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SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO

Superintendência da Educação

Diretoria de Políticas e Programas Educacionais

Programa de Desenvolvimento Educacional – PDE

ARTIGO/PDE

AUTOR: Antonio Graciano Trintin

ORIENTADOR: Prof. Dr. Lupércio Antonio Pereira.

NRE: Cianorte

Disciplina: História

ESCOLA DE IMPLANTAÇÃO: Colégio Estadual Iglea Grollmann – Ensino

Fundamental e Médio

TÍTULO: A Cana-de-açúcar na História do Brasil

30/06/2012

A Cana-de-açúcar na História do Brasil

ANTONIO GRACIANO TRINTIN*

RESUMO

O presente artigo apresenta a atividade canavieira em vários momentos de nossa

história, destacando os primórdios de sua introdução na América Portuguesa; o

comércio do açúcar no período colonial; a utilização da mão-de-obra escrava; a

expansão do mercado consumidor e a concorrência de outros produtores; a

evolução na fabricação do açúcar, desde o trabalho manual nos engenhos até as

complexas usinas, destacando ainda, os principais derivados da cana-de-açúcar.

Palavras-chave: cana-de-açúcar; engenho; usina; economia e escravos.

ABSTRACT

This paper presents the activity of sugarcane at various times in our history,

highlighting the early days of its introduction in Portuguese America, the sugar trade

in the colonial period, the use of labor, slave labor, the expansion of the consumer

market and competition from other producers, developments in the manufacture of

sugar from the manual work in the mills to complex plants, also emphasizing the

main derived from cane sugar.

Keywords: sugarcane, sugar mill, power plant; economy and slaves.

3

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO......................................................................................................04

2. Conceito e Origem da Cana-de-Açúcar................................................................04

2.1 A introdução da Cana-de-açúcar no Brasil.........................................................05

2.2 A aquisição das terras para o plantio e o corte da cana ....................................06

3. O Engenho............................................................................................................08

4. A Sociedade Açucareira........................................................................................08

5. O comércio do açúcar no período colonial............................................................10

6. Mão de obra escrava.............................................................................................10

7. Expansão do mercado consumidor e a concorrência de outros produtores no

século XVIII...............................................................................................................12

7.1 Açúcar de Beterraba............................................................................................14

8. Passagem do Engenho para Usina.......................................................................15

9. Os derivados da Cana-de-açúcar..........................................................................16

9.1 Cachaça...............................................................................................................16

9.2 Rapadura.............................................................................................................18

10. Álcool/Etanol...................................................................................................... 19

11. CONCLUSÃO.....................................................................................................21

12. REFERÊNCIAS ..................................................................................................22

4

1. INTRODUÇÃO

O presente artigo tem como objetivo discutir a importância que a cana-de-

açúcar teve na História do Brasil, desde os seus primórdios até os dias atuais.

Para tanto, faz-se necessário mencionar a grande influência cultural, política,

econômica e social que a economia açucareira trouxe para nossos lares.

Muitos autores como Caio Prado Júnior e Gilberto Freyre, identificam a cana-

de-açúcar como elemento essencial na conformação étnica da população brasileira,

resultado da mistura de europeus, índios e de africanos.

A cana-de-açúcar deu sustentação para o crescimento e desenvolvimento

do Brasil, porém, de um lado, formou uma sociedade excludente e explorada,

através do uso da mão-de-obra escravista, tirando o direito à cidadania plena, e de

outro lado, implantou uma nova cultura para o povo brasileiro como a dança, a

música, comidas, religiosidade, etc.

Outro ponto que merece destaque no presente trabalho, são os subprodutos

da cana-de-açúcar, os quais estão integrados na rotina diária de toda população,

fazendo-se presente desde o café da manhã até os meios de locomoção para a

escola ou para o local de trabalho de grande parte dos brasileiros.

2. Conceito e Origem da Cana-de-Açúcar

A cana-de-açúcar é uma planta de tronco fino e comprido com folhas

também compridas e verdes. Seu tronco é macio e possui alta concentração de

açúcar1.

A cana-de-açúcar é uma planta que pertence ao gênero Saccharum. Há

pelo menos seis espécies do gênero, recebendo a cana-de-açúcar a designação

"Saccharum spp.2"

Assunto muito controvertido é o que define a idade da cana-de-açúcar no

mundo – entre 12 mil anos e 6 mil anos atrás. O lugar onde a planta germinou pela

primeira vez também é uma incógnita, devido à quantidade de gramíneas hibridas

existentes e à falta de documentação que certifique sua origem. Uma linha de

1 Cana-de-Açúcar - Características, canaviais, produção de álcool e açúcar, geração de

energia. Disponível em: http://www.suapesquisa.com/pesquisa/cana-de-acucar.htm. Acesso em 29

de abril de 2011. 2 Disponível em: http://pt.wikipedia.org/wiki/Cana_de_a%C3%A7ucar – Acesso em 30 de

dezembro de 2010

5

pesquisadores admite que a cana-de-açúcar tenha surgido primeiramente na

polinésia; alguns arriscam a Papua Nova Guiné como berço da gramínea. Os

estudiosos que admitem o surgimento da cana há 6 mil anos indicam a Indonésia,

Filipinas e norte da África como expansão natural nos 2 mil anos após o primeiro

registro da Planta3.

Todavia, é certo que a cana é de origem asiática, chegou à Europa no

período medieval trazida pelos árabes, foi introduzida em escala modesta, na Sicilia

(sul da Itália) e distribuída por Veneza. A grande revolução no mercado açucareiro

ocorreu com a produção das ilhas do Atlântico, cuja distribuição na Europa foi dada

à Holanda, que, assim quebrou o monopólio veneziano. É nesse contexto que irá

se dar a produção brasileira.

Durante centenas de anos, o açúcar foi considerado uma especiaria

extremamente rara e valiosa. Apenas nos palácios reais e nas casas nobres era

possível consumir açúcar. Vendido nos boticários (as farmácias de então), o açúcar

atingia preços altíssimos, sendo apenas acessível aos mais poderosos.

