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SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO – SEED

SUPERINTENDENCIA DA EDUCAÇÃO – SUED

DIRETORIA DE POLÍTICAS E PROGRAMAS EDUCACIONAIS – DPPE

PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL – PDE

Ficha para Catálogo PRODUÇÃO DIDÁTICO PEDAGÓGICA

Título:

Produção e Aplicação de Recursos Didáticos

Para o Ensino de Genética com

Alunos de Ensino Médio

Autor

Emilia Maria Gueleri

Escola de Atuação

Colégio Estadual São José - EM

Município da Escola

Tapira

Núcleo Regional de Educação

Umuarama

Orientador

Ana Silvia Lapenta

Instituição de Ensino Superior

Universidade Estadual de Maringá

Disciplina

Biologia

Produção Didático-pedagógica

Unidade Didática

Localização

Colégio Estadual São José – Ensino Médio

RuaLapa Nº:840 Tapira- Pr

Apresentação:

Com o intuito de melhorar o ensino dos

conteúdos relacionados à Genética no Ensino Médio,

é que se propõe neste trabalho a utilização de

Recursos Didáticos diferenciados, saindo da

rotina escolar, de textos e exercícios tradicionais

e incorporando à prática pedagógica, o uso de massa

de modelagem, a base de sabonete, que será

confeccionada pelos alunos e utilizada na montagem

das representações dos cruzamentos, facilitando

assim a observação dos resultados que serão

finalmente registrados pelos alunos.

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SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO SUPERINTENDÊNCIA DA EDUCAÇÃO

DIRETORIA DE POLÍTICAS E PROGRAMAS EDUCACIONAIS PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL - PDE

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ - UEM

PRODUÇÃO DIDÁTICO-PEDAGÓGICA

EMILIA MARIA GUELERI

PRODUÇÃO E APLICAÇÃO DE RECURSOS DIDÁTICOS

PARA O ENSINO DE GENÉTICA COM ALUNOS DE ENSINO MÉDIO

TAPIRA - PR 2011

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EMILIA MARIA GUELERI

PRODUÇÃO E APLICAÇÃO DE RECURSOS DIDÁTICOS PARA O ENSINO DE GENÉTICA COM

ALUNOS DE ENSINO MÉDIO

Unidade Didático-Pedagógica apresentada como requisito obrigatório para a Implementação do Projeto de Intervenção Pedagógica no Colégio Estadual São José – Ensino Médio na Cidade de Tapira. Professora Orientadora: Dr. Ana Silvia Lapenta

TAPIRA - PR 2011

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APRESENTAÇÃO

Este material didático-pedagógico, ou unidade didática é parte dos estudos

realizados por professores da Rede Estadual de Ensino do Estado do Paraná dentro

do Programa de Desenvolvimento Educacional(PDE), oportunidade na qual, cada

docente é afastado de suas atividades em sala de aula podendo dedicar todo seu

tempo a estudar em conjunto com outros professores ou individualmente, refletindo

sobre autores, consagrados ou não, e, contando com orientação disponibilizada por

uma Instituição de Ensino Superior. Neste período, o educador tem condições para

repensar sua prática e o processo educacional como um todo, sendo motivado a

oferecer sua contribuição no estabelecimento de ensino onde atua e disponibilizando

suas reflexões a outros que possam se interessar por tais produções, visto que, todo

o material produzido ao longo deste período estará disponível na página virtual da

(Secretaria Estadual de Educação do Estado do Paraná)SEED/PR.

Esta Unidade Didática contempla a aplicação de recursos diferenciados para

o ensino de Genética no Ensino Médio. A prática pedagógica de Biologia no decorrer

dos anos tem sido marcada por certa insatisfação em relação aos resultados obtidos

na aprendizagem de grande parte dos alunos, que alegam ser muito difícil aprender

este conteúdo. Além disso, mediante contato permanente com outros educadores,

percebe-se que essa não é uma realidade isolada, ou seja, tal angústia é também

vivida em outras situações por professores e alunos.

Com a finalidade de facilitar a aprendizagem dos alunos é que foi

desenvolvida uma pesquisa acerca de materiais diferenciados para ensinar os

conteúdos, dando enfoque a Herança Mendeliana, porém deixando aberto á

criatividade de cada educador para aplicar também no desenvolvimento de outros

conteúdos.

