saÚde e inclusÃo pelo esporte e pesquisa sobre...
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SAÚDE E INCLUSÃO PELO ESPORTE E PESQUISASOBRE DEFICIÊNCIA INTELECTUAL
Fundado em 2007, o Instituto Olga Kos de
Inclusão Cultural (IOK) é uma associação sem fins
econômicos, com qualificação de Organização
da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP),
que desenvolve projetos artísticos e esportivos,
aprovados em leis de incentivo fiscal, para atender,
prioritariamente, crianças, jovens e adultos com
deficiência intelectual. Além disso, parte das vagas
de nossos projetos é destinada a pessoas sem
deficiência, que se encontram em situação de
vulnerabilidade social e residem em regiões próximas
aos locais onde as oficinas são realizadas. Desta
forma, pretende-se possibilitar uma maior interação
entre pessoas com e sem deficiência.
Nas oficinas de esportes, os principais objetivos
são: incentivo à prática esportiva (Karate-Do e
Taekwondo), estímulo ao desenvolvimento motor
e melhoria na qualidade de vida.
Já nas oficinas de artes, buscamos divulgar a
diversidade cultural e artística de nosso país,
incentivar o exercício da arte e ampliar os canais
de comunicação e expressão dos participantes.
Juntamente com os projetos acima descritos, o IOK
ainda visa a ampliação do acesso à cultura a nossos
atendidos, na medida em que organiza visitas a
teatros e museus, além de desenvolver a articulação
de redes de apoio para geração de renda e inclusão
ao mercado de trabalho, por meio de parcerias
com instituições que promovem o aprendizado de
habilidades profissionais.
TAEKWONDO SAÚDE E INCLUSÃO PELO ESPORTE E PESQUISASOBRE DEFICIÊNCIA INTELECTUAL
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SUMÁRIO
Missão, visão, valores e objetivos .........................................................04
Doadores ......................................................................................................05
Apresentação ..............................................................................................06
Quem trabalhou no projeto ...................................................................09
Sobre o Taekwondo ................................................................................... 11
Desenvolvimento .......................................................................................12
Encerramento do projeto .......................................................................20
Resultados da avaliação física ............................................................... 23
Resultados PEI - Psicologia .................................................................... 27
Mapa Social ................................................................................................. 32
Resultados de artes e esportes .............................................................34
Somos vencedores ................................................................................... 35
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Missão
Atender crianças, jovens e adultos com deficiência intelectual, além de pessoas sem deficiência, que se encontram
em situação de vulnerabilidade social. Procuramos facilitar a inclusão social de todos, garantindo que reúnam
condições de participar de forma mais efetiva da sociedade da qual fazem parte.
Visão
Ser uma instituição do terceiro setor reconhecida pela liderança, excelência, inovação e impacto social, por meio
de ações socioculturais e de inclusão social.
Valores
+ Ética nas relações e no exercício das atividades;
+ Respeito à diversidade humana;
+ Promoção do exercício da cidadania;
+ Comprometimento com a causa;
+ Excelência no trabalho ;
Objetivos
Romper a barreira do preconceito, por acreditar que todos são capazes de, ao estabelecer o contato com a arte
e o esporte, expor aquilo que nos torna únicos e especiais: a individualidade.
O IOK, por meio de suas atividades e projetos, busca promover a inclusão, atuando nas áreas da arte e do esporte,
além de outras ações, como a inserção de nossos atendidos no mercado de trabalho.
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DOADORES
ALELO
CHEVROLET SERVIÇOS FINANCEIROS
CENTRAL ENERGÉTICA MORRINHOS
CVC
EATON
BANCO CONFIDENCE
CONFIDENCE CÂMBIO
AGIPLAN
USINA COLORADO
XP INVESTIMENTOS
OURO FINO
CHB
BASE QUÍMICA
AUTO POSTO SÃO JOSÉ
AUTO POSTO SANTA RITA
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Grade de Oficinas:
APRESENTAÇÃONo material a seguir, mostraremos como foi desenvolvido o projeto “TAEKWONDO – SAÚDE E
INCLUSÃO PELO ESPORTE E PESQUISA SOBRE DEFICIÊNCIA INTELECTUAL”.
Esta publicação tem como objetivo descrever, de maneira resumida, as etapas do projeto, bem como
apresentar a metodologia utilizada e expor uma síntese dos resultados alcançados.
Vigência: de Maio de 2014 a Abril de 2016
Número de Participantes: 200
Instituições: CEU CAMPO LIMPO - CEU CANTOS DO AMANHECER - CEU CIDADE DUTRA - CEU
VILA RUBI - CIEJA - MONTE AZUL
TER QUA QUI SEX
CEU Cidade DutraAv. Interlagos, 7390
CEU Campo LimpoAv. Carlos Lacerda, 678
CEU Cantos do AmanhecerAv. Cantos do Amanhecer, s/n
12h30 - 13h30 12h30 - 13h30
12h15 - 13h15 12h15 - 13h15
CIEJA - Campo LimpoR. Cabo Estácio de Conceição, 176
9h - 10h14h 15h
9h - 10h14h 15h
Monte AzulAv. Tomás de Souza, 552
9h30 - 10h3014h30 - 15h30
9h30 - 10h3014h30 - 15h30
CEU Vila RubiRua Domingos Tarroso, 101
12h15 - 13h15
10h - 11h
TAEKWONDO SAÚDE E INCLUSÃO PELO ESPORTEE PESQUISA SOBRE DEFICIÊNCIA INTELECTUAL
Lei de Incentivo: O projeto foi aprovado no Programa Nacional de Apoio à Atenção da Saúde da
Pessoa com Deficiência – PRONAS/PCD, implantado pelo Ministério da Saúde para incentivar ações e
serviços desenvolvidos por entidades, associações e fundações privadas sem fins lucrativos no campo da
saúde da pessoa com deficiência. Pessoas físicas e jurídicas que contribuem com doações para projetos
nessa área poderão se beneficiar de deduções fiscais no Imposto de Renda.
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Antes das oficinas serem iniciadas, todos os candidatos a participar do projeto foram submetidos a exames
laboratoriais. Com os resultados destes testes em mãos, o médico realizou a anamnese, um questionário que busca
detalhes sobre a saúde dos indivíduos e, assim, os classificou como aptos ou não para a prática do Taekwondo.
No início do projeto, todos os participantes receberam um kit contendo: uma mochila, um par de chinelos, uma
toalha de rosto, um dobok, um conjunto de agasalho e calça, além de uma camiseta. Após cada oficina, também é
entregue um lanche a cada um dos beneficiários com: sanduíche, fruta, um bolinho ou barra de cereal e um suco.