Segundo pesquisas,

Foi na Nova Guiné que o homem teve o primeiro contato com a cana-de-açúcar. De lá, a planta foi para a Índia. No "Atharvaveda", o livro dos Vedas, há um trecho curioso: "Esta planta brotou do mel; com mel a arrancamos; nasceu a doçura.... Eu te enlaço com uma grinalda de cana-de-açúcar, para que me não sejas esquiva, para que te enamores de mim, para que não me sejas infiel". A palavra "açúcar" é derivada de “shakkar” ou açúcar em sânscrito, antiga língua da Índia

4

Existem relatos ainda, de que a cana-de-açúcar expandiu-se para o

Ocidente graças a Alexandre, o Grande, no século IV a.C, sendo introduzida na

Europa pelos árabes, tendo os mouros iniciando seu cultivo na Espanha

(Andaluzia). Mais tarde, passou a ser cultivada em regiões mais quentes, mais

favoráveis à produção de açúcar: arquipélago das Canárias, pelos espanhóis, e

ilha da Madeira, pelos portugueses, vindo posteriormente a ser inserida no Brasil.

3 Disponível em: http./www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/cana-de-açucar/cana-de-açucar.

Php. Cana-de-Açucar. Acesso em: 10 de fevereiro de 2011. 4 A História da Cana-de-açúcar - Da Antiguidade aos dias atuais. Tudo sobre Plantas.

Disponível em: http://www.tudosobreplantas.com.br/blog/index.php/tag/cana-de-acucar/. Acesso em

29 de abril de 2011.

6

2.1 A introdução da cana-de-açúcar no Brasil

Cristovão Colombo trouxe a cana-de-açúcar para a América na segunda

viagem ao continente, em 1493, quando começou a ser plantada na atual república

Dominicana e Haiti, todavia, oficialmente, foi Martim Affonso de Souza, em 1532,

quem trouxe a primeira muda de cana ao Brasil e iniciou seu cultivo na Capitania de

São Vicente. Lá, ele mesmo construiu o primeiro engenho de açúcar. Mas foi no

Nordeste, principalmente nas Capitanias de Pernambuco e da Bahia, que os

engenhos de açúcar se multiplicaram.

O estudo da cana-de-açúcar no Brasil é um tema relevante, e para

compreensão do seu papel na história do país, se faz necessário destacar três ciclos

que marcaram a História da produção econômica no País: o ciclo da cana, do ouro e

do café, que logicamente ao lado de outros sistemas produtivos buscaram suprir o

mercado interno e externo.

Porém, a economia açucareira foi uma das que mais se destacou na

história do Brasil e continua em evidência até os dias atuais em virtude de vários

fatores, dentre eles: a alta qualidade do solo; clima favorável; terras férteis; mão-de-

obra farta e barata e pela valorização do produto no comércio externo.

2.2 A aquisição das terras para o plantio e o corte da cana

O ciclo da cana-de-açúcar teve início no Brasil em decorrência da

necessidade dos portugueses em colonizar e explorar as riquezas aqui existentes.

Assim, tendo em vista a experiência que os portugueses detinham nas Ilhas dos

Açores e da Madeira, Martin Afonso de Souza providenciou o plantio imediato das

mudas de cana nos arredores da povoação de São Vicente (São Paulo) e, depois de

um ano, tinha quantidade suficiente de mudas para distribuir aos colonos.

O plantio da cana ocorreu principalmente na região nordeste. Cumpre

esclarecer, que, em decorrência

das invasões de estrangeiros no Brasil, tornou-se necessário habitar a nova colônia. Para isso, o rei D. João III dividiu as terras pertencentes a Portugal, conforme o Tratado de Tordesilhas, em capitanias hereditárias, a exemplo do que havia sido feito em Madeira e Açores. As capitanias eram doadas pelo rei aos donatários – fidalgos portugueses que, em troca, deveriam povoar cultivar, desenvolver e defender, principalmente de invasores, as terras concedidas. A capitania mais importante na época do ciclo da cana era a Capitania de Pernambuco, que pertencia a Duarte Coelho, onde foi implantado o primeiro centro açucareiro do Brasil. Logo se seguiu o despertar da Capitania da Bahia de Todos os Santos – de

7

Francisco Pereira Coutinho – e, com o desmatamento da Mata Atlântica nativa, os canaviais expandiram-se pela costa brasileira 5.

Segundo José Roberto Miranda a cana-de-açúcar e o açúcar foram no

Brasil os responsáveis diretos pelo processo da colonização sistemática e

forneceram os substratos básicos para a formação da sociedade brasileira.

3. O Engenho

Engenho era o nome dado às unidades produtoras de açúcar no Brasil

colonial. O engenho era um complexo produtivo que, em geral, envolvia a parte

agrícola (cultivo da cana) e o setor manufatureiro (o engenho propriamente dito onde

se realizava o processamento da cana). Dentro dos engenhos havia também a casa-

grande (habitação do senhor de engenho e sua família), a senzala (habitação dos

escravos), a capela, a horta, a pastagem, etc.

Os engenhos apresentavam complexa estrutura física, eram construídos

com madeira de lei, forte e solida como exemplo o pau-brasil, jacarandá entre

outros6.

O engenho recebia esse nome porque era uma das ferramentas mais

efetivas de mecanização. O objetivo principal era transformar a manufatura em uma

só ferramenta, na qual todas as fases da produção e todas as máquinas convertem

se em uma grande unidade.7

As terras do engenho eram formadas por canaviais, pastagem e áreas

dedicadas ao cultivo de alimentos. A parte destinada ao cultivo da cana era dividida

em partidos explorados ou não pelo proprietário. No segundo caso, as terras seriam

cedidas aos lavradores, que eram obrigados a moer sua produção no engenho do

proprietário. Eram as chamadas fazendas obrigadas, nas quais o lavrador recebia

apenas a metade da sua produção em açúcar e ainda pagava o aluguel pela

utilização da terra.

Um engenho de porte médio contava com cinqüenta escravos; nos

grandes, a cifra subia para algumas centenas. Muitos engenhos possuíam

destilarias: local de produção de aguardente usada no escambo de escravos na

5 Disponível em: http//WWW.portalsofrancisco.com.br/alfa/cana-deaçucar/cana-deaçucar.php. cana-de-

açúcar. Acesso em: 10 de fevereiro de 2011.

