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S2C4T1 Fl. 376 1 375 S2C4T1 MINISTÉRIO DA FAZENDA CONSELHO ADMINISTRATIVO DE RECURSOS FISCAIS SEGUNDA SEÇÃO DE JULGAMENTO Processo nº 15956.000062/200946 Recurso nº Voluntário Acórdão nº 2401004.304 – 4ª Câmara / 1ª Turma Ordinária Sessão de 14 de abril de 2016 Matéria CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS AIOP Recorrente USINA SÃO FRANCISCO S/A Recorrida FAZENDA NACIONAL ASSUNTO:CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS Período de apuração: 01/01/2004 a 31/12/2005 CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS. COMERCIALIZAÇÃO DA PRODUÇÃO RURAL COM EMPRESA CONSTITUÍDA E EM FUNCIONAMENTO NO PAÍS E CONSEQUENTE EXPORTAÇÃO. IMUNIDADE. ART. 149, § 2º, I, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL. Não incidem as contribuições previdenciárias sobre as receitas decorrentes de exportação de produtos rurais, independente de qual seja a etapa da operação, desde que comprovada a destinação das mercadorias ao exterior. A Constituição Federal em seu art 149, § 2º, I, estabelece que as contribuições sociais "não incidirão sobre as receitas decorrentes de exportação" e ainda que as vendas de produtos rurais analisadas não sejam aquelas que destinam, diretamente, a produção ao exterior, se comprovado que aqueles produtos foram posteriormente exportados e a venda objeto do lançamento fiscal tratase de simples etapa anterior à exportação, as suas receitas devem ser interpretadas como decorrentes de exportação e, portanto, não sofrerão a incidência da contribuição social incidente sobre a comercialização da produção rural. Recurso Voluntário Provido Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. ACÓRDÃO GERADO NO PGD-CARF PROCESSO 15956.000062/2009-46 Fl. 377 DF CARF MF Impresso em 05/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA CÓPIA Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 17/08/2016 por CARLOS ALEXANDRE TORTATO, Assinado digitalmente em 17/08/ 2016 por CARLOS ALEXANDRE TORTATO, Assinado digitalmente em 05/09/2016 por ANDRE LUIS MARSICO LOMBAR DI, Assinado digitalmente em 17/08/2016 por ARLINDO DA COSTA E SILVA

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    375

    S2C4T1 MINISTRIODAFAZENDACONSELHOADMINISTRATIVODERECURSOSFISCAISSEGUNDASEODEJULGAMENTO

    Processon 15956.000062/200946

    Recurson Voluntrio

    Acrdon 2401004.3044Cmara/1TurmaOrdinriaSessode 14deabrilde2016

    Matria CONTRIBUIESPREVIDENCIRIASAIOP

    Recorrente USINASOFRANCISCOS/A

    Recorrida FAZENDANACIONAL

    ASSUNTO:CONTRIBUIESSOCIAISPREVIDENCIRIASPerododeapurao:01/01/2004a31/12/2005

    CONTRIBUIES PREVIDENCIRIAS.COMERCIALIZAODAPRODUO RURAL COM EMPRESA CONSTITUDA E EMFUNCIONAMENTO NO PAS E CONSEQUENTE EXPORTAO.IMUNIDADE.ART.149,2,I,DACONSTITUIOFEDERAL.Noincidemascontribuiesprevidenciriassobreasreceitasdecorrentesdeexportaodeprodutosrurais,independentedequalsejaaetapadaoperao,desdequecomprovadaadestinaodasmercadoriasaoexterior.

    A Constituio Federal em seu art 149, 2, I, estabelece que ascontribuies sociais "no incidiro sobre as receitas decorrentes deexportao"eaindaqueasvendasdeprodutos ruraisanalisadasnosejamaquelas que destinam, diretamente, a produo ao exterior, se comprovadoque aquelesprodutos foramposteriormente exportados eavendaobjeto dolanamento fiscal tratase de simples etapa anterior exportao, as suasreceitasdevemserinterpretadascomodecorrentesdeexportaoe,portanto,no sofrero a incidncia da contribuio social incidente sobre acomercializaodaproduorural.

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    Fl. 377DF CARF MF

    Impresso em 05/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA

    CPI

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    Documento assinado digitalmente conforme MP n 2.200-2 de 24/08/2001Autenticado digitalmente em 17/08/2016 por CARLOS ALEXANDRE TORTATO, Assinado digitalmente em 17/08/2016 por CARLOS ALEXANDRE TORTATO, Assinado digitalmente em 05/09/2016 por ANDRE LUIS MARSICO LOMBARDI, Assinado digitalmente em 17/08/2016 por ARLINDO DA COSTA E SILVA

    15956.000062/2009-46 2401-004.304 SEGUNDA SEO DE JULGAMENTO Voluntrio Acrdo 4 Cmara / 1 Turma Ordinria 14/04/2016 CONTRIBUIES PREVIDENCIRIAS - AIOP USINA SO FRANCISCO S/A FAZENDA NACIONAL Recurso Voluntrio Provido Crdito Tributrio Exonerado CARF Arlindo da Costa e Silva 2.0.1 24010043042016CARF2401ACC Assunto: Contribuies Sociais Previdencirias Perodo de apurao: 01/01/2004 a 31/12/2005 CONTRIBUIES PREVIDENCIRIAS. COMERCIALIZAO DA PRODUO RURAL COM EMPRESA CONSTITUDA E EM FUNCIONAMENTO NO PAS E CONSEQUENTE EXPORTAO. IMUNIDADE. ART. 149, 2, I, DA CONSTITUIO FEDERAL. No incidem as contribuies previdencirias sobre as receitas decorrentes de exportao de produtos rurais, independente de qual seja a etapa da operao, desde que comprovada a destinao das mercadorias ao exterior. A Constituio Federal em seu art 149, 2, I, estabelece que as contribuies sociais "no incidiro sobre as receitas decorrentes de exportao" e ainda que as vendas de produtos rurais analisadas no sejam aquelas que destinam, diretamente, a produo ao exterior, se comprovado que aqueles produtos foram posteriormente exportados e a venda objeto do lanamento fiscal trata-se de simples etapa anterior exportao, as suas receitas devem ser interpretadas como decorrentes de exportao e, portanto, no sofrero a incidncia da contribuio social incidente sobre a comercializao da produo rural. Recurso Voluntrio Provido Vistos, relatados e discutidos os presentes autos. Acordam os membros do Colegiado, por unanimidade de votos, em conhecer do Recurso Voluntrio para, no mrito, por maioria de votos, dar-lhe provimento. Vencido o Relator e as Conselheiras Maria Cleci Coti Martins e Miriam Denise Xavier Lazarini que negavam provimento ao Recurso Voluntrio. O Conselheiro Carlos Alexandre Tortato far o voto vencedor. Andr Lus Mrsico Lombardi Presidente Arlindo da Costa e Silva - Relator Carlos Alexandre Tortato Redator Designado Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Andr Lus Mrsico Lombardi, Maria Cleci Coti Martins, Luciana Matos Pereira Barbosa, Miriam Denise Xavier Lazarini, Carlos Alexandre Tortato, Rayd Santana Ferreira, Theodoro Vicente Agostinho e Arlindo da Costa e Silva. Perodo de apurao: 01/01/2004 a 31/12/2005Data da lavratura do AIOP: 29/01/2009.Data da Cincia do AIOP: 29/01/2009.