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O projeto “TAEKWONDO - SAÚDE E INCLUSÃO PELO ESPORTE E PESQUISA SOBRE DEFICIÊNCIA INTELECTUAL”
buscou contribuir com o processo de inclusão da pessoa com deficiência intelectual à sociedade, por meio da
prática do Taekwondo e teve como objetivo estimular, manter ou ampliar a capacidade funcional dos participantes.
Para isso, buscou-se aprimorar os seguintes aspectos:
Sociais: integração com colegas, professores e familiares que, dentro sua
disponibilidade, puderam acompanhar os participantes durante as atividades; o cultivo
e a incorporação de conceitos importantes e básicos como: sociedade, comunidade,
comunicação, companheirismo, equipe, liderança, direitos e deveres. A integração
social por meio da prática do Taekwondo, procurou despertar ou desenvolver o
respeito à diversidade, bem como eliminar os preconceitos.
Cognitivos: aprimoramento do raciocínio lógico (tempo de reação e tomada de
decisões), equilíbrio e segurança emocional e psicológica.
Motores: trabalhar os aspectos físicos, buscando a promoção da saúde, autoconfiança,
autoestima, consciência corporal e, consequentemente, da qualidade de vida.
Para isso, foram oferecidas duas 2 oficinas semanais de Taekwondo, com duração de 1 hora cada, a 200 indivíduos,
divididos em 8 turmas com 25 participantes. O projeto integrou também pessoas com acesso reduzido a
oportunidades, na medida em que abriu 20% das vagas para pessoas sem deficiência, residentes das regiões próximas
aos locais onde o projeto foi desenvolvido.
Desta forma foi possível promover uma maior interação entre pessoas com e sem deficiência.
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Quem trabalhou no projeto:
Para desenvolver o projeto, o Instituto Olga Kos contou com uma equipe multidisciplinar, composta por profissionais
de diversas áreas, a fim de atender da melhor forma os participantes.
Cada um deles possui papel fundamental para que o processo ocorra de forma satisfatória.
A seguir faremos um resumo sobre as atribuições de cada um:
Responsáveis Técnicos
São profissionais com formação em Educação Física, responsáveis pelas articulações entre o IOK e os participantes
do projeto e seus familiares. Cabe a eles supervisionar e dar suporte à toda equipe multidisciplinar. Além disso, fazem
as avaliações físicas e ainda organizam as questões burocráticas como: listas de presença, relatórios, entre outros.
Podem realizar intervenções sempre que necessário, visando o melhor aproveitamento dos participantes nas
atividades propostas. Também são responsáveis pelo fechamento de cada encontro, comandando a etapa da oficina
chamada de “compartilhar”, que visa facilitar a integração do grupo, consolidar o que foi ensinado e refletir sobre
o trabalho e o desempenho.
Psicólogos
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Instrutores
Fisioterapeutas
Fotógrafos
Capturam imagens dos participantes, registrando-os em atividade e também em momentos de interação. Este
material é utilizado pela equipe de comunicação para a produção de materiais institucionais, divulgações e também
em relatórios enviados a doadores, tornando, desta forma, o trabalho destes profissionais imprescindível.
Visam contribuir com o desenvolvimento motor dos participantes, por meio de estímulos físicos, táteis, auditivos
e/ou visuais, em conjunto com os demais profissionais, além de dar suporte técnico e teórico à equipe.
Estes são os grandes pilares das oficinas. Antes de projeto, todos passam por capacitações e qualificações técnicas
para que, assim, possam transmitir da melhor forma possível, todas suas técnicas, bem como as filosofias e regras
da arte marcial aos aprendizes.
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SOBRE O TAEKWONDO
É uma arte marcial com origem coreana, introduzida no Brasil na década de 70. Em 1988, tornou-se esporte olímpico.
Taekwondo significa “caminho dos pés e das mãos” (Tae - pé / Kwon - mão / Do - caminho/espírito).
YE UI (cortesia)Está pautada na promoção do espírito de concessão mútua, incomodar-se com
situações de desprezo maldoso de um indivíduo perante outro, ser educado com as
demais pessoas, encorajar o senso de justiça e entender hierarquia.
Yom Chi (integridade)No Taekwondo, a palavra integridade assume uma definição diferente daquela
geralmente apresentada nos dicionários. Neste caso, refere-se a uma pessoa que deve
ser capaz de distinguir o certo do errado e ter consciência, caso esteja equivocada,
de sentir-se culpada.
In Nae (perseverança)Para se alcançar algo, como um alto grau de perfeição de uma técnica, deve-se
determinar seu objetivo e então, persistir constantemente.
Guk Gi (autocontrole)Este ensinamento é extremamente importante dentro e fora do treinamento. A
incapacidade de viver ou trabalhar dentro dos limites ou da esfera de alguém mostra
falta de autocontrole.
Baekjul Boolgool (espirito indomável)Pode ser notado quando uma pessoa corajosa e seus princípios forem colocados diante de diferenças dominantes.
Um sério praticante de Taekwondo deverá sempre conservar sua humildade. Ao defrontar-se com a injustiça, ele
deve lidar com o combatente sem hesitação ou medo, com espírito indomável, independente de quem quer que
seja ou de quantos forem.
Princípios do Taekwondo
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DESENVOLVIMENTOCEU CAMPO LIMPO
O grupo de participantes do CEU Campo Limpo teve seu primeiro contato com o Taekwondo durante este
projeto. Por ser formado por pessoas de diversas faixas etárias, variando entre 7 e 68 anos, no início das oficinas
era perceptível que a socialização e a disciplina eram dois pontos que precisariam ser trabalhados.
A participação ativa das famílias ajudou bastante neste processo. Os familiares estiveram presentes durante todo
o projeto, auxiliando no que fosse possível e sempre motivando os participantes.
Em algumas oportunidades, as famílias eram, inclusive, convidadas a participar da oficina, o que tornava o ambiente
mais descontraído e proporcionava alegria para todos. Essa grande conexão com a esfera familiar ficou comprovada
durante a aplicação de testes, cujos resultados serão apresentados mais à frente desta publicação.
Destaca-se também o empenho, a dedicação, dos participantes, que também foi um pilar fundamental para que
melhores resultados fossem alcançados.
Tivemos bastante dificuldades no começo,
pois a sala tinha muitas portas que davam para
os banheiros, além de corredores por onde
os participantes, principalmente as crianças,
corriam para brincar” Instrutor de Taekwondo
“
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Para auxiliar na ampliação das capacidades motoras, foram realizadas diversas atividades lúdicas. Andar em zigue-
zague entre cones, pular bambolês e equilibrar-se sob cordas foram alguns exemplos de exercícios, como explica a
fisioterapeuta do IOK: “Neste grupo, alguns participantes apresentavam deficiência psicomotora consideravelmente alta.
