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abcdefghijklmnopqrstuvwxyyz Distribuição Gratuita PROIBIDA A VENDA Órgão divulgador do Núcleo de Estudos Espíritas “Amor e Esperança” - Ano 10 - nº 92 - Junho/2009 Os Instrumentos da Perfeição Embriaguez Batuíra Rui Barbosa Rui Barbosa Terceira e última parte Terceira e última parte Nada de Coitadinho Família na Atualidade Civilizações Antigas - Introdução à Índia

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Page 1: seareiro 06 2009 - Núcleo de Estudos Espíritas "Amor e ... · das férias escolares, mas que trazem, em si, os mesmos conceitos pagãos das festas juninas. ... 1 Solstício: época

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Distribuição Gratuita

PROIBIDA A VENDA

Órgão divulgador do Núcleo de Estudos Espíritas “Amor e Esperança” - Ano 10 - nº 92 - Junho/2009

Os Instrumentos da PerfeiçãoEmbriaguezBatuíra

RuiBarbosaRuiBarbosa

Terceira e última parteTerceira e última parte

Nada de CoitadinhoFamília na Atualidade

Civilizações Antigas - Introdução à Índia

Page 2: seareiro 06 2009 - Núcleo de Estudos Espíritas "Amor e ... · das férias escolares, mas que trazem, em si, os mesmos conceitos pagãos das festas juninas. ... 1 Solstício: época

EditorialSeareiroeditorial

Sempre que adentramos no mês de junho não conseguimos deixar de perceber asfestas juninas que povoam as cidades e que, em muitos lugares, por conveniência, setornam em festas julinas, aquelas que ocorrem no decorrer do mês de julho, em razãodas férias escolares, mas que trazem, em si, os mesmos conceitos pagãos das festasjuninas.

A festa junina faz parte de uma antiga tradição pagã celebrar o solstício deverão.

Como o catolicismo absorveu muitas celebrações pagãs em seu ritual, assim ocorreutambém com as festas juninas, celebrando principalmente o dia de São João.

Ao lembrarmos que festas pagãs são aquelas que servem para cultuar váriosdeuses, assim como as festas juninas celebram o deus Sol, vemos mesmo no meioespírita a aceitação deste tipo de celebração, sempre com o intuito de arrecadar verbaspara a instituição, não se percebendo que se está incentivando esse tipo de politeísmo.

Muitos diriam: mas aqueles que ali vão nem sabem dessas coisas e não veem malalgum, até porque estão auxiliando o agrupamento espírita a fazer “caridade” com aarrecadação feita.

Pois bem, vigiemos e oremos!Será que o fim justifica os meios, ou nós, espíritas, não estamos com a

responsabilidade de transmitir a Verdade do Cristo, que não pode ser mesclada comquaisquer outras crenças fantasiosas?

É exatamente quando começamos a fazer concessões no ideal espírita-cristão queiniciamos a caminhada pelo erro, divulgando as trevas. Fizemos isto, ontem, na Igreja,quando detínhamos a responsabilidade de divulgar o Cristianismo e nos perdemos pelanossa vaidade, nosso orgulho e nosso egoísmo.

O Cristo é claro, ao afirmar que não se deve “Servir a Deus e a Mamon”.Lembremos, companheiros, que a Espiritualidade Superior estará sempre a auxiliar

e a sustentar as instituições sérias, que buscam se ajustar aos desígnios divinos,atendendo à vontade do Pai Celestial.

Acreditarmos que não temos outras formas de motivar a caridade alheia, paraatendimento às necessidades materiais do grupo espírita é, no mínimo, subestimar aPaternidade Divina, à qual todos nós pertencemos.

Cada um, que participa da instituição, deverá buscar entender onde e como poderáauxiliar no trabalho coletivo, já que faz parte da experiência naquela reencarnação, maso principal é que a instituição mantenha sempre a fidelidade ao Cristo, e que esta estejasempre em primeiro lugar.

Busquemos, então, estudar sempre as obras sérias e trabalhar incessantementepara a nossa própria melhoria, estendendo as mãos ao labor cristão, visando aquelesinfortúnios ocultos a que nos convida o Evangelho.

Emmanuel, enfim, nos assevera em sua mensagem “Socorro e Concurso”, do livroPalavras de Vida Eterna (trecho):

“Observemos que o Senhor, diante da multidão faminta, não pergunta aoscompanheiros:

— “De quantos pães necessitamos?" mas, sim, "quantos pães tendes?".A passagem denota a precaução de Jesus, no sentido de alertar os discípulos para a

necessidade de algo apresentar à Providência Divina, como base para o socorro quesuplicamos.

Em verdade, o Mestre conseguiu alimentar milhares de pessoas, mas não prescindiudas migalhas que os apóstolos lhe ofereciam...

Não te esqueças, pois, de que no auxílio aos outros não prescindirá o Senhor doauxílio, pequenino embora, que deve encontrar em ti.”

para 1

SeareiroSeareiro2

ÍND

ICE Grandes Pioneiros:

Atualidade:

Cantinho do Verso e Prosa:

Clube do Livro:

Tema Livre:Contos:

Família:

Pegadas de Chico Xavier:

CanalAberto:Kardec em Estudo:

Livro em Foco:Calendário:

Rui Barbosa - Terceira eÚltima Parte - Pág. 3

Civilizações Antigas - Introdução àÍndia - Pág. 10

Desejo do Mestre -Pág. 11

O Mosteiro de São Jerônimo -Pág. 12

Embriaguez - Pág. 12Os Instrumentos da Perfeição - Pág. 13

Família na Atualidade -Pág. 14

Nada deCoitadinho - Pág. 15

Batuíra - Pág. 16Destruição

Necessária e DestruiçãoAbusiva -Pág.18

Paciência - Pág. 19Junho - Pág. 19

Publicação MensalDoutrinária-espírita

Direção e Redação

Endereço para correspondência

Conselho Editorial

Revisão Gramatical

Jornalista Responsável

Diagramação e Arte

Imagem da Capa

Impressão

Tiragem

Ano 10 - nº 92 - Junho/2009Órgão divulgador do Núcleo de

Estudos Espíritas Amor e EsperançaCNPJ: 03.880.975/0001-40

CCM: 39.737

Seareiro é uma publicação mensal,destinada a expandir a divulgação daDoutrina Espírita e manter o intercâmbioentre os interessados em âmbitomundial. Ninguém está autorizado aarrecadar materiais em nosso nome, aqualquer título. Conceitos emitidos nosartigos assinados refletem a opinião deseu respectivo autor. Todas as matériaspodem ser reproduzidas, desde quecitada a fonte.

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Fátima Maria GambaroniGeni Maria da SilvaIago Santos Muraro

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Roberto de Menezes PatrícioRosangela Neves de AraújoRuth Correia Souza Soares

Silvana S.F.X. GimenezVanda NovickasWilson Adolpho

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12.000 exemplaresDistribuição Gratuita

http://www.academia.org.br/abl/media/Rui-Barbosa.jpg

Equipe Seareiro1 Solstício: época em que o Sol, tendo-se afastado o mais possível do equador, parece deter-se eestacionar durante alguns dias, antes de voltar a aproximar-se de novo do equador. (Dic Michaelis UOL).

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Em 1902, Rodrigues Alves é eleito Presidente daRepública e Silvano Brandão, seu Vice-presidente. Essanova governadoria sentia sérios problemas pela falta desaneamento básico, assunto que era muito debatido por RuiBarbosa. Desde os idos de 1895, a peste bubônica ganhavaespaço, junto com a febre amarela e outros males queproliferavam no país. Nesse ínterim, o imenso trabalho daEspiritualidade Superior, sempre presente, fez a populaçãovir a conhecer um reencarnante que traria a solução paraessas doenças.

Dr. Osvaldo Cruz, cientista e sanitarista, pôdeconcentrar seus ideais com medicaçõesavançadas para a época. Formando um batalhãode pessoas que foram denominadas por ele de“soldados da saúde”, visitavam as casas e locais,administrando inseticidas próprios para exterminarlarvas e mosquitos, trabalhando incansavelmente,furando latas e ensinando a população a auxiliar nocombate às doenças e a se prevenir, através dahigiene, tanto a das casas como a do corpo,tomando banho todos os dias e lavando muito bemas roupas e utensílios domésticos. Após algumtempo, Osvaldo Cruz lutou com a população para que fosseaceita a vacinação contra a varíola. Com isso, ele provocauma revolta popular, pois o povo não aceitava aobrigatoriedade da vacinação. Rui Barbosa também secolocou contrário, por entender que com isso se violavam osdireitos individuais do cidadão. Mas Osvaldo Cruz conseguiufazer-se entender, mostrando que o principal direito de todosera o de preservar a vida. E, por esse direito, ele lutou até ofim de sua reencarnação.

Ainda em 1901, Rui Barbosa redige outra polêmicamatéria, defendendo, através do jornal “A Imprensa”, o direitonacional ao território do Acre, quando soube que Bolíviahavia arrendado o Acre, assinando, em Londres, o ContratoAramayo, com uma empresa anglo-americana, The BolivianSyndicate of New York City in North America. Os brasileirosque trabalhavam nos seringais, isto é, os que extraíam o leitedos troncos dos seringais, que era considerado na época oouro branco do Brasil, e muito cobiçado pelo seu valoreconômico, se revoltaram, ocasionando com isso grandestranstornos para o país em sua fase de desenvolvimento.Depois de algum tempo, Rui Barbosa foi nomeado ministro,com plenos poderes para tratar da chamada “Questão doAcre” com o governoboliviano. Mas essep r o b l e m a e r arodeado de muitosconchavos políticos eRui, discordando dasolução apresentadapelo Barão do RioBranco, para quefosse acei to umacordo vantajoso aosdois países, pediu

seu afastamento. Só em 1903 é que esse assunto teve fim,quando foi assinado o Tratado de Petrópolis, que colocavalimites entre Brasil e Bolívia.

O Brasil ficara com 180.000 km² do território do Acre ecomprometendo-se a fazer construir a estrada de ferroconhecida, após, como Madeira-Mamoré. Rui Barbosa nãofora concorde com o pagamento feito à Bolivian Syndicate etambém com a indenização, ao governo boliviano, pelaregião em litígio.

Entre os muitos acontecimentos que estavam sendocogitados no Senado, os estudantes paulistas lançam acandidatura de Campos Sales para a presidência daRepública. Enquanto isso, Rui Barbosa apresenta aoSenado o projeto de anistia para todos os implicados nos

acontecimentos da rebelião havida na EscolaMilitar. Rodrigues Alves, chefe governamentalna época, libera o projeto de anistiaapresentado por Rui e aceito pelo Congresso.Embora essa rebelião tenha sido para deporRodrigues Alves, com toda a eloquência aoprojeto, feito por Rui, as questõesdesfavoráveis deixaram de existir.

A candidatura de Afonso Pena começara aser indicada em Minas Gerais e Rui Barbosa,em seu manifesto à Nação, não só indica onome de Afonso Pena como presidente comotambém aponta para a vice-presidência daRepública o nome de Nilo Peçanha.

Durante as eleições do ano de 1906, Rui Barbosa é eleitosenador, Afonso Pena ganha como presidente, e NiloPeçanha como vice. O Governo, ainda sob a presidência deRodrigues Alves, envia um convite a Rui Barbosa,solicitando-lhe representar o Brasil na 3ª Conferência Pan-Americana, que aconteceria no Rio de Janeiro, sendopresidente dessa reunião o senhor Joaquim Nabuco. MasRui, alegando motivo de saúde, recusa o convite.