Este trabalho se destina aos alunos da 3ª série do Colégio Estadual São José

– Ensino Médio, considerando que o conteúdo de Genética é contemplado nesta

série, e, dada a relevância de tais conhecimentos nesta fase do Currículo Escolar.

Este material conta com uma breve reflexão sobre o Ensino de Genética e a

Aplicação de Recursos Didáticos diferenciados na Educação seguida da sugestão

de utilizar massa de modelar para se ensinar os conceitos pertinentes á Herança

Mendeliana. Alguns exercícios servirão de modelo para a aplicação deste recurso.

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PRODUÇÃO E APLICAÇÃO DE RECURSOS DIDÁTICOS PARA O ENSINO DE GENÉTICA NO ENSINO MÉDIO.

Professora PDE: Emilia Maria Gueleri

1

Professora Orientadoar: Dra. Ana Silvia Lapenta2

1. INTRODUÇÃO

Considerando a relevância do ensino da Genética no Ensino Médio, e a

dificuldade encontrada pela maioria dos alunos em compreender os conceitos

pertinentes a essa ciência, apesar de considerarem um assunto interessante,

percebe-se a necessidade de se desenvolver recursos que permitam uma maior

proximidade entre o que se pretende ensinar e a eficiência na aprendizagem dos

educandos.

Na maioria das vezes utiliza-se de estratégias tradicionais para o ensino de

genética que contam com a explicação do professor, os livros textos, e atividades de

resolução de exercícios envolvendo problemas. Segundo alguns autores, diversos

problemas de genética podem ser resolvidos corretamente utilizando algoritmos de

memória (BANET; AYUSO, 2000; MARRERO; MAESTRELLI, 2001). No entanto,

segundo Inocêncio (2001), com os avanços atuais evidenciados na genética, o

sistema educacional brasileiro tem necessidade de adequar-se à realidade,

aproximando a escola dos novos conceitos.

É necessário que professores e alunos cheguem à compreensão dos

diferentes aspectos daquilo que está sendo estudado, estabelecendo relações com

o cotidiano, e de como as ações individuais e coletivas influenciam no

desenvolvimento dos seres vivos podendo atingir e interferir no equilíbrio natural do

ambiente do qual fazem parte.

No entanto, é impossível se chegar à compreensão dessas relações se os

estudiosos não passarem por uma profunda reflexão da totalidade daquilo que se

está estudando a ponto de perceberem que há uma íntima relação de

interdependência entre as diferentes formas de vida e o meio onde coexistem, desta

forma, não basta ler os textos do livro didático e resolver exercícios, com o propósito

de perceber se houve assimilação do que foi lido, ou estudado, pois isto pode levar a

1 Professora da Rede Pública de Ensino do Estado do Paraná. E-mail:

[email protected] 2 Professor do Departamento de Biologia Celular da Universidade Estadual de Maringá/PR, e-

mail: [email protected]

Page 7: SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO · fundamentos da primeira lei de Mendel para que possa acompanhar o desenrolar da Genética. É importante lembrar que foram as experiências e

uma superficialidade que culmina com o estudar por estudar, ou para cumprir

protocolo (“passar de ano”), deixando de se alcançar os objetivos do ensino, pelo

desinteresse ou pela complexidade dos conceitos que estão sendo estudados.

As Diretrizes Curriculares Estaduais da Educação Básica do Estado do

Paraná para o ensino de Biologia apontam que “as estratégias de ensino como a

aula dialogada, a leitura, a escrita, a atividade experimental, o estudo do meio, os

jogos didáticos, entre tantas outras, devem favorecer a expressão dos alunos...”

sugerindo assim, um “cardápio variado”. Certamente uma prática dotada de tais

estratégias tende a trazer uma maior contribuição no processo de aprendizagem e

uma maior eficácia no alcance dos objetivos propostos em cada unidade de estudo.

Com base nessa necessidade de adequação e eficiência, percebida ao longo

dos anos de estudo e ensino de conceitos de genética, é que se propõe uma

atividade prática com a utilização de massa de modelagem à base de sabonete, que

poderá ser confeccionada ou não pelos próprios alunos, utilizando-se coloração

diferenciada, misturas e representando a segregação de gametas e os cruzamentos

dos mesmos, possibilitando o manuseio de peças, contagem, observação de cores e

quantidades, de maneira a tornar mais fácil a compreensão desse conteúdo.

