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Salários iguais para trabalho igual Como as mulheres se podem defender contra a discriminação salarial

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Salários iguais para trabalho igual Como as mulheres se podem defendercontra a discriminação salarial

Indice

Introdução 3

Discriminiação salarial das mulheres 5

Trabalho das mulheres frequentemente subestimado 7

Igualdade salarial significa… 9

Salário igual para trabalho igual é um direito 10

O meu salário: não tenho nada a esconder 11

Discriminação salarial: um exemplo 13

O que pode fazer? 15

Vale a pena falar sobre o salário: um exemplo 17

Queixa salarial 18

Outras informações 19

Contacto 20

O Ofício federal para a paridade entre mulheres e homens, apoia o projecto no âmbito dos apoios financeiros segundo a Lei do regime de paridade.

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Introdução

Na Suíça, as mulheres continuam a ganhar em média 20% menos do que os homens. Enquanto um homem ganha por exemplo 4500francos, uma mulher recebe só 3600 francos. O que significa umaperda salarial de 10000 francos por ano. Aplicando este cálculo a uma carreira profissional de 35 anos, são 350000 francos que asmulheres perdem desta forma.

Pagar menos às mulheres para trabalho igual, é, na Suíça, proibidopela Constituição federal e a Lei da paridade. Mas na prática, estaproibição é frequentemente ignorada. A presente brochura forneceinformações básicas e mostra-lhe como se pode defender.

Esta brochura foi publicada em oito línguas. Pois precisamente as migrantes são muitas vezes duplamente discriminadas: comomulheres e como estrangeiras, a sua situação no mercado de trabalhosuíço é particularmente delicada. Caso deseje, peça mais exemplaresao seu secretariado do Unia.

Sem igualdade salarial, a independência económica continua inacessível para muitas mulheres. Ajude-nos a mudar enfim estasituação, e lute juntamente com o seu sindicato por um mercado de trabalho mais justo!

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Fonte: calculador de salários da USS, sob www.paritasalariale.ch.A tabela mostra, por ramo, aquilo que uma mulher em média ganha menos do que um homem, sob condições idênticas. Salários femininos e masculinos (convertidos emsalários brutos médios, para um emprego a tempo inteiro), foram comparados para omesmo perfil – quer dizer o mesmo nível de formação e a mesma experiênciaprofissional, para a mesma posição na empresa.

Diferenças salariais entre mulheres e homens com perfil idêntico

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Salário mensal bruto (CHF) Mulheres Homens

Discriminação salarial das mulheres

Você tem a sensação de trabalhar até à exaustão e, apesar disso, o seusalário não chega para viver? Então, você faz parte do grande númerode mulheres, cujos salários não lhes garantem a subsistência.

As mulheres na Suíça, ganham em média 20% menos do que oshomens. Mulheres, frequentemente trabalham nos chamados ramosde salários baixos (limpeza, hotelaria/restauração, comércio a retalho),onde os salários em regra são mais baixos. Mas também no seio de ummesmo ramo, podem existir consideráveis diferenças salariais entre ossexos. Estas diferenças podem ser constatadas em quase todas asactividades e a todos os níveis hierárquicos. Diversos factores, comoformação, experiência e posição na empresa, fornecem uma explica-ção objectiva para a metade destas diferenças, o resto é discriminaçãopura.

O que prova que as mulheres ganham menos e são discriminadas, pelo simples facto de serem mulheres.

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Trabalho das mulheres frequentemente subestimado

São diversas as causas para os salários mais baixos dasmulheres:

n Ramos onde trabalham sobretudo mulheres, conhecem frequen-temente salários mais baixos, porque as «actividades tipicamentefemininas», em regra, são menos consideradas do que as «tipica-mente masculinas», e assim menos bem remuneradas.

n Os homens reivindicam muitas vezes um salário inicial melhor,prémios mais elevados e promoções.

n Experiência extra-profissional e conhecimentos relacionados comtarefas de assistência ou actividades voluntárias, raramente sãoreconhecidos na altura da classificação salarial. Com um efeitonegativo para as mulheres, que assumem a maior parte do trabalhodoméstico e familiar.

n Trabalho a tempo parcial é frequentemente a única possibilidadeque as mulheres têm, para conciliar profissão e família. Mas trabal-ho a tempo parcial implica um sacrifício salarial e tem muitas vezesum efeito negativo sobre a carreira profissional e, a longo termo,também sobre a previdência velhice.

n Poucas mulheres ocupam uma função de direcção, mesmo nosramos com uma elevada quota-parte feminina. Elas são vítimas dochamado «tecto de vidro», quer dizer, está-lhes vedado o acesso àsposições superiores.

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Igualdade salarial significa…

… que mulheres e homens recebam o mesmo salário para trabalhoigual ou de valor igual.

… que uma mulher com qualificações iguais, tenha oportunidades de promoção e de aumentos salariais iguais às de um homem.

… que o trabalho profissional das mulheres, beneficie do mesmoreconhecimento social que tem o dos homens. O que se aplicasobretudo também à remuneração das «profissões tipicamentefemininas», por exemplo no domínio dos cuidados e no sector dosserviços.