    Tem-se em pauta Recurso Voluntrio interposto em face de Deciso Administrativa de 1 Instncia proferida pela Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em Ribeiro Preto/SP que julgou procedente o lanamento tributrio aviado no Auto de Infrao de Obrigao Principal n 37.186.289-2, consistente em Contribuies Sociais Previdencirias destinadas ao custeio da Seguridade Social e ao financiamento dos benefcios concedidos em razo do grau de incidncia de incapacidade laborativa decorrente dos riscos ambientais do trabalho, incidentes sobre a comercializao de produo rural agroindstria, conforme descrito no Relatrio Fiscal, a fls. 35/38.Informa o auditor fiscal que a Autuada uma agroindstria do setor sucro-alcooleiro, sendo devidas as contribuies incidentes sobre o valor decorrente da comercializao da produo rural destinada ao mercado externo, uma vez que tal operao de comercializao no se d diretamente com a empresa adquirente domiciliada no exterior, mas, sim, efetuada por intermdio da Cooperativa de Produtores de Cana-de-Acar, Acar e lcool do Estado de So Paulo - COPERSUCAR. De acordo com o Relatrio Fiscal, em cada usina existe um estabelecimento (filial) da cooperativa e o procedimento o seguinte: diariamente, a usina emite notas de entrega para venda em favor da COPERSUCAR que, a partir da, fica investida da posse dos produtos. A Copersucar exporta os produtos diretamente, ou ainda via "trading", e ao final de cada ms elabora planilha demonstrativa em que atribui a cada usina associada uma receita proporcional quantidade de produtos entregues para exportao.Os documentos examinados durante a ao fiscal foram Guias de Recolhimento do Fundo de Garantia do Tempo de Servio e Informaes Previdncia Social - GFIP, Livros Razo e Dirio e Planilhas PN 66/86 (Parecer Normativo - PN/CST n 66/86) e planilhas apresentadas pela Autuada.Irresignado com o supracitado lanamento tributrio, o sujeito passivo apresentou impugnao a fls. 81/92.A Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em Ribeiro Preto/SP lavrou Deciso Administrativa textualizada no Acrdo n 14-33.375 - 6 Turma da DRJ/RPO, a fls. 232/242, julgando procedente o lanamento e mantendo o crdito tributrio em sua integralidade.O Sujeito Passivo foi cientificado da deciso de 1 Instncia no dia 06/07/2011, conforme Aviso de Recebimento a fl. 245.Inconformado com a deciso exarada pelo rgo administrativo julgador a quo, o ora Recorrente interps recurso voluntrio, a fls. 247/262 respaldando sua inconformidade em argumentao desenvolvida nos seguintes termos:Imunidade tributria sobre as receitas de exportao; Que a IN n 03/2005 no pode prevalecer, na medida em que transbordou a sua competncia ao criar limitao fruio de imunidade, que no consta do prprio texto constitucional; Que as operaes realizadas entre a Recorrente e a Copersucar se configuram atos cooperativos, e no se equiparam a comercializao no mercado interno; Que deveria ser observada a liminar concedida nos autos do Mandado de Segurana Coletivo n 2005.61.00.025130-5, impetrado pela Unio da Agroindstria Canavieira do Estado de So Paulo, vigente poca da lavratura do Auto de Infrao, qual a Recorrente filiada, que assegurou a suspenso da exigibilidade da contribuio previdenciria relativamente s operaes de exportao realizadas por intermdio de trading companies ou empresas comerciais exportadoras. Ao fim, requer o cancelamento do Auto de Infrao.

    Relatados sumariamente os fatos relevantes.

