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Sumário 1) Deficiência Física – aspectos históricos 2) Deficiência física a) Como são os alunos com deficiência física? b) O que pode provocar a deficiência física? 3) A inclusão do aluno com necessidades educacionais especiais a) A escola b) A acessibilidade c) Recursos que facilitam o processo de aprendizagem d) Aspectos sobre o aluno com comprometimento nos membros superiores e) Aspectos sobre o aluno com comprometimento nos membros inferiores 4) Paralisia cerebral a) Conceito b) Distúrbios associados c) Dificuldade com a comunicação 5) Atendendo as necessidades Educacionais a) Projeto pedagógico b) Recursos adaptados 6) O currículo e as necessidades educacionais Especiais

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Sumário

1) Deficiência Física – aspectos históricos2) Deficiência física

a) Como são os alunos com deficiência física?b) O que pode provocar a deficiência física?

3) A inclusão do aluno com necessidades educacionais especiaisa) A escolab) A acessibilidadec) Recursos que facilitam o processo de aprendizagemd) Aspectos sobre o aluno com comprometimento nos membros superiorese) Aspectos sobre o aluno com comprometimento nos membros inferiores

4) Paralisia cerebrala) Conceitob) Distúrbios associados c) Dificuldade com a comunicação

5) Atendendo as necessidades Educacionais a) Projeto pedagógicob) Recursos adaptados

6) O currículo e as necessidades educacionais Especiais

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Capítulo 1: Deficiência física – aspectos históricos

Os indícios dos primeiros grupamentos humanos se perderam no tempo, devido à falta de registro de suas atividades por parte destes. Porém o que as evidências arqueológicas e antropológicas confirmam era o fato de que as pessoas com alguma deficiência física fossem abandonadas.

A maioria dos povos primitivos eram nômades, portanto a mobilidade era algo essencial, portanto indivíduos que pudessem prejudicar a movimentação e conseqüentemente atrapalhar a procura por provimentos não eram bem quistas pelos grupos. Só os mais fortes sobreviviam.

Logo mais adiante no percurso da história, os egípcios antigos tratavam seus indivíduos com necessidades especiais de maneira a incluí-los em diversos setores da sociedade. Não são raros os registros nas tumbas de músicos anões.

A sociedade egípcia tinha atenção especial para com os deficientes visuais, já que a grande maioria dos indivíduos eram acometidos por infecções oculares, a tal ponto de que o Egito chegou a ser chamado de Terra dos Cegos (GUGEL) e em inúmeros papiros temos receitas para tratar de várias doenças inclusive, doenças dos olhos. (1)

Para os gregos, que tinham inclusive uma deidade coxa; Heféstos, deus da forja. O tratamento dispensado para com aqueles que tinham alguma deficiência física era muito diferente ao dispensado à deidade disforme. Sendo uma sociedade guerreira e que necessitava de homens aptos à luta e para a força física, o abandono e sacrifício de crianças inaptas passa a ser algo necessário.

[...] quando nascia uma criança, o pai realizava uma festa conhecida como ‘amphidromia’ [...]. Os costumes exigiam que ele tomasse a criança em seus braços, dias após o nascimento, e a levasse solenemente à sala para mostrá-la aos parentes e amigos e para iniciá-la no culto dos deuses. A festa terminava com banquete familiar. Caso não fosse realizada a festa, era sinal de que a criança não sobreviveria. Cabia, então, ao pai o extermínio do próprio filho (SILVA, 2009).

Quanto aos romanos, inovadores em diversas questões, também inovaram no tratamento dispensado às pessoas com necessidades especiais. Como inventores do Direito Romano, este

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continha leis específicas que determinavam ao poder pátrio, ou seja, podia determinar a autorização do pai de eliminar o filho caso este tivesse uma anomalia comprovadamente disforme. (2)

Porém, esta prática não era regular, o ato de abandonar os recém-nascidos disformes em um cesto em um rio considerado sagrado, também fazia muito sucesso entre os romanos, assim como também como adotar estas crianças para transformá-las em esmoleiros, ou para outras atividades como prostituição ou trabalhos braçais que não necessitavam de muita coordenação motora.

Após a queda do Império Romano, quem domina o cenário cultural e por conseqüência o cenário jurídico, é a Igreja Católica no período determinado Idade Média. A doutrina da Igreja Católica proibia a eliminação dos filhos disformes.

Apesar de a doutrina católica pregar o princípio da tolerância e do amor ao próximo, na chamada Idade Média Clássica, era comum que pessoas com alguma deformidade física fossem condenada à morte na fogueira por esta ser considerada possuída por demônios.

Logo após, foram criados hospitais e asilos para acomodar estas pessoas longe do convívio da sociedade, ambos mantidos pela Igreja Católica. Mesmo mantendo estas pessoas a salvo, as famílias consideravam castigo de Deus ter filhos com alguma anomalia física ou mental.

Outro destino muito comum às pessoas com alguma anomalia era serem ridicularizadas e se tornarem bobos da corte, talvez um dos destinos mais leves.

Com a chegada da Idade Moderna, por volta do final do século XV, e com o nascer de novas idéias e também novas filosofias de vida, como o humanismo fizeram com que inúmeras mudanças fossem feitas.

Já no início do século XVI, o médico e matemático Gerolamo Cardomo, inventou um sistema de sinais para alfabetizar pessoas surdas. Este método não foi bem aceito, pois ainda se considerava que pessoas que continham alguma espécie de anomalia não estavam aptas a serem alfabetizadas. Lutero, ainda acreditava que estas, estariam serem usados por espíritos e demônios malignos, e, costumava dar ordens para afogar crianças com deficiência mental.(3)

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São vários os exemplos de filósofos, matemáticos, físicos, astrônomos, dentre outros, que possuíam alguma deficiência física que contribuíram com o seu trabalho para o progresso das Ciências, das Artes e das áreas Humanas. (4)

Durante os séculos XVII e XVIII ocorreram diversos avanços quanto ao tratamento para com as pessoas hospitalizadas que necessitassem de atendimento especializado. Como uma espécie de fisioterapia e ortopedia para os mutilados de guerra.

Para Philippe Pinel, os doentes mentais não deviam ser tratados com violência e isolamento como ocorria em sua época.

Philipe Pinel (1745-1826) foi um dos pioneiros em novas técnicas de tratamento para com os doentes mentais e também um dos pais da psiquiatria moderna. Formado em Medicina, dirigiu hospitais na França e, tomou a decisão de se dedicar aos doentes mentais por motivos pessoais.

Com base em suas observações, Pinel publicou um livro em que defendia que alterações cerebrais e conseqüentemente alterações psicológicas seriam decorrentes de uma sucessão de situações de estresse ou ainda de alterações hereditárias.

Pinel baniu os antigos tratamentos como sangrias, vômitos induzidos dentre outros que provocavam dor e sofrimento e os substituiu por tratamentos dignos que incluem terapias ocupacionais. Acompanhando esta linha de raciocínio, foi o primeiro a libertar os pacientes dos manicômios.

Nos manicômios os tratamentos incluíam terapias de choque, banhos de água fria, rotação em macas de hospitais, ou seja, inúmeros procedimentos que alteravam a consciência dos pacientes para que teoricamente, estes fossem retirados do seu estado de alienação. (5)

Importante frisar também que ocorreram esforços na educação de surdos por parte de Charles-Michel de l’Epée (1712-1789) ao criar o Instituto para Surdos-Mudos de Paris (1760). Primeiro a reconhecer que os surdos tem uma língua. Fez uma adaptação mais próxima da língua escrita francesa para a linguagem de sinais daquele país.

Em 1816, Gallaudet (1787-1851) faz um estágio no Instituto para surdos-mudos em Paris e logo depois retorna com Clerc (1785-1869) para os EUA e funda a primeira escola de surdos dos EUA, a Hartford School em Connecticut, em 1817. Já em 1864, é

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fundada a Gallaudet University (única universidade para surdos do mundo).

Em 1880, no Congresso de Milão, decidiu-se que a partir daquele momento se abandonaria a língua de sinais e as escolas investiriam no método oral puro, ou seja, era preciso ensinar os surdos a falarem.

Após a Revolução Francesa, ou seja, já na Idade Contemporânea e também pós- Revolução Industrial, com o advento de novas tecnologias e também a intensificação de novos ideais de igualdade, portanto, os século XIX viu o nascimento e a consolidação da psiquiatria.

Com a necessidade da venda da força de trabalho, o indivíduo com uma necessidade especial é visto como alguém que atrapalha o andamento das atividades produtivas e econômicas, por conta das alterações que seriam necessárias no ambiente de trabalho para comportar estes indivíduos.

O preconceito quanto às pessoas com necessidades especiais não advém apenas do contexto do trabalho e das atividades econômicas. E sim, de fatores culturais, ideológicos e religiosos que ainda permanecem arraigados no inconsciente do coletivo da população. (6) Esterilizações de pessoas com necessidades especiais também eram comum no início do século XX, devido à crença de que certas anomalias seriam exclusivamente hereditárias.(7)

No século XIX é importante ressaltar que os EUA foram um dos primeiros países a criarem instituições de caridade e apoio aos seus ex combatentes de guerra que tivessem adquirido alguma necessidade especial, já em 1811. Posteriormente, em 1867 foi criado na Filadélfia, o Lar Nacional para Soldados Voluntários Deficientes, que hoje conta com outras unidades. (8)

No século XX após duas Grande Guerras Mundiais, a preocupação com a necessidade dos deficientes físicos, devido a um número expressivo de soldados amputados, cegos e surdos que voltavam para casa nestas condições. Sendo assim, a discussão quanto à qualidade de vida, de tratamento humanitários e outras pautas pertinentes tomam conta de instituições internacionais, como a ONU.

