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Ano XII – Nº 45 – Maio / Junho / Julho de 2012

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Ano XII – Nº 45 – Maio / Junho / Julho de 2012

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Editorial

A escassez de água que se avizinha impele uma mobiliza-ção para a conscientização sem precedentes em todos os cantos do mundo, posto que é perceptível até para o leigo o grande perigo pelo qual passa a humanidade.

A recuperação das florestas que foram, ao longo dos últimos séculos, destruídas em nome da civilização, é im-perativa. Até há bem pouco tempo eram elas que manti-nham o equilíbrio ecológico e que detinham, assim, gran-des caudais de água doce. Mas mesmo que haja intensiva ação humana para a recuperação da flora e da fauna, as fontes de água doce de outrora não existirão mais.

Há que se buscar alternativas para o abastecimento e, dentre elas, a hidrometria é uma das mais importantes ferramentas, que, por meio de ações planejadas e equi-pamentos modernos, permite ao gestor ações concretas para desenvolver todos os trabalhos necessários na busca da melhor e maior controle da água, minimizando, prin-cipalmente, as perdas físicas.

Ainda poucos brasileiros conseguem perceber que mesmo tendo o maior caudal de água doce, os grandes aglomerados humanos estão muito longe desses locais. Hoje, infelizmente, até mesmo nos locais mais afastados, os efeitos nefastos da civilização já se fazem sentir pre-sentes, impondo para toda a sociedade não a necessidade mas sim a obrigatoriedade de todos terem acesso, dentre todas as políticas públicas, à maior delas: a gestão res-ponsável no uso e manejo de água doce e potável.

A Sabesp, pioneira na América Latina em desenvolvi-mento de técnicas e tecnologias para controle de água, não mede esforços para garantir a perenidade no abaste-cimento de água para toda a população urbana, desen-volvendo mecanismos para minimizar os desperdícios e perdas físicas nas redes de abastecimento.

O maior incentivador de desenvolvimento é a escas-sez. Assim é que a busca da otimização de equipamen-tos, de materiais e de tecnologias se dá de forma mais acelerada particularmente nesses períodos. Entretanto, ainda persiste uma anomalia que emperra o progresso em muitos setores: a capacitação dos profissionais, prin-cipalmente nos setores de infraestrutura, onde, inclusive, o saneamento está inserido.

Percebemos que o abismo entre a necessidade e a capacidade de investimentos, principalmente no setor do saneamento é cada vez maior. Tanto é que fora dos principais centro urbanos, em que pese a onda da univer-salização esteja em evidência, todos que militam na seara do saneamento têm convicção que esse desafio é quase uma utopia para a maior parte dos municípios do País.

Nesse contexto, nesse conturbado caos social, a hi-drometria vem a ser uma das mais importantes ferra-mentas na medição de distribuição de água, permitindo a segurança da qualidade de operação do sistema, melho-rando a disponibilidade hídrica e, sobretudo, colaborando decisivamente no embasamento das decisões dos futuros investimentos para o setor.

A IMPORTÂNCIA DA HIDROMETRIA

Hiroshi Ietsugu Presidente da AESabesp

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ExpEdiEntESaneas é uma publicação técnica da Associação dos Engenheiros da Sabesp

DIretorIA eXecutIvA:Presidente - Hiroshi IetsuguVice-presidente - Helieder Rosa Zanelli1º Diretor Secretário - Nizar Qbar2º Diretor Secretário - Choji Ohara1º Diretor Financeiro - Yazid Naked2º Diretor Financeiro - Nelson Luiz Stabile

DIretorIA ADJuNtA:Diretor Cultural - Olavo Alberto Prates SachsDiretor de Esportes - Evandro Nunes de OliveiraDiretor de Marketing - João Augusto PoetaDiretor de Pólos - Paulo Ivan Morelli FranceschiDiretor de Projetos Socioambientais - Luís Eduardo Pires RegadasDiretor Técnico - Reynaldo Eduardo Young RibeiroDiretora Social - Viviana Marli Nogueira A. Borges

coNselho DelIberAtIvo:Amauri Pollachi, Cid Barbosa Lima Junior, Choji Ohara, Eduardo Natel Patricio, Gert Wolgang Kaminski, Gilberto Alves Martins, Gilberto Margarido Bonifácio, Helieder Rosa Zanelli, Hiroshi Ietsugu, João Augusto Poeta, Marcos Clébio de Paula, Nélson Luiz Stábile, Nizar Qbar, Olavo Alberto Prates Sachs, Paulo Eugênio de Carvalho Corrêa, Pérsio Faulim de Menezes, Reynaldo Eduardo Young Ribeiro, Sonia Maria Nogueira e Silva, Viviana Marli Nogueira A. Borges, Walter Antonio Orsatti, Yazid Naked

relAções INstItucIoNAIs:Coordenador: Luciomar Santos Werneck

coNselho FIscAl:Carlos Alberto de Carvalho, José Carlos Vilela e Ovanir Marchenta Filho

coNselho eDItorIAl:Luiz Henrique Peres (Coordenador)João Augusto Poeta, Luiz Eduardo P. Regadas e Maria Ap. S. P. Santos

FuNDo eDItorIAl - revIstA sANeAs:Coordenadora: Marcia de Araújo Barbosa NunesLuis Eduardo Pires Regadas, Celso Roberto Alves da Silva, Paulo Rogério Guilhem, Alex Orellana, José Marcio Carioca

coorDeNADor Do sIte:Jônatas Isidoro da Silva

Pólos AesAbesP DA regIão MetroPolItANA - rMsPCoordenador dos Pólos da RMSP - Robson Fontes da CostaPólo AESabesp Costa Carvalho e Centro - Maria Aparecida Silva de Paula SantosPólo AESabesp Leste - Nélson César MenettiPólo AESabesp Norte - Rodrigo Pereira de MendonçaPólo AESabesp Oeste - Francisco Marcelo MenezesPólo AESabesp Ponte PequenaPólo AESabesp Sul

Pólos AesAbesP regIoNAIsCoordenador dos Pólos Regionais - José Galvão de F. R. e CarvalhoPólo AESabesp Baixada Santista - Zenivaldo Ascenção dos SantosPólo AESabesp Botucatu - Rogélio Costa ChrispimPólo AESabesp Franca - Antonio Carlos GianottiPólo AESabesp Lins - Marco Aurélio Saraiva ChakurPólo AESabesp Presidente Prudente: Gilmar José PeixotoPólo AESabesp Vale do Paraíba - Sérgio Domingos Ferreira

coorDeNAção Do XXIII eNcoNtro técNIco AesAbesP e FeNAsAN 2012:Presidente da Comissão - Eng Químico Nizar QbarDiretor do Encontro Técnico AESabesp - Eng Olavo Alberto Prates SachsDiretor da Fenasan - Reynaldo E. Young RibeiroMembros da Comissão: Choji Ohara, Gilberto Alves Martins, Hiroshi Ietsugu, João Augusto Poeta, Luis Eduardo Pires Regadas, Maria Aparecida Silva de Paula Santos, Nélson César Menetti, Nizar Qbar, Olavo Alberto Prates Sachs, Osvaldo Ioshio Niida, Regina Mei Silveira Onofre, Reynaldo E. Young Ribeiro, Tarcísio Luis Nagatani, Walter Antonio OrsattiEquipe de apoio: Maria Flávia S. Baroni, Maria Lúcia da Silva Andrade, Monique Funke, Paulo Oliveira, Rodrigo Cordeiro, Vanessa Hasson

Órgão Informativo da Associação dos Engenheiros da Sabesp

JorNAlIstA resPoNsável:Maria lúcia s. Andrade – Mtb. 16081

ProJeto vIsuAl gráFIco e DIAgrAMAçãoNeopix [email protected] www.neopixdesign.com.br

Associação dos engenheiros da sabespRua Treze de Maio, 1642, casa 1 Bela Vista - 01327-002 - São Paulo/SPFone: (11) 3284 6420 - 3263 0484Fax: (11) 3141 [email protected]

ÍndicE

05 matéria tEma

a importância e a história da hidrometria

ENTREvIsTA

“O saneamento está na pior condição da nossa infraestrutura”

ARTIgOs TéCNICOs

Norma técnica Sabesp 281 quebrando paradigmas na submedição de hidrômetros

Melhoria da medição de água nos grandes hidrômetros

Determinação de taxas anuais de redução da eficiência da medição de hidrômetros

ACONTECE NO sETOR

MATéRIA sAbEsP

Desenvolvimento da hidrometria é incentivado pela Sabesp

FENAsAN 2012

O maior evento técnico-mercadológico em saneamento e meio ambiente

PROjETOs sOCIOAMbIENTAIs

Projeto “Prática de Judô para Crianças e Adolescentes”

AESabesp na Febrace 2012

Projeto: Feira Educativa Virtual: Inovação em transformação social - Lançamento

Projeto: Difusão e Memória do Engenheiro Armando Fonzari Pêra - atuação e

contexto histórico

susTENTAbIlIDADE

AESabesp marcou presença na Rio+20

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Informe publicitário

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A importânciA e A históriA

dA hidrometriA

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É imperativo o uso da água nas diversas atividades desenvolvidas pelo homem. E a medida que cres-cem as exigências do desenvolvimento humano, é premente a adoção de um conceito integrado por planejamento, gestão e uso dos recursos hídricos, no qual, por meio da conjunção de medidas técnicas, administrativas e legais, busca-se uma resposta efi-caz às necessidades dos povos e às exigências sociais para melhorar a utilização da água. Todavia, tal ge-renciamento só é adequado aos potenciais hídricos disponíveis no Planeta, mediante o conhecimento do comportamento dos rios e dos regimes pluviomé-tricos das bacias hidrográficas, possibilitado por um trabalho de coleta e interpretação de dados, passível de credibilidade.

A hidrometria é a ciência que mede e interpreta es-ses dados e, portanto, indispensável ao planejamento de uso dos recursos hídricos, ao gerenciamento de bacias hidrográficas, à operacionalização do saneamento bási-co, ao abastecimento público e industrial, bem como à navegação, à irrigação, ao transporte, ao meio ambiente e a muitos outros segmentos fundamentais para os uni-versos científico, social e econômico.

Segundo relatos históricos, os primeiros registros sobre hidrometria datam desde a época do império ro-mano, quando da descoberta por Alexandre, de como equacionar as vazões de canais. Estas descobertas fi-

caram esquecidas até que 1500 anos depois foram retomadas as pesquisas e chegando-se a equações e variáveis utilizadas até hoje. Destacaram-se as fases evolutivas dos conhecimentos em hidrometria e a evo-lução mecânica dos aparelhos utilizados para realizar estas medições, dos mais antigos molinetes até ao mo-derno sistema acústico.

Já os primeiros relatos sobre a hidrometria no Brasil datam a partir do final do século XIX, quando foram instaladas as primeiras estações pluviométricas que rea- lizavam medições regulares. Posteriormente foram ins-taladas as estações para controle de níveis e medições de vazões, visando desde aquela época, aproveitar os re-cursos hidráulicos para a produção de energia. Somente a partir do início do século XX, a hidrometria passou a ser realizada de forma mais organizada, evoluindo gra-dativamente em metodologia operacional.

MEDIçõEs E EquIPAMENTOs ACúsTICOsA medição de descarga por equipamentos acústi-cos originou-se através das técnicas utilizadas em oceanografia, em que a medição das velocidades e direção das correntes apresentavam dificuldades ao ser realizada com molinetes, principalmente em grandes profundidades.

A criação da tecnologia Doppler para medir gran-des rios, teve influência também pela dificuldade de

A importânciA e A históriA

dA hidrometriA

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matéria tEma

calibração dos AVMs (Acoustic Velocity Meters), os quais são medidores acústicos utilizados em baias, pois não existiam medidores rápidos o suficiente para realizar a medição antes que as correntes intervies-sem na medição.

O primeiro equipamento acústico que surgiu, era um registrador de velocidade Doppler, o qual media a velo-cidade dos navios através da água ou dos sedimentos depositados no fundo do mar. O primeiro ADCP (Acous-tic Doppler Current Profiler ) foi produzido em meados dos anos 70, sendo este uma adaptação do registrador de velocidade.

O registrador de velocidade foi remodelado para medir com mais precisão a velocidade da água, bem como permitir através da medida de células traçar um perfil da profundidade, nascendo assim, o primeiro ADCP para embarcações.

Em 1982, a empresa Americana RD Instruments pro-duziu seu primeiro ADCP. Este instrumento foi projetado para ser utilizado com o auxílio de baterias, tornando-o autossuficiente em longo.

Foi realizada, em 1982, a primeira medição de vazão utilizando um medidor de vazão acústico Doppler, mas devido às limitações de processamento da época a me-dição teve que ser pós-processada.

O processador de sinal Doppler evoluiu muito ao longo dos anos, devido a grande gama de instrumentos

existentes no mercado. Registrar e processar o sinal pas-sou a ser uma tarefa relativamente usual.

A primeira geração de ADCP usou uma faixa de sinal chamada Narrow-bandwidth, utilizando único-pulso e o método do autocorrelação que computa o primeiro momento do sinal da frequência do Doppler.

MEDIçãO DE DEsCARgA líquIDAA medição de descarga, dentro da hidrometria, é de-finida como o processo empírico que é utilizado para determinar a vazão de um canal ou curso de água. A vazão de um rio é o volume de água que passa por uma determinada seção transversal por uma unidade de tempo.

Existem diversos métodos para se determinar a des-carga líquida de um curso de água. Em alguns casos, não se faz possível na prática, conhecer a descarga de um dado instante, se tornando medições demoradas e caras.

Para Santos et al., na hidrometria, a vazão é dire-tamente associada a uma cota linimétrica. Já segundo Tucci para se conhecer a vazão ao longo do tempo es-tabelecendo-se uma relação, a qual permitirá substituir a medição contínua das descargas por uma medição contínua das cotas.

Segundo Santos et al. , Tucci e Pinto os prin-cipais métodos de medição de vazão são: por ca-pacidade, medição e integração da distribuição da

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Figura 1 : Vazão esperada e métodos recomendados para escoamento livre.

Método / VoluMe (l/s) Até 1 1 a 5 5 a 30 30 a 300 300 a10001000 a5000

Acimade 5000

Volumétrico X X

Flutuador X X X X X X X

Vertedor Triangular X X X

Vertedor Retangular X X X

Calha Parshall X X X X X X X

Molinete X X X X

Traçadores X X X X X X X

Ultra-sônico X X X X

Eletromagnético X X X X

Calha Palmer-Bowlus X X X X X X

velocidade, método acústico, método volumétrico, método químico, uso de dispositivos de geometria regular (vertedores e calhas Parshall) e por outros métodos, como por exemplo, modelo reduzido em laboratório.

Para a escolha do método de medição de vazão, conforme mostrado no quando da Figura 1, deve-se levar em conta os seguintes dados referenciados pela norma NBR 13403/1995, a qual trata das medições em escoamento livre.

MéTODO CONvENCIONAlO método convencional de medição de descarga líqui-da, também conhecido por área-velocidade, consiste em utilizar um molinete hidrométrico para determinar

a velocidade e representar a seção transversal. O mé-todo do molinete possui algumas vantagens da utili-zação, as quais são citadas pela NBR 13403/1995, e dentre as principais tem-se o emprego com precisão

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MOlINETEOs molinetes hidrométricos são instrumentos tradicionais de medida de velocidade de água, para fins de cálculo e de-terminação da vazão (SOUZA, 2005, p.36). Desde que bem aferidos, permitem o determinar a velocidade mediante a medida do tempo necessário para uma hélice dar um cer-to número de rotações (PINTO et al., 1976, p.198), quando colocado no sentido do fluxo da água (TUCCI, 1993, p.505).

Podem ser divididos em dois tipos básicos: Eixo vertical (tipo americano): com conchas, robustas e resistentes, pouco precisas. Eixo horizontal (tipo europeu): com hélices, eixo horizontal, mais preci-so. No caso de utilização de cabos, há necessidade de um lastro para que o mantenha na profundidade desejada e sem ângulo de arrastamento (PINTO et al., 1976, p.198).

para seções grandes ou irregulares e possibilidade de utilização do mesmo equipamento em diversos locais, ou seja, pequenas ou grandes seções.

As suas restrições, conforme a NBR 13403/1995, dependem muito do tipo de fluxo de água, como também da velocidade contínua da corrente de 0,20 m/s e da altura mínima de 30 cm do nível de água.

O molinete não é apropriado para velocidades abaixo de 3 cm/s, nem sob circunstâncias de turbulência extrema. Para isso, existe uma necessidade real de desenvolvimento equipamentos, simples e práticos, para que se possam realizar estas medições. Neste caso, os equipamentos acústicos são recomendados.

Molinete IHFonte: Itaipu Binacional (2007)

Molinete hidrométrico montado com lastroFonte: Itaipu Binacional (2007)

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As técnicas de emprego dos molinetes variam de acordo, principalmente, com as dimensões dos cursos de água. Porém, as medidas são realizadas em diversas profundidades ao longo das verticais. Podem ser ope-rados das seguintes formas:

a. A Vau: são possíveis somente em rios de pequenas profundidades, até 1 m.

b. Embarcações: podem ser fixadas na posição de me-dição por meio de cabo auxiliar (para rios peque-nos), ou por âncoras (para rios muito largos).

c. Cabos aéreos: servem para carregar os molinetes, quando operados da margem, como também levar o operador dentro de uma cabine móvel.

d. Pontes ou Passarelas: não é recomendável, pois a existência de pilares intermediários ou quando se encontra a grandes alturas sobre o nível da água, com largura até 10m .

MéTODO ACúsTICO DOPPlEREste método é fundamentado no efeito Doppler, visando, principalmente, determinar o perfil da ve-locidade da corrente e consequentemente, o cálcu-lo da descarga líquida total. A utilização deste mé-todo permite que se tenha uma maior quantidade de verticais e uma maior quantidade de medidas de

velocidade, no final de cada. Esta técnica de medi-ção por este tipo de equipamento se desenvolveu até o ponto em o que tornou as medições mais rápidas, eficientes e mais seguras. Mas esta facili-dade toda é fruto de uma forte tecnologia aplica-da, porém exige certos cuidados ao se utilizar para evitar distorções e garantir uma boa qualidade dos

Medição a vauFonte: Itaipu Binacional (2007)

Medição com embarcação através de cabo Fonte: Itaipu Binacional (2007)

Medição com Cabos Aéreos Medição Convencional em Pontes.Fonte: USGS (2007).

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dados obtidos nas medições. No Brasil, sua utiliza-ção ainda é muito pequena e basicamente voltada para a medição de vazão. No Brasil ainda não existe nenhum tipo de norma que regulamente as me-dições acústicas com utilização de equipamentos de efeito Doppler. O estudo para elaboração desta norma será efetuado pela ANA (Agência Nacional das Águas) em conjunto com a ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas).

Na Inglaterra, os pesquisadores do Instituto BSI (British Standard Institute) estão elaborando a ISO-CD24578, que trata sobre a padronização das medições de vazão com equipamentos acústicos, considerando os métodos, procedimentos, configu-rações, etc., estabelecidos por fabricantes e tam-bém por hidrotécnicos especializados.

MEDIDOREs ACúsTICOs DE EFEITO DOPPlEROs medidores acústicos Doppler, medem vazão de forma rápida e eficiente. Os equipamentos Doppler foram desenvolvidos primeiramente, para medir cor-rentes sem grandes turbulências e ficavam estáticos no fundo ou presos a uma bóia. Em seguida vieram os sistemas em movimento acoplado a barcos e passa-ram a medir ambientes mais dinâmicos. Os medidores de vazão utilizando o efeito Doppler ficaram conhe-cidos como ADCP por ser o nome dado ao aparelho pelo fabricante que o tornou comercial. No Brasil, por facilidade de se referir ao termo ADCP, estará

subentendendo-se a um aparelho medidor de vazão Doppler genérico.

O ADCP mede a velocidade da água com som, que são ondas de pressão que viajam através de gases lí-quidos e sólidos, e percebidos pelos seres humanos através da vibração destas ondas nos tímpanos e de-pois fazendo a conversão (no fundo dos ouvidos) da energia mecânica em sinais elétricos que são envia-dos ao cérebro onde serão interpretados. A principal característica do ADCP é a sua habilidade em medir o perfil da corrente, pois divide o perfil da velocidade em várias células .

Utilizando o molinete medimos a vazão, atra-vés da medida da velocidade em um plano ima-ginário perpendicular à corrente, em um número de verticais representativas à seção (normalmente entre 20 e 25 verticais).

Computamos as áreas destas verticais e a seguir a vazão de cada uma delas. Com o somatório destas vazões obtemos a vazão total que passa pela seção em um período de tempo. Segundo Gordon (1996, p. 15), cada célula de profundidade é comparada a um único medidor de corrente. Com isso, o perfil da ve-locidade calculada pelo ADCP é igual há uma série de molinetes colocados em uma vertical da seção.

Fontes: Agência Nacional de Águas, Wikipédia, http://www.udc.edu.br/monografia/monocivil6.pdf

ADPs 1500 KHzFonte: Itaipu Binacional (2007)

A esquerda ADPs 500 KHz, a direita ADPs 3000KHzFonte: Itaipu Binacional (2007)

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Exibida pela primeira vez em Brasília como parte das celebrações do Dia Mundial da Água, 22 de março, a exposição “Água na Medida Certa: a História da Hi-drometria no Brasil” recebeu a visita de 17 escolas de Brasília e cidades satélites, sendo 13 públicas e duas de crianças com necessidades especiais. Mais de mil alu-nos visitaram as instalações montadas no Museu da República, em Brasília, entre os dias 22 e 30 de março.

Um dos objetivos da Agência Nacional de Águas com a exposição é despertar o interesse das crianças e jovens em idade escolar, pelo estudo da hidrologia e outras áreas relacionadas à infraestrutura hídrica. As incertezas geradas pelas oscilações do clima e o cres-cimento social e econômico do País apontam para a necessidade de aumentar o número de profissionais qualificados em áreas como medição e monitoramento de rios e eventos críticos.

