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SECRETARIA DA CRIANÇA

CONHECIMENTOS GERAIS + LEGISLAÇÃO + DISSERTAÇÃO PARA OS CARGOS:

· ESPECIALISTA (EXCETO CÓD. 103) · TÉCNICO

· ATENDENTE

Língua Portuguesa

Noções de Informática

Lei Orgânica do Distrito Federal

Noções de Direito Constitucional

Noções de Direito Administrativo

Legislação

Redação Discursiva

Page 3: SECRETARIA - Portal Gran Cursos Online

GG EDUCACIONAL EIRELI

SIA TRECHO 3 LOTE 990, 3º ANDAR, EDIFÍCIO ITAÚ – BRASÍLIA-DF

CEP: 71.200-032

TEL: (61) 3209-9500

[email protected]

Bruno Pilastre

Henrique Sodré

Wilson Garcia

Ivan Lucas / Wellington Antunes

J.W. Granjeiro / Rodrigo Cardoso

Leonardo Medeiros

João Dino

PRESIDÊNCIA: Gabriel Granjeiro

DIRETORIA EXECUTIVA: Rodrigo Teles Calado

CONSELHO EDITORIAL: Bruno Pilastre e João Dino

DIRETORIA COMERCIAL: Ana Camila Oliveira

SUPERVISÃO DE PRODUÇÃO: Marilene Otaviano

DIAGRAMAÇÃO: Oziel Candido da Rosa e Washington Nunes Chaves

REVISÃO: Carolina Braga, Luciana Silva, Nathália Guedes e Sabrina Soares

CAPA: Pedro Wgilson

TODOS OS DIREITOS RESERVADOS – De acordo com a Lei n. 9.610, de 19/02/1998, nenhuma parte deste livro pode ser fotocopiada, gravada, reproduzida ou armazenada em um sistema de recuperação de informações ou transmitida sob qualquer forma ou por qualquer meio eletrônico ou mecânico sem o prévio consentimento do detentor dos direitos autorais e do editor.

09/2015 – Editora Gran Cursos

GS1: 789 862 062 0 493

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BRUNO PILASTRE

Mestre em Linguística pela Universidade de Brasília. Professor de Redação Discursiva e Interpretação de

Textos.Autor dos livros Guia Prático de Língua Portuguesa e

Guia de Redação Discursiva para Concursos pela editora Gran Cursos.

FLÁVIO DE SOUSA

Mestre em Ciência Política, Especialista em Direito Público, Especialista em Economia Brasileira para Negócios (USP), Economista, Jurista e Matemático.

Mais de 13 anos de experiências em concursos públicos, docente universitário, coordenador de Pós-graduação e servi-dor Público há mais de 15 anos.

HENRIQUE SODRÉ

Servidor efetivo do Governo do Distrito Federal desde 2005. Atualmente, é Gerente de Tecnologias de Transportes da Secretaria de Estado de Transportes do Distrito Federal. Atuou como Diretor de Tecnologia da Informação no período de 2012 a 2013. Graduado em Gestão da Tecnologia da Infor-mação e pós-graduando em Gestão Pública. Ministra aulas de informática para concursos desde 2003. Leciona nos prin-cipais cursos preparatórios do Distrito Federal. Autor do livro Noções de Informática pela editora Gran Cursos.

IVAN LUCAS

Pós-graduando em Direito de Estado pela Universidade Católica de Brasília, Ivan Lucas leciona Lei 8.112/90, Direito Administrativo e Direito do Trabalho. Ex-servidor do Superior Tribunal de Justiça, o professor atualmente é analista do Tri-bunal Regional do Trabalho da 10ª Região.

Possui grande experiência na preparação de candidatos a concursos públicos.

É autor, pela Editora Gran Cursos, das obras: Direito do Trabalho para concursos – Teoria e Exercícios; Lei n. 8.112/90 comentada – 850 exercícios com gabarito comentado; Lei n. 8.666/1993 – Teoria e Exercícios com gabarito comen-tado; Atos Administrativos – Teoria e Exercícios com gaba-rito comentado; 1.500 Exercícios de Direito Administra-tivo; 1.000 Exercícios de Direito Constitucional; Legislação Administrativa Compilada, dentre outras.

J. W. GRANJEIRO

Reconhecido por suas obras, cursos e palestras sobre temas relativos à Administração Pública, é professor de Direito Administrativo e Administração Pública. Possui experiência de mais de 26 anos de regência, sendo mais de 23 anos preparando candidatos para concursos públi-cos e 17 de Serviço Público Federal, no qual desempenhou atribuições em cargos técnicos, de assessoramento e dire-ção superior.

Ex-professor da ENAP, ISC/TCU, FEDF e FGV/DF. Autor de 21 livros, entre eles: Direito Administra-

tivo Simplificado, Administração Pública - Ideias para um Governo Empreendedor e Lei nº 8.112/1990 Comentada.

Recebeu diversos títulos, medalhas e honrarias. Des-tacam-se os seguintes: Colar José Bonifácio de Andrada, patriarca da Independência do Brasil (SP/2005), Professor Nota 10 (Comunidade/2005), Comendador (ABACH/2003), Colar Libertadores da América (ABACH/2003), Gente que Faz (Tribuna 2003), Profissional de Sucesso (Correio Bra-ziliense/2003), Medalha do Mérito D. João VI (Iberg/Ibem/Fenai-Fibra/Aidf/Abi-DF/2006), Cidadão Honorário de Brasília (Câmara Legislativa do DF/2007), Empresário do Coração 2006, 2007, 2008, 2010, 2011 e 2012, Master in Business Leadership 2006, 2007 e 2009 conferido pela World Confederation of Business.

JOÃO DINO

Mestre em Linguística. Trabalhou, durante sete anos, na Universidade de Brasília - UnB, na área de Letras e Tra-dução. Foi Coordenador de Curso e membro das bancas Examinadora de Concursos para Professores e Corre-tora da Redação do Vestibular. Além disso, orientou pro-jetos finais dos alunos de Tradução e publicou, no Jornal Interface, artigos sobre redações do Vestibular. Escreveu a coluna Dicas de Redação, no Jornal dos Concursos e Empregos, e, durante quatro anos, foi facilitador do Projeto IDEAL do SEBRAE. Atualmente é Consultor Legislativo da Câmara Legislativa do Distrito Federal. É autor, pela edi-tora Gran Cursos, dos livros Provas Discursivas: Estraté-gias e HYPERLINK “https://www.livrariagrancursos.com.br/item/discursos-parlamentares-estrategia-para-concursos” Discursos Parlamentares - Estratégia para Concursos

AUTORES

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LEONARDO DE MEDEIROS

É advogado e foi professor da UFPE. Leciona em cursos preparatórios para concursos em

Brasília e no Paraná.

RODRIGO CARDOSO

Servidor do Tribunal Regional do Trabalho da 10ª Região, o professor Rodrigo Cardoso é graduado em Direito pela Universidade Católica de Brasília e especia-lista em Direito Administrativo e Direito Constitucional.

Professor de Direito Administrativo, Lei 8.112/90 e palestrante, possui grande experiência na preparação de candidatos a concursos públicos.

É coautor do livro Direito Administrativo Simplificado com o professor J. W. Granjeiro.

WELLINGTON ANTUNES

Professor de Direito Constitucional, Direitos Huma-nos e Licitações, Contratos e Convênios. Servidor Efetivo do MPU. Aprovado para Consultor Legislativo da Câmara dos Deputados/2014 (aguardando nomeação). Graduado em Administração Pública. Pós Graduado em Direito Admi-nistrativo no IDP (Especialista). Bacharelando em Direito. Instrutor interno do MPU (atuante na área de Licitações e Contratos, entre outras funções - pregoeiro, elaboração de Editais, Projetos Básicos e Termos de Referência, instrução de processos de dispensa e de inexigibilidade)”

WILSON GARCIA

Bacharel em Direito pela UCDB, Pós-Graduado em Direito Público pela UCDB, Curso da Escola Superior do Ministério Públicos/MS.

Ministra aulas de Direito Administrativo, LODF e Código de Defesa do Consumidor, das Leis 8.112/90, 8.429/92, 8.666/93, 9.784/99, 8.987/95, LC 840/11-DF, e outras legis-lações.

Professor em diversos cursos preparatórios para con-cursos e preparatório para a OAB.

Diretor do site: sites.google.com/site/professorwilson-garcia;

Grupo do facebook: Alunos do Prof. Wilson Garcia.Autor das obras: Série – A Prova – LODF pela Editora

Gran Cursos, Direito Civil e Processual Civil. Volume 13, da Apostila Digital: “Resumão do Wilsão” - Direito Administra-tivo, do Artigo “Prescrição e Decadência no Direito Civil” - Revista Síntese,

Autor dos livros digitais, pela Editora Saraiva, Principais Pontos – Volume I – Lei 8.429/92 – Improbidade Administra-tiva – 2º edição; Principais Pontos – Volume II – LODF –2º edição; Principais Pontos – Volume IV – LC 840 em Exercí-cios;

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LÍNGUA PORTUGUESA ..................................................................................................................................7

NOÇÕES DE INFORMÁTICA .......................................................................................................................103

LEI ORGÂNICA DO DISTRITO FEDERAL .....................................................................................................211

NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL .................................................................................................261

NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO ...................................................................................................367

LEGISLAÇÃO ...............................................................................................................................................465

REDAÇÃO DISCURSIVA ..............................................................................................................................621

ÍNDICE GERAL

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SUMÁRIO

LÍNGUA PORTUGUESA

COMPREENSÃO E INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS DE GÊNEROS VARIADOS ................................................57

RECONHECIMENTO DE TIPOS E GÊNEROS TEXTUAIS .................................................................................60

DOMÍNIO DA ORTOGRAFIA OFICIAL. EMPREGO DAS LETRAS. EMPREGO DA ACENTUAÇÃO GRÁFICA ..8/22

DOMÍNIO DOS MECANISMOS DE COESÃO. EMPREGO DE ELEMENTOS DE REFERENCIAÇÃO, SUBS-TITUIÇÃO E REPETIÇÃO, DE CONECTORES E OUTROS ELEMENTOS DE SEQUENCIAÇÃO TEXTUAL. EMPREGO/CORRELAÇÃO DE TEMPOS E MODOS VERBAIS ....................................................................70/37

DOMÍNIO DA ESTRUTURA MORFOSSINTÁTICA DO PERÍODO ..................................................................36

RELAÇÕES DE COORDENAÇÃO ENTRE ORAÇÕES E ENTRE TERMOS DA ORAÇÃO ..................................48

RELAÇÕES DE SUBORDINAÇÃO ENTRE ORAÇÕES E ENTRE TERMOS DA ORAÇÃO .................................48

EMPREGO DOS SINAIS DE PONTUAÇÃO ....................................................................................................55

CONCORDÂNCIA VERBAL E NOMINAL .......................................................................................................44

EMPREGO DO SINAL INDICATIVO DE CRASE ..............................................................................................48

COLOCAÇÃO DOS PRONOMES ÁTONOS ...................................................................................................50

REESCRITURA DE FRASES E PARÁGRAFOS DO TEXTO. SUBSTITUIÇÃO DE PALAVRAS OU DE TRE-CHOS DE TEXTO. RETEXTUALIZAÇÃO DE DIFERENTES GÊNEROS E NÍVEIS DE FORMALIDADE. ..............77

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PARTE 1 – GRAMÁTICACAPÍTULO 1 – FONOLOGIA

ORTOGRAFIA OFICIAL

Iniciamos nossos trabalhos com o tema Ortografia Oficial. Sabemos que a correção ortográfica é requisito ele-mentar de qualquer texto. Muitas vezes, uma simples troca de letras pode alterar não só o sentido da palavra, mas de toda uma frase. Em sede de concurso público, temos de estar atentos para evitar descuidos.

Nesta seção, procuraremos sanar principalmente um tipo de erro de grafia: o que decorre do emprego inade-quado de determinada letra por desconhecimento da grafia da palavra.

Antes, porém, vejamos a distinção entre o plano sonoro da língua (seus sons, fonemas e sílabas) e a representação gráfica (escrita/grafia), a qual inclui sinais gráficos diversos, como letras e diacríticos.

É importante não confundir o plano sonoro da língua com sua representação escrita. Você deve observar que a representação gráfica das palavras é realizada pelo sis-tema ortográfico, o qual apresenta características especí-ficas. Essas peculiaridades do sistema ortográfico são res-ponsáveis por frequentes divergências entre a forma oral (sonora) e a forma escrita (gráfica) da língua. Vejamos três casos importantes:

I – Os dígrafos: são combinações de letras que repre-sentam um só fonema.

II – Letras diferentes para representar o mesmo fone-ma.

III – Mesma letra para representar fonemas distintos.

Para ilustrar, selecionamos uma lista de palavras para representar cada um dos casos. O quadro a seguir apre-senta, na coluna da esquerda, a lista de palavras; na coluna da direita, a explicação do caso.

Exemplos Explicação do caso

AcharQuiloCarroSanto

Temos, nessa lista de palavras, exemplos de dígra-fos. Em achar, as duas letras (ch) representam um único som (fricativa pós-alveolar surda). O mesmo vale para a palavra quilo, em que o as duas letras (qu) representam o som (oclusiva velar surda).

ExatoRezarPesar

Nessa lista de palavras, encontramos três letras diferentes (x, z e s) para representar o mesmo fonema (som): fricativa alveolar sonora.

XadrezFixo

HexacantoExamePróximo

Mesma letra para representar fonemas distintos. A letra x pode representar cinco sons distintos: (i) con-soante fricativa palatal surda; (ii) grupo consonantal [cs]; (iii) grupo consonantal [gz]; (iv) consoante frica-tiva linguodental sonora [z]; e consoante fricativa côncava dental surda.

Há, também, letras que não representam nenhum fonema, como nas palavras hoje, humilde, hotel.

DICA PARA A PROVA!

Os certames costumam avaliar esse conteúdo da se-guinte forma:

1. O vocábulo cujo número de letras é igual ao de fone-mas está em:a. casa.b. hotel.c. achar.d. senha.e. grande.

Resposta: item (a).

Palavras-chave!

Fonema: unidade mínima das línguas naturais no nível fonê-mico, com valor distintivo (distingue morfemas ou palavras com significados diferentes, como faca e vaca).Sílaba: vogal ou grupo de fonemas que se pronunciam numa só emissão de voz, e que, sós ou reunidos a outros, formam pala-vras. Unidade fonética fundamental, acima do som. Toda sílaba é constituída por uma vogal. Escrita: representação da linguagem falada por meio de signos gráficos.Grafia: (i) representação escrita de uma palavra; escrita, trans-crição; (ii) cada uma das possíveis maneiras de representar por escrito uma palavra (inclusive as consideradas incorretas); por exemplo, Ivan e Ivã; atrás (grafia correta) e atraz (grafia incor-reta); farmácia (grafia atual) e pharmacia (grafia antiga); (iii) transcrição fonética da fala, por meio de um alfabeto fonético ('sistema convencional').Letra: cada um dos sinais gráficos que representam, na transcri-ção de uma língua, um fonema ou grupo de fonemas.Diacrítico: sinal gráfico que se acrescenta a uma letra para conferir-lhe novo valor fonético e/ou fonológico. Na ortografia do português, são diacríticos os acentos gráficos, a cedilha, o trema e o til.

EMPREGO DAS LETRAS

EMPREGO DE VOGAIS

As vogais na língua portuguesa admitem certa varie-dade de pronúncia, dependendo de sua intensidade (isto é, se são tônicas ou átonas), de sua posição na sílaba etc. Por haver essa variação na pronúncia, nem sempre a memó-ria, baseada na oralidade, retém a forma correta da grafia, a qual pode ser divergente do som.

Como podemos solucionar esses equívocos? Temos de decorar todas as palavras (e sua grafia)? Não. A leitura e a prática da escrita são atividades fundamentais para evitar erros.

Para referência, apresentamos a lista a seguir, a qual não é exaustiva. Em verdade, a lista procura incluir as difi-culdades mais correntes em língua portuguesa.

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E ou I?

Palavras com E, e não I.

imbuirimergir (mergulhar)imigrar (entrar em país estrangeiro)iminente (próximo)imiscuir-seinclinarincorporar (encorpar)incrustar (encrostar)indigitarinfestarinflui(s) inigualáveliniludívelinquirir (interrogar)intitularirrupção

júrilinimento (medicamento untuoso)meritíssimomiscigenaçãoparcimôniapossui(s)premiarpresenciarprivilégioremediarrequisitosentenciarsilvícolasubstitui(s) verossímil

acarearacreano (ou acriano)aéreoante-anteciparantevésperaaquedutoáreabeneficênciabeneficentebetumeborealcardealcarestiacedilhacercearcerealcontinuede antemãodeferir (conceder)delação (denúncia)demitirderivardescortinardescriçãodespenderdespensa (onde se guardam comestíveis)despesaelucidarembutiremergir (para fora)emigrar (sair do país)eminência (altura, exce-lência)empecilhoempreender

encômio (elogio)endireitarentonaçãoentremearentronizarenumerarestrearfalseargranjearhastearhomogêneoideologiaindeferir (negar)legítimolenimento (que suaviza)menoridademeteoritometeoro(logia)nomearoceanopalavreadoparêntese (ou parênte-sis)passeatapreferirprevenirquaserarearreceosoreentrânciasanearsesenãosequerseringueirotestemunhavídeo

Palavras com I, e não E.

aborígineacrimôniaadianteansiaranti- arqui- artifícioatribui(s) caicalcáriocárie (cariar)chefiarcordialdesigualdiante

diferir (divergir)dilação (adiamento)dilapidardilatar (alargar)discrição (reserva)discricionáriodiscriminar (discernir, separar)dispêndiodispensa (licença)distinguirdistorçãodóifemininofrontispício

O ou U?

Palavras com O, e não U.

aboliragrícolabobinaboletimbússolacobiça(r)comprido (extenso, longo)comprimento (extensão)concorrênciacostumeencobrirexplodirmarajoara

mochilaocorrênciapitorescoproezaRomêniaromenosilvícolasortido (variado)sotaquetriboveiovinícola

Palavras com U, e não O.

acudirbônuscinquentacumprido (realizado)cumprimento (saudação)cúpulaCuritibaelucubraçãoembutirentabularlégua

lucubraçãoônusréguasúmulasurtir (resultar)tábuatonitruantetréguausufrutovírgulavírus

ENCONTROS VOCÁLICOS

EI ou E?

Palavras com EI, e não E.

aleijadoalqueireameixacabeleireiro

ceifarcolheitadesleixomadeireira

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peixequeijoqueixa(r-se)reiterar

reivindicarseixotreinartreino

Palavras-chave!

Vogal: som da fala em cuja articulação a parte oral do canal de respiração não fica bloqueada nem constrita o bastante para causar uma fricção audível. Ou cada uma das letras que representam os fonemas vocálicos de uma língua. Em português são cinco: a, e, i, o, u, além do y, acrescentado pelo Acordo Ortográfico da Língua Portu-guesa de 1990.

Semivogal: som da fala ou fonema que apresenta um grau de abertura do canal bucal menor do que o das vogais e maior do que o das consoantes, e que ocorre no início ou fim da sílaba, nunca no meio (as mais comuns são as semivogais altas fechadas i e u, em pai, quadro, pau); semiconsoante, vogal assilábica.

Ditongo: emissão de dois fonemas vocálicos (vogal e semivogal ou vice-versa) numa mesma sílaba, carac-terizada pela vogal, que nela representa o pico de sono-ridade, enquanto a semivogal é enfraquecida. Além do ditongo intraverbal – no interior da palavra, como pai, muito –, ocorre em português também o ditongo inter-verbal, entre duas palavras (por exemplo, na sequência Ana e Maria), que exerce papel importante na versifica-ção portuguesa.

Tritongo: grupo de três vogais em uma única sílaba. Hiato: grupo de duas vogais contíguas que perten-

cem a sílabas diferentes (por exemplo: aí, frio, saúde).

EMPREGO DE CONSOANTES

De modo semelhante ao emprego das vogais, há algu-mas consoantes – especialmente as que formam dígrafos, ou a muda (h), ou, ainda, as diferentes consoantes que representam um mesmo som – constituem dificuldade adi-cional à correta grafia.

A lista a seguir é consultiva. Emprego do H: com o H ou sem o H?

Palavras com E, e não EI.

adredealamedaaldeamento (mas aldeia)alhear (mas alheio)almejarazulejobandejacalejarcaranguejocarquejacerejacortejodespejar, despejodrenarembreagemembrearenfear

ensejar, ensejoentrechoestrear, estreantefrear, freadaigrejalampejolugarejomalfazejomanejar, manejomorcegopercevejorecear, receosorefrearremanejosertanejotemperovarejo

OU ou O?

Palavras com OU, e não O.agourararroubocenouradourarestourarfrouxolavoura

poucopousarroubartesouratesouro

Palavras com O, e não OU.

alcovaampolaanchova (ou enchova)arrobaarrochar, arrochoarrojar, arrojobarrococeboladesaforodoseempolaengodoestojomalograr, malogromofar, mofoocoposarrebocar

HaitihalohangarharmoniahaurirHavaíHavanahaxixehebdomadáriohebreuhectarehediondohedonismoHégiraHelespontohélicehemi- (prefixo = meio)hemisfériohemorragiaherança

herbáceo (mas erva)herdarheregehermenêuticaherméticoheróihesitarhiatohíbridohidráulicahidravião (hidroavião)hidro- (prefixo = água)hidrogêniohierarquiahieróglifo (ou hieroglifo)hífenhigieneHimalaiahindu

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hinohiper- (prefixo = sobre)hipo- (prefixo = sob)hipocrisiahipotecahipotenusahipótesehispanismohisteriahodiernohojeholandêsholofotehomenagearhomeopatiahomicidahomilia (ou homília)homogeneidade

homogêneohomologarhomônimohonestohonorárioshonrahoráriohordahorizontehorrorhortahóspedehospitalhostilhumanohumildehumorHungria

O fonema /s/: C, Ç ou S ou SS ou X ou XC?

Palavras com C, Ç, e não S, SS, ou SC.

O fonema /ž/: G ou J?

Palavras com G, e não J.

adágioagendaagiotaalgemaalgibeiraapogeuargilaaugeBagé (mas bajeense)CartagenadigerirdigestãoefígieégideEgitoegrégioestrangeiroevangelhoexegesefalangeferrugemfuligem

garagemgeadagelosiagêmeogengivagessogestoGibraltargíriagizheregeimpingirligeiromiragemmongeogivarigidezsugerirtangenteviageiroviagemvigência

Palavras com J, e não G.

ajeitareles viajem (forma verbal)encoraje (forma verbal)enjeitarenrijecergorjetagranjearinjeçãointerjeiçãojecajeitojenipapojerimumjesuíta

lisonjearlojistamajestademajestosoobjeçãoojerizaprojeçãoprojetil (ou projétil)rejeiçãorejeitarrijezasujeitoultraje

à beçaabsorçãoabstençãoaçaíaçambarcaracender (iluminar)acento (tom de voz, símbolo gráfico)acepçãoacerboacerto (ajuste)acervoacessórioaço (ferro temperado)açodar (apressar)açúcaraçudeadoçãoafiançaragradeceralçaralicerçaralicercealmaçoalmoçoalvoreceramadureceramanhecerameaçaraparecerapreçar (marcar preço)apreçoaquecerarrefecerarruaçaasserçãoassunçãobabaçubaçobalançaBarbacenaBarcelonaberçocaçacaciquecaçoarcaiçaracalçacalhamaçocansaçocarecercarroçaria (ou carroceria)castiçocebolacê-cedilhacédula

ceiaceifarcélereceleumacélulacem (cento)cemitériocenáriocenso (recenseamento)censuracentavocêntimocentroceracerâmicacercacercearcerealcérebrocernecerração (nevoeiro)cerrar (fechar, acabar)cerro (morro)certamecerteirocerteza, certidãocertocessação (ato de cessar)cessão (ato de ceder)cessar (parar)cestaceticismocéticochacinachancechancelercicatrizciclociclonecifracifrãocigarrociladacimentocimocingalês (do Ceilão)Cingapura (tradicional: Singapura)cínicocinquentacinzaciosocirandacircuitocircunflexocírio (vela)

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cirurgiacisãocisternacitaçãocizâniacoaçãocobiçarcociente (ou quociente)coerçãocoercitivocoleçãocompunçãoconcelho (município)concertar (ajustar, har-monizar)concerto (musical, acordo)concessãoconcílio (assembleia)conjunçãoconsecuçãoCriciúmadecepçãodecertodescrição (ato de des-crever)desfaçatezdiscrição (reserva)disfarçardistinçãodistorçãodocenteempobrecerencenaçãoendereçoenrijecererupçãoescaramuçaescocêsEscóciaesquecerestilhaçoexceçãoexcepcionalexibiçãoexpeçoextinçãofalecerfortalecerIguaçuimpeçoincerto (não certo)incipiente (iniciante)inserçãointercessãoisençãolaçoliça (luta)licençalucidezlúcido

maçada (importunação)maçantemaçar (importunar)macerarmaciçomaciomaço (de cartas)maçom (ou mação)manutençãomençãomencionarmuçulmanonoviçoobcecação (mas obsessão)obcecaropçãoorçamentoorçarpaço (palácio)panaceiaparecerpeçapenicilinapinçarpoça, poçopresunçãoprevençãoquiçárecenderrecensãorechaçarrechaçoremição (resgate)resplandecerroçaruço (grisalho)sanção (ato de sancionar)soçobrarsúciasucintoSuíça, suíçotaçatapeçariatecelagemtecelãotecertecidotenção (intenção)terçaterçoterraçovacilarviçovizinhança

Palavras com S, e não C, SC, ou X.

adensaradversárioamanuenseânsia, ansiarapreensãoascensão (subida)autópsiaaversãoavulsobalsabolsobom-sensocanhestrocansaçocenso (recenseamento)compreensãocompulsãocondensarconsecuçãoconselheiro (que aconselha)conselho (aviso, parecer)consensoconsentâneoconsertar (remendar)contrassensocontraversãocontrovérsiaconversãoconvulsãoCórsegadefensivodefensordescansardescensão, descenso (descida)desconsertar (desarranjar)despensa (copa, armário)despretensãodimensãodispensa(r)dispersãodissensãodistensãodiversãodiversoemersãoespoliarestender (mas extensão)estornoestorricarexcursãoexpansãoexpensasextensão (mas estender)extorsãoextrínsecofalsário

falso, falsidadefarsaimersãoimpulsionarincompreensívelincursãoinsinuarinsípidoinsipiente (ignorante)insolaçãointensão (tensão)intensivointrínsecoinversãojustapormansãomisto, misturaobsessão (mas obce-cação)obsidiarobsoletopensãopercursopersaPérsiapersianaperversãoprecursorpretensãopropensãopropulsãopulsarrecensãorecensear, recenseamentoremorsorepreensãorepulsareversosalsichaSansãosearasebeseboseção (ou secção)sedasegar (ceifar, cortar)sela (assento)semearsementesenadosenhasêniorsensatosensosérieseringasério

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QUESTÕES DIVERSAS

FUNIVERSA

EMBRATUR/ INTERMEDIÁRIO

Texto I, para responder às questões de 1 a 4.

1 O hábito de viajar é antigo. No século XVII, as “boas famílias” determinavam que seus filhos com-pletassem a educação com viagem, para aprender línguas e costumes de outros povos, comprar obras

5 de arte e visitar os monumentos da Antiguidade. � Em meados do século XIX, as viagens passaram

a ser organizadas por profissionais, com geração de lucros, empregos e divisas para numerosos países. Apenas na década de 50 do século XX é que o hábito de viajar foi transformado em uma atividade significa

10 tiva em termos socioeconômicos e culturais, explodindo como exercício de lazer para milhões de pessoas. A atividade turística é, portanto, produto da sociedade capitalista industrial e desenvolve-se sob o impulso de motivações diversas, que incluem o consumo de

15 bens culturais. No entanto, o turismo não é somente uma atividade econômica, e sim um fenômeno social com base cultural, histórica e ambiental. O pragma-tismo econômico induz a uma visão reducionista, que desconsidera a complexidade desse fenômeno.

Adriana Pisoni da Silva. O saber-fazer do turismo na revitalização de sítios históricos urbanos: um estudo das praças e da alfândega na

cidade de Porto Alegre/RS. Dissertação (Mestrado em Arquitetura) – Faculdade de Arquitetura, UFRGS, Porto Alegre, 2006, p. 25

(com adaptações).

1. Com base nas ideias e nos fatos gramaticais do texto I, assinale a alternativa correta.a. O texto, certamente, consta da parte final, na con-

clusão, do original. Isso pode ser comprovado pelo uso de “portanto” na linha 12.

b. Um indivíduo qualquer de classe média baixa que se dispusesse a viajar pelo mundo, segundo o tex-to, em 1810, já teria à sua disposição os serviços de empresas de turismo de tradição.

c. O emprego das aspas na linha 2 sugere reprodu-ção de expressão comum da sociedade brasileira, que carrega conteúdo ideológico.

d. A popularização do turismo, ao longo do tempo, criou empecilhos para aqueles que eram educados para aprender línguas e costumes de outros povos, na compra de obras de arte e nas visitas aos monu-mentos da Antiguidade.

e. O pragmatismo econômico, que explodiu como ati-vidade de lazer para milhões de pessoas, induz a uma visão reducionista, que desconsidera a com-plexidade do turismo.

2. Assinale a alternativa que apresenta reescritura de parte do texto I com preservação do sentido original e manutenção da correção gramatical.a. Em meados do século XIX, passou a ser organiza-

das as viagens por profissionais (linhas 6 e 7).

b. Somente na década de 50 do século XX é que o hábito de viajar foi transformado (linhas de 8 a 9).

c. com geração de lucros, empregos e divisas para países populosos (linhas 7 e 8).

d. as “boas famílias” determinavam que seus filhos finalizassem a educação com viagem, para apren-der idiomas (linhas de 1 a 4).

e. e explodiram como atividade de lazer para milhares de pessoas (linhas 10 e 11).

3. Assinale a alternativa que apresenta reescritura de fra-se com alteração de sentido em comparação com a original: “No entanto, o turismo não é somente uma atividade econômica, e sim um fenômeno social com base cultural, histórica e ambiental” (linhas de 15 a 17).a. O turismo, por conseguinte, não é uma atividade

econômica, mas sim um fenômeno social com base cultural, histórica e ambiental.

b. O turismo, entretanto, não é somente uma ativi-dade econômica, e sim um fenômeno social com base cultural, histórica e ambiental.

c. No entanto, o turismo não é somente uma atividade econômica; é, sim, um fenômeno social com base cultural, histórica e ambiental.

d. No entanto, o turismo não é somente uma atividade econômica, e sim um fenômeno social com base histórico-cultural e ambiental.

e. Entretanto, o turismo não é tão-somente uma ati-vidade econômica, e sim um fenômeno social com base cultural, histórica e ambiental.

4. Com relação à frase “O pragmatismo econômico induz a uma visão reducionista, que desconsidera a comple-xidade desse fenômeno” (linhas de 17 a 19), assinale a alternativa correta.a. O termo “pragmatismo” é sinônimo de especulação

de conteúdo teórico-ideológico.b. Uma “visão reducionista” é o mesmo que uma

perspectiva redundante.c. Se a frase em estudo fosse o título mais destacado

de uma seção de um jornal, o “O” inicial, o “a” an-terior a “uma visão” e o “a” que precede “complexi-dade” poderiam ser indiscutivelmente eliminados, para deixar a frase mais sintética.

d. A introdução de uma vírgula após a palavra “econô-mico” é inadequada: essa inserção não é aceitável, ainda que se deseje fazer breve pausa para mar-cação de ênfase.

e. A frase original poderia ser adequadamente rees-crita assim: O pragmatismo econômico que des-considera a complexidade desse fenômeno induz a uma visão reducionista.

Texto II, para responder às questões 5 e 6.

1 Os diferenciais de mortalidade entre os distin-tos estratos sociais, que eram altos durante as déca-das de 70 e 80 do século XX, quando se consideram renda, educação ou saneamento básico, mantêm-se

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5 ainda elevados na fase mais recente. É o que deixam transparecer as informações da tabela a seguir, quando se calcula a mortalidade por anos de estudo da mãe.

� Embora haja clareza de que tem havido redução do número de mulheres sem instrução no país, tan-

10 to em termos absolutos quanto em relativos, é bom mencionar que, do total de mulheres de 15 a 49 anos analfabetas ainda existentes no país, que eram 3,5 milhões em 1996, 63% eram nordestinas e represen-tavam cerca de 20% do contingente das mulheres em

15 idade fértil da região. Ou seja, são exatamente essas mulheres, juntamente com parcelas de outros segmen-tos de mulheres um pouco mais instruídas, que estão à margem não só dos benefícios econômicos, mas também da maioria dos serviços básicos de saúde.

Taxa de mortalidade infantil média, segundo anos de estudo da mãe Brasil – 1986/1995

Anos de estudo da mãe Taxa de mortalidade infantil (%)

Menos de 1 93,0

de 1 a 3 70,0

4 42,0

de 5 a 8 38,0

de 9 a 11 28,0

12 ou mais 9,0

IBGE – Departamento da População e Indicadores Sociais. Rio de Janeiro: IBGE, 1999 (com adaptações).

5. Assinale a alternativa correta quanto ao texto II.a. Apesar de tratar de tema de caráter científico, o

autor deixa entrever sua emoção ao lidar com re-flexões acerca de mortalidade infantil; assim, pre-domina no texto a linguagem conotativa, com me-táforas, ironias e paradoxos.

b. O sinal indicativo de crase na expressão “à mar-gem”, linha 18, é consensualmente opcional, se-gundo a perspectiva dos gramáticos.

c. Os trechos das linhas de 8 a 10 e de 17 a 19 podem ser reescritos, respectivamente, pelas seguintes construções: tem ocorrido redução do número de mulheres sem instrução no país, tanto em termos absolutos e relativos e que estão à mar-gem não só dos benefícios econômicos, porém da maioria dos serviços básicos de saúde.

d. A frase É o que deixa transparecer as informa-ções da tabela a seguir, quando se calcula a mortalidade por anos de estudo da mãe rees-creve corretamente a original das linhas de 5 a 7.

e. O fragmento das linhas de 8 a 15 é um longo perío-do, que, para maior clareza, poderia corretamente ser subdividido. Uma redação possível seria:Existe clareza de que tem havido redução do número de mulheres sem instrução no país, tanto em termos absolutos quanto em relati-vos. Apesar disso, é bom mencionar certos fa-

tos. Em primeiro lugar, o número de analfabetas brasileiras de 15 a 49 anos era de 3,5 milhões em 1996. Em segundo, 63% do total de mulhe-res de 15 a 49 anos analfabetas ainda existen-tes no país eram nordestinas. E, finalmente, esse percentual representava, à época, cerca de 20% do contingente das mulheres em idade fértil da região.

6. Com relação às informações do texto II, assinale a al-ternativa correta.a. Os dados estatísticos expostos no texto compro-

vam que a escolaridade da mãe tem importância inexpressiva na taxa de mortalidade infantil, se comparada à carência de saneamento básico da família.

b. Os índices atuais de renda, educação, saneamento básico e mortalidade infantil nos diversos estratos sociais são pouco preocupantes na perspectiva do poder público brasileiro.

c. A taxa de mortalidade infantil dos filhos das mães de menor instrução é superior a dez vezes o va-lor da taxa de mortalidade dos filhos das mães de maior instrução.

d. Mesmo na situação em que as mães têm um ní-vel educacional mínimo (quatro anos), o índice de mortalidade infantil do grupo é mais de cinco vezes superior ao de crianças de mães com mais de doze anos de instrução.

e. O índice de analfabetismo da população feminina brasileira tem-se mantido estável nos últimos trinta anos.

Texto III, para responder às questões 7 e 8.

Ser como o rio que defluiSilencioso dentro da noite.Não temer as trevas da noite.Se há estrelas nos céus, refleti-las.E se os céus se pejam de nuvens,Como o rio as nuvens são água,Refleti-las também sem mágoaNas profundidades tranquilas.

Manuel Bandeira. O rio. In: Poesia completa e prosa. Rio de Janeiro: Aguilar, 1967, p. 334.

7. No texto III, as expressões “deflui” (verso 1) e “se pe-jam” (verso 5) têm sentido de, respectivamente,a. decai e se envergonham.b. se enche e se constituem.c. decola e se escondem.d. corre e se enchem.e. se detém e se apresenta.

8. Assinale a alternativa correta a respeito da estrutura semântico-sintática do texto III.a. A construção “refleti-las”, empregada duas vezes

no poema, equivale a refleti + as (ou seja: refleti (tu) + as).

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b. O verso 4 estaria corretamente reescrito com a se-guinte estrutura: Se houverem estrelas nos céus, refleti-las.

c. O verso 6 estaria correto e preservaria o sentido original com a seguinte reescritura: Porque o rio as nuvens são água.

d. O termo “las”, que aparece no verso 4 e no 7, re-fere-se, respectivamente, a “trevas” e a “nuvens”.

e. Os verbos no infinitivo são empregados, no texto, com valor de imperativo (modo que indica ordem, pedido, conselho).

G A B A R I T O

1. c 2. b 3. a 4. d 5. e 6. c 7. d 8. e

SES-DF/ SUPERIOR

Texto I, para responder às questões de 1 a 4.

O sabão que aqui lava não lava como lá

1 A tendência de adaptar produtos para atender às particularidades de um país começou nos anos 1950 com a indústria automobilística e tornou-se crucial depois da globalização. Hoje, multinacionais do setor

5 de bens de consumo lideram os investimentos nessa direção. A medida é estratégica quando se trata de con-quistar mercado em países emergentes, onde a classe média ainda alarga suas fronteiras. No Brasil, nada menos do que 20 milhões de pessoas foram alçadas à

10 classe C nos últimos três anos, dando novo contorno à sociedade de consumo. Isso é o que compensa os altos gastos com aquilo que o jargão do marketing chama de segmentação. O processo pode ser simples, como a adição de açúcar à receita de um biscoito, ou implicar a

15 completa transformação de um produto. Tudo para con-templar hábitos ou até condições climáticas que variam de um país para outro. No Brasil, a tarefa é tanto mais difícil quanto mais necessária. Por sua dimensão con-tinental, muda quase tudo de uma região para outra.