Buscamos realizar exercícios lúdicos, que promoveram melhora no equilíbrio, na coordenação e no ritmo dos movimentos,
na orientação espacial e auxiliaram na correção de hábitos posturais inadequados”.
“Aos poucos, os participantes nos mostraram indícios de como a formação de um grupo
seria possível, e com esforço e tempo a turma evoluiu nitidamente aos olhos de todos”
Responsável Técnica
Outros equipamentos, como a raquete de foco e aparadores de chute, auxiliaram na correção e aperfeiçoamento
das técnicas do Taekwondo. Além disso, foram ferramentas úteis para ampliação das capacidades e habilidades
físicas como: força, precisão, potência, entre outras.
Por fim, pudemos observar que a prática do Taekwondo trouxe benefícios emocionais, cognitivos e sociais para
o grupo.
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MONTE AZUL
Tivemos duas turmas que praticaram Taekwondo na Associação Monte Azul. Ambas eram compostas por
participantes que nunca haviam tido contato com esta arte marcial e por isso iniciaram com a faixa branca.
O grupo da tarde mostrava-se mais disposto e ativo, como apontou um instrutor de Taekwondo do IOK: “É um
grupo muito disciplinado, participativo e unido”.
Enquanto isso, a turma da manhã apresentou maiores
dificuldades de adaptação e levou cerca de dois meses
para que os participantes deste grupo se sentissem mais
à vontade.
A partir daí, a desenvoltura melhorou e os resultados
positivos começaram a aparecer, muito por conta da
dedicação e do envolvimento dos participantes: “Eles
colaboravam na montagem do tatame, auxiliando uns
aos outros para que todos fizessem parte do processo.
Organizavam os chinelos, formavam filas para sair do
tatame ou para beber água”, destacou a responsável
técnica do IOK.
O grupo da manhã montava os tatames e a turma
da tarde desmontava, criando uma sintonia, uma
cooperação entre todos, mesmo sendo dois grupos
distintos.
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Com treinamentos de coordenação motora, equilíbrio, lateralidade e agilidade, sempre associados a estímulos visuais,
táteis e comandos verbais, foi possível identificar um grande avanço destes aspectos em alguns dos participantes.
Como exemplo desta evolução, podemos citar o
participante Daniel do Nascimento Sousa Lima, com
diagnóstico de paralisia cerebral e deficiência auditiva
associada, que mesmo tendo o maior comprometimento
motor entre todos do grupo, não minimizou esforços
para reduzir os movimentos involuntários característicos
de sua patologia e, ao final do projeto, conseguia
executar as atividades propostas durante a aula.
Elvis Maciel da Silva, com diagnóstico de autismo, é outro
participante, cujo desempenho e evolução merecem
destaque: “Inicialmente, ele apresentava grande dificuldade
para se expressar e compreender as atividades propostas,
mas com a apresentação dos movimentos segmentados,
Elvis aprimorou suas habilidades motoras e cognitivas,
passando a expressar sensações e suas emoções”, afirmou
uma fisioterapeuta, integrante da equipe do IOK.
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CEU CIDADE DUTRA
Um grupo formado por pessoas de diferentes faixas etárias, todas iniciantes no Taekwondo, em sua maioria com
deficiência intelectual.
Havia pouca interação entre os participantes e por ser uma turma muito heterogênea, houve uma dificuldade inicial
em encontrar pontos em comum a serem desenvolvidos coletivamente, como explicou o psicólogo da equipe
multidisciplinar do IOK: “Um grupo que funciona bem individualmente. Não reconhecem uns aos outros pelo nome, por
exemplo, mas ao olharmos para o todo, vemos uma boa sincronia”.
Desta forma, a ideia inicial era o foco individual para que depois fosse trabalhado o grupo. A falta de interação
entre os participantes favorecia a concentração e isso poderia ser utilizado a favor do aprendizado neste primeiro
momento: “Antes mesmo da metade do projeto, os participantes deram um salto na melhora da autoestima, noção de
espaço e já tinham a percepção de que a sua colaboração com os demais era fundamental para que todos os colegas
ali presentes também pudessem evoluir”, destacou um instrutor de Taekwondo da equipe multidisciplinar do IOK.
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Alguns itens como raquete de foco e aparador de chute foram utilizados para aperfeiçoar movimentos específicos e
trouxeram uma evolução admirável na força dos participantes. Cones, bolas, arcos e outros materiais auxiliavam na
execução de atividades lúdicas e no consequente desenvolvimento da parte motora: “Nesta oficina os participantes
apresentaram um excelente desenvolvimento psicomotor. As noções de esquema corporal e espacial foram muito bem
desenvolvidas, o que pode ser observado no respeito ao espaço e aos demais. Ao longo do projeto, o desenvolvimento do
equilíbrio e da lateralidade foram bastante enfatizados e produziram resultados satisfatórios, permitindo o desenvolvimento
da coordenação motora e a precisão dos movimentos nos participantes”, destacou a fisioterapeuta do IOK.
Com o desempenho melhorando, era hora de trazer atividades que proporcionassem a integração: “Buscamos não
somente o trabalho coletivo, mas principalmente o olhar para o colega com atenção, cuidado e empatia. Ao ver o colega
com dificuldade, deveriam refletir sobre o que cada um poderia fazer para ajudar, colocando-se no lugar outro”, finalizou
o psicólogo.
Cortesia, integridade, autocontrole, espírito indomável e a perseverança são os princípios do Taekwondo que servem
ser seguidos dentro e fora do Dojang (local de treinamento). Na turma do CEU Cidade Dutra, foi perceptível a
mudança que estes conceitos da arte marcial proporcionou aos participantes, que entenderam a filosofia e abraçaram
a oportunidade que este projeto representava.
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CEU VILA RUBI
Mais uma turma formada por jovens, crianças e adultos que tiveram contato com o Taekwondo pela primeira vez.
Uma das particularidades desta oficina era a colaboração e a participação das famílias, sempre presentes durante todo
o projeto. O pai de um dos participantes, inclusive, se inscreveu e participou das oficinas juntamente com o filho.
Apesar de alguns participantes não serem muito assíduos, o grupo era muito colaborativo e unido e todos faziam
questão de auxiliar os colegas em relação ao conteúdo perdido.
Houve notória evolução em relação aos aspectos técnicos e cognitivos. Segundo um instrutor de Taekwondo do
IOK, esse crescimento pode ser explicado, entre outros motivos, pela dedicação dos participantes: “As habilidades
do grupo são baseadas em desafios, força de vontade e superação. Independentemente de ser uma técnica simples ou mais
complexa, eles buscavam realizar com excelência, pois interagiam entre si, ajudavam uns aos outros e o mais importante:
estavam dispostos a aprender”.
