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1ª Edição do Jornal da Sala Verde Ciência, Arte & Magia da Universidade Federal da Bahia.

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O que é Meio Ambiente?

Jornal da Sala Verde Ciência, Arte &Magia - IBIO/UFBA - Maio 2011 2

Expediente

Jornal Salinha Verde

Jornal infanto-juvenil da Sala Verde “Ciência Arte &

Magia” da Universidade Federal da Bahia

Coordenação GeralRejâne Lira

Coordenação PedagógicaRosimere Lira

RevisãoJorge Lúcio Rodrigues eBárbara Rosemar Araújo

Coordenação Editoriale Diagramação

Gisele Santana

Capa de Plano de FundoDavid Lira Marques

RepórteresAlexandra Gonçalves,

Ana Lúcia Santos, Bianca Mota, Caroline Amparo, Davi Barbosa, Douglas França, Francisco Mota, Jadson Alves, Larissa Mascarenhas, Michele Ingrid, Natália Soares, Ramon Oliveira, Rob-

ert Silva, Sheila Correia, Vitória Moutinho, Uelton Ramos, William Carvalho.

---Galeria de arte e históriaAlice Lopes, Aline Tito,

Ana Lúcia Maciel, Anairan França, Beatriz Oliveira, Gabriel Costa, Iago Silva,

Ilana Oliveira, Jailton Cruz, Josefa Santos, Ju-liane Mascarenhas, Lu-ana Alves, Michele Dias, Miguel Gomes, Milena Soledade, Murilo Lima,

Nilton Soares, Saranaele Santana, Vinícius Souza

Endereço: Instituto de Biologia - Av. Barão de Geremoabo, s/n, Campus Universitário de Ondina, Salvador - BA

www.salaverde.bio.ufba.br / e-mail: [email protected]: (71) 3283-6564

Animais, plantas, natureza. Essas foram as primei-ras respostas dadas por nossa turma de jovens repórteres do Centro Integrado de Apoio à Criança e ao Adolescente CIAC/Ondina. No decorrer das ativi-dades o sentido da palavra foi ampliado e as crian-ças perceberam que Meio Ambiente é muito mais, está relacionado a tudo aquilo que cerca os seres vivos, incluindo fatores naturais, sociais e culturais. Foi a partir desse contexto que desenvolvemos nossas pautas, relacionando temas ambientais do cotidiano em que estas crianças se inserem.

Como surgiu o CIAC, qual a história desse lugar que frequentamos? Ex-alunos contam o que mudou de 10 anos para cá. O apoio de projetos transmitido em ações que levam educação ambiental e promovem cursos de capacitação para jovens. Os problemas e privilégios que abrangem a comunidade do Alto de Ondina. A expressão de crianças através de desen-hos e histórias sobre o que acontece no meio em que elas vivem. Tudo isso você encontra aqui nesta 1ª ed-ição do Jornal CIAC, resultado da busca por entender o significado do nosso Meio Ambiente. Boa leitura!

Apoio:

Ciac/Ondina

Tiragem: 500 exemplares

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A História do CIACComo funciona o Centro Integrado de Apoio à Criança e ao Adolescente

Texto e Foto: Douglas França, Jadson Alves, Uelton Ramos e William Carvalho

O Centro Integrado de Apoio à Cri-ança e ao Adolescente (CIAC), localizado no Alto de Ondina, foi

inaugurado em 1989 pelo governo do estado da Bahia para ajudar na educa-ção das crianças que ficavam soltas nas ruas. Segundo a atual diretora, Sônia Britto, o objetivo do Centro é atender as crianças carentes em situação de risco social no turno oposto ao colégio.

“O projeto planejava criar um CIAC em cada bairro, mas foram inaugurados ap-enas dois: O CIAC São Martin e o CIAC Ondina. O São Martin foi fechado porque a comunidade depredou o local”, afirma a diretora.

O CIAC é mantido pela Secretaria de De-senvolvimento Social e Combate à Po-breza da Bahia (SEDES) e tem parcerias com a Sala Verde da UFBA, a Companhia de Desenvolvimento Urbano do Estado da Bahia (CONDER) e o Instituto Social da Bahia (ISBA). Também existem fun-cionários do governo e voluntários que desenvolvem atividades socioeducativas como: aulas de educação física, infor-mática, capoeira, dança, inglês, pintura e bordado.

