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i Secretaria de Estado da Educação - SEED Superintendência da Educação - SUED Políticas e Programas Educacionais - DIPOL Programa de Desenvolvimento Educacional - PDE FICHA DE IDENTIFICAÇÃO DA PRODUÇÃO DIDÁTICO-PEDAGÓGICA PROFESSOR PDE 1. Nome da Professora PDE: Vera Marcia Mortean. 2. Disciplina/Área: Biologia. 3. IES: Universidade Federal do Paraná. 4. Orientador: Professor M. Sc. Marcelo Valério. 5. Co-Orientador(a) (se houver): Não há a presença de professor(a) co-orientador(a). 6. Caracterização do objeto de estudo (exceto Professor PDE Titulado): Na virada para o século XX as atividades práticas eram entendidas como parte integrante do conhecimento científico, partilhando ou mesmo complementando os objetivos das atividades teóricas. Acreditava-se, portanto, que ações diretas e individuais garantiriam a aprendizagem dos(as) alunos(as) segundo o modelo pedagógico tradicional (GASPAR, 2005). Esse modelo caracterizava-se por um lastro acadêmico da Biologia como Ciência. Ou seja, à época, lidava-se com um conjunto de conhecimentos caracterizado por uma abordagem classificatória e descritiva das espécies animais e vegetais e pela tradição experimental ainda emergente dos estudos em Citologia, Embriologia e Fisiologia Humana (MAYR, 1998; SELLES & FERREIRA, 2005). As aulas práticas enfatizavam assim, basicamente, as diferenças/similaridades entre os grupos de organismos segundo a clássica divisão das Ciências Naturais, tendo como meta principal ilustrar as aulas teóricas (KRASILCHIK, 2005). A partir da década de trinta vai se alicerçando o processo de unificação das ditas Ciências Naturais advindas da ressignificação darwinista. Concomitantemente, a cientifização das atividades industriais e agrícolas cunharam um viés social e econômico para tais conhecimentos, acentuado mais à frente no período pós-guerra. Entendidas agora como forças promotoras do desenvolvimento

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Secretaria de Estado da Educação - SEED Superintendência da Educação - SUED

Políticas e Programas Educacionais - DIPOL Programa de Desenvolvimento Educacional - PDE

FICHA DE IDENTIFICAÇÃO DA PRODUÇÃO DIDÁTICO-PEDAGÓGICA PROFESSOR PDE

1. Nome da Professora PDE: Vera Marcia Mortean. 2. Disciplina/Área: Biologia. 3. IES: Universidade Federal do Paraná. 4. Orientador: Professor M. Sc. Marcelo Valério. 5. Co-Orientador(a) (se houver): Não há a presença de professor(a) co-orientador(a). 6. Caracterização do objeto de estudo (exceto Professor PDE Titulado): Na virada para o século XX as atividades práticas eram entendidas como parte integrante do conhecimento científico, partilhando ou mesmo complementando os objetivos das atividades teóricas. Acreditava-se, portanto, que ações diretas e individuais garantiriam a aprendizagem dos(as) alunos(as) segundo o modelo pedagógico tradicional (GASPAR, 2005). Esse modelo caracterizava-se por um lastro acadêmico da Biologia como Ciência. Ou seja, à época, lidava-se com um conjunto de conhecimentos caracterizado por uma abordagem classificatória e descritiva das espécies animais e vegetais e pela tradição experimental ainda emergente dos estudos em Citologia, Embriologia e Fisiologia Humana (MAYR, 1998; SELLES & FERREIRA, 2005). As aulas práticas enfatizavam assim, basicamente, as diferenças/similaridades entre os grupos de organismos segundo a clássica divisão das Ciências Naturais, tendo como meta principal ilustrar as aulas teóricas (KRASILCHIK, 2005). A partir da década de trinta vai se alicerçando o processo de unificação das ditas Ciências Naturais advindas da ressignificação darwinista. Concomitantemente, a cientifização das atividades industriais e agrícolas cunharam um viés social e econômico para tais conhecimentos, acentuado mais à frente no período pós-guerra. Entendidas agora como forças promotoras do desenvolvimento

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econômico e social, as Ciências Naturais ganhariam espaço e importância também nos currículos escolares.

As grandes potências, ilustrando, passam a investir vultosas somas no ensino escolar buscando prioritariamente ampliar seu alcance e despertar vocações (VALÉRIO, 2006). Durante esse período as abordagens metodológicas transitaram da análise das diferenças, para a análise comum nos seres vivos, processo no qual a evolução passaria a funcionar como teoria estruturante e organizadora. Áreas como a Ecologia e a Genética vão se fortalecendo e compondo os programas curriculares. Organizam-se materiais para um ensino de caráter mais prático de Biologia e das outras ciências, havendo grande difusão das atividades experimentais, da valorização dos laboratórios de ensino, de iniciativas como os clubes de ciências e outras iniciativas próximas, quase sempre tendo como objetivo estimular e tornar eficaz as demonstrações ou confirmações de fatos até então expostos por livros-texto ou pela explanação do(a) professor(a). A proposta pedagógica daí resultante centra o ensino na vivência do método científico propondo a formação de “pequenos e talvez futuros cientistas”, através de exercícios e tarefas que favorecessem a vivência de investigações e procedimentos típicos da ciência acadêmica. A idéia era conduzir alunos(as) a aprender a pensar de forma científica observando e registrando dados, desenvolvendo técnicas e habilidades até mesmo de manuseio do instrumental de laboratório. Somente mais tarde sinalizar-se-ia o intuito, nem sempre positivo, de esclarecimento dos modelos explicativos teóricos e da descoberta das “verdades” científicas.

A partir da década de setenta, esforços são envidados no sentido de integrar temas como ambiente, cidadania, sociedade e tecnologia ao conceito de ciência.

As propostas curriculares se renovam no mundo todo, com especial atenção aos ideais pedagógicos progressistas, à luz do movimento escolanovista e das concepções construtivistas. Nesse viés, as atividades práticas são ressignificadas e entendidas como contribuintes para acelerar a elaboração lógica mental, necessária à construção dos saberes científicos. As observações contextuais e as concepções prévias dos(as) alunos(as) ganham importância como temas de pesquisa e práxis no ensino de ciências. Desde então as “renovadas” aulas práticas proporiam situações desiquilibradoras, potencialmente geradoras de conflitos cognitivos que motivassem os(as) alunos(as) a se envolver, agir, problematizar suas ações e manifestar seus interesses. No trabalho de professore(as), por sua vez, entram em pauta as necessárias transformações, a começar pela consideração de objetivos de natureza procedimental e atitudinal, chegando a abordagens metodológicas condizentes com os mesmos. Para esse século XXI, documentos oficiais indicam novas pistas de ação e temas a serem implementados nas atividades práticas, destacando a necessidade de que se estude integralmente as relações entre ciência, tecnologia e sociedade, promovendo interação e colaboração entre os campos da ciência (UNESCO, 1999). No cenário nacional, recomenda-se que se fomente, especialmente através das aulas práticas, nas quais se pode utilizar a problematização através da realização de observações, propiciar oportunidades para elaboração e exposição de hipóteses; testar as mesmas; formular perguntas e respostas; organizar resultados de investigação; refletir sobre o significado dos resultados; utilizem as conclusões para construção dos conceitos e finalmente, aproximar/associar assim teoria e prática (BRASIL, PCN+, 2002: 55; PARANÁ, 2008: 18). Por fim, as atividades práticas vivenciadas no âmbito escolar passam a ser contempladas sob a ótica de um ensino crítico, que assegure com eficácia a apropriação dos conhecimentos escolares e resulte em aprendizagem significativa, potencializando um trabalho didático ativo, alegre, estimulante e motivador para todas as partes. Assim entendidas, as atividades práticas destacam-se como promotoras de uma

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transposição didática que contempla não apenas conceitos, mas habilidades e valores, desconfigurando a Biologia como uma ciência distante e abstrata, mas tornando possível entendê-la como cotidiana, presente e necessária. 7. Título da Produção Didático-Pedagógica: Biologia como disciplina escolar prática: contribuição para uma vivência mais ativa e alegre dos conhecimentos. 8. Justificativa da Produção: A partir de minha vivência profissional, do anseio dos alunos e de subsídios teóricos e legais, busquei através da proposta de trabalho “Biologia como disciplina escolar prática: contribuição para uma vivência mais ativa e alegre dos conhecimentos” reforçar o potencial da abordagem didática, atividades de caráter prático experimental viabilizando o sucesso no ensino dos conhecimentos escolares contribuindo assim para tornar eficaz o processo de ensino e o processo de aprendizagem. Reconhecidamente, tais propostas didáticas configuram-se como estratégias pedagógicas de estímulo e motivação concretizando uma práxis mais ativa e alegre em sala de aula nas relações dialógicas entre professores-alunos-conhecimentos. Em minha experiência profissional atuando no magistério público estadual paranaense tenho comprovado ano a ano resultados alvissareiros, onde o interesse e participações dos estudantes enriquecem sobre maneira as relações pedagógicas e a apropriação dos conteúdos escolares em Biologia. Para além de meu fascínio por tais propostas didáticas os próprios estudantes reivindicam: “mais aulas práticas e utilização do laboratório, aulas interativas, explorar melhor os recursos disponíveis no colégio, mais recursos didáticos, filmes, cartazes, slides, passeios, museus, atividades diferenciadas, atividades práticas, diversificar o método pedagógico” palavras e termos do corpo discente registrados em documentos do setor pedagógico da escola em que estou lotada, em maio de dois mil e oito (JAYME CANET, 2008). A legitimação das atividades práticas tem ainda suas pesquisas e reflexões conduzidas e fundamentadas em aportes teóricos e legais. Segundo Bizzo (2007) na medida em que os alunos vão progredindo em sua escolaridade, seus argumentos perceptivos vão se tornando conceituais e essa passagem é mediada pela sua interação com o mundo. Sendo o professor o artífice principal que pode proporcionar em seu ambiente escolar de trabalho diferenciadas situações didáticas.

Esse processo de interação social favorece a construção mental de conceitos em Biologia com eficácia, quando viabilizado através de atividades prático-experimentais, onde o aluno poderá manipular o objeto de conhecimento, observá-lo micro e macroscopicamente, registrar suas percepções em relatórios através de desenhos e pequenos textos, dentre outras ações que conferem grande contribuição ao aprendizado. Relatos sobre as atividades práticas têm valorização em Gaspar (2005) e Marques (2005) no sentido de propiciar ao aluno vivenciar por si mesmo os conhecimentos das aulas teóricas tornando as explicações acessíveis e eficazes, estabelecendo interações dos conhecimentos com seu dia a dia buscando soluções para os problemas, modificando hábitos e atitudes a partir dessas vivências, desenvolvendo o pensamento científico e o entendimento lógico dos processos naturais, indo ao encontro da necessidade crescente dos alunos e alunas de participarem de aulas mais dinâmicas e diferenciadas. Finalmente ressalto que todos esses argumentos, que hora apresento como legitimadores de minha proposta de trabalho, encontra ainda mais significado quando os percebemos alinhados aos discursos em documentos oficiais, especialmente quanto às diretrizes curriculares nos âmbitos federal e estadual.

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Também nelas as vivências de atividades práticas se apresentam como oportunidades de qualificar os processos de ensino e conseqüentemente de aprendizagem das disciplinas experimentais científicas como a Biologia. Com o exposto cabe salientar que minha proposta de trabalho se define no atendimento a algumas demandas de professores e alunos. Através desse caderno pedagógico em que seleciono, organizo e sistematizo atividades práticas desenvolvidas e vivenciadas por mim e por outros colegas professores da rede estadual de ensino no contexto escolar educacional, estabelecendo compromisso com a qualidade do ensino público no Estado do Paraná. 9. Objetivo geral da Produção: Estruturar e disponibilizar junto aos Professores da Rede Pública do Estado do Paraná um acervo organizado e sistematizado de atividades práticas vivenciadas no ambiente escolar de conteúdos da disciplina de Biologia para as séries do Ensino Médio. 10. Tipo de Produção Didático-Pedagógica: ( ) Folhas ( ) OAC ( X ) Outros (descrever): Conforme orientação Nº 03/2008 - PDE/SEED enviada via e-mail aos professores PDE 2008 no dia 09 de julho de 2008, lê-se no documento “ORIENTAÇÕES SOBRE A PRODUÇÃO DIDÁTICO-PEDAGÓGICA DOS PROFESSORES PDE 2008” a respeito das variadas formas de produção e apresentação de material didático. Propomos o material didático do tipo “Caderno Pedagógico” o qual no documento citado encontramos que é um

“material composto por várias unidades, com abordagem centrada em tema(s) de área/disciplina específica, contendo texto de fundamentação teórica com, obrigatoriamente, as respectivas sugestões de atividades a serem desenvolvidas. O Caderno Pedagógico poderá ser elaborado por um único professor ou por vários, desde que cada unidade seja realizada individualmente e tenha correlação com o tema do caderno pedagógico” (PDE/SEED, 2008).

