saint yves d´alveydre - chaves de oriente

Upload: ihshi

Post on 30-May-2018

234 views

Category:

Documents


4 download

TRANSCRIPT

  • 8/9/2019 Saint Yves DAlveydre - Chaves de Oriente

    1/25

    Saint Yves DAlveydre

    As Chaves

    do

    Oriente

    1

  • 8/9/2019 Saint Yves DAlveydre - Chaves de Oriente

    2/25

    INTRODUO

    Os estudos filosficos e cabalsticos de Saint-Yves DAlveidre tornaram-se quase todosclssicos. Alm disso , eles so muito raros atualmente.

    Por esse motivo nos parece necessrio republicar, pouco a pouco, as obras de nosso saudosoMestre.

    Presentemente mostramos as celebres Chaves do Oriente que constituem uma notvel trilogiasobre os Mistrios do nascimento, da vida e da morte.

    Suas composies so verdadeiramente evocaes do plano astral. Sente-se nelas palpitar asterrveis foras outrora estudadas por Moiss e redescritas novamente por Saint-Yves.

    As Chaves do Oriente constituem a parte de prosa do volume intitulado: Testamento Lricocujos exemplares ainda em circulao alcanam nos livrarias preos extraordinrios.

    Igualmente, estamos felizes por colocar e, circulao o pensamento de nosso Mestre, econvidamos nossos amigos a acolher bem a esta edio tirada em poucos exemplares.

    Os amigos de Saint-Yves.

    2

  • 8/9/2019 Saint Yves DAlveydre - Chaves de Oriente

    3/25

    OS MISTRIOS DO NASCIMENTO

    Existe algo to profundo quanto Morte: o Nascimento.

    A vida o sorriso da Natureza; o nascimento o beijo que ela d Alma humana.

    Quanto mulher; a presena real da natureza est nela.

    Ionah , a virtude plstica da natureza, a habita e nela se instala.

    Rouach, o esprito , o amor, descendo do cu repousa e goza em seu corao; grande segredoda criao lhe sorri atravs de uma criana, no momento em que uma Alma descida nela, aobserva atravs dosolhos.

    Imortal aps a morte, a Alma existe antes de seu nascimento.

    Pela mulher, no estado social, os antepassados tornam a entrar nas geraes.

    Chamado vida social em conformidade com os Mistrios do Espirito Santo e queles doPai, ou de uma maneira profana, o antepassado imortal, que vai tornar-se criana, sujeito morte fsica, vem a seu tempo marcado, exatamente aonde deve ir.

    Durante este chamamento que comea por uma vertigem de imortalidade. Segundo seu graunas hierarquias psicrgicas, a Alma deixa uma de suas moradas cosmognicas e vem.

    Invisvel, mas sensvel aos coraes apaixonados, ela impressiona lentamente a mulher qualela deve encantar, e durante nove revolues lunares, estabelece seus eflvios siderais, pelosangue e pela Alma da me, dirigidos ao corpo terrestre, cuja primeira aspirao vaiabsorver.

    Esse nome de Alma, em francs, est magnificamente de acordo com o Verbo Celeste. Ela a prpria raiz do amor. O que a Alma?

    Abri, com as chaves prescritas o texto em hebraico do Sepher Bereshith, do livro dosprincpios cosmognicos, e , se Deus o quiser, a Cincia divina dos Santurios egpcios vosresponder por Moiss, e vos dir o que Aisha , faculdade volitiva de Aish.

    Um antepassado venervel levantou o primeiro vu do sentido oculto, mas no mais do queele, no quero eu levantar o segundo, seno falando, no segundo captulo, do Mistrio dosSexos e do nome de Jehovah . Eis tudo o que eu posso dizer no momento.

    Principio Imortal da Existncia, a Alma a causa resplandecente que liga o corpo visvel aocorpo invisvel.

    A Teurgia a encontra; a Psicurgia que a cincia e arte de amar e de querer, a provaexperimentalmente. Em Fisiologia, ela a fora que anima e move, atrai ou repele, elege ouelimina.

    3

  • 8/9/2019 Saint Yves DAlveydre - Chaves de Oriente

    4/25

    O Nascimento , pois, significativo : o amor e os sexos so coisas religiosas; e nada banalna Natureza como no o em Deus.

    O Nascimento a corporificao das Almas. Vs pre-existis ao vosso nascimento, vssobreviveis ao vosso passamento. Por essa razo, em nome de Moiss, em nome de Jesus e

    de Maom, levantai-vos e escutai!

    Saber lembrar-se. Lembremo-nos pois juntos, Almas imortais, que na espcie terrestre,suspirais pelo reino celeste do homem, e desejais o divino da vida.

    Nos Mistrios do Espirito Santo, est a cincia total, a arte completa, o amor perfeito davida. Eles se revelam na aurora do dia, nos olhos dos noivos e dos esposos, no sorriso e naslgrimas da maternidade. Inclinai-vos sobre esse bero, oriente da vida social, tmulocosmognico da Alma. Nessa criana palpita um Mistrio do Espirito Santo e da Esposado Pai.

    Essa criana ancestral, uma Alma celeste numa efgie terrestre, uma imortalidade que vemmodificar-se, purificar-se na dor, aperfeioar-se na elaborao, seja numa misso, ou pelacriao aps sculos comeados e retomados.

    A desigualdade das condies no pois, para o sbio, seno o que ela deveria ser numestado social perfeito; a escala da equidade que gradua os estados psicrgicos, asnecessidades indispensveis s Almas para diligenciar sua boa vontade numa esfera socialcorrespondente quela do seu cu.

    por esse motivo que a iniciao sucessiva dos sexos e das classes desejada pelaProvidencia, a fim de que o homem cesse de maldizer o destino que, mais freqentemente , a lei que suscitou sua vontade.

    Mas, eu o sei, a cincia no pode sozinha esclarecer vossas Almas, e pedirei arte um arcanopsicrgico, graas ao qual, docemente, os poetas da Promessa Divina podero depois atrai-lase conduzi-las no movimento da luz do Esprito Santo.

    Desse modo , esta Alma nasceu no mundo das efgies e das provas: e ela ali grita. Seuelemento era o fluido celeste, a luz interior do Universo, o ter espiritual, o interior e o lugarda substancia cosmognica.

    Eis o inverso, o exterior, em plena noite. Ela no v mais seu corpo celeste; ele se eclipsa. Eleperdeu ali a cincia, a conscincia, a vida real. Sua inteligncia se fecha, sua clarividnciadireta no v mais, sua inteligncia no compreende mais, sua sensibilidade psicrgica emtodos os sentidos sucumbiu.Entre ela e o Universo se interpe um obstculo terrvel, qualquer coisa de obscuro e delimitante, de curvo de obtuso, de spero, e de quente, estranho composto que zune e formiga,vu sbia e habilmente tecido, dobrado sobre si mesmo e sobre ela, aonde todos os contextosanimados, imagem do Universo, em conjuno substancial e especfica com ela, seentrelaam e a entrelaam nos meandros tortuosos dos rgos e das vsceras: o corpo.

    Se o corpo grita, porque a Alma sofre. Ela quer fugir, mas recai sob uma irradiao que

    denominamos a Luz viva, Ionah, a substancia celeste; um beijo maternal.4

  • 8/9/2019 Saint Yves DAlveydre - Chaves de Oriente

    5/25

    Algumas vezes parece que ela est morta. Ela se recorda como em um sonho da imensidadedessa Luz secreta onde ela se banhava nua nos turbilhes resplandecentes, dos cumes, dosvales etreos de um astro amado, sem atmosfera, sem atrao fsica, mundo das essncias,dos aromas e dos perfumes da vida, de onde ela ouvia subirem e descerem as Harmonias e as

    Melodias Interiores dos Tempos e dos Espaos, dos Seres e das Coisas, de onde ela selanava, freqentemente voz intima dos bens amados e das bem amadas, para contemplarShamain ,o ter, o Mar azulado do Cu, as ilhas, as chuvas siderais, os movimentos de seusgnios e de suas potncias animadoras.

    Como o reflexo duma estrela sobre a gua que estremece, uma lembranas e abate e tremeainda nela provinda da grande realidade. ****************************************

    Ela exala ainda a celeste ambrosia dos Mistrios Eternos do Esprito Santo: e os eflviosdo outro Mundo se evaporam lentamente de sua balsmica essncia que a Me bebe, respira e

    beija com uma embriaguez estranha para os profanos.