No dia 15 de novembro de 1906, Afonso Augusto MoreiraPena assume a presidência da República, sabendo queseriam tempos difíceis que teria que enfrentar asconsequências dos efeitos da política negativa realizada porRodriguesAlves, perante muitos brasileiros.

O jornal ”Correio da Manhã”, em uma de suas edições,indica, por sugestão, o nome de Rui Barbosa pararepresentar o Brasil na 2ª Conferência da Paz, a ser realizadaem Haia. Logo após, Rui recebe oficialmente o convite doBarão do Rio Branco para discursar em Haia, representandoo Brasil. Por carta, Rui Barbosa escreve ao Barão do RioBranco aceitando o convite para essa representação naHolanda. E por decreto do presidente Afonso Pena, Rui é

n o m e a d oE m b a i x a d o rE x t r a o r d i n á r i o ,plenipotenciário eDelegado do Brasilem Haia. Dessaf o r m a , e l e , e mc o m i t i v a eacompanhado de suae s p o s a M a r i aAugusta e das filhasMaria Luiza Vitória e

Grandes Pioneirosgrandes pioneiros

Rui BarbosaRui BarbosaTerceira e Última Parte

Oswaldo CruzOswaldo Cruz

Afonso PenaAfonso PenaRodrigues AlvesRodrigues Alves Nilo PeçanhaNilo Peçanha

Órgão divulgador do Núcleo de EstudosEspíritas Amor e Esperança 3

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Maria Adélia, embarca nonavio Araguaia, no caisPharoux, rumo à Europa. OAraguaia chega à Bahia,o n d e R u i e f a m í l i aparticipam de um banquetee , p e l a m a d r u g a d a ,p r o s s e g u e m v i a g e m .Desembarcam em Lisboa,onde são recebidos para umalmoço na delegação doBrasil e depois partem paraCherbourg (França), deonde seguiram para Paris.Desembarcando na capital francesa, Rui e família sehospedam no Hotel Regina, na Rue de Rivoli. Em nome dojornal “Le Brésil”, o senhor Roxo Rodrigues oferece umarecepção em honra a Rui Barbosa e família.

Estavam presentes a essa recepção o senhor Gabriel deToledo Pisa e Almeida, Ministro do Brasil em Paris, o senhorJoaquim Nabuco embaixador do Brasil em Washington eamigo particular de Rui e Henri Turot, do Conselho Municipalde Paris e muitas outras personalidades.

No dia seguinte, ele chega a Haia sem a família, que ficaraem Paris. Hospedou-se no Palace Hotel, em Scheveningen,uma praia de banhos separada de Haia por uma extensafloresta.

O Plano Espiritual a tudo auxiliava para que Rui Barbosapudesse desempenhar essa importante missão de paz,desde os conflitos que se espalhavam por toda parte, pelospensamentos desordenados dos homens, levados pelopoder e orgulho. Rui estava assessorado pela caravana doCristo. Seus ideais não se haviam corrompido. Dentro deseus princípios figurava a Lei de Paz, Esperança e OrdemMundial. Sua principal fé era a honestidade e o respeito à Leido Criador. Era ele fiel à religião católica, mas prudente naquestão da fé raciocinada.

Rui, há muito, mostrava-se preocupado com osacontecimentos futuros. Havia no ar a preparação para asdores futuras entre os povos.

A Conferência da Paz, convocada pela rainha da Holandae pelo czar da Rússia, tinha por objetivo discutir odesarmamento, ante as previsões futuras de uma guerra deproporções mundiais o que, infelizmente, veio a acontecerem 1914, sete anos após essa conferência, na qualdiplomatas de todas as potências ocidentais tomaram parte.

Pouca atenção despertava o Brasil, por causa de umapostura de submissão diante das decisões da potência norte-americana. Achavam que a presença do Brasil seriadespercebida, não chamaria atenção alguma. Mas ninguémesperava que Rui Barbosa deixasse toda a assembleiadiplomática internacional deb o ca abe r t a e o lh o sarregalados, ante suaoratória brilhante e profundasob todos os aspectos:políticos, religiosos e dehonradez.

Durante a solene aberturano palácio de Binnenhof, soba presidência do Ministrodos Negócios Estrangeirosdos Países Baixos, o senhorVan Gondriaan, este ficousem palavras, pois, antes,ele resumira a tarefa da

Conferência em resolveramigavelmente os litígiosentre as nações e tentarabrandar os efeitos de umag u e r r a i m i n e n t e ,principalmente por aquelesque fossem atingidos peloscombates. A repercussãodo discurso de Rui foienorme e, com poderesespeciais, ele assina a atade adesão à Convenção de29/07/1899, para o concertode paz entre os conflitos

internacionais. Rui Barbosa é indicado pela Rússia comopresidente de honra da 1ª Comissão da Conferência da Paz.Isso se deu porque foram distribuídas quatro comissões paraestudos objetivos e debates.

Rui ficou com a 1ª Comissão, onde seriam estudadas ascomissões internacionais de inquérito, encarregadas deajuizar esses propósitos. E Rui destacou-se nessa e emoutras questões, com a finalidade de afastar o terrívelfantasma da guerra.

Todos os assuntos tratados nessa Conferência da Pazrepercutiram em todos os países. A oratória, por vezes atédramática, de Rui levou o representante russo, FredericFrommhold de Martens, a se calar diante de questõespolíticas que, segundo o representante, não seriam decompetência dessa conferência. Rui Barbosa, de imediato,responde com um improviso, em francês:

Esse fato o tornou como uma das figuras maisrespeitadas em Haia, tanto que o senhor Brown-Scott,representante norte-americano, declarou:

O Bureau Internacional de la Cour Permanented´Arbitrage, em Haia, pelo Secretário-Geral Michiels VanVerduyuler, comunica a nomeação de Rui Barbosa comomembro da referida corte. Isto se deu porque no discurso,feito por Rui, ele estabelece a diferença entre o Tribunal deJustiçaArbitral e o existente Tribunal deArbitramento.

Mostrando as diferentes posições, Rui restabeleceu adisciplina do trabalho entre esses tribunais. E discursousobre esse e outros assuntos em várias línguas.

Enquanto isso, Maria Augusta, esposa de Rui, chega aScheveningen e hospeda-se no mesmo Palace Hotel, paraaguardar o retorno do esposo.

A Conferência da Paz, em Haia, encerrou-se no dia 18 deoutubro de 1907. Antes de sua despedida de Haia, Ruirecebeu uma carta de Arthur T. Hadler, presidente da

Universidade de Yale (NewHaven Connecticut - USA),c o n v i d a n d o - o p a r aministrar uma série deconferências sobre as“Responsabilidades daCidadan ia ” , mas RuiBarbosa agradecendo oconvite, não o aceita e sedesculpa, por achar-se semcondições físicas para maisessa jornada.

Após o encerramentofestivo de Haia, Rui voltoupara o Palace Hotel, em

“Essa Conferêncianão se refere apenas à política militante que conflita ospovos, mas à política da ciência histórica com uma regramoralista”.

“Eis o novo mundoque se faz ouvir pelo velho”.

Cais Pharoux, em 1880, Rio de Janeiro - hoje parte da Praça XVCais Pharoux, em 1880, Rio de Janeiro - hoje parte da Praça XV

Rui Barbosa, Maria Augusta, suas filhas Maria Adélia e Maria Luísa Vitóriae comitiva embarcam no navio Araguaia no cais Pharoux, rumo a Haia.Rui Barbosa, Maria Augusta, suas filhas Maria Adélia e Maria Luísa Vitóriae comitiva embarcam no navio Araguaia no cais Pharoux, rumo a Haia.

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Scheveningen, encontrando-se com sua esposa MariaAugusta, que o abraçou, ambos saudosos. Rui guardavaem seu interior a satisfação do dever cumprido, pela féque mantinha em seu coração de que, um dia, houvesserealmente paz no mundo. Mesmo sem entender as açõesdo Plano Espiritual, ele tinha a certeza de que todos osexemplos para que os povos se entendessem, um dia,teriam que vir do Brasil. Enquanto isso, seu nome eradivulgado por todos os representantes da Conferência,como sendo Rui Barbosa, a “Águia de Haia”, pela suaindescri t ível intel igência e carisma, quandocorajosamente enfrentou as grandes potências comoInglaterra, Alemanha e Estados Unidos, deixando claro,em sua tese, que perante a ordem jurídica internacionaltodos os Estados são iguais e soberanos. Com todosesses acontecimentos, tornava Rui Barbosa à esperançada paz. Mas, infelizmente, ele não poderia impedir aguerra próxima, mas, enquanto houvesse tempo, eleestaria lutando pelo bem de todos os povos.

Rui Barbosa e esposa retornam a Paris, onde sãorecebidos calorosamente por brasileiros que aí residiam.Depois embarcam a bordo do navio Araguaia. Rui tinhaintenções de parar em Lisboa, mas dona Maria Augusta nãoestava bem de saúde e só desembarcaram ao chegar aoBrasil, no estado da Bahia. O governador José Marcelino,recebe-os com um banquete realizado no Hotel Sul-Americano.

De retorno ao Rio de Janeiro, Rui e família desembarcamno cais Pharoux.

O Barão do Rio Branco os recebe com grande entusiasmoe o jurista é aclamado pelo povo, até que chega ao Palácio doCatete, sendo recebido pelo Presidente Afonso Pena, que ocongratulou pelo sucesso em Haia.

Rui Barbosa também foi homenageado no Senado e asaudação foi dita pelo senhor Francisco Glicério que, emnome dos senadores, lhe oferece um cartão de ouro, combela dedicatória.

Em maio de 1908, Rui Barbosa é reeleito vice-presidentedo Senado.

As homenagens sobre seus discursos em Haia aindarepercutiam por toda parte e o Senado, junto com ospecuaristas, quis premiá-lo, mas Rui recusou-seterminantemente em aceitar prêmio algum.

No dia 15 de julho de 1908, realiza-se na casa de SãoClemente, da família de Rui Barbosa, o casamento da filha docasal, Maria Adélia, com Antonio Batista Pereira que eraCurador de Órfãos no Distrito Federal, nomeado peloPresidenteAfonso Pena.

A cerimônia realizou-se na sala principal da biblioteca,ornada ricamente para a festa nupcial. Fora designado comoum dos padrinhos o Barão do Rio Branco.

Em setembro de 1908, vem a falecer, no dia 29, orenomado escritor e literato, Joaquim Maria Machado deAssis, grande amigo de Rui Barbosa que, profundamenteconsternado, pronuncia um discurso reiterando os feitos emliteratura magnífica que Machado de Assiscolocava em seus romances. Esse discurso, eleo fez em nome da Academia Brasileira de Letrase ficou conhecido como o “Adeus a Machado deAssis”.

Três dias após, Rui Barbosa é eleitopresidente da Academia Brasileira de Letras, emsubstituição a Machado de Assis. Votosunânimes de todos os membros da Academia,por encontrarem em Rui Barbosa a mesma

sequência de trabalhos que Machado deAssis desenvolvia.No ano seguinte, Anatole France visitou a Academia

Brasileira de Letras e Rui Barbosa o saúda em francês,agradecendo por sua vinda ao Brasil. Seu discurso foipublicado no Rio de Janeiro pela Imprensa Nacional.