20 O segmento de bens de consumo abarca alimen-tos, bebidas e produtos de higiene e limpeza — basi-camente tudo o que se encontra em um supermer-cado. Ele é composto, grosso modo, de quinze grandes empresas no mundo. Apenas duas dessas compa-

25 -nhias globais, a Procter & Gamble e a Unilever, produ-zem mercadorias tão variadas como sorvete, xampu, detergente, ração para cachorro e pilha. Ambas estão esparramadas por mais de uma centena de países e, juntas, faturam algo como 140 bilhões de dólares por

30 ano — quase o mesmo que todo o setor de eletrônicos.

� A Nestlé criou, em 2005, um leite em pó exclusi-vamente para o Nordeste, ao qual adicionou vitaminas que são deficientes na alimentação local, e ainda o embalou em saco plástico, para baixar o preço. Com

35 tais ajustes, já vende nessa única região brasileira quantidade de leite em pó equivalente à que con-some a população inteira de um país como o México.

� No Brasil, não há algo como um perfil único do consumidor brasileiro. Além das disparidades de ren-

40 da, é preciso levar em conta os hábitos regionais e a diversidade do clima — coisas que não se acham, por exemplo, em países menores e culturalmente mais homogêneos. Para uma empresa como a L’Oréal, a maior do mundo no setor de produtos de

45 beleza, isso significa produzir uma variedade quatro vezes maior de xampus e condicionadores do que em outros países. Só para cabelos cacheados, há cinco variações. A velha expressão “ao gosto do fre-guês” nunca fez tanto sentido no mundo dos negócios.

50 O exemplo do sabão para lavar roupas ajuda a entender por que uma empresa global como a Unile-ver precisa adaptar um mesmo produto para vendê--lo em diversos países. No Brasil, Omo: em nenhum outro lugar a espuma é tão abundante — um sinal para

55 os brasileiros de que a roupa será bem lavada. A cor azul, outra particularidade local, é associada à limpeza, uma vez que, por muito tempo, se usou no país o anil para alvejar as roupas. Na Argentina, Ala: a ausên-cia de espuma é uma adaptação ao tipo de máquina

60 de lavar mais comum no país. Como o aparelho tem uma abertura na frente — e não em cima, como os modelos brasileiros —, a espuma poderia transbordar e estragar o aparelho. Na China, Omo: produz pou-quíssima espuma. A ideia é facilitar o enxágue, uma

65 verdadeira obsessão para os chineses, que temem que os resíduos do sabão na roupa causem alergia. Na Inglaterra, Persil: a versão líquida domina o mer-cado inglês e o de outros países europeus. Conside-rada mais simples de usar e sem deixar pó no chão,

70 adéqua-se bem à realidade de pessoas que costumam lavar a própria roupa. Em El Salvador, Xtra: quase nin-guém tem máquina de lavar, daí o sabão ser em barra e redondo — feito para deslizar num tipo de tanque horizontal e sem ondulações, o mais comum no país.

75 Dado o apreço por perfumes na América Central, a concentração deles no sabão é a mais alta do mundo.

Renata Betti. In: Veja, 24/6/2009, p. 134-8 (com adaptações).

1. Assinale a alternativa que interpreta corretamente in-formações do texto I.a. No Brasil, por volta de 20 milhões de pessoas atin-

giram a classe C nos últimos três anos, em virtude da segmentação de bens de consumo.

b. A globalização foi decisiva na segmentação de bens de consumo por parte das multinacionais.

c. O sabão em pó Omo recebe nome diferente em cada país onde é vendido, para evitar a identifica-ção do produto pelos consumidores.

d. O povo inglês é mais trabalhador que os demais, já que as pessoas costumam lavar a própria roupa.

e. A L’Oréal, a maior empresa do mundo, produz cinco variações de xampus e de condicionadores para os consumidores de seus produtos em todos os países.

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2. Assinale a alternativa correta com relação ao texto I.a. O título do texto é explicitamente desenvolvido no

quinto parágrafo do texto.b. É correto afirmar que o texto I é literário, com pre-

dominância de metáforas, o que se constata já no título.

c. Os dados numéricos apresentados no texto são inevitavelmente precisos.

d. A segmentação dos produtos de consumo pauta--se, sem exceção, em longos processos de alta complexidade.

e. Sabendo que o título do texto remete a um poema bastante conhecido na literatura brasileira, é cor-reto afirmar que o desconhecimento acerca desse poema impede o entendimento adequado do texto.

3. Assinale a alternativa em que a alteração feita mantém a correção gramatical de passagens do texto I, segun-do a linguagem formal.a. adeqúa-se bem na realidade (linha 70).b. oram alçadas em classe C (linha 9-10).c. equivalente à qual consome a população (linha 36-37).d. No Brasil, não tem algo como um perfil único do

consumidor (linhas 38 e 39).e. coisas que não se encontram, por exemplo, em pa-

íses menores (linhas 41 e 42).

4. O termo ao qual se refere o “que” ou o “onde”, no texto I, está corretamente determinado ema. “onde a classe média ainda alarga” (linhas 7 e 8),

em que “onde” = “mercado” (linha 7).b. “Isso é o que compensa” (linha 11), em que “que” =

“sociedade de consumo” (linha 11).c. “que são deficientes” (linha 33), em que “que” = “vi-

taminas” (linha 33).d. “altos gastos com aquilo que o jargão” (linhas 11 e

12), em que “que” = “jargão” (linha 12).e. “equivalente à que consome” (linha 36), em que

“que” = “região brasileira” (linha 35).

Texto II, para responder às questões 5 e 6.

1 Antigamente, o sonho de se formar em medi-cina agregava mais que a vocação de curar: invaria-velmente representava o início de uma carreira sólida, financeiramente próspera e de grande estabilidade.

5 O tempo passou, e a realidade, agora, surpreende os médicos contemporâneos com novas exigências que extrapolam o âmbito da saúde. Quem quiser a sonhada prosperidade precisa entender o mercado, conhecer seu público-alvo e adotar medidas para obter e fideli-

10 zar pacientes. Em resumo, praticar marketing médico. � A manutenção do profissional, de seu consultório

ou clínica é, sim, um negócio. E precisa ser encarada como tal, sem preconceitos ou medos. A palavra negócio não é sinônimo direto de exploração mercantil, tampou-

15 co exclui os conceitos de ética, dedicação e humanismo. Ao contrário: médicos que entenderam o que é, de fato, o marketing aplicado à atividade que desenvolvem pas-saram a dar a seus pacientes um atendimento melhor.

� Ampliar o relacionamento com os pacientes, me-

20 lhorar a comunicação, oferecer mais e melhores servi-ços, adotar práticas de gestão que agilizem e facilitem o atendimento são algumas das ações que compreendem o famoso “marketing médico”. Quando isso é feito de forma criteriosa e ética, os resultados são sempre positivos.

25 Na prática, toda vez que o médico se coloca no lugar do paciente e dispensa a ele o tratamento que gostaria de receber, já está trabalhando bem o seu marketing. Se está disposto a esclarecer diagnósticos e tratamentos, sem usar a complexa terminologia a que está acostu-

30 mado; se assume uma postura de quem está servindo o paciente com seu conhecimento, e não com a arrogân-cia de quem detém o poder da cura… bem, está aqui alguém que sabe aplicar a base do marketing médico.

� As demais medidas surgem como consequência 35 de quem realmente está disposto a prestar um aten-

dimento eficaz e marcante. E, aí, vale aplicar ferra-mentas já consagradas, estudar um pouquinho de marketing e administração e buscar suporte espe-cializado. Além disso, usar a criatividade: telefone-

40 mas para o paciente atendido nos plantões, bus-cando informações acerca de possíveis melhoras da sua saúde durante o tratamento, tirando dúvidas relativas às medicações indicadas; envio de cartões de aniversário, entre outras. Atitudes simples assim

45 fazem que o paciente se sinta prestigiado e estabele-cem um novo nível no relacionamento com o médico.

� Quando o paciente e o médico se comuni-cam bem, há mais clareza, mais confiança, me-lhores resultados no tratamento e, consequen-

50 temente, maior fidelidade e novas indicações. � Afinal, o paciente tem inúmeras opções de pro-

fissionais proporcionadas pelo plano de saúde. Em um primeiro momento, irá buscar aquele que, de al-guma forma, for mais conveniente a ele, seja pela

55 proximidade geográfica seja por indicação rece-bida. Mas, se não gostar do atendimento que rece-ber, voltará, sem pestanejar, ao catálogo até encon-trar o médico que, de fato, cativar sua fidelidade.

Internet: <www.acertomedico.com>. Acesso em 31/3/2011.

5. De acordo com o texto II, assinale a alternativa correta.a. Negócio e exploração mercantil são termos que se

confundem, uma vez que se baseiam em algo co-mum: a falta de ética profissional.

b. Novas indicações do bom médico pelo paciente a amigos e conhecidos são causas de maior confian-ça e de maior fidelidade do paciente.

c. A demonstração, por parte do médico, da arrogân-cia de quem detém o poder da cura cria no pacien-te certo temor e admiração, o que gera fidelidade.

d. Há várias estratégias que o profissional pode ado-tar para pôr em prática o marketing médico.

e. O uso da complexa terminologia médica no trato com o paciente leva-o à idolatria do profissional, pois o que não se entende gera respeito; assim, o médico deve usar tal técnica como base do marke-ting profissional.

G A B A R I T O

1. b 2. a 3. e

4. c 5. d

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SUMÁRIO

NOÇÕES DE INFORMÁTICA

NOÇÕES DE SISTEMA OPERACIONAL (AMBIENTES LINUX E WINDOWS) ....................................................2

EDIÇÃO DE TEXTOS, PLANILHAS E APRESENTAÇÕES (AMBIENTES MICROSOFT OFFICE E BROFFICE) ......15

REDES DE COMPUTADORES. CONCEITOS BÁSICOS, FERRAMENTAS, APLICATIVOS E PROCEDIMEN-TOS DE INTERNET E INTRANET. PROGRAMAS DE NAVEGAÇÃO (MICROSOFT INTERNET EXPLORER, MOZILLA FIREFOX, GOOGLE CHROME E SIMILARES). PROGRAMAS DE CORREIO ELETRÔNICO (OU-TLOOK EXPRESS, MOZILLA THUNDERBIRD E SIMILARES). SÍTIOS DE BUSCA E PESQUISA NA INTER-NET. GRUPOS DE DISCUSSÃO. REDES SOCIAIS. COMPUTAÇÃO NA NUVEM (CLOUD COMPUTING) ......62

CONCEITOS DE ORGANIZAÇÃO E DE GERENCIAMENTO DE INFORMAÇÕES, ARQUIVOS, PASTAS E PROGRAMAS .................................................................................................................................................13

SEGURANÇA DA INFORMAÇÃO. PROCEDIMENTOS DE SEGURANÇA. NOÇÕES DE VÍRUS, WORMS E PRAGAS VIRTUAIS. APLICATIVOS PARA SEGURANÇA (ANTIVÍRUS, FIREWALL, ANTI-SPYWARE ETC.). PROCEDIMENTOS DE BACKUP. ARMAZENAMENTO DE DADOS NA NUVEM (CLOUD STORAGE) .............87

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LINUX

O Linux é um sistema operacional criado em 1991 por Linus Torvalds na universidade de Helsinki na Finlândia. É um sistema operacional de código aberto sob a licença GPL criada pela FSF (Free Software Foundation).

O Linux já alcançou a participação de 1% no mercado de sistemas operacionais. Fica atrás apenas de Windows e Mac. Muitas empresas já adotaram o Linux como plata-forma.

Devido ao fato de existirem diversas distribuições não comerciais, o Linux passou a ser adotado também por vários órgãos do governo como uma medida para diminuir gastos, pois a licença de uso dos programas da Microsoft tem um custo relativamente alto.

PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS

• É um software livre.• Multitarefa.• Multiusuário.• Multiprocessamento.• Suporte a nomes extensos de arquivos e diretórios

(255 caracteres).• Suporte a dispositivos Plug-and-Play (PnP).• Memória virtual por paginação.• Biblioteca compartilhada.• Possui Kernel monolítico.• Toda distribuição do Linux possui um editor chamado

vi que pode ser utilizado, por exemplo, para a edição de arquivos de configuração.

PRINCIPAIS DISTRIBUIÇÕES

Todo sistema operacional possui um Kernel. O Kernel é o núcleo do sistema operacional. Ele controla todo o hardware do computador. Pode ser visto como o intermediário entre os programas e o hardware.

O kernel é importante em um sistema operacional, mas, para torná-lo funcional, outros programas também são necessários. Existem pessoas ou organizações que deci-dem criar distribuições com outros programas essenciais como ambiente gráfico, ambiente de comando, editores de texto, planilhas eletrônicas, navegadores etc.

Existem distribuições bastante conhecidas como: Red Hat, Suse, Ubuntu, Mandriva, Kurumin, Conectiva, Debian.

Estrutura de diretórios

Segundo o FHS (Filesystem Hierachy Standard), o sis-tema GNU/Linux possui a seguinte estrutura básica de dire-tórios:

• /bin Contém arquivos programas do sistema que são usados com frequência pelos usuários.

• /boot Contém arquivos necessários para a iniciali-zação do sistema.

• /cdrom Ponto de montagem da unidade de CD-ROM.• /media Ponto de montagem de dispositivos diversos

do sistema (rede, pen-drives, CD-ROM em distribui-ções mais novas).

• /dev Contém arquivos usados para acessar disposi-tivos (periféricos) existentes no computador.

• /etc Arquivos de configuração de seu computador local.

• /floppy Ponto de montagem de unidade de disque-tes.

• /home Diretórios contendo os arquivos dos usuários.• /lib Bibliotecas compartilhadas pelos programas do

sistema e módulos do kernel.• /lost+found Local para a gravação de arquivos/dire-

tórios recuperados pelo utilitário.• fsck.ext2. Cada partição possui seu próprio diretório

lost+found.• /mnt Ponto de montagem temporário.• /proc Sistema de arquivos do kernel. Este diretório

não existe em seu disco rígido, ele é colocado lá pelo kernel e usado por diversos programas que fazem sua leitura, verificam configurações do sis-tema ou modificam o funcionamento de dispositivos do sistema através da alteração em seus arquivos.

• /root Diretório do usuário root.• /sbin Diretório de programas usados pelo superusu-

ário (root) para administração e controle do funcio-namento do sistema.

• /tmp Diretório para armazenamento de arquivos tem-porários criados por programas.

• /usr Contém maior parte de seus programas. Normal-mente acessível somente como leitura.

• /var Contém maior parte dos arquivos que são gra-vados com frequência pelos programas do sistema, e-mails, spool de impressora, cache etc.

PRINCIPAIS COMANDOS

O Linux possui um ambiente de comando chamado de Shell. O Shell é o programa que permite a interação do usuá-rio com o sistema, em modo texto. Os mais conhecidos são: Bourne Shell (sh), C Shell (csh), Korn Shell (ksh), Bash Shell (bash). O Shell mais utilizado é o bash.

O uso do Shell se baseia em comandos digitados em uma linha de comando. Os comandos têm normalmente a sin-taxe: comando – opções – parâmetros. Cada comando possui opções. É importante ressaltar que o Linux é case sensitive, ou seja, ele diferencia maiúsculas e minúsculas.

PRINCIPAIS COMANDOS DO LINUX:

• ls: lista os arquivos de um diretório. É importante res-saltar que, no Linux, os arquivos ocultos listados pos-suem um “.” (ponto) antes do nome.

• cd: entra em um diretório. É possível utilizar “cd ..” para sair de um diretório.

• pwd: mostra o nome e o caminho do diretório atual.• mkdir: cria um diretório.• rmdir: remove um diretório.• clear: permite limpar a tela.• mv: permite mover um arquivo. A opção também

pode ser utilizada para renomear um arquivo.• cp: permite copiar um arquivo.• rm: permite apagar arquivos.

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• date: permite verificar a data e a hora.• man: permite obter ajuda.• reboot: reinicia o computador.• shutdown: permite desligar ou reiniciar o computa-

dor (shutdown –r 20 faz o computador ser reiniciado após 20 minutos, por exemplo).

• who: lista os nomes de usuários que estão conecta-dos ao computador.

• whoami: mostra o nome que usou para se conectar ao sistema.

• passwd: muda a senha do usuário ou grupo.• cat: mostra o conteúdo de arquivo binário ou texto.• cal: mostra o calendário.• find: procura por arquivos/diretórios no disco.• chmod: muda as permissões de um usuário ou grupo

para um arquivo ou diretório.• chgrp: muda o grupo de um arquivo ou diretório.• chown: muda o dono de um arquivo ou diretório.

PERMISSÕES

Quanto aos tipos de permissões que se aplicam ao dono, grupo e outros usuários, temos 3 permissões básicas:

• r – Permissão de leitura para arquivos. Caso for um diretório, permite listar seu conteúdo (através do comando ls, por exemplo).

• w – Permissão de gravação para arquivos. Caso for um diretório, permite a gravação de arquivos ou outros diretórios dentro dele. Para que um arquivo/diretório possa ser apagado, é necessário o acesso a grava-ção.

• x - Permite executar um arquivo (caso seja um pro-grama executável). Caso seja um diretório, permite que seja acessado através do comando cd.

As permissões de acesso a um arquivo/diretório podem ser visualizadas com o uso do comando ls -la. As 3 letras (rwx) são agrupadas da seguinte forma:

-rwxrwxrwx henrique users texto

Primeiro vamos entender as dez primeiras letras da esquerda para a direita:

• A primeira letra informa se o item que estamos tra-balhando é um arquivo, diretório ou link. Se apa-recer um “d” é um diretório, um “l” um link a um arquivo no sistema, um “-” quer dizer que é um arquivo comum. No caso, percebemos que texto é um arquivo.

• Da segunda à quarta letras (rwx) dizem qual é a per-missão de acesso ao dono do arquivo. Neste caso henrique tem a permissão de ler (r - read), gravar (w - write) e executar (x -execute) o arquivo texto.

• Da quinta a sétima letra (rwx) diz qual é a permissão de acesso ao grupo do arquivo. Nesse caso, todos os usuários que pertencem ao grupo users têm a permissão de ler (r), gravar (w), e também executar (x) o arquivo texto.

• Da oitava à décima letras obtemos as informações das permissão de acesso a outros usuários. Nesse caso, esses outros usuários têm a permissão de ler (r), gravar (w), e também executar (x) o arquivo texto.

Exemplos de utilização do comando chmod em que u (user – dono do arquivo), g (group – grupo) e o (others – outros):

• chmod g+r *: permite que todos os usuários que pertençam ao grupo dos arquivos (g) tenham (+) permissões de leitura (r) em todos os arquivos do diretório atual.

• chmod o-r texto.txt: retira (-) a permissão de lei-tura (r) do arquivo texto.txt para os outros usuários (usuários que não são donos e não pertencem ao grupo do arquivo texto.txt).

• chmod uo+x texto.txt: inclui (+) a permissão de execução do arquivo texto.txt para o dono e outros usuários do arquivo.

• chmod a+x texto.txt: inclui (+) a permissão de execução do arquivo texto.txt para o dono, grupo e outros usuários.

• chmod a=rw texto.txt: define a permissão de todos os usuários exatamente (=) para leitura e gravação do arquivo texto.txt.

Comparação entre dispositivos

DOS/Windows LinuxA: /dev/fd0B: /dev/fd1C: /dev/hda1 ou /dev/sda1LPT1 /dev/lp0LPT2 /dev/lp1LPT3 /dev/lp2COM1 /dev/ttyS0COM2 /dev/ttyS1COM3 /dev/ttyS2COM4 /dev/ttyS3

WINDOWS 7

PRINCIPAIS INOVAÇÕES

• Snap: é uma nova maneira de redimensionar jane-las abertas, simplesmente arrastando-as para as bordas da tela. Dependendo do local para onde você arrastar uma janela, você poderá colocá-la na tela inteira ou exibi-la lado a lado com outra janela.

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• Aero Peek: permite que você enxergue através de outras janelas abertas no Windows 7. Para visuali-zar o desktop deixando todas as janelas transpa-rentes, basta apontar o ponteiro do mouse para a borda direita da barra de tarefas e perceba que as janelas abertas ficarão transparentes:

Para visualizar uma janela deixando todas as janelas transparentes, basta apontar o ponteiro do mouse para o ícone da janela na barra de tarefas.

Caso o usuário clique no botão Mostrar a Área de Tra-balho, as janelas serão minimizadas. Caso o usuário clique novamente o botão, as janelas serão mostradas novamente.

• Aero Shake: ao pressionar e manter pressionado o botão esquerdo do mouse sobre a barra de títulos e chacoalhar o mouse para direita e para esquerda rapidamente, todas as janelas serão minimizadas exceto a janela na qual a ação foi feita.

• Lista de atalhos: a lista de atalhos aparece ao se clicar com botão direito do mouse sobre um ícone na barra de tarefas. A lista de atalhos depende totalmente do programa. Ao se clicar com o botão direito do mouse sobre o ícone do Word, aparecem os documentos recentes. Ao se clicar com o botão direito do mouse sobre o ícone do Internet Explorer, aparece a lista de sites visitados com frequência. Ao se clicar com o botão direito do mouse sobre o ícone do Windows Media Player, aparece uma lista com as músicas que você escuta mais.

Clicar com o botão direito do mouse em um ícone de programa permite fixar ou desafixar um programa na barra de tarefas e permite fechar o programa. Fixar o programa permite manter o ícone do programa na barra de tarefas sempre disponível.

• Windows Live Essentials: é um software gratuito que pode ser baixado da Internet permitindo ampliar os recursos do Windows 7. O download gratuito inclui: Messenger, Galeria de Fotos, Mail, Writer, Movie Maker, Proteção para a Família, Toolbar. O Messenger permite realizar uma conversa instan-tânea com amigos e familiares. A Galeria de Fotos permite encontrar e compartilhar fotos. O Mail per-mite gerenciar várias contas de e-mail. O Writer per-mite gerenciar um blog, criando posts e adicionando fotos e vídeos. O Movie Maker permite transformar fotos e vídeos em filmes. O Proteção para a Famí-lia permite gerenciar atividades online para a segu-rança das crianças. O Toolbar permite fazer buscas na web utilizando o Bing.

• Nova Barra de Tarefas do Windows: é o mesmo local para alternar entre janelas. Mas a barra de tarefas ganhou novas funcionalidades. Por exem-plo, é possível fixar programas na barra de tarefas, reordenar os ícones clicando e arrastando, visuali-zar uma miniatura dos programas e arquivos aber-tos. Apontando para o ícone de um programa na barra de tarefas, é possível visualizar a miniatura da janela e também fechar a janela. O Windows Vista somente permitia visualizar a miniatura, mas não permitia fechar a janela.

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• Gadgets: o Windows 7 não tem o recurso de Barra Lateral (Sidebar) do Windows Vista. Mas os Gad-gets (tradução: bugigangas) foram mantidos. O usu-ário poderá exibi-los na área de trabalho. Para adi-cionar, o usuário poderá clicar com o botão direito do mouse sobre a área de trabalho e selecionar a opção Gadgets.

• Central de Ações: o Central de Ações centraliza as mensagens dos principais recursos de manu-tenção e segurança do Windows, incluindo o Win-dows Defender e Controle de Conta de Usuário. Se o Windows precisar emitir um aviso, aparecerá um ícone na barra de tarefas. Ao clicar o ícone, você verá alertas e correções sugeridas para problemas. Você poderá ajustar quais mensagens serão mos-tradas no Painel de Controle.

• Modo Windows XP: o modo Windows XP permite executar programas antigos do Windows XP na área de trabalho do Windows 7. O modo Windows XP é um download separado e funciona apenas no Windows 7 Professional, Ultimate e Enterprise. O modo Windows XP também exige software de virtu-alização como o Microsoft Virtual PC, que também está disponível gratuitamente para download. A intenção é impedir que programas corporativos anti-gos se tornem obsoletos, ou seja, possam ser exe-cutados no Windows 7.

• Streaming de mídia remoto: com dois computa-dores com Windows 7 e conectados à Internet, a ferramenta permite que você possa acessar a sua biblioteca do Windows Media Player remotamente. Essa ferramenta só está disponível nas versões Home Premium, Professional, Ultimate e Enterprise do Windows 7.

• Controle dos Pais: você pode usar os Controles dos Pais para definir limites para a quantidade de horas que seus filhos podem usar o computador, os tipos de jogos que podem jogar e os programas que podem executar. Com os Controles dos Pais no Windows Media Center, também é possível blo-quear o acesso a filmes e programas de TV censu-ráveis.

• Lista de Saltos: a Lista de Saltos aparece no menu Iniciar e na barra de tarefas. As Listas de Saltos são listas de itens recentes, como arquivos, pastas ou sites, organizados pelo programa que você usa para abri-los. Além de poder abrir os itens recen-tes usando uma Lista de Saltos, você pode também fixar itens favoritos em uma Lista de Saltos.

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Ferramentas que vieram do Windows Vista

• Windows Aero: é a interface de usuário para a visualização das janelas. O recurso possui uma aparência de vidro transparente com animações sutis de janelas e novas cores de janelas. Recur-sos do Windows Aero: Miniatura ao Vivo na Barra de Tarefas, o Windows Flip, o Windows Flip 3D e a Barra Lateral. O Windows Aero foi aprimorado do Windows Vista para o Windows 7.

• Windows Flip: é a evolução da alternância de janelas realizada pelas teclas ALT+TAB. O Win-dows Flip exibe uma miniatura das janelas abertas ao invés de ícones genéricos, facilitando as iden-tificações rápidas das janelas.

• Windows Flip 3D: é outra maneira de se encon-trar uma janela. Ao se utilizar as teclas WINKEY + TAB, o Windows Flip 3D exibe o conteúdo das janelas de forma empilhada e tridimensional.

• Pesquisa Indexada (Windows Search): o Win-dows gera um arquivo de índice com as informa-ções catalogadas dos arquivos que estão nas pastas cuja indexação é realizada. Para escolher quais pastas são indexadas, o usuário poderá acessar a opção Opções de Indexação do Painel de Controle. O índice armazena informações sobre arquivos, incluindo o nome do arquivo, data de modificação e propriedades como autor, marcas e classificação. Ou seja, a pesquisa é feita no índice e não nos arquivos e é esse índice que permite obter o resultado de uma pesquisa em apenas alguns segundos. O Windows Search foi aprimo-rado do Windows Vista para o Windows 7.

• Windows Defender: o Windows 7 possui anti--spyware nativo. Com o Windows Defender, o usuário poderá verificar a existência desse tipo de código malicioso. O Windows Defender foi aprimo-rado do Windows Vista para o Windows 7.

• Windows ReadyBoost: o Windows ReadyBoost foi projetado para ajuda quando a memória do PC for insuficiente. Pouca memória RAM pode tornar o computador lento porque, com pouco memó-ria RAM, o Windows utiliza a memória virtual. A memória virtual é criada a partir do disco rígido. Como o disco rígido é uma memória lenta, ao utili-zar a memória virtual o computador ficará lento. O ideal é ter bastante memória RAM. O ReadyBoost permite utilizar uma memória flash (como um pen drive, por exemplo) como alternativa para a pouca quantidade de memória RAM.

• BitLocker: permite proteger os dados contra perda, roubo ou hackers. O BitLocker foi aprimo-rado no Windows 7 e está disponível na versão Ultimate. O BitLocker criptografa toda a unidade na qual o Windows e seus dados estão armazenados.

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Uma inovação é o BitLocker To Go que permite criptografar todo o conteúdo de um dispositivo de armazenamento portátil como unidades flash USB e discos rígidos externos. O BitLocker foi aprimo-rado do Windows Vista para o Windows 7.

• Índice de Experiência do Windows: o Índice de Experiência do Windows mede a capacidade de configuração de hardware e software do computa-dor e expressa essa medida como um número deno-minado pontuação básica. Uma pontuação básica mais alta significa geralmente que o computador terá um desempenho melhor e mais rápido do que um computador com uma pontuação básica mais baixa ao executar tarefas mais avançadas e inten-sivas em recursos.

• Ferramenta de captura: permite capturar uma parte da tela para salvar ou compartilhar a imagem.

E X E R C Í C I O S

1. (MINISTÉRIO DO TURISMO – AGENTE ADMINIS-TRATIVO) Com relação aos sistemas de software li-vre, assinale a alternativa correta.a. O Firefox e o Thunderbird são programas utiliza-

dos, respectivamente, para acessar o correio ele-trônico e navegar na Internet.

b. O Linux é um sistema operacional multitarefa, mas não é multiusuário.

c. O KDE e o Gnome são os principais gerenciadores de arquivos do Linux.

d. O NTFS (New Technology File System) é utilizado preferencialmente como sistema de arquivos do Linux.

e. O BrOffice é um conjunto de aplicativos que possui funcionalidades equivalentes às do Microsoft Offi-ce.

2. (HFA – ANALISTA TÉCNICO ADMINISTRATIVO) Pro-cessadores de texto são programas usados em com-putadores para criar e modificar documentos comple-xos como cartas, currículos, apostilas etc. Assinale a alternativa que apresenta apenas nomes de processa-dores de texto para Windows.a. KWord, Konqueror, MSOffice.b. Word, Writer, WordPerfect.c. Excel, PowerPoint, Word.d. Visio, Word, Access.e. Outlook, Gmail, Yahoo.

3. (TRE/AP – ANALISTA JUDICIÁRIO) Em relação ao BrOffice.org 3.1, considere:I – Em um arquivo aberto no Writer quando o cursor

está em qualquer linha de qualquer parágrafo, ao se pressionar a tecla Home ele irá se posicionar no início do texto.

II – Em uma planilha do Calc, se a célula E8, que contém a fórmula =($D$2+SOMA(C3:C7))/$D$1, for copiada para a célula F9, através de Ctrl+C e Ctrl+V, a célula F9 conterá a fórmula =($D$2+SOMA(D4:D8))/$D$1.

III – No Writer as ações das teclas F7, Ctrl+F12 e Ctrl+F4 correspondem, respectivamente, verificar ortografia, inserir tabela e fechar documento.

IV – No Calc a fórmula =SOMA(A1:B2;B4) irá executar a soma de A1, B2 e B4.

Está correto o que se afirma, SOMENTE em:a. I e II.b. I, II e IV.c. I, III e IV.d. II e III.e. II, III e IV.

4. (TRE/RN – ANALISTA JUDICIÁRIO) Em relação à In-ternet e correio eletrônico, é correto afirmar:a. No Internet Explorer 7 é possível navegar entre si-

tes, por meio de separadores conhecidos por abas, não necessitando, portanto, a abertura de várias janelas.

b. Redes wireless, embora permitam conexão à Inter-net não são configuráveis no ambiente de Intranet.

c. Correios eletrônicos possuem recursos nativos que impedem a propagação de vírus enviados por e--mail.

d. Em Intranet não é permitido operações de downlo-ad, dada às facilidades oferecidas pela rede local.

e. Uma das vantagens do webmail é que as mensa-gens, ao chegarem, são imediatamente baixadas para o computador do usuário.

5. (TRT 4ª REGIÃO – ANALISTA JUDICIÁRIO) São itens de mesmo nome e funcionalidade do menu Ferramen-tas nos editores de textos do Microsoft Office e do BrO-ffice.org:a. Numeração de linhas; Galeria; AutoResumo.b. AutoResumo; Galeria; Proteger Documento.c. Numeração de linhas; AutoResumo; Ortografia e

gramática.d. Ortografia e gramática; Idioma; Opções de autocor-

reção.e. Idioma; Notas de rodapé; Modelos e suplementos.

6. (TRE/TO – ANALISTA JUDICIÁRIO)

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A figura é uma caixa de diálogo típica:a. tanto do Microsoft Word quanto do BrOffice.org

Writer.b. do menu Ferramentas no BrOffice.org Writer.c. do menu Ferramentas no Microsoft Word.d. do menu Formatar no BrOffice.org Writer.e. do menu Formatar no Microsoft Word.

7. (TRE/TO – ANALISTA JUDICIÁRIO)

Figura 1

Figura 2

Para obtenção do conteúdo apresentado na Figura 2:a. basta selecionar as células A1, A2 e A3 e utilizar o

botão Mesclar células no BrOffice.org Calc.b. basta selecionar as células A1, A2 e A3 e utilizar o

botão Mesclar e centralizar no Microsoft Excel.c. é necessário selecionar as células A1 e A2, utili-

zar o botão Mesclar células e copiar o conteúdo da célula A3, tanto no Microsoft Excel quanto no BrOffice.org Calc.

d. basta selecionar as células A1, A2 e A3 e utilizar o botão Mesclar e centralizar, tanto no BrOffice.org Calc quanto no Microsoft Excel.

e. é necessário mesclar as células A1, A2 e A3 e digi-tar as palavras Regional e Eleitoral, pois os conte-údos das células A2 e A3 serão perdidos, tanto no BrOffice.org Calc quanto no Microsoft Excel.

Para responder às cinco próximas questões, considere algumas regras de utilização de computadores.

I – Seu nome de usuário e senha são pessoais e in-transferíveis e dão acesso aos computadores da rede local, bem como, aos seus arquivos pessoais, sendo de sua inteira responsabilidade o mau uso desses recursos.

II – O limite de espaço do servidor para seus ar-quivos e/ou e-mails será, no máximo, de 1 GB.

III – O acesso às salas de bate-papo é permitido so-mente em horários pré-estabelecidos e disponibili-zados pela área de segurança da rede.

IV – Por questões de segurança, não é permitido o acesso às configurações do programa de antivírus instalado nos computadores.

V – Por questões de padronização e de compatibilida-de com o parque de impressoras instaladas, todos os documentos produzidos pelo Microsoft Word deverão ser configurados para utilizar o tamanho de papel A4.

8. (SERGAS – ASSISTENTE ADMINISTRATIVO)No item I, mau uso refere-se a:a. não utilização de proteção de tela.b. senhas com menos de 10 algarismos.c. distribuição inadequada de arquivos dentro das

pastas.d. arquivos pessoais misturados com arquivos corpo-

rativos.e. usuário com nome comum e senha contendo ape-

nas letras.

9. (SERGAS – ASSISTENTE ADMINISTRATIVO) No item II, 1 GB corresponde, genericamente, a:a. a. 1.000 bytes.b. b. 1.000.000 bits.c. 1.000.000 bytes.d. 1.000.000.000 bits.e. 1.000.000.000 bytes.

10. (SERGAS – ASSISTENTE ADMINISTRATIVO) O bate--papo a que se refere o item III é também conhecido por:a. blog.b. chat.c. e-mail pessoal.d. blogger.e. blogosfera.

11. (SERGAS – ASSISTENTE ADMINISTRATIVO) A res-trição contida no item IV previne o ataque de vírus, tal como aquele que traz em seu bojo um código a parte, que permite a um estranho acessar o micro infecta-do ou coletar dados e enviá-los pela Internet para um desconhecido, sem que o usuário saiba. Esse vírus é conhecido por:a. vírus de boot.b. spyware ou programa espião.c. spam.d. worm ou verme.e. trojan ou cavalo de troia.

12. (SERGAS – ASSISTENTE ADMINISTRATIVO) No Word (Microsoft Office 2003), o tamanho de papel cita-do no item V, pode ser configurado por meio do menu:a. Inserir.b. Editar.c. Arquivo.d. Formatar.e. Exibir.

13. (BB – ESCRITURÁRIO)Um recurso bastante útil nas apresentações de PowerPoint ou Impress é o slide mestre. O slide mestre serve para:a. resumir os tópicos da apresentação.b. controlar a ordem de apresentação dos slides.

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c. controlar, por software, todas as funcionalidades do equipamento projetor.

d. exibir a apresentação sem a necessidade de ter o PowerPoint ou Impress instalado em seu compu-tador.

e. definir uma formatação padrão para todos os slides que forem criados com base nele.

14. (BB – ESCRITURÁRIO) No Excel ou Calc, em pla-nilhas grandes e com muitas fórmulas pode ser inte-ressante desligar o cálculo automático das fórmulas. Tendo desligado o cálculo automático, podemos recal-cular todas as fórmulas de uma planilha manualmente teclando:a. CTRL + F5.b. F6.c. CTRL + F7.d. ALT + F8.e. F9.

15. (BB – ESCRITURÁRIO) No Excel ou Calc, uma plani-lha apresenta os seguintes dados:

• A1 = 2, B1 = 3, C1 = 4• A célula D1 tem a seguinte fórmula:• =SE (B1*A1 – 5 > 0;C1 – B1*A1; (C1 – A1)^A1 +

B1*C1 + A1)

O valor da célula D1 é:a. negativo.b. positivo, par e menor que 10.c. positivo, par e maior que 10.d. positivo, ímpar e menor que 10.e. positivo, ímpar e maior que 10.

16. (BB – ESCRITURÁRIO) Muitas vezes a aplicação do comando <Substituir Tudo> num editor de texto (Writer ou Word) pode gerar algumas substituições indeseja-das. Um digitador pediu para substituir todas as ocor-rências de oito por sete. Além da palavra oito, foram substituídas, de forma indesejada, as palavras biscoito (virou biscsete) e afoito (virou afsete). Este problema poderia ter sido evitado se o digitador, na caixa de diá-logo do comando, tivesse marcado:a. Coincidir maiúscula/minúscula.b. Ignorar sufixos.c. Somente palavras inteiras.d. Consultar dicionário antes de substituir.e. Analisar a semântica da palavra substituída.

