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SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO
PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL - PDE UNIVERSIDADE
ESTADUAL DE LONDRINA
LILÉIA MARIA VENDRAME
ABORDAGENS INTERATIVAS DE INFORMAÇÃO E APRENDIZAGEM EM FÍSICA
CONTEMPORÂNEA: RADIOATIVIDADE
LONDRINA
2012
ABORDAGENS INTERATIVAS DE INFORMAÇÃO E APRENDIZAGEM EM FÍSICA
CONTEMPORÂNEA: RADIOATIVIDADE
Autora: Liléia Maria Vendrame1
Orientadora: Irinéa de Lourdes Batista2
RESUMO
Este artigo tem como objetivo principal mostrar a importância de se inserir um tema
de Física Moderna e Contemporânea no Ensino Médio, a saber, algumas noções de
Radioatividade por meio das tecnologias de informação. O estudo foi realizado com
alunos de 2ª série do Ensino Médio de uma escola pública estadual de Londrina.
Foram abordados os conceitos de radioatividade. É inegável a defasagem entre os
conteúdos da Física Contemporânea e o ensino de Física no Ensino Médio. Parece-
nos que existe uma contradição entre o ensino e a realidade dos avanços
tecnológicos, oriundos de uma situação social. O descompasso entre o que se
ensina em sala de aula e o que se tem como realidade é, neste caso, um exemplo
marcante na história do ensino de ciência. Muitos são os motivos para tal
descompasso. Ressaltamos, entre eles, a falta de preparo para o ensino desta
abordagem, que tem suas particularidades, e o pouco material disponível no
mercado editorial brasileiro. Nossa proposta visa a trabalhar a Física Moderna e a
Contemporânea a fim de prepará-los para situações do cotidiano.
Os resultados desta análise sugerem que é, de fato, possível abordar tópicos de
Física Moderna no Ensino Médio, contemplando assim os Parâmetros Curriculares
Nacionais, que apontam para uma ênfase à Física Contemporânea.
Palavras-chaves: Física Moderna; tecnologias de informação; Radioatividade.
1- INTRODUÇÃO
1 Especialização em Psicopedagogia / Professora no CEEP Castaldi. 2 Doutora em Filosofia (Epistemologia) / Professora Associada no Departamento de Física/ UEL.
O mundo contemporâneo está imerso na tecnologia e a esta os
adolescentes atribuem um lugar de destaque. A informática, símbolo da tecnologia
para os adolescentes, permite a eles novas possibilidades, o acesso aos dados é
feito de forma tão rápida que num piscar de olhos tem-se um leque de informações.
O impacto das novas tecnologias tem provocado mudanças na educação,
que não tarda a incorporar os últimos recursos tecnológicos direcionados ao setor. A
integração de novas mídias, como televisão e internet, não é mais novidade
estranha à sala de aula. Pelo contrário, contribui para a criação de novas estratégias
de ensino, aprendizagem e autocapacitação.
Ferraz (2008) destaca que a tecnologia sempre esteve presente como
ferramenta mediadora do processo de aprendizagem, no entanto, verifica-se que
nos últimos anos houve uma maior incorporação dessas tecnologias no processo
educacional, de modo a proporcionar maior agilidade e facilidade no acesso às
informações e flexibilidade do ensino e aprendizagem.
O uso da tecnologia na educação, especialmente os recursos
computacionais, passou a ser exigência do novo padrão de formação e qualificação.
Nos documentos do Programa Expansão, Melhoria e Inovação no Ensino Médio do
Paraná (Proem), de 1994, essa ideia foi usada como justificativa para reformular o
Ensino de 2º Grau no Estado (Paraná/SEED Programa Expansão, Melhoria e
Inovação no Ensino Médio – 1993) face à nova configuração brasileira e mundial,
exposta à acirrada competição. Tal concepção implicava reorientar a formação e a
qualificação profissional para melhorar a qualidade e a competitividade.
A Física exerce papel fundamental no mundo atual e, cada vez mais, vê-se a
aceleração do desenvolvimento científico, tanto que o progresso de uma sociedade
é medido, de certa forma, pelo índice de desenvolvimento tecnológico dela.
Não se deseja, com essa afirmação, fazer com que a tecnologia seja um
mero aparato em sala de aula, pelo contrário, “estudos têm mostrado a relação entre
a utilização desses aparatos em função do estímulo recebido durante a formação
inicial, por exemplo, de licenciando em física” (RICARDO; CUSTÓDIO; REZENDE
JÚNIOR, 2007, p. 03).
