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“Se moquer de la philosophie c’est déjà philosopher”

Pensées, 4 (513)

(“Troçar da filosofia já é filosofar”)

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Um filósofo em contra-corrente

“O silêncio eterno desses espaços infinitos apavora-me”

201 (206)

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“Quero-lhe descrever não só o Universo visível, mas também a imensidão da natureza que se pode conceber no recinto da abreviatura do átomo…”

73 (199)

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ESQUEMA

• 1. Vida• 2. Obra• 3. Pensamento• 3.1 Uma mundividência trágica• 3.2 O homem como ser para Deus – o Deus

escondido• 3.3 A fragilidade humana: entre o racional e o

passional• 3.4 O espírito geométrico e o espírito de “finesse”• 3.5 A ordem do coração

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1. Vida(relatada por Madame Périer• Nasce em 1623• 1ª Conversão – 1646

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La pascalienne (a pascalina)

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Os Jansenistas

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A Abadia de Port Royal

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A vida

• Período mundano depois da morte de seu pai

• 2ª Conversão – 1654

• Morte - 1662 (morreu com 39 anos)

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2. Obra

1- Ciência

2. Filosofia

3. Teologia

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Ciência

Inúmeros textos de ciência e de física Do espírito geométrico e da arte de persuadir

1ª parte: Do espírito geométrico

2ª parte: Da arte de persuadir

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Pascal, Pensamentos, Lisboa, Didáctica Editora, 2000

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Filosofia

PENSÉES(PENSAMENTOS)

(conjunto de notas dispersas editadas depois da sua morte)

2 edições de referência: Lafuma e Brunschwicg

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Teologia

• Pensamentos• As Provinciais (Les

Provinciales) 19 cartas assinadas como Louis de Montalte

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3. Pensamento

3.1. Uma mundividência trágica- O que é o homem?- A ambivalência- O “divertissement” (136)

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3.2 O homem como ser para Deus

“Quando me pus a considerar as diversasagitações dos homens, e dos perigos edesgostos a que se expõem na corte ena guerra (…) muitas vezes disse quetoda a infelicidade dos homens vem deuma só coisa, que é a de não saberemmanter-se em repouso no seu quarto.”136 (139)

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O Deus “absconditus”

Deus não se provaDeus é uma vivência

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“É uma coisa admirável que nunca um autor canónico se tenha servido da natureza para provar Deus. Todos tendem a fazer com que acreditemos nEle. David, Salomão, etc. nunca disseram “não há vácuo, portanto há Deus” 463 (243)

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“Descartes inútil e incerto”

“Descartes inutile et incertain”887 ( 78)

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“Admiro com que ousadia essas pessoas se atrevem a

falar de Deus”781 (242)

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“Não posso perdoar Descartes: ele teria preferido prescindir de Deus em toda a sua filosofia; mas não conseguiu evitar dar-lhe um piparote (chiquenaude)para pôr o mundo em movimento; depois disso, não sabe o que fazer de Deus.”(1001) ed.Lafuma(Citado por Marguerite Périer)

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A aposta“Le pari”

418 (233)

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A aposta

• “Que mal vos acontecerá se tomardes esse partido? Sereis fiéis, humildes, reconhecidos, benfeitores, amigos, sinceros, verdadeiros … Em verdade não estareis nos prazeres empestados, nas glórias e nas delícias, mas não tereis outros? 418 (233)

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“(…) cela vous fera croire et vous abêtira” 418 (233)

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Não temos capacidade para provar Deus

“Conhecemos a existência e a natureza do finito, porque somos finitos e extensos, como ele é. Conhecemos a existência do infinito e ignoramos a sua natureza, porque ele tem extensão como nós, mas não tem limites como nós. Mas não conhecemos nem a existência nem a natureza de Deus, porque ele não tem extensão nem limites.” 418 (233)

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3.3. A fragilidade humana enquanto ser racional e passional