    Conselheiro Arlindo da Costa e Silva - Relator

    1. DOS PRESSUPOSTOS DE ADMISSIBILIDADE 1.1.DA TEMPESTIVIDADEO sujeito passivo foi vlida e eficazmente cientificado da deciso recorrida no dia 06/07/2011, Havendo sido o recurso voluntrio protocolado no dia 01/08/2011, h que se reconhecer a tempestividade do recurso interposto.Estando presentes os demais requisitos de admissibilidade do recurso, dele conheo.Ante a inexistncia de questes preliminares, passamos diretamente ao exame do mrito.2. DO MRITOCumpre de plano assentar que no sero objeto de apreciao por este Colegiado as matrias no expressamente impugnadas pelo Recorrente, as quais sero consideradas como verdadeiras, assim como as matrias j decididas pelo rgo Julgador de 1 Instncia no expressamente contestadas pelo sujeito passivo em seu instrumento de Recurso Voluntrio, as quais se presumiro como anudas pela Parte.Tambm no sero objeto de apreciao por esta Corte Administrativa as questes de fato e de Direito referentes s matrias substancialmente alheias ao vertente lanamento, eis que em seu louvor, no processo de que ora se cuida, no se houve por instaurado qualquer litgio a ser dirimido por este Conselho, assim como as questes arguidas exclusivamente nesta instncia recursal, antes no oferecida apreciao do rgo Julgador de 1 Instncia, em razo da precluso prevista no art. 17 do Decreto n 70.235/72.2.1.DA COMERCIALIZAO DA PRODUO RURALO Recorrente alega imunidade tributria sobre as receitas de exportao. Aduz que a IN n 03/2005 no pode prevalecer, na medida em que transbordou a sua competncia ao criar limitao fruio de imunidade, que no consta do prprio texto constitucional.Argumenta, ainda, o Recorrente que as operaes por ela realizadas com a Copersucar se configuram atos cooperativos e no se equiparam a comercializao no mercado interno.Entendo no lhe assistir razo.De fato, a Emenda Constitucional n 33/2001 introduziu no ordenamento jurdico um novo regramento de imunidade visando a diminuir a carga tributria incidente sobre receitas decorrentes de exportaes, mediante a incluso do 2 ao art. 149 da Constituio Federal.Constituio Federal Art. 149. Compete exclusivamente Unio instituir contribuies sociais, de interveno no domnio econmico e de interesse das categorias profissionais ou econmicas, como instrumento de sua atuao nas respectivas reas, observado o disposto nos arts. 146, III, e 150, I e III, e sem prejuzo do previsto no art. 195, 6, relativamente s contribuies a que alude o dispositivo.1 Os Estados, o Distrito Federal e os Municpios instituiro contribuio, cobrada de seus servidores, para o custeio, em benefcio destes, do regime previdencirio de que trata o art. 40, cuja alquota no ser inferior da contribuio dos servidores titulares de cargos efetivos da Unio. (Redao dada pela Emenda Constitucional n 41/2003)2 As contribuies sociais e de interveno no domnio econmico de que trata o caput deste artigo: (Includo pela Emenda Constitucional n 33/2001)I - no incidiro sobre as receitas decorrentes de exportao; (Includo pela Emenda Constitucional n 33/2001)II - incidiro tambm sobre a importao de produtos estrangeiros ou servios; (Redao dada pela Emenda Constitucional n 42/2003)O dispositivo constitucional acima transcrito de clareza solar ao estatuir que somente as receitas decorrentes da operao de exportao encontrar-se-o a salvo da tributao. Noutros dizeres, a fruio do benefcio fiscal em tela no contempla as operaes no mercado interno, ainda que essas se realizem com o objetivo especfico de ulterior comercializao da produo rural com o mercado externo.Ser decorrente de significa ser consequncia de, ter ocorrido em razo de, que teve origem em, consoante deflui da etimologia e da semntica do vocbulo expostas no Priberam Dicionrio da Lngua Portuguesa, e no visando a ou destinada a, como assim quer fazer crer a semntica aprendida pelo Recorrente.Dicionrio Priberam da Lngua Portuguesahttp://www.priberam.pt/dlpo/decorrente decorrente (latim decurrens, - entis, particpio presente de decurro, -eredescer a correr, ir, percorrer)adjectivo de dois gneros1. Que decorre.2. Que passa (ex.: tempo decorrente).3. Que consequncia de; que teve origem em (ex.: isto decorrente do que aconteceu ontem).4. [Botnica] Diz-se da folha cujo pednculo est pegado ao longo da haste em quase todo o seu comprimento.Assim, uma coisa a receita decorrente de exportao; Outra coisa bem diversa a comercializao, pelo Produtor Rural, de produtos rurais com cooperativa constituda e em funcionamento no Pas, mesmo que eventualmente visando exportao.No primeiro caso, encontra-se garantido que a exportao j ocorreu. A venda para o exterior j se encontra consolidada. A exportao fato consumado. Dessa operao de exportao de produto rural resultou uma receita, a qual imune tributao previdenciria. Operou-se definitivamente o objetivo da lei: diminuir a carga tributria sobre as receitas decorrentes de exportao de produtos rurais.No segundo caso, h a realizao de uma mera comercializao de produo rural com pessoa jurdica sediada e em funcionamento no pas. Inexiste qualquer operao de exportao e nada garante que tal produo rural ser efetivamente comercializada com adquirente domiciliado no exterior, ou que, eventualmente, venha a ser vendida no mercado interno.Dessarte, ao estatuir hiptese de imunidade s receitas decorrentes de exportao o Legislador Constituinte Derivado estabeleceu, efetivamente, um discrimen entre as operaes realizadas diretamente com empresas adquirentes domiciliadas no exterior e as operaes realizadas com empresas adquirentes domiciliadas e em funcionamento no Pas.Tal discernimento encontra-se positivado expressamente no art. 241 da IN n 03/2005, o qual prev, dentre outras modalidades, que o fato gerador contribuies sociais ocorre na comercializao da produo rural do produtor rural pessoa fsica e do segurado especial realizada diretamente com adquirente domiciliado no exterior, hiptese em que se configura a exportao da produo rural, assim como a cooperativa, operao esta que se qualifica como operao interna, a teor do art. 245 da mesma Instruo Normativa em foco.Instruo Normativa SRP n 3, de 14 de julho de 2005 Art. 241. O fato gerador das contribuies sociais ocorre na comercializao: (Redao dada pela IN SRP n 20/2007)I - da produo rural do produtor rural pessoa fsica e do segurado especial realizada diretamente com: (Redao dada pela IN SRP n 20, de 11/01/2007)a) adquirente domiciliado no exterior (exportao), observado o disposto no art. 245; b) consumidor pessoa fsica, no varejo;c) adquirente pessoa fsica, no-produtor rural, para venda no varejo a consumidor pessoa fsica;d) outro produtor rural pessoa fsica;e) outro segurado especial;f) empresa adquirente, consumidora, consignatria ou com cooperativa; (Includo pela IN SRP n 20/2007)Cumpre relembrar que o art. 111 do CTN impe exegese restritiva a toda e qualquer norma tributria que implique renuncia fiscal. Nessa perspectiva, para que o ingresso de numerrio mantenha-se imune tributao imperioso e indispensvel que a operao de origem seja a prpria operao de exportao, isto , que o adquirente seja domiciliado no exterior, assim como prev a alnea a do inciso I do art. 241 da IN n 03/2005.A tal concluso tambm convergiu o entendimento do Ministrio da Previdncia Social ao editar a Instruo Normativa MPS/SRP n 03, de 14 de julho de 2005, cujo art. 245 excluiu da hiptese de imunidade ora em comento as receitas decorrentes de comercializao com empresa constituda e em funcionamento no Pas, por reconhec-la como receita proveniente do comrcio interno e no de exportao.Instruo Normativa SRP n 3, de 14 de julho de 2005 Art. 245. No incidem as contribuies sociais de que trata este Captulo sobre as receitas decorrentes de exportao de produtos, cuja comercializao ocorra a partir de 12 de dezembro de 2001, por fora do disposto no inciso I do 2 do art. 149 da Constituio Federal, alterado pela Emenda Constitucional n 33, de 11 de dezembro de 2001. 