    No te desvaneas doce reflexo do Astro dos Magos! s imortal, recorda-te.

    Ela cr v-los ainda, os brancos, os divinos, homens e mulheres, Deusas e Deuses, difanos,luminosas formas; tipos de Beleza, clices da Verdade, se movimentando, planando , seenlaando nas ondas mgicas do celeste Amor nas comunhes sedutoras da Sabedoria.

    No so, pois, novamente as Teorias sagradas, os Poemas vivos do Verbo oculto, os Hinosdos pensadores criadores, as Sinfonias dos sentimentos animadores, os ensinamentoshierrquicos dos Crculos psicrgicos, a nvoa santa dos grandes Mistrios, os Deuses,esplendor do Deus cuja luz a sombra, o trono luminoso, o vo aromal dos gnios, dosEnviados, das Inteligncias perfeitas, dos Espritos imortais, das Almas vitoriosas eglorificadas.

    Oh, vertigem! l tambm o qudruplo circulo inferior das Almas subindo ou descendo , ooceano fludico resplandecente, sobre o qual passa a brisa do Amor, no fundo do qual choramo Nascimento e a Morte.

    No tambm ainda?... Mas que irei dizer? O que se passa ento? Cantai filha dos Deuses!Escutai!

    Uma grande perturbao, uma vertigem, uma embriaguez sbita, uma atrao doce e terrvel,um encantamento dos astros, uma palavra de ordem, um grito em esfera, das despedidasdilacerantes vida superior, aos bens amados, uma prece, uma cerimnia solene aos ritosfnebres, um ltimo abrao, um ltimo beijo, um juramento de lembrana e de volta, umGnio com ps alados que envolve a imortal e a conduz em direo ao abismo, a Imensidadede cima que se fecha, a de baixo que se abre estridente, o Oceano tumultuoso das Geraes,abismos de Almas ganhando ou deixando o cume ou o fundo da atmosfera de um outro astro,

    batalha eltrica das paixes e dos instintos da Terra... e depois... o que?

    o orbe da Terra, o Oceano metlico desenrolando seus fluxos, enrolando seus refluxos.

    5

  • 8/9/2019 Saint Yves DAlveydre - Chaves de Oriente

    6/25

    Atravessa-se os turbilhes das Almas que se elevam ou caem, umas difanas e puras,espiritualizadas e leves, se exortando a vencer quelas que se opem a subir, na luz, a escadados raios celestes, a transpor a regio das nuvens e das correntes fludicas, a ganhar aCidadela gnea do Fogo Superior, os crculos de ter; as outras, obscuras e matizadas commanchas como peles de animais selvagens e de rpteis, manchadas pelos vcios, entenebradas

    pelos crimes, materializadas pelo Instinto, entorpecidas pelo Egosmo, impotentes paradestruir os fluxos eltricos do ar, levadas pelas Tempestades e os Ventos rolando longe dabarca de Isis no poo demonaco do Abismo, no vertiginoso cone de sombras que a Terraproduz nos Cus, gritando no Silncio , agarrando-se s primeiras e tentando arrasta-las comelas para diminuir na mesma proporo o peso monstruoso do Destino.

    O que h ainda? Lembra-te!

    So , na Atmosfera, as nuvens, as grandes correntes polares, os sopros do Oriente, as rajadasdo Ocidente, os fluxos areos sacudindo a espuma das nuvens, agitando suas serpenteseltricas; o Oceano Inferior do Ar, com suas quatros regies, a das guias, dos grandes

    migradores, das cotovias e das pombas.

    Nessa ltima, comea o reino da substancia plstica sobre a Terra, com seus quatro reinos:Mineral, Vegetal , Animal , Hominal, e seus sete turbilhes de Potncias geradorasespecificadas.

    Aps os circos e os anfiteatros das montanhas brancas, aps a magia fascinadora das Geleirase dos Abismos, eis oferecer-se ao infinito as brandas ondulaes das colinas verdes, oderramamento espumoso das torrentes, o serpentear escamoso dos rios e dos fluxosmetlicos, o balanceamento das Florestas sonantes, a imensido circular dos camposrecobertos por ervas, onde fluem e se experimentam calafrios.

    a Terra, uma das mil cidadelas do Reino do Homem, Filho Imortal e Mortal do Deus-dos-Deuses, Demter, Adamah, o mundo das efgies e das Realidades fsicas, o Inferno, oPurgatrio, o Paraso , conforme a Alma que encarna, conforme o Esprito que reina na Carnedas Almas encarnadas, conforme a F, a Lei e os Costumes do Estado Social.

    Eis os crculos de pedra das Metrpoles, das cidades, das vilas e povoados, com o burburinhodas vozes de bronze que do alto das cpulas e dos campanrios, escondem e anunciam, acimado rudo das grandes lgrimas populares, o nascimento e a morte.

    A Imortal se detm bruscamente, unindo-se com fora claridade dos Astros, ela mede oespao percorrido, a distancia que a separa dos Cus:

    Perdo! Diz ela ao seu Guia!

    - Coragem! Tu o juraste! L em cima, a coroada F, l em baixo , a Prova!

    Perdoa! Sim eu tenho medo! Se , l em baixo no puder mais congregar minhas lembranas!

    - Tu poders, acumulando as Cincias.

    Ao menos diz: em que Estado Social, em que Raa, em que Nao, em que Lar?6

  • 8/9/2019 Saint Yves DAlveydre - Chaves de Oriente

    7/25

    - Aqui , responde o Guia alado das Almas, aqui o Genetliaco(1) celeste indica a trama deteu destino.

    Por muito tempo?

    Genetlaco referente ao nascimento, que celebra o natalcio de algum- At a sua realizao.

    Oh, meu Gnio alado, quem so esses coros de Almas que nos seguem?

    - So os antepassados que te fazem cortejo; porque eu vou subir.

    J?, Sinto-me novamente desfalecer!

    - Coragem pois, Alma Imortal! Eu reaparecerei se tu souberes querer.

    Onde estou? Cu, Terra, tudo desapareceu; mas uma atrao invencvel me prendeinteiramente.

    - Alma mortal, eis tua Me! Em nome de Deus, em nome da Natureza, em nome de Iod eHevah, eis tua ptria viva, aqui em baixo. Ests unida a ela por todas as Potnciasmgicas da vida! Adeus

    Ela se recorda ainda de suas conversas com a Alma materna, sua indivisvel e mutua penetrao, suas comunicaes misteriosas, cheias de lembranas e de esperanassupraterrestres, dores e gozos, arrepios, xtases, musicas silenciosas, o lento enrolar dos novecrculos selnicos, a encantao das epigenesias, depois... um sofrimento crucial terrvel, umvapor sulfuroso, um eflvio ferruginoso subindo bruscamente dos Abismos gneos da Terra,rodopiando , arrancando-a da Alma materna, fixando-a a uma vida pneumtica, a um antro

    pulmonar quente, movente... um grito nesse antro, nessa efgie oca e ... a Recordao retornas suas profundezas com os Inatos celestes.

    Ela no retornar mais a no ser pela Cincia.

    Oh, vs que tendes a vergonha a crena de que o homem descende do gorila, mereceis nomais tornar a subir! **********************************************************

    Afastai-vos desse Mistrio celeste; deixai orar aqui as mulheres. Elas sabero dizer ao menos:Pai nosso que estais nos Cus... Vs, que restais, Virgens, Esposas, mes, Avs, da Arvore daVida; ficai perto desse Visgo vivo, orai ao Ancestral dos Ancestrais.

    E sabei que se , no crculo das Geraes, o Pai d ao germe da efgie, o movimento inicial daespcie, a Me, sua substancia e forma especfica, contrariamente s Almas dos animais quevem do Fogo terrestre, a Alma humana vem do Cu. ********************************

    Pedi , pois, ao Sacerdote, para que em nome do Estado Social, a Espcie humana sade a Leido Reino e a ordem do Reinado.

    Qual sacerdote, perguntareis?7

  • 8/9/2019 Saint Yves DAlveydre - Chaves de Oriente

    8/25

    Aquele da Vossa F e de vosso Costumes Sociais; pope(2), cura, pastor, rabino ou marabu(3)Marabu asceta que serva a mesquita muulmanaPope sacerdote ortodoxo russoFazei acolher solenemente esse recm nascido . Porque, em verdade, eu digo: o nascimento

    coisa to significativa quanto a Morte, e isto um dos Mistrios que era preciso entreabriraos vosso olhos.

