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SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO –
SEED
SUPERINTENDÊNCIA DA EDUCAÇÃO – SUED
PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO
EDUCACIONAL – PDE
ROSÂNGELA MARIA BALDINI SARAGIOTO SPADA
O RACISMO ATRAVÉS DE TEXTOS JORNALÍSTICOS COMO
INSTRUMENTO DE MOTIVAÇÃO À LEITURA EM LEM
Santa Terezinha de Itaipu - PR
2012
ROSÂNGELA MARIA BALDINI SARAGIOTO SPADA
O RACISMO ATRAVÉS DE TEXTOS JORNALÍSTICOS COMO
INSTRUMENTO DE MOTIVAÇÃO À LEITURA EM LEM
Material Didático -Pedagógico – Unidade
Pedagógica apresentada ao Programa de
Desenvolvimento Educacional – PDE da
Secretaria Estadual de Educação do
Paraná – SEED, sob a orientação do
Professor: Mestre Valdomiro Polidório.
Santa Terezinha de Itaipu - PR
2012
O RACISMO ATRAVÉS DE TEXTOS JORNALÍSTICOS COMO INSTRUMENTO DE MOTIVAÇÃO À LEITURA EM LEM
Autor ROSÂNGELA MARIA BALDINI SARAGIOTO SPADA
Disciplina/Área LÍNGUA ESTRANGEIRA
Escola de Implementação do Projeto e sua localização
COLÉGIO ESTADUAL CARLOS ZEWE COIMBRA
Município da Escola SANTA TEREZINHA DE ITAIPU
Núcleo Regional de Educação FOZ DO IGUAÇU
Professor Orientador MESTRE VALDOMIRO POLIDÓRIO
Instituição de Ensino Superior CASCAVEL
Relação Interdisciplinar Língua Estrangeira e Literatura
Resumo O presente projeto tem como objetivo apresentar as reflexões iniciais acerca de textos jornalísticos, de sua relação com a oralidade e produção textual, da realidade do mundo do trabalho com gêneros discursivos/ textuais e da aplicação de sequências didáticas, em ações focadas na oralidade observando a interpretação através de textos jornalísticos. Este trabalho será desenvolvido com alunos do Ensino Fundamental da rede pública e tem a intenção de contribuir para com a formação do aluno e destacar a importância da segunda língua, voltado aos estudos de aspectos dos gêneros discursivos, bem como os elementos composicionais, temáticos e estilísticos do gênero textual. A partir da base teórica, os gêneros discursivos textuais são tomados como objeto de ensino de Língua Estrangeira, uma vez que reflete a interação, a opção pelo gênero diálogo é relevante, pois permite aos alunos o interesse pelo assunto, propiciando muitas discussões e questionamentos. Acredita-se que este trabalho oportunizará aos envolvidos o desenvolvimento de habilidades estimulando-os através da oralidade e escrita; a utilização de estratégias para interpretação e a leitura com objetivos; conhecimentos que compõem a estrutura do gênero; bem como o reconhecimento do gênero textos jornalísticos frente a outros.
Palavras-chave: Leitura; Ensino; Gênero Textual.
Formato do Material Didático Unidade Didática
Público Alvo Alunos do Ensino Fundamental, do Colégio Estadual Carlos Zewe Coimbra.
APRESENTAÇÃO
Quando lemos determinada notícia em jornais ou revistas, a busca de
um significado para aquilo que foi lido é o primeiro passo para que haja uma
interação entre autor e leitor.
Ler e compreender um texto depende de muitos fatores. Algumas vezes
não entendemos certas sequências textuais por não conhecermos
determinados termos ou assuntos. Isso depende, única e exclusivamente, do
conhecimento de mundo de cada um. Em outras situações, não as
compreendemos porque falta coerência e coesão aos enunciados.
Os diferentes gêneros textuais que circulam em jornais e revistas de
países, cuja língua oficial é o Inglês, são propícios para motivar os alunos a
entrarem em contato, bem como obter proficiência na Língua Inglesa.
A globalização é fato consumado, assim, há de se buscar
encaminhamentos metodológicos que contribuam para o uso da LEM, haja
vista a importância da aquisição de uma segunda língua em um mundo em que
as fronteiras romperam-se, em alguns aspectos, mas que, em muitos outros,
de âmbito social, ainda precisam avançar. É nessa dinâmica que esta Unidade
Didática propõe abordar o tema racismo, que é um sinal visível de segregação
social por questões étnicas. Tendo em vista que resta ao seu lírico a confiança
na vitória do bem sobre o mal, remetemos a ideia da possibilidade de ascensão
social do negro. De que maneiras o negro poderia ascender socialmente? Por
que isso ainda não ocorreu, apesar da abolição dos escravos ter ocorrido há
mais de um século?
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
A leitura do texto jornalístico é imprescindível para a formação do leitor,
capaz de entender, integrar-se e atuar na realidade social em que está
inserido, via a formação de opiniões e mediante o desenvolvimento da
capacidade de reflexão, essencial para assegurar sua participação como
cidadão do mundo. Visando a propiciar o desenvolvimento do leitor crítico,
exigido pela nova ordem social e pelos princípios estruturadores da atual
proposta curricular para o Ensino Fundamental, abordaremos o gênero
discursivo, notícia jornalística, o qual tem como objetivo um fato novo,
despertando o interesse em interagir com o outro no sentido autor-texto-leitor.
Dessa forma, o leitor irá conhecer um pouco da história da notícia,
reconhecê-la nos enredos do jornal/revista/Internet, etc., juntamente com suas
características, diferenciando-a de outros textos que aparecem na mídia
escrita.
De acordo com Bakhtin (1997), conceitua-se gênero a partir de critérios:
as condições específicas e as finalidades de cada uma das esferas da
atividade humana, o conteúdo temático, a construção composicional e o estilo.
Nesse contexto, os gêneros têm uma forma relativamente estável, que os
falantes reconhecem e usam, uma vez que a linguagem só se realiza em
gêneros. A quantidade e a diversidade de gêneros orais e escritos são,
portanto inúmeras.
De acordo com os PCNs (1998), os gêneros do discurso são
instrumentos privilegiados para o ensino de línguas.
Observando as propostas pedagógicas para o ensino de línguas
estrangeiras, destacam-se, principalmente nas Diretrizes Curriculares de
Língua Estrangeira (2008), os vários gêneros textuais, através dos quais são
desenvolvidas as práticas discursivas de oralidade, leitura e escrita. Ao
considerar essa forma de trabalho não prioritária, mas necessária, as DCEs
nos incentivaram à pesquisa a fim de aprofundar os conhecimentos sobre os
gêneros textuais, para assim, encontrarmos fundamentos para propor
atividades de uso dos mesmos em sala de aula.