Porém, não se pode deixar que mencione aqui o fato de que o ensino de
Física oferecido por muitas escolas ainda é fundamentado ao olhar que se voltava à
Física no final do século XIX. Daí, a necessidade de se fazer valer o que prevê o
MEC (1999) ao afirmar que os parâmetros tem o sentido de:
encaminhar um ensino compatível com as novas pretensões educativas e ampliar as orientações contidas nos PCNEM, adiantando elementos que não estavam ainda explicitados, este volume dedicado às Ciências da Natureza e Matemática procura trazer elementos de utilidade para o professor de cada disciplina, na definição de conteúdos e na adoção de opções metodológicas.
É importante salientar que os recursos tecnológicos precisam ser
empregados para “se trabalhar com os conteúdos disciplinares e não como fonte de
discussão sobre a tecnologia” (RICARDO; CUSTÓDIO; REZENDE JÚNIOR, 2007, p.
03). A questão maior é esta: empregar um recurso tecnológico como instrumento
para o ensino de Física e não utilizar a Física para explicar um recurso tecnológico.
Sobre essa discussão, Gérard Fourez (2003, p. 12) assevera que:
A ideologia dominante dos professores é que as tecnologias são aplicações das ciências. Quando as tecnologias são assim apresentadas, é como se uma vez compreendidas as ciências, as tecnologias seguissem automaticamente. E isto, em que pese na maior parte do tempo, a construção de uma tecnologia implica em considerações sociais, econômicas e culturais que vão muito além de uma aplicação das ciências.
Daí, a necessidade de que novos métodos sejam colocados aos alunos, de
modo que estudar Física possa ser interessante. É nesse momento que as
tecnologias servem de ferramentas para auxiliar o professor a criar uma nova
metodologia. E se o aluno se sentir envolvido com a aula, por esta corresponder aos
seus anseios e necessidades de aprendizagem, ele poderá aprender com maior
facilidade e, consequentemente, tenderá a obter melhor desempenho.
Acredita-se que é possível criar formas diferentes de abordagem de Física
no ensino médio, seja por meio das tecnologias da informação, ou por meio de
propostas interdisciplinares. Saber se é possível conseguir eficácia com esses
recursos é um desafio que, para vencê-lo, é preciso pô-lo em prática. E como
afirmam Araújo, Veit e Moreira (2003), não faz sentido avaliar um instrumento como
um fim em si, pois a eficiência deste dependerá diretamente de onde, quando e
como ele será empregado.
O nosso intuito aqui é expor o processo de construção de uma abordagem
que levem temas contemporâneos ao Ensino Médio.
O tema em estudo é radioatividade, pois esse oferece muitas perspectivas
de subtemas, por meio dos quais, conceitos básicos sempre surgem, a revelar a
abundância de discussões que podem emergir do tema e a partir de várias situações
vivenciadas pelos alunos.
Uma das metas a serem alcançadas foi divulgação de informações
pertinentes ao tema, produzidas ao longo do processo de ensino e de
aprendizagem, no site do colégio como: documentários, notícias, pesquisas,
contextualização de conteúdos pré- vestibulares e questões de vestibulares e
ENEM.
No caso do site do colégio, o professor pode propor uma lista de sites
confiáveis, disponibilizarem links de acesso a eles e em sala de aula tecer
comentários ou propor atividades. É importante que essa lista de endereços para
acesso a conteúdos de Física siga critérios, como: o site deve apresentar discussão
relacionada a conceitos físicos e a tópicos trabalhados em sala, é bom que tenha
dados biográficos dos cientistas ou informações sobre os mantenedores do site e
apresentar o uso do cotidiano como ponto de reflexão para o ensino de Física.
Desse modo, acredita-se que é possível criar formas diferentes de
abordagem de Física no ensino médio, seja por meio das tecnologias da informação,
seja por meio de propostas interdisciplinares. Saber se é possível conseguir eficácia
com esses recursos é um desafio que, para vencê-lo, é preciso pô-lo em prática. E
como afirmam Araújo, Veit e Moreira (2003), não faz sentido avaliar uma ferramenta
como um fim em si, pois a eficiência desta dependerá diretamente de onde, quando
e como ela será empregada.