Com a ajuda de monitores, durante a visita os alunos aprenderam sobre a história da medição de água no mundo, como por exemplo como os antigos

mediam o rio Nilo, no Egito; o uso de satélites; o conceito de hidrometria, um capítulo da hidrologia que mede grandezas como vazões e níveis de rios, lagos e represas, índices pluviométricos e outros pa-râmetros. Além disso, os alunos assistiram a vídeos explicativos e souberam de curiosidades, como o Zouave, uma das quatro estátuas feitas pelo escultor Georges Diebolt, instaladas sobre a Pont d’Alma, no rio Sena, em Paris, que já serviu de parâmetro para medir a altura do Sena. As crianças também pude-ram conhecer e ver de perto vários equipamentos.

Paralelamente, também foi lançada uma cartilha com informações sobre o ciclo hidrológico, bacias hi-drográficas, oferta e escassez de água, utilização, por-que e como medir a vazão de um rio. Para acessá-la o link é http://arquivos.ana.gov.br/institucional/sge/CEDOC/Catalogo/2012/AguaNaMedidaCerta.pdf

(*) Informações e imagens cedidas pela assessoria de comu-nicação da ANA.

ANA PROMOvEu A ExPOsIçãO “ÁguA NA MEDIDA CERTA”

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EntrEVista

“O sANEAMENTO EsTÁ NA PIOR CONDIçãO DA NOssA INFRAEsTRuTuRA”

Joaquim Carvalho Motta Júnior é

graduado em Engenharia Elétrica

pela Fundação Educacional de

Barretos. É presidente do Grupo TCM, com

atuação, desde 1992, na prestação de

serviços de leitura e entrega de contas de água, gás e energia.

E também preside a Brasil Medição -

Associação Brasileira das Empresas de Medição e Faturamento.

Em consonância como o tema desta edição, a Saneas entrevistou o presidente da Brasil Medição - Associação Brasileira das Empresas de Medição e Faturamento, que é expositor da Fenasan 2012.

saneas: Quando a brasil Medição foi funda-da, qual seu objetivo, missão, visão, principais desafios e como se prepara para ampliar sua atuação em nível nacional?Joaquim carvalho Motta Júnior: A Brasil Medição foi fundada em maio de 2007, com o objetivo de reunir as empresas que atuam na prestação de servi-ços de leitura de medidores e entrega de contas em nível nacional. Nossa Missão é congregar o mercado de serviços a fim de garantir a contínua evolução do setor. Nossa Visão é buscar continuamente a evolu-ção tecnológica, com foco na melhoria dos serviços prestados. Nossos principais desafios são: oferecer às companhias de saneamento, energia e gás, serviços de qualidade e gestão produtiva, a fim de contribuir para evolução dos sistemas de informatização dos serviços de leitura de medidores e entregas de contas de consumo, além de ser a entidade representativa de nossos associados em todas as esferas de governo, buscando contribuir para uma justa inserção de nos-sas competências ao portifólio de serviços públicos e privados dos setores representados. E nossa contínua evolução passa pelo processo de ampliação de nossa atuação, o que fazemos a partir do mapeamento dos mais de 5.000 municípios que compõem a federação, com a finalidade de permitir o avanço das empresas associadas na atuação territorial.

saneas: Qual foi o impacto e como a entidade está se posicionando e buscando a adequação de seus serviços, em parceria com as empresas, o que vem em razão da defesa do monopólio dos correios? Joaquim carvalho Motta Júnior: Como forma de combater o absurdo jurídico instaurado pelos Correios, além de participarmos do embate jurídi-co em cada ação promovida pela empresa pública, o que nos vangloriamos de ter obtido 100% de re-sultado produtivo para as empresas do setor. Uma vez que o Correio não venceu nenhuma demanda

promovida contra diversas empresas o que vem nos permitindo êxito inclusive nas demandas de 2ª instância, onde inclusive há condenação dos Correios pela impossibilidade jurídica da alegação, de que os serviços promovidos pelas empresas as-sociadas a Brasil Medição não ferem qualquer as-pecto o Monopólio Público.

Além da atuação nas ações individuais nossa associação produziu, com a participação do no-bre doutrinador Marçal Justen Filho, o parecer jurídico que embasa de forma contundente a inexistência de qualquer afrontamento à legis-lação federal a execução dos serviços terceiriza-dos de leitura de medidores.

Isto por que a atividade exercida pelas empre-sas associadas não é mera entrega de contas e sim trata-se de um conglomerado de atividades que se inicia com a leitura dos medidores englobando todo o atendimento ao consumidor final, garan-tindo a execução de um complexo de atividades que aprimora permanentemente a qualidade dos serviços prestados e entregues à população con-sumidora de água, energia e gás.

Não menos importante, promovemos work- shops em que aproximamos as companhias públi-cas das empresas de serviços, com a intenção de aprimorar os processos de parcerias e garantir aos contratantes o total conhecimento da realidade da questão do Monopólio, buscando tranquilizar as companhias contratantes, de que a terceiriza-ção das atividades realizadas pelas empresas da nossa associação estão em perfeita sintonia com a legalidade, isonomia e principalmente com a eficiência, questão fundamental para a melhoria das atividades. Exemplo de nosso empenho foi o último evento que realizamos no espaço Vila Noah, em outubro de 2010, onde estiveram pre-sentes, juristas, técnicos e diversas companhias públicas de saneamento, cujo foco foi a amplia-ção de conhecimentos e a troca de experiências.

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EntrEVista

saneas: em contexto nacional, como essa Associa-ção avalia a relação entre a qualificação dos servi-ços, a confiabilidade da medição e o atendimento satisfatório à sociedade?Joaquim carvalho Motta Júnior: O principal elemen-to de avaliação não poderia deixar de ser o crescimen-to do setor, que vem alavancando níveis extraordiná-rios de aumento de área de atuação e da implantação tecnológica na execução das atividades, o que resulta na permanente qualificação dos serviços, por sua vez permitindo uma medição adequada dos níveis de con-fiabilidade. O que também é observado através da atu-ação desta associação na avaliação constante da pro-dutividade das empresas associadas, nos mais diversos contratos em várias regiões do país.

saneas: em sua área de atuação, a entidade tem participado nas avaliações técnicas dos procedi-mentos de corte e religação de consumo, substi-tuição de hidrômetros e programas de redução de perda de receita na micromedição?Joaquim carvalho Motta Júnior: As empresas que compõe o setor atuam no denominado setor de multi- serviços, o que nos permite a execução de atividades

que vão muito além de leitura de medidores, passando por certo pelo corte e religação de consumo, substitui-ção de hidrômetros. Além da forte atuação nos pro-cessos de diminuição de perdas, questão essa de suma importância para as companhias, uma vez que muitas destas empresas públicas sofrem com altos índices de perda, seja pelo furto de água ou pelo excesso de vaza-mentos na rede. O que torna fundamental as ativida-des correlatas executadas pelas empresas do setor que aplicam, inclusive, diversas ações técnicas por métodos não destrutíveis garantindo eficiência, rapidez e redu-ção de custos na efetivação dos trabalhos.

saneas: No parecer da entidade, as medições de serviços têm credibilidade com referência à exati-dão sobre as receitas cobradas? Que fatores con-tribuem para esse resultado? Que sugestões para a melhoria da eficiência da medição poderiam ser fornecidas para as concessionárias?Joaquim carvalho Motta Júnior: É importante sa-lientar que, via de regra, as empresas do setor não tem ingerência sobre a gestão do sistema que define as tarifas que resulta nas receitas cobradas. As empresas tem sua atividade restrita no que tange às questões

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EntrEVista

tarifárias, uma vez que o sistema informatizado é que controla os hidrômetros. O que decorre das leituras executadas são em maioria criados, mantidos, gestio-nados e controlados pelas companhias de saneamento. Há exceção quando as empresas fornecem o sistema, mas, ainda assim, não tem controle e nem autonomia sobre o conteúdo que são controlados exclusivamente pela empresa contratante. Não cabe sequer as empre-sas do setor interferirem na roteirização das leituras e no carregamento dos equipamentos de medição.

saneas: Na opinião da entidade, os equipamentos nacionais contam com inovações para atender a demanda do setor de saneamento, haja vista o cres-cimento do parque de medidores e a necessidade de equipamentos com maior tempo de vida útil?Joaquim carvalho Motta Júnior: Em recente pesqui-sa, verificamos que os equipamentos utilizados pelas empresas que executam a leitura mantêm níveis ade-quados de inovação, capacidade operativa e vida útil, adequados as necessidades do setor.

saneas: A expansão do setor de saneamento justi-fica a busca de fornecedores em outros países, em razão do volume de recursos públicos e privados disponíveis para ampliação e melhoria da gestão da micromedição?Joaquim carvalho Motta Júnior: O mercado interno conta com elevado número de empresas que fazem in-vestimentos robustos na intenção de garantir o atendi-mento da demanda nacional, com plena capacidade de contribuir para melhoria da gestão de micromedição.

saneas: Atualmente, a informatização na operacio-nalização dos serviços de apuração de consumo de água e seu monitoramento – telemedição, medição remota, etc, impactam de alguma forma as presta-doras de serviço de medição? As empresas associa-das estão preparadas para um passo de inovação do setor? estariam dispostas a participarem ativa-mente e quais seriam as inovações para melhorias? Joaquim carvalho Motta Júnior: As empresas do se-tor há anos se preparam para o que chamamos de nova leitura, ou seja, as mais diversas metodologias de inova-ção dos sistemas de apuração de consumo. O que per-mite e garante a participação das empresas neste novo mercado que se apresenta pela necessidade de imputar melhorias no setor.

saneas: A entidade e suas associadas estão sujeitas a alguma regulação específica afora as Agências reguladoras do setor de saneamento e energia? existe um processo de auto-regulação e código de ética que indique um automonitoramento das funções da entidade e suas associadas?Joaquim carvalho Motta Júnior: Nossa entidade vem trabalhando para implantação de meios de regu-lação, a fim de garantir a ética profissional sem inter-ferir na gestão empresarial.

saneas: De que forma se dá a integração das em-presas prestadoras de serviços de leitura de medi-dores de consumo de água e as concessionárias de saneamento?Joaquim carvalho Motta Júnior: Existe um empenho frequente desta associação em aproximar os contra-tantes das futuras empresas contratadas. Fazemos isto sem buscar privilégios ou mesmo intervir nas regras de ordem legal, assim a promoção de eventos como a par-ticipação na FENASAN, são métodos de aproximação e integração dos setores contratantes com as empresas prestadoras de serviços.

saneas: Quais as expectativas da entidade para os próximos 30 anos? como se prepara para atuar e cumprir seu compromisso com a sociedade?Joaquim carvalho Motta Júnior: Nossa expectativa é que o Brasil ratifique sua condição de potência eco-nômica, galgando, ao longo do tempo, posição privile-giada entre as potências mundiais.

Dessa forma, permitirá a alavancagem do cresci-mento interno, fomentando a economia e garantindo assim o crescimento dos setores produtivos nos quais incluem as empresas representadas por nossa entida-de, permitindo que nossos serviços possam abranger o maior número de municípios brasileiros possíveis.

Também possibilitará a expansão deste mercado, fazendo com que tenhamos cumprido com o compro-misso de participar da melhoria da qualidade de vida dos brasileiros. Uma vez que o crescimento de nossa atividade pressupõe o aumento dos níveis de sanea-mento básico ao maior número de habitantes deste país, o crescimento dos processos de saneamento bá-sico e fornecimento de água adequados ao consumo expandido para todo o Brasil, permitirá a alavancagem existencial dos contratos de apuração de consumo.

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NORMA TéCNICA sAbEsP 281quEbRANDO PARADIgMAs NA subMEDIçãO DE HIDRÔMETROs

1. INTRODuçãOAs empresas de saneamento do Brasil têm di-recionado grandes investimentos nos progra-mas de redução de perdas de água. Essas perdas atingem valores médios de quase 40%, sendo quase metade produzida pelas perdas aparen-tes (não físicas). Pode-se considerar que a maior parcela das perdas aparentes deva-se a subme-dição do parque de hidrômetros. Assim tornam- se prioritárias as ações no sentido de reduzir a submedição dos hidrômetros, resultante signifi-cativamente pelo desgaste de seus componentes, podendo assim ser reduzida por meio de sua troca preventiva (adequação).

Os recursos anuais destinados pelas empresas para troca preventiva de hidrômetros são limita-dos. O estabelecimento de uma demanda de troca do hidrômetro ao invés da troca incondicional dá ao responsável por essa ação a possibilidade de fazer a gestão do parque de hidrômetros (estra-tégia de ação que gere os melhores resultados) e dessa maneira estabelecer uma prioridade de tro-ca, analisando as questões de custo benefício da adequação.

A Sabesp utilizava desde 2003 a Norma Técni-ca Sabesp – NTS 181: Dimensionamento de ramal

predial de água e do hidrômetro, para estabelecer os critérios de adequação do hidrômetro instala-do, com base apenas no consumo médio mensal e limites de consumo mínimo e máximo padro-nizados.

Atualmente temos cenários mais inovadores do ponto de vista da gestão de consumo pelos clientes, das tecnologias dos aparelhos hidráuli-cos, das tecnologias de hidrômetros e mudanças significativas no perfil de consumo dos clientes, necessitando novas metodologias de prospecção da demanda e dos redimensionamentos.

Algumas Unidades de Negócio da Sabesp vêm estudando novos critérios de troca que tem apresentado resultados importantes na recuperação do volume medido. Aliado a esse fato o desenvolvimento tecnológico desses instrumentos de medição impulsionou o De-partamento de Normalização e Acervo Técnico da Sabesp a coordenar o trabalho de revisão da NTS 181. O trabalho foi elaborado por técnicos representando unidades da Diretoria Metro-politana e de Sistemas Regionais da Sabesp e resultou na NTS 281 - Critérios para Gestão de Hidrômetros (exceto 1ª ligação).

Foi constituído um grupo de trabalho para

por cÍcEro FErrEira Batista, BEnEmar moVikawa tariFa, rEinaldo putVinskis E marco aurélio lima BarBosa

artigo técnico

A troca preventiva de hidrômetros para redução da submedição é prática nas empresas de saneamento há dezenas de anos. É usual que os critérios para verificar essa necessidade sejam o tempo de instalação do hidrômetro e sua totalização. A Sabesp vem adotando uma análise sistêmica para essa questão. Essa análise, denominada gestão do parque de hidrômetros, permite estabelecer uma demanda para troca de hidrômetros e não simplesmente sua troca incondicional.O presente trabalho apresenta de forma resumida o conteúdo da Norma Técnica Sabesp – NTS 281 Crité-rios para Gestão de Hidrômetros (exceto 1ª ligação), editada em novembro de 2011. A ênfase é dada nos diversos critérios técnicos estabelecidos para definir a demanda de troca, o redimensionamento do hidrô-metro, e em algumas conceituações necessárias para o seu entendimento.

CíCEro FErrEirA BATisTA

Engenheiro na Divisão de Controle

de Perdas da Unidade de Negócio

Metropolitana Centro da sabesp

BENEMAr MovikAwA TAriFA

Gerente do Departamento de Desenvolvimento operacional e de

Medidores da sabesp

rEiNAlDo PUTviNskisEngenheiro do

Departamento de Normalização e

Acervo Técnico da sabesp

MArCo AUrÉlio liMA BArBosAEngenheiro do

Departamento de Normalização e

Acervo Técnico da sabesp

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19SaneaS Maio / Junho / Julho | 2012

efetuar as simulações, cálculos e estudos, composto pelos seguintes técnicos: Benemar Movikawa Tari-fa, Cícero Ferreira Batista, Claudio Cabral Caraúba, Claudio Fusuma, Luiz Henrique Gomes, Marco Au-rélio Lima Barbosa, Paulo Sérgio Padilha, Reinaldo Putvinskis e Walter Antonio Orsatti.

A NTS 181 permanece vigente, entretanto está di-recionada apenas para dimensionamento da primeira ligação, devendo entrar em revisão nos próximos meses.

Essa Norma considera todas as macro variáveis envolvidas nesse cenário complexo e assim representa uma quebra do paradigma anterior de serem conside-radas apenas as variáveis tempo de instalação e totali-zação do hidrômetro.

As principais inovações apresentadas pela NTS 281 são:- Permitir uma flexibilidade para definir faixas de Li-mite Superior e Inferior no critério de definição de de-manda, em função do maior ou menor conhecimento técnico do parque de hidrômetro de cada setor, defi-nindo as faixas padrão e gestão. - Estabelecer uma demanda de troca que permita ao gestor definir a priorização para a troca, em função de três critérios para estabelecimento da demanda de troca:

■ Limites Superior e Inferior de consumo, conside-rando as faixas padrão e gestão.

■ Submedição. ■ Fator de Troca.

- Apresentação de quatro critérios para redimensiona-mento do hidrômetro a ser adequado:

■ Metodologia para pequena capacidade. ■ Metodologia estatística (hidrômetro de grande ca-

pacidade). ■ Limites de consumos tabelados. ■ Modelagem matemática (hidrômetro de grande

capacidade).

A Norma Técnica Sabesp 281 é suportada pelo apli-cativo institucional da Sabesp: SGH – Sistema de Ges-tão de Hidrômetros.

2. ObjETIvOApresentar as ferramentas para gestão de um parque de hidrômetros da Sabesp, descritos na NTS 281, visan-do sua disseminação.

3. METODOlOgIA3.1 Critérios para definir a demanda de troca.

Os critérios descritos nos itens 3.1.1 e 3.1.2 po-dem ser adotados separadamente e sua escolha fica a critério do gestor. Esses critérios podem indicar que o hidrômetro em estudo pode permanecer sem subs-tituição, que deve ser incluso num grupo de hidrôme-tros em demanda de troca ou ainda que sua troca deva ocorrer imediatamente.

O item 3.1.2 mostra um critério para definir priori-zação para a demanda de troca.

3.1.1 Critério pelos limites superior e inferior de consumo

O consumo médio (m3/mês) do cliente, calcula-do num período mínimo de seis meses de consumo efetivo (sequencial ou não), preferencialmente de 12 meses, deve ser comparado às faixas que podem ser do tipo padrão ou gestão, cujos valores são ta-belados em função da vazão nominal do hidrôme-tro em estudo.

A unidade que não possui estudos técnicos de seus hidrômetros e das características específicas do setor de consumo deve adotar a faixa padrão que é mais conservadora.

A unidade que estuda tecnicamente seus hidrôme-tros pode adotar uma das 10 faixas de gestão e à me-dida que esse conhecimento é aprofundado a faixa de gestão adotada pode mudar para faixas menos conser-vadoras com maior amplitude que permitem postergar a indicação de demanda ou troca do(s) hidrômetro(s) em estudo.

As faixas padrão ou de gestão são definidas por li-mites de consumo mensal inferior e superior.

Define-se também limite de consumo inferior mí-nimo e máximo.

Os parâmetros citados anteriormente indicarão uma das três ações sobre o(s) hidrômetro(s) em estudo:

■ Permanecer sem substituição. ■ Ser inserido no grupo de demanda de troca. ■ Ser inserido no grupo de troca incondicional.

3.1.2 Critério da submediçãoPor meio do aplicativo institucional SGH de-

termina-se a listagem em ordem decrescente dos

artigo técnico

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volumes submetidos. Esse critério não determina que o(s) hidrômetro(s) devam ser trocados, mas in-dica a prioridade de troca. O critério não considera apenas a submedição em porcentagem, mas asso-cia essa porcentagem ao volume submedido sendo, portanto sua abordagem mais significativa em ter-mos de resultado.

3.1.3 Fator de Troca (FT)O conceito associado a esse critério refere-se aná-

lise conjunta do tempo de instalação do hidrômetro e seu volume medido. O fator de troca é obtido pelo produto entre o coeficiente de idade e de totalização do hidrômetro, coeficientes obtidos pelos dados do hi-drômetro em estudo com valores referenciais. O fator de troca deve ser comparado com os limites do anexo C da NTS281 apresentado na tabela 1. Esse fator pode indicar:

O fator de troca indica uma das três ações sobre o(s) hidrômetro(s) em estudo:

■ Permanecer sem substituição quando abaixo da faixa do anexo C

■ Ser inserido no grupo de demanda de troca quando dentro da faixa do anexo C

■ Ser inserido no grupo de troca incondicional quan-do acima da faixa do anexo C

Esse critério adota o conceito de que um hidrô-metro pode estar instalado há muito tempo, mas com pouca utilização (baixa totalização) ou instala-do há pouco tempo, mas com muita utilização (alta totalização). Assim utilizar os critérios de totaliza-ção ou idade de instalação separadamente, que é comum em empresas de saneamento, pode levar a trocas desnecessárias.

3.2 Critérios para redimensionamento do hidrômetro instalado

Para o redimensionamento são necessárias as se-guintes informações:

■ comerciais, ou ■ dados obtidos em campo, ou ■ estudo do perfil de consumo do imóvel com insta-

lação de um equipamento armazenador de dados (Data Logger), ou

■ modelagem matemática.A utilização de mais de uma das informações cita-

das aumenta a eficiência do redimensionamento, en-tretanto deve ser avaliado o custo e o retorno.

Caso a decisão seja pela troca, conforme definido no item 3.1, o redimensionamento do novo hidrô-metro deve ser efetuado, seguindo a ordem prefe-rencial de 3.2.1 a 3.2.3.

artigo técnico

tabela 1 - Valores do anexo c da nts 281Critério para definição de demanda na troca de hidrômetro

Cod CPH Qnom Qmáxtotalização referencial

Idade referencial

FAtor de troCA

(Min e Max)

M3/H M³/H M3 ANOS

Y 0 0,75 1,5 4.320 8 0,5 A 1,5

A 1 1,5 3 8.640 8 0,5 A 1,5

B 2 2,5 5 14.400 5 0,5 A 1,5

C 3 3,5 7 20.160 5 0,5 A 1,5

D 4 5 10 28.800 5 0,5 A 1,5

E 5 10 20 57.600 5 0,5 A 1,5

F 6 15 30 86.400 5 0,5 A 1,5

G 7 15 300 129.600 3 0,6 A 1,5

J 8 30 1.100 259.200 3 0,6 A 1,4

K 9 50 1.800 432.000 3 0,6 A 1,4

L 10 150 4.000 1.296.000 2 0,8 A 1,2

M 11 250 6.500 3.240.000 2 0,8 A 1,2

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3.2.1 Metodologia para pequena capacidadeNa utilização do SGH para hidrômetros de pe-

quena capacidade, este indicará o hidrômetro ade-quado à faixa de consumo do cliente. Quando o SGH não estiver disponível utilizar o anexo B da NTS 281, o redimensionamento será feito confor-me anexo I.