Um ensino produtivo de língua desenvolve suas potencialidades em
termos de competência linguística. Para atingir tal propósito, defende-se que o
ensino para se tornar produtivo deva ser pautado pelo desenvolvimento de
diversas estratégias de leitura associado à ampla abordagem de diferentes
gêneros textuais, já que estes são textos originais veiculados pelas mídias
sociais. Como consequência, o aluno-leitor teria acesso aos mais variados
gêneros e tipos textuais, o que proporciona um universo de informações e auto-
construção do conhecimento.
A leitura de textos, em sala de aula e fora dela, pressupõe que o leitor
acione sua memória e ative os diversos tipos de conhecimentos. Para Kleiman
(1989), tanto o conhecimento linguístico, quanto o textual e o de mundo são
indispensáveis para que o leitor construa o sentido do texto. O primeiro, refere-
se a palavras, aos sintagmas e às estruturas frasais. O segundo, está
relacionado aos tipos e estruturas textuais, e o terceiro, está relacionado ao
conhecimento adquirido ao longo da vida, o qual colabora nas inferências e
compreensão de pressupostos, fazendo com que o leitor perceba as pistas
deixadas pelo autor, preenchendo as lacunas e tornando o texto significativo.
Já para Moita Lopes, (1996, p.140), há dois tipos de conhecimento
utilizados em relação à linguagem no processo de leitura e interpretação. O
primeiro – compreende o conhecimento extralinguístico e o conhecimento
prévio do leitor, são esquemas mentais que ajudam nas inferências do leitor, os
quais são associados às ideias expressa no texto. O segundo - conhecimento
sistêmico – refere-se à competência linguística, a qual engloba o nível lexical,
sintático e semântico desenvolvidos pelo indivíduo-leitor.
As teorias de esquemas não consideram a leitura como um ato
comunicativo. Por isso, sugere-se que esse modelo seja complementado, de tal
forma, que haja uma efetiva interação comunicativa entre leitor e escritor, pois,
este deixa suas marcas linguísticas, transparecendo seu modo de ver e
perceber os fatos. O leitor, por sua vez, aciona seus conhecimentos e faz
inferências sobre o que foi escrito, construindo, desse modo, o sentido do texto.
Percebe-se que tanto Kleiman (1989), quanto Moita Lopes (1996), embora
empregando diferentes nomenclaturas, convergem para o mesmo ponto, ou
seja, para uma leitura efetiva, necessita-se de diversos componentes pré-
existentes ao momento da leitura.
O professor como mediador e facilitador no ensino-aprendizagem deve
promover algumas estratégias de leitura como, por exemplo, ativar o
conhecimento prévio do aluno por meio de determinadas perguntas que
tenham relação com o que vai ser lido, levar o aluno a distinguir o essencial do
que é pouco relevante, esquematizando uma hierarquização, para construir o
significado global do texto. Para isso, é necessário, as ideias iniciais. Além
disso, o professor pode instigá-lo a interagir com o texto, criando expectativas
ou, ainda, fazendo previsões. Esses procedimentos, a princípio, devem ser
feitos com o auxílio do professor, o que mais tarde, deve tornar-se um hábito
no aluno.
Dentro do vasto universo de informações que circulam, atualmente,
devido aos modernos meios de comunicação, podemos encontrar uma vasta
produção e difusão do conhecimento, mais propriamente no campo intelectual,
em que se destacam os diferentes textos materializados em gêneros textuais,
os quais circulam nos jornais e revistas da mídia impressa e eletrônica.
Para Bakhtin (1979), os gêneros não são padrões rígidos e inflexíveis,
não devem ser vistos como fôrmas. As estruturas genéricas admitem variações
advindas de fatores culturais e individuais, que possibilitam a capacitação do
aluno a se tornar um leitor/produtor de textos competente, desde que ele se
aproprie do gênero e o explore criativamente (Ramos, 2004).
Para tanto, segundo a autora, é importante que se garanta a exposição
do aluno a diversos gêneros, autêntica e adequada, possibilitando a percepção
das diferenças e similaridade entre eles, além da familiarização com o que
circula no mundo real.
Sem perder de vista a noção de leitura como prática social, é importante
referências Grabe e Stoller (2002), quando afirmam que a habilidade de ler
pode ser entendida como a capacidade do leitor de construir o sentido ao
combinar o que está sendo lido com as informações prévias já conhecidas e
com suas expectativas e objetivos de leitura.
A leitura de textos jornalísticos é um processo dinâmico em que o leitor
se envolve ativamente na recriação do sentido do texto, tomando por base não
só o seu conhecimento anterior (prévio, textual e léxico-sistêmico), as
condições de produção textual, mas também seus propósitos de leitura e suas
escolhas no uso de estratégias de leitura,elencadas a seguir:
SKIMMING- olhada rápida pelo texto para ter uma ideia geral do assunto
tratado.
SCANNING- localização rápida de informação do texto.
Uso de títulos e subtítulos, legendas e suporte (ou portador) do texto.
Uso do contexto e cognatos.
Uso de pistas textuais (pronomes, conectivos, articuladores, etc).
Uso de palavras chave para construir a progressão temática.
Construção de inferências.
Transferência de informação: do verbal para o não verbal (resumos do que foi
lido na forma de tabelas, esquemas ou mapas conceituais).
Fundamentado em Nunan (1999, p. 256-266).
Quando se fala que o contato com textos da vida cotidiana é um
estímulo para as habilidades de leitura e produção textual, parte-se do
pressuposto de que quanto maior o contato do aluno com os diferentes tipos de
textos, oriundos dos diversos domínios discursivos, maior será sua capacidade
de refletir sobre os mecanismos linguísticos e extralinguísticos que estão
presentes no processo comunicativo. Enfim, maior será sua competência
comunicativa.
Os textos jornalísticos são produzidos com base em quatro intenções
básicas, chamadas categorias jornalísticas (Erbolatto,2002):
a) Informativo: relatar os fatos o mais objetivamente possível.
b) Interpretativo: além de informar, interpretar os fatos. Contextualiza um
fato em três direções: antecedentes, o próprio contexto e consequências
ou possíveis desdobramentos.
c) Opinativo: expressa um ponto de vista a respeito de um fato ou de um
assunto.
d) Diversional: busca tornar o jornalismo mais agradável e atrativo.
Informações que visam à distração dos leitores. Privilegia um estilo
descolado.
Com base nessas quatro categorias, as matérias no jornalismo são
produzidas em determinados gêneros. Não é uma tarefa fácil proceder a uma
classificação dos gêneros jornalísticos.