11. Público-alvo: Professores de Biologia do Ensino Médio de 1ª, 2ª e 3ª séries. 12. Referências bibliográficas: BIZZO, Nélio. Ciências: fácil ou difícil? São Paulo: Ática, 2007. BRASIL, Ministério da Educação (MEC). Secretaria de Educação Média e Tecnológica

(Semtec). PCN+ Ensino Médio: Orientações Educacionais Complementares aos Parâmetros Curriculares Nacionais - Ciências da Natureza, Matemática e suas Tecnologias. Pág. 55-57. Brasília: MEC / Semtec, 2002.

GASPAR, Alberto. Experiências de Ciências para o Ensino Fundamental. 1ª Ed. São

Paulo: Editora Ática, 2005.

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HAGA, Kuniko Iwamoto. Proposta para aprendizagem contextualizada e

interdisciplinar: fotossíntese. São Paulo: Unesp, 2003. Disponível em <<http://www.unesp. br/prograd/PDFNE2002/atividadespraticas.pdf >>. Acesso em 16 de julho de 2008.

JAYME CANET, Colégio Estadual - Ensino Fundamental e Médio. Relatório do

Conselho de Classe Participativo. Curitiba, Maio/2008. KRASILCHIK, Myriam. Prática e Ensino de Biologia. 4ª Ed. São Paulo: Editora da

Universidade de São Paulo, 2005. MAYR, Ernst. O Desenvolvimento do Pensamento Biológico: diversidade, evolução e

herança. Brasília: Editora Universidade de Brasília. 1998. MARQUES, Alessandra Resende. A Importância das Atividades Práticas de

Laboratório no Aprendizado de Ciências. Anais do I Encontro Nacional de Ensino de Biologia; III Encontro Regional do Ensino de Biologia: RJ/ES. Rio de Janeiro: Sociedade Brasileira de Ensino de Biologia, 2005.

PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Departamento de Educação Básica.

Diretriz Curricular de Biologia para o Ensino Médio. Paraná: Governo do Estado do Paraná, 2008.

SELLES, Sandra Escovedo; FERREIRA, Marcia Serra. Disciplina escolar Biologia: entre a

retórica unificadora e as questões sociais. In: Martha Marandino (orgs) et al. Ensino de Biologia: conhecimentos e valores em disputa. Págs 50 a 62. Niterói: Eduff, 2005.

UNESCO - Organização das Nações Unidas para a educação, a ciência e a cultura.

Declaração de Santo Domingo. A CIÊNCIA PARA O SÉCULO XXI: uma visão nova e uma base de ação. Conferência Mundial sobre Ciência, Santo Domingo, 10-12 mar. 1999. Disponível em <<http://www.dominiopublico.gov.br/download/ texto/ue000112.pdf>>. Acesso em 16 de julho de 2008.

VALÉRIO, Marcelo. Ações de divulgação científica na Universidade Federal de Santa

Catarina: extensão como compromisso social com a educação em ciência e tecnologia. 2006. Dissertação do Programa de Pós-Graduação em Educação Científica e Tecnológica da Universidade Federal de Santa Catarina. UFSC: Florianópolis

Curitiba, 10 de dezembro de 2.008.

_________________________________________________ PROFESSOR PDE

Vera Marcia Mortean Colégio Estadual Jayme Canet - Ensino Fundamental e Médio

Setor 11 - Pinheirinho Núcleo Regional de Educação de Curitiba

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Secretaria de Estado da Educação - SEED Superintendência da Educação - SUED

Políticas e Programas Educacionais - DIPOL Programa de Desenvolvimento Educacional - PDE

PARECER DO MATERIAL DIDÁTICO - PROFESSOR ORIENTADOR - 2008 1. IDENTIFICAÇÃO a) IES: Universidade Federal do Paraná b) Nome do Professor Orientador: Professor M. Sc. Marcelo Valério c) Nome do Professor PDE: Vera Marcia Mortean d) Área/Disciplina: Biologia / Área f) Título do Material Didático: Biologia como disciplina escolar prática: contribuição para uma vivência mais ativa e alegre dos conhecimentos. g) Caracterização do Material Didático: ( ) FOLHAS ( ) OAC ( X ) Outros (especifique): procurar

Consta o presente material didático de um caderno pedagógico estruturado com cinco unidades. Cada unidade organiza-se de uma fundamentação teórica e descrições de atividades práticas contemplando o conteúdo evolução, microscopia básica e classificação dos seres vivos. 2. INDICADORES PARA APRECIAÇÃO QUALITATIVA Parecer descritivo realizado pelo Professor Orientador com a observância dos elementos qualitativos abaixo indicados: 2.1. Pertinência do material didático em relação à Educação Básica, à área de

atuação do Professor PDE e ao objeto de estudo proposto no Plano de Trabalho.

Analisando o tema, o escopo teórico e o resultado material apresentado neste momento pela Profa. Vera, ressalto o fato de ela assumir como pressuposto a necessidade do ambiente educacional e de seus profissionais responderem prontamente, sem aguardar nortes de outrem, às demandas colocadas pelos maiores interessados que são os alunos; além disso, também é relevante sua demonstração de pautar o trabalho como docente nas reivindicações manifestas nos documentos oficiais que regem nosso sistema educacional, tanto no âmbito estadual como nacional; além disso, ainda a opção por uma função compensatória da instituição escolar, no sentido de permitir aos que a

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freqüentam experiências e vivências nem sempre encontradas em seu contexto sócio-econômico; e finalmente, a adequação da proposta às necessidades e exigências do cenário que a envolve, sobretudo projetando as necessidades de seus pares e alunos, bem como as particularidades de seu ambiente de trabalho. Mas todos esses pontos ganham ainda mais importância se considerarmos a área de atuação da professora. Baseado nas suas particularidades epistemológicas, ressalto a assertiva de que o Ensino de Ciências enseja, necessariamente, situações didáticas e abordagens pedagógicas dissonantes de outras disciplinas. Desde primeiro contato com os conteúdos das Ciências, a transformação da relação aluno-saber ganha ênfase com a maior participação discente no processo de construção do conhecimento. Não obstante, destaca-se a emergência do uso claramente pedagógico de diferentes Iinguagens e seus recursos, propostas nas quais os materiais ofertados se localizam de forma coerente. Quanto ao objeto de estudo proposto no Plano de Trabalho, o Material Didático (MD) - aqui apresentado sob a forma de caderno pedagógico - se constitui como uma produção com Iimitações colocadas dentro do esperado para o período, mas que mantém minimamente coerência e consistência em seu conteúdo e formatação. 2.2. Viabilidade de implementação do material didático, tendo em vista a

execução das atividades propostas, os meios para sua operacionalização, os recursos necessários para sua produção/elaboração e o período de execução propostos.

Considerando especificamente a questão do MD, o projeto da Profa. Vera Marcia Mortean demonstra plena possibilidade de implementação e conclusão dentro dos prazos solicitados pela coordenação do PDE. Confirmo que boa parte do ano de 2008 foi dedicado ao levantamento e familiarização da proponente com o aporte teórico necessário à reflexão e, posteriormente, à produção/elaboração do MD. Desta forma, as atividades propostas para o período foram cumpridas dentro das expectativas, ainda que se sugira para o próximo ano um momento de revisão/reorganização antecedendo à aplicação do MD. Ressalto, por fim, que estas são condições que considero plausíveis e alcançáveis pela capacidade de trabalho demonstrada no curto período em que a mesma esteve sob minha orientação. 2.3. Abrangência didático-pedagógica pertinente ao público-alvo. No que se refere à abrangência do MD, saliento que as particularidades da proposta e o limite de tempo para sua elaboração - considerando a necessidade e desejo do aprofundamento teórico pela autora/orientador - foram fatores que restringiram tanto a consistência quanto o volume de conteúdo apresentado. Mesmo assim, as poucas atividades organizadas, sistematizadas e adequadas projetando o usufruto nas três séries do nível médio de ensino me parecem válidas e coerentes. Aliás, a opção por temáticas verticais e abrangentes mostrou-se uma opção inteligente e que poderá conceder maior impacto a proposta apresentada. 3. PARECER CONCLUSIVO: ( X ) Favorável ( ) Desfavorável Em resumo, reafirmo que a presente versão do Material Didático apresentado pela proponente é adequada e coerente à realidade educacional de interesse do PDE. Destaco ainda o valor da preocupação da professora-autora em oferecer um material adequado ao contexto funcional das escolas da Rede Pública a Estadual Paranaense, pensado e organizado em acordo com base em sua realidade, de seus pares e especialmente de seus alunos(as).

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Ainda assim, por conhecer as particularidades do plano de trabalho - que não pressupõe apenas a elaboração e aplicação do MD, mas também uma pesquisa empírica que visa contextualizá-lo e validá-lo - enfatizo a necessidade de muito trabalho e dedicação para tornar este um material definitivo para ampla divulgação na Rede. Por ora, entretanto, satisfaz-me reconhecer que tais necessidades estão projetadas e sinalizadas como tarefas a serem cumpridas no próximo período de trabalho (2009). Assim, com o exposto, emito parecer favorável ao material didático produzido e entregue pela Profa. Vera Marcia Mortean como compromisso assumido junto ao PDE.

Curitiba, Universidade Federal do Paraná. 10/12/2008

Setor de Educação

Departamento de Teoria e Prática de Ensino

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ESTADO DO PARANÁ

SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO

CONTRATO DE CESSÃO DE DIREITOS AUTORAIS

Pelo presente instrumento particular, de um lado Vera Marcia Mortean, brasileira, divorciada, professora da rede pública estadual do Paraná, CPF nº 404.033.609-78, Cédula de Identidade RG nº 2.097.416-8 SSP-PR, residente e domiciliado à Rua Evaristo da Veiga, nº 2910 Bl 16 Ap 104 - Boqueirão, na cidade de Curitiba, Estado do Paraná, denominado CEDENTE, de outro lado a Secretaria de Estado da Educação do Paraná, com sede na Avenida Água Verde, nº 2140, Vila Izabel, na cidade de Curitiba, Estado do Paraná, inscrita no CNPJ sob nº 76.416.965/0001-21, neste ato representado por seu titular Yvelise Freitas de Souza Arco-Verde brasileira, portadora do CPF/MF nº 392.820.159-04, ou, no seu impedimento, pelo seu representante legal, doravante denominada simplesmente SEED, denominada CESSIONÁRIA, têm entre si, como justo e contratado, na melhor forma de direito, o seguinte: Cláusula 1ª - O CEDENTE, titular dos direitos autorais do texto intitulado (“Biologia como disciplina escolar prática: contribuição para uma vivência mais ativa e alegre dos conhecimentos”), cede, a título gratuito, à CESSIONÁRIA o direito de edição, reprodução, impressão, publicação e distribuição para fins específicos, educativos, técnicos e culturais, nos termos da Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998 - sem que isso implique em ônus à CESSIONÁRIA. Cláusula 2ª - A CESSIONÁRIA fica autorizada pelo CEDENTE a publicar o texto ao qual se refere a cláusula 1.ª deste contrato em qualquer tipo de mídia - impressa, digital, audiovisual e web - que se fizer necessária para sua divulgação. Cláusula 3ª - Com relação a mídias impressas, a CESSIONÁRIA fica autorizada pelo CEDENTE a publicar em tantas edições quantas se fizerem necessárias em qualquer número de exemplares, bem como a distribuir gratuitamente essas edições. Cláusula 4ª - Com relação à publicação em meio digital, a CESSIONÁRIA fica autorizada pelo CEDENTE a publicar o texto em tantas cópias quantas se fizerem necessárias, bem como a reproduzir e distribuir gratuitamente essas cópias. Cláusula 5ª - Com relação à publicação em meio audiovisual, a CESSIONÁRIA fica autorizada pelo CEDENTE a publicar o texto tantas vezes quantas se fizerem necessárias, seja em canais de rádio, televisão ou web. Cláusula 6ª - Com relação à publicação na web, a CESSIONÁRIA fica autorizada pelo CEDENTE a publicar o texto tantas vezes quantas se fizerem necessárias, em arquivo para impressão, por escrito, em página web e em audiovisual. Cláusula 7ª - O presente instrumento vigorará pelo prazo de 05 (cinco) anos contados da data de sua assinatura, ficando automaticamente renovado por igual período, salvo denúncia de quaisquer das partes, até 12 (doze) meses antes do seu vencimento. Cláusula 8ª - O CEDENTE se compromete a comunicar à CESSIONÁRIA as alterações substanciais que fizer na obra, no prazo de 30 dias, ficando resguardado para a CESSIONÁRIA o direito de uso da obra original pelo prazo de 5 anos. Cláusula 9ª - As partes poderão renunciar ao presente contrato nos casos em que