MIRANDA, José Roberto. História da cana-de-açúcar. São Paulo: Editora Komedi, 2008, p. 52 7

ANTONIL. André João. Cultura e Opulência do Brasil. p. 113 8

Castro J. Org. A revolução da experiência. Lisboa. Ed. SNI, 1947.

8

África. Alguns existiam exclusivamente para esse fim: as engenhocas ou molinetes,

de proporções menores e menos dispendiosas.

Caio Prado destaca que o engenho era uma organização muito

dispendiosa, um mundo em miniatura que compreendia: a moenda, casa de purgar,

casa-grande, senzala, capela, oficinas, estrebarias, pastagens, mestre de açúcar,

purgadores, feitores, caixeiros, entre outros.

A casa do engenho possuía toda maquinaria e instalações fundamentais

para a obtenção do açúcar. Após a colheita, o açúcar era manufaturado em

instalações industriais constituídas pela moenda movida pela força animal, humana

ou da água; pela casa das caldeiras, onde ocorria a purificação e cozimento do

caldo e pela casa de purgar, onde se completava sua “branqueação”. Guardado em

caixas de até cinqüenta arrobas (cerca de setecentos e cinqüenta quilos), o açúcar

era então enviado para Portugal.

Gilberto Freyre afirma que nos princípios do século XVII, o autor dos

Diálogos das Grandezas do Brasil calculava que cada engenho devesse dispor:

primeiro, de boas terras; segundo, bastante água para as moendas; terceiro, matas

situadas perto do engenho para a extração de lenha e madeira, de 50 peças de bons

escravos e de 5 ou 20 juntas de bois com seus carros...Terra, água, matas, negros e

bois.

3.1 Tipos de engenho

A classificação mais comum para se definir o tipo de engenho tinha a ver com

o tipo de força que se usava para fazê-lo moer.

Segundo Ricardo Giraldez, havia dois tipos de engenhos, os reais e os de

tração animal ou humana. O engenho real era movido a água, apresentava grande

produtividade e por isso mesmo demandavam mais custos; e os de tração animal,

também chamados de trapiches, engenhocas ou molinetes, eram mais baratos, e

tinham capacidade produtiva estimada em cerca de 50% do volume total dos

engenhos reais. Eram movidos por bois e raramente por cavalos. Havia também

pequenas moendas movidas por escravos.

4. A sociedade açucareira

O posto mais elevado na complexa sociedade açucareira cabia ao Senhor

de Engenho, o qual desfrutava de admirável status social, como diz Antonil:

9

O ser senhor de engenho é título a que muitos aspiram, porque traz consigo o ser servido, obedecido e respeitado de muitos. E se for qual dever ser homem de cabedal e governo, bem se pode estimar no Brasil o ser senhor de engenho, quando proporcionadamente se estimam os títulos entre os fidalgos do Reino

8

Luiz Koshiba faz o seguinte relato sobre a sociedade açucareira:

Era formada pelas pessoas que viviam nas regiões produtoras de cana e de

açúcar, nos engenhos. A primeira coisa que se pode dizer sobre essa sociedade é

que era uma sociedade agrária, rural; uma sociedade que vivia da exploração da

terra.

A sociedade açucareira era patriarcal, onde o senhor de engenho tinha

autoridade absoluta sobre a mulher, os filhos, agregados e sobre qualquer um que

habitasse seus domínios.

Na sociedade açucareira existiam também lavradores livres, proprietários

de suas próprias terras, que moíam a sua cana em qualquer engenho, mas ao preço

de deixar nas mãos do senhor de engenho a metade do açúcar produzido.

Os lavradores livres e fazendas obrigadas não eram camponeses, mas

senhores de terras e escravos e, como tais, pertenciam à camada dominante da

sociedade.

Com o aumento da produção de cana-de-açúcar, o país precisou de mão-de-

obra para o trabalho nas lavouras, e os escravos, trazidos da África em navios

negreiros, vieram para esse trabalho. Isso aconteceu por volta do ano de 1535. 9

Nelson Piletti esclarece que nessa pequena sociedade fechada, que era o

engenho, havia dois grupos importantes: o grupo da casa-grande, habitação do

senhor de engenho, e o grupo da senzala, moradia dos escravos. Dois grupos

totalmente diferentes, mas que se relacionavam entre si.

Segundo Gilberto Freyre, é ilusão supor-se a sociedade colonial, na sua

maioria, uma sociedade de gente bem alimentada. Quanto à quantidade, eram-no

FREYRE Gilberto. Introdução à História da Sociedade Patriarcal no Brasil – Casa-grande & Senzala. Rio de Janeiro: 34 ª Ed. Editora Record, 1998, p.75

GIRALDEZ, Ricardo; VENTURA, Sandra. Cana de Açúcar – passado, presente e futuro no Brasil. 1ª Edição – São Paulo: Núcleo Comunicação Integrada, 2009, p. 80 e 81 8 ANTONIL, André João. p. 75 KOSHIBA, Luiz. História do Brasil. Atual Editora. 1945, p. 27

9 MIRANDA, José Roberto. p. 119

PILETTI, Nelson, História e vida, São Paulo: Ed. Ática, 2005, v.1 p.97 FREYRE, Gilberto. Introdução à História da sociedade patriarcal no Brasil – Casa-grande & Senzala. Rio de Janeiro: Maia e Schmidt Ltda, 1933, p. 33

10

em geral os extremos; os brancos das casas-grandes e os negros da senzala. Os

grandes proprietários de terras e os pretos seus escravos. Estes porque precisavam

de comida que desse para fazê-los suportar o duro trabalho.

Para FREYRE a alimentação do negro nos engenhos brasileiros podia não ser nenhum primor de culinária; mas faltar nunca faltava. E sua abundância de milho, toucinho e feijão recomendava-a como regime apropriado ao duro esforço exigido do escravo agrícola. O escravo no Brasil parece-nos ter sido com todas as deficiências ao seu regime alimentar, o elemento melhor nutrido em nossa sociedade patriarcal.

A utilização do trabalho escravo foi de suma importância para a agroindústria

canavieira no Brasil. Gilberto Freyre exalta a figura do negro, lembrando que sem ele

não teria havido colônia de plantação no Brasil e a civilização do açúcar não teria

chegado ao patamar que chegou.