Funcionária pública do CIAC desde 2000, a professora Alzira Bahia, que sempre participou de trabalhos em comunidade, trabalha com aulas de conhecimentos gerais, através de palestras e question-ários sobre o tema escolhido do dia. “A responsabilidade aqui é grande para livrar o educando dos problemas sociais da rua e dos tóxicos.”

Bianca Mota, que está no CIAC há dois anos, disse que soube do Centro através dos amigos e prefere passar as tardes ali do que em casa sozinha, quando os pais estão trabalhando: “É bom porque você aprende, tem mais conhecimento e desenvolve a criatividade.”

Alzira Bahia

“A presença de um centro educativo como esse na comunidade do Alto de Ondina é muito importante para afastar os jovens dos riscos sociais que os cercam.”

Sônia Britto

“O CIAC oferece as crianças um espaço com alimentação, atividades socioeducativas e recreativas.”

Reportagem

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Moda AfroCurso de corte e costura promove a cultura negra

Texto e Foto: Davi Barbosa, Robert Silva e Ramon Oliveira

A moda Afro é uma moda d i f e r e n c i a d a

com roupas soltas e estampadas que caracterizam a cultura negra. No CIAC existe um projeto da ONG Omi-dùdú que trab-alha com moda Afro, o centro cede espaço e encaminha os jovens para as aulas de con-fecção e customização. O projeto trabalha com uma turma de 30 alunos entre 16 e 23 anos que recebem uma bolsa auxí-lio financiada pelo gover-no, através da Secretaria de Desenvolvimento So-cial e Combate à Pobreza (SEDES). O objetivo do curso é produzir roupas estilizadas que identi-fiquem a cultura negra.

Madalena Silva, formada em Design e coordena-dora do curso, diz que a moda Afro representa o que está ligado a uma raça, por isso a maioria dos seus alunos são afro-descendentes: “Aqui os alunos aprendem a criar uma identidade étnica”.

Aluno do curso, Mateus Mota, 16 anos, acha legal poder aprender costura, confecção e customiza-ção, além da experiência de conviver e trabalhar em grupo: “É uma ótima oportunidade para apre-nder e também ensinar ao outro, uma chance de profissionalização.”

Betina, também de 16 anos, diz que é muito bom aprender a criar modelos novos com a moda Afro e ainda poder mostrar seu

trabalho em feiras, ba-zares e exposições. “É sempre bom apren-der algo além do colé-gio, minha participação nesse curso pode abrir muitas portas na hora de procurar emprego.” Madalena concorda e diz que o curso tem grande importância para os jovens que pre-tendem aprender algo novo e investir em uma profissão.

“Representamos nossa identidade étnica através da

moda Afro.”

“Além da confecção, aprendi a conviver e trabalhar em grupo.” Mateus Mota, 16 anos.

O Núcleo Omi-Dùdú é uma organização do movimento negro de

resgate e preservação da cultura afro-brasileira

baiana.

nucleoomidudu.org.br

Madalena Silva

Reportagem

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A horta do CIACProjeto Sala Verde da UFBA ensina crianças a cultivar legumes

Texto e Foto: Alexandra Gonçalves, Ana Lúcia Santos, Bianca Mota

Você sabe o que é uma horta? Horta

é o lugar onde se cultivam alimentos como: frutas, ver-duras e legumes, para isso são usa-dos equipamentos como luvas, botas, enxada, sementes e fertilizantes. No final do processo, regar é essencial para o crescimento desses alimentos.

A horta do Cen-tro Integrado de Apoio a Criança e ao Adolescente (CIAC), foi criada em 2008, através do Projeto Sala Verde “Ciência, Arte & Magia” da UFBA. Segundo os entrevista-dos, ela foi construída em dois lugares, uma ao fun-do e outra na lateral do Centro. No espaço foram plantados: pimenta, salsa e coentro, que serviriam para a alimentação dos próprios alunos.

Foi um ex-aluno do CIAC e integrante do Projeto Sala Verde que teve a iniciativa de fazer a horta com as crianças. Luís Fernando

Gonçalves, que hoje es-tuda Engenharia Ambien-tal na UFBA, queria apre-sentar novas experiências às crianças. “O público infanto-juvenil gosta de novidades, gosta de ba-gunça, baseado nisso e no vasto espaço físico que tínhamos, decidimos fazer a horta”.

