saúde mental na atenção básica de acordo com a portaria gm/ms nº 3088, de 23 de dezembro de...

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Saúde Mental Na Atenção Básica De acordo com a Portaria GM/MS nº 3088, de 23 de dezembro de 2011, a Rede de Atenção Psicossocial- RAPS, instituída no âmbito do Sistema Único de Saúde-SUS, consiste numa rede de cuidados que visa assegurar às pessoas com sofrimento ou transtorno mental e com necessidades decorrentes do uso do crack, álcool e outras drogas; atendimento integral e humanizado. A RAPS tem como objetivo, fomentar a implementação de novo modelo de atenção em saúde mental com a criação, ampliação e articulação de pontos de atenção à saúde para pessoas com sofrimento ou transtorno mental e com necessidades decorrentes do uso de crack, álcool e outras drogas no âmbito do SUS.

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Sade Mental Na Ateno Bsica

Sade Mental Na Ateno Bsica De acordo com a Portaria GM/MS n 3088, de 23 de dezembro de 2011, a Rede de Ateno Psicossocial-RAPS, instituda no mbito do Sistema nico de Sade-SUS, consiste numa rede de cuidados que visa assegurar s pessoas com sofrimento ou transtorno mental e com necessidades decorrentes do uso do crack, lcool e outras drogas; atendimento integral e humanizado.

A RAPS tem como objetivo, fomentar a implementao de novo modelo de ateno em sade mental com a criao, ampliao e articulao de pontos de ateno sade para pessoas com sofrimento ou transtorno mental e com necessidades decorrentes do uso de crack, lcool e outras drogas no mbito do SUS.

Sade Mental Na Ateno Bsica A RAPS em sua organizao deve possibilitar o provimento contnuo e integral de aes de ateno sade mental para a populao de determinado territrio, mediante a articulao dos distintos pontos de ateno sade, do sistema de apoio, do sistema logstico e da governana da rede de ateno sade em consonncia com a Portaria GM/MS n3088/2011, dos parmetros estabelecidos para o Estado de So Paulo, atravs da Deliberao CIB n 87de3 de dezembro de 2012,a partir das seguintes diretrizes:

Sade Mental Na Ateno Bsica I Respeito aos direitos humanos garantindo autonomia e liberdade das pessoas;II promoo da equidade, reconhecendo os determinantes sociais da sade;III combate a estigmas e preconceito;IV garantia do acesso e da qualidade dos servios, ofertando cuidado integral e assistncia multiprofissional, sob a lgica interdisciplinar;V ateno humanizada e centrada nas Necessidades das pessoas;

Sade Mental Na Ateno Bsica VI diversificao das estratgias de cuidado;VII desenvolvimento de atividades no territrio, que favoream a incluso social com vistas promoo de autonomia e ao exerccio da autonomia;VIII-desenvolvimento de estratgias de Reduode Danos;IX nfase em servios de base territorial e comunitria com participao e controle social dos usurios e de seus familiares;

Sade Mental Na Ateno Bsica X organizao dos servios em rede de ateno sade regionalizada, com estabelecimento de aes Inter setoriais para garantir a integralidade do cuidado;XI promoo de estratgias de educao permanente; eXII desenvolvimento da lgica do cuidado para pessoas com transtornos mentais e com necessidades decorrentes do uso de lcool, crack e outras drogas, tendo como eixo central a construo do projeto teraputico singular.

A Rede de Ateno Psicossocial constituda pelos seguintes componentes:I -Ateno Bsica em Sade;II -Ateno Psicossocial Especializada;III -Ateno de Urgncia e Emergncia;IV -Ateno Residencial de Carter Transitrio;V -Ateno Hospitalar;VI -Estratgias de Desinstitucionalizao; e

