saúde - 31 de agosto de 2014

8
Sa úde Caderno F e bem- estar MANAUS, DOMINGO, 31 DE AGOSTO DE 2014 [email protected] (92) 3090-1017 DIVULGAÇÃO Vamos aderir à campanha do balde? Saúde e bem-estar F4 Sem tolerância ao glúten A intolerância à proteína, composta pela mistura da gliadina e glutenina, presentes na semente de muitos cereais como trigo, aveia, centeio e cevada, tem levado muita gente a mudar os hábitos alimentares para ter mais saúde “N ão contém glúten”. Essa frase de alerta pode ser lida em milhares de embalagens de produtos nas prateleiras dos supermercados. Mas, de fato, o que é essa substância que causa graves problemas intestinais em quem tem alergia ou intolerância? Glúten é uma proteína composta pela mistura da gliadina e glutenina, que se encontram naturalmente na semente de muitos cereais, como trigo, cevada, centeio e aveia. A substância, se- gundo médicos e especialis- tas, ao chegar ao intestino, transforma-se em uma es- pécie de cola grudando nas paredes intestinais. Com o passar do tempo, provoca saturação do aparelho di- gestivo, aumento da gor- dura na região do abdome, dores articulares, alergias cutâneas e depressão. Inflamação crônica A doença celíaca é uma de- sordem sistêmica autoimune, desencadeada pela ingestão de glúten, e se caracteriza pela inflamação crônica da mucosa do intestino delgado. Isso pode resultar na atrofia das vilosi- dades intestinais (espécie de “braço”), com consequente má absorção intestinal e suas ma- nifestações clínicas. A doença celíaca ocorre em pessoas com tendência ge- nética à doença. Geralmen- te aparece na infância, nas crianças com idade entre 1 e 3 anos, mas pode surgir em qualquer idade, inclusive nas pessoas adultas. Presente em diversos ali- mentos, como trigo, aveia, centeio, cevada e malte, os intolerantes ao glúten não podem consumir pães, bis- coitos, macarrão, bolos e cerveja. Como não possui tratamento clínico medica- mentoso específico, a única forma de intervenção é o con- trole rigoroso da ingestão alimentar, com a extinção total do glúten da dieta. E, para não excluir o celíaco do convívio social devido à restrição alimentar, é preciso uma dose extra de criativida- de na cozinha. É exatamen- te nesse sentido que chega o “Guia para Alimentação Saudável - Comer Bem”, da Federação Nacional das Asso- ciações de Celíacos do Brasil (Fenacelbra). “Estima-se que cerca de quase 2 milhões de brasileiros sejam celíacos, embora muitos nem saibam disso”, afirma a presidente da Fenacelbra, Lucélia Costa. O material apresenta uma série de dicas, como por exemplo, a substituição da farinha de trigo por farinha de arroz, amido de milho, fubá, fécula de batata, pol- vilho doce e azedo, tapio- ca, farinha de feijão branco ou farinha de grão-de-bico. “Todos esses produtos são livres de glúten e proporcio- nam pratos extremamente saborosos”, defende. Cuidados Apesar de a dieta sem glú- ten atrair até pessoas que não são celíacas é preciso ter cuidado, já que os sintomas clássicos da doença celíaca incluem diarreia, perda de peso (ou falta de crescimento nas crianças) e fadiga. O glúten, aliás, é constan- temente apontado como o vilão na perda de peso. “En- tretanto, uma dieta sem essa proteína, é indicada somente para quem tem intolerância à substância, alergia ou, ainda, aqueles que sofrem da Doen- ça Celíaca”, explica a nutri- cionista Fabiana Fontes. A verdade é que a perda de peso causada pela exclusão do glúten da alimentação vem da restrição nos alimentos ingeridos e a consequen- te redução na ingestão calórica diária. MELLANIE HASIMOTO Equipe EM TEMPO CRIATIVIDADE Uma vez que o celíaco é obrigado a tirar de sua alimentação uma grande variedade de ingredientes, precisa usar a criatividade na cozinha para não cair na rotina alimentar com poucas opções “Ao retirar alimentos com glúten, a pessoa natural- mente vai consumir menos calorias, pois grande parte da alimentação natural é composta por estes alimen- tos”, explica Fabiana. “Mas não é o glúten que causa ga- nho de peso e sim os acom- panhamentos gordurosos e calóricos consumidos jun- tos, que podem dificultar o emagrecimento”, reforça. O grande problema da die- ta que proíbe o consumo de alimentos com glúten é a redução do carboidrato, pre- sente nas massas, por exem- plo. Os principais efeitos sentidos por quem restringe o consumo de carboidratos são cansaço, dor de cabeça, sonolência, fraqueza, falta de concentração, tontura e até desmaios. Manter uma dieta balan- ceada, com quantidades adequadas de carboidra- tos, proteínas, vitaminas e minerais é essencial para o bom funcionamento do organismo. “Os carboidra- tos presentes nas mas- sas são responsáveis em fornecer nutrientes ener- géticos necessários para o corpo realizar nossas atividades normais, como andar e trabalhar”, explica a nutricionista. Consumir macarrão, na quantidade correta e com os acompanhamentos indi- cados, pode até contribuir na redução do peso. Isso acontece porque a massa combinada com proteínas magras, como peixe ou car- ne branca, proporciona uma saciedade mais prolongada. Segundo Fabiana, a quanti- dade ideal média recomen- dada para um adulto é de dois pegadores de massa (200 gramas do alimento cozido) numa refeição. Dieta balanceada é essencial

Upload: amazonas-em-tempo

Post on 02-Apr-2016

220 views

Category:

Documents


2 download

DESCRIPTION

Saúde - Caderno de saúde e bem estar do jornal Amazonas EM TEMPO

TRANSCRIPT

Page 1: Saúde - 31 de agosto de 2014

SaúdeCa

dern

o F

e bem-estarMANAUS, DOMINGO, 31 DE AGOSTO DE 2014 [email protected] (92) 3090-1017

DIV

ULG

AÇÃO

Vamos aderir à campanha do balde?Saúde e bem-estar F4

Sem tolerância ao glúten A intolerância à proteína, composta pela mistura da gliadina e glutenina, presentes na semente de muitos cereais como trigo, aveia, centeio e cevada, tem levado muita gente a mudar os hábitos alimentares para ter mais saúde

“Não contém glúten”. Essa frase de alerta pode ser lida

em milhares de embalagens de produtos nas prateleiras dos supermercados. Mas, de fato, o que é essa substância que causa graves problemas intestinais em quem tem alergia ou intolerância?

Glúten é uma proteína composta pela mistura da gliadina e glutenina, que se encontram naturalmente na semente de muitos cereais, como trigo, cevada, centeio e aveia. A substância, se-gundo médicos e especialis-tas, ao chegar ao intestino, transforma-se em uma es-pécie de cola grudando nas paredes intestinais. Com o passar do tempo, provoca saturação do aparelho di-gestivo, aumento da gor-dura na região do abdome, dores articulares, alergias cutâneas e depressão.