2. O Desafio de Ensinar Genética no Ensino Médio

A descoberta da Genética desencadeou uma gama de possibilidades para o

desenvolvimento da Ciência. Tornou-se um estímulo poderoso para o ser humano,

com sua fantástica capacidade de criação e transformação, para ampliar de forma

gigantesca a biotecnologia e com ela, obter recursos antes inimagináveis que

proporcionam maior comodidade, saúde e bem estar.

No entanto, de acordo com as observações de experiências pedagógicas,

uma das maiores dificuldades dos educandos na disciplina de Biologia se encontra

na compreensão dos conteúdos de Genética. De acordo com as ideias de Moya e

Campanario (1999), várias são as dificuldades identificadas que se relacionam ao

processo de aprendizagem das ciências, como a estrutura lógica dos conteúdos

Page 8: SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO · fundamentos da primeira lei de Mendel para que possa acompanhar o desenrolar da Genética. É importante lembrar que foram as experiências e

conceituais, o nível de exigência formal dos mesmos e a influência dos

conhecimentos prévios e preconcepções dos alunos e ainda, segundo Smith (1988),

a genética é reconhecida por professores e alunos como um dos tópicos mais

difíceis da biologia. Acreditando que o estudo organizado pode possibilitar a

compreensão, elaboração e utilização de determinados conhecimentos científicos

sem deixar nos estudantes ideias equivocadas de fatos e fenômenos que envolvem

tais conhecimentos, Corazza-Nunes et al (2006), citando Fontana (2005), descreve:

[...] possibilitar às crianças o encontro com novos

conceitos; oferecê-los a elas em contextos diversos;

destacá-los nesses contextos; possibilitar-lhes a

expressão de suas compreensões iniciais: auxiliá-las a

analisar e organizar essas elaborações iniciais,

confrontando-as com outras possibilidades de

elaboração, introduzindo e especificando outros

elementos e informações [...] apurar as generalizações

construídas [...] suscitar-lhes outras relações sígnicas

possíveis; aproximar os sentidos em circulação na sala

de aula, dos sentidos e modos de utilização de conceitos

nas práticas cotidianas da comunidade da criança e na

dinâmica histórica.Enfim, utilizar com elas o conceito...

(CORAZZA-NUNES et al, 2006, p.531 apud FONTANA,

2005).

Paes e Paresque (2009) citam que a prática de atividades que viabilizam o

esclarecimento de muitos assuntos em Genética tem sido uma preocupação

constante de muitos educadores. Isso explica a crescente criação e divulgação de

materiais paradidáticos na tentativa de melhorar a aprendizagem. Ferreira et al

(2010) descrevem:

Devido à dificuldade de ministrar estes conteúdos no

Ensino Médio, acreditamos, assim como Kishimoto

(1996), que o professor deva adotar práticas que atuem

nos componentes internos da aprendizagem,

importantes para a assimilação de conhecimentos por

parte do aluno. O interesse, a atenção e a curiosidade

dos alunos para o ‘novo’ pode ser despertado com

Page 9: SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO · fundamentos da primeira lei de Mendel para que possa acompanhar o desenrolar da Genética. É importante lembrar que foram as experiências e

atividades lúdicas, como os jogos didáticos, que segundo

Miranda (2001) estimula a cognição, afeição,

socialização, motivação e criatividade. (FERREIRA et al,

2010, p. 1-12).

Dada a importância de se ensinar Genética e as dificuldades encontradas

para que ocorra a aprendizagem, faz-se necessário o empenho em elencar recursos

para aproximar o ensino de Genética dos educandos, de forma a facilitar o trabalho

dos professores e o alcance dos objetivos propostos para esse conteúdo. As

Diretrizes Curriculares Estaduais de Biologia do Estado do Paraná apontam que:

a escola deve incentivar a prática pedagógica

fundamentada em diferentes metodologias, valorizando

concepções de ensino, de aprendizagem (internalização)

e de avaliação que permitam aos professores e

estudantes conscientizarem-se da necessidade de

“...uma transformação emancipadora (MÈSZÁRIOS,

2007,p. 212).