    OS SEXOS E O AMOR

    A questo religiosa dos Sexos e do Amor est includa no Cristianismo; a dos Sexos nosMistrios do Pai, a do Amor nos Mistrios do Esprito Santo.

    Na primeira Igreja , esses Mistrios eram objeto de uma instruo superior, de umaverdadeira iniciao.

    O ensinamento intelectual e ltimo era tambm salvaguardado; era, desde esta vida, aascenso do reino aberto ao Epopta ou ao Eleito, e era cuidadosamente distinguido doensinamento moral ou primrio, comum a todos.

    Um com o Batismo, dava as Almas a Purificao; o outro, representado pela Eucaristia,distinguia os valores ontolgicos, chamava as Inteligncias a contemplar a Perfeio, acomungar Nela pelo conhecimento e a conscincia que elas podiam dali receber, segundo seusexo, sua idade e sua condio.

    A Iniciao, a ascenso aos Mistrios, no se abria seno seleo pouco numerosa daquelesque, preparados pela vulgarizao evanglica ou catequizao, observados longamente, eram

    julgados suscetveis de revelaes diretas, especiais, conforme a seus graus na hierarquia dossexos, das idades e das graduaes ontolgicas.Para os catecmenos, ao contrario, o ensinamento era o que se tornou hoje comum a todos osfiis indistintamente, uniforme e uniformemente aplicado, limitado a catequizao e aPredicao.

    Para essa categoria, a mais numerosa forosamente, os Mistrios permaneciam velados pelossacramentos, as verdades inteligveis pelos smbolos sensveis.

    A finalidade da Igreja diz So Cirilo no desvendar aos Gentios(4) seus Mistrios,sobretudo os que concernem ao Pai e ao Espirito Santo. Ela se guarda at mesmo de falar arespeito aos Catecmenos. Se ela o faz, quase sempre em termos obscuros, de maneiratodavia, que os fiis instrudos possam compreender, e que os outros no fiquemescandalizados.Gentios - aqueles que seguem a religio pagO modelo cannico do Cristianismo difere pouco, antes de tudo, daquele dos Santuriosgregos e egpcios, quanto a essa distino entre a Iniciao e a Vulgarizao. As frmulaseram as mesmas.

    Eis por exemplo, a frmula de abertura em uso na primitiva Igreja:8

  • 8/9/2019 Saint Yves DAlveydre - Chaves de Oriente

    9/25

    Profanos, afastai-vos! Que os Catecmenos, como aqueles que no so Iniciados seretirem!

    Igualmente nos Mistrios de Elusis, o hierofante gritava multido:

    Ekas, ekas este, Bebloi!

    Da mesma forma na Roma politesta, os arautos sacerdotes do antigo rito etrusco diziam,antes de fechar sobre os iniciados as portas sagradas dos templos:

    Procul, o procul este, profani!

    Tal era a distino profunda estabelecida por Jesus entre os Mistrios inteligveis de suadoutrina testamentria e a revelao ou divulgao de sua moral evanglica, pela primitivaIgreja, entre os trs graus de conhecimentos sacerdotais e de ensinamentos referindo-se aos

    trs personagens simblicos do ternrio Cristo.

    Para os fiis, a Catequizao e o acesso aos sacramentos constituam a Preparao e aPurificao morais; a Iniciao aos Mistrios constitua a perfeio reservada por Jesus e porseus discpulos sob o nome de Advento do Reino, da Venerao em Esprito e emVerdade, de Paracleto(5) e de Promessa.Paracleto - esprito santo.Da mesma forma, exteriormente, por assim dizer, no Culto exotrico, a pessoa do Filhorepresentava a Apoteose(6) do Grande Hierofante.Apoteose - DeificaoCristo, o Evangelho, seu apelo preparao moral da Espcie Humana; interiormente atrsdo altar do Cristo, os Mistrios do Pai e os do Espirito Santo guardavam a religio secretade Jesus, os princpios, os fins de seu chamamento e a preparao moral, as cincias, as artes,os mtodos necessrios realizao da promessa, a uma revelao suprema da Perfeio, nomomento em que , pela Iniciao, o indivduo poderia ficar reintegrado pela espcie no reino;quando, enfim, pela sucesso dos tempos, o reino divino, graas aos esforos daPerfectibilidade humana, poderia ser constitudo no estado social dos Cus.

    O entusiasmo arrebatador com o qual So Clemente de Alexandria fala dos Mistriosreservados mostra que eles no eram meramente nominais nem tampouco fictcios:

    Oh, Mistrio sagrado da verdade!Oh, Luz imaculada!

    Ao claro dos crios, o cu se reabre, a divindade se revela!

    Eis-me Santo: eu sou Iniciado!

    Eis o Senhor, o Hierofante.

    Ele fixa seu selo no adepto, aps t-lo iluminado com sues raios, e para recompensar a sua

    F, ele lhe reabrir as portas do reino do Pai!!9

  • 8/9/2019 Saint Yves DAlveydre - Chaves de Oriente

    10/25

    Eis as orgias dos seus Mistrios: vinde e pedi a iniciao!

    Dividindo dessa forma seu principio em dois, se no for em trs partes, um dirigido propagao exterior, ao movimento imediato e difuso atravs das massas, o outro , reservado

    , acessvel somente seleo, verdadeira iniciao, podendo , pelo desenvolvimentosucessivo e seqencial dos tempos, determinar um movimento constitutivo capaz de colocarorganicamente em ordem as sociedades evangelizadas, Jesus, assim como em tudo, estava emharmonia, no somente som a verdade de todas as iniciaes, mas com a sabedoria de todosos iniciadores.

    Igualmente agia Moiss, reservando tradio oral e a um corpo constitudo especialmente,as chaves de suas obras escritas, os Mistrios cosmognicos do Pai.

    Da mesma maneira agiu Orfeu; igualmente Pitgoras distinguia sua doutrina em purificao eperfeio, (*) Katharsis e Telelotes.

    Katharsis satisfao ou descanso pelo cumprimento do dever e dos ritos de purificaodaqueles que se iniciavam nos mistrios.

    Telelotes - perfeito em diversas atividades laborais, crescimento mental e moralcaracterstico, perfeio, maturidade.

    Do mesmo modo, enfim, por detrs de todos os altares das antigas sociedades civilizadas, oculto encobria a religio, aquela da verdade, da hierarquia trplice na Grcia, qudrupla noEgito, das Cincias e das Artes, seus cnones sacerdotais: e todo esse alcance sobre a

    perfeio, toda essa sntese, todas essas chaves precisas do conhecimento da Arte e da Vida,no estando to cuidadosamente guardadas do mundo profano seno para permanecerinacessveis profanao, tirania do vulgar, anarquia das opinies.

    Tal o segredo da forte constituio da sociedade, da famlia, dos caracteres nas repblicasgregas e romanas e nos reinos sacerdotais que as haviam precedido.

    Com o desuso e o descrdito dos Mistrios, vieram a anarquia social, a discrdia civil, anecessidade do imprio oposto antiga liberdade.

    Aps longos sculos, na cristandade, os Mistrios to claramente indicados por So Ciriloforam um pouco velados: hoje , conservados no estado nominal por detrs dos sacramentos,eles se tornaram puramente fictcios para a sociedade leiga.

    O espirito da promessa deve se ocupar em aperfeioar o que , muito mais do que em critica-lo, tambm, tambm inclinado-se sobre as causas desse feito capital, iremos diretos s mais

    pesadas conseqncias.

    As cincias , as artes, a natureza, a vida esto, de ora em diante, abandonadas ao mundoprofano, e este est, nessa ordem de coisas, sem recurso religioso e intelectual, seja contrasuas prprias profanaes, seja contra suas ignorncias, seja contra suas inconscincia.

    10

  • 8/9/2019 Saint Yves DAlveydre - Chaves de Oriente

    11/25

    Que isso tenha ocorrido, pode-se admiti-lo; mas que nisso deva acontecer sempre, no sepode responder pela afirmao, no momento em que se examinou e meditou seriamente umaquesto social dessa importncia.