17. (BB – ESCRITURÁRIO) Um digitador extremamente veloz tinha o vício de digitar a palavra administração em vez de administração. Para resolver este problema, configurou um recurso de seu editor de textos (Word/Writer) para corrigir automaticamente, ao término da digitação, a palavra digitada erradamente pela palavra correta. Qual recurso foi utilizado?a. Autocorreção.b. Formatar Estilo.c. Formatar Palavras Frequentemente Erradas.d. Formatar Palavras.e. Digita Certo.

18. (BB – ESCRITURÁRIO) Uma planilha, Excel ou Calc, apresenta os seguintes dados:

• A1 = 6; B1 = 5; C1 = 7; D1 = 6;• A2 = 3; B2 = 4; C2 = 4; D2 = 5;• C3 = 3; D3 = 2;

A célula B3 contém a fórmula =$A$1*$B1–A$2*B2 = 18 que foi copiada para a célula D4. O resultado da fórmula em D4 éa. 10.b. 12.c. 16.d. 18.e. 20.

19. (BB – ESCRITURÁRIO) Em relação aos recursos co-muns, tanto no Windows, quanto no Linux, é INCOR-RETO afirmar que possuem:a. sistema operacional de código aberto.b. sistema operacional multiusuário e multitarefa.c. suporte a vários sistemas de arquivos.d. restrição de acesso a usuários, arquivos e pastas

(diretórios).e. administração e assistência remotas.

20. (BB – ESCRITURÁRIO) Nos processadores de texto Word e BrOffice.org Writer, são comandos com fun-ções e nomes idênticos:a. Copiar, Controlar alterações e Mapa do documen-

to.b. Pesquisar arquivo, Salvar como e Visualizar página

da Web.c. Ir para, Recortar e Diminuir recuo.d. Layout de impressão, Hyperlink e Copiar.e. Centralizar, Colar e Limites da tabela.

21. (BB – ESCRITURÁRIO) Considere a planilha abaixo:

Os produtos da coluna C foram obtidos pela aplica-ção da fórmula A2*B2, copiada de C2 para C3 e C4. Tanto no Excel quanto no BrOffice.org Calc, utilizando o mesmo procedimento para a coluna D, os produtos exibidos em D2, D3 e D4, foram obtidos pela fórmula em D2 igual a:

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a. $A$2*B$2.b. $A$2*$B$2.c. A$2*B2.d. A2*$B$2.e. $A2*B2.

22. (BB – ESCRITURÁRIO) |No que se refere aos recur-sos existentes em navegadores da Internet, considere:

I – Mecanismo de busca interna na página, conhecida como find as you type. À medida que a palavra é digitada, todas as ocorrências vão sendo exibidas e destacadas na página, simultaneamente.

II – Navegação tabulada, também chamada de nave-gação por abas, que permite ao usuário abrir diver-sas páginas em uma mesma janela, tendo na parte superior um índice com a aba de cada página.

III – Uma palavra qualquer, digitada aleatoriamente na barra de endereço, aciona um motor de busca que traz o resultado da pesquisa na Internet. Em re-lação ao Internet Explorer e ao Mozilla Firefox, é correto afirmar:

a. Todos os itens são recursos apenas do Internet Ex-plorer.

b. Todos os itens são recursos apenas do Mozilla Fi-refox.

c. Todos os itens são recursos de ambos os navega-dores.

d. Os itens I e III são recursos do Internet Explorer e o item II do Mozilla Firefox.

e. O item I é um recurso do Internet Explorer e os itens II e III são do Mozilla Firefox.

23. (SEFAZ/SP – TÉCNICO DA FAZENDA) Considere as seguintes definições sobre os navegadores de Inter-net:

I – Janela do navegador que surge automaticamente, geralmente aberta sem que o usuário a solicite e é usada para propaganda.

II – Dispositivo interno do navegador que consiste em uma área para armazenamento temporário de pá-ginas visitadas com frequência ou já vistas, permi-tindo agilidade para novos acessos a tais páginas.

III – Aplicativo usado para adicionar funções ao nave-gador, provendo alguma funcionalidade especial ou muito específica. Geralmente, são utilizados nos navegadores para tocar vídeos, procurar vírus e mostrar novos tipos de arquivos.

Os itens I, II e III referem-se, respectivamente, a:a. pop-up – cookie – feed RSS.b. SPAM – cachê – feed RSS.c. SPAM – cookie – feed RSS.d. pop-up – cache – plug-in.e. pop-up – cookie – plug-in.

24. (TRT 14ª REGIÃO – TÉCNICO JUDICIÁRIO) São pro-gramas com funções idênticas, tanto no Microsoft Offi-ce quanto no BrOffice.org 3.1:

a. Word e Impress.b. Excel e Writer.c. PowerPoint e Draw.d. Access e Base.e. Publisher e Math.

25. (TRE/TO – TÉCNICO JUDICIÁRIO) No processador de texto do Microsoft Office o texto selecionado pode ser sublinhado utilizando simultaneamente as teclas Crtl + S e negritado utilizando simultaneamente as te-clas Crtl + N. No processador de texto do BrOffice o mesmo efeito é conseguido utilizando, respectivamen-te, as teclas:a. Crtl + S e Crtl + Nb. Crtl + S e Crtl + Bc. Crtl + U e Crtl + Bd. Crtl + U e Crtl + Ne. Crtl + _ e Crtl + –

G A B A R I T O

1. e2. b3. b4. a5. d6. e7. a8. a9. e

10. b11. e12. c13. e14. e15. a16. c17. a18. c19. a20. d21. c22. c23. d24. d25. a

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SUMÁRIO

LEI ORGÂNICA DO DISTRITO FEDERAL

DOS FUNDAMENTOS DA ORGANIZAÇÃO DOS PODERES E DO DISTRITO FEDERAL .............................213

DA ORGANIZAÇÃO DO DISTRITO FEDERAL. DA ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA DO DISTRITO FEDERAL ......................................................................................................................................................222

DOS SERVIDORES PÚBLICOS .....................................................................................................................241

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INTRODUÇÃO

A Lei Orgânica do Distrito Federal (LODF) foi elaborada com base no art. 32 da Constituição Federal (CF) e promul-gada no dia 08 de junho de 1993. Contudo, já sofreu diver-sas emendas (atual ELO n. 86/2015).

Vejamos o art. 32 da CF:

Art. 32. O Distrito Federal, vedada sua divisão em Municípios, reger-se-á por lei orgânica, votada em dois turnos com interstício mínimo de dez dias, e aprovada por dois terços da Câmara Legislativa, que a promul-gará, atendidos os princípios estabelecidos nesta Constituição.

Este livreto trata dos temas mais cobrados da LODF nos concursos públicos no DF e demonstra, por meio de macetes, dicas, quadros comparativos, perguntas com res-postas e exercícios novos e de provas anteriores (mais de 368 questões), como estudar a referida matéria para se con-seguir gabaritar as questões do concurso público.

Para facilitar o estudo, cada tema terá questões de concursos públicos, bem como questões de autoria do Pro-fessor Wilson Garcia, com seus respectivos gabaritos, para você, candidato(a), poder treinar todo aprendizado.

É mostrado o passo a passo para você ser um ven-cedor nas provas de LODF. Inclusive, foram acrescentadas informações sobre a Constituição Federal e a Lei Comple-mentar n. 840 de 2011, com dicas e quadros comparativos esquematizados.

Esta 2ª edição está totalmente atualizada conforme: a Emenda à Lei Orgânica n. 86, de 4 de março de 2015; a Emenda Constitucional n. 88, de 8 de maio 2015; novas súmulas do STF e STJ.

1. CONCEITO DE LODF

A LODF é uma norma fundamental de imposição para os órgãos, entidades, agentes públicos pertencentes ao DF, bem como para as pessoas residentes ou de passagem dentro do DF.

Quais são os objetivos da LODF?

Segundo o preâmbulo expresso na LODF, a Lei Orgâ-nica do Distrito Federal tem por objetivos:

• organizar o exercício do poder;• fortalecer as instituições democráticas;• fortalecer os direitos da pessoa humana.

2. NATUREZA JURÍDICA DA LODF

A LODF é uma norma. Logo, deve ter uma natureza jurídica. Será ela uma lei municipal ou constituição estadual? Apesar da divergência encontrada na doutrina, para prova de concursos, leve a informação de que a LODF, segundo o entendimento do Supremo Tribunal Federal (STF), tem status, qualidade, equivalência, de Constituição Estadual.

JURISPRUDÊNCIA SOBRE STATUS DA LODFADI 980/ DF – DISTRITO FEDERAL AÇÃO DIRETA

DE INCONSTITUCIONALIDADE – Relator (a): Min. MENEZES DIREITO – Julgamento: 06.03.2008 Órgão Julgador: Tribunal Pleno. A Lei Orgânica tem força e autoridade equivalentes a um verdadeiro estatuto constitucional, podendo ser equiparada às Consti-tuições promulgadas pelos estados-membros, como assentado no julgamento que deferiu a medida cautelar nesta ação direta. 5. Tratando-se de criação de funções, cargos e empregos públicos ou de regime jurídico de ser-vidores públicos impõe-se a iniciativa exclusiva do Chefe do Poder Executivo nos termos do art. 61, § 1º, II, da Constituição Federal, o que, evidentemente, não se dá com a Lei Orgânica. 6. Ação direta de inconstitucionali-dade julgada procedente.

Graficamente a LODF está logo abaixo da CF e ao lado de uma Constituição Estadual, conforme ilustração a seguir:

CONSTITUIÇÃO FEDERAL

CONSTITUIÇÃO ESTADUAL

LEI ORGÂNICA MUNICIPAL

LODF

E X E R C Í C I O S

1. (MPDFT / PROMOTOR DE JUSTIÇA / 2011) A Lei Orgânica do Distrito Federal tem força e autoridade equivalentes às das Constituições promulgadas pelos estados-membros.

2. A LODF, por ser uma lei orgânica, tem status de lei orgânica municipal.

3. Conforme estabelece o art. 32 da Constituição Fede-ral, o Distrito Federal, vedada sua divisão em muni-cípios, reger-se-á por Constituição Estadual, votada em dois turnos com interstício mínimo de dez dias, e aprovada por um terços da Câmara Legislativa, que a outorgará, atendidos os princípios estabelecidos na Constituição Federal.

4. Segundo o art. 25 da CF, o Distrito Federal organiza-se e rege-se pela Constituição Estadual e leis que adotar, observados os princípios da Constituição Federal.

5. A LODF é a norma suprema dentro do DF e, inclusive, está acima da CF.

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G A B A R I T O

1. C2. E3. E4. E5. E

Como toda norma jurídica, a LODF deve ser compatí-vel com a CF; caso contrário, a norma será inconstitucional (princípio da supremacia da Constituição).

A LODF é composta de três partes:• Preâmbulo;• Corpo com 365 artigos (que sofreram 71 emendas);• Atos das Disposições Transitórias com 59 artigos.

Para facilitar o seu estudo, abordaremos o que é mais cobrado em concursos públicos relativo à LODF.

3. PREÂMBULO DA LODF

Lendo a primeira parte da LODF, verifica-se a existên-cia de um preâmbulo.

O que é preâmbulo?

Num conceito simples, o preâmbulo é o preliminar, a introdução de algo. Juridicamente falando, preâmbulo é um texto preliminar, não normativo, que expõe a intenção do texto normativo que o segue, dando a origem e legitimidade; porém, tem força interpretativa e integração da norma.

Qual é o preâmbulo da LODF?

“Sob a proteção de Deus (isso não retira a laicide do DF, isto é, o DF não tem religião oficial), nós, Deputados Distritais, legítimos representantes do povo do Distrito Federal, investidos de Poder Constituinte (destaca a equi-valência à Constituição Estadual), respeitando os preceitos da Constituição da República Federativa do Brasil (caso contrário a LODF seria inconstitucional), promulgamos (não é outorgada – pois foi feito por um poder constituinte demo-crático) a presente Lei Orgânica, que constitui a Lei Funda-mental do Distrito Federal, com o objetivo de organizar o exercício do poder, fortalecer as instituições democráticas e os direitos da pessoa humana.”

E X E R C Í C I O S

1. Não há preâmbulo na LODF, tendo em vista seu cará-ter subsidiário.

2. O preâmbulo expresso na LODF demonstra o catolicis-mo obrigatório no DF.

3. “Nós, representantes do povo brasileiro, reunidos em Assembleia Nacional Constituinte para instituir um Es-tado Democrático, destinado a assegurar o exercício

dos direitos sociais e individuais, a liberdade, a segu-rança, o bem-estar, o desenvolvimento, a igualdade e a justiça como valores supremos de uma sociedade fraterna, pluralista e sem preconceitos, fundada na harmonia social e comprometida, na ordem interna e internacional, com a solução pacífica das controvér-sias, promulgamos, sob a proteção de Deus, a seguin-te Lei Orgânica do Distrito Federal”, este é o preâmbu-lo previsto na LODF.

G A B A R I T O

1. E2. E3. E

4. DOS FUNDAMENTOS DA ORGANIZAÇÃO DOS PODE-RES E DO DISTRITO FEDERAL

O DF é um ente federativo do Brasil, sendo uma pessoa jurídica de direito público interno (não é direito público inter-nacional) pertencente à Administração Pública Direta (é uma das 27 unidades federativas do Brasil).

IMPORTANTE:

O DF não é a Capital Federal. A capital federal é Brasília, a qual é sede do governo do Distrito Federal (art. 6º da LODF e art. 18, § 1º da CF).

E X E R C Í C I O S

1. (CESPE/ TJDFT/ APLICAÇÃO/ 2013) Apesar do en-tendimento comum de que Brasília seria a capital fe-deral, a CF atribui ao DF a condição de capital federal, razão por que proíbe, taxativamente, a divisão dessa unidade federada em municípios.

2. Distrito Federal é capital da República Federativa do Brasil.

3. (CESPE/ IBRAM/ ANALISTA DE ATIVIDADES DO MEIO AMBIENTE/ 2009) A LODF prevê expressamen-te que o Distrito Federal (DF) é a capital da República Federativa do Brasil.

4. (FUNIVERSA/ SEPLAG-DF/ PROFESSOR/ FISIOTE-RAPIA/ 2010) O DF integra a Federação e mantém resguardada a sua personalidade de Direito Público Internacional.

5. (FUNIVERSA/ UEG/ ASSISTENTE DE GESTÃO AD-MINISTRATIVA/ 2015) O Distrito Federal é a capital da República Federativa do Brasil.

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O DF integra a união indissolúvel da República Federa-tiva do Brasil (art. 2º da LODF), sendo proibida a secessão, ou seja, apesar de o DF possuir autonomia, não pode retirar--se politicamente do Brasil.

O art. 1° da LODF determina que o DF possui autono-mia (não é soberania – a República Federativa do Brasil é que possui soberania). O DF não é subordinado à União, ou seja, não tem relação de hierarquia, pois o DF possui a sua autonomia. O art. 18 da CF estabelece que: “a orga-nização político-administrativa da República Federativa do Brasil compreende a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, todos autônomos, nos termos desta Cons-tituição”.

Quais são os tipos de autonomia que o DF possui? (art. 1º da LODF)

Aqui temos um macete. Os tipos de autonomia são “PAF” (Política, Administrativa e Financeira):

Política – Ex.: possui governador, deputados, capaci-dade legislativa.

Administrativa – Ex.: criação de regiões administra-tivas; criação de cargos e órgãos públicos; realiza-ção de licitação.

F inanceira – Ex.: verba destinada à cultura local.

Mas apesar de ter autonomia, deve respeitar os precei-tos da CF, pelo princípio da “supremacia da Constituição”.

A autonomia do DF é tão importante que a sua preser-vação está prevista como valor fundamental no art. 2º, I da LODF.

O território do DF compreende o espaço físico-geográ-fico que se encontra sob seu domínio e jurisdição (art. 8º da LODF).

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1. (FUNIVERSA/ SEAP-DF/ AGENTE DE ATIVIDADES PENITENCIÁRIAS/ 2015) Enquanto federação, a Re-pública Federativa do Brasil comporta o direito de se-cessão por parte dos entes federados.

2. (FUNIVERSA/ SEPLAG-DF/ PROFESSOR/ FISIOTE-RAPIA/ 2010) A Lei Orgânica permite ao DF retirar-se da Federação, tendo em vista sua característica espe-cial de capital da República.

3. (CESPE/ INSTITUTO RIO BRANCO/ DIPLOMATA/ 2014) A ordem constitucional brasileira não admite o chamado direito de secessão, que possibilita que os estados, o Distrito Federal e os municípios se separem do Estado Federal, preterindo suas respectivas auto-nomias, para formar centros independentes de poder.

4. (CESPE/ INSTITUTO RIO BRANCO/ DIPLOMATA/ 2012) Dada a inexistência, no ordenamento jurídico nacional, do denominado direito de secessão, qual-quer tentativa de um estado-membro de exercer esse direito constitui ofensa à integridade nacional, o que dá ensejo à decretação de intervenção federal.

5. (FCC/ TRT 2ª REGIÃO / TÉCNICO JUDICIÁRIO / ÁREA ADMINISTRATIVA/ 2014) Os Estados-Membros possuem autonomia administrativa e política, sendo dado a eles o direito de secessão.

6. (TJDFT/ JUIZ/ 2007) Os Estados federados participam das deliberações da União, podendo dispor ou não do direito de secessão, caso o liame esteja consagrado, respectivamente, em um tratado internacional ou em uma Constituição.

7. (VUNESP/ ADVOGADO/ 2014) Em decorrência do princípio da indissolubilidade do vínculo federativo, qualquer tentativa de secessão do Estado-Membro permitirá a decretação de intervenção federal.

8. (CESPE/ TRT 10ª REGIÃO (DF E TO)/ ANALISTA JU-DICIÁRIO/ ÁREA ADMINISTRATIVA/ 2013) Embora a Federação seja um dos princípios fundamentais da CF, nada impede que o direito de secessão seja intro-duzido no ordenamento jurídico brasileiro por meio de emenda constitucional.

9. (CESPE/ TÉCNICO DE CONTABILIDADE/ 2010) De acordo com o princípio federativo adotado no Brasil, os estados-membros possuem autonomia administrativa e política, sendo vedado a eles o direito de secessão.

10. (FCC/ TRT 8ª REGIÃO (PA E AP)/ ANALISTA JUDICI-ÁRIO/ ÁREA ADMINISTRATIVA/ 2010) As finalidades básicas do princípio da indissolubilidade do vínculo fe-derativo são o direito de secessão e a prevalência dos interesses da União sobre os Estados, Distrito Federal e Municípios.

11. (FUNIVERSA/ PM-DF/ SOLDADO DA POLÍCIA MI-LITAR/ COMBATENTE/ 2013) O DF encontra-se no pleno exercício de sua autonomia política e adminis-trativa, não gozando, porém, de autonomia financeira.

12. Segundo a LODF, a sede do governo do DF é Brasília, capital da República Federativa do Brasil.

13. O DF é uma unidade federada sem autonomia, pois não possui capacidade de auto-organização, autogo-verno e autoadministração.

14. O DF possui soberania, tendo em vista ser a capital da República.

15. O Distrito Federal, no pleno exercício de sua sobera-nia, e autonomia administrativa e financeira, obser-vados os princípios constitucionais, reger-se-á por lei ordinária federal.

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16. O DF é subordinado à União.

17. Não se pode atribuir ao DF autonomia, pois ele não tem natureza nem de estado nem de município, por ser tido como ente anômalo ou sui generis.

18. Todos os órgãos do DF são organizados e mantidos pela União, tendo em vista que o DF não possui auto-nomia administrativa e política.

19. É valor fundamental expresso na LODF a preservação de sua soberania.

20. (CESPE/ TCE-ES/ PROCURADOR ESPECIAL DE CONTAS/ 2009) O DF não dispõe da capacidade de auto-organização, já que não possui competência para legislar sobre organização judiciária, organização do MP e da Defensoria Pública do DF e dos Territórios.

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1. (CESPE/ TJDFT/ ANALISTA JUDICIÁRIO/ ÁREA JU-DICIÁRIA/ 2013) São símbolos do Estado federal bra-sileiro a bandeira, o hino, as armas e o selo nacionais, podendo os estados-membros, o Distrito Federal (DF) e os municípios adotar símbolos próprios.

2. (FUNIVERSA/ SEJUS-DF/ TÉCNICO PENITENCIÁ-RIO/ 2008) A bandeira, o hino e o brasão são símbo-los do Distrito Federal, vedada a instituição de outros símbolos.

3. O DF tem como símbolos sua bandeira, seu hino, seu brasão, armas e selos, não sendo possível ao Poder Legislativo alterar essa condição, ainda que para criar novos símbolos.

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1. C2. E3. E

6. VALORES FUNDAMENTAIS X OBJETIVOS PRIORITÁRIOS

Este é o tema campeão das provas de concursos. Exis-tem diferenças entre esses institutos, conforme apresentado didaticamente no seguinte quadro:

VALORES FUNDA-MENTAIS OBJETIVOS PRIORITÁRIOS

Previsão art. 2º da LODF Previsão art. 3º da LODF

São os fundamentos na política do DF

São as metas na política do DF

São substantivos

São verbos (garantir, promover, assegurar, preservar, propor-cionar, dar, valorizar, desenvol-ver, zelar, proteger, defender)

6.1 Valores Fundamentais

O art. 2º, caput, da LODF, lista os valores fundamen-tais. E aqui vai um macete “4P DIVA”:

P reservação de sua autonomia como unidade federativaP lena cidadaniaPP

luralismoolítico (não é pluripartidarismo)

Di gnidade da pessoa humanaVa lores sociais do trabalho e da livre iniciativa

IMPORTANTE:

Não confunda os valores fundamentais previstos na LODF com os fundamentos da República Federativa do Brasil, previsto no art. 1º da CF:

I – a soberania;II – a cidadania;III – a dignidade da pessoa humana;IV – os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa;V – o pluralismo político.

1. E2. E3. C4. C5. E

6. E7. C8. E9. C

10. E

11. E12. C13. E14. E15. E

16. E17. E18. E19. E20. E

5. SÍMBOLOS DO DISTRITO FEDERAL

O DF poderá ter símbolos próprios, o que demonstra a sua autonomia, de acordo com a norma da CF, art. 13, § 2º: “Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão ter símbolos próprios”.

Quais sãos os símbolos do DF?

Está previsto no art. 7º da LODF, e aqui temos o macete “HBB”:

H inoB andeiraB rasão

Uma lei (e não decreto) distrital poderá instituir outros símbolos e a maneira de usá-los, sendo sempre vedada a promoção pessoal do gestor público. É possível, por exem-plo, criar um selo para representar o DF na época da Copa do Mundo, mas o selo não pode ser feito com a foto do governador segurando uma bola de futebol, por exemplo, pois seria violado o princípio da impessoalidade.

Atenção: Não confunda os símbolos do DF com os do Brasil, conforme quadro a seguir:

SÍMBOLOS DO DF SÍMBOLOS DO BRASIL

Art. 7º da LODF – São símbolos do Distrito Fede-ral a bandeira, o hino e o brasão.

Art. 13, § 1º, da CF – São símbolos da República Federativa do Brasil a ban-deira, o hino, as armas e o selo nacionais.

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6.2 Objetivos Prioritários

O art. 3º da LODF lista os objetivos prioritários do DF (cuidado para não confundir com os valores fundamentais). Logo, a informação da questão do concurso deve estar no local certo. Por exemplo, se a questão expressar que “a pre-servação de sua autonomia como unidade federativa” é um objetivo prioritário, estará errada, pois isso é um valor fun-damental. E se a questão do concurso expressar que “dar prioridade ao atendimento das demandas da sociedade nas áreas de educação” é um valor fundamental, estará errada, pois isso é um objetivo prioritário.

Vejamos primeiramente a lista dos objetivos prioritários menos cobrados em concursos públicos previstos no art. 3º da LODF e seus respectivos incisos:

• art. 3º, I, LODF – garantir e promover os direitos humanos assegurados na CF e na Declaração Uni-versal dos Direitos Humanos;

• art. 3º, II, LODF – assegurar ao cidadão o exercício dos direitos de iniciativa que lhe couberem, relativos ao controle da legalidade e legitimidade dos atos do Poder Público e da eficácia dos serviços públicos;

• art. 3º, III, LODF – preservar os interesses gerais e coletivos;

• art. 3º, V, LODF – proporcionar aos seus habitan-tes condições de vida compatíveis com a dignidade humana, a justiça social e o bem comum.

Os objetivos prioritários do DF mais cobrados nas provas de concursos públicos, previstos no art. 3º da LODF, estão lis-tados abaixo: (Não vá para a prova sem conhecê-los!)

• art. 3º, VI, LODF – dar prioridade ao atendimento das demandas da sociedade nas áreas de educação, saúde, trabalho, transporte, segurança pública, mora-dia, saneamento básico, lazer e assistência social;

C O M E N T Á R I O�Esse objetivo é o mais importante, pois dá prioridade (pri-mazia) às seguintes áreas – veja um macete: “SANBAS É LAZER – MORA em SP – TST”

SANB

eamentoásico

AS

ssistênciaocial

E ducaçãoLAZERMORA diaSP

egurançaública

T rabalhoS aúdeT ransporte

IMPORTANTE:

Não está elencado expressamente como objetivos prioritários dar prioridade às áreas da alimentação, previdência social ou cultura, por exemplo.

• art. 3º, VII, LODF – garantir a prestação de assis-tência jurídica integral e gratuita aos que compro-varem insuficiência de recursos;

C O M E N T Á R I O�A pessoa que for declarada pobre, hipossuficiente, com baixa capacidade econômica, terá direito a assistência jurídica de maneira integral (do começo ao fim do processo) e gratuita (não pagará por um defensor público). Contudo, o direito de petição independe de pagamento para o pobre e para o rico. Não confunda a assistência jurídica com o direito de petição conforme quadro comparativo a seguir:

DIREITO DE PETIÇÃO ASSISTÊNCIA JURÍDICAArt. 4º da LODF – É asse-gurado o exercício do direito de petição ou repre-sentação, independente-mente de pagamento de taxas ou emolumentos, ou de garantia de instância.

Art. 3º, VII, LODF – Garan-tir a prestação de assistên-cia jurídica integral e gra-tuita aos que comprovarem insuficiência de recursos.

Independe de pagamento Independe de pagamento

Para todos os indivíduosPara as pessoas que com-provarem a insuficiência de recursos

NÃO é objetivo prioritário É objetivo prioritário

• art. 3º, X, LODF – assegurar, por parte do Poder Público, a proteção individualizada à vida e à inte-gridade física e psicológica das vítimas e das tes-temunhas de infrações penais e de seus respecti-vos familiares.

C O M E N T Á R I O�De todos os objetivos prioritários, esse, sem dúvida, é o mais cobrado. Então, para sua prova de LODF, a testemunha, a vítima de infrações penais (crimes e contravenções, como trá-fico, homicídio, roubo, vias de fato e jogo do bicho) e seus res-pectivos familiares podem ficar tranquilos, pois é um objetivo prioritário do DF assegurar a proteção da vida e da integridade física e psicológica de cada um deles.

• art. 3º, IV, LODF – promover o bem de todos.

IMPORTANTE:

O art. 9º da LODF estabelece que o Distrito Federal, na execução de seu programa de desenvolvimento econômico-social, buscará a integração com a região do entorno do DF, mas isso não é objetivo prioritário.

Por fim, para os concursos da área da cultura, possi-velmente, serão cobrados os seguintes objetivos prioritários previstos no art. 3º da LODF:

• art. 3º, VIII, LODF – preservar sua identidade, ade-quando as exigências do desenvolvimento à preser-vação de sua memória, tradição e peculiaridades;

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• art. 3º, IX, LODF – valorizar e desenvolver a cul-tura local, de modo a contribuir para a cultura brasileira;

• art. 3º, XI, LODF – zelar pelo conjunto urbanís-tico de Brasília, tombado sob a inscrição n. 532 do Livro do Tombo Histórico, respeitadas as defini-ções e critérios constantes do Decreto n. 10.829, de 02 de outubro de 1987, e da Portaria n. 314, de 08 de outubro de 1992, do então Instituto Brasileiro do Patrimônio Cultural – IBPC, hoje Instituto do Patri-mônio Histórico e Artístico Nacional – IPHAN.

IMPORTANTE:

Não confunda esses objetivos prioritários da LODF com os previstos na CF em seu art. 3º:

Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil:

I – construir uma sociedade livre, justa e solidária;II – garantir o desenvolvimento nacional;III – erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as

desigualdades sociais e regionais;IV – promover o bem de todos, sem preconceitos de

origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação.

Foi inserido expressamente pela Emenda à LODF n. 73, de 25 de abril de 2014, no inciso XII, o novo objetivo prio-ritário, qual seja: “promover, proteger e defender os direitos da criança, do adolescente e do jovem”. É importante deli-mitar os conceitos de criança, adolescente e jovem, explici-tados no quadro a seguir:

Criança (art. 2º, caput, Lei n. 8.069/1990)

até 12 anos de idade in-completos (ou seja 11 anos)

Adolescente (art. 2º, caput, Lei n. 8.069/1990)

12 anos até 18 anos de idade

Jovem (art. 1º, § 1º, Lei n. 12.852/2013) 15 a 29 anos de idade

Essa inovação na LODF foi baseada nos seguintes fun-damentos legislativos:

• art. 227 da Constituição Federal;• art. 4º da Lei n. 8.069/1990 (Estatuto da Criança e

Adolescente).

Repare que não está previsto expressamente na LODF como objetivo prioritário promover, proteger e defen-der os direitos do idoso (pessoa com idade igual ou superior a 60 anos, conforme o art. 1º da Lei n. 10.741/2003).

Lembre-se que há o Capítulo VII da LODF que trata da criança, adolescente e jovem.

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1. (IBFC/ SEAP-DF/ PROFESSOR/ 2013) São valores fundamentais do Distrito Federal, expressamente pre-vistos na Lei Orgânica do Distrito Federal, exceto:a. a plena cidadania.b. a dignidade da pessoa humana.

c. o pluralismo político.d. o respeito aos princípios fundamentais estabeleci-

dos na Constituição Federal.

2. (FUNIVERSA/ DETRAN-DF/ AGENTE DE TRÂNSITO/ 2012) Um dos valores fundamentais do DF é assegu-rar ao cidadão o exercício dos direitos de iniciativa que lhe couberem, relativos ao controle da legalidade e da legitimidade dos atos do poder público e da eficácia dos serviços públicos.

3. (CESPE/ DETRAN-DF/ AUXILIAR DE TRÂNSITO/ 2009) É objetivo prioritário do DF garantir a prestação de assistência jurídica integral e gratuita aos que com-provem insuficiência de recursos.

4. (FUNIVERSA/ PC-DF/ AGENTE DE POLÍCIA/ 2009) Aos que comprovarem insuficiência de recursos, será garantida a prestação de assistência jurídica gratuita e integral, inclusive contra o próprio Distrito Federal.

5. (UNIVERSA/ ENFERMEIRO-DF/ 2011) De acordo com a LODF é objetivo prioritário do DF: garantir a prestação de assistência jurídica a todos os cidadãos, independente de sua condição financeira.

6. (FUNIVERSA/ PM-DF/ SOLDADO DA POLÍCIA MILI-TAR/ COMBATENTE/ 2013) É assegurado o exercício do direito de petição ou representação. O pagamento de taxas ou emolumentos, ou de garantia de instância, serão dispensados para aqueles que provarem não dispor de condições financeiras suficientes para tanto.

7. (CESPE/ SEAPA-DF/ TÉCNICO DE DESENVOLVI-MENTO E FISCALIZAÇÃO AGROPECUÁRIA/ 2009) A garantia da prestação de assistência jurídica integral e gratuita aos que comprovarem insuficiência de recurso é um dos objetivos prioritários do DF.

8. (FUNIVERSA/ SEPLAG-DF/ PROFESSOR/ FISIOTE-RAPIA/ 2010) É assegurado o exercício do direito de petição ou representação, mediante o pagamento de taxas ou emolumentos, ou de garantia de instância.

9. (FUNIVERSA/ ENFERMEIRO-DF/ 2011) De acordo com a LODF é objetivo prioritário do DF: assegurar o exercício de petição ou representação independente-mente do pagamento de taxa.

10. (FUNIVERSA/ DETRAN-DF/ AGENTE DE TRÂNSITO/ 2012) O exercício do direito de petição ou representa-ção é assegurado, desde que haja pagamento de taxa correspondente.

11. É assegurado o direito de petição apenas nos casos de impetração de habeas corpus.

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12. (IBFC/ SEAP-DF/ PROFESSOR/ SOCIOLOGIA/ 2013) Indique a alternativa que NÃO representa objetivo prio-ritário do Distrito Federal, previsto na sua Lei Orgânica:a. Preservar os interesses gerais e coletivos.b. Promover o bem de todos.c. A saúde pública e o saneamento básico.d. Garantir a prestação de assistência jurídica inte-

gral e gratuita aos que comprovarem insuficiência de recursos.

13. (CESPE/ DETRAN-DF/ ANALISTA/ ADVOCACIA/ 2009) Previsto na LODF, é objetivo prioritário do DF assegurar a proteção individualizada à vida e à inte-gridade física e psicológica das vítimas e das teste-munhas de infrações penais e de seus respectivos familiares.

14. (FUNIVERSA/ SEPLAG-DF/ PROFESSOR/ FISIOTE-RAPIA/ 2010) Entre os objetivos prioritários do DF, en-contra-se o de assegurar, por parte do poder público, a proteção individualizada à vida e à integridade física e psicológica das vítimas e das testemunhas de infra-ções penais e de seus respectivos familiares.

15. (CESPE/ DFTRANS/ ANALISTA/ 2008) Um dos objeti-vos prioritários do DF é assegurar, por parte do poder público, a proteção individualizada à integridade psico-lógica das testemunhas de infrações penais.

16. (FUNIVERSA/ AGENTE DE POLÍCIA/ 2009) Como desdobramento da garantia dos direitos humanos previstos na Constituição Federal, o Distrito Federal deve assegurar a proteção individualizada à vida e à integridade física e psicológica das vítimas e das tes-temunhas de infrações penais e de seus respectivos familiares.

17. (FUNIVERSA/ SEPLAG/ 2011) É objetivo prioritário do Distrito Federal assegurar, por parte do poder público, a proteção individualizada à vida e à integridade física e psicológica dos autores e das testemunhas de infra-ções penais e de seus respectivos familiares.

18. (UNIVERSA/ ENFERMEIRO-DF/ 2011) De acordo com a LODF é objetivo prioritário do DF zelar pelo plu-ralismo político.

19. (FUNIVERSA/ PM-DF/ SOLDADO DA POLÍCIA MILI-TAR/ COMBATENTE/ 2013) A preservação da autono-mia do DF como unidade federativa constitui-se em um dos seus objetivos prioritários.

20. (FUNIVERSA/ DETRAN-DF/ AGENTE DE TRÂNSITO/ 2012) O pluralismo político e o atendimento prioritário da demanda da sociedade na área de educação são valores fundamentais do DF.

21. (FUNIVERSA/ DETRAN-DF/ AGENTE DE TRÂNSITO/ 2012) A valorização e o desenvolvimento da cultura local, apesar de ser uma preocupação de qualquer go-verno, não se encontra entre os objetivos prioritários do DF.

22. (FUNIVERSA/ AGENTE DE POLÍCIA/ 2009) Por ser de competência privativa dos órgãos estatais legal-mente instituídos, a participação do cidadão no con-trole de legalidade e legitimidade dos atos do Poder Público e da eficácia dos serviços públicos deverá ser restringida.

23. (FUNIVERSA/ SEPLAG/ 2011) É objetivo prioritário do Distrito Federal garantir e promover os direitos huma-nos assegurados na Constituição Federal e na Decla-ração Universal dos Direitos Humanos.

24. (FUNIVERSA/ SEPLAG/ 2011) É objetivo prioritário do Distrito Federal promover o bem de todos, em especial o dos eleitores.

25. (FUNIVERSA/ SEPLAG/ 2011) É objetivo prioritário do Distrito Federal valorizar e desenvolver a cultura local, independentemente de contribuir para a cultura brasi-leira.

26. (FUNIVERSA/ SEPLAG/ 2011) É objetivo prioritário do Distrito Federal assegurar ao cidadão o exercício dos direitos de iniciativa que lhe couberem, relativos ao controle da legalidade e da legitimidade dos atos do poder público, cabendo exclusivamente ao Ministério Público o controle da eficácia dos serviços essenciais à população.

27. (CONSULPLAN/ CEASA-DF/ 2012) O DF integra a união indissolúvel da República Federativa do Brasil e tem como valores fundamentais, dentre outros, a pre-servação de sua autonomia como unidade federativa, a dignidade da pessoa humana e o pluralismo político.

28. (ESAF/ PGDF/ 2006) Não é objetivo do DF zelar pelo conjunto urbanístico de Brasília, pois essa competên-cia é exclusiva do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN).

29. (CONSULPLAN/ CEASA-DF/ 2012) Estão incluídos, dentre os objetivos prioritários do DF, proporcionar aos seus habitantes condições de vida compatíveis com a dignidade humana, a justiça social e o bem comum e valorizar e desenvolver a cultura local.

30. (FUNIVERSA/ DETRAN-DF/ AGENTE DE TRÂNSITO/ 2012) Um dos valores fundamentais do DF é assegu-rar ao cidadão o exercício dos direitos de iniciativa que lhe couberem, relativos ao controle da legalidade e da legitimidade dos atos do poder público e da eficácia dos serviços públicos.

31. Dentre os objetivos prioritários do DF, tem-se o de dar prioridade ao atendimento das demandas da socieda-de nas áreas de educação, saúde, trabalho, transpor-te, segurança pública, moradia, saneamento básico, lazer e assistência social.

32. A soberania está elencada como valor fundamental do Distrito Federal.

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33. A DF possui autonomia, motivo pelo qual está previsto como objetivo prioritário a sua preservação.