3.2.2 Metodologia estatística ou metodologia para grandes capacidades

Para redimensionamento de hidrômetros de gran-de capacidade, o SGH apresenta duas metodologias: Metodologia estatística e metodologia do SGH.

A metodologia estatística define o consumo esta-tístico (m3/mês) com sendo a soma a média de con-sumo real observados em um período, consecutivo ou não, de no mínimo seis meses, com seu respectivo des-vio padrão.

Esse valor é transformado em vazão horária e após consulta ao anexo E da NTS 281 verifica-se qual capa-cidade de hidrômetro é indicada para a troca.

A metodologia do SGH permite ao gestor a escolha de dois critérios para o redimensionamento:

■ Utilização do anexo B da NTS 281, podendo ser ajustada quando da existência do perfil de consu-mo atualizado.

■ Utilização do perfil de consumo específica per-mitindo simulação que defina o hidrômetro mais adequado.

3.2.3 limites de consumo tabeladosPara o redimensionamento do novo hidrômetro,

utilizar a média de consumo real observados em um período, consecutivo ou não, de no mínimo seis meses.

Esta média de consumo real deve ser comparada com os limites de consumo, superior (LSC) ou inferior (LIC), constantes no anexo B da NTS 281 e indicados na tabela 2, escolhendo o hidrômetro de menor capacida-de entre os possíveis.

Esta metodologia (anexo B) só deve ser utilizada quando o SGH não estiver disponível.

4. EsTuDO DE CAsOPara esse estudo de caso o gestor decidiu utilizar o critério de Fator de Troca (item 3.1.3) para verificar a necessidade de troca do hidrômetro e em caso positivo

vai adotar o critério de Limites Tabelados (item 3.2.3) de consumo para redimensionamento de troca.

Considera-se um hidrômetro com as seguintes ca-racterísticas:

■ Totalização: 22.500 m3 ■ Idade do hidrômetro: 4 anos (instalado no período

de 2007 a 2011) ■ Capacidade (Qmáx) = 5 m3/h

Com base na capacidade do hidrômetro e consul-tando o anexo C, têm–se:

Totalização referencial = 14.400 m3Idade referencial = 5 anos

22.50014.400=1,562545=0,80

Determina–se o Fator de Troca (FT): FT = CT x CI = 1,5625 x 0,80 = 1,25

Comparando o Fator de Troca (FT) com os limites mínimo e máximo da tabela no anexo C, indica que o hidrômetro se encontra na faixa de demanda (0,5 a 1,5) como potencial de troca.

Supõe–se que o referido hidrômetro foi selecio-nado para troca e que o consumo mensal recente é apresentado na tabela 3.

Adotando-se o período dos últimos seis meses de

artigo técnico

tabela 2 - valores do anexo B – nts 281

Cod CPH Qmáx unidQnom lsC lIC

m3/h m3/mês m3/mês

Y 0 1,5 M3/H 0,75 180 2,9

A 1 3 M3/H 1,5 360 2,9

B 2 5 M3/H 2,5 900 9,0

C 3 7 M3/H 3,5 1260 12,6

D 4 10 M3/H 5 1800 18,0

E 5 20 M3/H 10 3600 36,0

F 6 30 M3/H 15 5400 54,0

G 7 300 M3/D 15 5400 32,4

J 8 1100 M3/D 30 10800 86,4

K 9 1800 M3/D 50 18000 129,6

L 10 4000 M3/D 150 54000 324,0

M 11 6500 M3/D 250 90000 540,0

M 11 250 6.500 3.240.000 2 0,8 A 1,2

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22 SaneaS Maio / Junho / Julho | 2012

consumo efetivo, o consumo médio mensal seria de 287 m3.

Consulta-se a tabela do anexo B da NTS 281 nas colunas que indicam os limites superior e inferior de consumo. São selecionados os hidrômetros de Qmáx de 5,0; 3,0 e 1,5 m3.

Atendendo a orientação de adotar-se o hidrômetro de menor capacidade entre os eleitos, o hidrômetro a ser instalado deve ser de Qmáx 1,5.

5. CONClusãOO interesse e investimento das empresas de saneamen-to com a redução das perdas aparentes de água tem dado destaque ao combate na submedição dos micro-medidores.

Diversas Unidades de Negócio da Sabesp vem apri-morando seus conhecimentos técnicos nesses estudos e adotando metodologias para adequação de hidrô-metros e para seu redimensionamento que tem dado resultados empresariais bastantes interessantes.

A padronização e normalização corporativa dessas metodologias devem disseminar as boas práticas ado-tadas regionalmente expandindo assim os resultados obtidos de maneira corporativa.

As normas são instrumentos dinâmicos e, por-tanto devem ser constantemente analisadas e revi-sadas. A adoção da NTS 281 deve trazer experiências e resultados que devem ser utilizados para futuras revisões desse documento, buscando maior eficiên-cia em seus resultados.

6. REFERÊNCIAsNILSEN, JN, TREVISAN, J. BONATO, A., SAQUETA, MAC (2003) Medição de Água - Estratégias e Experimenta-ções. Curitiba: Sanepar. 2003.TSUTIYA, M.T. Abastecimento de Água. Departamento de Engenharia Hidráulica e Sanitária da Escola Politéc-nica da Universidade de São Paulo. 2ª Edição. 2005.BATISTA, CF, MENDONÇA, JC Jr. Lowering under mete-ring of a meter park practical tools for resizing. Cape Town: Water Loss 2009.BATISTA CF, MENDONÇA, JC Jr., MARIA, CA, GOMES, LH, VICENTE, SM. Novas Metodologias de Redimensiona-mento de Hidrômetro e os Impactos na Redução das Perdas Aparentes. Recife: 25º Congresso Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental. 2009.COELHO, A.C. Micomedição em Sistemas de Abaste-cimento de Água/Adalberto Cavalcanti Coelho, João Pessoa. 2009.BATISTA, CF, MENDONÇA, JC Jr., Sustentabilidade Em-presarial na Politica e Troca de Hidrômetros. Revista Metering América Latina, 2ª Edição 2009.SABESP. NTS 281. Critérios para gestão de hidrômetros (exceto 1ª ligação) - novembro 2011. – www.sabesp.com.br – fornecedores – Normas Técnicas.SABESP. NTS 181. Dimensionamento de ramal predial de água e do hidrômetro – Primeira ligação – revisão 2 – novembro 2011. www.sabesp.com.br – fornecedores – Normas Técnicas.

artigo técnico

tabela 3 – consumo mensal de um hidrômetro hipotético Período Consumo mensal (mv)

Janeiro/2011 310

Fevereiro/2011 120*

Março/2011 290

Abril/2011 270

Maio/2011 290

Junho/2011 300

Julho/2011 260

*Baixa de consumo, portanto desconsiderado como consumo efetivo.

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23SaneaS Maio / Junho / Julho | 2012

MElHORIA DA MEDIçãO DE ÁguA NOs gRANDEs HIDRÔMETROspor luiz ErnEsto suman, Hugo cHisca Junior E luiz sHintatE

É fato conhecido que, numa Empresa de Saneamento, o segmento dos grandes hidrômetros é quantita-tivamente minoritário, representando aproximadamente 1% dos medidores instalados em seu parque de medidores, ou seja, apenas 1.000 em cada 100.000 ligações apresentam hidrômetros de grandes capaci-dades (Hd-GC). Na maioria das Empresas de Saneamento, fazem parte desse segmento de Hd-GC todos os hidrômetros com vazão nominal superior a 1,5m³/h, sendo muito mencionado o seu impacto na medição, na faixa de 25% a 30% do total de volume micro-medido. Como se pode perceber, trata-se de uma quantidade relativamente pequena de hidrômetros, porém apre-sentando características técnicas e metrológicas bastante diversificadas, um faturamento global bastante significativo e um grande faturamento unitário médio, merecendo um tratamento diferenciado, que con-sidere o tamanho do hidrômetro aplicado em cada ligação de água. Dentro desse contexto, neste trabalho foram incluídos os seguintes tópicos:

■ Glossário dos principais termos técnicos utilizados. ■ Elementos de manutenção para hidrômetros de grande capacidade. ■ Adequabilidade dos grandes hidrômetros em uso na rede. ■ Dimensionamento de grandes hidrômetros. ■ Fila de priorização para manutenção. ■ Operacionalização do plano de manutenção.

Em síntese, este trabalho busca enfocar a melhor maneira de se obter uma significativa melhoria da medição de água no segmento de Hidrômetros de Grandes Capacidades (Hd-GC), fornecendo diretrizes para possibilitar a implementação de um Plano de Manutenção de Hidrômetros bastante criterioso, que considera a relação custo-benefício e o respectivo tamanho do medidor aplicado em cada ligação de água.

lUiz ErNEsTo sUMAN

Atua há mais de 35 anos nas

áreas de operação e manutenção de sistemas de

abastecimento de água e esgotos.

É responsável pela direção

dos contratos de operação da

BBl Engenharia, Construção e

Comércio ltda.

INTRODuçãOÉ fato conhecido que, numa Empresa de Sane-amento, o segmento dos grandes hidrômetros é quantitativamente minoritário, representando aproximadamente 1% dos medidores instalados em seu parque de medidores, ou seja, apenas 1.000 em cada 100.000 ligações apresentam hi-drômetros de grandes capacidades (Hd-GC).

Na maioria das Empresas de Saneamento, fa-zem parte desse segmento de grandes hidrômetros todos os hidrômetros com vazão nominal superior a 1,5m³/h, sendo muito mencionada sua importân-cia, uma vez que, mesmo representado por apenas

1% dos medidores, costuma responder pela medi-ção de um volume significativo de água, na faixa de 25% a 30% do total de volume micro-medido, com uma fatia de faturamento em geral ainda maior, por conta da maior incidência das categorias de uso não-residenciais e respectivos escalonamentos tarifários em função do consumo.

Como se pode perceber, trata-se de uma quantidade relativamente pequena de hidrôme-tros, porém apresentando características técni-cas e metrológicas bastante diversificadas, um faturamento global bastante significativo e um grande faturamento unitário médio, o que tor-

artigo técnico

HUGo CHisCA JUNiorCom 30 anos de

experiência nas áreas de planejamento,

projetos e gerenciamento de obras de sistemas

de abastecimento de água e de esgotos,

é o responsável pela direção dos contratos

de engenharia da área de saneamento da BBl Engenharia,

Construção e Comércio ltda.

lUiz sHiNTATE23 anos de

experiência na área de hidrômetros,

dos quais 15 anos como Gerente do Departamento de

Medidores da sABEsP.

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24 SaneaS Maio / Junho / Julho | 2012

na altamente recomendável que a manutenção dos hidrômetros desse segmento seja tratada de forma “individualizada”, com maior ênfase para os medidores maiores, onde a introdução da tecnologia de monito-ramento via tele-medição é uma providência das mais importantes.

Na verdade, essa segmentação adotada - segmen-to de Hidrômetros de Grandes Capacidades - “Hd-GC” (em contrapartida ao segmento de Hidrômetros de Pe-quenas Capacidades - “Hd-PC”) - representa uma sim-ples racionalização do método de trabalho.

Mesmo assim, tal segmentação vem a facilitar uma focalização mais adequada do ponto de vista custo-benefício, levando em conta os tamanhos dos hidrômetros aplicados. Nesse contexto, fica mais fácil descrever os objetivos desse trabalho, quais sejam:

■ Apresentar um Glossário dos principais termos téc-nicos utilizados;

■ Focalizar os elementos de manutenção para gran-des hidrômetros;

■ Apresentar os critérios para verificar a adequabili-dade dos hidrômetros em uso na rede;

■ Apresentar os critérios para dimensionar os hidrô-metros a serem substituídos na ligação;

■ Apresentar os critérios para criar uma “fila” de priorização para manutenção;

■ Propor diretrizes para operacionalização do Plano de Manutenção.

Assim sendo, em síntese, este trabalho buscará delinear as bases para a elaboração de um Plano de Manutenção para grandes hidrômetros, que acre-ditamos ser a peça fundamental para a melhoria de medição de água desse segmento.

MATERIAIs E MéTODOsMetodologia Utilizada: Para elaborar esse trabalho, foi utilizada a seguinte metodologia:

■ Consulta à bibliografia existente; ■ Avaliação de mais de 5.000 perfis de consumo de

Hidrômetros de Grande Capacidade realizados pe-los autores em diversas empresas;

■ Discussão com técnicos de diversas Empresas de Saneamento, notadamente aqueles com vivência e experiência na área de Engenharia de Hidrometria;

■ Observação das principais lacunas ou “problemas” relacionados com esse tema;

■ Preparação de “Plano de Manutenção”; ■ Acompanhamento pós-implantação de “Plano de

Manutenção”; ■ Análise e revisão dos pontos inconsistentes ou ine-

ficientes.

glOssÁRIO 1. empresa de saneamento – Nome genérico adota-

do neste trabalho para: Companhia de Saneamen-to Básico e Ambiental Estadual, Serviço Autônomo de Água e Esgoto Municipal e Concessionária de Saneamento Básico e Ambiental.

2. Manutenção corretiva – trata-se da manutenção motivada por ocorrência de falha funcional crítica em hidrômetros.

3. Manutenção Preventiva – trata-se da manuten-ção motivada por situação temporal ou operacio-nal, onde se configura uma elevada taxa de risco potencial de mau funcionamento ou até de falha funcional grave no hidrômetro.

4. Inadequação do medidor – situação de funciona-mento do hidrômetro, que estaria operando numa faixa de característica técnica ou metrológica ina-dequada.

5. volume registrado – trata-se do volume total acumulado, que se encontra indicado no mostra-dor do hidrômetro.

6. tempo ou Idade na rede – trata-se do tempo to-tal de permanência do hidrômetro na rede de abas-tecimento público de água, desde a sua instalação.

7. hidrômetro – medidor de vazão de água destinado a indicar o volume total acumulado da água con-sumida pelo cliente da Empresa de Saneamento.

8. hidrômetro de grande capacidade – às vezes denominado de “macro-hidrômetro”, trata-se de medidor para ligação de maior calibre (tubulações de diâmetros maiores ou iguais a DN 20mm), com medidor variando geralmente desde o tamanho “B” (Qn=2,5m³/h e DN 20mm) ao tamanho “M” (Qn=250m³/h e DN 200mm).

9. Pontuação do hidrômetro (Ph) – Valor numérico inteiro associado ao tamanho do hidrômetro, apresen-tando uma proporcionalidade com o consumo médio mensal típico da ligação, a fim de estabelecer uma base

artigo técnico

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numérica para facilitar a priorização de manutenção.10. Peso da modalidade (Pm) – Valor numérico in-

teiro associado ao tipo de manutenção em que se enquadraria o medidor, apresentando uma certa proporcionalidade com a respectiva gravidade da ocorrência.

11. Fator de incremento temporal (Fi) - Trata-se de um fator definido para representar a tendência de agravamento do problema com o passar do tempo, ou seja - com um eventual período de tempo de atraso (T) na realização de uma intervenção que deveria ter sido realizada em decorrência dos pa-râmetros de manutenção anteriores, mas que, por alguma contingência, deixou de ser realizada.

12. Nível de Prioridade (NPt) – Valor numérico in-teiro definido em função da Pontuação do hidrô-metro (Ph), do Peso da modalidade de manutenção (Pm) e do Fator de incremento temporal (Fi) para facilitar a priorização da intervenção de manuten-ção, apresentando uma certa proporcionalidade com seu potencial de impacto financeiro, ou seja, os maiores números estarão relacionados com os maiores impactos financeiros, devendo apresentar maior prioridade, sendo os primeiros na fila das in-tervenções de manutenção a serem programadas.

13. ordem de serviço em hidrometria (osh) – do-cumento emitido para definir, formalizar e estabe-lecer um meio de controle da(s) intertervenção(ões) de manutenção no(s) medidor(es) e correlatos.

14. Perfil de consumidor – conjunto de características técnico-sócio-econômicas apresentadas pelo imó-vel, edificação, ou atividade que caracterizariam um Consumidor ou um Grupo de Consumidores.

15. Perfil de consumo Individual (de um cliente) – gráfico ou histograma de consumo relacionando a vazão média (ou o volume) de água consumida por este Cliente em cada intervalo de tempo (ge-ralmente pré-fixado na faixa de 5 a 15 minutos). O período total de levantamento de perfil pode ser desde 3 dias - para estimativas mais simples, até 7 dias – período que representaria um dos ciclos normalmente repetitivos ao longo do processo.

16. erro do hidrômetro – erro percentual (%) apre-sentado em cada vazão de calibração do medidor – definindo-se desde 03 pontos para uma verificação sumária (vazão mínima Qmín, vazão de transição

Qt, e vazão nominal Qn) – que representam os pon-tos de calibração em Fábrica - até 11 pontos para efeito de levantamento de uma curva característi-ca de erros mais detalhada do medidor.

17. telemedição – processo de leitura remota e auto-mática do volume total acumulado no mostrador de um hidrômetro, através de um sistema de te-lemetria.

18. Média Móvel dos consumos expurgada – mé-dia dos “n” últimos consumos, expurgando-se aqueles considerados atípicos ou espúrios dentro de um nível de confiança adequado em relação à média.

19. Nível de confiança – número relacionado com a probabilidade de se encontrar um valor dentro de uma faixa no entorno de uma média, faixa esta ge-ralmente definida em termos de números de “des-vios padrão à ‘esquerda’ e à ‘direita’ da média”. Em medição de água, é muito comum a utilização de um nível de confiança igual a 95%.

20. Fraude na Medição – ação de terceiros no siste-ma, no equipamento, ou no medidor, geralmen-te visando provocar uma medição menor. Neste caso, é sempre necessário levantar o máximo de evidências físicas de manipulação intencional.

ElEMENTOs DE MANuTENçãO PARA gRANDEs HIDRÔMETROs Para simplificar a descrição, este assunto foi subdi-vidido em módulos, focalizando as principais ca-racterísticas e respectivos parâmetros operacionais, visando viabilizar um adequado enquadramento e possibilitar sua sistematização no contexto de um Plano de Manutenção.

Como é usual na área de Manutenção, parte dos parâmetros para cada uma dessas características foi definida inicialmente com base na experiência, e parte em conceitos de Engenharia de Hidrometria. Entretan-to, para cada Empresa de Saneamento, é recomendá-vel realizar uma customização desses parâmetros, ade-quando-os à sua realidade específica, com base em um estudo estatístico do histórico de consumo registrado de seus usuários (por exemplo, dos últimos 5 anos), envolvendo uma detalhada análise de laudos técnicos, de relatórios de inspeção, de perfis de consumo e de ensaios de aferição dos hidrômetros trocados – prefe-

artigo técnico

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rencialmente destacados por região, por capacidade, por idade, por tipo de irregularidade confirmada, ou por quaisquer outros motivos considerados qualitativa ou quantitativamente relevantes.

MÓDulO DE MANuTENçãO CORRETIvA gERAlTrata as ocorrências com caráter de corretiva geral in-dicadas pelo sistema comercial, seja por problemas do tipo funcional (normalmente relacionadas com me-didores sem condições de leitura), ou eventualmente, por problemas do tipo situacional (existência de fato impeditivo ou dificultador das leituras, ou ocorrências específicas de consumo) nas quais o consumo mensal desse cliente talvez até possa ser definido pela “mé-dia de consumo” (no primeiro mês de ocorrência), mas com tendência a ser definido pelo “consumo mínimo”

(do segundo mês em diante), em função das exigências do Código de Defesa do Consumidor. Essas ocorrências podem se visualizadas nas seguintes tabelas:

Vale ressaltar que uma ação corretiva – para um eventual caso de fraude confirmada - também deverá ser enquadrada neste tópico de ocorrência situacional.

Seja como for, tratam-se de situações de altíssi-mo risco de prejuízo na medição – tanto de perda de faturamento como de imagem - recomendando-se,

portanto, a maior urgência em sua correção. Assim sendo, considera-se adequado – numa escala de 1 a 10 - atribuir o peso máximo “10” para as ocorrências enquadradas nesse módulo.

MÓDulO DE MANuTENçãO PREvENTIvA POR ExCEssO DE TEMPO NA REDENeste módulo, as atenções se concentram nas ligações com ocorrência de caráter de prevenção de “instabilida-de funcional ou baixo rendimento metrológico” - cor-relacionada através do excesso de tempo em operação na rede apresentado pelo medidor – que por sua vez é apontado pela “Data de Instalação” do medidor; enfim, hidrômetros com provável problema funcional ou me-trológico na medição.

Seja como for, trata-se de uma situação de alto risco de prejuízo na medição, recomendando-se, portanto, bastante urgência em sua correção. Assim sendo, considera-se adequado – numa escala de 1 a 10 - atribuir o peso “5” para ocorrências enquadradas nesse módulo.

A questão do efetivo impacto do tempo de ins-talação na exatidão metrológica de um hidrômetro passa por uma análise de sua adequação tecnológica, onde itens tais como qualidade da água, qualidade dos materiais, tecnologia de fabricação, vida útil, perfil do consumidor, perfil de consumo e regime operacional devem ser considerados. Mesmo na ausência desses ci-tados itens de análise, é muito conveniente utilizar os parâmetros da tabela apresentada a seguir, oriunda da experiência dos autores:

artigo técnico

tabela 1: Exemplos de códigos de ocorrência corretiva Funcional.

Código descritivo simplificado

01 Hidrômetro quebrado

02 Hidrômetro embaçado

03 Hidrômetro invertido

04 Vazamento no hidrômetro

tabela 2: Exemplos de códigos de ocorrência corretiva situacional.

Código descritivo simplificado

05 Imóvel Fechado

06 Imóvel de Difícil Acesso

07 Hidrômetro não Localizado

08 Leitura Fornecida pelo Usuário

09 Animal de Guarda

10 Leitura não Permitida

11 Leitura Atual Igual à Anterior

12 Leitura Atual Menor que a Anterior

tabela 3: tempo máximo na rede

tamanho do Medidor

diâmetro Nominal

(dN)

Vazão Nominal (m³/h)

limite superior para enquadramento da Idade de Instalação do Medidor (meses)

B 3/4" 2,5 60

D1" 5 48

1 1/4" 6 48

E 1 1/2" 10 48

F 2" 15 36

G 2" 15 36

J 3" 40 36

K 4" 60 36

L 6" 150 36

M 8" 250 36

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artigo técnico

MÓDulO DE MANuTENçãO PREvENTIvA POR ExCEssO DE vOluME REgIsTRADONeste módulo, as atenções se concentram nas ligações com ocorrência de caráter de prevenção de “desgas-te excessivo” - correlacionado através do excesso de volume registrado pelo medidor – que por sua vez é apontado pela “Leitura Mensal” do medidor; enfim, hidrômetros com provável problema funcional ou me-trológico na medição.