… que o pessoal a tempo parcial seja assimilado ao pessoal a tempointeiro, por exemplo na atribuição do trabalho ou no aperfeiçoamen-to profissional. As pessoas ocupadas a tempo parcial, são na maioriamulheres.

Juntamente com o seu sindicato, você pode lutar por umamelhoria da situação das mulheres no mercado de trabalho, e assim, pela sua igualdade de direitos.

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Salário igual para trabalho igual ou de valor igual

«Homem e mulher têm direito a um salário igual para um trabalho de valor igual» (Art.° 8, Constituição federal)

A Constituição federal reivindica há muito, a igualdade salarial entremulheres e homens: todos os empregadores devem pagar o mesmosalário para trabalho igual e de valor igual – este princípio figura naConstituição já desde 1981.

A Lei sobre a paridade, em vigor desde 1 de Janeiro de 1996, contribui para a realização concreta da igualdade entre mulheres ehomens no mundo do trabalho. Assim, é proibido discriminar trabalhadores em virtude do sexo. Esta interdição de discriminaçãoaplica-se sobretudo à admissão, à atribuição de tarefas bem como à remuneração. Isto é, a Lei proíbe a remuneração diferente detrabalhadoras face aos seus colegas masculinos, só pelo facto de serem mulheres ou mães.

Apesar disso, ainda temos um longo caminho a percorrer na Suíça,até alcançarmos a igualdade salarial. Necessitamos de mulheres ehomens que lutem de forma concreta para alcançar este objectivo, eque defendam os seus direitos. O direito está do lado das mulheres!

O meu salário: não tenho nada a esconder

Para lutarmos de forma eficaz contra a discriminação salarial,devemos falar abertamente sobre os salários.

n É permitido discutir na empresa sobre os salários, entre colegas. Não existe nehuma Lei que o proiba. Por isso, comece a falar sobre oseu salário! Certas pessoas ficarão talvez desconfiadas no princípio,depois todas ficarão espantadas com as grande diferenças.

n Só se eu souber quanto ganham outras pessoas na minha empresa,é que posso avaliar em que medida o meu salário é discriminativo. O seu sindicato ou o calculador de salários desenvolvido pela USS(www.paritasalariale.ch), fornecem-lhe uma comparação para o seu ramo.

n O Contrato Colectivo de Trabalho, ao qual você está subordinado,pode conter disposições especiais quanto à igualdade salarial. Dirija-se à sua pessoa de confiança ou ao seu sindicato!

n Certos contratos individuais estipulam que os colaboradores não devem falar sobre os seus salários. Se esse for o seu caso, então impõe-se prudência.

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Discriminação salarial:um exemplo

A Senhora Berset trabalha como vendedora na mesma casa, desde há20 anos. Graças ao bom andamento dos negócios, a loja é ampliada eé admitido mais um vendedor. Este faz o mesmo trabalho que a Sra.Berset, mas ganha 600 francos mais. Para justificar esta diferençasalarial, o gerente explica que o jovem vendedor foi admitido comopotencial director de sucursal e que possui uma melhor formação.

Este exemplo baseia-se num caso real, que foi levado a tribunal. A queixosa ganhou a causa e o seu salário foi aumentado. O facto dealguém estar previsto para vir a exercer no futuro uma função maiselevada na empresa, não justifica uma melhor remuneração. E também a melhor formação do colega, só justifica a diferençasalarial, se esta tiver uma influência directa sobre a actividade exercidano momento.

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O que pode fazer?

O que pode fazer, se suspeitar que recebe injustamente um salário inferior ao dos seus colegas masculinos?

n Dirija-se ao seu sindicato, que o aconselha e apoia.

n Fale sobre o seu salário e contribua assim a tornar mais transparente o tema dos salários. Na Suíça, falar sobre o montante dos rendimentos, continua a ser um tema tabu.

n Recolha um máximo de informações e documentações, que confirmem as suas suspeitas. Informe-se sobre as regulamentaçõessalariais e os sistemas de salários em vigor na sua empresa.

n Não procure o contacto directo com o seu superior ou superiorahierárquica ou responsável do pessoal, enquanto não tiver prepara-do cuidadosamente os seus argumentos. O seu secretário ousecretária sindical poderá ajudá-la a preparar-se.

n Dirija-se à sua Comissão do pessoal. Juntos, poderão exigir que oempregador comunique o seu sistema salarial, ou que seja realizadauma análise dos salários na sua empresa. A Confederação ofereceum teste gratuito da igualdade salarial nas empresas, chamado«Logib» (www.logib.ch).

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Malica Skrijelj foi uma das primeiras mulheres, em 2001, a ganhar no Tribunal uma queixa por desigualdade salarial. Na altura, trabalhadora no ramo metalúrgico, ganhava 1000francos menos do que os seus colegas. Durante três anos –com a ajuda do sindicato – ela lutou pelos seus direitos.