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as suas cláusulas não forem cumpridas, ensejando o direito de indenização pela parte prejudicada. Cláusula 10ª - A CESSIONÁRIA garante a indicação de autoria em todas as publicações em que o texto em pauta for veiculado. Cláusula 11ª - O CEDENTE poderá publicar o texto em outra(s) obra(s) e meio(s). Cláusula 12ª - O CEDENTE declara que o texto em pauta é de sua exclusiva autoria com o que se responsabiliza por eventuais questionamentos judiciais ou extrajudiciais em decorrência de sua divulgação. Cláusula 13ª - Fica eleito o foro de Curitiba, Paraná, para dirimir quaisquer dúvidas relativas ao cumprimento do presente contrato. E por estarem em pleno acordo com o disposto neste instrumento particular a CESSIONÁRIA e o CEDENTE assinam o presente contrato. Curitiba, 10 de dezembro de 2.008.

______________________________________

CEDENTE

______________________________________ CESSIONÁRIA

______________________________________ TESTEMUNHA 1

______________________________________ TESTEMUNHA 2

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ESTADO DO PARANÁ

SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO

CONTRATO DE CESSÃO DE DIREITOS AUTORAIS

Pelo presente instrumento particular, de um lado Vera Marcia Mortean, brasileira, divorciada, professora da rede pública estadual do Paraná, CPF nº 404.033.609-78, Cédula de Identidade RG nº 2.097.416-8 SSP-PR, residente e domiciliado à Rua Evaristo da Veiga, nº 2910 Bl 16 Ap 104 - Boqueirão, na cidade de Curitiba, Estado do Paraná, denominado CEDENTE, de outro lado a Secretaria de Estado da Educação do Paraná, com sede na Avenida Água Verde, nº 2140, Vila Izabel, na cidade de Curitiba, Estado do Paraná, inscrita no CNPJ sob nº 76.416.965/0001-21, neste ato representada por seu titular Yvelise Freitas de Souza Arco-Verde brasileira, portadora do CPF/MF nº 392.820.159-04, ou, no seu impedimento, pelo seu representante legal, doravante denominada simplesmente SEED, denominada CESSIONÁRIA, têm entre si, como justo e contratado, na melhor forma de direito, o seguinte: Cláusula 1ª - O CEDENTE, titular dos direitos autorais da (ilustração / fotografia / filme / painel / pintura / obra / discurso / palestra / melodia / outros arquivos de áudio) ilustração da capa com o símbolo do curso de Biologia; a ilustração referente às estruturas reprodutivas da Araucaria angustifólia popular Pinheiro-do-Paraná; as ilustrações que formam a moldura das folhas do Material Didático; e demais ilustrações que se fizerem necessárias, na escola de origem, quando da implementação do material didático e sua readequação; cede à CESSIONÁRIA, o direito de edição, reprodução, impressão, publicação e distribuição para fins específicos, educativos, técnicos e culturais, nos termos da Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998 - sem que isso implique em quaisquer ônus à CESSIONÁRIA. Cláusula 2ª - A CESSIONÁRIA fica autorizada pelo CEDENTE a publicar a(o) (ilustração / fotografia / filme / painel / pintura / obra / discurso / palestra / melodia / outros arquivos de áudio) ilustração da capa com o símbolo do curso de Biologia; a ilustração referente às estruturas reprodutivas da Araucaria angustifólia popular Pinheiro-do-Paraná; as ilustrações que formam a moldura das folhas do Material Didático; e demais ilustrações que se fizerem necessárias, na escola de origem, quando da implementação do material didático e sua readequação; à(ao) qual se refere a cláusula 1.ª deste contrato em qualquer tipo de mídia - impressa, digital, audiovisual e web - que se fizer necessária para sua divulgação. Cláusula 3ª - Com relação a mídias impressas, a CESSIONÁRIA fica autorizada pelo CEDENTE a publicar em tantas edições quantas se fizerem necessárias em qualquer número de exemplares, bem como a distribuir gratuitamente essas edições. Cláusula 4ª - Com relação à publicação em meio digital, a CESSIONÁRIA fica autorizada pelo CEDENTE a publicar a(o) (ilustração / fotografia / filme / painel / pintura / obra / discurso / palestra / melodia / outros arquivos de áudio) em tantas cópias quantas se fizerem necessárias, bem como a reproduzir e distribuir gratuitamente essas cópias. Cláusula 5ª - Com relação à publicação em meio audiovisual, a CESSIONÁRIA fica autorizada pelo CEDENTE a publicar a(o) (ilustração / fotografia / filme / painel / pintura / obra / discurso / melodia / outros arquivos de áudio) tantas vezes quantas se fizerem necessárias, seja em canais de rádio, televisão ou web. Cláusula 6ª - Com relação à publicação na web, a CESSIONÁRIA fica autorizada

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pelo CEDENTE a publicar a(o) (ilustração / fotografia / filme / painel / pintura / obra / discurso / palestra / melodia / outros arquivos de áudio) tantas vezes quantas se fizerem necessárias, em arquivo para impressão, em audiovisual e em página web. Cláusula 7ª - O presente instrumento vigorará pelo prazo de 05 (cinco) anos contados da data de sua assinatura, ficando automaticamente renovado por igual período, salvo denúncia de quaisquer das partes, até 12 (doze) meses antes do seu vencimento. Cláusula 8ª - O CEDENTE se compromete a comunicar à CESSIONÁRIA as alterações substanciais que fizer na obra no prazo de 30 dias, ficando resguardado para a CESSIONÁRIA o direito de uso da obra original pelo prazo de 5 anos. Cláusula 9ª - As partes poderão renunciar ao presente contrato nos casos em que as suas cláusulas não forem cumpridas, ensejando o direito de indenização pela parte prejudicada. Cláusula 10ª - A CESSIONÁRIA garante a indicação de autoria em todas as publicações em que a(o) (ilustração / fotografia / filme / painel / pintura / obra / discurso / palestra /melodia / outros arquivos de áudio) for veiculada. Cláusula 11ª - O CEDENTE poderá publicar a(o) (ilustração / fotografia / filme / painel / pintura / obra / discurso / palestra / melodia / outros arquivos de áudio) em outra(s) obra(s) e meio(s). Cláusula 12ª - O CEDENTE declara que a(o) (ilustração / fotografia / filme / painel / pintura / obra / discurso / palestra / melodia / outros arquivos de áudio) em pauta é de sua exclusiva autoria com o que se responsabiliza por eventuais questionamentos judiciais ou extrajudiciais em decorrência de sua divulgação. Cláusula 13ª - Fica eleito o foro de Curitiba, Paraná, para dirimir quaisquer dúvidas relativas ao cumprimento do presente contrato. E por estarem em pleno acordo com o disposto neste instrumento particular a CESSIONÁRIA e o CEDENTE assinam o presente contrato. Curitiba, 10 de dezembro de 2.008.

______________________________________

CEDENTE

______________________________________ CESSIONÁRIA

______________________________________ TESTEMUNHA 1

______________________________________ TESTEMUNHA 2

CADERNO PEDAGÓGICO ENSINO MÉDIO

Fonte: domínio público

“É preciso então se tornar atento e não perder nenhum momento de

interrogar a marcha da natureza convenientemente”.

J. G. Zimmermann séc. XVIII.

GOVERNO DO ESTADO DO PARANÁ SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO

PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL

Secretaria de Estado da Educação - SEED Superintendência da Educação - SUED

Políticas e Programas Educacionais - DIPOL Programa de Desenvolvimento Educacional - PDE

BIOLOGIA COMO DISCIPLINA ESCOLAR PRÁTICA: CONTRIBUIÇÃO PARA UMA VIVÊNCIA MAIS ATIVA E ALEGRE

DOS CONHECIMENTOS.

Autora Vera Marcia Mortean

Professora da Rede Pública Estadual Paranaense [email protected]

Orientador Marcelo Valério

Professor do Departamento de Teoria e Prática de Ensino da UFPR [email protected]

CURITIBA - PARANÁ 2008

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APRESENTAÇÃO Estimados Professores e Professoras É com satisfação que apresento o documento impresso, “Caderno Pedagógico de Biologia” priorizando a modalidade didática, atividade prática, pretensamente como forma de uma pequena contribuição para o processo de ensino e de aprendizagem. O presente documento, destinado a professores(as) de Biologia é fruto de minha vivência em sala de aula e de minha inserção no Programa de Desenvolvimento Educacional para formação continuada de professores da rede pública de ensino da Secretaria de Educação do Estado do Paraná. Gerar dúvidas, interpelar, desinstalar para procurar mobilizar em busca de respostas, são atitudes das ciências de referência e também devem ser dos professores e professoras das ciências experimentais escolares. Proponho esse desinstalar através de atividades práticas como veículo de solidificação do significado da Biologia escolar traduzida em vivências mais ativas e alegres dos conhecimentos, favorecendo, portanto o alcance dos objetivos de ensino. Compreendo os(as) alunos(as) como agentes promotores de sua própria aprendizagem nas correlações com o mundo material promovendo interações sociais que tornem as explicações mais acessíveis e eficazes. As sugestões de encaminhamento metodológico propostas neste caderno estão relacionados a objetivos e conteúdos contemplados nas Diretrizes Curriculares Estaduais e Nacionais para a educação, valorizando saberes destinados à implementação em qualquer série do Ensino Médio. Consta cada unidade da construção de um referencial teórico seguido de descrições de atividades, contemplando o seguinte sequenciamento descritivo: nome da atividade, contextualização, materiais, objetivos de ensino, nível e série(s), descrição da atividade e sugestões, referências, as atividades nas Diretrizes Curriculares Estaduais e relatos pessoais sobre a(s) vivência(s) proposta. Entre as riquíssimas opções de temas para o desenvolvimento de conteúdos no âmbito pedagógico da escolarização básica elenco o museu por alargar e fortalecer a visão de mundo de alunos(as) fora do espaço de sala de aula; a microscopia por ampliar a imagem do mundo frutificando possibilidades infinitas de progresso científico biológico; a evolução por ressignificar a Biologia corroborando para sua identidade enquanto ciência; a taxonomia por expressar a necessidade humana de conhecer e organizar as informações que asseguram e valorizam a individualidade de cada espécie biológica a enriquecer a Biosfera e finalmente não poderia deixar de contemplar a gimnosperma que caracteriza o Estado do Paraná, a Araucária, na contribuição da Professora Adriana de Souza. Espero que esse caderno seja uma ferramenta em seu contexto educacional aprimorando o esplendoroso trabalho de ensinar na desafiadora tarefa de conduzir alunos(as) para a apropriação dos saberes rumo a cidadania. Parafraseando Madre Tereza de Calcutá, o que faço é uma gota no meio de um oceano, mas sem ela o oceano será menor.