34. É objetivo prioritário do Distrito Federal promover, pro-teger e defender os direitos da criança, do adolescente e do jovem.

35. É objetivo prioritário do Distrito Federal promover, pro-teger e defender os direitos da criança, do adolescente e do idoso.

36. Está elencando como valor fundamental do Distrito Fe-deral a promoção, proteção e defesa dos direitos da criança, do adolescente e do jovem.

37. É objetivo prioritário do Distrito Federal promover, pro-teger e defender os direitos da criança, do adolescente e do jovem, desde que sejam autor de ato infracional.

38. (FUNIVERSA/ PCDF/ AGENTE DE POLÍCIA/ 2009) A garantia do exercício do direito de petição ou represen-tação é objetivo prioritário do Distrito Federal, indepen-dentemente de pagamento de taxas ou emolumentos ou de garantia de instância.

39. (CESPE/ TJDFT/ ANALISTA JUDICIÁRIO/ OFICIAL DE JUSTIÇA AVALIADOR/ 2013) Alberto dirigiu-se à secretaria de uma das varas do TJDFT, onde requereu uma certidão para a defesa de direito e esclarecimento de situação de interesse pessoal. Lúcio, servidor do juízo em questão, negou-se a atender ao pedido de Al-berto, sob a alegação de não ter havido o pagamento de taxa. Nessa situação hipotética, a atuação de Lúcio foi correta, pois, conforme a CF, a obtenção de certi-dão em repartições públicas requer o prévio recolhi-mento de taxa.

40. (IBFC/ SEAP-DF/ PROFESSOR/ ATIVIDADES/ 2013) Dentre as demandas prioritárias da sociedade do Dis-trito Federal, a Lei Orgânica do Distrito Federal NÃO prevê a:a. Saúde.b. Alimentação.c. Moradia.d. Assistência social.

41. (FUNIVERSA/ SES-DF/ TÉCNICO EM SAÚDE/ TÉC-NICO ADMINISTRATIVO/ 2009) Acerca do direito de petição, nos termos do art. 4º da Lei orgânica do Distri-to Federal, é correto afirmar quea. é assegurado o exercício ou representação; no en-

tanto, existem emolumentos especiais para o cida-dão pobre na forma de lei.

b. é assegurado o exercício do direito de petição ou representação com o pagamento da taxa depen-dendo da condição contributiva do contribuinte.

c. é assegurado o exercício do direito de petição ou representação, independente de pagamento de ta-xas ou emolumentos, ou de garantia de instância.

d. é assegurado o exercício de petição apenas aos cidadãos brasileiros.

e. é assegurado o direito de petição, apenas nos ca-sos de impetração de habeas corpus.

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1. d2. E3. C4. C5. E6. E7. C8. E9. C

10. E11. E12. c13. C14. C

15. C16. C17. C18. E19. E20. E21. E22. E23. C24. E25. E26. E27. C28. E

29. C30. C31. C32. E33. E34. C35. E36. E37. E38. E39. E40. b41. c

7. PRINCÍPIO DA ISONOMIA/IGUALDADE NA LODF

O princípio da isonomia ou igualdade está previsto na CF, mas também tem previsão da LODF em seu art. 2º, parágrafo único:

Art. 2º Parágrafo único. Ninguém será discriminado ou prejudicado em razão de nascimento, idade, etnia, raça, cor, sexo, características genéticas, estado civil, trabalho rural ou urbano, religião, convicções políticas ou filosóficas, orientação sexual, deficiência física, imunoló-gica, sensorial ou mental, por ter cumprido pena, nem por qualquer particularidade ou condição, observada a Constituição Federal.

IMPORTANTE:

Foi inserido expressamente pela Emenda à LODF n. 65, de 11 de setembro de 2013, a expressão “características genéticas”. Isso é só para ficarmos cientes, pois o próprio texto da LODF cita “nem por qualquer particularidade ou condição”, ou seja, o rol desse artigo é exemplificativo (numerus apertus) – não é taxativo (numerus clausus).

Vale lembrar que é possível que haja tratamento dife-renciado em alguns casos, buscando-se as denominadas ações afirmativas, na ideia de tratar os iguais de maneira igual e os diferentes de maneira diferente, para que eles se igualem nas suas diferenças, como no caso de fila preferen-cial ou vagas para deficientes.

Vamos analisar cada item citado nesse artigo:• Nascimento: local onde a pessoa nasceu; não

pode discriminar o indivíduo pelo fato de ele ser do Goiás ou do Mato Grosso do Sul, por exemplo.

• Idade: não pode haver discriminação pelo motivo de a pessoa ser criança, adolescente, adulto ou idoso.

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• Etnia, raça, cor: não pode haver discriminação pelo fato de a pessoa ser branca, parda, negra ou de descendência indígena ou asiática. Esse fato, dependendo do caso, pode gerar o crime de racismo, previsto na Lei n. 7.716/1989.

• Sexo: homens e mulheres devem ser tratados da mesma maneira, mas é permitido em alguns casos um tratamento diferenciado como, por exemplo: prazo da licença maternidade; requisitos do teste de aptidão física; redução de idade na aposentado-ria voluntária.

• Características genéticas: são os aspectos físicos e biológicos com os quais a pessoa nasce. Exem-plos: cor dos olhos, tipo de cabelo, altura, aparên-cia, tom de voz. É a ideia de a pessoa não sofrer o denominado bullying (termo utilizado para descre-ver atos de violência física ou psicológica, intencio-nal e repetida, praticada por um indivíduo ou grupo de indivíduos causando dor e angústia, sendo exe-cutados dentro de uma relação desigual de poder).

• Estado civil: caso, solteiro, divorciado ou viúvo.• Trabalho rural ou urbano: muito relacionado com

o Direito do Trabalho, tendo previsão no art. 7º, caput, da CF: “São direitos dos trabalhadores urba-nos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição social”.

• Religião: o Brasil é um Estado laico ou leigo, ou seja, não possui religião oficial. Por esse motivo, a pessoa não pode sofrer nenhum tipo de discri-minação, inclusive se não possuir religião. Esse fato, dependendo do caso, pode gerar o crime de racismo previsto na Lei n. 7.716/1989. Baseado nos direitos fundamentais do art. 5º da CF: “VI – é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos reli-giosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias; VII – é assegurada, nos termos da lei, a prestação de assistência reli-giosa nas entidades civis e militares de internação coletiva; VIII – ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de convicção filosó-fica ou política, salvo se as invocar para eximir-se de obrigação legal a todos imposta e recusar-se a cumprir prestação alternativa, fixada em lei;”.

• Convicções políticas ou filosóficas: ideia da liber-dade de expressão. As pessoas no DF têm direito a suas liberdades políticas ou filosóficas, sendo o pluralismo político um dos valores fundamentais do DF. Isso é baseado nos direitos fundamentais do art. 5º da CF: “IV – é livre a manifestação do pensa-mento, sendo vedado o anonimato; [...] IX – é livre a expressão da atividade intelectual, artística, cientí-fica e de comunicação, independentemente de cen-sura ou licença;”.

• Orientação sexual: não pode haver discriminação do indivíduo homoafetivo (relaciona-se com pes-soas do mesmo sexo), heterossexual (relaciona-se com pessoas do sexo oposto), bissexual e ainda do indivíduo que não declare a orientação sexual. A Lei Complementar n. 840/2011 no art. 283, § 3º, trata do assunto:

Art. 283. § 3º Equiparam-se à condição de compa-nheira ou companheiro os parceiros homoafetivos que mantenham relacionamento civil permanente, desde que devidamente comprovado.

• Deficiência física, imunológica, sensorial ou mental: a pessoa não pode ser discriminada por sua deficiência. No DF devem ser reservadas vagas para os deficientes nos concursos públicos: segundo a LC n. 840/2011 será de 20%, desde que haja compatibilidade para o cargo.

• Por cumprimento de pena: deve ser respeitada a integridade física e moral do indivíduo que já foi detento.

O princípio da isonomia é exclusivo para pessoas físicas?

Não. O princípio da isonomia é aplicável tanto para pessoas físicas quanto jurídicas. O art. 21 da LODF informa isso.

Art. 21. É vedado discriminar ou prejudicar qualquer pessoa pelo fato de haver litigado (processado) ou estar litigando (processando) contra os órgãos públicos do Distrito Federal, nas esferas administrativa ou judi-cial.Parágrafo único. As pessoas físicas ou jurídicas que se considerarem prejudicadas poderão requerer revisão dos atos que derem causa a eventuais prejuízos.

E X E R C Í C I O S

1. (CESPE/ BRB/ ESCRITURÁRIO/ 2010) A referida Lei veda discriminar ou prejudicar qualquer pessoa pelo fato de haver litigado contra órgãos públicos do DF, nas esferas administrativa ou judicial. Referida veda-ção, porém, só se aplica à discriminação de pessoas físicas, não se estendendo a pessoas jurídicas.

2. A Lei Orgânica do Distrito Federal ao expressar “nin-guém será discriminado ou prejudicado em razão de nascimento, idade, etnia, raça, cor, sexo, estado civil, trabalho rural ou urbano, religião, convicções políticas ou filosóficas, orientação sexual, deficiência física, imunológica, sensorial ou mental, por ter cumprido pena, nem por qualquer particularidade ou condição, observada a Constituição Federal” refere-se ao princí-pio da isonomia.

G A B A R I T O

1. E2. C

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SUMÁRIO

NOÇÕES DE DIREITO CONSTITUCIONAL

CONSTITUIÇÃO: CONCEITO E CLASSIFICAÇÃO .......................................................................................262

NORMAS CONSTITUCIONAIS RELATIVAS À ADMINISTRAÇÃO E AOS SERVIDORES PÚBLICOS ..............318

DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS .................................................................................................270

SEGURANÇA PÚBLICA ................................................................................................................................339

ORGANIZAÇÃO DO ESTADO .....................................................................................................................309

OS DIREITOS HUMANOS NA CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988 (ARTIGOS 5º AO 15º) .........................341

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APLICABILIDADE DAS NORMAS CONSTITUCIONAIS

As normas constitucionais possuem diferentes graus de aplicabilidade e eficácia, que variam de acordo com a normatividade concedida pelo constituinte. As normas se diferenciam, portanto, pelo grau de sua eficácia e por sua aplicabilidade.

Temos uma classificação das normas constitucionais, feita pelo ilustre Professor José Afonso da Silva, que predo-mina na doutrina e na jurisprudência atual, qual seja:

a) Normas de eficácia plena;b) Normas de eficácia contida;c) Normas de eficácia limitada.

Normas de eficácia plena

São ditas normas de eficácia plena as que estão aptas a produzir todos os seus efeitos desde a entrada em vigor da Constituição. Assim, elas não necessitam de norma poste-rior para completar seu alcance ou sentido, são autoaplicá-veis. Se vier lei regulamentadora posterior, não será possí-vel que tal lei restrinja sua eficácia. Possuem aplicabilidade direta, imediata e integral.

Ex.: “Art. 2º São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judici-ário”; “Art. 14, §2º Não podem alistar-se como eleitores os estrangeiros e, durante o período do serviço militar obrigató-rio, os conscritos”.

Normas de eficácia contida

São normas de eficácia contida as que, como as normas de eficácia plena, estão aptas a produzir desde já todos os seus efeitos. Também não precisam de lei regula-mentadora para completar seu alcance, são autoaplicáveis. Se vier, porém, lei regulamentadora posterior, será possível restringir o alcance de sua eficácia. São de aplicabilidade direta, imediata, mas não integral.

Ex.: “Art. 5º, XIII – é livre o exercício de qualquer tra-balho, ofício ou profissão, atendidas as qualificações pro-fissionais que a lei estabelecer”; Trata-se de uma norma de eficácia contida, podendo a lei limitar seu alcance. Desta forma, quando as qualificações profissionais forem estabe-lecidas pelo legislador, apenas quem atender tais qualifica-ções poderá exercer a profissão.

Normas de eficácia limitada

As normas de eficácia limitada não são autoaplicáveis, não produzem todos os seus efeitos somente pelo fato de entrarem em vigor. Necessitam, assim, de lei regulamen-tadora para que estejam aptas a produzir todos os seus efeitos, ou seja, após a edição de tal lei poderão produzir os efeitos em sua totalidade. Tem aplicabilidade indireta, mediata e reduzida.

Ex: “Art. 37, VII - o direito de greve será exercido nos termos e nos limites definidos em lei específica”.

O Professor José Afonso da Silva divide as normas de eficácia limitada em dois grupos:

DIREITO CONSTITUCIONAL

NOÇÕES INTRODUTÓRIAS

Conceito de Direito Constitucional

O Direito Constitucional é um ramo do Direito Público Interno, que tem como função precípua organizar o funcio-namento do Estado, no que tange à distribuição das esferas de competência do poder político, bem como no tocante aos direitos fundamentais dos indivíduos para com o Estado, ou como membros da comunidade política.

Conceito de Constituição

Nas palavras do ilustre doutrinador Alexandre de Moraes, Constituição latu sensu, é o ato de constituir, de estabelecer, de firmar; ou, ainda, o modo pelo qual se cons-titui uma coisa, um ser vivo, um grupo de pessoas; organiza-ção, formação. Juridicamente, porém, Constituição deve ser entendida como a lei fundamental e suprema de um Estado, que contém normas referentes à estruturação do Estado, à formação dos poderes públicos, forma de governo e aqui-sição do poder de governar, distribuição de competências, direitos, garantias e deveres dos cidadãos. Além disso, é a Constituição que individualiza os órgãos competentes para a edição de normas jurídicas, legislativas ou administrativas.

Conceito de Estado

A moderna acepção de Estado que conhecemos tem suas origens na famosa obra de Nicolau Maquiavel, intitu-lada, “O Príncipe”.

Nesse sentido, podemos definir o Estado como uma organização jurídica, social e política de um povo em um determinado território, dirigido por um governo soberano.

Portanto, esses 3 elementos reunidos formam o Estado: povo, território e soberania.

Ressalte-se que o Estado é um ente personalizado que se apresenta, tanto nas relações internacionais, no conví-vio com outros Estados, quanto internamente, como sujeito capaz de adquirir direitos e contrair obrigações.

Não obstante, a vontade do Estado é manifesta pelo exercício de seus Poderes: Executivo, Legislativo e Judiciá-rio. Esses poderes são independentes e harmônicos entre si. A função típica do Poder Executivo é a aplicação das leis ao caso concreto – função administrativa; o Legislativo tem as funções de legislar e fiscalizar – função normativa; e o Judiciário tem as funções de aplicar a lei a situações concre-tas e litigiosas, e proteger as Constituições Federal e Esta-duais e a Lei Orgânica do DF no julgamento de controle de constitucionalidade – função judicial aplicando a lei de forma coativa.

ELEMENTOS PODERES

Povo Legislativo

Território Executivo

Governo Soberano Judiciário

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a) Normas de princípio institutivo

São as que visam organizar e regular a estrutura e atribuições de órgãos e entidades. Sua principal função é esquematizar a organização, criação ou instituição dessas entidades. Ex.: “A lei disporá sobre a constituição, inves-tidura, jurisdição, competência, garantias e condições de exercício dos órgãos da Justiça do Trabalho” (CF, art. 113).

São divididas em normas de princípio institutivo imposi-tivas e normas de princípio institutivo facultativas. As impo-sitivas são aquelas que impõem ao legislador a emissão de uma legislação integrativa. Ex.: “Lei federal disporá sobre a utilização, pelo Governo do Distrito Federal, das polícias civil e militar e do corpo de bombeiros militar” (CF, art. 32, §4º). As normas de princípio institutivo facultativas não impõem nenhuma obrigação ao legislador, simplesmente dão a pos-sibilidade de instituir ou regular a situação delineada na norma. Ex.: “Lei complementar poderá autorizar os Estados a legislar sobre questões específicas das matérias relacio-nadas neste artigo” (CF, art. 22, parágrafo único).

b) Normas programáticas

As normas de eficácia programática são princípios, diretrizes e metas, traçados pelo legislador constituinte, a serem alcançados. Traçam programas com fins sociais que devem ser perseguidos pelo Poder Público, por meio de sua atuação nesse sentido.

Ex.: “Art. 7.º, XX - proteção do mercado de trabalho da mulher, mediante incentivos específicos, nos termos da lei”; “Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil: I - construir uma sociedade livre, justa e solidária”.

Norma Produz todos seus efeitos

imediata-mente?

Necessita de lei regulamen-

tadora?

Lei regulamen-tadora pode

restringir sua eficácia?

Eficácia Plena Sim Não Não

Eficácia Contida Sim Não Sim

Eficácia Limitada Não Sim -

PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS

Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos:

I – a soberania;II – a cidadania;III – a dignidade da pessoa humana;IV – os valores sociais do trabalho e da livre ini-

ciativa;V – o pluralismo político.Parágrafo único. Todo o poder emana do povo,

que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição.

O art. 1º da Constituição coloca, em seu caput, as principais características do Estado brasileiro: forma de Estado: Federação; forma de Governo: República; Sistema de Governo: Presidencialista; característica do Estado brasi-leiro: Estado democrático de direito; e os entes que compõe a Federação: União, Estados, Distrito Federal e Municípios.

Forma de Estado: – Estado Federal– Estado Unitário

A forma de Estado que se adota no Brasil é a federa-ção, ou seja, existem em um mesmo território unidades que são dotadas de autonomia política e que possuem compe-tências próprias. O art. 1º da Constituição, em seu caput, aponta que a República Federativa do Brasil é formada pela união indissolúvel, que significa que não pode haver separação ou secessão, dos Estados, Municípios e Distrito Federal.

Ressalte-se que no art. 18, a Carta Maior estabelece, de forma complementar, que “a organização político-admi-nistrativa da República Federativa do Brasil compreende a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, todos autônomos, nos termos desta Constituição”.

Cabe observar que a forma federativa de Estado, no Brasil, é cláusula pétrea, não podendo ser objeto de deli-beração propostas de emendas constitucionais tendentes a aboli-la.

A Federação brasileira constitui-se de um poder central (União), poderes regionais (estados), e locais (municípios), além de possuir um ente híbrido (DF), que acumula os pode-res regionais e locais. Por isso, afirma-se que o Brasil possui o federalismo tríade (ou de 3º grau), qual seja:

• União: entidade de 1º Grau;• Estados: entidades de 2º Grau;• Municípios: entidades de 3º Grau; e por fim o Dis-

trito Federal, que é considerado entidade de grau misto ou sui generis (2º e 3º grau).

Importante mencionar também que Existe a forma de Estado Unitário, onde o poder político é centralizado, havendo apenas uma esfera de poder. Ex.: Portugal.

Estado Unitário: somente um poder político central exerce sua competência por todo o território nacional e sobre toda a população, e, ainda, controla todas as cole-tividades regionais e locais. Nesta forma de Estado é que ocorre a centralização política.

Brasil → Federação

Forma de Governo: • República • Monarquia

A forma de governo representa o modo como os gover-nantes são escolhidos. Hoje prevalece a classificação de Maquiavel, onde os Estados ou são principados (monar-quias) ou repúblicas. Temos, portanto, a Monarquia e a República.

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A monarquia é caracterizada pelos princípios da hereditariedade e vitaliciedade. O Chefe de Estado, que no caso será o rei ou monarca, é escolhido pelo princípio da hereditariedade e irá deter o poder de forma vitalícia.

Já a República é caracterizada pela alternância entre os poderes, pela eletividade e temporariedade dos manda-tos. Por eletividade podemos entender que a escolha dos governantes se dará por meio de eleição, em que quaisquer cidadãos que preencham os requisitos legais poderão con-correr a um mandato, e tais mandatos terão prazos prede-terminados. A palavra República vem do latim, res publicae, e significa coisa pública, ou seja, o governante deve buscar o bem público, e não os interesses próprios.

O Brasil adota a República como forma de governo e tal forma de governo não é cláusula pétrea.

Obs.: Consequências decorrentes da forma republi-cana de governo: obrigação de prestação de contas por parte dos administradores; alternância entre os poderes; igualdade de todos perante a lei.

Brasil → República

Sistema de Governo: • Presidencialista• Parlamentarista

O sistema de governo representa a maneira com que os poderes estão relacionados, como eles se interagem. No sistema presidencialista os poderes de chefia de Estado (representação internacional do Estado) e chefia de Governo (gerenciar e administrar assuntos internos) se concentram no Presidente da República, ou seja, em uma mesma pessoa. Nesse caso, o Chefe do Executivo pode governar de forma diferente das concepções adotadas pelos membros do legis-lativo, o que implica em um equilíbrio maior entre os pode-res, não existindo dependência entre eles, como no caso do parlamentarismo.

Já no sistema parlamentarista as funções de chefia de Estado e chefia de Governo são de pessoas distintas, ao Rei ou Presidente é atribuída à chefia de Estado e ao Primeiro Ministro a chefia de Governo. No parlamentarismo, o Primeiro--Ministro depende do apoio parlamentar para estabilidade de seu governo, causando certa supremacia do Parlamento.

Importante destacar que no presidencialismo a funções de chefia de Estado e Chefia de Governo se referem a uma mesma pessoa, enquanto que no parlamentarismo trata-se de pessoas distintas.

Obs.:� A República pode ser tanto presidencialista quanto parlamentarista; a Monarquia também pode adotar um dos dois sistemas de governo.

Brasil → Presidencialista

Característica do Estado Brasileiro: Estado Demo-crático de Direito

O “Estado Democrático de Direito” traz a ideia de impé-rio da lei e do Direito, ou seja, todos, indivíduos e poderes, estão sujeitos a esse império. O poder do Estado fica limi-tado a estas leis e ao Direito, ou seja, ninguém está acima da lei, das normas jurídicas e da Constituição.

Regime Político

O regime político traduz a forma com que o poder é exercido. Têm-se duas formas, a ditadura, em que não temos a participação do povo; ou democracia, em que o poder é exercido pelo povo. Esta, por sua vez, divide-se em Demo-cracia Direta, Democracia Indireta e Democracia Semidireta.

Democracia DiretaO povo participa diretamente do processo de tomada de deci-sões.

Democracia Indireta (ou Repre-sentativa)

O povo elege seus representan-tes, os quais tomarão decisões em seu nome.

Democracia Semidireta

É uma mistura da democracia direta e indireta, na qual além dos representantes eleitos pelo povo, temos também a parti-cipação do povo nas decisões políticas do Estado, por meio dos institutos da democracia direta (plebiscito, referendo e iniciativa popular).

O art. 1º da Constituição permite concluir que o Brasil adota a democracia semidireta, ou participativa, ou seja, no Brasil o povo exerce o poder por meio de seus representan-tes eleitos ou diretamente.

Vale destacar que no parágrafo único do art. 1º da Constituição temos que “todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição”, o povo tem, portanto, a titu-laridade do poder.

Brasil → Democracia Semidireta

REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASILForma de

Estado Federado Descentralização política

Forma de Governo Republicano

Eletividade, temporariedade de mandato e responsabilização

do governante Sistema

de Governo

PresidencialismoPresidente da República:

Chefe de Estado e Chefe de Governo

Fundamentos da República Federativa do Brasil

Soberania

Significa que o poder do Estado brasileiro não é supe-rado por nenhuma outra forma de poder, e no âmbito inter-nacional, o Estado brasileiro encontra-se em igualdade com os demais Estados.

Cidadania

Essa expressão foi utilizada de forma abrangente. Não expressa apenas os direitos políticos ativos e passivos do indivíduo, votando, sendo votado, e interferindo na vida polí-

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tica do Estado. Temos cidadania como forma de integração do indivíduo na vida estatal, fazendo valer seus direitos e cobrando-os de seus representantes.

Dignidade da pessoa humana

A razão de ser do Estado brasileiro consagra-se na pessoa humana. Conforme nos ensina Alexandre de Moraes, “esse fundamento afasta a ideia de predomínio das concep-ções transpessoalistas de Estado e Nação, em detrimento da liberdade individual”. Reconhece-se que o ser humano detém um mínimo de direitos que são invioláveis. Diversos direitos decorrem deste fundamento, como direito à vida, à imagem, à intimidade etc.

Valores sociais do trabalho e da livre iniciativa

Esse inciso compatibiliza a livre iniciativa com a valori-zação do trabalho humano. O trabalho é entendido como um instrumento da dignidade humana e a livre iniciativa carac-teriza o direito de propriedade, a existência do mercado e o regime capitalista. Esse capitalismo, porém, não se refere a sua forma mais liberal, mas sim na forma socialdemocrata.

Pluralismo político

Esse fundamento não se resume apenas ao pluripar-tidarismo, ele visa reconhecer e garantir que as diversas formas de pensamento, grupos que representem interesses e ideologias políticas sejam tidas como legítimas para demo-cracia, à exceção das que contrariem a Carta Magna.

Jurisprudência: “O Estado de Direito viabiliza a preservação das práticas democráticas e, especialmente, o direito de defesa. Direito a, salvo circunstâncias excepcionais, não sermos presos senão após a efetiva comprovação da prática de um crime. Por isso, usu-fruímos a tranquilidade que advém da segurança de sabermos que, se um irmão, amigo ou parente próximo vier a ser acusado de ter cometido algo ilícito, não será arrebatado de nós e submetido a ferros sem antes se valer de todos os meios de defesa em qualquer circunstância à disposição de todos. [...] O que caracteriza a socie-dade moderna, permitindo o aparecimento do Estado moderno, é, por um lado, a divisão do trabalho; por outro, a monopolização da tributação e da violência física. Em nenhuma sociedade na qual a desordem tenha sido superada, admite-se que todos cumpram as mesmas funções. O combate à criminalidade é missão típica e privativa da administração (não do Judiciário), através da polícia, como se lê nos incisos do art. 144 da Constituição, e do Ministério Público, a quem compete, privativamente, promover a ação penal pública (art. 129, I).” (HC 95.009, Rel. Min. Eros Grau, julgamento em 06.11.2008, Plenário, DJE de 19.12.2008)

“Inexistente atribuição de competência exclusiva à União, não ofende a CB norma constitucional estadual que dispõe sobre apli-cação, interpretação e integração de textos normativos estaduais, em conformidade com a Lei de Introdução ao Código Civil. Não há falar-se em quebra do pacto federativo e do princípio da interde-pendência e harmonia entre os Poderes em razão da aplicação de princípios jurídicos ditos ‘federais’ na interpretação de textos norma-tivos estaduais. Princípios são normas jurídicas de um determinado direito, no caso, do direito brasileiro. Não há princípios jurídicos apli-cáveis no território de um, mas não de outro ente federativo, sendo

descabida a classificação dos princípios em ‘federais’ e ‘estaduais’.” (ADI 246, Rel. Min. Eros Grau, julgamento em 16.12.2004, Plenário, DJ de 29.04.2005)

“Se é certo que a nova Carta Política contempla um elenco menos abrangente de princípios constitucionais sensíveis, a denotar, com isso, a expansão de poderes jurídicos na esfera das coletividades autônomas locais, o mesmo não se pode afirmar quanto aos princí-pios federais extensíveis e aos princípios constitucionais estabeleci-dos, os quais, embora disseminados pelo texto constitucional, posto que não é tópica a sua localização, configuram acervo expressivo de limitações dessa autonomia local, cuja identificação – até mesmo pelos efeitos restritivos que deles decorrem – impõe-se realizar. A questão da necessária observância, ou não, pelos Estados-mem-bros, das normas e princípios inerentes ao processo legislativo, provoca a discussão sobre o alcance do poder jurídico da União Federal de impor, ou não, às demais pessoas estatais que integram a estrutura da Federação, o respeito incondicional a padrões hete-rônomos por ela própria instituídos como fatores de compulsória aplicação. [...] Da resolução dessa questão central, emergirá a defi-nição do modelo de Federação a ser efetivamente observado nas práticas institucionais.” (ADI 216-MC, Rel. p/ o ac. Min. Celso de Mello, julgamento em 23.05.1990, Plenário, DJ de 07.05.1993)

“As ‘terras indígenas’ versadas pela CF de 1988 fazem parte de um território estatal-brasileiro sobre o qual incide, com exclusividade, o Direito nacional. E como tudo o mais que faz parte do domínio de qualquer das pessoas federadas brasileiras, são terras que se submetem unicamente ao primeiro dos princípios regentes das relações internacionais da República Federativa do Brasil: a sobe-rania ou ‘independência nacional’ (inciso I do art. 1º da CF). [...] Há compatibilidade entre o usufruto de terras indígenas e faixa de fronteira. Longe de se pôr como um ponto de fragilidade estrutu-ral das faixas de fronteira, a permanente alocação indígena nesses estratégicos espaços em muito facilita e até obriga que as institui-ções de Estado (Forças Armadas e Polícia Federal, principalmente) se façam também presentes com seus postos de vigilância, equi-pamentos, batalhões, companhias e agentes. Sem precisar de licença de quem quer que seja para fazê-lo. Mecanismos, esses, a serem aproveitados como oportunidade ímpar para conscientizar ainda mais os nossos indígenas, instruí-los (a partir dos conscri-tos), alertá-los contra a influência eventualmente malsã de certas organizações não governamentais estrangeiras, mobilizá-los em defesa da soberania nacional e reforçar neles o inato sentimento de brasilidade. Missão favorecida pelo fato de serem os nossos índios as primeiras pessoas a revelar devoção pelo nosso país (eles, os índios, que em toda nossa história contribuíram decisivamente para a defesa e integridade do território nacional) e até hoje dar mostras de conhecerem o seu interior e as suas bordas mais que ninguém.” (Pet 3.388, Rel. Min. Ayres Britto, julgamento em 19.03.2009, Ple-nário, DJE de 1º.07.2010)

“A pesquisa científica com células-tronco embrionárias, autorizada pela Lei 11.105/2005, objetiva o enfrentamento e cura de patologias e traumatismos que severamente limitam, atormentam, infelicitam, desesperam e não raras vezes degradam a vida de expressivo con-tingente populacional (ilustrativamente, atrofias espinhais progres-sivas, distrofias musculares, a esclerose múltipla e a lateral amio-trófica, as neuropatias e as doenças do neurônio motor). A escolha feita pela Lei de Biossegurança não significou um desprezo ou desapreço pelo embrião in vitro, porém uma mais firme disposição para encurtar caminhos que possam levar à superação do infortúnio alheio. Isto, no âmbito de um ordenamento constitucional que desde o seu preâmbulo qualifica ‘a liberdade, a segurança, o bem-estar, o desenvolvimento, a igualdade e a justiça’ como valores supre-mos de uma sociedade mais que tudo ‘fraterna’. O que já significa incorporar o advento do constitucionalismo fraternal às relações humanas, a traduzir verdadeira comunhão de vida ou vida social em clima de transbordante solidariedade em benefício da saúde e

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contra eventuais tramas do acaso e até dos golpes da própria natu-reza. Contexto de solidária, compassiva ou fraternal legalidade que, longe de traduzir desprezo ou desrespeito aos congelados embri-ões in vitro, significa apreço e reverência a criaturas humanas que sofrem e se desesperam. Inexistência de ofensas ao direito à vida e da dignidade da pessoa humana, pois a pesquisa com células--tronco embrionárias (inviáveis biologicamente ou para os fins a que se destinam) significa a celebração solidária da vida e alento aos que se acham à margem do exercício concreto e inalienável dos direitos à felicidade e do viver com dignidade (Min. Celso de Mello). [...] A Lei de Biossegurança caracteriza-se como regração legal a salvo da mácula do açodamento, da insuficiência protetiva ou do vício da arbitrariedade em matéria tão religiosa, filosófica e etica-mente sensível como a da biotecnologia na área da medicina e da genética humana. Trata-se de um conjunto normativo que parte do pressuposto da intrínseca dignidade de toda forma de vida humana, ou que tenha potencialidade para tanto. A Lei de Biossegurança não conceitua as categorias mentais ou entidades biomédicas a que se refere, mas nem por isso impede a facilitada exegese dos seus textos, pois é de se presumir que recepcionou tais categorias e as que lhe são correlatas com o significado que elas portam no âmbito das ciências médicas e biológicas.” (ADI 3.510, Rel. Min. Ayres Britto, julgamento em 29.05.2008, Plenário, DJE de 28.05.2010)

“Só é lícito o uso de algemas em casos de resistência e de fundado receio de fuga ou de perigo à integridade física própria ou alheia, por parte do preso ou de terceiros, justificada a excepcionalidade por escrito, sob pena de responsabilidade disciplinar, civil e penal do agente ou da autoridade e de nulidade da prisão ou do ato pro-cessual a que se refere, sem prejuízo da responsabilidade civil do Estado.” (Súmula Vinculante 11)

“A cláusula da reserva do possível – que não pode ser invocada, pelo Poder Público, com o propósito de fraudar, de frustrar e de inviabilizar a implementação de políticas públicas definidas na própria Constituição – encontra insuperável limitação na garantia constitucional do mínimo existencial, que representa, no contexto de nosso ordenamento positivo, emanação direta do postulado da essencial dignidade da pessoa humana. [...] A noção de ‘mínimo existencial’, que resulta, por implicitude, de determinados precei-tos constitucionais (CF, art. 1º, III, e art. 3º, III), compreende um complexo de prerrogativas cuja concretização revela-se capaz de garantir condições adequadas de existência digna, em ordem a assegurar, à pessoa, acesso efetivo ao direito geral de liberdade e, também, a prestações positivas originárias do Estado, viabilizado-ras da plena fruição de direitos sociais básicos, tais como o direito à educação, o direito à proteção integral da criança e do adolescente, o direito à saúde, o direito à assistência social, o direito à moradia, o direito à alimentação e o direito à segurança. Declaração Univer-sal dos Direitos da Pessoa Humana, de 1948 (Artigo XXV).” (ARE 639.337-AgR, Rel. Min. Celso de Mello, julgamento em 23.08.2011, Segunda Turma, DJE de 15.09.2011)

“Reconhecimento e qualificação da união homoafetiva como enti-dade familiar. O STF – apoiando-se em valiosa hermenêutica cons-trutiva e invocando princípios essenciais (como os da dignidade da pessoa humana, da liberdade, da autodeterminação, da igualdade, do pluralismo, da intimidade, da não discriminação e da busca da felicidade) – reconhece assistir, a qualquer pessoa, o direito funda-mental à orientação sexual, havendo proclamado, por isso mesmo, a plena legitimidade ético-jurídica da união homoafetiva como enti-dade familiar, atribuindo-lhe, em consequência, verdadeiro esta-tuto de cidadania, em ordem a permitir que se extraiam, em favor de parceiros homossexuais, relevantes consequências no plano do Direito, notadamente no campo previdenciário, e, também, na esfera das relações sociais e familiares. A extensão, às uniões homoafetivas, do mesmo regime jurídico aplicável à união estável entre pessoas de gênero distinto justifica-se e legitima-se pela direta incidência, entre outros, dos princípios constitucionais da igualdade,

da liberdade, da dignidade, da segurança jurídica e do postulado constitucional implícito que consagra o direito à busca da felicidade, os quais configuram, numa estrita dimensão que privilegia o sen-tido de inclusão decorrente da própria CR (art. 1º, III, e art. 3º, IV), fundamentos autônomos e suficientes aptos a conferir suporte legi-timador à qualificação das conjugalidades entre pessoas do mesmo sexo como espécie do gênero entidade familiar. [...] O postulado da dignidade da pessoa humana, que representa – considerada a centralidade desse princípio essencial (CF, art. 1º, III) – significativo vetor interpretativo, verdadeiro valor-fonte que conforma e inspira todo o ordenamento constitucional vigente em nosso País, traduz, de modo expressivo, um dos fundamentos em que se assenta, entre nós, a ordem republicana e democrática consagrada pelo sistema de Direito Constitucional positivo. [...] O princípio constitucional da busca da felicidade, que decorre, por implicitude, do núcleo de que se irradia o postulado da dignidade da pessoa humana, assume papel de extremo relevo no processo de afirmação, gozo e expan-são dos direitos fundamentais, qualificando-se, em função de sua própria teleologia, como fator de neutralização de práticas ou de omissões lesivas cuja ocorrência possa comprometer, afetar ou, até mesmo, esterilizar direitos e franquias individuais. Assiste, por isso mesmo, a todos, sem qualquer exclusão, o direito à busca da feli-cidade, verdadeiro postulado constitucional implícito, que se qua-lifica como expressão de uma ideia-força que deriva do princípio da essencial dignidade da pessoa humana.” (RE 477.554-AgR, Rel. Min. Celso de Mello, julgamento em 16.08.2011, Segunda Turma, DJE de 26.08.2011). No mesmo sentido: (ADI 4.277 e ADPF 132, Rel. Min. Ayres Britto, julgamento em 05.05.2011, Plenário, DJE de 14.10.2011)

“O direito ao nome insere-se no conceito de dignidade da pessoa humana, princípio alçado a fundamento da República Federativa do Brasil (CF, art. 1º, III).” (RE 248.869, voto do Rel. Min. Maurício Corrêa, julgamento em 07.08.2003, Plenário, DJ de 12.03.2004)

“É certo que a ordem econômica na Constituição de 1988 define opção por um sistema no qual joga um papel primordial à livre ini-ciativa. Essa circunstância não legitima, no entanto, a assertiva de que o Estado só intervirá na economia em situações excepcionais. Mais do que simples instrumento de governo, a nossa Constituição enuncia diretrizes, programas e fins a serem realizados pelo Estado e pela sociedade. Postula um plano de ação global normativo para o Estado e para a sociedade, informado pelos preceitos veiculados pelos seus arts. 1º, 3º e 170. A livre iniciativa é expressão de liber-dade titulada não apenas pela empresa, mas também pelo trabalho. Por isso, a Constituição, ao contemplá-la, cogita também da ‘ini-ciativa do Estado’; não a privilegia, portanto, como bem pertinente apenas à empresa. Se de um lado a Constituição assegura a livre iniciativa, de outro determina ao Estado a adoção de todas as provi-dências tendentes a garantir o efetivo exercício do direito à educa-ção, à cultura e ao desporto (arts. 23, V, 205, 208, 215 e 217, §3º, da Constituição). Na composição entre esses princípios e regras há de ser preservado o interesse da coletividade, interesse público pri-mário. O direito ao acesso à cultura, ao esporte e ao lazer são meios de complementar a formação dos estudantes.” (ADI 1.950, Rel. Min. Eros Grau, julgamento em 03.11.2005, Plenário, DJ de 02.06.2006.) No mesmo sentido: (ADI 3.512, Rel. Min. Eros Grau, julgamento em 15-2-2006, Plenário, DJ de 23.06.2006)

QUESTÕES DE CONCURSO

(CESPE/ STJ/ Técnico Judiciário/ Telecomunicações e Eletricidade/ Conhecimentos Básicos/ 2012) O povo exerce o poder por meio de representantes eleitos ou de forma direta, como nos casos de plebiscito e referendo.

