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SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO DO PARANÁ - BRASIL

PDE - PLANO DE DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO

ROSITA APARECIDA BUENO

O USO DOS CONCEITOS DE PERÍMETRO, ÁREA, VOLUME E ÂNGULO NA

CONSTRUÇÃO DE UMA EDIFICAÇÃO DE ALVENARIA

UNIDADE DIDÁTICA

Produção Didática Pedagógica a ser aplicado no Colégio Estadual Irênio Moreira Nascimento – Município de Tibagi – PR como cumprimento das atividades previstas no Plano Integrado de Formação Continuada - 2012, do Programa de Desenvolvimento Educacional - PDE. Orientador: Prof. Dr. Airton Kist

PONTA GROSSA – PR

2012

2

IDENTIFICAÇÃO

Título: O USO DOS CONCEITOS DE PERÍMETRO, ÁREA, VOLUME E ÂNGULO NA

CONSTRUÇÃO DE UMA EDIFICAÇÃO DE ALVENARIA

Autora ROSITA APARECIDA BUENO

Disciplina/Área (ingresso no PDE) MATEMÁTICA

Escola de Implementação do

Projeto e sua localização

COLÉGIO ESTADUAL IRÊNIO MOREIRA

NASCIMENTO

Município da escola TIBAGI

Núcleo Regional de Educação PONTA GROSSA

Professor Orientador AIRTON KIST

Instituição de Ensino Superior UNIVERSIDADE ESTADUAL DE PONTA GROSSA

Relação Interdisciplinar Geografia: Por meio da interpretação e uso de

escalas.

Resumo

Esta unidade didática apresenta, dentro da proposta

de resolução de problemas, uma forma de trabalhar a

construção do conhecimento em que o aluno é

instigado a fazer um levantamento de hipóteses para

encontrar uma solução de uma situação do cotidiano.

Através de atividades práticas e visita em canteiro de

obra, os alunos poderão vivenciar e investigar como

os conceitos de perímetro, área, volume, capacidade,

ângulos e proporções são utilizados na pratica diária

dos construtores na execução de uma edificação de

alvenaria.

Palavras-chave Resolução de problemas; construção do

conhecimento; edificação de alvenaria.

Formato do Material Didático Unidade Didática

Público Alvo Alunos do 9º ano do Ensino Fundamental

3

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO................................................................................................. 5

2. OBJETIVOS.......................................................................................................6

2.1. Objetivo geral................................................................................................ 6

2.2. Objetivos específicos.....................................................................................6

3. AS CONSTRUÇÕES E O PROJETO ARQUITETÔNICO....................................6

3.1. Atividade 01....................................................................................................8

4. MEDINDO COMPRIMENTOS..............................................................................8

4.1. Sistema Métrico Decimal............................................................................... 9

4.2. Metro..............................................................................................................9

4.3. Múltiplos e Submúltiplos do Metro.................................................................9

4.4. Atividade 02....................................................................................................13

5. ESCALA................................................................................................................14

5.1. Exemplo para Interpretação...........................................................................15

5.2. Escalas recomendadas..................................................................................15

5.3. Tipos de escala..............................................................................................16

5.3.1. Escala Numérica...............................................................................16

5.3.2. Escala Gráfica..................................................................................16

5.4. Escalímetro....................................................................................................17

5.5. Atividade 03....................................................................................................17

5.6. Atividade 04....................................................................................................18

6. O CONCEITO DE ÁREA E PERÍMETRO.............................................................18

6.1. Atividade 05 .................................................................................................. 19

7. ÁREA DE ALVENARIA DE UMA CONSTRUÇÃO...............................................21

7.1. Tipos de Tijolos..............................................................................................22

7.2. Bloco de concreto...........................................................................................24

7.3. Atividade 06....................................................................................................24

7.4. Atividade 07....................................................................................................26

7.5. Atividade 08....................................................................................................27

8. MEDIDAS DE VOLUME.......................................................................................28

8.1. Metro cúbico...................................................................................................29

8.2. Múltiplos e submúltiplos do metro cúbico.......................................................29

8.3. O metro cúbico na obra..................................................................................30

8.4. Atividade 09....................................................................................................31

4

9. ÂNGULOS...............................................................................................................33

9.1. O Teorema de Pitágoras................................................................................34

9.2. O Teorema de Pitágoras e o Ângulo Reto na obra........................................35

9.3. Atividade 10....................................................................................................38

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.....................................................................39

ANEXO I .............................................................................................................41

ANEXO II ............................................................................................................42

ANEXO III ...........................................................................................................43

ANEXO IV ........................................................................................................ 44

ANEXO V ............................................................................................................45

5

1. INTRODUÇÃO

Ao longo do desenvolvimento das civilizações sempre estiveram presentes

relatos históricos que comprovam a necessidade do homem de medir, bem como a

necessidade de contar.

O ensino da matemática, em sua evolução, sempre buscou proporcionar ao

indivíduo uma aplicação prática no cotidiano. Os professores são surpreendidos

pelos questionamentos dos alunos quanto à utilização na vida real daquilo que se

aprende em sala de aula. Esta indagação constante pode ser respondida com a

utilização da estratégia da resolução de problemas, uma vez que esta proposta

sugere ao aluno um levantamento de hipóteses para encontrar uma solução de uma

situação problema a partir de uma atividade do cotidiano. Esta estratégia conduzirá

o aluno à construção do conhecimento a partir de suas próprias deduções.

A construção civil está presente no nosso cotidiano, na nossa casa, na

nossa escola, nas igrejas, nas ruas, nas praças e lojas. Na construção de uma

edificação de alvenaria, desde a concepção do projeto até a execução da obra

propriamente dita, muitos são os conteúdos matemáticos que podem ser

vivenciados na prática. Nesta produção didática, os conceitos apontados são o

estudo de proporções o cálculo de perímetro, de área, de volume, de capacidade e o

estudo de ângulos. Prevê-se a realização de visitas em obras e atividades que

despertem a curiosidade dos alunos, para que assim estes passem a perceber a

relação da matemática estudada na sala de aula com a matemática aplicada em

obras da construção civil.

Os conceitos matemáticos apresentados nesta produção além de serem

usados em sala de aula, poderão ser utilizados por pessoas que desejam ingressar

no mercado de trabalho no ramo da construção civil ou mesmo por quem for

adquirir, construir ou reformar uma edificação residencial ou comercial.

O encaminhamento metodológico desta unidade didática está dividido em

dez atividades práticas, que são propostas logo após a descrição de cada conceito.