Espera-se que este estudo venha contribuir para o entendimento de que as
tecnologias são aliadas do professor e podem servir de referencial para os saberes
ensinados na escola.
Acredita-se que um dos principais objetivos desse tópico é habilitar o aluno
a participar das discussões, debates ou decisões sobre o uso e os perigos da
radioatividade e da energia nuclear em nossa sociedade.
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Radioatividade
O esquecimento de uma rocha de urânio sobre um filme fotográfico virgem
levou à identificação de um fenômeno interessante: o filme foi velado por “alguma
coisa” que saía da rocha, na época denominada raios ou radiações.
Em 1898, Pierre e Marie Curie identificaram o urânio, o polônio (400 vezes
mais radioativo que o urânio) e depois o rádio (900 vezes mais radioativo que o
urânio).
O fenômeno foi denominado radioatividade e os elementos que
apresentavam essa propriedade foram chamados de elementos radioativos.
Comprovou-se que um núcleo muito energético, por ter excesso de
partículas ou de carga, tende a estabilizar-se, emitindo algumas partículas.
Com a utilização de um campo magnético, foram identificados três tipos de
radiação emitida por elementos radioativos: a partícula α, a partícula β e a radiação
γ.
Radioisótopos são as formas radioativas de um elemento químico. Apesar
de todo o preconceito existente contra essas substâncias, podem trazer inúmeros
benefícios à população e ao meio ambiente quando usadas de forma controlada e
com o acompanhamento de técnicos especializados. No Brasil, vários são os
campos que tiram proveito dos radioisótopos, que são controlados pela Comissão
Nacional de Energia Nuclear (CNEN).
Para muitos, a palavra “radioatividade” é sinônimo de doença e morte, no
qual somente acontece em situações extremas. Na prática, a radioatividade tem sido
utilizada em benefício da humanidade: controle de processos industriais, medicina,
geração de energia elétrica, geologia e arqueologia, agricultura, indústria e meio
ambiente.
Energia nuclear
Os prótons têm a tendência de se repelirem, porque têm a mesma carga
(positiva). Como eles estão juntos no núcleo, comprova-se a existência de uma
energia nos núcleos dos átomos com mais de uma partícula para manter essa
estrutura.
A energia que mantém os prótons e nêutrons juntos no núcleo é a ENERGIA
NUCLEAR, isto é, a energia de ligação dos nucleons. (CNEN)
Fissão nuclear
A fissão nuclear é uma reação em que um núcleo, geralmente pesado, se
fragmenta depois de ser atingido por um nêutron, liberando grande quantidade de
energia.
Na fissão novos nêutrons são liberados e vão provocar a fissão de outros
núcleos; e assim sucessivamente, estabelecendo uma reação em cadeia.
A fissão completa de 1 kg de 235U libera aproximadamente 8 x 1013 joules,
suficiente para ferver 270 milhões de litros de água.
Resíduo atômico
Depois da fissão nuclear na usina, o que resta são átomos radioativos de
plutônio, iodo, césio e dezenas de outros elementos.
O plutônio emite radiação alfa que, quando absorvida pelos ossos humanos,
causa câncer em poucos dias
O plutônio precisa ser armazenado em câmaras de concreto e chumbo até
que pare de oferecer tanto risco – cerca de 24 000 anos!
3. METODOLOGIA
O projeto foi aplicado no Centro Estadual de Educação Profissional
Professora Maria do Rosário Castaldi, na cidade de Londrina-PR, com os alunos da
segunda série do Ensino Médio, no período matutino, durante o segundo semestre
do ano letivo de 2011.
Ele foi apresentado no curso de Jornada Pedagógica, no CEEP Professora
Maria do Rosário Castaldi, para a comunidade escolar: direção, equipe pedagógica,
professores e funcionários. Durante esta apresentação, foi especificada a
importância de se inserir um tema de Física Moderna e Contemporânea no Ensino
Médio, a saber, algumas noções de Radioatividade por meio das tecnologias de
informação, objetivando uma formação mais completa do educando, sua
qualificação para o trabalho e sua interação no mundo globalizado.
A implementação deste projeto, no qual foram abordados os conceitos de
radioatividade, deu-se no 3º período do Programa de Desenvolvimento Educacional
(PDE), que é uma política pública da Secretaria do Estado da Educação (SEED) do
Paraná que estabelece o diálogo entre professores da Educação Superior e os da
Educação Básica, por meio de atividades teórico-práticas orientadas, tendo como
resultado a produção de conhecimento e mudanças qualitativas na prática escolar
da escola pública paranaense.