Vera Marcia Mortean Colégio Estadual Jayme Canet - Ensino Fundamental e Médio

Setor 11 - Pinheirinho, Núcleo Regional de Educação de Curitiba

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SUMÁRIO FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA.............................................................................................. 3

SITUANDO A PROPOSTA .................................................................................................... 7

DESCRIÇÃO DE AULAS PRÁTICAS.................................................................................... 9

Visita ao Museu de Ciências Naturais. .............................................................................. 9

Observando e manipulando o microscópio óptico na escola .......................................... 12

Técnicas de preparação de lâminas na microscopia escolar.......................................... 15

Buscando luzes no experimento do cientista francês Francesco Redi........................... 19

Construindo uma chave dicotômica ................................................................................. 24

Flor e semente de Araucária ............................................................................................ 28

REFERÊNCIAS .................................................................................................................... 31

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FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA Um caminhar histórico da Biologia A virada para o século XX marcou a Biologia, bem como as demais disciplinas escolares, por um modelo de ensino dito “tradicional”: aquele centrado no professor e na possibilidade de transmissão de conteúdos deste para os estudantes; e no qual se destacou incondicionalmente a preponderância da palavra oral e escrita. Aos olhos de hoje, aquelas situações didáticas facultavam aos alunos e alunas a passividade, a percepção acrítica, não-reflexiva, repetitiva e memorística dos conteúdos. Assim, durante muito tempo acreditou-se, como nos explica Gaspar (2005), que as ações diretas e individuais garantiriam a aprendizagem dos alunos e das alunas , fato que deve ter contribuído para que as atividades práticas e/ou experimentais tenham sido entendidas até então apenas como parte integrante do conhecimento científico, partilhando ou mesmo complementando os objetivos das atividades teóricas. Obviamente, tal modelo pedagógico tinha um lastro acadêmico, ou seja, ligava-se ao entendimento da Biologia como Ciência. Os conhecimentos biológicos caracterizavam-se, à época, por uma abordagem classificatória e descritiva das espécies animais e vegetais e pela tradição experimental ainda emergente dos estudos em Citologia, Embriologia e Fisiologia Humana (MAYR, 1998; SELLES & FERREIRA, 2005). Ainda a esse respeito, vale ressaltar que mesmo havendo questionamentos no cenário acadêmico, vivia-se um momento histórico no qual a Ciência permanecia compreendida como um conjunto acabado e estático de verdades definitivas (WEISMANN, 1998). No que concerne à Biologia, portanto, as idéias de imutabilidade das espécies e do pensamento descritivo traduziam fortemente o pensamento do mundo científico na transição do século XIX para o século XX, e fizeram por definir os contornos primários de tal disciplina escolar. De início destaca-se então a presença marcante da Zoologia e da Botânica, com as aulas práticas enfatizando basicamente as diferenças/similaridades entre os grupos de organismos segundo a clássica divisão das Ciências Naturais, tendo como meta principal ilustrar as aulas teóricas (KRASILCHIK, 2005). Foi somente no início do século XX, porém, com as evidências evolutivas junto à mutabilidade das espécies pela seleção natural e à luz dos fundamentos teórico-científicos da Genética, que as antes pujantes teorias da abiogênese e fixismo seriam postas por terra. Promoveu-se assim um ressignificar da Biologia, onde o darwinismo e a evolução passam a funcionar como propostas teóricas estruturantes e organizadoras. Construíam-se, naquele momento, os alicerces para a unificação das Ciências Biológicas. Com tais transformações acadêmicas ecoando cada vez mais forte no ambiente escolar, o próprio entendimento da Biologia como disciplina escolar também sofreria transformações.

De acordo com Alquini e Sampaio (2000), junto com outras disciplinas o curso colegial de Biologia perderia paulatinamente seu caráter preparatório para o ensino superior, passando a objetivar uma formação de caráter geral e, no plano curricular, Zoologia, Botânica e História Natural foram sendo substituídas pela amplitude da disciplina escolar de Biologia. Aqueles novos conhecimentos biológicos, principalmente a partir da década de 30, cientificaram as atividades industriais e a expansão agrícola, definindo novo sentido à própria Biologia. Havia agora, naquela Ciência, um viés social e econômico que fazia com que passasse a ser percebida como um fator de desenvolvimento.

Mais à frente, quando do período pós-guerra, os conceitos de Ciência e Tecnologia se imbricam e forma-se um dueto definido como força motriz do desenvolvimento econômico e social. Como resultado, as ciências naturais ganham importância ímpar e as grandes potências passaram a investir grandes somas no ensino escolar das mesmas, buscando prioritariamente ampliar seu alcance e despertar vocações (VALÉRIO, 2006).

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Projetos nacionais seriam empreendidos em todo mundo, tendo como referência programas de desenvolvimento educacional como o Biological Sciences Curriculum Study, nos Estados Unidos, e a proposta da fundação Nuffield, na Inglaterra. Organizam-se então os importantes e difundidos materiais para o ensino prático de Biologia, com grande ênfase em atividades experimentais e no uso de laboratórios de ensino.

Nas escolas, com a expansão do espaço curricular das disciplinas científicas, popularizam-se os clubes e feiras de ciências, e sobre este novo olhar didático as propostas objetivam então “trazer formas mais estimulantes e eficazes às demonstrações e confirmações de fatos até então apresentados apenas nos livros-texto ou por explanação do professor” (GALIAZZI et al., 2001:253).

Como se percebeu, a proposta pedagógica era centrava no ensino e na vivência do método científico, baseando-se no despertar de vocações e na legitimação da ciência. Propondo exercícios e tarefas que favorecessem a vivência de investigações e procedimentos típicos da ciência acadêmica tornar-se-ia possível, então, esclarecer os modelos explicativos sobre os fenômenos do meio natural e permitir a “descoberta das verdades” científicas.

Assim, durante o período a idéia era conduzir alunos e alunas a aprender a pensar de forma científica, observando e registrando dados, bem como desenvolvendo técnicas e habilidades frente ao instrumental e ao ambiente dos laboratórios. É nesta época, portanto, que as abordagens metodológicas transitam da análise das diferenças, para a análise dos fenômenos comuns nos seres vivos, e na qual áreas como a Ecologia e Genética vão compor os programas curriculares. Assim, gradualmente, a Biologia passa de um enfoque descritivo para se configurar no ambiente escolar com um enfoque evolutivo. Mais à frente, porém, a reboque dos movimentos sociais de contestação da década de 70, temas como crise ambiental, cidadania, sociedade, ciência e tecnologia passam a ser apresentados nas propostas curriculares. Segundo Krasilchik & Marandino (2007), um reflexo do direcionamento do ensino à preparação dos alunos e alunas para um mundo permeado pelos “avanços científicos e tecnológicos”, a partir do qual se implementava a necessidade da “alfabetização científica”. Nas últimas décadas do século XX, concepções pedagógicas progressistas, à luz do movimento escolanovista e das concepções construtivistas, são resgatadas e trouxeram para o campo da educação escolar o entendimento e a valorização da participação ativa dos alunos e alunas no processo de ensino e aprendizagem.

Neste viés, as atividades práticas e/ou experimentais são ressignificadas e entendidas como contribuintes para acelerar a elaboração lógica mental, necessária à construção dos ensinamentos dos conhecimentos científicos a partir de observações e principalmente das concepções prévias dos estudantes.

Nas aulas práticas propõem-se, conseqüentemente, situações desiquilibradoras, geradoras de conflitos cognitivos, e nas quais alunos e alunas se envolvam, ajam, problematizem suas ações, manifestem seus interesses e motivações, promovam mudanças conceituais, procedimentais e atitudinais. Na transição do século XX para o século XXI, reflexões de numerosas investigações e proposições conduzem-nos à confirmação de uma nova orientação no ensino de Ciências (e conseqüentemente na Biologia escolar). Enxergada agora como um conhecimento transformador, imbricado fortemente à cultura, os saberes biológicos transformam as exigências ao ensino escolar dos mesmos (VALÉRIO, 2005).

Conforme sintetiza Cachapuz (2000), o objetivo principal passa a ser a compreensão da ciência, tecnologia, ambiente e sociedade, bem como de suas recíprocas relações e enlaces, de tal modo que a ciência escolar contribua para o desenvolvimento pessoal e social, bem como para a ação social dos estudantes.

Finalmente, cremos ser possível afirmar que serão as abordagens metodológicas práticas e/ou experimentais - agora repensadas em ações como júris simulados e experimentos que partem de hipóteses discentes -, que permitirão o entendimento da ciência (entre as quais a Biologia) não mais como um conjunto estático e distante de

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verdades, mas como construtos humanos e sociais presentes e com impacto na vida cotidiana de todos nós. Alguns reflexos das transformações biológicas nos documentos oficiais. Compreendendo e refletindo as transformações da Biologia na virada do século, bem como de seus impactos sobre o significado do ensino escolar nesta disciplina, uma série de documentos oficiais têm refletido a necessidade de transformações.

A Declaração de Santo Domingo, elaborada na Conferência Mundial sobre Ciências para a América Latina em 1999, por exemplo, passa a indicar novas pistas de ações e temas a serem implementados nas atividades práticas e/ou experimentais, destacando a necessidade de que se estude integralmente as relações entre a ciência, tecnologia e sociedade e se promova uma crescente interação e colaboração entre todos os campos da ciência valorizando e potencializando a biodiversidade e os recursos naturais. Como as transformações levam inclusive a novos objetos de ensino, passa-se a vislumbrar inclusive que interdisciplinaridade e transdisciplinaridade sejam princípios de quaisquer práticas pedagógicas. Não obstante, aquele mesmo documento reforça a importância cultural da ciência quando atribui às disciplinas escolares científicas a necessidade de “desenvolver a educação científica e tecnológica dos cidadãos e promover e motivar o desenvolvimento das vocações científicas e tecnológicas” (UNESCO, 1999). No panorama brasileiro, merecem destaque os Parâmetros Curriculares Nacionais Mais, que orientam especificamente que se introduzam atividades práticas e/ou experimentais para a discussão e reflexão nas aulas, utilizando a problematização a fim de fomentar a busca de respostas e provocando assim a motivação dos estudantes. Segundo o documento, as situações-problemas, desafios e questões instigantes “devem propiciar oportunidades para que os alunos elaborem hipóteses, testem-nas, organizem resultados obtidos, reflitam sobre o significado de resultados esperados e, sobretudo, o dos inesperados, e usem as conclusões para a construção do conceito pretendido” (BRASIL, 2002: 55). Chegando à dimensão do Estado do Paraná, a Diretriz Curricular Estadual (DCE) também orienta que as aulas práticas e/ou experimentais ganhem um caráter pedagógico histórico-crítico, a partir do qual se recomenda a adoção do “método experimental como recurso de ensino para uma visão crítica dos conhecimentos da Biologia (...) e que a observação seja considerada procedimento de investigação, dada sua importância como responsável pelos avanços da pesquisa no campo da Biologia”.

Em suma, a proposta é de que as atividades práticas contemplem um ensino crítico através de uma pedagogia que favoreça práticas sociais diversas, superando desigualdades culturais e viabilizando o questionamento do processo histórico da produção e construção de conhecimentos científicos, sentido no qual o documento destaca o potencial das atividades práticas e/ou experimentais (PARANÁ, 2008:18).

Surge como competência docente, no mesmo documento, a condução do processo pedagógico nas aulas prático-experimentais como forma de aproximar e associar teoria e prática, assegurando assim a eficácia da apropriação do conhecimento pelos alunos e alunas. Espera-se, com isso, a superação de concepções didático-pedagógicas historicamente vivenciadas no âmbito escolar, tais como a observação descomprometida, o impedimento do aluno expor suas hipóteses e formular suas respostas para as problematizações, o “acaso da descoberta”, o “cientista genial”, e o “cientista em miniatura” (FREIRE-MAIA1, 1990 apud PARANÁ, 2008: 16).

1 FREIRE-MAIA, N. A ciência por dentro. Petrópolis: Vozes, 1990.

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Nestes termos, se quisermos seguir tais recomendações e sobrepujar a retórica dos documentos, como seria possível que pensássemos um ensino de Biologia sem observação, demonstração e experimentação? Legitima-se, portanto, a necessidade de incrementar o trabalho didático com as atividades práticas, abrindo as portas para a motivação e envolvimento de professores e professoras e de alunos e alunas, bem como para efetivação da aprendizagem significativa dos conhecimentos científicos.

