevistas devido à falta de financiamento e outrasrestrições. A SADC está a tomar medidas adicionais delongo prazo para fazer face a actual carência deenergia e garantir a auto-suficiência na produção deenergia e pôr a escassez de electricidade, através deum ambicioso Plano do Sector de Energia, que apelaà região para aumentar a produção de energia emmais de 70 por cento e investir em pelo menos 170biliões de dólares norte-americanos ao longo dospróximos 15 anos. O Plano Sectorial de Energia faz parte do PlanoDirector de Desenvolvimento Regional de Infra-estruturas aprovado pela 32ª Cimeira de Chefes deEstado e de Governo realizada em Agosto,Moçambique. O Plano Sectorial de Energia aborda quatrograndes objectivos estratégicos:� Garantir a segurança energética;� Melhorar o acesso a serviços modernos de

energia;� Utilização dos abundantes recursos energéticos;

e � Realização de investimentos financeiros e de

sustentabilidade ambiental.

O Plano identifica projectos de infra-estruturas"rígidas", que incluem o previsto aumento deprodução e transmissão de electricidade; instalaçõesde armazenamento e refinarias oleodutos parapetróleo e gás, e instalações de transporte para adistribuição e exportação de carvão. O plano para o sector de energia identificou 73projectos de produção de energia visando aumentara produção dos actuais 56.000 Megawatts (MW) egarantir que a procura projectada de 96 mil MW sejasuperada por volta de 2027. A priorização dos vários projectos foideterminada através de uma fórmula em que osprojectos foram classificados de acordo com suacapacidade de impacto sobre a carência regional deenergia. Sete projectos de produção que pontuaramacima de 50 por cento e com maior capacidade de1.000 MW cada, foram classificados na lista demaior prioridade. Os sete projectos prioritários de produção deenergia poderão contribuir para o aumento de cercade 26.000 MW para a rede gerida pelo Grupo deEmpresas de Electricidade da África Austral (SAPP)- 65 por cento da nova capacidade de produçãoprevista entre 2013 e 2027 (ver tabela). A maior prioridade é dada ao projecto deenergia hidroeléctrica da margem norte daHidroeléctrica de Cahora Bassa (HCB), emMoçambique. O projecto poderá adicionar 1.245MW à rede eléctrica regional, quando concluído em2015.

continua na página 2...

SADC HOJE Vol. 15 No 1 Dezembro 2012

POLÍTICA 3

ENERGIA 4

UNIÃO AFRICANA 5

ANO EM RETROSPECTIVA 6

PAZ E SEGURANÇA 7

ENERGIA 8-9

AMBIENTE 10

MUDANÇAS CLIMÁTICAS 11

DESENVOLVIMENTO E INTEGRAÇÃO 12

PAZ E SEGURANÇA 13

COMUNIDADE 14

EVENTOS 15

HISTÓRIA HOJE 16

Sector de energia planeia excedentes e

define prioridades

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2 ÁFRICA AUSTRAL Hoje, Dezembro 2012

Os outros projectos incluem ahidroeléctrica de MphandaNkuwa, em Moçambique, aCentral Hidroeléctrica de Batokadesenvolvida em conjunto peloZimbabwe e Zâmbia, e aBarragem Inga 3, na RepúblicaDemocrática do Congo (RDC). O projecto Batoka envolve aconstrução de uma barragem euma central hidroeléctrica, no rioZambeze, com uma capacidadeentre 1.600 e 2.000 MW de energiaeléctrica a ser partilhadaigualmente entre a Zâmbia e oZimbabwe. Os sete projectos deverãocustar um mínimo de 65 biliões dedólares norte-americanos e ummáximo de 104.000 milhõesdólares. A prioridade seguinte será deoutros 18 projectos que pontuaramacima de 50 por cento de acordocom a fórmula do Plano Director,mas tem capacidade inferior a 1.000MW. Esses projectos incluem aextensão da Central eléctrica deKariba Sul, no Zimbabwe quedeverá adicionar 300 MW deenergia nova em 2016, a CentralEléctrica a Gás de Kudo com800MW que deverá ser concluídaaté 2016 na Namíbia, e CentralHidroeléctrica de Rumakali com800MW e que deverá estarconcluída em 2018 na RepúblicaUnida da Tanzânia. Prevê-se que os 18 possamaumentar a oferta de energia naÁfrica Austral em 6.481 MW até ofinal de 2019 a um custo estimadoentre 7 biliões e 18 biliões dedólares norte-americanos. Três grandes projectos deinterligação poderiam facilitar aligação de Angola, Malawi eTanzânia, para a rede do SAPP. Os três Países acimamencionados, são os únicosmembros do SAPP ainda porestarem ligados à rede eléctricaregional. Outros Estados membrosdo SAPP são Botswana, RepúblicaDemocrática do Congo, Lesotho,Moçambique, Namíbia, África doSul, Swazilândia, Zâmbia eZimbabwe. Os estados insulares deMadagáscar, Maurícias e Seychelles

C O N T I N U A Ç Ã O D A P Ã G I N A 1

não são membros doSAPP. O SecretárioExecutivo da SADC,Tomaz AugustoSalomão, disse numamensagem queacompanha o PlanoDirector Regional deInfra-estruturas quequalquer aplicação significativa doplano deve dar prioridade aeliminação da escassez de energiana região, através dodesenvolvimento e implementaçãode projectos de infra-estruturas deprodução e transmissão de energia. "A interligação de Angola,Malawi e República Unida daTanzânia é necessária parapermitir a migração destesEstados-Membros membros parao Grupo de Empresas deElectricidade da África Austral." O custo geral de todos essesprojectos a serem implementadosna região de 2015-2027 estáestimado entre 93 e 212 biliões dedólares norte-americanos. Além dos projectos de infra-estruturas “rígidas”, o PlanoDirector também identificou 16questões de infra-estruturas"suaves" que precisam serabordadas antes da região alcançara auto-suficiência no subsector deenergia eléctrica.

Estas incluem políticasharmonizadas e uma maiorcooperação no desenvolvimentoe comércio de energia. A falta dealinhamento do quadro político elegal e das estruturas tarifáriaspode dificultar os investimentose financiamentos. Por outro lado,uma fraca preparação dosprojectos pode causar atrasos. O Plano Director observaque, além da existência depolíticas energéticas e, até certoponto, política de energiarenovável em todos os EstadosMembros da SADC, estratégiasabrangentes de energiarenováveis e planos de acçãoexistem apenas nas Maurícias ena África do Sul. O Botswana, Ilhas Maurícias ea África do Sul têm já estabelecidometas de electrificação comenergia renováveis nos sistemas deenergia, enquanto a Namíbia eÁfrica do Sul só têm estruturasreguladoras de energia renovável.

Cinco países integraram aimplantação de energiasrenováveis nas suas agênciasrurais de energia / electrificação.Trata-se do Botswana,Moçambique, Tanzânia, Zâmbia eZimbabwe. Um dos principais desafiospara o planeamento regional é aharmonização das políticasfragmentadas e metasestabelecidas pelos Estados-Membros. r

Impacto nos EstadosInsulares

TOS ESTADOS insulares dasMaurícias e Seychelles não sãoafectados pelas melhorias da rederegional do SAPP por nãoestarem ligados a ela.

Eles já estão 100 por cento, ouquase 100 por cento ligado àelectricidade e tem acesso afontes de energia modernas comogás liquefeito de petróleo paracozinha.

No entanto, eles podem sebeneficiar de políticasharmonizadas e marcosreguladores para permitir ocomércio de equipamentos deenergia entre o continente e osEstados insulares. A mobilizaçãocoordenada de recursos financeirostambém seria benéfica.

Eles podem participar da trocade experiências para pesquisa edesenvolvimento de energiarenovável, fabrico ecomercialização de tecnologias deenergia renovável, tecnologias decarvão limpo e arranjos deexportação de carvão. Elestambém podem se beneficiar detarifas harmonizadas e contratospadronizados de compra deenergia.r

UM PLANO de acção foi desenvolvido para guiar a região naimplementação de projectos prioritários de infra-estrutura, tal comoapresentado no Plano Director de Infra-estrutura. Os elementos chavesão:� Mecanismos de financiamentoO Plano de Acção define algumas modalidades fundamentais parafinanciamento de infra-estruturas que incluem o financiamento público,através de mecanismos fiscais e empréstimos soberanos, subvenções dosparceiros de desenvolvimento, o financiamento do sector privado earranjos de parceria público-privada.� Estruturas/monitorias institucionais e mecanismos de avaliaçãoAs seguintes estruturas continuarão a definir o processo de aprovaçãodo programa de infra-estrutura da SADC, de acordo com os protocolosda SADC:� Comités sectoriais de projectos � Subcomités sectoriais� Comités de altos funcionários� Comités sectoriais ministeriais� Comités dos Ministros de Infra-estruturas� Conselho de Ministros� Cimeira

Plano de Acção de infra-estrutura

Sector de energia planeia excedentes e define prioridades

PROJECTOS PRIORITÁRIOS DE PRODUÇÃO DO SAPP (Capacidade > 1.000MW)

Ordem de País Nome do Projecto Capacidade Tecnologia Data de início prioridade (MW) 1 Moçambique Margem Norte da HCB 1,245 Hidro 2015 2 Moçambique Mphanda Nkuwa 1,500 Hidro 2017 3 Zâmbia/Zimbabwe Batoka 1,600 Hidro 2022 4 RDC Inga 3 4,320 Hidro 2018 5 Zimbabwe Gokwe Norte 1,400 Carvão 2017 6 África do Sul New PF + FBC 6,250 Carvão 2026 7 África do Sul Nuclear 9,600 Nuclear 2023Total 25,915

Fonte Plano Director de Desenvolvimento Regional de Infra-estruturas da SADC

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ÁFRICA AUSTRAL Hoje 3

O SAPP foi criado com oobjectivo principal de fornecerenergia eléctrica confiável eeconómica para osconsumidores em cada um dosseus Estados membros, emconformidade com a utilizaçãoracional dos recursos naturais eos efeitos sobre o meio ambiente.

A cooperação no sector deenergia eléctrica não é umfenómeno novo na região – já

ocorre em termos deplaneamento, política eoperações, e envolve osgovernos, empresas de energia eagências financeiras há váriasdécadas. Para formalizar essainteração, as firmas de energiada região reuniram-se sob osauspícios da SADC para formaro Grupo de Empresas deElectricidade da África Australem 1995. r

Sobre o Grupo de Energia da África Austral

O SECRETARIADO da SADCapelou aos Estados-Membrospara analisarem o papel e afunção do Grupo de Empresas deElectricidade da África Austral(SAPP) para garantir que oorganismo regional se torne maiseficaz nos seus esforços parapromover o desenvolvimento nosector de energia.

O SAPP é um organismoregional que coordena o planea-mento, produção, transmissão ecomercialização de energiaeléctrica em nome de empresasdos Estados membros da SADC.