O negro foi na verdade o pé-de-boi da colonização agrária do Brasil. Sem

ele, a colonização do nordeste pela cana-de-açúcar não se teria realizado tão

solidamente10.

5. O comércio do açúcar no período colonial.

O açúcar produzido no Brasil seguia em embarcações para ser refinado

na Holanda, já que eram eles quem os comercializava. Contudo, em decorrência de

problemas de ordem interna, as relações portuárias entre Portugal e Holanda foram

interrompidas, o que restou por culminar na idéia da Corte Holandesa tomar o

Nordeste Brasileiro. Apoiados pela Companhia das Índias Ocidentais, empresa

fundada em 1621, e pelos Estados Gerais das Províncias Unidas (governo da

Holanda na época), os holandeses desembarcaram no Brasil em 163011.

No decorrer do ciclo da cana-de-açúcar, os holandeses, figuras que

contribuíram para o êxito da economia açucareira, foram, por determinado período

os detentores do transporte e comercialização do açúcar brasileiro na Europa.

Desde o século XV, os holandeses já comercializavam o açúcar

produzido pelos portugueses nas ilhas atlânticas.

Enquanto os holandeses permaneceram no Brasil, adquiriram

conhecimentos técnicos necessários para implantarem sua própria base agro-

10 FREYRE, Gilberto. Introdução à História da sociedade patriarcal no Brasil – Casa

-grande & Senzala. Rio de Janeiro: Maia e Schmidt Ltda., 1933 p. 75. 11

Disponível em: http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/cana-de-açucar/cana-de-

açucar.php Cana-de-açúcar. Acesso em 10 de fevereiro de 2011.

11

manufatureira de açúcar, vez que, até então, eram somente financiadores e

Portugal os produtores.

Durante os séculos XVI e XVII a empresa açucareira brasileira foi a maior do

mundo Ocidental. A contribuição dos holandeses para a expansão do mercado

açucareiro foi um dos principais fatores para o êxito da colonização do Brasil.12

6. Mão de obra escrava

A escravidão no Brasil foi marcada principalmente pelo uso de escravos

africanos na atividade açucareira.

No porão dos navios negreiros que por mais de 300 anos cruzaram o Atlântico, dede a costa oeste da África até a costa nordeste do Brasil, mais de 3 milhões de africanos fizeram uma viagem sem volta, cujos horrores geraram fortunas fabulosas, ergueram impérios familiares e construíram uma nação. O bojo dos navios da danação e da morte foi o ventre da besta mercantilista: uma máquina de moer carne humana, funcionando incessantemente para alimentar as plantações e os engenhos, as minas e as mesas, a casa e a cama dos senhores – e, mais do que tudo, os cofres dos traficantes de homens

13.

“A mais antiga referência à importação de africanos para o Brasil é

encontrada num documento escrito em São Vicente em 3 de março de 1533, no

qual Pero de Góis pede ao rei 17 peças de escravos, forros de todos os direitos e

frete que soem pagar.

Em 1539, Duarte Coelho, donatário de Pernambuco repete o pedido,

insistindo também na isenção de impostos.

Mais bem adaptados ao modo de produção agrícola e ao trabalho

organizado, os negros se revelaram, de início, uma opção superior para os

senhores de engenho. Trocados por fumo e cachaça os escravos eram baratos na

África.

Eles eram plantadores e moedores de cana, derrubadores de mata e

semeadores de mudas; eram vaqueiros, remadores, pescadores, mineiros e

lavradores; eram artífices, caldeireiros, marceneiros, ferreiros, pedreiros e oleiros;

eram domésticos e pajens, guarda-costas, capangas e capitães-do-mato, feitores,

capatazes e até carrascos de outros negros. Estavam em todos os lugares: nas

12

Disponível em: http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/cana-de-açucar/cana-de-

açucar.php. Cana-de-Açúcar. Acesso em: 10 de fevereiro de 2011. 13

História do Brasil. Os 500 anos do pais em uma obra completa, ilustrada e atualizada. Folha

de São Paulo. Encarte das edições das segundas-feiras de 4 de agosto a 8 de dezembro de 1997. p.73.

12

cidades, nas lavouras, nas vilas, na mata, nas senzalas, nos portos, nos mercados,

nos palácios. Carregavam baús, caixas, cestas, caixotes, lenha, cana, quitutes, ouro

e pedras, terra e dejetos, Também transportavam cadeirinhas, redes e liteiras onde,

sentados ou deitados, seus senhores passeavam (ou até viajavam). Eles eram, de

acordo com o jesuíta Antonil, as mãos e os pés do senhor de engenho.”

(http://www.juliodiagonjusi.kit.net/historia_trajetoria_negro.htm)

A partir do instante em que o número de mulheres vindas da África

aumentou, e o trabalho forçado adquiriu feições também domésticas, muitas

escravas foram transferidas da senzala para o seio da casa-grande. Eram amas de

leite e mucamas, “escolhidas dentre as mais limpas, as mais bonitas, as mais

fortes!, como observou Gilberto Freyre em Casa-Grande & Senzala clássico da

historiografia brasileira quase inteiramente dedicado ao assunto14.

7. Expansão do mercado consumidor e a concorrência de outros produtores

em diferentes períodos.

O açúcar foi a base de sustentação da economia e da colonização do

Brasil durante os séculos XVI e XVII, sendo a empresa açucareira brasileira a maior

do mundo Ocidental. Contudo, no século XVIII a economia açucareira enfrentou

uma violenta crise.

Não tendo condições de arcar com os altos investimentos exigidos pela

fabricação de açúcar, os portugueses realizaram uma sólida parceria com os

comerciantes holandeses, sendo a contribuição dos holandeses um dos principais

fatores para o êxito da colonização do Brasil.15

O açúcar produzido no Brasil seguia em embarcações para ser refinado na

Holanda, já que eram eles quem os comercializava.

Em suma, os mercadores da região flamenga recolhiam o açúcar que

chegava à cidade de Lisboa e realizavam a distribuição do produto em várias

regiões da Europa, como França, Inglaterra e no Báltico. Em outros casos, os

14

História do Brasil. Os 500 anos do pais em uma obra completa, ilustrada e atualizada. Folha de São Paulo. Encarte das edições das segundas-feiras de 4 de agosto a 8 de dezembro de 1997. p.73. 15

(Disponível em: http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/cana-de-acucar/cana-de-

acucar.php Cana-de-Açúcar. Acesso em: 10 de fevereiro de 2011).