Desgostoso com a política nacional e em desacordo comos que o elegeram para a vice-presidência do Senado, Ruipediu a sua renúncia do cargo, o que veio a ser recusado.Porém, dias depois, com a morte do PresidenteAfonso Pena,que o chocou profundamente, ele definitivamente deixou ocargo da vice-presidência do Senado e foi substituído porQuintino Bocaiúva, que aprovava Nilo Peçanha, o qualocupava a presidência da República, no lugar de AfonsoPena.

Rui Barbosa, antevendo o futuro do Brasil, preocupado,escreveu uma carta a Rodrigues Alves para que aceitasse asua candidatura para a presidência, mas Rodrigues Alves serecusou.

Enquanto isso, Hermes da Fonseca, ex-ministro daGuerra, desenvolvia intensa campanha, tendo como certa apresidência. Inconformado, por saber das intenções do perfilmilitarista de Hermes da Fonseca, Rui se coloca a disputar aeleição nas fileiras da oposição, recebendo o apoio doPartido Republicano Paulista (PRP) e lançando a campanhaalcunhada por seus favorecidos de “civilista”, contra omilitarismo de Hermes.

Nunca o povo havia tido notícias de um processo eleitoralganhar as ruas e chamar a atenção pública, do qual até osestudantes, entre urbanos e elitistas, tomaram parte. Nãohavendo outro meio de comunicação, Rui Barbosa fazia usode sua principal arma: “a palavra”. Esse era seu instrumentopara chamar a todos para participarem do futuro do país.Viajou pelos estados de São Paulo, Bahia e Minas Gerais,afirmando-se liberal, na luta contra as oligarquias (governoparticularista, de poucas pessoas). Discursava entre o povo,afirmando que era preciso não só combater as oposições dasForças Armadas, mas reformá-las e também alterar aConstituição de 1891 que, para ele, estava ultrapassada:

econtinuava

Realizadas as eleições, o Marechal Hermesda Fonseca derrota oficialmente Rui Barbosanas urnas.

Diante da derrota, Rui, em várias sessões,apresenta ao Congresso Nacional vasta

— Acima de tudo era preciso introduzir o voto secreto —— a condição mais substancial do

voto, é a sua liberdade. Sem liberdade não hávoto. Não nasci cortesão, não fui solidário aotrono, não quis ser favorável à ditadura e não oserei das baionetas.

Academia Brasileira de Letras - Av. Presidente Wilson, 203Rio de Janeiro - Tel.: (21) 3974-2500

Academia Brasileira de Letras - Av. Presidente Wilson, 203Rio de Janeiro - Tel.: (21) 3974-2500

Machado de AssisMachado de AssisÓrgão divulgador do Núcleo de Estudos

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“memória” sobre a eleição presidencial, na qual, emanálise da votação entre os candidatos, demonstra aderrota e a inelegibilidade de Hermes da Fonseca.

Desgastado pelos esforços feitos pela campanhapolítica, Rui pede licença do Senado.

Nesse ínterim, em São Paulo, Maria Adélia, sua filha, éacometida de uma grave enfermidade: tifo. De imediato,Rui e esposa viajam para São Paulo, em visita à filha.Hospedam-se no Grand Hotel de la RôtisserieSportsman.

Por esse motivo, e ausentando-se do cargo deCurador, o esposo de Maria Adélia, Antonio Batistapermanece ao seu lado, durante a enfermidade. Mesmo inteirado docaso, o Marechal Hermes da Fonseca decreta a exoneração deAntonio Batista Pereira do cargo de Curador Geral de Órfãos doDistrito Federal. Rui Barbosa ciente do acontecido, entra com umaação judicial e Batista Pereira, seu genro, volta, reintegrado ao cargo.

Após quatro meses da reintegração, Batista Pereira recebe todosos vencimentos atrasados. MariaAdélia melhorara da doença.

Para o refazimento das energias, enfraquecidas pelos últimosacontecimentos, e com a melhora da filha, Rui e Maria Augusta viajamem férias para Poços de Caldas. Tempos depois, retornam ao Rio deJaneiro.

Retomando sua posição política, e para ficar mais à vontade econtinuar escrevendo sobre o governo de Hermes da Fonseca, Ruirenuncia ao cargo de membro da Comissão de Finanças do Senado.Para isso, envia uma carta ao 1º Secretário. Passa, então, a colaborarno novo jornal Diário de Notícias, do Rio de Janeiro, colocando-sevigorosamente contra o Presidente Hermes da Fonseca.

Muitos conflitos políticos continuavam a trazer preocupações ao jácansado coração de Rui Barbosa. Em meio ao caos político, Rui vêseu filho, o Deputado Federal Alfredo Rui Barbosa, sendo acusado decalúnias, pois sabia que o alvo principal era ele próprio. Rui Barbosaimpetra um para seu filho, que estava condenado àmorte e para outros políticos, indiciados no mesmo rol de intrigaspolíticas e pessoais.

Pouco depois, foi anunciada a morte do Barão do Rio Branco e a deQuintino Bocaiúva, sendo este último o presidente do PartidoRepublicano Conservador. Rui prestou suas condolências em ambosos velórios.

Em 1913, por decreto de Hermes Rodrigues da Fonseca, numreferendo de Lauro Müller, foi nomeado Rui Barbosa árbitro brasileirona Corte Permanente de Arbitragem, instituída pela Convenção deHaia em 29 de julho de 1899, para a arbitragem pacífica dos conflitosinternacionais, num período de seis anos, com o término em 12 dedezembro de 1919.

Numa festividade oferecida para o estadista americano RobertBacon, pela sua visita ao Brasil, Rui Barbosa o saúda na BibliotecaNacional. Viera Robert Bacon em missão à Fundação Carnegie,comparecendo também ao casamento do Marechal Hermes comDona Nair de Tefé. Rui Barbosa comenta o fato no Senado.

No dia primeiro de março de 1914, feita a eleição para o ExecutivoFederal, foram eleitos Venceslau Brás para Presidente da República eUrbano Santos para Vice-presidente. Para essa eleição, Rui Barbosanão se pronunciou, porque ummovimento havia tido início paradepor o Marechal Hermes.

Com isso, fora decretado umestado de sítio preventivo. RuiBarbosa corria sérios riscos de serpreso. Apreensivo, ele resolveaproveitar as férias do Congresso eviaja para São Paulo com a família.Os boatos seriam de que ele haviapartido por motivos políticos, mas elemesmo desmentiu, dizendo-se

e s g o t a d o .Permaneceum mês nac a p i t a lp a u l i s t a ,hospedando-se no GrandHotel de laR ô t i s s e r i eSpor tsman,como sempreo fazia.

Enquanto isso, os conflitos internacionaisprosseguiam. Francisco Ferdinando, herdeiro dotrono austro-húngaro é assassinado em Sarajevo.Isso vem a provocar um atentado que promove ainvasão da Sérvia. E, em junho de 1914, a PrimeiraGuerra Mundial é deflagrada! Essas disputas entreas grandes potências da Europa duraram quatroanos. Rui Barbosa mantinha firme atitude de apoioaos aliados. Sua opinião, quanto à invasão daBélgica pelos alemães, em fins de 1915, era aocontrário das conquistas que foram alcançadas naConferência da Paz, em Haia.

Rui Barbosa regressa ao Rio de Janeiro e MariaAugusta permanece em São Paulo porque, no diaseguinte, ela iria ter com parentes, na fazenda Riodas Pedras, próxima a Campinas.

Com a reabertura do Congresso, Rui dirige umprotesto contra a prorrogação doestado de sítio.

Enquanto isso, repercutiam asteses e manifestações de Rui sobre aagressão aos navios da MarinhaMercante Brasileira. Isso viria aprovocar mudanças profundas napolítica externa do Brasil, pelaneutralidade do país relativa à guerramundial. Convocado pelo Presidenteda República, Venceslau Brás,

habeas corpus,

SeareiroSeareiro6Hermes da FonsecaHermes da Fonseca Venceslau BrásVenceslau Brás

Rui Barbosa durante a campanha eleitural (1909/1910)Rui Barbosa durante a campanha eleitural (1909/1910)

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deveria Rui tomar parte na reunião do Brasil com relação à guerra mundial,onde fora revogado o decreto de neutralidade. No ano seguinte, Rui Barbosaseria eleito Diretor Presidente da Liga Brasileira pelos aliados.

No ano de 1918, finda a Grande Guerra Mundial!Nesse mesmo ano, Rui Barbosa completava 50 anos de luta pela liberdade

e paz dos cidadãos brasileiros, e por quê não do mundo?Sua vida inteira fora desdobrada entre tribunais, comércios, discursos em

todos os lugares. Seus artigos, em defesa e protestos feitos pela imprensa; noParlamento, entre regimes de oposições e arbitrariedades, mas, sempre,defendendo a cidadania. Desde seu marcante discurso, em saudação a JoséBonifácio, o “Moço”, nos idos de 1868, convocando os jovens para a defesada pátria brasileira.

Sua contribuição ao país fora celebrada, a princípio, como jubileu literário,mas transformou-se em jubileu cívico. Era o mais apropriado a esse grandehomem, que fora jornalista, jurista e político, com sérios desafios ao mundoem transformação.

Os festejos, em homenagem a Rui Barbosa, tiveram início no dia 11 deagosto de 1918, com uma missa campal que fora celebrada pelo CardealArcoverde, no Campo de São Cristóvão, no Rio de Janeiro.

Estiveram presentes Venceslau Brás, Presidente da República, váriosministros e outras autoridades. Falou, em nome do povo, o senhor CoelhoNeto. Após, rumaram todos para a Biblioteca Nacional, onde foi inaugurado obusto de Rui Barbosa, o homenageado.

Rui profere um discurso emocionado, onde se coloca como um soldado,construindo de forma boa ou má, com palavras ou letras, porém colocando opensamento, através de atos, nos ideais de colaborar para uma nação livre,com exemplos de paz.

No dia 13 de agosto de 1918, Rui, em recepção ocorrida em sua residênciana rua São Clemente, ou, melhor, como ele destacava, na “Vila MariaAugusta”, recebeu as insígnias da Legião de Honra, do ministro francês PaulClaudel; as saudações do Império Britânico, a Cruz de Ouro da Academia deCiências de Lisboa e a Ordem da Coroa da Bélgica.

Nessa data tão significativa para o Brasil, por todo o esforço desse espíritoque retornara da Espiritualidade a fim de dar sequência à obra iniciada, oPlano Superior abençoava, no mesmo instante, a vida de dedicação desseque, outrora, fora José Bonifácio e que soubera com lealdade cristã, apesarde todos os entraves do caminho, até aquela hora, cumprir seu dever moral ecívico.

A data de 13 de agosto de 1918 foi declarada feriado nacional, peloPresidente da República. As festividades continuaram, com mais discursos,no dia seguinte, realizadas no Teatro São Pedro de Alcântara, atual TeatroJoão Caetano. Após o povo entrar, abriram-se alas para que Rui Barbosapassasse por todos, que o aclamavam como a “grande inteligência do Brasil”,ou, melhor, a “Águia de Haia”.

Os anos seguintes continuaram com os mesmos trabalhos árduos para Rui.Viagens, por vezes, junto com a esposa Maria Augusta ou sozinho, semprediscursando e levantando questões para equacionar sérios problemas.