As empresas de energia dosEstados da SADC localizados nocontinente, com excepção deAngola, Malawi e RepúblicaUnida da Tanzânia, estãointerligadas através do SAPP,permitindo-lhes o comércio deelectricidade através de ummercado competitivo.

Fundado em 1995, com basenum Memorando deEntendimento Intergoverna-mental (MoU), o SAPPconseguiu, entre outras coisas,criar um mercado deelectricidade na região,permitindo aos clientes beneficiardas vantagens associadas àcooperação energética.

O grupo regional deelectricidade também coordenaos esforços para a exploraçãodos inúmeros recursosenergéticos que abundam naregião.

Por exemplo, o SAPPidentificou uma série de projectosprioritários de energia paraimplementação durante ospróximos anos, no quadro daeliminação da escassez de energiana região.

A maioria desses projectosestão virados para fontes deenergia renováveis, como a solar,eólica e hídrica - que são menospoluentes para o meio ambientequando comparada com asoutras fontes como o carvãotérmico.

Falando durante a recente 33ªreunião do Comité Executivo doSAPP realizada em Harare,Zimbabwe, o Oficial sénior deProgramas de Energia da SADC,Freddie Motlhatlhedi, disseque para o SAPP exercerplenamente as suas funções, osEstados membros precisam derever o papel e as funçõesdeste grupo regional deelectricidade.

Actualmente, o SAPP tem umpoder limitado para implementarprojectos de energia, eMotlhatlhedi diz que é necessárioque o grupo tenha maisautoridade para liderar osesforços visando garantir que aregião se recupere da escassez deenergia que se tornou maisgeneralizada em 2006/07.

"É tempo de rever oMemorando de EntendimentoIntergovernamental (IGMOU) eoutros acordos que criaram oSAPP para que a organizaçãoesteja habilitada e tenha maispoderes para fazer cumpriras decisões tomadas pelosEstados membros", disseMotlhatlhedi.

O IGMOU de 1995 foi revistopela última vez em 2006 pelosMinistros da Energia da SADC,quando eles assinaram oMemorando Inter-Governa-mental de Entendimento revisto.

O IGMOU é um dos quatroacordos que regem as operaçõesdo SAPP. Os outros são oMemorando de entendimentoInter-Empresas que estabeleceas modalidades de gestão básicado SAPP e os princípios defuncionamento, o acordo entreos operadores, que estabelece asnormas específicas de operaçãoe preços, e as DirectrizesOperacionais, que fornecempadrões e directrizesoperacionais.

A este respeito, as operaçõesdoa SAPP são baseadasprincipalmente em um conjuntode acordos entre as empresas

membros ao invés deleis formais quep e r m i t i r i a m oorganismo regional ter maiorautoridade sobre questões deenergia na região.

Motlhatlhedi disse queconsultas sobre a revisão doIGMOU poderão iniciar antes dareunião dos Ministros da SADCEnergia programada para Abrilde 2013 no Lesotho.

Ele instou os Estadosmembros a criarem umacomissão que irá procurar amelhor forma de reestruturar erever o SAPP de modo que asrecomendações sejam aprovadaspelos Ministros da Energia daSADC no próximo ano.

Dirigindo-se à mesmareunião, O MinistroZimbabweano da Energia eDesenvolvimento, El tonMangoma, apelou ao SAPP paraassegurar que todos os Estadosmembros estejam interligados arede regional.

"O SAPP precisa de abrangeros seus três membros ainda nãointerligados", disse ele. "Acontínua falta de interligaçãodestes Estados membros estáprivando a região e os cidadãosdestes países dos benefícios dainterligação que o resto dosEstados membros desfrutaactualmente."

P O L Í T I C A

Mais linhas de transmissãoatravés do SAPP tambémpermitiriam que os Estadosmembros se beneficiassem danova capacidade de produçãoinstalada nos outros Países.

Com Angola, Malawi eTanzânia não interligados atravésdo SAPP, significa que qualquernova capacidade de produçãoinstalada num destes três Paísesnão é aproveitada nos outrosnove Estados membros do SAPP.A 33ª Reunião do ComitéExecutivo do SAPP decorreu a 18de Outubro e comportou ainauguração das novasinstalações do Centro deCoordenação do SAPP em MtPleasant, Harare.

O centro funciona como umponto focal para as actividadesdo SAPP, nomeadamente atravésda supervisão técnica dasoperações do grupo e facilitaçãodo comércio de electricidade.sardc.net r

"SAPP deve ter mais autoridade para promover o desenvolvimento de energia"

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4 ÁFRICA AUSTRAL Hoje, Dezembro 2012

E N E R G I A

respectivamente, enquanto oLesotho vai acrescentar cerca de25 MW. Estes novos projectos deelectricidade ajudarão a região aminimizar a procura.

A África Austral enfrentaescassez de energia desde que2007, tendo o Grupo deEmpresas de Electricidade daÁfrica Austral (SAPP)identificado uma série deprojectos para implementação naregião de modo a manter a ofertade electricidade.

Entre 2012 e 2016, a ÁfricaAustral espera implementar vários

projectos de energiaque irão adicionarum total de cerca de14.300 MW deelectricidade paraa rede regional.Espera-se que amaior parte daenergia venha daÁfrica do Sul,q u e p l a n e i aimplementar ump r o j e c t o d e8.382 MW deelectricidade (verquadro). r

OS ESTADOS membros daSADC tencionam implementarprojectos de energia nova que iráacrescentar cerca de 1.060Megawatts (MW) de electricidadepara a rede regional em 2013.

Este valor é ligeiramenteinferior a 1.770 MW que foiplaneado para implementação em2012, apesar da actual capacidadereal de energia eléctricaplanificada para este ano estarainda por ser tornada pública.

Nova energia a ser produzidaem 2013 poderá vir do Lesotho,Malawi, Namíbia, África do Sul eZâmbia.

A África do Sul planeiaimplementar projectos que irãoadicionar um total de 720MW,enquanto a Zâmbia vaiacrescentar 180MW.

A Namíbia e o Malawivão contribuir com65MW e 60MW,

A ZÂMBIA e Zimbabweintensificaram os seus esforçospara construir a tão esperadaCentral Hidroeléctrica de BatokaGorge.

Gorge Batoka está localizadano rio Zambeze, cerca de 50 km ajusante de Victoria Falls, e fazfronteira com os dois países.Quando em funcionamento, estacentral orçada em 2,4 biliões dedólares norte-americanos, terácapacidade para produzir até1.600 Megawatts (MW) deelectricidade.

Segundo o acordo, a Zâmbiae o Zimbabwe vão dividir a

energia em partes iguais, mastomando em conta que os doispaíses são membros do Grupode Empresas de Electricidade daÁfrica Austral, grande parte daelectricidade vai alimentar arede eléctrica regional.

Todos os Estados Membrosda SADC localizados nocontinente, com excepção deAngola, Malawi e Tanzânia,estão interligados através doSAPP.

A Autoridade do RioZambeze, uma entidade conjuntada Zâmbia e Zimbabwe, que gereos desenvolvimentos do rio

Zambeze para os dois Países,aprovou o projecto de algunsanos atrás.

A Porta-voz ElizabethKaronga disse que o BancoMundial manifestou interesse emfinanciar o projecto e brevementeserá efectuada uma Avaliação doImpacto Ambiental antes daconstrução.

A Central Hidroeléctrica deBatoka é um dos projectos maisatraentes da região, com grandecapacidade para ajudar a ÁfricaAustral a explorar o enormepotencial hídrico do rioZambeze. r

SAPP planeia 1.060 MW de energia nova em 2013

Projecto Batoka inicia brevemente

A nova sede do SAPP. Os novos escritórios do Grupo de Empresas de Electricidade da África Austral irão permitir que oorganismo de coordenação regional de energia melhore as suas operações e sirva eficazmente as empresas membros. O edifíciofoi inaugurado durante a 33 ª reunião do Comité Executivo, realizada em Outubro, em Harare, Zimbabwe

Novos Projectos de Produção de Electricidadeplaneados na África Austral em 2012-2016PAÍS CAPACIDADE DE PRODUÇÃO PLANIFICADA, MW

2012 2013 2014 2015 2016 TOTAL

Angola 315 0 80 0 700 1 095Botswana 600 0 0 300 0 900RDC 120 8 0 580 0 708Lesotho 0 25 40 110 0 175Malawi 0 64 0 0 0 64Moçambique 100 0 265 300 0 665Namíbia 92 60 0 0 0 152África do Sul 303 722 3 591 2 244 1 522 8 382Swazilândia 0 0 0 0 0 -Tanzânia 160 0 0 0 0 160Zâmbia 56 180 915 40 339 1 530Zimbabwe 30 0 140 0 300 470

Total 1 776 1 059 5 031 3 574 2 861 14 301

Fonte SAPP

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ÁFRICA AUSTRAL Hoje 5

U N I Ã O A F R I C A N A

usamos para importar alimentos",disse ela.

Dlamini-Zuma, que é tambéma primeira mulher a ocupar ocargo de presidente da Comissãoda UA, disse que oempoderamento das mulheres éfundamental para o progresso docontinente.

A este respeito, ela disse que osPaíses africanos devem canalizarmais recursos para melhorar oacesso à saúde, saneamento eágua, e garantir que haja partosmais seguros para as mulheres.

Os Estados membros devemtambém implementar acordosregionais e continentais quegarantem que mais mulheresascendam a altos cargos detomada de decisão, disse ela.

A Comissão que ela dirigepossui uma paridade de 50-50 emtermos de representação dehomens e mulheres por decisão daCimeira de Chefes de Estado e deGoverno da UA.

Dlamini-Zuma, que faz partedo Governo da África do Suldesde 1994, observou que esta é aprimeira vez que uma mulher foieleita para o posto mais elevadoda União Africana em 49 anos,desde a formação deste órgãocontinental, acrescentando que"esta eleição coloca umaresponsabilidade maior sobre asmulheres em geral."

No seu discurso de tomada deposse, ela falou da rica históriada África, em que as mulheresdesempenham um papelimportante nas estruturaseconómicas e de governanção, e,mais recentemente, na luta pelalibertação do jugo colonial e doapartheid.

por Kizito Sikuka

A NOVA Presidente da Comissãoda União Africana, NkosazanaDlamini-Zuma disse que a Áfricapode atingir o crescimentosocioeconómico caso os Estados-Membros trabalhem em conjuntopara enfrentar os desafios queafectam o continente.

Falando na cerimónia da suatomada de posse na sede daUnião Africana (UA) em AdisAbeba, Etiópia, a 15 de Outubro,Dlamini-Zuma disse que "a únicamaneira de garantir o sucesso emempreendimentos do nossocontinente é agir em conjunto,como um só povo e continenteunido."

"Devemos olhar para nósmesmos como um só continente enão como Países individuais. ...