VI -Reabilitao Psicossocial

Sade Mental Na Ateno Bsica Ateno Bsica caracteriza-se como porta de entrada preferencial do SUS, formando um conjunto de aes de Sade, no mbito individual e coletivo, que abrange a promoo e a proteo da sade, a preveno de agravos, o diagnstico, o tratamento, a reabilitao, a reduo de danos e a manuteno da sade com o objetivo de desenvolver uma ateno integral que impacte na situao de sade e autonomia das pessoas e nos determinantes e condicionantes de sade das coletividades.Desenvolve-se com o mais alto grau de descentralizao e capilaridade, prxima da vida das pessoas. Deve ser o contato preferencial dos usurios e centro de comunicao da Rede de Ateno Sade. Orienta-se pelos princpios da universalidade, da acessibilidade, do vnculo, da continuidade do cuidado, da integralidade da ateno, da responsabilizao, da humanizao, da equidade e da participao social. A Ateno Bsica considera o sujeito em sua singularidade e insero sociocultural, buscando produzir a ateno integral

Sade Mental Na Ateno Bsica E o que pode ser entendido como uma interveno em sade mental?

As prticas em sade mental na Ateno Bsica podem e devem ser realizadas por todos os profissionais de Sade. O que unifica o objetivo dos profissionais para o cuidado em sade mental devem ser o entendimento do territrio e a relao de vnculo da equipe de Sade com os usurios, mais do que a escolha entre uma das diferentes compreenses sobre a sade mental que uma equipe venha a se identificar.

O cuidado em sade mental no algo de outro mundo ou para alm do trabalho cotidiano na Ateno Bsica. Pelo contrrio, as intervenes so concebidas na realidade do dia a dia do territrio, com as singularidades dos pacientes e de suas comunidades.

Intervenao na Atenao BsicaPortanto, para uma maior aproximao do tema e do entendimento sobre quais intervenes podem se configurar como de sade mental, necessrio refletir sobre o que j se realiza cotidianamente e o que o territrio tem a oferecer como recurso aos profissionais de Sade para contribuir no manejo dessas questes. Algumas aes de sade mental so realizadas sem mesmo que os profissionais as percebam em sua prtica.

Intervenao na Atenao BsicaAlgumas aes que podem ser realizadas por todos os profissionais da Ateno Bsica, nos mais diversos dispositivos de cuidado (CHIAVERINI, 2011):

Proporcionar ao usurio um momento para pensar/refletir. Exercer boa comunicao. Exercitar a habilidade da empatia. Intervenao na Atenao BsicaLembrar-se de escutar o que o usurio precisa dizer. Acolher o usurio e suas queixas emocionais como legtimas. Oferecer suporte na medida certa; uma medida que no torne o usurio dependente e nem gere no profissional uma sobrecarga. Reconhecer os modelos de entendimento do usurio

AcolhimentoA potncia do acolhimento :

O acolhimento realizado nas unidades de Sade um dispositivo para a formao de vnculo e a prtica de cuidado entre o profissional e o usurio. Em uma primeira conversa, por meio do acolhimento, a equipe da unidade de Sade j pode oferecer um espao de escuta a usurios e a famlias, de modo que eles se sintam seguros e tranquilos para expressar suas aflies, dvidas e angstias, sabendo ento que a UBS est disponvel para acolher, acompanhar e se o caso exigir, cuidar de forma compartilhada com outros servios. Dor X Sofrimento

Sofrimento no o mesmo que dor, embora a dor possa levar a um sofrimento, mas no qualquer dor que nos faz sofrer. Da mesma forma, o sofrimento no equivale a uma perda, embora as perdas possam, ocasionalmente, nos fazer sofrer.Sofrimento Tendo em vista que cada pessoa um conjunto de dimenses diferentes com relaes distintas entre cada esfera, devemos, em cada encontro com a pessoa que sofre, dar ateno ao conjunto dessas esferas, em uma abordagem integral, e assim identificar quais transformaes ocorreram, como cada mudana influiu em cada uma das esferas, quais correlaes esto estagnadas ou ameaadas, enfim, o que est provocando adoecimento e o que est em vias de causar adoecimento. Da mesma forma, devemos identificar que esferas ou relaes propiciam mais movimento, estabilidade e coeso ao conjunto. Projeto terapetico Projeto teraputico um plano de ao compartilhado composto por um conjunto de intervenes que seguem uma intencionalidade de cuidado integral pessoa. Neste projeto, tratar das doenas no menos importante, mas apenas uma das aes que visam ao cuidado integral. Um Projeto Teraputico Singular deve ser elaborado com o usurio, a partir de uma primeira anlise do profissional sobre as mltiplas dimenses do sujeito. Cabe ressaltar que esse um processo dinmico, devendo manter sempre no seu horizonte o carter provisrio dessa construo, uma vez que a prpria relao entre o profissional e o usurio est em constante transformao.Projeto Terapeutico Poderemos ento elaborar estratgias de interveno em algumas ou vrias dessas esferas, dentro de uma sequencia temporal, e buscando reintroduzir uma dinmica de dissipao das foras entrpicas para reduzir o sofrimento e promover a retomada da vida. O esforo em realizar esse exerccio com os usurios e os familiares pode se chamar de Projeto Teraputico Singular.Projeto Terapeutico Singular

