sapos - operação de migração para o novo data center ... · rugoso e a temperatura de seu corpo...
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1. PROBLEMATIZAÇÃO
SaposVanessa K. Verdade
A designação popular sapos, tem duas conotações, uma que se refere aos anuros
em geral e outra que diz respeito aos anuros que possuem pele bastante rugosa.
Os sapos são mais independentes da água que as rãs e pererecas, ou seja, são
encontrados a distâncias maiores de corpos d'água. Possuem a pele rugosa e os
membros posteriores mais curtos que os demais anuros, bem como uma concentração de
glândulas de veneno nas laterais da cabeça. Não existe mecanismo ejetor, se o animal for
capturado, o veneno escorrerá na forma de um líquido leitoso.
Rãs
As rãs são popularmente conhecidas como anuros bastante ligados à água e bons
nadadores. São animais de pele lisa e apreciados quanto a sua carne.
As rãs "verdadeiras" possuem membranas entre os dedos dos membros
posteriores (como num pé de pato). Aqui no Brasil ocorre apenas uma espécie de rã, na
Amazônia. Seus membros posteriores são longos e adaptados à natação e aos saltos.
Pererecas
As pererecas são comumente encontradas em banheiros de casas do interior.
Também possuem a pele mais lisa que os sapos, como as rãs. Seus membros são
bastante desenvolvidos e adaptados a grandes saltos.
Apresentam nas pontas dos dedos expansões em forma de disco que promovem
adesão. São por isso capazes de caminhar em superfícies verticais, o que convém a seu
hábito arborícola.
Por serem animais noturnos e que vivem em geral próximos a corpos d'água como
brejos e pântanos, os sapos sempre tiveram uma conotação macabra. Seu aspecto
rugoso e a temperatura de seu corpo o tornaram alvo de receitas em bruxarias e castigo
de muitos príncipes.
São comuns afirmações como as de que sapos espirram veneno, fumam ou
explodem. Atos atribuídos a esses animais por medo e falta de informação.
Sapos espirram veneno? Um dos mecanismos de defesa muito difundido entre os anuros (sapos, rãs e
pererecas) é o esvaziamento do conteúdo de sua bexiga urinária quando capturados. Em
anuros de grande porte, como os sapos que comumente encontramos em cidades do
interior, a quantidade de líquido expelida pode ser bastante grande e lançada a uma
distância considerável. A idéia é que o jato de líquido assuste ou incomode o predador e
que este liberte o sapo. Então, o que os sapos espirram é urina.
Sapo fuma?
Muitas vezes é observado que os sapos vão atrás de bitucas de cigarro. Isto
acontece porque a cor vermelha da brasa e seu movimento quando atirada ao solo, são
interpretadas como presas. Assim, sapos engolem bitucas de cigarro por confundi-las
com uma presa.
Sapo explode?
Os sapos apresentam uma série de mecanismos de defesa, dentre eles, o de inflar
seus pulmões.
Quando um sapo é incomodado, ele infla os pulmões e mostra seu dorso. A idéia é
que pareça muito maior do que realmente é. Para o observador, a impressão é de que o
animal irá explodir, tamanho o empenho em inflar seu pulmão e o volume que ele alcança.
(http://dreyfus.ib.usp.br/bio435/bio43597/vanessa/chave/int.htm , acesso em 13/12/2007.)
2. INVESTIGAÇÃO DISCIPLINARINVESTIGAÇÃO DISCIPLINAR
No decorrer da sua história, o planeta Terra tem presenciado a extinção natural de
muitas espécies. Plagiando Darwin em sua Teoria da Seleção Natural, "somente os mais
adaptados sobrevivem".
Atualmente, as espécies enfrentam outro tipo de desafio, as ações antrópicas.
Tudo isso se expressa através de um perigoso aumento da temperatura do planeta.
As conseqüências são o aumento do nível dos mares, causado pelo degelo dos pólos,
tsunamis, vendavais destruidores, entre outros problemas graves.
O resultado da interferência humana sobre as condições do meio é a extinção de
inúmeras espécies.
Os anfíbios estão entre esses seres que estão sendo efetivamente atingidos.
Esse grupo apresenta ainda um agravante, o fato de ter a sua imagem associada à
magia, mau agouro ou mesmo pela sua aparência, considerada, agressiva, e seu corpo
frio. Essa cultura do misticismo, em relação aos anfíbios faz com que não se veja com
muito interesse a sua preservação e do ambiente em que vive.
Urge tomarmos medidas no sentido de esclarecer as pessoas sobre o papel dos
anfíbios nos ecossistemas e buscar modificar a sua imagem no imaginário das pessoas.
Só assim, essa espécie tão importante, poderá ter alguma chance de escapar à
extinção.