Infl amação crônicaA doença celíaca é uma de-

sordem sistêmica autoimune, desencadeada pela ingestão de glúten, e se caracteriza pela infl amação crônica da mucosa do intestino delgado. Isso pode resultar na atrofi a das vilosi-dades intestinais (espécie de “braço”), com consequente má absorção intestinal e suas ma-nifestações clínicas.

A doença celíaca ocorre em pessoas com tendência ge-nética à doença. Geralmen-te aparece na infância, nas crianças com idade entre 1 e 3 anos, mas pode surgir em qualquer idade, inclusive nas pessoas adultas.

Presente em diversos ali-mentos, como trigo, aveia,

centeio, cevada e malte, os intolerantes ao glúten não podem consumir pães, bis-coitos, macarrão, bolos e cerveja. Como não possui tratamento clínico medica-mentoso específi co, a única forma de intervenção é o con-trole rigoroso da ingestão alimentar, com a extinção total do glúten da dieta.

E, para não excluir o celíaco do convívio social devido à restrição alimentar, é preciso uma dose extra de criativida-de na cozinha. É exatamen-te nesse sentido que chega o “Guia para Alimentação Saudável - Comer Bem”, da Federação Nacional das Asso-

ciações de Celíacos do Brasil (Fenacelbra). “Estima-se que cerca de quase 2 milhões de brasileiros sejam celíacos, embora muitos nem saibam disso”, afi rma a presidente da Fenacelbra, Lucélia Costa.

O material apresenta uma série de dicas, como por exemplo, a substituição da farinha de trigo por farinha de arroz, amido de milho, fubá, fécula de batata, pol-vilho doce e azedo, tapio-ca, farinha de feijão branco ou farinha de grão-de-bico. “Todos esses produtos são livres de glúten e proporcio-nam pratos extremamente saborosos”, defende.

CuidadosApesar de a dieta sem glú-

ten atrair até pessoas que não são celíacas é preciso ter cuidado, já que os sintomas clássicos da doença celíaca incluem diarreia, perda de peso (ou falta de crescimento nas crianças) e fadiga.

O glúten, aliás, é constan-temente apontado como o vilão na perda de peso. “En-tretanto, uma dieta sem essa proteína, é indicada somente para quem tem intolerância à substância, alergia ou, ainda, aqueles que sofrem da Doen-ça Celíaca”, explica a nutri-cionista Fabiana Fontes.

A verdade é que a perda de peso causada pela exclusão do glúten da alimentação vem da restrição nos alimentos ingeridos e a consequen-te redução na ingestão calórica diária.

MELLANIE HASIMOTOEquipe EM TEMPO

CRIATIVIDADEUma vez que o celíaco é obrigado a tirar de sua alimentação uma grande variedade de ingredientes, precisa usar a criatividade na cozinha para não cair na rotina alimentar com poucas opções

“Ao retirar alimentos com glúten, a pessoa natural-mente vai consumir menos calorias, pois grande parte da alimentação natural é composta por estes alimen-tos”, explica Fabiana. “Mas não é o glúten que causa ga-nho de peso e sim os acom-panhamentos gordurosos e calóricos consumidos jun-tos, que podem difi cultar o emagrecimento”, reforça.

O grande problema da die-ta que proíbe o consumo de alimentos com glúten é a redução do carboidrato, pre-sente nas massas, por exem-plo. Os principais efeitos sentidos por quem restringe o consumo de carboidratos são cansaço, dor de cabeça, sonolência, fraqueza, falta de concentração, tontura e até desmaios.

Manter uma dieta balan-ceada, com quantidades adequadas de carboidra-

tos, proteínas, vitaminas e minerais é essencial para o bom funcionamento do organismo. “Os carboidra-tos presentes nas mas-sas são responsáveis em fornecer nutrientes ener-géticos necessários para o corpo realizar nossas atividades normais, como andar e trabalhar”, explica a nutricionista.

Consumir macarrão, na quantidade correta e com os acompanhamentos indi-cados, pode até contribuir na redução do peso. Isso acontece porque a massa combinada com proteínas magras, como peixe ou car-ne branca, proporciona uma saciedade mais prolongada. Segundo Fabiana, a quanti-dade ideal média recomen-dada para um adulto é de dois pegadores de massa (200 gramas do alimento cozido) numa refeição.

Dieta balanceada é essencial

F01 - SAÚDE.indd 8 8/29/2014 12:22:17 AM

Page 2: Saúde - 31 de agosto de 2014

MANAUS, DOMINGO, 31 DE AGOSTO DE 2014F2 Saúde e bem-estar

Os trabalhos do cientista Susumi Tena-gawa assina-laram novo alento para a compreensão dessa simbio-se entre os corpos vivos e o meio”.

EditoraVera [email protected]

RepórterMellanie Hasimoto

Expediente

www.emtempo.com.br

DICAS DE SAÚDE

É um tema fundamental que toca diretamente o direito e a garantia individuais da ci-dadania e também estabelece normas de organização civil e nela a urbana.

O Brasil, com efeito, é um dos países de terceiro mundo com maior índice de áreas urbanas. Esse fenômeno de adensamento nas cidades, ocorridos nos últimos anos, tem trazido problemas dra-máticos no que diz respeita à qualidade de vida de toda a po-pulação. As questões relacio-nadas com a segurança, edu-cação, saúde e os transportes, complementam-se com as de degradação evidente das condições ambientais, repre-sentada notadamente pela poluição, pelo trânsito, pela ausência relativa ou absoluta de serviços públicos em áreas de pobreza e pela falta de re-cursos públicos para a solução dos problemas de habitação neles incluídos os favelados, cortiçados e os residentes em conjuntos populares.

Tomemos o exemplo do Amazonas, exponencial no que diz respeito ao volume total de tributos arrecadados, porém transforma-se cada vez mais num estado de miseráveis que invadem suas ruas, terrenos e praças em um testemunho in-cômodo da irracionalidade de um sistema urbano a serviço

de algo que evidentemente não é a sua população.

Nossa decadência urbana começa a tomar contornos incipientes de uma Calcutá, com a instalação de incontá-veis grupos carentes principal-mente no centro histórico de Manaus. Por que tudo isso, em nossa cidade? Não podemos, assim, fi car alheios a seus pro-blemas, suas defi ciências, Ma-naus, apresenta vergonhosos indicadores de desigualdade, carências e desemprego.

Sofremos fenômenos mi-gratórios, que nos descarac-terizarão na cultura e ambien-talmente, pela formação das favelas e cortiços, os mais sórdidos em meio à exposição industrial ou como área dormi-tório de centros próximos.

Tudo isso permeado com uma desenfreada especula-ção imobiliária, que leva à destruição de toda a memória, pelas construções atabalhoa-das de edifícios nos núcleos originais ou históricos, dispen-sando o antigo convívio, que era assentado nas referências arquitetônicas e urbanas que vão desaparecendo.