O PTS pode ser definido como uma estratgia de cuidado que articula um conjunto de aes resultantes da discusso e da construo coletiva de uma equipe multidisciplinar e leva em conta as necessidades, as expectativas, as crenas e o contexto social da pessoa ou do coletivo para o qual est dirigido (BRASIL, 2007). A noo de singularidade advm da especificidade irreprodutvel da situao sobre a qual o PTS atua, relacionada ao problema de uma determinada pessoa, uma famlia, um grupo ou um coletivo.Situacoes de Sade mental comuns na Atenco Bsica Pesquisas realizadas no Brasil e no mundo confirmam que cerca de uma em cada quatro pessoas que procuram a AB tem algum transtorno mental segundo a CID-10. Outros estudos mostram que se incluirmos tambm aqueles que tm um sofrimento mental pouco abaixo do limiar diagnstico (os chamados casos subclnicos) a proporo chega a uma pessoa em sofrimento a cada duas pessoas que procuram a AB (GOLDBERG, 1995; BUSNELLO, 1983; MARI, 1987; FORTES, 2008). Esses dados epidemiolgicos fazem com que muitos autores usem a expresso transtorno mental comum para identificar as entidades clnicas pesquisadas nesses estudos.H ainda dois outros conjuntos de situaes em que os cuidados de sade mental na AB ganham relevo, apesar de raramente serem motivados por uma demanda do usurioSituaoes de Sade mental comuns na Ateno Bsica A primeira so os problemas relacionados ao uso do lcool, que so frequentes na populao brasileira, atingindo cerca de um em cada dez adultos. A segunda so os chamados transtornos mentais graves e persistentes, que incluem a esquizofrenia e as psicoses afetivas (transtorno bipolar do humor). Esses so bem menos frequentes, cerca de dois em cada 100 adultos, mas trazem grande impacto na sade global das pessoas.

Situaoes de Sade mental comuns na Atenco Bsica A segunda so os chamados transtornos mentais graves e persistentes, que incluem a esquizofrenia e as psicoses afetivas (transtorno bipolar do humor). Esses so bem menos frequentes, cerca de dois em cada 100 adultos, mas trazem grande impacto na sade global das pessoas.Situaoes de Sade mental comuns na Ateno Bsica Abordaremos aqui a pessoa que sofre, e no as doenas ou transtornos. Vamos usar o conhecimento de pesquisas, usando o conceito de doena como as citadas acima, revelam sobre quem so as pessoas que sofrem e so atendidas na AB e sobre como se expressa seu sofrimento

Situacoes de Sade mental comuns na Atenco Bsica Tomar a pessoa, e no a doena, como ponto de partida enriquece a compreenso do que a motiva a procurar ajuda e, portanto, permite um cuidado que se adapta diversidade de todas as pessoas e, ao mesmo tempo, d conta da integralidade de cada pessoa. As pessoas procuram ajuda na AB porque sofrem, e no porque tem uma doena. Muitos dos que sofrem e procuram atendimento, esto de fato doentes, mas dificilmente a doena explica todo seu sofrimento. O maior desafio dos servios de Sade, no entanto, cuidar daqueles que esto doentes sem sofrer e dos que sofrem sem estar doentes. Situaoes de Sade mental comuns na Ateno Bsica So os que esto doentes sem sofrer que fazem do diabetes mellitus, da hipertenso e da obesidade os fatores de risco mais comuns para as doenas crdio e cerebrovasculares. So os que sofrem sem estar doentes que lotam as agendas da AB e inflam as estatsticas de prevalncia de depresso e de ansiedade.