Alguns estudos marcaram a mudança de parâmetros quanto aos indivíduos com necessidades especiais, assim como o fez Vigotsky, que Luria acentua em seu trabalho:

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Diferentemente de muitos pesquisadores anteriores que estudavam a criança deficiente, Vigotski concentrou sua atenção nas habilidades que tais crianças possuíam habilidades estas que poderiam formar a base para o desenvolvimento de suas capacidades integrais. Interessava-se mais por suas forças do que por suas deficiências. (LURIA 2001, p.34)

Portanto, no século XX, em especial após a Declaração Universal dos Direitos Humanos, pessoas com necessidades especiais passam a serem considerados cidadãos plenos, com direitos não só assistenciais como também deveres.

Para alguns autores como Januzzi (2004) e Aranha (2001) a inclusão social através do trabalho passou a ser feita por conta de uma economia aos cofres públicos. De acordo com Aranha, esta inclusão traria uma existência mais próxima do real dos demais cidadãos.

Embora o discurso que defendia inclusão e independência para os indivíduos, não foi feita de maneira satisfatória, devido à dificuldade de acessibilidade ou até de competências especificas, os indivíduos com necessidades especiais acabavam não sendo absorvidos no mercado de trabalho.

Para que esta inclusão fosse realizada de maneira completa, foram criadas a partir da década de 1960, instituições que buscavam adaptações e um aprendizado para os indivíduos com necessidades especiais voltadas para uma otimização de sua mão de obra.

Porém, para que o individuo com deficiência se sinta integrado de fato à sociedade, não só produzindo lucro e se tornando independente por conta da sua força de trabalho. Cabe ressaltar que a inclusão de indivíduos com deficiência, se a sociedade não se modificar para receber e promover ajustes que contribuam para o desenvolvimento daqueles que possuam alguma necessidade especial, segundo Fernandes, Schlesener e Mosquera (2014).

Aspectos históricos quanto às necessidades especiais no Brasil

As pessoas com deficiência tiveram uma caminhada silenciosa durante os séculos. Todas eram encaixadas na categoria de miseráveis, ou seja, o mais pobre dos pobres. Podemos lembrar

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que a maioria das deficiências dos escravos africanos foram ocasionadas por conta de maus-tratos e violência.

Apenas no século XIX é que temos um aumento significativo na quantidades de indivíduos com necessidades especiais. Isto ocorre após os conflitos armados como, a Guerra do Paraguai, Canudos, Farroupilha, entre outros episódios que produziam mutilados de guerra.

Porém, em 1857, temos a fundação do INES – Instituto Imperial de Surdos-mudos por parte de Dom Pedro II e do Padre Huet, este instituto funcionava em forma de internato, e, que também tinha como objetivo a formação de professores surdos. Só em 1929, temos a fundação do Instituição Santa Terezinha, voltado para o ensino das alunas surdas.(9)

Somente no início do século XXI, após muitas lutas no século anterior, que o reconhecimentos das Libras (Língua Brasileira dos Sinais) se tornou uma realidade. Através do decreto n ̊ 5626 (22/12/2005), que também garante a acessibilidade e a difusão, formação do professor de Libras, formação do tradudor-intérprete de libras/língua portuguesa. (10)

Figura 1:Alfabeto Libras

(Fonte: Significado de Libras. Disponível em: https://www.significados.com.br/libras/. Acesso em 02/03/2019)

Já em 1829, temos a criação do método Braile, que auxilia deficientes visuais a se alfabetizarem e a se comunicarem através da leitura e escrita.

Louis Braille (1809-1852) que perdeu a visão em um acidente doméstico com apenas 5 anos de idade. A tragédia não o impediu de se tornar um dos melhores alunos na escola, e conseguir uma bolsa de estudos para o Instituto Nacional para Jovens Cegos, em Paris. Com esta oportunidade ele aprimorou os códigos criados por

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Háüy e Barbier. Pesquisando a fundo os dois métodos, em 1824 seu código estava pronto: criou uma célula de seis pontos, dividido em duas colunas de 3 pontos cada, que podem ser combinados de 63 maneiras diferentes. (11)

Figura 2: Alfabeto Braille

(Fonte: Alfabeto Braille – Sistema Braille. Disponível em: http://www.megatimes.com.br/2015/03/sistema-braille-alfabeto-braille.html. Acesso em

02/03/2019)

Sendo assim, temos a criação do Asilo Inválidos da Pátria em 1869, pelo General Duque de Caxias. Porém o grau de ignorância quanto às condições das pessoas com necessidades especiais, levou estes na primeira metade do século XX a serem tratados como doentes mentais e recebiam um tratamento marcado pela violência psicológica, física e até a morte. (12)

Um exemplo clássico deste tipo de tratamento é descrito no livro Holocausto Brasileiro de Daniela Arbex (2013), onde a

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jornalista descreve as terapias aplicadas aos pacientes do Hospital Colônia de Barbacena; de Barbacena-MG; terapias estas que incluíam eletro choques banhos de água fria, privação de alimentação e sono, entre outros tratamentos que os levavam a óbito. O auge do Hospital Colônia foi nas décadas de 1960 e 1970.

Só na década de 1950, mais precisamente em 1954, é que foi criada a primeira APAE (Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais), no Rio de Janeiro. Em 1970, foi aberto mais espaço para as lutas a mais acesso dos direitos civis, sociais e políticos. (13)

Na Promulgação da Constituição Federal de 1988 é colocado no art. 23 parágrafo único, II; que determina que seja competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios cuidar da saúde e assistência pública, da proteção e garantia das pessoas com deficiência. (14)

Em 2009, é realizada a Convenção da ONU sobre os Direitos da Pessoa com Deficiência e seu Protocolo Facultativo, estabeleceu metas para o desenvolvimento de políticas públicas nacionais sobre o tema, e propôs que o Brasil as colocasse em prática e que fosse feito um trabalho de fiscalização para o cumprimento destas.

No próximo ano, em 2010, foi criado o Viver sem Limite – Plano Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência, rompendo com o assistencialismo e promovendo processos de inclusão, para que as pessoas com deficiência garantam uma independência socioeconômica, cultural, profissional, familiar, individual e institucional de maneira mais autônoma possível. (15)

Mais recentemente, em 2015 foi criada a Lei Brasileira de Inclusão – Lei 13.146/2015, que assegura e promove, em condições de igualdade, o exercício dos direitos e das liberdades fundamentais das pessoas com deficiência, visando a sua inclusão social e cidadania.

Conclusão

No decorrer deste capítulo podemos observar que durante toda a trajetória da humanidade, o tratamento dispensado às pessoas com necessidades especiais, tem evoluído de maneira lenta e gradual. No momento presente, temos uma Legislação em

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diversas esferas de poder que atestam a garantia dos Direitos básicos de cidadania para os portadores de necessidades especiais.

Porém cabe ao Poder Públicos, às instituições e à sociedade em geral garantir, fiscalizar e realizar uma cobrança do cumprimento da Legislação, que concedem direitos e oportunidades às pessoas com necessidades especiais; para que estas Leis citadas anteriormente não se tornem letra morta ou que fiquem totalmente desconhecidas da população, como o que vem a ocorrer com inúmeras leis de outros âmbitos.

Referências bibliográficas1) GUGEL, Maria A. A pessoa com deficiência e sua relação com a história da

humanidade. Disponível em: <http://www.ampid.org.br/ampid/Artigos/PD_Historia.php> . Acesso em 27/02/2019.

2) PORTAL DA EDUCAÇÃO. Retrospecto histórico da pessoa com deficiência na sociedade. 3 jul de 2013. Disponível em: <https://www.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/direito/retrospecto-historico-da-pessoa-com-deficiencia-na-sociedade/48757> . Acesso em: 27/02/2019.

3) DICHER, M.; TREVISAM, E. A jornada histórica da pessoa com deficiência: inclusão como exercício do direito à dignidade da pessoa humana. 16 out de 2015. Disponível em: <http://publicadireito.com.br/artigos/?cod=572f88dee7e2502b>. Acesso em: 27/02/2019.

4) PORTAL DA EDUCAÇÃO. Retrospecto histórico da pessoa com deficiência na sociedade. 3 jul de 2013. Disponível em: <https://www.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/direito/retrospecto-historico-da-pessoa-com-deficiencia-na-sociedade/48757> . Acesso em: 27/02/2019.

5) ARBEX,Daniela.Holocausto brasileiro / Daniela Arbex. 1. Ed. – São Paulo: Geração Editorial, 2013.

6) ARBEX,Daniela.Holocausto brasileiro / Daniela Arbex. 1. Ed. – São Paulo: Geração Editorial, 2013.

7) PEDROSA, Paulo S. R. Eugenia: o pesadelo genético do século XX. Parte 1: o início. Disponível em: < http://www.montfort.org.br/bra/veritas/ciencia/eugenia1/> . Acesso em: 27/02/2019.

8) GARCIA, Vinícius G. As pessoas com deficiência na história do mundo. 02 out de 2011. Disponível em: < http://www.bengalalegal.com/pcd-mundial>. Acesso em: 27/02/2019.

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9) LIBRAS - Aula 01 - História da educação de surdos: na Europa e nos EUA. In: Univesp - Universidade Virtual do Estado de São Paulo Disciplina: LIBRAS (LBS-001). 2016. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=c26-NAVnnu4. Acesso em: 02/03/2019

(10) LIBRAS - Aula 02 - História da educação de surdos: no Brasil. In: : Univesp - Universidade Virtual do Estado de São Paulo Disciplina: LIBRAS (LBS-001). 2016. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=ijRfkhrFx9E. Acesso em: 02/03/2019.

(11) A história do método Braile(11) A história do método Braille. Por Silvio Atanes. In: Super Interessante. 31. Out. 2016. Disponível em : https://super.abril.com.br/historia/a-historia-do-metodo-braile/. Acesso em: 02/03/2019.

(11) ARBEX,Daniela.Holocausto brasileiro / Daniela Arbex. 1. Ed. – São Paulo: Geração Editorial, 2013.

(12) Processo histórico das pessoas com deficiência no Brasil/ Redação Casadaptada. 19 mar de 2018. Disponível em < https://www.casadaptada.com.br/2018/03/processo-historico-das-pessoas-com-deficiencia-no-brasil/>. Acesso em: 27/02/2019

(13) Brasília, DF: Senado Federal: Centro Gráfico, 1988. 292 p. BRASIL. Constituição(1988). Constituição da República Federativa do Brasil.