Na realidade, o Brasil, como país socialmente subdesen-volvido não foge à regra no terceiro mundo: os poderes públicos e seus escassos re-cursos como sempre dizem, estão, estruturamente, a ser-

viço dos agentes da degra-dação do espaço urbano, em todos os níveis.

A causa fundamental desse estado de coisas que leva as grandes cidades brasileiras a serem consideradas de intolerável nível ambiental e incompatíveis com a qua-lidade desejável de vida de seus habitantes.

Falsas promessas e as co-munidades vão formando-se sem infraestrutura, sanea-mento básico, saúde, escolas, transportes e insegurança. Por tudo isso é irrefutável que as autoridades olhem em favor dos interesses efetivos da população. Nova política de planejamento urbano com fi nanciamento em especial para os setores de habitação popular, saneamento básico e transporte urbano.

Há um justíssimo clamor para que recursos públicos sejam utilizados com ética, competência e responsabi-lidade, ajudando a reduzir a desigualdade e oferecer qualidade de vida e bem-estar a todos os habitantes. A sociedade precisa decidir se procurará pagar menos imposto e se conformará com a desigualdade, ou se usará sua riqueza para ajudar a reduzi-la. Isso exige uma mudança de mentalidade por parte dos governantes.

A canja é, sem dúvida, o remédio universalmente mais popular quando se trata de resfriados e gripes. Além de ser uma comida muito balanceada, o caldo quente ajuda-nos a sentir-nos melhor, mas o que o torna tão poderoso é a combinação de seus ingre-dientes. O frango contêm cisteína, que ajuda a aliviar a mucosidade e a congestão nasal, além de reduzir a inflamação. Se, além disso, adicionarmos a este caldo ingredientes como a cebola, um antibiótico natural, melhoraremos o efeito do caldo. Os alimentos ricos em probióticos, como o iogurte ou o leite, ajudam a manter nossa resistência alta, pelo que são grandes aliados quando se trata de nos recuperarmos de um resfriado.

Alimentos que previnem contra gripes e resfriados

Vegetais como o aipo, a cenoura e o rabanete são alimentos que ajudam a branquear os dentes e a eliminar restos de outras comidas que podem originar manchas. Seu consumo, além de favorecer a limpeza dos dentes, é muito eficiente já que ao conter vitamina C, permite cuidar das gengivas e combater condições como a gengivite. A maçã é uma fruta excelente para limpar a placa dental e polir os dentes e as gengivas, ajudando a manter uma dentição mais branca. Também tem a capacidade de aumentar a produção de saliva, e com isso eliminar o mau hálito e proteger a saúde oral.

Vegetais crus ajudam a limpar e clarear os dentes

DiagramaçãoKleuton Silva

RevisãoDernando Monteiro

Os comportamentos seriam genéticos?

João Bosco [email protected] / www.historiadamedicina.med.br

João Bosco Botelho

João Bosco Botelho

Membro Emérito do Colégio Brasileiro

de Cirurgiões

Humberto Figliuolo

Farmacêutico

Humberto Figliuolohfi [email protected]

Qualidade de vida urbana

No pós-guerra dos anos cinquenta, quando explodi-ram os saberes da genética, o mundo estava cansado dos horrores e das matanças. Não era o tempo apropriado para discutir as influências atávicas nos comportamen-tos. O discurso genético não era politicamente correto, após os insuportáveis abu-sos do nazismo. Com justa razão, temia-se fomentar a idéia de que bastaria re-educar alguns indivíduos para produzir, na geração seguinte, as características pessoais e sociais desejá-veis. Dessa forma, as cores dos olhos, reconhecidamen-te genéticas, os comporta-mentos não teriam marca nos genes.

Os trabalhos do cientista Susumi Tenagawa assina-laram novo alento para a compreensão dessa comple-xa simbiose entre os corpos vivos e o meio. O autor de-monstrou que as mudanças ocorridas nos linfócitos T, em

conseqüência de infecções bacterianas e parasitárias, são transmitidas à geração seguinte e interferem no conjunto das respostas do sistema auto-imune.

Essas pesquisas determi-naram novas reconstruções frente às incontáveis dúvi-das do evolucionismo, im-pondo outros caminhos para que pudéssemos pensar na forte inteiração social-ge-nética, expondo certos com-portamentos tão genéticos quanto às cores dos olhos. De acordo com as Tenaga-wa, ganhador do Nobel, é possível a transmissão aos descendentes imediatos das novas adaptações molecula-res envolvendo formas celu-lares transitórias como as dos linfócitos T.

Não há por que duvidar da extensão dessa fantástica capacidade biológica para o processo ancestral presente em todas as espécies vivas, fundamental à sobrevivên-cia: a recusa da dor e a busca

do prazer-recompensa. Nessa condição, a linguagem

profunda que trata do prazer-recompensa e da dor concebi-da tanto no sagrado e quanto no profano das relações sociais mantém assombrosa coerên-cia: a fuga da dor, em todo o planeta, é imperativa!

A extraordinária adaptação dos humanos para fugir da dor, ao longo da ontogenia, estabeleceu complexa malha, na micro e na macro-dimen-são dos corpos, competente e duradoura, capaz de reger a base genética que mol-da e impulsiona o processo biológico e cultural da huma-nidade: infi nitas ligações na forma (anatomia) e na função (fi siologia) dos corpos, mar-cadas na genética, criando incontáveis padrões identifi -cadores das ameaças de dor e outros tantos que indicam os caminhos de fuga.

Pelo menos, teoricamente, é possível pensar nos com-portamentos tão genéticos quanto as cores dos olhos.

Sofremos fenômenos mi-gratórios, que nos descarac-terizarão na cultura e am-bientalmente, pela formação das favelas e cortiços”.

Vegetais crus ajudam a

limentos que previnem

F02 - SAÚDE.indd 2 8/29/2014 12:27:22 AM

Page 3: Saúde - 31 de agosto de 2014

MANAUS, DOMINGO, 31 DE AGOSTO DE 2014 F3Saúde e bem-estar

Carboidrato à noite engorda? DIVULGAÇ

ÃO

Diferentemente do que pensam muitas pessoas que que-rem perder peso,

comer carboidrato à noite não engorda. A restrição do macronutriente durante este período do dia não é uma prática recomendada, ainda mais para quem dormirá na sequência enfrentando um longo período de jejum du-rante o sono. Esta prática também não é indicada após a realização de uma atividade física, período mais favorável para recuperação de nutrien-tes musculares.

Quando a pessoa restringe o carboidrato à noite, di-minui o valor calórico total que consome ao longo do dia e este fator a faz “ema-

grecer”, explica Alessandra Godoy, consultora de nutrição da Abima – Associação Brasi-leira da Indústria de Massas Alimentícias e Pão & Bolo Industrializados. Contudo, se-gundo ela, essa diminuição é na maior parte das vezes água e, assim que retoma a comer de maneira habi-tual, volta a ganhar o peso perdido. “Se fi zer uma ree-ducação alimentar, diminuirá proporcionalmente os grupos de alimentos e a perda de peso e de gordura tende a ser permanente, desde que incorporado aos novos hábi-tos”, completa.