1 Aplica-se o disposto neste artigo exclusivamente quando a produo comercializada diretamente com adquirente domiciliado no exterior. 2 A receita decorrente de comercializao com empresa constituda e em funcionamento no Pas considerada receita proveniente do comrcio interno e no de exportao, independentemente da destinao que esta dar ao produto.No procede, portanto, a alegao de que a IN n 03/2005 teria transbordado a sua competncia ao criar limitao fruio de imunidade que no constaria do prprio texto constitucional.Ora, a restrio em voga dimana diretamente da CF/88, a qual concede a imunidade tributria to somente s receitas decorrentes de exportao e no s operaes de comercializao destinadas a exportao. Dessarte, pelo prisma oclusivo interposto pelo art. 111 do CTN, h que se concluir que apenas as receitas geradas pela operao propriamente dita de exportao, mas no pelas operaes anteriores, que estariam acobertadas pelo favor fiscal em pauta.Conforme elucidado, o ato normativo ministerial increpado no introduziu qualquer inovao ordem jurdica vigente, mas explicitou, to somente, o contedo, o alcance e as condies de contorno da norma constitucional em rodeio; Nada mais.Repise-se que a hiptese constitucional de no incidncia tributria, configurando-se como norma de exceo, no pode ter seu alcance ampliado para alm dos limites que o Legislador Constituinte honrou em consignar, em sua literalidade, na Carta Constitucional.No caso em estudo, consta do Relatrio Fiscal, a fls. 87/96, que o Autuado exportou levedura e soja atravs de "Trading Companies", bem como exportou acar e lcool por intermdio de cooperativa (COPERSUCAR - Cooperativa de Produtores de Cana de Acar, Acar e lcool do Estado de So Paulo), no tendo o contribuinte comprovado a existncia de qualquer exportao direta de seus produtos agroindustriais, razo pela qual se procedeu ao lanamento das contribuies previdencirias incidentes sobre as receitas decorrentes da comercializao da produo rural.De acordo com os princpios basilares do direito processual, incumbe ao Autor o nus de comprovar os fatos constitutivos do Direito por si alegado, e Parte Adversa, a prova de fato impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do Autor. No caso dos autos, a Fiscalizao comprovou, mediante documentao idnea, elaborada sob a responsabilidade e domnio do prprio Recorrente, a efetiva ocorrncia, no mercado interno, de operaes de comercializao de produo rural com cooperativas e com trading companies, cujas Contribuies Previdencirias delas decorrentes no se houveram por recolhidas na forma e nos prazos estabelecidos na Legislao Tributria.Em contrapartida, o Autuado alega tratar-se de ato cooperativo, e que a produo rural que foi entregue cooperativa destinava-se exportao. Ora, tratando-se a situao concreta aqui em debate de expressivo caso de exceo regra geral de tributao, o adimplemento das condies e dos requisitos necessrios ao devido e indubitvel enquadramento na hiptese de renncia fiscal em apreo deve ser comprovado pelo Interessado, sob pena de agrilhoamento regra geral de tributao.Todavia, no curso da instruo processual, no logrou o Recorrente comprovar o Direito por si alegado.De acordo com o regime jurdico encartado na Lei n 5.764/71, so classificados como atos cooperativos aqueles praticados entre as cooperativas e seus associados, entre estes e aquelas e pelas cooperativas entre si quando associados, para a consecuo dos objetivos sociais.Lei n 5.764, de 16 de dezembro de 1971 Art. 79. Denominam-se atos cooperativos os praticados entre as cooperativas e seus associados, entre estes e aquelas e pelas cooperativas entre si quando associados, para a consecuo dos objetivos sociais.Pargrafo nico. O ato cooperativo no implica operao de mercado, nem contrato de compra e venda de produto ou mercadoria.Conforme estatudo no Pargrafo nico do art. 79 da Lei n 5.764/71, o ato cooperativo no implica operao de mercado, tampouco contrato de compra e venda de produto ou mercadoria.Tem alguma coisa muito estranha no caso ora em debate que este Subscritor ainda no conseguiu digerir.De acordo com o art. 4 da Lei n 5.764/71, a cooperativa uma sociedade de pessoas, com variabilidade do capital social representado por quotas-partes.Lei n 5.764, de 16 de dezembro de 1971 Art. 4 As cooperativas so sociedades de pessoas, com forma e natureza jurdica prprias, de natureza civil, no sujeitas a falncia, constitudas para prestar servios aos associados, distinguindo-se das demais sociedades pelas seguintes caractersticas:(...)II - variabilidade do capital social representado por quotas-partes;Art. 24. O capital social ser subdividido quotas-partes, cujo valor unitrio no poder ser superior ao maior salrio mnimo vigente no Pas.Todavia, a denominao social Copersucar S.A. d a entender se tratar de uma sociedade por aes, e no sociedade de pessoas, como assim exige o art. 4 da Lei n 5.764/71, circunstncia que de per se j exclui a adquirente em apreo do regime jurdico institudo pela Lei n 5.764/71, no havendo, portanto, que se falar em ato cooperativo.De outro canto, para que se configure Ato cooperativo, este tem que ser praticado entre um cooperado e a sua respectiva cooperativa, ambos atuando especificamente nessa condio.Ocorre, entretanto, que tais condies no restaram comprovadas nos autos do processo.De acordo com os artigos 14 e seguintes da Lei n 5.764/71, a sociedade cooperativa constitui-se por deliberao da Assembleia Geral dos fundadores, constantes da respectiva ata ou por instrumento pblico, devendo o ato constitutivo, sob pena de nulidade, declarar o nome, nacionalidade, idade, estado civil, profisso e residncia dos associados, fundadores que o assinaram, bem como o valor e nmero da quota-parte de cada um.Lei n 5.764, de 16 de dezembro de 1971 Art. 14. A sociedade cooperativa constitui-se por deliberao da Assembleia Geral dos fundadores, constantes da respectiva ata ou por instrumento pblico.Art. 15. O ato constitutivo, sob pena de nulidade, dever declarar:I - a denominao da entidade, sede e objeto de funcionamento;II - o nome, nacionalidade, idade, estado civil, profisso e residncia dos associados, fundadores que o assinaram, bem como o valor e nmero da quota-parte de cada um;III - aprovao do estatuto da sociedade;IV - o nome, nacionalidade, estado civil, profisso e residncia dos associados eleitos para os rgos de administrao fiscalizao e outros.Art. 16. O ato constitutivo da sociedade e os estatutos, quando no transcritos naquele, sero assinados pelos fundadores.Diz mais.Dentre as obrigaes acessrias da cooperativa inclui-se a de escriturar Livro de Matrcula dos associados, no qual tais associados devem ser inscritos por ordem cronolgica de admisso, dele constando o nome, idade, estado civil, nacionalidade, profisso e residncia do associado; a data de sua admisso e, quando for o caso, de sua demisso a pedido, eliminao ou excluso, bem como a conta corrente das respectivas quotas-partes do capital social.Lei n 5.764, de 16 de dezembro de 1971 Art. 22. A sociedade cooperativa dever possuir os seguintes livros:I - de Matrcula;II - de Atas das Assembleias Gerais;III - de Atas dos rgos de Administrao;IV - de Atas do Conselho Fiscal;V - de Presena dos Associados nas Assembleias Gerais;VI - outros, fiscais e contbeis, obrigatrios.Pargrafo nico. facultada a adoo de livros de folhas soltas ou fichas.Art. 23. No Livro de Matrcula, os associados sero inscritos por ordem cronolgica de admisso, dele constando;I - o nome, idade, estado civil, nacionalidade, profisso e residncia do associado;II - a data de sua admisso e, quando for o caso, de sua demisso a pedido, eliminao ou excluso;III - a conta corrente das respectivas