Em sua primeira experiên-cia com a construção de uma horta, Luís Fer-nando, buscou trabalhar

da forma mais artesanal pos-sível. Segundo ele, o primeiro passo é conhecer o nível de inter-esse das crian-ças, depois saber se existe espaço para a realização do trabalho - se o solo é produ-tivo, se existe a disponibilidade de materiais - e a partir daí buscar a melhor cultura para o tipo de solo pretendido.

As atividades para criar e cuidar da horta foram divi-didas em três par-tes: aulas sobre

noções básicas no uso de ferramentas em horta; preparação do solo - lim-peza e adubagem; divisão de horários e dias para cuidar da plantação, regar e colher.

Reportagem

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Como fazer uma horta em casa:

1 – Limpar o local (capinar, varrer, retirar pedras)2 – Preparar a terra com os equipamentos (enxada, pá)3 – Adubar a terra4 – Plantar a semente ou muda5 – Regar a terra

Prontinho! Agora é só esperar as hortaliças crescerem verdes e saudáveis.

É legal ter uma horta em casa para ter uma alimentação mais saudável e não precisar ir ao mercado comprar verduras e legumes. Aprenda agora como fazer uma horta em sua casa.

Para as crianças, participar da construção de uma horta foi um grande aprendizado. “Elas demonstraram dedicação, compro-misso e muita alegria”, afirma Luís Fer-nando. Uelton Ramos, hoje com 12 anos, participou do Projeto dois anos atrás e diz que foi muito bom aprender a culti-var uma horta: “Fiz de tudo um pouco, desde o preparo da terra até regar as mu-das”. Jadson Santos, de 11 anos, também achou a experiência interessante e conta como aprendeu a importância de legumes e verduras na alimentação: “Eu gostaria de ter uma horta em casa para ter alimen-tos mais saudáveis, porque os do mercado vem com agrotóxico.”

Infelizmente, as plantações de coentro cresceram, mas as crianças não tiveram chance de fazer a colheita porque alguns moradores da comunidade pularam o muro e recolheram os vegetais antes. Depois do acontecido, as crianças ficaram desanima-das e resolveram encerrar as plantações. Para saber mais sobre a horta do CIAC acesse: www.salaverdeufba.blogspot.com e confira as fotos e depoimentos dos alu-nos envolvidos.

Luís Fernando Estudante de Eng. Ambiental - UFBA

Além de ser uma rica fonte alimentar, a presença de uma horta é muito im-portante como local de relaxamento que proporciona contato com a terra e a na-tureza, trás o prazer de produzir algo e ensina respeito e co-operatividade para com o meio ambiente.

Sala Verde

O projeto Sala Verde é uma iniciativa do gov-erno federal, através do Ministério do Meio Am-biente que leva educação ambiental a populução.

Sala Verde Ciência Arte & Magia

Missão: popularizar o acesso à informação sobre o meio ambiente e funcionar como um espaço

democrático de atuação social, cultural, política e ambiental.

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Diversão no ZooA importância do zoológico para a comunidade do Alto de Ondina

Texto e Foto: Sheila Correia

O zoológico de Salvador está localizado no Alto de On-dina, o lugar onde eu moro. Ter o zoológico em nossa comunidade é muito importante porque é uma opção

de lazer e um lugar para conhecer e aprender mais sobre os animais.

Atualmente o zoo ficou mais bonito, depois da reforma e construção do abrigo do leão e do santuário dos pássaros. Também tem um Museu, com fósseis de animais; parque; o Cinezoo, com filmes educativos sobre Bichos e Meio Ambi-ente; além de muitas flores e árvores. Para conservar o local, existem lixeiras de coleta seletiva por todo o lugar, também tem funcionários e veterinários que cuidam e alimentam os animais.

Eu gosto de passear no zoo porque é legal, tem espaço livre para se divertir e brincar, além de conhecer diferentes bi-chos. Eu costumo visitar o zoo aos sábados e domingos. Dos animais o que eu mais gosto de ver é o pavão, porque acho ele o mais bonito.

Regina da Silva, que trabalha há 15 anos como ambulante no zoológico diz que a importância do zoo é muito grande para todas as pessoas: “Aqui é tranquilo, as pessoas podem se divertir e conhecer mais sobre o nosso Meio Ambiente. E o melhor é que a entrada é gratuita.”

Se você não conhece o zoo vale a pena fazer uma visita. Será bom para você aprender e se divertir!

