saude unita visa_opp

23
Quo vadis Angola – Uma reflexão sobre o sistema público de saúde - Constatações no quadro de uma digressão pelas províncias do sul de Angola Por: Maurílio Luiele – Secretário Nacional para a Saúde da UNITA

Upload: maurilio-luiele

Post on 25-Jul-2015

46 views

Category:

News & Politics


2 download

TRANSCRIPT

Quo vadis Angola – Uma reflexão sobre o sistema público de saúde

- Constatações no quadro de uma digressão pelas províncias do sul de Angola

Por: Maurílio Luiele – Secretário Nacional para a Saúde da UNITA

A promoção da saúde, segundo reza a Carta de Ottawa, deve visar a equidade.

OS GANHOS DA PAZ TÊM SIDO ASSIMETRICAMENTE REPARTIDOS

CEIC, 2012

Local N.o de atendimentos

Lubango/Secretariado Prov.

10

Chibia - Mukuna 20Gambos-Huíla 15Ondjiva/Secretariado Prov.

05

Ondjiva/acampamento 35Ondjiva/ Lagoa 15Kafu/Ombandja 20Onangwé/ Namacunde 25Kalueke (Omukanda) 12Kuvelai 20TOTAL 177   

Chefe tradicional do Kuroka em Kalueke deficiente físico em decorrência de fracturas na perna esquerda que seria facilmente corrigidas por cirurgia

BAIXA TAXA DE OCUPAÇÃO DE CAMAS, SALVO MELHOR OPINIÃO REVELA UMA FALTA DE CONFIANÇA NO SISTEMA

Elevado numero de crianças sugere taxas altas de fertilidade

IDOSOS NÃO BENEFICIAM DE NENHUMA ASSISTÊNCIA DO ESTADO

Chimpaka em Onangwé, Namacunde. Pessoas e animais partilham a mesma fonte de água!

SURTO DE CÓLERA NO BAIRRO 05 DE ABRIL NO NAMIBE

Situação dos técnicos de saúde formados pela UNITA

• Inseridos na função pública

• Não inseridos

• Detenções pela Polícia Econômica vs Acordos de Paz

• Persistem graves debilidades no sistema público de saúde resultado de uma filosofia de governar que infesta o modelo proposto de expansão da rede sanitária do país.

• O mapeamento de unidades sanitárias do país não obedece a critérios geográficos, demográficos e nosológicos consistentes, sendo determinado essencialmente por critérios de natureza política que acabam desalinhando o modelo da realidade, isto é, das necessidades reais e expectativas dos utentes-cidadãos.

• Num contexto assim configurado a propalada municipalização dos serviços parece mais um presente envenenado do que propriamente um benefício, porque a centralização administrativa excessiva acaba amarrando o sistema e deixa impotente o nível municipal de gestão.

Isto permite-nos concluir que:

• Está assim configurada uma profunda crise no sector da saúde que só pode ser revertida mediante a implementação de amplas reformas.

• A necessidade de reformas no sector é amplamente reconhecida tendo o último Conselho Consultivo do Ministério da Saúde se pronunciado sobre isso

• A UNITA entende, no entanto, que estas reformas só podem ser conduzidas com sucesso no âmbito de uma mudança mais ampla que inclui o regime político vigente e que seja capaz de resgatar o processo democrático em Angola que assiste presentemente graves retrocessos.

• As reformas com as quais a UNITA se compromete para reverter a crise actual que o sector de saúde experimenta devem ser vistas nesta perspectiva mais ampla de mudança e/ou alternância de poder, pois só desse modo se pode repor nos carris o processo democrático.

• A democratização efectiva do país é condição imprescendível para ampliação da participação cidadã nos problemas comunitários, incisivamente defendida pela filosofia dos cuidados de saúde primários.

• Particularmmente, o estabelecimento das autarquias, se concebidas de forma genuína, permitiria uma descentralização administrativa mais ampla e uma autonomização mais alargada das comunidades em aspectos fulcrais de saúde pública o que ajudaria a debelar a presente crise do sector.

É com estas reformas que a UNITA se compromete!

KWACHA ANGOLA!