A metodologia utilizada foi a pesquisa qualitativa, na modalidade pesquisa-
ação, para a resolução de problema coletivo, na qual o pesquisador e os
participantes representativos da situação ou do problema estão envolvidos de modo
cooperativo e participativo.
A partir do mês de agosto, iniciamos com os alunos a implementação deste
projeto. Foi então realizada uma avaliação diagnóstica, por meio de discussão, para
verificar o conhecimento prévio dos alunos a respeito dos conteúdos físicos
envolvidos na Física Contemporânea, conscientizando-os sobre a necessidade de
conhecer a Física Moderna e suas aplicações em situações do cotidiano.
A seguir, foram desenvolvidas algumas atividades, tendo como objetivo a
aprendizagem significativa.
Utilizamos o documentário “Dias que abalaram o mundo”, que reconstitui,
minuto a minuto, fatos (bomba de Hiroshima e o acidente em Chernobyl) que
chocaram a humanidade e alteraram o curso da História. Ele relata o maior crime de
guerra já desferido contra a humanidade, as bombas atômicas de Hiroshima e
Nagasaki, e descreve a química existente na referida bomba e como e por que
aconteceu o acidente em Chernobyl.
Após o documentário, houve uma discussão, coletamos ideias e opiniões
sobre o assunto tratado e separamos os alunos em dois grupos.
Com as informações e as opiniões, foi realizado um júri simulado para
discutir a questão do uso da energia nuclear no Brasil, comparando as vantagens e
as desvantagens das usinas nucleares em relação às outras fontes de energia e a
questão política que envolve a construção de bombas atômicas.
Foi elaborada uma pesquisa com os alunos de outras séries para identificar
as fontes de energia que acreditavam ser as mais viáveis e menos agressivas ao ser
humano e ao meio ambiente.
Em seguida, em ambiente virtual, utilizando como recurso a sala de
informática da escola para aproximá-los das aplicações das tecnologias dentro do
contexto do ensino-aprendizado de Física, os alunos selecionaram notícias
pertinentes ao assunto, como efeitos e utilização da radiação, acidentes nucleares,
energia nuclear, bombas atômicas, entre outras.
Após essa atividade, foi necessária a apresentação em slides multimídia de
alguns conceitos sobre radioatividade, questão energética, tipos de energia, com
enfoque na nuclear, abordando seus custos, vantagens e desvantagens, aplicações
de materiais radioativos, bombas atômicas, acidentes nucleares (Three Miles Island,
Chernobyl, acidente com césio-137, em Goiânia), imagens com os efeitos causados
nesses acidentes, escalas que avaliam os acidentes nucleares, ameaças nucleares
e o histórico do Programa Nuclear Brasileiro.
Para possibilitar a ampliação do conhecimento crítico e aproveitando o
interesse dos alunos por fatos históricos envolvendo acidentes radioativos, ouvimos
e interpretamos a música “Rosa de Hiroshima”, de Vinícius de Moraes.
Tendo em vista que a valorização do conhecimento dos alunos contempla o
recurso tecnológico como instrumento para o ensino de Física, podemos citar
Gérard Fourez (2003, p. 12):
A ideologia dominante dos professores é que as tecnologias são aplicações das ciências. Quando as tecnologias são assim apresentadas, é como se uma vez compreendidas as ciências, as tecnologias seguissem automaticamente. E isto, em que pese na maior parte do tempo, a construção de uma tecnologia implica em considerações sociais, econômicas e culturais que vão muito além de uma aplicação das ciências.
Para o aluno sentir-se envolvido com a aula, por esta corresponder aos seus
anseios e às suas necessidades de aprendizagem, e aprender com mais facilidade,
iniciou-se a busca por mais informações em vídeo. Eles pesquisaram, selecionaram
e assistiram aos vídeos em ambiente virtual, utilizando como recurso a sala de
informática da escola.
Essa atividade despertou nos alunos o interesse em elaborar um
questionário para verificação do conhecimento sobre o assunto dos alunos da
terceira série.
Durante a atividade, um grupo de alunos ficou responsável pela busca de
questões de vestibulares e do Enem envolvendo radioatividade. Por estar próximo à
realidade dos alunos e por acreditar ser mais significativo, começamos a selecionar
questões pertinentes ao assunto para elaboração de um simulado.