Resposta: CERTO

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1. (ADVOGADO/ TJ-SP/ 2013) Considerando a doutrina do direito constitucional prevalente a respeito das clas-sificações das constituições, tendo em vista seus va-riados aspectos, assinale a alternativa que apresenta classificações corretas referentes à Constituição Fede-ral brasileira vigente. a. Constituição rígida e ideológica.b. Constituição analítica e formal.c. Constituição finalística e substancial.d. Constituição dualista e super-rígida. e. Constituição garantia e histórica.

2. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – ADMINISTRATIVA/ TRT 09ª REGIÃO/ 2013) Clara é servidora pública da Adminis-tração direta, tendo sido investida no mandato de Ve-readora. Havendo compatibilidade de horários, Clara perceberá as vantagens de seu cargo, sem prejuízo da remuneração do cargo eletivo. Noentanto, NÃO ha-vendo compatibilidade de horários, Clara a. será afastada do cargo que detém na Administra-

ção direta, ficando obrigatoriamente com a remu-neração deste cargo.

b. será afastada do cargo que detém na Administra-ção direta, sendo-lhe facultado optar pela sua re-muneração.

c. será afastada do cargo que detém na Administra-ção direta, ficando obrigatoriamente com a remu-neração do cargo eletivo.

d. será exonerada do cargo que detém na Adminis-tração direta.

e. não poderá exercer o mandato eletivo.

3. (ANALISTA/ DIREITO/ CNMP/ 2015) Em relação à eficácia e aplicabilidade das normas constitucionais, é correto afirmar: a. As normas constitucionais declaratórias de princí-

pios programáticos, que veiculam programas a se-rem implementados pelo Poder Público para con-cretização dos fins sociais, são de eficácia limitada.

b. As normas constitucionais de aplicabilidade diferi-da e mediata, que não são dotadas de eficácia jurí-dica e não vinculam o legislador infraconstitucional aos seus vetores, são de eficácia contida.

c. As normas constitucionais de aplicabilidade direta, imediata e integral, por não admitirem que norma infraconstitucional posterior restrinja seu âmbito de atuação, são de eficácia contida.

d. As normas constitucionais de aplicabilidade direta, imediata e integral, que admitem norma infracons-titucional posterior restringindo seu âmbito de atua-ção, são de eficácia plena.

e. As normas constitucionais que traçam esquemas gerais de estruturação de órgãos, entidades ou ins-titutos, são de eficácia plena.

4. (TÉCNICO – ADMINISTRATIVA/ DPE-RS/ 2013) Um edital de convocação de concurso público continha, dentre outras, as seguintes regras: I – O presente concurso será baseado exclusivamen-

te no critério de títulos, dispensadas as provas. II – O prazo de validade do concurso será de dois

anos, prorrogável uma vez, por igual período. III – Durante o prazo improrrogável previsto no edital

de convocação, aquele aprovado no concurso será convocado com prioridade sobre novos concursa-dos para assumir cargo na carreira.

Considerando o disposto na Constituição Federal bra-sileira, é INCONSTITUCIONAL o que está indicado APENAS ema. I.b. I e II.c. II.d. III. e. I e III.

5. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – ADMINISTRATIVA TRT 01ª REGIÃO 2013) Segundo a Constituição Federal, será declarada a perda da nacionalidade do brasileiro a. nato que tiver cancelada sua naturalização, por

sentença judicial, em virtude de atividade nociva ao interesse nacional.

b. nato que residir em outro país por mais de trinta anos sem interrupção e lá for condenado a cumprir pena de reclusão.

c. naturalizado que adquirir outra nacionalidade, ain-da que em razão de reconhecimento de nacionali-dade originária pela lei estrangeira.

d. nato que adquirir outra nacionalidade, ainda que em razão de reconhecimento de nacionalidade ori-ginária pela lei estrangeira.

e. que tiver cancelada sua naturalização, por senten-ça judicial, em virtude de atividade nociva ao inte-resse nacional.

6. (ADVOGADO/ TJ-SP/ 2013) Conforme dispõe a vigen-te Carta Magna brasileira, a prática do racismo consti-tui, nos termos da lei, crime a. inafiançável e insuscetível de graça ou anistia, su-

jeito à pena de reclusão.b. inafiançável e imprescritível, sujeito à pena de re-

clusão.c. inafiançável e imprescritível, sujeito à pena de de-

tenção.d. inafiançável, imprescritível, insuscetível de graça

ou anistia, sujeito à pena de reclusão.e. inafiançável, imprescritível, insuscetível de graça

ou anistia, sujeito à pena de reclusão e vedada a progressão de regime.

7. (TÉCNICO – ADMINISTRATIVA/ DPE-RS/ 2013) Ao determinar que “Ninguém será obrigado a fazer ou dei-xar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei”, a Constituição Federal brasileira assegurou o a. direito à igualdade. b. direito à propriedade.

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c. princípio da impessoalidade. d. princípio da legalidade. e. direito à segurança.

8. (ANALISTA JUDICIÁRIO/ OFICIAL DE JUSTIÇA AVA-LIADOR FEDERAL/ TRT 18ª REGIÃO/ 2013) Sobre os princípios e normas que regem a Administração públi-ca direta e indireta, segundo a Constituição Federal de 1988, é INCORRETO afirmar: a. A proibição de acumulação remunerada de cargos

públicos prevista na Constituição Federal de 1988 estende-se às sociedades de economia mista.

b. Somente por lei específica poderá ser criada autar-quia e autorizada a instituição de empresa pública, de sociedade de economia mista e de fundações, cabendo à lei complementar, neste último caso, de-finir as áreas de sua atuação.

c. A lei disporá sobre os requisitos e as restrições ao ocupante de cargo ou emprego da Administração direta e indireta que possibilite o acesso a informa-ções privilegiadas.

d. A autonomia gerencial, orçamentária e financeira das entidades da Administração direta e indireta não poderá ser ampliada mediante contrato, a ser firmado entre seus administradores e o poder pú-blico, que tenha por objeto a fixação de metas de desempenho para o órgão ou entidade.

e. O teto remuneratório constitucional aplica-se às so-ciedades de economia mista e às empresas públi-cas se houver recebimento de recursos da União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios para pagamento de despesas de pessoal ou de custeio em geral.

9. (JUIZ/ AUDITOR SUBSTITUTO DA JUSTIÇA MILITAR DA UNIÃO/ STM/ 2013) No que se refere aos métodos de interpretação da CF, assinale a opção correta. a. De acordo com o método científico-espiritual, de-

ve-se priorizar a concretização em detrimento da interpretação, que é apenas uma etapa da concre-tização, visto que é impossível isolar a norma da realidade.

b. No método jurídico, defende-se a identidade entre lei e constituição, esta considerada espécie de lei, devendo, portanto, ser interpretada pelas regras tradicionais de hermenêutica.

c. De acordo com o método tópico-problemático, a in-terpretação da constituição é concretização, crian-do-se um processo unitário entre aplicação e inter-pretação, com primazia do texto sobre o problema.

d. No método hermenêutico-concretizador, há um pensar problemático, dando-se preferência à dis-cussão dos problemas, já que a abertura do texto constitucional inviabilizaria a possibilidade de de-dução subsuntiva.

e. No método normativo-estruturante, busca-se a in-terpretação da constituição como um conjunto, em um processo de integração comunitária.

10. (ANALISTA JUDICIÁRIO/ EXECUÇÃO DE MANDA-DOS/ TRT 09ª REGIÃO/ 2013) O inciso XIII do artigo 5º da Constituição Federal brasileira estabelece que é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou pro-fissão, atendidas as qualificações profissionais que a lei estabelecer e o inciso LXVIII afirma que conceder--se-á habeas corpus sempre que alguém sofrer ou se achar ameaçado de sofrer violência ou coação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder. Estes casos, são, respectivamente, exemplos de norma constitucional de eficáciaa. plena e contida.b. contida e plena.c. limitada e contida.d. contida e limitada. e. plena e limitada.

11. (ANALISTA EXECUTIVO PERFIL I/ ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA/ SEPLAG-RJ/ 2013) A Constituição de 1988 é muito criticada por ter previsto a prestação de inú-meros serviços e a previsão de incontáveis direitos e garantias, individuais e coletivos, criando justas expec-tativas para os cidadãos mas encontrando limitações orçamentárias na maior parte dos entes públicos. Al-guns doutrinadores defendem que nesse tema deve ser aplicada a reserva do possível. Dentre os princí-pios constitucionais fundamentais relativos à presta-ção positiva do Estado está o seguinte princípio: a. defesa da pazb. não intervençãoc. livre organização d. convivência justae. integração regional

12. (AUDITOR DO TRIBUNAL DE CONTAS/ TCE-SP/ 2013) No caso de litígio entre Estados-membros sobre a demarcação de suas linhas divisórias, a. a única forma constitucionalmente legítima de um

Estado-membro ceder território para outro Estado--membro com o objetivo de solucionar o conflito é mediante procedimento de incorporação ou des-membramento que requer a aprovação da popu-lação diretamente interessada, por meio de ple-biscito, bem como do Congresso Nacional, por lei complementar.

b. é vedado a seus representantes promover altera-ções ou compensações de área mediante acordo, arbitramento ou composição, em virtude da indis-ponibilidade do território que caracteriza a auto-nomia constitucional assegurada às unidades da federação.

c. compete à União determinar os limites das áreas li-tigiosas, caso tenha decorrido o prazo de três anos, a contar da promulgação da Constituição, sem que os trabalhos demarcatórios tenham sido concluí-dos pelos Estados-membros.

d. o texto constitucional não afasta, diferentemente da disciplina reservada aos Municípios, a obten-ção de resolução mediante acordo, arbitramento ou composição, autorizando, inclusive, alterações e compensações de área.

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e. não cabe à União intervir para realizar os trabalhos demarcatórios, pois se trata de questão restrita ao âmbito da autonomia estadual.

13. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – ADMINISTRATIVA/ TRT 09ª REGIÃO/ 2013) De acordo com a Carta Magna, no âmbito da competência legislativa concorrente, a com-petência da União limitar-se-á a estabelecer normas gerais. Inexistindo lei federal sobre normas gerais, os Estados exercerão a competência legislativa plena, para atender a suas peculiaridades. Nesse contexto, é correto afirmar que a superveniência de lei federal sobre normas gerais a. suspenderá a eficácia da lei estadual apenas no

que lhe for contrário.b. revogará, na íntegra, a lei estadual.c. revogará a lei estadual apenas no que não lhe for

contrário. d. suspenderá, na íntegra, a eficácia da lei estadual.e. manterá a eficácia da lei estadual, ainda que esta

contrarie dispositivos da lei federal, tendo em vista a independência entre os entes federativos.

14. (JUIZ SUBSTITUTO/ TJ-PE- 2013) O Estado não inter-virá em seus Municípios, nem a União nos Municípios localizados em Território Federal, EXCETO quando, entre outras hipóteses, a. não tiver sido aplicado o mínimo exigido da receita

municipal nas ações e serviços públicos e privados de saúde.

b. deixar de ser paga, sem motivo de força maior, por pelo menos três anos consecutivos, a dívida fun-dada.

c. não tiver sido aplicado o mínimo exigido da receita municipal na manutenção e desenvolvimento do ensino.

d. não forem prestadas contas devidas, na forma da lei complementar.

e. o Superior Tribunal de Justiça der provimento a re-presentação para assegurar a observância de prin-cípios indicados na Constituição Estadual, ou para prover a execução de lei, de ordem ou de decisão judicial.

15. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – ADMINISTRATIVA TRT 09ª REGIÃO 2013) Joaquim, servidor público federal, é médico, ocupa cargo privativo de profissional de saú-de, com profissão regulamentada, tendo ingressado no serviço público por concur-so há dez anos. Joa-quim pretende prestar novo concurso público com o objetivo de cumular, de forma remunerada, dois cargos públicos. A Constituição Federal admite, em situações excepcionais, a acumulação remunerada de cargos públicos, desde que haja compatibilidade de horários. No caso narrado, Joaquim somente poderá cumular se o segundo cargo público for a. artístico.b. científico.c. privativo de profissional de saúde, com profissão

regulamentada.

d. professor.e. técnico.

16. (ADVOGADO/ TJ-SP/ 2013) Analise os seguintes dis-positivos constitucionais: I – O casamento é civil e gratuita a celebração. II – Os Estados podem incorporar-se entre si, subdi-

vidir-se ou desmembrar-se para se anexarem a outros, ou formarem novos Estados ou Territórios Federais, mediante aprovação da população dire-tamente interessada, através de plebiscito, e do Congresso Nacional, por lei complementar.

III – Lei complementar, de iniciativa do Supremo Tribu-nal Federal, disporá sobre o Estatuto da Magistra-tura (…).

Conforme a doutrina clássica, que trata da aplicabilida-de e eficácia das normas constitucionais no direito bra-sileiro, é correto afirmar que as disposições elencadas são, respectivamente, normas de eficáciaa. limitada, contida e contida.b. plena, contida e limitada.c. contida, contida e limitada.d. plena, limitada e limitada.e. limitada, limitada e contida.

17. (TÉCNICO JUDICIÁRIO/ SEGURANÇA/ TRT 09ª REGIÃO/ 2013) Daniela é servidora pública titular de cargo efetivo da União e está pensando em se apo-sentar quando preencher os requisitos constitucionais. Considerou hipoteticamente ter completado 57 anos de idade e, nos últimos 11 anos, ter ocupando o cargo de técnico judiciário do Tribunal Regional do Trabalho da 9a Região. Estando abrangida pelo regime de pre-vidência previsto na Constituição Federal para o servi-dor público, Danielaa. poderá se aposentar voluntariamente, desde que

tenha no mínimo 30 anos de contribuição.b. poderá se aposentar voluntariamente, desde que

tenha no mínimo 25 anos de contribuição. c. poderá se aposentar voluntariamente, desde que

tenha no mínimo 35 anos de contribuição.d. não poderá se aposentar voluntariamente porque

não possui 60 anos.e. não poderá se aposentar voluntariamente porque

não possui 65 anos.

18. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – ADMINISTRATIVA/ TRT 01ª REGIÃO/ 2013) Os princípios constitucionais da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência devem ser obedecidos pela Administração pública a. direta e indireta de qualquer dos Poderes da União,

dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.b. direta, mas não pela indireta, de qualquer dos Po-

deres da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.

c. indireta, mas não pela direta, de qualquer dos Po-deres da União, Estados, Distrito Federal e dos Municípios.

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d. direta e indireta do Poder Executivo da União, dos Estados, Distrito Federal e dos Municípios, não se aplicando, todavia, aos Poderes Legislativo e Ju-diciário.

e. direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, mas não dos Estados e dos Municípios, que pode-rão dispor sobre a matéria diferentemente.

19. (ANALISTA LEGISLATIVO/ AL-PB/ 2013) Considere as seguintes assertivas a respeito das Competências da União, dos Estados e Municípios:I – A competência da União para legislar sobre nor-

mas gerais não exclui a competência suplementar dos Estados.

II – Compete à União, aos Estados e ao Distrito Fe-deral legislar concorrentemente sobre orçamento.

III – É competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios fomentar a pro-dução agropecuária e organizar o abastecimento alimentar.

IV – Compete à União, aos Estados e ao Distrito Fede-ral legislar concorrentemente sobre direito eleitoral.

Segundo a Constituição Federal brasileira é correto o que consta APENAS ema. III e IV.b. I, II e III.c. I, II e IV.d. II e III.e. I e IV.

20. (ANALISTA JUDICIÁRIO – ADMINISTRATIVA/ TRT 09ª REGIÃO/ 2013) Nos termos da Constituição Fe-deral, em qualquer caso que exija o afastamento do servidor público para o exercício de mandato eletivo, seu tempo de serviço a. será contado para todos os efeitos legais, exceto

para promoção por antiguidade. b. será contado para todos os efeitos legais, sem

qualquer exceção. c. não será computado para qualquer efeito legal. d. será contado tão somente para a promoção por e. será contado para todos os efeitos legais, exceto

para promoção por merecimento.

G A B A R I T O

1. b2. b3. a4. a5. e6. b7. d8. d9. b

10. b 11. e12. c

13. a14. c15. c 16. d17. a18. a19. b20. e

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SUMÁRIO

NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO

ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA ........................................................................................................................368

PODER HIERÁRQUICO ...............................................................................................................................390

POLÍCIA E PODER DE POLÍCIA ...................................................................................................................391

ATO ADMINISTRATIVO ...............................................................................................................................394

SERVIDOR PÚBLICO ...................................................................................................................................412

ÓRGÃOS E AGENTES PÚBLICOS .........................................................................................................376/412

LEI COMPLEMENTAR N. 840/2011 ..............................................................................................................423

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ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

Tema de alta relevância para o entendimento de todo conteúdo referente ao Direito Administrativo. A palavra admi-nistrar significa dirigir, comandar, planejar, executar. Assim, o vocábulo administrar abrange todas as atividades, desde a de planejamento, de direção, de comando, como as ati-vidades de execução, que nesse aspecto não têm caráter decisório.

A Administração Pública em sentido amplo engloba todos esses verbos, ou seja, abrange a função de execu-tar as diretrizes governamentais quanto ao planejamento das metas do Governo. Assim, temos a Administração em sentido amplo, que abrange a função política e a admi-nistrativa (sentido objetivo) e os órgãos governamentais (Governo) e os órgãos administrativos (sentido subjetivo).

O objeto do nosso estudo será delimitar a Administra-ção Pública em sentido estrito, que abrange a função tipica-mente administrativa incumbida de executar o planejamento governamental (Governo) e os órgãos administrativos.

Desse modo, faz-se necessário entender a distin-ção entre Administração Pública (função administrativa) e Governo (atividade política). A Administração pratica con-duta hierarquizada, enquanto o Governo pratica atividade política. A Administração não pratica atos de governo, apenas executa opções políticas do governo.

A função administrativa (em sentido estrito e objetivo) compreende o serviço público, a intervenção, o fomento e a polícia administrativa. Conforme leciona Di Pietro (2009, p. 51), são exemplos de atos praticados na função política da Administração (ato de governo): a convocação extraordiná-ria do Congresso Nacional, a nomeação de Comissão Parla-mentar de Inquérito, as nomeações de Ministros de Estado, as relações com Estados estrangeiros, a declaração de guerra e de paz, a permissão para que forças estrangeiras transitem pelo território do Estado, a declaração de estado de sítio e de emergência, a intervenção federal nos Esta-dos, os atos decisórios que implicam a fixação de metas, de diretrizes ou de planos governamentais. Os atos políticos se inserem na função política do governo e serão executados pela Administração Pública (em sentido estrito), no exercício da função administrativa propriamente dita.

ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA: SENTIDOS

A Administração Pública é estudada sob dois sentidos: a) em sentido formal, subjetivo ou orgânico: nesse

aspecto, é entendida como os entes que desenvolvem a função administrativa. Representa as pessoas jurídicas, os órgãos e os agentes públicos incumbidos de exercer a função administrativa do Estado.

b) em sentido material, objetivo ou funcional: é a própria atividade administrativa. Representa o conjunto de atividades administrativas desempenhadas pelo Estado.

Em síntese, em sentido subjetivo reportamos as pes-soas jurídicas, órgãos e agentes públicos e em sentido objetivo as atividades administrativas.

Sentido Formal, Subjetivo ou Orgânico A Administração Pública em sentido formal, subjetivo ou

orgânico é o conjunto de sujeitos (órgão e pessoas jurídicas) que exercem a atividade administrativa. Adota-se como refe-rência “quem” realiza a atividade. Dessa forma, compõem a Administração Pública, em sentido subjetivo, os órgãos que integram as pessoas políticas – Administração direta – e as entidades administrativas, que compõem a Administração indireta do Estado.

O Decreto-Lei n. 200/1967 enumera os sujeitos que compõem a Administração Pública, a saber:

Art. 4º A Administração Federal compreende: I – A Administração direta, que se constitui dos ser-viços integrados na estrutura administrativa da Pre-sidência da República e dos Ministérios. II – A Administração indireta, que compreende as seguintes categorias de entidades, dotadas de per-sonalidade jurídica própria: Autarquias; Empresas Públicas; Sociedades de Economia Mista; Fundações Públicas. (Incluído pela Lei n. 7.596, de 1987)

A expressão Administração Pública em sentido subje-tivo é grafada com iniciais maiúsculas, enquanto no sentido objetivo deve ser grafada em minúsculo.

Segue a questão abaixo para análise:

(CESPE/ TRE-MT/ ANALISTA JUDICIÁRIO/ 2010) Assinale a opção correta com relação às noções sobre Estado e Administração Pública. a. Administração Pública em sentido subjetivo compreende as pessoas jurídicas, os órgãos e os agentes que exercem a função administrativa. b. A Administração Pública direta, na esfera fede-ral, compreende os órgãos e as entidades, ambos dotados de personalidade jurídica, que se inserem na estrutura administrativa da Presidência da Repú-blica e dos ministérios. c. O Estado Federal brasileiro é integrado pela União, pelos Estados-Membros e pelo Distrito Fe-deral, mas não pelos municípios, que, à luz da CF, desfrutam de autonomia administrativa, mas não de autonomia financeira e legislativa. d. A prerrogativa de criar empresas públicas e sociedades de economia mista pertence apenas à União, não dispondo os estados, o Distrito Federal e os municípios de competência para tal.e. As autarquias e as fundações públicas, como entes de direito público que dispõem de personalida-de jurídica própria, integram a administração direta.

Como já lecionado, o item correto é a letra “a”.

Sentido Material, Objetivo ou Funcional

A atividade administrativa é desempenhada em maior grau pelo Poder Executivo. Essa função administra-tiva abrange o fomento, a polícia administrativa, o serviço público e a intervenção. Nesse tema, adotamos as lições da Prof. Maria Sylvia Zanella Di Pietro.

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a) Fomento: “abrange a atividade administrativa de incentivo à iniciativa privada de utilidade pública”. Note que não é o incentivo a qualquer iniciativa privada, mas àque-las de utilidade pública. Outros exemplos da atividade de fomento são: os financiamentos, os favores fiscais, conces-são de benefícios e as subvenções.

b) Polícia administrativa: exercida para impor limita-ções aos direitos individuais em benefício da coletividade. É conferida à administração por lei e compreende: ordens, notificações, autorizações, fiscalizações e sanções.

c) Serviço público: “é toda atividade que a Adminis-tração Pública executa, diretamente ou indiretamente, para satisfazer a necessidade coletiva, sob regime jurídico predo-minantemente público”. É certo que quando o Estado pratica ou mesmo quando delega a prática de serviços públicos aos particulares, está exercendo uma atividade administrativa.

d) Intervenções: compreende a regulamentação e fis-calização da atividade econômica de natureza privada (inter-venção indireta) como, por exemplo: as atividades desem-penhadas pelas agências reguladoras. Outra modalidade de intervenção ocorre quando o Estado realiza uma desapro-priação ou mesmo o tombamento – intervenção na proprie-dade privada.

Para fixar:

(CESPE/POLÍCIA CIVIL-ES/ DELEGADO/ 2011) Em sentido material ou objetivo, a Administração Pública compreende o conjunto de órgãos e pesso-as jurídicas encarregadas, por determinação legal, do exercício da função administrativa do Estado.

Justificativa: em sentido material ou objetivo, a admi-nistração compreende o conjunto de atividades desempe-nhadas pelas entidades, órgão e agentes públicos. Logo, a questão está errada.

(CESPE/ ABIN/ OFICIAL DE INTELIGÊNCIA/ 2010) A Administração Pública é caracterizada, do ponto de vista objetivo, pela própria atividade administrati-va exercida pelo Estado, por meio de seus agentes e órgãos.

Justificativa: sob o sentido objetivo a Administração Pública compreende o conjunto de atividades integrantes da função administrativa. Questão certa.

(CESPE/ ECT/ ADVOGADO/ 2011) Em sentido sub-jetivo, a Administração Pública compreende o con-junto de órgãos e de pessoas jurídicas ao qual a lei confere o exercício da função administrativa do Estado.

Justificativa: foi visto que em sentido subjetivo (orgâ-nico ou formal) a Administração Pública compreende o con-junto de órgãos e pessoas jurídicas que realizam a função administrativa. Questão certa.

PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

Esse tema é de extrema importância para o Direito Administrativo e, por consequência, para provas de con-curso.

Princípios são os alicerces da ciência. No imenso “prédio” jurídico, ou seja, no ordenamento jurídico, os princí-pios formam a base. Imagine que o nosso ordenamento jurí-dico seja um prédio, sendo as janelas as leis e a base desse prédio, os princípios. Se a lei ofender um princípio, o prédio estará em ruínas. Desse modo, os princípios chegam a ser mais importantes do que a própria lei. Se a lei contrariar um princípio, será ilegal.

Os princípios administrativos devem ser observados por toda a Administração Pública em seus diversos níveis ou pessoas: seja pelos órgãos, entidades ou pelos agentes públicos que desempenhem qualquer função pública. Assim que você iniciar suas atividades na Administração Pública, com certeza terá que atender todos os princípios que orien-tam as atividades públicas.

Para Bandeira de Mello, “violar um princípio é muito mais grave que transgredir uma norma qualquer. A desaten-ção ao princípio implica ofensa não apenas a um específico mandamento obrigatório, mas a todo o sistema de coman-dos. É a mais grave forma de ilegalidade ou inconstituciona-lidade [...]”.

Os princípios orientam todo o nosso ordenamento. Desse modo, se a lei contrariar um princípio esta não poderá produzir efeitos jurídicos.

Tradicionalmente, os princípios são divididos em: prin-cípios expressos na Constituição e princípios não expressos (ou implícitos). Então, vamos detalhar o tema!

PRINCÍPIOS EXPRESSOS

Estão presentes no texto Constitucional. O art. 37, caput, da Constituição assim dispõe:

Art. 37. A Administração Pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, mora-lidade, publicidade e eficiência [...].

Princípio da Legalidade

Toda ação do administrador público deve ser pautada na lei. Ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei (CF, art. 5º, II). Só a lei tem a prerrogativa de inovar no mundo jurídico, só a lei pode trazer novos direitos ou restrições.

Atenção: a principal diferença entre a legalidade admi-nistrativa e a aplicada ao particular é que o administrador público só pode fazer o que a lei autoriza, enquanto o particular pode fazer tudo o que a lei não proíbe.

O administrador só pode agir quando a lei autoriza (produção de atos discricionários) ou quando ela exige sua atuação (produção de atos vinculados). Se a Administração praticar um ato que não atenda a lei, este deverá ser anu-lado pela própria Administração ou pelo Poder Judiciário, se provocado.

É importante compreender que o princípio da lega-lidade é uma exigência que decorre do Estado de Direito, que impõe a necessidade de submissão ao império da lei. Desse modo, a Administração Pública somente poderá atuar quando autorizada por lei.

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Para fixar:

(CESPE/ ANEEL/ TÉCNICO ADMINISTRATIVO/ 2010) De acordo com o princípio da legalidade, a administração pública somente pode fazer o que a lei lhe permite.

Justificativa: como vimos, a Administração só pode agir quando a lei autorizar. Questão certa.

(CESPE/ CFO-PMDF/ 2010) Pelo princípio da lega-lidade, aplicável no âmbito da Administração Públi-ca, o administrador público pode praticar todas as condutas que não estejam expressamente proibi-das em lei.

Justificativa: vimos que o administrador só pode prati-car alguma conduta se a lei autorizar. A questão afirma que o agente pode praticar todas as condutas que não estejam expressamente proibidas em lei. Questão errada.

Princípio da Impessoalidade

Tradicionalmente, esse princípio é estudado sob dois aspectos.

a) O primeiro é o de que o agente deve sempre atuar visando o interesse público. Desse modo, a Administração deve atuar de forma impessoal, sendo vedado qualquer ato discriminatório que vise a prejudicar ou favorecer alguém.

Ao interpretar esse princípio, chega-se à conclusão de que é proibido ao agente praticar ato para atender interes-ses pessoais que prejudicam o interesse público. A ação do agente deve atender à Lei, que representa comando geral e abstrato. Presume-se que o comando legal seja impessoal. O princípio da impessoalidade corresponde ao princípio da igualdade ou isonomia.

A aplicação desse princípio é vista, por exemplo, na realização de licitação, de concurso público etc.

Se o agente praticar ato com objetivo de interesses pes-soais em detrimento do interesse público, estará incorrendo em abuso de poder na modalidade desvio de finalidade.

Exemplificando o tema: a remoção de ofício descrita no art. 36 da Lei n. 8.112/1990 é instituto utilizado pela Admi-nistração Pública para atender às necessidades funcionais do órgão ou entidade. Logo, se o servidor for removido por perseguição ou mesmo para punição, o ato deverá ser anu-lado, pois houve desvio de finalidade. A remoção é prerro-gativa que a Administração tem para melhor desempenhar a prestação do serviço à sociedade e não forma de punição de servidor.

b) o segundo aspecto veda que o agente público valha--se da atividade desenvolvida pela Administração para obter promoção pessoal. Por exemplo: em uma obra pública, nunca se pode anunciar como realização do Governador “X” na divulgação. Afinal, a obra não foi realizada com dinheiro do Governador “X”, e sim com dinheiro público.

Nesse contexto, os atos são do órgão e não dos agen-tes públicos – teoria do órgão. O § 1º do art. 37 da Constitui-ção disciplina o tema com a seguinte redação:

§ 1º A publicidade dos atos, programas, obras, ser-viços e campanhas dos órgãos públicos deverá ter caráter educativo, informativo ou de orientação social, dela não podendo constar nomes, símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos.

Para fixar:

(CESPE/ ECT/ ADMINISTRADOR/ 2011) Entre as acepções do princípio da impessoalidade, inclui-se aquela que proíbe a vinculação de atividade da ad-ministração à pessoa do gestor público, evitando--se, dessa forma, a realização de propaganda oficial para a promoção pessoal.

Justificativa: como foi visto, a atividade administrativa não pode ser vinculada à pessoa do gestor. Questão certa.

Princípio da Moralidade

A moralidade administrativa determina que a conduta do administrador público deve ser ética, pautada na hones-tidade. O agente administrativo, como ser humano dotado da capacidade de atuar, deve, necessariamente, distinguir o bem do mal, o honesto do desonesto. E, ao atuar, não poderá desprezar o elemento ético de sua conduta. Assim, não terá de decidir somente entre o legal e o ilegal, o justo e o injusto, o conveniente e o inconveniente, o oportuno e o inoportuno, mas também entre o honesto e o desonesto.

A Lei n. 9.784/1999 trata a moralidade em seu art. 2º, IV, descrevendo que o administrador tem de ter uma “atua-ção segundo padrões éticos de probidade, decoro e boa-fé”.

O Decreto n. 1.171/1994, que representa o Código de Ética Profissional do Servidor Público Civil do Poder Execu-tivo federal, estabelece que:

II – O servidor público não poderá jamais desprezar o elemento ético de sua conduta. Assim, não terá que decidir somente entre o legal e o ilegal, o justo e o injusto, o conveniente e o inconveniente, o opor-tuno e o inoportuno, mas principalmente entre o ho-nesto e o desonesto, consoante às regras contidas no art. 37, caput, e § 4º, da Constituição Federal.III – A moralidade da Administração Pública não se limita à distinção entre o bem e o mal, devendo ser acrescida da ideia de que o fim é sempre o bem co-mum. O equilíbrio entre a legalidade e a finalidade, na conduta do servidor público, é que poderá con-solidar a moralidade do ato administrativo.

Instrumentos que visam combater a imoralidade administrativa

Diversos institutos combatem a imoralidade administra-tiva. A seguir, comentamos alguns deles.

a) A Lei n. 8.429/1992, que trata dos atos de improbi-dade administrativa. A probidade administrativa é uma espé-cie do gênero moralidade administrativa, que recebeu trata-mento próprio no § 4º do art. 37 da Constituição. O agente ímprobo, consequentemente, é imoral. Note então que a probidade é um aspecto da moralidade, portanto não são expressões idênticas.

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A Lei n. 8.429/1992 prevê três espécies de atos consi-derados ímprobos: os que importam enriquecimento ilícito, os que causam prejuízos ao erário e os que atentam contra os princípios da Administração Pública. Comentaremos mais sobre o tema no capítulo próprio.

b) A ação popular também é instituto de proteção à imo-ralidade administrativa. Dispõe a Constituição em seu art. 5º, inciso LXXIII:

LXXIII – qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise a anular ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, fican-do o autor, salvo comprovada má-fé, isento de cus-tas judiciais e do ônus da sucumbência.

Súmula Vinculante

Súmulas são orientações que os Tribunais proferem a respeito do que entendem acerca de determinadas matérias, advindas principalmente da consolidação de jurisprudên-cia por meio de decisões reiteradas no mesmo sentido. As Súmulas, tradicionalmente, não possuem força vinculante, ou seja, não obrigam que os outros Tribunais e a Administra-ção sigam o mesmo posicionamento.

Falamos “tradicionalmente” porque a Emenda Constitu-cional 45/2004 acrescentou o art. 103-A à Constituição. É a seguinte a redação do referido artigo:

Art. 103-A. O Supremo Tribunal Federal poderá, de ofício ou por provocação, mediante decisão de dois terços dos seus membros, após reiteradas decisões sobre matéria constitucional, aprovar súmula que, a partir de sua publicação na imprensa oficial, terá efeito vinculante em relação aos demais órgãos do Poder Judiciário e à Administração Pública direta e indireta, nas esferas federal, estadual e munici-pal, bem como proceder à sua revisão ou cancela-mento, na forma estabelecida em lei.

Com efeito, foi editada a Súmula Vinculante n. 13, conhecida como Súmula antinepotismo, que assim preceitua:

13 – A nomeação de cônjuge, companheiro ou pa-rente em linha reta, colateral ou por afinidade, até o terceiro grau, inclusive, da autoridade nomeante ou de servidor da mesma pessoa jurídica investido em cargo de direção, chefia ou assessoramento, para o exercício de cargo em comissão ou de confiança ou, ainda, de função gratificada na Administração Pública direta e indireta em qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, compreendido o ajuste mediante desig-nações recíprocas, viola a Constituição Federal.

O objetivo do texto acima é combater a prática do nepo-tismo dentro da Administração Pública, que representa a nomeação de parentes consanguíneos ou por afinidade e do cônjuge, para o exercício de cargo em comissão ou função de confiança.

Essa prática viola o princípio da moralidade, entre outros. Realmente é imoral nomear parentes para ocupar cargo em comissão – aquele provido sem concurso público. A nomeação de ocupante desse cargo deve ter como base a competência do servidor nomeado, e não recair sobre vín-culo familiar.

Apesar da clareza da redação da Súmula em estudo – que proíbe a prática do nepotismo em todos os níveis, o STF, ao julgar o RE 579.951, afirmou que a nomeação de paren-tes para cargo político não é inconstitucional. Pode-se, então afirmar que a redação da Súmula alcança somente a nomeação de agentes administrativos (ocupantes de cargo em comissão ou função de confiança), sendo afastada sua aplicação aos agentes políticos.

Posteriormente, a Suprema Corte reafirmou seu posi-cionamento inicial ao julgar medida cautelar na Rcl 6.650/PR, nos seguintes termos:

AGRAVO REGIMENTAL EM MEDIDA CAUTELAR EM RECLAMAÇÃO. NOMEAÇÃO DE IRMÃO DE GOVERNADOR DE ESTADO. CARGO DE SECRETÁRIO DE ESTADO. NEPOTISMO. SÚ-MULA VINCULANTE N. 13. INAPLICABILIDADE AO CASO. CARGO DE NATUREZA POLÍTICA. AGENTE POLÍTICO. ENTENDIMENTO FIRMADO NO JULGAMENTO DO RECURSO EXTRAORDI-NÁRIO 579.951/RN. OCORRÊNCIA DA FUMAÇA DO BOM DIREITO. 1. Impossibilidade de submis-são do reclamante, Secretário Estadual de Trans-porte, agente político, às hipóteses expressamente elencadas na Súmula Vinculante n. 13, por se tra-tar de cargo de natureza política. (STF, AG. REG. NA MED. CAUT. NA Rcl N. 6.650-PR, RELATORA: MIN. ELLEN GRACIE, INFORMATIVO 529).

Conforme anteriormente mencionado, o STF entende não ser inconstitucional a nomeação entre parentes para o exercício de cargo político. Ex.: considere que Sócrates, governador do Estado “X”, tenha nomeado seu filho Galileu para Secretário de Transporte do Estado. Essa nomeação, para o STF, não atenta contra a Constituição, pois repre-senta a nomeação para ocupar cargo político. No entanto, se Sócrates nomear seu filho para ser seu assessor (agente administrativo), isto será inconstitucional porque configura prática do nepotismo.

Para fixar:

(CESPE/ SEPLAG-DF/ NÍVEL SUPERIOR/ 2009) O nepotismo corresponde à prática que pode violar o princípio da moralidade administrativa. A esse res-peito, de acordo com a jurisprudência do STF, seria inconstitucional ato discricionário do Governador do Distrito Federal que nomeasse parente de segundo grau para o exercício do cargo de secretário de Es-tado da SEAPA/DF.