"Constituímos uma forçaformidável como um continentecaso estejamos unidos, mas seestivermos divididos ficamosfracos. Ninguém nos podeignorar caso estejamos unidos.Ninguém pode deixar de ver ocontinente como uma força demudança global, se olharmospara nós mesmos como só umcontinente."

Ela se comprometeu a avançara visão da União Africana de"uma África integrada, prósperae pacífica, impulsionada pelosseus próprios cidadãos erepresentando uma forçadinâmica na arena global."

Dlamini-Zuma, que é aprimeira personalidade da ÁfricaAustral a chefiar a Comissão daUA, disse que caso os vastosrecursos naturais de África sejamplenamente explorados podemimpulsionar o continente para odesenvolvimento.

A África possui mais de umquarto das terras aráveis domundo, e é bem dotada derecursos naturais, incluindo cercade 30 por cento das reservasmundiais de minerais conhecidos.

"Se investirmos no aumentoda produtividade da nossa terrapodemos ter segurança alimentar,exportar e gerar receitas, etambém poupar os recursos que

bolsas de instabilidade econflito. ... Portanto, é nossaresponsabilidade, comogovernos, como cidadãos, comoorganismos regionais garantirque o processo democrático sejairrevogável e trabalharmos para oseu sucesso. "

Ela disse que a Comissão daUA continuará a trabalhar com asvárias partes interessadas e asorganizações regionais parapromover e consolidar a paz nocontinente, e que o princípio deencontrar soluções africanas paraos problemas africanos serásempre mantido.

Dlamini-Zuma disse que asComunidades EconómicasRegionais (CER) devem continuara liderar o processo de integraçãocomo os principais agentes deimplementação.

As três CERs estão numestágio avançado de formação deum mercado integrado queabrange 27 países da ÁfricaOriental e Austral. Trata-se doMercado Comum da ÁfricaOriental e Austral (COMESA),Comunidade dos Estados daÁfrica Oriental (EAC) e da SADC.

Esta Área tripartida deComércio Livre deverá aumentarcomércio intra-regional eaprofundar a integração por meiode fluxos de investimentomelhorado e maior concorrência.

Dlamini-Zuma assume apresidência da Comissão da UA,em substituição de Jean PingGabão. Sua ascendência foiantecedida por uma intensacampanha dos Estados Membrosda SADC, que argumentaramque era tempo para a ÁfricaAustral liderar a Comissão daUA uma vez que as outrasregiões já tinham tido aoportunidade de ocupar o postomais alto.

Uma gestora e diplomata hábil,com uma visão Pan-Africana,Dlamini-Zuma foi amplamenterespeitada na África Austral e emÁfrica durante a década que elaserviu como Ministra Sul-Africanados Negócios Estrangeiros.sardc.net r

Em relação à capacitação dajuventude, Dlamini-Zuma disseque é preciso aproveitar a energiae o entusiasmo dos jovens paraque possam contribuirpositivamente para as sociedades,nações e para o continente.

Sobre paz e segurança, a ex-Ministra Sul-Africana do Interiordisse que apesar da Áfricaestar a testemunhar progressossignificativos na arena política,existem alguns Países que aindaestão com instabilidade porvários motivos.

Ela disse que a paz e aestabilidade são um pré-requisitopara o desenvolvimentosocioeconómico, daí anecessidade de redobrar osesforços para lidar com osconflitos.

"Apesar deste progressolouvável, devemos tambémreconhecer que tem havidoalgumas dificuldades econtratempos, com algumas

"Unidade é a chave para o desenvolvimento continental"

"Constituímos umaforça formidável como

um continente casoestejamos unidos, mas se

estivermos divididosficamos fracos. Ninguém

nos pode ignorar casoestejamos unidos.

Ninguém pode deixar dever o continente comouma força de mudança

global, se olharmos paranós mesmos como só um

continente. "

Presidente da Comissão da UA, Nkosazana Dlamini-Zuma

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A N O E M R E T R O S P E C T I V A

2012Um ano importante para a SADC

6 ÁFRICA AUSTRAL Hoje, Dezembro 2012

2012

Plano Director deDesenvolvimento de Infra-estruturasorientará a implementaçãode seis sectores prioritários• Energia • Transportes • Turismo• Tecnologia de

informação• Meteorologia• Água.

Fundo de Desenvolvimento Regional da SADC.

Novo Plano Estratégicoregional de paz e segurançaabrangendo cinco sectores –política, defesa, segurançado Estado, segurançapública e da polícia.

Primeira personalidade daÁfrica Austral, primeiramulher a liderar aComissão da UniãoAfricana

Primeira mulher Presidentena SADC

Criada a Área deConservaçãoTransfronteiriça de KavangoZambezi, a maior domundo.

A ÁFRICA Austal continuou a registar avanços para aintegração regional e estabilidade e igualdade degénero, com os principais indicadores para 2012 sendoo lançamento do Plano Director de DesenvolvimentoRegional de Infra-estruturas e o Plano Estratégico dePaz e Segurança, entre outros.

A SADC deu um grande passo em frente noaprofundamento da integração, quando os Chefes deEstado e de Governo da SADC aprovaram o PlanoDirector de Desenvolvimento Regional de Infra-estruturas na sua Cimeira realizada em Agosto, emMoçambique. O Plano contém a visão para odesenvolvimento de infra-estruturas na região daSADC, entre 2012 e 2027.

O Plano Director orienta o desenvolvimento deinfra-estruturas chave como rodoviárias, ferroviária eportos, e constitui uma estrutura de coordenação ecooperação com os parceiros de desenvolvimento e dosector privado. O programa será executado ao longo detrês intervalos de cinco anos cada - curto prazo (2012-2017), médio prazo (2017-2022) e longo prazo(2022-2027).

Isto está de acordo com a Visão da SADC de 2027,um horizonte de implementação de 15 anos para aprevisão de requisitos de infra-estrutura na região, queestá alinhado com o programa da União Africana parao Desenvolvimento de Infra-estruturas de África. OPlano constitui um contributo essencial para a propostaÁrea tripartida de Comércio Livre composta pelaSADC, Mercado Comum da África Oriental e Austral(COMESA) e pela Comunidade dos Estados da ÁfricaOriental (EAC).

Outro marco significativo para 2012 foi a aprovaçãopara estabelecer um Fundo de DesenvolvimentoRegional, um mecanismo financeiro para a mobilizaçãode recursos dos Estados-Membros, do sector privado ede parceiros de desenvolvimento, para o financiamentode programas e projectos da SADC.

O plano Estratégico Regional de Paz Sustentável eSegurança, o Plano Estratégico Indicativo do Órgão dePolítica, Defesa e Segurança (SIPO), lançado emNovembro, abrange cinco sectores e oferece ascondições para o desenvolvimento económico e social(ver página ao lado).

Quanto ao desenvolvimento do turismo, a maiorÁrea de Conservação Transfronteiriça do mundo(TFCA) tornou-se uma realidade em Março, quando aTFCA Kavango-Zambeze (KAZA) foi lançada por cincoestados membros da SADC - Angola, Botswana,Namíbia, Zâmbia e Zimbabwe.

Situado nas bacias do Okavango e Zambeze onde asfronteiras dos cinco países convergem, a TFCA KAZAcobre uma área de cerca de 444.000 quilómetrosquadrados, composta de 36 parques nacionais, reservasde caça, unidades de conservação e áreas de gestão decaça da comunidade, e possui inúmeras atracçõesturísticas tais como as cataratas de Vitória, bem como umapopulação selvagem numa área agora aberta a rotastradicionais de migração.

As eleições realizadas em Angola e no Lesothoreforçaram o perfil da África Austral como um destino

de investimento estável e impulsionaram asperspectivas económicas.

No Lesotho, houve uma transferência do poder doex-Primeiro-Ministro, Pakalitha Mosisili, que apesar deter vencido as eleições gerais de 26 de Maio por umapequena margem, obteve apenas 48 lugares naAssembleia Nacional de 120 lugares, o que não foisuficiente para garantir uma maioria absoluta.

Ele renunciou para permitir que a oposiçãoformasse um governo de coligação liderado pelaConvenção de Todo o Basotho (ABC), de ThomasThabane. De acordo com Lei do Lesotho, o líder dopartido maioritário na Assembleia Nacional torna-seautomaticamente primeiro-ministro.

Nas eleições parlamentares realizadas em Angola,em Agosto, o Movimento Popular de Libertação deAngola (MPLA), liderado pelo Presidente José Eduardodos Santos, ganhou mais um mandato para ospróximos cinco anos. O líder do partido com a maioriaparlamentar torna-se automaticamente presidente.

O Lesotho manteve a sua representação dasmulheres na Câmara em 31, cerca de 25 por cento dototal, e Angola, com 76 mulheres membros doparlamento, caiu ligeiramente para 34,5 por cento.

A meta regional é de paridade de género 50:50 até2015.

As mulheres da SADC têm vindo a tomar o seulugar em posições de liderança na região, no continentee no mundo em 2012.

A primeira mulher presidente na região da SADC éSua Excelência Joyce Banda, Presidente do Malawi, ex-Vice Presidente, que foi empossado em Abril de 2012após a morte do seu antecessor.

A vice-Presidente das Maurícias, Monique OhsanBellepeau, ocupou o cargo de 31 Março - 21 Julho de2012, após a renúncia do presidente, até a escolha deum sucessor.

A nova Presidente da Comissão da União Africanoé uma candidata da SADC, Dr. Nkosazana Dlamini-Zuma, o ex-Ministro dos Assuntos Internos da Áfricado Sul, que foi empossada a 15 de Outubro (ver página5). A Comissão que ela dirige tem 50-50 representaçãode homens e mulheres por decisão da Cimeira deChefes de Estado e de Governo da UA.

Asha Rose Migiro foi indicada pelo Governo daTanzânia para servir como Secretário-Geral adjunta dasNações Unidas de 2007-2012. Ela deixou o cargo esteano, mas não está fora da arena política mundialporque agora é enviada especial para o HIV e SIDA emÁfrica.

O principal desafio para o desenvolvimentoregional, em 2012, para além do ambiente global deincertezas financeiras, foi o conflito no leste daRepública Democrática do Congo. Iniciado pelosrebeldes anti-governamentais, o conflito causou umaenorme crise humanitária, com sérias implicações paraa integração e para o desenvolvimento socioeconómicoregional. Este assunto foi analisado pela Cimeira daSADC em Agosto, e numa Cimeira da Troika, emSetembro, incluindo uma missão ao Ruanda peloPresidente da SADC (ver página 13). r

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P A Z E S E G U R A N Ç A

SADC TEM um novo Plano Estratégico Regional dePaz e Segurança abrangendo cinco sectores -política, defesa, segurança do Estado, segurançapública e da polícia.

O plano foi lançado em 20 de Novembro,em Arusha, pelo Presidente da Tanzânia, JakayaKikwete, o actual presidente do Órgãode Cooperação Política, Defesa e Segurança daSADC.