Para finalizarmos o projeto com resultados bastante satisfatórios, foi
aplicado um simulado, com o objetivo de aferir a efetivação da aprendizagem.
4. ANÁLISE DOS RESULTADOS
A avaliação diagnóstica norteou que a maioria dos alunos não tinha qualquer
conhecimento sobre radioatividade ou apresentava conceitos apenas negativos e
sem fundamentação teórica.
A apresentação do documentário despertou um senso crítico expressivo
entre os alunos, gerando debates que contribuíram para uma participação efetiva.
A pesquisa sobre os acontecimentos mundiais que envolveram
radioatividade ocorreu no período imediatamente posterior ao terremoto no Japão e
acabou ficando restrita a esse fato, mas provocou uma grande discussão sobre a
construção de usinas nucleares no Brasil. A contrariedade foi quase unânime.
A posição dos alunos em relação aos aspectos negativos do uso da energia
nuclear foi muito superior aos positivos e levantou a necessidade de as autoridades
investirem em estudos sobre fontes alternativas de energia.
Os pontos negativos mais apontados, em trabalhos escritos entregues,
foram:
- necessidade de armazenar o resíduo nuclear em locais isolados e protegidos;
- necessidade de isolar a central após o seu encerramento;
- é mais cara quando comparada às demais fontes de energia;
- os resíduos produzidos emitem radiatividade durante muitos anos;
- dificuldades no armazenamento dos resíduos, principalmente em questões de
localização e segurança;
- grande risco de acidente na central nuclear.
O resultado da pesquisa realizada com os alunos de outras séries para
identificar as fontes de energia mais viáveis e menos agressivas ao ser humano e ao
meio ambiente foi colocado em um gráfico (abaixo) e disponibilizado no site do
colégio:
As notícias foram discutidas em sala e selecionadas para exposição no
colégio e divulgação no site. Essa exposição de informações envolveu de maneira
expressiva os alunos de outras séries, que acabaram pedindo mais informações
sobre o assunto.
A apresentação dos conceitos de radioatividade em slides multimídia foi
importante para fazer outro diagnóstico da turma e para motivá-la a querer saber
mais sobre o tema. Neste momento, perceberam que à medida que os conceitos
básicos eram explorados, tornavam-se mais compreensíveis e passávamos para
uma etapa mais desafiadora.
Em busca de aprofundamento no assunto, analisamos alguns artigos sobre
o uso de diferentes mídias no ensino de Física em quatro renomadas revistas
brasileiras: Revista Brasileira de Ensino de Física, Caderno Brasileiro de Ensino de
Física, Investigação em Ensino de Ciência e Ciência & Educação.
Os artigos analisados contribuíram para o melhor entendimento da
radioatividade e permitiram que os dados fossem comparados com as ilustrações
identificadas nos sites consultados.
Nessa etapa do projeto, os alunos questionavam atitudes mais relevantes de
políticos e da mídia sobre o fato de um assunto de muita importância não ter grande
repercussão. Foi nesse momento que ouvimos a música “Rosa de Hiroshima”, que
ampliou a percepção crítica, bem como instigou seu comportamento e sua opinião
em relação às diversas situações que vivemos.
Em seguida, eles analisaram a letra e o período em que ela foi composta,
considerando o momento histórico e a questão política e a econômica.
A busca por mais informações foi por meio de vídeos em ambiente virtual,
utilizando como recurso a sala de informática da escola. A atividade foi muito
interessante, pois eles comentavam sobre os vídeos com os alunos de outras séries,
sugerindo que assistissem a eles. Essa troca de informações com alunos de outras
séries do Ensino Médio, principalmente com a 3ª série, fez com que percebessem
que muitos também tinham pouco conhecimento do assunto.
Organizaram um questionário sobre radioatividade com os alunos da 3ª série
do Ensino Médio para investigar os conhecimentos relevantes e envolvê-los no
processo.
1- Qual seu conhecimento sobre o assunto?
2- Processo natural ou artificial?
3- Diferenças entre radiação e irradiação.
4- Efeitos quanto aos aspectos positivos e negativos.
5- Aplicações.
6- Acidentes nucleares.
7- Lixo atômico radioativo e descarte.
8- Produção de energia elétrica por meio da energia nuclear.
9- Cura de doenças por meio da radioterapia.
10- Esterilização de alimentos para maior tempo de conservação.