Este trabalho toma como ponto de partida as bases da Genética, mais

especificamente a Primeira Lei de Mendel, que se tornou uma grande referência

mundial. Segundo Laurence (2005), é fundamental que o aluno compreenda os

fundamentos da primeira lei de Mendel para que possa acompanhar o desenrolar da

Genética. É importante lembrar que foram as experiências e estudos de Mendel que

permitiram a elaboração das primeiras e principais leis da Genética, aliás, nada se

conhecia até então, sobre os mecanismos de divisão celular, estrutura do material

genético, cromossomos, DNA, RNA, síntese de proteínas e outros tantos conceitos

conhecidos hoje. Ferreira et al. (2010), citando Pierce (2004), descrevem que

Mendel através da observação dos fenótipos da ervilha, estudou a transmissão dos

caracteres e estabeleceu o Princípio da Segregação. Lopes e Rosso (2005)

afirmam:

O sucesso do trabalho de Mendel pode ser atribuído

principalmente a dois motivos não considerados por

outros cientistas da época: o material biológico escolhido

e o método empregado na organização das

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experimentações, associado à aplicação da estatística

no tratamento dos dados (LOPES; ROSSO, 2005, p.

434).

A partir dessa análise fica claro e evidente que o ensino sobre a 1ª Lei de

Mendel (Fundamentos da Genética Clássica) para estudantes do ensino médio,

especificamente na série final, necessita de um excelente domínio conceitual, de

capacidade para contextualizar e interdisciplinarizar, bem como da habilidade de

criar estratégias e recursos didáticos potencialmente significativos. Como dizem

Valadares e Resende (2009, p. 10-16), citando Krasilchik (2004):

A inclusão de modalidades didáticas diversificadas,

empregadas como instrumento de ensino, permite ao

professor atender a situações específicas dentro do

processo de ensino-aprendizagem, encontrando

soluções que se adequam a cada caso, contemplando

diferenças individuais e atraindo o interesse do aluno.

(VALADARES; RESENDE, 2009, p. 10-16 apud

KRASILCHIK, 2004).

Valadares e Resende (2009) também descrevem, citando Reis (2001), que as

atividades lúdicas, utilizadas de forma crítica e criativa, tornam-se um rico e

interessante material didático, que dão oportunidade ao professor de ampliar sua

ação educativa.

Sendo assim, com base em todos os argumentos citados, o trabalho mais

desafiador e instigante é desenvolver estratégias e recursos didáticos

potencialmente significativos para a aprendizagem e ampliação da capacidade

cognitiva do estudante. A utilização de massa de modelagem é um recurso visual

palpável que facilita a compreensão dos conceitos e resultados que, segundo

depoimento dos alunos, “são tão difíceis de ser entendidos”.

Page 11: SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO · fundamentos da primeira lei de Mendel para que possa acompanhar o desenrolar da Genética. É importante lembrar que foram as experiências e

Testando o que já sabemos:

☻Ao ouvir falar em Genética, de que você

se lembra?

☻Para que servem os estudos da

Genética?

☻Como estes estudos podem nos ajudar,

mesmo sem conhecê-los profundamente?

Professor: É importante criar situações de curiosidade nos alunos, com arguições instigantes como: . Você se parece com alguém? Quem? Em que vocês se parecem? . Já ouviram a expressão: “é a cara do pai” ou “ puxou para o avô” ou ainda, “o DNA dele tá estampado na cara”? .Já parou para pensar em como seria o mundo se todos fossem iguais? . E se não houvesse parentescos, ninguém se parecesse com ninguém... formiga diferente de formiga? . Converse com seus colegas e exponha suas ideias para a turma.

3. Genética: A Ciência da Hereditariedade

A Genética é uma subdivisão da Biologia que estuda os genes e os mecanismos de

transmissão de características hereditárias ao longo das gerações. Seus estudos tiveram

início com os trabalhos do monge Gregor Mendel a partir de 1860.

Gene é um segmento de DNA, localizado em um cromossomo, que contem informação biológica e que codifica um RNA e/ou uma molécula de polipeptídeo.

Em seu caderno: Transcreva do texto as palavras grifadas, Pesquise no e anote o significado.

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3.1. Mendel: O “Pai da Genética”

3.2. Primeira Lei de Mendel

Material de estudo: Ervilhas (Pisum sativum)

Propõe-se aqui a apresentação dos primeiros trabalhos de Mendel seguida de

esquemas feitos pelo professor, dos cruzamentos realizados com ervilhas, para

observação dos alunos. Este procedimento poderá ser realizado no quadro negro

ou em forma de slides.