    Quase todas as faculdades de que pode dispor a perfectibilidade humana, aps serem

    lentamente liberadas da tutela da Igreja, esto munidas, de agora em diante, de maior parte deseus meios de atividade; mas seus princpios , como seus fins de associao e de sntese lhesfaltam, assim como mtodos diversos que podem determinar as leis de suas relaeshierrquicas.

    Essa reivindicao completa do esprito humano abandonada a ele somente na atividade geralde suas faculdades, sendo feito fora da Igreja e apesar dela, volta-se contra ela.

    Essa reivindicao feita em nome da Natureza, a ope a Deus e a seus cultos, e termina empoltica, assim como em sociologia, num movimento anti-religioso, indefinido, em direo aum fim socialmente indeterminado. Ela envolve as igrejas e isola o mundo social que ali se

    prende corrente geral das idias e dos fatos; evocando os milagres da industria, ela arrasta eseduz os espritos, agita a miragem do luxo e das poesias da matria, excita a vida aassenhorar-se de todos os seus direitos, freqentemente ao preo de seus deveres, ostentandoa magia da civilizao diante de todas as conscupicencias do instinto e tende a criar nomundo cristo um abalo geral que poderia destruir as bases religiosas e sociais , mas que no

    parece disposta a substitui-los.

    Eis , em sua moldura geral, o quadro das oposies que se oferecem para reedificar emTeologia, o Cristianismo moderno e a Cristandade contemporneo.

    I

    A GENESE, Verso dos Setenta na Igreja grega. Verso de So Jernimo na Igreja latina.Tradues feitas sobre essas tradues nas linguas das Igrejas nacionais ou simplesmente

    protestantes, o naturalismo ope uma contra-gnese a partir das duas primeiras. Palavras queconduzem negao do resto. Assim Gnese ope-se uma Anti-Gnese.

    II

    AO DECLOGO, (Mesmas verses das tradues), rompendo o elo religioso no qualMoiss havia unido Lei Divina a norma moral dos Deveres considerados por ele como a

    norma dos Direitos, o naturalismo ope sob diversas denominaes Direitos do Homem,Direitos naturais, Livre conscincia, Moral Independente. Um Contra-Declogo, OAnti-Declogo.

    III

    A TEOLOGIA, No somente crist, mas no Talmude assim como no Coro, o naturalismonegando toda a ao divina no Estado social, toda cincia divina na Cincia ope umaContra Teologia. A Anti-Teologia.

    IV

    11

  • 8/9/2019 Saint Yves DAlveydre - Chaves de Oriente

    12/25

    A PROMESSA, Que forma a grande reserva orgnica do Cristianismo (e por ela talvez a deIsrael e do Isl) que apoiada sobre o Sepher Bereschith, pode em nome dos Princpios, queali esto ocultos, determinar os fins terrestres e celestes do Estado social, o fim perfeito daPerfectibilidade, o Naturalismo suprindo a Perfeio para a frente como para trs, nos finscomo nos Princpios, ope uma Contra-Promessa: O Progresso Indefinido, A Anti-

    Promessa .

    Cada uma dessas quatro divises compreende, em sua sntese, toda uma hierarquia de grauspelos quais, em nome do Naturalismo experimental, a Anti-Genese se ope `a Gnese, oAnti-Declogo ao Declogo, a Anti-Teologia Teologia, a Anti-Promessa Promessa.

    Quadros similares existem, os quais , doravante, se for o caso, podero tambm claramente,indicar as oposies polticas, civis e familiares, que engendram no Estado e na Sociedade, naCidade, no Lar, esses antagonismos teolgicos e racionais.

    Da mesma forma, o Esprito humano na Cristandade est dividido em dois campos sobre os

    quais paira, como os Deuses esto divididos em heris gregos e troianos, esta dupla doutrina.

    Os fatos polticos e sociais portam e portaro cada vez mais o seu cunho, sofrem e sofrerocada vez mais a ao dessa batalha ideolgica, verdadeira guerra civil dos espritos, levandoconsigo a anarquia dos homens e das coisas em baixo e o reino da fora no alto.

    Durante muito tempo acreditei que esta guerra era necessria, no vendo nitidamente apossibilidade de conduzir a paz e de a organizar.

    Longos trabalhos e maiores meditaes ainda, deram-me a certeza de que a paz possvel.

    Aps haver demonstrado acima que, na Primitiva Igreja, o Cristianismo tinha toda umareserva de doutrinas e de movimentos conhecidos sob o nome de Mistrios, restar indicarcomo, a esse ttulo, pode-se aceitar o que as Cincias naturais contm de verdadeiro, o que asreivindicaes da Vida podem ter de estabilidade, e no somente satisfazer intelectualmentes exigncias da Cristandade contempornea , relativamente ao progresso, real mas mesmoultrapassar em muito a realizao orgnica desse progresso, o sonho acariciado por essasconfusas esperanas.

    Sim ou no, est o Cristianismo autorizado por seus textos, pela letra e pelo Esprito dos doisprimeiros Testamentos a reconhecer a Natureza como uma potncia, a discernir seus Direitosno Universo e no Estado-Social, a retificar e a aperfeioar tudo o que, na Cincia , na Arte ena Vida, emana Dela e porta a marca de sua Autoridade sobre a Substancia orgnica dosseres e das coisas?

    Sim. na altura teognica da questo do Sexos, no fundo e no pice dos Misterios do Pai,que preciso procurar a chave desse problema na Capital.

    em Moiss que a Cristandade, Israel, o Isl, devem buscar essa chave da promessa de umaorganizao definitiva; porque s no sentido hieroglfico do texto hebraico de suacosmogonia que so selados trs vezes esses Mistrios do Pai, que a Primitiva Igreja reservaa Iniciao, Jesus realizao ltima da Revelao.

    12

  • 8/9/2019 Saint Yves DAlveydre - Chaves de Oriente

    13/25

    A primeira vista, abrindo o texto hebraico, e mesmo ali colocando a luz da Tradio, parece-nos que o autor do Sepher Bereschith tenha deixado mal definido o problema teognico dosSexos.

    Sua admirvel Cosmogonia, diferente da Gnese vulgar, justifica a cada palavra seu titulo por

    uma Cincia absoluta dos princpios em ato no universo , em ao no Estado Social, mas ,sobre a prpria Divindade, ela no lana nenhuma teognica.

    Da mesma forma os Sexos permanecem inexplicados em seu principio, mal definidos em suafinalidade, opostos para sempre, consagrados, na Religio como na Sociologia, seja na

    preveno de um pelo outro, seja a uma reivindicao de liberdade, pior que a escravido.

    A teogonia s poderia fundar-se nesse problema, que tem tanto lugar na Constituioorgnica do Universo como na do Estado Social, mas infelizmente a Cristandade, Israel, oIsl no tem como base de suas ortodoxias respectivas seno uma cosmogonia; eles no temteogonia.

    Os princpios e as faculdades da divindade considerada nela mesma e no em sua aogeradora atravs do universo , formavam nove captulos, aonde o dcimo comea aCosmogonia, o Bereschith.Por que razo o iniciado do templo egpcio, tornado o iniciador dos hebreus, suprimia esteslivro e com ele a cincia que ocupa o primeiro degrau da hierarquia dos conhecimentosdivinos?

    Uma meditao aprofundada da histria dos cultos , dos Estados, das sociedades da sia e dolitoral mediterrneo, a partir do cisma de Irshau, pode dar a essa questo sua respostamotivada e justificar a profunda sabedoria de Moiss.

    H momentos , na histria das sociedades, em que a luz deve ser gerida na obscuridade, pormedo que as trevas apaguem a claridade.

    Presentemente, as circunstancias gerais, na Europa, esto longe de ser o que eram ento , nasia.

    As cincias naturais esto, atualmente, muito difundidas, a vida tem muito movimento daquipara a frente para que os cultos possam , sem riscos para eles e para o Estado Social, limitar-se mais longo tempo protestao, seja inatividade intelectual.

    A Europa, lanada rapidamente no caminho dos progressos industriais, tem necessidade deuma luz religiosa tanto mais precisa, de uma revelao integral ou definitiva, tanto mais

    perfeita j que todas as faculdades de perfectibilidade, ainda que esclarecidas por baixo, estomais sobreexcitadas.

    a Religio e aos cultos , que tem em comum a reserva dos Mistrios do Pai, que competeaceitar ou rejeitar os dados que precedem e aqueles que seguiro.