Uma pesquisa realizada pela Universidade Hebraica de Jerusalém analisou 78 policiais acima do peso que

experimentaram uma dieta com poucas calorias durante seis meses. Os voluntários foram divididos em dois gru-pos: um deles distribuiu os carboidratos ao longo do dia, enquanto o outro ingeriu o nutriente apenas no jantar. Os resultados dos exames mostraram que mesmo co-mendo carboidrato a noite ambos os grupos tiveram per-das importantes de peso, gor-dura corporal, circunferência abdominal e também dos ín-dices de gordura no sangue. Além disso, a sensibilidade à insulina melhorou, diminuin-do os riscos de diabetes.

Mito ou verdade É muito comum ouvirmos

que após as 18h não se deve

comer carboidratos, mas isso é um mito Não há nenhuma comprovação cientifi ca de que esta prática seja bené-fi ca ao organismo. O correto é consumir todos os tipos de alimentos em quantida-de adequada, sem abusos, para não prejudicar o sono. O ganho de peso não está relacionado somente ao car-boidrato consumido à noite, “os verdadeiros responsáveis são a ingestão exagerada de calorias, a alimentação desequilibrada e o sedenta-rismo. Ou seja, além de não ter nenhuma vantagem rela-cionada ao emagrecimento, ainda há o risco de ter dor de cabeça, irritação e tontura se a restrição for muito severa” completa Alessandra.

Nutricionista mostra benefícios da ingestão do macronutriente mesmo antes de dormir e acaba com o mito de que comer carboidratos à noite é motivo sufi ciente para ganhar peso. O equilíbrio de nutrientes ao longo do dia é vital

F03 - SAÚDE.indd 3 8/29/2014 12:29:09 AM

Page 4: Saúde - 31 de agosto de 2014

F4 Saúde e bem-estarMANAUS, DOMINGO, 31 DE AGOSTO DE 2014 F5

Brincadeira tomou conta do país e do mundo, mas pouca gente conhece a doença mais profundamente e nem sabe o porquê algumas celebridades aderiram ao gesto simbólico cujo propósito é arrecadar fundos para ajudar os enfermos

Esclerose Lateral Amiotrófi ca (ELA)MELLANIE HASIMOTOEquipe EM TEMPO

O cientista inglês foi diagnosticado aos 21 anos. Mas, depois de mais de meio século, Hawking completou seu doutorado em cosmologia e se tornou professor da Cátedra Lucasiana em Cam-bridge, que pertenceu a Isaac Newton, se casou duas vezes, teve três fi lhos e três netos, experimentou a gravidade zero e acrescentou dados novos à teoria da relatividade de Einstein.

O ex-corregedor-geral da Receita Fede-ral foi diagnosticado com ELA em 2007. Outro exemplo de superação, além de se comunicar com a ajuda de um computador que registra as palavras por meio de um teclado virtual acionado com o movimento dos olhos, Leão também alimenta constan-temente o seu próprio blog (maoacirleon.blogspot.com).

STEPHEN HAWKING

MOACIR LEAO

Quem usa as redes sociais já deve ter visto algum vídeo de uma celebrida-

de jogando um balde d’água gelada na cabeça. E, os que pararam e prestaram atenção, viram que a brincadeira tinha um fundo sério - todos os que participaram do desafi o procuram levar mais informa-ções e obter doações para a pesquisa da Esclerose Lateral Amiotrófi ca (ELA), que atinge, de acordo com os últimos le-vantamentos, uma a cada cem mil pessoas, no Brasil.

A ELA é uma doença de-generativa que provoca a destruição dos neurônios responsáveis pelo movimen-to dos músculos, levando à paralisia progressiva.

Em Manaus, a Associação dos Pacientes Portadores de Esclerose Múltipla do Ama-zonas (APEAM) conta com 69 associados, dos quais seis são diagnosticadas com a ELA. De acordo com a presidente da associação, Ana Cristina Alves de Menezes, 41, levar a informação à população é im-portante. “Tem gente que usa o termo ‘esclerosado’ de forma pejorativa. E isso leva ao pre-conceito, pois até os pacien-tes de esclerose têm vergonha da condição”, diz Ana, que foi diagnosticada com esclerose múltipla aos 27 anos.

As celebridades tomaram um banho de água fria, mas o que foi feito, de fato, para

ajudar os pacientes?Ana Cristina revela: nada. “Não

recebemos nenhuma doação, até o momento”, lamenta.

INFORMAÇÃOTodo mundo quer participar,

mas muita gente nem sabe o motivo pelo qual celebridades do mundo inteiro fazem o gesto. Mas, o que é a Es-clerose Lateral Amiotrófi ca? ELA é uma doença neurodege-nerativa progressiva e fatal,

caracterizada pela degenera-ção dos neurônios motores, as células do sistema nervo-so central que controlam os movimentos voluntários dos músculos, e com a sensibili-dade preservada.

Isso signifi ca que o prin-cipal sintoma é a fraqueza muscular, acompanhada de endurecimento dos músculos (esclerose), inicialmente num dos lados do corpo (lateral) e atrofi a muscular (amiotrófi -ca), mas existem outros: cãi-bras, tremor muscular, refl e-xos vivos, espasmos e perda da sensibilidade.

Fazer o diagnóstico, no en-tanto, é difícil. A causa dessa patologia ainda é desconheci-da, onde a maioria dos casos (90%) surge sem histórico fa-miliar e os outros 10% atingem pessoas da mesma família.

Com a diminuição da força e atrofi a muscular, a movimen-tação do corpo como também a fala, a deglutição e a fun-ção respiratória são afetadas, enquanto a função cognitiva e sensibilidade da pele per-manecem preservadas. Para quem é afetado pela doença, a expectativa de vida após os primeiros sintomas é de em média três anos, porém existem casos raros onde a vida se prolonga por mais tempo, como o do cientista Stephen Hawking, que vive com a doença há 51 anos.

DESAFIOA corrente do balde de gelo

foi popularizada por Corey Gri-ffi n, um jovem americano de 27 anos. Ele postou na internet um vídeo em que toma o banho gelado depois que soube que um amigo havia recebido o diagnóstico da esclerose la-teral amiotrófi ca. A metáfora é simples: receber a notícia é como um balde de água fria na cabeça. Até o dia 20 de agos-to, a campanha – que parece meio boba – já tinha rendido US$ 31,5 milhões para a ASL Association, nos Estados Uni-dos. Por aqui, o resultado tem sido bem mais modesto - as instituições que dão suporte aos pacientes arrecadaram, juntas, cerca de R$ 75 mil.

DOAÇÕESPara ajudar a Asso-ciação dos Portadores de Esclerose Múltipla do Amazonas (Apeam) basta fazer doação de qualquer valor para a agência 1549; conta: 71185-3 (operação 013, Banco do Brasil).

✓ Ivete Sangalo

Fraqueza muscular é o primeiro sintoma

Exceção e superação

Quase 10% dos casos desta doença degene-rativa tem um caráter genético, mas na maio-ria dos casos não se conhece a sua causa.