Texto: Iara Grossl de Souza
2. Perspectiva Interdisciplinar
Uma proposta de atividade que busque a mudança de perspectiva com relação ao
grupo dos anfíbios, poderá ser desenvolvida entre os (as) professores (as) de língua
portuguesa, pois esses poderão orientar a escrita do texto de uma peça de teatro sobre a
importância dos anfíbios para o equilíbrio dos ecossistemas , e os (as) professores (as) de
ciências, que poderão orientar as pesquisas para obtenção dos dados necessários para
isso.
Os (As) professores (as) de história poderão apresentar em Powerpoint, relatos
sobre a figura dos anfíbios na história da humanidade.
A disciplina de artes, poderá realizar uma sessão de pintura sobre como as pessoas
vêem os anfíbios ou utilizar argila/ massa, para a criação de esculturas de anfíbios.
4. CONTEXTUALIZANDO
O folclore sobre os anfíbios
Por milhares dos anos, os anfíbios foram associados com os mitos e a mágica.
Infelizmente, muito do folclore é negativo, pois eles são definidos como monstros.
Entretanto, algumas culturas vêm os anfíbios do ponto de vista de uma luz positiva,
relacionando- os a boa sorte, a proteção, a fertilidade, entre outros. É interessante notar a
origem de tais pensamentos que sobreviveram por muito tempo.
As seguintes passagens resumem alguns contos do folclore sobre os anfíbios. As
rãs e os sapos na religião: na mitologia, e na bruxaria nos tempos antigos, a argila era
usada para fazer estátuas de cerâmica que foram coletados nos locais que devem ter sido
abundantes em anfíbios. Os povos da Mesopotamia, por exemplo, coletavam argila ao
longo dos rios Tigre e Eufrates, onde encontravam rãs freqüentemente. Este encontro é
refletido nas palavras antigas para rãs. Os egipcios adaptaram o "krr" da palavra; ou
"krwrw", a qual se assemelha ao som de uma rã coaxando. Os babilonios usaram o
"krùru" da palavra, a qual pode também ter sido feito para se assemelhar ao som de uma
rã. As civilizações antigas estavam conheciam bem os anfíbios. A historia egipcia
registrou que as rãs se formavam de lama e de água; uma opinião que pareçe ser uma
reflexão do estilo de vida dos anfíbios, semi-aquático. Esta opinião materializou-se em
conseqüência das inundações do rio de Nilo durante a estação chuvosa, quando as rãs
pareciam surgir de parte alguma e começavam seus rituais de acasalamento.Os sapos
teceram o seu caminho na religião egípcia ao longo do tempo, como pode-se ver no deus
Heket (Heget), com cabeça de sapo. O deus egípcio Heket (Heqet), era associado com
a fertilidade e a gravidez. Os hieróglifos antigos mostram Heket dando forma a uma
criança no ventre da mãe. Heket dava a todas as criaturas o "pão da vida" antes que
serem colocados no ventre da mãe. Heket era também responsável para ressurreição
dos membros de Osíris. A correlação entre rãs e fertilidade poderia ter vindo do grande
número de ovos produzidos por rãs e por sapos a cada estação (freqüentemente
centenas ou mesmo milhares em uma única estação). As rãs foram descritas também na
jóia e os outros ornamentos no Egito antigo e em outras civilizações. Sapos carregando
facas eram colocadas sobre as barrigas de mulheres grávidas e de bebês recém-nascidos
, pois acreditava-se trazerem a proteção aos jovens.
Os gregos e Romanos adotaram muito das tradições egípcias , incluindo a opinião
que as rãs foram criadas da lama e da água. Durante os tempos antigos, antes que o
número de anfíbios declinasse, as rãs se reproduziram freqüentemente , durante sua
estação de acoplamento. As milhares de rãs e de sapos minúsculos cobriam as ruas,
entravam em áreas públicas, e assim, foram considerados como pragas. As rãs foram
associadas também com as previsões do tempo, porque começariam a coaxar
imediatamente antes das chuvas. As previsões do tempo eram feitas baseado na
natureza de seus gritos. As bruxas foram acreditava-se, também controlavam o tempo
através das serpentes, sapos, e as rãs, consultadas freqüentemente .As rãs e os sapos ,
geralmente, foram associados com a mágica negra por séculos. As lendas contavam
histórias de bruxas que utilizavam corpos de sapo em rituais satânicos, ou criavam
porções de partes do corpo dos sapos. A tradição basca dizia que as bruxas poderiam ser
identificadas pela presença de uma marca na forma de um pé de sapo, e nos Pirineus,
acreditava-se que as bruxas tinham uma imagem de sapo no olho esquerdo. Outros mitos
das bruxas contam que elas extraíam secreções da pele do sapo, ou coletando a saliva
do sapo para o uso em porções. No cristianismo antigo, as rãs eram relacionadas ao
demônio, especialmente no livro das revelações.