23Situaoes de Sade mental comuns na Ateno Bsica Nesse ponto, vamos lembrar que no a doena apenas que mobiliza os cuidados dos profissionais de Sade, mas sim pessoas que sofrem e, doentes ou no, buscam ajuda. Portanto, dizer que uma pessoa no est doente, no significa que ela no necessita de cuidado. Sofrimento no doena. Em segundo lugar, as formas de expresso mais frequentes do sofrimento (mental) na AB no podem ser facilmente categorizadas como doenas.Situacoes de Sade mental comuns na Atenco Bsica Estudos populacionais no Brasil e no mundo identificaram uma srie de caractersticas individuais que esto mais associadas a essa forma de sofrimento. Essas caractersticas interagem e se combinam com outras, ainda no identificadas, para determinar o grau de vulnerabilidade de cada pessoa a essa forma de manifestao de sofrimento.

Principais aspectos do contexto de vida de uma pessoa que esto associados ao sofrimento mental comum:

Vulnerabilidade: gnero, pobreza, cor da pele e desigualdadeDesestabilizao: eventos de vida e seus significadosResilincia: temperamento e apoio social

Instrumentos de Interveno Psicossocial na Ateno Bsica Os Instrumentos de Interveno Psicossocial na Ateno Bsica constituem-se em importante estratgia para produo do cuidado em Sade. Com uma oferta de tecnologias que contemplem necessidades e demandas que surgem do territrio.A seguir, aes em sade mental para Ateno Bsica que dialogam com o conceito ampliado de Sade e com a integralidade do cuidado.GRUPO O grupo deve ser proposto de tal modo a permitir que seus integrantes tenham voz, espao e corpos presentes; se sintam verdadeiramente como integrantes ativos de um grupo. No h participao verdadeiramente ativa em um grupo sem que os sujeitos que se colocam tenham condio de ser ouvidos em suas demandas, para depois poder ouvir e colaborar com a demanda alheia e proposta geral; constituindo, somente a partir da, um verdadeiro sentimento de pertencimento grupal.

Grupo Operativo Segundo Pichon-Rivire (2005), o grupo operativo ocorre por um conjunto de pessoas movidas por necessidades semelhantes que se renem em torno de uma tarefa especfica ou objetivo compartilhado, onde cada participante, com suas peculiaridades, expressa suas opinies, defende pontos de vistas ou simplesmente, fica em silncio (FREIRE, 2000).Grupo Operativo O grupo operativo caracteriza-se pela relao que seus integrantes mantm com a tarefa. As finalidades e propsitos dos grupos operativos esto centrados na soluo de situaes estereotipadas, dificuldades de aprendizagem e comunicao, considerando a ansiedade vivenciada diante da perspectiva de mudana que se opera (OSRIO, 2003). O grupo operativo tem, portanto, a proposta de mobilizar um processo de mudana, que passa fundamentalmente pelo manejo de medos bsicos, da perda e do ataque. Assim, visa fortalecer o grupo favorecendo uma adaptao ativa realidade a partir do rompimento de esteretipos, reviso de papis sociais, elaborao das perdas cotidianas e superao das resistncias a mudanas.Grupo Operativo Os grupos operativos abrangem quatro campos de atuao:

Ensino-aprendizagem Cuja tarefa essencial refletir sobre temas e discutir questes de interesse comum.

Institucionais Grupos formados em escolas, igrejas, sindicatos, promovendo reunies com vistas ao debate sobre questes de seus interesses.

Grupo OperativoComunitrio Pode ser utilizado nos programas de Sade em que profissionais so treinados para a tarefa de integrao e incentivo a capacidades grupais.