Ele instou os Estados-Membros para tornar osrecursos disponíveis para a implementação do PlanoEstratégico Indicativo do Órgão de Política, Defesae Segurança (SIPO).

"A paz é um aspecto importante para aprosperidade regional, pelo que há necessidade dosPaíses membros contribuírem com recursossuficientes para tornar o bloco calmo e estável",disse Kikwete. "Os esforços no sentido de tornar anossa calma região estão nas nossas mãos. ...

"É hora dos Países membros começarem a alocarrecursos suficientes para enfrentar os desafiosemergentes... Não devemos esperar que outraspessoas ajam em nosso nome."

Kikwete também destacou que é precisovontade política para avançar.Falando na mesma ocasião, o Secretário Executivoda SADC, Dr. Tomáz Augusto Salomão, ressaltou anecessidade de preservar a "paz, segurança,estabilidade e democracia, como um pré-requisitopara a integração regional e desenvolvimentosustentável", a fim de enfrentar os novos desafioscolocados pelo contexto político, económico e socialna região.

Salomão traçou a história do Órgão de Política,Defesa e Segurança da SADC estabelecido pelosChefes de Estado e de Governo em 1996, e as suasconquistas e desafios, dizendo que se trata de uma"plataforma sólida para aprofundar a cooperaçãopolítica e coesão na região".

Os instrumentos jurídicos já aprovados para aimplementação incluem vários protocolos da SADC,nomeadamente de cooperação política, defesa esegurança assinado em 2001.

Outros protocolos são contra a corrupção,combate às drogas ilícitas, o controlo de armas defogo e munições; facilitação da circulação depessoas; extradição; assuntos jurídicos, assistênciamútua em matéria penal e um pacto de defesamútua.

O primeiro Plano Estratégico Indicativo doÓrgão de Política, Defesa e segurança (SIPO) queidentifica estratégias e actividades foi aprovado em2003, para a aplicação ao longo de cinco anos.Discussões sobre a revisão do plano começaram em2007.

O Secretário Executivo identificou as cincoprincipais conquistas como a integração daorganização regional de Chefes de Polícia na Defesa

Inter-Estado e do Comité de Segurança; criação doCentro Regional de Aviso Prévio para a prevenção egestão de conflitos, e a Força de Prontidão da SADC.

Salomão também citou o estabelecimento deestruturas civis, como o Conselho Consultivo daSADC de Mediação Eleitoral e Prevenção deConflitos e estruturas de diplomacia.

No entanto, ele acrescentou que, para alémdestas conquistas, há desafios resultantes dageopolítica e dinâmica global, mas também demecanismos de coordenação e falta de recursoshumanos e financeiros para a implementaçãoapropriada dos programas.

O SIPO será revisto a cada cinco anospara assegurar uma resposta adequada para oambiente em mudança na geopolítica e para arelevância dos objectivos, estratégias e actividadesem vários sectores, bem como para fortalecer osmecanismos de monitoria, recursos humanos eestruturas.

Um dos principais objectivos do programa,segundo Salomão, é divulgar e difundir o SIPOrevisto a todos os interessados, para facilitar odesenvolvimento de um plano de trabalhodetalhado que permita as "partes interessadasrelevantes a serem os verdadeiros parceiros naimplementação".

No lançamento do novo documento de política,o presidente da Tanzânia, disse que se pretendeabordar alguns dos novos desafios que a região, aÁfrica e o mundo enfrentam, observando que aSADC tem um papel "de liderança na unidade ecoesão da região e do continente, contribuindosignificativamente para a paz, segurança, assistênciahumanitária e desenvolvimento a nível regional econtinental. "

Entre os novos desafios citados por eleconstam as mudanças climáticas, pirataria, tráficode seres humanos, a imigração ilegal e recessãoeconómica.

Os desafios específicos, além de pobreza, são adeterioração da situação na região dos GrandesLagos, nomeadamente o conflito no leste daRepública Democrática do Congo (RDC). Ele apelounovamente às partes para um cessar-fogo ", tendoem conta que civis inocentes são os que são maisafectados".

O lançamento foi testemunhado por quadrosseniores de defesa, policiais e agentes penitenciáriosda Tanzânia, e altos funcionários do governo ediplomatas de países membros da SADC, bem comoinstituições académicas e de pesquisa queparticiparam num simpósio sobre o novo planoestratégico.

A SADC tem 15 Estados membros, incluindo aRDC e Madagáscar que está actualmente suspensoapós uma mudança inconstitucional do governo em2009. sardc.net r

SADC lança novo Plano Regional de Paz eSegurança

2012

O novo plano estratégico

abrange cinco setores -política, defesa,

segurança do Estado,segurança pública e da

polícia.

ÁFRICA AUSTRAL Hoje 7

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8 ÁFRICA AUSTRAL Hoje, Dezembro 2012

solares usam painéis que atraem a energia do sol para gerar electricidadeatravés do processo fotovoltáico.

Outros produtos incluem lâmpadas solares, aquecedores solares deágua, postes solares, carregadores de telefone solares, rádios solares, etochas solares que têm muitos usos práticos em áreas rurais e urbanas porserem recarregáveis.

Há também geradores de energia solar que fornecem horas de energiasolar para manter as famílias com corrente durante interrupções de energiaeléctricas.

No entanto, com excepção da energia hidroeléctrica, não há incentivossustentáveis ou esquemas de subsídio para incentivar energia eléctrica em

larga escala ligada à rede com base em sistemas de energiasrenováveis.

De acordo com o Banco Africano de Desenvolvimento(BAD), a África poderia se tornar uma "mina de ouro" paraas energias renováveis, devido à abundante energiahidroeléctrica, solar e recursos eólicos que são agoraextremamente procurados pelos investidores internacionaisem sua busca de uma fronteira de energia nova e limpa.

A maioria dos países africanos recebem mais de 2.500horas de sol por ano, e a maior parte do continente tem soltodo o ano.

Uma avaliação feita pelo Programa das Nações Unidaspara o Meio Ambiente das (UNEP) e pela FacilidadeAmbiental Global também revela que há 4.000 MW deelectricidade geotérmica pronta para a colhida ao longo doVale do Rift.

DesafiosCom todas as suas vantagens, os produtos e tecnologiasrenováveis não são baratos para instalar. Por exemplo,um sistema solar para uma casa típica na região custaentre 500 e 1.000 dólares norte-americanos, de acordo como BAD.

Um pequeno sistema hidro que converte o fluxo de águaem energia eléctrica, ou a uma turbina de vento, também écaro para instalar e manter. Como resultado, a maioria dosPaíses da SADC tendem a se concentrar mais em combustíveis

ESPERA-SE QUE tecnologias de energia renovável possam aliviar aescassez de energia na África Austral numa altura em que a região continuaa procura de soluções para um problema que há uma década ameaçadestruir os esforços para o alcance da auto-suficiência energética edesenvolvimento regional.

A energia renovável é toda aquela que é reposta naturalmente e incluienergia gerada a partir de recursos naturais como hídrica, metano, vento,sol e calor geotérmico. A energia produzida a partir do refino de biomassaé também classificada como renovável.

O carvão, petróleo e gás natural são combustíveis fósseis e sãoclassificados como fontes não renováveis de energia.

Ao contrário dos combustíveis fósseis, as fontes renováveis de energiasão menos poluentes ao meio ambiente, daí a necessidade da África Australaumentar a captação desse tipo de energia.

A energia renovável mais comum na SADC é a hidroeléctrica, queresponde por cerca de 20 por cento da produção total de energia da SADC,enquanto as outras energias renováveis não fazem qualquer contribuiçãosignificativa para as redes nacionais ou regionais.

Centrais terminas não renováveis contribuem com a maior parte daenergia mista da SADC, com cerca de 74 por cento de toda a energiaproduzida.

Este cenário ocorre apesar da África Austral estar extremamente dotadade recursos energéticos renováveis.A este respeito, um rigoroso programa para promover o uso generalizadode produtos e tecnologias de energia renovável poderiam ajudar a regiãoda SADC reduzir a carga de escassez de energia, bem como a dependênciaexcessiva dos combustíveis fósseis não renováveis

Produtos e tecnologias renováveis O uso de produtos e tecnologias de energia renovável está a aumentargradualmente, na África Austral. Os produtos de energia renováveis maiscomuns em uso na SADC são as centrais hidroeléctricas.

No entanto, o potencial hidroeléctrico como fonte de energia renovávelainda está por ser explorado, e uma série debarragens não são plenamente usadas paraproduzir electricidade para cidadespequenas ou áreas remotas.

O rio Zambeze, por exemplo, drena aágua de oito Estados-Membros da SADCe tem uma capacidade de geração deenergia hidroeléctrica estimada de cerca de20.000 Megawatts (MW), o que é quase osuficiente para atender às necessidades deenergia da região caso o potencial local sejaexplorado.

Apenas 23 por cento desse potencialestá sendo aproveitado, principalmente apartir de duas barragens principais emKariba, entre a Zâmbia e o Zimbabwe, eem Cahora Bassa, em Moçambique.

A energia hidroeléctrica está tambémem abundância com o projecto Inga,no rio Congo, na República Democráticado Congo, que tem potencial paraproduzir cerca de 40.000 MW deelectricidade.

Fora da rede nacional e regional, atecnologia solar é usada para ofornecimento de electricidade para asfamílias e comunidades. Tecnologias

Sumário de Política de Energia Nº10, Dezembro de 2012

Rumo a energia renovável Desafios e oportunidades parnovas tecnologias

Gerador de energia solar

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fósseis, porque as estações térmicas sãomais fáceis e mais baratas de construirem comparação com centraishidroeléctricas e eólicas.

Há outras barreiras significativasque limitam o desenvolvimento deenergia renovável, salvo semedidas políticas específicas forempromulgadas para estimular odesenvolvimento.

Estes obstáculos podem seragrupadas em várias categorias -barreiras de comercialização,distorções de preços e barreiras demercado, tais como informaçõesinadequadas, falta de acesso aofinanciamento e altos custos de transacção parafazer pequenas compras.

De forma a competir com os combustíveis fósseis etecnologias nucleares, soluções de energia renovável devem superar duasgrandes barreiras à comercialização - infra-estrutura pouco desenvolvidae falta de economias de escala.

Desenvolvimento de novas fontes renováveis vai exigir grandesinvestimentos iniciais para construir infra-estruturas. Estes investimentosaumentam o custo de fornecimento de electricidade, especialmente duranteos primeiros anos.

Em alguns casos, os desenvolvedores devem encontrar locaispublicamente aceitáveis com bons recursos e com acesso a linhas detransmissão. Locais eólicos podem exigir vários anos de monitoria paradeterminar se eles são adequados.

Há também os custos relacionados com as actividades de marketing quedevem acompanhar a promoção de produtos de energia renovável. Comoponto de partida, as empresas devem comunicar os benefícios das energiasrenováveis para os clientes, a fim de convencê-los a mudar a migrar dassuas fontes tradicionais.

