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1 Sanidade dos Equídeos CARLOS COSTA JUNIOR SR URS PARANAVAÍ AGÊNCIA DE DEFESA AGROPECUÁRIA DO PARANÁ - ADAPAR DIRETORIA DE DEFESA AGROPECUÁRIA DDA GERÊNCIA DE SAÚDE ANIMAL GSA PROGRAMA ESTADUAL DE SANIDADE DOS EQUÍDEOS - PESE

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1

Sanidade dos

Equídeos

CARLOS COSTA JUNIOR

SR URS PARANAVAÍ

AGÊNCIA DE DEFESA AGROPECUÁRIA DO PARANÁ - ADAPAR

DIRETORIA DE DEFESA AGROPECUÁRIA – DDA

GERÊNCIA DE SAÚDE ANIMAL – GSA

PROGRAMA ESTADUAL DE SANIDADE DOS EQUÍDEOS - PESE

2

MORMO

3

Histórico

• É considerada uma das mais antigas doenças dos

eqüídeos, descrita por Aristóteles e Hipócrates no séculos

III e IV a.C (BLANCOU, 1994)

• No Brasil o mormo foi descrito pela primeira vez em 1811,

introduzido provavelmente por animais infectados

importados da Europa (PIMENTEL, 1938)

• Sua presença quase sempre estava relacionada com

unidades militares e companhias de bondes, movidos a

tração animal

4

Etiologia

• O agente epidemiológico é a Burkholderia mallei

• O agente do mormo é um bacilo gram-negativo

Fonte: David DeShazer

5

Epidemiologia

• Atualmente, o mormo apresenta ocorrência esporádica

mesmo em áreas endêmicas

• Os equinos, muares e asininos são as espécies

normalmente afetadas

• A epidemiologia do mormo relaciona-se entre outros fatores

diretamente ao manejo, incriminando os estábulos coletivos

como potenciais focos de disseminação da infecção

6

• Erradicada na maioria dos países

• Associada a Aglomeração de animais

• Doença de Estábulo

• Doença Re-emergente

• Novos surtos

• Animais Pré-sintomáticos

• Carreadores

Epidemiologia

7

Fonte: WAHIS, 2016

Distribuição Mundial

8

Incidência de mormo no Brasil

2005 - 2007

Fonte: WAHIS, 2016

9

Incidência de mormo no Brasil

2013 - 2015

Fonte: WAHIS, 2016

10

ANO 2013 2014 2015 TOTAL

ESTADO JAN-JUN JUL-DEZ JAN-JUN JUL-DEZ JAN-JUN

Alagoas 0 5 1 0 0 6

Sergipe 4 3 0 1 0 8

Amazonas 1 0 0 0 0 1

Bahia 0 5 2 0 1 8

Ceará 19 3 8 1 6 37

Espírito Santo 4 10 2 1 6 23

Goiás 0 0 0 1 6 7

Maranhão 0 5 0 0 0 5

Mato Grosso 0 0 2 3 9 14

Mato Grosso do Sul 0 0 0 0 6 6

Minas Gerais 3 1 2 5 7 18

Paraíba 3 0 4 6 2 15

Paraná 0 2 1 0 0 3

Pernambuco 5 13 21 5 4 48

Piauí 0 0 0 0 1 1

Pará 0 0 4 2 3 9

Rio de Janeiro 0 0 0 0 1 1

Rio Grande do Norte 2 0 2 2 7 13

Rio Grande do Sul 0 0 0 0 1 1

Rondônia 1 7 6 2 2 18

Roraima 0 0 0 1 0 1

Santa Catarina 0 0 0 0 6 6

São Paulo 4 9 1 3 7 24

TOTAL 46 63 57 33 75

Tabela 1: Incidência de Mormo no Brasil. Período 2013 a 2015. Fonte: WAHIS, 2016.

11

Transmissão

• A principal via de infecção é a digestiva, podendo ocorrer

também pelas vias respiratórias, genital e cutânea

(HIPOLITO & FREITAS, 1963; RADOSTITS et al., 2002)

• A disseminação do microorganismo no ambiente ocorre

pelos alimentos (forragens e melaço), água e fômites,

principalmente cochos e bebedouros

• A forma cutânea da infecção decorre do contato direto com

ferimentos ou por utensílios usados na monta dos animais

• As vias aéreas superiores e secreções orais e nasais,

representam a mais importante via de excreção da B. mallei

(RADOSTITS et al., 2002)

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Patogenia

• O agente penetra a mucosa e em seguida, atinge a corrente sanguínea,

fazendo septicemia (forma aguda) e posteriormente, bacteremia (forma

crônica)

• O microorganismo localiza-se no pulmões, mas a pele e a mucosa nasal

também são sítios comuns de localização primárias no ponto de entrada

(faringe), expandindo-se para o sistema linfático onde produzem lesões

nodulares

• Lesões metastáticas são formadas nos

pulmões e em outros órgãos como baço,

fígado e pele

13

• É caracterizada por três formas de manifestação clínica: a

cutânea, linfática e respiratória, porém estas não são

distintas, podendo o mesmo animal apresentar todas

simultaneamente (JUBB et al., 1993)