6

2. OBJETIVOS

2.1. Objetivo geral

Contribuir para uma mudança de perspectiva frente à utilização da

matemática acadêmica em relação à matemática da vida. Mudança esta, que visa

uma atitude dos alunos diante de uma situação problema que exija a manipulação

de dados, o uso de ferramentas matemáticas e a combinação de conhecimentos

prévios para propor uma solução.

2.2. Objetivos específicos

Espera-se que com esta intervenção os alunos sejam capazes de:

• Compreender escala como uma proporção e saber utilizá-la;

• Identificar o metro como unidade-padrão de medida de comprimento;

• Calcular o perímetro usando unidades de medida padronizadas;

• Calcular áreas de superfícies (poligonais e circulares) usando unidades

de medida de superfície padronizadas;

• Compreender e utilizar o metro cúbico como padrão de medida de

volume;

• Entender o teorema da Pitágoras e relacioná-lo na construção de um

ângulo reto;

3. AS CONSTRUÇÕES E O PROJETO ARQUITETÔNICO

Edificar é usar apropriadamente o trabalho e os materiais escolhidos com o

fim de por a disposição dos homens, sobre fundamentos estáveis, uma porção de

espaço bem disposta e acondicionada de acordo com sua conveniência e com

elevado grau de segurança.

O edifício deve estar distribuído em função da natureza e das necessidades

do homem, e dotado de boas condições de higiene, aeração, de luz, de temperatura

e de silêncio, quaisquer que sejam o clima e o ambiente geral em que se erga a

construção. Deste modo são criados o ambiente e a segurança em que o homem

pode viver, onde possa abrigar a sua vida de família, seus negócios ou trabalho e

7

onde pode ser beneficiário de serviços como escolas, hospitais, casas de comercio e

locais de lazer.

Harmonizar os elementos das construções com os da natureza em função do

homem é a função de um construtor, qualquer que seja seu posto na ordem dos

trabalhos. Por isso os construtores devem possuir conhecimentos cada vez mais

diversificados e aperfeiçoados.

A palavra projeto significa, genericamente, intento, desígnio,

empreendimento, um conjunto de ações caracterizadas e quantificadas, necessárias

à concretização de um objetivo. Embora este sentido se aplique a diversos campos

de atividade, em cada um deles o projeto se materializa de forma específica.

Portanto, um projeto é por definição uma idéia ou algo que se tem a intenção de

fazer; um plano de realizar qualquer coisa. Na área da construção civil, um projeto é

um estudo com desenhos e descrições de uma construção a ser realizada. Este

contém, na linguagem de desenho, informações técnicas relativas a uma obra

arquitetônica. Esse desenho segue normas de linguagem que definem a

representatividade das retas, curvas, círculos e retângulos, assim como dos diversos

outros elementos que nele aparecem. Assim poderão ser perfeitamente lidos pelos

outros profissionais envolvidos na construção. Esses desenhos podem ser

realizados sobre uma superfície de papel, dentro de pranchas na maioria das vezes

sulfite, ou na tela de um micro computador, para posterior reprodução e devem

respeitar normas Técnicas da ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas.

Os projetos arquitetônicos devem conter informações necessárias para que

possam ser completamente entendidos e executados. São compostos por

informações gráficas, representadas pelos desenhos técnicos através de plantas,

cortes, elevações e perspectivas – e por informações escritas – memorial descritivo

e especificações técnicas de materiais e sistemas construtivos.

O objetivo principal do Projeto de Arquitetônico de uma Edificação é a

Execução da Obra idealizada por um Engenheiro ou Arquiteto. Assim, o projeto

arquitetônico é composto por diversos documentos, entre eles as plantas baixas, os

cortes, as elevações ou fachadas, a planta de cobertura, a planta de localização e a

planta de situação. A obra deve se adequar aos contextos naturais e culturais em

que se insere e responder às necessidades do cliente e futuros usuários.

8

3.1. Atividade 01

O ideal para o desenvolvimento desta atividade é utilizar um projeto

arquitetônico impresso em formato normatizado segundo a NBR 6492, no qual

devem constar os elementos exigidos pela ABNT, para a representação de projetos

de arquitetura. Para isso o professor da turma pode solicitar à direção da escola,

caso a escola possua, uma cópia do projeto arquitetônico da mesma.

Opcionalmente, no anexo I deste material está inserido um projeto arquitetônico em

tamanho reduzido.

Tendo em mãos um projeto arquitetônico, formar grupos de 4 alunos e

identificar no projeto Arquitetônico os seguintes elementos:

• Planta baixa;

• Seções ou cortes;

• Elevações ou fachadas;

• Planta da cobertura;

• Planta de situação;

• Perfis do terreno;

• Estatística;

• Identificação.

4. MEDINDO COMPRIMENTOS

No livro Gênesis do Antigo Testamento da Bíblia Sagrada, encontra-se um

dos mais antigos registros da história da humanidade, onde se pode observar a

importância das medidas precisas e padronizadas para o desenvolvimento das

atividades do homem. O Criador ordena a Noé que construa uma arca, pois está

para derramar sobre a terra um dilúvio.

Faze uma arca de tábuas de cipreste; nela farás compartimentos e a calafetarás com betume por dentro e por fora. Deste modo a farás: de trezentos côvados será o comprimento; de cinqüenta, a largura; e a altura, de trinta. Farás ao seu redor uma abertura de um côvado de altura; a porta da arca colocarás lateralmente; farás pavimentos na arca: um em baixo, um segundo e um terceiro. Porque eis que eu trago um dilúvio de águas sobre a terra,[...] (Gn 6.14 – 17)

9

O côvado era uma medida padrão da região da Mesopotâmia, onde vivia

Noé. A medida de um côvado era de três palmos, o equivalente a 66 cm se

comparada com a medida de um palmo atualmente, que é de 22 cm.

4.1. Sistema Métrico Decimal

Desde a Antiguidade os povos foram criando suas unidades de medida.

Cada um deles possuía suas próprias unidades-padrão. Com o desenvolvimento do

comércio ficavam cada vez mais difíceis a troca de informações e as negociações

com tantas medidas diferentes. Era necessário que se adotasse um padrão de

medida único para cada grandeza.

Foi assim que, em 1791, na época da Revolução Francesa, um grupo de

representantes de vários países reuniu-se para discutir a adoção de um sistema

único de medidas. Surgia o sistema métrico decimal.