O fato de as rãs viverem nos pântanos, fazia com que fossem consideradas feias e
sujas.
Acreditou-se também que os sapos conspiravam para envenenar povos, e estivam
possuídos por espíritos de bruxas. Cristãos medievais descreviam o ataque de rãs
gigantes.
As rãs e os sapos na ciência antiga
Durante a idade média, as sociedades mostraram mais interesse na ciência, e no
estudo dos animais. Embora estes estudos estivessem envolvidos pelos mitos e pelo
folclore, eram as pedras a pisar para as ciências biológicas modernas.
O livro Physiologus, da idade média, foi talvez o trabalho literário mais importante
sobre a ciência dos animais. Neste livro, as rãs são divididas em duas categorias; rãs da
terra, e rãs da água. As rãs da terra foram consideradas um símbolo da resistência e da
recuperação rápida, por resistirem ao calor do sol.
Os anfíbios foram considerados nos tempos antigos, e na idade média, como
possuidores de propriedades medicinais. As poções da rã foram usadas como
afrodisíacos, impotência e prevenções para a infertilidade, contraceptivos, e mais.
Acreditava-se que o fígado da rã era um antídoto a todo o veneno do mundo.
As rãs foram usadas também , em rituais para remover os pensamentos de
adultério de uma esposa, se executado corretamente.
Tritões e Salamandras
Tritões e salamandras foram também associados ao demônio.
As salamandras eram associadas ao fogo. O seu nome, de origem grega, significa
lagarto de fogo. Isso porque eles acreditavam que ela poderia apagar o fogo com as
secreções de sua pele.
As salamandras e os tritões também foram usados com finalidades medicinais.
Eram queimados, às cinzas, que eram depois coletadas e usadas em fórmulas medicinais
e preparados. Hoje, os tritões são vendidos às vezes, na Ásia, como afrodisíaco e as
peles de determinadas espécies são usadas para curar doenças. Salamandras e os
tritões foram associados também negativamente com as vacas, pois acreditava-se que
iriam provocar a não produção de leite pelas vacas.
( http://www.livingunderworld.org/ ,acessado em 13/12/2007).
Muiraquitã
O Muiraquitã é um amuleto confeccionado em jadeíte, nefrite, ardósia, diorite,
estratite ou pedra-cristal. As traduções do nome variam (mira-ki-tá, botão ou nó de gente,
muira-kitá, nó de pau), assim como a própria lenda do Muiraquitã, que pode ser contada
de diferentes maneiras.
Segundo a lenda mais comum, os verdadeiros Muiraquitãs são filhos da Lua
retirados do fundo de um imaginário lago denominado Espelho da Lua, Iaci-uaruá, na
proximidade das nascentes do rio Nhamundá, perto do qual habitavam as índias
Icamiabas, nação das legendárias mulheres guerreiras que os europeus chamaram de
Amazonas (mulheres sem marido). O lago era consagrado à Lua, pelas Icamiabas, onde
anualmente realizavam a Festa de Iaci, divindade mãe do Muiraquitã, que lhe oferecia o
precioso amuleto retirado do leito lacustre. A festa durava vários dias, durante os quais as
mulheres recebiam índios da aldeia dos Guacaris, tribo mais próxima das Icamiabas, com
os quais mantinham relações sexuais e procriavam. A lenda também diz que, se dessa
união nascessem filhos masculinos, estes seriam sacrificados, deixando sobreviver
somente os de sexo feminino. Depois do acasalamento, pouco antes da meia-noite, com
as águas serenas e a Lua refletida no lago, as índias nele mergulhavam até o fundo para
receber de Iaci os preciosos talismãs, com a configuração que desejavam, como jaboti,
peixe e especialmente sapos, recebendo-os ainda moles, petrificando-se em contato com
o ar, logo após saírem d’água. Então os presenteavam aos Guacaris com os quais se
acasalavam, o que os faria serem bem recebidos onde os exibissem, além de dotar outros
poderes mágicos ao amuleto.
(http://www.eln.gov.br/Conhecimento/Premio_Muiraquita/Icones.asp , acesso em
13/12/2007).
Debater sobre esse misticismo que se deposita sobre a imagem dos anfíbios,
principalmente dos sapos, é necessário para que se possa entender a real função desse
grupo no ecossistema e assim, buscar mudar essa idéia de símbolo de sorte, azar que só
prejudica a sobrevivência desses animais.