Vagem: fruto da ervilha Planta : ervilha

Gregor Mendel (1822-1884) é chamado o “pai da genética”. Seus

experimentos com plantas e animais, Mendel concluiu que os seres

vivos eram portadores de "fatores", hoje chamados de genes,

responsáveis por determinadas características de um indivíduo. E que

esses "fatores" seriam transmitidos aos descendentes por meio de

gametas. Seus experimentos, porém só foram reconhecidos no meio

científico em 1900, após várias pesquisas.

Page 13: SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO · fundamentos da primeira lei de Mendel para que possa acompanhar o desenrolar da Genética. É importante lembrar que foram as experiências e

Razões da escolha do material:

-- Ciclo de vida curto;

-- Características bem visíveis;

-- Reprodução por autofecundação;

-- Fácil polinização;

-- Grande número de descendentes em curto espaço de tempo.

Caráter estudado: Cor das sementes

1º Passo: Mendel utilizou linhagens puras

Obs: Mendel observou que ao longo das gerações, sementes amarelas só originavam outras

de sementes amarelas e as com sementes verdes somente outras com sementes verdes.

Amarela pura Verde

X

Sementes de ervilha: variação de cores

POLINIZAÇÃO

Filiação1 (F1): Todas as plantas resultantes

apresentaram sementes amarelas.

Page 14: SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO · fundamentos da primeira lei de Mendel para que possa acompanhar o desenrolar da Genética. É importante lembrar que foram as experiências e

Professor: Converse com os alunos sobre a situação descrita acima e colete as ideias que cada um faz dessa constatação de Mendel. Promova uma discussão e vá anotando as contribuições de cada um antes de prosseguir com os estudos subsequentes.

2º Passo: Mendel utilizou plantas resultantes do cruzamento (F1)

F1 F1

X

POLINIZAÇÃO

Filiação 2 (F2): As plantas resultantes apresentaram sementes amarelas ou sementes verdes em uma proporção de 3:1.

E aí, como seria possível tal resultado? Por que o verde desapareceu? Pelo menos é o que parece!

Page 15: SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO · fundamentos da primeira lei de Mendel para que possa acompanhar o desenrolar da Genética. É importante lembrar que foram as experiências e

Professor: Cabe aqui começar inserir conceitos importantes da Genética implícitos nos resultados obtidos por Mendel. Vale lembrar aos alunos que Mendel não dispunha dos conhecimentos que se tem hoje acerca de reprodução. Ele estava galgando os primeiros degraus para a vastidão de conhecimentos disponíveis atualmente. É importante neste momento discutir a importância de cada passo na construção de qualquer conhecimento

e ressaltar que a invenção do computador só foi possível porque alguém descobriu o fogo.

3º Passo: Analisando os resultados e tirando conclusões

Em F1 aparece apenas o caráter Amarelo: Mendel conclui que o caráter

amarelo é dominante sobre o verde;

Amarelo: caráter dominante

Verde: caráter recessivo

A Geração F1 não é pura: O resultado do cruzamento entre duas gerações

puras Amarelo x Verde, resultou em uma geração F1 com predominância do

caráter cor amarela, porém é híbrida, apresentando também o fator que

determina o caráter cor verde.

Amarelo puro: Homozigoto dominante

Verde: Homozigoto recessivo

Amarelo híbrido (F1): Heterozigoto

E então? Por que o verde voltou? Que conclusões podemos tirar!

Page 16: SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO · fundamentos da primeira lei de Mendel para que possa acompanhar o desenrolar da Genética. É importante lembrar que foram as experiências e

As ervilhas apresentam em suas células um par de fatores (genes), que

determina a cor da semente, sendo que o fator determinante da cor amarela

domina sobre o fator que determina a cor verde.

Posteriormente aos trabalhos de Mendel, novos conhecimentos foram surgindo e

com eles, uma nova nomenclatura para todos as estruturas e conceitos envolvidos

no processo de transmissão das características hereditárias. Dessa forma temos:

As células das ervilhas são diplóides;

O par de genes determinantes da cor são alelos;

Os genes alelos determinantes da cor estão posicionados no mesmo loco

gênico em cromossomos homólogos;

Os alelos passaram a ser representados por letras, sendo maiúscula para o

alelo dominante e minúscula para o alelo recessivo, determinando-se o uso

da primeira letra do caráter recessivo:

VV= Amarela pura (homozigota)

Vv= Amarela híbrida (heterozigota)

vv= Verde

Obs: Utilizamos a letra v de Verde, que é o caráter recessivo.