Justificativa: a nomeação de agentes políticos não configura prática de nepotismo. Questão errada.

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(TRE-ES/ TÉCNICO JUDICIÁRIO/ ÁREA: ADMI-NISTRATIVA/ 2010) Contraria o princípio da morali-dade o servidor público que nomeie o seu sobrinho para um cargo em comissão subordinado.

Justificativa: a nomeação de sobrinho (parente em 3º grau) para o exercício de cargo em comissão (agente admi-nistrativo) configura prática de nepotismo e, por consequên-cia, contraria o princípio da moralidade, entre outros. Ques-tão certa.

Princípio da Publicidade

Esse princípio informa que a atividade da Administra-ção deve ser transparente. Os atos administrativos gerais e as leis devem ser publicados para terem validade perante terceiros. Assim, esse princípio impõe à Administração Pública o dever de conceder ampla divulgação de seus atos, pois só assim os administrados poderão fiscalizar a conduta dos agentes públicos. Pense: como você irá controlar a con-duta dos agentes públicos se estes não a divulgam?

O inciso XXXIII do art. 5º da Constituição informa que:

XXXIII – Todos têm direito a receber dos órgãos pú-blicos informações de seu interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, res-salvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado.

Conforme visto, esse princípio não é absoluto, pois a própria Constituição autoriza que as informações que coloquem em risco a segurança da sociedade e do Estado podem ser restritas.

No mesmo sentido, o inciso LX do art. 5º da Constitui-ção prevê que:

LX – a lei só poderá restringir a publicidade dos atos processuais quando a defesa da intimidade ou o interesse social o exigirem;

Vimos que a Administração deve dar publicidade a seus atos, que se dará quando da publicação no Diário Oficial do ente político. A União, os Estados e o Distrito Federal pos-suem Diário Oficial. Pode ocorrer de algum município não possuir Diário Oficial, nesse caso os atos terão publicidade com sua afixação na sede do órgão, como, por exemplo, a afixação de cópia do ato em um quadro de avisos.

Por fim, cumpre consignar que os atos internos dos órgãos podem ter publicidade quando publicados em bole-tins internos como, por exemplo, a concessão de férias a um servidor. Mas os atos que causarem efeitos externos devem ser publicados em Diário Oficial, como, por exemplo, um Decreto, a nomeação de um servidor etc.

IMPORTANTE

Lembre-se de que a publicidade dos atos não é absoluta, pois cabe exceção. Exemplo: é licito à ABIN guardar sigilo sobre as atividades que versam sobre a segurança do Estado.

Princípio da Eficiência

Na promulgação da Constituição de 1988 constavam no caput do art. 37 apenas os princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade e publicidade. Com o advento da Emenda Constitucional n. 19/1998 positivou-se o princí-pio da eficiência no texto constitucional. No entanto, desde a promulgação da Constituição de 1988, esse princípio estava implícito, ou seja, estava presente no texto constitucional de maneira a nortear a atuação dos agentes e das pessoas no âmbito da organização administrativa.

Temos duas acepções relacionadas à eficiência, segundo a prof. Maria Sylvia Zanella Di Pietro:

a) modo de atuação do agente público: os agentes públicos devem desempenhar suas atribuições de forma a buscar os melhores resultados possíveis;

b) quanto ao modo de organizar, estruturar, discipli-nar a Administração Pública: a organização administrativa deve ser racional.

A eficiência é dever da Administração Pública, tradu-zindo-se no dever de todo agente público de realizar suas atribuições com presteza, perfeição e rendimento funcional. O princípio da eficiência tem relação com custo/benefício, ou seja, a Administração Pública deve buscar a satisfação do interesse público de forma célere, racional e eficaz com os escassos meios que tem à sua disposição.

Ex.: considere que determinado órgão municipal realize uma licitação para a compra de merenda escolar em quanti-dade superior ao número de alunos matriculados nas esco-las municipais. Desse modo, o responsável pela contratação não foi eficiente.

Legalidade

Esse princípio informa que o administrador público só pode fazer o que a lei autoriza, enquanto o particular pode fazer tudo o que a lei não proíbe.

Impessoalidade

Esse princípio é estudado em dois aspectos:a) o agente deve sempre atuar visando o inte-resse público. Desse modo, a Administração deve atuar de forma impessoal, sendo vedado qualquer ato discriminatório que visa a prejudi-car ou favorecer alguém.b) veda que o agente público valha-se da ati-vidade desenvolvida pela Administração para obter promoção pessoal.

Moralidade O agente deve agir com ética, com honestidade e com boa-fé.

Publicidade Possibilita transparência na atuação da Admi-nistração.

Eficiência

A eficiência é dever da Administração Pública, traduzindo-se no dever de todo agente público de realizar suas atribuições com presteza, per-feição e rendimento funcional.

PRINCÍPIOS NÃO EXPRESSOS NA CONSTITUIÇÃO

Inicialmente trabalhamos os princípios expressos na Constituição (art. 37, caput). Agora, iremos trabalhar os prin-cípios não expressos na CF. Não há hierarquia entre os prin-cípios explícitos e implícitos. Os princípios explícitos estão tipificados no texto constitucional e em algumas leis espar-sas, enquanto os implícitos estão subentendidos no ordena-mento jurídico.

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Então, deve-se atentar que os princípios são divididos em princípios expressos e implícitos (não expressos).

Podemos citar como exemplo de princípios expressos os dispostos no art. 2º da Lei n. 9.784/1999 (Lei do Processo Administrativo na esfera federal), a saber:

Art. 2º A Administração Pública obedecerá, dentre outros, aos princípios da le galidade, finalidade, mo-tivação, razoabilidade, proporcionalidade, moralida-de, ampla defesa, contraditório, segurança jurídica, interesse público e eficiência.

Em síntese, os princípios expressos são aque-les “escritos”, ou seja, tipificados em lei – e não somente aqueles dispostos no art. 37, caput, da CF. Já os princí-pios implícitos são aqueles que não estão expressamente informados em lei, decorrem da construção doutrinária ou jurisprudencial.

Ex.: vimos que o princípio da eficiência não constava de maneira expressa na Constituição no ato de sua promulga-ção. Esse princípio, àquela época, era considerado “princí-pio implícito”. Também foi visto que esse princípio passou a constar na Constituição apenas em 1998, com a edição da Emenda Constitucional 19/1998. Desse modo, o princípio da eficiência era um princípio implícito (no ato da promulgação da CF) que passou a ser “princípio expresso” (com a edição da EC 19/1998).

Princípios da Supremacia do Interesse Público

O coletivo tem prerrogativa sobre o particular. Quando um direito coletivo e o de um particular entram em conflito, em regra, deve prevalecer o coletivo.

Temos como exemplo da incidência desse princípio a desapropriação (com justa e prévia indenização) realizada pela Administração para obter a propriedade de um imóvel pertencente a um particular para a satisfação do interesse público.

A posição de supremacia da Administração é extrema-mente importante, visto que legitima uma relação vertical com os particulares. O Poder Público se encontra em uma posição de autoridade em relação aos administrados. Essa condição é indispensável para gerir os interesses públicos colocados em confronto com o individual. Em face dessa desigualdade, o Estado tem a possibilidade de constituir obrigações por intermédio de atos administrativos.

É fácil identificar esse princípio quando a Administração realiza uma fiscalização e, posteriormente interdita um esta-belecimento comercial (exercício de poder de polícia), bem como quando um órgão público contratante aplica penali-dade a uma empresa contratada pelo não cumprimento de cláusulas contratuais (cláusulas exorbitantes) etc.

Princípio da Autotutela

É sabido que em algumas situações a Administração pode errar, ou seja, agir de forma ilegal ou mesmo inconve-niente e inoportuna. Nessas situações, ela deve anular seus atos quando forem ilegais ou revogar os inconvenientes ou

inoportunos. O controle administrativo atinge a ilegalidade e o mérito administrativo, pois a Administração pode anular ou revogar seus atos.

Nesse sentido, o STF editou a Súmula n. 473, nos seguintes termos:

473 – A Administração pode anular seus próprios atos quando eivados de vício que os tornem ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revogá--los, por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitando os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial.

Exemplificando o tema: considere que um órgão de fiscalização de trânsito emita algumas multas por excesso de velocidade. Contudo, o próprio órgão verificou que o ins-trumento de verificação de velocidade estava com defeito, portanto, não estava aferindo corretamente a velocidade média dos veículos. Nesse caso, o órgão deve anular as multas emitidas por serem ilegais (autotutela).

Exemplificando o tema: considere que a Administra-ção concedeu uma autorização para uma feira se instalar em uma praça pública. Contudo, o trânsito na região ficou um caos. Nesse contexto, a Administração pode revogar a autorização. Note que o ato era legal, mas se tornou ino-portuno ou inconveniente – não atende mais ao interesse público.

Princípio da Motivação

A motivação do ato administrativo é de tal importância que a doutrina e a jurisprudência a consagraram como prin-cípio. O princípio da motivação exige que a Administração Pública indique os fundamentos de fato e direito de suas decisões. Para Di Pietro, a sua obrigatoriedade se justifica em qualquer tipo de ato, porque se trata de formalidade necessária para permitir o controle de legalidade dos atos administrativos” (DI PIETRO, 2004, p. 82).

Em síntese: motivar é explicar por escrito o motivo (pressuposto fático e pressuposto de direito) que levou a Administração a praticar o ato.

Ex.: considere que um servidor com um ano de exer-cício em seu cargo faça um requerimento para gozar licença para tratar de interesses particulares. Certamente, o pedido vai ser indeferido, mas a autoridade deve explicar o porquê do indeferimento, como por exemplo: “em resposta ao pedido formulado pelo servidor, o mesmo não encontra amparo no art. 91 da Lei n. 8.112/1990, pois este informa que a concessão da licença para tratar de interesses parti-culares não é direito do servidor que se encontra em estágio probatório. Assim, visto que o servidor requerente encontra--se em avaliação de estágio probatório, o pedido formulado é indeferido”.

Então, não basta apenas a Administração praticar o ato, deve, também, explicar suas razões por tê-lo praticado. Logo, a motivação deve apontar os fatos que levaram à prá-tica do ato, bem como o dispositivo legal que autorizou ou determinou sua prática.

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Em regra, os atos devem ser motivados. Essa motiva-ção deverá ser anterior ou concomitante à edição do ato, podendo ser motivada por órgão diverso do que praticou o ato. A motivação poderá ter a forma de pareceres, laudos ou relatórios realizados por órgãos técnicos.

Princípio da Razoabilidade

O administrador público tem de ser razoável ao agir. Deve agir com bom senso, ou seja, deve ter uma atitude equilibrada. Esse princípio se relaciona diretamente com o senso comum do ser humano, do justo, do aceitável por todos.

Para Celso Antônio Bandeira de Mello, a Administra-ção, ao atuar no exercício de descrição, terá de obedecer a critérios aceitáveis do ponto de vista racional, em sinto-nia com o senso normal de pessoas equilibradas. A conduta desarrazoada não é apenas inconveniente, mas também ile-gítima (inválida).

Princípio da Proporcionalidade

A edição do ato deve ser proporcional ao dano ou ao perigo. Os meios utilizados devem ser proporcionais ao fim visado. Notamos então que o ato deve ser razoável e propor-cional. O ato que não atender ao princípio da proporciona-lidade deve ser anulado pela própria Administração ou pelo Poder Judiciário. Não cabe revogação de atos despropor-cionais, pois são ilegais e, como vimos, a revogação atinge atos legais que se tornaram inoportunos ou inconvenientes.

Esse princípio é chamado por alguns de “princípio da proibição de excessos”. Assim, é vedado à Administra-ção impor restrições e aplicar sanções superiores às estri-tamente necessárias. Essa informação consta de maneira expressa no inciso VI do parágrafo único do art. 2º da Lei n. 9.784/1999, nos seguintes termos: “adequação entre meios e fins, vedada a imposição de obrigações, restrições e san-ções em medida superior àquelas estritamente necessárias ao atendimento do interesse público”.

Em resumo, a intensidade da sanção aplicada pela Administração ao particular deve ter relação com a gravi-dade da ação praticada pelo particular. Desse modo, uma pequena ilegalidade deve ser combatida com uma sanção leve.

Princípio da Continuidade dos Serviços Públicos

O serviço público não pode parar e deve sempre aten-der ao interesse público. A interrupção do serviço público sem motivos satisfatórios fere esse princípio. No entanto, em algumas situações, é aceitável a interrupção temporária do serviço na hipótese de reparos ou mesmo para melhoria da técnica empregada para sua realização.

Contudo, o § 3º, I e II do art. 6º da Lei n. 8.987/1995, autoriza a interrupção do serviço nos seguintes casos:

§ 3º Não se caracteriza como descontinuidade do serviço a sua interrupção em situação de emergên-cia ou após prévio aviso, quando:I – motivada por razões de ordem técnica ou de se-gurança das instalações; e,II – por inadimplemento do usuário, considerado o interesse da coletividade.

Simplificando: lembre-se que em regra o serviço não pode ser paralisado, salvo nos casos previstos acima.

Indisponibilidade

Os bens, direitos, interesses e serviços públicos não se acham à livre disposição dos órgãos públicos, a quem apenas cabe curá-los, ou do agente público, mero gestor da coisa pública. Aqueles e este não são seus senhores ou seus donos, cabendo-lhes, por isso, tão só, o dever de guardá-los e aprimorá-los para a finalidade a que estão vin-culados. O detentor dessa disponibilidade é o Estado.

Decorre então que é vedado ao administrador qualquer ato que implique renúncia a direitos de receitas, multas, tri-butos ou tarifas, pois estas são receitas públicas, portanto só podem ser dispensadas por lei.

Princípio da segurança jurídica

A Administração deve interpretar a norma administrativa da forma que melhor garanta o atendimento do fim público a que se dirige, vedada aplicação retroativa de nova interpre-tação (Lei n. 9.784/1999, parágrafo único, XIII, do art. 2º).

Observa-se que isto não significa que a interpretação da lei não pode mudar. O que não pode é fazê-la retroagir nos casos já decididos com base em interpretação anterior, considerada válida diante das circunstâncias do momento em que foi adotada.

E X E R C Í C I O S

Julgue os itens seguintes como certo (C) ou errado (E).

1. Pelo menos cinquenta por cento dos cargos em co-missão devem ser providos por servidor público de carreira, nos casos e condições previstos em lei.

2. As funções de confiança, privativas de servidor efe-tivo, destinam-se exclusivamente às atribuições de direção, chefia e assessoramento.

3. Os requisitos para investidura em cargo público de-vem ser comprovados por ocasião da nomeação.

4. São formas de provimento de cargo público a nomea-ção, promoção, reversão, aproveitamento, reintegra-ção, recondução.

5. O edital de concurso público tem de reservar vinte e cinco por cento das vagas para serem preenchidas por pessoa com deficiência.

6. O concurso público tem validade de até um ano, a qual pode ser prorrogada uma única vez, por igual período.

7. O candidato aprovado no número de vagas previstas no edital do concurso tem direito à nomeação no car-go para o qual concorreu.

8. A posse ocorre com a assinatura do respectivo termo, do qual devem constar as atribuições, os direitos e os deveres inerentes ao cargo ocupado.

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9. A posse deve ocorrer no prazo de trinta dias, conta-dos da publicação do ato de nomeação.

10. É de quinze dias úteis o prazo para o servidor entrar em exercício, contado da posse.

11. Na hipótese de acumulação lícita de cargos, o está-gio probatório é cumprido em relação aos dois cargos conjuntamente.

12. O servidor pode desistir do estágio probatório e ser reconduzido ao cargo de provimento efetivo anterior-mente ocupado no qual já possuía estabilidade, mes-mo que responda a processo disciplinar.

13. Durante o estágio probatório, são avaliadas a apti-dão, a capacidade e a eficiência do servidor para o desempenho do cargo, com a observância dos fato-res: assiduidade, pontualidade, disciplina, capacida-de de iniciativa, produtividade e responsabilidade.

14. O servidor reprovado no estágio probatório deve, conforme o caso, ser exonerado ou reintegrado ao cargo de origem.

15. Readaptação é o retorno à atividade de servidor apo-sentado por invalidez, quando, por junta médica ofi-cial, ficar comprovada a sua reabilitação.

16. A reintegração é a reinvestidura do servidor no car-go anteriormente ocupado, ou no cargo resultante de sua transformação, quando invalidada a sua demis-são por decisão administrativa ou judicial, com o res-tabelecimento dos direitos que deixou de auferir no período em que esteve demitido.

17. Verificada, a qualquer tempo, a acumulação ilegal de cargos, empregos, funções públicas ou proventos de aposentadoria, o servidor deve ser notificado para apresentar opção no prazo improrrogável de quinze dias, contados da data da ciência da notificação.

18. A servidora gestante que ocupe cargo em comissão sem vínculo com o serviço público não pode, sem jus-ta causa, ser exonerada de ofício, desde a confirma-ção da gravidez até seis meses após o parto, salvo mediante indenização paga na forma do regulamento.

19. A promoção é a movimentação de servidor do últi-mo padrão de uma classe para o primeiro padrão da classe imediatamente superior, sendo concedida em razão de merecimento ou antiguidade.

20. O servidor pode ausentar-se do serviço, mediante co-municação prévia à chefia imediata por um dia para doar sangue e, por dois dias, para realizar, uma vez por ano, exames médicos preventivos ou periódicos voltados ao controle de câncer de próstata, de mama ou do colo de útero.

21. O servidor que opera direta e permanentemente com raios X ou substâncias radioativas tem de gozar trin-ta dias consecutivos de férias, por semestre de ati-vidade profissional, proibida em qualquer hipótese a acumulação.

22. Pode ser concedida licença ao servidor por motivo de doença em pessoa da família, mediante comprova-ção por junta médica oficial, sendo que nenhum pe-ríodo de licença pode ser superior a trinta dias, e o somatório dos períodos não pode ultrapassar cento e oitenta dias por ano.

23. Ao servidor convocado para o serviço militar é con-cedida licença, e quando concluído o serviço militar, o servidor tem até trinta dias com remuneração para reassumir o exercício do cargo.

24. Após cada quinquênio ininterrupto de exercício, o ser-vidor efetivo faz jus a três meses de licença-prêmio por assiduidade, sem prejuízo da remuneração ou subsídio do cargo efetivo.

25. Pelo nascimento ou adoção de filhos, o servidor tem direito a licença paternidade de cinco dias consecu-tivos.

26. Pode ser concedido afastamento remunerado ao servidor estável para participar de competição des-portiva nacional para a qual tenha sido previamente selecionado.

27. Cabe pedido de reconsideração à autoridade imedia-tamente superior à que tiver expedido o ato ou profe-rido a decisão.

28. O prazo para interposição de pedido de reconsidera-ção ou de recurso é de trinta dias, contados da pu-blicação ou da ciência pelo interessado da decisão impugnada.

29. O direito de a administração pública anular os atos administrativos de que decorram efeitos favoráveis para o servidor decai em cinco anos, contados da data em que foram praticados, salvo em caso de comprovada má-fé.

30. O servidor responde penal, civil e administrativamen-te pelo exercício irregular de suas atribuições. Poden-do cumular-se somente as sanções civis e adminis-trativas.

31. A responsabilidade administrativa do servidor é afas-tada no caso de absolvição penal que negue a exis-tência do fato ou sua autoria, com decisão transitada em julgado.

32. A punibilidade ao servidor somente será extinta pela prescrição.

33. A ação disciplinar prescreve em cinco anos, quanto à demissão, destituição de cargo em comissão ou cas-sação de aposentadoria ou disponibilidade, dois anos quanto à suspensão e um ano quanto à advertência.

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34. A infração disciplinar cometida por servidor é apurada mediante sindicância ou processo disciplinar.

35. O prazo para conclusão da sindicância é de até trinta dias, não sendo prorrogável.

36. O prazo para a conclusão do processo disciplinar é de até sessenta dias, prorrogável por igual período.

37. Os atos do processo disciplinar dependem de forma determinada, não sendo válidos os que forem realiza-dos de outro modo, mesmo que preencham sua finali-dade essencial.

38. Como medida cautelar e a fim de que o servidor não venha a influir na apuração da infração disciplinar, a autoridade instauradora do processo disciplinar pode determinar o seu afastamento do exercício do cargo, pelo prazo de até sessenta dias, prorrogável por igual período, sem prejuízo da remuneração.

39. Não pode participar de comissão processante o ser-vidor que responda a sindicância ou processo disci-plinar.

40. O processo disciplinar desenvolve-se nas fases de ins-tauração, instrução, defesa e julgamento.

G A B A R I T O

1. C2. C3. E4. E5. E6. E7. C8. C9. C

10. E11. E12. E13. C14. E15. E16. C17. E18. E19. C20. E21. E22. C23. E24. C25. E26. C27. E28. C29. C30. E

31. C32. C33. C34. C35. E36. C37. E38. C39. C40. E

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SUMÁRIO

LEGISLAÇÃO

SISTEMA NACIONAL DE ATENDIMENTO SOCIOEDUCATIVO – SINASE - LEI N. 12.594/2012 E ALTERA-ÇÕES POSTERIORES ....................................................................................................................................521

ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE (ECA) (LEI N. 8.069, DE 13/07/1990) E ALTERAÇÕES POSTERIORES ..............................................................................................................................................466

LEI N. 9.455, DE 07 DE ABRIL DE 1997 (LEI DE TORTURA) .........................................................................538

DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS HUMANOS ............................................................................552

CONVENÇÃO INTERNACIONAL SOBRE OS DIREITOS DA CRIANÇA ........................................................561

REGRAS DE BEIJING - REGRAS MÍNIMAS DA ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS PARA A ADMI-NISTRAÇÃO DA JUSTIÇA DA INFÂNCIA E DA JUVENTUDE .......................................................................545

LEI N. 4.898/1965 (ABUSO DE AUTORIDADE) ............................................................................................584

LEI N. 7.716/1989 (LEI CONTRA O PRECONCEITO) E ALTERAÇÕES POSTERIORES ...................................575

LEI N. 8.429, DE 02/06/1992 (IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA) E ALTERAÇÕES POSTERIORES ..............596

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ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTELEI N. 8.069, DE 13 DE JULHO DE 1990

Dispõe sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente e dá outras providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA: Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

TÍTULO IDAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES

Art. 1º Esta Lei dispõe sobre a proteção integral à criança e ao adolescente.

Art. 2º Considera-se criança, para os efeitos desta Lei, a pessoa até doze anos de idade incompletos, e adoles-cente aquela entre doze e dezoito anos de idade.

Parágrafo único. Nos casos expressos em lei, aplica-se excepcionalmente este Estatuto às pessoas entre dezoito e vinte e um anos de idade.

C O M E N T Á R I O�

PESSOA IDADE (art. 2º ECA)CRIANÇA 0 – 12 incompletosADOLESCENTE 12 – 18JOVEM (art. 1, § 1º, Lei n. 12.852/2013)

15 – 29

IDOSO (art. 1º, da Lei n. 10.741/2013)

= ou SUPERIOR 60 anos

Obs.: aplica-se excepcionalmente o ECA para pessoas entre 18 e 21 anos.

Art. 3º A criança e o adolescente gozam de todos os direitos fundamentais inerentes à pessoa humana, sem prejuízo da proteção integral de que trata esta Lei, assegu-rando-lhes, por lei ou por outros meios, todas as oportunida-des e facilidades, a fim de lhes facultar o desenvolvimento físico, mental, moral, espiritual e social, em condições de liberdade e de dignidade.

Art. 4º É dever da família, da comunidade, da socie-dade em geral e do poder público assegurar, com abso-luta prioridade, a efetivação dos direitos referentes à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao esporte, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária.

Parágrafo único. A garantia de prioridade compreende:a) Primazia de receber proteção e socorro em quais-

quer circunstâncias.b) Precedência de atendimento nos serviços públicos

ou de relevância pública.c) Preferência na formulação e na execução das políti-

cas sociais públicas.d) Destinação privilegiada de recursos públicos nas

áreas relacionadas com a proteção à infância e à juventude.

C O M E N T Á R I O�O dever com a criança e adolescente cabe:• Família.• Comunidade.

• Sociedade em geral.• Poder público.A criança e adolescente tem absoluta prioridade, a efetivação dos direitos referentes:• à vida;• à saúde;• à alimentação;• à educação;• ao esporte;• ao lazer;• à profissionalização;• à cultura;• à dignidade;• ao respeito;• à liberdade;• à convivência familiar e comunitária.

O art. 18 do ECA determina que é dever de todos velar pela dignidade da criança e do adolescente, pondo-os a salvo de qualquer tratamento desumano, violento, aterrorizante, vexató-rio ou constrangedor.

Art. 5º Nenhuma criança ou adolescente será objeto de qualquer forma de negligência, discriminação, explora-ção, violência, crueldade e opressão, punido na forma da lei qualquer atentado, por ação ou omissão, aos seus direitos fundamentais.

C O M E N T Á R I O�As crianças e adolescentes devem ser protegidos, por isso temos punições, inclusive criminais, na Lei n. 9.455/97, Código Penal e no próprio ECA (art. 228 – art. 244-B) e também administrativas, por exemplo nos art. 245 a art. 258 do ECA.O ECA informa que o autor será punido tanto pela ação quanto pela omissão contra os direitos das crianças e adolescentes, por exemplo, o art.70-B do ECA, recentemente incluído pela Lei n. 13.046/14, determina que as entidades públicas e privadas, que atuem nas áreas devem comunicar ao Conselho Tutelar suspeitas ou casos de maus-tratos praticados contra crianças e adolescentes.

Art. 6º Na interpretação desta lei levar-se-ão em conta os fins sociais a que ela se dirige, as exigências do bem comum, os direitos e deveres individuais e coletivos, e a condição peculiar da criança e do adolescente como pes-soas em desenvolvimento.

TÍTULO IIDOS DIREITOS FUNDAMENTAIS

CAPÍTULO IDO DIREITO À VIDA E À SAÚDE

Art. 7º A criança e o adolescente têm direito a proteção à vida e à saúde, mediante a efetivação de políticas sociais públicas que permitam o nascimento e o desenvolvimento sadio e harmonioso, em condições dignas de existência.

Art. 8º É assegurado à gestante, através do Sistema Único de Saúde, o atendimento pré e perinatal.

§ 1º A gestante será encaminhada aos diferentes níveis de atendimento, segundo critérios médicos específicos, obe-decendo-se aos princípios de regionalização e hierarquiza-ção do Sistema.

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§ 2º A parturiente será atendida preferencialmente pelo mesmo médico que a acompanhou na fase pré-natal.

§ 3º Incumbe ao poder público propiciar apoio alimentar à gestante e à nutriz que dele necessitem.

§ 4º Incumbe ao poder público proporcionar assistência psicológica à gestante e à mãe, no período pré e pós-natal, inclusive como forma de prevenir ou minorar as consequências do estado puerperal. (Incluído pela Lei n. 12.010, de 2009)

§ 5º A assistência referida no § 4º deste artigo deverá ser também prestada a gestantes ou mães que manifestem interesse em entregar seus filhos para adoção. (Incluído pela Lei n. 12.010, de 2009)

Art. 9º O poder público, as instituições e os empre-gadores propiciarão condições adequadas ao aleitamento materno, inclusive aos filhos de mães submetidas a medida privativa de liberdade.

Art. 10. Os hospitais e demais estabelecimentos de atenção à saúde de gestantes, públicos e particulares, são obrigados a:

I – manter registro das atividades desenvolvidas, atra-vés de prontuários individuais, pelo prazo de dezoito anos;

II – identificar o recém-nascido mediante o registro de sua impressão plantar e digital e da impressão digital da mãe, sem prejuízo de outras formas normatizadas pela auto-ridade administrativa competente;

III – proceder a exames visando ao diagnóstico e tera-pêutica de anormalidades no metabolismo do recém-nas-cido, bem como prestar orientação aos pais;

IV – fornecer declaração de nascimento onde constem necessariamente as intercorrências do parto e do desenvol-vimento do neonato;

V – manter alojamento conjunto, possibilitando ao neo-nato a permanência junto à mãe.

Art. 11. É assegurado atendimento integral à saúde da criança e do adolescente, por intermédio do Sistema Único de Saúde, garantido o acesso universal e igualitário às ações e serviços para promoção, proteção e recuperação da saúde. (Redação dada pela Lei n. 11.185, de 2005)

§ 1º A criança e o adolescente portadores de deficiência receberão atendimento especializado.

§ 2º Incumbe ao poder público fornecer gratuitamente àqueles que necessitarem os medicamentos, próteses e outros recursos relativos ao tratamento, habilitação ou rea-bilitação.

Art. 12. Os estabelecimentos de atendimento à saúde deverão proporcionar condições para a permanência em tempo integral de um dos pais ou responsável, nos casos de internação de criança ou adolescente.

Art. 13. Os casos de suspeita ou confirmação de cas-tigo físico, de tratamento cruel ou degradante e de maus-tra-tos contra criança ou adolescente serão obrigatoriamente comunicados ao Conselho Tutelar da respectiva localidade, sem prejuízo de outras providências legais. (Redação dada pela Lei n. 13.010, de 2014)

Parágrafo único. As gestantes ou mães que manifes-tem interesse em entregar seus filhos para adoção serão obrigatoriamente encaminhadas à Justiça da Infância e da Juventude. (Incluído pela Lei n. 12.010, de 2009)

Art. 14. O Sistema Único de Saúde promoverá progra-mas de assistência médica e odontológica para a prevenção das enfermidades que ordinariamente afetam a população infantil, e campanhas de educação sanitária para pais, edu-cadores e alunos.

Parágrafo único. É obrigatória a vacinação das crianças nos casos recomendados pelas autoridades sanitárias.

CAPÍTULO IIDO DIREITO À LIBERDADE, AO RESPEITO E À DIGNIDADE

Art. 15. A criança e o adolescente têm direito à liber-dade, ao respeito e à dignidade como pessoas humanas em processo de desenvolvimento e como sujeitos de direitos civis, humanos e sociais garantidos na Constituição e nas leis.

Art. 16. O direito à liberdade compreende os seguintes aspectos:

I – ir, vir e estar nos logradouros públicos e espaços comunitários, ressalvadas as restrições legais;

II – opinião e expressão;III – crença e culto religioso;IV – brincar, praticar esportes e divertir-se;V – participar da vida familiar e comunitária, sem dis-

criminação;VI – participar da vida política, na forma da lei;VII – buscar refúgio, auxílio e orientação.Art. 17. O direito ao respeito consiste na inviolabilidade

da integridade física, psíquica e moral da criança e do ado-lescente, abrangendo a preservação da imagem, da iden-tidade, da autonomia, dos valores, ideias e crenças, dos espaços e objetos pessoais.

Art. 18. É dever de todos velar pela dignidade da criança e do adolescente, pondo-os a salvo de qualquer tratamento desumano, violento, aterrorizante, vexatório ou constrangedor.

C O M E N T Á R I O�Vide comentário do art. 4º.

Art. 18-A. A criança e o adolescente têm o direito de serem educados e cuidados sem o uso de castigo físico ou de tratamento cruel ou degradante, como formas de corre-ção, disciplina, educação ou qualquer outro pretexto, pelos pais, pelos integrantes da família ampliada, pelos responsá-veis, pelos agentes públicos executores de medidas socio-educativas ou por qualquer pessoa encarregada de cuidar deles, tratá-los, educá-los ou protegê-los. (Incluído pela Lei n. 13.010, de 2014)

Parágrafo único. Para os fins desta Lei, considera--se: (Incluído pela Lei n. 13.010, de 2014)

I – castigo físico: ação de natureza disciplinar ou puni-tiva aplicada com o uso da força física sobre a criança ou o adolescente que resulte em: (Incluído pela Lei n. 13.010, de 2014)

a) sofrimento físico; ou (Incluído pela Lei n. 13.010, de 2014)

b) lesão; (Incluído pela Lei n. 13.010, de 2014)II – tratamento cruel ou degradante: conduta ou forma

cruel de tratamento em relação à criança ou ao adolescente que: (Incluído pela Lei n. 13.010, de 2014)

a) humilhe; ou (Incluído pela Lei n. 13.010, de 2014)b) ameace gravemente; ou (Incluído pela Lei n. 13.010,

de 2014)c) ridicularize. (Incluído pela Lei n. 13.010, de 2014)

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C O M E N T Á R I O�A Lei n. 13.010/14, conhecida como Lei da Palmada ou Lei Menino Bernardo alterou o ECA para reafirmar que a criança ou adolescente têm o direito de serem educados sem o uso de castigos físicos ou tratamento cruéis ou degradantes.Pela inovação incluída pela Lei n. 13.010/14, temos:

CASTIGO FÍSICOTRATAMENTOS

CRUÉIS OU DEGRA-DANTES

É a ação de natureza dis-ciplinar ou punitiva apli-cada com o uso da força física sobre a criança ou o adolescente que resulte em: sofrimento físico e lesão.

É a conduta ou forma cruel de tratamento em relação à criança ou ao adolescente que: humilhe, ameace gravemente e ridi-cularize.

Ex: colocar a criança de joelhos no milho.

Ex: escrever a palavra burro na testa da criança.

Art. 18-B. Os pais, os integrantes da família ampliada, os responsáveis, os agentes públicos executores de medi-das socioeducativas ou qualquer pessoa encarregada de cuidar de crianças e de adolescentes, tratá-los, educá-los ou protegê-los que utilizarem castigo físico ou tratamento cruel ou degradante como formas de correção, disciplina, educa-ção ou qualquer outro pretexto estarão sujeitos, sem preju-ízo de outras sanções cabíveis, às seguintes medidas, que serão aplicadas de acordo com a gravidade do caso: (Inclu-ído pela Lei n. 13.010, de 2014)

I – encaminhamento a programa oficial ou comunitário de proteção à família; (Incluído pela Lei n. 13.010, de 2014)

II – encaminhamento a tratamento psicológico ou psi-quiátrico; (Incluído pela Lei n. 13.010, de 2014)

III – encaminhamento a cursos ou programas de orien-tação; (Incluído pela Lei n. 13.010, de 2014)

IV – obrigação de encaminhar a criança a tratamento especializado; (Incluído pela Lei n. 13.010, de 2014)

V – advertência. (Incluído pela Lei n. 13.010, de 2014)Parágrafo único. As medidas previstas neste artigo

serão aplicadas pelo Conselho Tutelar, sem prejuízo de outras providências legais. (Incluído pela Lei n. 13.010, de 2014)

CAPÍTULO IIIDO DIREITO À CONVIVÊNCIA FAMILIAR E COMUNITÁRIA

Seção IDisposições Gerais

Art. 19. Toda criança ou adolescente tem direito a ser criado e educado no seio da sua família e, excepcio-nalmente, em família substituta, assegurada a convivência familiar e comunitária, em ambiente livre da presença de pessoas dependentes de substâncias entorpecentes.

§ 1º Toda criança ou adolescente que estiver inserido em programa de acolhimento familiar ou institucional terá sua situação reavaliada, no máximo, a cada 6 (seis) meses, devendo a autoridade judiciária competente, com base em

relatório elaborado por equipe interprofissional ou multidisci-plinar, decidir de forma fundamentada pela possibilidade de reintegração familiar ou colocação em família substituta, em quaisquer das modalidades previstas no art. 28 desta Lei. (Incluído pela Lei n. 12.010, de 2009)

§ 2º A permanência da criança e do adolescente em programa de acolhimento institucional não se prolongará por mais de 2 (dois) anos, salvo comprovada necessidade que atenda ao seu superior interesse, devidamente fundamen-tada pela autoridade judiciária. (Incluído pela Lei n. 12.010, de 2009)

§ 3º A manutenção ou reintegração de criança ou ado-lescente à sua família terá preferência em relação a qual-quer outra providência, caso em que será esta incluída em programas de orientação e auxílio, nos termos do parágrafo único do art. 23, dos incisos I e IV do caput do art. 101 e dos incisos I a IV do caput do art. 129 desta Lei. (Incluído pela Lei n. 12.010, de 2009)

§ 4º Será garantida a convivência da criança e do adoles-cente com a mãe ou o pai privado de liberdade, por meio de visitas periódicas promovidas pelo responsável ou, nas hipó-teses de acolhimento institucional, pela entidade responsável, independentemente de autorização judicial. (Incluído pela Lei n. 12.962, de 2014)

C O M E N T Á R I O�A regra é que a criança ou adolescente seja criada e educada no seio da sua família (natural). A aplicação de família substituta é a exceção (art. 28 a art. 52-D). Em qualquer hipótese será assegurada à convivência familiar e comunitária, em ambiente livre da presença de pessoas dependentes de substâncias entor-pecentes, por exemplo, maconha.

Art. 20. Os filhos, havidos ou não da relação do casa-mento, ou por adoção, terão os mesmos direitos e qualifi-cações, proibidas quaisquer designações discriminatórias relativas à filiação.

C O M E N T Á R I O�Não se utiliza mais a expressão filho legítimo ou ilegítimo, logo, os filhos terão os mesmos direitos, não importando se são de origem sanguínea ou adotada, sendo vedado qualquer tipo de discriminação.

Art. 21. O poder familiar será exercido, em igualdade de condições, pelo pai e pela mãe, na forma do que dispu-ser a legislação civil, assegurado a qualquer deles o direito de, em caso de discordância, recorrer à autoridade judiciá-ria competente para a solução da divergência. (Expressão substituída pela Lei n. 12.010, de 2009)

Art. 22. Aos pais incumbe o dever de sustento, guarda e educação dos filhos menores, cabendo-lhes ainda, no interesse destes, a obrigação de cumprir e fazer cumprir as determinações judiciais.