quotas-partes do capital social.Todavia, a condio da Recorrente de cooperada da Copersucar S/A, nos moldes exigidos pela legislao de regncia, tambm no se houve por comprovada nos presentes autos.Lei n 5.764 - de 16 de dezembro de 1971Art. 3 Celebram contrato de sociedade cooperativa as pessoas que reciprocamente se obrigam a contribuir com bens ou servios para o exerccio de uma atividade econmica, de proveito comum, sem objetivo de lucro.Art. 14. A sociedade cooperativa constitui-se por deliberao da Assembleia Geral dos fundadores, constantes da respectiva ata ou por instrumento pblico.Art. 15. O ato constitutivo, sob pena de nulidade, dever declarar:I - a denominao da entidade, sede e objeto de funcionamento;II - o nome, nacionalidade, idade, estado civil, profisso e residncia dos associados, fundadores que o assinaram, bem como o valor e nmero da quota-parte de cada um;III - aprovao do estatuto da sociedade;IV - o nome, nacionalidade, estado civil, profisso e residncia dos associados eleitos para os rgos de administrao fiscalizao e outros.Art. 16. O ato constitutivo da sociedade e os estatutos, quando no transcritos naquele, sero assinados pelos fundadores.Art. 22. A sociedade cooperativa dever possuir os seguintes livros:I - de Matrcula;II - de Atas das Assembleias Gerais;III - de Atas dos rgos de Administrao;IV - de Atas do Conselho Fiscal;V - de Presena dos Associados nas Assembleias Gerais;VI - outros, fiscais e contbeis, obrigatrios.Pargrafo nico. facultada a adoo de livros de folhas soltas ou fichas.Art. 23. No Livro de Matrcula, os associados sero inscritos por ordem cronolgica de admisso, dele constando;I - o nome, idade, estado civil, nacionalidade, profisso e residncia do associado;II - a data de sua admisso e, quando for o caso, de sua demisso a pedido, eliminao ou excluso;III - a conta corrente das respectivas quotas-partes do capital social.Nessas circunstncias, no h como se atribuir s operaes realizadas entre o Recorrente e a Copersucar S/A a condio de ato cooperativo. Allegatio et non probatio, quasi non allegatio 2.2.DA SUSPENSO DA EXIGIBILIDADE DO CRDITO TRIBUTRIOO Recorrente alega que deveria ser observada a liminar concedida nos autos do Mandado de Segurana Coletivo n 2005.61.00.025130-5, impetrado pela Unio da Agroindstria Canavieira do Estado de So Paulo, vigente poca da lavratura do Auto de Infrao, qual a Recorrente filiada, que assegurou a suspenso da exigibilidade da contribuio previdenciria relativamente s operaes de exportao realizadas por intermdio de trading companies ou empresas comerciais exportadoras.Mas a citada liminar houve-se por respeitada.Encontra-se explicitado no inciso IV do art. 151 do CTN que a concesso de medida liminar em Mandado de Segurana tem o condo de suspender a exigibilidade do crdito tributrio.Cdigo Tributrio Nacional Art. 151. Suspendem a exigibilidade do crdito tributrio:I - moratria;II - o depsito do seu montante integral;III - as reclamaes e os recursos, nos termos das leis reguladoras do processo tributrio administrativo;IV - a concesso de medida liminar em mandado de segurana.V a concesso de medida liminar ou de tutela antecipada, em outras espcies de ao judicial; (Includo pela Lcp n 104/2001)VI o parcelamento. (Includo pela Lcp n 104/2001)Pargrafo nico. O disposto neste artigo no dispensa o cumprimento das obrigaes assessrios dependentes da obrigao principal cujo crdito seja suspenso, ou dela consequentes.No se deve confundir, todavia, suspenso da exigibilidade do crdito tributrio com constituio do crdito tributrio.Exigibilidade a qualidade daquilo que exigvel. Exigvel a obrigao que no se encontra mais submetida a qualquer condio, termo, encargo ou outro empecilho e que pode ter seu adimplemento solicitado pelo credor ao devedor, mediante colaborao da vontade deste. Dessarte, a exigibilidade do crdito tributrio configura-se na aptido que permeia o crdito constitudo de se integrar ao patrimnio ativo do credor e, consequentemente, no patrimnio passivo do devedor.J a constituio do crdito tributrio trata-se de um direito potestativo do Fisco, decorrente da mera ocorrncia objetiva do fato gerador da obrigao tributria principal correspondente, ou do descumprimento de obrigao tributria acessria, o qual direito se mantm hgido at que lhe sobrevenha a decadncia.Conclui-se, portanto, que, enquanto exigibilidade conceito de direito subjetivo, a constituio do crdito tributrio se nos apresenta como conceito de direito potestativo.Para ser exequvel condio sine qua non que o crdito querido seja lquido, certo e exigvel.A Obrigao lquida aquela certa quanto sua existncia, e determinada quanto ao seu objeto e valor. Ou seja, a obrigao lquida existe e tem valor preciso.A caracterstica da certeza diz respeito existncia material de uma obrigao tributria (rectius, crdito tributrio), em razo da qual o agente passivo esteja obrigado a uma prestao de dar quantia certa em benefcio do agente ativo.A obrigao tributria abstrata e concretiza-se no fato gerador, mas individualiza-se qualitativa e quantitativamente atravs do lanamento. Tal espcie de obrigao, por si s, no contm os aspectos da exigibilidade, da certeza e da liquidez, prprios de um crdito. Para que a obrigao tributria se revista com tais atributos, faz-se necessria a realizao de um procedimento de parte da administrao pblica fazendria, consistente no lanamento. Assim, ao ornar a obrigao tributria com as vestes da certeza e liquidez, o lanamento a transforma em crdito tributrio. Portanto, o ato do lanamento que confere certeza e liquidez obrigao tributria. A inexistncia de impedimentos jurdicos a torna exigvel.A suspenso da exigibilidade, assentada no art. 151 do CTN, ataca a exigibilidade do crdito tributrio constitudo, desobrigando o sujeito passivo do recolhimento imediato do crdito atacado, enquanto perdurar os efeitos da suspenso ou a existncia do crdito tributrio.A suspenso da exigibilidade do crdito tributrio impede, to somente, o Fisco de praticar qualquer ato contra o contribuinte visando cobrana forada de seu crdito, tais como inscrio em dvida, execuo judicial e penhora.Conforme explicitado no texto legal, a norma tributria se refere suspenso da exigibilidade do crdito tributrio, no suspenso da obrigao tributria. Para que haja a existncia do crdito tributrio indispensvel que este j esteja constitudo, mediante a devida convolao da obrigao tributria correspondente, condio que se alcana com a efetiva formalizao do lanamento, assim compreendido o procedimento administrativo levado a cabo como o objetivo de verificar a ocorrncia do fato gerador da obrigao correspondente, determinar a matria tributvel, calcular o montante do tributo devido e identificar o sujeito passivo.Nessa prumada, somente aps a concluso do lanamento poder-se- falar em crdito tributrio. Antes no. Haver, to somente, obrigao tributria.Registre-se que crdito tributrio direito subjetivo do Fisco, em face do qual se pode opor o Devedor. O poder/dever de convolar a obrigao tributria em crdito tributrio direito potestativo da Fazenda.Nesse contexto, ao contrrio do que entende o Recorrente, a suspenso da exigibilidade do crdito tributrio no ape qualquer blindagem na prerrogativa que possui a autoridade fazendria competente de efetivar o lanamento. Nesse sentido, propugna a Smula n 48 do CARF, de observncia obrigatria por este Conselho.Smula CARF n 48A suspenso da exigibilidade do crdito tributrio por fora de medida judicial no impede a lavratura de auto de infrao.A suspenso apenas desobriga o sujeito passivo correspondente do recolhimento do crdito constitudo, seja espontaneamente, seja mediante execuo forada. To s.No se deslembre que o prprio art. 140, in fine, do CTN dispe que as circunstncias que excluem a exigibilidade do crdito tributrio no afetam a obrigao tributria que lhe deu origem.