5. Sítios
· Herpetofauna de Serrapilheira da Reserva Florestal do Morro Grande, Cotia (SP)
http://www.biotaneotropica.org.br/v6n2/pt/fullpaper?bn00806022006+pt
Esse é um artigo escrito por Marianna Dixo & Vanessa Kruth Verdade, do Instituto
de Biociências da Universidade de São Paulo, que afirmam existir uma falta de
informações sobre a biologia, distribuição e conservação da herpetofauna
brasileira, mas que isso pode ser resolvido através de estudos e levantamentos da
fauna. Os conhecimentos que vierem a resultar desses estudos, podem
trazer dados para um planejamento eficiente sobre as medidas que devem ser
tomadas para a convervação das espécies.
· Historia Naturalis Brasiliae
http://pt.wikipedia.org/wiki/Historia_Naturalis_Brasiliae
O Livro Historia Naturalis Brasiliae, publicado em 1648, por Guilherme Piso, foi o
primeiro livro médico que trata do Brasil. ele é dividido em 4 livros, sendo que o
terceiro trata dos venenos e seus antídotos.
Fala sobre a escravidão e o uso dos venenos de plantas, cobras e anfíbios, para
amenizar o sofrimento.
Cita o sapo-cururu, como sendo o animal mais venenoso de todos.
· Ibama- RAN
http://www.ibama.gov.br/ran/index.php?id_menu=178
Esse é um excelente ambiente para se pesquisar sobre anfíbios, suas
características, importância etc.
· Instituto Râ-bugio
http://www.ra-bugio.org.br
Esse site apresenta fotos de várias espécies de anfíbios, com seus nomes
científicos, além de textos relacionados a pesquisas desenvolvidas sobre anfíbios.
O conteúdo é de excelente qualidade, muito bem apresentado. Pode ser utilizado
para informar sobre as características das espécies de anfíbios e sobre as
campanhas de sensibilização sobre a importância desse grupo de animais para o
ambiente.
O Instituto Rã-Bugio foi idealizado por Germano e Elsa Woehl, que
apresentam em Santa Catarina, uma área de Floresta Atlântica onde desenvolvem
atividades de educação ambiental.
• QUE TIPO DE ANIMAL É UM ANFÍBIO?
http://www.butantan.gov.br/materialdidatico/numero8/Numero8.pdf
Nesse material didático produzido pelo Instituto Butantan,o conhecimento
científico é apresentado de forma acessível, auxiliando pesquisas de professores
e alunos , fornece suporte a programas de saúde pública.
# Dado o caráter público da iniciativa, o material pode ser reproduzido e distribuído,
desde que mantidos a fonte e os créditos originais.
http://www.butantan.gov.br/materialdidatico/index.htm, acesso em 13/12/2007 .
6. SONS E VÍDEOS
• Ra-bugio no Programa Estudio SC RBS-TV
http://www.youtube.com/watch?v=HEsgBps1sEY
• Sapo Bufo ictericus capturando insetos
http://www.youtube.com/watch?v=rE6SKPHRjcg
• Coaxar de Aplastodiscus perviridis
http://www.youtube.com/watch?v=PtYlP6yw6mI
• Rã-Bugio no Jornal Nacional
http://www.youtube.com/watch?v=xeoLjSRW9UQ
• TERRA: PLANETA EM EXTINÇÃO
http://www.youtube.com/watch?v=s0xFhkWb6go
• O Brasil é o Bicho- Anfíbios
http://video.globo.com/Videos/Player/Noticias/0,,GIM628938-7823-O+BRASIL+E+O+BICHO+OS+ANFIBIOS,00.htm
7. PROPOSTA DE ATIVIDADE
• ATIVIDADE:
(Re)Conhecendo os Anfíbios
OBJETIVOS:
Reconhecer a importância desse grupo para o equilíbrio dos ecossistemas; Propor
um repensar sobre a imagem pejorativa que se faz dos anfíbios;
Desvincular o grupo dos anfíbios das questões de religiosidade, bruxaria e mau
agouro;
Conhecer as principais características dos anfíbios.
ENCAMINHAMENTO:
A proposta de atividade ocorrerá em cinco aulas, ou mais se o (a) professor (a),
mediador (a) do processo, achar necessário.
Na primeira aula, o (a) professor (a) questiona os (as) alunos (as): Quando foi a última
vez que você viu um sapo? O que você acha deles? Você acha que existe diferença entre
rã e sapo? Após a exposição das opiniões dos (as) alunos (as) sobre os anfíbios, esses
(as) assistirão a um vídeo do Instituto Rã-Bugio, que lhes permitirá conhecer mais sobre
os anfíbios.
http://www.youtube.com/watch?v=HEsgBps1sEY&mode=related&search
Logo após, será solicitado aos (as) alunos (as), um relato escrito sobre o que pensam dos
anfíbios.