4.2. Metro

A palavra metro vem do grego métron e significa "o que mede". Foi

estabelecido que a medida do metro seria a décima milionésima parte da distância

do Pólo Norte ao Equador, no meridiano que passa por Paris. No Brasil o metro foi

adotado oficialmente em 1928.

4.3. Múltiplos e Submúltiplos do Metro

Além da unidade fundamental de comprimento, o metro, existem ainda os

seus múltiplos e submúltiplos, cujos nomes são formados com o uso dos prefixos:

quilo, hecto, deca, deci, centi e mili. No quadro a seguir estão os múltiplos e

submúltiplos do metro:

Múltiplos Unidade

Fundamental Submúltiplos

quilômetro hectômetro decâmetro metro decímetro centímetro milímetro

Km Hm dam M dm Cm mm

1.000 m 100 m 10 m 1 m 0,1 m 0,01 m 0,001 m

10

Os múltiplos do metro são utilizados para medir grandes comprimentos, enquanto os submúltiplos, para pequenos comprimentos. Para medidas milimétricas, em que se exige precisão, utiliza-se o mícron e o angströn:

Para distâncias astronômicas é utilizado o Ano-luz, que corresponde a

distância percorrida pela luz, no vácuo, no período de um ano. Considerando que a

velocidade da luz é de 300.000 km/s, um ano luz equivale a 9,463 x 1012 km. Em

metros esta distância é de 9.460.536.207.068.016, ou em valor aproximado:

O pé, a polegada, a milha, a braça e a jarda são unidades não pertencentes

ao sistema métrico decimal. Estas são utilizadas em países de língua inglesa. As

suas medidas no sistema métrico decimal são:

Pé 30,48 cm

Polegada 2,54 cm

Jarda 91,44 cm

Milha terrestre 1.609 m

Milha marítima 1.852 m

Braça 2,20 m

Palmo 22,00 cm

Além disso tem-se também que:

1 pé = 12 polegadas

1 jarda = 3 pés

As unidades de medidas, como a polegada, o palmo, o pé, a jarda, a braça e

o passo, eram associadas com partes do corpo humano, o que facilitava se chegar a

mícron (µ) = 10E-6 m angströn (Å) = 10E-10 m

Ano-luz = 9,5x1012 km

11

uma medida que podia ser verificada por qualquer pessoa. As figuras a seguir,

demonstram a maneira convencional de se fazer associações, das unidades de

medidas, com as respectivas partes do corpo.

Na figura 01 está representada a unidade braça, que corresponde à

distância entre os dedos médios das mãos com os braços abertos, equivale a 10

palmos.

Figura 01: Representação da medida de Braça

Fonte:http://www.matematica.seed.pr.gov.br/modules/galeria/detalhe.php?foto=677&evento=4

Na figura 02 esta representada a unidade palmo, que corresponde à

distância entre a ponta do polegar e a ponta do dedo mínimo, com a mão bem

aberta.

Figura 02: Representação da medida de Palmo

Fonte:http://www.matematica.seed.pr.gov.br/modules/galeria/detalhe.php?foto=675&evento=4

12

Na figura 03 esta representada a unidade Pé, que corresponde à distância entre a ponta do dedão até o calcanhar, corresponde a 12 polegadas.

Figura 03: Representação da medida de Pé

Fonte:http://www.matematica.seed.pr.gov.br/modules/galeria/detalhe.php?foto=673&evento=4

Na figura 04 esta representada a unidade polegada, que corresponde à distância entre a articulação e a ponta do polegar.

Figura 04: Representação da medida de Polegada

Fonte:http://www.oocities.org/br/jcc5002/polegada.html

13

4.4. Atividade 02

Formar grupos de 4 alunos e, primeiramente com utilização de partes do

corpo, sem utilizar nenhum instrumento de medida, orientá-los para fazer medições

de objetos, usando unidades relacionadas com partes do corpo, dentro e fora da

sala e anotar na tabela 1. Em seguida, com a utilização de régua e trena fazer

medições dos mesmos objetos e anotar na tabela 1 utilizando a unidade mais

conveniente, cm ou m.

Tabela 1: Resultados das medidas com partes do corpo e com instrumentos

Unidade Objeto medido

Resultado da

medida

utilizando as

partes

do corpo

Resultado da

medida

utilizando

instrumento

Em cm ou m

Polegada Comprimento do seu

caderno

Palmo Comprimento da sua

carteira

Palmo Comprimento da mesa

do professor

Braça Comprimento da sala

de aula

Braça Largura da sala de

aula

Braça Perímetro da sala

Pé Comprimento da

quadra de vôlei

Pé Largura da quadra de

vôlei

Pé Perímetro da quadra

de vôlei

Fonte: Rosita

14

A seguir, os alunos deverão comparar os resultados obtidos com unidades

baseadas em partes do corpo, com os resultados obtidos pelos colegas e responder

as questões.

1º) Os resultados obtidos utilizando partes do corpo por você é o mesmo obtido por

seus colegas? Justifique:_______________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

2º) Se os resultados obtidos foram diferentes qual pode ser considerado correto.

Justifique: ___________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

3º) Os resultados obtidos com a utilização dos instrumentos de medida (régua ou

trena), foram iguais ou diferentes dos resultados obtidos pelos seus colegas?

Justifique: ___________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

5. ESCALA

Escala é a relação entre a medida de um objeto ou lugar representado no

desenho e sua medida real, ou seja, é a relação que indica a proporção entre cada

medida do desenho e a dimensão real no objeto.

As edificações com grandes extensões, como desenhos de ruas ou praças,

em geral são representadas nas escalas de 1:500 ou 1:1000. As construções,

menores podem ser representadas na escala de 1:100 ou 1:50.

A utilização da escala é necessária para representar um objeto ou um

determinado espaço de maneira ampliada ou reduzida. Para isso deve ser adotada a

escala adequada para cada situação:

15

• ESCALA 1:1, para escala natural, quando se deseja representar do

mesmo tamanho do objeto;

• ESCALA X:1, para escala de ampliação, quando se deseja representar

maior que o objeto, onde X deve ser um número maior que 1 (X > 1);

• ESCALA 1:X, para escala de redução, quando se deseja representar

menor que o objeto, onde X deve ser um número maior que 1 (X > 1).

Observação: Quando for necessário o uso de mais de uma escala numa mesma

representação de desenho, estas devem estar indicadas junto à identificação do que

se referem.