Parque Zoobotânico

Rua Alto de Ondina S/Nº CEP 40170-110, Ondina

Horário de funcionamento

De terça a domingo e feriados (das 08:30 as 17:00hs)

Entrada gratuita

Mais informações

http://www.zoo.ba.gov.br/

(71) 3116-7952 e 3115-6289

Crônica

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Sujeira nas ruasO lixo nas ruas do Alto de Ondina

Texto e Foto: Michele Ingrid, Natália Soares, Vitória Moutinho

O lixo está tomando conta da comu-nidade do Alto de

Ondina e os próprios mo-radores tem uma parcela de responsabilidade. Ob-servamos isso perto do CIAC onde há um contêin-er cheio de lixo, por den-tro e por fora, espalhados pelo chão. Percebemos que as crianças não con-tribuem, jogam o lixo em qualquer lugar e as mães não reclamam, nem to-mam nenhuma atitude. A situação seria diferente se as pessoas se preocupas-sem mais em evitar a po-luição nas ruas.

Outro motivo para as ruas estarem nesse es-tado é porque a popula-ção do bairro cresceu e a produção de lixo aumen-tou. Mesmo com o serviço de limpeza urbana fazen-do a coleta todos os dias, os contêineres continuam cheios, já que muitas vez-es as pessoas jogam o lixo fora depois que o carro já passou. Além disso, há poucos recipientes de co-leta pelas ruas.

Entre os entrevistados a nota média para limpeza das ruas ficou em 5,0. Se-gundo Tereza Maria, mo-radora do bairro há oito

anos, o mau cheiro in-comoda e atrai bichos e insetos como: ratos, baratas e moscas. “A situ-ação já foi pior, antes o lixo ficava espalhado em qualquer lugar, inclusive na frente das casas”. Ter-eza também destaca a im-portância da reciclagem: “Se houvesse coleta sele-tiva as coisas seriam bem melhores.”

O que é:

• Reciclagem

Reutilização do lixo como matéria-prima para produzir novos ob-jetos

• Coleta Seletiva

Separação do lixo para ajudar no processo de reciclagem. Dentre os materiais recicláveis podemos citar: papel, plástico, metal e vidro.

Reportagem/Capa

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Marta Bacelar, que mora no Alto de Ondina há 16 anos confirma o incômodo causado pela sujeira nas ruas: “O lixo causa imundí-cie e mau cheiro, além de trazer muitas doenças, como leptospirose. Acho que as pessoas deviam se conscientizar e melhorar essa relação com o lixo.”

Atenção, existe

contêiner, jogue o lixo nele e não no chão!

Material Tempo de decomposiçãoPapel De 3 a 6 mesesPano De 6 meses a 1 ano

Filtro de cigarro 5 anosChiclete 5 anosNylon Mais de 30 anos

Plástico Mais de 100 anosMetal Mais de 100 anos

Borracha Tempo indeterminadoVidro Cerca de 1 milhão de anos

Ajude o Meio

Ambiente, porque ele te ajudará no futuro.

Fonte: http://www.lixo.com.br

As sugestões da vizinhança como solução para resolver o problema seria colocar mais contêineres e im-plantar a coleta seletiva no bairro, além de disponibili-zar o acesso a projetos de educação ambiental para que as pessoas colaboras-sem mais na preservação e limpeza das ruas.

Então tenha consciência e faça a sua parte. Pense bem antes de jogar algum lixo no chão. Você estará prejudicando o próprio meio ambiente em que vive.

Lixo jogado em uma das ruas principais do Alto de Ondina

Nilson Emílio dos Santos, que trabalha na portaria do CIAC há 3 anos diz que a situação das ruas é hor-rorosa e culpa a falta de educação dos moradores: “A coleta é feita todos os dias, mas as pessoas jo-gam lixo no chão, mesmo com o contêiner próximo estando vazio.

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Revivendo minha infânciaEx-alunos contam como era o CIAC antigamente

Texto e Foto: Caroline Amparo, Francisco Mota, Larissa Mascarenhas

Aline Cristina, 20 anos; Anselmo Mercês, 18 anos e Everaldo Porte-la, 16 anos, foram alunos do CIAC

e hoje trabalham voluntariamente no Infocentro do lugar. Todos foram influ-enciados por amigos a participarem do Centro e concordam que antigamente o CIAC era melhor porque tinha mais pro-fessores, atividades e cursos. A causa se deve a verba concedida pelo governo do estado da Bahia que era maior do que é hoje.