13

holandeses participavam da produção açucareira oferecendo empréstimos para a

construção de engenhos no Brasil16.

Contudo, em decorrência de problemas de ordem interna os problemas com

os flamengos derivam da União Ibérica e do processo de independência da

Hollanda face à Espanha, as relações portuárias (comerciais) entre Portugal e

Holanda foram interrompidas.

A Holanda ao fazer parte da República das Províncias Unidas passou a

lutar por sua autonomia em relação aos espanhóis. Ao incorporar Portugal,

aproveitando-se do seu controle sobre o Brasil, a Espanha planejou impedir que os

holandeses continuassem a comercializar o açúcar brasileiro.

Apoiados pela Companhia das Índias Ocidentais, empresa fundada em

1621, e pelos Estados Gerais das Províncias Unidas (Governo da Holanda na

época), holandeses desembarcaram no Brasil em 163017.

Desde o século XV, os holandeses já comercializavam o açúcar produzido

pelos portugueses nas Ilhas Atlânticas.

Enquanto permaneceram no Brasil, adquiriram conhecimentos técnicos

necessários para implantarem sua própria base industrial, vez que até então,

eram somente financiadores e Portugal os produtores.

Quando Portugal foi absorvido pela Espanha modificou-se profundamente o quadro político-econômico do Brasil, surgindo o interesse da Holanda em controlar o comércio do açúcar. Desse interesse surge uma guerra sem quartel contra a Espanha. Como efeito dessa guerra temos o controle, por parte dos holandeses, do transporte e comercialização de açúcar na Europa do século XVII

18.

Segundo Celso Furtado os holandeses deixam a colônia após Portugal

pagar uma soma de 63 toneladas de ouro aos holandeses.

Contudo, após a expulsão dos holandeses de Pernambuco, os mesmos

passaram a não só financiar, mas produzir o açúcar nas Antilhas, o que, de certa

forma, trouxe consequências negativas ao Brasil e reduziu a economia açucareira

no país, já que as colônias inglesas acolheram com entusiasmo a possibilidade de

16

SOUZA RAINER. Apogeu e Crise do Açúcar. Equipe Brasil Escola. Disponível em:

http://www.brasilescola.com/historiab/apogeu-acucar.htm. Acesso em 23 de maio de 2011.

17

Disponível em: http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/cana-de-acucar/cana-de-

acucar.php. Cana-de-Açúcar. Acesso em: 10 de fevereiro de 2011. 18

Disponível em: http://www.coladaweb.com/historia-do-brasil/ciclo-da-cana-de-acucar. Acesso em 20 de maio de 2011.

14

um intenso comércio com os holandeses, tendo em vista todas as vantagens

oferecidas.

Assim, o açúcar prosperou nas Antilhas e as conseqüências disto foram a diminuição da população de descendência européia e o aumento da população de escravos africanos. Nas colônias francesas nas Antilhas, tentou-se, por tentativa de Colbert, a adoção de medidas que evitassem a vertiginosa queda da população branca e tentou-se introduzir na ilha, em vão, atividades manufatureiras. Boa parte da população branca das Antilhas, particularmente holandeses donos de pequenas propriedades, se dirige ao Norte da América. Eles viram como única solução a venda de sua fatia de terra, já que a penetração do açúcar nas Antilhas minou qualquer esboço de se montar uma colônia de povoamento na região

19.

Em decorrência dessa crise do último quartel do século XVII, onde o

comércio estava voltado para o mercado externo, os holandeses passam a ter

praticamente todo o comércio dos países Europeus realizados por mar, que era o

meio mais rápido e importante da época e passam também a controlar a produção

de açúcar realizada pelo Brasil, haja vista que as terras que ficavam mais próximas

da Europa substituíram o açúcar brasileiro.

A partir desse momento, estaria perdido o monopólio e alterado os dois

grupos representativos da época, os portugueses produtores e os holandeses

financiadores20.

7.1 Açúcar de Beterraba – Século XIX

Outro acontecimento, que restou por prejudicar a economia açucareira no

Brasil, foi o aparecimento e comercialização do chamado “açúcar-alemão”, ou

ainda, o açúcar de beterraba, principalmente pela distancia entre o Brasil e os

portos consumidores, e pelo baixo nível técnico de produção.

Esse novo produto foi utilizado pelos países consumidores como um

produto substituto ao açúcar de cana, ocorrendo o agravamento da crise do nosso

açúcar e os maus efeitos decorrentes da monocultura latifundiária em nossa

economia21.

19

Formação Econômica do Brasil e Subdesenvolvimento. Disponível em:

http://kleimedeiros.blogspot.com/2010/06/formacao-economica-do-brasil.html. Acesso em 20 de

fevereiro de 2011. 20

Disponível em: http://www.coladaweb.com/historia-do-brasil/ciclo-da-cana-de-acucar. Acesso em 20 de maio de 2011. 21

(SCHWARTZ Fallíola. Disponível em: http://www.coladaweb.com/historia-do-brasil/ciclo-da-

cana-de-açucar. Acesso em: 07 de dezembro de 2010.

15

Há também o crescimento da produção do açúcar de cana em Cuba, no

Egito, Ilhas Maurício, na Ásia, etc.

O Brasil cai então para quinto lugar na lista de produtores de cana, com

apenas 8% da produção mundial. A economia açucareira teve nova queda e o

declínio da produção acentuou-se no fim do século, obrigando o Brasil a voltar-se

para o mercado interno, que era pequeno e estava fragilizado pela crise do

açúcar22.

Segundo Paulo Paranhos,

Em meados do século XVI o Brasil era detentor do monopólio do açúcar nos mercados europeus. Nos séculos XVII e XVIII, com o surgimento de políticas de comércio monopolístico, acentua-se a queda do preço do açúcar. Pelo fim do século XVIII a participação do Brasil diminuiu apenas a 10% do comércio açucareiro internacional, o qual foi saturado pela massa de produtores de colônias não-portuguesas, na zona do Caribe e da Ásia, bem como pela utilização do açúcar de beterraba, cultivada no extremo oriente da Europa

23.