Teraputico Objetiva a melhoria da situao de sofrimento.

Prticas integrativas e complementares Os recursos teraputicos da MTC buscam harmonizar o Yin-Yang e os cinco elementos de diferentes formas. A acupuntura consiste no uso de agulhas filiformes colocadas em pontos especficos do corpo, seguindo a teoria dos canais energticos. J as prticas corporais e mentais (ex.: lian gong, chi gong,tai chi chuan, tuina, meditao) utilizam o movimento, a respirao, a concentrao e massagens com intuito semelhante, alm de promoverem relaxamento, equilbrio e percepo corporal de modo a favorecer a integralidade da sade, estimulando o autocuidado e a corresponsabilizao no processo teraputico. Estes importantes recursos teraputicos esto disponveis para qualificar a oferta de servios no cuidado sade mental.

Homeopatia A Homeopatia um sistema mdico complexo, desenvolvido por Samuel Hahnemann, mdico alemo, no Sculo XVIII. Est ancorado em trs princpios fundamentais: a lei dos semelhantes, a experimentao no homem sadio e no uso de doses infinitesimais. Os servios de Homeopatia da rede de ateno Sade tm sido opo teraputica bastante frequente entre as pessoas com quadros de ansiedade, depresso, insnia e outros transtornos mentais, alm de auxiliar no processo de reduo e retirada de medicamentos psicotrpicos (NOVAES, 2007).

Fitoterapia e plantas medicinais A Fitoterapia a teraputica caracterizada pelo uso de plantas medicinais em suas diferentes apresentaes e formas farmacuticas, sem a utilizao de substncias ativas isoladas, ainda que de origem veget No campo da Sade Mental diversas so as possibilidades que as plantas medicinais e a Fitoterapia podem oferecer no processo de cuidado aos sujeitos que procuram as redes de Ateno Sade para obter alvio de seu sofrimento mental e/ou de um convvio com lcool e drogas al (LUZ NETTO, 1998 apud Brasil, 2006, p. 18).

Terapia de Reatribuiao Reatribuir significa fazer a relao entre as queixas sintomticas e o sofrimento psquico. Atribuir o sintoma a um sofrimento que pode no ter sua origem no corpo. E dar ao sofrimento o cuidado que ele demanda. De fato, essa pessoa precisa de ateno, pois no est conseguindo sozinha se dar conta de que sofre com determinado contexto de sua vida. E sobre a reatribuio, todos ns podemos falar a respeito. Quem nunca se deu conta, posteriormente, que certa dor de barriga ou dor de cabea na verdade estava representando o sofrimento por algo que estava ocorrendo em sua vida? Da mesma forma, sabemos que as crianas sinalizam muito pelo corpo um sofrimento que no necessariamente inicia ali, mas em outra questo em seu entornoTerapia de Reatribuiao Etapas da terapia de reatribuio 1. Sentindo-se compreendido fazer anamnese ampliada e exame fsico focado na queixa, com valorizao das crenas da pessoa. 2. Ampliando a agenda dar feedback pessoa, com recodificao dos sintomas e vinculao destes com eventos vitais e/ou psicolgicos. 3. Fazendo o vnculo construir modelos explicativos que faam sentido para a pessoa. 4. Negociando o tratamento pactuar, em conjunto com a pessoa, um projeto teraputico ampliado.As etapas desse tratamento devem seguir uma rotina de consultas de tal forma que o profissional e a pessoa em tratamento desenvolvam um contrato teraputico. Essas consultas podem durar de 15 a 45 minutos, devendo-se reservar pelo menos uma consulta para cada uma das etapas