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SITUANDO A PROPOSTA Por mais que o chão da escola mostre pouco frequentes as atividades práticas na vivência educacional do ensino regular, professores(as) e/ou pesquisadores(as) que as implementam confirmam a potencialidade didática dessa modalidade de ensino (GALIAZZI, et al., 2001). Constatam-se alunos(as) mais ativos(as), alegres e motivados(as) no processo de escolarização, demonstrando alta taxa de interesse em manipular e utilizar componentes laboratoriais, tornando-se mais questionadores, recorrendo à literatura buscando explicações, reformulando conhecimentos prévios, ampliando a capacidade de apropriar-se da linguagem científica, aperfeiçoando a capacidade interativa de expressões comunicativas na escrita e na oralidade, envolvendo-se mais com a Biologia e com a escola (HAGA, 2003; MOREIRA e DINIZ, 2003; POSSOBOM, OKADA e DINIZ, 2003; OLIVEIRA, NASCIMENTO e BIANCONI, 2005; VILELA, 2007). Professores(as) tornam-se agentes promotores de significativas interações sendo mais receptivos(as), mais ouvintes, dispostos às argumentações, permitindo considerações de diferentes opiniões e pensamentos próprios. Organiza-se um clima de relativa liberdade que favorece a apropriação do conhecimento e o respeito mútuo, incrementando relações mais prazerosas através, por exemplo, da valorização do trabalho cooperativo. Em minha vivência profissional, há muitos anos no magistério educacional paranaense, tenho constatado freqüentemente que a modalidade didático-pedagógica de aulas práticas, de fato, estimulam e motivam o envolvimento, interesse e participação de alunos(as) enriquecendo alegremente as relações entre os atores do processo de ensino e de aprendizagem. Confirmando não se tratar apenas de minha percepção pessoal, ressalto que os próprios estudantes reivindicam maior oferta de aulas práticas, maior frequência de uso de laboratório, aulas mais dinâmicas e diferenciadas, mais recursos didáticos como filmes, cartazes, slides, passeios, museus, diversificar o método pedagógico, expressões dos(as) próprios(as) alunos(as) registrados em formulários no setor pedagógico da escola em que desenvolvo minhas atividades profissionais. (JAYME, 2008). Concordo com Krasilchik (2005) quando a autora propõe que escutar sobre os seres vivos ou fenômenos a eles relacionados é, certamente, menos agradável que vivenciá-los em sua realidade. Sendo assim, a proposta deste Caderno Pedagógico reflete meu anseio pessoal e dos(as) próprios(as) alunos(as) por uma participação ativa e alegre dos(as) mesmos(as) na concretude das idéias científicas. Penso, pois que isso favoreça uma compreensão mais significativa dos conteúdos e facilite o alcance dos objetivos de ensino por parte de professores(as). Contudo, sabe-se que a realidade da estrutura escolar e as condições de contexto da atuação docente nem sempre são facilitadoras de tais iniciativas. Podemos elencar como exemplos de empecilhos a “falta de laboratórios e equipamentos, número excessivo de aulas que impedem uma preparação adequada de aulas práticas; desvalorização de aulas práticas conduzida pela idéia errônea de que as aulas práticas não contribuem para a preparação para o vestibular; (...) formação insuficiente do professor” (ARRUDA e LABURÚ, 2001). Acrescento ainda que a falta de manutenção de materiais para as atividades laboratoriais, a carência de manuais com roteiros críticos e, por vezes a inexperiência de agentes de execução e a falta de uma política unificadora para viabilizar a identidade das Ciências Experimentais no currículo do Ensino Médio, também constituem limitações. Sendo assim, buscou-se contemplar neste material didático, perspectivas de situações didáticas e de sugestões de trabalho que norteiem práticas cotidianas mais ricas, alegres e estimulantes podendo sua implementação atender a algumas demandas expostas e contribuir para atenuar as inconsistências da dupla e antagônica realidade escolar.

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Nesse contexto perceptivo considero atividades práticas aquelas situações de aprendizagem, promovidas pelo(a) professor(a), nas quais alunos(as) participam ativamente da elaboração de saberes e estabelecem um contato direto com os conhecimentos através de vivências e de experiências, não apenas intelectuais, mas primária e prioritariamente sensoriais e empíricas. Alguns exemplos de situações dessa natureza que podem se configurar em minha práxis educacional seriam as observações, descrições e exercícios de experimentação, as saídas a campo e visitas orientadas, a confecção de modelos em diferentes materiais, os estudos de caso; as atividades com filmes apoiados numa percepção analítico-crítica de registros de dados científicos; e dentre outras possibilidades destaco também as atividades de representação de papéis como encenações e dramatizações de personagens da história científica em seu contexto sócio-econômico e cultural. Finalmente, concebendo a ciência como um conjunto inacabado, dinâmico, de verdades provisórias, transponho para a análise e reflexões da realidade das ciências escolares científico-experimentais um conjunto contínuo, inacabado e dinâmico de processos de renovação do ensino; conforme as demandas da sociedade as quais devem continuamente permear e plasmar a práxis educativa no chão da escolarização básica; para qualificar cientificamente a ação das crianças e jovens no mundo.

“Tarde, muito tarde, descobri a verdadeira natureza da ciência, de seu processo, dos homens que a produzem. Compreendi que (...) a marcha da ciência não consiste de uma seqüência de conquistas inelutáveis; que ela não percorre a régia estrada da razão humana; que ela não é o resultado necessário, o produto inevitável de observações sem apelo impostas pela experimentação e pelo raciocínio. Encontrei nela um mundo de jogo e de imaginação, de manias e de idéias fixas. (...) aqueles que atingiam o inesperado e inventavam o possível, não eram simplesmente homens de saber e de método. Eram sobretudo espíritos insólitos, amantes da dificuldade, seres com visões absurdas (...), estranhas misturas de indiferença e de paixão, de rigor e de bizarria, de vontade de poder e de ingenuidade. É o triunfo da singularidade.” (JACOB, François, 1987, p. 12-13).

François Jacob (1920-...) Biólogo Francês

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DESCRIÇÃO DE AULAS PRÁTICAS

Nome da Atividade

Visita ao Museu de Ciências Naturais. Contextualização As atividades educativas que a escola necessita proporcionar devem contemplar também projetos em espaços não formais de divulgação científica tais como os museus.

Esses locais proporcionam ricas abordagens para a práxis educativa e comunicativa garantindo aos(as) alunos(as) um espaço colaborativo para um caminhar eficaz no processo de sua formação científica. Materiais

a) Canetas b) Cola c) Folhas sulfites d) Grampeador e) Lápis f) Lápis de cor g) Permissão por escrito dos pais e/ou responsáveis para a saída dos(as)

estudantes do recinto escolar h) Roteiro para a visita exploratória i) Transporte

Objetivos de Ensino

a) Incorporação de procedimentos e atitudes para a realização da visita exploratória ao museu científico.

b) Perceber a existência de espaços não formais de divulgação científica além da escola, como fontes de conhecimentos para a aprendizagem.

c) Identificar através da biodiversidade apresentada no museu, as áreas de estudo e pesquisa na Biologia.

d) Apresentar domínio na sistematização de relatórios através da confecção de histórias em quadrinhos.

Nível de Ensino e Série Atividade muito eficaz em qualquer época do Ensino Médio, porém a descrição que se segue é mais viável implementá-la ao iniciar o curso da disciplina escolar Biologia, na primeira série, apresentando-a nos seus mais variados e ricos campos de estudo e pesquisa.

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Descrição da Atividade e Sugestões Indico a visita exploratória no espaço científico não formal em museus de ciências naturais ao estudante de Ensino Médio quando do início do Curso de Biologia, para sua iniciação no processo de alfabetização biológica. Antecedendo a visita ao museu alguns conhecimentos são importantes de serem veiculados em classe: apresente além da definição da Biologia, um enfoque histórico dessa ciência com a sociedade, pois em prol de nossa espécie o conhecimento sobre a vida vem sendo utilizado há muito tempo; dê razões aos(as) estudantes do porque estudar Biologia, comente sobre a profissão do biólogo e todos os campos de pesquisa, facilitando sua interação exploratória. A equipe pedagógica do colégio deve entrar em contato com o responsável do museu para agendar a visita dos(as) estudantes. Estes devem receber um roteiro para registros de dados que deverão ser percebidos durante a visita científica, explanado com antecedência pelo(a) professor(a) e orientações necessárias para uma eficaz participação. À Associação de Pais Mestres e Funcionários (APMF) cabe a articulação do transporte escolar e designar dois membros para que juntos ao(a) professor(a) possam acompanhar e dar a devida atenção aos estudantes . No espaço físico do museu o(a) professor(a) da turma de estudantes junto aos dois representantes da Associação de Pais, Mestres e Funcionários (APMF) deverão organizar três equipes de trabalho, para que em momentos distanciados de quinze minutos possam realizar o trajeto no interior do museu, a fim de melhor interação com os(as) monitores(as) que acompanharão e orientarão as equipes, caso o museu tenha monitores para uma visita exploratória orientada. Cada estudante deverá anotar os dados informativos adquiridos, em roteiros fornecidos previamente, identificando através da biodiversidade apresentada no museu as áreas de estudo e pesquisa na Biologia tais como Paleontologia, Evolução, Citologia, Anatomia, Sistemática, Botânica, Zoologia e Parasitologia Paleontologia. Após o retorno, de posse das informações coletadas, em classe, estabelecer tecitura com os conteúdos da educação ambiental para a conservação e preservação da natureza. Os dados informativos colhidos pelos(as) estudantes com suas reflexões críticas, após a atividade de visita ao museu de ciências naturais deverão ser apresentados em forma de comunicações orais e escritas do tipo relatório através de histórias em quadrinho, proporcionando o alargamento do entendimento da divulgação científica através do ensino não formal na disciplina escolar Biologia. Este relatório deverá contribuir também para a melhoria no desempenho dos(as) estudantes quanto a capacidade de expressão oral e escrita iniciando com eficácia sua alfabetização biológica. Solicite em seguida que cada aluno(a) escolha uma área de estudo da Biologia para aprofundar conhecimentos e que tente representá-la através de uma atividade prática. Finalmente ressalto a percepção do compromisso social e político de cada participante nesta estratégia de ensino com relação à educação ambiental. Não se pode defender aquilo que não se conhece. Referências

E-mail de contato com o Museu [email protected] . KRASILCHIK, M. Estudando a Biosfera. Introduzindo a discussão sobre

Biodiversidade. In: Natureza, Ciência, Meio Ambiente e Saúde. Secretaria de Educação do Estado de São Paulo; USP; UNESP; PUC. São Paulo: 2002.

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LOPES, M. M. O Brasil Descobre a Pesquisa Científica: os museus e as

ciências naturais no século XIX.São Paulo: Editora Hucitec, 1997. MARANDINO,M. O Conhecimento Biológico nas Exposições de Museus de

Ciências: análise do processo de construção do discurso expositivo. Tese de doutorado. Faculdade de educação. Universidade de São Paulo (USP): São Paulo, 2001.

PRESTES, Maria Elice Brzezinski. A arte de observar e fazer experiências. In:

ALFONSO-GOLDFARB, Ana Maria; BELTRAN, Maria Helena Roxo (org.). O Saber e Seus Muitos Saberes: experimentos, experiências e experimentações. São Paulo: Editora PUCSP EDUC, 2006.

A atividade nas Diretrizes Curriculares Estaduais

a) Conteúdo estruturante:- Biodiversidade b) Conteúdo Básico: Áreas de estudo e pesquisa da Biologia c) Conteúdo Específico: Paleontologia, Evolução, Citologia, Anatomia,

Sistemática, Botânica, Zoologia e Parasitologia. Relatos pessoais sobre a(s) vivência(s) da atividade proposta

Há enriquecimento tanto de aspectos cognitivos como afetivos tornando a visita uma estratégia bastante motivadora. Alguns conhecimentos e saberes são do contexto dos estudantes, porém a maioria configura-se como novidade, enriquecendo sobremaneira a percepção inicial da disciplina escolar Biologia.

Estabelecem ainda relações de diálogos com os monitores favorecendo práticas de argumentação e aprimoram sua capacidade de observação.

“A arte de observar consiste então em penetrar as qualidades dos seres que se estuda, em seguir os seus efeitos, em compreender suas semelhanças e suas diferenças, em descobrir suas relações, em concluir, se possível, do efeito ou das diferentes condições do efeito, ou de sua analogia com outros efeitos, à causa do efeito proposto. Esta arte fornece os métodos para interpretar a natureza, os meios de aplicá-los, a maneira de descrever as descobertas feitas e de formar boas teorias. Em geral, a arte de observar é aquela de adquirir idéias claras e exatas sobre os objetos que acertam os sentidos e de os comunicar aos outros, do modo como foram recebidas”.