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Devido às características do grupo, à boa desenvoltura e, sobretudo, pela absorção do princípio de autocontrole,
a equipe do IOK decidiu aumentar a complexidade das atividades específicas do Taekwondo e passou a ministrar
movimentos, principalmente chutes, que pertencem a outras graduações, isto é, que são ensinados a praticantes
de faixas mais avançadas.
João Victor Amorim é um bom exemplo do bom desempenho apresentado pela turma do CEU Vila Rubi. Antes
agitado e desobediente, João tornou-se referência para os colegas e, durante uma apresentação feita no Festival
de Arte Inclusiva Olga Kos, realizou o quebramento de madeira juntamente com os instrutores.
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CIEJA
Assim como na Associação Monte Azul, o CIEJA teve duas turmas neste projeto, sendo uma oficina de manhã e
outra à tarde.
No grupo da manhã, vimos o companheirismo, a disciplina e a perseverança como caraterísticas marcantes. Como
a maioria já participava de alguma outra atividade dentro da instituição, muitos já se conheciam. Os participantes
montavam os tatames sozinhos, sem a necessidade de nenhum auxílio da equipe do IOK e realizavam esta tarefa
rapidamente, para que não perdessem tempo da oficina, como contou uma responsável técnica que faz parte da
equipe multidisciplinar do IOK: “Logo que chegam pela manhã, todos se reúnem no espaço onde realizam as atividades
e fazem uma força tarefa para a montagem do tatame para iniciar a oficina do dia. Eles fazem isso com muita motivação.
Não há no grupo um participante sequer que se recuse a fazer a atividade”.
Mais uma vez, foi possível observar que as filosofias e
conceitos do Taekwondo foram assimilados e, mais do
que isso, levados para fora dos tatames: “Como psicólogo,
observei como a prática do Taekwondo abriu possibilidades
para relações pautadas na cortesia, e onde há diálogo,
a integridade pôde ser cultivada. Observamos também
exemplos de perseverança na busca de sonhos”, apontou o
psicólogo que integrou a equipe multidisciplinar do IOK.
No entanto, nada é tão simples de ser conquistado e a
partir daí, refletiram-se os outros dois princípios da arte
marcial: “A prática exigiu muito autocontrole, para que fosse
possível manter o foco na própria formação antes de atingir
nossas metas. O espírito indomável diante de dificuldades
aparentemente insuperáveis também esteve presente. Em
um simples chute que parecia difícil demais, a descoberta
de uma novidade: “eu consigo!”, finalizou o psicólogo.
A turma da tarde era formada por adultos e apenas um adolescente. A exemplo dos colegas da manhã, os
participantes eram bastante unidos e também organizavam uma força tarefa para lidar com os tatames, mas desta
vez para desmontá-los. Segundo, um instrutor de Taekwondo do IOK, a animação era contagiante: “Era uma turma
muito animada e com uma força de vontade muito grande. Isso sempre fazia a última oficina do dia ser muito divertida
e proveitosa.”
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CEU CANTOS DO AMANHECER
Esta era um turma formada basicamente por crianças
somadas a alguns adolescentes. Todos iniciaram na faixa
branca, portanto, não tinham nenhuma experiência com
Taekwondo.
As maiores dificuldades detectadas no início do projeto
eram referentes à desobediência e à agressividade.
Houve a necessidade da realização de atividades lúdicas
para corrigir estas adversidades.
Paralelamente, o trabalho dos psicólogos se intensificava
durante os encontros realizados ao final de cada oficina:
“Os momentos do compartilhar foram ricos em promover a
empatia, autocontrole, perseverança, trabalho em equipe,
aceitação, respeito, confiança, atenção, concentração,
motivação, coesão de grupo, diminuição da ansiedade,
consciência corporal e autoconhecimento”, afirmou o
psicólogo da oficina.
Para aperfeiçoamento da parte técnica, correção de
postura e ampliação de força, foram utilizadas raquetes
de foco e aparadores de chute.
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GRADUAÇÃO
Este era o momento esperado por todos. À medida que
a data dos eventos se aproximava era visível a ansiedade
dos participantes, que a todo momento faziam perguntas
e se preparavam para passar para a faixa amarela.
O processo até o dia do evento foi preenchido com
muita expectativa e engajamento por parte de toda a
equipe e também participantes. No dia do evento, a
maioria chegou com bastante antecedência e, inclusive,
auxiliou na preparação do espaço. No decorrer da
cerimônia, víamos muita concentração aos comandos
dos instrutores.
Ao final, no momento de receber a nova faixa, alguns se emocionaram, enquanto outros vibraram e deram
depoimentos espontâneos à equipe. Os familiares mostravam-se animados em um misto de alegria e orgulho.
Nos dias seguintes ao evento, o ambiente era outro. Todos já estavam com a faixa amarela e motivados para novos
desafios.
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RESULTADOSAVALIAÇÃO FÍSICA
São realizadas duas avaliações, sendo uma no início do projeto, denominada como “Pré” e outra ao término do
mesmo, chamada de “Pós”. Os gráficos abaixo descrevem as características do grupo avaliado: 58% dos participantes
do gênero masculino e 32% feminino. A faixa etária variou entre 7 e 68 anos, sendo a média entre 11 e 20 anos.
32%
68%
Masculino
Feminino
7 a 10 anos
21 a 30 anos
11 a 20 anos
31 a 40 anos
41 a 68 anos
8%
36%
30%
14%
12%
Dentre os participantes deste projeto, os diagnósticos foram Atraso do desenvolvimento, TEA (Transtorno do
Espectro Autista), Transtorno do Desenvolvimento Intelectual, síndrome de Down, baixa visão, esquizofrenia,
microcefalia, deficiências múltiplas, outras síndromes genéticas e participantes em vulnerabilidade social, sendo
com ou sem deficiência.
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Dobras cutâneas
É a medida da espessura de duas camadas de pele e da gordura existente entre a pele e o músculo. Algumas dobras
cutâneas podem ser avaliadas isoladamente, outras em conjunto e recebem as seguintes nomenclaturas: tricipital,
subescapular, peitoral, abdominal e coxa.
A soma das dobras cutâneas apresentadas abaixo auxilia a estimar a gordura corporal total dos participantes.
As medidas Tricipital e Subescapular sofreram aumento em sua circunferência, enquanto as demais apresentaram
perda. Com a investigação científica decorrente desta avaliação, verificou-se que os participantes, de maneira geral,
apresentaram considerável avanço em suas condições cutâneas, ou seja, redução de gorduras localizadas.
Desta forma, é possível considerar avanço no que diz respeito às dobras cutâneas.