Aline entrou no CIAC em 2000 e ficou lá por um ano, segundo ela foi uma alter-nativa para não ficar sozinha em casa. “É melhor para as crianças estarem no CIAC do que soltas na rua, como diz o ditado: Mente vazia, oficina do diabo!”

Aline conta que há dez anos atrás o CIAC era bem mais organizado, tinha reforço escolar e colônia de férias. “As crian-ças ficavam aqui o dia inteiro, de sexta a sábado. Hoje muitas vezes elas ficam sem atividade, só correndo pelos corre-dores”.

Durante o tempo em que esteve no Cen-tro como aluna, a jovem participou dos cursos de Linux, Corte e Costura e Ca-poeira, além de aprender a ter uma ali-mentação mais saudável. “Foi no CIAC que aprendi a comer verduras e não des-perdiçar comida”.

Atualmente, Aline é monitora no Infocen-tro do CIAC/Ondina. Decidiu trabalhar ali porque é próximo à comunidade que mora e gosta de trabalhar com computa-dores.

Aline ainda reclama que o comportamen-to das crianças não é como o de anti-gamente: “Elas não obedecem mais aos professores.” E pede para que as crian-ças se comportem melhor.

Anselmo entrou no CIAC no ano de 2000, com sete anos e participa até hoje de al-gumas das atividades do Centro, como o curso de Moda Afro da ONG Omi Dùdú. Assim como Aline, ele acha que antes o Centro era mais interessante e a educa-ção era melhor.

Aline Cristina

Perfil

Anselmo Mercês

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“Aprendi muita coisa no CIAC, inclu-sive assuntos da escola. Só fui aprender tabuada mesmo aqui.”

E foi por gostar tanto do CIAC que o ga-roto também decidiu trabalhar ali. Par-ticipou do curso de informática quando era aluno e hoje além de trabalhar como voluntário no Infocentro é professor de informática no Colégio São Domingos.

Em 2006, Anselmo ganhou um campe-onato interno de xadrez no CIAC, con-quistando um troféu por sua colocação em 1º lugar. “Foi uma sensação mar-cante. Fiquei muito feliz!”

Tanto tempo de convivência deixou em Anselmo muitas lembranças. “Quan-do eu for embora do CIAC ficarei triste porque tenho muitas recordações boas de lá, das brincadeiras e dos amigos.”

Everaldo entrou no CIAC em 2001 com sete anos, hoje aos 16 continua fre-quentando as atividades no turno opos-to ao colégio. Ele também faz o curso de moda Afro Omi-Dùdú, estuda e trabalha no CIAC.

Antes de conhecer as atividades do Cen-tro, o garoto achava que seria chato passar as tardes ali, mas depois de con-hecer melhor o CIAC, Anselmo acabou gostando e aprendendo a respeitar o lugar, os professores, os colegas e fun-

cionários.

Segundo ele, a importância do CIAC em sua vida foi a aproximação que teve com as pessoas: “O que mais me marcou aqui foi a amizade dos colegas e professores. Sentirei falta de tudo quando não estiver participando mais do Centro.”

Everaldo Portela

Infocentro - CDC/Ondina

O Centro Digital de Cidadania (CDC) CIAC Ondina foi inau-gurado no dia 10 de Junho de 2005, com o objetivo de pro-porcionar acesso a internet e ministrar cursos de informáti-ca para a comunidade gratu-itamente. O CDC/Ondina tem como missão articular e coor-denar ações que promovam oportunidades de desenvolvi-mento espacial equilibrado e de inclusão social através da democratização do acesso da população aos recursos da in-formática e da Internet em todas as regiões do Estado e para todas as camadas soci-ais.

Mais informações:

http://cdcciacondina.blogspot.com

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Murilo Lima, 10 anos

Galeria de Imagens

Railson Gomes, 11 anos

Alef Lopes, 7 anos

Beatriz Oliveira, 8 anos

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Galeria de Imagens

Nilton Soares, 10 anos

Diego Mascarenhas, 7 anos

Diego Mascarenhas, 7 anos

Vinícius Bispo, 10 anos

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Vou te contar...

Como é o Meio Ambiente em que eu vivo!