(14) DEFICIÊNCIA, Viver sem Limite – Plano Nacional dos Direitos da Pessoa com / Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República (SDH/PR) / Secretaria Nacional de Promoção dos Direitos da Pessoa com Deficiência (SNPD) • VIVER SEM LIMITE – Plano Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência : SDH-PR/SNPD, 2013.

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Capítulo 2: Deficiência física

Segundo a definição do dicionário do Aurélio, disponível online, a palavra deficiência tem como significados: 1. Imperfeição, falta, lacuna; 2. Deformação física ou insuficiência de uma função física ou mental.(1)

a) Como são os alunos com deficiência física?

As necessidades especiais que acometem os alunos são as mais variadas possíveis e também com as mais variadas origens; assunto que ainda será melhor discutido; mas estes alunos chegam às instituições oriundos de incontáveis realidades. Assim, como em outros setores da sociedade, alunos com necessidades especiais são plurais, existindo entre eles diferenças de ordem de:

o Gêneroo Étnicao Faixa etáriao Condições financeiraso Religiosao Política o Assim, como também as próprias diferenciações entre suas

necessidades especiais.

Como cidadãos com direitos plenos, inclusive o de ter suas diferenças respeitadas, os alunos tem necessidades especiais diferentes entre si. Temos entre os principais tipos de deficiência em uma pequena lista(2):

o Deficiência visualo Deficiência auditivao Deficiência mental o Deficiência física

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o Deficiência múltipla

Mesmo com esta lista é importante ressaltar que dentro de cada categoria existem subdivisões, como: deficiência visual (cegueira e baixa visão); deficiência auditiva (condutiva, sensorioneural, mista, neural); deficiência mental (retardo mental leve; moderado; severo e profundo); deficiência física; deficiência múltipla (física e psíquica, sensorial e psíquica, sensorial e física; física, psíquica e sensorial).(3)

Fora as particularidades presentes em cada classificação de sua deficiência física, o Fascículo 1 da Coleção A Educação Especial na Perspectiva da Inclusão Escolar, afirma que a instituição escolar.

“... de uma educação que acolhe as diferenças e, sendo assim, não poderá manter seu caráter excludente e próprio das escolas dos diferentes.” (ROPOLI et. al., 2010)

Portanto, os alunos com deficiência, são plurais. Cabe ressaltar que para além da estrutura física, que precisa ser adaptada para receber os alunos de maneira satisfatória, temos também que ter mente que todos os envolvidos no processo de aprendizagem, tem algo a contribuir com a inclusão dos alunos, ou seja, toda a comunidade escolar é responsável pela inclusão dos alunos com necessidades especiais.

Sendo assim, os alunos com necessidades especiais, além das necessidades práticas e pedagógicas diferenciadas, pensadas para seu melhor aproveitamento e desenvolvimento; tem necessidades iguais às dos outros alunos, como; atenção, dedicação, carinho, solidariedade, compreensão, respeito; entre outros valores, que não são necessários de teorias muito elaboradas, para se perceber que os alunos com necessidades especiais são muito parecidos com os demais alunos.

b) O que pode provocar a deficiência física?

São inúmeros os fatores que podem levar à deficiência física nos seus mais variados graus. A deficiência física pode ser adquirida

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por fatores internos ou externos, de origem genética ou por conta de fatalidades de diversas naturezas.

Fatores genéticos, em sua maioria, levam ao nascimento de crianças com alterações anatômicas significativas; como por exemplo, ausência de membros, encurtamento destes ou com deficiência múltiplas; mais comum, nas chamadas síndromes cromossômicas.

As alterações cromossômicas são raras, porém são responsáveis por cerca de 60 síndromes diferentes. Existem dois tipos de alterações cromossômicas; num dos casos, o DNA do bebê apresenta falhas. Na segunda, ocorre falta ou sobra do número de cromossomos. É válido ressaltar que alterações cromossômicas são diferentes de alterações congênitas, estas, transmitidas de pais para filhos.(4)

Mesmo na gravidez, há a capacidade de ocorrerem anomalias fetais por conta da ação de patógenos. Embora a placenta seja capaz de filtrar vírus e bactérias, os bebês cujas as mães desenvolveram ou tiveram algumas doenças como: sarampo, toxoplasmose, citomegalovírus, sífilis, rubéola, catapora, zika, chikungunya.(5) No caso de algumas doenças, há a prevenção da gestante através da vacinação, por isso é importante um pré-natal e estar com a vacinação em dia.

Abusos de substâncias ilícitas, ou ainda de derivados do tabaco e álcool são apontados pelos órgãos competentes de saúde, por uma das principais causas de má formação fetal.

Outro fator importante para que crianças tenham algum tipo de deficiência física leve, moderada ou severa, segundo instituições e associações ligadas à assistência à criança e ao adolescente com deficiência; são os acidentes de trânstito:

Cerca de 40.000 crianças e adolescentes sofreram lesões associadas com acidentes de trânsito, produzindo um tipo especialmente grave de desvantagem competitiva para o país, representada pelo comprometimento da saúde de indivíduos que representam a futura população economicamente ativa brasileira. (NICOLETTI, 2005, p.2)

Para evitar o aumento do número de crianças e adolescentes, acometidos por seqüelas, devido a acidentes automobilísticos é

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importante tomar medidas preventivas que já estão prescritas no Código Nacional de Transito:

Ajuste as tiras da cadeirinha de segurança ao tamanho da criança; Bebês com até 1 ano ou 9 kg devem ser transportadas em

cadeirinhas colocadas no meio do banco de trás do carro, de costas para o motorista. A cadeirinha deve ainda ser presa com o cinto de segurança do veículo;

Crianças maiores de 1 ano e que pesem entre 9 e 18kg podem ser transportadas em cadeirinhas colocadas de frente para o movimento. A cadeirinha deve ser colocada na posição vertical;

Crianças entre 18 e 36 kg devem usar assento de elevação, para ajustar criança ao cinto de segurança do veículo;

O cinto deve passar pelo meio do ombro da criança e no quadril, caso contrário ela corre o risco de ser sufocada em uma colisão;

A partir dos 10 anos e com mais de 36 kg, a criança já pode ser transportada no banco da frente e usar cinto do veículo sem suporte de segurança;

Nunca leve uma criança no colo usando cinto. A criança pode ser esmagada em caso de acidente;

Usar travas bloqueando a abertura interna das portas traseiras; O local mais seguro dentro de um veículo é o centro do banco

traseiro; O cinto será tanto mais seguro quanto em mais pontos ele se fixar; Os de três pontos, ou mais são os melhores; Os sub-abdominais ou os diagonais oferecem proteção, porém

apresentam mais riscos e problemas; Sempre usar cinto de segurança mesmo o mais simples pois é

melhor do que ser projetado contra obstáculos, onde o risco é muito maior;

O embarque e desembarque da criança deverão ser feitos sempre pelo lado da calçada;

Nunca carregar crianças no colo; Nunca colocar mais de uma criança em um único cinto; Os vidros traseiros devem estar abaixados (travados) apenas o

suficiente para permitir a ventilação. Não permitir nunca que as crianças ponham as mãos, braços ou a cabeça para fora;

Algumas crianças sofrem facilmente de enjôo, especialmente em caminhos que tem muitas curvas, portanto evite alimentos de digestão difícil antes de sair;

Tenha sempre biscoitos, frutas, água e sucos para oferecer às crianças, quando viajar. Leve-as em embalagens plásticas, evitando vidros e metais;

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Nunca dirigir com uma criança no colo. É um risco inconcebível; Se estiver com crianças no carro, redobre a atenção ao ser fechada

a porta. Muitas vezes as crianças deixam os pés e as mãos do lado de fora, sofrendo acidentes;

Não usar cinto de adulto em crianças pequenas.(6)

Acidentes domésticos, ou eventuais fatalidades em diversos ambientes, como principalmente quedas, também acabam colaborando para lesões com neurotraumas; ou outras fatalidades que podem colaborar para a lesão das crianças e adolescentes, porém, assim como no caso dos acidentes de trânsito, podemos tomar medidas simples para que não ocorram acidentes domésticos com crianças e adolescentes:

-As escadas devem ter um corrimão de apoio e o piso não deve ser liso (escorregadio);

-Se tem crianças pequenas, principalmente se estão na fase de gatinhar ou a começar a andar, coloque proteções e barreiras (portões) em todos os acessos da casa às escadas;

-Não se esqueça de fechar as protecções e barreiras dos acessos às escadas depois de passar. Um portão mal fechado é como se não existisse.

-Coloque grades ou redes de protecção em todas as janelas e varandas. São as únicas formas de evitar acidentes graves em apartamentos. Uma porta ou uma janela aberta representam um grande perigo. Há muitas quedas de crianças em consequência de janelas e portas abertas.

-Não tenha armas em casa. Se tiver, arrume-as ou guarde-as longe do alcance das crianças;

-Nunca tenha as armas carregadas em casa; -Nunca deixe as munições junto à arma. Guarde-as em local

seguro e inacessível às crianças.

-Não deixe que crianças com idade inferior a 10 anos andem sozinhas de elevador.