Numa segunda aula, o (a) professor (a) proporá à turma, uma pesquisa em grupo,
para buscar dados sobre a importância dos anfíbios no equilíbrio ambiental. Os alunos
devem escolher relator e apresentador. Poderão utilizar computador com acesso à
internet, livros e revistas da biblioteca, além de entrevistas com pessoas da comunidade
para saber qual a imagem que fazem dos anfíbios. Deverão apresentar oralmente, à
turma, o resultado de suas pesquisas onde serão avaliados os seguintes ítens:
participação, criatividade, interesse, organização, postura, coerência e clareza. Deverão
também, entregar um resumo, que será exposto no mural da escola.
Numa terceira aula. com a orientação do (a) professor (a), os (as) alunos (as) irão ao
laboratório para observar, no material in vitro, as características externas do corpo dos
sapos e rãs. Os (As) alunos (as) deverão responder, por escrito, 5 questões abertas sobre
os anfíbios.
Na quarta aula, o (a) professor (a) proporá a escrita e apresentação, de uma peça de
teatro sobre a importância dos anfíbios para o ecossistema. Isso permitirá avaliar as
explicações dadas e refletir sobre as mudanças nas idéias que tinham sobre os anfíbios
antes, e as modificações que essas sofreram ao longo do processo.
AVALIAÇÃO:
A avaliação do processo será por meio de perguntas feitas pelo (a) professor (a), os
(as) alunos (as) que analisarão a sua participação no trabalho e apontarão aquilo que
precisa ser melhorado. O objetivo dessa aula será atingido, se os (as) alunos (as)
apresentarem conhecimento satisfatório sobre a forma com que os seres humanos tratam
os anfíbios e sua importância para o equilíbrio ambiental.
Atividade desenvolvida pela profª Iara Souza
8. SUGESTÃO DE LEITURA
• Livro: Anfíbios e Répteis do Brasil: vida e costumes - vol.03
O livro faz um apanhado geral sobre anfíbios, abordando a biologia, ecologia e
aspectos gerais desses animais. O livro apresenta leitura clara e precisa
• O Sapo Encantado
CONTO
O sapo encantado é um texto extremamente poético que trata do amor entre um sapo
e uma rã. O cenário inicial, cuidadosamente descrito, evoca a um só tempo a
tranqüilidade da repetição, pois todas as noites o sapo protagoniza o ritual do cortejo, e a
ebulição da paixão que altera o comportamento dos animais. Tudo se desconstrói diante
do inevitável conflito: uma rã-bruxa lança um feitiço sobre o sapo enamorado e o
transforma num príncipe, no Príncipe Azul.
Um questionamento importante que o texto nos possibilita, nesse ponto, é com
relação à sapos e rãs: A rã é a mulher do sapo?
O (A) professor (a) terá a possiblidade de desmitificar esse assunto, explicando que
existe rã-macho e rã-fêmea, sapo-macho e sapo-fêmea.
O sapo sente total repugnância ao ser testemunha da própria metamorfose.
O progressivo desaparecimento de suas características o assusta e ele luta, sem
sucesso, pulando feito um sapo, como não poderia deixar de ser, enquanto os cabelos
crescem em suas têmporas, a pelugem aparece nos braços, a boca e os olhos diminuem.
A beleza da Princesa, que a todos encanta, não impressiona o sapo, já que seus padrões
estéticos não foram alterados com sua transformação. Ele a acha repugnante e sofre de
saudade de sua. Assim, coloca em prática um plano de fuga: à noite, sai pela janela, aos
pulos, em direção ao brejo, e se atira em suas margens. Seus velhos companheiros,
porém, fogem daquela figura humana.
Esse trecho do livro, permite que o (a) professor (a) debate com seus (as) alunos
(as), sobre as diferenças, o exagerado culto ao corpo (magro é bonito, gordo é feio),
racismo etc. Que aquilo que não nos agrada pode ser considerado agradável a outro.
Como nos contos tradicionais, a generosidade e a compaixão reorganizam o caos.
Depois de beijado, o príncipe volta a ser sapo, volta para o brejo, casa-se com a rã e são
felizes para sempre.
Mas talvez, o ponto mais importante a se discutir, é o motivo pelo qual os animais
desse grupo despertam medo, repulsa e descaso em muitas pessoas. Como reverter
essa situação? O conhecimento pode ser o caminho. Levar os (as) alunos (as) a
conhecerem a real função desses animais no ambiente e também a sua anatomia e
fisiologia, representa um ponto essencial para a desmistificação da imagem desses
importantes animais.
http://www.edicoessm.com.br/ArchivosColegios/edicoessmAdmin/Archivos/Guias%20de%20Leitura/SAPO%20ENC , acesso em 07/12/2007.