Art. 23. A falta ou a carência de recursos materiais não constitui motivo suficiente para a perda ou a suspensão do poder familiar. (Expressão substituída pela Lei n. 12.010, de 2009)

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§ 1º Não existindo outro motivo que por si só auto-rize a decretação da medida, a criança ou o adolescente será mantido em sua família de origem, a qual deverá obri-gatoriamente ser incluída em programas oficiais de auxí-lio. (Incluído pela Lei n. 12.962, de 2014)

§ 2º A condenação criminal do pai ou da mãe não impli-cará a destituição do poder familiar, exceto na hipótese de condenação por crime doloso, sujeito à pena de reclusão, contra o próprio filho ou filha. (Incluído pela Lei n. 12.962, de 2014)

Art. 24. A perda e a suspensão do poder familiar serão decretadas judicialmente, em procedimento contraditório, nos casos previstos na legislação civil, bem como na hipó-tese de descumprimento injustificado dos deveres e obriga-ções a que alude o art. 22. (Expressão substituída pela Lei n. 12.010, de 2009)

C O M E N T Á R I O�A Lei n. 12.010/09 substitui a expressão pátrio poder por poder familiar. Tanto o pai quanto a mãe tem os mesmo direi-tos sobre o filho, e no caso de discordância é possível o Poder Judiciário decidir o litígio.A carência financeira, por si só, é motivo suficiente para des-tituição ou suspensão do poder familiar?Não. O requisito financeiro não constitui motivo suficiente para a perda ou a suspensão do poder familiar, no caso de carência ou falta material a criança ou o adolescente serão mantidos em sua família de origem, aos quais deverão obri-gatoriamente serem incluídos em programas oficiais de auxí-lio. Verifica-se que o amor familiar prevalecer sobre o valor financeiro.Quando o pai ou mãe são condenados criminalmente, neces-sariamente serão destituídos do poder familiar?Em regra não, exceto na hipótese de condenação por crime doloso (não culposo), sujeito à pena de reclusão (não é deten-ção), contra o próprio filho ou filha, por exemplo, tentativa de homicídio.Cuidado: A perda ou suspensão do poder familiar só podem ser decretadas por autoridade judicial, assegurado o contra-ditório, no entanto o Conselho Tutelar não tem essa atribuição (art. 136).

Seção IIDa Família Natural

Art. 25. Entende-se por família natural a comunidade formada pelos pais ou qualquer deles e seus descenden-tes. (Vide Lei n. 12.010, de 2009)

Parágrafo único. Entende-se por família extensa ou ampliada aquela que se estende para além da unidade pais e filhos ou da unidade do casal, formada por parentes próximos com os quais a criança ou adolescente convive e mantém vínculos de afinidade e afetividade. (Incluído pela Lei n. 12.010, de 2009)

C O M E N T Á R I O�Com base na lei n. 12.010/09, temos:

FAMÍLIA NATURAL FAMÍLIA EXTENSA OU AMPLIADA

A comunidade formada pelos pais ou qualquer deles e seus descendentes.

Aquela que se estende para além da unidade pais e filhos ou da unidade do casal, formada por parentes próximos com os quais a criança ou adolescente convive e mantém vínculos de afinidade e afetividade.

Art. 26. Os filhos havidos fora do casamento poderão ser reconhecidos pelos pais, conjunta ou separadamente, no próprio termo de nascimento, por testamento, mediante escritura ou outro documento público, qualquer que seja a origem da filiação.

Parágrafo único. O reconhecimento pode preceder o nascimento do filho ou suceder-lhe ao falecimento, se deixar descendentes.

Art. 27. O reconhecimento do estado de filiação é direito personalíssimo, indisponível e imprescritível, podendo ser exercitado contra os pais ou seus herdeiros, sem qualquer restrição, observado o segredo de Justiça.

C O M E N T Á R I O�Quem pode reconhecer os filhos havidos fora do casamento?Pelos pais, conjunto ou separadamente.Quais são os instrumentos que servem para reconhecer os filhos havidos fora do casamento?• Próprio termo de nascimento.• Testamento.• Escritura pública.• Outro documento público.Quais são as características do estado de filiação?• Personalíssimo.• Indisponível.• Imprescritível.• Corre em segredo de justiça.• Podendo ser exercitado contra os pais ou seus herdeiros,

sem qualquer restrição.Súmula 149 STF: é imprescritível a ação de investigação de paternidade, mas não é a de petição de herança.

Seção IIIDa Família Substituta

Subseção IDisposições Gerais

Art. 28. A colocação em família substituta far-se-á mediante guarda, tutela ou adoção, independentemente da situação jurídica da criança ou adolescente, nos termos desta Lei.

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§ 1º Sempre que possível, a criança ou o adolescente será previamente ouvido por equipe interprofissional, respei-tado seu estágio de desenvolvimento e grau de compreen-são sobre as implicações da medida, e terá sua opinião devi-damente considerada. (Redação dada pela Lei n. 12.010, de 2009)

§ 2º Tratando-se de maior de 12 (doze) anos de idade, será necessário seu consentimento, colhido em audiên-cia. (Redação dada pela Lei n. 12.010, de 2009)

§ 3º Na apreciação do pedido levar-se-á em conta o grau de parentesco e a relação de afinidade ou de afetivi-dade, a fim de evitar ou minorar as consequências decorren-tes da medida. (Incluído pela Lei n. 12.010, de 2009)

§ 4º Os grupos de irmãos serão colocados sob adoção, tutela ou guarda da mesma família substituta, ressalvada a comprovada existência de risco de abuso ou outra situação que justifique plenamente a excepcionalidade de solução diversa, procurando-se, em qualquer caso, evitar o rompi-mento definitivo dos vínculos fraternais. (Incluído pela Lei n. 12.010, de 2009)

§ 5º A colocação da criança ou adolescente em famí-lia substituta será precedida de sua preparação gradativa e acompanhamento posterior, realizados pela equipe inter-profissional a serviço da Justiça da Infância e da Juventude, preferencialmente com o apoio dos técnicos responsáveis pela execução da política municipal de garantia do direito à convivência familiar. (Incluído pela Lei n. 12.010, de 2009)

§ 6º Em se tratando de criança ou adolescente indígena ou proveniente de comunidade remanescente de quilombo, é ainda obrigatório: (Incluído pela Lei n. 12.010, de 2009)

I – que sejam consideradas e respeitadas sua identi-dade social e cultural, os seus costumes e tradições, bem como suas instituições, desde que não sejam incompatíveis com os direitos fundamentais reconhecidos por esta Lei e pela Constituição Federal; (Incluído pela Lei n. 12.010, de 2009)

II – que a colocação familiar ocorra prioritariamente no seio de sua comunidade ou junto a membros da mesma etnia; (Incluído pela Lei n. 12.010, de 2009)

III – a intervenção e oitiva de representantes do órgão federal responsável pela política indigenista, no caso de crianças e adolescentes indígenas, e de antropólogos, perante a equipe interprofissional ou multidisciplinar que irá acompanhar o caso. (Incluído pela Lei n. 12.010, de 2009)

Art. 29. Não se deferirá colocação em família substituta a pessoa que revele, por qualquer modo, incompatibilidade com a natureza da medida ou não ofereça ambiente familiar adequado.

Art. 30. A colocação em família substituta não admi-tirá transferência da criança ou adolescente a terceiros ou a entidades governamentais ou não governamentais, sem autorização judicial.

Art. 31. A colocação em família substituta estrangeira constitui medida excepcional, somente admissível na moda-lidade de adoção.

Art. 32. Ao assumir a guarda ou a tutela, o responsável prestará compromisso de bem e fielmente desempenhar o encargo, mediante termo nos autos.

C O M E N T Á R I O�Vimos no art. 19 que é exceção a criança ou adolescente ser colocada em família substituta, sendo realizado isso de forma gradativa e com acompanhamento posterior.Pode ocorrer de 3 formas (GTA):• Guarda.• Tutela.• Adoção.A opinião do menor tem valor sobre a decisão referente a família substituta?Sim, pois terá a sua opinião devidamente considerada, e sempre que possível, a criança ou o adolescente será previamente ouvido por equipe interprofissional, respeitado seu estágio de desenvolvimento e grau de compreensão sobre as implicações da medida. No caso de ser maior de 12 anos (adolescente) será necessário o seu consentimento.Logo:

Criança(art. 28, § 1º)

Previamente ouvido, sempre que possível.

Adolescente(art. 28, § 2º)

Ouvido obrigatoriamente em audiência, sendo determinante o seu consentimento.

É feito um prognóstico da escolha, devendo ser analisado o grau de parentesco e a relação de afinidade ou de afetividade – deve buscar a aplicação do princípio do melhor interesse.No caso de irmãos a guarda, a tutela ou adoção será sempre com a mesma família substituta?Em regra sim, exceto se comprovada existência de risco de abuso ou outra situação que justifique plenamente a excep-cionalidade de solução diversa. Procura-se, em qualquer caso, evitar o rompimento definitivo dos vínculos fraternais.É possível aplicar o instituto de família substituta para pes-soas que residem fora do Brasil?Sim, porém é medida excepcional, sendo somente permitido (admissível) na modalidade de adoção. Inclusive o art. 50, § 10º do ECA determina que a adoção internacional somente será deferida se, após consulta ao cadastro de pessoas ou casais habilitados à adoção, mantido pela Justiça da Infância e da Juventude na comarca, bem como aos cadastros estadual e nacional, não for encontrado interessado com residência per-manente no Brasil.É possível aplicar a família substituta no caso de criança ou adolescente indígena ou proveniente de comunidade rema-nescente de quilombola?Sim, conforme inovação trazida pela Lei n. 12.010/09, porém para garantir uma proteção especial, deverão:• Ser considerada e respeitada sua identidade social e cultu-

ral, os seus costumes e tradições, bem como suas institui-ções, desde que não sejam incompatíveis com os direitos fundamentais;

• Ocorrer prioritariamente (não é exclusivamente) no seio de sua comunidade ou junto a membros da mesma etnia;

• A intervenção e oitiva de representantes do órgão federal responsável pela política indigenista, no caso de crianças e adolescentes indígenas, e de antropólogos, perante a equipe interprofissional ou multidisciplinar que irá acompanhar o caso.

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Subseção IIDa Guarda

Art. 33. A guarda obriga a prestação de assistência material, moral e educacional à criança ou adolescente, con-ferindo a seu detentor o direito de opor-se a terceiros, inclu-sive aos pais. (Vide Lei n. 12.010, de 2009)

§ 1º A guarda destina-se a regularizar a posse de fato, podendo ser deferida, liminar ou incidentalmente, nos pro-cedimentos de tutela e adoção, exceto no de adoção por estrangeiros.

§ 2º Excepcionalmente, deferir-se-á a guarda, fora dos casos de tutela e adoção, para atender a situações pecu-liares ou suprir a falta eventual dos pais ou responsável, podendo ser deferido o direito de representação para a prá-tica de atos determinados.

§ 3º A guarda confere à criança ou adolescente a con-dição de dependente, para todos os fins e efeitos de direito, inclusive previdenciários.

§ 4º Salvo expressa e fundamentada determinação em contrário, da autoridade judiciária competente, ou quando a medida for aplicada em preparação para adoção, o deferi-mento da guarda de criança ou adolescente a terceiros não impede o exercício do direito de visitas pelos pais, assim como o dever de prestar alimentos, que serão objeto de regulamentação específica, a pedido do interessado ou do Ministério Público. (Incluído pela Lei n. 12.010, de 2009)

Art. 34. O poder público estimulará, por meio de assis-tência jurídica, incentivos fiscais e subsídios, o acolhimento, sob a forma de guarda, de criança ou adolescente afastado do convívio familiar. (Redação dada pela Lei n. 12.010, de 2009)

§ 1º A inclusão da criança ou adolescente em progra-mas de acolhimento familiar terá preferência a seu acolhi-mento institucional, observado, em qualquer caso, o cará-ter temporário e excepcional da medida, nos termos desta Lei. (Incluído pela Lei n. 12.010, de 2009)

E X E R C Í C I O S

1. (AUDITOR FISCAL DE CONTROLE EXTERNO - CO-MUM TCE PI 2014) Considerando a Lei n. 8.429/1992 que “dispõe sobre as sanções aplicáveis aos agentes públicos nos casos de enriquecimento ilícito no ex-ercício do mandato, cargo, emprego ou função na Ad-ministração pública, direta, indireta ou fundacional e dá outras providências”, é correto afirmar: a. A lesão ao princípio da moralidade administrativa

constitui uma das hipóteses de atos de improbida-de definidos na “lei de improbidade administrativa”.

b. Todos os atos de improbidade implicam enriqueci-mento ilícito ou prejuízo ao erário.

c. O enriquecimento ilícito constitui apenas uma das hipóteses de atos de improbidade imputáveis aos servidores públicos que titularizam cargo efetivo;

os demais servidores, que titularizam vínculo de outra natureza com a Administração, não respon-dem por ato de improbidade que não implique enri-quecimento ilícito ou prejuízo ao erário.

d. Os Ministros do Supremo Tribunal Federal não são alcançados pelas sanções previstas na “lei de im-probidade administrativa”, porque respondem pelo denominado crime de responsabilidade.

e. Os atos que atentam contra os princípios da Admi-nistração pública são puníveis pela “lei de improbi-dade administrativa” quando praticados por agen-tes públicos titulares de cargo ou emprego público, não alcançado os agentes públicos no exercício de mandato, que só respondem pelo denominado “cri-me de responsabilidade”.

2. (PROCURADOR AL GO 2015) No tocante às sanções aplicáveis aos atos de improbidade administrativa, nos termos da Lei n. 8.429/1992, independentemente das sanções penais, civis e administrativas previstas na le-gislação específica, está o responsável pelo ato sujeito às seguintes cominações, dentre outras, que podem ser aplicadas, isolada ou cumulativamente, nos atos de improbidade administrativa que a. atentam contra os princípios da Administração Pú-

blica, ressarcimento integral do dano, se houver, perda da função pública, pagamento de multa civil de até cem vezes o valor da remuneração percebi-da pelo agente.

b. importam enriquecimento ilícito, perda dos bens ou valores acrescidos ilicitamente ao patrimônio, res-sarcimento integral do dano, quando houver, perda da função pública, pagamento de multa civil de até cinco vezes o valor do acréscimo patrimonial.

c. causam prejuízo ao erário, proibição de contratar com o Poder Público ou receber benefícios ou in-centivos fiscais ou creditícios, direta ou indireta-mente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo de dez anos.

d. causam prejuízo ao erário, ressarcimento integral do dano, perda dos bens ou valores acrescidos ilicitamente ao patrimônio, se concorrer esta cir-cunstância, perda da função pública, pagamento de multa civil de até cinco vezes o valor do dano.

3. (ANALISTA JUDICIÁRIO - OFICIAL DE JUSTIÇA AVA-LIADOR FEDERAL TRT 18ª REGIÃO 2013) Determi-nado funcionário de uma concessionária de serviço público valeu-se de sua posição e do auxílio de servi-dor público para se locupletar ilicitamente de numerá-rio transferido pelo poder concedente. Considerando que a conduta praticada possa ser enquadrada na Lei n. 8.429/92, o funcionárioa. não poderá ser responsabilizado, porque a tipifica-

ção de improbidade é restrita a sujeitos ativos que sejam agentes públicos.

b. poderá ser responsabilizado pessoalmente somente se o ente público lesado for o poder concedente do serviço público desenvolvido pela concessionária.

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c. não poderá ser responsabilizado, porque o contra-to que constitui o vínculo jurídico entre poder con-cedente e concessionária não está expressamente previsto na lei de improbidade administrativa.

d. poderá ser responsabilizado, tendo em vista que a lei de improbidade admite que o terceiro, não servi-dor público, seja considerado sujeito ativo.

e. poderá ser responsabilizado, desde que o seu vín-culo com a concessionária de serviço público seja de natureza definitiva e que seu cargo seja dotado de poder de decisão.

4. (TÉCNICAS DE SUPORTE III - QUALQUER NÍVEL SUPERIOR MINC 2013 FUNIVERSA) Mário, servidor do município de Barrancas, permitiu que terceiros ti-vessem acesso a dados sigilosos que detinha em ra-zão de sua função pública, violando assim a norma prevista na Lei n. 8.429/1992, que prescreve como ímprobo o ato de revelar fato ou circunstância de que tem ciência em razão das atribuições e que deva per-manecer em segredo. Com base na Lei n. 8.429/1992, a ação praticada por Mário constitui ato dea. improbidade administrativa que causa prejuízo ao

erário.b. gestão fraudulenta.c. gestão temerária.d. improbidade administrativa que importa enriqueci-

mento ilícito.e. improbidade administrativa que atenta contra os

princípios da administração pública.

5. (ANALISTA JUDICIÁRIO - JUDICIÁRIA TRE RR 2015) Nos termos da Lei n. 8.429/92, é ato de agente público que caracteriza ato de improbidade administrativa que atenta contra os princípios da Administração pública: a. ordenar a realização de despesas não autorizadas

em lei.b. conceder benefício administrativo sem a observân-

cia das formalidades legais. c. realizar operação financeira sem a observância

das normas legais. d. permitir que terceiros enriqueçam ilicitamente. e. frustrar a licitude de concurso público.

6. (ANALISTA DE SISTEMAS DETRAN MT 2015) A Lei Federal n. 8.429 de 1992 estabelece sanções aplicá-veis a agentes públicos que praticarem atos de impro-bidade no exercício de seus cargos. Sobre o tema, analise as afirmativas.I – A posse e o exercício no cargo de Analista do Ser-

viço de Trânsito são condicionados à apresentação de declaração dos bens e valores que compõem o seu patrimônio privado.

II – Somente servidor pertencente ao quadro da Ad-ministração Pública pode representar à autoridade competente, no âmbito administrativo, para que seja instaurada investigação destinada a apurar a prática de ato de improbidade no DETRAN/MT.

III – É ato de improbidade administrativa a retardação indevida de ato de ofício a cargo de Analista do Serviço de Trânsito.

IV – A aplicação das sanções previstas na lei indicada independe da efetiva ocorrência de dano ao patri-mônio público, salvo quanto à pena de ressarci-mento.

Estão corretas as afirmativasa. II e III, apenas. b. I, II e IV, apenas. c. I e III, apenas. d. I, III e IV, apenas.

7. (AUDITOR DE CONTROLE EXTERNO - JURÍDICA TCM GO 2015) Diretor Presidente de uma empresa com participação minoritária do Estado em seu capital social, firmou diversas contratações danosas à empre-sa, com preços muito acima daqueles praticados pelo mercado, havendo, ainda, indícios de que tenha rece-bido vantagens pessoais das empresas contratadas. De acordo com a Lei n. 8.429/92, que trata dos atos de improbidade administrativa, a. o Diretor Presidente pode ser sujeito ativo de ato

de improbidade, limitada a sanção patrimonial à repercussão do ilícito sobre as contribuições dos cofres públicos.

b. o Diretor Presidente estará sujeito às penas da Lei de Improbidade Administrativa apenas se for agente público ou possuir algum vínculo funcional ou estatutário com o Estado que o equipare a tal categoria.

c. a caracterização de improbidade administrativa pressupõe a comprovação de prejuízo direto ao ente público, no caso o Estado, não bastando a condição de acionista da empresa.

d. os atos praticados podem configurar improbidade administrativa apenas na hipótese de comprovado enriquecimento ilícito do Diretor Presidente.

e. os atos praticados não podem ser enquadrados como de improbidade administrativa, haja vista a natureza privada da empresa.

8. (ANALISTA TÉCNICO ADMINISTRATIVO MIN CIDA-DES 2013) Com relação à Lei de Improbidade Adminis-trativa, n. 8.429/1992, assinale a alternativa incorreta. a. Quando o ato de improbidade causar lesão ao pa-

trimônio público ou ensejar enriquecimento ilícito, caberá à autoridade administrativa responsável pelo inquérito representar ao Ministério Público, para a indisponibilidade dos bens do indiciado.

b. No caso de enriquecimento ilícito, perderá o agente público ou terceiro beneficiário os bens ou valores acrescidos ao seu patrimônio.

c. Constitui ato de improbidade administrativa que importa enriquecimento ilícito, adquirir, para si ou para outrem, no exercício de mandato, cargo, em-prego ou função pública, bens de qualquer nature-za cujo valor seja desproporcional à evolução do patrimônio ou à renda do agente público.

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d. Aquele que exerce transitoriamente ou sem remu-neração, mandato, cargo, emprego ou função pú-blica não é considerado agente público para os fins desta lei.

e. Os atos de improbidade praticados por qualquer agente público, servidor ou não, contra a adminis-tração direta, indireta ou fundacional de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios, de Território, de empresa incorporada ao patrimônio público ou de entidade para cuja criação ou custeio o erário haja concor-rido ou concorra com mais de 50% (cinquenta por cento) do patrimônio ou da receita anual, serão pu-nidos na forma desta lei.

9. (TÉCNICO JUDICIÁRIO - ADMINISTRATIVA TRE RR 2015) Após o término do exercício de mandato, de car-go em comissão ou de função de confiança, as ações destinadas a levar a efeitos as sanções previstas na Lei n. 8.429/92 podem ser propostas atéa. 2 anos.b. 5 anos. c. 10 anos. d. 15 anos. e. 20 anos.

10. (JUIZ SUBSTITUTO TJ SC 2015) Considere a se-guinte conduta descrita: Publicar ilustração de recém--nascidos afrodescendentes em fuga de sala da parto, associado aos dizeres de um personagem (suposta-mente médico) de cor branca “Segurança! É uma fuga em massa!”. Tal conduta amolda-se à seguinte tipifica-ção legal: a. Injúria, prevista no art. 140 do Código Penal. b. Crime de racismo, previsto na Lei n. 7.716/89. c. Não se amolda a tipificação legal por se tratar de

ofensa social e não de conteúdo racial. d. Não se amolda a tipificação legal por se tratar de

liberdade de expressão − direito de charge.e. Difamação, prevista no art. 139 do Código Penal.

11. (PROMOTOR DE JUSTIÇA MPE PA 2014) No tocante à improbidade administrativa, a Lei n. 8.429/92 deter-mina que a. as pessoas jurídicas estão sujeitas às penalidades

patrimoniais e restritivas de direito ali estipuladas. b. somente a autoridade jurisdicional é competente

para determinar o afastamento provisório do agen-te público acusado, quando a medida se fizer ne-cessária à instrução processual.

c. a decisão condenatória proferida por órgão judicial colegiado produz efeitos imediatos no tocante à suspensão dos direitos políticos do réu condenado.

d. a ação de improbidade, em relação ao servidor ti-tular de cargo efetivo, prescreve no prazo de cinco anos, contados do conhecimento do ato ilícito.

e. é vedada a transação, acordo ou conciliação nas ações baseadas na referida lei.

12. (AUXILIAR DE ENFERMAGEM DO TRABALHO DA-TAPREV 2014) Observando-se o disposto na Lei n. 8.429/92 e as teorias a respeito de Direito e Moral co-nhecidas atualmente, assinale a alternativa falsa. a. Para Piaget, toda moral é um sistema de regras, e

a essência de toda moral consiste no respeito que a pessoa sente por essas regras.

b. O princípio da moralidade administrativa é um dos exemplos práticos da legislação acerca da impro-bidade administrativa comprobatórios da conexão entre direito e moral no campo fático.

c. A expressão “nem tudo que é moral é direito; nem tudo que é direito é moral” não se sustenta pelo en-tendimento da realidade fática do direito, tendo-se como um dos exemplos a própria Lei n. 8.429/92.

d. Tanto o Direito como a Moral se ocupam do estudo das normas reguladoras da vida social. São aspec-tos comuns entre Direito e Moral o respeito à vida, à liberdade, à integridade, à prosperidade, entre outros.

e. Foi elaborada uma Teoria dos Círculos proposta por Claude du Pasquier no sentido de traçar os pontos em que Direito e Moral se tocam de forma interdisciplinar, sendo que, para a Teoria da Inde-pendência, Direito e Moral não se tocam.

13. (TÉCNICO JUDICIÁRIO - ADMINISTRATIVA TRT 08ª REGIÃO 2013) A propósito das disposições gerais da Lei n. 8.429/1992, assinale a opção correta. a. Na hipótese em que o ato de improbidade ensejar

enriquecimento ilícito, caberá à autoridade admi-nistrativa responsável pelo inquérito representar ao TCU, visando a indisponibilidade dos bens do indiciado.

b. Estará sujeito às cominações da lei em questão o sucessor daquele que se enriquecer ilicitamente, até o limite do valor das vantagens patrimoniais re-cebidas indevidamente.

c. Deve ser punido, na forma da lei em apreço, o ato de improbidade administrativa praticado por agente público contra entidade para cuja criação o erário tenha concorrido com mais de 50% do patrimônio.

d. O dano deve ser ressarcido integralmente caso ocorra lesão ao patrimônio público por ação ou omissão dolosa do agente público, sendo dispen-sável o ressarcimento na hipótese de omissão cul-posa.

e. Não será considerado agente público, para os efei-tos da lei em pauta, aquele que exerça, sem remu-neração, função em autarquia federal.

14. (TÉCNICO JUDICIÁRIO - ADMINISTRATIVA TRT 09ª REGIÃO 2013) Felipe, servidor público ocupante de cargo em comissão no âmbito do Ministério da Fazen-da, revelou a empresários com os quais mantinha re-lações profissionais anteriormente ao ingresso no ser-viço público, teor de medida econômica prestes a ser divulgada pelo Ministério, tendo em vista que a mesma impactaria diretamente os preços das mercadorias co-mercializadas pelos referidos empresários. A conduta de Felipe

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a. somente é passível de caracterização como ato de improbidade administrativa se comprovado que re-cebeu vantagem econômica direta ou indireta em decorrência da revelação.

b. é passível de caracterização como ato de improbi-dade administrativa que atenta contra os princípios da Administração, independentemente de eventual enriquecimento ilícito.

c. não é passível de caracterização como ato de im-probidade administrativa, podendo, contudo, ense-jar a responsabilização administrativa do servidor por violação do dever de sigilo funcional.

d. é passível de caracterização como ato de improbi-dade administrativa, desde que comprovado efeti-vo prejuízo ao erário.

e. não é passível de caracterização como ato de im-probidade administrativa, tendo em vista o agente não ser ocupante de cargo efetivo.

15. (SOLDADO DA POLÍCIA MILITAR - COMBATENTE PM DF 2013 FUNIVERSA) Com relação ao conceito de crime militar e às penas no Código Penal Militar, assinale a alternativa correta. a. A pena privativa da liberdade por mais de dois

anos, aplicada a militar, é cumprida em penitenciá-ria militar, não se admitindo, em hipótese alguma, a sua execução em estabelecimento prisional civil.

b. Os crimes de abuso de autoridade, previstos na Lei n. 4.898/1965, quando praticados por militar da ativa, caracterizam crime militar, segundo critérios definidos no art. 9.º do Código Penal Militar.

c. A pena de reclusão ou de detenção de até dois anos, aplicada a militar, é convertida em pena de prisão.

d. São penas principais a reclusão, a detenção e a perda da função pública.

e. A pena de reforma sujeita o condenado à situação de inatividade, hipótese em que perceberá, no mí-nimo, quantia equivalente ao soldo.

16. (AGENTE DE APOIO - ADMINISTRATIVO MPE AM 2013) Pedro, integrante do conselho fiscal de uma empresa controlada pelo Estado, repassou informação sigilosa de que tinha conhecimento em razão do exer-cício de tal função a Sandro, empresário privado, que logrou obter proveito econômico em função da referida informação que sabia ser privilegiada. De acordo com a legislação que disciplina os atos de improbidade ad-ministrativa, a. ambas as condutas configuram ato de improbida-

de, desde que Pedro seja servidor público. b. as condutas de Pedro e Sandro configuram ato de

improbidade. c. apenas a conduta de Sandro configura ato de im-

probidade. d. nenhuma das condutas configura ato de improbi-

dade. e. apenas a conduta de Pedro configura ato de im-

probidade.

17. (AUDITOR FISCAL SEFAZ PI 2015) Fernando, auditor fiscal, deixou, indevidamente, de praticar ato de ofí-cio ao qual estava obrigado pela legislação aplicável. Constatou- se que a conduta de Fernando objetivou beneficiar Carlos, amigo seu que solicitou que não efe-tuasse o lançamento de dé bito tributário de sua res-ponsabilidade. De acordo com as disposições da Lei n. 8.429/92, a. Fernando praticou ato de improbidade que atenta

contra os princípios da Administração pública e as penas aplicáveis alcançam também Carlos, no que couber.

b. apenas Fernando se submete às penalidades da Lei de Improbidade, que incluem, no caso narrado, a perda da função pública.

c. Para a penalização de Fernando e Carlos afigura--se necessária a comprovação de conduta dolosa e enriquecimento ilícito.

d. Fernando será penalizado independentemente de prejuízo à Administração e Carlos poderá apenas ser responsabilizado na esfera penal.

e. Fernando se submete, automaticamente, às pe-nalidades previstas no referido diploma legal, que também alcançam Carlos se este puder ser equi-parado à agente público.

G A B A R I T O

1. A2. A3. D4. E5. E6. D7. A8. D9. B

10. B11. E12. C13. C14. B15. C16. B17. A

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SUMÁRIO

REDAÇÃO DISCURSIVA

REDAÇÃO DISCURSIVA – TEXTO ARGUMENTATIVO .................................................................................622

PARTES DA REDAÇÃO: INTRODUÇÃO, DESENVOLVIMENTO, CONCLUSÃO ..........................................636

REGRAS PRÁTICAS: CLAREZA, OBJETIVIDADE E CONCISÃO .....................................................................640

ELABORAÇÃO DE ROTEIRO .......................................................................................................................650

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REDAÇÃO DISCURSIVA

ESTRATÉGIAS DE ORGANIZAÇÃO LÓGICA DO PENSAMENTO

DIFERENÇAS ENTRE PROVAS ARGUMENTATIVAS E EXPOSI-TIVAS

Você que acompanha os concursos públicos no Brasil já deve ter percebido que, com frequência, os candidatos têm um bom desempenho na parte objetiva, mas, às vezes, perdem o certame na prova discursiva ou caem muito na classificação. Como enfrentar a dissertação e garantir a aprovação é um ponto inquietante para os candidatos, que deve começar a ser vencido pela distinção entre textos dis-sertativos argumentativos e expositivos “conceituais”.

O termo “conceituais” parece-nos adequado para mos-trar o escopo da prova discursiva em concursos nos quais a Banca estabelece como conteúdo itens específicos do edital em contraposição a um tema em que se pede o posiciona-mento do candidato sobre determinada situação hipotética, por exemplo. A interpretação do tema e a forma de a Banca apresentá-lo requerem tato e bom senso dos candidatos.

Quando a prova é de natureza conceitual, os examina-dores têm em mente avaliar a capacidade de conhecimento do candidato acerca de conceitos e características de deter-minada matéria: Auditoria, Direito Administrativo ou Controle Externo, por exemplo. Mas é oportuno mencionar que não há uma fronteira absoluta entre a exposição e a argumen-tação, mas o predomínio de uma modalidade em relação à outra.

Nesses casos, quando os examinadores elaboram as questões discursivas, têm um raciocínio sistêmico e esperam que o candidato demonstre, na sequência de elaboração do texto, tudo que julgaram pertinente de acordo com a pla-nilha de correção. Apresentada por ocasião da divulgação dos resultados, a planilha e as notas podem trazer algumas surpresas, sobretudo se o candidato não raciocinar de forma sistêmica na hora de elaborar a resposta.

Queremos facilitar o entendimento desse exercício de ajuste entre a percepção do candidato e a expectativa do examinador. Em alguns casos, isso pode transformar-se em verdadeiro exercício de clarividente, porque nem sempre o que o candidato pensa é o que o examinador quer. Com o perfil de provas mais técnicas, se o examinador não amarrar bem o comando geral da prova – eixo horizontal – com os itens a serem tratados no corpo do texto – eixo vertical –, o candidato terá uma margem de dúvida considerável, o que pode resultar em baixo desempenho.

Em casos recentes, como o da prova do MPU, por exemplo, elaborada pelo CESPE, parece-nos que foi exa-tamente isso que ocorreu. E a Banca pode ter errado duas vezes: primeiro, porque a delimitação da tarefa não foi capaz de conduzir os candidatos à expectativa dos examinadores; segundo, porque, diante de tal fato, a Banca não teve a per-cepção de reavaliar o comando e acolher outras abordagens igualmente válidas para o tema, conquanto diferentes da expectativa inicial.

Outro caso foi o da prova discursiva para analista judiciá-rio, área administrativa, do concurso para o STM, também elaborado pelo CESPE, que reprovou número considerá-vel de candidatos. A prova apresentava o seguinte texto motivador:

Em determinado município brasileiro, o pre-feito assinou uma série de contratos com empresas fornecedoras sem a realização prévia de licitação. Ao final do exercício finan-ceiro, as contas desse prefeito foram apre-sentadas no prazo legal, mas apenas ao tribu-nal de contas dos municípios de seu Estado, que, por excesso de trabalho, não chegou a emitir parecer prévio, e para a câmara de vereadores local, onde a maioria decidiu votar pela sua aprovação. Durante a votação, no entanto, alguns vereadores de oposição exigi-ram o cumprimento das regras sobre transpa-rência da gestão fiscal.

O comando da questão, por sua vez, dizia:

Considerando que a situação hipotética descrita acima tem caráter motivador, redija um texto dissertativo acerca do seguinte tema: TRANSPARÊNCIA DA GESTÃO FISCAL.

Ao elaborar seu texto, aborde, necessariamente, os seguintes aspectos:

• normas vigentes sobre a transparência da gestão fiscal;

• empecilhos à consolidação de uma gestão transpa-rente;

• papel do planejamento no objetivo de transparência.”

No nosso entendimento, o texto motivador não pode-ria ter sido ignorado pelos candidatos, porque, embora a lei preveja situações em que a licitação possa ser dispensada, a compra sistemática sem licitação é um indício de o gestor ter faltado com transparência fiscal. A aprovação das contas do prefeito pela Câmara de Vereadores, por sua vez, é nítido empecilho à consolidação da gestão transparente, porque o Legislativo não exerceu o dever de fiscalizar.

Em provas como essas, entendemos que o candidato tende a conseguir melhores notas se partir da situação hipo-tética para cumprir o roteiro demandado pela Banca. Na prática, a prova se transforma em um exercício de escrita a partir de um exercício de leitura, em que o texto motivador delimita a discussão e conduz o candidato a aplicar o conhe-cimento adquirido à análise de um caso. Isso parece-nos ocorrer mesmo se a Banca disser que o texto é unicamente motivador.

Em provas com roteiros ou com textos motivadores que possam ser reduzidos a roteiro, o caminho para as notas mais altas é fazer do comando da prova uma espécie de questionário a ser rigorosamente respondido, como um velho e tradicional dever de casa. O candidato deve, em pri-meiro lugar, ver se existe uma pergunta de natureza geral a ser respondida ou se existem duas ou mais perguntas de natureza geral.

No caso anterior, o candidato poderia organizar o pen-samento com as seguintes perguntas:

• O que é transparência fiscal (conceito)?• Quais são as principais normas vigentes sobre a

transparência da gestão fiscal?• Houve transparência fiscal no caso apresentado?

Por quê?• Quais são os empecilhos à consolidação de uma

gestão transparente?• O exemplo da aprovação das contas pela Câmara

de Vereadores se insere nesse contexto?

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• Qual o papel do planejamento no objetivo de transparência?

• O Prefeito seguiu essa norma?

Veja que as respostas a essas perguntas entrelaçam o conhecimento do conteúdo com a discussão do exem-plo hipotético, pois este delimita o tema, do nosso ponto de vista, conforme nos ensinam as “capacidades cognitivas de Bloom”.

No concurso mais recente do Senado, analista 2008, na primeira questão discursiva, de natureza expositiva, havia uma pergunta geral a ser respondida e diversos itens para conseguir cumprir a tarefa, porque a Constituição Bra-sileira é classificada sob diferentes aspectos. Havia uma pergunta maior, geral: como se classifica a Constituição? Mas havia outras de natureza específica, é formal ou mate-rial? É escrita ou não escrita? É dogmática ou histórica? É promulgada ou outorgada? É imutável, rígida, semirrígida, flexível ou super-rígida? É analítica ou sintética?

Não podemos nos esquecer de que é do cruzamento dessas perguntas que, na divulgação dos resultados e na concessão de vistas à prova, o candidato encontrará uma planilha de correção subdividida em itens, com determinado número de pontos para cada subitem. Isso torna a confec-ção da prova bastante delimitada e muito sistêmica, quase um roteiro preciso, do qual não nos afastaremos se estiver-mos focados em um conjunto de perguntas a serem respon-didas.

Veja a prova a seguir. Perceba que ocorre a mesma coisa, ou seja, o examinador pergunta indiretamente ao can-didato quais são os mecanismos de planejamento orçamen-tário e financeiro – pergunta geral –, mas também demanda duas perguntas específicas, ou seja, quais os objetivos e as características de cada um dos mecanismos de planeja-mento orçamentário e financeiro?

Ora, se o candidato discorre sobre os mecanismos de planejamento orçamentário e financeiro, mas se esquece de focar nos objetivos e características de cada um deles, terá cumprido apenas parte dos requisitos exigidos pela Banca. Por isso, é fundamental converter o enunciado da questão num conjunto de perguntas objetivas e verificar, a todo momento, se estas estão, ou não, sendo respondidas ao longo da dissertação.

Cabe ressaltar que o comando da prova tem implica-ções importantes na escolha do vocabulário e da fraseologia do texto – verbos e conectivos. Repare que, para denotar a ideia do objetivo de determinado mecanismo de plane-jamento orçamentário bem como a respectiva definição, o candidato terá uma escolha de vocabulário específico para tal.

É fácil perceber no texto da página 24 como isso ocorre, embora, para boa parte dos leitores, isso não seja percebido na primeira leitura. Mas veja, por exemplo: o PPA é um plano de execução de médio prazo, elaborado pelo Poder Execu-tivo, no primeiro ano de governo e que abrange os progra-mas, planos, projetos e atividades a serem executados em um período de quatro anos.