Terapia comunitria A Terapia Comunitria (TC) caracteriza-se como mais uma ferramenta disposio dos profissionais da Ateno Bsica no campo da Sade Mental a ser utilizada no territrio de atuao. A atividade organiza-se como um espao comunitrio que possibilita a troca de experincias e de sabedorias de vida. A TC visa trabalhar de forma horizontal e circular ao propor que cada um que participe da sesso seja corresponsvel no processo teraputico que se realiza naquele momento e que produz efeitos tanto grupais quanto singulares.Terapia comunitria Etapas da Terapia Comunitria1. Acolhimento momento de apresentao individual e das cinco regras.2. Escolha do tema as pessoas apresentam as questes e os temas sobre os quais querem falar. Vota-se o tema a ser abordado no dia.3. Contextualizao momento em que o participante, com o tema escolhido, conta sua histria. O grupo faz perguntas.4. Problematizao o mote (questo-chave para reflexo) do dia, relacionado ao tema, jogado para o grupo.5. Rituais de agregao e conotao positiva com o grupo unido, cada integrante verbaliza o que mais o tocou em relao s histrias contadas.6. Avaliao feita entre os terapeutas comunitrios.Terapias cognitivas comportamentais: ativao As pessoas que esto com um grau elevado de sofrimento psquico muitas vezes deixam de fazer atividades que lhes do prazer. Aes simples como passear, ir ao cinema, ir ao parque, cuidar do jardim, cozinhar, fazer esporte, ler, costurar, entre outras, so abandonadas, retiradas da rotina da pessoa gradativamente, ao mesmo tempo em que o sofrimento vai praticamente tomando conta da vida da pessoa. Terapias cognitivas comportamentais: ativao Conversar sobre a importncia desse tipo de atividade uma forma de cuidado que o profissional de sade pode proporcionar pessoa que est com sofrimento psquico. Chamamos de terapia de ativao.Essa forma de cuidado que incentiva e apoia a retomada das atividades que oferecem qualquer tipo de satisfao pessoa.

Mediao de conflitos A mediao de conflito envolve a capacidade de transformar conhecimentos, habilidades e atitudes em resultados prticos. Pressupe a utilizao e o desenvolvimento de habilidades comunicativas, cognitivas, sociais e emocionais que esto imbricadas com crenas e atitudes que levam elaborao de um modelo mental.Mediao de conflitos Para orientar a interveno em uma situao de conflito importante que identifiquemos, antes de tudo, a intensidade desse conflito:Situaes de normalidade: podem ser entendidas como conflitos em que os prprios envolvidos conseguem resolv-lo com seus prprios recursos de dilogo e persuaso. No requer, portanto, a interveno de um agente externo. Situaes de crise: as situaes de crise relacional caracterizam-se pela intimidao, atuaes enrgicas marcadas por forte emoo e desgaste dos vnculos. Esta circunstncia sugere a interveno de um agente neutro ou mediador. Situao de conflito extremo: caracteriza-se por situaes de sujeio e destruio sugerindo aguardar o apaziguamento para a retomada de negociaes. Vale citar alguns procedimentos para mediar situaes de conflito, abordados no Treinamento de Negociao e Gesto de Conflitos, (GUIRADO, 2011).Terapia Breve Entende-se a IB como uma tcnica de abordagem para a diminuio dos problemas associados ao uso de substncias em que o principal objetivo identificar o problema e motivar a pessoa a alcanar determinadas metas estabelecidas em parceria com o profissional de sade. Essas metas podem ser iniciar um tratamento, rever seu padro de consumo e planejar uma possvel reduo ou, ainda, obter mais informaes sobre os riscos e os problemas que esto associados a esse uso. Outra caracterstica da IB o estmulo autonomia das pessoas, atribuindo-lhes a capacidade de assumir a iniciativa e a responsabilidade por suas escolhas (MARQUES; FURTADO, 2001).

Terapia Breve As IBs podem durar de cinco a 30 minutos, sendo constitudas por uma curta sequncia de etapas que inclui: A identificao e dimensionamento dos problemas ou dos riscos, geralmente por meio do uso de um instrumento pradonizado de rastreamento, como o AUDIT. O oferecimento de aconselhamento, orientao e, em algumas situaes, monitoramento peridico do sucesso em atingir as metas assumidas pela pessoa (BABOR; HIGGINS-BIDDLE, 2001).

BibliografiaCaderno Sade Mental Na Ateno Bsica -Ministrio da Sade DF. 2013