9. DESTAQUE
• O que são anfíbios?
Instituto de Conservação da Natureza – ICN
A palavra “anfíbio” vem do grego “amphíbios” que significa que vive em dois
elementos – terra e água. As salamandras, as rãs, os sapos, as relas e os tritões são
animais anfíbios, pois vivem parte da sua vida na água e outra em terra. São bastante
dependentes do meio aquático, pois respiram também através da pele e precisam mante-
la úmida. São também conhecidos como batráquios (grego “batrácheios” = relacionado
com a rã).
Os anfíbios não têm escamas, mas têm a pele muito porosa, pois a respiração
através da pele é muito importante. Alguns nem sequer respiram pelos pulmões.
Possuem glândulas na pele que produzem substâncias tóxicas que lhes servem de
defesa para evitarem ser comidos.
Depois de saírem do ovo, as larvas são aquáticas. Por isso, os anfíbios precisam de
água para colocar os seus ovos ou larvas. Nos anuros as larvas são muito diferentes dos
adultos, mas nos urodelos são parecidas. As larvas dos anuros são principalmente
herbívoras, enquanto as dos urodelos são carnívoras. As larvas dos anfíbios passam
por um processo chamado metamorfose, ou seja, sofrem uma mudança não só externa
(de forma e aspecto) mas também interna. Depois da metamorfose a maioria dos
anfíbios passa a viver em terra.
Os anfíbios adultos são carnívoros comendo principalmente insetos, minhocas,
moluscos (caracóis e lesmas) e aranhas. Os anfíbios mudam de pele.
Os anfíbios servem também de presas a peixes, répteis, aves e mamíferos
representando um importante papel nos ecossistemas. Para além disso, dado que comem
muitos insetos, ajudam os agricultores que assim não precisam usar inseticidas e evitam
a poluição do solo, da água e problemas à saúde humana.
Como dependem em parte da energia solar, têm taxas de crescimento
relativamente baixas e atingem tarde a maturação sexual. Não têm uma capacidade de
dispersão muito grande e tanto os anfíbios como os répteis são
muito sensíveis à destruição de habitat, pois, ao contrário das aves, não podem “migrar”
para outros locais distantes.
http://www.icn.pt/downloads/anfibios_e_repteis.pdf , acesso em 11/12/2007.
10. NOTÍCIAS
• Arca de Noé vai salvar rãs ameaçadas
Cientistas se reuniram nesta semana na cidade de Atlanta para ativar uma "Arca de
Noé" que proteja os anfíbios em todo o planeta, ameaçados por um fungo, e que --
dizem -- poderiam desaparecer como os dinossauros.
"É o maior desafio de conservação das espécies na história da humanidade", disse Kevin
Zipple, funcionário da "Arca anfíbia" -- um grupo que tenta coletar diferentes espécies de
anfíbios para protegê-los.
Segundo os cientistas, o fungo quitrídio Batrachochytrium dendrobatidis extermina
anualmente 10 espécies em maioria rãs em todo o mundo, e poderia acabar com 3.000
espécies das 6.000 conhecidas.
Os cientistas calculam em 3.000 as espécies de anfíbios ainda não descobertas,
que poderiam desaparecer antes mesmo de ser classificadas.
O fungo ataca partes da pele que possui queratina, afetando a capacidade de
hidratar-se ou respirar, pois os anfíbios respiram através da pele. A quitridiomicose, que
vem causando esta mortalidade desenfreada em alguns lugares do mundo, está também
no Brasil.
O segundo registro brasileiro de infecção pelo fungo quitrídio Batrachochytrium
dendrobatidis foi publicada na edição online do periódico EcoHealth, em artigo de Ana
Carnaval, pesquisadora brasileira na Universidade da Califórnia em Berkeley (EUA), e
colaboradores.
A doença já havia sido detectada em Minas Gerais, mas o artigo amplia a extensão
da doença tanto em termos de espécies afetadas como de distribuição geográfica
• Especialistas discutem ameaça de extinção de anfíbiosCongresso reúne pesquisadores de todo o Brasil no Hangar
A diminuição na população de anfíbios é um fenômeno de escala global, declara
Luis Felipe Toledo, especialista em herpetologia da Universidade Estadual de São Paulo
(Unesp), que está em Belém (PA) e participa nesta quarta-feira, 18, de mesa redonda
sobre o assunto. A sessão acontece às 9 horas, no Hangar, durante o Congresso
Brasileiro da área que segue até sexta, dia 20.