-Proteja os cantos das mesas e de outros móveis que possam significar perigo para o bebê.(7)

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Referências bibliográficas

1) Dicionário do Aurélio: Qual o significado de deficiência? Disponível em <https://dicionariodoaurelio.com/deficiencia>. Acesso em: 27/02/2019

2) Pedagogia ao pé da letra: os tipos de deficiência. Por Professora Fábia. 3 jan 2018. Disponível em: <https://pegagogiaaopedaletra.com/artigo-os-tipos-de-deficiencia/>. Acesso em 28/02/2018

3) Pedagogia ao pé da letra: os tipos de deficiência. Por Professora Fábia. 3 jan 2018. Disponível em: <https://pegagogiaaopedaletra.com/artigo-os-tipos-de-deficiencia/>. Acesso em 28/02/2018

4) Quais as principais síndromes cromossômicas e como são identificadas, por Equipe Danone Baby. 12 set 2017. Disponível em: <www.danonebaby.com.br/saude/principais-sindromes-cromossomicas/>. Acesso em: 28/02/2019

5) Doenças na gravidez que afetam o bebê, por Petite Box. 13 jul. 2017. Disponível em: <https://petitebox.com.br/blog/doencas-na-gravidez-que-afetam-o-bebe/>. Acesso em: 28/02/2019

6) A criança no trânsito. Orientações básicas. Disponível em: <www.educacaotransito.pr.gov.br/pagina-189.html>. Acesso em: 28/02/2019

7) Como prevenir acidentes domésticos com crianças , por Defesa Civil Ceará. 17 out 2009. Disponível em: < http://www.defesacivil.ce.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=213:como-prevenir-acidentes-domesticos-com-criancas&catid=14:lista-de-noticias&Itemid=81>. Acesso em: 28/02/2019.

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Capítulo 3: A inclusão do aluno com necessidades educacionais especiais

a) A escola

Segundo a Constituição Federal de 1988, deixa explicito no artigo 206, a gestão democrática do ensino público, e isto passa a ser uma realidade concreta, quando o PPP (Projeto político pedagógico) é elaborado e posto em prática, não se tornando uma mera realização formal.

Às instituições educacionais é garantido o princípio da autonomia, e nisto algumas instituições acabam por promover uma exclusão dos alunos com necessidades especiais, por tomarem rumos diferentes quanto às adaptações necessárias para atenderem à demanda das diferenças.

“Opor-se a inovações educacionais, resguardando-se no despreparo para adotá-las, resistir e refutá-las simplesmente, distancia o professor da possibilidade de se formar e de se transformar pela experiência. Oposições e contraposições à inclusão incondicional são freqüentes entre os professores e adiam projetos do ensino comum e especial focados na inserção das diferenças nas escolas.” (ROPOLI, et. al., 2010)

O Atendimento Educacional Especializado (2008) teve como mudanças principais nas instituições educacionais, as adaptações físicas para atenderem aos alunos com necessidades especiais.

(Figura 3 – Rampa de acesso em Instituição de ensino)

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(Fonte: Imagem de Amilcar Zanelatto,2012. Disponível em: http://incluase.blogspot.com/2012/05/barreira-atitudinal-rampa-com-21-de.html)

(Figura 4: Banheiro adaptado em Escola Municipal de Novo Tempo – MG)

(Fonte: Reforma dos banheiros, rampas e quadras. Disponível em: http://emnovotempo.blogspot.com/2011/08/novo-tempo-fazendo-acontecer.html)

(Figura 5: Transporte de alunos com necessidades espaciais em Tiradentes do Sul – RS)

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(Fonte: Prefeitura Municipal de Tiradentes do Sul – RS. Disponível em: https://www.tiradentesdosul.rs.gov.br/site/noticias/educacao/32249-transporte-de-alunos-com-

necessidades-especiais)

(Figura 6: Sala de recursos multifuncionais em Vila Velha – MG)

(Fonte: Prefeitura de Vila Velha. Secretaria da Educação. Disponível em: http://www.vilavelha.es.gov.br/paginas/educacao-salas-de-recursos-multifuncionais-para-

atendimento-educacional-especializado-aee)

De acordo com as exigências das legislações em diversas esferas de poder, a escola comum tem de se adaptar para realizar Atendimento Educacional Especializado, captaneando recursos junto aos municípios, Estados, governo federal ou ainda junto à União.

Alguns questionamentos podem ser feitos pelo professor, com o objetivo de avaliar o processo de inclusão de seu aluno com deficiência física(1)

- O aluno com deficiência física está se relacionando com os demais alunos e participando com interesse das atividades em grupo?(2)

- As limitações do aluno estão sendo respeitadas?(3)

- O seu aluno está evoluindo em seu processo de aprendizagem?(4)

- As habilidades e competências dos alunos estão sendo desenvolvidas?(5)

- Existem canais de comunicação adequados que garantam a detecção e a análise das dificuldades de aceitação do aluno com deficiência física por parte dele mesmo e dos demais?(6)

b) Acessibilidade

“Uma das inovações trazidas pela Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva (2008) é o Atendimento Educacional Especializado - AEE, um serviço da educação especial que "[...] identifica, elabora e organiza recursos pedagógicos e de acessibilidade, que eliminem as barreiras para a plena participação dos alunos,

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considerando suas necessidades específicas" (SEESP/MEC, 2008).” (ROPOLI, et. al., 2010)

A palavra acessibilidade é ampla, porém, neste contexto denomina os esforços da comunidade escolar como um todo, de criar as condições ideais para que a escola comum não seja a escola dos diferentes, mas, sim, a escola das diferenças. Embora, o trabalho das APAEs sejam exemplares na formação e desenvolvimento dos alunos com necessidades especiais, cria-se um isolamento involuntário destes alunos.

“O princípio da integração, muito estudado por três décadas (1960 até 1990) abrange todo o processo educativo. Integrar não é apenas colocar a pessoa com necessidades educacionais especiais em qualquer grupo, consiste na aceitação naquele que se insere. O ideal de integração ocorre em níveis progressivos desde a aproximação física, funcional e social até a institucional.” (SHIMAZAKI, 2011)

Se tornar acessível significa, no caso do ambiente escolar, muito mais que construir rampas, banheiros adaptados, salas multifuncionais, ter funcionários capacitados. Significa que a escola está aberta a atender as individualidades não só práticas, como também emocionais e psicológicas dos alunos e de seus familiares, tornando o ambiente escolar agradável à toda comunidade escolar.

"A inclusão determina que todos os alunos façam parte do mesmo contexto escolar, participando das mesmas atividades comuns, embora adaptadas para atender as diferenças individuais.” (SHIMAZAKI, 2011)

As necessidades de acessibilidade podem ser diferentes de acordo com a necessidade de cada aluno. As imagens retratadas anteriormente demonstram exemplos de adaptações para alunos com deficiências físicas e/ou motoras. Ainda existe a necessidade de instalação de pisos táteis para os alunos com deficiência visual, máquinas copiadoras em Braile, material didático em Braile, teclado colméia, entre outros recursos que auxiliam os professores do AAE.

c) Recursos que facilitam o processo de aprendizagem

Um roteiro de perguntas pode nos ajudar na coleta de dados para selecionar o recurso adequado às necessidades do aluno(7)

Quem é o aluno?(8)

Quais as principais habilidades manifestadas pelo aluno e/ou relatadas por seus familiares?(9)

Quais as necessidades específicas deste aluno, decorrentes da deficiência ou imposta pelo ambiente escolar?(10)

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Como a família resolve os problemas decorrentes destas necessidades no ambiente familiar?(11)

Que tipo de atendimento na área da saúde ou da educação o aluno já recebe e quais são os profissionais envolvidos neste atendimento?(12)

Qual a impressão do professor da escola comum sobre o aluno?(13)

Como está organizado o plano pedagógico do professor comum e quais são os objetivos educacionais e as respectivas atividades que ele propõe à sua turma?(14)

Quais as necessidades relacionadas a recursos pedagógicos ou de acessibilidade apontadas pelos professores para atingir os objetivos propostos para o aluno?(15)

Como é a participação do aluno nas atividades propostas à sua turma da escola comum? Ele participa das atividades integralmente, parcialmente ou não participa?(16)

Quais barreiras existem à participação e ao aprendizado do aluno nas tarefas escolares e que poderão ser eliminadas com a utilização de recursos pedagógicos acessíveis?(17)

Quais as condições de acessibilidade física da escola? Há rampas, banheiros adequados, sinalizações, entre outros?(18)

Há auxílio de mobilidade para o aluno, tais como cadeira de rodas simples ou motorizadas, bengalas, corrimões nas escadas, auxílio para transferência da cadeira de rodas?(19)

Os materiais pedagógicos são adequados? Há lápis e canetas ajustados à condição do aluno, alfabeto móvel, pranchas com letras e palavras, computador, teclados e mouses especiais, acionadores, órtese de mão funcional para escrita e digitação, ponteiras de boca ou cabeça?(20)

Com esses dados, o professor do AEE pode descrever a situação do aluno na sala de aula e identificar suas necessidades; este é o primeiro passo para a elaboração do Plano de AEE e, consequentemente, para a seleção e/ou construção dos recursos necessários. Outros pontos que devem ser observados com relação à utilização dos recursos, tanto na sala comum quanto no AEE são:(21)

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Os recursos selecionados e colocados à disposição dos alunos estão atingindo os objetivos educacionais aos quais foram propostos?(22)

A utilização dos recursos está sendo acompanhada pelo professor do AEE, para a realização das adequações necessárias?(23)

O aluno, usuário do recurso, está sendo ouvido com relação à funcionalidade do mesmo?(24)

Como a escrita e a leitura são partes fundamentais da alfabetização, estas são realizadas não de maneira mecânica, mas sim conceitual.

(Figura 7: Recurso de auxilio à escrita.)

(Fonte: Tecnologia assistiva. Disponível em: < http://alternativainclusiva.blogspot.com/2011/12/tecnologia-assitiva-e-comunicacao.html>

Acesso em: 01/03/2019.)

(Figura 8: Lápis aranha-mola)

(Fonte: Cantinho dos cadeirantes. Disponível em: < http://www.cantinhodoscadeirantes.com.br/2012/12/aranha-mola-ou-facilitadora-para-

escrita.html>. Acesso em: 01/03/2019.

(Figura 9: Números móveis)

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(Fonte: Números móveis 30 um. Disponível em: < http://promaqpapelaria.com.br/numeros_moveis_30_pecas_un.___pica_pau_3329.html>.

Acesso em: 01/03/2019.

(Figura 10: Alfabeto móvel)

(Fonte: Aproveite o carnaval. Disponível em: https://lista.mercadolivre.com.br/brinquedos-hobbies/jogos/educativos/alfabeto-movel. Acesso em: 01/03/2019.)