A educação pública é fundamental para um mercado em plenofuncionamento, caso se pretenda que as energias renováveis tenhamsucesso.

ÁFRICA AUSTRAL Hoje 9

Oportunidades Estados Membros da SADC estão lentamente voltando para a energiarenovável para aumentar a produção e atender a crescente demanda deenergia eléctrica na região e conhecimento de produtos de energia etecnologia renovável é extenso em toda a região da SADC, apesar do seuuso ser ainda limitado.

Os países que estão liderando os esforços para aproveitar a energiarenovável incluem Madagáscar, Moçambique, Namíbia, África do Sul e aRepública Unida da Tanzânia. Esses países têm intensificado os esforçospara aproveitar o enorme potencial renovável que se encontra por explorarna região.

Por exemplo, Moçambique tem objectivo de aumentar a produção nacentral hidroeléctrica de Mphanda Nkuwa. A barragem de MphandaNkuwa tem a capacidade de adicionar cerca de 1.500 MW de energia novana rede eléctrica regional.

A RDC também tem intensificado os esforços para explorar o potencialda Barragem de Inga para gerar renda e facilitar a eficiência energética.

Em relação à energia solar, o Botswana planeia construir uma centralsolar de 200 MW que tem capacidade para fornecer uma parcelasignificativa das necessidades de energia do País, tomando em conta que

o consumo nacional de energia é de cerca de 450 MW.A África do Sul aprovou projectos de energia eólica de larga

escala, com capacidade total para gerar 562 MW como parte deseu Programa de Produtores Independentes de Energia

Renovável.A África do Sul também planeia implementar um

projecto de 400 MW de energia eólica dentro dospróximos anos. A maioria das centrais será localizadaao longo da Costa Oeste, que tem um potencial deproduzir cerca de 10.000 MW de electricidade.

Em relação à energia geotérmica, a Tanzânia planeiausar centrais de pequena escala geotérmica paraelectrificação rural. Em Moçambique, pelo menos 38

nascentes termais foram identificadas, principalmente noVale do Rift, a norte de Metangula.

No Malawi, 21 principais fontes termais foramidentificadas na área Chitipa-Karonga até Chipudze na

região sul.

ConclusãoO desenvolvimento da indústria de energia renovável tem sido dificultadopela falta de recursos financeiros e pelas deficientes infra-estruturas paraexplorar os recursos.

O Madagáscar é um exemplo prático de como os Países da ÁfricaAustral podem se beneficiar da utilização dos abundantes recursosenergéticos renováveis.

Para lidar com alguns desses desafios pertinentes, a África Austral podeseguir o exemplo de Madagáscar para que as pessoas possam se beneficiardos recursos de energia solar e eólica. A ilha de Madagáscar é a quartamaior ilha do mundo e embarcou há alguns anos num exercício de pequenaescala para aproveitar o seu potencial solar e fornecer energia para apopulação rural que não está ligada à rede eléctrica nacional.

Clínicas e hospitais rurais foram equipados com tecnologias solares, comopequenos painéis solares para produzir a sua própria electricidade numprocesso que lhes permite refrigerar vacinas e outros medicamentos vitais.

Dado o custo envolvido, os especialistas estão pedindo a África paracomeçar com pequenos projectos de energia solar que são mais baratospara garantir que a energia esteja disponível para a maioria dos seushabitantes, enquanto grandes projectos podem ser feito em parceria cominvestidores dispostos. r

ra a utilização de

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A M B I E N T E

por Egline Tauya e Stalin Tazvitya

MINISTROS DE meio ambientede mais de 40 países africanosadoptaram um modelo quedescreve a agenda do continenteapós a Conferência das NaçõesUnidas sobre DesenvolvimentoSustentável, realizada no Brasilem Junho.

A Declaração de Arusha sobrea Estratégia para oDesenvolvimento Sustentável deÁfrica pós Rio +20 foi aprovadano final da 14 ª sessão daConferência Ministerial Africanasobre o Meio Ambiente(AMCEN).

A declaração contém umasérie de compromissos, acções eprogramas a serem desen-volvidas para enfrentar osdesafios ambientais de África,como a degradação da terra,mudança climática, o desmata-mento, a baixa produtividade daagricultura e pobreza.

Os principais programasa serem implementados a luzda Declaração de Arushaincluem:

• Programa Africano de Adap-tação baseada nos ecossis-temas;

• Programa Africano de Desen-volvimento Energético Sus-tentável;

• Programa Integrado de Gestãode Resíduos para a África;

• Planeamento para AvaliaçãoAmbiental Integrada e Desen-volvimento Sustentável emÁfrica;

• Programa Africano de Bio-di-versidade e Ecossistemas;

• Parceria para a CapacitaçãoInstitucional, Transferência deTecnologia e Desenvolvi-mento de Competências emÁfrica; e

• Programa de Gestão susten-tável da terra e da desertifi-cação em África.As decisões tomadas incluem

aprovação da posição Africanacomum para a próxima 18ª sessãoda Conferência das Partes (COP18) da Convenção-Quadro dasNações Unidas sobre MudançasClimáticas (UNFCCC), marcadapara Dezembro, em Doha, noQatar.

oportunidades de trabalho econtribuindo para a erradicaçãoda pobreza.

Abrange informações aosconsumidores que visa promoverinstrumentos de gestãoambiental, como as avaliações dociclo de vida, rotulagemecológica e auditorias ambientais.

Outro resultado foi anecessidade de usar APerspectiva Ambiental Africanado PNUMA para avaliar o estadodo ambiente Africano para atomada de decisões a nívelnacional e regional.

Isto promove a produção derelatórios sobre estado regionaldo ambiente como o relatóriosobre a Perspectiva Ambiental daÁfrica Austral, lançado em 2009.

Com vista ao fortalecimento emodernização do PNUMA, quefoi um dos principais resultadosda Rio +20, os Ministrosapelaram à Assembleia Geralpara que progressivamenteconsolide as funções da sede doPNUMA em Nairóbi, bem comopara que fortaleça a sua presençaregional, a fim de ajudar osPaíses, na implementação de suaspolíticas ambientais.

Os delegados tambémsolicitou a actualização dosescritórios regionais do PNUMA,incluindo a criação de cincoescritórios sub-regionais emÁfrica, para ser capaz deresponder de forma mais eficazàs prioridades ambientais a nívelnacional e sub-nacional e ajudarna construção de capacidadespara tratar de questõesemergentes e desenvolvimentode novos desafios.

A 14ª sessão ordinária daAMCEN foi realizada emArusha, na Tanzânia, emSetembro de 2012 e foi a primeiragrande conferência para discutirquestões chave sobre o meioambiente e o desenvolvimentosustentável após a Conferênciadas Nações Unidas sobreDesenvolvimento Sustentável,conhecida como Rio 20, realizadano Rio de Janeiro, Brasil emJunho. r

África espera liderar a agendade adaptação nesta conferência

O plano para iniciar umaparceria Africana de economiaverde foi o outro resultado dareunião da AMCEN. Issofacilitaria um apoio coordenadodos Estados membros paraimplementar a parceria global deacção sobre a a economia verdecomo um veículo para aerradicação da pobreza, criaçãode emprego e desenvolvimentosustentável.

O Vice-Presidente daRepública Unida da Tanzânia,Mohamed Gharib Bilal, apelou aum compromisso renovado paraenfrentar os desafios queameaçam o futuro dos povosafricanos e exortou aos ministrosa construir uma economia verdeque visa reduzir a pobreza.

Os ministros concordaram emrever o quadro Africano de 10anos sobre Consumo e ProduçãoSustentáveis, que foi aprovadoem 2005. A estrutura suportainiciativas regionais e nacionais,contribuindo para a eficiênciados recursos, criando novas

Destaques da Estratégia de África Pós Rio

África adopta Declaração de Arusha sobre desenvolvimento sustentável

Fortalecimento e moderni-zação do Programa dasNações Unidas para o MeioAmbiente (UNEP) com vista agarantir de forma segura,estável e adequada o aumentodos recursos financeirosprovenientes do orçamentoregular da ONU (a um nívelde dois por centodo orçamento total), aser complementada porcontribuições voluntárias; e

Melhoria do escritório regionaldo PNUMA e criação de cincoescritórios sub-regionais emÁfrica, bem como a criação deum corpo de composiçãouniversal conhecido comoAssembleia do Ambiente, comum segmento ministerialchamado a ConferênciaMinisterial sobre o MeioAmbiente. r

membros e serve paraimplementar a parceria globalpara a acção sobre a economiaverde como um veículo paraa erradicação da pobreza,criação de postos detrabalho e desenvolvimentosustentável.

Um apelo aos Estados-Membros a utilizar a Per-spectiva Ambiental Africanacomo uma ferramenta paraanalisar o estado doambiente Africano com vistaa apoiar a tomada dedecisões a nível nacional eregional;

Uma revisão do ProgramaQuadro Africano de 10 anossobre o Consumo e ProduçãoSustentáveis para acelerar aimplementação dosprogramas;

Um acordo para fortalecer econsolidar o compromissopara a promoção dodesenvolvimento sustentável eintegrar efectivamente asdimensões económicas,ambiental e social naspolíticas e estratégias dedesenvolvimento local,regional e nacional.

Uma reafirmação danecessidade de falar para ocontinente com uma só voz eassegurar a representaçãoadequada de África em todasas comissões estabelecidaspara o acompanhamento dosresultados da conferência Rio+20.

O início de uma parceriaAfricana de economia verdeque facilita o apoiocoordenado aos Estados

10 ÁFRICA AUSTRAL Hoje, Dezembro 2012

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ÁFRICA AUSTRAL Hoje 11

por Egline Tauya enNeto Nengomasha

MINISTROS DO AMBIENTEDA SADC concordaram emapoiar a posição comum deÁfrica para negociações de 2012sobre Mudanças Climáticas.

Os Ministros, que sereuniram durante a ConferênciaMinisterial Africana sobreAmbiente (AMCEN) emSetembro, na República Unidada Tanzânia, observaram que aposição Africana para a 18 ªsessão da Conferência dasPartes (COP18) da Convenção-Quadro das Nações Unidassobre Mudanças Climáticas (UNFCCC) está em linha com aposição da SADC.

A posição inclui a necessidadeda COP18 chegar a um acordopara um segundo período decompromisso do Protocolo deQuioto.

Os Ministros expressarampreocupação por não haverclareza após COP17, realizada emDurban, África do Sul, quanto aoperíodo de prorrogação doprotocolo se seria de cinco ou oitoanos.

A SADC, bem como o resto daÁfrica prefere um período decompromisso juridicamentevinculativo que evite uma lacunana redução de emissões previstono protocolo.