As questões relacionadas ao contexto (4, 5, 6, 9 e 10) obtiveram as
melhores resoluções e maior aprofundamento teórico; já para as demais houve
contradições nas resoluções e muitos não deram respostas. A resolução das
questões foi disponibilizada no site do colégio.
A aplicação do Simulado com 20 questões de vestibulares e Enem contou
com a participação dos alunos da 3ª série, que indiretamente acabaram envolvidos
no trabalho. O simulado foi corrigido e o gabarito foi disponibilizado no site.
A aprovação foi unânime, tanto do material, quanto dos encaminhamentos
metodológicos que utilizamos. Isto porque, segundo os alunos, o simulado estava de
acordo com a necessidade de aprendizagem para os vestibulares.
A aplicação deste projeto trouxe resultados surpreendentes. Sabemos que
motivação faz parte do aprendizado, mas, muitas vezes, nós, professores,
acabamos nos desmotivando diante de tantas adversidades que encontramos.
Portanto, foi gratificante termos realizado um trabalho com sucesso.
O projeto proporcionou aulas mais efetivas, pois sabemos que o ensino só
tem sentido quando implica na aprendizagem. Por isso, é necessário conhecer como
o professor ensina e entender como o aluno aprende; só assim o processo educativo
poderá acontecer e o aluno conseguirá aprender a pensar, a sentir e a agir.
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Neste trabalho, utilizamos de várias estratégias para que o aluno possa
compreender a importância da Física Moderna, a saber, algumas noções de
radioatividade por meio das tecnologias de informação inserida no contexto.
Durante a aplicação deste projeto de implementação, foi notável observar a
motivação e a participação efetiva dos alunos, habituados aos métodos tradicionais,
diante de uma metodologia mais dinâmica. Acredito ser este o grande desafio da
atualidade a que nós educadores devemos nos propor, adotar alternativas que
conduzam os alunos a um real interesse pela disciplina.
Não há aprendizagem sem motivação, assim um aluno motivado sente
necessidade de aprender o que está sendo tratado. Por meio dessa necessidade, o
aluno se dedica às tarefas inerentes até se sentir satisfeito.
Os métodos de ensino devem, assim, explorar a curiosidade, as dúvidas e
incertezas, a continuidade das idéias, a investigação, a observação e a
experimentação.
Portanto, é necessário que essa nova prática que pretendemos, contribua na
construção da plena cidadania, possibilitando ao aluno as condições teóricas para
que ele compreenda de forma crítica a realidade e possa participar ativamente das
transformações que se fazem necessárias na sociedade.
REFERÊNCIAS
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sobre o desempenho de alunos de física, usuários da ferramenta computacional
Modellus na interpretação de gráficos em cinemática. In: Encontro Nacional de
Pesquisa em Educação em Ciências , 4. 2003, Bauru. Atas. Bauru: UNESP, 2003.
FERRAZ, Ana Paula do C. M. Instrumento para facilitar o processo de planejamen to e
desenvolvimento de materiais instrucionais para a m odalidade a distância. Tese
(Doutorado em Engenharia de Produção) - Escola de Engenharia de São Carlos,
Universidade de São Paulo. São Carlos, 2008.
LUCKESI, C. C. O que é mesmo o ato de avaliar a aprendizagem? In: http://www.
artmed.com. br/patioonline.htm. Acesso em: outubro, 2004.
Ministério da Educação e Cultura - MEC. Parâmetros Curriculares Nacionais :
ensino médio: ciências da natureza, matemática e suas tecnologias. Brasília:
Ministério da Educação, 1999.
MOREIRA, M.A. e BUCHWEITZ, B. (1993). Novas estratégias de ensino e
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Edições Técnicas.
RICARDO, Elio Carlos; CUSTÓDIO, José Francisco; REZENDE JUNIOR, Mikael
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concepções dos professores. In: Revista Brasileira do Ensino de Física. Vol. 29 nº1.
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http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext& pid=S1806-
11172007000100020 Acesso em 07 de março de 2011
PARANÁ/SEED. Programa Expansão, Melhoria e Inovação no Ensino Médio –
Documento elaborado para elaboração do Projeto. Curitiba: Seed, 1994.
PARANÁ/SEED/DESG. Reestruturação do Ensino de 2º Grau - Física . Curitiba:
SEED/Desg, 1993.
PARANA, Secretaria de Estado da Educação. Diretrizes Curriculares de Física
para Educação Básica . Curitiba, 2008.