Há uma infinidade de recursos criados para facilitar a tarefa da inclusão escolar e é parte de uma das exigências do AEE, assim como também, a capacitação dos professores para utilizarem este recursos. Os recursos pedagógicos terão uma seção própria neste material.

d) Aspectos sobre o aluno com comprometimento dos membros superiores

A observação das necessidades especiais e as adaptações necessárias para os alunos com comprometimento dos membros superiores. Quando o aluno utiliza prótese, é preciso que o profissional da educação tenha conhecimento da higienização e até de possíveis problemas circulatórios ou cutâneos decorrentes do uso contínuo da prótese.

É importante ressaltar que as adaptações práticas em demasia podem acabar interrompendo o processo de independência do aluno.

“Pela importância funcional e psicológica das mãos, deve ser dada grande motivação para o seu uso por intermédio de atividades, principalmente recreativas” (MEC, 2006)

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Estas são as adaptações necessárias para os alunos com comprometimento dos membros superiores:

a. Carteira com possibilidade de graduar a altura e a inclinação, assim como bordas elevadas para impedir a queda de objetos;(25)

b. Fixação de papel à mesa com fita adesiva, tachas ou régua imantada;(26)

c. Material leve para ampliação do diâmetro de lápis, canetas, talheres e escovas de dente, para facilitar a apreensão;(27)

d. Quadros com letras e números imantados;(28)

e. Maquina de escrever ou computador com as devidas adaptações;(29)

f. Gravador;(30)

g. Pratos inquebráveis, com bordas altas e com possibilidade de fixação em suporte(31)

h. Copo ou caneca, de material leve, com uma ou duas alças, tampa e canudo, para os quadros de déficit de força e mobilidade; e copo e caneca de material pesado, para os casos de falta de coordenação;(32)

i. Torneira apropriada ou adaptação de madeira na haste, que favoreça o abrir e fechar;(33)

j. Sabonete preso por fio na altura apropriada;(34)

k. Toalha presa ao puxador(35)

e) Aspectos sobre os alunos com comprometimento dos membros inferiores

O comprometimento dos membros inferiores interfere na locomoção. A maioria dos alunos utiliza prótese ou aparelhos para facilitar a locomoção, tais como, muletas ou cadeira de rodas. Para facilitar este processo, as adaptações necessárias mais comuns são as seguintes:

a. Salas de aula, de preferência, no andar térreo;(36)

b. Rampas ou elevadores de acesso;(37)

c. Portas largas para a passagem de cadeira de rodas;(38)

d. Tapetes ou passadeiras de borracha ou superfície não escorregadia;(39)

e. Bebedouro com baixa altura;(40)

f. Banheiro amplo para movimento de cadeira de rodas;(41)

g. Barras nas paredes ao lado do vaso sanitário(42)

h. Box com piso não escorregadio e barras para apoio.(43)

“As características da sala de aula e das carteiras constituem importantes condições para a permanência na escola comum dos alunos que apresentam dificuldades de locomoção e problemas posturais, decorrentes de lesões

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que provocam o comprometimento dos membros inferiores. As condições necessárias à acessibilidade desses alunos são, em sua maioria, necessárias a todos os demais alunos:”(MEC, 2006).

Referencias bibliográficas1) A inclusão escolar de alunos com necessidades educacionais especiais

DEFICIÊNCIA FÍSICA. MEC (SEED), Brasília – 2006. p. 18. Disponível em: < http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/deffisica.pdf>. Acesso em: 01/03/2019

2) Idem item anterior3) Idem item anterior4) Idem item anterior5) Idem item anterior6) Idem item anterior7) Recursos pedagógicos acessíveis e comunicação aumentativa e

alternativa. SARTORETTO,M.L. BERSCH,R.C.R. Brasíia, 2010. p. 8-9.8) Idem item anterior9) Idem item anterior10)Idem item anterior11)Idem item anterior12)Idem item anterior13)Idem item anterior14)Idem item anterior15)Idem item anterior16)Idem item anterior17)Idem item anterior18)Idem item anterior19)Idem item anterior20)Idem item anterior21)Idem item anterior22)Idem item anterior23)Idem item anterior24)Idem item anterior25)A inclusão escolar de alunos com necessidades educacionais especiais

DEFICIÊNCIA FÍSICA. MEC (SEED), Brasília – 2006. p. 16. Disponível em: < http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/deffisica.pdf>. Acesso em: 01/03/2019

26)Idem item anterior27)Idem it Idem item anterior28)Idem item anterior29)Idem item anterior30)em anterior31)Idem item anterior32)Idem item anterior33)Idem item anterior34)Idem item anterior35)Idem item anterior36)A inclusão escolar de alunos com necessidades educacionais especiais

DEFICIÊNCIA FÍSICA. MEC (SEED), Brasília – 2006. p. 17. Disponível em: <

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http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/deffisica.pdf>. Acesso em: 01/03/2019

37)Idem item anterior38)Idem item anterior39)Idem item anterior40)Idem item anterior41)Idem item anterior42)Idem item anterior43)Idem item anterior

Capítulo 4: Paralisia cerebral (PC)

a) Conceito

Existem vários tipo de paralisia cerebral, porém o MEC dá ênfase em dois tipos principais:

O termo é utilizado para definir qualquer desordem de alteração secundária a uma lesão não progressiva do cérebro em desenvolvimento. Cada parte do cérebro é responsável por um função do organismo: audição, visão, movimentos e a parte cognitiva. Uma criança com paralisia cerebral, pode apresentar desde uma leve alteração dos movimentos, dificuldades motoras, de fala ou até para deglutir.

A paralisia cerebral pode ocorrer durante a gestação, no parto ou após o nascimento, ainda no processo de desenvolvimento do cérebro da criança. Esta lesão pode ocorrer por conta da falta de oxigenação das células cerebrais. A pessoa com PC apresenta inteligência normal, a não ser, que a lesão tenha afetado áreas responsáveis pelo pensamento e pela memória.

Outras alterações podem ocorrer, de acordo com a área cerebral atingida. Há alunos que podem apresentar dificuldades na visão, audição e fala, além das dificuldades motoras. Quando estas

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dificuldades são observadas, temos de nos atentar para não confundir estes indivíduos com deficientes mentais.

A PC é uma alteração motora por conta de uma lesão cerebral. Ao contrário do que o termo sugere, o cérebro não ficou paralisado. O fato é que o cérebro não comanda de maneira adequada a musculatura, em conseqüência da lesão sofrida.

Há uma classificação na literatura sobre estas lesões, que são definidas de acordo com a qualidade do tônus.

a) Espástica: é o quadro mais freqüente, em que a criança é levada a executar um maior número de movimentos, que em sua maioria, são bruscos, lentos e anárquicos.

b) Atetóide: apresenta movimentos involuntários. Quando a pessoa tenta executar uma ação apresenta movimentos sem coordenação de amplitude mínima.

c) Atáxica: apresenta perda do tônus muscular, a ataxia pura é rara, vem junto com espasmos. Em geral, o atáxico tem algum grau de deficiência mental.Há outra classificação de acordo com a distribuição do tônus:

a) Monoplegia: paralisia de um único membrob) Hemiplegia: paralisia de um lado do corpoc) Diplegia: paralisia de partes homólogas nas duas metades do

corpod) Triplegia: paralisia de um lado do corpo com a paralisia

adicional de um membro do lado opostoe) Paraplegia: paralisia dos membros inferioresf) Quadriplegia ou tetraplegia: comprometimento dos quatro

membros, podendo ser espástica ou flácida.

As causas da PC atualmente, estão praticamente elucidadas devido aos avanços dos estudos na área da Medicina e da Estatística e são divididas de acordo com períodos específicos: o pré-natal; o peri-natal e o pós-natal.

Causas pré-natais:

a) Infecções maternas;b) Diminuição de oxigênio no cérebro;c) Hemorragia cerebral;d) Alterações na placenta;e) Transtornos metabólicos maternos;f) Incompatibilidade sanguínea (fator Rh);g) Anestesia prolongada;

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h) Prematuridade (peso e tempo);i) Pós-maturidade;

Causas peri-natais:

a) Diminuição de oxigênio no cérebro no período peri-natal;b) Traumatismo e hemorragia;c) Circular de cordão umbilical;d) Parto prolongado;e) Variação súbita de pressão;f) Idade materna;

Causas pós-natais:

a) Traumatismos cranianos;b) Infecções;c) Acidentes vasculares;d) Diminuição de oxigênio no cérebro;e) Causas tóxicas;f) Câncer;

b) Distúrbios associados à PC- Crises convulsivas – a incidência de crises convulsivas na população em geral é de menos de 1%, porém nos indivíduos com PC essa estatística chega a 55%. É comum nos espáticos, e nos hemiplágicos geralmente se inicia após os 8 anos de idade.- Distúrbios auditivos – Pode haver uma leve perda auditiva ou até a surdez total- Distúrbios visuais – estrabismo, miopia, baixa visão ou visão subnormal- Problemas na deglutição – dificuldade no esquema mastigação-deglutição- Alterações de comportamento – mais comum nos atáxicos ou hemiplégicos que tem hiperatividade e déficit de atenção. Os coreatetóides e atetóides costumam ter a inteligência acima da média.

c) Dificuldade com a comunicação

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- dislogias: Inabilidade para organizar o pensamento e formular corretamente as frases.- disfemias: Perturbações no ritmo da fala, bloqueio, hesitação, repetições de sons, sílabas ou palavras repetitivas (gagueira)- disfasia: ausência de organização do sistema nervoso central, resultando em falta de compreensão e expressão- disartria: dificuldade na articulação de fonemas, causando prejuízos na estrutura de linguagem.- dislexia: dificuldade para aprender a ler, a escrever ou na capacidade de compreensão da leitura.

“O principal problema para identificar e diagnosticar crianças com paralisia cerebral e distúrbios de aprendizagem é apontar o comportamento atípico, explicá-Io, diferenciá-Io de problemas semelhantes em outras crianças com necessidades especiais (diagnóstico diferencial) e determinar as adequações curriculares necessárias que podem auxiliá-Ias a desenvolver seu potencial de uma forma mais tranqüila.” (MEC, SEED, 2006. p. 22-23).