A Posição da África é deapelo aos Países desenvolvidospara se comprometerem nareduções de emissões emperíodos muito mais extensosdo que o previsto no Protocolode Quioto que termina este ano.Isso garantiria que oaquecimento globalpermanecesse abaixo de 1,5 ° C.África também quer umresultado que compromete ospaíses desenvolvidos a honrarseus compromissos no âmbitodo Fundo Verde para o Clima.

Isso garantiria a prestação deum financiamento adequado eprevisível para adaptação eacções de mitigaçãonacionalmente apropriadas nosPaíses em desenvolvimento.

A SADC e do resto da Áfricaespera que a COP18 possa chegara um mecanismo para garantircritérios justos, transparentes eimparciais para acesso aosrecursos relativos ao Fundo doClima Verde, o Centro deTecnologia Climática e osesforços de capacitação.

Preocupações têm sidolevantadas sobre o lentodesembolso de recursosfinanceiros prometidos pelosPaíses de altamenteindustrializados e poluentes parao período de financiamento 2010- 2012.

África também estápreocupada por não ter havidoum acordado de financiamentopara o período 2013-2020.

Os Ministros do MeioAmbiente observaram anecessidade de assegurar umarepresentação justa e equitativada região em todas asinstituições criadas no âmbitoda UNFCCC, tais como o Centrode Tecnologia Climática, adirecção do Fundo Verde do

Clima, e Comité de Adaptação,conforme acordado durante aCOP16 em Cancun, México, em2010.

Um Estado-Membro daSADC, a Namíbia, apresentouuma proposta sólida para sediaro secretariado do Fundo Verde doClima, mas perdeu a favor daCoréia do Sul.

África vai enfatizar anecessidade de urgência na acçãoem resultados acordados umavez que a janela de oportunidadepara evitar impactos climáticosperigosos mudança está sefechando.

Os cientistas consideramque um máximo de cinco anosé muito tempo paraevitar mudanças climáticasirreversíveis.

África, portanto, observa orisco crescente de impactoscatastróficos, especialmente parao continente.

A SADC e o resto docontinente apela aos Paísesdesenvolvidos a aumentarurgentemente o apoio para a

implementação de medidas eplanos de adaptação, e paraapoiar e agilizar o trabalho decompreender, reduzir ecompensar as perdas e danosrelacionados com os efeitosadversos das mudançasclimáticas, incluindo os impactosna agricultura.

Eles instaram as partesda UNFCCC a aumentarrapidamente a transferênciade tecnologia para odesenvolvimento de África, emapoio as acções de adaptação emtodos os sectores relevantes,incluindo a agricultura, saúde,água, florestas, energia,transportes, indústria e sectoresde gestão de resíduos.A reunião da SADC em Arushafoi em resposta à decisão doConselho de Ministros da SADC,realizada em Agosto, quesolicitou a região paradesenvolver uma posição comumantes da COP18.

COP18 terá lugar de 26Novembro - 7 Dezembro 2012,em Doha, no Qatar. r

UMA OFICIAL do Zimbabwe,Margaret Mukahanana-Sangarwe, foi eleita como aprimeiro Presidente do recém-formado Comité de adaptação daConvenção Quadro das NaçõesUnidas sobre MudançasClimáticas (UNFCCC).

Como parte do Quadro deAdaptação de Cancun, adotadadurante a 16 ª Conferência dasPartes (COP16), realizada noMéxico, em 2010, as Partes naUNFCCC criaram um Comité deAdaptação para promover aimplementação de acções para aadaptação de uma formacoerente com a convenção.

As funções do comité incluemo fornecimento de assistênciatécnica e orientação às partesda UNFCCC; partilha deinformações, conhecimentos,experiências e boas práticas,

e promoção de sinergias efortalecimento do envolvimentodos centros e redes deorganizações nacionais, regionaise internacionais nas acções deadaptação.

O comité também tem comoobjectivo fornecer informaçõese recomendações para aconsideração da COP sobre osincentivos para a implementaçãode acções de adaptação, incluindofinanças, tecnologia e capacitação.

A primeira reunião do Comitéde Adaptação foi realizada emBangkok, em Setembro, ondeMukahanana-Sangarwe foi eleita.A nova comissão vai definir asdirectrizes para os paísesdesenvolverem e implementaremos seus Planos Nacionais deAdaptação (PAN).

Além disso, também irápromover a assistência técnica efinanceira aos países em execuçãode PAN, apesar de não seconhecer a quantidade definanciamento disponível paraajudar os países emdesenvolvimento. r

M U D A N Ç A S C L I M Á T I C A S

SADC adere a posição comum de África para a COP18

Zimbabwe Preside Comité da UNFCCC

Margaret Mukahanana-Sangarwe PrimeiraPresidente eleita do novo Comité deAdaptação da UNFCCC

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D E S E N V O L V I M E N T O E I N T E G R A Ç Ã O

12 ÁFRICA AUSTRAL Hoje, Dezembro 2012

Assim, há necessidade docontinente desenvolverestratégias viáveis para garantirque a extracção de recursos sejabenéfica para a África, comsignificativo valor disso nocontinente, e aumentar aparticipação local nas empresasde mineração.

"Quando extraímos osminerais, estamos extraindo onosso capital. Portanto, é precisousá-los com sabedoria", disseClaude Kabemba, Director doObservatório de Recursos daÁfrica Austral (SARW), falando ajornalistas da SADC emWindhoek, Namíbia.

Ele disse que os recursosnaturais são um activo valiosopara sustentar o crescimento,reduzir a pobreza e atingir os

A ÁFRICA do Sul criou oprimeiro instituto do Paísdedicado exclusivamente àindústria de mineração, nummovimento para travar o declíniodo capital humano dentro de seusector de mineração e paraaprofundar a pesquisa mineral.

O Instituto de PesquisaMineral de Wits (WMRI), lançadoem Setembro na Universidade deWitwatersrand,em Joanesburgo,procurará avançar a pesquisa demineração como uma

por Kizito Sikuka en Windhoek, Námibia

OS VASTOS E LARGAMENTEINEXPLORADOS recursos dehidrocarbonetos da SADC estão aatrair os maiores produtoresmundiais de petróleo.

A Namíbia é consideradacomo o próximo grande actor naindústria de petróleo de África,esperado que se junte aspotências continentais depetróleo, Angola e Nigéria.Angola é o segundo maiorprodutor de petróleo em África eo oitavo maior do mundo.

Com uma estimativa de 11bilhões de barris de reservas depetróleo, a Namíbia tem umpouco menos que a vizinhaAngola. O Ministro de Minas e

Recursos Naturais podem impulsionar o crescimento da África AustralEnergia, Isak Katali, disse queNamíbia pode se tornar umprodutor de petróleo já em 2015.Recentes descobertas de petróleoe gás feitas por empresas da Itáliae dos Estados Unidos tambémprovocaram um enorme interessedas companhias internacionais degás e petróleo para começarem aexplorar em Moçambique.

A SADC e outras regiões daÁfrica têm vastos recursosnaturais que incluem madeira,pesca, água, terra e minerais,como diamantes, ouro e platina,lítio, titânio e cromo, entre muitosoutros.

Apesar de toda a abundânciade recursos naturais nocontinente, algumas partes deÁfrica continuam a estar entre osmais pobres do mundo.

componente importante docrescimento económico.

O instituto também esperaaumentar o número de alunosque optam por estudarmineração, através daorganização de treinamento dehabilidades de alto nível emáreas-chave, incluindo novosmétodos de investigação paraexploração da mineração; políticade mineração, saúde e segurança,impactos ambientais e problemasda comunidade.

SADC E a união europeia assinaram acordos no valor de 36 milhõesde Euros para apoiar a integração e desenvolvimento regional.

O acordo abrange o reforço da capacidade institucional para oSecretariado da SADC e os Estados-Membros, incluindo a SociedadeCivil.

A componente de apoio a cooperação política regional estáestimada em 18 milhões de Euros para reforçar a capacidade daSADC no exercício do seu mandato na área da política, governação,paz e segurança.

O programa para o desenvolvimento da capacidade institucionalvai absorver 12 milhões de Euros para reforçar a capacidade doSecretariado da SADC na promoção do crescimento económico comequidade e desenvolvimento socioeconómico sustentável nos15Estados membros da SADC.

A terceira componente é a facilidade de cooperação técnicaestimada em seis milhões de Euros para a melhoria da coordenação,

harmonização e desenvolvimento das ligações nacionaise regionais.

Os acordos assinados pelo Secretário Executivo daSADC, Dr. Tomáz Augusto Salomão, e o Embaixador GerardMcGovern, Chefe da Delegação da União Europeia para o Botswanae da SADC, representam um marco importante nas relações bilateraisentre a SADC e a UE.

Observando que "um dos três acordos é o primeiro acordo decontribuição entre a SADC e a UE", Salomão disse que a marcha "paraa modalidade de acordo de contribuição mostra um profundocompromisso da União Europeia para reforçar a apropriação da SADC,o desenvolvimento da capacidade de sistemas e eficácia da ajuda."

"A UE aprendeu muitas lições na sua experiência deintegração", disse o Embaixador McGovern, "e está feliz emcompartilhar essas experiências com os países do continenteAfricano e outros" sadc.int r

UE Apoia a Integração e Desenvolvimento Regional

Objectivos de Desenvolvimentodo Milénio (ODM), daí que ocontinente deve geriradequadamente seus recursos ebuscar o valor disso." A África precisa de investirfortemente na recolha de dados egestão de conhecimento sobre osseus recursos naturais", disseKabemba, acrescentando que amaioria dos dados disponíveis éde investidores.

Ele apelou aos governosafricanos a considerar arenegociação de alguns acordosde extracção mineral assinados hámuitas décadas pois a maioriadeles não se beneficiam ocontinente.

Kabemba reconheceu que esteapresenta um dos desafiostécnicos e legais, mas concluiu quecontinua a ser uma importanteintervenção, se a África é tirarproveito dos seus recursos.

Por exemplo, a RDCrenegociou alguns dos negóciosde mineração nos últimos anos, epublicou contratos de recursosnaturais num movimentodestinado a melhorar atransparência.

Para beneficiar dos seusrecursos naturais, a África tam-bém deve rever as suas leis deminerais e sistemas de regime delealdade, Kabemba disse. "É im-portante que a África defina cláu-sulas fiscais e bons contratos." r

África do Sul cria Instituto de Pesquisa MineralO Director do WMRI, Nielen

van der Merwe, disse que o setorde mineração Sul Africano estavaa ser afectada pela falta decapacidade humana e depesquisa, juntamente comformação inadequada para apróxima geração depesquisadores." O instituto vai estimular acolaboração entre as disciplinas,de direito e de gestão paramigração, economia e saúde",disse ele. r

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ÁFRICA AUSTRAL Hoje 13

P A Z E S E G U R A N Ç A

sanções específicas aos membrosda liderança, mas não umembargo de armas.