Em 14 de setembro de 1921, Rui foi eleito membro da Suprema CortePermanente de Justiça Internacional, de Haia, pelo Conselho Executivo daSociedade (Liga) das Nações e pelaAssembleia da mesma sociedade.

Tempos depois, Rui adoece gravemente, sendo visitado por autoridadesde vários países, como o Presidente de Portugal, Antonio José de Almeida(que o agracia com a Grã-Cruz de São Tiago), vindo também para os festejosda Independência do Brasil, no seu centenário.

Na mesma época, o Prefeito Carlos Sampaio dá o nome de Rui Barbosa àavenida que circunda o Morro da Viúva, em Botafogo, no Rio de Janeiro,como parte dos festejos do centenário da emancipação política do Brasil.

No ano de 1923, Rui Barbosa mostrava-se cada vez mais esgotado. Porinsistência de sua esposa Maria Augusta, ele aceita ir para a casa dePetrópolis, na avenida Ipiranga, 405, de sua propriedade.

Com o clima mais ameno, ele consegue melhoras. Sendo seu estado desaúde favorável, ele escreve uma carta ao Deputado Federal JoaquimPereira Teixeira, falando de sua preocupação pela sucessão governamentalna Bahia. Embora todas as rogativas de Maria Augusta para que ele deixassede pensar na política até ficar bem, Rui não parava, sua mente acompanhava

Órgão divulgador do Núcleo de EstudosEspíritas Amor e Esperança 7

Jardim lateralJardim lateral

Pérgula - era um elemento frequente nos quintaisdo Rio de Janeiro no século XIX, que, coberto por

trepadeiras, fornecia sombra aos moradores.

Pérgula - era um elemento frequente nos quintaisdo Rio de Janeiro no século XIX, que, coberto por

trepadeiras, fornecia sombra aos moradores.

Fundação Casa de Rui Barbosa - Jardim socialFundação Casa de Rui Barbosa - Jardim social

Jardim privadoJardim privado

A garagem da casa, antiga cocheira, abriga oautomóvel Benz e veículos de tração animalA garagem da casa, antiga cocheira, abriga oautomóvel Benz e veículos de tração animal

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todos os acontecimentos do Brasil e do mundo político de fora e de dentro dopaís.

No meio político baiano ferviam expectativas para a sucessão. Resolveramesses políticos pedir a Rui Barbosa uma reunião em sua casa, em Petrópolis,no que foram atendidos. E nesse dia, 27 de fevereiro de 1923, essa reuniãotrouxe os nomes dos candidatos para o governo da Bahia, mas o interventordo Estado do Rio, o senhor Aureliano Leal, candidato, tinha certeza de queRui não apoiaria seu nome para governar a Bahia. Como represália ao grupodos políticos, que ele sabia que estariam em Petrópolis, não compareceu àreunião e, numa carta enviada a Rui, ele pediu que seu caso fosse entregueao Presidente Arthur Bernardes, eleito no ano de 1921, para quesolucionasse o problema de sua candidatura à Bahia.

Rui Barbosa, irritado com o fato e com a falta de ética do candidatoAureliano Leal, comentou que a pátria já estava repleta de traidores dessenaipe. Os políticos presentes também se chocaram com a posição tomadapor esse indigno brasileiro.

Terminada a reunião, após a retirada de todos, Rui vê seu estado de saúdepiorar. MariaAugusta, ao seu lado, o ajuda a ir para o leito.A febre aumentavae Rui delirava. Com a ajuda dos filhos, Maria Adélia e Alfredo Rui, resolvechamar pelo Dr. Edgar Correia Lemos, que sempre cuidava da família quandoestavam em Petrópolis. Atendendo ao chamado, Dr. Edgar, após o exame,comunica à família que o estado de Rui é gravíssimo.

Não querendo, sozinho, dar o diagnóstico, pediu para que fosse feita umajunta médica. Maria Augusta, de imediato, requisitou a presença do Dr. LuisBarbosa, que era o médico da família no Rio de Janeiro, do Dr. ModestoGuimarães, do Dr. Pais Leme e também o Dr. João Marinho que eraotorrinolaringologista.

Maria Augusta e os filhos estavam agoniados pela demora dos exames.Após algum tempo, o Dr. Edgar, em nome de todos, diagnosticou umaparalisia bulbar, causada por uma toxemia, resultado de excessosmedicamentosos ou por microorganismos.

— O caso é crítico — dizia Dr. Edgar — sentimos muito, mas a vida dessegrande homem está no fim.

Dias terríveis para a família! Médicos se revezavam para auxiliar o doente aatenuar as fases difíceis da enfermidade.

No dia 1º de março de 1923, enquanto Dr. Edgar via o processo físico deRui se agravar, notou-o querendo dizer algo.

Aproximou-se e ouviu Rui pronunciar:— Doutor... sei que não há mais ... o que fazer... eu agradeço... seus

cuidados... mas sinto a presença... da morte...Maria Augusta, filhos e netos estavam a tudo acompanhando. Em dado

momento, Maria Augusta viu que o marido a olhou e levantou com dificuldadea mão direita. De imediato, ela correu ao seu lado e tomando-lhe as mãosperguntou:

— Meu querido, o que você quer me dizer?Levando as mãos da sua esposa junto de seus lábios, Maria Augusta

ouviu-o com a fala enfraquecida:— Você viverá eternamente em meu coração.A luz divina permitiu-me tê-la

como a mais singela flor que enfeitou o jardim da minha vida... que nuncafeneceu e deu-me forças, através de nossos filhos e netos... reconhecer quevale a pena lutar... para que outras famílias... tenham o mesmo prazer deviver... e de amar... E Maria Augusta sentiu o afrouxar das mãos de Rui sobreas suas. Chorando, convulsivamente, ela fecha os olhos de seu amadoesposo que, pela lei de Deus, ele abriria para vida eterna.

Atendendo aos trâmites religiosos da família católica,Alfredo Rui chamou oFrei Celso, franciscano do Convento Coração de Jesus, em Petrópolis, paradar o Sacramento da Unção dos Enfermos, que foi acompanhado por todosos que ali estavam, inclusive a equipe médica.

Rui Barbosa partiu aos 73 anos, no dia 1º de março de 1923. Seu espírito desprendia-se às 16 horas e 25 minutos, deixandoseu corpo físico que fora levado em trem especial para o Rio de Janeiro, onde foi velado, em câmara ardente, na BibliotecaNacional, palco de suas grandes vitórias, em discursos que elevavam a Nação brasileira. A equipe espiritual acompanhou otrajeto, auxiliando-o com orações para evitar o assédio das sombras.

O presidenteArthur Bernardes decretou luto nacional por três dias.Alberto Baldissara modela a máscara mortuária em gesso que, depois, é fundida em bronze.Asaída do féretro, da Biblioteca Nacional para o Cemitério São João Batista, foi seguida por grande cortejo público. O caixão

Quarto de Maria Augusta e Rui BarbosaQuarto de Maria Augusta e Rui Barbosa

Sala Maria AugustaSala Maria Augusta

Sala Civilista - nesta sala, Rui preparou osdiscursos que proferiu na campanha

presidencial de 1909/1910

Sala Civilista - nesta sala, Rui preparou osdiscursos que proferiu na campanha

presidencial de 1909/1910

Sala Código Civil - aposento particular de RuiSala Código Civil - aposento particular de Rui

Sala Constituição - BibliotecaSala Constituição - Biblioteca

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foi conduzido nos ombros dopovo. Muitos foram osdiscursos proferidos antes dosepu l tamento . O povochorava a voz que se calava,e que, outrora, tanto lutara emdefesa do cidadão.

A notícia da morte de RuiBarbosa abalou o mundo.Seus discursos deixaram emcada lugar por que passara, a marca de sua bravura. Seusartigos na imprensa soavam ainda nos lábios daqueles queadmiravam seus escritos claros, e muitos pronunciavam oque ficara como lema para o jornalistas:

As casas de espetáculos, cinemas, locais de diversõespúblicas fecharam suas portas, por três dias, em todo o país.

A pedido do povo baiano e com o consentimento dosfamiliares, em 1949, os restos mortais de Rui Barbosa foramtrasladados para o Tribunal de Justiça da Bahia, emSalvador, atualmente, Fórum Rui Barbosa.

Na Espiritualidade, Ismael, assim como toda a equipeespiritual que dera apoio a Rui Barbosa, recebia esse espíritoque, mais uma vez, chegava de seu percurso na Terra comoo desbravador que conseguira realizar os propósitos que lheforam designados a realizar, desde seu reencarne como“Patriarca da Independência”. Voltando à Terra, completou aobra iniciada, tornando o Brasil independente, atingindo-se amaioridade do povo para poder escolher e lutar pelas causasreligiosas e ideais cristãos, atendendo ao apelo do Cristopara que, um dia, a Terra do Cruzeiro, seja: “Brasil, Coraçãodo Mundo e Pátria do Evangelho”.

A casa de Rui Barbosa, antiga chácara no Rio de Janeiro,que fora batizada por Rui de “Vila Maria Augusta”, adquiridapara agradar sua esposa, hoje aberta ao público paravisitação, está localizada à rua São Clemente, 134, sendo;atualmente dirigida pelo Ministério da Cultura e denominada:“Fundação Casa Rui Barbosa”.

Seu estilo é neoclássico, e foi completada sua reforma porvolta de 1850. Possui um imenso e belo jardim, tratado pelasmãos de Rui Barbosa. Há um lago onde uma estátua de umaáguia, que domina uma serpente, revela talvez a trajetória davida do antigo proprietário. Vastos salões compõem a casa,com vários escritórios e bibliotecas onde há um acervo de37.000 mil livros dos gêneros preferidos por Rui Barbosa, desua profissão e de sua autoria, entre outros.

Após o desencarne de Rui Barbosa, o governo adquiriu oprédio, inclusive a biblioteca e o arquivo, muito bemconservados. Anos depois, foram adquiridos os móveis e, em13 de agosto de 1930, o Presidente Washington Luisinaugurava a casa como o primeiro museu brasileiro dessegênero. Cada aposento, na época, recebeu um nomereferentemente às passagens de grande significado na vidade Rui Barbosa, pelas viagens políticas, pelos trabalhosprofissionais do Direito e os aposentos dedicados aoaconchego familiar.

Vale a pena ser visitada, relembrando a passagem dessegrande vulto pela vida física, com tantos compromissos

espirituais desenvolvidos por seu intenso amor à Pátriabrasileira!

Eloísa

Discurso no Senado Federal, em 13 de outubro de 1896,em resposta a César Zama.

“A imprensa tem odever de divulgar a verdade, sem mascarar ou tirar apenasproveito do sensacionalismo”.