Portanto, desenvolver atividades de leitura em Língua Estrangeira
Moderna (LEM) através de textos informativos retirados de jornais e revistas
aumentar o interesse e a motivação pela leitura e para o desenvolvimento
intelectual mais crítico dos alunos, buscando uma transformação no
comportamento e atitudes.
Gêneros textuais inseridos em jornais e revistas são meios importantes
que permitem aos educandos acessar um material bastante conhecido e
difundido. Sendo que talvez faltem apenas as reflexões necessárias para que
os alunos percebam as diferentes formas de se comunicar e que essas formas
variam de acordo com cada finalidade, mas o aluno precisa discernir, através
dos diferentes gêneros, o objetivo de cada um deles, para que realmente possa
entender e apropriar-se da mensagem contida em cada texto. Ao abordar o
assunto “gêneros textuais e ensino”, podemos referenciar Marcuschi: “quando
ensinamos a operar com um gênero, ensinamos um modo de atuação
sociodiscursivo numa cultura e não um simples modo de produção textual.”
(Marcuschi, 2006, p.24). Ao fazer essa afirmação, o autor concebe o gênero
como uma prática social. Os gêneros espelham uma forma de vida da
sociedade, na qual ele circula, mostrando como esta sociedade se organiza,
em todos os seus aspectos, em todas as esferas. Assim sendo, os gêneros
devem ser vistos na relação com as práticas sociais.
Compartilhando deste posicionamento pode-se afirmar que, sendo a
escola um local onde as práticas sociais acontecem, e levando-se em
consideração o papel que essa instituição exerce na formação de indivíduos
conscientes, aptos a exercer seu papel no interior da sociedade à qual
pertencem, em diferentes contextos, pode-se acreditar que o ambiente escolar
é propício para o trabalho com gêneros textuais.
No ensino de línguas estrangeiras, (LEM) Swales (1990) destaca-se em
uma perspectiva que tenta articular a linguagem e práticas sociais em
contextos acadêmicos e profissionais. Sua abordagem de análise linguística
preocupa-se com as escolhas que configuram o texto, porém perceber o texto
dentro do seu contexto, precisando muitas vezes de conhecimentos além
daqueles relevantes ao próprio texto. (Cf.Hemaís e BIASI-RODRIGUES, 2007,
p.110).
Segundo a definição de gêneros de Swales (1990),
Um gênero compreende uma classe de eventos
comunicativos, cujos membros compartilham os mesmos
propósitos comunicativos. Estes propósitos são
reconhecidos pelos membros especialistas da comunidade
discursiva de origem e, portanto, constituem o conjunto de
razões para o gênero, essas razões moldam a estrutura
esquemática do discurso e influenciam e impõem limites à
escolha de conteúdo e de estilo. (SWALES, 1990, p.58)
Essa definição de gêneros evidencia três conceitos chaves para
entender o que é gênero: o evento comunicativo, o propósito comunicativo e a
comunidade discursiva. Por propósitos comunicativos, o autor entende que é a
existência deste que torna um conjunto qualquer de eventos comunicativos em
gêneros. Para Swales (1990), o propósito comunicativo compartilhado pelos
membros da comunidade discursiva onde o gênero é utilizado constitui o
aspecto principal para definir o gênero, mesmo sendo este algumas vezes
difícil de ser identificado. A forma mais coerente para se trabalhar o ensino dos
gêneros textuais é, portanto, levar os alunos a interagir em situações concretas
de uso da língua. Por isso, é importante se ter a consciência de que a
Instituição Escolar “(...) é tomada como autêntico o lugar de comunicação, e as
situações escolares, como ocasiões de produção e recepção de textos (...)”
(SCHUNEWLY e DOLZS, 2004, p.78).
Ramos (2004, p.115), por sua vez, complementa a visão apresentada
por Swales (1990).
Ao afirmar que o gênero é entendido como um processo
dinâmico e social, com um ou mais propósitos
comunicativos, altamente convencionalizado e estruturado.
Além disso, de acordo com a autora, o gênero é
reconhecido e mutuamente compreendido pelos membros
da comunidade na qual ele ocorre rotineiramente e opera
não somente dentro de um espaço textual, mas também
discursivo, tático, estratégico e sócio-cultural.
Visto que gênero tem uma função social importante definida, referencia-
se (Ramos,2004, p.116) quando defende que o ensino de gêneros é “um
recurso pedagógico poderoso” (Ramos, 2004, p.116) para o ensino de língua
estrangeira. Quando se propõe a aprendizagem de uma língua estrangeira
centrada na abordagem de gênero, em questão, na sociedade, com o
reconhecimento de suas características textuais e das reais intenções do
enunciador – no caso aqui estudado, uma empresa que veicula um anúncio de
emprego em um jornal. Ao propor que os alunos trabalhem com gênero, o
professor de línguas está preparando-os para futuras utilizações que envolvam
os mesmos tipos de gêneros abordados em sala de aula, mas com uma
consciência muito mais crítica quanto aos reais objetivos dos textos que
circulam na sociedade.
Quanto mais cedo os educandos começarem a ter acesso a uma
variedade de gêneros textuais, mais eficaz será o desenvolvimento da sua
autonomia em relação ao uso social da língua. Pois, a prática de aproximação
do educando com a diversidade textual proporciona tempo para a leitura,
produção, compreensão e entendimento do funcionamento e das
características dos gêneros textuais. Conforme Koch e Elias (2009, p.54), o
contato com os gêneros possibilitaria aos alunos o exercício da sua “(...)
competência metagenérica, que diz respeito ao conhecimento de gêneros
textuais, caracterização e função (...)”. Assim, os aprendizes poderiam exercitar
não só a capacidade de identificar os gêneros, mas também de escolher os
mais adequados a cada situação comunicativa. Com base no que foi
mencionado até aqui, percebe-se que o trabalho com os gêneros textuais
poderá levar os sujeitos a desenvolverem o prazer pela leitura e pela escrita,
expondo em seus textos todos os seus conhecimentos construídos. Contudo,
cabe ao educador apresentar e trabalhar com os alunos os gêneros textuais
que circulam no cotidiano escolar e não escolar, permitindo que os aprendizes
ampliem sua capacidade de uso social da linguagem (oral e escrita).
Parafraseando o que diz Pinto, (2005, p. 47), os alunos chegam à
graduação com um conhecimento muito escasso, incapazes de reconhecer
problemas de ordem como sintaxe ou léxico da língua, quanto menos, da
língua inglesa. Em decorrência desse problema, esses alunos levam um tempo
muito longo para iniciar o estágio de conhecimento que já deveriam trazer em
sua bagagem ao chegar a um curso superior. Portanto, até que esses tomem
conhecimento dos gêneros textuais e dos princípios organizacionais de cada
texto, perde-se muito tempo na apreensão de um conhecimento que já deveria
estar pronto.