✓ William BonnerExercícios leves e bem orientados por um fi-sioterapeuta trazem benefícios para a manutenção da inde-pendência.

✓ Fátima Bernardes

A fraqueza muscular inerente à ELA pode ser agravada pela ina-tividade do paciente no início da doença.

✓ Marina Ruy BarbosaAinda não existe trata-mento efi caz ou cura. Por isso os cuidados palia-tivos são muito impor-tantes para a melhoria da qualidade de vida dos doentes.

FOTOS: DIVULGAÇÃO

MANAUS, DOMINGO, 31 DE AGOSTO DE 2014 F5

FOTOS: DIVULGAÇÃO

A campanha, que surgiu nos EUA para ajudar a ALS Association, uma organização americana sem fi ns lucrativos, a arrecadar fundos para fi nanciar pesquisa e ajudar pacientes com ELA, tomou proporções inimagináveis

Além do balde de geloF4 Sa

Brincadeira tomou conta do país e do mundo, mas pouca gente conhece a doença mais profundamente e nem sabe o

Além do balde de geloBrincadeira tomou conta do país e do mundo, mas pouca gente conhece a doença mais profundamente e nem sabe o

Além do balde de geloBrincadeira tomou conta do país e do mundo, mas pouca gente conhece a doença mais profundamente e nem sabe o

F04 e 05 - SAÚDE.indd 4-5 8/29/2014 12:44:18 AM

Page 5: Saúde - 31 de agosto de 2014

F4 Saúde e bem-estarMANAUS, DOMINGO, 31 DE AGOSTO DE 2014 F5

Brincadeira tomou conta do país e do mundo, mas pouca gente conhece a doença mais profundamente e nem sabe o porquê algumas celebridades aderiram ao gesto simbólico cujo propósito é arrecadar fundos para ajudar os enfermos

Esclerose Lateral Amiotrófi ca (ELA)MELLANIE HASIMOTOEquipe EM TEMPO

O cientista inglês foi diagnosticado aos 21 anos. Mas, depois de mais de meio século, Hawking completou seu doutorado em cosmologia e se tornou professor da Cátedra Lucasiana em Cam-bridge, que pertenceu a Isaac Newton, se casou duas vezes, teve três fi lhos e três netos, experimentou a gravidade zero e acrescentou dados novos à teoria da relatividade de Einstein.

O ex-corregedor-geral da Receita Fede-ral foi diagnosticado com ELA em 2007. Outro exemplo de superação, além de se comunicar com a ajuda de um computador que registra as palavras por meio de um teclado virtual acionado com o movimento dos olhos, Leão também alimenta constan-temente o seu próprio blog (maoacirleon.blogspot.com).

STEPHEN HAWKING

MOACIR LEAO

Quem usa as redes sociais já deve ter visto algum vídeo de uma celebrida-

de jogando um balde d’água gelada na cabeça. E, os que pararam e prestaram atenção, viram que a brincadeira tinha um fundo sério - todos os que participaram do desafi o procuram levar mais informa-ções e obter doações para a pesquisa da Esclerose Lateral Amiotrófi ca (ELA), que atinge, de acordo com os últimos le-vantamentos, uma a cada cem mil pessoas, no Brasil.

A ELA é uma doença de-generativa que provoca a destruição dos neurônios responsáveis pelo movimen-to dos músculos, levando à paralisia progressiva.

Em Manaus, a Associação dos Pacientes Portadores de Esclerose Múltipla do Ama-zonas (APEAM) conta com 69 associados, dos quais seis são diagnosticadas com a ELA. De acordo com a presidente da associação, Ana Cristina Alves de Menezes, 41, levar a informação à população é im-portante. “Tem gente que usa o termo ‘esclerosado’ de forma pejorativa. E isso leva ao pre-conceito, pois até os pacien-tes de esclerose têm vergonha da condição”, diz Ana, que foi diagnosticada com esclerose múltipla aos 27 anos.

As celebridades tomaram um banho de água fria, mas o que foi feito, de fato, para

ajudar os pacientes?Ana Cristina revela: nada. “Não

recebemos nenhuma doação, até o momento”, lamenta.

INFORMAÇÃOTodo mundo quer participar,

mas muita gente nem sabe o motivo pelo qual celebridades do mundo inteiro fazem o gesto. Mas, o que é a Es-clerose Lateral Amiotrófi ca? ELA é uma doença neurodege-nerativa progressiva e fatal,

caracterizada pela degenera-ção dos neurônios motores, as células do sistema nervo-so central que controlam os movimentos voluntários dos músculos, e com a sensibili-dade preservada.

Isso signifi ca que o prin-cipal sintoma é a fraqueza muscular, acompanhada de endurecimento dos músculos (esclerose), inicialmente num dos lados do corpo (lateral) e atrofi a muscular (amiotrófi -ca), mas existem outros: cãi-bras, tremor muscular, refl e-xos vivos, espasmos e perda da sensibilidade.

Fazer o diagnóstico, no en-tanto, é difícil. A causa dessa patologia ainda é desconheci-da, onde a maioria dos casos (90%) surge sem histórico fa-miliar e os outros 10% atingem pessoas da mesma família.

Com a diminuição da força e atrofi a muscular, a movimen-tação do corpo como também a fala, a deglutição e a fun-ção respiratória são afetadas, enquanto a função cognitiva e sensibilidade da pele per-manecem preservadas. Para quem é afetado pela doença, a expectativa de vida após os primeiros sintomas é de em média três anos, porém existem casos raros onde a vida se prolonga por mais tempo, como o do cientista Stephen Hawking, que vive com a doença há 51 anos.

DESAFIOA corrente do balde de gelo

foi popularizada por Corey Gri-ffi n, um jovem americano de 27 anos. Ele postou na internet um vídeo em que toma o banho gelado depois que soube que um amigo havia recebido o diagnóstico da esclerose la-teral amiotrófi ca. A metáfora é simples: receber a notícia é como um balde de água fria na cabeça. Até o dia 20 de agos-to, a campanha – que parece meio boba – já tinha rendido US$ 31,5 milhões para a ASL Association, nos Estados Uni-dos. Por aqui, o resultado tem sido bem mais modesto - as instituições que dão suporte aos pacientes arrecadaram, juntas, cerca de R$ 75 mil.

DOAÇÕESPara ajudar a Asso-ciação dos Portadores de Esclerose Múltipla do Amazonas (Apeam) basta fazer doação de qualquer valor para a agência 1549; conta: 71185-3 (operação 013, Banco do Brasil).

✓ Ivete Sangalo

Fraqueza muscular é o primeiro sintoma

Exceção e superação

Quase 10% dos casos desta doença degene-rativa tem um caráter genético, mas na maio-ria dos casos não se conhece a sua causa.

✓ William BonnerExercícios leves e bem orientados por um fi-sioterapeuta trazem benefícios para a manutenção da inde-pendência.

✓ Fátima Bernardes

A fraqueza muscular inerente à ELA pode ser agravada pela ina-tividade do paciente no início da doença.