Meu País conhece o meu credo político, porque o meucredo político está na minha vida inteira. Creio na liberdadeonipotente, criadora das nações robustas; creio na lei,emanação dela, o seu órgão capital, a primeira das suasnecessidades; creio que, neste regímen, não há poderessoberanos, e soberano é só o Direito, interpretado pelostribunais; creio que a própria soberania popular necessita delimites, e que esses limites vêm a ser as suas Constituições,por ela mesma criadas, nas suas horas de inspiraçãojurídica, em garantia contra os seus impulsos de paixãodesordenada; creio que a República decai, porque se deixouestragar confiando-se ao regímen da força; creio que aFederação perecerá, se continuar a não saber acatar eelevar a Justiça; porque da Justiça nasce a confiança, daconfiança a tranquilidade, da tranquilidade o trabalho, dotrabalho a produção, da produção o crédito, do crédito aopulência, da opulência a respeitabilidade, a duração, ovigor; creio no governo do povo pelo povo; creio porém, que ogoverno do povo pelo povo tem a base da sua legitimidade nacultura da inteligência nacional pelo desenvolvimentonacional do ensino, para o qual as maiores liberalidades dotesouro constituíram sempre o mais reprodutivo emprego dariqueza pública; creio na tribuna sem fúrias e na imprensasem restrições, porque creio no poder da razão e da verdade;creio na moderação e na tolerância, no progresso e natradição, no respeito e na disciplina, na impotência fatal doincompetentes e no valor insuprível das capacidades.

Rejeito as doutrinas de arbítrio; abomino as ditaduras detodo o gênero, militares ou científicas, coroadas oupopulares; detesto os estados de sítio, as suspensões degarantias, as razões de Estado, as leis de salvação pública;odeio as combinações hipócritas do absolutismo dissimuladosob as formas democráticas e republicanas; oponho-me aosgovernos de seita, aos governos de facção; aos governos deignorância; e, quando esta se traduz pela abolição geral dasgrandes instituições docentes, isto é, pela hostilidade radicalà inteligência do País nos focos mais altos da sua cultura, aestúpida selvageria dessa fórmula administrativaimpressiona-me como o bramir de um oceano de barbariaameaçando as fronteiras de nossa nacionalidade.

Rui Barbosa

CREDO POLÍTICO

Final da terceira e última parte.

Filhos e netos de Rui Barbosa na jardim da casaFilhos e netos de Rui Barbosa na jardim da casa

Biblio

graf

ia Brasil Coração do Mundo Pátria do Evangelho

Grandes Vultos da Humanidade e o Espiritismo

Rui Barbosa - Cronologia da Vida e Obra

- Francisco Cândido Xavier,pelo Espírito Humberto de Campos, Editora FEB, 9ª ed., 1971.

- Silvio Brito Soares,Editora FEB, 2ª ed., 1975.

- Pesq. Rejane M. M. De AlmeidaMagalhães, Editora Fundação Casa de Rui Barbosa - 2ª ed., 1999.

Imagens, a partir dos links:http://commons.wikimedia.org/wiki/Main_Pagehttp://www.casaruibarbosa.gov.brhttp://fotolog.terra.com.br/nder:291http://www.socgeografialisboa.pt/wp/historia/visitantes-ilustres

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Atualidadeatualidade

Civilizações Antigas - Introdução à ÍndiaCivilizações Antigas - Introdução à Índia

SeareiroSeareiro10

Aos estudiosos, aos curiosos e aos que gostam dereflexões, sempre ficaram as dúvidas sobre as origens doaparecimento do homem na Terra.

De onde viriam os espíritos que, no início dos tempos,reencarnaram pela primeira vez na Terra?

Será que Deus povoou a Terra somente com espíritosprimitivos e selvagens, sem dar uma sustentação para queeles pudessem evoluir mais rapidamente?

Através do livro “A Caminho da Luz”, Emmanuel nosesclarece sobre estes e outros assuntos referentes àevolução do planeta Terra, desde a sua criação, passandopor todas as suas fases históricas, até os dias atuais.

Na Constelação do Cocheiro há uma grande estreladenominada de Cabra ou Capela.

Há muitos milênios, um dos planetas da Capela atingiraum estágio de grande evolução; no entanto, algunsmilhões de Espíritos rebeldes dificultavam a consolidaçãodas difíceis conquistas daqueles povos cheios de piedade

e virtudes.Por determinação das comunidades diretoras

do Cosmos, os Espíritos rebeldesseriam exilados da Capela e

transferidos para a Terra,onde aprenderiam

a realizar, nad o r e

nos trabalhos penosos do novo ambiente, as grandesconquistas do coração. Ao mesmo tempo que evoluiriam,deveriam impulsionar o progresso dos irmãos inferioresque já estavam encarnados na Terra.

Com a reencarnação aqui na Terra dos espíritosexilados de Capela, nascem os ascendentes das raçasbrancas, chamadas raças adâmicas e, com o transcursodos anos, reuniram-se em quatro grandes grupos que sefixaram depois nos povos mais antigos, sendo eles:

O grupo dos árias — povos brancos da família indo-europeia, incluindo os latinos, os celtas, os gregos, osgermanos e os eslavosAcivilização do EgitoO povo de IsraelAs castas da Índia.

Foram os que mais se destacaram na prática do Bem eno culto da Verdade.

Eram formados pelos espíritos exilados que menosdébitos possuíam perante o tribunal da Justiça Divina.

Por guardarem no íntimo uma lembrança mais viva dasexperiências de sua pátria distante, um único desejo osanimava, que era trabalhar devotadamente para regressarao sublimado mundo do qual haviam sido exilados.

Foi por este motivo que as expressões do antigo Egitodesapareceram para sempre do planeta, pois, apósperpetuarem nas pirâmides os seus avançadosconhecimentos, todos os espíritos daquela região africanaregressaram à pátria sideral.

Do Irã procederam quase todas as correntesda raça branca, que representariam mais

tarde os troncos genealógicos da famíliaindo-europeia.

Era formada, na sua maioria,por espíritos revoltados com

as condições do seue x í l i o : p o u c o

interessados nasnecess idades

r e l i g i o s a s ,p o i s

EXILADOS DE CAPELA

ACIVILIZAÇÃO EGÍPCIA

AFAMÍLIA INDO-EUROPEIA

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Órgão divulgador do Núcleo de EstudosEspíritas Amor e Esperança 11

cantinho do verso e prosaCantinho do Verso e Prosa

Desejo do Mestre— “Minha mãe, que hei de fazerPara me unir com Jesus?...” —Dizia uma pequeninaNum halo doce de luz.

“— Filhinha — dizia a vozDo carinho maternal —Jesus estará contigoSe evitares todo o mal.”

— “Mamãe — insistia aindaA pequena a perguntar —Que quer o Mestre de mimPra que eu possa lhe agradar?”

“— Jesus quer de todos nós —Disse a materna afeição —O amor, a humildade e o bemNo livro do coração!...”

João de Deus

Clovis Tavares visitava pela primeira vez Pedro Leopoldo, para conhecerpessoalmente o médium Chico Xavier. Como espírita, escritor e tambémorientador da instituição, “Escola Jesus Cristo”, em Campos, Rio de Janeiro,queria aprender com Chico o verdadeiro caminho do “amor e humildade”, dequem todos falavam, principalmente de sua mediunidade psicográfica.

Era a noite de 17 de fevereiro de 1939.Na casa simples, onde funcionava o Centro Espírita Luiz Gonzaga,

estavam os integrantes do grupo iniciando os trabalhos doutrinários.Após comentários alusivos ao Evangelho, Chico começou a psicografar.

Qual foi a grande surpresa de Clóvis Tavares, quando Chico, acabando de leressa magnífica poesia de João de Deus, o qual pedira ao médium que aentregasse a Clóvis, como uma colaboração ao seu honroso trabalho com aevangelização infantil, na Escola Jesus Cristo. Chico deu ainda a entender arespeito de João de Deus, que este acompanhava sua tarefa de servir aJesus, preocupado em apresentar o Cristo para as crianças como o grandeamigo e irmão que é.

Clóvis Tavares agradeceu, emocionado, aquele presente que consideroucomo bênção de Deus, daqueles dois corações amados: Chico Xavier e oportador da mensagem, João de Deus.

ElielceBibliografia: Cl vis Tavares, Editora Calvário, 1ª ed.,1967.

Trinta anos com Chico Xavier - ó

recusavam-se a cultivar a disciplina de resignação ehumildade.

Somente após passados milênios, os celtas, osgermanos e vários outros povos iniciam os seus cultos,devoções ou sacrifícios.

Enquanto os semitas e os hindus se perderam noorgulho religioso, a família ariana da Europa, emborarevoltada contra os desígnios do Alto, era também a únicaque confraternizava com o selvagem, aperfeiçoando-lheos caracteres raciais. Por este motivo, Jesus enviou-lheemissários atendendo-lhe o secreto apelo do coração, notrabalho educativo das tribos primitivas do continente.

O pensamento moderno é o descendente legítimo daraça de pensadores, que se organizou nas margens doGanges.

O povo hindu, muito embora o seu elevado grau dedesenvolvimento nas ciências do Espírito, não aproveitou,de modo geral, o seu acervo de experiências sagradas,deixando crescer no coração o espinho do orgulho que,aliás, dera motivo ao seu exílio na Terra.

Com isso, organiza-se em castas, separando as suascoletividades para sempre. Estas castas significam umasuperioridade orgulhosa e absoluta, com fortes raízes emuma vaidade poderosa que divide os espíritos no camposocial e religioso.

Os arianos da Índia não se compadeceram das raçasatrasadas, que encontraram em seu caminho e cujaevolução devia representar para eles um imperativo detrabalho regenerador na face da Terra; os aborígines foramconsiderados os párias da sociedade, a ralé de todos osseres e são obrigados a dar um sinal de alarme quando

passam, a fim de que os venturosos se afastem de seucontágio.

Todas as raças da Terra devem aos judeus o benefíciosagrado da revelação do Deus único.

Se grande era a sua certeza na existência de Deus,muito grande também era o seu orgulho e nunca perderama oportunidade de demonstrar a sua vaidosa aristocraciaespiritual, mantendo-se pouco acessíveis à comunhãoperfeita com as demais raças do planeta.

***Através da história espiritual desses quatro grandes

grupos, podemos ter a certeza de que o orgulho é o maiorempecilho para evoluirmos.

Todos eles deveriam ajudar os espíritos selvagens quehabitavam a Terra, a evoluir. Somente os egípciosconseguiram sucesso.

Levando este exemplo para a nossa vida particular,devemos adquirir conhecimentos do mundo paraevoluirmos, mas, se quisermos realmente esta evolução,devemos repartir estes conhecimentos com aqueles queainda se iniciam no aprendizado. Fazendo assim, vamosdesenvolver a fraternidade, o sentimento de piedade, apaciência e chegaremos a expressar em tudo o quefizermos a verdadeira caridade.

Enquanto assim não agirmos, iremos amontoandosobre as nossas cabeças mais sofrimento.

Wilson

AÍNDIA

O POVO DE ISRAEL

Bibliografia: A Caminho da Luz - Francisco Cândido Xavier, peloespírito Emmanuel, Editora FEB - 17ª ed.Imgem:http://www.lunaroutpost.com/gallery/earth/images/earth2_medium.jpg

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O Livro dos Espíritos - Questão 848: — A aberração das faculdadesintelectuais por embriaguez é escusa para atos repreensíveis?

“Não, porque o bêbado voluntariamente se priva da razão para satisfazerpaixões brutais. Em vez de uma falta, pratica duas.”