Outro acontecimento que restou por prejudicar o açúcar brasileiro foi o

Bloqueio de Napoleão Bonaparte contra os navios ingleses transportadores de

açúcar do nosso continente para o mercado consumidor europeu24.

Todavia, apesar da crise, a agroindústria canavieira se reergueu, e

mesmo após séculos, continua sendo fonte de riquezas, trazendo grandes

benefícios e colocando o Brasil como principal produtor no mundo atual.

8. Passagem do engenho para usina

Até meados do século XIX os engenhos eram a principal indústria sucro-

alcooleira, esteio da economia do Brasil e, em especial, de Pernambuco, Rio de

Janeiro, Alagoas e São Paulo.

Tendo em vista a crise enfrentada, decorrente, dentre outros fatores, da

implantação do açúcar de beterraba, os complexos engenhos foram sendo

modernizados. Assim, a partir do século XIX foram introduzidos em Pernanbudo os

engenhos movidos a vapor.

22

(Disponível em: http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/cana-de-acucar/cana-de-

acucar.php. Cana-de-Açúcar. Acesso em: 10 de fevereiro de 2011). 23

PARANHOS, Paulo. O açúcar no Norte Fluminense. Disponível em:

http://www.historica.arquivoestado.sp.gov.br/materias/anteriores/edicao08/materia02/texto02.pdf. acesso em 20 de fevereiro de 2011.) 24

Disponível em: http://www.coladaweb.com/historia-do-brasil/ciclo-da-cana-de-acucar. Acesso em 20 de maio de 2011.

16

Nas últimas décadas do século XIX, alguns proprietários mais ricos e empreendedores, melhoraram as condições técnicas dos seus engenhos, com a implantação de máquinas para a produção do açúcar cristal. Esses engenhos modernos seriam chamados de engenhos centrais e usinas. Os engenhos centrais não tinham diferença do ponto de vista técnico das usinas, mas sim do ponto de vista econômico: geralmente pertenciam a uma sociedade, não possuíam terras e não desenvolviam atividades agrícolas.

25

Assim, com a evolução da agroindústria, os engenhos foram sendo

desativados, permancendo alguns até a segunda metade do século XX.

Muito diferente do período colonial, hoje o setor açucareiro conta com

grandes incentivos do mercado internacional. Ainda assim, muitas Usinas

encontram-se hoje paralisadas, ou desativadas, como por exemplo, no Estado de

Pernambuco, que já chegou a ter mais de cem usinas e hoje conta com somente

38.

Na atualidade, segundos os dados da EMPRAPA, no Brasil há 284 usinas

de açúcar e álcool, com um processamento de mais de 300 bilhões de toneladas de

cana por ano.

9. Os derivados da cana-de-açúcar

O sociólogo Gilberto Freyre afirmou certa vez que é por meio do cotidiano

que se fixam nos povos suas características e valores. Para Ricardo Giraldez, não

há dúvida: a cana e seus derivados forjaram a cultura do Brasil.

O açúcar brasileiro mudou os hábitos alimentares do mundo e enriqueceu

a culinária, inserindo no velho mundo o hábito das sobremesas.

Por que a maioria da humanidade aprecia tanto bolos, tortas, sorvetes,

chocolates e doces em geral? O simples fato de visualizar uma vitrine de doces já é

suficiente para aguçar nosso apetite e nos fazer pensar nos prováveis sabores.

A princípio, prescrito pela farmacopéia árabe, o açúcar também era

usado como tempero, ainda hoje uma pitada é recomendada para cortar o excesso

de sal.

25

GASPAR, Lúcia. Usinas de Açúcar de Pernambuco. Pesquisa Escolar On-Line, Fundação

Joaquim Nabuco, Recife. Disponível em: http://www.fundaj.gov.br. Acesso em 20 de maio de 2011.

GIRALDEZ, Ricardo; VENTURA, Sandra. Cana de Açúcar – passado, presente e futuro no Brasil. 1ª Edição – São Paulo: Núcleo Comunicação Integrada, 2009, p. 13

17

A humanidade é testemunha histórica desse apreço pelo sabor

adocicado, e os portugueses logo adquiriram o hábito de consumir açúcar de cana,

numa época em que na Europa o mel era praticamente único adoçante conhecido

(MIRANDA, 2008. p. 85)

Para Ricardo Giraldez, ”a cana-de-açúcar é uma verdadeira usina viva,

pois converte energia solar em diversos bioprodutos úteis, representando

oportunidades de desenvolvimento social, econômico e ambiental”. Durante o

período colonial o engenho produzia além do açúcar a cachaça, rapadura e a

garapa. Tendo em vista que o açúcar já foi amplamente comentado, será feito um

breve comentário acerca dos principais derivados.

9.1 Cachaça

Os descobridores da cachaça foram os escravos dos engenhos de

açúcar, em meados do século XVI. Na época, era considerada um produto de baixo

status, vez que era consumida principalmente pelos escravos.

A cachaça era produzida nas destilarias de aguardentes, que ficavam anexas

aos engenhos, eram lugares exclusivos para esse fim e eram chamadas de

engenhocas ou molinetes. Normalmente eram mais simples e mais acessíveis e

utilizavam como matéria prima, o melado, resíduo da produção do açúcar adquirido

nos engenhos.

Não se sabe com exatidão, quando ou onde foi feita a primeira cachaça no

Brasil e grande parte dos estudiosos do tema atribui ao acaso a criação da bebida.

É certo, porém, que a aguardente surgiu a partir das impurezas retiradas da borra

do caldo de cana, que fervia nos tachos de cobre durante o processo produtivo do

açúcar. Tempos depois, ao ser destilado, esse material daria origem à cachaça.

Ricardo Giraldez e Sandra Ventura esclarece que uma corrente de

historiadores acreditava que a bebida foi feita primeiramente em São Vicente, pois

Martin Afonso de Souza foi o primeiro donatário a se estabelecer oficialmente, com

infraestrutura de colonizador no território, em 1532. Outro grupo de estudiosos

aponta que o destilado nacional teria surgido em Pernambuco, capitania onde a

cana de açúcar floresceu.

18

Em razão do alto consumo, esses engenhos de cachaça foram se

espalhando e tornando a cachaça a bebida alcoólica mais consumida no Brasil

Colônia26.