Seja como for, trata-se de uma situação de médio risco de prejuízo na medição, recomendando-se, por-tanto, uma urgência mediana em sua correção. Assim sendo, considera-se adequado – numa escala de 1 a 10 - atribuir o peso “4” para ocorrências enquadradas nesse módulo.

A questão do efetivo impacto do volume re-gistrado na exatidão metrológica de um medidor passa por uma análise de sua adequação tecno-lógica, onde itens tais como qualidade da água, qualidade dos materiais, tecnologia de fabricação, vida útil, perfil do consumidor, perfil de consu-mo e regime operacional devem ser considerados. Mesmo na ausência desses citados itens de análi-se, é muito conveniente utilizar os parâmetros da tabela apresentada a seguir, oriunda da experiên-cia dos autores.

MÓDulO DE MANuTENçãO PREvENTIvA POR INADEquAçãO OPERACIONAlNeste módulo, as atenções se concentram nas li-

gações com ocorrências de caráter de prevenção de “medição a menor” seja por conta de “baixa sensibilidade” (em caso de hidrômetro super- dimensionado) ou de “desgaste prematuro” (em caso de hidrômetro sub-dimensionado), ou seja, hidrômetros com grande probabilidade de apresen-tar problema funcional ou metrológico na medição. Portanto, tratam-se de problemas gerados pela ina-dequação operacional do medidor, que estaria ope-rando “fora” de sua faixa operacional recomen-dada – faixa esta definida em função da tecnologia e da capacidade de cada hidrômetro. Vale observar que a gravidade desse tipo de problema está direta-mente associada ao “grau” de afastamento da vazão operacional do hidrômetro em relação aos seus li-mites extremos, fato que poderá ser utilizado com balizamento em caso de necessidade de um maior refinamento na priorização.

Seja como for, trata-se de uma situação de médio risco de prejuízo na medição, recomendando-se, por-tanto, uma urgência mediana em sua correção. Assim sendo, considera-se adequado – numa escala de 1 a 10 - atribuir o peso “3” para ocorrências enquadradas nesse módulo.

A questão da inadequação operacional de um medidor passa por uma análise de sua adequação tecnológica, dimensional e metrológica, onde itens tais como qualidade da água, qualidade do medidor, tecnologia de fabricação, vida útil, perfil do consumi-dor, perfil de consumo e regime operacional devem ser considerados.

Mesmo na ausência desses citados itens de análise, é muito conveniente utilizar uma meto-dologia de análise através de tabelas técnicas au-xiliares. Para tanto, considerou-se mais objetiva a caracterização de duas situações bem distintas, descritas a seguir:

I. situação A – verificação da Adequação ope-racional de hidrômetro em uso: Neste caso, a mé-dia móvel trimestral dos consumos mensais (com ex-purgo dos atípicos) da ligação em análise deverá ser comparada com os limites extremos definidos, sendo o medidor considerado metrologicamente adequa-do se a referida média móvel trimestral se encontrar acima do limite inferior e abaixo do limite superior, conforme a seguinte tabela:

tabela 4: tempo máximo na rede

tamanho do Medidor

diâmetro Nominal

(dN)

Vazão Nominal (m³/h)

limite superior para enquadramento da Idade de Instalação do Medidor (meses)

B 3/4" 2,5 20.000

D1" 5 35.000

1 1/4" 6 35.000

E 1 1/2" 10 70.000

F 2" 15 110.000

G 2" 15 200.000

J 3" 40 400.000

K 4" 60 600.000

L 6" 150 1.500.000

M 8" 250 4.000.000

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artigo técnico

Vale ressaltar que esta verificação serve apenas como um balizador para a decisão de trocar ou não o hidrômetro. Tal decisão deverá passar inclusive no cri-vo da disponibilidade orçamentária estabelecida, onde a aplicação de algum critério adicional de priorização talvez seja bastante útil.

Uma vez confirmada a efetiva necessidade de tro-ca, o novo hidrômetro deverá tratado conforme a Si-tuação B, descrita a seguir.

II. situação b – Dimensionamento para troca ou Nova ligação: Neste caso, o parâmetro utiliza-do – para o caso de troca - é a média móvel anual dos consumos mensais (com expurgo dos atípicos) ou – para o caso de nova ligação - o consumo médio mensal estimado, os quais deverão ser comparados com os limites extremos da Tabela abaixo. Deverá ser selecionado o medidor cuja média se enquadrar aci-ma do limite inferior e abaixo do limite superior. Vale ressaltar que, se houver um “Perfil de Consumo In-dividual” levantado para a inscrição em análise, seus parâmetros de vazão máxima irão estabelecer o me-nor tamanho recomendado para o hidrômetro e seus parâmetros de vazão mínima irão estabelecer a me-lhor classe metrológica recomendada para o hidrô-metro, prevalecendo, porém sempre em consonância com os valores da seguinte tabela:

DIRETRIZEs PARA OPERACIONAlIZAçãO DO PlANO DE MANuTENçãOI. sistema de suporte para ocorrências Informa-tivas: O bom funcionamento de um Plano de Manu-tenção depende de uma adequada implementação de seus sistemas de apoio, que venham a facilitar a coleta, a seleção, o armazenamento e o fluxo das informações relevantes. Nesse contexto, torna-se importante que os sistemas adiante descritos levem em conta os itens da seguinte tabela:

tabela 6: Exemplos de ocorrências informativas.

tabela 5: Faixa operacional tolerável.

tamanho do Medidor

diâmetro Nominal

(dN)

Vazão Nominal (m³/h)

Faixa para enquadramento da Média Móvel trimestral dos

Consumos (m³/mês)

limite Inferior

limite superior

B 3/4" 2,5 120 550

D1" 5 250 1.100

1 1/4" 6 250 1.100

E 1 1/2" 10 500 2.800

F 2" 15 750 5.000

G 2" 20 1.400 7.000

J 3" 40 3.000 14.000

K 4" 60 7.000 28.000

L 6" 150 15.000 56.000

M 8" 250 30.000 126.000

tabela 5: Faixa operacional tolerável.

tamanho do Medidor

diâmetro Nominal

(dN)

Vazão Nominal (m³/h)

Faixa para enquadramento da Média Móvel Anual

dos Consumos expurgada (m³/mês)

limite Inferior

limite superior

B 3/4" 2,5 201 400

D1" 5 401 800

1 1/4" 6 401 800

E 1 1/2" 10 801 1.500

F 2" 15 1.501 2.500

G 2" 20 2.501 5.000

J 3" 40 5.001 10.000

K 4" 60 10.001 20.000

L 6" 150 20.001 40.000

M 8" 250 40.001 90.000

Código descrição

14 Hidrômetro sem Lacre

15 Imóvel Demolido

5 Imóvel Fechado

16Hidrômetro de Difícil

Acesso

17 Imóvel não Localizado

7Hidrômetro não Local-

izado

18 Tampa Pesada

19Vazamento Anterior ao

Hidrômetro

20Vazamento Posterior ao

Hidrômetro

21 BY PASS

22 Bomba Ligada à Rede

23 Fornecimento Indevido

24 Virada da Leitura

Código descrição

25 Hidrômetro Substituído

26 Imóvel Abandonado

9Leitura Fornecida pelo

Usuário

10 Animal de Guarda

11 Leitura não Permitida

27 Alto Consumo

28 Baixo Consumo

29 Estouro de Consumo

30 Estouro de Teto

31 Hidrômetro Novo

11Leitura Atual igual a

Leitura Anterior

12Leitura Atual Menor que

a Anterior

32 Virada do Hidrômetro

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29SaneaS Maio / Junho / Julho | 2012

artigo técnico

II. sistemas de telemedição: Neste sistema, as atenções se concentram nas matrículas de Clientes Especiais, em que se deseja uma melhor qualidade da informação sobre a medição, enfim, inscrições onde a velocidade de resposta e a exatidão da medição cons-tituem fatores importantes.

Em termos de velocidade da informação, o ganho será tanto maior quanto mais frequente forem as con-sultas: por exemplo, considerando que no sistema co-mercial existem leituras de consumo mensais, o ganho de velocidade será de 04 vezes para uma rotina de consulta semanal ao sistema de telemedição, de 30 vezes para uma rotina de consulta diária e cerca de 700 vezes para uma rotina de consulta horária!

Em termos de qualidade da informação, a teleme-dição possibilitará, por exemplo, levantar um “perfil de consumo médio” da instalação – eventualmente possibilitando até a implantação de uma tarifa es-pecial tipo horo-sazonal, assim como detectar indí-cios de eventuais vazamentos internos, indícios de falhas no processo interno de consumo – os quais poderão ser disponibilizados ao Cliente via Internet. Além disso, através de alarmes pré-configurados, po-derão ser detectadas falhas precoces do medidor, ou até manipulações na medição – tais como “mano-bras de by-pass”, “inversões do sentido de fluxo” e/ou “remoções”, e/ou “bloqueios temporários de fun-cionamento” do hidrômetro, possibilitando a adoção de medidas corretivas em tempo hábil, prevenindo a ocorrência de prejuízos vultosos.

III. banco de Perfis de consumo: O levantamen-to do perfil de vazões de consumo, complementado com a análise do perfil do consumidor, permitirá não somente realizar um dimensionamento apropriado do medidor, mas também avaliar a qualidade da medição e estabelecer uma caracterização parametrizada para grupamentos típicos, constituindo-se numa poderosa ferramenta de apoio em análises sobre indícios de fa-lha ou de desgaste ou até de fraude no medidor, consi-derações sobre a exatidão da medição, e considerações sobre o desempenho da medição.

Assim sendo, mesmo que uma ligação específica ainda não disponha de um perfil de consumo levan-tado, uma consulta ao banco de dados de “perfis de consumo” disponíveis, focalizando em especial as li-gações semelhantes ou congêneres, permitirá uma

análise preliminar de diversos aspectos com base na semelhança tipológica, possibilitando a emissão de um parecer ou a definição de um planejamento de ações com mais agilidade e confiabilidade.

Iv. banco de curvas características de hidrô-metro: O levantamento da curva característica de calibração de hidrômetro, complementado com o perfil de consumo, permitirá não somente realizar uma estimativa do erro de medição, mas também subsidiar o parecer sobre a adequação do dimensionamento, constituindo-se numa poderosa ferramenta de apoio em análises sobre o desempenho da medição, assim como sobre a evolução do erro de medição em função do tempo de instalação.

Assim sendo, mesmo que uma ligação específica ainda não disponha de uma curva característica de ca-libração levantada, uma consulta ao banco de dados de “calibração” disponíveis, focalizando em especial as ligações de idade e tipologia semelhantes, permitirá uma análise preliminar de diversos aspectos com base em semelhança, possibilitando a emissão de um pare-cer ou a definição de um planejamento de ações com mais agilidade e confiabilidade.

Embora a curva característica de calibração le-vantada em laboratório seja mais confiável, também poderão ser cadastrados os levantamentos “in loco”, desde que a unidade móvel de calibração apresente um controle para ajuste às vazões características do hidrômetro instalado e um procedimento de calibração homologado junto ao INMETRO.

Outra importante fonte são os dados de calibra-ção de fábrica, que – apesar de indicarem apenas três pontos de Vazão (Qn/Qt/Qmín) – apresentam os dados de todos os medidores mais recentemente adquiridos. Observe-se que tais dados, em conjunto com o Cer-tificado INMETRO ou equivalente, também representa uma poderosa ferramenta de apoio para esclarecimen-to de eventual reclamação de Clientes.

v. sistema de Prevenção de Fraudes: Neste sis-tema, as atenções se concentram nas ligações com ocorrências de caráter de prevenção de fraudes, tais como: indício de irregularidade apontada por sistema de diagnóstico de irregularidade e/ou por leiturista, denúncia de irregularidade por terceiros, inspeções de fraude positivadas, enfim, ligações com possível irre-gularidade na medição.

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30 SaneaS Maio / Junho / Julho | 2012

artigo técnico

Vale considerar que a questão de identificação de fraudes é extremamente complexa, sendo as formas de “manipulação” muito variadas, e com elevado nível de mutação, principalmente em resposta às “contramedi-das” tomadas pelas Companhias de água.

No entanto, tendo em vista que a “meta” da prática da irregularidade seria – em síntese - “reduzir” o con-sumo registrado pelo hidrômetro, o acompanhamento de algumas características “típicas” do perfil do con-sumidor ou do perfil de consumo (que se assemelharia a uma “assinatura”) poderia eliminar a necessidade de uma ampla gama de linhas de investigação, tornando possível eleger um grupo de ligações com “indícios de fraude” – de tamanho factível para se inspecionar em campo. É importante ressaltar que – nesse tipo de me-todologia indutiva – são apontados apenas “indícios”, não se tratando ainda de “manipulações confirmadas”, de forma que muitas dessas inspeções em campo cer-tamente irão apresentar resultado negativo. O ganho dessa metodologia será tanto maior quanto maior for a “eficiência” do processo de diagnóstico dos “indícios de irregularidades”, ou seja , quanto maior for a quan-tidade de resultados “confirmados” na prática.

Com base nas tabelas EXEMPLO de ocorrências de leitura e de consumo apresentadas anteriormente, po-dem ser apontados os seguintes códigos de “ocorrên-cias com possibilidade de manipulação indevida”: 01; 03; 04; 07; 11; 12; 14; 16; 19; 20; 21; 22; 23; 24; 25; 27; 28; 29; 30; 31; e 32.

Em termos de variabilidade apresentada pelos consumos, na implementação de um módulo de diag-nóstico de indícios de fraudes potenciais, costuma-se enfocar basicamente as seguintes características fun-damentais:

■ “Degrau para baixo”: uma queda de consumo men-sal - por exemplo, com valor absoluto superior a 30% da média - pode advir da prática de alguma irregularidade. Por outro lado, também pode ser decorrente de falha no medidor, redução de de-manda por férias (curto período) ou por mudan-ça de perfil (permanente), ou implantação de um sistema de medição individualizada no condomínio entre outras causas.

■ “Degrau para cima”: um salto de consumo mensal - por exemplo, superior a 30% da média - pode advir de um erro de manobra na prática de alguma

irregularidade. Por outro lado, também pode ser decorrente de vazamento interno à rede do usuá-rio, aumento de demanda por falha no sistema al-ternativo de abastecimento do condomínio ou por férias dos usuários (curto período) ou por mudança de perfil (permanente), entre outras causas.

■ “Tendência de Queda”: uma queda continuada do consumo mensal – por exemplo, apresentando um coeficiente angular com valor absoluto superior a 7%.- pode advir de uma manobra intencional de “redução gradual do consumo indicado” foco da prática de alguma irregularidade. Por outro lado, também pode ser decorrente de um desgaste cres-cente no medidor, redução gradativa de demanda por mudança de perfil, ou implantação gradativa de um sistema de medição individualizada no con-domínio, entre outras causas.

■ “Grandes Oscilações”: um perfil de saltos e quedas frequentes do consumo mensal - por exemplo, com valor absoluto superior a 25% em relação à média - pode advir de erros de manobra na prática de al-guma irregularidade. Por outro lado, também pode ser decorrente variações normais de demanda por perfil do processo, ou por utilização de fonte alter-nativa de abastecimento, ou por ocorrência de fa-lhas intermitentes no medidor, entre outras causas.Vale ressaltar que a validação desses indícios po-

tenciais de irregularidade passa necessariamente por uma inspeção estruturada em campo, focalizando o perfil do consumidor/do consumo, assim como outras evidências técnico-sócio-econômicas a serem obser-vadas no local. Além disso, a consolidação e/ou revi-são dos parâmetros acima definidos, também passa pelo crivo de sua efetiva contribuição para o acerto do diagnóstico das irregularidades, assim como na relação do “custo das inspeções” contra os “benefícios dos acertos”.

vI. sistema de Acompanhamento das grandes variações: Trata-se de implementar uma forma de acompanhamento do consumo de todas as ligações do segmento, efetuando uma avaliação mensal de desempenho em cada uma delas, por exemplo através da comparação do resultado do mês – por ligação ou por grupo de ligações - em relação às respectivas refe-rências cadastradas, com atenção especial nas grandes variações positivas ou negativas.

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■ Maiores Variações Positivas: O estudo das ligações que apresentarem maior variação positiva permi-tirá focalizar ligações ou com erro de leitura, ou com possibilidade de vazamento interno, ou com indício de fraude. A realização de uma inspeção em campo – com o uso de formulário adequado para essa situação – permitirá enquadrar devida-mente cada uma dessas questões, evitando co-branças indevidas e conflitos desnecessários com os Clientes, praticando maior justiça na medição e possibilitando a realização de ações corretivas com maior agilidade.

■ Maiores Variações Negativas: O estudo das li-gações com maior variação negativa permiti-rá focalizar ligações ou com erro de leitura, ou com possibilidade de rotação no totalizador do hidrômetro por conta de vazamento interno, ou descoberta de troca não cadastrada no sistema comercial, ou com indício de fraude. A realização de uma inspeção em campo – com o uso de for-mulário adequado para essa situação – permitirá enquadrar devidamente cada uma dessas ques-tões, minimizando as perdas, evitando conflitos desnecessários com os Clientes. vII. sistema de Priorização: O ideal é que as in-

tervenções pudessem ser realizadas na medida exata das necessidades. No entanto, na prática, sabe-se que poderão surgir restrições ou limitação dos recursos disponíveis para as intervenções, seja em prazo, seja em montante de orçamento liberado, de forma que uma metodologia de priorização se faz necessária. Além disso, é sempre importante poder realizar “pri-meiro” as intervenções de maior rentabilidade. Neste sistema, as atenções se concentram no estabeleci-mento de uma forma objetiva e racional de priori-zar as intervenções, levando em conta seu potencial impacto financeiro. Assim sendo, define-se a variável

– Nível de Prioridade (NPt) – em função da Pontu-ação do hidrômetro, do Peso da modalidade e do Fator de incremento temporal através da seguinte fórmula:

tabela 7: Fórmula 1.NPt = Fi x Pm x Ph onde Fi = (1 + t x Ji)

2

Vale ressaltar que o período de tempo de atraso (T) é medido em meses e que a taxa de incremento tem-poral (Ji) foi definida a priori com um valor de 10%.

Os demais parâmetros da fórmula podem ser extra-ídos das seguintes tabelas:

artigo técnico

Tabela 8: Peso por Modalidade de ManutençãoCódigo descrição

Corretiva Geral 10

Prev. Tempo Excessivo 5

Prev. Volume Excessivo 4

Prev. Inadequação 3

Tabela 9: Pontuação por Tamanho de Hidrômetro. tamanho do Hidrômetro

Qn (m³/h) dN Pontuação Ph

B 2,5 3/4" 20

D5 1"

506 1 1/4"

E 10 1 1/2" 80

F 0,75 2" 150

G 1,5 2" 250

J 0,75 3" 500

K 0,75 4" 1.000

L 0,75 6" 2.000

M 1,5 8" 4.000

Tabela 10: Fator de Incremento da Prioridade por Atraso na Intervenção. Fi = (1 + t x Ji)² para Ji = 10%

Atraso na Intervenção "t" (meses)Sem nenhum

atraso na inter-venção

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12

Fator de Incremento de Prioridade "Fi" 1 1,21 1,44 1,69 1,96 2,25 2,56 2,89 3,24 3,61 4 4,41 4,84

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32 SaneaS Maio / Junho / Julho | 2012

Vale observar que esse nível de prioridade NPt – sendo um produto das variáveis apresentadas nas três tabelas anteriores – traduz-se numa proporcionalida-de com a gravidade, urgência e tendência apresentada pela ocorrência, ou seja, quanto maior o NPt, maior será o hipotético prejuízo potencial, e portanto maior deverá ser a prioridade para a realização da respectiva manutenção, servindo como parâmetro para priorizar e programar a emissão da respectiva OSH.

vIII. sistema de controle de ordem de servi-ço em hidrometria (osh): Para efeito de controle de OSH, cabe à tecnologia um papel de extrema impor-tância, como ferramenta facilitadora da gestão, permi-tindo:

■ Controle de recursos materiais disponíveis: nível de estoque existente, prazo médio para reposição/ponto de ressuprimento, atualizações “on line” de entradas e saídas, etc.;

■ Controle de recursos humanos disponíveis: nível de carga alocada, produtividade média/contratos de serviço abertos, atualizações “on line” de alocações e baixas etc.;

■ Cálculo do NPt e sua vinculação com a OSH e a efetiva disponibilidade de recursos materiais e hu-manos disponíveis;

■ Controle de numeração, emissão e baixa das OSH.Nunca é demais reinterar a importância da vincula-

ção da OSH com a efetiva disponibilidade dos recursos necessários para a realização da manutenção (medido-res, materiais, ferramentas e mão-de-obra), sendo sobe-jamente conhecido o fato de que um excessivo acúmulo de OSH pendentes - de per si - acaba com a eficácia de qualquer sistema de priorização.

IX. sistema de Planejamento orçamentário: A quantificação orçamentária em geral pode ser realizada com base no histórico das intervenções anteriores. Para o planejamento das manutenções corretivas, talvez seja esta a melhor forma de quantificação, que irá funcionar bem na medida em que existir um banco de dados con-solidados. Entretanto, para o planejamento das manu-tenções preventivas, torna-se importante implementar um sistema que possibilite estimar – com pelo menos seis meses de antecedência – os quantitativos de preven-tiva vincendos, seja por cálculo dos hidrômetros que irão atingir o limite de “tempo máximo na rede” nesse perí-odo, ou por projeção dos hidrômetros que irão atingir o limite de “volume máximo registrado” nesse período.

CONClusãODe uma forma geral, neste trabalho foram apresenta-das as bases para montagem de um Plano de Manu-tenção para grandes hidrômetros.