    Cdigo Tributrio Nacional - CTN Art. 140. As circunstncias que modificam o crdito tributrio, sua extenso ou seus efeitos, ou as garantias ou os privilgios a ele atribudos, ou que excluem sua exigibilidade no afetam a obrigao tributria que lhe deu origem.No caso dos autos, a Unio da Agroindstria Canavieira do Estado de So Paulo, qual a Recorrente alega ser filiada, impetrou o Mandado de Segurana Coletivo n 2005.61.00.025130-5, perante a 8 Vara da Justia Federal de So Paulo, a fls. 207/210, cujo pedido de concesso de medida liminar houve-se por indeferido.Em seguida, em 15/12/2005, em sede de Agravo de Instrumento a fls. 211/216, o Tribunal Regional Federal da 3 Regio deferiu o efeito ativo requerido, suspendendo da exigibilidade do Crdito Tributrio ora em debate.Tal suspenso perdurou at dezembro/2006, quando Sentena proferida pela 8 Vara da Justia Federal de So Paulo, nos autos do Mandado de Segurana n 2005.61.00.025130-5, resolveu o mrito nos termos do artigo 269, Inciso I, do Cdigo de Processo Civil, julgando improcedente o pedido e denegando a segurana pretendida.Insatisfeita, a Impetrante interps Apelao Cvel n 0025130-30.2005.4.03.6100/SP ao Tribunal Regional Federal da 3 Regio, cuja 5 Turma proferiu Acrdo de relatoria do Des. Federal Antonio Cedenho, negando provimento ao Recurso, nos termos que se vos segue:Estabelecidas tais premissas, resta evidente que, no caso concreto, o apontado ato da autoridade pblica no constitui ato ilegal a ferir o direito lquido e certo das impetrantes, assim entendido como aquele praticado em contradio com os elementos norteadores da vinculao norma. No se vislumbra violao aos princpios constitucionais acima elencados, s leis que regem a matria, alm daquelas que disciplinam a Administrao Pblica (ilegalidade).Diante do exposto, impossvel conceder-se a segurana pretendida. vista do referido, nos termos do artigo 557, caput, do Cdigo de Processo Civil e inciso XII do artigo 33 do Regimento Interno deste Tribunal Intermedirio, nego provimento ao recurso, na forma da fundamentao acima.Agravo Legal em Apelao Cvel n 0025130-30.2005.4.03.6100/SP interposto pela Unio da Agroindstria Canavieira do Estado de So Paulo - NICA, teve provimento negado, por unanimidade, pela Egrgia Quinta Turma do Tribunal Regional Federal da 3 Regio, nos termos do Acrdo n 7612/2012.Embargos de Declarao em Apelao Cvel n 0025130-30.2005.4.03.6100/SP opostos pela Unio da Agroindstria Canavieira do Estado de So Paulo - NICA, teve provimento negado, por unanimidade, pela mesma Quinta Turma do Tribunal Regional Federal da 3 Regio, nos termos do Acrdo n 8687/2013.Alerte-se que no perodo em que vigeu a suspenso da exigibilidade do Crdito Tributrio em pauta no se houve por realizado qualquer procedimento administrativo tendente a constranger o Contribuinte ao recolhimento compulsrio do crdito objeto do vertente Auto de Infrao, circunstncia que demonstra a devida observncia liminar concedida nos autos do Mandado de Segurana Coletivo n 2005.61.00.025130-5.Na sequncia, ainda inconformada com a negativa da segurana pleiteada, a Unio da Agroindstria Canavieira do Estado de So Paulo interps Recurso extraordinrio e Recurso Especial s Cortes Superiores, cujos julgamentos encontram-se suspensos/sobrestados por deciso da vice-presidncia, em razo do Recurso Extraordinrio n 759.244/SP. Registre-se que tanto o Recurso Especial quanto o recurso Extraordinrio no produzem o efeito suspensivo, mas, to somente, o efeito devolutivo por fora cogente do 2 do art. 542 do Cdigo de Processo Civil. Por via de consequncia, tais recursos no suspendem a execuo da sentena, a teor do art. 497 do C.P.C. Cdigo de Processo Civil Art. 497. O recurso extraordinrio e o recurso especial no impedem a execuo da sentena; a interposio do agravo de instrumento no obsta o andamento do processo, ressalvado o disposto no art. 558 desta Lei. (Redao dada pela Lei n 8.038/90) (grifos nossos) Do Recurso Extraordinrio e do Recurso Especial(...)Art. 542. Recebida a petio pela secretaria do tribunal, ser intimado o recorrido, abrindo-se-lhe vista, para apresentar contrarrazes. (Redao dada pela Lei n 10.352/2001)1o Findo esse prazo, sero os autos conclusos para admisso ou no do recurso, no prazo de 15 (quinze) dias, em deciso fundamentada. (Includo pela Lei n 8.950/94)2o Os recursos extraordinrio e especial sero recebidos no efeito devolutivo. (Includo pela Lei n 8.950/94) (grifos nossos) 3o O recurso extraordinrio, ou o recurso especial, quando interpostos contra deciso interlocutria em processo de conhecimento, cautelar, ou embargos execuo ficar retido nos autos e somente ser processado se o reiterar a parte, no prazo para a interposio do recurso contra a deciso final, ou para as contrarrazes. (Includo pela Lei n 9.756/98)Dessarte, tendo em vista que o Acrdo n 8687/2013 proferido em sede de Embargos de Declarao em Apelao Cvel n 0025130-30.2005.4.03.6100/SP houve-se por publicado no DIRIO ELETRNICO DA JUSTIA FEDERAL DA 3 REGIO, Edio n 50/2013 - So Paulo, no dia 18 de maro de 2013, devida a multa de mora a contar do dia 18/04/2013, conforme assim estabelecido no 2 do art. 63 da Lei n 9.430/96.Lei n 9.430, de 27 de dezembro de 1996 Art. 63. Na constituio de crdito tributrio destinada a prevenir a decadncia, relativo a tributo de competncia da Unio, cuja exigibilidade houver sido suspensa na forma dos incisos IV e V do art. 151 da Lei n 5.172, de 25 de outubro de 1966, no caber lanamento de multa de ofcio. (Redao dada pela Medida Provisria n 2.158-35/2001)1 O disposto neste artigo aplica-se, exclusivamente, aos casos em que a suspenso da exigibilidade do dbito tenha ocorrido antes do incio de qualquer procedimento de ofcio a ele relativo.2 A interposio da ao judicial favorecida com a medida liminar interrompe a incidncia da multa de mora, desde a concesso da medida judicial, at 30 dias aps a data da publicao da deciso judicial que considerar devido o tributo ou contribuio.No procede, portanto, o inconformismo do Recorrente.3 CONCLUSO:Pelos motivos expendidos, CONHEO do Recurso Voluntrio para, no mrito, NEGAR-LHE PROVIMENTO. como voto.