5.1. Exemplo para Interpretação

Uma escala de 1:500 informa que, o comprimento de um segmento ou curva

representado em uma planta, equivale a quinhentas vezes este comprimento no

tamanho real do objeto. Nessa escala:

• 1 m em planta representa uma linha de 500 m no terreno.

mmDD

mEscala 5005001

500

11=×=→==

• 10 cm em um planta representa uma linha de 5.000 cm (= 50 m) no

terreno.

mcmcmDD

cmEscala 50000.550010

500

110==×=→==

5.2. Escalas recomendadas

A seguir são apresentadas as escalas mais recomendadas para cada

situação, como é possível observar na apostila de desenho técnico do curso superior

em automação e controle do Centro Federal de tecnologia de Mato Grosso:

• Escala 1:1, 1:2, 1:5 e 1:10 - Detalhamentos em geral;

• Escala 1:20 e 1:25 - Ampliações de banheiros, cozinhas ou outros

compartimentos;

• Escala 1:50 - É a escala mais indicada e usada para desenhos de

plantas, cortes e fachadas de projetos arquitetônicos;

• Escala 1:75 - Juntamente com a de 1:25, é utilizada apenas em desenhos

de apresentação que não necessitem ir para a obra;

16

• Escala 1:100 - Opção para plantas, cortes e fachadas quando é inviável o

uso de 1:50. Plantas de situação e paisagismo. Também para desenhos de

estudos que não necessitem de muitos detalhes;

• Escala 1:175 - Para estudos ou desenhos que não vão para a obra;

• Escala 1:200 e 1:250 - Para plantas, cortes e fachadas de grandes

projetos, plantas de situação, localização, topografia, paisagismo e desenho

urbano;

• Escala 1:500 e 1:1000 - Planta de localização, paisagismo, urbanismo e

topografia;

• Escala 1:2000 e 1:5000 - Levantamentos aerofotogramétricos, projetos de

urbanismo e zoneamento.

5.3. Tipos de escala

As escalas podem ser classificadas em dois tipos: Numérica e Gráfica.

5.3.1. Escala Numérica

A escala numérica pode ser de redução ou de ampliação. É chamada de

ampliação quando a representação gráfica é maior do que o tamanho real do objeto.

Por exemplo: 3:1, 5:1, 10:1. A escala de redução é a que representa o objeto em

tamanho menor que o real. Por exemplo: 1:25, 1:50, 1:100.

5.3.2. Escala Gráfica

A escala gráfica é a representação através de um gráfico proporcional à

escala utilizada. Aplica-se quando há necessidade de reduzir ou ampliar o desenho

por processo fotográfico. Assim, se o desenho for reduzido ou ampliado, a escala o

acompanhará em proporção. Para obter a dimensão real do desenho basta copiar a

escala gráfica numa tira de papel e aplicá-la sobre a figura. Por exemplo: escala

gráfica correspondente a 1:50 é representada por segmentos iguais de 2cm, pois 1

metro/50= 0,02 = 2cm.

-1 0 1 32

metros

17

5.4. Escalímetro

O escalímetro é um instrumento destinado à determinação e marcação de

medidas, na escala do desenho. A versão mais utilizada e recomendada em

arquitetura é a que marca as escalas de 1:20, 1:25, 1:50, 1:75, 1:100 e 1:125. Não

deve ser utilizado para o traçado de linhas.

Figura 05: Fotos de um escalímetro de 30cm. Fonte: Rosita

5.5. Atividade 03

Para ilustrar e motivar esta atividade, pode-se utilizar um projetor multimídia

para apresentar aos alunos, de forma on-line, as opções de mapas disponíveis na

internet e ver como são representadas as escalas. Um site sugerido é o Google

maps que pode ser acessado em http://maps.google.com.br/.

Após essa ilustração pode-se formar grupos de 4 alunos, distribuir mapas

rodoviários, mapa mundi, mapa do Paraná e mapa do Município onde se localiza o

colégio, se houver, para que sejam feitas observações a respeito de escala.

Sugerir aos alunos que façam o cálculo da distância entre duas cidades, e

respondam as seguintes questões:

18

1º) Qual tipo de escala é utilizada nos mapas rodoviários?

___________________________________________________________________

2º) Escolher duas cidades e calcular a distância entre elas utilizando a escala

apresentada no mapa.

Cidade 1: ___________________________________________________________

Cidade 2: ___________________________________________________________

Distância: ___________________________________________________________

5.6. Atividade 04:

Medir e anotar na planta baixa (ANEXO II), o valor das dimensões dos

cômodos.

6. O CONCEITO DE ÁREA E PERÍMETRO

No decorrer da história, são encontrados relatos que explicam a como as

terras que ficavam as margens dos rios (Rio Nilo no Egito Antigo) eram divididas

para serem cultivadas, e assim fosse possível o desenvolvimento da agricultura

nessa região. Este exemplo é uma aplicação do uso da geometria para resolver um

problema do cotidiano do povo egípcio daquela época.

Era necessária a demarcação das dimensões dos terrenos com a

delimitação das áreas para que pudesse ser calculado o tributo a ser pago ao faraó

e também para que os pais pudessem subdividir suas terras entre os seus herdeiros.

Assim, a geometria despontava como uma ferramenta primordial para solucionar

alguns problemas daquele povo. O conhecimento matemático veio atender uma

necessidade de resolver tais problemas como: dividir os terrenos em áreas iguais,

mas com formatos diferentes.

Segundo Boyer, no Papiro de Ahmes se encontram situações problemas que

utilizam o cálculo da medida de área através do uso de composição e decomposição

de figuras, que comumente fazemos ao nos depararmos com figuras irregulares.

Alguns autores ao definir perímetro expressam apenas como "soma da

medida dos lados", esta definição restringe o perímetro apenas aos polígonos, então

como expressar o perímetro de uma circunferência ou de uma superfície curva?

19

Retificando afirma-se que perímetro é a medida do contorno de uma determinada

figura e pode-se utilizar diferentes estratégias e aplicá-las em circunstâncias

variadas, para que os alunos compreendam de fato essa definição. Situação

semelhante ocorre com o conceito de área num retângulo, por exemplo, é dito que

se deve "multiplicar a medida dos lados"; ou seja, a medida da base pela altura.

Apenas quando os alunos já sabem utilizar essa fórmula, o estudo de área se

estende para outros polígonos. E como seria resolvido se fosse necessário o cálculo

de uma área circular?