Sob este aspecto, a deficiência de se ensinar gêneros textuais em sala
de aula, principalmente em salas de ensino médio, torna-se cada vez mais
complicado, visto que, como citamos anteriormente, nosso aluno chega a essa
etapa com uma defasagem de conhecimento no que concerne a gêneros
textuais, o que implica na retomada de um processo de conhecimento básico, o
qual já deveria ter sido assimilado pelo aluno. Perante esse panorama, nada
mais relevante do que incluir em nosso estudo a importante comprovação
citada no projeto apresentado pela Me. Maria V. B. Benassi sob a seguinte
teoria: A noção de gêneros em Bakhtin (1992, p.279) revolucionou a discussão
teórica sobre a ideia de que gêneros são tipos relativamente estáveis de
enunciados elaborados nas diferentes esferas sociais e subjacentes aos PCNs
(BRASIL, 1998), parte da premissa de que produzir linguagem é produzir
discursos. Para Bakhtin, três elementos configuram o gênero: o tema
(condições de produção); a estrutura composicional (estrutura) e o estilo
(aspectos formais). O discurso quando produzido manifesta-se por meio de
textos concretizados gêneros textuais, que, ao contrário das conhecidas
modalidades (narração, descrição, dissertação), são infinitos. Os jornais e
revistas trazem textos ricos e que apresentam culturas diversificadas e muitas
vezes desconhecidas pela falta de prática de leitura. Por isso, é necessário
criar dentro do planejamento de aula um projeto que vise aproximar o
educando da prática de leitura utilizando a mídia como estímulo.
A leitura sempre será o principal vínculo de aprendizagem. Hoje, mais do
que nunca, o aluno precisa conhecer as características dos textos que circulam
na sociedade, através dos meios de comunicação.
Realizar a leitura é oralizar um texto escrito e, de acordo com essa ótica,
a escola, por muito tempo, opera com a concepção de que “Ler é decodificar a
escrita”, e ela ainda se faz presente em vários métodos escolares de ensino de
leitura.
Kleiman (2004, p.10) propõe uma nova concepção para o ensino de
leitura – a concepção sócio-interativa – defendida como uma alternativa para
substituir a concepção utilizada na escola, obsoleta e empobrecida – a da
leitura como decodificação. Para essa autora, que segue a linha dos estudos
de Vygosty, para se chegar ao ensino aprendizagem eficiente, a leitura precisa
ser uma atividade de compreensão, resultante de uma prática social e
interativa entre textos, leituras e interlocutores. Assim, para ela, a
aprendizagem – no caso, o aprender a ler – ocorrerá por meio de interação
entre os sujeitos envolvidos nesse processo. Quanto à leitura e ensino, para
Kleiman (2004, p.49) ainda, cabe ao professor auxiliar o aluno a construir o
sentido do texto, utilizando o ensino do código como instrumento para a leitura,
colocando-o como foco do trabalho com o texto – e este se caracterizaria por
um lado, como o ensino de estratégias de leitura e por outro, como o
desenvolvimento das habilidades linguísticas.
Para ela, as estratégias de leitura seriam atividades regulares para
abordar o texto. Elas podem ser concebidas quando se dá a compreensão do
texto, que é inferida a partir do comportamento verbal e não verbal do leitor,
das respostas que ele dá a perguntas sobre o texto, dos resumos e das
paráfrases que faz – enfim, de maneira como ele trabalha com o texto – se
sublinha, se passa os olhos rapidamente, se relê (Kleiman,2004,p.49)
A leitura e compreensão de textos, tanto em língua materna como em
língua estrangeira, são instrumentos de intervenção social, pois, segundo
Freire (2002), ao mesmo tempo em que a leitura capacita o indivíduo a
dimensionar seu lugar na sociedade, ela permite o desenvolvimento do
pensamento crítico, para que o cidadão seja capaz de decidir e exercer seus
direitos e melhorias na qualidade de vida.
Os jornais e revistas, além de atenderem às necessidades e atividades
socioculturais particulares, têm os seguintes propósitos – informam, opinam,
divertem, instruem etc. Logo sua estrutura composicional, conteúdo temático e
estilo, necessariamente, serão diferenciados. Sendo assim, por natureza, os
gêneros são dinâmicos e alteram-se, principalmente, como consequência das
inovações tecnológicas; nesse sentido, pode-se postular que nenhum leitor
atingirá o grau máximo de letramento, pois sempre haverá novos desafios,
mesmo para leitores proficientes.
A leitura de jornal conecta professor e aluno numa eficiente e prazerosa
forma de ensinar e aprender, há séculos, conhecida dos filósofos gregos e
orientais: usar fatos cotidianos para explicar e dar sentido ao assunto em
discussão. Usar a realidade para contextualizar os conteúdos curriculares ou
discutir temas de relevância social exige a presença de mestres dispostos a
inovar seus métodos de ensino em favor de níveis de excelência elevados e da
formação de cidadãos críticos, leitores assíduos, jovens e adolescentes com
opinião própria, motivados ao questionar e ansiosos por aprender cada vez
mais.
Os conteúdos dos jornais e revistas levam o mundo para dentro da sala
de aula e estimulam a prática da reflexão, comparação, análise, síntese e
conclusão. Ou seja, a leitura constante e sistemática dos conteúdos do jornal,
comprovadamente, conduz o aluno a contextualizar o aprendizado escolar e a
entender melhor o seu papel na sociedade. Reconhecido como um dos meios
de comunicação mais completos, independentes e plurais, que aprofunda e
analisa informações, possui e emite opinião, o jornal, por suas características,
agrega valor ao processo de ensino aprendizagem e amplia horizontes e
compreensão de mundo.
É bastante salutar que o aluno se depare com situações em que seja
levado a ler pelo simples prazer de ler sem ter que prestar conta de sua leitura.
No entanto, o professor deve ter o cuidado de não abrir mão totalmente de um
acompanhamento mais sistemático, pois o leitor pode ser afetado positiva ou
negativamente pelo livro, conforme leia bem ou mal. Dessa forma, é necessário
que, ao lado de atividades livres de leitura, sejam criadas situações e métodos
que possibilitem detectar os diversos problemas individuais de compreensão de
textos e corrigi-los. O importante é desenvolver no aluno práticas de leitura que
propiciem o hábito de reflexão e crítica sobre a realidade que a obra lhe
oferece e sobre a interpretação dessa realidade imprimida pelo autor, ou seja,
o leitor deve, de acordo com o estágio de desenvolvimento em que se encontra
ser capaz de ter uma visão universalizante.