Sites:
www.cnen.gov.br/ensino/apostilas/aplica.pdf http://quimicanova.sbq.org.br/qn/qnol/2007/vol30n1/18-RV05217.pdf
http://www.youtube.com/watch?v=kRV4BKGzQIc
http://www.youtube.com/watch?v=GYl8kyk5IdU
http://www.eletronuclear.gov.br/professores/detalhe_video.php?id_video=8
http://www.eletronuclear.gov.br/professores/detalhe_video.php?id_video=6
http://www.youtube.com/watch?v=kRV4BKGzQIc
http://www.youtube.com/watch?v=GYl8kyk5IdU
http://www.eletronuclear.gov.br/professores/detalhe_video.php?id_video=8
http://www.eletronuclear.gov.br/professores/detalhe_video.php?id_video=6
http://www.youtube.com/watch?v=ZDOZX9GaeO0
http://www.youtube.com/watch?v=c8iWvsUb1X4
PARANÁ
GOVERNO DO ESTADO
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO – SEED SUPERINTENDENCIA DA EDUCAÇÃO – SUED
DIRETORIA DE POLÍTICAS E PROGRAMAS EDUCACIONAIS - D PPE PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL – PDE
Ficha para Catálogo
Artigo Final
Professor PDE/2010
Título Abordagens interativas de informação e aprendizagem em Física Contemporânea: Radioatividade.
Autor Liléia Maria Vendrame
Escola de Atuação CEEP- Colégio Estadual Maria do Rosário Castaldi
Município da Escola Londrina
Núcleo Regional de Educação Londrina
Orientadora Profª Drª Irinéa de Lourdes Batista
Instituição de Ensino Superior Universidade Estadual de Londrina
Área do Conhecimento/Disciplina Física
Relação Interdisciplinar (indicar, caso haja, as diferentes disciplinas compreendidas no trabalho)
Público Alvo (indicar o grupo com o qual o professor PDE desenvolveu o trabalho: professores, alunos, comunidade...)
Alunos da 2ª série do Ensino Médio.
Localização (identificar nome e endereço da escola de implementação)
Colégio Estadual Maria do Rosário Castaldi.
Avenida Arthur Tomas, 1811
Resumo: (no máximo 1300 caracteres, ou 200 palavras, fonte Arial ou Times New Roman, tamanho 12 e
Este artigo tem como objetivo mostrar a
importância de inserir um tema de Física Moderna
espaçamento simples) e Contemporânea no Ensino Médio, a saber,
algumas noções de Radioatividade por meio das
tecnologias de informação. O estudo foi realizado
com alunos de 2ª série do Ensino Médio. Foram
abordados os conceitos de radioatividade. É
inegável a defasagem entre os conteúdos da Física
Contemporânea e o ensino de Física no Ensino
Médio. Parece-nos que existe uma contradição
entre o ensino e a realidade dos avanços
tecnológicos, oriundos de uma situação social. O
descompasso entre o que se ensina em sala de
aula e o que se tem como realidade é, neste caso,
um exemplo marcante na história do ensino de
ciência. Muitos são os motivos para tal
descompasso. Ressaltamos, entre eles, a falta de
preparo para o ensino desta abordagem, que tem
suas particularidades, e o pouco material disponível
no mercado editorial brasileiro. Nossa proposta visa
a trabalhar a Física Moderna e a Contemporânea a
fim de prepará-los para situações do cotidiano.
Os resultados desta análise sugerem que é, de
fato, possível abordar tópicos de Física Moderna no
Ensino Médio, contemplando assim os Parâmetros
Curriculares Nacionais, que apontam para uma
ênfase à Física Contemporânea.
Palavras-chave ( 3 a 5 palavras) Física Moderna, Tecnologias de informação; Radioatividade.