✓ Marina Ruy BarbosaAinda não existe trata-mento efi caz ou cura. Por isso os cuidados palia-tivos são muito impor-tantes para a melhoria da qualidade de vida dos doentes.

FOTOS: DIVULGAÇÃO

MANAUS, DOMINGO, 31 DE AGOSTO DE 2014 F5

FOTOS: DIVULGAÇÃO

A campanha, que surgiu nos EUA para ajudar a ALS Association, uma organização americana sem fi ns lucrativos, a arrecadar fundos para fi nanciar pesquisa e ajudar pacientes com ELA, tomou proporções inimagináveis

Além do balde de geloF4 Sa

Brincadeira tomou conta do país e do mundo, mas pouca gente conhece a doença mais profundamente e nem sabe o

Além do balde de geloBrincadeira tomou conta do país e do mundo, mas pouca gente conhece a doença mais profundamente e nem sabe o

Além do balde de geloBrincadeira tomou conta do país e do mundo, mas pouca gente conhece a doença mais profundamente e nem sabe o

F04 e 05 - SAÚDE.indd 4-5 8/29/2014 12:44:18 AM

Page 6: Saúde - 31 de agosto de 2014

MANAUS, DOMINGO, 31 DE AGOSTO DE 2014F6 Saúde e bem-estar

Antes de engravidar toda mulher deve estar preparada física, emocional e clinicamente para enfrentar esta etapa, talvez mais importante da sua vida. É importante para si própria, porque estando tudo em ordem, provavelmente não terá necessidade de fazer qual-quer tratamento após descobrir que tem algum problema durante a gestação. É importante para o futuro bebê, porque estando a mãe em bom estado de saúde não logrará repercussões negativas para a sua saúde intra-útero e após o nascimento.

Abaixo enumeramos os principais exames que toda mulher antes de en-gravidar deve fazer. Procure seu médico que ele solicitará esses exames.

L. R. DE SOUZA(*)Professor Associado 3 de Tocoginecologia da Universidade Federal do Amazonas. Mestre e Doutor em Tocoginecologia pela Unicamp. Felow em Reprodução Humana pelo Instituto Valenciano de Infertilidade – Espanha. Diretor do Hospital Universitário Getúlio Vargas. Diretor do LaVitta – Centro de Medicina Reprodutiva e Infertilidade da Amazônia Ltda

PREPARANDO PARA A GRAVIDEZ

L. R. de Souza Prof. Dr. Lourivaldo Rodrigues de Souza CRM-AM: 960 TEGO: 090/85

Adultos devem tomar reforço contra coqueluche Nos últimos anos, ca-

sos de coqueluche voltaram a ocorrer no Brasil e a aumen-

tar em todo o mundo. Segundo o Ministério da Saúde, apesar dos registros, o número é 24% menor em relação ao mesmo período de 2013, mas superior ao notifi cado há cinco anos. Nos Estados Unidos, no esta-do da Califórnia, por exemplo, é um dos locais que apresen-tam crescimento da doença. Segundo o departamento de saúde pública do estado, o California Department of Pu-blic Health, até julho de 2014 mais de 6 mil casos já foram registrados, número duas ve-zes maior que o último ano, mas menor que as mais de 9 mil notifi cações de 2010.

No Brasil, o esquema vacinal logo é iniciado nos primeiros meses de vida (2, 4 e 6 me-ses), com a quarta dose entre 15 e 18 meses e um reforço aos cinco anos. Mesmo assim, os bebês continuam sendo os mais afetados pela doença. Uma das razões se deve ao fato de não estarem total-mente protegidos até o fi nal do ciclo vacinal e, ao terem contato com pessoas conta-minadas, que por algum moti-vo não foram diagnosticadas,

acabam adoecendo.Como a última dose da vaci-

na é recebida aos cinco anos de idade e com o passar do tempo, seu efeito prote-tor é reduzido, jovens e adul-tos voltam a ser suscetíveis à bactéria. Segundo a Dra. Isabella Ballalai, presidente da Comissão de Revisão de Calendários e Consensos da

Sociedade Brasileira de Imuni-zações (SBIm) é recomendado fazer um reforço da vacina a cada 10 anos para manter a proteção contínua.

“A única forma efetiva de prevenção é a vacinação. Além do esquema vacinal na infân-cia, é necessário que todos os adolescentes e adultos tomem as doses de reforço, principal-mente aqueles que convivem

com bebês, como pais, irmãos, parentes e babás e outros pro-fi ssionais. Dessa forma faze-mos uma proteção que chama-mos de casulo, evitando que a bactéria se aproxime dos mais frágeis”, explica Dra. Isabella.

Com o organismo desprote-gido contra a bactéria causa-dora da coqueluche, mesmo os adultos vacinados na infância podem apresentar a doença, geralmente manifestada por tosse persistente por mais de 15 dias, mas que também pode ter um quadro mais grave (principalmente nos maiores de 60 anos). Além disso, e mais grave ainda, é o fato dos ado-lescentes e adultos, mesmo assintomáticos, transmitirem a infecção a outras pessoas, principalmente àquelas que não foram vacinadas ou que não completaram o esquema vacinal, como os bebês.

De acordo com Organização Mundial de Saúde (OMS), das doenças preveníveis por va-cina, a coqueluche é a quinta maior causa de morte em crianças menores de cinco anos. Apesar de a vacina para adolescentes e adultos não estar disponível na rede pública, as doses de reforço podem ser aplicadas em clí-nicas privadas.

É imprescin-dível que ao pensar em engravidar num futuro próximo, ini-cie a inges-tão de ácido fólico e ôme-ga 3 para prevenir mal-formações do sistema ner-voso central do seu futuro bebê”.

Vacinação proporciona proteção extra aos bebês, mas com o passar do tempo efeito é reduzido e reforço é importante

Coach de emagrecimentoQuando você briga cons-

tantemente com os pon-teiros da balança que não para de subir, logo arruma um jeitinho de começar uma dieta maluca para perder todos os quilos indesejáveis. Apesar de o emagrecimento ser rápido, o resultado fi nal pode não ser satisfatório.

Emagrecer com dietas restritas prejudica a saúde e ainda coloca o seu bem-estar em perigo, pois você corre mais risco de sofrer o famoso ‘efeito sanfona’ e a sua autoestima pode fi car comprometida.

Não basta só fechar a boca é preciso também trabalhar o psicológico para conseguir um emagrecimento saudá-vel e sem neuras.

A terapeuta e coach Erica Aidar listou algumas dicas para você conseguir conquis-tar o peso dos seus sonhos.

1- O primeiro passo para emagrecer é: per-guntar-se- o que estou sentindo agora? Antes de iniciar uma refeição

ou lanchinho.Está pergunta simples

facilita a busca da consci-ência dos sentimentos que o levam á comer sem fome, por exemplo, ansiedade, tristeza, tédio, raiva e tam-bém o simples hábito.

2- Nossa mente não curte a palavra perder, por isso, foque sua atenção em tudo que você vai ganhar: saúde, roupas que servem, autoestima, mais mo-bilidade e qualidade de vida.