    Arlindo da Costa e Silva.

    Conselheiro Carlos Alexandre Tortato Redator DesignadoIniciados os debates do presente julgamento, ousei divergir do Ilustre Relator quanto a no incidncia da contribuio previdenciria sobre a comercializao rural da empresa recorrente, posicionamento este que restou vencedor e fui designado para redigir o presente voto.Trata o lanamento de contribuies previdencirias incidentes sobre a comercializao rural - agroindstria. Importante destacar a operao comercial que , de fato, realizada pela recorrente, conforme descrito acima pelo relator, que fez meno ao relatrio fiscal:Informa o auditor fiscal que a Autuada uma agroindstria do setor sucro-alcooleiro, sendo devidas as contribuies incidentes sobre o valor decorrente da comercializao da produo rural destinada ao mercado externo, uma vez que tal operao de comercializao no se d diretamente com a empresa adquirente domiciliada no exterior, mas, sim, efetuada por intermdio da Cooperativa de Produtores de Cana-de-Acar, Acar e lcool do Estado de So Paulo - COPERSUCAR. Assim, a recorrente defende que a operao de comercializao realizada entre ela e a Cooperativa Coopersucar est abrangida pela imunidade tributria, por fora do art. 149, 2, I, da Constituio Federal.A controvrsia reside, como se v do prprio relatrio fiscal, no fato das vendas realizadas pela recorrente serem, primeiramente, realizadas cooperativas e "trading companies", e assim no seriam vendas destinadas diretamente exportao, razo pela qual no poderiam fazer jus imunidade.Na situao em anlise, entendo que assiste razo recorrente. A exportao, conforme mencionado pela prpria fiscalizao, de fato ocorreu, sendo o fundamento do lanamento o fato da venda pela recorrente no ser diretamente ao exterior, mas sim para a cooperativa que, posteriormente, realiza a exportao.Eis o que dispe o mencionado art. 149, 2, I, da Constituio Federal:Art. 149. Compete exclusivamente Unio instituir contribuies sociais, de interveno no domnio econmico e de interesse das categorias profissionais ou econmicas, como instrumento de sua atuao nas respectivas reas, observado o disposto nos arts. 146, III, e 150, I e III, e sem prejuzo do previsto no art. 195, 6, relativamente s contribuies a que alude o dispositivo.1 Os Estados, o Distrito Federal e os Municpios instituiro contribuio, cobrada de seus servidores, para o custeio, em benefcio destes, do regime previdencirio de que trata o art. 40, cuja alquota no ser inferior da contribuio dos servidores titulares de cargos efetivos da Unio. (Redao dada pela Emenda Constitucional n 41/2003)2 As contribuies sociais e de interveno no domnio econmico de que trata o caput deste artigo: (Includo pela Emenda Constitucional n 33/2001)I - no incidiro sobre as receitas decorrentes de exportao; (Includo pela Emenda Constitucional n 33/2001)O texto constitucional estabelece que sobre as receitas "decorrentes de exportao" no incidiro as contribuies sociais. Ora, se comprovado pelo prprio AFRFB que os produtos vendidos pela recorrente foram exportados, ainda que posteriormente, pela cooperativa adquirente da produo, entendo que as suas receitas so decorrentes de exportao.Importante destacar que o Supremo Tribunal Federal, em inmeras manifestaes, vem analisando o conceito de operao de exportao, que tambm se beneficia da imunidade para fins de incidncia do ICMS, onde foram proferidos alguns julgados:Segundo o RE 363011 AgR/PR:Ementa: TRIBUTRIO. AGRAVO REGIMENTAL EM RECURSO EXTRAORDINRIO. ICMS. INCIDNCIA SOBRE OPERAES QUE DESTINAM MERCADORIAS PARA O EXTERIOR. IMUNIDADE. CONSTITUIO, ART. 155, 2, X, A. IRRELEVNCIA DA OPERAO SER REALIZADA EM MOEDA ESTRANGEIRA. PRECEDENTES. AGRAVO REGIMENTAL A QUE SE NEGA PROVIMENTO.(RE 363011 AgR, Relator(a): Min. TEORI ZAVASCKI, Segunda Turma, julgado em 07/05/2013, ACRDO ELETRNICO DJe-096 DIVULG 21-05-2013 PUBLIC 22-05-2013) (grifamos)No referido voto, o Eminente Ministro Relator define "operao de exportao" como sendo "operaes que destinam mercadorias ao exterior".Somada a essa definio, temos o contido no RE 248.499/PR:EMENTA: TRIBUTO. ICMS. Exportao de produtos industrializados. Imunidade. Limitao apenas s operaes realizadas com moeda estrangeira. Restrio imposta pelo Decreto Estadual n 7.004/90 e Convnio ICMS n 4/90. Inadmissibilidade. Recurso Extraordinrio no provido. A imunidade do ICMS relativa exportao de produtos industrializados abrange todas as operaes que contriburam para a exportao, independentemente da natureza da moeda empregada.(RE 248499, Relator(a): Min. CEZAR PELUSO, Segunda Turma, julgado em 27/10/2009, DJe-218 DIVULG 19-11-2009 PUBLIC 20-11-2009 EMENT VOL-02383-03 PP-00552 RTJ VOL-00213- PP-00598 RT v. 99, n. 892, 2010, p. 111-114) Por ltimo, a fim de selar o presente entendimento, destaco o exarado no RE 627.815/PR, de relatoria da Exma. Min. Rosa Weber, julgado sobre a sistemtica da repercusso geral (art. 543-B do CPC vigente poca) que abrange a extenso da interpretao das imunidades constitucionais e, especificamente, o alcance do inciso I, 2, do art. 149 da Constituio Federal,em debate no presente caso:EMENTA RECURSO EXTRAORDINRIO. CONSTITUCIONAL. TRIBUTRIO. IMUNIDADE. HERMENUTICA. CONTRIBUIO AO PIS E COFINS. NO INCIDNCIA. TELEOLOGIA DA NORMA. VARIAO CAMBIAL POSITIVA. OPERAO DE EXPORTAO. I - Esta Suprema Corte, nas inmeras oportunidades em que debatida a questo da hermenutica constitucional aplicada ao tema das imunidades, adotou a interpretao teleolgica do instituto, a emprestar-lhe abrangncia maior, com escopo de assegurar norma supralegal mxima efetividade. II - O contrato de cmbio constitui negcio inerente exportao, diretamente associado aos negcios realizados em moeda estrangeira. Consubstancia etapa inafastvel do processo de exportao de bens e servios, pois todas as transaes com residentes no exterior pressupem a efetivao de uma operao cambial, consistente na troca de moedas. III O legislador constituinte - ao contemplar na redao do art. 149, 2, I, da Lei Maior as receitas decorrentes de exportao - conferiu maior amplitude desonerao constitucional, suprimindo do alcance da competncia impositiva federal todas as receitas que resultem da exportao, que nela encontrem a sua causa, representando consequncias financeiras do negcio jurdico de compra e venda internacional. A inteno plasmada na Carta Poltica a de desonerar as exportaes por completo, a fim de que as empresas brasileiras no sejam coagidas a exportarem os tributos que, de outra forma, onerariam as operaes de exportao, quer de modo direto, quer indireto. IV - Consideram-se receitas decorrentes de exportao as receitas das variaes cambiais ativas, a atrair a aplicao da regra de imunidade e afastar a incidncia da contribuio ao PIS e da COFINS. V - Assenta esta Suprema Corte, ao exame do leading case, a tese da inconstitucionalidade da incidncia da contribuio ao PIS e da COFINS sobre a receita decorrente da variao cambial positiva obtida nas operaes de exportao de produtos. VI - Ausncia de afronta aos arts. 149, 2, I, e 150, 6, da Constituio Federal. Recurso extraordinrio conhecido e no provido, aplicando-se aos recursos sobrestados, que versem sobre o tema decidido, o art. 543-B, 3, do CPC.(RE 627815, Relator(a): Min. ROSA WEBER, Tribunal Pleno, julgado em 23/05/2013, ACRDO ELETRNICO REPERCUSSO GERAL - MRITO DJe-192 DIVULG 30-09-2013 PUBLIC 01-10-2013) (grifos nossos)Esclarea-se que no se trata aqui de aplicar o referido julgado, nos termos do art. 62, 2, do RICARF. Mas sim de se filiar ao entendimento exarado pelo Supremo Tribunal Federal, na anlise e interpretao dos preceitos inseridos na nossa Constituio Federal.Assim, se no presente caso resta indubitvel que os produtos comercializados pela recorrente foram destinados exportao, questes atinentes s regras normais de mercado no podem desnaturar a operao e o seu carter de venda destinada exportao. Por questes comerciais e logsticas, absolutamente natural que as vendas "finais" destinadas exportao sejam realizadas por cooperativas, trading companies ou mesmo empresas de grandssimo porte que possuem melhores condies de negociao com agentes estrangeiros e, principalmente, a capacidade de agregar a produo rural de diversos fornecedores e, assim, formar lotes para venda ao exterior que movimentem volumes muito maiores de vendas.Ora, evidente que concentrar a venda num nico player, que possui a condio de agregar a produo de dezenas, centenas ou milhares de produtores rurais para a consequente exportao, absolutamente lgico e razovel, ou se exigiria, para que se fizesse jus a referida imunidade, que cada produtor rural (seja pessoa jurdica ou mesmo pessoas fsicas) tivessem condies de realizar as suas vendas diretamente para exportao?Pensemos, por exemplo, no caso de um pequeno a mdio produtor rural pessoa fsica. Seria razovel exigir deste que, alm de realizar a produo de sua comercializao, encontrasse diretamente um adquirente no exterior e, ademais, negociasse o transporte martimo para o envio da sua pequena produo? Absolutamente no!O que nos parece muito claro e razovel a total coerncia da anlise do texto constitucional com a realidade do mercado. E, no caso em anlise, a realidade do agronegcio a justamente aqui encontrada na operao como realizada pela recorrente.Assim, entendo que a recorrente faz jus, sim, a imunidade prevista no art. 149, 2, I, da Constituio Federal, posto que comprovadamente realizada a exportao pela cooperativa (ou trading companies) adquirente dos seus produtos rurais comercializados e, assim, verificada a obteno de "receitas decorrentes de exportao".Portanto, entendo que o recurso voluntrio ora em anlise merece provimento.