Referências bibliográficas

A inclusão escolar de alunos com necessidades educacionais DEFICIÊNCIA FISÍCA, MEC, SEED – Brasíla, 2006.

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Capítulo 5: Atendendo as necessidades educacionais

Nas escolas comuns temos aquilo que chamamos de comportamento excludente, onde se criam ambientes de alunos e especiais. A educação inclusiva concebe a escola como um lugar de todos, expressam suas idéias livremente e se desenvolvem como cidadãos nas suas diferenças!

Como garantir o direito à igualdade numa escola em que considera que as diferenças estão apenas em alguns alunos. Os alvos dos questionamentos sobre as diferenças, devem recair sobre as práticas de ensino.

A escolar na perspectiva inclusiva, tem que colocar em dúvida, discutir e criar novas propostas pedagógicas e educacionais mais compatíveis com a inclusão. Cada escola ao abraçar este propósito, terá de encontrar soluções para os seus problemas.

A partir de 2008, cria-se o Atendimento Educacional especializado – AEE, serviço da educação especial que: “[...] identifica, elabora e organiza recursos pedagógicos e de acessibilidade, que eliminem as barreiras para a plena participação dos alunos, considerando suas necessidades específicas" (SEESP/MEC, 2008).

No caso do AEE as dimensões do que foi instituído chega às escolas através de leis, políticas, decretos, diretrizes curriculares

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definidos por documentos oficiais. Na questão da instiuição para cumprir estes decretos, tem de criar as condições ideais, uma delas é; parcerias com setores da comunidade para a implementação do AEE, organização dos horários do AEE, assim como alterações físicas na instituição para o AEE.

Temos ainda dificuldades em implementar os serviços do AEE, pois o que se compreende por articulação entre a escola comum e o AEE tem sido descaracterizada. Pois, professores itinerantes, reforço escolar não constituem formas de articulação, e acaba continuando com a prática de fragmentação entre educação especial e a educação comum.

Se o AEE é para integrar os alunos, este deve ser para todas as fases do ensino, e o termo preferencialmente na rede regular, significa que o AEE deve ser oferecido em escolas especiais ou não. A Constituição ainda admite que o AEE pode ser oferecido em horários distintos das aulas comuns, com outras metas ou objetivos. As ações do AEE devem ser definidas de acordo com a deficiência que se propõe a atender.

O AEE para pessoas surdas não pode sofrer uma dicotomia entre pessoas ouvintes e pessoas surdas. As pessoas surdas não podem ser reduzidas à cultura surda. Construir uma proposta pedagógica bilíngüe é muito importante para que o aluno tenha a liberdade, de se expressar em uma ou outra língua.

O ensino exclusivo da Língua Portuguesa ou das LIBRAS é uma maneira de se manter a exclusão. De acordo com o Decreto 5.626 de 5/12/2005 garante que as pessoas com surdez tenham uma formação em que a LIBRAS e a Língua Portuguesa sejam ofertadas.

O AEE aos surdos incluem a exigência de professores especialistas em LIBRAS, e que disponibilizem pedagogias para todas as disciplinas ofertadas no ensino regular.

O AEE atende a diversas diferenciações, assim como também aos cegos, onde são usados recursos pedagógicos que facilitam a visão ou até softwares que fazem a leitura dos textos. Sem contar, que algumas instituições públicas ou privadas possuem uma máquina de escrever em Braille, porém, estes equipamentos são muito caros.

Além da educação inclusiva para as crianças com algum déficit físico, temos também alunos com super dotação ou com altas habilidades que precisam de estratégias pedagógicas ou

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metodologias que estimulem suas habilidades e que jamais tentem normatizar este tipo de aluno.

“- As escolas comuns, com essa orientação integradora representam o meio mais eficaz de combater atitudes discriminatórias, de criar oportunidades acolhedoras, construir uma sociedade integradora e dar educação para todos; além disso, proporcionam uma educação efetiva à maioria das crianças e melhoram a eficiência e, certamente, a relação custo x benefício de todo sistema educativo.” (ROGALSKI, 2010)

a) Projeto político pedagógico

De acordo com as Diretrizes Operacionais da Educação Especial para o Atendimento Educacional Especializado na Educação Básica, o PPP (Projeto Político Pedagógico), a partir de 2009, tem de contemplar o AEE como uma das dimensões da escola das diferenças. É preciso planejar, organizar, executar e acompanhar objetivos, metas e ações traçadas junto das demais atividades da instituição escolar.

Um dos princípios ideais em PPP é gestão democrática, e esta é alcançada quando o AEE se faz presente e toma forma nas decisões e iniciativas da equipe escolar. No PPP devem ser definidas as ações tomadas para a garantia do AEE: salas de recursos multifuncionais; matrícula do aluno no AEE; aquisição de equipamentos; indicação de professor para o AEE; articulação dos professores do AEE e os do ensino comum e redes de apoio interno e externos à escola.

No caso da inexistência de uma sala multifuncional,na instituição escolar em que está matriculado, os alunos não podem ficar sem este serviço, portanto o PPP deve encontrar atendimento especializado na escola mais próxima, no contra turno do horário escolar. O AEE, quando acordado em outra instituição, deve ser acordado também com a família do aluno, e se necessário for, terá de providenciar o transporte. Em tal situação, as equipes de ambas instituições para assegurar uma efetiva contribuição para o desenvolvimento para os alunos.

O PPP prevê acompanhamento da articulação entre o trabalho dos professores do AEE e da rede comum, monitoramento da produção de materiais didáticos especializados, bem como recursos necessários para a confecção destes. No PPP também devem

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conter instruções para a manutenção, melhoramento e ampliação das salas de recursos multifuncionais. Inclui-se no PPP, a previsão de outros tipos de recursos, equipamentos e suportes que forem indicados pelo professor do AEE do aluno.

No caso do AEE, o PPP definirá o horário dos alunos, oposto ao do que o aluno vai à escola e de acordo com as necessidades indicadas no plano do AEE; e o horário do professor que tem que realizar o atendimento dos alunos, preparar material didático, receber as famílias dos alunos, os professores da sala comum e os demais profissionais que estejam envolvidos.

Enquanto serviço oferecido pela instituição escolar ou em parceria com outra instituição escolar ou centro especializado, o PPP estabelece as normas avaliativas do AEE, de alterar práticas e inserir novas metas para melhorar este serviço. No processo avaliativo, cabe aos gestores o compromisso de não autorizar que o AEE seja descaracterizado de suas funções e que os alunos não sejam categorizados, discriminados e excluídos do processo avaliativo da instituição escolar.

O PPP define os parâmetros da estrutura da instituição escolar e deve ser coerente com a proposta de inclusão e de uma educação que acolhe as diferenças, e assim , não manterá o caráter excludente das escolas normal, ou escola dos diferentes.

b) RECURSOS ADAPTADOS

Além das exigências legais quanto à estrutura física da instituição escolar que tem AEE, e também quanto aos recursos humanos. Nem sempre os recursos pedagógicos chegam de maneira satisfatória quanto à aquisição destes; e os responsáveis e colaboradores do AEE tem de se adaptar à realidade da sua instituição.

Porém, muitas das vezes, a atenção dada à aquisição de recursos tecnológicos com o intuito de auxiliar no processo pedagógico supera as expectativas e a instituição escolar que tem AEE, acaba por ter à disposição dos alunos com necessidades especiais os recursos adaptados descritos no Fascículo 6 da coleção A educação especial na perspectiva da inclusão escolar: Recursos pedagógicos acessíveis e comunicação aumentativa e alternativa.

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Alguns recursos já foram mostrados neste material, porém vamos descrever cada recurso de acordo com a sua finalidade. Temos recursos com materiais mais acessíveis, até aqueles em que se exigem recursos financeiros para alta tecnologia.

Temos de recordar que a escolha dos recursos pedagógicos adaptados à cada aluno com necessidades especiais, passa pelo crivo dos professores e profissionais do AEE, que respeitam um questionário sobre o aluno, que indaga sobre a sua condição, suas necessidades de adaptação e se existem recursos para atenderem este aluno de maneira satisfatória.

Cabe aos profissionais do AEE, o saber e a prática sobre como utilizar cada recurso adaptado; e, para qual necessidade especial cada um terá utilidade. Estas questões serão importantes para o resultado final no objetivo da alfabetização dos alunos com necessidades especiais, sem exceções.

Os recursos pedagógicos alcançam uma gama considerável de necessidades especiais, desde alterações motoras, visuais, auditivas, até as alterações advindas de PC de grau mais limitador.

Produção escrita

(Figura 7: Recurso de auxilio à escrita.)

Este recurso demonstra uma adaptação para os alunos que tem dificuldades com as mãos e seus movimentos finos, a bola de espuma na ponta auxilia a prensão por parte do aluno.

(Figura 8: Lápis aranha-mola)

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A aranha-mola também auxilia os alunos que tem dificuldade com os movimentos finos das mãos. As molas se fixam aos dedos dos alunos para que estes não soltem os lápis.

(Figuras 9 e 10: Alfabeto e números móveis)

Estes recursos, tanto o alfabeto móvel quanto os números móveis auxiliam na alfabetização e nas primeiras operações numéricas. Estes recursos podem ser de vários materiais; de borracha, de madeira, colagem de sulfite com cartolina.

(Figura 11: Aluna recebe orientação para o uso da máquina de escrever em Braille)

(Fonte: Correio popular. Por Gustavo Abdel. 29 set 2015. Disponível em: < http://correio.rac.com.br/_conteudo/2015/09/capa/campinas_e_rmc/386368-campinas-tem-fila-

de-espera-por-maquina-braille.html> Acesso em: 03/03/2019)

A máquina em Braille auxilia tanto a escrita quanto a posterior leitura do aluno com necessidades especiais visuais. É um dos recursos com menor quantidade nas instituições que fornecem AEE, devido ao seu alto valor de aquisição.