PROBLEMATIZAÇÃO
Ao realizar tentativas de inferir sobre as questões propostas, urge
dimensionar e discutir questões práticas, concretas e que busquem responder
às expectativas dos educandos, neste caso específico, o 9º ano do Ensino
Fundamental, faixa etária de 14 a 16 anos. O tema proposto é Preconceito
Racial, no contexto da Língua Estrangeira (LEM). Trata-se de um assunto que
apresenta como principal objetivo responder à seguinte pergunta: Racismo
prática comportamental ou vício histórico?
Temáticas como essa, apesar de extremamente polêmicas por sua
complexidade e amplitude, atraem o interesse dos estudantes, por questionar e
desmistificar uma prática existente em quase todas as sociedades,
especialmente se tratando da histórica colonização e tratado, portanto, com
menosprezo, da imposição de outras línguas, atendendo aos padrões e
paradigmas estabelecidos. Falar sobre o tema racismo e imposições culturais
exige conhecimento da formação dos povos e das culturas, em especial, um
profundo olhar sobre a sociedade brasileira e sua multiplicidade cultural. Urge
pensar o diferente. E a escola deve servir de espaço para tais discussões e
reflexões.
OBJETIVO GERAL
Viabilizar a compreensão de textos em LEM (Língua Estrangeira
Moderna) que abordem o tema “Racismo” promovendo uma discussão de
relevância histórica e comportamental do referido tema gerador, bem como
apresentar a apreensão de um contexto cultural diferente a partir de um mesmo
tema e/ou assunto.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Propiciar ao aluno o contato com o gênero jornalístico reportagem.
Possibilitar a compreensão de que a comunicação jornalística veicula
posicionamentos, ideologias.
Colocar em debate os aspectos sociais e discursivos de uma
reportagem.
Analisar o conteúdo da reportagem ou textos que abordem sobre
racismo, explorando os aspectos verbais e não verbais.
Inferir, pelo texto jornalístico, os objetivos do autor ao produzi-lo.
Desenvolver a criticidade do aluno.
Proporcionar ao aluno acesso aos usos e funções sociais da escrita em
atividades significativas.
Incentivar a circulação dos textos e reportagens pesquisadas, como em
um mural, por exemplo.
Localizar as informações principais em um texto jornalístico.
Examinar o título da reportagem ou do texto observando sua
adequação ao assunto discorrido.
Activity 1
Ano: 9º ano do Ensino Fundamental.
Tempo: 2 aulas.
Para maiores esclarecimentos dos educandos do 9º ano, público alvo,
será abordado o assunto racismo por uma professora de Filosofia e Sociologia,
através de uma Palestra sobre os temas de Racismo, Auteridade, aceitação do
diferente. Após isso, será feito um debate e análise do assunto proposto nesta
Unidade Didática.
Activity 2
Ano: 9º ano do Ensino Fundamental.
Tempo: 3 aulas
Primeiramente conversar com os alunos perguntar se eles conhecem
algum tipo de jornal ou revista internacional, se já ouviram falar, citar alguns
nomes dos mais conhecidos. Em seguida, colocar algumas frases, no quadro,
que instiguem a curiosidade dos alunos sobre o tema escolhido que será sobre
racismo, citando as leis que regem o racismo e questionando-os se já sofreram
algum tipo de racismo ou preconceito! Em seguida, entregar- lhes uma cópia
da reportagem retirada do Jornal The New York Times.
Charges of Bias in Admission Test Policy at Eight Elite Public High Schools
A coalition of educational and civil rights groups filed a federal complaint
on Thursday saying that black and Hispanic students were disproportionately
excluded from New York City‟s most selective high schools because of a single-
test admittance policy they say is racially discriminatory[…]
http://www.nytimes.com/2012/09/28/nyregion/specialized-high-school-
admissions-test-is-racially-discriminatory-complaint-says.html?_r=1&
Pedir aos alunos que, após fazerem uma leitura do texto, que
respondam, em duplas, as seguintes perguntas.
1) Qual o assunto da reportagem?
2) Qual o jornal que escreveu a reportagem?
3) A que tipo de destinatário se dirige a reportagem?
4) Quem é o autor da reportagem?
5) Faça uma síntese em poucas palavras referente ao 6º parágrafo.
6) Qual é a tradução da frase “to something that is nondiscriminatory and fair to
all students” que se encontra no 2º parágrafo?
7) O que disse Noah Morrison no final da reportagem?
Activity 3
Ano: 9º ano do Ensino Fundamental.
Tempo: 6 aulas.
Analisar episódios da luta contra a Segregação Racial dos Estados
Unidos. Propor a leitura da resenha do livro “A Resposta”, de Kathryn Stockett.
Em seguida, fazer um levantamento oral dos conhecimentos da turma sobre a
situação dos negros no sul dos Estados Unidos na década de 1960. Passar
parte do filme “E O Vento Levou”, palco dos confrontos entre militantes dos
direitos civis e partidários da Segregação Racial. Aproveitando, assim, para
investigar o que os alunos conhecem sobre esse momento crucial da história e
da política dos Estados Unidos de uma efetiva democracia racial no país.
Entregar o texto a seguir. Segregação nos Estados Unidos.
Segregation in the United States
In the 19th century, the Northern states of opposition to slavery aroused
fury among Southerners rulers. Again and again they frequently to withdraw
their states from the Union if their right to own slaves was disrespected.
The secession came in 1860 and 1861, after the election of Abraham
Lincoln to the presidency. The newly formed Confederate States of America
had 9 million people - 3.5 million slaves, while the Union had a total population
of about 22 million inhabitants. When the civil war began, the South refused to
arm blacks to encounter the Northerners. On the other hand, the North after
overcoming prejudice among the body of officers, organized battalions of free
blacks.
After being defeated in the conflict, Southerners decided to withhold the
former slaves civil and political rights. Terrorist organizations as the Ku Klux
Klan, formed in 1866, spread terror among the black population. At the same
time, judges, mayors, police chiefs and governors worked together to prevent
blacks from having access to voting and keep them as social inferiors.
This situation lasted until mid-1960s. At that moment, however,
repressive Southern society had received serious blows. In 1954, Supreme
Court of the United States declared racial segregation unconstitutional in public
schools. The following year, the former seamstress Rosa Parks refused to take
a seat reserved for blacks on a bus in Montgomery, Alabama. Her protest lifted
a boycott of public transportation in the city, in which the young Baptist minister
Martin Luther King showed up. The movement for the black people civil rights
occupied the streets in the Southern cities, supported by hundreds of militants
from the Northern states.