Nada servirá de desculpas aos atos reprováveis que somos capazes decometer, a fim de vermos satisfeitas as nossas paixões brutais (e o nossotorpe instinto). A razão e o perfeito raciocínio são os dons com que Deusiluminou a nossa mente, dando assim às nossas faculdades intelectuais oíntimo discernimento sobre o certo e o errado, sobre o bem e o mal,colocando em nós a centelha divina do seu amor, onde existem todas asvirtudes, em forma latente, que germinarão conforme o nosso esforço naprática do Bem. Ele nos deu o livre-arbítrio para que tenhamos as rédeas davida em nossas mãos, a liberdade de escolha para as nossas realizações;nos deu Jesus e com ele a sua verdade e o seu Evangelho de amor. Se temostudo em nós e à nossa volta para a nossa aprendizagem e para a nossaevolução espiritual, o erro deliberado é falta seriíssima que temos queresgatar junto com a Lei da Vida, devolvendo em bem, em devotamento eamor, o mal cometido contra o próximo.

E por sermos então os únicos responsáveis pelas nossas decisões, já quetudo o que realizamos é pela nossa vontade, eis aí a primeira falta pois,quando decidimos ser usuários da bebida alcoólica ou de qualquer outro tipode droga, é pelo nosso livre-arbítrio que o fazemos. Sabemos que o álcool ououtras drogas atuam diretamente nos neurônios cerebrais, no sistemanervoso central e em todo o nosso corpo, causando alterações decomportamento. Perdemos o bom senso ganhando agressividade ealucinações, ficamos totalmente incontroláveis, capazes de cometer neste

estado grandes desatinos e inúmeros crimes.Eis aí, então, caracterizada nossa segundafalta e, por termos consciência de tudo isto,sabemos que, ao buscar a embriaguez ou adroga, estamos nos destruindo fisica e

Embriagueztema livre

Tema Livre

Os associados do Clube doLivro Espírita “Joaquim Alves(Jô)”, receberam no mês demarço de 2009 o romancemediúnico “O Mosteiro de SãoJerônimo”, psicografado porValter Turini, pelo espírito deMonsenhor Eusébio Sintra.A Baronesa da Reboleira,senhora dona Rosália, já noleito de morte, até o últimominuto de vida tentavaconhecer aquele que fora seufilho o qual, diante dea c o n t e c i m e n t o s ,desentendimentos entre afamília, havia sido levado.

Por este motivo vivera, desde então, por dezessete anossem praticamente se entender com seu marido, o Barão daReboleira, ManuelAntônio Ramalho eAlcântara.

Nos últimos instantes de vida, consegue reconciliar-se comManuel, ambos percebendo suas falhas e o quanto se

deixaram levar pelo orgulho.Dona Rosália não consegue realizar seu último desejo:

encontrar seu filho.Vivera até o último minuto, aguardando a volta de seu outro

filho, João Miguel, que saíra na busca de pistas parareencontrar seu irmão. No entanto, João não tinha interesseem encontrá-lo e acabara por desfazer todas as pistas queainda existiam.

João Manuel, chamado pelos conhecidos de “Anjinho”, nãopossuía sequer um cantinho seu, desde que crescera.Expulsaram-no do orfanato, vivia nas ruas. Quando possível,dormia com as “mulheres da vida”, sem qualquercompromisso com o trabalho sério, a vadiar pelas ruas e abeber nas tavernas do porto.

Os acontecimentos criados, apesar dos interessesopostos, fazem com que João Manuel se aproxime cada vezmais de seu passado e venha a descobrir as causas de tersido abandonado, não pelos seus pais, mas devido ainteresses familiares escusos.

Após, é relatado o reencontro com seus familiares e asmudanças em sua vida, exemplificando a importância daconvivência entre as pessoas e o esforço necessário para aevolução de todos.

Marcelo

Valter Turinipelo espírito Monsenhor

Eusébio SintraCasa Editora O Clarim

448 páginas - 3ª edição - 2009

O Mosteiro de São Jerônimoclube do livro

Clube do Livro

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espiritualmente; estamos atraindo parajunto de nós espíritos inferiores que aindase mantêm ligados aos mesmos vícios eque vêm beber conosco no mesmo copo,nos utilizando como “canudinhos”.

D e s t a m a n e i r a , s o m o s o sresponsáveis por mantê-los no erro, aoinvés de ajudá-los na mudança de seushábitos inferiores, pois se não encontramquem lhes alimente o vício, fica muitomais fácil para que a EspiritualidadeSuperior possa vir ajudá-los e recolhê-losàs enfermarias do Plano Espiritual paratratamento.

Devemos lembrar também que, ao entrar no estado deembriaguez, a criatura abre campo à ação dos Espíritosobsessores que se aproveitam de seu desequilíbrio físico emental para efetuarem a vingança, a cobrança dos erroscometidos em outras vidas pelos seus devedores.

E por temos consciência de tudo isto, sabemos bem que

todos os erros e aberrações das faculdades intelectuaiscometidas em tais estados não podem ser desculpados ouatenuados.

FátimaBibliografia: - Allan Kardec - parte III, capítulo X“Da Lei de Liberdade”, item “Livre-Arbítrio”, Editora FEB, 69ª ed.,1987.Imagem:http://www.sxc.hu/pic/m/g/gr/gregor909/531484_drunk.jpg

O Livro dos Espíritos

Órgão divulgador do Núcleo de EstudosEspíritas Amor e Esperança 13

Os Instrumentos da PerfeiçãoContos

contos

Naquela noite, na modesta sala de Cafarnaum, SimãoPedro, o pescador, estava descontente.

Irritara-se com parentes insensatos e rudes.Um tio idoso o acusara de desperdiçar os bens da

família e um primo ameaçou esbofeteá-lo na via pública.Por isso, Simão tinha a aparencia carregada e sisuda.Quando Jesus leu algumas frases dos Sagrados

Escritos, o pescador desabafou e descreveua discussão com seus parentes.

Jesus o ouviu em silêncio e, aotérmino da narrativa de Simão Pedro,perguntou:

— E que fizeste, Simão, diante deseus familiares incompreensivos?

— Sem dúvida, reagi como devia!— respondeu o apóstolo, enérgico —Coloquei cada um em seu lugar. Falei-lhes sobre suas más qualidades.Disse a meu tio que ele é avarento, ameu primo que ele é mentirosoincorrigível e provei, na presença devárias pessoas, que ambos sãofingidos. Não me arrependo do que fiz!

Jesus refletiu por alguns minutos eperguntou:

— Pedro, o que faz um carpinteiro naconstrução de uma casa?

— Naturalmente, t rabalha —respondeu, um pouco irritado.

— Com quê? — perguntou Jesus, bem-humorado.— Usando ferramentas.Após a breve resposta de Simão, Jesus explicou:

— As pessoas com as quais nascemos e vivemos na Terrasão os primeiros e mais importantes instrumentos querecebemos de Deus, para buscarmos a perfeição espiritual.Quando perdemos a oportunidade da convivência emharmonia com eles, elementos de nossa melhoria, é quaseimpossível alcançarmos a vitória sobre nossas imperfeições,porque o Pai Celestial nos concede os problemas da vida, deacordo com a nossa capacidade de resolvê-los. A ave éobrigada a fazer o ninho, mas ninguém lhe exige outro

trabalho.Aovelha dará lã ao pastor, no entanto, ninguém lheexige o agasalho pronto. Ao homem foram concedidas

outras tarefas, as do amor e da humildade, na açãointeligente e constante para o bem comum, a fim de que

a paz e a felicidade não sejam mitos na Terra. Em todasas ocasiões, o ignorante representa para nós umaforma de nos melhorarmos espiritualmente; o mau édesafio que nos põe a bondade à prova; o ingrato éum meio de exercitarmos o perdão; o doente é umalição à nossa capacidade de socorrer. Aquele quese conduz no bem, em nome do Pai, junto aos

familiares insensíveis ou indiferentes, prepara-se comrapidez para ajudar a Humanidade porque, se a paciênciaaprimora a vida, o tempo tudo transforma.

Pedro ainda tinha olhos que pareciam perguntar algo.Jesus então acrescentou serenamente:

— Se não ajudamos o necessitado que está próximo,como auxiliaremos aqueles que estão longe, doentes e

aflitos? Se não amamos o irmão que respira conosco osmesmos ares, como nos dedicaremos a Deus que está noCéu?

Depois destas perguntas, na modesta sala de Cafarnaum,manteve-se expressivo silêncio que ninguém ousouinterromper.

Texto adaptado por Silvana e ReinaldoBibliografia: - Francisco Cândido Xavier, pelo espíritoNeio Lúcio, capítulo 6 “Os Instrumentos da Perfeição”, Editora FEB, 7ªed., 1972. Imagem: http://www.beunos.com/img/peterjesus.jpg

Jesus no Lar

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Ao nos questionarmos sobre o porquê de tantasdesgraças nas famílias, não nos esqueçamos: Deus anenhum de nós falta, faltou ou faltará. Não deixemos de crerque uma força bendita nos rege e que cabe a cada um seenvolver nela.

Assim como o som atravessa a massa atmosférica, opensamento o faz no fluido universal, em níveis de expansãomuitíssimo maiores, levando os nossos bons fluidos, setivermos fé, para auxílio nosso e de todos os demais que seencontrem em situações desesperadoras.

Com o progresso material, modificamos nossos hábitos e,consequentemente, ao recapitularmos nosso convíviofamiliar de outrora e os compararmos aos de hoje, podemosobservar as alterações ocorridas, variando a forma de acordocom as épocas, regiões e até as maneiras disciplinares queeram aplicadas.

Era uma prática comum na educação que, quando osadultos estivessem conversando, as crianças não poderiaminterromper ou, mesmo, transitar entre os circunstantes.

À parte algumas condutas extremadas, considerando oequilíbrio, perdemos as rédeas da educação ao longo dasdécadas. Sem saber direcionar a liberdade conquistada, ohomem adulto, desorientado, não soube se conduzir nacriação de seus filhos. A permissividade preconizada pelapsicologia moderna, pregando o direito de escolha desde atenra idade, surgiu como o reverso à repressão austera dostempos idos.

A falta de equilíbrio nos fez oscilar entre extremos,mostrando nossa imaturidade para usufruirmos da liberdadea nós concedida. A conquista de emancipações e direitos, secanalizados por nós, homens e mulheres, com maturidade,serviria de aprimoramento e evolução na condução de nossacaminhada e, desse modo, a educação de nossos filhos seriamelhor e mais aprimorada que a de nossos antecessores.

Mas, se erramos ao longo do caminho, o Pai, como todosos pais que querem a nossa melhora, nos concede novasoportunidades.

A vida continua, nós somos eternos e é sempre tempo de

recomeçar, fazer, trabalhar.Às vezes, ouve-se falar em casamento como

instituição falida ou até de “museu da família”,este último em alusão ao que perdemos de bom

dos convívios de outrora.Ora! Já se disse que, se não precisássemos de mãe para

nascer, sairíamos da casca de um ovo.A família se inicia com a união de duas pessoas; elas

devem ter responsabilidade para receber um novo ser e oscompromissos são dos três. Esta é a oportunidade divinapara o resgate, entendimento, amizade e o verdadeiro amorque, se alcançado, substituirá prováveis algemas por laçosde união.

Como se explicam essas dolorosas notícias de violência eabuso sexual entre pais e filhos, vindas de localidadesdiversas, que ferem nossas fibras mais sutis, por já nãoaceitarmos tal barbárie em nossos dias?

Se entendermos que o mundo não é apenas este; que avida não se extingue e nem se resume a uma únicaencarnação; que Deus rege o Universo e que, sendo Eleperfeito, não poderia haver injustiças, temos que admitir quenada é por acaso e que o homem responde, segundo a Lei deCausa e Efeito, por todos os erros cometidos ao longo de suaexistência, sendo-lhe concedida sempre a oportunidade dearrependimento e correção das faltas do passado. Assim,não há vítimas, embora um erro não justifique o outro, comodiz o Evangelho: “É necessário que venha o escândalo, masai daquele por quem vem o escândalo”.