Num dos sinais mais fortespara o Ruanda, no entanto, o seuprincipal doador, o Reino Unido,anunciou que estava retendocerca de 34 milhões de dólaresnorte-americanos de ajuda,depois de uma confusão na quala ajuda tinha sido suspensa emJulho e retomada em Setembro.

O Secretário deDesenvolvimento Internacionaldisse que o governo "já expôs assuas preocupações sobre relatoscredíveis e convincentes doRuanda envolvimento com M23na RDC".

Kabila rejeitou negociaçõescom o M23, dizendo que a RDCiria falar somente Ruanda.

Kabila e os seus homólogos doRuanda e Uganda, PresidentesPaul Kagame e Yoweri Museveni,reuniram-se no Uganda paraconversações um dia depois dacaptura de Goma, capital daprovíncia de Kivu Norte, pertoda fronteira com o Ruanda.

A sua declaração conjunta de21 de Novembro, diz que "emsolidariedade com o povocongolês e suas contrapartes",Museveni e Kagamecondenavam tanto a expansão daguerra e "a ideia de derrubar ogoverno legítimo da RepúblicaDemocrática do Congo ou minara sua autoridade."

Eles disseram que secomunicariam com os rebeldespara pararem a sua ofensiva esair de Goma. Kabila assumiu ocompromisso de que a RDC iriaolhar para "as causas dodescontentamento e resolvê-lasda melhor forma possível."

Os três líderes concordaramque "um plano abrangente eoperacional voltada para a paz eestabilidade duradouras seráelaborado como uma questão deurgência." r

O CONFLITO no Leste daRepública Democrática doCongo é um revés para aintegração e desenvolvimentosocioeconómico regional, e aSADC condenou fortemente adeterioração da segurança,incluindo a invasão e captura deGoma a 20 de Novembro pelosrebeldes anti-governamentais.

SADC exigiu a retiradaimediata dos rebeldes de Goma ea cessação das hostilidades, eapelou para a resolução pacífica eduradoura do conflito,sublinhando que a situação podeser resolvida através do diálogocolectivo.

"A SADC, em colaboraçãocom a Conferência Internacionalpara a Região dos Grandes Lagos(ICGLR), vai continuar a fazertodos os esforços para encontrarurgentemente o caminho a seguirpara esta questão."

O Órgão da Troika da SADCreuniu-se em Setembro, em Dares Salaam, na sequência davisita a Ruanda pelo Presidenteda SADC, o PresidenteArmando Guebuza deMoçambique, que tinha sidomandatado pela Cimeira daSADC, realizada em Agosto,para envolver o Governo doRuanda e fê-lo imediatamente.

A Troika saudou a sua rápidaacção e o seu relatório e aprovouas suas recomendações.

A Cimeira do Órgão da Troikacontou com a participação dosPresidentes da Tanzânia,Moçambique e Namíbia, bemcomo da RDC, o ministro daDefesa da África do Sul eSecretário Executivo da SADC.Eles também reafirmaram ocompromisso de pleno apoio asdecisões da Cimeira da SADC,realizada em Agosto, e apelaramao Secretário Executivo paratrabalhar em conjunto com o seuhomólogo da ICGLR sobre esteassunto.

Na Cimeira de Maputo, emAgosto, os líderes da SADCregistaram com "grandepreocupação" a deterioração dasituação de segurança no Lesteda RDC durante os três mesesanteriores, situação que causou odeslocamento de pessoas e perdade vidas e bens.

A Cimeira notou que "isto estáa ser perpetrado por gruposrebeldes com a ajuda de Ruanda",e apelou ao Ruanda a cessarimediatamente a suainterferência "que constitui umaameaça à paz e estabilidade, nãosó da RDC, mas também daregião da SADC".

Eles concordaram que estasituação chamou uma atençãorenovada e urgente a Cimeira quetinha no terreno uma missão deavaliação para a RDC, um estadomembro, e mandatou oPresidente da SADC paraenvolver o Governo do Ruandacom o objectivo de impulsionar oRuanda para parar o apoiomilitar aos rebeldes armados naRDC.

A Cimeira exortou os Estadosmembros e a comunidadeinternacional a fornecer ajudahumanitária aos deslocados noLeste da RDC, e instruiu oSecretariado da SADC paracolaborar com o Secretariado daICGLR na busca da paz esegurança.

Líderes da Região dosGrandes Lagos tambémsolicitaram aos rebeldes aretirarem-se de Goma e pararcom todas as actividades deguerra, e decidiram criar umaforça compreendendo uma forçaneutra, militares e a polícianacional da RDC deve serimplantada em Goma.

Entre os presentes na Cimeirada ICGLR estiveram o PresidenteJakaya Kikwete da RepúblicaUnida da Tanzânia, que preside aactualmente a Troika da SADC

sobre Política, Defesa eSegurança.

Os Estados membros daSADC que fazem parte da ICGLRsão Angola, RepúblicaDemocrática do Congo, Malawi,Tanzânia e Zâmbia. Os outrosmembros são Burundi, Repúblicado Congo, República CentroAfricana, Quénia, Sudão eUganda.

A Cimeira expressou gratidãoa África do Sul, que se ofereceupara fornecer apoio logístico paraa Força neutra internacional queajudaria a manter a paz no lesteda RDC, e à Tanzânia que seofereceu para fornecer umcomandante de força para a Forçaneutra internacional. Outrascontribuições para a força nãoforam anunciadas na altura.

Os rebeldes lançaram umarebelião contra o governo doPresidente da RDC, JosephKabila, em Abril de 2012, e,recentemente, ameaçarammarchar sobre Kinshasa, a capitaldo vasto País rico em minerais.

Eles se chamam o Movimentode 23 de Março (M23) que é adata em que eles haviamconcordado em depor as armas eser integrados no exércitonacional, antes de desertar ereivindicar que as suas condiçõesnão tinham sido cumpridas.

Kagame negou as acusaçõesfeitas pela RDC, SADC, outroslíderes africanos e por um painelde peritos da ONU de que oRuanda estava a dar apoio militaraos rebeldes. Uganda tambémnegou que esteja a prestar apoioaos rebeldes.

O Conselho de Segurançaexigiu a retirada de M23 rebeldesde Goma, e condenou os abusosaos direitos humanos, incluindoexecuções sumárias, violênciabaseada no género, erecrutamento em grande escalade crianças-soldados. AResolução 2076 da ONU impôs

Conflito no Leste da RDC um revés para a Integração eDesenvolvimento Regional

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C O M U N I D A D E

Falando logo após osorteio dos grupos feita emDurban, África do Sul, emOutubro, representantes daÁfrica Austral expressaramsatisfação e se comprometerama fazer o seu melhor para ganharo torneio.

"Todos os sorteios foramdifíceis e eu acho que isso ébastante bom para nós", disse otreinador Sul-Africano treinador,Gordon Igesund, acrescentandoque os anfitriões, os BafanaBafana, estão determinados apercorrer todo o caminho para asfinais.

O seu homólogo da Zâmbia,Herve Renard, cuja equipalevantou o troféu do CAN 2012contra todas as probabilidades,disse que os Chipolopolo, como écarinhosamente conhecida aequipe da Zâmbia, "irá provar oseu valor mais uma vez".

"Estamos confiantes. Estamosaqui para fazer história. Fizemosisso em 2012. Ninguém foi capazde dizer que a Zâmbia iriaganhar em 2012. Noshospedamos num pequenohotel, mas conseguimos ir muitolonge ", disse ele.

A copa do mundo énormalmente realizada emJunho-Julho, enquanto o CAN érealizado em Janeiro-Fevereiro.Angola,República Democráticado Congo, África do Sul e oactual campeão, Zâmbia, são asquatro representações da SADC.

Angola, RDC e Zâmbiareservaram seus lugares na finaldo próximo ano comovencedores de duas voltas deconfrontos contra o Zimbabwe,Guiné Equatorial e Uganda,respectivamente. África do Sulestá participando como Paísanfitrião.

A Zâmbia, a tentar defender otítulo, e a África do Sul, comoanfitriã, são as grandesexpectativas da SADC,esperando-se que um dessesrepresentantes da SADC possaganhar o troféu, ou pelo menoschegar às finais.

A Zâmbia foi colocado nomesmo grupo que o BurkinaFaso, Etiópia e Nigéria. Áfricado Sul está no grupo comAngola, Cabo Verde eMarrocos, enquanto a RDCestá agrupada com o Ghana,Níger e Mali.

SADC pronta para defender troféu do CAN

O treinador da RDC, ClaudeLe Roy, disse que vai usar suavasta experiência em participarno CAN para orientar a RDCpara a vitória. Le Roy estáfazendo sua sétima participação,com diferentes equipas africanas.

"É minha sétima Taça deÁfrica das Nações, então eu seique eu tenho experiência, mastenho de admitir que será difícil",disse o vencedor da Copa dasNações de 1988.

O treinador angolano,Gustavo Ferrin, disse que acolhero CAN-2010, em Luanda, ajudouo País a melhorar a suapreparação para esses torneios.Ele disse que os Palancas Negrasiriam "tentar qualificar para asfinais".

A final do CAN serárealizada de 19 Janeiro - 10Fevereiro 2013. A SADC estáacolhendo o evento pela terceiravez. África do Sul sediou afinal de 1994, a primeira aser realizada na ÁfricaAustral. Angola foi o segundoPaís da SADC a sediar a final em2010. r

Países da África Austral prontos para repre-sentar a região na edição de 2013 da CopaAfricana de Nações em Futebol

QUATRO PAÍSES da ÁfricaAustral vão elevar o perfilregional na final da edição 2013da Taça de África das Nações(CAN) que será acolhida pelaÁfrica do Sul.

Este CAN é o primeiro que serealiza num ano ímpar. África fezesta mudança para assegurar queo torneio não colida com a copado mundo.

A Copa do Mundo é realizadaa cada quatro anos, e em ocasiõesem que este evento de futebolmundial foi acolhido no mesmoano como o CAN, muitas equipesafricanas não deram o seumelhor, muitos atribuindo isso àfadiga.

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Eventos Dezembro 2012-Fevereiro 2013Dezembro26 Novembro – COP 18 de Mudanças Climáticas7 Dezembro, A 18 ª Conferência das Partes (COP 18) da ConQatar venção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças

Climáticas será realizada simultaneamente com a Reuniãodas Partes do Protocolo de Quioto (COP / MOP 8). A COP18 irá avaliar o progresso e prazos em lidar com questõesde mudanças climáticas.

1, Global Dia Mundial do SIDA A 1 de Dezembro de cada ano a SADC se junta ao restodo mundo nas celebrações do Dia Mundial do SIDA. Otema para o evento até 2015 é "Chegando a Zero", o quesignifica um compromisso de reduzir a prevalência doHIV e SIDA para zero.