Como se trata de um segmento com relativamente poucos hidrômetros, porém com características muito diversificadas e um faturamento unitário médio bas-tante significativo, foi implementado um tratamento de forma “individualizada”.

Nos trabalhos implementados pelos autores em Empresas de Saneamento, foi observado um certo quantitativo de migrações do segmento de Hidrôme-tros Pequenos (Hd-PC) para o segmento de Hidrôme-tros de Grandes Capacidades (Hd-GC), e vice-versa. Este fato demonstra a necessidade de se montar um sistema de controle de “classificação” de ligação su-ficientemente flexível para acomodar as migrações naturais que venham a ocorrer, seja por crescimento vegetativo, ou por variação na demanda, ou ainda por alterações de uso dos Clientes ao longo do tempo.

Isso posto, acreditamos que os conceitos apre-sentados neste trabalho contribuam para que as Empresas de Saneamento possam implementar uma gestão mais eficaz de seu parque de hidrôme-tros, em especial o segmento de Hd-GC, alocando os medidores certos nos locais certos, dentro de um plano de manutenção adequado, com resultados certamente interessantes.

REFERÊNCIAs bIblIOgRÁFICAs1. NTS 181 – Norma Técnica SABESP – PROCEDIMEN-

TO - Dimensionamento do ramal predial e do hi-drômetro.

2. ABNT NBR 15538 – IDM – Hidrômetros para água fria até 2,5 m³/h de vazão nominal – Ensaios para avaliação de desempenho de hidrômetros em alta e baixa vazões em hidrômetros.

3. ABNT NM 212 – ESPECIFICAÇÃO – Medidores velo-cimétricos de água potável fria até 15 m3/h.

4. ABNT NBR 8194 – PADRONIZAÇÃO – Hidrô-metro para água fria até 15,0 m3/h de vazão nominal.

5. PORTARIA INMETRO nº 246 - de 17/10/2000 – RE-GULAMENTO TÉCNICO METROLÓGICO para Hidrô-metros de Vazão Nominal até 15,0 m³/h

6. Documentos Técnicos de Plano de Manutenção de diversos Clientes da BBL Engenharia.

artigo técnico

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DETERMINAçãO DE TAxAs ANuAIs DE REDuçãO DA EFICIÊNCIA DA MEDIçãO DE HIDRÔMETROspor marcElo d. dEpExE E romulo r. gasparini

A submedição nos hidrômetros, que provoca a elevação das perdas aparentes nos Sistemas de Abasteci-mento de Água, pode ser provocada por diversos fatores, sendo um dos principais o desgaste natural do hidrômetro, sendo este um efeito temporal. Estudos apontam que se pode considerar uma taxa constante de redução da eficiência da medição dos hidrômetros ao longo do tempo. O presente trabalho apresenta um inventário de um parque de hidrômetros com mais de 1 milhão de ligações, com classe metrológica “B”, no qual pode ser observada uma taxa de redução do volume micromedido médio de aproximadamente 1,0 % ao ano. Este valor é condizente com as taxas de redução de eficiência da medição de hidrômetros apresentada em literatura especializada. Desta forma, a renovação de um parque de hidrômetros pode ser planejada de forma mais eficaz, através da realização de trocas preventivas, considerando a faixa de consumo e tipo de serviço de Saneamento Básico prestado.

Marcelo D. DepexeEngenheiro Civil

pela UFsM, Mestre em Engenharia

de Produção pela UFsC. Atua na área de Desenvolvimento

operacional da sANEPAr - Companhia de

saneamento do Paraná, desde 2006.

romulo r. Gasparini

Engenheiro Civil (UEM/2001) e Mestre em Engenharia

Mecânica (PUCPr/2005). Funcionário da Companhia de

saneamento do Paraná – sanepar,

desde 2006. INTRODuçãOAs companhias de saneamento brasileiras reali-zam cada vez maiores investimentos para redução das perdas aparentes, pois além de representar parcela significativa do índice de perdas totais, a perda aparente está diretamente relacionada com a perda de faturamento. A perda aparente é cau-sada por fraudes, ligações clandestinas, falhas de procedimento e principalmente por submedição nos hidrômetros. Em geral, as perdas por subme-dição variam entre 10 e 30% do volume consu-mido pelos usuários (FONSECA e COELHO, 2009).

A submedição nos hidrômetros pode ser pro-vocada por diversos fatores, como o perfil de con-sumo, a qualidade da água, condições ambientais e climáticas, a velocidade da água que passa pelo hidrômetro, o correto dimensionamento e a posi-ção de instalação, conforme Arregui et al. (2006) e Thornton e Rizzo (2002). Outro fator muito importante é o desgaste natural do hidrômetro, principalmente naqueles onde o princípio de funcionamento é velocimétrico, ou seja, onde o volume é contabilizado com base na medição da velocidade que a água passa por uma turbina.

Segundo a Portaria nº 246 (INMETRO, 2000), os hidrômetros em uso devem ser submetidos a veri-ficações periódicas, em intervalos não superiores a cinco anos. Uma vez que existe desgaste devido

ao uso, a portaria considera que os hidrômetros em uso serão aprovados desde que seus erros máximos admissíveis não ultrapassarem a ±10% entre a vazão mínima e a vazão de transição e ±5% entre a vazão de transição e a vazão máxi-ma. Observa-se que a própria portaria já admite a redução da eficiência na medição com o passar do tempo, uma vez que, para hidrômetros novos, estes valores são de 5 e 2%, respectivamente.

Vermersch e Rizzo (2008) afirmam que as ano-malias nos sistemas de abastecimento de água possuem um coeficiente de retorno, ou seja, exis-te uma tendência natural de aumento do volume de perdas, tanto reais quanto aparentes, devido ao envelhecimento da infra-estrutura. Neste sentido, é importante o conhecimento da taxa de redução da eficiência da medição dos hidrômetros.

Diversos estudos demonstram que há re-dução da eficiência da medição em função do tempo de instalação. Arregui et al. (2010) afir-mam que é possível adotar uma taxa de redução da eficiência do parque constante ao longo dos anos. Os autores consideram usuais taxas que variam entre 0,1% até 0,9%. De acordo com Fer-réol (2005), a eficiência do parque cai aproxima-damente 1% ao ano.

Nielsen et al. (2003) apresentam um gráfico com curvas de rendimento de hidrômetros classe

artigo técnico

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A, B e C, baseado em levantamentos de campo e labo-ratório, para ligações com consumos mensais de 0 até 30 m³, em função do tempo de instalação. Segundo os autores, o desempenho dos hidrômetros não cai de forma linear, pois as curvas apresentadas aproximam- se de parábolas. Cabe salientar que estas curvas foram elaboradas com base em levantamento realizado em hidrômetros de vazão nominal 1,5 m³/h e limita-se a residências unifamiliares com abastecimento indireto, ou seja, dotadas de reservatório domiciliar. Os autores salientam que os resultados podem ser alterados à me-dida que se disponha de mais informações.

A determinação da taxa de redução anual da efi-ciência dos hidrômetros é útil para o planejamento de investimentos para renovação do parque. Neste senti-do, Wyatt (2010) utiliza a taxa anual de 0,5% para cál-culo do período ótimo de troca dos hidrômetros, com base no consumo médio, no custo de substituição do hidrômetro e no preço da tarifa da água.

Portanto, o presente trabalho tem como objetivo realizar um estudo sobre a redução da eficiência da me-dição a partir da análise das médias de consumo de um grupo de ligações de água com hidrômetros de até 11 anos de instalação, bem como comparar com as curvas de rendimento apresentadas por Nielsen et al. (2003) e apresentar um exemplo de aplicação para determinação do tempo de substituição preventiva dos hidrômetros.

MéTODOPara determinar a redução na eficiência da medição dos hidrômetros em função do tempo de instalação, será realizada uma análise das médias de consumo medido ao longo de um ano, para matrículas com consumo entre 11 e 50 m³ mensais. Serão avaliados somente hidrômetros classe B.

A primeira etapa consiste no levantamento da quantidade de ligações ativas de água que se enqua-dram nos critérios pré-estabelecidos de faixa de con-sumo e classe metrológica, bem como seus respectivos consumos, para os doze meses do ano de 2011. Para cada mês calcula-se o volume médio por ligação, se-parando as ligações de acordo com o tempo de insta-lação (1, 2, 3,..., n anos). Determina-se o volume médio total e a seguir divide-se o volume médio de cada ano pelo volume médio total, o que resulta em um valor percentual em relação à média geral.

A partir destes dados, é possível gerar uma curva que relaciona o tempo de instalação com a porcen-

tagem de variação da média por ano. O grau de in-clinação desta curva determina a taxa de redução do consumo médio por ano de instalação, que é um in-dicativo de que a eficiência da medição reduz ao lon-go dos anos. Para comparar o resultado obtido com as curvas de rendimento de Nielsen et al. (2003), será elaborado um gráfico para os hidrômetros classe B monojato e multijato, ajustados por uma equação de primeiro grau, para obter uma taxa constante. Assim, o coeficiente angular da reta ajustada corresponde à taxa anual de redução da eficiência na medição.

Por fim, os resultados obtidos serão aplicados em um exemplo para determinação do período ótimo para substituição preventiva dos hidrômetros, sob o aspecto financeiro. Para isso, serão analisados os dados de mi-cromedição de aproximadamente 75 mil ligações, re-ferente às ligações que possuem hidrômetro classe “B”, com faixa de consumo entre 11 e 30 m³/mês, cuja idade do hidrômetro, em 2011, era inferior a 1 ano, ou seja, o hidrômetro com a melhor condição de micromedição.

Para a micromedição média per capita observada para estas ligações, escalonadas nas faixas de 11 a 15 m³/mês, 16 a 20 m³/mês, 21 a 25 m³/mês e 26 a 30 m³/mês, será incidida a curva de eficiência em função do tempo de instalação, para hidrômetros classe “B” – multijato, conforme Nielsen et al. (2003), a qual é apresentada na Figura 4, cuja redução da eficiência da micromedição é de, aproximadamente, 1,19 % a.a. Com isso, será apresentada a expectativa de microme-dição média per capita para os anos subsequentes e o respectivo cálculo da perda aparente anual, através de sua comparação com a micromedição média observa-da para o ano de 2011.

Com esta projeção do aumento da perda aparente per capita, este volume será incidido com a tarifação dos Serviços de Saneamento Básico, conforme apre-sentado na Tabela 01, a valoração anual da perda de eficiência do hidrômetro.

Tabela 01: Tarifação normal, para os consumidores excedentes a 10 m³/mês.

tabela de preços considerados

tIpo de serviço Custo unitário

Clientes Água R$ 2,34/m3

Clientes Água + Esgoto R$ 5,11/m3

Fonte: Sanepar (jan/2012)

artigo técnico

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Realizando a valoração da expectativa de aumen-to da perda aparente por ligação, estes valores serão convertidos em Valores Presentes, considerando uma Taxa Mínima de Atratividade de 12 % a.a.. Estes valo-res serão acumulados ano a ano e serão comparados com o atual valor para o fornecimento e a substituição de um hidrômetro classe “B” – multijato, que atualmente está estimado em R$ 45,00. Nesta análise admite-se que o primeiro ano acumulado, cujo Valor Presente do mesmo seja superior ao valor correspondente ao fornecimento e a substituição do hidrômetro, é o pay-back da troca de hidrômetro, ou seja, a idade ótima de substituição.

Esta análise não será realizada para clientes cuja micromedição média per capita seja inferior a 10 m³/mês, pois a tarifação do mesmo é corresponden-te a 10 m³/mês, ou seja, não será possível determi-nar, através da análise proposta, uma idade ótima de substituição do hidrômetro, pois os mesmos encon-tram-se dentro da tarifa mínima.

REsulTADOsOs resultados estão apresentados em três partes distintas. Inicialmente, determina-se a taxa média de redução da eficiência da medição com base nos dados do parque de hidrômetros instalados. A se-guir, determina-se a taxa média das curvas apre-sentadas por Nielsen et al. (2003), para compara-ção com os valores obtidos. Por fim, apresenta-se um exemplo de aplicação destes dados na deter-minação do período ideal para substituição pre-ventiva dos hidrômetros que proporcione o melhor retorno financeiro.

Determinação da taxa de redução anual da eficiência da mediçãoPara a elaboração do estudo foi realizado levanta-mento da quantidade de ligações ativas de água com hidrômetro classe metrológica B e consumo medido entre 11 e 50 m³/mês, para os doze meses de 2011. Es-tes dados são classificados de acordo com o tempo de instalação do hidrômetro, variando de zero (menos de 365 dias) até 11 anos. Para cada ano, foi determi-nado o consumo medido médio, bem como a relação entre este valor e o volume medido médio total, con-forme Tabela 02.

Observa-se a relação inversamente proporcional entre o tempo de instalação do hidrômetro e o volu-

me médio mensal. Assim, quanto maior for a idade dos hidrômetros, menor é o volume médio das ligações. O maior valor de consumo médio ocorre nas ligações com um ano, nas quais a média é de 17,90 m³. Já para as ligações com 11 anos, o consumo medido médio é de 15,78 m³.

A Figura 01 demonstra a variação em termos per-centuais do volume medido médio em função do tem-po de instalação. Os dados apresentam coeficiente de determinação (R²) igual a 0,9476, o que indica boa aderência entre a equação determinada pela linha de tendência e os dados plotados. A reta ajustada apre-senta coeficiente angular igual a 0,0104, ou seja, para cada ano, há redução de 1,04% no volume medido médio. Este resultado está coerente com valores apre-sentados em literatura especializada.

Cabe salientar que este valor pode variar de acordo com as características da amostra utilizada, seu perfil de consumo, tipo de hidrômetro e dimensionamento. Uma vez que no presente estudo foi utilizada uma amostra-gem grande, com os dados de mais de um milhão de hi-drômetros, acredita-se que os resultados possam refletir a realidade para o conjunto de ligações em questão, ou seja, com consumo médio mensal variando de 11 a 50 m³, com hidrômetro classe metrológica B.

artigo técnico

Tabela 02: Dados das ligações ativas de água, com faixa de consumo entre 11 a 50 m³/mês,

por tempo de instalação dos hidrômetros, classe metrológica “B”, observada em 2011 (continua).

tempo de instalação

anos

N° ligações

Volume (me)

VNIllig°A VMIlig

médio

O 85,189 1,507.750 17,7 1,0145

1 120.586 2.158.636 17,9 1,0261

2 132.090 2.305.869 17,46 1,0006

3 144.037 2,519.084 17,49 1,0025

4 88,084 1.533.499 17,41 0,9979

5 59.827 1,033.497 17,27 0,9902

6 73.639 1,244.016 16,89 0,9683

7 62,980 1,061.888 16,86 0,9665

8 51.491 854.598 16,6 0,9513

9 53.723 876.902 16,32 0,9356

10 44.903 726.360 16,18 0,9272

11 46,788 738.201 15,78 0,9044

Total 1.072.204 18.705.415 17,45 1

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Comparação com as curvas de rendimento de Nielsen et al. (2003)O resultado obtido no item anterior está próximo do valor apresentado pelas curvas de rendimentos de Nielsen et al. (2003) para o hidrômetro multijato. Ao traçar uma linha de tendência nos pontos da curva para hidrômetro classe B vazão nominal 1,5 m³/h mul-tijato, observamos que a taxa média de eficiência da medição cai aproximadamente 1,19% ao ano, confor-me equação da reta ajustada apresentada na Figura 02.

Para os hidrômetros classe B vazão nominal 1,5 m³/h monojato, a taxa média anual de redução da efi-ciência da medição é de 3,86%. Apesar de tais curvas se caracterizarem como parábolas, a aproximação re-alizada com equação de primeiro grau é satisfatória, com erro quadrático próximo a 1. Entretanto, cabe res-saltar que os hidrômetros classe B monojato utilizados atualmente possuem vazão nominal de 0,75 m³/h, que apresentam melhor desempenho na medição de baixas vazões que os hidrômetros de monojatos.

Portanto, para avaliar o parque atual de hidrôme-tros, recomenda-se utilizar a curva de hidrômetros multijato apresentados por Nielsen et al. (2003), que está coerente com os dados obtidos na primeira etapa deste trabalho. Assim, apesar de já se passarem apro-ximadamente 10 anos da realização dos estudos para determinação das curvas de rendimento, a taxa de in-clinação da reta para o hidrômetro classe B multijato ainda pode ser considerada válida.

Exemplo de aplicação dos resultados para determinação de período ótimo para substituição preventiva de hidrômetrosO resultado obtido pode ser utilizado para a determi-nação do período ótimo para substituição preventiva do parque de hidrômetros, considerando fatores como o valor da tarifa, o custo do hidrômetro e a taxa de atratividade considerada pela companhia de sanea-mento.

Para esta avaliação, foram utilizados os dados das ligações que possuem hidrômetro classe “B”, com fai-xa de consumo entre 11 e 30 m³/mês, cuja idade do hidrômetro, em 2011, era inferior a 1 ano, ou seja, o hidrômetro com a melhor condição de micromedição, dados estes apresentados na Tabela 03 a seguir:

Uma vez que, em 2011, os hidrômetros destas ligações possuíam idade inferior a 1 ano, admitiu-se que, para esta idade, ocorrerá o menor índice de submedição ou per-da aparente, na ligação em questão. Não é objeto deste trabalho a quantificação do índice de submedição de um hidrômetro classe “B”, cuja idade é inferior a 1 ano.

artigo técnico

Figura 01: Redução do volume medido médio (%) em função do tempo de instalação

Figura 02: Redução de rendimento da curva de Nielsen et. al (2003) para hidrômetros multijato

Tabela 03: Micromedição média per capita, por faixa de consumo, para ligações com

hidrômetro classe “B”, cuja idade do hidrômetro é inferior a 1 ano.

Faixa de con-sumo (m3/mês)

N° ligações

Consumo médio mensal por ligação (m3/lig.mês)

11 a 15 m3/mês 40.462 12,7806 m3/lig.mês

16 a 20 m3/mês 20.525 17,7275 m3/lig.mês

21 a 25 m3/mês 9.968 22,7118 m3/lig.mês

26 a 30 m3/mês 4.976 27,7252 m3/lig.mês

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artigo técnico

Incidindo a curva de rendimentos de hidrôme-tros classe “B” – multijato proposta por Nielsen et al. (2003), conforme apresentado na Figura 02, cuja taxa de submedição observada é de 1,19 % a.a., sobre os dados de micromedição média per capita, por faixa de consumo, conforme apresentado na Tabela 03, tem-se a expectativa de micromedição média por ligação, para os anos subsequentes, conforme a Figura 03.

Na Figura 06, pode ser observado que a expectativa de micromedição média por ligação, para 10 anos além do ano de referência, ou seja, em 2021, para a atual faixa de consumo entre 11 a 15 m³/mês, é de 11,34 m³/mês, ou seja, 1,44 m³/mês inferior à condição inicial. Para a atual faixa de consumo entre 16 a 20 m³/mês, é de 15,73 m³/mês, ou seja, 2,00 m³/mês inferior a condição inicial; para a atual faixa de consumo entre 21 a 25 m³/mês, é de 20,15 m³/mês, ou seja, 2,56 m³/mês inferior a condição inicial; para a atual faixa de consumo entre 26 a 30 m³/mês, é de 24,60 m³/mês, ou seja, 3,13 m³/mês inferior a condição inicial.

Esta diferença em relação à condição inicial, ou seja, a comparação do volume micromedido médio projetado, ano a ano, com o volume micromedido médio na condição inicial, pode ser entendida como a expectativa de aumento de perdas aparentes das li-gações, em função da submedição dos hidrômetros. A Figura 04 apresenta a expectativa projetada anual de

perda aparente, ano a ano, para as ligações cujos hi-drômetros, em 2011, possuíam idade inferior a 1 ano.

Na Figura 04, observa-se que, para 10 anos além do ano de referência, a expectativa de aumento da perda aparente por ligação, para a atual faixa de con-sumo entre 11 a 15 m³/mês é de 17,30 m³/lig.ano, ou seja, quando este hidrômetro apresentar dez anos de idade, estima-se que a submedição represente um

total de 17,30 m³ no ano. Seguindo o mesmo raciocí-nio, para a atual faixa de consumo entre 16 a 20 m³/mês a submedição será de 24,00 m³/lig. ano e assim por diante, conforme gráfico apresentado. Analisan-do, ano a ano, estes valores e relacionando-os com a tarifação normal, referente a serviços de saneamen-to básico, para os consumidores excedentes a 10 m³/mês, conforme apresentado na Tabela 01, pode-ser estimar o valor que a Companhia de Saneamento dei-xará de faturar, devido ao aumento da submedição dos hidrômetros.

Considerando que o atual valor para o forne-cimento e a substituição de um hidrômetro classe “B” – multijato está em R$ 45,00 e comparando-o com os valores calculados, acumulados ano a ano, a partir da expectativa de aumento anual de perda aparente por ligação, pode-se determinar a idade ótima de substituição do hidrômetro, por faixa de consumo, conforme a Tabela 04.

Figura 03: Expectativa, com base na curva de rendimento de hidrômetros apresentada por Nielsen et al. (2003),

de micromedição média per capita, para os anos subsequentes, das ligações com hidrômetro classe “B”,

com idade inferior a 1 ano, em 2011.

Figura 04: Expectativa, com base na curva de rendimento de hidrômetros apresentada por Nielsen et al. (2003),

de aumento de perda aparente per capita, para os anos subsequentes, das ligações com hidrômetro classe “B”,

com idade inferior a 1 ano, em 2011.

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artigo técnico

Observa-se que, quanto maior a faixa de consumo da ligação, menor será a idade ótima de substituição de hidrômetros, demonstrando, assim, que um dos cri-térios a ser analisado para a renovação do Parque de Hidrômetros é a faixa de consumo da ligação, além do tipo de serviço que está sendo prestado para a ligação.

Pode ser verificado que, para todas as diferentes fai-xas de consumo, diferenciando o tipo de serviço presta-do à ligação, a Idade Ótima de substituição do hidrôme-tro será diferente. Para as ligações onde o tipo de serviço prestado é com água e esgoto, a idade ótima é inferior, devido ao maior valor faturado para cada metro cúbico

de água consumido. Recomenda-se verificar a viabilida-de de substituição dos hidrômetros classe metrológica “B” por hidrômetros classe “C”, principalmente para as ligações com maior consumo médio.