3-Troque as escadas ro-lantes por escadas nor-mais, procure deixar o carro de lado sempre que possível e caminhe.

4- Durante os fi nais de se-mana, busque atividades que envolvam o movimento do corpo, deixe de lado progra-mas que envolvem comida e bebida como foco principal, como restaurantes, lancho-netes e bares, prefi ra teatro, cinema, museus e parques.

5- Busque uma atividade

física que você tenha pra-zer, e realize-a pelo menos três vezes por semana. Não adianta insistir em espor-tes que você não gosta, em algum momento, você corre o risco de abandoná-lo. Experimente!

6- Crie metas pessoais, deixe de lado comparações com outras pessoas, cada um tem sua genética, com pontos fortes e fracos.

Descubra seus pontos for-tes e valorize-os, não deixe de usar sua cor favorita, realçar seu belo colo, cabelos, olhos, somente quando estiver com o peso ideal.

7- Aprenda gostar de você.

8- O coaching oferece ferramentas poderosas para o emagrecimento, busque ajuda, de preferên-cia com um coach que te-nha formação psicológica, pois ele pode compreender seu caso de forma mais ampla e responsável.

Emagrecer com dietas restritas prejudica a saúde, o ideal é adotar uma boa alimentação

DIV

ULG

ACÃO

DIETA

Análises a realizar antes de uma gravidez

Hemograma e Plaquetas

Velocidade Sedimentação

Ferro sérico

Ácido fólico

Grupo sanguíneo

Hematologia

AC.HIV 1+2

Ag. Hbs

Ac. Anti-Hbs

Ac. Anti-Hbc Total

Ac. Anti-VHC

Virologia

Ac. Anti-Tiroideus (ATA e ATG)

Autoimunidade

Glicémia

Ureia

Creatinina

Ácido Úrico

Triglicérides

Colesterol Total

Colesterol HDL

TGO(AST)

TGP(ALT)

Fosfatase Alcalina

Gama-GT

Proteínas Totais

Albumina

Urina tipo II

Sedimento Urinário

Bioquímica

Ac. Anti-T.gondii (IgG/IgM)

Ac. Anti-Rubéola (IgG/IgM)

Ac. Anti-CMV(IgG/IgM)

Torch

Ex. Micro. Exs. Va-ginal

Pesquisa Chlamy-dea (vaginal)

Pesquisa Myco-plasma (vaginal)

Microbiologia

T3 Livre

T4 Livre

TSH

Doseamentos Hormonais

Sorologia

V.D.R.L.-R.P.R.

RESISTÊNCIAComo a última dose da vacina é recebida aos cinco anos de idade e com o passar do tempo, seu efeito protetor é re-duzido, jovens e adultos voltam a ser suscetíveis à bactéria e devem to-mar uma nova dose

No início a tosse pode ser confundida com gripe ou resfriado

A coqueluche, pertus-sis ou tosse comprida é uma doença bacteriana altamente contagiosa que causa tosse incon-trolável que difi culta a respiração. Quando uma pessoa infectada espirra ou tosse, pequenas gotí-culas contendo bactérias se espalham pelo ar, sen-do facilmente transmiti-da para outro indivíduo.

Com sintomas iniciais parecidos com os de um resfriado, como co-riza e tosse, a doença pode proporcionar tosse seca com duração de até dois meses. Depois de exposto à bactéria, os sintomas aparecem en-tre 6 e 21 dias. Durante os acessos de tosse, os lábios e unhas podem fi car azuis devido à falta de ar, podendo ocasionar certo mau estar.

A doença e seus sintomas

DIV

ULG

ACÃO

F06 - SAÚDE.indd 6 8/29/2014 12:46:41 AM

Page 7: Saúde - 31 de agosto de 2014

MANAUS, DOMINGO, 31 DE AGOSTO DE 2014 F7Saúde e bem-estar

Começar musculação é uma tarefa que requer compro-misso, dedicação e esforço para conseguir atingir o corpo ideal com os aparelhos de ginástica. Se você faz parte dos iniciantes, siga algumas dicas para conseguir manter a empreitada com sucesso.

Os especialistas indicam aos iniciantes os exercícios com treinos leves e fáceis, para não prejudicar um futuro rendimento, nem o próprio corpo. O importante é focar na execução dos exercícios e não no resultado fi nal. Por isso, se o objetivo dos trei-nos é aumentar os músculos (hipertrofi a muscular), a dica é aumentar gradativamente a intensidade dos exercícios e os pesos nos aparelhos.

No começo peça a ajuda de um professor. Além de tirar dúvidas, um acompanha-

mento profi ssional durante a musculação ajuda a chegar melhor nos resultados, exe-cutar melhor os exercícios, evitar movimentos errados que possam ocasionar lesões e, também, a ver os próprios limites do corpo.

No treinamento de muscu-lação, um dos aspectos mais qualitativos para o sucesso do desportista é a mecânica perfeita do gesto técnico nos exercícios de força. Muitos praticantes de musculação em academias sacrifi cam a correta postura dos exercí-cios, em busca de repetições com cargas mais elevadas, principalmente desconcen-trando o músculo alvo e ati-vando mais músculos siner-gistas. Além de minimizar a efi ciência do exercício, à prática de movimentos com cargas muito elevadas, supe-

riores aos níveis de aptidão do executador, pode lesar mús-culos, tendões e ligamentos desses indivíduos.

Usar a técnica correta do movimento durante o exer-cício é essencial por vários motivos, principalmente a segurança. A perfeita pos-tura, também garante o treinamento dos músculos primários que devem ser trabalhados em determina-do exercício.

A avaliação física também é o ponto-chave para quem quer entrar na musculação. A partir da vistoria de um médico e instrutor, o aluno consegue saber seu percen-tual de gordura, nível de for-ça, fl exibilidade, problemas cardíacos, de coluna, entre outros fatores físicos que vão mudar o desempenho na academia.

Lembre-se de que seus mús-culos não estão acostumados com a carga de peso e força que irão receber nos próximos dias. Portanto, fi que de olho na sua respiração, postura e adaptação muscular, isso sig-nifi ca fazer uma autoanálise durante os treinos do que é mais difícil e mais fácil de executar na academia.

SERVIÇOSUA MELHORACADEMIA

Local:

Informações:

Rua Acre, 66, Nossa Senhora das Graças

3584-0317 e3584-2115

www.personalfi tnessclub.com.brPersonal Fitness Club

DIV

ULG

AÇÃO Musculação deve ser feita de modo correto

A postura correta evita lesões nos tendões e músculos

Elas adoram malhação

Cada vez é mais comum notar a presença de mu-lheres nas salas

de musculação das aca-demias. Antigos concei-tos que mantinha as mu-lheres receosas, como o de que a musculação torna o corpo masculini-zado, caíram por terra e elas hoje dominam boa parte desse espaço que reúne vaidade, saúde e bem-estar.