Minha rua

O ambiente que eu moro é legal, tem vista para o mar, e também tem pes-soas legais e chatas. Só acho que de-veriam mudar o policiamento daqui porque os policiais passam quase todos os dias e arranham as portas.Eu gosto de morar no Alto da Sereia, mas queria que acabassem as brigas, aqui tem muitas. A rua onde eu moro é muito interessante e um pouco tranqui-la, o povo tem muitas histórias para contar. Todos os sábados tem samba e é muito legal, sempre aparece um cole-ga para brincar, para conversar. Ul-timamente a rua está mais tranquila.

Miguel de Jesus Gomes - 8 anos

O meio ambiente no planeta Terra

O meio ambiente no planeta em que eu vivo é bonito, mas tem coisas que estão poluindo o ar: são os carros e as motos, os cigarros, as queimadas, os lixos que jogam no mar e no rio, e que matam os animais e as florestas. No planeta Terra o meio ambiente está bagunçado. Antigamente era tudo mata, praia, areia, animais e frutas, várias frutas. Eu queria ter nascido nesse tempo porque era ótimo e a comida era melhor. Nós humanos estamos sujando a praia que nós mesmos toma-mos banho. Vou falar a verdade, eu já sujei! O que precisamos fazer para mudar essa situação é não jogar lixo na rua e colo-car mais lixeiras nas praias.

Iago Silva - 9 anos e Jailton Cruz - 10 anos

Nosso bairro, o CIAC e a escola

O nosso bairro é legal, só que tem muita violência e é muito sujo. Nós queríamos que fosse mais limpo e que as pessoas parassem de sujar o bairro. Os próprios mo-radores andam pelas ruas sujando tudo, comem hot-dog e jogam o papel no chão, se alguém reclamar... ai, ai, já vira briga. As escolas não fazem comida direito e servem pouco de-mais, parece até que somos pinto. O CIAC é diferente, serve bastante comida, ás vezes até deixamos o resto no prato. Se a pró Maisa sabe disso reclama, mas eu sei que é para o nosso bem, ela é um amor. Ela, a pró Ade-lice e a pró Penha são três boas professoras. Amo mais o CIAC do que a escola!

Alice Lopes - 11 anos e Juliane Mascarenhas - 10 anos

Meio ambiente, onde eu gosto de ficar

O meio ambiente, onde eu gosto de ficar é no CIAC porque eu me sinto mais a vontade. Quando entrei aqui no CIAC/Ondina eu desco-bri que temos que respeitar as pessoas e tam-bém não devemos jogar lixo no chão. A escola é o lugar onde gosto de ficar também, um lugar bom porque aprendo a fazer várias coisas: a ler e escrever. A minha escola é legal porque não é muito violenta. Nos finais de semana eu vou à praia com meus irmãos, minha mãe e meu pai. Os lugares onde eu mais gosto de passear é na pracinha. Gosto de brincar com os meus colegas, de ler, varrer a casa e ajudar minha mãe. Também gosto muito da minha família e das professoras do CIAC.

Milena Soledade - 9 anos

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Vou te contar...Como é o Meio Ambiente em que eu vivo!

O meio ambiente onde moro

Todos os dias eu vou para a escola es-tudo e brinco, depois volto para casa, tomo meu banho e vou para o CIAC. No CIAC é tudo diversão e fantasia, gosto de lá porque eu brinco com minhas ami-gas. Mas o lugar que eu mais gosto é a minha casa, onde brinco e me divirto muito com meu irmão. Nos finais de se-mana vou ao clube, parque, zoológico, praia, pracinha e na casa da minha tia em Lauro de Freitas. As ruas do bairro onde eu moro tem mui-tas escadas, quando chove fica parecen-do uma cachoeira e eu quase caio quan-do ando pelas ruas assim. Não gosto da rua onde moro, mas adoro a minha casa.

Luana Alves - 8 anos

Não jogue lixo no chão

Eu queria que no meu bairro a violência acabasse, aqui tem muita morte e eu tenho medo. Também queria que parassem de jogar lixo no chão porque isso prejudica muito o ambiente. Um dia desses a nossa ca-mada que protege a Terra pode se partir por causa da poluição, além dos lixos que entopem os bueiros quando chove e prejudicam à todos, essa é a causa de eu não gostar do meu bairro. Eu ajudo a preservar o meio ambiente levando sempre um saco para colocar o lixo: palitos de picolé, restos de comida, copos descartáveis, lata de guaraná, etc. É assim que eu vivo cuidando do meio ambiente. Se eu pudesse ser a presidenta contrataria vários garis, assim meu querido bairro seria bem mais limpo e assim eu teria coragem de dizer que esse é o MEU BAIRRO, também poderia ter uma lei que proibisse jogar lixo no chão: “Não jogue lixo no chão porque prejudica o nosso planeta!”