Muitos livros didáticos do ensino fundamental ainda trazem um número

reduzido de atividades relacionadas ao estudo do conceito de área de figuras

planas, isso não favorece aos professores e alunos a apropriação dos conceitos e

das habilidades geométricas para o aprendizado desses conteúdos. Por isso a

proposta deste trabalho é construir o conceito de área, partindo de uma medida

padrão, o metro quadrado, para obtenção do cálculo da área de locais como a sala

de aula, quadra, saguão, corredores e outros ambientes aos quais os alunos tem

acesso, para que se familiarizem com as dimensões.

Faz-se necessário ainda, comparar os diferentes formatos das figuras as

quais estamos sujeitos a encontrar nos ambientes. Estas noções sobre área podem

ser identificadas por meio da verificação da medida de área e respectiva

comparação, deve-se observar a possibilidade da construção de superfícies com

área mínima para um contorno fixo e da verificação das deformações que

conservam área, ou seja, para um mesmo perímetro podem ser obtidas figuras de

áreas diferentes.

6.1. Atividade 05

Formar grupos de 4 alunos para montar com utilização de palitos de sorvete

e fita crepe o contorno de um quadrado de 1m de lado, formando 1m². Com esse

“m²” fazer medições de áreas como da sala de aula ou corredor, por exemplo. Na

sequência, responder as questões propostas.

20

Figura 06: Quadrado com 1 m de lado Fonte: Rosita

1º) Quais foram as dificuldades ou facilidades de se obter a área da(o)

_________________________________________________nesta atividade?

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

2º) Com a utilização de trena fazer medição das dimensões da sala de aula, da

quadra, do saguão, corredores e de algum elemento circular, registrar as medidas e

proceder o cálculo dos respectivos perímetros e áreas, para se familiarizar com os

instrumentos.

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________.

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________.

3º) Voltando na planta baixa em estudo, calcular os perímetros e as áreas dos

cômodos, fazendo observações quanto ao formato que os cômodos da casa têm e

de como foram compostas ou decompostas as figuras para se determinar o valor da

área de cada ambiente.

21

Tabela 2: Medidas de perímetro e área dos cômodos da casa

Cômodo Perímetro (m) Área (m²)

Quarto 1

Cozinha

BWC 1

BWC 2

Circulação

Sala

Quarto 2

Área Total Fonte: Rosita

7. ÁREA DE ALVENARIA DE UMA CONSTRUÇÃO

A alvenaria é em geral formada por blocos cerâmicos que são conhecidos

por tijolos, mas também pode ser feita com outros elementos como blocos de

concreto, blocos de vidro, tijolos maciços, etc. A alvenaria tem a função de separar

as áreas dos cômodos de uma construção, bem como separar a área externa

quando usada nos muros. É construída em camadas de blocos cerâmicos também

chamadas de fiadas todas com o mesmo alinhamento. Estas fiadas são assentadas

em uma única direção vertical e devem ter a mesma altura do início ao fim de cada

fiada para que a alvenaria, seja de paredes ou de muros, fique perpendicular em

relação ao solo e nivelada.

Os blocos são assentados lado a lado com elementos de ligação que são

chamados de juntas e são feitas de argamassa. A espessura dessas juntas varia

entre 1,5 a 2,0cm.

22

Figura 07: Fotos de alvenaria de tijolo a espelho Fonte: Rosita

Figura 08: Fotos de alvenaria de tijolo deitado Fonte: Rosita

Para determinar a área de alvenaria é necessário observar no projeto

arquitetônico os desenhos dos cortes, onde deverão conter a altura do pé-direito,

que é a medida vertical desde o chão até o teto. Deve-se também determinar as

áreas das aberturas, como portas, janelas e vãos para que seja calculada somente a

área de paredes de alvenaria.

7.1. Tipos de Tijolos

O tijolo, por ter menor custo em relação a outros tipos de blocos, é o material

mais utilizado para construções de alvenaria na região de Tibagi. São encontrados

com medidas padronizadas, mas apresentam pequenas variações.

Os mais usados são:

• Tijolo maciço - Muito usado em paredes estreitas de armários, em caixas

d'água, caixas de esgoto ou em paredes comuns;

23

Dimensões: 5 x 9 x 19 cm, etc.

Figura 09: Tijolo maciço Fonte: Rosita

• Tijolo furado - Mais leve que o tijolo maciço, é barato e não sobrecarrega

a estrutura da obra. Dimensões: 9 x 14 x 19cm, 10 x 15 x 20 cm, etc.

Figura 10: Tijolo furado Fonte: Rosita

• Tijolos vazados - Mais leve que o tijolo furado. Usado particularmente nas

paredes divisórias sobre estrutura de concreto armado. É o tijolo mais leve e tem

furos quadrados. Dimensões: 9 x 14 x 19 cm, 9 x 17 x 25 cm, etc.

Figura11: Tijolo vazado Fonte: Rosita

24

7.2. Bloco de concreto

Alguns profissionais ligados ao setor da construção denominam o bloco de

concreto como “tijolo de concreto”, esses blocos, tem maior resistência do que o de

cerâmica e pode ser utilizado sem revestimento. Suas dimensões geralmente são: 9

x 19 x 39 cm ou 14 x 19 x 39 cm.

Figura 12: Bloco de concreto Fonte: Rosita

7.3. Atividade 06

Formar grupos de 4 alunos e utilizando as figuras dos anexos III e IV,

calcular as áreas das paredes que serão construídas de tijolos.

Após calculada a área de alvenaria, ou seja, das paredes, é necessário

determinar a quantidade de tijolos a serem utilizados para a construção das

mesmas. Para se obter esse total, primeiramente cada grupo deve estipular a forma

de assentamento dos tijolos, que será adotada para o cálculo, que pode ser com o

tijolo “deitado” ou “a espelho”. A escolha da posição do tijolo vai determinar sua

quantidade por metro quadrado de alvenaria. Além disso, devem ser conferidas as

dimensões dos mesmos. O tijolo mais comumente utilizado é o de Cerâmica que

mede 9 x 14 x 19 cm.

As figuras 13 e 14 apresentam o mesmo tijolo posicionado de duas formas

diferentes.

25

Figura 13: Tijolo furado na posição “a espelho” Fonte: Rosita

Figura 14: Tijolo furado na posição “deitado” Fonte: Rosita

Na figura 15, foi marcado com giz o perímetro de um quadrado com 1 m de

lado e os tijolos de 9x14x19 cm foram assentados deitados.