Realizando a mesma análise apresentada nas Fi-guras 03 e 04, porém considerando a redução do volume médio micromedido observado na Figura 01, que foi de 1,04 % a.a., tem-se as seguintes idades ótimas de substituição do hidrômetro, por faixa de consumo, conforme a Tabela 05 a seguir:

Tabela 04: Estimativa de Idade Ótima para a substituição de hidrômetros classe “B”, por faixa de consumo, com base na curva de rendimento apresentado por nielsen et al. (2003).

IdAde ÓtIMA PArA suBstItuIÇÃo de HIdrÔMetros

ClIeNtes ÁGuA ClIeNtes ÁGuA + esGoto

Faixa de consumo (m3/mês)

Idade ótima de substituição do Hidrômetro (anos)

Faixa de consumo (m3/mês)

Idade ótima de substituição do Hidrômetro (anos)

11 a 15 m3/mês 5 anos 11 a 15 m3/mês 4 anos

16 a 20 m3/mês 4 anos 16 a 20 m3/mês 3 anos

21 a 25 m3/mês 4 anos 21 a 25 m3/mês 3 anos

26 a 30 m3/mês 3 anos 26 a 30 m3/mês 2 anos

Fonte: Os autores (jan/2012)

Tabela 05: Estimativa de Idade Ótima para a substituição de hidrômetros classe “B”, por faixa de consumo, com base na redução do volume médio micromedido observado na Figura 03.

IdAde ÓtIMA PArA suBstItuIÇÃo de HIdrÔMetros

ClIeNtes ÁGuA ClIeNtes ÁGuA + esGoto

Faixa de consumo (m3/mês)

Idade ótima de substituição do Hidrômetro (anos)

Faixa de consumo (m3/mês)

Idade ótima de substituição do Hidrômetro (anos)

11 a 15 m3/mês 6 anos 11 a 15 m3/mês 4 anos

16 a 20 m3/mês 5 anos 16 a 20 m3/mês 3 anos

21 a 25 m3/mês 4 anos 21 a 25 m3/mês 3 anos

26 a 30 m3/mês 3 anos 26 a 30 m3/mês 32 anos

Fonte: Os autores (jan/2012)

Para os anos abaixo da idade ótima determi-nada, por faixa de consumo e o tipo de serviço de Saneamento Básico prestado para a ligação, entende-se que haverá perdas financeiras à Com-panhia de Saneamento, por troca antecipada do hidrômetro. Neste caso, o retorno é menor que o investimento realizado, o que caracteriza um nível de perda aparente abaixo do limite econô-

mico. Já para as trocas realizadas acima da idade ótima, as perdas financeiras são decorrentes da submedição.

CONClusõEsA busca por menores índices de perdas de água requer in-vestimentos voltados para a melhoria da eficiência opera-cional. Para que as ações sejam sustentáveis sob o ponto

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39SaneaS Maio / Junho / Julho | 2012

artigo técnico

de vista técnico e financeiro, é importante que sejam re-alizadas pesquisas com o objetivo de se conhecer melhor o comportamento dos componentes da infra-estrutura dos sistemas de abastecimento. No caso específico deste trabalho, o foco de análise é a redução da eficiência da medição do parque de hidrômetros.

Conhecer a taxa de redução da eficiência da me-dição dos hidrômetros é importante para a realiza-ção de estimativas da perda aparente de um sistema de abastecimento de água. Além disso, estes valores são úteis para aperfeiçoar critérios de manutenção preventiva do parque de hidrômetros, mediante a inclusão de fatores econômicos/financeiros para a determinação do período ótimo para substituição.

Os resultados apresentados indicam que pode-se adotar uma taxa de redução da eficiência da me-dição em torno de 1% ao ano. Apesar das curvas elaboradas por Nielsen et al. (2003) representarem a realidade dos hidrômetros de 10 anos atrás, os re-sultados obtidos para hidrômetros classe multijato ainda permanecem coerentes, ao menos no que re-fere à redução de eficiência da medição ao longo dos anos. Com relação ao valor para a submedição inicial, ou seja, a submedição média para um hidrô-metro novo, é possível que atualmente os hidrôme-tros apresentem um desempenho melhor do que apresentado nas curvas de rendimento. Sugere-se que outras pesquisas e levantamentos de campo se-jam realizados para verificar esta questão.

Para a renovação do Parque de Hidrômetros de um Sistema de Abastecimento de Água, através de trocas preventivas, buscando reduzir a inci-dência de perdas aparentes devido à submedição dos hidrômetros, deve-se planejar tal renovação por faixa de consumo, além do tipo de serviço de Saneamento Básico prestado a ligação, com o ob-jetivo de se obter o melhor retorno sobre o inves-timento realizado.

REFERÊNCIAs bIblIOgRÁFICAs1. ARREGUI, F.J.; CABRERA, E.; COBACHO, R.; GARCÍA-

-SERRA, J. Reducing apparent losses caused by me-ters inaccuracies. Water Practice & Technology, v. 1, n. 4, 8 p., 2006.

2. ARREGUI, F.; COBACHO, R.; SORIANO, J.; GARCÍA--SERRA, J. Calculating the optimum level of appa-rent losses due to water meter inaccuracies. In: WATER LOSS 2010, Specialist Conference. Procee-dings... São Paulo-SP, 2010. 8p.

3. FERRÉOL, E. How to measure and reduce the wa-ter meter park inefficiency? In: IWA LEAKAGE 2005 CONFERENCE, Proceedings…, Halifax, Canada, 2005. 4 p.

4. INMETRO - Instituto Nacional de Metrologia, Nor-malização e Qualidade Industrial. Portaria nº 246. Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comér-cio Exterior – MDIC. 2000.

5. FONSECA, P.; COELHO, A. C. Manutenção de hidrô-metros - um problema econômico. In: 25º CON-GRESSO BRASILEIRO DE ENGENHARIA SANITÁRIA E AMBIENTAL. 2009. Recife – PE, Anais... Rio de Janeiro - RJ: ABES - Associação Brasileira de Enge-nharia Sanitária e Ambiental, 2009. 11 p.

6. NIELSEN, M.J.; TREVISAN, J.; BONATO, A.; SACHET, M.A.C. Medição de água: estratégias e experimen-tações. Curitiba: Sanepar. 2003. 218 p.

7. THORNTON, J.; RIZZO, A. Apparent losses, how low can you go? In: LEAKAGE MANAGEMENT CONFE-RENCE, Lemesos, Cyprus, Proceedings… 2002. 16 p.

8. VERMERSCH, M.; RIZZO, A. Designing an action plan to control non-revenue water. Water 21, v. 10, n.2, p. 39-41, April 2008.

9. WYATT, A. Non-revenue water: financial model for optimal management in developing countries. RTI Press publication No. MR-0018-1006. Research Triangle Park, NC: RTI International. 2010.

complementação de autoria de artigoO artigo técnico da edição passada da Revista Saneas, intitulado “O senhor Feynman não estava brin-cando: a educação tecnológica brasileira”, que alcançou uma repercussão muito positiva em meio ao nosso público leitor, também conta com a autoria de Luiz Fernando de Carvalho Botega. O referido co-autor é estudante da nona fase de engenharia mecânica pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), tendo participado de congressos e possui uma publicação em congresso nacional (COBENGE 2011) e outra em congresso internacional (MecSol 2011). Atualmente realiza estágio no Instituto Fraunhofer de Tecnologia de Produção (Fraunhofer-Institut für Produktionstechnologie) na cidade de Aachen, Nordrhein-Westfalen, Alemanha.

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Acontece no setor

A Danfoss promoverá, na Fenasan 2012, o lançamento do drive VLT® Frame D, com novos invólucros comple-tamente redesenhados que resultam em diminuição no volume de até 68%. Segundo a sua assessoria, “esse modelo está hoje entre os menores do mercado na fai-xa de potência de 90 a 250 kW. Apesar de suas dimen-sões mais compactas, os dispositivos incorporam Bobi-nas DC para filtragem de Harmônicas e filtros EMC. A novidade está disponível em IP20 e IP21/IP54. A versão em IP20 é otimizada para instalação em painéis e todas as conexões elétricas estão protegidas de modo que não podem ser tocadas acidentalmente.

Na Fenasan, a Danfoss ainda destacará o VLT® AQUA Drive FC200, drive indicado para aplicações

DANFOss lEvARÁ DRIvEs PARA ECONOMIA DE ÁguA E ENERgIA à FENAsAN

de saneamento e tratamento de efluentes. De acor-do com a empresa, “com uma grande e poderosa variedade de recursos incorporados e opcionais, o VLT® AQUA Drive FC200 é a solução ideal para as bombas e turbinas dos mais modernos sistemas de distribuição de água. Com ele, é possível alcançar maior proteção de bomba seca, reduzindo os custos de manutenção, pois o conversor de frequência ava-lia constantemente a condição da bomba com base nas medições internas de frequência/potência, além de possuir um controlador em cascata incorpora-do que controla até três bombas com uma bomba principal fixa. Outros produtos apresentados serão o VLT® Micro Drive FC51, um drive compacto para aplicações gerais com motores CA de ate 22kW e o VLT®Soft Starter MCD200, disponível nas configura-ções MCD 201 (sem proteção de motor) e MCD 202 (com proteção). A tecnologia de construção do equi-pamento permite que sejam montados lado a lado sem precisar de ventilação forçada. Já o VLT®Soft Start MCD500 conta com a metade das dimensões dos equipamentos da linha anterior. Disponível para o mercado nas tensões entre 200 e 690 V, possui bypass integrado até 110 Kw, atingindo potências de até 1.2 MW. Apresenta como opcionais de comuni-cação Fieldbus, Profibus e Devicenet.

A Viapol, especializada em produtos e soluções para a construção civil e outros segmentos, passou a fazer parte, a partir de junho de 2012, da RPM International Inc., holding norte-americana, atuante em mais de 150 países. A aquisição societária integral da Viapol Ltda. foi anunciada no último dia 19 de junho e a empresa passa a integrar The Euclid Chemical Group, unidade do Grupo de Soluções de Construção da RPM, compa-nhia que atende os setores de construção e restaura-ção em todo o mundo. A forte posição de mercado da Viapol no Brasil oferece oportunidades únicas para o

grupo Euclid e fortalecerá significativamente sua pre-sença na América Latina.

A Viapol vai se juntar à divisão latino-americana da Euclid Chemical, sob a liderança de Oswaldo Prieto, vice-presidente, para América Latina. A gestão ope-racional e administrativa da Viapol continuará sendo exercida pelos diretores Ariovaldo José Torelli e Ale-xandre Racz que estão no comando da empresa desde sua fundação. A empresa,que é expositora da Fenasan, afirma que ampliará a sua linha de produtos.

vIAPOl é ADquIRIDA PElA RPM INTERNATIONAl

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acontEcE no sEtor

A Mizumo destacará, na Fenasan, suas tecnologias que a permitem desenvolver projetos de ETEs cus-tomizadas para bairros, vilas, dis-tritos e municípios. Os sistemas possibilitam o reúso do efluente tratado e podem atender até 20 mil usuários, ou seja, uma vazão de até 35 litros de esgoto/segun-do – vazões maiores também são avaliadas, caso a caso, pela equi-pe de engenharia de aplicações, que durante a feira estará dis-ponível no estande localizado na

Ilha Sindesam.Na Fenasan, a Mizumo ainda fará o lançamen-

to do Multimedia Filter, um equipamento periférico e/ou complementar desenvolvido para, segundo a empresa, garantir melhor qualidade do efluente de saída dos sistemas fabricados, podendo este ser reu-tilizado em vasos sanitários. De acordo com sua as-sessoria, “o principal diferencial do filtro em relação aos utilizados no mercado é a presença do mineral zeólita como meio filtrante, que oferece maior taxa de filtração e maior capacidade de retenção de sóli-dos em comparação à areia, um dos materiais mais utilizados como meio filtrante. O sistema atende às recomendações previstas na norma NBR 13969/97, no que se refere ao reúso em vasos sanitários (classe 3) e tem sua qualidade comprovada por inúmeros testes de eficiência”.

MIZuMO DEsTACARÁ PROjETOs PARA ETEs E lANçA O MulTIMEDIA FIlTER

A Grundfos apresentará na próxima edição da Fe-nasan o rotor S-tube, do-tado de um novo conceito hidráulico. Recém lançado no mercado mundial, o produto equipa as bombas submersíveis das linhas S e SL.

Fechado e de canal único, o rotor S-tube é indicado para o bombea-mento de efluentes e re-síduos. Segundo a empresa, “graças ao novo design de rotor e da voluta, a operação é feita suavemente desde a sucção ao recalque, sem obstruções de só-lidos em suspensão. Dentre os diferenciais, o rotor S-tube apresenta um dos melhores índices de efici-ência hidráulica do mercado alcançando até 84% , sem comprometer a passagem livre de sólidos com diâmetros de até 160 mm. Isto significa maior capa-cidade de bombeamento sem bloqueios”.

Domingos Alves, gerente nacional de vendas da Grundfos, faz questão de ressaltar ainda que, “no bombeamento de águas residuais o novo rotor S--tube proporciona aumento da eficiência, redução de gastos com perdas no processo, diminuição do consumo de energia elétrica, bem como dos níveis de ruído e da vibração, além da ausência de entu-pimentos. São atributos que evitam a necessidade de intervenções na bomba”, acrescenta o executivo.

gRuNDFOs DEsTACARÁ O ROTOR s-TubE PARA bOMbAs NA FENAsAN

A Atlas Copco, fabricante no segmento de equipamentos de ar e gás comprimido, geradores, equipamentos de construção e mineração e expositora da Fenasan, selecionou famílias do Nordeste Brasileiro para realizar a doação de purificadores de água.

De acordo com a assessoria da empresa, “a Atlas Copco acredita que a água potável é um direito fundamental do ser humano e adotou uma iniciativa mundial, para doar às comunidades carentes, 100 unidades de Purificadores de Água de alta capacidade e funcionamento a energia solar, que permite o fornecimento de água potável mesmo em localidades onde não há energia elétrica”.

ATlAs COPCO DOARÁ PuRIFICADOREs DE ÁguA PARA FAMílIAs DO NORDEsTE bRAsIlEIRO

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acontEcE no sEtor

A Poly Easy apresentará, na FENASAN, os Poços de Visitas e Poços de Inspeção roto-moldados em Polietileno, para combater um dos mais graves dos problemas das redes coletoras de esgoto, a infiltração

De acordo com a empresa, “decorrentes dos agressivos programas de combate a Per-das de Água, o setor vem optando pelo sistema em Polietileno para suas redes de dis-tribuição e a Poly Easy, apresentará sua completa linha de tubos, conexões, transições, máquinas e ferramentas, proporcionando o aproveitamento total das qualidades deste sistema de tubulação”.

POly EAsy

A Conaut apresentará na Fenasan as suas soluções de gestão e controle de processos

para saneamento: medidor magnético à bateria, medidor ultrassônico compacto e portátil e medidor ultrassônico intrusivo.

De acordo com a empresa, a redução de custo nos projetos de engenharia é um dos benefícios do medidor WATERFLUX 3070 – MOD. 463, pois foi desenvolvido para facilitar a medição em situações críticas de pro-cesso, oferecendo alto desempenho mesmo em locais sem energia elétrica e sem trecho reto (a montante e a jusante).Possui sensor que permite medição estável independente do perfil de fluxo e plano de estudos da vazão mínima noturna em distritos pitométricos atu-ando no controle de perdas. O equipamento vem pre-parado para telemetria, possibilitando monitoramento remoto via internet. Quanto à sustentabilidade, os di-ferenciais são o revestimento orgânico Rilsan – nome comercial do polímero Nylon 11 que é anticorrosivo, resistente a pressão, ao vácuo e ao desgaste e a bateria interna que tem duração de até 15 anos”.

CONAuT INvEsTE NO CONTROlE DE PERDAs E REDuçãO DE CusTOs

Com presença em mais de 70 países, a Degrémont marcará presença na Fenasan. A base tecnológica da empresa é o seu próprio centro de pesquisa, cujo prin-cipal objetivo é o desenvolvimento e a inovação nos processos e equipamentos, atendendo a uma demanda sustentável cada vez mais exigente. “Foi a primeira em-presa da área de saneamento e tratamento de águas a obter o certificado ISO 9001 - o que lhe abriu o cami-nho para conquistar outro certificado de qualidade, o ISO 14000”, informa a sua diretoria.

Visando ampliar a presença da empresa no Brasil, a Degrémont vem unindo esforços para aumentar a competitividade pela inovação e foco em Operação e Manutenção (O&M).

DEgRéMONT INvEsTE EM suA bAsE TECNOlÓgICA

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acontEcE no sEtor

ROTHENbERgER DO bRAsIl lTDA.

Fundada na Alemanha em 1949, a Rothenberger pro-duz ferramentas para os mercados metal mecânico, construção civil, manutenção em geral e bricolagem. No Brasil, a empresa comercializa a sua linha para atender a esses mercados.

De acordo com a diretoria da empresa, “um monito-ramento constante de toda a produção automatizada, garante um alto padrão de qualidade. Testes contínuos, produção em constante aprimoramento e desenvolvi-mento inovadores são os pilares de seu atendimento. Na Fenasan 2012, irá apresentar a sua linha de máqui-nas de solda por termofusão, eletrofusão, maçaricos de ar quente, ferramentas para tubos de plástico, bombas para teste hidrostático e chaves de grifo”.

A Pieralisi, empresa que opera adensamento, desidra-tação e secagem de lodo, oferecerá, na Fenasan, a sua linha de produtos formada por decanters, tridecan-ters, centrífugas para separação de água/óleo/sólidos e, ainda,secadores térmicos e adensadores.

De acordo com a empresa, “a desidratação mecânica de lodo por meio de suas centrífugas visa à redução do seu volume e possibilita seu manuseio, separando o líqui-do do sólido. Para tanto, desenvolveu skids e racks que permitem o tratamento de lodo (adensamento e desidra-tação) com todos os periféricos. Fabricados e testados, são o meio mais econômico de instalação de sistemas de adensamento e desidratação. Complementando a de-sidratação, a secagem de lodo visa reduzir significativa-mente seu volume, esterilizando-o e permitindo seu uso como adubo. Os secadores reduzem-lhe a umidade até 5-10%. Os sistemas de cogeração de energia integrados aos sistemas de secagem térmica de lodos fornecem so-luções inovadoras, propondo ao mercado de deságue de lodo uma verdadeira evolução tecnológica”.

PIERAlIsI APREsENTARÁ skIDs E RACks PARA TRATAMENTO DE lODO

xylEM PREPARA lANçAMENTOs PARA ExPOR NA FENAsAN

A Xylem – detentora das marcas Flygt, Godwin, Sani-taire, Leopold e Wedeco - fará o lançamento de três produtos durante a Fenasan: a Bomba Flygt Experior, o Painel FGC 300 Plus, e o Painel APP 500 Plus, com até duas bombas em partida Direta de até 9A com tensão de comando de 220 v.

Segundo Paulo Lisboa, gerente de Marketing Amé-rica Latina da Xylem, “o setor de saneamento conta atualmente com uma grande perspectiva de investi-mento, fazendo com que a Fenasan se torne uma ótima oportunidade para os lançamentos de novos produtos. Pensando nessas projeções positivas, vamos apresentar para os profissionais e visitantes do evento nossa solu-ções diferenciadas que atendem este mercado”.

TIgRE APREsENTA lINHA DE INFRAEsTRuTuRA E sANEAMENTO NA FENAsAN

A Tigre irá expor suas principais soluções para o seg-mento de infraestrutura e saneamento, na Fenasan 2012, com linhas completas de seus produtos, geral-mente tubos e conexões, os quais, segundo a empre-sa, possuem conceito sustentável, reduzem perdas e são fáceis de instalar, diminuindo a necessidade de interferências urbanas: Linha Esgoto Liso, Linha Es-goto Corrugado, Polietileno de Água e Esgoto,

UMA - Unidade de Medição de Água, PBA, De FoFo MPVC, Conexões de Eletrofusão e Conexões de Compressão. Alguns deles foram desenvolvidos exclu-sivamente para atender as especificações da Sabesp.

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matéria saBEsp

DEsENvOlvIMENTO DA HIDROMETRIA é INCENTIvADO PElA sAbEsPA evolução da hidrometria é sempre tema recorrente em eventos da Sabesp voltados à expansão da tec-nologia, seja em “Audiências de Inovação”, uma re-alização em parceria entre Sabesp, ABES e AESabesp, ou nos Fóruns de Tecnologia, realizados em unidades regionais e metropolitanas da empresa.

Um dos temas mais abordados durante as Au-diências foi a medição individualizada nos condo-mínios. O valor pago por cada apartamento não é, necessariamente, proporcional ao consumo, que va-ria em função da quantidade de usuários em cada unidade residencial ou comercial e também de seus hábitos. Com a medição individualizada, consegue--se uma redução significativa nos custos condo-miniais por unidade. Existem hoje, na Região Me-tropolitana de São Paulo, cerca de 6,5 milhões de hidrômetros, segundo informou o diretor Metropo-litano da Sabesp, Paulo Massato. A telemedição de grandes clientes também foi bastante discutida, com demonstrações que permitem à Sabesp monitorar, à distância e em tempo real, o consumo de água dos seus grandes clientes, responsáveis por 40% de seu faturamento bruto. Essa tecnologia consiste num módulo de controle e comunicação via celular e de

um software para visualização dos dados via páginas dinâmicas na internet.

Até o momento de fechamento desta edição, a Sabesp somava a realização de 35 Fóruns de Tecno-logia. Destacaremos os dois mais recentes, cujas con-centrações foram na Unidade de Negócio Baixo Tietê e Grande – RT, em 22 de maio, na cidade de Lins- SP, e na Unidade de Negócio Metropolitana Norte – MN, em 19 de junho.

No 34º Fórum de Hidrometria e Sistema de Gestão da Hidrometria (SGH), em Lins, o gerente de Departa-mento, Inácio Tubone, abriu os trabalhos, ressaltando a importância desses eventos, que contribuem efetiva-mente na redução de perdas e no aumento do fatura-mento da Sabesp. Na sequência, o gerente da Divisão de Medidores (MPOM), Fernando Camacho Martins, destacou os objetivos do Fórum, que visam estimular os profissionais da Sabesp a debater os processos e a ges-tão da hidrometria por meio de um ambiente de parce-ria com profissionais provenientes das UNs, articulando e disseminando as informações e ações de melhorias na qualidade da medição, resultados, tecnologias e gestão para aumento da micromedição, faturamento e redu-ção das perdas.