Pré
Pós
Tricip
ital
Sube
scap
ular
Peito
ral
Abdom
inal
Coxa
Tricipital
SubescapularPeitoral
Abdominal
Coxa
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Perimetria
As medidas perimétricas desta avaliação consistem em aferir ganho de massa muscular.
Braço
em
Rep
ouso
Braço
Flexio
nado
Abdôm
en
Cintu
ra
Qua
dril
Pré
Pós
A análise acima aponta melhora na Perimetria dos braços em repouso e quadril. O apontamento de perda na
circunferência abdominal sugere redução de gordura, sendo, desta forma, também considerada positiva.
Este grupo evoluiu em percentual de ganho de massa muscular, principalmente devido à perda da circunferência
da cintura.
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Capacidades físicas
Os testes de capacidade física buscam mensurar capacidades de desempenho em relação ao desenvolvimento
motor. Testes como agilidade, equilíbrio estático, resistência abdominal, flexibilidade, salto horizontal e salto lateral,
são realizados antes e após as práticas das atividades propostas neste projeto.
Artes marciais exigem muito de tais capacidades, portanto, quanto melhor for o desempenho do participante, melhor
ele será na realização de outras atividades, sendo algumas delas rotineiras, o que auxilia no combate do sedentarismo.
Os testes acima apontaram evolução em quase todas as capacidades, apresentando pequeno retrocesso na
resistência muscular, o que, de certa forma, não é negativo. Isso porque, se considerarmos os 6 testes aplicados,
5 deles apresentaram grande evolução e apenas 1 mostrou um leve recuo. Portanto, é possível afirmar que as
capacidades físicas deste grupo evoluíram ao longo da execução deste projeto.
Considerações Finais
O grupo avaliado apresentou boa evolução na maioria das avaliações aplicadas. Os resultados destes testes também
condizem a natureza do esporte que, quanto mais praticado, com orientação adequada e estímulos constantes,
melhores resultados traz ao praticante.
Neste grupo, observou-se um número baixo de evasão dos participantes, que tiveram como principal consequência
o adoecimento de alguns deles, além de uma minoria que ficou impossibilitada de prosseguir no projeto, devido
mudanças no horário escolar.
Os dados apresentados neste relatório serão de grande valia para o planejamento dos próximos projetos, uma vez
que as análises são criteriosamente apresentadas.
Agilid
ade
Flam
ingo
Resist
ência
Flexib
ilidad
e
Salto
Horiz
ontal
KTK
Teste
de
Coorden
ação
Corpora
l
Pré
Pós
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RESULTADOSPERFIL EVOLUTIVO DE INDICADORES - PEI
PEI - Taekwondo
O objetivo do Perfil Evolutivo de Indicadores - PEI é verificar o efeito das atividades realizadas nas oficinas de
Taekwondo no desenvolvimento global dos participantes. Esse monitoramento foi realizado no início e ao término
do projeto. Com base nas observações feitas, cada participante foi qualificado para um dos seguintes estágios de
atuação: dependente, intermediário, avançado e independente, sendo que cada um desses estágios têm ainda
outras três graduações possíveis, de acordo com o desempenho apresentado, totalizando 12 variações adotáveis.
O estágio dependente, que inclui as variações 1, 2 e 3, mostra a condição dependente do participante, que significa
pouca habilidade e pouca socialização e, nesse estágio, o participante necessita de monitoramento constante de
um adulto para permanecer no grupo, mas não realiza a tarefa proposta.
Quando evolui para o estágio intermediário, inserindo-se nas variações 4, 5 e 6, há necessidade de modelos,
demonstrações e apoio concreto para realizar a tarefa.
Esse apoio constante pode ser dispensado e evolui para auxílio somente verbal coletivo ou individual no estágio
avançado, que inclui as variações 7, 8 e 9.
No estágio independente (10,11,12), observa-se tanto a habilidade desenvolvida e a capacidade de realizar a
tarefa proposta como a possibilidade de conviver e relacionar-se com os pares e com os profissionais de maneira
satisfatória.
VARIÁVEL
CÓDIGO DESCRIÇÃO
VALORES QUE AS VARIÁVEIS PODEM ASSUMIR
DEPENDENTE
1 2 3 7 8 94 5 6 10 11 12
AVANÇADOINTERMEDIÁRIO INDEPENDENTE
AQUECIMENTO
LATERALIDADE
ORIENTAÇÃO CIMA E BAIXO
NOÇÃO ESPACIAL
ALONGAMENTO
CUMPRIMENTO
RECONHECIMENTO DE HIERARQUIA
FORMAÇÃO
ORIENTAÇÃO FRENTE E TRÁS
CONTAGEM
FLEXIBILIDADE
EQUILÍBRIO
FORÇA
COORDENAÇÃO
TÉCNICA
TÉCNICA DE FORMAS
HRQ
LAT
ESP
TEC
AQM
EC/EB
ALG
CPM
FR/TR
EQL
FLX
TEF
FRM
CTG
FOR
COO
28
RECONHECIMENTO DE HIERARQUIA (HRQ): Criar e manter relacionamentos formais com pessoas em posições
de poder e/ou em posição diferenciada, como funcionários e professores – entender a relação de autoridade,
reconhecer diferentes relacionamentos.
CUMPRIMENTO (CPM): ao chegar, como saudação ou em agradecimento ao instrutor ou parceiro por tê-lo
ajudado no desenvolvimento de suas técnicas.
AQUECIMENTO (AQM): série de movimentos que preparam o corpo para a prática.
FORMAÇÃO (FRM): Filas, colunas e o posicionamento do praticante para as atividades do Taekwondo.
LATERALIDADE (LAT): noção de direita/esquerda.
ORIENTAÇÃO (FR/TR): noção de frente/atrás.
ORIENTAÇÃO (EC/EB): noção de em cima/embaixo.
CONTAGEM (CTG): reconhecimento do ritmo e/ou sequência dos exercícios.
NOÇÃO ESPACIAL (ESP): no tatame, orientação espacial (OE)– EU/MEIO.
EQUILÍBRIO (EQL): habilidade de manter o centro de massa corporal dentro da base de sustentação.
FLEXIBILIDADE (FLX): mobilidade articular.
ALONGAMENTO (ALG): extensão do músculo além de seu comprimento em repouso.
FORÇA (FOR): capacidade de exercer tensão contra uma resistência.
COORDENAÇÃO (COO): processo de organização dos movimentos.
TÉCNICAS (TEC): sequência determinada de movimentos.
TÉCNICA DE FORMAS (TEF): execução das formas.