26

Figura 15: Alvenaria com tijolos assentados na posição “deitado” Fonte: Rosita

7.4. Atividade 07

Visita a uma obra de construção civil em fase de levantamento das paredes.

Esta atividade envolve a participação de um profissional, construtor ou mestre de

obras, que deve ser contatado anteriormente a fim de receber os alunos. Este

profissional deve ser orientado a demonstrar a aplicação do conhecimento

matemático na prática.

É conveniente realizar a visita com grupos de alunos, pois dependendo do

número de alunos da turma deverá ser agendada mais de uma visita para que todos

tenham oportunidade.

È necessário tomar alguns cuidados em relação à segurança. Equipar os

alunos com capacete, que pode ser emprestado na obra e orientá-los quanto ao uso

de calçados fechados.

Os Pais ou Responsáveis pelos alunos menores de 18 anos, devem ser

informados antecipadamente da realização da visita e preencher uma autorização

por escrito conforme modelo constante no anexo V desta produção.

Formar grupos de no máximo 10 alunos para cada visita e sugerir a eles o

levantamento das seguintes questões:

27

1º) Qual o tipo de tijolo que está sendo utilizado na obra? Quais suas dimensões?

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

2º) Como são assentados os tijolos?

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

3º) Quanto de argamassa é colocado entre os tijolos? E qual, aproximadamente, é a

espessura dessa camada de argamassa?

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

4º) A quantidade de argamassa vai interferir na quantidade de tijolos por m²?

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

Deixar em aberto para que os alunos façam outros questionamentos

pertinentes ao tema.

Após a visita, reunir os grupos para a apresentação de um relato sobre a

mesma.

7.5. Atividade 08

Nesta proposta de atividade os alunos deverão fazer a determinação de

quantos tijolos serão necessários por metro quadrado de alvenaria nas duas opções

de assentamento, lembrando que além da face do tijolo, deve ser considerada a

espessura da argamassa.

Propor que os mesmos grupos de alunos da visita realizem esta atividade

em conjunto.

1º) Qual a área em m² da face de cada tijolo se for assentado “deitado”?

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

28

2º) Quantos tijolos serão necessários por metro quadrado nesse caso?

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

3º) Qual a área em m² da face de cada tijolo se for assentado “a espelho”?

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

4º) Quantos tijolos serão necessários por metro quadrado nesse caso?

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

5º) Além do tipo e tamanho dos tijolos, há outro item que foi considerado no cálculo

da quantidade de tijolos por metro quadrado? Justifique sua resposta:

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

6º) Cada grupo deve calcular a quantidade total de tijolos para a construção da

residência da atividade 04.

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

Ao final da atividade fazer com que os alunos apresentem as dificuldades

e/ou facilidades encontradas.

É pertinente explicar que o cálculo matemático apresentará o valor exato do

número de tijolos, entretanto numa obra é necessário comprar em torno de 5% a

mais, pois pode haver alguma perda por quebra no transporte ou mesmo durante o

armazenamento e manuseio na obra.

8. MEDIDAS DE VOLUME

As medidas de volume possuem grande importância nas situações

envolvendo capacidade de sólidos. Volume pode ser definido como o espaço

29

ocupado por um corpo ou pela capacidade que um corpo tem de comportar alguma

substância.

Assim como as medidas de comprimento linear e as medidas de área, o

volume também tem uma unidade padrão, que é o metro cúbico,

8.1. Metro cúbico

A unidade fundamental de volume chama-se metro cúbico . O metro cúbico

é representado por “m3” e corresponde ao espaço ocupado por um cubo com 1 m de

aresta.

Figura 16: Cubo com arestas de 1m Fonte: Rosita

O expoente “3” do “m3” representa nesta unidade de medida, a

tridimensionalidade. Para o cálculo do volume precisa-se considerar os corpos em

três dimensões, assim não é uma unidade de medida unidimensional (linear) nem

bidimensional (área).

8.2. Múltiplos e submúltiplos do metro cúbico

Além da unidade fundamental de volume, o metro cúbico, existem ainda os

seus múltiplos e submúltiplos, cujos nomes são formados com o uso dos prefixos:

quilo, hecto, deca, deci, centi e mili. No quadro a seguir estão os múltiplos e

submúltiplos do metro cúbico:

30

Múltiplos Unidade

Fundamental Submúltiplos

quilômetro

cúbico

hectômetro

cúbico

Decâmetro

cúbico

Metro

cúbico

Decímetro

cúbico

Centímetro

cúbico

Milímetro

cúbico

km3 hm3 dam3 m3 dm3 cm3 mm3

1.000.000.000m3 1.000.000m3 1.000m3 1m3 0,001m3 0,000001m3 0,000000001m3

Como unidades de capacidade também são unidades de volume, podemos

estabelecer relações como:

1 dm³ = 1 l

1 m³ = 1.000 l

1 cm³ = 1 ml

Isso demonstra que é possível fazer transformações de unidade de medida de

volume em unidade de medida de capacidade e vice-versa.

Exemplo:

Em uma residência onde moram 03 pessoas a companhia de abastecimento

de água verificou que em 30 dias foi consumido 12 m³ de água. Isso significa que

essa família gastou 12.000 l de água nesses 30 dias.

8.3. O metro cúbico na obra

Numa obra de construção civil em diversas situações é possível observar a

aplicação do cálculo de volume, como é o caso, por exemplo, do concreto que vai

preencher as fundações, vigas e pilares que fazem parte da estrutura. Esses

elementos são em geral o principal fator de segurança de uma edificação. Por isso o

cálculo do volume de concreto é importante para garantir que a estrutura tenha

resistência suficiente para a utilização a que se destina a construção.

Outra importante aplicação de volume na construção de uma edificação de

alvenaria é o cálculo do volume de concreto necessário para preencher o contrapiso.

Entende-se por contrapiso, a camada de concreto com espessura que pode variar

31

de 5 a 15 cm dependendo da utilização da edificação. Essa camada de concreto

deve ser executada sobre uma camada de pedra em toda a área interna da

edificação para posteriormente ser assentado o revestimento final do piso. Em

terrenos onde há muita umidade, é recomendado utilizar uma lona de plástico,

normalmente uma lona preta, embaixo da camada de pedra para impermeabilizar, e

assim impedir a ascensão da umidade do solo para o piso.

Numa obra residencial é normalmente utilizado um contrapiso de 8,00 cm de

espessura. Portanto, a partir da área total dos cômodos e a espessura do contrapiso

pode ser determinado o volume de concreto necessário para a execução do mesmo.