(Figura 12: Teclados adaptados para uso da informática)

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(Fonte: Fotos 9 e 10 do fascículo 6 da Coleção A educação especial na perspectiva da inclusão escolar: recursos pedagógicos acessíveis, comunicação aumentativa e alternativa.

SARTORETTO e BERSCH, 2010)

A primeira foto retrata um aluno digitando em um teclado utilizando uma órtese moldável ao seu tamanho. Na ponta da órtese são fixadas ventosas de borracha que fixam o recurso às teclas. Na próxima foto, temos uma colméia de acrílico transparente. A colméia é uma placa com perfurações coincidente às teclas e são utilizadas por alunos com problemas de coordenação motora. O recurso tem por objetivo, reduzir erros de digitação.

(Figura 13: Teclado de tamanho reduzido)

(Fonte: Teclado de conceitos. Tecnologias ao serviço das pessoas com necessidades especiais. Disponível em: <https://sites.google.com/a/eu.ipp.pt/tecnologias-ao-servico-das-

pessoas-com-necessidades-especiais/home/o-que-e-a-educacao-social/perspetiva-historica-vs-pespetiva-atual/produtos-e-servicos-de-apoio/acessibilidade-tecnologias-de-acesso-e-

tecnologias-de-acessibilidade-no-dominio-das-tic/vantagens-do-uso-das-tecnologias-para-as-pessoas-com-necessidades-especiais/tecnologia-assistiva/comunicacao-aumentativa>. Acesso

em: 03/03/2019)

A imagem retrata um teclado reduzido que tem conceitos, ao invés das teclas tradicionais, muito utilizado em qualquer faixa etária, que tem adaptações que fazem com que o dispositivo tenha

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as funções de teclado e do mouse para todas as atividades que forem necessárias para a utilização deste dispositivo.

(Figura 14: Mouse especial)

( Fonte: Optima Trackball e Civiam Big Trackball. Disponível em: <http://www.civiam.com.br/civiam/index.php/necessidadesespeciais/tecnologia-assistiva/

mouse-optima.html e http://www.civiam.com.br/civiam/index.php/necessidadesespeciais/tecnologia-assistiva/big-

trackball-mouse-estatico-de-esfera.html. Acesso em 03/03/2019)

Mouses especiais onde o direcionamento do cursor é dirigido através de um joystick ou de uma grande bola, colocada sobre o mouse. Os botões de ativação do clique e da tecla direita são dispostos no próprio mouse.

(Figura 15: Acionador de pressão)

(Fonte: Mouse Big Track. Disponível em: https://mundodalupa.com.br/produto/mouse-big-track/. Acesso em: 03/03/2019)

Os acionadores podem ser colocados em qualquer parte do corpo que possuam a capacidade de apertar, pressionar, puxar, apertar, soprar, etc, e tem a finalidade de ativar o clique do mouse. Esses acionadores podem também serem acoplados junto ao mouse diretamente.

(Figura 16: Cursor movimentado com os olhos)

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(Fonte: Tobii Gaze é capaz de substituir o mouse pelo movimento dos olhos. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=ttsvUsE2UWM>. Acesso em: 03/03/2019.

Jovem que controla o movimento do mouse com os olhos. Através deste recurso o aluno controla o direcionamento do cursor com o movimento dos olhos, e o clique é feito quando os olhos pararem por um tempo maior em algum ponto da tela.

(Figura 17: Livro em alto relevo)

(Fonte: O livro infantil: histórias em relevo. Disponível em: < http://olivroinfantil.blogspot.com/2009/05/historias-em-relevo.html> . Acesso em: 03/03/2019)

Crianças com dificuldade visual ou cegas, utilizam livros com alto relevo, e em Braille com o objetivo de maior interpretação por parte dos alunos com necessidades especiais visuais, e assim realizarem suas atividades com maior eficiência.

(Figura 18: Livro de comunicação alterntiva)

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(O que é um sistema de símbolos gráficos? O que é o PCS? O que é o Boardmaker?. Disponível em: <http://www.bengalalegal.com/boardmaker>. Acesso em: 03/03/2019.

Este é mais um exemplo para a comunicação alternativa, em que ao invés de fazer a leitura tradicional, o educador ou a instituição adquire ou ainda confecciona livros que utilizam os símbolos gráficos para que os alunos com alguma dificuldade de compreensão e interpretação de texto possam acompanhar os demais alunos e assim cumprirem as atividades.

(Figura 19: Vocalizador em livros)

(Fonte: Tecnologia Assistiva – Vocalizadores. Disponível em: < http://celialages2013.blogspot.com/2013/09/tecnologiaassistiva-vocalizadores-o.html>. Acesso

em: 03/03/2019).

Os vocalizadores tem como função auxiliar os alunos com um grau de necessidade especial visual avançada e que não foram educados no sistema em Braille. Desta maneira, mesmo sem terem

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sido alfabetizados, também conseguem acompanhar as atividades junto dos alunos da escola comum.

(Figura 20: Leitor autônomo)

(Fonte: Leitor autônomo, um recurso de acessibilidade. Disponível em: <http://aee2013marciarodrigues.blogspot.com/2013/09/leitor-autonomo-um-recurso-de.html.>

Acesso em: 03/03/2019)

O leitor autônomo é mais um recurso que auxilia aos alunos com necessidades especiais visuais, que ao escanear um texto, o vocaliza e também pode ser percebido pelas mãos, através das réguas em Braille.

(Figura 21: Réguas em Braille)

(Fonte: Deficiente visual na minha sala. Disponível em: <http://vidadeprofa.blogspot.com/2016/08/>. Acesso em: 03/03/2019)

(Figura 22: Ampliador de texto)

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(Fonte: Kit digital acessível melhora experiência de deficientes visuais na Biblioteca Municipal. Prefeitura Municipal da Estância de Socorro-SP. 26/03/2018. Disponível em:

<http://www.socorro.sp.gov.br/noticias/kit-digital-acessivel-melhora-experiencia-de-deficientes-visuais-na-biblioteca-municipal>. Acesso em: 03/03/2019.)

O sistema de ampliação do texto facilita a inclusão dos alunos com baixa visão, mas que não são totalmente cegos. Já que estes não tem a necessidade de serem alfabetizados em Braille.

Ao propor uma adaptação ao aluno, o profissional do AEE tem de levar em conta se aquele recurso será o ideal para que o aluno consiga alcançar o objetivo de concluir a atividade proposta. Não é o resultado da proposta que é visado, mas sim, se o recurso permitiu ao aluno assimilar os conceitos pretendidos pela atividade proposta.

É importante salientar também, que não somente os professores e colegas na escola, mas também a família dos alunos com necessidades especiais, deve ser orientada sobre a maneira mais eficiente de utilizar os recursos.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Recursos pedagógicos acessíveis e comunicação aumentativa e alternativa. SARTORETTO, M.L. e BERSCH, R.C.R, Brasília 2010. p. 8-21.

A escola comum inclusiva. ROPOLI, et. al., Brasília 2010. p. 31-36.

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6. O CURRÍCULO E AS NECESSIDADES ESPECIAIS

A educação inclusiva dos alunos com necessidades especiais, parece muitas das vezes atender por parte dos professores e demais funcionários do AEE, apenas para cumprir uma obrigação social, raramente se questionam as dimensões curriculares deste trabalho.

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Outra indagação que nos falta é sobre como valorizar as habilidades dos jovens com necessidades especiais. E não nos retermos às suas dificuldades. O Currículo funcional ou diferenciado é uma proposta de educação que tem como foco a atitudes que melhorem a vida cotidiana dos educandos.

Nós enquanto profissionais do AEE, somos responsáveis pelo Currículo Escolar, e o seu conceito não é fácil de se estabelecer, por conta das diversas nuances que podem ser apresentadas. Este reflete a realidade e as expectativas da sociedade e cultura onde a instituição escolar esta inserida.

O Currículo Escolar é construído a partir do PPP e tem por objetivo, fazer tornar realidade as propostas do PPP. Assim, pode ser visto como um manual do que ensinar e como ensinar; o que e como avaliar.

A Escola inclusiva, ou seja, para todos, exige uma maior dinamicidade que dê espaço a ajustes no fazer pedagógico às necessidades dos alunos.

As necessidades especiais dos alunos atendidas no ambiente da instituição escolar, requer que estas instituições, modifiquem, não só apenas suas atitudes e expectativas em relação aos alunos com necessidades especiais, mas, que a instituição se organize para realizar de fato, uma real escola para todos.

O PPP, tem como objetivo, direcionar as atividades escolares, orientar a operação do currículo escolar, como forma para promover o desenvolvimento e a aprendizagem dos alunos como um todo, levando em consideração estes aspectos:

O esforço da escola para ter uma diversidade maior das atividades do processo de aprendizagem , de modo a atender de maneira satisfatória os alunos com necessidades especiais.

Identificar as necessidades educacionais especiais a fim de justificar os recursos para aquisição dos recursos pedagógicos adaptados e meios favoráveis à educação.

A instituição de ensino que tem o AEE, tem a necessidade de currículos abertos; e propostas curriculares diversificadas, ao contrário de um currículo homogeneizador

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Flexibilizar a organização e os horários de atendimento da instituição de ensino para atender a demanda diversificada de alunos

Incluir professores especializados, serviços de apoio, entre outros, para que o AEE consiga atingir de maneira satisfatória os objetivos a que se propõe.

A concepção escolar vista desta maneira tem como mote principal não se deter nas necessidades especiais, mas ter uma flexibilidade na prática educacional para atender a todos e proporcionar o progresso dos alunos em função das suas habilidades e diferenças individuais.

As adequações curriculares são oportunidades educacionais para se atuar frentes às dificuldades de aprendizagem dos alunos. O objetivo não deve ser confundido, e que a proposta seja fazer um novo currículo; mas sim, que as alterações façam do currículo escolar algo mais dinâmico.