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A gestora Comercial da RT, Nilza Gali, fez a apre-sentação institucional da RT, demonstrando os princi-pais indicadores relacionados à performance de troca e avarias de hidrômetros, além de serviços de adequação e planejamento de trocas em 2012 e a evolução do processo desde 2007.

Como apresentação de caso, a analista da RO (Superintendência de Gestão e Desenvolvimento Operacional de Sistemas Regionais), Maria Luiza Peroni Ribeiro, apresentou o perfil de consumo dos presídios de Balbinos e Riolândia, onde foi proposta uma visita de diagnóstico visando a ins-talação de um sistema de leitura remota, sendo realizado por representantes do fórum no dia 23 de maio.

Fornecedores de hidrômetros também tiveram espaço para apresentar novos equipamentos e tec-nologias, como Paulo Jarava, da BMeters, na pau-ta desse encontro que, de forma geral, abordou os seguintes assuntos: Maleta de verificação metro-lógica – Prototipo em fase final de testes; Projetos pilotos de hidrômetros volumétricos, hidrômetros de oscilação fluídica e hidrômetros residenciais eletromagnéticos;Projeto de organização dos códi-gos AMB: Resultados e avanços no processo; além dos resultados do Grupo de Trabalho: Embaçamento, Recal e Garantia do SGH4: andamento das ativida-des, demandas e melhorias do sistema de gestão.

Já o 35º Fórum de Hidrometria, na MN, a abertura foi realizada pelos gerentes Benemar Movikawa Tarifa (MPO) e Carlos Alberto Molina (MNI), onde foi destaca-da a necessidade da troca de experiências entre as uni-

dades, atualizando os processos e gerando melhorias para toda Sabesp. Na oportunidade, Movikawa ainda ressaltou a importância da captação de demandas e necessidades das unidades de negócio para atuação do laboratório de medições.

A primeira palestra foi proferida por Marcos Co-col, da empresa Vector, fabricante de hidrômetros, com a apresentação da linha de produtos que vi-sam maximização de resultados e redução de per-das. Complementando a exposição, o engenheiro da MP, Carlos Roberto Canecchio, destacou a criação do Programa de combate à irregularidade e a pre-ocupação da Sabesp com a qualidade da medição e combate a fraude com imã de grande potência.

Na sequência, Marcos Daniel de Melo (MNIC) fez uma rápida apresentação sobre o parque de hidrômetros da MN,destacando a evolução da conformidade no parque, que passou de 78% em 2008 para 97% em 2012. O colaborador também apresentou uma projeção das trocas do parque de hidrômetros até 2050. Carlos Eduardo Oliveira Sesso (CSM, por sua vez, explicou alguns concei-tos e procedimentos na administração de contra-tos de fornecimento de hidrômetros e processo de garantia dos produtos. Falou sobre a Lei 8.666 (licitações) e que a partir do artigo 55 trata ex-clusivamente sobre contrato. Quanto à garantia dos contratos de hidrômetros hoje é de 24 meses e, dentro desse prazo o fornecedor deve substi-tuir cada unidade de hidrômetro que apresentar defeito. Outras demandas foram abordadas pelos técnicos presentes.

matéria saBEsp

34º Fórum de Hidrometria e Sistema de Gestão da Hidrometria (SGH)

Maleta de verificação metrológicaProtótipo em fase final de testes

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46 SaneaS Maio / Junho / Julho | 2012

Fenasan 2012 - Feira nacional de saneamento e meio ambientexxiii encontro técnico aesabesp - congresso nacional de saneamento e meio ambiente

O MAIOR EvENTO TéCNICO-MERCADOlÓgICO EM sANEAMENTO E MEIO AMbIENTEConsiderado como o maior evento em saneamento ambiental da América Latina, o Encontro Técnico AESabesp – Fenasan, em 2012, reafirma os seus objetivos de disseminação de novas tecnologias, geração de ações voltadas à sustentabilidade e concentração dos maiores expoentes do setor em seus três dias de realização.

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47SaneaS Maio / Junho / Julho | 2012

6 a 8 de agosto de 2012pavilhão branco do expo center norte - são paulo - sp

A AESabesp (Associação dos Engenheiros da Sabesp) realiza, nos dias 06, 07 e 08 de agosto, a sua 23ª edi-ção da Fenasan (Feira Nacional de Saneamento e Meio Ambiente), com horário de visitação gratuita das 13 às 20 horas, e seu XXIII Encontro Técnico, com horário de programação das 9 às 18:30 horas, nos 17 mil m² do Pa-vilhão Branco do Expo-Center Norte, em São Paulo – SP.

Devido ao seu crescimento, em dois anos, sua área dobrou de tamanho para atender à demanda de pú-blico e de expositores. Para a Fenasan 2012, cerca de 220 investidores (expositores), geralmente empresas fabricantes de equipamentos para o setor, criadoras de programas de desenvolvimento da área, prestadoras de serviços e de demais segmentos complementares à esfera do saneamento e meio ambiente, confirmaram a sua participação.

Espera-se a circulação em torno de 13 mil visitan-tes. O perfil do público da Fenasan, de forma geral, é formado por executivos, técnicos, empresários, gestores, pesquisadores e universitários, resultando numa das vi-sitações mais qualificadas dentre as realizações do setor.

Os congressistas e visitantes do evento poderão utilizar as Vans oferecidas gratuitamente pela AESa-besp, que serão colocadas na Estação Tietê do Metrô, no bairro de Vila Guilherme e farão o percurso, ida e volta, até o Pavilhão Branco do Expo Center Norte, no horário das 8 às 20 horas.

Em 2012, sob o tema “Como prover o saneamen-to para todos?”, que conduz às discussões de políticas públicas, adoções de condutas sociais e otimização de tecnologias para a universalização do saneamento, o Congresso Técnico será aberto a partir das 8:30 horas para credenciamento.

Os trabalhos qualificados terão apresentações dis-tribuídas entre os 4 auditórios do Congresso, das 9 às 12:30 horas, e no período da tarde, das 14 às 18:30, nos três dias do evento.

Ainda estão previstas palestras técnicas-institucio-nais de empresas participantes, além de mesas redon-das, com abordagem sobre os temas:

■ PSA - Plano de Segurança da Água - Uma nova ferramenta para a gestão de riscos para os ma-nanciais de abastecimento;

■ Aplicação da política de resíduos sólidos e seus desafios;

■ Mudanças climáticas e políticas de desenvolvi-mento sustentável no saneamento;

■ RIO + 20; ■ Gestão de empreendimentos - a qualidade do

produto final x termos de referência; ■ Situação de riscos à saúde, agravos e eventos

ambientais – a necessária conversa como Plano de Segurança da Água;

■ Saneamento e saúde em comunidades isoladas e pequenos municípios;

■ Gestão de riscos corporativos - uma inovação no setor de saneamento;

■ Tecnologia para o saneamento básico – compra por performance, solução integral;

■ Gestão de pessoas - como desenvolver e reter ca-pital intelectual - uma nova proposta;

■ Novas propostas de tratamento para o lodo gera-do em estação de tratamento de água;

■ O problema da eficácia da nova legislação do sa-neamento.

apoio institucional

ANAAGÊNCIA NACIONAL DE ÁGUAS

BEJEC= 11M= 16Y= 18K= 32

CINZAK = 90%

Logo

COOPERATIVA DE CRÉDITOConselho Regional de Engenharia e Agronomia

do Estado de São Paulo

Pantone 368 C Pantone 541 C

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE GEOLOGIADE ENGENHARIA E AMBIENTAL

apoio institucional Fenasan

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48 SaneaS Maio / Junho / Julho | 2012

No dia 06 de agosto, no horá-rio das 17h30 às 18h30, haverá palestra de encerramento do dia, aberta ao público, com o médico e apresentador Dr. Dráuzio Varella.

No dia 07 de agosto, no horário das 17h30 às 18h30, haverá palestra de encerramento do dia, aberta ao público, com o navegador Amyr Klink.

No dia 06 de agosto, no horário das 09h00 às 17h30, será realizado o curso: Diagnóstico de perdas em sistemas de abastecimento de água, com o especia-lista Mário Augusto Bággio. O valor da inscrição é de R$ 500,00 (associados da AESabesp) e R$ 800,00 (não-associados).

Nos dias 07 e 08 de agosto, no horário das 09h00 às 18h30, com inter-valo para o almoço, será realizado o curso: Estratégias para o Enfren-tamento das Mudanças Climáticas na Gestão dos Recursos Hídricos, ministrado pelos Prof. Dr. Filipe Duarte Santos – (FCUL/SIM/ CCIAM - Portugal), Prof. Dr. Humberto Ribeiro da Rocha (IAG/USP - Brasil), Msc. Rita Jacinto (FCUL/SIM/ CCIAM - Portugal) e Msc. Vanessa Hasson de Oliveira (PUC-SP/AESabesp – Brasil). O valor da inscrição é de R$ 995,00.

No dia 07 de agosto, a partir das 09h00, será realizado o “Encontro de Fornece-dores da Sabesp”, um fórum concentra-dor exclusivamente voltado aos forne-cedores de máquinas, equipamentos e serviços para esta empresa concessioná-ria, conceituada entre as cinco maiores do setor, em nível mundial.

Nos três dias do evento será oferecido Serviço de Buffet aos congressistas do Encontro Técnico. Também estará dis-ponibilizado o serviço de restaurante no piso térreo da Feira. O sistema será self service e será aceito o VR (Vale de Refeição) dos empregados da Sabesp que estiverem presentes.

Fenasan 2012 - Feira nacional de saneamento e meio ambientexxiii encontro técnico aesabesp - congresso nacional de saneamento e meio ambiente

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49SaneaS Maio / Junho / Julho | 2012

A exemplo de 2011, a AESabesp disponibilizará gratuitamente a tecnologia Wireless(sem fio), que permite a conexão à internet entre diferentes pontos sem a necessidade do uso de cabos, por meio da instalação de uma antena e de um rádio de transmissão. O si-nal será recebido em alta frequência, portanto não interfere em nenhum tipo de aparelho eletrônico. Informe-se sobre as senhas no CAEX.

No dia 08 de agosto, a partir das 16h30, haverá a Cerimônia de Encerramento do XXIII Encontro Tecnico AESabesp – Fenasan 2012, com a entrega do Prêmio AESabesp. A exemplo das edições anteriores, todos os investidores/expositores concorrerão ao prêmio AESabesp 2012, nas categorias:

■ Melhor estande (3 empresas que adotarem o maior número de ações sustentáveis durante a realização da Feira, em consonância com o Projeto Ecoeventus AESabesp®),

■ Inovação tecnológica (3 empresas que apresentarem novas e eficazes tecnologias),

■ Atendimento a cliente (3 empresas que melhor atenderem os visitantes do evento),

■ Destaque Aesabesp - FeNAsAN (Uma empresa que apresentar os melhores resultados de ações sustentáveis no período de agosto/11 a julho/12, mediante envio de um relatório comprobatório).

6 a 8 de agosto de 2012pavilhão branco do expo center norte - são paulo - sp

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50 SaneaS Maio / Junho / Julho | 2012

Fenasan 2012 - Feira nacional de saneamento e meio ambientexxiii encontro técnico aesabesp - congresso nacional de saneamento e meio ambiente

O Projeto ecoeventus AESabesp®, coordenado pela química Maria Aparecida Silva de Paula e com a consultoria especializada da advogada ambientalis-ta Vanessa Hasson, é o alicerce de um programa de educação ambiental formal, adotado com intuito de mobilizar os participantes da Fenasan, o maior evento da América Latina no setor.

As ações propostas no escopo do ecoeventus AESa-besp® são mais de conscientização do que de quantifi-cação do consumo de carbono. Por meio de uma linha pedagógica é demonstrado, a todos – expositores, forne-cedores e visitantes – os benefícios alcançados pelas prá-ticas de utilizar materiais sustentáveis nas montagens de estandes, diminuir a distribuição de impressos, reduzir o uso de energia, consumir água com racionalidade, reciclar resíduos - com base no Programa 3Rs - Reduzir, Reutilizar e Reciclar, além de estimular o não fornecimento de ma-teriais descartáveis, como copos, talheres, pratos e demais recipientes, sempre que possível.

Os expositores aderentes à causa, têm a oportuni-dade de concorrer ao Prêmio AESabesp. Os quesitos re-lativos à redução do uso de energia e consumo de água de maneira racional, também são acompanhados pela AESabesp no sentido de medir a eficácia das ações pro-movidas durante o evento.

No decorrer dos três dias da Fenasan, essas práticas são continuamente estimula-

das e, ao seu término, contabiliza-da a emissão de carbono com

base na produção de resídu-os, consumo de energia e meios de transporte utili-zados pelos participantes.

Considerando que o transporte veicular é o res-ponsável pela produção na cidade de São Paulo, por 78% da emissão dos GEE – Gases do Efeito Estufa, um dos grandes destaques dentro das ações transversais deste projeto é o incentivo ao uso de transportes al-ternativos e coletivos, tais como a carona, o metrô ou mesmo o uso das vans disponibilizadas pela AESabesp, como cortesia. A título de incentivo, durante a Feira, as pessoas que preencherem corretamente o questionário impresso ou virtual para o cálculo de gás carbônico, no qual será perguntado principalmente qual foi o meio de transporte utilizado para suas locomoções ao local, irão concorrer a um 01 par de Tenis.

O projeto se en-cerra com o plantio das árvores necessá-rias para mitigação da emissão dos ga-ses de efeito estufa, originada durante as três fases do evento – montagem, realização e desmontagem – acres-centando-se um percentual destinado a promover a recuperação ambiental de área desflorestada.

O projeto Ecoeventus AESabesp® pode e deve ser replicado em qualquer tipo de evento, podendo ser cha-mado também de ecoeventus®. Conta com a consultoria de pessoal altamente capacitado, para juntos promover-mos cada vez mais ações destinadas à mitigação e adap-tação às alterações climáticas, somando-se àquelas que vêm sendo praticadas por todo o mundo.

Para mais informações entre em contato através do e-mail [email protected].

PROjETO ECOEvENTus AEsAbEsP®

Plantio das árvores

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51SaneaS Maio / Junho / Julho | 2012

6 a 8 de agosto de 2012pavilhão branco do expo center norte - são paulo - sp

■ ABES – SP ■ Abimaq ■ ABNT ■ ABPE ■ ABRATT ■ Acciona ■ Aco Drenagem ■ Acqua Engenharia ■ Acqua Prime ■ Adi Systems ■ Aerzen do Brasil ■ Aesabesp ■ Agru Tecnologia ■ Albrecht ■ Allonda ■ Alpax ■ Altus Informática ■ Andritz Filtração ■ APECS ■ Ari Brasil ■ ASEC ■ Asperbrás Irrigação ■ Asten ■ Atlas Copco Brasil ■ Avk Válvulas ■ B & F Dias ■ Bbl Engenharia ■ Bentley Systems ■ Beraca ■ Bermad ■ Bombas Esco ■ Bombas Leão ■ Bongas Brasil ■ Borges & Katayama ■ Brasbom ■ Brasil Medição ■ Brasworld ■ Bugatti ■ C.R.I. Bombas ■ Caetano Tubos ■ Calgon Carbon ■ Cássio Lima ■ Cecres ■ Centerdril

■ Centroprojekt Do Brasil ■ Clorando Válvulas ■ Coester Automação ■ Colberge Water Systems ■ Conaut ■ Corr Plastik ■ CRQ-IV ■ Dancor ■ Danfoss ■ Dbd Filtros ■ De Nora Do Brasil ■ Degrémont ■ Digicrom – Digimed ■ Digitrol ■ Dinatécnica ■ Dositec Bombas ■ Dpunion Instrumen-tação ■ Dryller ■ Eaux Equipamentos ■ Ebara ■ Ecosan ■ Edra Saneamento ■ EEA ■ Emec Brasil ■ Enasa ■ Engepol ■ Enmac Engenharia ■ Enops ■ Environquip ■ Ercon Engenharia ■ ESA ■ ETA Engenharia ■ Etatron do Brasil ■ Expo-Net Danmark ■ Famac ■ Fast ■ Fernco Do Brasil ■ Festo Brasil ■ Fgs Brasil ■ Fibrav ■ FKB ■ Fluid Feeder ■ Franklin Electric

■ Gaiatec ■ GE Intelligent Platforms ■ GEA Sistemas ■ Gehaka ■ Go Associados ■ Gratt Máquinas ■ Grundfos ■ Guarujá Equipamentos ■ Haarslev Industries ■ Helibombas ■ Hemfibra ■ Hexis Científica ■ Hidroductil ■ Hidrosul ■ Higra Industrial ■ Huber Do Brasil ■ Huesker ■ Imap ■ Imbil ■ Imperveg ■ Interativa ■ Invel ■ Isoil Lamon ■ Italy Válvulas ■ JCN ■ Job Engenharia ■ Joplas Industrial ■ Kaeser ■ Kanaflex ■ Kemira ■ Krieger ■ Ksb Bombas ■ Maccaferri ■ Marconi ■ Marte Científica ■ Maxiágua – Mojave ■ Mc-Bauchemie Brasil ■ Mcfluid Equipamentos ■ Mecaltec ■ Merck ■ MFB Di Bonomi Eliseo ■ Mizumo ■ Mult-Hidro ■ NBN Automação

■ Netzsch do Brasil ■ Nicsa Válvulas ■ Nivetec ■ Nunes Oliveira ■ Omel Bombas ■ Orbinox Brasil ■ Otek Tubos ■ Panther ■ Paques Brasil ■ Parkson do Brasil ■ Pescara ■ Petrofisa ■ Ph Ambiental ■ Phytorestore Brasil ■ Pieralisi ■ Polierg ■ Poly Easy ■ Precision Laboratories ■ Promar ■ Prominas ■ Prominent Brasil ■ Ps Alclare ■ Rehau Indústria ■ Restor ■ Revista Engenharia ■ Revista Hydro ■ Revista Novo Ambiente ■ Revista O Empreiteiro ■ Revista Química e Derivados ■ Revista Repórter Leão ■ Revista Saneamento Ambiental ■ Revista Sanear ■ Revista TAE / Meio Filtrante

■ Revista Visão Ambiental ■ Revista Visão Ambiental ■ Robuschi ■ Rothenberger do Brasil ■ RTS ■ Sabesp ■ Saint-Gobain

■ Sampla ■ Sappel do Brasil ■ Schneider Electric ■ Seko do Brasil ■ Semco ■ Sensus ■ Sidrasul ■ Sigma ■ SJE-Rhombus ■ SMV ■ Sobratema ■ Sondeq ■ SOS Conexões ■ Sovereign ■ Sparsol ■ Stringal ■ Sulzer Pumps ■ Tanks BR ■ Thebe Bombas ■ Tigre ■ Toray ■ Toro Equipment ■ Toro Liners ■ Tree-Bio Soluções ■ Unitubos ■ VAG Armaturen ■ Valloy Válvulas ■ Vaz Bombas ■ VCW Válvulas ■ VE Group ■ Vetro ■ Viapol ■ Vibropac ■ VLC ■ Vogelsang ■ VWS Brasil ■ Wam do Brasil ■ Wasserlink ■ Waterleau ■ Weir do Brasil ■ Westech ■ Wilo ■ Xylem

EMPREsAs PARTICIPANTEs DA FENAsAN 2012

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Ressaltando a importância da responsabilidade social da AESabesp, a Comissão Organizadora do XXIII Encontro Téc-nico – Fenasan 2012 irá contribuir para a sustentabilidade do projeto “Prática de judô para crianças e adolescentes” que beneficiará 90 jovens participantes.

CONHEÇA NOSSA CARTEIRA DE PROJETOS

proJEtos socioamBiEntais

A idealização do programa “Prática de Judô para Crian-ças e Adolescentes” surgiu em 2011, com a inquietação da comunidade do entorno diante a situação de vul-nerabilidade social das crianças e adolescente da zona leste da Região Metropolitana de São Paulo.

A partir deste cenário, a Sociedade dos Amigos do Parque Buturussu, uma organização sem fins lucrativos, decidiu juntamente com os professores voluntários Ra-fael Annunciato Neto (gestor do projeto) e o Manuel Pa-deiro (responsável técnico) para contribuir com o desen-volvimento local, por meio de programas que envolvem práticas culturais e esportivas, criando-se este projeto.

O objetivo central é afastar crianças e adolescentes das ruas por meio da prática do Judô, demonstrando que o esporte é um elemento que converge pessoas e desenvolve a ética e moral ao mesmo tempo, surtindo os seguintes efeitos: conscientização sobre a reprodu-ção, conscientização sobre o uso de drogas e proteção contra o tráfico, proteção contra a violência, acesso igualitário ao mercado de trabalho e a inserção da co-munidade no pleno exercício de direitos e deveres.

O projeto tem como uma de suas metas funda-mentais a promoção ao acesso de crianças e adoles-

centes em práticas esportivas, além do incentivo aos valores culturais e sociais desses jovens, procurando assegurar que essas ações sejam serviços ofertados como educação continuada. Dessa forma a discussão deve também ser voltada e aprofundada nas questões que tangem à educação.

As atividades do projeto ocorrem aos sábados, onde os alunos estão recebendo os primeiros passos para a prática do Judô.

No projeto toda criança interessada em treinar é acolhida. Nessa fase são apresentados a disciplina e o Judô como atividade física de desenvolvimento huma-no espiritual. Então, no início as crianças não recebem nenhum preparo físico.

Nos próximos doze meses serão ministradas aulas aos sábados em duas turmas, se necessário será criado mais uma turma. A primeira é voltada para as crianças pequenas, das 15h00 às 16h30, já a segunda direcionada para jovens e adolescentes, das 16h30 às 17h30.

A AESabesp irá contribuir para melhorar a prepara-ção das salas e ofertar os trajes aos alunos, buscando parceiros para a continuidade deste Projeto.

PROjETO “PRÁTICA DE juDÔ PARA CRIANçAs E ADOlEsCENTEs”

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A diretoria de Projetos Socioambientais da AESabesp teve novamente a participação na Febrace 2012 - Feira de Ciências e Engenharia, realizada entre os dias 13 a 15 de março, na Escola Politécnica da USP (Universida-de de São Paulo).