Figura 17: Execução de contrapiso de concreto Fonte: Rosita

8.4. Atividade 09

Formar grupos de 4 alunos para montar com utilização de palitos de sorvete

um cubo com arestas de 1 m, isso vai dar a idéia do espaço de 1m³ , com esse “m³”

fazer medições de volume, da sala de aula ou de outro espaço dentro do colégio.

Durante essa observação devem ser anotadas as dificuldades e/ou facilidades

encontradas para determinar o volume de um espaço como a sala de aula por

exemplo.

32

Figura 18: Cubo com arestas de 1m feito com palitos de sorvete Fonte: Rosita

Observações:

1º) Quais foram as dificuldades ou facilidades de se obter o volume da(o)

_____________________________________, nesta atividade?

___________________________________________________________________.

___________________________________________________________________.

___________________________________________________________________.

2º) Justifique:

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________.

___________________________________________________________________.

___________________________________________________________________.

3º) Calcular volume de concreto necessário para preencher o piso de todos os

cômodos na construção da residência da planta baixa estudada na atividade 04.

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________.

___________________________________________________________________.

___________________________________________________________________.

33

9. ÂNGULOS

Para que uma edificação seja executada em conformidade com o projeto, é

necessário que os construtores sejam capazes de interpretar e executar no canteiro

de obras as marcações do projeto com precisão.

Com relação aos ângulos existe uma grande preocupação em garantir que

as suas medidas estejam corretas. Para isso os profissionais fazem uso de algumas

ferramentas como transferidor e esquadro, que tanto podem servir para marcar,

como para conferir as medidas dos ângulos.

O transferidor que os profissionais utilizam em obras pode ser do mesmo

tipo que é utilizado por professores no quadro de giz, como apresentado na figura

19.

Figura 19: Transferidor Fonte: Rosita

O esquadro de madeira (figura 20) além dos professores em sala de aula

pode também ser utilizado pelos profissionais da construção civil.

Figura 20: Esquadro de madeira Fonte: Rosita

34

9.1. O Teorema de Pitágoras

Devido às inundações anuais do rio Nilo, os antigos egípcios precisavam

constantemente marcar e remarcar seus terrenos, que geralmente eram

retangulares. Para isso se utilizava uma corda com 13 nós feitos equidistantes (12

espaços iguais). Esse espaço entre cada nó era então, tomado como a unidade de

medida.

Figura 21: Corda com 13 nós Fonte: CAMBIRIBA

Com essa corda, fixando estacas no 1º e 13º nós, no 5º nó e no 8º nó, forma

um triângulo retângulo, com a seguinte configuração:

Figura 22: Triângulo formado pela corda com 13 nós e as estacas Fonte: CAMBIRIBA

O matemático e filósofo grego Pitágoras, que viveu em Samos entre 571

a.C. a 496 a.C., juntamente com seus alunos, demonstrou e formalizou a relação

existente entre as medidas dos lados de qualquer triangulo retângulo. Essa relação

é: “em todo e qualquer triângulo retângulo, o quadrado da medida da

hipotenusa é igual à soma dos quadrados das medidas dos catetos”. Essa

propriedade ficou conhecida como o “Teorema de Pitágoras”.

Pode-se observar na corda com os 12 espaços, primeiramente lados que

formam o ângulo reto, chamados de catetos, são de 3 espaços e 4 espaços, e o

terceiro lado o qual fica oposto ao ângulo reto, chamado hipotenusa, é formado por 5

35

espaços. Portanto ao aplicar relação do “Teorema de Pitágoras” a essas medidas

observa-se:

Figura 23: Triângulo Retângulo e o Teorema de Pitágoras Fonte: Rosita

Comprovando que o triângulo formado pelos 12 espaços entre os nós da corda

estão de acordo com o “Teorema de Pitágoras”. Logo, este é um triângulo retângulo.

9.2. O Teorema de Pitágoras e o Ângulo Reto na obra

Durante toda a obra, desde sua locação, quando o profissional precisa fazer

as primeiras medições para “marcar a obra” dentro do terreno, até o acabamento,

com a colocação de pisos, portas, janelas, etc. é percebida a utilização do ângulo de

90º (noventa graus), ou seja, o ângulo reto. O profissional da construção civil faz uso

de um recurso muito parecido com aquele utilizado pelos egípcios, para garantir que

os ângulos formados entre as paredes, quando é o caso, seja um ângulo reto.

O primeiro passo na locação da obra é a montagem de um “gabarito”, como

é chamado na linguagem dos construtores. O “gabarito” é feito utilizando estacas de

madeira, pregos e linha de nylon. Para iniciar a marcação estica uma linha paralela a

frente do terreno, em seguida estica uma nova linha perpendicular a primeira,

provisoriamente. Então crava uma estaca a 3 m na primeira linha e outra a 4 m

dessa, sobre a linha provisória. Medindo a distância entre as duas estacas o valor

correto deverá ser de 5 m. Se a medida for maior ou menor que 5 m, a segunda

estaca terá que ser mudada até que se consiga essa medida.

Da mesma forma demonstrada no item 9.1, o triângulo formado pelas

estacas respeita a relação do “Teorema de Pitágoras”:

36

3² + 4² = 5², portanto:

9 + 16 = 25.

Outras medidas de lados de triângulo retângulo podem ser utilizadas, desde

que respeitem a relação do “Teorema de Pitágoras”. Os mais utilizados 30 cm, 40

cm e 50 cm, ou 60 cm, 80 cm e 100 cm(1m).

Na figura 24, tem-se um exemplo da sequência da marcação do ângulo reto

utilizando o triângulo de 60 cm, 80 cm e 100 cm.

Marcando 60cm

Marcando 60cm

Marcando 80cm

Marcando 80cm

Conferindo=100 cm (1 m)

Conferindo=100 cm (1 m)

Figura 24: Sequência da marcação de um ângulo reto Fonte: Rosita

37

Esse procedimento de marcar o ângulo reto na linguagem utilizada pelos

profissionais diz-se “colocar no esquadro” ou “esquadrejar”. Nesse processo o

construtor, pode também fazer uso de uma ferramenta chamada esquadro, que além

de auxiliar na construção do ângulo reto, serve para conferir, em outras etapas da

construção, como é o caso em assentamentos de pisos, azulejos, janelas etc., se os

ângulos “estão no esquadro”, ou seja, se são retos.