TAEKWONDO SAÚDE E INCLUSÃO PELO ESPORTE E PESQUISASOBRE DEFICIÊNCIA INTELECTUAL
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HR
Q
CP
M
AQ
M
FRM
LAT
FR/T
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/EB
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FLX
ALG
FOR
CO
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10
9
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7
6
5
4
3
2
1
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M
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LAT
FR/T
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ESP
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FLX
ALG
FOR
CO
O
TE
C
TE
F
12
11
10
9
8
7
6
5
4
3
2
1
Os resultados encontrados no PEI-Taekwondo, entre os
participantes do CEU Cantos do Amanhecer, mostraram
forte dependência do ambiente externo.
Todos os resultados situaram-se no estágio intermediário
na aquisição de habilidades, mostrando que houve
necessidade de orientação concreta, individual e coletiva,
com utilização de modelos, demonstrações e materiais que
pudessem facilitar a organização do grupo e a realização
adequada dos movimentos. Apesar disso, o grupo pôde
realizar os exercícios e manter-se no contexto.
Com resultados que mostram a impossibilidade de realizar
determinada tarefa, o grupo que praticou Taekwondo na
Associação Monte Azul necessitou de procedimentos que
pudessem ajudá-los no processo de socialização, anteriores
à possibilidade de realizarem qualquer tarefa organizada.
Na Contagem, que envolve funções cognitivas, houve
dificuldade de acompanhar o propósito da ação. Nesse
caso, buscou-se, prioritariamente, a contextualização das
ações para que os participantes pudessem compreender
seu significado.
Cabe notar que, embora haja indícios de limitações
intelectuais importantes, os praticantes puderam
compreender o significado da organização coletiva das
ações e também os diferentes papéis existentes no grupo.
Habilidades
Habilidades
CEU Cantos do Amanhecer
Associação Monte Azul
Est
ágio
Est
ágio
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HR
Q
CP
M
AQ
M
FRM
LAT
FR/T
R
EC
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CT
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ESP
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FLX
ALG
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1
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M
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M
FRM
LAT
FR/T
R
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CT
G
ESP
EQ
L
FLX
ALG
FOR
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F
12
11
10
9
8
7
6
5
4
3
2
1
No CEU Campo Limpo, os participantes apresentaram
desempenho que indicou processo de socialização em
andamento. Assim, o principal objetivo foi a própria
organização do grupo que estabeleceu as condições para
a conquista posterior dos objetivos propostos.
O melhor resultado foi obtido no quesito Reconhecimento
de Hierarquia, mas ainda com necessidade de apoio
concreto e apresentação de modelos. Cumprimento,
Aquecimento e Orientação Espacial também evoluíram,
sendo que nesses itens, o apoio externo possibilitou a
execução dos movimentos. A Lateralidade, a Orientação
Frente/Trás e a Força foram os aspectos que impuseram
maior dificuldade ao grupo, que se desorganizou em
sua execução, exigindo intervenção também no aspecto
comportamental.
No CEU Cidade Dutra, os participantes mostraram-se
dependentes de apoio externo em todos os aspectos
observados.
O quesito Força apresentou o melhor resultado, ainda
assim mostrando necessidade de apoio concreto,
demonstração e apoio individualizado.
Movimentos que envolviam Lateralidade e Orientação
Frente/Trás mostraram maior dificuldade e nas Técnicas das
Formas o grupo necessitou apenas de orientações básicas
para se organizar e desempenhar as tarefas.
Habilidades
Habilidades
CEU Campo Limpo
CEU Cidade Dutra
Est
ágio
Est
ágio
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ALG
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M
AQ
M
FRM
LAT
FR/T
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CT
G
ESP
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FLX
ALG
FOR
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C
TE
F
12
11
10
9
8
7
6
5
4
3
2
1
No grupo do CIEJA Campo Limpo, alguns exercícios foram
realizados principalmente com auxílio verbal, individual ou
coletivo, como aqueles que envolviam Orientação Espacial,
na qual o participante adquire a noção de si mesmo dentro
de determinado contexto.
Embora com desempenho um pouco inferior, o
Reconhecimento de Hierarquia, o Cumprimento e a Formação
também mostraram resultados que mostraram que essas
habilidades estão se desenvolvendo satisfatoriamente.
Flexibilidade, Alongamento e Equilíbrio apresentaram as
maiores dificuldades.
No CEU Vila Rubi, o grupo que praticou Taekwondo
mostrou habilidades homogêneas, pois somente o
Reconhecimento de Hierarquia apresentou resultado
diferenciado, sendo que nas outras habilidades os
resultados mostraram pouca variação.
Observa-se nessa uniformidade, que os participantes
dependem do monitoramento externo e de orientação,
muitas vezes concretas, para realizar as atividades
propostas.
Habilidades
Habilidades
CIEJA Campo Limpo
CEU Vila Rubi
Est
ágio
Est
ágio
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MAPA SOCIAL
O Mapa Social busca conhecer os contextos imediatos nos quais os participantes das oficinas vivem e convivem. O
instrumento baseia-se na informação fornecida pela própria pessoa e, nos grupos deste projeto, muitos participantes
não puderam compartilhar informações verbais referentes a aspectos muito específicos como: composição familiar,
círculo de amigos, relacionamentos que mantém na comunidade ou em ambientes de trabalho e estudo.
Mesmo assim, os dados encontrados com as entrevistas realizadas com os participantes ou com os responsáveis
permitiram conhecer um pouco de sua realidade social.
MAPA DA REDE SOCIAL
FAMÍLIAAMIZADES
RELAÇÕESCOMUNITÁRIAS
RELAÇÕESDE TRABALHO
OU ESTUDO
O Mapa da Rede Social, representado na figura ao
lado, é dividido em quatro quadrantes com três linhas
divisórias.
No centro do círculo é colocado o participante e
os quadrantes representam contextos nos quais os
relacionamentos acontecem.
As linhas indicam a proximidade ou distanciamento que
existe entre as pessoas com as quais ele se relaciona.
Assim, quanto mais próximo do centro do círculo uma
pessoa é colocada, maior a proximidade dela com o
participante.
Associação Monte Azul
Entre os participantes de Taekwondo da Associação Monte Azul notou-se a existência de redes sociais limitadas,
havendo 60% de vazios nas áreas de relacionamento. A Família mostrou ser o contexto com lacunas menores, pois
houve citação de pessoas significativas em 100% dos participantes, embora os relacionamentos estivessem restritos
à família nuclear. As Relações de Estudo ou Trabalho também apareceram como significativas, podendo-se concluir
que escola e trabalho constituem ambientes que oferecem oportunidades para o estabelecimento de vínculos. As
Relações Comunitárias e as Amizades mostraram-se limitadas, entretanto, a Igreja apareceu como ambiente favorável
e a pessoa do pastor é lembrada como significativa.