    Os nicos elementos teognicos, encerrados na cosmogonia comum aos trs cultos, devemevidentemente encontrar-se nos nomes empregados pelo escrivo hiergrafo para representar

    13

  • 8/9/2019 Saint Yves DAlveydre - Chaves de Oriente

    14/25

    a Divindade seja esttica, seja dinmica, seja na sua prpria constituio, seja naquele a doUniverso.

    Esses nomes so principalmente Jehovah e Elohim, verdadeiros hierglifos nominais, que preciso saber abrir com as chaves prescritas.

    Elohim, representa as potncias da Divindade em ao no Universo e nos Estado Social;Jheovah a Constituio central dessas potncias.

    Os Elohim pertencem , pois, em mais alto grau a cosmogonia, Jehovah teogonia.

    Por esse motivo , procurando nesses nomes sagrados a chave da questo dos sexos e doMistrio Criador do Pai, no me deterei seno no hierglifo de Jehovah.

    A fim de deixar entreabrir por quem de direito esse importante mistrio teognico, pedirei aopossuidor autorizado da Tradio oral de Moiss e dos segredos do Pai, ao Grande-Sacerdote

    do antigo templo de |Israel, para formular o sentido culto. Ele responder atravs dos sculos.

    Com efeito, uma vez ao ano e em uma poca determinada , o Grande Sacerdote , diante dossacerdotes reunidos, entreabria no santurio o Tetragrama , e revelava o Schema divino.

    Assim ele dizia:Iod-H-Vau-H

    Os sacerdotes respondiam:

    Schem-hamm-phoras.

    Em francs: O nome est bem pronunciado

    nesse sentido que Jesus Cristo dizia: Que vosso nome seja santificado

    Orfeu, iniciado nos mesmos Santurios que Moiss, dizia em um dos seus Rituais:

    Zeus o esposo divino e a Esposa perfeita

    Do que precede, conclui-se que Moiss no considerava a unidade de Deus, na qualidade dePai, como uma abstrao, mas como a unio absoluta, infinita das duas potncias geradas queo constituem, Pai dos seres e Criador das Coisas.

    Darei quelas duas potncias os nomes que lhes correspondem em nossa lngua.

    Eterno-Masculino, Eterno-Feminino

    Deus, Natureza.

    Essncia, substncia.

    14

  • 8/9/2019 Saint Yves DAlveydre - Chaves de Oriente

    15/25

    Elohim, em francs, Ele-Ela-Os-Deuses, representa toda a hierarquia dos Princpios, dasCausas, das Foras orgnicas que Deus emprega na Natureza, que a Natureza concentraem Deus, nessa comunho total, nessa unio perfeita de sua essncia, de sua substancia, deonde resulta o Universo.

    Para o Ultimum Organum, duas concluses capitais se depreendem desse Mistrio do Pai,desse segredo teognico, recebido por Moiss e por Orfeu nos santurios egpcios, e no qualJesus Cristo , em sua prece, indica a importncia.

    A primeira concluso interessa arvore genealgica da cincia; Segunda, quela da vida.

    No que concerne a Cincia, e graas a essa chave que uma Segunda completar se ali tiverlugar , as Igrejas, como as sinagogas e as mesquitas, restabelecendo os Mistrios do Pai,

    podero pela Iniciao gradual, fazer cessar pouco a pouco, nas inteligncias dos instrudos, oantagonismo nesse momento irredutvel da Gnese e da Anti-Gnese, da Promessa e daAnti- Promessa.

    Podendo , graas a essa reserva dos Mistrios do Pai e os do Esprito Santo, evitar toda adiscusso pblica , toda mudana no sentimento exterior ou catequizao, autorizadas pelasantificao do nome do Pai a considerar como sagrada a Natureza, o Eterno Feminino, aSubstancia orgnica em obra no universo, os sacerdotes cristos, representados pelos bispos,atraindo para eles os membros eruditos das universidades, lhes oferecero, quando julgaremconveniente, uma investidura e uma consagrao religiosa, se entendero com eles sobre anecessidade de um Ultimum Organum., instrumento de preciso necessrio para erigir umahierarquia verdadeira das cincias naturais e das artes correspondentes, distinguir claramenteseus mtodos daqueles que so especiais s cincias humanas e a hierarquia dosconhecimentos divinos, unir, enfim, suas leis aso princpios cosmognicos encerrados, emnome de Pai, por Moiss, no texto hebraico do Sepher Bereschith.

    No receeis, homens religiosos, em recuar ao infinito os limites do espirito humano. aumentar infinitamente, no Estado Social, a majestade das coisas divinas, a dignidade dascoisas humanas, vossa propria autoridade.

    Moiss, assim como Jesus Cristo, no vos deixaram sem recursos; ele vos tem, ao contrario,dado todas as reservas que vos so necessrias para conduzir a perfectibilidade humana emseu progresso total em direo a perfeio divina.

    O abandono momentneo das cincias, das artes e da vida, no mundo profano, pelo

    fechamento e esquecimento dos Mistrios do Pai e daqueles do Esprito Santo , pode ,deixando as faculdade intelectuais sem guias no presente, sem objetivo no futuro, semprincpios no passado, engendrar as confuses de mtodos e os antagonismos de doutrinascuja cristandade trabalhou; mas esses males tem remdio, e pra cura-los tudo vos foi e tudovos ser dado.

    No preciso ter medo de abandonar resolutamente esse antagonismo ideolgico, essaconfuso de mtodos. A anarquia das cincias tem seu remdio na prpria cincia, e esta inseparvel da verdade.

    A cincia integral, completa, com suas quatro hierarquias de cincias, cada uma possuindo

    seus mtodos prprios, todas elas se confirmam em seu conjunto grandioso, prestam-se uma15

  • 8/9/2019 Saint Yves DAlveydre - Chaves de Oriente

    16/25

    mutua e magnfica cooperao, tal a ltima revelao da universal verdade que em nomedos Mistrios do Pai e os do Esprito Santo, se distribuem pela iniciao nas igrejas, nasUniversidades, nos Estados, nos lares, de acordo com os graus indicados para o sexos, asidades e as condies, podem , segundo o voto e a promessa de Jesus Cristo, colocar sobre aterra a ordem que reina no cu.

    Essa ordem que, nos cus, tem a luz por meio , tem no estado social, o conhecimento por luzorgnica.

    A correo, pelos sacerdcios autorizados, da qudrupla hierarquia de cincias queconstituem o conhecimento, uma obra menos difcil do que se poderia supor primeiravista.

    A obra, muito imperfeita e sem bases religiosas, tentada por Bacon em favor da anlise direta,da experincia sensvel e da observao sensorial um exemplo suficiente para demonstrarque se pode fazer, a respeito sob o ponto de vista da cincia integral, o que se faz na ordem

    das nicas cincias naturais.Se a Inteligncia de um indivduo imprimiu Europa a impulso de que ela hoje goza, o queno poderia fazer em favor da cincia integral, da verdade total, uma unio intelectual dos

    bispos cristos, tendo , se eles souberem o valor , em todos os corpos sbios da cristandade, oauxilio assegurado das mais altas inteligncias e das melhores instrues especializadas.

    Uma vez mais os Mistrios indicados por So Cirilo e por Clemente de Alexandria oferecemo quadro possvel , a forma pr-determinada nas quais esse movimento intelectual pode seroperado.

    A Iniciao gradual dos sexos, das idades e das condies, igualmente o meio pr-estabelecido, autorizado pelos predecessores da primitiva Igreja, e pelo qual esses Mistrios,uma vez reconstitudo, podem ser reabertos Inteligncia e boa vontade.Enfim, na admirvel economia das ordens de ensinamento, nas quais os trs smbolos doternrio cristo ocuparam e podem ainda ocupar lugar, nada no ensinamento atual dasIgrejas, limitado vulgarizao, necessitaria uma mudana capaz de confundir os fiis.

    O culto do Filho permaneceria o que era para a primitiva Igreja, aquilo que foi aps oencerramento e o esquecimento dos Mistrios reservados; o apelo geral salvao e condio comum: a purificao mortal de cada um.

    no interior dos cultos e no seio dos Mistrios reservados que os princpios e os fins dessechamamento, assim como os meios de realiz-los na cincia, na arte e na vida, seriam, comona primitiva Igreja, ensinados e revelados a quem de direito.