Figura 25: Esquadro de uso em obra Fonte: Rosita

Em obras de ruas e praças ou grandes construções comerciais e industriais,

a marcação é feita por aparelhos chamados “teodolitos” ou através de GPS.

A figura 26 mostra mais um exemplo da aplicação do “Teorema de

Pitágoras”, na marcação da obra. Esta encontra-se na Cartilha para Pedreiro,

elaborada pela Universidade do Estado da Bahia.

Figura 26: Exemplo de aplicação do Teorema de Pitágoras Fonte: Cartilha do Pedreiro

38

9.3. Atividade 10

Formar grupos de 4 alunos e com o uso de réguas e trenas, fazer algumas

conferencias de “esquadro” . Pode ser feito entre paredes da sala de aula, entre o

piso e a parede, nos móveis, etc. A seguir registrar pelo menos duas observações

por grupo.

1º) Foi verificada a presença do ângulo reto? Onde?

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________

___________________________________________________________________.

___________________________________________________________________.

39

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BOYER, C. B. História da matemática . Tradução: Elza F Gomide. São Paulo: Edgard Blücher, 1974. BURIASCO, R. L. C. de. Sobre a Resolução de Problemas. Nosso fazer. Ano 1, nº 5. Secretaria Municipal de Educação, Londrina, 1995. GERVASI, Lucia. ¿cuál es el papel del professor de matemática frete a los problemas de La educación matemática? . União matemática Argentina, março, 1995. Disponível em: http://www.soarem.org.ar/revistapremisa.htm. Acessado em 26/06/2012. MARASINI, Sandra Mara. Contribuições da didática da matemática para a educação matemática . In: RAYS, Oswaldo Alonso. Educação e ensino: Constatações, inquietações e proposições. Santa Maria: Pallotti, 2000, p. 126-130. ONUCHIC, Lourdes de La Rosa; ALLEVATO, Norma Sueli Gomes, Novas reflexões sobre o ensino aprendizagem de matemática. In: BICUDO, Viggiani; BORBA, Marcelo de Carvalho. Educação Matemática: Pesquisa em movimento. São Paulo: Cortez, 2004.320p. PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Superintendência de Educação. Departamento de Ensino de Primeiro Grau. Currículo Básico para a Escola Pública do Estado do Paraná . 2.ª ed. Curitiba, 1992.

PARANÁ, Secretaria de Estado da Educação. Diretrizes Curriculares da Educação Básica. Ensino Fundamental: Matemática . Versão Preliminar. Curitiba, 2004. PARANÁ, Secretaria de Estado da Educação. Diretrizes Curriculares da Educação Básica: Matemática . Curitiba, 2008. PCN, Parâmetros curriculares nacionais: Matemática . Secretaria de Educação Fundamental. Ensino de quinta a oitava série. Brasília: MEC /SEF, 1998. PONTE, João Pedro da; BROCARDO, Joana; OLIVEIRA, Hélia. Investigações Matemáticas na sala de aula . Belo Horizonte: Autêntica, 2003. PÁDUA, Fabiano de; Apostila de desenho técnico. Centro Federal de Educação Tecnológica de Mato Grosso. NEUFERT, Ernest; A arte de projetar em arquitetura. Tradução da 21 ed. alemã. 5 ed. São Paulo, Gustavo Gili do Brasil, 1976. MAZZEU, Francisco José Carvalho; DEMARCO, Diogo Joel, KALIL, Luna. Caderno metodológico para o professor. São Paulo: Secretaria de educação continuada, alfabetização e diversidade, 2007.

40

ARRUDA FILHO, Adilson Brito de, SILVA, Sandro Luiz da, SOUSA, Warley Pitanga. Cartilha do pedreiro. Bahia, Universidade do Estado da Bahia, 2001. CAMBIRIBA, Sérgio da Silva. Explorando os conteúdos matemáticos envolvidos na construção de uma casa . In: PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Superintendência de Educação. O professor PDE e os desafios da escola pública paranaense: produção didático-pedagógica, 2007. Curitiba: SEED/PR., 2011. V.2. (Cadernos PDE). Disponível em: http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/cadernospde/pdebusca/producoes_pde/2007_uem_mat_md_sergio_da_silva_cambiriba.pdf. Acesso em: 17/06/12. ISBN 978-85-8015-038-4. ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 6492. Representação de projetos de arquitetura. Rio de Janeiro. 1994 http://www.oocities.org/br/jcc5002/polegada.html - Grandezas, Unidades, Cientistas.

http://www.matematica.seed.pr.gov.br/modules/galeria/fotos.php?evento=4 – Galeria

de imagens. Grandezas e medidas.

http://maps.google.com.br/

41

ANEXO I PROJETO ARQUITETÔNICO

42

QUARTO 2SALA

COZINHA

QUARTO 1

BWC1

CIRCULAÇÃO

BWC 2

PLANTA BAIXA

ANEXO II

ANEXO II PLANTA BAIXA

43

0,70

2,170,6

1,101,000,60

2,70

0,602,11

0,60 2,10

0,60 2,10

0,60 0,60 1,52

SE

ÇÃ

O A

A'

ANEXO III SEÇÃO AA’

44

0,60 1,20 0,90

0,60 0,60 1,50

0,600,60 1,50

0,60 1,20 0,90

0,70

0,70

2,702,17

SE

ÇÃ

O B

B'

ANEXO IV SEÇÃO BB’

45

ANEXO V

AUTORIZAÇÃO DOS PAIS PARA VISITA EM OBRA DE CONSTRU ÇÃO CIVIL

Eu, ________________________________________________________________,

portador do RG: __________________________________ responsável pela (o)

aluna (o)____________________________________________________________

matriculada (o) no 9º ano ______ do Colégio Irênio Moreira Nascimento, autorizo a

(o) mesma (o) a participar de “Visita em obra de construção Civil”, no centro da

cidade de Tibagi, acompanhado pela Professora Rosita Aparecida Bueno, que será

realizada no dia _______ de ____________________ de 2013.

A saída do Colégio será às ____h____min e o retorno às ____h_____min.

OBSERVAÇÕES:

1. Será fornecido capacete de segurança para o aluno usar durante a visita;

2. O aluno deverá estar identificado com a camiseta de uniforme do colégio;

3. Usar calçados fechados;

4. Devolver esta autorização assinada para a professora Rosita até o dia

______/______/2013.

Tibagi, ______ de ______________________ de 2013.

__________________________________________________

Assinatura do Pai ou responsável