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO - SEED SUPERINTENDÊNCIA DA EDUCAÇÃO - SUED
DIRETORIA DE POLÍTICAS E PROGRAMAS EDUCACIONAIS - DPPE
Contrato de Cessão Gratuita de Direitos Autorais
Pelo presente instrumento particular, de um lado Liléia Maria Vendrame, brasileira, casada, professora, CPF nº 053.991.928-45, Cédula de Identidade RG nº 6.055.228-2 residente e domiciliado à Rua Caracas, 555, na cidade de Londrina, Estado do Paraná, denominado CEDENTE, de outro lado a Secretaria de Estado da Educação do Paraná, com sede na Avenida Água Verde, nº 2140, Vila Izabel, na cidade de Curitiba, Estado do Paraná, inscrita no CNPJ sob nº 76.416.965/0001-21, neste ato representada por seu titular Flávio Arns, Secretário de Estado da Educação, brasileiro, portador do CPF nº….........................., ou, no seu impedimento, pelo seu representante legal, doravante denominada simplesmente SEED, denominada CESSIONÁRIA, têm entre si, como justo e contratado, na melhor forma de direito, o seguinte:
Cláusula 1ª – O CEDENTE, titular dos direitos autorais da obra (título ou descrição do texto / poesia / letra de música / ilustração / fotografia / filme / painel / pintura / obra / discurso / palestra / melodia / outros arquivos de áudio / etc.), cede, a título gratuito e universal, à CESSIONÁRIA todos os direitos patrimoniais da obra objeto desse contrato, como exemplificativamente os direitos de edição, reprodução, impressão, publicação e distribuição para fins específicos, educativos, técnicos e culturais, nos termos da Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998 e da Constituição Federal de 1988 – sem que isso implique em qualquer ônus à CESSIONÁRIA.
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Cláusula 3ª – Com relação a mídias impressas, a CESSIONÁRIA fica autorizada pelo CEDENTE a publicar a obra em tantas edições quantas se fizerem necessárias em qualquer número de exemplares, bem como a distribuir gratuitamente essas edições.
Cláusula 4ª – Com relação à publicação em meio digital, a CESSIONÁRIA fica autorizada pelo CEDENTE a publicar a obra, objeto deste contrato, em tantas cópias quantas se fizerem necessárias, bem como a reproduzir e distribuir gratuitamente essas cópias.
Cláusula 5ª - Com relação à publicação em meio audiovisual, a CESSIONÁRIA fica autorizada pelo CEDENTE a publicar e utilizar a obra, objeto deste contrato, tantas vezes quantas se fizerem necessárias, seja em canais de rádio, televisão ou web.
Cláusula 6ª - Com relação à publicação na web, a CESSIONÁRIA fica autorizada pelo CEDENTE a publicar a obra, objeto deste contrato, tantas vezes quantas se fizerem necessárias, em arquivo para impressão, por escrito, em página web e em audiovisual.
Cláusula 7ª – O presente instrumento vigorará pelo prazo de 05 (cinco) anos contados da data de sua assinatura, ficando automaticamente renovado por igual período, salvo denúncia de quaisquer das partes, até 12 (doze) meses antes do seu vencimento.
Cláusula 8ª – A CESSIONÁRIA garante a indicação de autoria em todas as publicações em que a obra em pauta for veiculada, bem como se compromete a respeitar todos os direitos morais do autor, nos termos da Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998 e da Constituição Federal de 1988.
Cláusula 9ª – O CEDENTE poderá publicar a obra, objeto deste contrato, em outra(s) obra(s) e meio(s), após a publicação ou publicidade dada à obra pela CESSIONÁRIA, desde que indique ou referencie expressamente que a obra foi, anteriormente, exteriorizada (e utilizada) no âmbito do Programa de Desenvolvimento Educacional da Secretaria de Estado da Educação do Paraná – SEED-PR.
Cláusula 10ª – O CEDENTE declara que a obra, objeto desta cessão, é de sua exclusiva autoria e é uma obra inédita, com o que se responsabiliza por eventuais questionamentos judiciais ou extrajudiciais em decorrência de sua divulgação.
Parágrafo único – por inédita entende-se a obra autoral que não foi cedida, anteriormente, a qualquer título para outro titular, e que não foi publicada ou utilizada (na forma como ora é apresentada) por outra pessoa que não o seu próprio autor.
Cláusula 11ª – As partes poderão renunciar ao presente contrato apenas nos casos em que as suas cláusulas não forem cumpridas, ensejando o direito de indenização pela parte prejudicada.
Cláusula 12ª – Fica eleito o foro de Curitiba, Paraná, para dirimir quaisquer dúvidas relativas ao cumprimento do presente contrato.
E por estarem em pleno acordo com o disposto neste instrumento particular a CESSIONÁRIA e o CEDENTE assinam o presente contrato.
Curitiba, 26 de junho de 2012
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CEDENTE
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CESSIONÁRIA
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TESTEMUNHA 1
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TESTEMUNHA 2