Jean Senebier (1742-1809) Naturalista Genebrês

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Nome da Atividade

Observando e manipulando o microscópio óptico na escola Contextualização Desde a Grécia Antiga suspeitava-se que os seres vivos eram constituídos por estruturas menores. Somente a partir do aperfeiçoamento das lentes e da construção dos microscópios é que se estabelece a descoberta da célula, unidade constitutiva dos seres vivos. A partir do século XVII, portanto, um mundo inteiramente novo é revelado propiciando importantes e inesgotáveis fontes de saberes para o conhecimento humano. Várias áreas de estudo e pesquisa foram sendo incorporadas à ciência Biologia como, por exemplo, Microbiologia, Citologia, Biologia Celular, Fitopatologia, Genética dos Microorganismos, dentre outras. Materiais

a) Água b) Conta-gotas c) Lâmina d) Lamínula e) Material biológico f) Microscópio óptico composto g) Roteiro instrucional h) Tomada elétrica e/ou lâmpada

Objetivos de Ensino

a) Familiarizar os estudantes com o uso do microscópio óptico composto, iniciando pela identificação das partes que o compõe.

b) Ouvir atentamente a explicação sobre as partes ópticas e mecânicas que compõe o microscópio, seu funcionamento e como se utiliza.

c) Relacionar os procedimentos iniciais de preparação para a utilização do microscópio óptico.

d) Conhecer o microscópio como recurso utilizado para visualização de estruturas invisíveis ao olho humano.

e) Compreender a necessidade de uma escala métrica apropriada para medição microscópica calculando as possibilidades de aumento da imagem dos objetos, fornecidas pelo microscópio existente na escola.

f) Pesquisar como a imagem de um objeto, na microscopia óptica e na microscopia eletrônica chegam ao olho do(a) observador(a).

g) Construir um texto apresentando abordagem enfoque histórico do microscópio finalizando-o com a comparação entre microscópio óptico e microscópio eletrônico.

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Nível e Série(s) de Ensino Adequado para todas as séries do Ensino Médio. Descrição da Atividade e Sugestões Demanda para essa atividade prática alguns conhecimentos prévios que os estudantes deverão tomar contato ativamente. Estudar as normas de procedimentos necessários para uso do laboratório escolar nas ciências experimentais antes, durante e após a realização das atividades práticas. Cuidados com a utilização de fogo, vidrarias, substâncias químicas e acidentes. Familiarização com alguns materiais tais como lâmina, lamínula, pinça, placa de Petri, vidro de relógio, papel filtro, corante, espátula, lâmina de bisturi, tela de amianto, bico de Bunsen, cadinho, pistilo, tubo de ensaio, suporte para tubo de ensaio, rolha para tubo de ensaio, copo de béquer, cuba, pipeta, proveta, funil, balão de vidro, suporte para vidraria e grampo. Ao iniciar a aula prática proceder a explanação e ou leitura do tema, objetivo(s), materiais, procedimentos e atividades que serão desenvolvidas e se o(a) docente optar por um roteiro de trabalho para o corpo discente, proceder aos esclarecimentos necessários para que o utilizem com eficácia. A seguir posicione o microscópio em um local de visibilidade a todos os estudantes. Na medida em que se vai apontando cada parte do aparelho indicando sua denominação concomitantemente se relata a função de cada uma dessas partes. Quanto às lentes oculares e objetivas, que geralmente trazem impressas o valor numérico da ampliação que possibilitam, ensine a calcular o aumento da imagem do objeto a ser observado. Prepare um material biológico (delgado para passar a luz entre ele: uma pulga, uma gota de cultura de microorganismo, um corte transversal ou longitudinal de caule, etc.) entre lâmina e lamínula com uma gota de água para executar os procedimentos iniciais de focalização, colocando-a na mesa ou platina e prendendo-a pelas pinças. Acione o sistema de iluminação e utilizando o charriot ou os dedos posicione a lâmina preparada na direção dos raios luminosos. Manipulando o parafuso macrométrico e/ou a mesa ou platina encontre o campo visual microscópico, sempre com a lente objetiva de menor aumento evitando a quebra de lâmina e lamínula ao iniciar a focalização. Peça a alguns(mas) alunos(as) que aproximando seus olhos da lente ocular olhem a imagem e questione se todos(as) observaram com nitidez. Provavelmente as respostas serão, sim e não. Assim, sugere-se explicar que o parafuso micrométrico proporciona ao observador dar nitidez à imagem observada e que cada aluno(a) ao microscópio deverá ajustar a imagem para sua melhor visualização observação. Apresente a escala de valores para a medição microscópica apresentando o tamanho em comprimento de algumas moléculas, estruturas celulares e microorganismos (vírus, bactérias, protozoários, fungos e animais) Como extensão dos conteúdos da aula prática, pedir que pesquisem a história do microscópio, como a imagem microscópica em estudo chega ao olho do(a) observador(a) tanto através de um microscópio óptico quanto através de um microscópio eletrônico estabelecendo diferenças entre esse dois tipos básicos de microscópios segundo os critérios da capacidade de ampliação, poder de resolução, condição de vida do material biológico, o que atravessa ou toca o material biológico em observação, tipo de lentes e unidade(s) de medida(s) utilizada(s).

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Referências

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historia_01.htm>>. Acesso em 02 de dezembro de 2008. História do Microscópio. http://portalsaofrancisco.com.br/alfa/microscopio/historia-

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ALMEIDA, Maris Lorenzoni (org.). Microbiologia Básica I - Práticas Coleção

Cadernos Unijuí. Série Biologia 02. Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul. Rio Grande do Sul: Editora Unijuí, 2000.

FIORENTINI, Ângela Maria; ABENTROTH, Paula Michele. Manual de

Procedimentos Básicos em Microscopia Ótica e Métodos Práticos em Microscopia Alimentar. Coleção Cadernos Unijuí. Série Biologia 05. Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul. Rio Grande do Sul: Editora Unijuí, 2003.

A atividade nas Diretrizes Curriculares Estaduais

a) Conteúdo estruturante:- Biodiversidade b) Conteúdo Básico: Microscópio c) Conteúdo Específico: História, estrutura e funcionamento do Microscópio

Relatos pessoais sobre a(s) vivência(s) da atividade proposta Essa aula prática exibe um inestimável valor pedagógico porque além de ensinar capacita os(as) estudantes à ação.

Alunos(as) em geral ficam bastante receptivos e a ansiedade os envolve quanto as possibilidades de realizarem observações microscópicas.

Durante essa aula, sempre coletam materiais disponíveis ao seu redor para observarem, como fio de cabelo, unha, pêlos, por vezes encontra-se alunos perfurando a pele para observarem o sangue, assim, sugere-se que estes sejam alertados a não trabalhar com secreções e líquidos humanos nos laboratórios escolares, a não ser que exista uma estufa de esterilização, em vista dos riscos de transmissão de doenças.

Esse é um momento muito especial de instigá-los às observações exploratórias da natureza.

“(...) esses instrumentos admiráveis”, permitiram “ver um mundo novo, composto, por assim dizer, de objetos infinitamente pequenos, tais como os poros dos corpos, os pequenos movimentos, os animálculos e tantas outras maravilhas desse gênero”.

Benjamin Samuel Georges Carrard (1740-1796) Membro da Sociedade Holandesa de Ciência de Haarlen

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Nome da Atividade

Técnicas de preparação de lâminas na microscopia escolar. Contextualização As ciências naturais historicamente tiveram grande impulso a partir das possibilidades de visualização microscópica dos seres vivos.

No entanto a microscopia foi necessitando de técnicas de preparo do material biológico para realização de seus estudos e pesquisas e dentre essas, algumas são passíveis de implementação escolar alegrando os(as) estudantes numa participação ativa e efetiva na construção significativa dos saberes científicos escolares. Materiais

a) Água b) Álcool etílico hidratado 92,8° c) Conta-gotas d) Corantes: lugol e azul de metileno (ou anilina ou pó de suco) e) Lâmina cortante: estilete ou lâmina de barbear f) Lâminas e lamínulas de vidro g) Lápis h) Lápis de cor i) Livro didático j) Material biológico (elódea, caules tenros de angiospermas, cebola, mucosa

bucal) k) Microscópio óptico composto l) Palito de dente ou espátula de madeira m) Papel filtro n) Pinça o) Pincel p) Roteiro instrucional

Objetivos de Ensino

a) Conhecer e manipular técnicas de preparação de lâminas para a microscopia no laboratório escolar.

b) Realizar os procedimentos para focalização e observação de materiais biológicos através do microscópio óptico composto.

c) Identificar regiões e estruturas microscópicas celulares de natureza vegetal e animal.

d) Apresentar domínio dos conteúdos e de sua sistematização através do preenchimento das atividades propostas em roteiros instrucionais.

Nível de Ensino e Série(s) Em geral esses conteúdos propostos são desenvolvidos por professores(as) na primeira série do Ensino Médio.

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Descrição da Atividade e Sugestões Após instruções teóricas através de imagens facilitando a compreensão do conteúdo, utilizando os recursos como retroprojetor ou TV-pendrive sobre a estrutura celular, métodos de estudo das células e de técnicas utilizadas na preparação de lâminas para estudos citológicos organize grupos de alunos(as) com até seis integrantes para desenvolverem as atividades previstas. Indica-se a entrega de roteiros instrucionais para a realização dessa aula prática procedendo à realização de leitura dos procedimentos inclusos neste roteiro de trabalho e dependendo do número de alunos(as) por classe e do material disponível na escola, oriente que para cada técnica um(a) aluno(a) se disponibilize a prepará-la ou um(a) aluno(a) em cada equipe ou ainda vários integrantes de cada equipe com divisão de responsabilidades. Na falta do recurso microscópio óptico em sua escola, procure contactar uma visita em uma instituição de ensino superior viabilizando a possibilidade de conduzir alunos(as) para observações microscópicas. Os(as) alunos(as) da classe necessitarão observar, registrar, analisar e discutir todos os objetos de estudo preparados para as observações microscópicas. Procedimentos para as equipes de trabalho: Procedimento A

Com uma pinça destacar um folíolo do ápice do ramo da planta aquática elódea (planta de aquário) colocando-a no centro de uma lâmina. Com o conta-gotas pingar uma gota de água sobre o folíolo. Colocar uma lamínula num ângulo de 45° deitando-a cuidadosamente sobre o material biológico evitando assim grande quantidade de formação de bolhas de ar. Com um pedaço de papel filtro retirar o excesso de água encostando-o nas bordas da lamínula. Conduzir a preparação sobre a platina (mesa) do microscópio focalizando com a lente objetiva de menor aumento, 4X, identificando um bom conjunto de células. Após os(as) alunos(as) procederem à visualização do campo microscópico e registrarem através de desenho no roteiro de trabalho o tecido da planta (conjunto de várias células semelhantes), girar o revólver conectando a lente objetiva com aumento de 10X ajustando a imagem para cada observador(a) através da manipulação do parafuso micrométrico (procedimento esse que deverá ser adotado para cada equipe de trabalho). A seguir proceder-se-á a observação e registro no roteiro de trabalho de apenas uma célula.

