saúde integral

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saude integral

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SADE INTEGRALA Doena como Manifestao do EgoRdiger DahkleA medicina holstica nos torna cientes de que o ser humano est doente, e no que ele fica doente. aqui que est a grande diferena entre o nosso ponto de vista sobre a doena e o da medicina convencional. Esta v a doena como uma perturbao indesejada do "estado natural de sade" e, conseqentemente, no s tenta fazer o "distrbio" desaparecer to rpido quanto possvel como tambm acha que sua principal misso impedir que a doena tome conta das pessoas at o ponto de elimin-la de vez. A doena muito mais do que uma mera disfuno natural. Na verdade, ela faz parte do sistema de controle total que no momento atual se destina a estimular a nossa evoluo.O homem est doente porque lhe falta a Unidade. O homem sadio, ao qual no falta nada, s existe nos livros de medicina. Na vida, no se conhece um nico exemplar desses. Pode bem haver pessoas que h vrios anos no mostram sintomas especficos de qualquer doena grave, porm isto no altera a afirmao de que tambm elas estejam doentes e sejam mortais. Estar doente, neste contexto, significa a imperfeio e vulnerabilidade que trazemos todos devido aos sentimentos egicos que trazemos ainda em ns. O ego a nossa poro imperfeita e ignorante. Se observarmos mais de perto, veremos quo surpreendentes so os males que todos ns, considerados sadios, apresentamos. Em seu Manual de Medicina Psicossomtica, Brutigam registra que, ao entrevistar numa empresa, operrios e funcionrios que no estavam doentes, e ao examin-los detalhadamente, descobriu que havia distrbios fsicos e mentais que surgiam quase com a mesma freqncia com que apareciam em exames feitos em pacientes de hospitais. No mesmo manual, Brutigam publica a seguinte tabela estatstica, fundamentada numa pesquisa de E. Winter em 1959:Queixas de 200 empregados sadios numa entrevista: Irritaes gerais Distrbios estomacais Ansiedade Inflamaes freqentes da garganta Tonturas, desmaios Insnia Problemas menstruais Priso de ventre Suores repentinos Dores cardacas, taquicardia Dores de cabea Eczemas Edema imaginrio da glote Males reumticosDevemos nos livrar, ento, de toda iluso de que se pode, na nossa condio evolutiva atual, evitar ou talvez, quem sabe, eliminar a doena. Como seres humanos estamos predispostos aos conflitos e, por isso mesmo, tambm ficamos doentes.O ser humano atual vive para o seu ego, que sempre est faminto de poder. O ego cada vez infla mais e sabe muito bem como nos pressionar a servi-lo, apresentando-se sempre com novos e mais nobres disfarces. O indivduo tem de respeitar seus limites e por isso teme a entrega, o amor ou tudo o que leve unificao. A doena compensa todas essas unilateralidades na medida em que estimula o ser humano, impulsionando-o a percorrer a mesma distncia que o afastou do centro de sua conscincia, o Self.De fato, a vida um caminho repleto de constantes desiluses; uma iluso depois da outra nos vo sendo tiradas at podermos suportar a verdade. Assim, aqueles de ns que esto preparados para suportar a compreenso de que a doena, a morbidez e a morte so companhias essenciais e fiis da vida, acabam por descobrir que essa constatao no concretiza desesperana, mas sim a revelao de que aquelas so amigas que nos ajudaro a encontrar nosso caminho mais verdadeiro e saudvel. Muito poucos dos nossos amigos so to sinceros conosco ou esto to dispostos a expor todos os movimentos de nossas manobras egicas, ou so to sinceros a ponto de nos fazer olhar para os nossos defeitos, ou seja, enxergar a nossa sombra. Mas a verdade que, se qualquer um dos nossos amigos ousasse fazer isso, imediatamente ns o classificaramos como inimigo. O mesmo acontece com a doena. Ela honesta demais conosco para que lhe dediquemos o nosso amor!Nossa vaidade nos torna to cegos e vulnerveis. No entanto, nossas doenas so incorruptveis: eles nos impelem a ser sinceros. Sua presena nos mostra justamente aquilo que nos faz falta, aquilo que recusamos trazer luz, o que fica na sombra e quer manifestar-se, e bloqueamos com nossa unilateralidade. Os sintomas nos mostram que no resolvemos o problema em questo, como gostaramos de imaginar, ou eles no desaparecem, ou ficam se repetindo sem cessar. A doena sempre aperta o ponto vulnervel ou o ponto em que somos "infelizes" porque acreditamos ser possvel alterar o rumo do mundo com a nossa autoridade pessoal. A basta uma dor de dente, um torcicolo, uma gripe ou uma disenteria para transformar o brilhante heri num pobre mortal. exatamente nesses momentos que passamos a detestar a doena.Assim, todo o mundo est disposto a fazer os maiores esforos para erradicar a doena. O nosso ego nos leva a pensar que essa empreitada uma ninharia e nos deixa cegos para o fato de que, atravs de cada esforo bem-sucedido, ns apenas nos tornamos mais doentes. Nem a medicina preventiva, nem um "estilo saudvel de vida", tm qualquer chance de sucesso como mtodo de preveno das doenas, se no cuidarmos das causas da doena que reside na identificao com o ego. a doena que torna os homens passveis de cura. A doena o ponto de mutao em que um mal se deixa transformar em bem. Para que isto possa ocorrer, temas de baixar a guarda e, em vez de resistir, ouvir e ver o que a doena tem a nos dizer. Como pacientes, temos de ouvir a ns prprios e estabelecer um contato com nossos sintomas, para podermos captar a sua mensagem. Precisamos estar dispostos a questionar nossas prprias suposies e os nossos pontos de vista acerca da nossa personalidade, e precisamos nos dispor a aceitar conscientemente cada um dos sintomas como um professor que deseja nos ensinar algo sobre a nossa forma fsica. Precisamos tornar o sintoma suprfluo, na medida em que permitimos que ele faa entrar na nossa conscincia aquilo que nos falta. A cura sempre est associada a uma ampliao de conscincia e a um amadurecimento pessoal. Se o sintoma apareceu no corpo, porque parte dos sentimentos negativos do ego a se precipitou, a cura a inverso desse processo, na medida em que torna consciente o princpio por trs do sintoma, e assim ele simplesmente desaparece do corpo fsico.