TAEKWONDO SAÚDE E INCLUSÃO PELO ESPORTE E PESQUISASOBRE DEFICIÊNCIA INTELECTUAL
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CEU Campo Limpo
No grupo do CEU Campo Limpo houve um participante que citou várias amizades, entretanto eram relacionamentos
oriundos da Família, ou seja, familiares representavam os amigos. Como muitas vezes acontece, a Família é o meio
constante que permanece mesmo em idades mais avançadas, aos 30 anos ou mais, sem outros relacionamentos
significativos. Também foi possível notar que profissionais ligados à instituição frequentada e ao Taekwondo foram
considerados na rede social, embora sejam relacionamentos assimétricos.
CEU Cidade Dutra
A Família apareceu como principal contexto de relacionamento, embora um participante tenha colocado somente
uma pessoa nesse núcleo, o que indica que há restrição no convívio social e familiar. Nesse grupo, 78% dos
participantes apresentaram contextos em que não há vínculos significativos, confirmando a limitação social já
apontada. Entretanto, um participante adulto apontou pessoas diferentes em várias áreas e soube nomeá-las,
destacando interações no mercado, oficina mecânica, vizinhança e amigos do pai, podendo-se inferir que há
oportunidade e possibilidade de relacionamento.
CIEJA - Campo Limpo
Já no CIEJA, 22% apresentaram áreas vazias de relacionamento e o restante do grupo mostrou diversidade nas
relações familiares e sociais. De forma geral, o grupo revelou condições de estabelecer vínculos e mantê-los.
Profissionais ligados à prática de Taekwondo foram lembrados, assim como o pastor da Igreja frequentada.
Professores da instituição mostraram-se relevantes, mas os pares foram citados com menor frequência.
CEU Cantos do Amanhecer
Esse grupo confirmou a tendência que se observa sobre o âmbito familiar, como este sendo o principal contexto
de vínculos e relacionamentos duradouros. Interações no ambiente escolar, envolvendo professores e outros
profissionais, também foram citadas. Esse fato pode estar ligado à idade cronológica dos participantes, grande
parte em idade escolar e com uma consequente aproximação a estas pessoas, e pode indicar que estes não são
relacionamentos significativos. Mesmo assim, cabe ressaltar a importância dessas relações no desenvolvimento
psicológico da pessoa com deficiência ou em situação de vulnerabilidade social e que o grupo mostrou-se participativo
no que diz respeito aos relacionamentos sociais e familiares.
CEU Vila Rubi
Áreas vazias de relacionamento foram apresentadas por 30% e, nesse grupo, Amizades e Relações Comunitárias
mostraram ser cenários favoráveis ao estabelecimento e manutenção de vínculos. A Igreja aparece, como em
muitos grupos, como um indicador favorável, nos quais os vínculos se estabelecem e são mantidos, dando origem
a relacionamentos prolongados.
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APOIEALTERNATIVAAPAE-SPAPABEXNOSSO LARCHAVERIMC.C. SANTO AMAROESPAÇO KCEU CIDADE DUTRAINSTITUTO GABIMONTE AZULLARESLAR DAS CRIANÇASCEU CAMINHOS DO MAR
APAE-SPCEDEAPOIE
APAE-SPCEDEAPOIEADIDCECCOC.C. SANTO AMAROCCMCHAVERIMPESTALOZZI
APAE-SPADEREAPOIEADIDCECCOCEDEC.C. SANTO AMAROCCMCHAVERIMNANECCJIMG
ABRACEADEREALTERNATIVAAPAE-SPAPOIEADIDC.C. SANTO AMAROC.C. SÃO PAULOCCMCHAVERIMNANE
APAE-SPCEDEAPOIEADIDC.C. SANTO AMAROADERECHAVERIMNANEABRACEALTERNATIVANOSSO LAR
APAE-SPAPOIEADIDC.C. SANTO AMAROADERECHAVERIMABRACEALTERNATIVANOSSO LARASSOCIAÇÃO COMUNITÁRIAMONTE AZULCEU CAMINHO DO MARCEU PARAISÓPOLISCEU CASA BLANCACEU CIDADE DUTRAINSTITUTO GABI
ADEREAPOIEALTERNATIVAAPAE-SPCEU CASA BLANCANOSSO LARCHAVERIMC.C. SANTO AMAROCEU PARAISÓPOLISCEU CIDADE DUTRAINSTITUTO GABIMONTE AZULCEU CAMINHO DO MAR
APAE-SPCEDE
40 50 62 52 74 72 842 10
420 600 720 680 1356 1080 136018 108
2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015
A ALTERNATIVAAPABEXAPAEAPOIECAMINHANDOCASA DE CULTURA STO AMAROCECCO BACURICECCO IBIRAPUERACECCO MANOEL DA NÓBREGACECCO VILA GUARANICER FREGUESIA DO ÓCEU CAMPO LIMPOCEU CASA BLANCACEU CIDADE DUTRACEU PARAISÓPOLISCEU VILA RUBICIAMCIEJA CAMPO LIMPOEMEF BERNARDO O’HIGGINSEMEF FREI DAMIÃOESPAÇO K/LAÇOS DE AMIZADEFÁB. CULT. V. N. CACHOEIRINHAINSTITUTO GABIINST. V. H. I. DARCY VARGASLARESMONTE AZULNOSSO LAROAT
60
918
20162007 2008
INSTITUIÇÕES
TURMAS
PARTICIPANTES
ANO
LIRA TAEKWON-DO CLUBEAPAE-DIADEMAAPAE-SPADERECEU CAMINHO DO MARLAR DAS CRIANÇASLARESCENHACEU PARQUE BRISTOLCEU ANHANGUERACEU PAZCEU VILA ATLÂNTICA
ADERELARESCENHALIRA TAEKWON-DO CLUBEAPAE-DIADEMAAPAE-SANTO ANDRÉNOSSO LARAPOIEAPAE-SPMONTE AZULCIEJA-CAMPO LIMPOEMEF PROFºANDRÉ R. DE ALCKMINCEU CAMINHO DO MARCEU PARQUE ANHANGUERACEU SAPOPEMBACEU VILA ATLÂNTICACEU ALVARENGACEU VILA RUBICEU CAMPO LIMPOCEU CANTOS DO AMANHECERCEU CASA BLANCACEU CAPÃO REDONDOCEU FEITIÇO DA VILACEU GUARAPIRANGACEU VILA DO SOLCEU CIDADE DUTRALAR DAS CRIANÇASNASCE
LIRA TAEKWON-DO CLUBEKEN YUAPAE-SPADERECEU CAMINHO DO MARNANEAPAE-DIADEMALAR DAS CRIANÇAS
LIRA TAEKWON-DO CLUBEKEN YUAPAE-SPADERECEU CAMINHO DO MARNANEAPAE-DIADEMALAR DAS CRIANÇAS