    Dessa forma a rvore genealgica da cincia, devolvida terra sagrada da promessa, poderespirar acima do mundo profano, e cessar de ser profanada, enterrar suas razes na terra

    prometida, desenvolver-se e mergulhar seus galhos em todas as altitudes luminosas daverdade.

    Assim , cada fruto cientfico dessa rvore simblica, ao invs de ser devorado por todos semdiscernimento e sem mtodo, pode ser unido a seu galho de origem, a seu grau hierrquico,

    deixar ver claramente seu lugar conjunto, no se assimilar compreenso humana seno16

  • 8/9/2019 Saint Yves DAlveydre - Chaves de Oriente

    17/25

    pelos olhos da inteligncia esclarecida, seno pela arte correspondente a cada cincia , senopela faculdade intelectual correspondente a cada arte.

    Desse modo, enfim, em toda a Cristandade, em cada Estado, em cada Lar, pode cessar poucoa pouco a batalha ideolgica do duplo misticismo do esprito e da matria, dessa guerra

    religiosa e, por conseguinte, tanto social como poltica, cujas causas gerais esto noantagonismo atualmente irremedivel da gnese e da Anti-Gnese, do Declogo e do Anti-Declogo, da Teologia e da Anti-Teologia, da Promessa e da Anti-Promessa.

    Essa guerra, nas batalhas multicoloridas e multiformes, divide a Cristandade, dissimula oCristianismo, o sufoca, e o impede de operar, em conformidade com Israel e o Isl ( no queconcerne aos princpios e nos fins que lhe so ou podem ser-lhes comuns), na Europa, nasia e na frica, a Grande Obra da Civilizao Crist, o desabrochar completo do espiritohumano na verdade pelo conhecimento da vida humana na realizao de suas promessassagradas, de todo o estado social nessa organizao perfeita que Jesus Cristo denominou OReino de Deus e do qual ele previu o advento sobre a terra.

    A separao da rvore genealgica das cincias no interior dos cultos dependem daquelarvore da vida em todo o Estado Social.

    As artes reencontram nos Mistrios, pela Iniciao, seus cnones estticos, seus princpios,seus fins, seus mtodos, restituindo facilmente vida suas altitudes, suas profundezassagradas, ao gnio sua razo de ser, s relaes familiares e sociais sua estabilidade e suamajestade perdidas.

    Salvos da venalidade e da banalidade da civilizao difusa e puramente econmica onde eleserram como deuses exilados dos santurios, podem respirar acima do mundo profano na luzdivina. Eles colocaro rapidamente um termo sua prpria profanao, e voltaro facilmenteao que foram na antiga Grcia, os reveladores conscientes da beleza perfeita , figura adorvelda perfeita verdade.

    E entre todas as artes, existe uma, sobretudo que somente os Mistrios do Pai e os doEsprito Santo podem traduzir em sua beleza e em sua verdade divina faculdade humanaque a chama. Essa arte, que corresponde a antologia, na ordem das cincias, corresponde maternidade na ordem das faculdades.

    Ela pode propiciar na reparao progressiva de toda a faculdade humana feminina no

    restabelecimento das iniciaes especiais que as mulheres gregas encontravam na Grcianos santurios reservados que Orfeu havia institudo para elas, e que, talvez, as mulherescrists possussem na primitiva Igreja; porque, durante um certo tempo, no Egito e na |Etipiaelas tiveram sua sacerdotisa apropriada.

    O Mistrio do nome do Pai parece autorizar uma dupla iniciao, uma reservada faculdademasculina, a outra faculdade feminina.

    Nesse Mistrio, pode-se entrever que se o principio masculino exerce sua autoridade e odesdobramento de suas foras cosmognicas sobre a essncia dos Seres, o principio femininono universo manifesta sua autoridade e revela suas potncias atravs de sua substancia

    orgnica.17

  • 8/9/2019 Saint Yves DAlveydre - Chaves de Oriente

    18/25

    A essncia dos Seres sai de Iod, a faculdade masculina de Iod-H-Vau-H; mas suaexistncia e sua substancia, sua transformao e sua conservao saem de H-Vau-H,faculdade feminina, verdadeira esposa do Pai que denominamos a Natureza.

    O Amor que os uniu para sempre foi, para todas as antigas cosmogonias, reconhecido como oprincipio e o fim de sua indissolvel unidade. Sanchonation, Moiss, Orfeu esto de acordosobre esse ponto como certamente sobre outros.

    A Natureza unida a Deus pela fora, pelo elo mtuo do amor, engendra do nada ao todo, e,sem esse liame supremo, que a autorizao da unio dos sexos e do casamento, esseengendramento que constitui o universo reduzir-se-ia a nada.

    Nos ternrios cristos, o Espirito Divino , o Espirito Santo, o prprio amor, o sopro davida, no qual concerne a animao psicrgica ou vital dos Seres, a Verdade, a Sabedoria, noque diz respeito sua animao intelectual, ressurreio espiritual, no homem e nas

    hierarquias de seres que o ligam a Divindade. Seu verdadeiro nome encontra-se nacosmogonia comum aos trs cultos.

    No pensamento de Moiss, o Esprito Santo no uma abstrao (os sacerdotes egpcios,seus mestres, no perdiam tempo com sonhos metafsicos); mas uma fora na hierarquia dasforas divinas.

    Essa potncia divina, o Iniciado do templo de Isis e de Osiris a chama de Rouach Elohim, osopro proveniente de Ele-Ela-os-Deuses ; e descendo a hierarquia das foras cosmognicas,segundo o mtodo das cincias divinas, ela est a uma Quarta distancia da luz, a precede e acria em todos os caos, quaisquer que eles sejam.

    A mulher para o homem, no estado social, o que a natureza para Deus no Universo, o queuma faculdade para um principio , no importa qual ponto da hierarquia das atividades, oque a durao para o tempo, a extenso para o espao, a forma para o espirito , a claridade

    para o dia , o calor para o fogo, a terra para o cu.

    Mas para que a reciproca seja verdadeira, necessrio que o homem seja para a mulher orepresentante real de Deus, a figura verdadeira de sua imagem, Sem a religio, sem ainiciao, essa condio no pode ser completa; e o liame, a fora intelectual e moralsuficiente, deixa o casamento e os lares, as unies e as geraes , abandonadas ao acaso , inconscincia, ignorncia e fraqueza ontolgica que disso resulta.

    Se a Grcia, religiosamente constituda por Orfeu, produziu milhares de potentes gnios ebelos caracteres, no a seu clima que isso se deve mas fora das Unies conjugais, cincia, arte da maternidade.

    Montesquieu constatou acertadamente que a virtude das esposas gregas era to proverbialcomo sua graa e sua cincia maternal.,

    Ele observava, todavia, seno um resultado. Particularmente atento ao espirito das leis, eleno viu que estas ultimas so quase sempre o produto do meio, dos costumes e da f, e que avirtude, fora moral das repblicas, segundo ele, no um fruto que nasce somente das

    18

  • 8/9/2019 Saint Yves DAlveydre - Chaves de Oriente

    19/25

    instituies polticas, nem somente da palavra dos legisladores ou os oradores, dos filsofosou dos sofistas.

    Se a faculdade feminina e maternal lanou sobre a Grcia um to puro e to providencialbrilho, se as geraes ali foram belas e poderosas, as iniciaes religiosas especiais

    mulheres e constituio orgnica dos lares que necessrio requerer a razo primeira.

    No desejo aqui levantar o vu desses profundos Mistrios da vida, e devo limitar-me asuscitar aos outros a pensar. Basta-me sublinhar ainda esta palavra de Jesus, admiravelmenteconcordante com os rituais de Orfeu e o segredo teognico ocultado por Moiss no hierglifoda divindade.

    Que vosso nome seja santificado!

    Em certos pases da Europa e algures, a questo feminina, abalada sob o ponto de vista civil emesmo poltico, d lugar a confuses que podem tornar-se igualmente prejudiciais paz dos

    Lares, ao repouso da Cidade, como a felicidade real das mulheres.

    A Cidade e o Estado, as coisas civis e polticas, so triste apangio do Homem, e ele no serveria momentaneamente disputar seno para retoma-la cedo ou tarde, sobrecarregado pelo

    peso de seus direitos, o Sexo mal inspirado que teria reivindicado o fardo.

    Mas no Lar, na Famlia, na Civilizao, na Economia orgnica da Vida, a mulher, comoHevah em nome do Pai, como a Natureza na Constituio do Universo, no a metade,mas os trs quartos do principio masculino.