Aos pares de alelos determinantes de uma característica no indivíduo, deu-se

o nome de Genótipo e à manifestação dos mesmos chamamos de fenótipo;

Ex: Genótipo: VV Genótipo: vv

Fenótio: Cor amarela Fenótipo: cor verde

PRIMEIRA LEI DE MENDEL:MEIRA LEI DE MENDEL: “CADA CARÁTER É DETERMINADO POR UM PAR DE FATORES, QUE SE SEPARAM NA FORMAÇÃO DOS GAMETAS, QUE SÃO SEMPRE PUROS.

Page 17: SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO · fundamentos da primeira lei de Mendel para que possa acompanhar o desenrolar da Genética. É importante lembrar que foram as experiências e

Professor: Retome com seus alunos, o processo da formação de gametas (ovulogênese e espermatogênese), reforçando a ideia da segregação dos cromossomos homólogos e a importância que isso tem no processo de transmissão de características e na variabilidade genética. Apresente outros exemplos de genótipos e fenótipos. Alerte-os para a necessidade de tomar nota dos novos conceitos.

Abra espaço para dúvidas.

Durante o processo da formação dos gametas, os cromossomos homólogos

são separados na anáfase I da Meiose, ficando apenas um de cada tipo em

cada gameta formado, portanto, os gametas apresentam apenas um alelo

para o caráter cor da semente, que se unirá ao outro alelo do gameta com o

qual ocorrer a fecundação para formar o novo indivíduo;

4º Passo: Aplicando os novos conhecimentos

Vamos retomar o experimento de Mendel:

E então moçada, já viram sementinhas se cruzando? É claro que não!

Sabemos que sementes de ervilha não se cruzam!

Que cruzamento é esse então, que resulta em descendentes?

Lembram-se dos fatores? Pois bem. Veja o cruzamento realizado por

Gregor Mendel, com suas ervilhas no campo, ”trocado em miúdos”, no

papel.

Faça também em seu caderno!

Page 18: SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO · fundamentos da primeira lei de Mendel para que possa acompanhar o desenrolar da Genética. É importante lembrar que foram as experiências e

Passo 1:

Geração parental: Amarela pura x Verde(pura)

Genótipos: ---------------------- x

Gametas:-------------------------

cruzamento

F1 :------------------------------ = amarelas heterozigotas

(híbridas)

Proporção genotípica= 100% Vv

Proporção fenotípica = 100% Sementes amarelas

Passo 2:

F1 x F1: Amarela heterozigota x Amarela heterozigota

Genótipos: ---------------------- x

Gametas:-------------------------

cruzamento

F2 :------------------------------

25% 25% 25% 25%

¼ ¼ ¼ ¼

Proporção genotípica= 25% VV (¼ ); 50% Vv ( ½ ); 25% vv ( ¼).

Proporção fenotípica = 75% Sementes amarelas (Homozigotas + Heterozigotas) ( ¾)

25% Sementes verdes ( ¼ )

VV

v V

vv

Vv

Vv

v V

VV

Vv

V v

Vv Vv vv

Page 19: SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO · fundamentos da primeira lei de Mendel para que possa acompanhar o desenrolar da Genética. É importante lembrar que foram as experiências e

Professor: Após verificar com os alunos o nível de compreensão dos resultados e dos novos conceitos abordados, propõe-se uma atividade em grupos com massa de modelagem. É momento de socializar os conhecimentos de maneira lúdica. É indispensável o acompanhamento na execução dessa tarefa, explorando cada etapa. Dirigindo perguntas e sanando dificuldades. Proponha a formação dos grupos e... Mãos a obra! Ou seja, mãos na massa!

5º Passo: Brincando de Mendel

Disponível em: http://www.flinkiartes.com/2009/11/5-cinco-receitas-de-massa-de-biscuit.html . Acesso em 13 de Junho de 2011.

E aí galerinha, falando sério, vamos brincar um pouquinho?

Vamos brincar de Mendel, mas sem ervilhas porque o tempo é

curto!