Ora, a primeira parte do trecho caracteriza o que é o PPA. Por isso, o uso do verbo “ser”, de natureza conceitual, porque se o desejo for apresentar o conceito de determinada noção, nada mais razoável que dizer: “x” é...

Todavia, poderiam ter sido utilizados outros verbos capazes de denotar a mesma ideia, por exemplo:

• O PPA constitui-se num plano de execução de médio prazo, elaborado pelo Poder Executivo, no primeiro ano de governo.

• O PPA revela-se como um plano de execução de médio prazo, elaborado pelo Poder Executivo, no primeiro ano de governo.

A segunda parte do parágrafo, por meio do verbo “abranger” e da locução “a serem executados”, denota os objetivos do Plano Plurianual. Tanto é que poderíamos dizer perfeitamente:

... cujo objetivo é abranger os programas, planos, pro-jetos e atividades a serem executados em um período de quatro anos.

Ou

... que tem por finalidade abranger os programas, planos, projetos e atividades a serem executados em um período de quatro anos.

As questões aqui são: • De que verbos preciso para expressar o

pensamento?• Quais conectivos são necessários à articulação

das ideias?• Qual o vocabulário específico, a terminologia, da

área?

Essa percepção quanto ao uso correto do vocabulário, dos substantivos e dos verbos, bem como da articulação fra-seológica, dos conectivos e dos dêiticos, é de fundamental importância para os candidatos cumprirem os requisitos estabelecidos pela Banca e para obter nota alta. Procure desmontar o texto abaixo e outros que tenham obtido boas notas no sentido de construir um acervo de vocabulário de fundamental importância na hora da prova.

Lembre-se de que o tempo é muito limitado para se fazer a dissertação e, quanto mais estratégias você tiver, mais agilidade e capacidade de expressão serão obtidas. Em suma, reduza o comando da prova a um conjunto de perguntas e procure selecionar o vocabulário necessário para respondê-las de forma articulada, clara, objetiva e con-cisa.

Vejamos estas transparências de apoio.

Argumentaçãoem defesa detese explícita

Apresentaçãode conjunto de

informações sem defesa de tese

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Análise de situação hipotética com posi-cionamento técnico /

jurídico

Apresentação de um conjunto de concei-tos sobre determinado

tópico do edital

II – Outros Exemplos de Provas Expositivas Concei-tuais

A título de exemplo, vejamos algumas provas, de natu-reza expositiva (com retoques), de candidatos e candidatas que obtiveram notas altas em diferentes concursos.

Concurso da Agência Nacional de Aviação Civil – Brasil – ANAC

Concurso Público – 2007, realizado pelo NCE – Núcleo de Computação Eletrônico

Universidade Federal do Rio de Janeiro

COMANDO DA PROVA DISCURSIVA

A Lei de Responsabilidade Fiscal compreende um código de conduta para os gestores públicos, impondo regras para a execução e controle do orçamento e das metas fiscais. Há medidas que estimulam os gestores a pla-nejar melhor as ações orçamentárias e financeiras, há medi-das de controle para as despesas e há procedimentos para dar transparência à gestão.

Apresente os principais instrumentos de planejamento orçamentário e financeiro, indicando suas principais carac-terísticas e objetivos.

CANDIDATA 1

Os principais instrumentos de planejamento orçamentá-rio e financeiro dispostos na Constituição Federal do Brasil de 1988 são: Plano Plurianual – PPA, Lei de Diretrizes Orçamen-tárias – LDO, Lei Orçamentária Anual – LOA, e constituem-se em vigas mestras para a execução e controle do orçamento público, bem como para a transparência da gestão.

O PPA é um plano de execução de médio prazo, ela-borado pelo Poder Executivo, no primeiro ano de governo, e abrange os programas, planos, projetos e atividades a serem executados em um período de quatro anos. Esse projeto é encaminhado ao Legislativo para a aprovação até o dia 31 de agosto. O primeiro exercício do Chefe do Executivo será pautado pelas programações feitas pelo antecessor.

A LDO é elaborada anualmente pelo Poder Executivo e encaminhada ao Poder Legislativo para a aprovação até o dia 15 de abril de cada ano. Essa lei mostrará como será a elaboração do orçamento, dando as diretrizes e metas, bem como os contingenciamentos necessários às despesas.

A LDO está presente na Lei Complementar n. 101/2000, a Lei de Responsabilidade Fiscal, como sendo obrigação a apresentação dos Anexos de Metas Fiscais e Anexos de Riscos Fiscais, os quais estimulam os gestores a melhor planejar as ações orçamentárias e financeiras.

A LOA é a Lei do Orçamento, elaborada e executada de forma anual. O projeto dessa Lei é encaminhado ao Legislativo para a aprovação até o dia 31 de agosto. Essa lei pormenoriza os projetos, planos e ações; é a execução do orçamento proposto ao País visando ao desenvolvimento.

Em suma, o processo orçamentário e financeiro é cons-tituído do PPA, o qual traça de forma macro como será a desenvoltura do País no período de quatro anos; a LDO, que demonstra por intermédio das diretrizes como será feito o projeto dessa execução, e a LOA, a qual estabelece de forma objetiva: como, quando, onde e quanto será gasto nessas execuções. A Lei de Responsabilidade, por sua vez, veio como instrumento fiscalizador de todas essas ativida-des, tendo em vista que todos esses procedimentos são considerados elementos de transparência fiscal e de fácil acesso aos cidadãos, visando ao melhor controle do orça-mento e das metas fiscais.

Comando da Prova

Uma das discussões centrais na análise das políticas públicas refere-se aos desafios para transformar as deci-sões tomadas em intervenção efetiva na realidade. Analise os desafios à implementação de políticas públicas no Brasil. Para isso:

1) Descreva rapidamente o modelo “top-down”;2) Descreva sucintamente o modelo “bottom-up”;3) Descreva o modelo interativo-iterativo e comente

suas vantagens em relação aos dois modelos an-teriores;

4) Descreva o papel da burocracia de nível de rua no processo de implementação.

CANDIDATA 2

Gestora

A Constituição Federal de 1988 deu maior poder des-centralizado nas áreas fiscal e de prestação de serviços públicos aos Estados e Municípios. Nas divisões de arreca-dação, o texto ficou claro, porém há muitas competências comuns e concorrentes na execução de políticas públicas entre União, Estados, Distrito Federal e Municípios.

Diferentes entes desempenham as mesmas atribuições de forma descoordenada. Isso gera superposição, desper-dício de recursos e ineficácia na prestação dos serviços. As instituições com as mesmas competências poderiam cola-borar para somar recursos e gerar serviços de melhor qua-lidade.

A União é o ente mais adequado para realizar políti-cas públicas de grande envergadura e em nível nacional, como a “Bolsa Família”, por exemplo. Esse tipo de política

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é relacionado ao modelo “top down” de implementação, decididos nos altos escalões do governo, com cadeia de comando hierárquica.

Na abordagem “top down”, quem formula não é quem implementa. A fase de implementação é vista como linear, não problemática. Os implementadores apenas seguiriam os passos já decididos anteriormente. Esse modelo, por-tanto, não leva em consideração o jogo político, o processo de barganha realizado, e isso gera déficit de implementação.

Como os implementadores não possuem poder deci-sório para fazer ajustes, é necessário passar por níveis de comando para se chegar aos decisores. Quantos mais níveis, maior poderá ser o déficit de implementação e menor o controle dos decisores sobre os implementadores.

No programa “Bolsa Família”, por exemplo, há articu-lação entre os entes, mas é difícil controlar se os recursos repassados são aplicados de acordo com as diretrizes da União. No nível local, podem-se dar relações clientelistas, prejudiciais ao bom funcionamento do programa.

Assim, no modelo “top down”, os implementadores precisam estar de acordo ideologicamente com a política, o comando precisa de mecanismos para obter obediência. Do contrário, pode haver conflitos entre os implementadores e até mesmo entre os cidadãos a serem beneficiados.

É necessário, portanto, maior articulação com as esferas inferiores para a política poder ser implementada como foi concebida e ajustada de acordo com as reais necessidades da comunidade. Isso pode ser feito por meio de conselhos de políticas públicas, ouvidorias, orçamento participativo, entre outros.

CANDIDATA 3

Gestora

Política pública “top-down” é aquela cuja elaboração e formulação é realizada, de forma centralizada pelo topo da hierarquia administrativa. Assim, os responsáveis pela implementação não participam do processo de tomada de decisão. A centralização e o isolamento são os principais responsáveis pelos desafios enfrentados por esse tipo de política pública.

A implementação de política pública exige conheci-mento, esse aspecto constitui-se em desafio devido à falta de capacitação e conhecimento por parte daqueles que irão implementar as políticas devidas pelas hierarquias superiores. Esse modelo pressupõe perfeita capacidade de comando da hierarquia superior, o que na maioria das vezes não ocorre, sendo esse mais um desafio ao modelo top-down.

Outra questão desafiadora diz respeito ao acompanha-mento dessas políticas. Como nem sempre elas vêm com indicadores, meios de verificação, objetivos e metas claras, torna-se difícil o seu acompanhamento e a sua avaliação. A existência de grande número de instituições envolvidas na implementação dessas políticas conduz à fragmentação e à excessiva redundância das políticas públicas e dificulta o seu acompanhamento de política pública do tipo “top-down”. Associam-se às assimetrias de poder e informação entre os envolvidos e impedem a implementação adequada das polí-ticas.

O modelo de política pública “top-down” é pouco efi-ciente. Para que a construção de políticas públicas seja efe-tiva, é necessário capacitar e treinar o pessoal da burocracia

responsável por sua execução. É preciso adotar a avaliação como instrumento de gestão política e é ainda imprescindível coordenar todas as instituições envolvidas. Assim, seria pos-sível reduzir a fragmentação e facilitar os processos de imple-mentação, acompanhamento e avaliação de políticas públicas.

CANDIDATA 4

Gestora

No modelo “top-down”, a formulação de políticas públi-cas é centralizada, realizada pela cúpula de administração e imposta aos níveis inferiores, responsáveis pela execução. Nesse modelo, quem decide a política não interage com quem vai executá-la.

Quanto ao modelo “bottom-up”, a política é formulada pela base de administração, pelos executores. Eles encami-nham a política para a hierarquia responsável pela decisão política. Esse modelo também não prevê a interação entre executor e decisor.

O modelo interativo-iterativo pressupõe a existência de diálogo entre os decisores e os executores de políticas públi-cas. Nesse sentido, a política pública decidida seria resul-tado da conversa, da relação de troca de conhecimento e experiência entre esses atores. A vantagem desse modelo em relação aos dois modelos anteriores é a interação que ele promove entre gestor e executor. Ele permite alinhar a experiência prática do executor ao conhecimento e à capaci-dade decisória do gestor. Essa interação permite desenvol-ver políticas públicas mais democráticas e eficientes quando comparadas às políticas resultantes dos modelos anteriores.

Os executores das políticas públicas são os servido-res responsáveis por lidar com o público de forma direta e contínua. Conhecida como burocracia de nível de rua, esses burocratas exercem papel decisivo no processo de política pública no momento de implementação. Isso ocorre porque as decisões tomadas por esse atores, as rotinas e os proce-dimentos por eles estipulados para lidar com o ambiente de incertezas e pressões no qual trabalham, é que serão as res-ponsáveis pelas reais características das políticas públicas. Surge daí a necessidade de capacitar a burocracia de rua.

III – Provas de Natureza Argumentativa

Conforme comentamos na introdução, há uma tendên-cia hoje de as Bancas aplicarem provas argumentativas com perfil técnico-administrativo, embora, em boa parte dos con-cursos de nível médio, continuem a cobrar temas da atu-alidade. O fato é que, neste início da segunda década do século XXI, o candidato pode enfrentar um tema aberto, de natureza geral e sem roteiro, mas pode encontrar o mesmo tema geral, delimitado por um conjunto de itens a serem transformados em perguntas rigorosamente respondidas ao longo do texto.

Outra possibilidade muito frequente é a apresentação de questões-problema, em que a Banca demanda para o candidato uma série de perguntas correlacionadas a deter-minada situação apresentada, como ocorreu nos concursos mais recentes do TCU e do Senado. A expectativa do exami-nador é ver o candidato aplicar o conhecimento à resolução de uma situação concreta.

O mais importante, nesses casos, é perceber que, seja na forma de texto, seja na forma de itens, o candidato deve reduzir o enunciado apresentado pela Banca a um conjunto

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de perguntas. No caso de itens, a tarefa não é tão difícil de ser realizada, porque podemos transformá-los em per-guntas: a) discorra sobre os diversos tipos de emendas; b) apresente as características de cada uma delas. Por conse-guinte: Quantos tipos de emendas há? Quais são as carac-terísticas e aplicabilidade de cada uma delas.

Quando o enunciado é um texto, a tarefa requer mais atenção, porque não podemos deixar escapar os detalhes, as sutilezas, que, na maioria das vezes, fazem a diferença para obtermos os pontos necessários à classificação, não apenas à aprovação. Vejamos o enunciado do concurso mais recente do Senado:

FGV/ ANALISTA LEGISLATIVO/ PROCESSO LEGISLATIVO/ SENADO

O Presidente da República, no exercício de suas atribui-ções constitucionais, remete ao Congresso Nacional projeto de lei em regime de urgência, em tema educacional, tendo sido aprovado, no prazo legal, na Câmara dos Deputados. Ingressou o projeto no Senado Federal, aos 7 de agosto de 2008, tendo sido despachado pelo Presidente do Senado Federal e remetido à Comissão de Constituição, Cidadania e Justiça, onde recebeu inúmeras emendas. A seguir foi remetido às demais Comissões competentes, tendo sido lido em plenário no dia 22 de agosto do corrente ano, submetido à discussão e à votação, também, sofrendo inúmeras emendas. Na votação em turno único, foram aprovadas emendas ao projeto, inclusive com aumentos de des-pesa não previstos no projeto original e também não incluídos na proposta orçamentária em vigor. Pela proposta governamental, o projeto transformado em lei passaria a vigorar imediatamente. Observadas tais premissas, indique se o andamento do projeto obedeceu às regras constitucionais e regimentais, bem como se os órgãos competentes que integraram o processo legislativo estão corretamente identificados ou há algum eventualmente ausente do processo. Justifique sua resposta.

Em primeiro lugar, há duas perguntas gerais que preci-sam ser respondidas:

1) O andamento do processo obedeceu às regras constitucionais e regimentais?

2) Os órgãos competentes que integraram o processo estão corretamente identificados ou há algum au-sente do processo?

Se dividirmos o texto em duas partes, a tramitação na Câmara e a tramitação no Senado, vamos aplicar essas per-guntas e chegar a outras como desdobramento delas. Façamos um exercício a título de exemplificação, em relação à Câmara:

• O Presidente da República é parte legitimada ou detém competência para propor projeto em matéria de educação?

• Ao encaminhar a proposição, esta deve iniciar a tra-mitação pela Câmara?

• O Presidente da República pode pedir urgência na tramitação de projeto dessa natureza?

• Quais as implicações do pedido de urgência em relação à tramitação das duas Casas?

Parece-nos evidente que, ao contrário dos temas mais abertos, em que diferentes abordagens são permiti-das, nesse tipo de questão do Senado, a tendência é haver apenas uma resposta conforme os conhecimentos técni-cos de determinada área. Devemos lembrar, todavia, que, em concurso recente para a área de Direito, o examinador

pediu um confronto entre a doutrina e a jurisprudência. Ainda assim, a liberdade do candidato – a discricionariedade – é bastante limitada, porquanto o posicionamento deve estar embasado em conhecimento técnico e/ou jurídico.

Vejamos dois exemplos de dissertação do Concurso para o TCU ACE 2008 – Gestão Governamental, realizado pelo CESPE/UnB:

QUESTÃO 1

Leia o texto abaixo, que se refere ao Tribunal de Contas de Portugal.

A Constituição da República Portuguesa de 1976 incluiu o Tribunal de Contas no elenco dos Tribunais, qualificando-o como órgão de soberania – a par do presidente da Repú-blica, da Assembleia da República e do governo.

Definido como verdadeiro tribunal, a ele se aplicam os princípios gerais constitucionalmente estabelecidos para os tribunais, dos quais se destacam:

• O princípio da independência e da exclusiva sujei-ção à lei;

• O direito à coadjuvação das outras entidades;• Os princípios da fundamentação, da obrigatorie-

dade e da prevalência das decisões;• O princípio da publicidade.

Garantia essencial da independência do Tribunal de Contas é a independência do seu presidente e de seus juízes, que por isso está necessariamente abrangida pela proteção constitucional daquela.

O princípio da independência dos juízes determina não apenas a sua inamovibilidade e irresponsabilidade, mas, igualmente, a sua liberdade perante quaisquer ordens e ins-truções das demais autoridades e, bem assim, a definição de um regime adequado de designação, com garantias de isen-ção e imparcialidade que evitem o preenchimento do quadro da magistratura deste tribunal, tal como dos restantes, de acordo com os interesses do governo ou da administração.

Definido como “o órgão supremo de fiscalização da lega-lidade das despesas públicas e de julgamento das contas que a lei mandar submeter-lhe”, o legislador constituinte elegeu o Tribunal de Contas à categoria de tribunal especializado, de natureza financeira, profundamente diferente das demais categorias de tribunais em matéria de competências.

Na verdade, a Constituição realça que o Tribunal de Contas não tem apenas funções jurisdicionais, mas igual-mente funções de outra natureza, nomeadamente “dar pare-cer sobre a Conta Geral do Estado”. Além do mais, a sua com-petência constitucionalmente fixada pode ser ampliada por via de lei, dispondo expressamente a Constituição neste sentido.

Em conclusão, o Tribunal de Contas é, estrutural e fun-cionalmente, um tribunal, mais propriamente, um tribunal financeiro, um órgão de soberania, um órgão constitucional do Estado, independente, não inserido na administração pública, em particular, no Estado/Administração.

O Tribunal de Contas na Atualidade.Internet: <www.tcontas.pt> (com adaptações).

Considerando que o texto acima tem caráter unicamente motivador, discorra, de forma fundamentada e de acordo com a Constituição Federal brasileira, sobre os seguintes aspectos:

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• natureza jurídica do TCU; • relação entre o TCU e o Poder Legislativo; • eventual vinculação hierárquica da Corte de

Contas com o Congresso Nacional.

QUESTÃO 1

O Tribunal de Contas da União é um órgão adminis-trativo da União Federal, de estatura constitucional. Apesar de não se assemelhar aos tribunais do Poder Judiciário em uma série de aspectos, a Constituição o criou com traços que permitem sua comparação àqueles. O TCU não recebeu atribuições jurisdicionais em sentido estrito, e suas decisões não fazem coisa julgada em sua acepção tradicional. Entre-tanto, na sua esfera de atuação, pode apreciar a constitucio-nalidade de leis e atos, por meio do controle incidental, além de julgar as contas, a gestão e o uso do dinheiro público de origem federal por parte dos responsáveis.

O TCU não integra o Poder Legislativo. A Constituição indica, como órgão desse Poder, apenas as casas legislati-vas. E é a Constituição também que traça as relações entre o TCU e o Legislativo. Este é o titular do controle externo da administração, mas o TCU recebeu da Carta Maior uma série de atribuições no sentido de auxiliar o cumprimento dessa função de controle. Assim, qualquer relacionamento entre o Legislativo e o TCU passa pela divisão estabelecida constitucionalmente. Obviamente, não se desejou um total seccionamento entre as duas estruturas: por exemplo, a maioria dos integrantes do TCU é escolhida pelo Legislativo.

Deduz-se disso que não há relação hierárquica entre o TCU e o Congresso Nacional. Aquele cumpre uma função técnica-legal de suporte ao controle político-legal deste último. Exemplifica esse fato a impossibilidade de avoca-ção de atribuições ou mesmo determinações simples, como assinar prazo para o TCU emitir algum ato.

Aspectos Macroestruturais Valor Nota1. Apresentação e estrutura textual (legibi-lidade, respeito às margens, paragrafação)

0,00 a 1,00

1,00

2. Desenvolvimento do tema2.1. Natureza jurídica do TCU 0,00 a

3,003,00

2.2. Relação entre o TCU e o Poder Legis-lativo

0,00 a 3,00

3,00

2.3. Eventual vinculação hierárquica da Corte de Contas com o Congresso Nacional

0,00 a 3,00

3,00

Nota do conteúdo 10,00Número de linhas efetivamente escritas no original

23

Número de erros 0Nota na discursiva – Questão 1 10,00

QUESTÃO 2

Maria, servidora pública federal, requereu a concessão do benefício de aposentadoria pelo regime próprio, o qual lhe foi concedido por força da Portaria n. X, de 5 de março de 2003, pela autoridade competente do órgão no qual estava lotada. Remetido o processo administrativo para o Tribunal de Contas da União, este, sem intimar Maria a se manifestar, entendeu que ela não preenchia os requisitos para aposen-tar-se, pelo que negou o registro e determinou ao órgão, em 6 de maio de 2008, o retorno de Maria ao serviço.

Com base nessa situação hipotética, responda, de forma fundamentada, às indagações a seguir:

• Houve nulidade na decisão proferida pelo TCU diante da inexistência de intimação para se promover a defesa de Maria?

• Qual seria o órgão judicial competente para julgar eventual mandado de segurança a ser impetrado por Maria?

• Há prazo decadencial para que a administração anule o ato contido na Portaria n. X?

CANDIDATO 1

No caso em tela, que trata da concessão inicial de apo-sentadoria à servidora pública federal, não houve nulidade na decisão do TCU em negar o registro do ato em virtude da não intimação da servidora para que se manifestasse. O Supremo Tribunal Federal já pacificou a questão ao editar a Súmula Vinculante n. 3: nos casos de concessão inicial de aposentadoria, reforma ou pensão, não se observam o con-traditório e a ampla defesa nos processos perante o TCU.

Caso a servidora não se resignasse com a decisão, o órgão competente para que a mesma impetrasse mandado de segurança seria o STF, por expressa disposição constitu-cional a respeito das decisões do TCU.

O ato que concede aposentadoria é complexo, o que significa a necessidade de mais que uma declaração de vontade, por órgãos distintos, para seu aperfeiçoamento. Na situação retratada, tais declarações de vontade são a portaria do órgão de lotação da servidora e o registro pelo TCU. Até a manifestação do TCU, não há que se falar em decadência, pois o ato não foi aperfeiçoado. O prazo deca-dencial para a anulação do ato complexo pela administração começa a correr após essa condição.

Aspectos Macroestruturais Valor Nota1. Apresentação e estrutura textual (legibili-dade, respeito às margens, paragrafação)

0,00 a 1,00

1,00

2. Desenvolvimento do tema2.1. Existência, ou não, de nulidade na deci-são proferida pelo TCU diante da inexistência de intimação para se promover a defesa de Maria

0,00 a 3,00

2,40

2.2. Órgão judicial competente para julgar eventual mandado de segurança a ser impe-trado por Maria

0,00 a 3,00

2,40

2.3. Existência, ou não, de prazo decadencial para que a administração anule o ato contido na Portaria n. X

0,00 a 3,00

2,40

Nota do conteúdo 8,2Número de linhas efetivamente escritas no original

15

Número de erros 3Nota na discursiva – Questão 2 8,00

Além desses recortes, é importante assinalar que, na prova para o Ministério Público da União, em 2010, realizado pelo CESPE/UnB, houve uma inovação que merece aten-ção por parte dos candidatos. Na prova discursiva de nível médio, o tema apresentado é da atualidade, mas o recorte é técnico, conforme podemos ver a seguir.

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Texto Motivador

Os atrasos na criação e na aprovação de projetos de infraestrutura e a falta de planejamento para a Copa do Mundo de 2014 estão preocupando os membros do Sin-dicato Nacional das Empresas de Arquitetura e Engenha-ria Consultiva. Segundo um dos representantes regionais dessa organização, esses atrasos podem gerar prejuízos de tempo e de dinheiro, visto que as obras e os serviços tende-rão a ficar mais caros.

Internet: <www.atarde.com.br> (com adaptações).Considerando que o fragmento de texto acima tem caráter unicamente

motivador, redija um texto dissertativo acerca do seguinte tema.

A IMPORTÂNCIA DO PLANEJAMENTO (ESTRATÉGICO, TÁTICO E OPERACIONAL) PARA O SUCESSO DA REALIZAÇÃO DA COPA DO MUNDO DE 2014 NO BRASIL

Ao ler o tema, é fácil constatar que, se o pano de fundo é a Copa do Mundo de 2014, o foco é o planejamento sob os três enfoques desejados pelo examinador. Ora, se o can-didato não dominasse o conteúdo específico do item 16, do edital de abertura do concurso, dificilmente conseguiria fazer a prova.

Observa-se, portanto, que, mesmo em concursos de nível médio, o desenvolvimento do tema estaria vin-culado ao recorte técnico e não ao de temas abertos, de natureza geral, como poderia ocorrer caso a Banca tivesse optado por, digamos, A Copa do Mundo: desafios e possibilidades.

CANDIDATA 1 – COM RETOQUES

O Brasil, como sede da copa do mundo de 2014, pre-cisa planejar adequadamente a realização desse evento para que a infraestrutura necessária esteja disponível nos prazos determinados pela Federação Internacional de Fute-bol – FIFA. Além disso, o planejamento nos níveis estraté-gico, tático e operacional evita a ocorrência de problemas decorrentes de atrasos e garante o sucesso desse evento esportivo.

O planejamento estratégico deve ficar a cargo do governo federal, porque exige um plano traçado pela alta cúpula governamental, por meio de objetivos estratégicos e de execução em longo prazo. Com isso, poderão ser criados planos e programas de maior abrangência, como os referen-tes à segurança e estruturação dos sistemas de transportes.

Os Estados devem ser responsáveis pelo planejamento tático, cuja aplicação deve ser em médio prazo e pressupõe o desdobramento dos objetivos estratégicos. Um exemplo seria a elaboração de projetos de ampliação ou reformas dos aeroportos das cidades sedes. E, em nível operacional, em curto prazo, a execução específica de cada projeto.

Esse desdobramento do planejamento permite a pre-venção ou correção de problemas durante a execução que podem ser tanto de ordem técnica quanto financeira. Ambos geram atrasos e prejuízos ao país, por isso devem ser evitados a fim de cumprir os prazos de entrega das obras e não causar gastos excessivos ou imprevistos, lesando o erário.

Assim, um adequado planejamento permitirá a dis-ponibilização, nos prazos determinados, da infraestrutura exigida por esse grande evento esportivo. Isso conse-quentemente atrairá mais turistas e gerará maior cresci-mento ao país. Além disso, proporcionará maior credibi-lidade internacional ao Brasil e servirá, inclusive, como apoio para a realização de outro grande evento esportivo: as Olimpíadas de 2016.

Aspectos Macroestruturais Valor Notas1. Apresentação e estrutura textual (legibili-dade, respeito às margens, paragrafação)

0,00 a 1,00

1,00

2. Desenvolvimento do tema2.1. Importância do planejamento estratégico para o sucesso da realização da Copa do Mundo de 2014 no Brasil

0,00 a 3,00

3,00

2.2. Importância do planejamento tático para o sucesso do evento

0,00 a 3,00

2,40

2.3. Importância do planejamento operacio-nal para o sucesso do evento

0,00 a 3,00

1,80

Nota do conteúdo 8,20Número de linhas efetivamente preenchidas no original

27

Números de erros 3Nota final da prova discursiva 7,98

CANDIDATA 2

A notícia de que a Copa do Mundo de 2014 seria reali-zada no Brasil provocou muito alvoroço e entusiasmo entre os brasileiros. Mas muitos, ao pensar na alegria da festa, não se lembraram do enorme trabalho que o pa-ís terá para se colocar em condições para atender a tamanha demanda que esse evento traz com ele.

Considerando a grandiosidade de uma Copa do Mundo e as inúmeras áreas no país que precisam de investimentos, faz-se necessário um planejamento estra-tégico bem elaborado, que identifique os pontos fracos e os pontos fortes do país e possibilite que o direcionamento dos recursos seja feito de forma proporcional à real neces-sidade de cada região.

O planejamento é importante também para que o Governo possa priorizar o atendimento de causas mais urgentes, a exemplo da segurança, ou que precisem de mais tempo para serem executados, a exemplo das obras de infraestrutura.

Um planejamento bem feito minimiza os riscos, à medida que envolve ações de controle e avaliação contí-nua da execução, além de evitar desperdício de tempo e de dinheiro.

Ações planejadas têm muito mais chance de alcança-rem o sucesso esperado. Então, para que a festa da Copa do Mundo de 2014 seja motivo de alegria e orgulho para o Brasil, todo o trabalho intenso que o país vai ter daqui até lá deve ser bem planejado e, com isso, executado com segurança.

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Aspectos Macroestruturais Valor Notas

1. Apresentação e estrutura textual (legibilidade, respeito às margens, paragrafação)

0,00 a 1,00

1,00

2. Desenvolvimento do tema

2.1. Importância do planejamento estraté-gico para o sucesso da realização da Copa do Mundo de 2014 no Brasil

0,00 a 3,00

1,80

2.2. Importância do planejamento tático para o sucesso do evento

0,00 a 3,00

3,00

2.3. Importância do planejamento operacional para o sucesso do evento

0,00 a 3,00

3,00

Nota do conteúdo 8,80

Número de linhas efetivamente preenchidas no original

24

Números de erros 1

Nota final da prova discursiva 8,72

É importante entender que, em última instância, esses

novos feitios de prova discursiva se reportam ao texto dis-sertativo argumentativo, que continua presente em muitos concursos e na maioria dos vestibulares realizados no Brasil. Por isso, precisamos responder a duas questões: o que caracteriza o texto dissertativo argumentativo? E como essas características se fazem presentes nos textos argu-mentativos de natureza técnico-administrativa.

Dissertar, em sentido amplo, significa discorrer sobre determinado tema, e, assim, engloba não só a modalidade da argumentação, mas também a exposição, a narração e a des-crição. Ao contrário dos textos expositivos, que apresentam uma série de dados e informações para o leitor fazer juízo de valor, sem a influência do autor da matéria, o texto argumen-tativo defende ponto de vista explícito, uma tese ou posiciona-mento, acerca de determinado tema.

Tomando a imprensa como referência, podemos dizer que as notícias, de modo geral, estão no campo do texto expositivo, porque oferecem ao leitor diversas informações sobre determinado episódio ou acontecimento do cotidiano. Trata-se do texto jornalístico no sentido amplo, mas, se pagi-narmos os jornais e revistas ou até mesmo ouvirmos as redes de notícias e os telejornais, vamos ver os artigos de opiniões, em que um especialista oferece o seu ponto de vista acerca de determinado tema.

Nas provas de concursos públicos que pedem uma dissertação argumentativa – sobretudo nos vestibulares – a tarefa é semelhante: a Banca oferece um tema aos candi-datos e espera que estes defendam um ponto de vista por meio de argumentos. Todavia, há uma diferença importante em relação às colunas de opinião dos jornais, porque, nos concursos, existem textos motivadores que delimitam o tema e precisam ser levados em consideração, mesmo se a Banca diz para o candidato considerá-los unicamente motivadores.

Como já comentamos, quando há textos motivadores, as dissertações devem ser elaboradas como um exercício de escrita a partir de um exercício de leitura, porque os textos motivadores ou de apoio têm o papel de contextualizar o tema e não devem ser ignorados.

Compreendido esse contexto e o foco central do tema, devemos ter em mente que, ao elaborarmos as dissertações argumentativas em geral, deveremos defender um ponto de vista diante de determinado questionamento, ou seja, elabo-rar um texto opinativo.

IV – Exemplos de Dissertação Argumentativa de Natu-reza Técnica

CESPE – MPU – ENGENHEIRO ELÉTRICO/PERITO

Nesta prova, faça o que se pede, usando o espaço para rascunho indicado no presente caderno. Em seguida, transcreva o texto para a FOLHA DE TEXTO DEFINITIVO DA PROVA DIS-CURSIVA, no local apropriado, pois não serão avaliados frag-mentos de texto escritos em locais indevidos. Será desconside-rado, também, qualquer fragmento de texto que ultrapassar a extensão máxima de linhas disponibilizadas.

Na FOLHA DE TEXTO DEFINITIVO DA PROVA DIS-CURSIVA, único documento que servirá de base para a ava-liação da Prova Discursiva, escreva com letra legível e res-peite rigorosamente as margens. No caso de erro, risque, com um traço simples, a palavra, frase, trecho ou o sinal grá-fico e escreva em seguida o respectivo substituto. Atenção: parênteses não podem ser usados para tal finalidade.

Uma empresa contratou determinado especialista para que, auxiliado por equipe técnica profissional, elaborasse laudo acerca das condições de temperatura e de volume de som de certo ambiente de trabalho nas instalações da empresa. A encomenda da avaliação foi motivada por recla-mações dos funcionários que trabalham nesse ambiente, segundo os quais a temperatura e o volume de som no local estariam supostamente muito acima dos níveis permitidos em lei. Após prévia avaliação da área em questão, e preocu-pado em fundamentar seu laudo em dados técnicos suficien-tes, o especialista solicitou à equipe técnica que realizasse medidas da variação de temperatura e volume de som no ambiente ao longo de um dia de trabalho típico. Os dados resultantes dessas medidas, por recomendação do especia-lista, deveriam ser transpostos para formato digital e grava-dos em um computador para processamento e interpretação posteriores. O especialista dispunha de equipamentos ade-quados para efetuar essas medidas e a temperatura e o som eram disponibilizados por esses equipamentos na forma de sinal analógico, sendo a digitalização necessária para que o computador possa realizar a leitura desses dados. Havia, ainda, a placa com conversor analógico/digital, adequada-mente conectada ao computador ou nele instalada.

Considerando a situação hipotética apresentada acima, redija um texto dissertativo acerca dos procedimentos que o especialista deve seguir para realizar a medição de tem-peratura e som como dados digitais e para gravar esses dados. Em seu texto, aborde, necessariamente, os seguin-tes aspectos:

• a necessidade ou não de circuitos para a conversão do nível (por exemplo, necessidade de ganho ou compatibilização de nível DC) dos

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JOÃ

O D

INO

10

sinais analógicos nos equipamentos de medida para o nível de entrada adequado do conversor analógico/digital;

• as características relevantes do conversor analógico/digital utilizado, especialmente o número de bits e a taxa de amostragem, e os efeitos dessas características nas medidas, mencionando uma forma de se evitar o chamado aliasing;

• o tipo de software que pode ser usado para controlar o sistema de medição.

MINISTÉRIO PÚBLICO DA UNIÃO (MPU) — CONCURSO PÚBLICO PARA PROVIMENTO DE CARGOS E FORMAÇÃO

DE CADASTRO DE RESERVA PARA AS CARREIRAS DE ANA-LISTA E DE TÉCNICO DO MPU

ESPELHO DA AVALIAÇÁO DA PROVA DISCURSIVA

CANDIDATO XXX

Cargo: 16 – Analista de Engenharia Elétrica/Perito

DISCURSIVA – CARGO 16: ANALISTA DE ENGENHARIA ELÉ-TRICA/PERITO

ASPECTOS MACROESTRUTURAIS

Quesitos Avaliados Valor Nota1. Apresentação e estrutura textual (legibi-lidade, respeito às margens e indicação de parágrafos)

0,00 a 1,00 1,00

2. Desenvolvimento do tema2.1 Necessidade de circuitos para a conver-são do nível dos sinais analógicos nos equi-pamentos de medida para o nível de entrada adequado do conversor analógico/digital

0,00 a 4,00 4,00

2.2 Características relevantes do conversor analógico/digital utilizado como número de bits e taxa de amostragem, por exemplo, e os efeitos dessas características nas medi-das, mencionando formas de se evitar o cha-mado aliasing

0,00 a 3,00 3,00

2.3 Tipo de software que pode ser usado para controlar o sistema de medição e algoritmo de controle apropriado, com descrição sucinta

0,00 a 2,00 1,60

ASPECTOS MICROESTRUTURAIS

Tipo deLinha→

0 0 0 0 0 0 0 0 0 1 1 1 1 1 1 1 1 1 1 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 3

Linha 1 2 3 4 5 6 7 8 9 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 0

Grafia / Acentuação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

Morfossintaxe . . . 1 . . . . . . . . . . . . . . . 1 . . . 1 . 1 . . . .

Propriedade vocabular . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

RESULTADO

Nota no conteúdo (NC = soma das notas obtidas em cada quesito) 9,60

Número total de linhas efetivamente escritas (TL) 30

Número de erros (NE) 4

NOTA NA DISCURSIVA – CARGO 16: ANALISTA DE ENGENHARIA ELÉTRICA/PERITO 9,33

NOTA FINAL NA PROVA DISCURSIVA 9,33

CANDIDATO 1

Para realizar a medição de temperatura e de som como dados digitais e gravar esses dados, conforme a situação em questão, é necessário a utilização e o ajuste dos seguin-tes itens: sensores e transistores; filtros e amplificadores; conversor analógico/ digital; e o software no computador.

Primeiramente, os sensores e transistores têm que ser adequados para o pondo de operação, a amplitude e a frequ-ência dos estímulos físicos que se quer medir – o som e a tem-peratura. Logo após, os sinais analógicos captados devem passar por filtros para retirar e atenuar ruídos e perturbações. Só então, usa-se amplificadores e outros dispositivos para

deixar os sinais na faixa de operação (range), no intervalo de operação (“span”) e no nível DC compatíveis do conversor analógico/digital, que está na sequência.

Este conversor deve apresentar características sufi-cientes para poder captar os sinais analógicos e transformá--los em bites, seja numa sequência serial ou em paralelo. Quanto maior o número bits para representar sinais digitais, melhor será a precisão da medição e menor a faixa de erro instrumental. Também é muito importante que a frequência de amostragem utilizada seja duas vezes maior do que a frequência mais alta dos sinais que se deseja converter para evitar o efeito de degradação conhecido como “aliaring”. Essa é a conhecida frequência de Nyguirt.

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