    Geradora e conservadora da vida, das artes, da civilizao, guardi das geraes, investidapela Natureza da autoridade de substancia, nessa ordem que ela pode cobiar, para suafelicidade, para aquele a do homem e do Estado Social inteiro, retomar religiosamente, pelaIniciao, todos os seus direitos, e realizar todos os deveres que comportam suas Faculdades.As nicas cincias da Natureza, pelas artes que da resultam, tratam desde ento , a rvoreda vida como uma certa religio, nos reinos inferiores ao homem.

    As essncias vegetais, as espcies animais so cuidadosamente distinguidas, selecionadas,cultivadas e conduzidas em direo perfeio que permite seu grau de perfectibilidade. Acultura das geraes humanas no reclama nem de cincia nem de Arte.

    Os princpios e os fins das unies e dos casamentos, a criao, a educao, a instruo no lardevem ser tratados, pelo menos, com igual inteligncia como o acasalamento dos cavalos edos touros, a criao e a preparao dos potros.

    At o momento, entretanto, na Cristandade, em Israel e no Isl, a faculdade feminina dohomem, abandonada a si mesma, submeteu-se inteiramente ao perigo da fatalidade dasgeraes, e a faculdade maternal, abandonada a seus prprios instintos, est longe de colheros frutos divinos que comporta sua trplice natureza plstica, psicurgica e intelectual, e queela geraria certamente, se a Cincia e a Arte da maternidade devolvesse mulher a luz

    providencial e a conscincia vital de seu Sacerdcio.

    19

  • 8/9/2019 Saint Yves DAlveydre - Chaves de Oriente

    20/25

    DE nos Mistrios do Pai e nos do Esprito Santo, na iniciao a esses Mistrios que oUltimum Organum, pode indicar as possibilidades de um desenvolvimento completo darvore da Cincia , de um desabrochar perfeito da rvore da Vida.

    OS MISTRIOS DA MORTE

    Para sempre suscitado pela Natureza a se dividir para se multiplicar, a dar a Ela todo omovimento inicial , para que sua forma esteja em sua plenitude cosmognica, o EternoMasculino deixa-se possuir pelo Eterno Feminino.

    Entre eles, a unio indissolvel, total, perfeita, e o que direi dentro em pouco sobre a morte,no implica em nada contra essa unio. Todos os princpios ativos de um penetram em ato nasubstancia plstica do outro.

    Moiss denomina esses princpios de Elohim, Deus, os Deuses, e por uma de suas

    atividades Rouach Elohim; e no porJehovah , que ele faz gerar a Segunda das foras, aluz.

    Ele denomina Ionah a substancia plstica da Esposa Divina; uma vez fecundada peloEsprito e em trabalho de um novo mundo solar, Noah, e num ambiente cosmognico,Thebah.

    Nesse ambiente, em todo o mundo solar, a vida , a existncia dos seres, a substancia dascoisas, sem de Ionah, a pomba amorosa, emblema sagrado dos antigos jnicos, e esta segue ocurso refletido da luz. Ararat, sublimando a essncia gnea dos espritos, das Almas e doscorpos.

    Em todo o mundo solar igualmente, a morte, o retorno dos seres ao ser, das coisas substancia original, Tohu-Vah-Bohu, uma potncia cosmognica do Deus Masculino,opondo-se Ionah em toda parte onde as trevas se ope luz.

    O primeiro iniciador de Israel, da Cristandade e do Isl, denomina essa potncia das trevas deHoreb.

    Orfeu, que havia igualmente recebido a iniciao nos santurios do Egito, d-lhe o mesmonome, Erebe, como ele d o nome de Io potncia geradora da Me Universal. Ma nacosmogonia de Orfeu, Erebe significa antes o lugar prprio potncia destrutiva do Pai; na

    de Moiss , Horeb traduz sua fora devorante.Esse lugar , a sombra corporal dos seres e o cone de trevas que todo planeta arrasta atrs sinos cus. Tal esse vale de sombras da morte que jamais apanhou a claridade do sol e quesomente a lua e as estrelas visitam.

    Atrevemo-nos a dizer ; sim, o Pai destruidor, por isso mesmo ele criador, Deus bom,quando preciso s-lo; Deus terrvel, algumas vezes, Todo Poderoso sempre, no sobre aNatureza, mas por ela, e sobre os filhos do Homem por ela e por eles.

    O Eterno Feminino conserva sozinho o Universo, e o preserva para sempre contra a pesada

    opresso do Eterno Masculino.20

  • 8/9/2019 Saint Yves DAlveydre - Chaves de Oriente

    21/25

    Vede o grande livro dos hierglifos terrestres, os machos rugidores, eu portam a marca fsicade Deus, devorariam os Pequenos, se a Natureza, sua potncia, no velasse no corao dame, e no armasse sua fraqueza de uma fora terrvel para defende-los com unhas e dentes.

    Na famlia, ncleo do estado social do homem, o masculino no Pai determina pesadamentesobra a criana masculina; ele deprecia, quase sempre, seus desenvolvimentos intelectuais emorais, comprimindo as variaes do carter que se forma sob a unidade do seu, queformado, deseja tudo curvar sua lei.

    Ao contrario mulher, smbolo vivo da Natureza, diversa como ela, e suscita a criana atodos seus desenvolvimentos.

    Os antigos templos, as antigas constituies sociais eram mais esclarecedores sobre essesreligiosos Mistrios da vida do que nossa sociedades ainda barbaras. A confuso dos sexos edas idades reina na linhagem familiar assim como a das classes reina no Estado. A mulher

    tinha refgio no gineceu(7), a criana na mulher.

    verdade tambm que a mulher possua a cincia, a arte e a iniciativa de seu sacerdcio nossanturios femininos, e que tinha um culto preciso das geraes, uma religio definida dosancestrais.

    Quando esse culto e essa religio foram profanados pela banalidade e o ceticismo das neutrascivilizaes, injuriadas pela perspiccia das neutralidades filosficas, insuficientementedefendidas pelos neutros sacerdotais ,a famlia e a cidade desmoronaram. A confuso dossexos, das idades e das classes destroi e separa as bases reais da sociedade. Dissipando todahierarquia, somente a contingncia dirige, de agora em diante, a entrada das geraes na vida;os lares confundidos foram abandonados pelos antigos ancestrais, e a morte, a potnciaterrvel do Pai do Universo, entra no mundo antigo e o devora inteiramente em suas formasreligiosas, polticas e civis.

    Quando uma sociedade se mata, salvaguardai seu renascimento, salvaguardando os mortos, asmulheres e as crianas.

    Se, pois, no quereis que a criana seja o sepulcro de um homem, protegei-a dos homens ato dcimo ano; que o Pai no intervenha seno raramente, que a me reine como sacerdotisa-rainha sobre a instruo e sobre a educao primeiras.

    Por isso vs, igrejas , sinagogas, mesquitas, em nome do Esprito Santo do qual j indiqueiaqui o testamento especial, reabri sua luz o testamento do Pai, procurai sobre a vossagnese a cosmogonia de Moiss, retomai a iniciativa civilizadora reservada iniciao; dai-a

    primeiro s mulheres, s idades em seguida, as classes, mais tarde, s raas, enfim, ou temei amorte social; o Pai Celeste est enfurecido, e os antepassados, aterrorizados, advertem, desdemuito tempo, s geraes que a destruio est prxima.A morte um beijo de Deus, uma carcia do Pai Universal. Eis porque, a me das geraeshumanas, a mulher teme Deus mais que o ama; como a leoa, ela estremece por seusleozinhos, e escuta com ansiedade os rudos longnquos do Invisvel.

    21

  • 8/9/2019 Saint Yves DAlveydre - Chaves de Oriente

    22/25

    Eis porque o Filho veio tranqiliza-la e lhe trazer sua promessa de que tempo de deixarpassar e agir o Espirito , se quisermos que a mediao das coisas divinas nas coisas humanasno permanea letra sem valor e palavra morta.

    Levantai-vos pois, vs todas, vs todos que desejais que a Cristandade, o Isl e Israel revivam

    numa esplndida transfigurao! Revelando-vos quaisquer dos Mistrios da morte, detereientre vs a profanao dos Mistrios da vida, e o renascimento ento produzir-se-a.