Em todos os registros das representações de imagens através do microscópio, oriente alunos(as) para que identifiquem as estruturas e regiões celulares observadas além de informar nas proximidades do desenho o valor do aumento da imagem do objeto em estudo. Você poderá colocar no roteiro instrucional os seguintes questionamentos: qual é a técnica utilizada no preparo da lâmina (exame à fresco ou in vivo), o nome e função do reforço externo à célula que é bem visível (parede celular ou membrana celulósica), quem são as inúmeras estruturas “pontuações” verdes observadas no interior celular e qual sua função (cloroplastos), que estruturas caracterizam uma célula vegetal. Procedimento B

Com uma lâmina (bisturi ou lâmina de barbear) fazer cortes transversais em caule tenro de planta pequena de angiosperma o mais delgado possível. Com a pinça colocar uma finíssima fatia do material biológico no centro da lâmina juntamente com uma gota de água cobrindo com lamínula. Retirar o excesso de água com o papel filtro. Conduzir a lâmina preparada ao microscópio óptico composto seguindo os procedimentos para a

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focalização. Representar através de desenhos o material biológico observado primeiramente com a objetiva de 4X e em seguida, girando o revólver, com a objetiva de 10X indicando regiões celulares. Você poderá colocar no roteiro instrucional os seguintes questionamentos: qual é a técnica utilizada no preparo da lâmina (corte), qual é a finalidade da diminuta espessura do corte do material biológico (permitir os feixes luminosos atravessarem o material permitindo observar sua imagem), por que se necessita colocar o objeto em estudo com uma gota de água entre lâmina e lamínula (a fonte luminosa aquece-o provocando a evaporação da água desidratando-o retraindo os tecido desvirtuando a imagem; tem a finalidade ainda de permitir que o material biológico fique num mesmo plano formando imagem nítida em todo o campo visual microscópico), quantas vezes a imagem do objeto visualizado está aumentado de tamanho e como realizar esse cálculo. Procedimento C Retire um pedacinho da epiderme interna do catáfilo (folha branca) da cebola com o auxílio da unha, pinça ou estilete. Coloque esse material biológico juntamente com uma gota de corante lugol entre lâmina e lamínula (você poderá testar também com a anilina ou pó de suco se não tiver o corante indicado). Se necessário retire o excesso de corante com o papel filtro. Para evitar que o material biológico fique enrugado ou dobrado, utilizar um pincel para ajeitá-lo antecedendo a colocação da lamínula. Proceder à focalização registrando o desenho do tecido utilizando a objetiva de 4X e o desenho de uma célula com a objetiva de 10X, sempre indicando a denominação das estruturas e regiões do material biológico em estudo e o valor do aumento da imagem observada. Você poderá colocar no roteiro instrucional os seguintes questionamentos: quais as técnicas utilizadas no preparo do material biológico (corte e coloração), qual é a finalidade da utilização do corante lugol (impregnar-se em determinadas estruturas celulares tornando-as evidenciadas à visualização oferecendo maior detalhe para estudos), ao trocar de lente objetiva que situações modificam nosso olhar sobre o objeto em estudo (a abrangência da superfície visualizada do objeto através de sua imagem é uma grandeza inversamente proporcional à capacidade de aumento das lentes objetivas, quanto maior o aumento que a lente objetiva proporciona, menor a superfície observada, porém aumenta a riqueza de detalhes), como denominar a estrutura única de formato aproximadamente arredondado, encontrado lateralmente na região interna celular e que função desempenha. Procedimento D Raspe levemente a mucosa bucal com um palito de dente ou espátula de madeira umedecida anteriormente em álcool. Espalhe o material biológico colhido sobre a região central da lâmina adicionando uma gota do corante azul de metileno. Cubra o material biológico com uma lamínula retirando o excesso de corante com um papel filtro. Proceda à focalização e observe a célula utilizando a objetiva de 10X e em seguida com a objetiva de 40X procedendo ao registro do desenho indicando regiões e estrutura celular. Cuidado: Indica-se que esse procedimento seja executado com material biológico do(a) professor(a) realizando a assepsia da lâmina e lamínula em água sanitária (o que é mais comum nas escolas). Se a escola portar uma estufa de esterilização para assepsia do material, permite-se então a preparação de lâminas com material biológico dos(as) alunos(as). Em geral os(as) educandos(as) manifestam muita curiosidade na observação de células sangüíneas humanas. Assim sendo, entre em contato com os agentes de saúde mais próximos da escola e cogite a possibilidade de realizarem parcerias satisfazendo a curiosidade dos(as) estudantes. Você poderá colocar no roteiro instrucional quais as técnicas utilizadas no preparo do material biológico (raspagem e esfregaço em lâmina), explicar por que não é possível observar a membrana plasmática identificando apenas sua delimitação (2nm de espessura visível apenas ao microscópio eletrônico), qual o nome da estrutura

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arredondada que constatamos na região central celular e que função desempenha para os seres vivos (núcleo). Oriente os(as) estudantes a pesquisarem a estrutura e formato celulares em bactérias, protozoários, fungos, algas, plantas e animais. Referências

Microscopia. Disponível em <<http://minerva.ufpel.edu.br/~mgrheing/praticaesq.

htm>>. Acesso em 02 de dezembro de 2008. STEFANI, Adria; SCHEIN, Gilda L. G. & CARVALHO, Vilma P. de. Biologia

Experimental. Pág. 81 a 88. Porto Alegre: Editora FDRH/PROCIRS, 1988. TIMM, Lílian de. Técnicas rotineiras de preparação e análise de lâminas

histológicas. Disponível em <<http://ww1.unilasalle.edu.br/cursos/graduacao/ documentos/biologia/artigos/lilian_8.pdf>>. Acesso em 02 de dezembro de 2008.

A atividade nas Diretrizes Curriculares Estaduais

a) Conteúdo Estruturante: Organização dos Seres Vivos b) Conteúdo Básico: Técnicas Citológicas c) Conteúdo Específico: Exame in vivo, Corte, Coloração, Esfoliação, Esfregaço,

Centrifugação Fracionada, Esmagamento, Fixação, Desidratação, Inclusão em Parafina, Microrradiografia com isótopos radioativos.

Relatos pessoais sobre a(s) vivência(s) da atividade proposta

Na disponibilidade de microscópio na escola, os alunos(as) realizarão suas observações e avançarão no estudo das regiões e estruturas celulares quanto a organização dos seres vivos.

Através do preparo biológico, das observações, questionamentos, interações dialógicas e atividades propostas no roteiro instrucional incentiva-se nos(nas) alunos(as) o processo de construção mental de conceitos biológicos.

“O pensamento lógico, apenas, não pode nos dar nenhum conhecimento do mundo empírico; todo o conhecimento da realidade parte da experiência e nela termina”.

Albert Einstein (1879-1955) Físico e Humanista Alemão

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Nome da Atividade

Buscando luzes no experimento do cientista francês Francesco Redi. Contextualização Se um ser vivo é proveniente de outro ser vivo e assim sucessivamente, quando surgiu o primeiro no Planeta Terra? O tema evolução vem sendo sugerido nos documentos oficiais para o currículo de Biologia no Ensino Médio sendo um eixo de sustentação para essa Ciência Experimental. Materiais

a) Bananas maduras b) Frascos de vidro c) Instrumento de registro de dados do tipo questionário para entrevista d) Instrumento de registro para coleta de dados do tipo tabela

Objetivos de Ensino

a) Aprender a exercer a observação com viés científico; b) Representar e interpretar dados obtidos no experimento através de tabela; c) Realizar exposição oral e escrita das análises e conclusões de entrevistas; d) Identificar e confrontar as diferentes concepções sobre a origem da vida; e) Compreender a construção histórica do pensamento científico sobre a origem

e evolução da vida. Nível de Ensino e Sugestões Para todas as séries, porém é mais frequente encontrar a exposição desses conteúdos na terceira série do Ensino Médio. Descrição da Atividade Um mês antes de abordar o conteúdo sobre a origem e evolução da vida oriente os educandos que coloquem bananas bem maduras em dois frascos de vidro, sendo um destampado e um coberto com uma gaze e vedado.

Em seguida apresente aos alunos(as) um modelo para sistematização de dados, contendo uma coluna menor para registrar dias do mês e uma coluna maior para registrar as observações diárias., conforme a tabela na próxima folha. A cada aula permita que partilhem durante cinco minutos sobre suas observações e registro

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OBSERVAÇÕES DE BANANAS EM FRASCOS DE VIDRO ALUNO(A):__________________________________________N º:_______TURMA:_____ DIA REGISTROS DAS OBSERVAÇÕES

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Paralelamente a essa tarefa os(as) alunos(as) deverão entrevistar dez pessoas de seu ambiente social (homens e mulheres de preferência de diferentes idades) sobre como estas pessoas explicam a origem da vida na Terra , o aparecimento de larvas em cadáveres de animais e em frutas bem maduras e os vermes intestinais. Permita que os(as) alunos(as) sistematizem esse instrumento para coleta de dados, fornecendo a eles se necessário,somente os indicativos a constar.

CONCEPÇÕES DA SOCIEDADE A RESPEITO DA ORIGEM E EVOLUÇÃO DA VIDA ALUNO(A):__________________________________________N º:_______TURMA:_____

ENTREVISTADOS ORIGEM DA VIDA

LARVAS EM CADÁVERES

ANIMAIS

LARVAS EM FRUTOS

MADUROS

VERMES INTESTINAIS

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Na aula que inicia o conteúdo sobre a origem e evolução da vida, busque os conhecimentos prévios que os(as) alunos (as) apresentam sobre o tema. Em seguida proporcione o momento para a apresentação oral e demonstrativa do experimento realizado e conclusões advindas de um mês de observações e registros de dados. Muitos frascos de vidros virão com larvas, pupas e moscas; outros não os apresentarão. Permita que identifiquem os procedimentos que foram adequados e inadequados, situações favoráveis e desfavoráveis no experimento, os quais apresentaram resultados não desejáveis, pois fazer ciência contempla ambos os aspectos: sucessos e insucessos. Ao quadro de giz, vá registrando resumidamente as conclusões para a generalização. Apresente as idéias fixistas de imutabilidade das espécies na época do cientista Francesco Redi (e que permeiam ainda hoje a humanidade), seus questionamentos e experimento, a polêmica entre fixistas e evolucionistas; os cientistas Lamarck, Darwin, Pasteur, Oparin e Miller, a teoria evolucionista, enfim, vá construindo com os(as) alunos(as) os modelos explicativos sobre a origem e evolução da vida ao longo da história. Quanto a entrevista, organize uma tabela no quadro-de-giz contendo quatro colunas para que, na medida em que os(as) alunos (as) apresentem os dados e façam análises vão se registrando as diferentes concepções das pessoas quanto aos questionamentos feitos:concepções mitológicas, concepções religiosas, concepções pré-científicas e concepções científicas.

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CONCEPÇÕES SOBRE A ORIGEM E EVOLUÇÃO DA VIDA

ALUNO(A):__________________________________________N º:_______TURMA:_____

CONCEP- ÇÕES

CONTEXTO

MITOLÓGICA RELIGIOSA PRÉ-CIENTÍFICA CIENTÍFICAS

ORIGEM DA VIDA

LARVAS EM CADÁVERES

LARVAS EM

FRUTOS MADUROS

VERMES

INTESTINAIS

Referências

Vídeo Cinco Bilhões de Anos (NBI 002 - DIDAK). Vídeo Biologia Evolutiva (CBI007 - DIDAK). ZATERKA,Luciana. Corpuscularismo e experiência: Francis Bacon e Robert Boyle

In: ALFONSO-GOLDFARB, Ana Maria; BELTRAN, Maria Helena Roxo (org.). O Saber e Seus Muitos Saberes: experimentos, experiências e experimentações. São Paulo: Editora PUCSP EDUC, 2006.

A atividade nas Diretrizes Curriculares Estaduais

a) Conteúdo Estruturante: Organização dos seres vivos b) Conteúdo Básico: Teorias Evolutivas c) Conteúdos Específicos: Fixismo, Lamarckismo, Seleção Natural; Teoria

Sintética da Evolução. Relatos pessoais sobre a(s) vivência(s) da atividade proposta Em relação ao experimento com as bananas alguns(mas) alunos(as) se darão por satisfeitos(as), outros manifestarão sentimentos de repulsa devido a situação de

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decomposição. Essas situações serão riquíssimas para iniciar as argumentações de estudo, análises das pesquisas, discussões e sistematizações dos conhecimentos trabalhados. Estabelecer contato dialógico com variadas pessoas a respeito de suas percepções sobre determinados conhecimentos biológicos deixa mais significativo a dimensão social da escola para os estudantes.

“Primeiro, como já declarei em outro lugar, não era meu principal desígnio estabelecer teorias e princípios, mas projetar experimentos e enriquecer a história da natureza com observações feitas e apresentadas de maneira fidedigna, para que, por meio dessas contribuições e outras semelhanças feitas por outros, os homens possam com o tempo ser providos de um estoque suficiente de experimentos sobre os quais fundar hipóteses e teorias”.