Deus nos concede oportunidades e a família é um campovasto para as correções. O núcleo familiar é o começo detudo, daí a necessidade de o homem utilizar sua inteligênciapara aquilatar a importância que esta (a família) tem nocontexto mundial. A educação não começa na escola, nelaapenas desenvolvemos a parte intelectual. A moral, os bonscostumes, a valorização de um caráter íntegro, digno ecorreto devem se iniciar e se aprimorar no âmbito familiar,desde a concepção, com os hábitos e procedimentos dospais. Lembremo-nos de que este indivíduo sairá do lar eocupará um lugar na sociedade, quiçá na posição de umestadista, governando uma nação.

Como reclamar de nossos governantes se nós oselegemos e os mesmos pertencem à mesmasoc iedade de cu ja educação tambémparticipamos? Como estamos nos reeducando eeducando nossos filhos?

Para fortalecermos as nossas convicções, onosso ânimo e unirmos diariamente ospensamentos com o mais Alto, faz-se necessária aoração. Orar é conversar com Deus, é unir nossospensamentos àqueles que permanecem naEspiritualidade e vibram por nós para que atinjamosnossos objetivos de resgate e entendimentoassumidos antes de reencarnarmos. Eles, por nosamarem, torcem pelos nossos acertos. A oração,assim, passa a ser um refrigério para o nossoespírito, para a recuperação das energias que tantogastamos com os problemas materiais.

Harmonizemos o nosso lar com a prática daprece e eduquemos os nossos filhos, direcionando-os para que, desde cedo, aprendam a não buscar afelicidade nas coisas terrenas, auxiliando-os a não

Famíliafamilia

Família na Atualidade

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Nascido em Ituiutaba (MG), em 1º de Novembro de 1939, tendodesencarnado em 25 de Novembro de 1989, a vida do médiumJerônimo Mendonça foi um exemplo de superação de limites.Totalmente paralítico há mais de trinta anos, sem mover nem opescoço, cego há mais de vinte anos, com artrite reumatoide que lhedava dores terríveis no peito e em todo o corpo, era levado por mãosamigas, por todo o Brasil afora, para proferir palestras. Foi tãogrande o seu exemplo que foi apelidado "O Gigante Deitado" pelosamigos e pela imprensa.

Houve uma época, em meados de 1960, quando aindaenxergava, que Jerônimo quase desencarnou. Uma hemorragiaacentuada das vias urinárias o acometeu... Estava internado numhospital de Ituiutaba quando o médico, amigo, chamou seuscompanheiros espíritas que ali estavam e lhes disse que o caso nãotinha solução.Ahemorragia não cedia e ele ia desencarnar.

— Doutor será que podemos, pelo menos, levá-lo até Uberaba,para despedir-se de Chico Xavier? Eles são muitos amigos.

— Só se for de avião. De carro, ele morre no meio do caminho.Um de seus amigos tinha avião. Levaram-no para Uberaba. O

lençol que o cobria era branco. Quando chegaram a Uberaba,estava vermelho, tinto de sangue. Chegaram à Comunhão Espíritada Prece, onde o Chico trabalhava, então. Naquela hora, ele nãoestava, participava de trabalho de peregrinação, visita fraterna,levando o pão e o Evangelho aos pobres e doentes.

Ao chegar, vendo o amigo vermelho de sangue, disse o Chico:— Olha só quem está nos visitando! O Jerônimo! Está parecendo

uma rosa vermelha!Vamos todos dar uma beijo nessa rosa, mas com muito cuidado

para ela não “despetalar".Um a um, os companheiros passavam e lhe davam um suave

beijo no rosto. Ele sentia a vibração da energia fluídica que recebiaem cada beijo. Finalmente, Chico deu-lhe um beijo, colocando amão no seu abdome, permanecendo assim por alguns minutos. Eraa sensação de um choque de alta voltagem saindo da mão de Chico,o que Jerônimo percebeu.Ahemorragia parou.

Ele que, fraco, havia ido ali se despedir, para desencarnar,acabou fazendo a explanação evangélica, a pedido de Chico. Emseguida vem a explicação:

— Você sabe o porquê desta hemorragia, Jerônimo?

— Não, Chico.— Foi porque você aceitou o "Coitadinho".

Coitadinho do Jerônimo, coitadinho... Vocêdesenvolveu a autopiedade. Começou a ter dó devocê mesmo. Isso gerou um processo destrutivo. Oseu pensamento negativo, fluidicamente, interferiu noseu corpo físico, gerando a lesão. Doravante,Jerônimo, vença o coitadinho. Tenha bom ânimo,alegre-se, cante, brinque, para que os outros nãosintam piedade de você.

Ele seguiu o conselho. A partir de então, após aspalestras, ele cantava e contava histórias hilariantessobre as suas dificuldades. A maioria das pessoasesquecia, nestes momentos, que ele era cego eparalítico. Tornava-se igual aos sadios.

Sobreviveu, quase trinta anos após, à hemorragia"fatal". Venceu o “coitadinho".

Que essa história nos seja um exemplo para que,nos momentos difíceis, tenhamos bom ânimo,vencendo a nossa tendência natural de autopiedade eesmorecimento.

Extraído do Jornal Espírita de Setembro de 2007.Imagem: http://www.fejm.com.br/img/jeronimo.gif

Jerônimo MendonçaJerônimo Mendonça

Nada de Coitadinhopegadas de chico xavier

Pegadas de Chico Xavier

se perderem pelas imperfeições que possamtrazer de seu passado. Dessa maneira,estaremos, verdadeiramente, nos permitindo oauxílio dos amigos espirituais e dando-ascondições possíveis para que a criança, querecebemos, seja educada e cresça não só namatéria, mas, principalmente, no campo moral.Este é o único legado que nossos filhos poderãolevar, ao retornarem à pátria espiritual.

O Evangelho no Lar é o remédio indicado para todos oslares, sem contraindicação. Que possamos viver em lares,

não importa que sejam construções suntuosas ou modestas,higienizando-os com o Evangelho e pensamentos salutares.

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Órgão divulgador do Núcleo de EstudosEspíritas Amor e Esperança 15

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Desejando prestar uma merecida homenagem aAntónio Gonçalves da Silva, o “Batuíra”, um grupo detrabalhadores e frequentadores do Grupo EspíritaBatuíra, em Algés (Portugal), deslocou-se à região deTrás-os-Montes, no domingo, 19 de Abril de 2009,para afixar uma placa comemorativa na casa que o viurenascer a , em ,freguesia de , con elho de

.Apesar de, até agora, todas as biografias o darem

como tendo nascido em 19 de março de 1839, emÁguas Santas, Maia (perto da cidade do Porto),comunicamos que estes dados são incorretos.

Quanto ao nome Águas Santas, existe realmenteuma outra aldeia chamada assim, a uns 4 km da aldeiaonde ele nasceu. No século XIX, Águas Santas eraconhecida nas redondezas porque diziam que a águaque corria do seu fontanário era “santa”, fazendo-se por este motivo inclusivamente uma romaria anual, mas Batuíra não é daí,mas sim de Vila Meã, como se pode ver pela certidão de nascimento em nosso poder.

Falando dele, Caírbar Schutel afirmou que .Uns meses antes de desencarnar, Batuíra escreveu:

Para nós, é uma honra tê-lo como mentor. E se seguirmos o seu exemplo de vida e o seu lema: trabalho, trabalho e maistrabalho, tornar-nos-emos com certeza melhores espíritas-cristãos!

Em representação da direção do Grupo Espírita Batuíra emAlgés, recebam o nosso abraço fraternal e sinceramente grato.Maria do Rosário Caeiro - Algés - Portugal

www.geb-portugal.org

26 de dezembro de 1838 Vila MeãS. Tomé do Castelo s Vila

Real

(*)

(*)

“era simples na sua caridade, e grande na sua simplicidade…”“Enquanto Deus nos der forças, faremos o que pudermos para aliviar os

sofrimentos dos nossos irmãos, pois o nosso maior desejo tem sido, é, e será o progresso de toda a humanidade.”.

Nota da Revista Seareiro: Vide, a página 17, cópia desta certidão.

Canal Abertocanal aberto

BatuíraEste espaço é reservado para respondermos às dúvidas que nos são enviadas e para publicações dos leitores.

Agradecemos por todas as correspondências e e-mails recebidos. Reservamo-nos o direito de fazer modificações nos textos a serem publicados.

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Certidão de nascimento de Batuíra, com destaque para o dia, mês e ano de nascimento.Certidão de nascimento de Batuíra, com destaque para o dia, mês e ano de nascimento.

Rua das Turmalinas, 56 / 58Jardim Donini - Diadema - SP - Tel.: (11) 2758-6345

Tratamento Espiritual: 2ª e 4ª, às 19h453ª e 6ª, às 14h45

Atendimento às Gestantes: 2ª, às 15 horas

Evangelização Infantil: ocorre em conjunto às reuniões

Artesanato: Sábado, das 14 às 17 horas

DIA LIVROS ESTUDADOS

O Evangelho segundo o Espiritismo – Allan Kardec; Livro daEsperança – Emmanuel*; O Livro dos Espíritos – Allan Kardec

Terapia Espiritual; Emmanuel – Emmanuel*; Seara dos Médiuns– Emmanuel*; O Livro dos Médiuns – Allan Kardec

Domingo O Evangelho segundo o Espiritismo - Allan Kardec; Livro demensagens de Emmanuel*

* Livro psicografado por Francisco Cândido Xavier

2ª O Evangelho segundo o Espiritismo – Allan Kardec; Livro daEsperança – Emmanuel*; A Gênese – Allan Kardec; OsMensageiros – André Luiz*

4ª Sabedoria de Paulo de Tarso – Roque Jacintho & J.Manahen;Cartas e Crônicas – Irmão X*; Das Leis Morais – Roque Jacintho

6ª O Evangelho segundo o Espiritismo - Allan Kardec; Livro daEsperança – Emmanuel*; Os Mensageiros – André Luiz*; VidaFutura – Roque Jacintho

Reuniões: 2ª, 4 e 5 às 20 horas3 e 6 às 15 horas

Domingo, às 10 horas

ª ª,ª ª,

Núcleo de Estudos Espíritas “Amor e Esperança”Núcleo de Estudos Espíritas “Amor e Esperança”

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Questão 730:á-la ê-la

— Uma vez que a morte nos faz passar a uma vida melhor, nos livra dos males desta, sendo, pois, mais dedesej do que de tem , por que lhe tem o homem, instintivamente, tal horror, que ela lhe é sempre motivo de apreensão?“Já dissemos que o homem deve procurar prolongar a vida, para cumprir a sua tarefa. Tal o motivo por que Deus lhe deu oinstinto de conservação, instinto que o sustenta nas provas. A não ser assim, ele muito frequentemente se entregaria aodesânimo. A voz íntima, que o induz a repelir a morte, lhe diz que ainda pode realizar alguma coisa pelo seu progresso. Aameaça de um perigo constitui aviso, para que se aproveite da dilação que Deus lhe concede. Mas, ingrato, o homemrende graças mais vezes à sua estrela do que ao seu Criador.”