    Os sacerdotes da Grande Pirmide sussurravam essa palavra fnebre no ouvido do iniciado:

    Osiris, o Eterno Masculino o Deus Negro

    Escolhei , pois, entre a realizao da promessa do Filho e a do Julgamento final do Pai,entre a vida e a morte.

    Indivduos e sociedades, fazei como as mulheres, e temei deus. Esse temor o comeo dasabedoria.

    Assim , em toda a parte onde a sombra combate a luz em toda a parte a morte, a potnciacosmognica do Pai est presente, ainda que invisvel, ativa, ainda que latente.

    Rainha dos terrores, quandso ela vai se abater sobre uma famlia, os ancestrais se manifestammuito tempo antes que ela ocorra; durante o sono, eles projeta imagens profticas no crebronervoso das mulheres; e ainda que neutros , mais freqentemente na vida espiritual, oshomens so algumas vezes profundamente perturbados por sonhos.

    Acontece algumas vezes que um dos antepassados aparece aos olhos corporais. Na viglia,uma tristeza importuna flutua no ar, oprime o peito, estrangula a garganta, angustia oscoraes.

    Os prprios animais familiares sentem a proximidade da destruio; os ces uivamlugubremente, e tem-se visto a emoo que agita os ancestrais ser levada at as coisasinanimadas do lar que lhes caro. Nenhum olho profano viu a morte; ningum parecedesignado a morre; e no entanto, ela est prxima.

    Quando essa potncia cosmognica do Pai quer agir, antes que tenha suscitado as causas

    mortais do passamento, a Natureza se revolta, o Eterno Feminino se agita; Ionah, asubstancia cosmognica da vida, estremece sobre a terra e nos cus, e as Almas dos mortoscorrem para avisar os vivos e voam em socorro daquele que vai morrer.

    Entretanto , a morte no implacvel e inflexvel seno para os profanos e os profanadores.O iniciado a chama ou a rechaa, a arma ou a desarma, a excita ou a combate, a desencadeiaou a entrava. Essas coisas, fora dos altares, devem permanecer ocultas e no podem serreveladas seno atrs deles.

    Contudo , pela potncia de seu amor, a mulher , imagem humana da natureza, fez algumasvezes tremer esse vu negro e recuar a morte.

    22

  • 8/9/2019 Saint Yves DAlveydre - Chaves de Oriente

    23/25

    J vi um mdico desesperado dizer a uma me Ai! Seria preciso um milagre. A mepermaneceu s cabeceira de seu filho; o milagre aconteceu. Se desejais morrer, chamai amorte. Se quereis afasta-la de um ente caro, rogai com toda a fora de Vossa Alma. Mas nomomento em que algum deve absolutamente sucumbir, quando a hora fatal chegou,coragem! Ela ainda sobre quem vai adormecer . jamais , jamais o devotamento deixou de ser

    necessrio.

    O mdico, sentindo sua arte vencida, afasta-se sem razo. Ao tratamento da doena devesuceder o da agonia; a teraputica corporal, a Psicurgia dos antigos terapeutas.

    O sacerdote , quando administrou seus admirveis sacramentos e recitou suas frmulas, seretira; no entanto, resta muito a fazer. Ao exorcismo administrativo dos sentidos fsicos deve-se acrescentar um encantamento real da sensibilidade, uma conjurao precisa dos ancestrais

    presentes.

    Se o sacerdote e o mdico, forados a multiplicar seus servios, no podem dispor de tempo

    suficiente para prolonga-los por conseguinte, em cada lar, a iniciao gradativa dos sexos edas idades pois, to necessria assistncia do agonizante como religio do vivente.

    Assim, me ou Pai, mulher ou marido, filho ou filha, irmo ou irm podero dar a quem vai,todo o auxilio do qual a morte impe a necessidade.

    E quando o ltimo suspiro se produziu, quando fechastes os olhos do ser bem-amado, noacrediteis que a alma partiu para longe, no abandoneis esse cadver vigilia dosmercenrios. Jamais o que habitava teve mais sede de vossa inteligncia e fome do vossoamor.Escuta! E sente o corao estremecer, aquele que vela piedosamente seu morto amado coma cincia e a arte da Psicurgia! a alma do morto se debate desesperada em meio aos seusturbilhesCheia de pensamentos , de sentimentos, e de sensaes da existncia fsica, desorientada porter de deixar seu corpo, a forma material se contorce em dor; esta alma desprovida deiniciao, se sente destroada em seus ataques, no sabe o que fazer, se espanta, se arrepia,se joga ao cho sem iniciativa, em uma agonia sempre renovada e apavorante.Em vo , se ele vem das esferas superiores, seu gnio celeste faz sinal; em vo seus

    ancestrais o exortam a partir .Sua clarividncia, luminosa morada, surpreendida pela cegueira , desprovida doentendimento, ferida pela surdez. Esta Alma que na existncia se guia pelos instintos,

    esquecida de si mesmo nos anelos da carne, que pouco adquire de cincia, de amor e deconscincia da vida imortal, torna-se ento prisioneira de seu cadver, possuda por ele obrigada a trabalhar para sua aniquilao e decomposio. O estado de alienao por maisdesesperador que seja, no traduz mais do que uma plida idia dos sofrimentos pstumosque podem durar sculos.Exaltai a natureza de todas as vibraes de vosso corao, e prximo ao cadver roga a

    Deus, roga com todo o vigor de teu ser , voc no pode imaginar o bem que isto causa.Esta alma no v mais que a noite, no entende mais que o inaudito, no avalia mais que oinsondvel, nada alm de um pensamento, de uma sensao: vertigem... uma vertigemapavorante.A razo e a moral, so os dois meios colocados a disposio dos humanos c embaixo,

    desordenados, confusos.23

  • 8/9/2019 Saint Yves DAlveydre - Chaves de Oriente

    24/25

    So meus sofrimentos ento o comeo de uma segunda morte... sem poder engolir... suaindividualidade se procura nestas vsceras desagregadas sem poder se recuperar. Sua pessoaestranha a si mesma se persegue e procura no crebro e no corao inanimados sem poderalcanar a si mesmo.Suspenso no Horeb, sobre este poo .. o abismo devorador que floresce na ausncia do sol,

    arrepiante, ofuscado, sem pulmes para gritar, sem braos fazer um gesto, sem olhos paraabrir e chorar ... desesperado tenta reintroduzir foras, nima neste corpo morto, ele fica ,reservados os lgubres excessos, como prisioneiro em sua cela ...encerrado nesta tumba.S lhe resta vagar em seu horror.Ento o Psycurgue o tem de atrair.Se fizer de maneira vibrante, sincera, ela o procurar na escurido de sua cegueira, nosilncio de sua surdez .O que procura ela?Ela no sabe!; um destroos, um ponto de apoio, uma luz, um som de voz de voz em seus

    prprios tormentos.Tudo est impregnado dos eflvios da vida, o ser vivo o atrai pouco a pouco no sentido de

    seu corao como na direo de um foco radiante de luz rumo um refgio sagrado.Trmula, ela vem, e lentamente se refugia, e se abriga com sofreguido, embriagadoramente.Desta clarividncia morna syncophatie ela bebe, vida de coragem, de fora, de vida

    psicurgica.Ela tenta enfim adaptar-se, voltar a ver, voltar a ouvir, , voltar a entender aquilo que ossentidos corrompidos no mais conseguem. Ela pode romper, quebrar pouco a pouco asamarras racionais e morais das suas paixes e de suas faculdades, olhar brevemente o mundointeligvel, recobrar suas aptides e recordaes que estavam entorpecidas desde o seunascimento, recuperar seu principio ontolgico, retomar sua vontade.Quando se sentir como um pombo que leva um ramo no bico antes de partir, quando se sentircapaz de enfrentar o Hereb e de se orientar, quando ver seus antepassados e o gnio aladoque o chama para descer ou subir ento torna a ser verdadeiro ente amado; a caricia da alma,reze para isto e rejubile-se pelo outro lado da vida.Longamente, lentamente o exlio beija este corao devotado e arrependido, lentamente o

    preenche com um calor etreo macio, de uma irradiao deliciosa, o prende em um abraoespiritual encantador, e lhe fala assim no verbo inefvel das almas e dos deuses:

    Obrigado! Adeus! No! At mais em Deus !

    24

  • 8/9/2019 Saint Yves DAlveydre - Chaves de Oriente

    25/25

    25