In 1962, the black student James Meredith faced university authorities,
police brutality and hatred of white colleagues to assert his right to attend
classes at the University of Mississippi. The following year, The March on
Washington was held, which demanded full civil rights for African Americans.
Racists reacted fiercely, beating blacks and murdering three militants of civil
rights - crime featured in the movie Mississippi Burning. However, they failed to
stop growing mobilization. Also in 1964, it was enacted the Civil Rights Act,
supplemented the following year by the Voting Rights Act: Blacks from de
United States finally granted their citizenship.
Pedir aos alunos que façam um levantamento de dados sobre as
disposições da Lei dos Direitos Civis e da Lei dos Direitos de voto, bem como
sobre a trajetória de Rosa Parks, Martin Luther King e James Meredith, citados
no texto acima.
Activity 4
Ano: 9º ano do Ensino Fundamental.
Tempo: 4 aulas.
Comentar com os alunos sobre o documentário Vista Minha Pele,
explicando que se trata de uma paródia da realidade que discute Racismo e
Preconceito Racial. Nessa história, os negros são a classe dominante e os
brancos foram escravizados. Os países pobres são Alemanha e Inglaterra. Os
países ricos são da África. Maria é uma menina branca, pobre, que estuda em
um colégio particular graças a uma bolsa de estudo, sua mãe é faxineira da
escola. A maioria de seus colegas a hostilizam, com exceção de sua amiga,
que é filha de um diplomata, que morou em países pobres e tem outra visão da
sociedade. Maria, com todas as adversidades, quer ser “Miss Festa Junina” da
escola. Conta com a ajuda da amiga Luana e as duas vão se envolver em uma
série de aventuras para alcançar seus objetivos.
Mostrar para os alunos este documentário através da TV Multimídia,
gravado no pen drive.
http://www.youtube.com/watch?feature=player_detailpage&v=LWBodKw
uHCM
Após assistirem a esse documentário, pedir aos alunos que façam
grupos de até 5 componentes para debaterem os seguintes pontos:
1) Think over the meaning of being white in Brazil.
2) What is the conception have in relation to the concept of race?
3) What are the most remarkable scenes? Why?
4) What is the evidence of inequalities related to ethnic and racial differences
that have already been witnessed in school environment?
5) Point out some strategies to fight prejudiced and discriminatory attitudes in
school.
Activity 5
Ano: 9º ano do Ensino Fundamental.
Tempo: 3 aulas.
Argumentar com os alunos a respeito de grandes celebridades negras
que possuem cargos importantes, no mundo, citando alguns exemplos como
Juiz do Tribunal Federal do Brasil, Joaquim Barbosa, Presidente da África do
Sul, Nelson Mandela, Presidente dos Estados Unidos da América Barack
Obama, etc. Apresentar a eles, um texto jornalístico que aborde Barack
Obama. Solicitar leitura silenciosa e pedir para que retirem a ideia principal.
Census Nonsense
Why Barack Obama isn’t black.
When asked about his race on the census form, Barack Obama, the child
of a white Kansan and black African, did not take the option of checking both
“white” and “black” or “some other race.” Instead, he checked “black, African
American or Negro.” By doing that, Obama probably did what was expected of
him, but he also confirmed an enduring legacy of American racism......
Let Harry Chang have the last word. In The Critique of the Black Nation
Thesis, he wrote that “the overthrow of racism will … involve the abolition of
racial categories. … What is meant by the abolition of racial categories is simply
that human genetical variation or genealogical diversity would not be pushed
into the Procrustean bed of racial distinction. Instead, the genetic and
genealogical richness of mankind will probably remain, but with this crucial
proviso: truly democratic spirit would be completely indifferent to it … and
assign to skin-color the same kind of social significance as weight, height, or
hair-color.”
John B. Judis is a senior editor of The New Republic and a visiting
scholar at the Carnegie Endowment for International Peace.
Fonte: http://www.tnr.com/article/politics/census-nonsense# - newspaper: “The
New Republic.”
Perguntas sobre o texto:
1) Qual o título da reportagem?
2) De acordo com o senso Bureau, qual a porcentagem de Negros nos
Estados Unidos?
3) Qual o dilema que Barack Obama enfrentou?
4) O que aconteceu em Nova Orleans em 1982?
5) O que relataram David Willians e James S. Jackson ao “American
Journal of Health” em novembro de 2000?
6) O que Harry Chang escreveu na Crítica da Tese Nação Negra?
Activity 6
Ano: 9º ano do Ensino Fundamental.
Tempo: 4 aulas.
Perguntar aos alunos se já ouviram falar de Bob Marley que marcou toda
uma geração e até hoje continua sendo forte influência com suas músicas,
suas frases, sua história de vida. Em todo o mundo, e de forma especial, no
Brasil, há milhares e milhares de fãs que vão ensinando as gerações mais
novas a gostar das músicas desse cantor que até hoje é lembrado com muitas
saudades. Cantor de Reggae que é um estilo de música e dança do Caribe. As
letras de suas músicas refletem o sofrimento e opressão de seu povo. Numa de
suas frases, "Enquanto a cor da pele for mais importante que o brilho dos
olhos, haverá guerra", podemos sintetizar as ideias e pensamentos de toda a
sua obra. Na sequência, pedir que os alunos leiam e retirem os dados
principais da biografia de Bob Marley.
Bob Marley – Biography
Bob Marley was born on February 6, 1945 in Saint Ann Parish, Jamaica.
He grew up in the western Kingston vicinity of Trench Town, where he met
other young people attracted by music. In 1961 he recorded his first single
which failed to achieve much success; however Bob carried on investing in
music. In 1964 he formed with Peter Tosh and Bunny Wailer, the group that
later would be known as "The Wailers". The group signed a contract with a
record label, but Bob, searching for spirituality, broke up the group dynamics
and in 1966, got married and moved to the United States where worked and
studied theology.
In 1968, feeling the end, he got back home and started making his name
on his own, his lyrics dealt topics such as peace, unity, social injustice, poverty
and history of Africa. The group signed with Island Records and released their
first albums in the early '70s.
Apresentar para os alunos algumas frases e pensamentos de Bob
Marley e orientar sua tradução para a língua inglesa, após isso, poderão
representar através de cartazes com desenhos ou figuras o sentido das frases
e/ou pensamentos os quais serão colocados em um mural no corredor da
escola.
“Enquanto a cor da pele for mais importante que o brilho dos olhos, haverá
guerra.”
“Difícil não é lutar por aquilo que se quer, e sim desistir daquilo que se mais
ama.”
“Eu desisti. Mas não pense que foi por não ter coragem de lutar, e sim por não
ter mais condições de sofrer.”