• Os sinais clínicos mais frequentes são: febre, tosse e

corrimento nasal

• No septo nasal podem ocorrer

lesões primárias de origem

hematógena ou secundária a um

foco pulmonar

Sinais Clínicos e Lesões

14

Sinais Clínicos e Lesões

15

• Febre alta

• Descarga nasal uni ou bilateral

• Emagrecimento

• Formação de abscessos isolados ou confluentessubcutâneos

• Depressão

• Edema

Forma Aguda

16

Forma Aguda

Fonte: MV Dr Fernando Leandro dos Santos

17

Forma Aguda

Fonte: MV Dr Fernando Leandro dos Santos

18

Forma Aguda

Fonte: MV Dr Fernando Leandro dos Santos

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• Pode aparentar boa saúde

• Manifestações febris temporárias

• Magreza mesmo com boa alimentação

• Edema dos membros

• Semi-flexão de membros

Forma Crônica

20

Forma Crônica

Fonte: MV Dr Fernando Leandro dos Santos

21

Forma Crônica

Fonte: MV Dr Fernando Leandro dos Santos

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Forma Crônica

Fonte: MV Dr Fernando Leandro dos Santos

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Diagnóstico

• O diagnóstico do mormo consiste na associação dosaspectos clínicos, histopatológicos, isolamento bacteriano,reação imunoalérgica (maleinização), testes sorológicoscomo a fixação do complemento e ELISA (MOTA et al.,2000)

• Oficialmente, para fins de diagnostico e de controle daenfermidade, o Ministério da Agricultura, Pecuária eAbastecimento recomenda somente a realização dos testesde Fixação do Complemento (FC) e maleinização (MAPA,2003)

24

Diagnóstico

25

Diagnóstico

Fonte: MV Dr Fernando Leandro dos Santos

26

Diagnóstico

Fonte: MV Dr Fernando Leandro dos Santos

27

• Liberação do MAPA/DSA em 27/09/2013 para o teste de

Western Blot, visando aumentar a especificidade diagnóstica.

• “Quando o serviço oficial dessa unidade federativa se deparar com situações

na qual haja indecisão, o DSA, poderá autorizar, frente à solicitação oficial e

após justificativas fundamentadas, a realização da citada prova no sentindo

de incrementar as ferramentas disponíveis no processo decisório.”

Diagnóstico

28

• Atualmente, não há nenhuma vacina animal ou humana

eficaz contra a infecção da B. mallei

• Recomenda-se como medidas de profilaxia e controle, a

interdição de propriedades com focos comprovados da

doença para saneamento e sacrifício imediato dos animais

positivos aos testes oficiais por profissional do serviço de

Defesa Sanitária Oficial

Tratamento, Controle e Profilaxia

29

Ocorrência de mormo no Paraná

Município Ano Focos Casos

São José

dos Pinhais

2004 1 1

Paraíso do

Norte

2013 1 2

São José

dos Pinhais

2014 1 1

30

• Janeiro até julho de 2016 foram realizados 9.141 testes de

fixação de complemento no estado do Paraná.

• Foram atendidas 07 suspeitas de mormo na FC, 03

equinos positivos e 04 inconclusivos, sendo todos negativos

nos exames complementares.

• Contamos atualmente com 338 veterinários cadastrados

para realização do exame, sendo que todas as informações

de como efetuar o cadastro, bem como a lista dos

cadastrados atualizada quinzenalmente se encontra na

página da Adapar – Sanidade dos Equídeos.

Controle de mormo em 2016 no

Paraná

31

Programa

Nacional de

Sanidade dos

Equídeos - PNSE

32

Legislação PNSE

Instrução Normativa Nº 24, DE 05 DE ABRIL DE 2004 -

Ementa: Aprova as Normas para o Controle e a

Erradicação do Mormo

• Os serviços de defesa sanitária animal dos estados baixarão

normas para o controle do trânsito de eqüídeos em seus

respectivos territórios

Instrução Normativa Nº 14, DE 26 DE ABRIL DE 2013 –

• Após a fixação de complemento positiva fica condicionado a

realização de apenas um exame de maleína negativo para a

liberação da propriedade

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Fixação de Complemento

• Para efeito de diagnóstico sorológico do mormo será

utilizada a prova de Fixação de Complemento (FC)

• A prova de FC somente poderá ser realizada em laboratório

oficial ou credenciado

• A coleta de material para exame e envio de amostra para

qualquer fim será realizada por médico veterinário oficial ou

cadastrado

• O resultado Positivo deverá ser encaminhado

imediatamente ao SSA da DFA da UF onde se encontra o

animal reagente

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• Os animais reagentes a FC poderão ser submetidos a

teste complementar de maleína nos seguintes casos:

1.Animais reagentes FC que não apresentem sinais

clínicos de mormo

2.Animais não reagentes ao FC que apresentem sinais

clínicos de mormo

• Não será realizado teste de maleína em animais

reagentes no FC e que apresentem sinais clínicos de

mormo, neste caso a FC é considerada conclusiva

Fixação de Complemento

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• O teste da maleína será realizado por médico veterinário doserviço veterinário oficial

• Realizado através da aplicação de PPD maleína na dose de0,1 ml por via intradérmica, na pálpebra inferior de um dosolhos do animal e o procedimento de leitura deverá serrealizado 48 horas após a aplicação

• Animais que apresentarem, após a aplicação da maleína,reação inflamatória edematosa palpebral, com secreçãopurulenta ou não, serão considerados positivos

Teste de Maleína

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• A propriedade que apresente um ou mais animais com

diagnóstico de mormo positivo conclusivo será considerada

foco da doença e imediatamente interditada e submetida a

Regime de Saneamento

• Animais positivos serão sacrificados imediatamente, não

cabendo indenização

• A interdição da propriedade somente será suspensa pelo

após o sacrifício dos animais positivos e a realização de

dois exames de FC sucessivos de todo plantel, com

intervalos de 45 a 90 dias, com resultados negativos

Medidas Adotadas em Foco de

Mormo