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Vale a pena falar sobre o salário: um exemplo

Josefina dirige um departamento técnico numa grande empresa deserviços. Há uns anos atrás, verificou que alguns dos homens seussubordinados, ganhavam mais do que ela, a sua chefe. Ela falou sobreo assunto com os outros responsáveis do departamento, mas obvia-mente o seu caso era único.

Josefina convidou então cada um deles separadamente, para umadiscussão aprofundada. Explicou-lhes as suas razões e perguntouquanto ganhavam. «Fiquei surpreendida. Os meus colegas reagirammuito bem. Todos se mostraram compreensivos e deram-me asinformações desejadas.»

Depois de ter retomado contacto com o sindicato, Josefina dirigiu-se aoseu chefe com a lista dos salários. Este começou por negar qualquerdiscriminação, pondo em dúvida os números apresentados. «Ele queria saber como tinha obtido essas informações, dizendo algosobre protecção de dados. Quando lhe respondi que me tinha informa-do directamente junto dos meus colegas, calou-se», recorda Josefina.

Mais tarde, a direcção informou-a por escrito que iria haver umaadaptação salarial devido a «certas irregularidades». Assim, ela obteveum aumento salarial de 10%.

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A queixa salarial

A Lei da paridade permite tanto às pessoas afectadas como aossindicatos e organizações de mulheres, de apresentar queixa pordiscriminação salarial. Queixas salariais são frequentemente demora-das e custosas, é pois importante recorrer primeiro a outros meios.Mas se a discriminação puder ser provada, as possibilidades desucesso são reais.

Saiba que:n É possível apresentar queixa até cinco anos depois de ter mudado

o emprego.

n Processos em harmonia com a Lei da paridade, são gratuitos,mesmo para a parte vencida. Os encargos de advogado são porconta da queixosa ou da sua protecção jurídica.

n Durante todo o processo e 6 meses depois, você goza de protecçãoabsoluta contra o despedimento.

n É necessário ser forte e ter coragem cívica, para denunciar publica-mente a violação dos seus direitos. Por isso, é importante podercontar com um forte apoio da família, do sindicato, dos colegas.

n Se um número importante de relações de trabalho for afectado na empresa, o sindicato poderá apresentar uma queixa colectiva e preservar assim o anonimato da queixosa.

Outras informações

n No sítio www.paritasalariale.ch (f: www.egalitedessalaires.ch; d: www.lohngleichheit.ch) existe um calculador de salários, que lhepermitirá comparar o seu salário com os salários pagos a outroshomens e outras mulheres que trabalham no seu ramo. Encontraráalém disso, neste sítio, numerosas informações sobre a discrimina-ção salarial e as medidas que permitem remediá-la.

n A USS publicou por ocasião do ano da igualdade de salários, umabrochura contendo reportagens sobre mulheres que lutaram pelarevalorização dos salários femininos. Você pode encontrar estabrochura no secretariado central do Unia.

n Informações sobre a campanha do Unia a favor da igualdade salarial, podem ser encontradas no sítio www.unia.ch.

n Outras informações podem ser recolhidas junto da sua secção oudirigindo-se à secretária da paridade na Central do Unia, [email protected].

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Contacto

Unia Aargau Bachstrasse 41, Postfach 3918, 5001 AarauT +41 848 333 003, [email protected]

Unia Bern Monbijoustrasse 61, 3001 BernT +41 31 385 22 22, [email protected]

Unia Biel-Seeland/Solothurn Murtenstrasse 33, Postfach 1792, 2501 BielT +41 32 329 33 33, [email protected]

Unia Fribourg rue des Alpes 11, case postale 1574, 1700 FribourgT +41 26 347 31 31, [email protected]

Unia Genève chemin Surinam 5, case postale 288, 1211 Genève 13T +41 22 949 12 00, [email protected]

Unia Neuchâtel avenue de la Gare 3, case postale 3136, 2001 NeuchâtelT+41 32 729 30 29, [email protected]

Unia Nordwestschweiz Rebgasse 1, Postfach, Gewerkschaftshaus, 4005 BaselT +41 61 686 73 00, [email protected]

Unia Ostschweiz-Graubünden Lämmlisbrunnenstr. 41, 9000 St. GallenT +41 71 227 25 70, [email protected]

Unia Ticino via Canonica 3, casella postale 5650, 6900 LuganoT +41 91 910 50 70, [email protected]

Unia Transjurane rue des Moulins 19, case postale 1042, 2800 Delémont 1T +41 32 421 60 60, [email protected]

Unia Valais rue de la Dent-Blanche 9, case postale 2190, 1950 SionT +41 27 322 60 48, [email protected]

Unia Vaud place de la Riponne 4, case postale 7667, 1002 LausanneT +41 21 310 66 00, [email protected]

Unia Zentralschweiz St. Karlistrasse 21, Postfach 4864, 6002 LuzernT +41 41 249 93 00, [email protected]

Unia Zürich-Schaffhausen Stauffacherstrasse 60, Postfach 1544, 8026 ZürichT +41 44 299 25 59, [email protected]

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Unia ZentralsekretariatWeltpoststrasse 20Postfach 272CH-3000 Bern 15T +41 31 350 23 [email protected]

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O Unia luta por saláriosjustos para as mulheres.