Em decorrência,

a Corte Portuguesa proibiu sua produção, comercialização e consumo sob a justificativa de que seu consumo pelos escravos poderia ameaçar a segurança e a ordem da Colônia, e que prejudicava, também, o rendimento dos trabalhadores das minas de ouro e no comércio local. Entretanto, o principal motivo, segundo alguns historiadores, é que a cachaça produzida no Brasil começou a ganhar espaço junto à classe média da época, levando à diminuição do consumo da bagaceira, importada de Portugal e, consequentemente, arrecadando menos impostos

27.

Não logrando êxito, a cachaça tornou-se símbolo de resistência contra

dominação Portuguesa e passou a ser apreciada por alguns setores da elite e da

classe média do século XIX e XX.

Hoje, é considerada a mais brasileira de todas as bebidas e famosa em

todo o mundo28.

Segundo o Programa Brasileiro de Desenvolvimento da Aguardente de

Cana, Caninha ou Cachaça (PBDAC), a produção é em torno de 1,3 bilhão de litros

por ano, sendo que cerca de 75% desse total é proveniente da fabricação industrial

e 25%, da forma artesanal.

O Brasil consome quase toda a produção de cachaça; por volta de 1% a 2 %,

apenas, é exportado (2,5 milhões de litros). Os principais países compradores são:

Alemanha, Paraguai, Itália, Uruguai e Portugal.

O Estado da Bahia, tradicional produtor de cachaça de alambique,

desponta nesse mercado por não ser produzida em escala industrial, mas unidades

agroindustriais, o que garantem aroma e sabor suaves, próprios das bebidas

GIRALDEZ, Ricardo; VENTURA Sandra. Cana de Açúcar – passado, presente e futuro no Brasil. 1ª Edição – São Paulo: Núcleo Comunicação Integrada, 2009, p. 10, 132 e 133 26

SAKAU, Rogério Haruo. Agencia de informação Embrapa. Disponível em:

http://www.agencia.cnptia.embrapa.br/gestor/cana-de-

acucar/arvore/CONT000fiog1ob502wyiv80z4s473agi63ul.html. Acesso em 30 de maio de 2011. 27

SAKAU, Rogério Haruo. Agencia de informação Embrapa. Disponível em:

http://www.agencia.cnptia.embrapa.br/gestor/cana-de-

acucar/arvore/CONT000fiog1ob502wyiv80z4s473agi63ul.html. Acesso em 30 de maio de 2011. 28

SAKAU, Rogério Haruo. Agencia de informação Embrapa. Disponível em:

http://www.agencia.cnptia.embrapa.br/gestor/cana-de-

acucar/arvore/CONT000fiog1ob502wyiv80z4s473agi63ul.html. Acesso em 30 de maio de 2011.

19

artesanais. Para estimular o mercado o SEBRAE apóia iniciativas de produção por

todo o estado baiano29.

9.2 Rapadura

A Rapadura é um alimento típico da culinária brasileira, Produto de alto

teor nutritivo, altamente rico em ferro, cálcio, fósforo, sódio e potássio e por isso,

indicada para prevenção de anemias e para pessoas com intensa atividade

muscular.

A rapadura originou-se da raspagem das camadas (crostas) de açúcar

que ficavam presas às paredes dos tachos utilizados para fabricação de açúcar. O

mel resultante era aquecido e colocado em formas semelhante às de tijolos.

Há registro de que a rapadura tenha sido fabricada no ano de 1633, na

região do Cariri, Ceará.30

Todavia, existe contradição quanto ao local e data onde se iniciou a

produção de rapadura, haja vista que:

há quem diga que essa forma de produção teve início aqui, no Brasil, no Nordeste, estado da Paraíba, atual município de Areias, localizado na região serrana do estado, uma zona de clima ameno conhecida pelo nome de Brejo Paraibano. Fundado em 1605 como vila e elevado ao status de cidade em 1846, o lugar comemora a declaração de Patrimônio Histórico Nacional. Na intenção de manter viva a fabricação tradicional e o seu significado popular, a Universidade Federal da Paraíba criou, em Areia, na Fazenda da Várzea, o Museu da Rapadura, o único do país

31.

A maior parte dos engenhos de rapadura estão localizados no Sertão

Nordestino, mais precisamente na região de Triunfo e Santa Cruz da Baixa Verde,

em Pernambuco e a maioria deles mantêm a estrutura e tradição dos antigos

engenhos.

A comercialização da rapadura enfrenta grande problema, tendo em vista

que uma empresa alemã, denominada Rapunzel Naturkost AG registrou a patente

da marca rapadura nos Estados Unidos e na Alemanha. O registro consta nos

órgãos oficiais na Alemanha desde 1989, e nos Estados Unidos desde 1996.

29

Sebrae incentiva produção de cana-de-açúcar e seus derivados. Fonte: Sebrae/BA.

Disponível em: http://www.sebrae.com.br/uf/bahia/setores-de-atuacao/agronegocios/derivados-de-

cana-de-acucar. Acesso em: 13-04-2011. 30

Engenhos de Rapadura. Disponível em:

http://basilio.fundaj.gov.br/pesquisaescolar/index.php?option=com_content&view=article&id=263&

Itemid=184. Acesso em 01 de junho de 2011. 31

Disponível em: http://www.viaintegral.com/via2007/paginas/rapadura.htm.Acesso em 31 de maio de 2011.

20

A descoberta do registro foi feita só em 2006. Na época, pedidos e notificações pela anulação da patente foram endereçados ao Itamaraty, ao Ministério Público Federal e às embaixadas da Alemanha e dos Estados Unidos no Brasil. Em vão. Por isso, produtores brasileiros só podem exportar o doce típico com essa marca para os dois países, se pagarem direitos de comercialização à Rapunzel

32.

9.3. Álcool/Etanol

Segundo Ricardo Giraldez e Sandra Ventura, o álcool, surgiu como tema

de estudos durante o governo Venceslau Brás, em 1914. Por conta das dificuldades

oriundas da primeira Guerra Mundial, foram realizadas pesquisas visando à

substituição da gasolina pelo álcool. Essa idéia tomou corpo durante o governo

Vargas (1930-1945/1951-1954), que passou a adicionar álcool anidro à gasolina.