São muitas as causas do desaparecimento de seres fundamentais à harmonia do
ambiente. Para o especialista, a caça, o comércio ilegal, a poluição, o aquecimento global
e o desaparecimento de seus hábitats por razões de ocupação humana estão entre os
principais motivos para o declínio nas populações dos anfíbios.
http://www.museu-goeldi.br/sobre/NOTICIAS/18_07_07_Especialistas%20discutem%20amea%C3%A7a%20de%20extin%C3%A7%C3%A3o%20de%20anf%C3%ADbios.htm , acesso em 10/12/2007.
• Cadê os sapos?
Por Fábio de Castro
O padrão mais comum de ocupação humana nos vales de rios tem efeito desastroso
sobre os anfíbios da Mata Atlântica, de acordo com estudo realizado por pesquisadores
brasileiros e publicado na edição desta sexta-feira (14/12) da revista Science.
Segundo o trabalho, o desmatamento causado pelo homem interfere no ciclo
reprodutivo dos animais ao separar os corpos d’água, onde eles vivem em fase larval, das
florestas, onde vivem na idade adulta. Conforme aumenta a desconexão entre os dois
hábitats, diminui a diversidade de espécies.
O ponto de partida do estudo foi a dissertação de mestrado defendida por Carlos
Guilherme Becker no Instituto de Biologia da Universidade Estadual de Campinas
(Unicamp). Autor principal do artigo, Becker teve bolsa de mestrado da FAPESP.
Utilizando dados do Programa Biota-FAPESP, a equipe testou a hipótese batizada
por eles de “desconexão de hábitats” como um importante fator no desaparecimento
progressivo dos anfíbios.
Segundo o orientador da dissertação, Paulo Inácio de Prado, professor do Instituto
de Biociências da Universidade de São Paulo (USP) e coordenador do projeto de Auxílio
a Pesquisa “Biodiversidade e processos sociais em São Luiz do Paraitinga”, a
desconexão de hábitats pode ajudar a explicar o declínio global de anfíbios.
“Desmatamento é sempre ruim, mas o estudo mostra que alguns tipos são
particularmente perversos. Isso pode ajudar a direcionar nossas políticas de conservação
para alvos específicos, priorizando a ligação de vales de rios com remanescentes
florestais”, disse à Agência FAPESP.
Prado explica que o tipo de ocupação que gera a desconexão de hábitat é
justamente o mais tradicional na região. “Desde a época das sesmarias o uso humano da
terra tem se concentrado nas baixadas próximas aos cursos d’água, relegando os
fragmentos de floresta às porções mais elevadas e secas da paisagem”, disse.
Segundo o professor, com essa desconexão os anfíbios florestais são obrigados a
cruzar áreas abertas entre riachos e fragmentos florestais, expondo-se a condições
inóspitas.
“Eles não resistem ao sol forte e à desidratação. Além disso, na área aberta perdem
as estratégias de defesa como a camuflagem e ficam muito expostos aos predadores.
Atravessando trechos com denso uso humano, também ficam expostos a agrotóxicos”,
disse.
De acordo com Prado, a maioria dos registros de declínios no número de anfíbios no
Brasil é verificada na Mata Atlântica, especialmente em espécies endêmicas e com
reprodução associada a riachos. No mundo, das 6 mil espécies de anfíbios, quase um
terço está sob ameaça de extinção.
Paisagem degradada
A pesquisa de Becker, co-orientada por Carlos Fonseca, professor da Universidade
do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos), foi realizada em São Luiz do Paraitinga, uma das
regiões de Mata Atlântica mais fragmentadas e degradadas do Estado de São Paulo.
“A partir do trabalho dele amadurecemos a idéia de que os anfíbios estão sob risco
adicional devido ao padrão de ocupação e resolvemos analisar outros dados sobre a Mata
Atlântica”, disse Prado.
Para isso, o grupo procurou Célio Haddad, professor do Departamento de Zoologia
da Universidade Estadual Paulista (Unesp) e coordenador da área de Biologia da
FAPESP. “Ele disponibilizou um inventário muito completo dos anfíbios em todo o bioma,
que nos permitiu confirmar a relação entre grau de extinção e desconexão de hábitat”,
explicou Prado.
Os dados, obtidos no Projeto Temático “Diversidade de Anfíbios Anuros do Estado
de São Paulo”, no âmbito do Biota-FAPESP, referiam-se a 12 regiões de Mata Atlântica
em diferentes graus de desconexão de hábitat.
“Locais preservados como a região da Juréia mostraram grande riqueza de
espécies. Áreas fragmentadas como São Luiz do Paraitinga apontaram o contrário,
confirmando a hipótese”, disse Prado.
Becker conta que, quando chegou à região para o trabalho de campo, em 2006,
encontrou uma paisagem tão degradada que pensou ser impossível trabalhar com
anfíbios no local.