O Livro dos Espíritos - 3ª Parte - Capítulo VI "Da Lei de Destruição”O Livro dos Espíritos - 3ª Parte - Capítulo VI "Da Lei de Destruição”

“Já dissemos que o homem deve procurar prolongar avida, para cumprir sua tarefa...”

“Tal motivo por que Deus lhe deu o instinto deconservação, instinto que o sustenta nas provas. A nãoser assim, ele muito frequentemente se entregaria aodesânimo...”

“A voz íntima, que o induz a repelir a morte, lhe diz queainda pode realizar alguma coisa pelo seu progresso. Aameaça de um perigo constitui aviso, para que seaproveite da dilação que Deus lhe concede...”

“Mas, ingrato, o homem rende graças mais vezes à suaestrela do que ao seu Criador.”

Deus, ao criar nosso espírito, colocou em sua composiçãoa “centelha divina” que é o grande indicador sobre o bem e omal, preparando-nos para a nossa tarefa, inicialmente pornós desconhecida, e para que a cumpramos no menor tempopossível.

Ao reencarnarmos, já trazemos o conhecimento da tarefaa ser cumprida, para que possamos distinguir os traçosmaléficos que serão empecilhos para a sua execução, tãodesejada peloAlto.

Muita das vezes nos envolvemos somente com asquestões dos bens materiais, que as tarefas do campo moralpassam a ser de pouca importância para nós; tarefas essasque, se cumpridas, serão de grande importância para apercepção da presença de Deus. Lembremos que“prolongar a vida” representa, também, incluirmos um tempopara estudar sobre o que são e como executar essas tarefas.Este estudo nos fortalecerá para cumpri-las da melhor formaque nos for possível.

Os Espíritos nos falam do conhecido instinto desobrevivência, tão ignorado por nós, sinalizando-nos sobreos desvios do bem, quando então, desanimados pelo nossoorgulho ferido, buscamos retornar para o melhor caminho.

Essas sinalizações são sempre dolorosas, forçando-nosde forma inconsciente, a encontrar no nosso íntimo as liçõesdeixadas por Jesus, como um pedido de melhor observaçãosobre nossos atos.

A maioria das pessoas desconhece ou desacredita nacontinuidade do espírito, que, alforriado do corpo (matéria),retorna à pátria espiritual e, lá chegando, toma consciênciada verdade, sofre a maior desilusão pelo tempo perdido ebusca retornar à vida terrena, mais compromissado ainda,para que possa, em mais uma reencarnação, cumprir a leidivina, sabendo que o retorno será, novamente, um caminhoque necessitará de muito esforço e, quiçá, de muitosofrimento.

Tais avisos de perigo, que se apresentam de várias formase revestidos de mil facetas, nos alertam sobre nossas

responsabilidades, materiais sim, mas principalmente asespirituais.

Indica-nos o retorno ao mundo espiritual, muitas vezescom as “mãos vazias” de boas ações, e a nossa inteligência,aliada à nossa consciência, já nos dá a entender que Deusespera mais de nós do que vivermos uma vida tão fútil e, namaioria, tão curta.

Tomemos consciência de uma diferente realidade:estamos preparados para executar uma tarefa muitoimportante para o nosso crescimento espiritual e ser-nos-ápenoso, ao desencarnarmos, voltarmos ao verdadeiro lar,falidos nesse compromisso.

Por esse temor, entendemos o medo da morte,principalmente para nós, espíritas que, através de tão ricaliteratura, que não nos deixa esquecer as mínimasorientações sobre a vida espiritual, passamos a ter a visãomais clara sobre esse fracasso.

Mas Deus é justo. Apesar de estar conosco nessacaminhada, carregando-nos no colo sem que percebamos,acreditando em nosso progresso espiritual, fornecerá novasoportunidades de regresso, através de tantas outrasreencarnações, para o término dessa execução.

Só assim, cumpridos todos os nossos débitos,retornaremos ao Pai, agradecidos.

Lembremos que a destruição se faz necessária, para quetudo renasça melhor, devendo a conservação obedecersempre à melhoria e ao tempo determinado por Deus.

Não cai uma só folha sem o consentimento de Deus.

Neste final de orientação, vemos o nosso retrato.Julgamo-nos estar acima de tudo e, olhando para dentro

de nós, julgamos nossas vitórias como atitudes inteligentes.Quando não, nos momentos difíceis, barganhamos com osservidores do Cristo, pagando com materiais fúteis, isto seatenderem aos nossos pedidos!

Esquecemos de agradecer a Deus quando conseguimosevitar os desenganos e a retomada à vida íntegra.

Estamos em aprendizado; mas se faz imperioso quereconheçamos essa tomada de consciência , nãoperdendo uma nova oportunidade de cumprirmosintegralmente essa tarefa designada pelo Alto, a seu tempo ecom o amor que já aprendemos a ter.

Ao Mestre, o nosso muito obrigado!

hoje

VanoBibliografia: -O Livro dos Espíritos Allan Kardec - Tradução de GuillonRibeiro, Editora FEB – 84ª ed.Imagem:http://www.kepguru.hu/hatterkep-elonezet.php?l=termeszeti-jelensegek/felhok/felho-063

Destruição Necessária e Destruição Abusivakardec em estudo

Kardec em Estudo

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Órgão divulgador do Núcleo de EstudosEspíritas Amor e Esperança 19

Calendáriocalendario

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DIA05

DIA10

DIA11

DIA12

DIA131980 - Desencarna em Brasília, DF, Carlos Torres Pastorino,

escritor, jornalista, historiador, poliglota, ex-sacerdote católico quese converte ao Espiritismo. Autor dos livros "Minutos deSabedoria" e “Técnica da Mediunidade”.

DIA14

DIA16

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DIA21

DIA24

DIA30

2002 - Desencarna em Uberaba, MG, Francisco Cândido Xavier, omaior e mais prolífico médium psicógrafo do mundo.

1925 - Desencarna Camille Flammarion, astrônomo famoso em suaépoca. Espírita, colaborador de Kardec, tendo pronunciadoemocionante discurso fúnebre junto à tumba do Mestre. AFederação Espírita Brasileira publica algumas de suas obras,entre as quais, “Deus na Natureza”.

1947 - Fundada a USE, União das Sociedades Espíritas do Estadode São Paulo.

1853 - Os Espíritos introduzem o processo da escrita, agilizando ascomunicações mediúnicas, até então produzidas mediante sinais.

1854 - Constituída em Nova York, EUA, a primeira sociedade paraestudo e difusão do espiritismo, ocasião em que foi criado o jornal“The Christian Spiritualist”.

1860 - O Espírito de Verdade, através da médium Sra. Schimidt,informa a Kardec que ele não permaneceria muito tempoencarnado, apenas o bastante para concluir suas obras (trabalhosindispensáveis).

1941 - Fundada a Sociedade de Medicina e Espiritismo do Rio deJaneiro.

1851 - Nasce na Inglaterra, Sir Oliver Lodge, famoso pesquisador eescritor. Deixou várias obras sobre estudos psíquicos emediunidade. Pesquisou a médium americana Eleonora Piper e aitaliana Eusapia Paladino.

1856 - Allan Kardec, por intermédio da médium Aline C., recebe aconfirmação do Espírito de Verdade a respeito de sua missão.

1853 - A imprensa do Rio de Janeiro, pelo Jornal do Comércio,publica, pela primeira vez, notícia sobre as mesas girantes.

1894 - Nasce Edgard Armond, que exerceu a presidência daFederação Espírita do Estado de São Paulo.Autor de vários livros,entre os quais “Os Exilados da Capela”.

1932 - Desencarna em Turim, Itália, Linda Gazzera, médiumfamosa, pesquisada por vários cientistas, entre eles CharlesRichet e César Lombroso.

1875 - Instaurado o “Processo dos Espíritas”, procedimento judicialcondenando a prática das chamadas fotografias mediúnicas, soba alegação de fraude.

1966 - Desencarna Francisco Peixoto Lins, o Peixotinho,extraordinário médium de efeitos físicos, conhecido pelaprodução das materializações luminosas.

1832 - Nasce em Londres, William Crookes, físico e químico, um dosmais persistentes e corajosos pesquisadores dos fenômenosespíritas.

1985 - Fundada em Tours, a União Espírita Francesa eFrancofônica, que tem como objetivo reimplantar o Espiritismo naFrança e em países de língua francesa.

1886 - Desencarna em Saint-Germain, França, o médium DanielDouglas Home, pesquisado por inúmeros cientistas.

1943 - Desencarna Ernesto Bozzano, cientista que pesquisou afenomenologia espírita. Autor de diversas obras, entre as quais,“Animismo ou Espiritismo?”, “A Crise da Morte”, “Pensamento eVontade”, “Xenoglossia”.

1951 - A Rádio Guanabara, na cidade de Três Rios, RJ, organiza erealiza a primeira semana espírita no Brasil.

1953 - Fundada a Sociedade Pró-Livro Espírita em Braille.

Junho

Francisco Cândido Xavier pelo espírito Emmanuel98 páginas - 1983 - Editora CEU

Rua dos Democráticos, 527 - Jabaquara - SPFAX (11) 3106-2768 - www.ceu.com.br

livro em focoLivro em Foco

“Mas há uma (caridade) bem mais penosae, consequentemente, bem mais meritóriaque é a de perdoar aos que Deus colocousobre o seu caminho para serem instrumentosde seus sofrimentos e submeter a suapaciência à provação.” (Evangelho Segundo oEspiritismo, capítulo IX, item 7).

Quantas vezes os que nos rodeiamparecem estar nos testando através de“cutucões verbais”, provocações oupequenas “picadas de agulha”?

Estes pequenos sofrimentos são os testesque só conseguiremos superar seexercermos o perdão, o bendito remédio paramuitas situações.

E para que possamos suportar estes momentos comfirmeza, o nosso Emmanuel, através da psicografia deFrancisco Cândido Xavier, nos traz este livro, a fim de nosincentivar a ter PACIÊNCIA.

Emmanuel comenta as várias situações que se nosapresentam na vida diária em que, normalmente, caímos emtristeza, desespero e até depressão, mas os comentários

desse nosso amigo espiritual vêm para noserguer e sustentar nesses momentos difíceis.

Destacamos, dentre as preciosas páginas quecontém este livro, a lição intitulada “No InstanteDifícil”, onde lemos:

“Ninguém te pede a indiferença da estátua.Roga-se-te a serenidade daquele que se dispõe aser útil.”

Lembra-nos, ainda, que, se a provação está seapresentando para nós, é sinal de quedeterminadas manifestações da Lei de Causa eEfeito estão em andamento, pedindo para quenos adaptemos a novas realidades.

Em formato de livro de bolso, com lições curtas,mas muito valorosas, é ótimo para pequenas leituras diárias,para momentos de reflexão ou estudos em grupo. Chamamosa atenção para a significativa capa, elaborada por nossoJoaquim Alves (Jô), aonde vemos um cacto que, depois demuito tempo contendo somente espinhos, pela paciência deseu cultivador, oferece belíssimas flores.

“Seguidores do Cristo que somos e conscientes de que oSenhor nos oferece sempre o melhor”, tenhamosPACIÊNCIA.

Paciência

Vitório

Page 20: seareiro 06 2009 - Núcleo de Estudos Espíritas "Amor e ... · das férias escolares, mas que trazem, em si, os mesmos conceitos pagãos das festas juninas. ... 1 Solstício: época

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