Assim, em 1931, atendendo aos interesses da indústria sucroalcooleira, o

governo de Getúlio Vargas instituiu a obrigatoriedade da adição de álcool anidro à

gasolina consumida no território nacional, à proporção de 5% em volume.33

Depois disso, a produção e o consumo do álcool no Brasil foi crescendo,

tendo em vista a implantação do Programa Nacional do Álcool, o Proalcool, em

novembro de 1975, como será oportunamente discutido.

Atualmente, a denominação correta passou a ser etanol, tendo em vista

determinação da Agencia Nacional do Petróleo ANP publicada em 13 de dezembro

de 2009, vejamos:

A Agencia Nacional do Petróleo (ANP) determinou que a partir do mês de setembro do ano que vem, será obrigatória a utilização do termo “etanol” em vez de “álcool” em todos os postos de combustível do país. O diretor de comunicação corporativa da Única (União da Industria de Cana de Açúcar), Adhemar Altieri, disse que na medida em que o etanol se torna de interesse global, é essencial o Brasil adotar a nomenclatura que o

mundo inteiro usa34.

O etanol CH3CH2OH, é o constituinte principal do álcool combustível e

um dos principais alcoóis que existem, sendo ele incolor, inflamável e de odor

característico. Ele é miscível em água e em outros compostos orgânicos.

32

Disponível em: http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/cana-de-acucar/rapadura-

5.php. Acesso em 20 de maio de 2011. GIRALDEZ, Ricardo; VENTURA, Sandra. Cana de Açúcar – passado, presente e futuro no Brasil. 1ª Edição – São Paulo: Núcleo Comunicação Integrada, 2009, p. 14 33

LEME, Rodrigo Marcelo. ÁLCOOL COMBUSTÍVEL DERIVADO DA CANA-DE-AÇÚCAR E

O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL. Disponível em:

http://www.feagri.unicamp.br/energia/agre2004/Fscommand/PDF/Agrener/Trabalho%20110.pdf 34

Blog Andando sobre Rodas. Disponível em:

http://tfzeh.blogspot.com/2009/12/alcool-ou-etanol.html. Acesso em 01 de junho de 2011.

21

O etanol pode ser obtido através da fermentação dos açúcares. Este é o

método mais comum no Brasil, que utiliza a cana-de-açúcar para obter os açúcares

que darão origem ao etanol. Este álcool é o que se encontra em todas as bebidas

alcoólicas, assim como no álcool combustível e na gasolina, como um aditivo35.

Atualmente, o Estado de São Paulo concentra a maior quantidade de

canaviais do País. As usinas produzem álcool, principalmente o etanol para ser

usado como combustível de automóveis.

O etanol é bem menos poluente em comparação aos combustíveis

fósseis (derivados do petróleo: diesel e gasolina).

A produção mundial de etanol aproxima-se dos 40 bilhões de litros, dos

quais presume-se que até 25 bilhões de litros sejam utilizados para fins energéticos.

O Brasil responde por 15 bilhões de litros deste total.

Segundo notícia publicada em nove de maio de 2008, os produtos

derivados da cana-de-açúcar geram mais energia que usinas hidrelétricas, vejamos:

O crescimento do mercado de etanol no país, que em fevereiro último ultrapassou o consumo de gasolina pela primeira vez nos últimos 20 anos, fez os produtos derivados da cana-de-açúcar ultrapassarem, em 2007, a fonte hidráulica como geradora de energia, ficando atrás apenas do petróleo e seus derivados. Entre os derivados, estão o próprio etanol e o bagaço, usado como fonte geradora de calor e energia. Os números da EPE foram apresentados pelo seu presidente, Maurício Tolmasquim. Ele disse que a nova posição ocupada pela cana-de-açúcar é irreversível e deve-se, principalmente, ao consumo de etanol no país. "O ano passado foi muito importante e simbólico para o setor energético do Brasil: primeiro 70% do crescimento de energia no país foi devido à expansão das fontes renováveis, o que reforça o papel de um país com qualidade muito boa em sua matriz energética; e em segundo lugar, a cana-de-açúcar passou a ser mais importante na matriz energética do que a energia hidráulica. Portanto, é um ano simbólico porque durante décadas, a energia hidráulica era a segunda fonte na matriz depois do petróleo. E tudo indica que isso é uma tendência que veio para ficar".

36

Não restam dúvidas de que governo, iniciativa privada e sociedade civil

devem se unir e trabalhar juntos em prol da geração sustentável dos

biocombustíveis. A experiência do nosso país com o etanol pode e deve ser

adotada e adaptada por diversos países. Dessa forma estaremos democratizando o

acesso à energia e contribuindo à paz mundial37.

35

MEDEIROS, Miguel A. Álcool ou Etanol? Publicado em 04 de julho de 2004. disponível em:

http://www.quiprocura.net/etanol.htm. acesso em: 01 de junho de 2011 36

Disponível em: http://www.agrosoft.org.br/agropag/100838.htm. Acesso em 26 de maio

de 2011. 37 GIRALDEZ, Ricardo; VENTURA, Sandra. Cana de Açúcar – passado, presente e

futuro no Brasil. 1ª Edição – São Paulo – Núcleo comunicação Integrada – 2009, p. 10.

22

10. CONCLUSÃO

Da análise da presença da cana-de-açúcar no Brasil, desde os primórdios

até os dias atuais, constata-se que o produto se tornou um dos principais

componentes da história econômica brasileira, tornando-se elemento formador na

identidade do País.

Mesmo passando por diversos períodos de crise, o comércio do açúcar, fez

com que o Brasil superasse importantes países no comércio internacional.

A mão-de-obra escrava, presente e marcante na história da cana-de-açúcar

foi um sustentáculo para a formação da nossa sociedade, que teve no ápice o

Senhor do engenho e na base o escravismo.

Com a evolução da agroindústria, os engenhos foram sendo desativados e

substituídos pelas complexas usinas.

A cana-de-açúcar é assim, fonte geradora de riquezas e representa grande

oportunidade de desenvolvimento social, econômico e ambiental, não só para o

País, mas também para todo o mundo, através da diversidade de bioprodutos que

dela se derivam.

11. REFERÊNCIAS

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23

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