LIRA TAEKWON-DO CLUBEASSOCIAÇÃO KEN IN KAN
LIRA TAEKWON-DO CLUBEASSOCIAÇÃO KEN IN KAN
ADERELARESCENHALIRA TAEKWON-DO CLUBEAPAE-DIADEMAAPAE-SANTO ANDRÉNOSSO LARAPOIEAPAE-SPMONTE AZULCIEJA-CAMPO LIMPOEMEF PROFºANDRÉ R. DE ALCKMINCEU CAMINHO DO MARCEU PARQUE ANHANGUERACEU SAPOPEMBACEU VILA ATLÂNTICACEU ALVARENGACEU VILA RUBICEU CAMPO LIMPOCEU CANTOS DO AMANHECERCEU CASA BLANCACEU CAPÃO REDONDOCEU FEITIÇO DA VILACEU GUARAPIRANGACEU VILA DO SOLCEU CIDADE DUTRALAR DAS CRIANÇASNASCE
4 4 14 10 20 44 58
100 100 600 250 680 1100 1450
2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015
ABADSAPABEXAPAE DIADEMAAPAE SÃO PAULOAPOIEASSOCIAÇÃO VEM SERCAPSI CAPELA DO SOCORROCECCO BACURICENHACEU ALVARENGACEU AZUL DA COR DO MARCEU CAMPO LIMPOCEU CANTOS DO AMANHECERCEU CASA BLANCACEU CIDADE DUTRACEU FEITIÇO DA VILACEU FORMOSACEU JAÇANÃCEU JARDIM PAULISTANOCEU PARAISÓPOLISCEU PARQUE ANHANGUERACEU PARQUE VEREDASCEU PAZCEU PERA MARMELOCEU PERUSCEU QUINTA DO SOLCEU SÃO CARLOSCEU SÃO MATEUSCEU SÃO RAFAELCEU SAPOPEMBACEU TIQUATIRACEU VILA CURUÇÁCEU VILA DO SOLCEU VILA RUBICIEJA CAMPO LIMPOEMEF GENERAL DE GOULE EMEF FREI DAMIÃOLACE VELEIROSLACE VILA CLIPPERLAR DAS CRIANÇASLARESMONTE AZULNASCENOSSO LAR
83
2055
2016
INSTITUIÇÕES
TURMAS
PARTICIPANTES
ANO
SOMOS VENCEDORES!
MEDALHA ANCHIETAA Medalha Anchieta é a maior honraria da cidade de São Paulo. O prêmio, sempre acompanhado do Diploma de Gratidão da Cidade de São Paulo, é concedido a personalidades e a instituições que, por meio de suas trajetórias, conquistaram a admiração e o respeito do povo paulistano.
PRÊMIO ABCA 2015Reconhecendo a contribuição, para a cultura nacional, de críticos, artistas, pesquisadores, instituições e personalidades atuantes na área das artes visuais, a Associação Brasileira dos Críticos de Arte instituiu, em 1978, com o patrocínio da FUNARTE, um Prêmio Anual, em formato de um troféu. Desde então, vem sendo distribuído a personalidades do meio artístico. Todas as categorias de premiação possuem o nome de um crítico de reconhecida contribuição para a cultura e as artes plásticas brasileiras.
VOTO DE JÚBILOEm 2015, a Câmara Municipal de São Paulo homenageou o Instituto Olga Kos com o Voto de Júbilo e Congratulações pelos relevantes serviços prestados às pessoas com deficiência intelectual, particularmente Síndrome de Down.
PRÊMIO ARETÉApoio a eventos culturais em rede. Ministério da Cultura - Secretaria de Cidadania Cultural, em 2010.
ORDEM DO MÉRITO CULTURALReconhecimento do Governo Federal a personalidades, grupos artísticos, iniciativas e instituições que se destacaram por suas contribuições à Cultura brasileira em 2009.
PRÊMIO CULTURA E SAÚDEMinistério da Cultura, pelo Programa Nacional de Cultura, Educação e Cidadania – Cultura Viva em 2008 e 2010. O Instituto Olga Kos de Inclusão Cultural foi o único a ganhar “Nota 100” na região Sudeste.
PONTO DE CULTURAINSTITUTO OLGA KOS DE INCLUSÃO SOCIALO Ministério da Cultura contemplou o Instituto Olga Kos de Inclusão Cultural como Pontão de Cultura através do programa Cultura Viva.
CMDCAMembro do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente.
PONTO DE CULTURAINSTITUTO OLGA KOSDE INCLUSÃO SOCIALO Ministério da Cultura contemplou o projeto “Pintou a Síndrome do Respeito” do Instituto Olga Kos de Inclusão Cultural como Ponto de Cultura.
PRÊMIO LIF 2013O Prêmio LIF foi concebido em 2002 pela Câmara de Comércio França-Brasil com o objetivo de estimular, por meio do destaque e visibilidade dados aos projetos inscritos, sobretudo aos vencedores, a criação e/ou multiplicação de iniciativas que promovessem uma transformação em prol de melhores condições para as pessoas e a sociedade. O Instituto Olga Kos conquistou o 3º lugar da categoria “Apoio às Comunidades Locais” do XII Prêmio LIF.
SALVA DE PRATANo ano de 2014, a Câmara Municipal de São Paulo outorgou Salva de Prata ao Instituto Olga Kos. A homenagem deve-se à realização de relevantes serviços prestados à sociedade paulistana, ao desenvolver projetos artísticos e esportivos, os quais visam facilitar o processo de inclusão social e cultural, além de contribuir para a melhoria da qualidade de vida de pessoas com deficiência intelectual, principalmente Síndrome de Down.
PELA ARTE SE INCLUI A Secretaria de Estado da Cultura, por meio de sua Assessoria de Cultura para Gêneros e Etnias, lançou em 2001 a campanha “Pela Arte se Inclui”. O Instituto Olga Kos está entre os escolhidos, fazendo parte do livro que reúne exemplos de que a arte também pode ser um meio para a inclusão social deste segmento da população.
PRÊMIO TUXÁUA CULTURA VIVA 2010Mobilização e articulação com atuação em rede junto a Pontos de Cultura de todo Brasil.
PRÊMIO BRASIL ESPORTE E LAZER DE INCLUSÃO SOCIAL1º lugar em nossa região no 2º Prêmio Brasil de Esporte e Lazer de Inclusão Social do Ministério do Esporte.
CONCURSO PÚBLICORealizamos o primeiro Concurso Público Nacional Para Pessoas Com Deficiência Intelectual. Parceria com o CRECI – SP, em 2009.
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