Robert Boyle (1627-1691) Químico e Filósofo Anglo-Irlandês

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Nome da Atividade

Construindo uma chave dicotômica Contextualização Através da Sistemática procura-se estudar a biodiversidade no planeta Terra por meio da classificação biológica ou taxonomia organizando os seres vivos em categorias hierárquicas, denominadas categorias taxonômicas ou táxons. Essa área de pesquisa na Biologia tem entre várias finalidades descrever as espécies e organizar catálogos de classificação, atribuindo a cada uma delas um nome científico. Materiais

a) Botões b) Caixas de papelão c) Canetas coloridas d) Cartõezinhos e) Cola f) Livro didático g) Papel bobina h) Pincel atômico

Objetivos de Ensino

a) Estabelecer critérios de ordenação de objetos representados por cartõezinhos, em uma caixa;

b) Entender que a classificação é um modo de representação ordenada dos objetos da realidade humana para melhor compreensão;

c) Expressar entendimento do propósito humano de agrupar afins; d) Analisar as características apresentadas pelos botões: das gerais as

particulares; e) Determinar critérios para agrupar os botões em categorias, segundo as

características analisadas; f) Elaborar uma chave de classificação dicotômica, para enquadrar todas as

características apresentadas pelos botões; g) Compreender como ocorrem os principais agrupamentos de seres vivos e

quais características os unem; f) Indicar os critérios utilizados para agrupar os seres vivos na atualidade. g) Classificar taxionomicamente a espécie humana.

Nível de Ensino e Série Atividade realizada de preferência com os estudantes de segunda série do Ensino Médio na disciplina de Biologia.

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Descrição da Atividade e Sugestões Ao centro da sala, no chão, colocar uma caixa com inúmeros cartõezinhos nos quais estará escrito o nome de mobiliário e demais objetos que normalmente são encontrados nos seguintes ambientes: casa, escritório, escola, supermercado e loja de material de construção. Em seguida colocar cinco caixas ao redor da sala representando esses espaços, onde os alunos e alunas farão a separação dos cartõezinhos conduzindo-os até estas cinco caixas. Finalmente, organizando-se em cinco equipes de trabalho os alunos e as alunas deverão colar os cartõezinhos no interior das caixas compondo cada espaço conforme idealizarem. Os alunos(as) deverão organizar-se em cinco equipes de trabalho as quais receberão inúmeros botões. Estabelecerão critérios de classificação levando em consideração características tais como: formato (quadrado, triangular, redondo, reto / côncavo, convexo); superfície (lisa, áspera, ondulada); borda (lisa, trabalhada); diâmetro (menor, igual ou maior que um centímetro); composição química (plástico, madeira, metal,madrepérola); revestimento (sem revestimento; com revestimento/ pano, couro, corino); cor (transparente, colorido/ branco, amarelo, preto, etc); tonalidade (claro, escuro); furos (sem furos, com dois furos, com dois furos, com três furos, com quatro furos). De posse dessas características observáveis nos botões alunos(as) farão tentativas até chegarem a construção de uma chave dicotômica de classificação, agrupando os botões das características gerais às particulares

A seguir você poderá conferir um exemplo:

Cor única

Revestidos de pano

Colorido Quadrados Com furo Transparente Sem furo

Não revestidos de pano

Superfície lisa

Borda trabalhada Liso claro

Opaco

Borda Lisa

Superfície áspera Liso escuro

Botões Ø > 1,5cm

De Metal Ø < 1,5cm Circulares Claro De Plástico Escuro

Em seguida o professor ou professora apresenta aos alunos e alunas uma chave dicotômica com as categorias básicas de classificação, isto é, com as categorias básicas taxionômicas internacionais.

A seguir você pode conferir um exemplo.

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FAMÍLIA... ORDEM FAMÍLIA... CLASSE FAMÍLIA... ORDEM FAMÍLIA... FILO FAMÍLIA... ORDEM FAMÍLIA... CLASSE ESPÉCIE FAMÍLIA... GÊNERO ESPÉCIE ORDEM FAMÍLIA REINO ESPÉCIE FAMÍLIA... GÊNERO ESPÉCIE ORDEM FAMÍLIA... CLASSE FAMÍLIA... ORDEM FAMÍLIA... FILO FAMÍLIA... ORDEM FAMÍLIA... CLASSE FAMÍLIA... ORDEM FAMÍLIA...

Utilizando-se então da sobreposição de ambas as chaves dicotômicas explicar a seqüência taxonômica de etapas pelas quais os cientistas perpassam para estabelecer a classificação dos seres vivos.

FAMÍLIA...

ORDEM Cor única FAMÍLIA...

CLASSE FAMÍLIA...

Revestidos de pano

ORDEM Colorido FAMÍLIA...

FILO

Quadrados FAMÍLIA Com furo

CLASSE

ORDEM Transparente FAMÍLIA

Sem furo

ESPÉCIE

Não revestidos de pano

FAMÍLIA Superfície lisa

GÊNERO Borda trabalhada

ESPÉCIE

ORDEM Opaco FAMÍLIA

Superfície áspera

GÊNERO Borda Lisa

ESPÉCIE Liso claro

REINO ESPÉCIE Liso escuro

Botões FAMÍLIA...

ORDEM Ø > 1,5cm FAMÍLIA...

CLASSE De Metal FAMÍLIA...

ORDEM Ø < 1,5cm FAMÍLIA...

FILO Circulares ORDEM FAMÍLIA... Claro FAMÍLIA... CLASSE De Plástico ORDEM FAMÍLIA... Escuro FAMÍLIA...

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Em seguida cada grupo de alunos(as) sistematizam suas chaves de classificação em papel bobina expondo-as ao quadro-negro para reflexões e análises sobre os critérios estabelecidos, durante a realização destas atividades em laboratório apontando também os obstáculos encontrados. Em sala de aula ou no espaço da biblioteca escolar permitir a manipulação de livros de taxonomia pelos(as) alunos(as) dando significado aos conhecimentos trabalhados em aula prática. Finalisando, escolher três plantas presentes no espaço geográfico da escola para proceder à classificação taxonômica. Referências

JOLY, Aylthon Brandão. Introdução à Taxonomia Vegetal. 6ª Ed. São Paulo:

Editora Nacional, 1983. SMITH, Gilbert M. Botânica Criptogâmica. I Volume Briófitos e Pteridófitos. 3ª

Ed. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 1979. SMITH, Gilbert M. Botânica Criptogâmica. II Volume Algas e Fungos. 3ª Ed.

Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 1979. STORER, T.; STEBBINS R.C. & et al. Zoologia Geral. São Paulo: Companhia

Nacional, 2002.

A atividade nas Diretrizes Curriculares Estaduais

a) Conteúdo Estruturante: Classificação dos seres vivos b) Conteúdo Básico: Taxionomia: Critérios taxonômicos c) Conteúdos Específicos: Chave dicotômica

Relatos pessoais sobre a(s) vivência(s) da atividade proposta A atividade permite participação ativa dos(as) alunos(as) no processo de construção da compreensão das categorias taxonômicas e de como são operacionalizadas pela ciência a ordenação dos grupos de seres vivos.

Realizam muitas tentativas para efetivarem uma chave dicotômica, elaboram muitas hipóteses, discutem entre si, tecem muitas argumentações para concluírem essa atividade, vivenciando uma trajetória da ciência frente aos problemas investigatórios.

“A lição número um da natureza é a diversidade. O mundo natural não gosta de monoculturas”.

Elisabet Sahtouris Bióloga Evolucionária Greco-Americana

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Nome da Atividade

Flor e semente de Araucária Contextualização O presente trabalho visa compreender a importância dos estróbilos e pinhões das gimnospermas, em especial a Araucaria angustifolia - árvore símbolo do Paraná, a qual se não cuidada corre risco de extinção, haja visto que sua área foi reduzida de 7,5 milhões de hectares (43% do Estado do Paraná) para cerca de 150 mil hectares (0,75% do Estado), devido ao intenso corte de madeira. Materiais

a) Estróbilos masculinos e femininos

b) Flores para comparação c) Internet d) Pinhão e) TV Multimídea

Fo

nte:

dom

ínio

púb

lico.

Objetivos de Ensino

a) Levar o educando a compreender a finalidade dos estróbilos e pinhões para as gimnospermas.

b) Compreender a importância de preservar o meio ambiente, em especial a árvore Araucaria angustifolia.

Nível de Ensino e Série

Em geral esse tema tem sido trabalhado na segunda série do Ensino Médio. Descrição da Atividade e Sugestões

Separar os educandos em grupos, questioná-los sobre flores, como são e para que servem, com a finalidade de demonstrar as flores dos pinheiros, os estróbilos.

Entregar para cada grupo flores de estróbilos masculinos e femininos para serem analisados. Questioná-los o que tem em comum e diferenciar os estróbilos masculinos dos estróbilos femininos.

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Através do resultado obtido o(a) professor(a) poderá , passar imagens de gimnospermas na Tv-multimídea, em especial as imagens da Araucaria angustifolia, árvore símbolo do Paraná, comentando como funciona o mecanismo de reprodução nas mesmas.

Entregar para cada equipe pinhões, questionando como são formados e a partir de que estrutura.

Após análise feita pelos(as) educandos(as), o(a) professor(a) poderá pedir uma pesquisa sobre: como o pinhão é formado e em que regiões é possível encontrar a Araucaria angustifolia (Bert) O Kuntze , onde localiza-se o ecossistema em que ela habita, como é esse ambiente e que interesses econômicos aí se estabelecem,qual sua interação com outras espécies e que símbolo se encontra presente na bandeira do Paraná.

Os(as) alunos(as) necessitarão de conhecimentos das disciplinas de Arte e de Geografia para resolverem as atividades de pesquisa sugerida. Referências

Estróbilos. Disponível em <<http://www.joinville.udesc.br/sbs/professores/arlindo/

materiais/GIMNO2.ppt>> #263,3,Slide (slides sobre estróbilos). >>. Acesso em 02 de dezembro de 2008.

Gimnospermas. Disponível em <<http://www.sobiologia.com.br/conteudos/

Reinos4/biogimnospermas.php>>. Acesso em 02 de dezembro de 2008. Pinha. Disponível em <<http://pt.wikipedia.org/wiki/Pinha>>. Acesso em 02 de

dezembro de 2008. Pinheiro do Paraná. Disponível em <<http://www.vivabrazil.com/pinheiro_do_

parana.htm>>. Acesso em 02 de dezembro de 2008. MARTHO, Gilberto Rodrigues; AMABIS, José Mariano. Biologia volume 2 Biologia

dos Organismos. 2ª Ed. São Paulo: Editora Moderna, 2004, págs -154 à 160. A atividade nas Diretrizes Curriculares Estaduais

a) Conteúdo Estruturante:Classificação dos seres Vivos b) Conteúdo Básico: Gimnospermas c) Conteúdos Específicos:Filo CONIFEROPHYTA

Relatos pessoais sobre a(s) vivência(s) da atividade proposta Quando realizada a atividade de observação dos estróbilos, os educandos não acreditam se tratar de um órgão reprodutor, devido a sua aparente rigidez, pois imaginam, segundo eles que o aparelho reprodutor deveria ser mais delicado, sensível. Nas atividades de pesquisa relacionadas ao pinhão, ficam encantados ao saber que a semente foi originária do estróbilo, após fecundação. Através das atividades de pesquisa conseguem relacionar dados históricos, geográficos e culturais com o conteúdo biológico aprendido.

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“Da pinheira nasce a pinha. Da pinha nasce o pinhão. Da mulher nasce a firmeza. Ô Yayá! Do homem a ingratidão”.

Dorival Caymmi (1914 - 2008) Compositor brasileiro.

Proponente Nome: Adriana de Souza. Instituição: Colégio Estadual Adélia Rossi Aranaldi, Paranavai, NRE-Paranavaí. Contatos: E-mail [email protected]

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REFERÊNCIAS Vídeo Cinco bilhões de anos (NBI 002 - DIDAK). Vídeo Biologia Evolutiva (CBI007 - DIDAK). Estróbilos. Disponível em <<http://www.joinville.udesc.br/sbs/professores/arlindo/

materiais/GIMNO2.ppt>> #263,3,Slide (slides sobre estróbilos). >>. Acesso em 02 de dezembro de 2008.

Gimnospermas. Disponível em <<http://www.sobiologia.com.br/conteudos/Reinos4/

biogimnospermas.php>>. Acesso em 02 de dezembro de 2008. História do Microscópio. Disponível em <<http://www.invivo.fiocruz.br/celula/historia_

01.htm>>. Acesso em 02 de dezembro de 2008. História do Microscópio. http://portalsaofrancisco.com.br/alfa/microscopio/historia-do-

microscopio.php>>. Acesso em 02 de dezembro de 2008. Microscopia. Disponível em <<http://minerva.ufpel.edu.br/~mgrheing/praticaesq. htm>>.

Acesso em 02 de dezembro de 2008. Microscopia óptica ou de luz. Disponível em <<http://www.pucrs.campus2.br/~maricar/

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