“Às vezes construímos sonhos em cima de grandes pessoas... O tempo
passa... e descobrimos que grandes mesmo eram os sonhos e as pessoas
pequenas demais para torná-los reais!”
“Não viva para que a sua presença seja notada, mas para que a sua falta seja
sentida...”
“Vocês riem de mim por eu ser diferente, e eu rio de vocês por serem todos
iguais.”
“Não ligo que me olhem da cabeça aos pés..porque nunca farão minha cabeça
e nunca chegarão aos meus pés.”
“Para que levar a vida tão a sério, se a vida é uma alucinante aventura da qual
jamais sairemos vivos.”
“Se Deus criou as pessoas para amar, e as coisas para cuidar. Por que
amamos as coisas e usamos as pessoas!”
“Saudade é um sentimento que quando não cabe no coração, escorre pelos
olhos.”
“Não cruze os braços diante de uma dificuldade, pois o maior homem do
mundo morreu de braços abertos!”
“Se você obedece todas as regras, acaba perdendo a diversão.”
“Todos caem, mas, apenas os fracos continuam no chão...”
“Deus me enviou à terra com uma missão. Só Ele pode me deter, os homens
nunca poderão.”
“Seja humilde, pois, até o sol com toda sua grandeza se põe e deixa a lua
brilhar.”
“Eu sou do tamanho daquilo que sinto, que vejo e que faço, não do tamanho
que os outros me enxergam.”
“Eu olho para dentro de mim, e não me importo com o que as pessoas fazem
ou dizem eu me preocupo só com as coisas certas.”
"Ideal seria que todas as pessoas soubessem amar, o tanto que sabem fingir."
“Amo a liberdade, por isso as coisas que amo deixo-as livres.”
“Se voltarem é porque as conquistei. Se não voltarem é porque nunca as tive.”
“Seja feliz do jeito que você é, não mude sua rotina pelo o que os outros
exigem de você simplesmente viva de acordo com o seu modo de viver.”
“Não preciso ter ambições. Só tem uma coisa que eu quero muito: que a
humanidade viva unida... negros e brancos todos juntos.”
A sua música, mais do que uma forma de expressão artística, era
também um instrumento de enfrentamento, de sobrevivência e de luta por um
mundo melhor.
Sua mensagem era sempre a favor dos negros, dos oprimidos, dos
excluídos e dos pobres. Bob Marley não precisava investigar muito para poder
escrever uma boa letra. Bastava olhar para sua própria história e lembrar-se de
alguns episódios de sua própria vida que já conseguia para fazer uma música
excelente. Em seguida, dividir a sala em grupos de quatro alunos, dar a eles a
letra de duas músicas diferentes,“Babylon System” e “By the Rivers of
Babylon”, para que façam comparação entre elas e retire a mensagem que elas
estão transmitindo.
Activity 7
Ano: 9º ano do Ensino Fundamental.
Tempo: 3 aulas.
Estimulando o diálogo e a troca de ideias com os alunos a fim de
proporcionar mudanças de pensamentos, hábitos e atitudes, desenvolvendo o
sentimento coletivo de compromisso com a igualdade. Comentar a respeito de
uma das maiores personalidades da história da humanidade que lutou contra a
desigualdade racial através de discursos e protestos. Apresentar na sequência,
a biografia de Martin Luther King, para que eles leiam e façam a análise da
biografia.
Biography
Martin Luther King, Jr., (January 15, 1929-April 4, 1968) was born
Michael Luther King, Jr., but later had his name changed to Martin. His
grandfather began the family's long tenure as pastors of the Ebenezer Baptist
Church in Atlanta, serving from 1914 to 1931; his father has served from then
until the present, and from 1960 until his death Martin Luther acted as co-
pastor. Martin Luther attended segregated public schools in Georgia, graduating
from high school at the age of fifteen; he received the B. A. degree in 1948 from
Morehouse College, a distinguished Negro institution of Atlanta from which both
his father and grandfather had graduated. After three years of theological study
at Crozer Theological Seminary in Pennsylvania where he was elected
president of a predominantly white senior class, he was awarded the B.D. in
1951. With a fellowship won at Crozer, he enrolled in graduate studies at
Boston University, completing his residence for the doctorate in 1953 and
receiving the degree in 1955. In Boston he met and married Coretta Scott, a
young woman of uncommon intellectual and artistic attainments. Two sons and
two daughters were born into the family.
In 1954, Martin Luther King became pastor of the Dexter Avenue Baptist
Church in Montgomery, Alabama. Always a strong worker for civil rights for
members of his race, King was, by this time, a member of the executive
committee of the National Association for the Advancement of Colored People,
the leading organization of its kind in the nation. He was ready, then, early in
December, 1955, to accept the leadership of the first great Negro nonviolent
demonstration of contemporary times in the United States, the bus boycott
described by Gunnar Jahn in his presentation speech in honor of the laureate.
The boycott lasted 382 days. On December 21, 1956, after the Supreme Court
of the United States had declared unconstitutional the laws requiring
segregation on buses, Negroes and whites rode the buses as equals. During
these days of boycott, King was arrested, his home was bombed, he was
subjected to personal abuse, but at the same time he emerged as a Negro
leader of the first rank.
In 1957 he was elected president of the Southern Christian Leadership
Conference, an organization formed to provide new leadership for the now
burgeoning civil rights movement. The ideals for this organization he took from
Christianity; its operational techniques from Gandhi. In the eleven-year period
between 1957 and 1968, King traveled over six million miles and spoke over
twenty-five hundred times, appearing wherever there was injustice, protest, and
action; and meanwhile he wrote five books as well as numerous articles. In
these years, he led a massive protest in Birmingham, Alabama, that caught the
attention of the entire world, providing what he called a coalition of conscience.
and inspiring his "Letter from a Birmingham Jail", a manifesto of the Negro
revolution; he planned the drives in Alabama for the registration of Negroes as
voters; he directed the peaceful march on Washington, D.C., of 250,000 people
to whom he delivered his address, "l Have a Dream", he conferred with
President John F. Kennedy and campaigned for President Lyndon B. Johnson;
he was arrested upwards of twenty times and assaulted at least four times; he
was awarded five honorary degrees; was named Man of the Year by Time
magazine in 1963; and became not only the symbolic leader of American blacks
but also a world figure.
At the age of thirty-five, Martin Luther King, Jr., was the youngest man to
have received the Nobel Peace Prize. When notified of his selection, he
announced that he would turn over the prize money of $54,123 to the
furtherance of the civil rights movement.
On the evening of April 4, 1968, while standing on the balcony of his
motel room in Memphis, Tennessee, where he was to lead a protest march in
sympathy with striking garbage workers of that city, he was assassinated.