Estas adequações curriculares apóiam-se em alguns pressupostos para atender os alunos com necessidades especiais, com objetivo de fazer com que estas tenham uma relação de harmonia entre as necessidades dos alunos especiais e a programação curricular. Estes são os pressupostos das adequações curriculares:

o O que o aluno deve aprender; o Como e quando aprender;o Que formas de organização do ensino são mais eficientes

para o processo de aprendizagem;o Como e quando avaliar o aluno;o A preparação e a dedicação da equipe educacional e dos

professores;o O apoio adequado e recursos especializados, quando forem

necessárioso As adequações curriculares e de acesso ao currículo.

Os serviços destinados aqueles que necessitam de alguma supervisão, devem ser programadas, para que tenham uma duração menor possível, para que estes alunos com necessidades especiais sejam integrados o mais rápido possível às formas comuns do ensino.

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As adequações relativas aos objetivos e conteúdos devem respeitar alguns parâmetros: prioridade de áreas ou conteúdos, que tenham funcionalidade e que sejam essenciais a processos de aprendizagem posteriores. Por exemplo: habilidades de leitura e escrita, cálculos, entre outras.

A prioridade a habilidades como atenção, participação e adaptação do aluno. Por exemplo: desenvolvimento de habilidades sociais, de trabalho em equipe e persistência na tarefa.

O reforço da aprendizagem e a retomada de certos conteúdos para garantir seu domínio e afirmação. E, a eliminação de conteúdos menos relevantes, para dar o enfoque mais intensivo e prolongado a conteúdos básicos e essenciais no currículo.

As adequações avaliativas devem levar em conta a escolha das técnicas e dos instrumentos de avaliação utilizados para a avaliação dos alunos com necessidades especiais, de um modo diferente ao utilizado com outros alunos que modo que atenda às peculiaridades dos que tem alguma necessidade especial.

As adequações quanto às metodologias de ensino; temos, a seleção de um método mais acessível ao aluno com necessidade especial; introdução de atividades complementares que exijam habilidades diferentes às dos alunos da educação comum ou a fixação de conteúdos já expostos, utilizadas para reforçar ou apoiar o aluno.

A introdução de atividades que antecipem a aprendizagem de novos conteúdos.

A introdução de atividades alternativas, nas atividades mais extensas dos alunos da educação comum. São indicadas para as atividades mais complexas para que os alunos do AEE não fiquem ociosos por muito tempo.

É preciso alterar o nível de abstração de toda a instituição de ensino, sejam com estímulos visuais, auditivos, gráficos, materiais manipulativos, entre outros.

Outra necessidade de alteração no AEE, quanto à complexidade das atividades, como por exemplo, simplificar problemas matemáticos ou deixar explícito os passos a serem seguidos para a

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solução da tarefa, ou seja, oferecer apoio à realização destas atividades.

A alteração nos materiais didáticos, uso de máquinas de Braille, para os alunos cegos, calculadoras científicas para alunos com altas habilidades/superdotados.

A temporalidade das atividades destinados aos alunos atendidos pelo AEE, que tem de ser diferente aquele proposto aos alunos, tem de ser levado em conta um aumento no tempo da realização das atividades tendo em mente a defasagem de cada aluno e o período adequado para este alcançar cada objetivo.

O objetivo é a busca de soluções para as necessidades específicas. As demandas escolares precisam sofrer ajustes para a completa inclusão dos alunos com necessidades especiais. É preciso focar nas potencialidades dos alunos do AEE com estas adequações.

De acordo com Vigotsky, a zona de desenvolvimento proximal, não tem como foco as deficiências e limitações dos alunos atendidos pelo AEE, como ocorria em um momento anterior.

Há também adequações quanto ao objetivo que modificam o planejamento quanto à aprendizagem dos alunos do AEE, adotando uma ou mais destas estratégias:

o Eliminação dos objetivos básicoso Introdução de objetivos específicos alternativoso Introdução de objetivos específicos complementares

As adequações relativas ao conteúdo são feitas levando em conta os conteúdos básicos e essenciais e precisam de uma criteriosa avaliação para serem adotados ou não.

A introdução de novos conteúdos não revisados para alguns alunos, mas, essenciais para alguns. A eliminação de conteúdos, embora imprescindíveis, são inviáveis à apreensão por parte de alguns alunos. Geralmente estão associados a objetivos que também precisam ser eliminados.

As adequações quanto à metodologia, em geral ficam a cargo de professores especializados; que irão introduzir métodos específicos para atender às necessidades especiais particulares de cada aluno.

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Os métodos didáticos dos professores da educação comum também precisam ser revistos. É preciso organizar toda a sala de aula para atender necessidades específicas de cada aluno.

As adequações nos métodos avaliativos estão vinculadas às mudanças nos objetivos e conteúdos, acrescidos ou eliminados, influenciando os resultados que levam ou não à evolução do aluno e evitam a exigência de conteúdos e habilidades que estão longe das possibilidades de aprendizagem.

As decisões curriculares devem envolver a equipe da instituição escolar para realizar a avaliação, identificar as necessidades especiais de cada aluno e providenciar apoio correspondente para o professor e o aluno.

Os procedimentos de adequação curricular destinado à classe devem constar na programação da aula do professor e podem ser especificadas nos seguintes exemplos:

A relação professor/aluno considera as dificuldades do aluno? Considerando as dificuldades de linguagem do aluno, inclusive a necessidade da utilização de sistemas alternativos

Se a relação entre colegas tem atitudes positivas Se os alunos são agrupados de modo a favorecer as relações

sociais e o processo de aprendizagem Se o professor realiza seu trabalho de forma cooperativa e bem

definida do ponto de vista de papéis, competência e coordenação. A organização dos espaços da sala de aula considera a

funcionalidade, a boa utilização e a otimização destes recursos Se a organização do tempo é feita considerando os serviços de

apoio ofertados aos alunos do AEE e com respeito ao ritmo de aprendizagem de cada um

Há o nível de adequação individualizado, de acordo com as necessidades individuais de cada aluno com necessidades especiais. Compete ao professor o papel principal na definição do nível de competência curricular do educando, assim como os fatores que interferem no seu processo de aprendizagem.

Existem adequações aos componentes curriculares de acordo com a necessidade especial de cada aluno.

Aos alunos com deficiência especial, é interessante que os outros membros da comunidade escolar tenham acesso ao sistema Braille. Aos alunos com deficiência auditiva é importante que os

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membros da comunidade escolar aprendam LIBRAS, para que todos possam se comunicar criando assim maior censo de integração.

Para os alunos com deficiência física além dos espaços físicos, por váriaas vezes citados neste material, é importante também uma conscientização dos membros da comunidade escolar para uma maior solidariedade e também uma maior colaboração por parte dos alunos da educação comum.

Aos alunos com superdotação também recebem atenção especial para que estes não se sintam superiores ou se sintam rejeitados pelos demais colegas, com materiais e profissionais que possibilitem a estes alunos novas possibilidades.

6.1 Avaliação

O processo avaliativo é inerente a qualquer processo de aprendizagem e também é preciso adequações curriculares à avaliação do AEE. O processo avaliativo no que diz respeito ao AEE deve ter em foco:

Os aspectos do desenvolvimento deste aluno (biológico, intelectual, motor, emocional, social, comunicação e linguagem);

O nível de competição curricular (capacidades do aluno em relação aos conteúdos curriculares do ano anterior e a serem desenvolvidos);

O estilo de aprendizagem (motivação, capacidade de atenção, interesses acadêmicos, estratégias próprias de aprendizagem, tipos preferenciais de agrupamento que facilitam a aprendizagem.)

Alguns aspectos precisam ser consideradas no processo avaliativo para a promoção dos alunos que possuem necessidades especiais ou a retenção do aluno na série, etapa, ciclo ou outros níveis:

A possibilidade dos alunos ter acesso a certas situações escolares regulares e com menor apoio de apoio especial;

A valorização de sua permanência que estimulem o seu desenvolvimento, comunicação, autonomia e aprendizagem;

A competência curricular, no que se refere à atingir as propostas e atender aos critérios de avaliação que estão presentes no currículo adaptado;

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Há de se considerar antes de mais nada, o efeito emocional da retenção para o aluno e para a sua família.

A decisão de promover o aluno do AEE para um próximo nível, série ou etapa; deve envolver o mesmo grupo responsável pela elaboração das adequações curriculares do aluno.

Conclusão

As adequações nos currículos escolares são medidas pedagógicas adotadas em diversos âmbitos; no nível do PPP e somente são aplicados individualmente apenas quando o aluno tem necessidades especiais. As medidas tem como foco a diversidade da instituição escolar. Desse modo, buscam promover a eficácia educativa, na perspectiva da escola para todos.

A atual situação em que se encontram as instituições escolares, faz com que estas tenham dificuldade em atender o AEE, sejam os alunos com necessidades especiais físicas, motoras e neurológicas. A flexibilidade do currículo escolar por vezes não é o suficiente para superar as dificuldades do sistema educacional ou compensar suas limitações reais dos alunos do AEE. Nas atuais circunstâncias temos o entendimento de que as adequações curriculares, são necessárias.

Referencias bibliográficas

O currículo escolar como instrumento de inclusão escolar, Colégio Graphein. 29 jul. 2015. Disponível em: <https://educacao.estadao.com.br/blogs/graphein/o-curriculo-escolar-como-instrumento-de-inclusao-escolar/>. Acesso em: 04/03/2019

Currículo e necessidades educativas especiais. LEITE, Teresa S. 03. 2011. Disponível em: <https://core.ac.uk/download/pdf/47132143.pdf>. Acesso em: 04/03/2019.

Currículo funcional na educação especial para o desenvolvimento do aluno com deficiência intelectual de 12 a

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18 anos. CERQUEIRA, Maria T.A. 08. Dez. 2008. Disponível em: < http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/pde/arquivos/1068-4.pdf> Acesso em: 04/03/2019.

Saberes e práticas da inclusão: estratégias para a educação de alunos com necessidades educacionais especiais. ARANHA, Maria S. F. 2003. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/serie4.pdf> . Acesso em: 04/03/2019.