“Guerra intestina do homem entre a razão eas paixões. Se apenas houvesse paixõessem razão! Se apenas houvesse razãosem paixões! Mas havendo uma e outras,ele [o homem] não pode existir semguerra, não podendo estar em paz comuma, senão estando em guerra com aoutra. Assim, está sempre dividido econtrário a si mesmo.” 621 (412)

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O Memorial(1654)

“Segunda feira 23 de Novembro, dia de SãoClemente, papa e mártir e outros nomartirológio. Véspera de S. Crisógono, mártire outros. Desde cerca das dez horas e meiada noite até cerca da meia noite e meia.FogoDeus de Abrão, Deus de Isaac, Deus deJacob, não dos filósofos e dos sábios…”

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“Roseau pensant”

“Junco pensante (…) Pelo espaço o Universo compreende-me e submerge-me como um ponto: pelo pensamento eu compreendo-o.”113 (348)

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Roseau pensant

“O homem não passa de um junco, o maisfraco da natureza. Mas é um juncopensante. Não é necessário que o universointeiro se arme para o esmagar: um sopro,uma gota de água, bastam para o matar.Mesmo porém que o universo o esmagasse,o homem seria ainda mais nobre do queaquilo que o mata, pois sabe que morre esabe a vantagem que o universo tem sobreele. O universo, esse, nada sabe “ 200 (347)

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3.4. O espírito geométrico e o espírito de “finesse” (perspicácia)

“esprit de finesse et esprit de géométrie”

513 (4)

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Espírito de geometria e de perspicácia

• “Aqueles que estão acostumados a julgarpelo sentimento nada compreendem dascoisas de raciocínio, porque querem logopenetrar de relance e não estãohabituados a procurar os princípios. E osoutros, ao contrário, que estão habituadosa raciocinar por princípios, nadacompreendem das coisas do sentimento,procurando nelas princípios e nãopodendo alcançá-las de relance.” 3 (751).

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3.5 A ordem do coração

“Le coeur a ses raisons que la raison ne connaît point”

(O coração tem razões que a razão desconhece) 423 (277)

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“É o coração que sente Deus e não a razão”424 (278)

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Bibliografia• AAVV, Le Dieu de la Foi et le Dieu de la Raison: Descartes et

Pascal, Revue des Sciences Philosophiques et Théologiques, 75, 1 (1991), Paris, Vrin.

• Alphant, Marianne, Pascal. Tombeau pour un ordre, Paris, Hachette, 1998.

• Antunes, Manuel, "Actualidade de Pascal" in Occasionalia, Lisboa, Multinova, 1980, pp. 385-407.

• Antunes, Manuel, "Pascal e os Tempos Modernos" in Grandes Contemporâneos, Lisboa, Verbo, 1973, pp. 39-56.

• Brun, Jean, La Philosophie de Pascal, Paris, PUF, 1992, trad. de Fernanda Soares, Introdução à Filosofia de Pascal, Lisboa, Europa-América, 1993.

• Carraud, Vincent, Pascal et la Philosophie, Paris, PUF, 1992.

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• Ferreira, Maria Luísa Ribeiro, Razão e Paixão. O percurso de um curso, Lisboa, Fundação Gulbenkian, 2002.

• Goldmann, Lucien, Le Dieu Caché, Paris, Gallimard, 1972.• Gouhier, Henri, Pascal. Commentaires, Paris, Vrin, 1966.• Gouhier, Henri, Blaise Pascal. Conversion et apologétique, Paris,

Vrin, 1986.• Guardini, Romano, Pascal ou le drame de la conscience

chrétienne, Paris, Seuil, 1951.• Kolakowski, Leszek, God owes us nothing, Chicago, The

University of Chicago Press, 1995.• Muñoz, Gonzalo, Pascal. O homem é uma cana que pensa, Lisboa,

COFINA, 2015• Soveral, Eduardo, Pascal, Filósofo Cristão, Porto, Tavares

Martins, (1968), 1995.