Especialistas em edu cação física asseguram que é possível praticar a musculação e manter uma silhueta delicada e feminina. Quem pratica comprova essa verdade. Ada Salviano, 55, come-çou a fazer musculação porque estava se sentin-to ociosa e queria fazer alguma coisa diferente. “Me aposentei e fi quei sem muitas alternativas, estava acostumada com uma vida agitada e de repente fi quei ociosa, a academia fez uma trans-formação em minha vida. Tranformação de corpo e mente”, explica.

Para Alda, existe uma divisão entre o que ela era antes e depois da academia. Adepta da ma-lhação que faz de segun-da à sexta, ela diz que a prática regular da ativi-dade física lhe devolveu o ânimo e elevou sua autoestima de tal forma

que ela hoje se sente uma nova pessoa. “Comecei a me amar muito mais, me sinto ótima, essa práti-ca era o que faltava na minha vida, hoje sei que os exercícios me fazem muito bem e não consigo me imaginar longe da academia”, resume.

Para Rita Loureiro a prática de uma atividade física regular, no caso específi co a musculação, é um grande investimen-to no bem-estar geral. “É melhor que pagar um plano de saúde, mas tudo é uma questão de equilíbrio, você tem que ter disciplina, alimenta-ção saudável e repouso adequado”, explica.

Os benefícios para o corpo e a questão da auto-estima fazem parte dessa conquista, mas ela acre-dita que a vaidade tem muito a ver com o DNA de cada um. “Se você se cuida você pode melhorar, mas se não cuida a tendência é piorar”, afi rma.

RegularidadeNa verdade, a conquista

do corpo e do peso deseja-dos dependem do quanto você investe em tempo e esforço. O segredo é não exagerar. Quando pratica-da de forma correta e com a orientação de um pro-fi ssional, a musculação só trás benefícios. Ela ajuda a emagrecer e queimar as

calorias. Um treino leve, por exemplo, pode aju-dar a eliminar cerca de 300 calorias /hora. Além disso, a prática dos exer-cícios tonifi ca a muscula-tura, combate a fl acidez e melhora a postura.

BenefíciosSegundo o personal

trainer Jean Santos da Academia Personal Fit-ness Club, a tonifi cação muscular é um processo gradual e sua velocidade dependerá da consistên-cia do treino. Uma pessoa que inicia um programa de treinamento deve levar o seu programa a sério, mantendo a regularidade correta dos treinos.

Com a prática da mus-culação ocorre o aumento da massa magra e o au-mento da taxa de quei-ma da gordura corporal. A musculação também combate o colesterol ruim e a prática dos exercícios propicia que os ossos ab-sorvam melhor o cálcio e se tornem mais resisten-tes, auxiliando em trata-mentos de osteoporose. Ponto para as mulheres. Quanto ao resto, pode malhar tranquilamente e sem risco, musculação não torna a mulher ex-tremamente musculosa e masculina. porque as mulheres não produzem a quantidade necessária de testosterona para isso.

A rotina de malhar foi defi nitivamente encaixada na vida dessas mulheres, que hoje já desfrutam dos benefícios da prática regular de atividades físicas

O professor Jean Santos orienta a aluna na postura correta e na maneira mais adequada de fazer todos os exercícios

DIVULGAÇÃO

F07 - SAÚDE.indd 7 8/29/2014 12:50:47 AM

Page 8: Saúde - 31 de agosto de 2014

F8 MANAUS, DOMINGO, 31 DE AGOSTO DE 2014Saúde e bem-estar

Psicologia no Divã[email protected]

Psicologia no Divã

O saudoso Mário Lago disse certa vez: “ Fiz um acordo de coexistência pací-fica com o tempo... Nem ele me persegue, nem eu fujo dele... Qualquer dia a gente se encontra”. Ao rememorar essa frase muito se pode discutir sobre os caminhos que temos traçado enquanto sociedade. Desde a qualida-de dos relacionamentos até a existência das mais va-riadas patologias, o tempo se mostra como ingrediente amargo de algumas de nos-sas mazelas existenciais.

Desde a consolidação do capitalismo e posterior iní-cio da globalização, temos visto mais que o encurta-mento das distâncias no mundo e sim uma diminuição no tempo direcionado ao ou-tro. O dinamismo do mundo nos tornou mais insípidos e a qualidade das relações estabelecidas por nós, uma espécie de plasticidade re-lacional. Reféns do tempo sucumbimos sem nem nos darmos conta disso.

Na clínica percebemos um crescente número de crianças com alterações no comportamento e proble-mas relacionais. A análise de muitos desses casos revela a dificuldade dos pais em par-ticipar de modo mais ativo na criação de seus filhos. São pais que se veem atro-pelados pelas exigências do emprego e pelo imperativo

da sociedade que lhes ou-torga o trabalho hercúleo de suprir todas as necessidades financeiras de seus filhos.

O fator tempo não se evidencia tão somente no campo infantil. Os quadros de ansiedade são relevan-tes em nossa sociedade ao ponto de diversas profissões já apresentarem um número significativo de colaborado-res doentes. Nesta direção é válido destacar o Rivotril, o ansiolítico mais vendido no Brasil. O tempo desanda para muitos de nós e pede nossa apreciação.

Em um mundo que nos estabelece padrões e metas intermináveis, percebemos que deixamos esvair nossa essência humana ao passo que assumimos cada vez mais um espectro artificial. A sociedade tem adoecido de modo alarmante e com ela percebemos que o olhar para o outro se tornou habilidade para poucos.

Nem tudo está perdido. Com atitudes que compreen-dem desde a hierarquização das prioridades e o estabe-lecimento de um ambiente organizado, podemos sanar muitos problemas relaciona-dos ao tempo. Aos pais ocu-pados, diria que a qualidade das relações estabelecidas entre vocês e seus filhos é em muito superior a compra de um brinquedo moderno ou a promessa de um pre-

Os quadros de ansiedade são relevan-tes em nossa sociedade ao ponto de diversas profi ssões já apresen-tarem um número sig-nifi cativo de colaborado-res doentes”.

Rockson Pessoapsicólogo

Fator temposente na semana seguinte. Não se esqueçam que vocês são os moldes iniciais da imagem de heróis que eles almejam construir.

Aos demais, digo que os úl-timos achados no campo das neurociências nos orienta a evitar a ansiedade de modo geral. Estudos demonstram claramente que a mente an-siosa requisita muitas áreas

do cérebro e isso repercu-te em gasto desnecessário para o organismo. Se pode em muito equilibrar a vida profissional e as exigências do lar, tanto para homens quanto para as mulheres. A busca pela organização, ao que tudo indica, poten-cializa a higiene mental que nos é necessária.

No fim percebemos que sá-

bio era mesmo o poeta Mário Lago, que soube antever que os problemas com o tempo podem ser resolvidos com a simples observação de que ele é um contínuo em nossa vida. Talvez seja o tal pacto com o tempo o remédio que nossa sociedade necessita. Sem contra indicações, se mostra satisfatório em seu uso contínuo.

F08 - SAÚDE.indd 8 8/29/2014 12:52:54 AM