Na condição de “Parceiro Apoiador” do evento, a entidade foi divulgada em seus Anais e teve uma ampla divulgação via internet, inclusive com a logo-marca da AESabesp disponibilizada no site do even-to. A Cerimônia de Premiação aconteceu no dia 17 de março.

Para os trabalhos premiados, foi entregue a mo-chila do Encontro Técnico AESabesp, um Voucher de participação na Fenasan 2012, que dará direito à apre-sentação do trabalho no stand da Diretoria de Projetos Socioambientais, com certificado de participação e ali-mentação custeada.

Na escolha dos projetos premiados a AESabesp so-licitou alguns critérios a serem cumpridos:

1º prêmio: o trabalho deverá se enquadrar na categoria de Saneamento Básico que envolve água, esgoto, drenagem ou lixo urbano. As alunas que receberam o prêmio foram Larissa Alves de Sou-sa e Daniela Vieira de França, tendo como orien-tador Lucas Forni Miranda do Instituto Fernand Braudel de Economia Mundial, São Paulo – SP, com o trabalho: “Bueiro Autônomo: Sistema de Dimi-nuição de Enchentes Urbanas”. Convidado para ser

apresentado no 1º dia da Fenasan, 06 de agosto, este trabalho teve como objetivo desenvolver um dispositivo que auxilie no processo de diminuição das enchentes, através da limpeza e retirada dos resíduos das bocas de lobo, reduzindo, desta forma, os danos causados à saúde e aos bens materiais. O mesmo realiza duas funções: armazenamento do lixo em uma caçamba e suspensão da mesma para retirada dos resíduos e, para tanto, é constituído de três sistemas principais: o sistema de transporte, armazenamento e suspensão, sendo esses contro-lados analogicamente por meio de uma placa de circuito impresso.

2º prêmio: o trabalho deverá se enquadrar na categoria de Meio Ambiente, Recursos Hídricos, 3º Setor ou Sustentabilidade. A aluna que recebeu o prêmio foi Tatiana Orli Milkewitz Sandberg, tendo como orientadora Ligia Fleury do Colégio Renas-cença, São Paulo – SP, com o trabalho: “Arquite-tura Urbana: Prevenção de Enchentes”. Convidado para ser apresentado no 2º dia da Fenasan, 07 de agosto, este trabalho é um estudo da ocorrência das enchentes em razão de dois fatores: a exces-siva impermeabilização do solo da cidade, que barra os caminhos naturais das águas, e o exces-so de lixo, que, ao ser jogado nas ruas, atrapalha o fluxo das águas das chuvas. Estes são apenas dois fatores principais, sendo provavelmente em decorrência da falta de consciência ambiental em uma grande parcela da população. É evidente que existem inúmeros outros fatores, mas o estudo é focado nos fatores citados.

Buscando formas de amenizar o problema, serão cruzados os dados de entrevistas com moradores lo-cais com mapas da região estudada e, com isso, será possível visualizar a área verde do bairro e a consci-ência ambiental dos moradores. Assim, encontrando alternativas para amenizar a gravidade de enchentes ou até mesmo evitá-las.

Foi encaminhado um e-mail de parabenização para os participantes, solicitando a confirmação de participa-ção na Fenasan 2012, e até o momento foi confirmado a participação dos alunos do Instituto Fernand Braudel de Economia Mundial, São Paulo – SP.

AEsAbEsP NA FEbRACE 2012

proJEtos socioamBiEntais

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Imagine uma feira de marketing tecnológico na qual você encontra grandes fabricantes de bens e servi-ços, que está sempre aberta e você ainda ganha o principal produto com sua visita: conhecimento.

Essa é a ideia que motivou a criação da Fei-ra Educativa Virtual, o mais novo projeto socio-ambiental da AESabesp, por meio da Diretoria de Projetos Socioambientais, que tem a finalidade de ajudar empresas a compartilhar conhecimento téc-nico/administrativo e a se tornarem reconhecidas por desempenhar um importante papel social: em-presa que educa.

A feira funciona em um ambiente virtual 3D no qual o fabricante abre as portas para estudantes, profissionais, consumidores e oferece oportunida-des de interação e aprendizado nas áreas de ges-tão, inovação tecnológica, preservação ambiental, ou demonstração de funcionamento de máquinas, equipamentos e processos de fabricação.

Este projeto consiste em realizar uma Feira Educativa Virtual nas quais empresas apresentam

soluções ou “como funcionam” produtos ou pro-cessos ao público de seu interesse com acesso à rede mundial de computadores (internet). A fi-nalidade desta feira é facilitar a disseminação de conhecimento prático gerado e aplicado nas em-presas, seus processos de gestão, pesquisa e desen-volvimento, produção e ações de responsabilidade social, possibilitando ao público o aprendizado de ações e técnicas empresariais e aprimoramento profissional.

Grande parte do conhecimento tecnológico só pode ser encontrado dentro das empresas. A Feira Educativa Virtual se propõe a ser um canal de disse-minação deste conhecimento que pode beneficiar a todos. Interatividade entre os visitantes e exposito-res, produtos inovadores, discussão de temas inte-ressantes e contextualizados é uma experiência de primeiro contato com o “mundo” empresarial, que desafiará alunos a investir na sua formação pessoal e profissional.

A AESabesp firmou parceria com a empresa Skill Treinamentos e Comunicação Técnica para criar o ambiente virtual e a gestão do projeto está a cargo do nosso associado e tecnólogo, Elio Silva.

Torne-se patrocinador ao reservar o espaço da sua empresa e utilize os melhores recursos interati-vos e adequados para compartilhar o conhecimen-to que tem a credibilidade da sua marca. Empresa que educa mostra que sabe o que faz. Empresa que educa promove o bem.

proJEtos socioamBiEntais

PROjETO: FEIRA EDuCATIvA vIRTuAl: INOvAçãO EM TRANsFORMAçãO sOCIAl - lANçAMENTO

PROjETO: DIFusãO E MEMÓRIA DO ENgENHEIRO ARMANDO FONZARI PÊRA - ATuAçãO E CONTExTO HIsTÓRICOA atuação do Engenheiro Armando Fonzari Pêra, nos primórdios da década de 1940, enquanto ain-da estagiário na Repartição de Águas e Esgotos do Estado de São Paulo, pioneira, precisa ser lembra-da e divulgada, como resultado de um processo que tem suas origens no Império Brasileiro, no-tadamente a partir de 1850. A crise no sistema escravagista trará significativas mudanças eco-

nômicas e sociais, principalmente com a queda da Monarquia, absolutamente centralizadora, e o estabelecimento de um novo sistema de governo: a República.

Vimos que, durante o período colonial, o abasteci-mento de água era feito por meio de “chafarizes”, cuja água provinha de fontes naturais em terrenos altos.

A partir de 1890 até 1901, mais ou menos, co-

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proJEtos socioamBiEntais

nhecida como a “fase das epidemias”, uma série de providências, com relação ao abastecimento de água, será determinante. As do-enças mais comuns, até então, eram febre amarela, febre tifóide, disenteria, tuberculose, peste bubôni-ca, varíola etc.

As crises econômicas devido à falta de mão de obra escrava; à perda sig-nificativa do poderio eco-nômico do açúcar e do al-godão, em detrimento dos cafezais do oeste paulista;

a necessidade de escoamento da produção cafeei-ra visando atingir o porto de Santos, construindo cada vez mais ferrovias; a disseminação de doenças epidêmicas e endêmicas, particularmente as relacio-nadas à contaminação da água, de alimentos mal lavados; problemas de saúde pública; insalubridade das cidades litorâneas etc, afetam o país e o Estado de São Paulo.

A rede estadual de saúde e as tratativas de sa-neamento se confundem e se misturam a partir de 1892, com a incorporação e criação de diver-sos institutos bacteriológicos e vacinogênicos. Os sanitaristas são médicos, preocupados com a disseminação das doenças e com a identificação dos vetores.

O Engenheiro Pêra – químico por formação – vai se preocupar com o saneamento e tratamen-to de águas e esgotos, implantando sistemas em várias cidades paulistas, principalmente na Bai-xada Santista. Além disso, devido às dificuldades enfrentadas durante a II Guerra Mundial, com as importações – o Brasil não dispunha de indústria direcionada para essa área – de equipamentos de precisão, principalmente os que vinham da Ale-manha e França, desenvolveu sua capacidade de criação elaborando os equipamentos necessários para sua atuação.

Durante 60 anos o engenheiro Pêra transitou pelo Estado, atuando e resolvendo problemas específicos, dando suporte às prefeituras do interior e da Baixada.

Artigo desenvolvido pela equipe técnica Ornella Regina Flandoli, Isabel Mª Alves Mezzalira e Celina Yoshimoto.

Este projeto foi aprovado no Programa Nacional de Apoio à Cultura (Pronac), regulamentado pela Lei Rouanet, do Ministério da Cultura. Com isso, além do reconhecimento da sua legitimidade e importân-cia, 100% dos valores captados a título de patrocí-nio poderão ser deduzidos do Imposto de Renda da Pessoa Jurídica doadora, respeitado o limite de 4% do valor a recolher. Além da dedução no imposto, a empresa patrocinadora contará com a divulgação de sua marca em todos os meios de comunicação da AESabesp, como parceira na promoção do projeto.

A AESabesp conta com a parceria da Cia. de Sa-neamento Básico do Estado de São Paulo – Sabesp, Unidade de Negócios da Baixada Santista para a inclusão deste projeto no espaço Palácio Saturnino de Brito, localizado na avenida São Francisco, 128 – Santos e o patrocínio para realização da 1ª etapa do projeto.

A Diretoria de Projetos Socioambientais da AESa-besp possui um plano de captação de recursos que poderá contar com um ou mais patrocinadores, possi-bilitando a participação de várias empresas interessa-das na valorização de sua marca e no estabelecimen-to de uma relação mais próxima com a associação e com a sociedade civil, tudo isso mediante a utilização de recursos incentivados pelo Governo Federal.

Para maiores informações sobre os projetos apresentados poderão ser obtidos pelo e-mail [email protected].

Referência: Artigo desenvolvido pela equipe técnica OrnellaRegina Flandoli, Isabel Mª Alves Mezzalira e Celina Yoshimoto.

Armando Fonzari Pera

Palácio Saturnino de Brito

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AEsAbEsP MARCOu PREsENçA NA RIO+20

sObRE A IMPORTÂNCIA DA RIO+20: “A conferência sobre sustentabilidade atraiu três vezes mais gente do que a Rio-92: 45,4 mil credenciados e outras 2 mil pessoas da sociedade civil incluídas de última hora. Tal encontro é uma nova tentativa das Nações Unidas, neste início do milênio, de progredir em relação ao compromisso dos Estados e da comunidade mundial com as grandes mudanças deste século XXI. Acontece vinte anos depois da primeira cúpula histórica de Rio de Janeiro, em 1992, e dez anos depois do encontro de Jo-hanesburgo, em 2002.

O chamado das Nações Unidas é ambicioso. Propõe aos Estados, à sociedade civil e aos cidadãos, estabelecer “os alicerces de um mundo de prosperidade, paz e sustentabi-lidade”, apontando três temas centrais: 1. Reforçar os compromissos políticos em favor do desenvolvimento sustentável; 2. Expor um resumo dos avanços e dificuldades as-sociados à sua implementação; 3. Analisar as respostas aos novos desafios emergentes das sociedades. Duas questões, estreitamente ligadas, colocam-se no alvo da cúpula: 1. Uma economia verde em prol da sustentabilidade e da erradicação da pobreza; 2. A criação de um marco institucional para o desenvolvimento sustentável.

Se os governos vão colocar em prática suas intenções — criticadas como vagas pelas ONGs presentes— o tempo dirá. Mas, só em promessas feitas pela iniciativa pri-vada, o evento já soma 513 bilhões de dólares, equivalente a R$ 1,06 trilhão. Com essa quantia, é possível comprar mais de 42 milhões de carros populares 0 Km ou 4 bilhões de cestas básicas .

Oito bancos se comprometeram a estimular o transporte sustentável e dezesseis a in-centivar projetos de baixa emissão de carbono, num total de 165 milhões de dólares para

SUSTENTABILIDADE

Vinte anos após a Eco92, o Brasil voltou a receber lideranças governamentais

de diversos países para discutirem planos e ações para o futuro do planeta. A

Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, denominada

Rio + 20, foi realizada entre os dias 12 e 22 de junho, no Rio de Janeiro.

O objetivo da Conferência esteve voltado para a definição de uma agenda de ações de

preservação ambiental, para as próximas décadas, cujo foco principal destacou os temas:

“economia verde” e “erradicação da pobreza”. Porém, houve um impasse em relação ao

texto do documento definitivo, que sofreu críticas dos integrantes de movimentos sociais

presentes e aprovação do governo brasileiro.

A engenheira Sonia Nogueira e a advogada ambientalista Vanessa Hasson estiveram na

Rio+20, como representantes da AESabesp, e trouxeram suas impressões sobre o evento.

Sonia Nogueira participou da palestra “Saneamento: a base para ajudar as cidades e as suas comunidades a alcançar um desenvolvimento sustentável”, moderada pelo presidente executivo do Instituto Trata Brasil, Édison Carlos, com o diretor de pesquisa da Share (Reino Unido), Sandy Cairncross, e o prefeito de Jundiaí- SP, Miguel Haddad.

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países em desenvolvimento. Os EUA, representados pela secretária de Estado, Hillary Clinton, anunciaram 20 mi-lhões de dólares (R$ 41,3 milhões) para projetos de ener-gia limpa na África. Hillary elogiou a liderança brasileira e considerou o relatório um avanço: “Graças à liderança brasileira nos reunimos em torno de um documento”.

A presidenta Dilma Rousseff afirmou que o con-senso em torno do documento foi uma vitória. ‘Nós, de fato, mudamos o patamar’, sentenciou ao encerrar o evento, cujo site contabilizou mais de 50 milhões de acessos. Só no Twitter em inglês, a Rio+20 apareceu mais de 1 bilhão de vezes.

sObRE A APREsENTAçãO “sANEAMENTO: A bAsE PARA AjuDAR As CIDADEs E As suAs COMuNIDADEs A AlCANçAR uM DEsENvOlvIMENTO susTENTÁvEl”:“Como representante da AESabesp participei do evento realizado em 17/06, intitulado ‘Saneamento:a base para ajudar as cidades e as suas comunidades a alcançar um desenvolvimento sustentável’ , cuja mesa de apresen-tação teve, como moderador, o presidente executivo do Instituto Trata Brasil, Édison Carlos, além do diretor de Pesquisa da Share - Reino Unido, Sandy Cairncross e do prefeito de Jundiaí – SP/ BR, Miguel Haddad. Registro ain-da, no público presente, a presença da presidente da APU (Associação dos Profissionais Universitários da Sabesp), Francisca Adalgisa.

Os debatedores foram bastante contundentes e reforçaram a questão da necessidade do sanea-mento como saúde e dos investimentos destinados para alcance da universalização e atendimento a todos os brasileiros. O pesquisador do Reino Uni-do relatou exemplos extremos de precariedade em alguns países em que as mulheres fazem suas ne-cessidades ‘in natura’ devido só haver este tipo de banheiro. Muitas são violentadas. E esta falta de segurança contamina a dignidade humana, assim como a total falta de saneamento contamina os rios lagos e mares dessas regiões que precisam ser olhadas e socorridas.

Nessa mesma seção ,o prefeito de Jundiaí ma-nifestou a posição de que sua cidade é um dos municípios modelos no exercício do saneamento, reconhecido como um dos melhores do País: ‘com

pujança industrial, excelência em avanços sociais e em qualidade de vida, lidera o primeiro pelotão de cidades do plano de desenvolvimento do Estado de São Paulo’. Haddad ainda destacou que já estava vendendo para os municípios vizinhos os serviços de fornecimento de água e tratamento de esgoto e que ele pretendia ampliar em Jundiaí, que atende 100% na área urbana com relação ao fornecimento da água, sendo que o DAE coleta ,afasta e trata 98% do esgoto do município incluindo a zona rural. Eu o parabenizei publicamente e sugeri que ele se candi-datasse a presidência da República, porque aí resol-veria a questão do Saneamento no Brasil aplicando o “Modelo de Jundiaí” foi um risada geral. Após ao evento, fui entrevistada por uma assessora que o acompanhava, que indagou se ele se candidatasse a presidente ,eu voltaria nele, mesmo. Respondi que se ele realmente solucionasse o Saneamento Básico para o Brasil seria um forte candidato.

Durante a apresentação, houve um questio-namento na platéia sobre as reais soluções para os rumos do saneamento no Brasil, com duras críticas ao saneamento do Rio de Janeiro. Já o saneamen-to de São Paulo foi muito bem conceituado. O Eng. Carlos Alberto Rosito, ex-presidente da AIDIS, pe-diu a palavra e em sua resposta colocou a Sabesp como exemplo de concessionária e a maior empresa da América Latina, em termos de administração de serviços, investimento em tecnologia, superação de metas e rumo à universalização para abastecimento e tratamento de esgoto, com um corpo de técnicos de excelência. Em nossa defesa, endossei as palavras do Rosito e o parabenizei pela colocação.

Na minha visão de técnica, após participar de vá-rias palestras, debates em diversos segmentos, como indústria, agricultura, energias renováveis, economia verde, tecnologias inovadores, reaproveitamento de resíduos com inovações; além de visitar exposições científicas e culturais na Feira de Meio Ambiente Ci-ência e Tecnologia, o Brasil está equiparado a outros países avançados nesta linha ou até mesmo além em alguns aspectos. A Rio+20 mostrou ao mundo que temos pesquisadores, cientistas e até mesmo estu-dantes com idéias brilhantes e criativas para melho-rar e preservar o Planeta.”

SUSTENTABILIDADE

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58 SaneaS Maio / Junho / Julho | 2012

PROPOsTAs PARA A quEsTãO DA gOvERNANçA“A Rio+20 foi realizada com a perspectiva de discussões sobre dois grandes temas: Economia Verde e Governança.

Em relação ao último tema o “Encontro Mundial de Juristas de Meio Ambiente para a Rio+20” contou com diversas mesas de debates, destacando grande par-te do evento e em especial o dia de encerramento – 18 de junho – para tratar da questão da Go-vernança. A questão foi debatida em torno da necessidade de ins-talação de um pilar ambiental às Organizações das Nações Unidas, elevando o status do PNUMA (Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente), de pro-grama para órgão, ou agregando ao ECOSOC (Conselho Econômico e Social das Nações Unidas) o viés ambiental. Além disso, lamentou-

-se o fato de que não foi contemplado no documento oficial da Rio+20, a transformação da Comissão das Nações Unidas para o Meio Ambiente e o Desenvolvi-mento Sustentável, em comissão permanente.

Outras propostas vieram, tais como: esforços dos Estados em adotar normas para o desenvolvimento sustentável em cada uma das leis vigentes no país; a criação de normas de controle e sanção para eficácia dos princípios reafirmados na ECO 92; a integração das leis; a adoção de um Contrato Mundial da Água em contraposição ao Contrato Social que dá respaldo à conformação da sociedade moderna e pós moderna.

Dentre os vários nomes de expressão na esfera do Direito Ambiental Internacional, estavam presen-tes o francês Michel Prieur, o brasileiro Paulo Affon-so Leme Machado e o co-coordenador das Nações Unidas Brice Lalonde. Michel Prieur tem adotado como tese o princípio da “não regressividade”, dian-te da situação de poucos novos avanços na Rio+20. Já o diplomata Lalonde, com mais otimismo espera ver inaugurado já um “Ombudsman” para atender o pleito das gerações futuras.

O patrono do Direito Ambiental no Brasil – Pau-lo Affonso Leme Machado – nos brindou com duas palestras, tendo proferido a palestra de encerramen-to. Em sua palestra nos deixou o ensinamento de que ‘enquanto o ser humano puder servir, poderá servir como ser humano’, e com isso nos provocar para o fato de que a população não precisa do Go-verno para conseguir a mudança que deseja, mas para tanto precisa estar incluída no processo de in-formação e participação e, assim, concluiu que: ‘se não soubermos aproveitar as oportunidades de nos encontrarmos para somar nossas energias e multi-plicarmos nossas forças para a construção da justiça e do amor em todo o planeta Terra, não existirá Di-reito Ambiental’.

Enquanto isso, na “Cúpula dos Povos”, evento paralelo à Conferência, a orientação era a nega-ção da Economia Verde como caminho para o de-senvolvimento sustentável, o que acreditamos seja fruto de uma incompreensão em relação ao tema. A AESabesp tem atuado diuturnamente no sentido de desenvolver este conceito em seus projetos e desde 2010 tem aprimorado as atividades da FENA-SAN para que estejamos alinhados com o ‘futuro que queremos’ ratificado pelos mais proeminen-tes países do Planeta, que estiveram presentes à Rio+20.”

SUSTENTABILIDADE

Já Vanessa Hasson, consultora jurídica da AESabesp, esteve nos debates do “Encontro Mundial de Juristas de Meio Ambiente para a Rio+20” , que tratou da questão da governança. Vários nomes de expressão na esfera do direito ambiental estiveram presentes, como o francês Michel Prieur (na foto com Vanessa), o brasileiro Paulo Affonso Leme Machado e o co-coordenador das Nações Unidas, Brice Lalonde.

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Painel AmbientesAgressivos 20122012

Congressos TécnicosOs Congressos trarão o que há de mais moderno em matérias-primas e processos para a manufatura de peças em composites, poliuretano ou plásticos de engenharia

Con� ra a programação da FEIPLAR COMPOSITES & FEIPUR 2012

Demonstrações TécnicasAssista, ao vivo, a fabricação de peças em composites ou poliuretano, a aplicação de adesivos e outras etapas produtivas

O Painel Ambientes Agressivos tem o objetivo de apresentar soluções em composites, poliuretanos e plásticos de engenharia para indústrias sujeitas a ambientes agressivos. Será composto por seis palestras técnicas, que serão apresentadas por renomados especialistas do mercado.

Data: 8 de novembro, Expo Center Norte, paralelamente a FEIPLAR COMPOSITES & FEIPUR 2012

Horário: 8h às 12h20

INSCRIÇÕES GRATUITAS: (55 11) 2899-6377www.feiplar.com.br

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