Michele Dias - 10 anos

Respeito ao nosso bairro

Eu moro em um bairro violento e sujo. Ninguém tem res-peito ao nosso bairro. É cheio de polícia e traficante. Mas Salvador não é pior do que o Rio de Janeiro. Lá tem tanque de guerra e policiais de todos os tipos: de guerra, marinha, bope, militar, civil. Mas nosso bairro também tem lugares legais como a pracinha, o zoológico, o sexto batalhão, a nossa casa e um Centro chamado CIAC. O CIAC é muito bom, tem aulas de muitos professores e nós temos vários amigos lá.

Murilo Lima - 10 anos e Gabriel Costa - 8 anos

Como devemos tratar o meio ambiente

O meio ambiente é o lugar que eu vivo: é o CIAC, a esco-la, meu bairro e a minha casa. Acho que devemos cuidar melhor do nosso meio ambiente, porque as ruas e as pra-ias estão sujas. Eu gosto da minha casa, lá eu me divirto muito. Mas o lugar que eu mais gosto é o CIAC, que é onde eu brinco, pulo e corro, tenho aulas de computação e os professores me ensinam quando eu não sei alguma coisa. Eu tenho muitos amigos no CIAC. O meio ambiente é muito bonito porque ele faz parte da gente.

Beatriz Oliveira - 8 anos

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Vou te contar...

Como é o Meio Ambiente em que eu vivo!

As enchentes da Garibaldi

Não podemos jogar o lixo no chão porque entope os bueiros e causa enchentes. A água não tem por onde passar e acaba indo para as casas, podendo até matar as pessoas afogadas. Aqui em Salvador tem muitas enchentes e muitas pessoas estão morrendo pela irresponsabilidade de outras. Elas não pensam antes de agir, mas deveriam, porque isso um dia pode prejudicar elas mesmas. Tem aquele ditado que diz: “O que a gente planta, a gente colhe”. Para que o lixo não vá para os bueiros ajude a não jogar o lixo no chão, se não isso poderá entupir os bueiros com a água da chuva e alagar a sua cidade.

Ana Lúcia Maciel - 11 anos e Aline Tito - 10 anos

Sobre o Meio Ambiente

O Meio Ambiente tem que ser limpo, temos que jogar o lixo no lixo. Do lado de fora da minha escola é tudo sujo, aparece cobra e vários bichos. Na minha rua também é tudo sujo. Isso é o que eu quero mudar! Também não podemos jogar lixo nos rios porque atrai insetos que podem causar doenças e até a morte, como dengue e febre amarela. A praia está muito poluída porque o lixo do esgoto vai todo para a água da praia, por isso temos que cuidar do meio ambiente e não maltratar as plantas e os animais. Devemos Cuidar da Natureza!

Josefa Santos - 10 anos e Ilana Oliveira - 9 anos

A poluição ambiental

Salvador é uma região muito poluída porque seus bairros tem lixo em todo canto. As pessoas não tem muita responsabilidade com o meio ambiente. Eu vejo quando passo de ônibus pelos bairros e tem lixo nas ruas que o cachorro espalha. As pessoas não jogam o lixo na lixeira e o lixo fede muito, quando a gente passa por perto tem vontade de vomitar.O CIAC - onde eu aprendoNo CIAC eu tenho três professoras, elas são cheirosas e vem muito bem arrumadas. Minha sala é muito grande e quando a gente brinca fica cheia de brinquedos e sujeira que as faxineiras limpam depois, as professoras arrumam as revistas na estante e nós bagunçamos tudo.Quando voltamos no outro dia a sala está limpinha de novo.

Nilton Soares - 10 anos e Vinicius Souza - 10 anos

História sobre o meu bairro e o Brasil

Eu quero que meu bairro mude porque tem muita briga e muita morte. Eu vejo isso através dos jornais, das revistas, da televisão e tam-bém pelo que as pessoas da rua contam. O que eu posso fazer para evitar essas brigas é primeiro conversar ao invés de brigar. Eu acho que deveria mudar essa violência no Brasil inteiro, porque eu quero um Brasil mais feliz, mais cuidadoso, mais alegre, um Brasil mais do que divertido.

Saranaele Santana - 9 anos