16-20, África 53ª Conferência Nacional do ANCdo Sul O Congresso Nacional Africano da África do Sul realiza

uma conferência electiva a cada cinco anos para eleger adirecção do partido e analisar os progressos. Nove provín-cias do ANC apoiam os candidatos do partido ara as seismelhores posições. A conferência de 2012, em Man-gaung, ocorre após uma conferência de revisão dapolítica realizada em Agosto.

Janeiro15-17, Emiratos 6ªCimeira Mundial de EnergiaÁrabes Unidos A cimeira vai procurar concentrar-se na inovação en-

ergética, implementação de políticas, desenvolvimentode tecnologia, finanças e abordagens de investimento, eprojectos existentes e futuros.

19 Jan-10 Fev, Campeonato Africano das NaçõesÁfrica do Sul Um total de 16 Países da África vão competir no torneio

de futebol bi-anual. Quatro equipes da SADC - Angola,República Democrática do Congo, África do Sul e Zâm-bia - vai elevar o perfil regional nas finais.

28-29, Etiópia 20 ª Sessão Ordinária da União AfricanaChefes de Estado e de Governo reúnem-se na 20 ª SessãoOrdinária da União Africana, precedida pelas reuniõestécnicas usuais e do Conselho de Ministros. O tema dacimeira é "O Pan-africanismo e o Renascimento Africano".

Fevereiro18-22, Quénia 27 ª Sessão do Conselho de Administração do Fórum

Global Ministerial do AmbienteO conselho se reúne anualmente para analisar questõespolíticas importantes e emergentes no domínio do ambiente.Destina-se a promover a cooperação internacional, bemcomo fornecer orientação política geral para a direcção ecoordenação de programas ambientais a nível global.

19-21, África Conferência Africana de Energia Indabado Sul A conferência anual tem como objectivo explorar as for-

mas em que a África pode aproveitar seus enormes recur-sos de energia para alcançar auto-suficiência energética.É um fórum para profissionais de todo o mundo de-baterem e definirem soluções para os desafios energéticasde África.

Por Confirmar, Conselho de Ministros da SADCMoçambique Ministros dos Estados Membro reúnem-se em Conselho,

geralmente a partir dos Ministérios das Relações Exteriores,Desenvolvimento Económico e Planeamento ou financia-mento. O Conselho é responsável por supervisionar e mon-itorar as funções e o desenvolvimento da SADC e garantirque as políticas sejam devidamente aplicadas, bem comofazer recomendações para a Cimeira.

Por confirmar, Conferência de Investimento de Infra-estrutura da SADCÁfrica do Sul A conferência procurará atrair potenciais investidores

para o programa de desenvolvimento de infra-estruturasregionais da SADC. Será seguida por exposições na Ásia,Europa e Estados Unidos com a mesma finalidade.

ÁFRICA AUSTRAL Hoje 15

E V E N T O S

SADC HOJE Vol 15 No 1 Dezembro 2012

ÁFRICA AUSTRAL HOJEÉ produzido como uma fonte de referência das

actividades e oportunidades na Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral, e um guião para os

responsáveis pela elaboração de políticas a todos os níveis de desenvolvimento nacional e regional.

Comunidade para o desenvolvimento da África AustralSecretariado da SADC, SADC House,

Private Bag 0095, Gaborone, BotswanaTel +267 395 1863 Fax +267 397 2848/318 1070

E-mail [email protected] Website www.sadc.int

ÁFRICA AUSTRAL HOJE é publicado seis vezes por ano pelo Centro de Documentaçãoe Pesquisa para a África Austral (SARDC) para o Secretariado da SADC em Gaberone,

Botswana, como uma fonte credível de conhecimento sobre o desenvolvimento regional.Os artigos podem ser reproduzidos livremente pelos órgãos de comunicação social e outras

entidades, citando devidamente a fonte.

EDITORMunetsi Madakufamba

COMITÉ EDITORIAL Joseph Ngwawi, Kizito Sikuka, Egline Tauya, Admire Ndhlovu,

Stalin Tazvitya, Phyllis Johnson, Patience Ziramba,Tanyaradzwa Chiwara, Danai Majaha, Nobuhle Sithole.

ONSELHO EDITORIAL

TRADUTORBonifácio António

ÁFRICA AUSTRAL HOJE é apoiado pelo Ministério Norueguês dos Negócios Estrangeiros, emapoio ao Grupo Temático dos Parceiros Internacionais de Cooperação no Sector de Energia daSADC, que é presidido pela Noruega.

© SADC, SARDC, 2012

ÁFRICA AUSTRAL HOJE acolhe as contribuições individuais e de organizações dentro daregião da SADC em forma de artigos, fotografias, artigos noticiosos e comentários, e tambémartigos relevantes de fora da região. Os editores reservam-se o direito de seleccionar ourejeitar artigos, e editar para se ajustar ao espaço disponível. O conteúdo não reflectenecessariamente o posicionamento oficial ou opiniões da SADC ou SARDC.

ÁFRICA AUSTRAL HOJE é publicado em Inglês, Português e Francês, e está disponível numformato digital no Portal de Internet www.sardc.net Conhecimento para o Desenvolvimento,ligado a www.sadc.int

COMPOSIÇÃO & MAQUETIZAÇÃO Tonely Ngwenya

FOTOS E ILUSTRAÇÕESP1 T Ngwenya SARDC, lusakatimes.com, worldtourism.com, africasport.com,

guardian.co.uk, venturesafrica.com, emacopon.com, unocha.org; P3 T Ngwenya SARDC; P4 T Ngwenya SARDC (right and below), P Ziramba SARDC (left); P5

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Um futuro comun na comunidade regional

8 Dezembro Imaculada da Conceição Seychelles9 Dezembro Dia da Independência Tanzânia10 Dezembro Dia Internacional dos Direitos

Humanos Namíbia16 Dezembro Dia da Reconciliação África do Sul17 Dezembro Feriado Público África do Sul22 Dezembro Dia da Unidade Nacional Zimbabwe25 Dezembro Natal SADC

Dia da Família Angola, Moçambique26 Dezembro Dia da Boa Vontade África do Sul

Dia da Família Namibia Dia do Boxe Botswana, Lesotho,

Swazilândia, Tanzânia, Zimbabwe31 Dezembro Dia do Incwala Swazilândia

(data por confirmar)

1 Janeiro Dia do Ano novo SADC2 Janeiro Feriado Público Botswana, Maurícias4 Janeiro Dia dos Mártires RDC12 Janeiro Dia da Revolução de Zanzibar Tanzânia15 Janeiro Dia de John Chilembwe Malawi16 Janeiro Dia dos Heróis (Laurent Kabila) RDC17 Janeiro Dia dos Heróis (Patrice

Lumumba) RDC24 Janeiro Dia de Maulid Tanzânia27 Janeiro Thaipoosam Cavadee Maurícias

1 Fevereiro Dia da Abolição da Escravatura Maurícias3 Fevereiro Dia dos Heróis Moçambique 4 Fevereiro Feriado Público Moçambique4 Fevereiro Dia da Libertação Nacional Angola10 Fevereiro Festival Chinês da Primavera Maurícias 12 Fevereiro Carnaval Angola

FERIADOS PÚBLICOS NA SADCDezembro 2012-Fevereiro 2013

Maurícias Comemoram NovoAno Lunar DIA DO ano novo chinês, ou Festival da Primavera é afesta mais importante para os Mauricianos de origemchinesa.O festival é celebrado todos os anos em Janeiroou Fevereiro como o ano novo lunar, e em 2013, o festivalserá realizado a 10 de Fevereiro.

É precedido por uma limpeza completa da casa e écaracterizado pela partilha tradicional de bolos entreparentes e amigos. A cor dominante durante o festival éo vermelho, que é o símbolo de felicidade.

Celebrações especiais são realizadas em Port-Louis acada ano com danças de dragões e leões chineses. Facasou tesouras são utilizados neste dia e oferendas dealimentos são feitas para que o ano seguinte seja deabundância.

ZIMBABWE COMEMORA o 25 ºaniversário do acordo de unidade em2012. A 22 de Dezembro de 1987, os doispartidos de libertação do Zimbabwe –A União Nacional Africana doZimbabwe Frente Patriótica (ZANU-PF) e União Popular do ZimbabweFrente Patriótica Africana (PF ZAPU)- assinaram o acordo de unidadehistórica para facilitar a estabilidadesocioeconómica e política. O então primeiro-ministro eprimeiro-secretário da ZANU, RobertMugabe, e o Presidente da ZAPU,Joshua Nkomo, assinaram o acordoque resultou na fusão dos doispartidos para formar uma ZANU PFunida, efectivamente para parar ainsatisfação e instabilidade políticaque tinha eclodido no sudoeste doPaís no início de 1980 e, cerrandofileiras contra a manipulação doapartheid da África do Sul. Mugabe foi eleito PrimeiroSecretário e Presidente da ZANU PFunificada e foi acordado que o partidoteria dois secretários e vice-presidentes a serem nomeados peloprimeiro secretário e presidente dopartido. Joshua Nkomo e Simon Muzendaforam os dois vice-presidentesnomeados, e ambos desempenharamum papel significativo naimplementação do acordo. O acordo de unidade foisignificativo na medida em quemostrou que os líderes dos principaispartidos políticos tiveram acapacidade de resolver as suasdiferenças para a nação e para a regiãoem geral. "Hoje é um grande dia. É grande,porque temos visto a união em mente,corpo e espírito dos nossos doispartidos", disse Mugabe, após acerimónia de assinatura.

"O que estamos testemunhando éum tremendo golpe para as forças denegação, as forças da divisão, as forçasda destruição... deixemo-los descansarpara a eternidade." Nkomo acrescentou que o acordofoi "o princípio da unidade, a unidadenão é apenas a assinatura dedocumentos, a unidade é o que sesegue." A união das duas partes remontamà aliança Frente Patriótica, que foi oinstrumento eficaz para processar aluta contra o domínio da minoriabranca e vencer a democracia e aindependência nacional para oZimbabwe. A frente unida primeiro foialcançada em 1896, durante a I GuerraChimurenga contra os mineirosbrancos e colonos quando os líderesShona e Ndebele colaborara, pararesistir à dominação colonial. Eles também trabalharam juntosdurante a II Guerra Chimurengaquando formaram a Frente Patrióticaem 1976 para fornecer uma frenteconjunta nas negociações emGenebra para discutir asmodalidades do Zimbabwe para aindependência. Isto seguiu-se a união dos partidossob a bandeira do Conselho NacionalAfricano para dar um sonoro "não" àComissão Pearce sobre a mudançaconstitucional em 1971. A assinatura do acordo de unidadeé comemorada todos os anos a 22 deDezembro, um feriado chamado Diada Unidade Nacional. Entre as celebrações para marcar oDia Nacional da Unidade, figuramuma série de eventos desportivos,incluindo uma partida de futebolinternacional em que a equipevencedora recebe a Taça da União, euma gala musical toda a noite numadas províncias.

Acordo de Unidade no Zimbabwe22 de Dezembro de 1987

H I S T Ó R I A H O J E