“Demorei para encontrar fragmentos próximos a corpos d’água e acabei
encontrando apenas três deles na paisagem. Logo imaginei que os animais deviam sofrer
com a desconexão entre floresta e riachos”, disse o biólogo à Agência FAPESP.
Ele instalou nas áreas escolhidas armadilhas apropriadas para medir a migração
dos anfíbios que saíam ou entravam nos fragmentos sem riachos. “O primeiro capítulo do
trabalho quantificou a migração entre os fragmentos florestais isolados de corpos d’água.
O segundo avaliou o impacto disso no conjunto da comunidade de anfíbios”, contou.
A conclusão, segundo Becker, foi que o tamanho das populações diminui
drasticamente quando o fragmento florestal é isolado da água por uma área de ocupação
humana. “Quando nascem no território sem mata, os filhotes ficam desorientados e não
sabem para onde ir.”
O terceiro capítulo da dissertação foi dedicado a uma análise maior na Mata
Atlântica, originando o artigo da Science. “Nessa fase tivemos a participação do professor
Célio Haddad e do biólogo Rômulo Batista, que é especialista em geoprocessamento
aplicado à gestão ambiental”, disse Becker.
A diminuição da diversidade de anfíbios, de acordo com Becker, desequilibra todo o
sistema ecológico. “Eles são um elemento chave na cadeia alimentar. São predadores
importantes de insetos e alimento de serpentes, aves e mamíferos”, destacou.
O artigo Habitat split and the global decline of amphibians, de Carlos Guilherme Becker e
outros, pode ser lido por assinantes da Science em www.sciencemag.org.
http://www.agencia.fapesp.br/boletim_dentro.php?id=8168,
• Poluição transforma rã macho em fêmea
France Presse
Os girinos do sexo masculino podem se tornar rãs fêmeas devido à contaminação
de seu hábitat por um hormônio feminino, o estrogênio, segundo revelou um experimento
realizado recentemente em um laboratório sueco.
O fenômeno poderia contribuir para explicar porque cerca de um terço das espécies
de rãs vivas no mundo corre o risco de extinção atualmente. O estudo será publicado em
maio na "Environmental Toxicology and Chemistry", revista científica americana. Duas
espécies diferentes de rãs foram expostas a níveis de estrogênio semelhantes aos
encontrados em águas da Europa, Estados Unidos e Canadá, no laboratório da
Universidade de Uppsala, na Suécia.
Os resultados foram edificantes: as fêmeas representavam menos de 50% da
população de cada uma das espécies, mas a proporção mudou de forma significativa nas
rãs, separadas em três grupos e expostas a diferentes níveis de estrogênio.
O número de girinos a se transformar em fêmeas entre os que foram expostos à
menor concentração de hormônio, em um dos três grupos foi duas vezes maior. Nos
outros dois grupos, expostos a níveis mais altos de estrogênio, as rãs viraram fêmeas em
95% no primeiro grupo e em 100% no outro.
"Esses resultados são bastante alarmantes", afirmou Cecilia Berg, co-autora do
estudo com Irina Pettersson, ambas pesquisadoras da Universidade de Uppsala.
"Comprovamos estas mudanças espetaculares expondo as rãs a uma substância apenas.
Na natureza, podem existir muitas outras atuando juntas", ressaltou.
Outros estudos nos Estados Unidos haviam estabelecido um vínculo entre a
mudança de sexo nos machos de Rana pipiens, uma das duas espécies utilizadas na
experiência sueca, e a presença em seu hábitat natural de um pesticida que produz
substâncias estrogênicas, destacou a especialista em toxicologia ambiental.
"Os pesticidas e outras substâncias químicas industriais podem atuar como
estrogênio no corpo", acrescentou. "Isso nos levou a realizar esta experiência", disse. A
outra espécie estudada é uma rã muito comum na Europa, a Rana temporaria. Entre as
rãs que mudaram de sexo, algumas passaram a ser fêmeas capazes de procriar,
enquanto outras apresentaram ovários, mas não trompas, sendo, portanto, estéreis,
explicou Cecilia Berg.
Segundo ela, o estudo não avaliou o impacto potencial da contaminação na
mudança de sexo de acordo com as espécies, mas as conseqüências dessa situação são
alarmantes. "Evidentemente, se todas as rãs se tormarem fêmeas, isso poderia ter um
efeito destrutivo sobre sua população", completou a pesquisadora.
A única solução a curto prazo seria melhorar o tratamento da água em regiões onde
as rãs são afetadas, filtrando as concentrações de estrogênio provenientes dos agentes
contaminantes lançados na água.
http://g1.globo.com/Noticias/Ciencia/0,,MUL8662-5603,00.html