Perguntas sobre o texto acima:
1) Quem foi Martin Luther King?
2) O que significava a “Carta de uma Prisão de Birminghan”?
3) Qual foi o título que ele recebeu da Revista Time? Quando?
4) Com que idade ele recebeu o Prêmio Nobel da Paz e o que fez então?
5) Quando e onde ele foi assassinado?
Para melhorar a visão do aluno sobre os temas abordados, será
apresentado o seguinte vídeo:
http://www.youtube.com/watch?v=yCLCyvF9p7g&feature=player_embedded
Após assistirem ao vídeo, fazer a seguinte atividade:
Here‟s an extract from I Have a Dream, Martin Luther King, Jr.‟s famous
speech. Can you guess the missing words?
„…I have a dream that one ______ on the red hills of Georgia, the sons
_______ former slaves and the sons of former slave owners _____ be able to
sit down together ______ the table of brotherhood.
… I _______ a dream that my four little _______ will one day live in a nation
where they will _____ be judged by the color of ______ skin, but by the content
______ their character. I have a dream today‟.
Activity 8
Ano: 9º ano do Ensino Fundamental.
Tempo: 3 aulas.
• Todas as pessoas são iguais ou todos são diferentes? Nesse momento, será
orientada a discussão sobre as diferenças socioculturais existentes na
sociedade brasileira observando que a questão da igualdade de direitos e
deveres perante a lei não garante tratamento igualitário aos indivíduos. Em
seguida, ler o que diz a Constituição Brasileira sobre os princípios
fundamentais do ser humano. Após essa leitura, os alunos serão questionados
sobre:
• o que eles entendem por racismo;• se eles constatam situações de
discriminação racial no seu cotidiano;
• se eles consideram que no Brasil existe racismo ou outras formas de
discriminação (opção sexual, posição social, credo...) e como essa
discriminação se manifesta.
Conclui-se a discussão estabelecendo uma definição sobre
discriminação racial no Brasil.
Leitura do texto: “Apartheid, o racismo legalizado”.
O apartheid foi um dos regimes de discriminação mais cruéis de que se
tem notícia no mundo. Ele vigorou na África do Sul de 1948 até 1990 e durante
todo esse tempo esteve ligado à política do país. [...]
http://historianovest.blogspot.com.br/2011/04/apartheid-o-racismo-
legalizado.html
Responder as questões sobre o texto em forma de debate dividindo a
sala de aula em grupos de 4 alunos.
1) What does apartheid mean?
2) Does Apartheid still exist? Explain your answer.
3) What is the difference between racism in the United States, and the
apartheid regime in Africa and Brazil?
4) What is the importance of the UN in the apartheid regime?
5) What are the effects of apartheid on black people?
6) Who is Nelson Mandela and what happened to him?
Tocar a música- Dias Melhores do grupo Jota Quest e conversar com os
alunos sobre medidas efetivas que eles podem adotar para combater o
racismo na escola e na comunidade.
http://letras.mus.br/jota-quest/46686/
Activity 9
Ano: 9º ano do Ensino Fundamental.
Tempo: 4 aulas.
Converse com os alunos que o disparador para a discussão do tema
em pauta será alguns vídeos de uma campanha chamada, “onde você guarda
o seu racismo?”, que apresenta vários depoimentos sobre racismo.
A cada depoimento nos vídeos, debater com os alunos suas opiniões e
reflexões. No momento de debate, compartilhe, suscite, desafie o aluno a
pensar sobre as questões propostas. Estabeleça combinados para que cada
um possa se expressar e todos possam ouvir.
As imagens (1,2,3,4,5 e 6) estão disponíveis em:
http://www.youtube.com/watch?v=YuPBmKFMFfU&feature=related
O vídeo ajudará na condução mais eficaz das outras atividades que
compõem a aula. Com o término do vídeo o professor deverá levantar a
discussão sobre algumas questões que serão mencionadas logo abaixo:
1) Does the video show a situation that occurs in real life?
2) Have you ever witnessed a situation of racial prejudice? What type of
prejudice?
3) If not, what type would be the most common?
4) What are the negative representations of black people? What about positive
ones?
Para desenvolver as diferentes manifestações culturais como produção
da raça negra, os alunos, com o auxílio da supervisão e do professor, farão
uma Amostra Cultural na Sala de Vídeo apresentando para pequenos grupos
de alunos:
• Encenação de teatro com utilização de bonecas negras e brancas.
• Apresentação com algumas poesias em Inglês de James Langston Hughes
considerado o mais expressivo poeta negro nos Estados Unidos, “I, too.”/
“Dreams Variations” / “The Negro Speaks Of Rivers”.
• Amostra de danças que caracterizam o povo africano, como cultura corporal,
abordando a diversidade e a desigualdade entre eles.
• Construção de um jogo denominado Kalah, um tabuleiro feito com caixa de
ovos que simula o plantio de sementes, ajuda a desenvolver a atenção e a
concentração dos alunos, pois uma jogada errada se transforma em vantagem
para o adversário.
• Confeccionar máscaras africanas feitas com saco de pão.
• Apresentar a Capoeira, essa expressão cultural desenvolvida no Brasil por
descendentes de escravos africanos caracterizada por golpes e movimentos
ágeis e complexos.
• Elaborar cartazes expondo a diversidade étnica brasileira e a cultura do negro
através das personalidades negras que deixaram suas contribuições nos
diversos setores da sociedade, como expressões culturais, desportivas,
artísticas, políticas, musicais, religiosas, etc...
• Mostrando através do vídeo a música Racismo é Burrice, de Gabriel
Pensador, penso que esta deveria ser um hino para representar a raça negra.
http://letras.mus.br/gabriel-pensador/137000/
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BORDINI, M.G. & Aguiar, V.T. A formação do Leitor; alternativas
metodológicas. Porto Alegre: Mercado Aberto, 1993.
GRABE, W., STOLLER F.L. Teaching and researching reading. Harlow:
Pearson Education, 2002.
KLEIMAN, A. Texto e Leitor. Aspectos cognitivos da Leitura. Campinas,
São Paulo: Pontes, 1989.
KLEIMAN, A. Leitura: ensino e pesquisa. Campinas, São Paulo, 2004.
MOITA LOPES, L.C. Oficina de linguística aplicada. Campinas: Mercado das
Letras, 1996.
Paraná Secretaria de Estado da Educação. Diretrizes Curriculares de Língua
Estrangeira Moderna para a Educação Básica. Curitiba: SEED, 2008.
SOLÉ, I. Estratégias de leitura. Porto Alegre: Artmed, 1998.