Massa de modelar a base de sabonete Ingredientes: - 2 copos americanos de cola para biscuit - 2 copos de amido de milho - 1 sabonete branco (não gorduroso) - 2 colheres de sopa de água - 1/2 colher de sopa de creme não gorduroso. Modo de preparo: Raspe o sabonete com uma faca e coloque as raspa no liquidificador para moer ou esfregue em uma peneira. Deve ficar como um pó. Misture o amido e o sabonete, acrescente água mexa e acrescente cola. Misture todos os ingredientes com uma colher, depois use as mãos para amassar até virar uma bola. Passe o creme não gorduroso em uma superfície lisa. Sove a massa por vários minutos, quanto mais sovar, melhor fica. Faça um rolinho e coloque num saquinho.

Deve ser conservada no plástico e em geladeira. Depois de modelada se deixada ao ar livre ela seca como massa de biscuit. Bom trabalho!

Page 20: SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO · fundamentos da primeira lei de Mendel para que possa acompanhar o desenrolar da Genética. É importante lembrar que foram as experiências e

Professor: Vale lembrar que essa etapa é fundamental para todo o aprendizado que está por vir. É importante que o aluno exercite de tal forma, que lhe fique familiar os conceitos e procedimentos. O clima de descontração e preocupação com os resultados favorece a fixação do que está sendo ensinado. Explore os resultados de cada passo do experimento e peça que os alunos anotem no caderno o procedimento e os respectivos resultados

Atividades em Grupos

Formar equipes de no máximo cinco alunos;

Cada grupo recebe duas bolotas de massa de cores diferentes (amarela e

verde);

Utilizando as massas representar o primeiro cruzamento realizado por

Mendel, cruzando ervilhas verdes com amarelas puras destacando-se os

resultados obtidos. É interessante que as bolotas (ervilhas) amarelas

resultantes de cruzamento de amarelo com verde uma marcação para

representar a heterozigose (com a ponta do lápis é possível marcar as letras

que representam os alelos).

Agora demonstre o cruzamento entre heterozigotas (híbridas). Procure

representar os gametas, com bolotinhas bem menores contendo os alelos

(genes) que vocês poderão usar uma forma criativa para representá-los ( fios

de massa, letras, etc. Anote os resultados.

Realize o cruzamento de uma híbrida com uma homozigota recessiva.

Agora faça o mesmo procedimento envolvendo uma híbrida e uma

homozigota dominante.

Que tal utilizar a massa, para representar os cromossomos homólogos e os

genes alelos posicionados, simulando a segregação que ocorre durante a

divisão celular para formar gametas?

Page 21: SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO · fundamentos da primeira lei de Mendel para que possa acompanhar o desenrolar da Genética. É importante lembrar que foram as experiências e

4. Considerações finais

A utilização de recursos diferenciados em sala de aula, ou fora dela, colabora

e muito para uma melhor compreensão dos conteúdos e, nessas atividades aqui

propostas, valoriza-se o trabalho em grupos e a intervenção constante do professor.

Esse trabalho de acompanhamento do processo de aprendizagem dos alunos pelo

educador é valioso, visto que funciona como um feedback, ou seja, caminhando

junto com os alunos no processo, o professor percebe os avanços e as dificuldades

podendo ampliar ainda mais a abrangência do que está ensinando. As inferências

podem tirar dúvidas existentes e/ou suscitar novas, o que estimulará o educando a

pensar, pesquisar e buscar respostas.

Vale lembrar que essa estratégia de utilização de modelagem poderá ser

ainda empregada para ensinar divisão celular (mitose e meiose) possibilitando

melhor compreensão da formação dos gametas (gametogênese), utilizando-se

pequenos fios de cores diferentes representando cromossomos, facilitando a

visualização da separação das cromátides e segregação independente. Será ainda

de grande utilidade para demonstrar os casos de co-dominância e herança

intermediária e, como as cores das massas são miscíveis entre si servirá também

para demonstrar herança quantitativa. Sendo assim, esse recurso quebra a rotina da

sala de aula abrindo um leque de possibilidades para a compreensão de vários

conteúdos de genética, e com um pouco de criatividade, até mesmo de outros

conteúdos da Biologia e de outras disciplinas.

Caro aluno, Agora é só dar asas à imaginação! E lembre-se, aprender pode ser muito divertido, só depende de como você encara o que está aprendendo. Sua dedicação é fundamental! Troque ideias com seus colegas e com o(a) professor(a) sobre o que foi aprendido. Exponha suas dúvidas e ajude a tirar as

dúvidas dos colegas.

Page 22: SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO · fundamentos da primeira lei de Mendel para que possa acompanhar o desenrolar da Genética. É importante lembrar que foram as experiências e

5. REFERÊNCIAS

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