    Carlos Alexandre Tortato.

  • 2

    AcordamosmembrosdoColegiado,porunanimidadedevotos,emconhecerdoRecursoVoluntriopara,nomrito,pormaioriadevotos,darlheprovimento.VencidooRelator e as Conselheiras Maria Cleci Coti Martins e Miriam Denise Xavier Lazarini quenegavamprovimentoaoRecursoVoluntrio.OConselheiroCarlosAlexandreTortato farovotovencedor.

    AndrLusMrsicoLombardiPresidente

    ArlindodaCostaeSilvaRelator

    CarlosAlexandreTortatoRedatorDesignado

    Participaram do presente julgamento os Conselheiros: Andr LusMrsicoLombardi,MariaCleciCotiMartins,LucianaMatosPereiraBarbosa,MiriamDeniseXavierLazarini, Carlos Alexandre Tortato, Rayd Santana Ferreira, Theodoro Vicente Agostinho eArlindodaCostaeSilva.

    Fl. 378DF CARF MF

    Impresso em 05/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA

    CPI

    A

    Documento assinado digitalmente conforme MP n 2.200-2 de 24/08/2001Autenticado digitalmente em 17/08/2016 por CARLOS ALEXANDRE TORTATO, Assinado digitalmente em 17/08/2016 por CARLOS ALEXANDRE TORTATO, Assinado digitalmente em 05/09/2016 por ANDRE LUIS MARSICO LOMBARDI, Assinado digitalmente em 17/08/2016 por ARLINDO DA COSTA E SILVA

  • Processon15956.000062/200946Acrdon.2401004.304

    S2C4T1Fl.377

    3

    Relatrio

    Perododeapurao:01/01/2004a31/12/2005

    DatadalavraturadoAIOP:29/01/2009.DatadaCinciadoAIOP:29/01/2009.

    Temse em pauta Recurso Voluntrio interposto em face de DecisoAdministrativa de 1 Instncia proferida pela Delegacia da Receita Federal do Brasil deJulgamento em Ribeiro Preto/SP que julgou procedente o lanamento tributrio aviado noAuto de Infrao de Obrigao Principal n 37.186.2892, consistente em ContribuiesSociais Previdencirias destinadas ao custeio da Seguridade Social e ao financiamento dosbenefcios concedidos em razodograude incidnciade incapacidade laborativadecorrentedos riscos ambientais do trabalho, incidentes sobre a comercializao de produo rural agroindstria,conformedescritonoRelatrioFiscal,afls.35/38.

    InformaoauditorfiscalqueaAutuadaumaagroindstriadosetorsucroalcooleiro, sendo devidas as contribuies incidentes sobre o valor decorrente dacomercializaodaproduoruraldestinadaaomercadoexterno,umavezquetaloperaodecomercializaonoseddiretamentecomaempresaadquirentedomiciliadanoexterior,mas,sim,efetuadaporintermdiodaCooperativadeProdutoresdeCanadeAcar,AcarelcooldoEstadodeSoPauloCOPERSUCAR.

    DeacordocomoRelatrioFiscal,emcadausinaexisteumestabelecimento(filial) da cooperativa e o procedimento o seguinte: diariamente, a usina emite notas deentregaparavendaemfavordaCOPERSUCARque,apartirda,ficainvestidadapossedosprodutos.ACopersucarexportaosprodutosdiretamente,ouaindavia"trading",eaofinaldecadamselaboraplanilhademonstrativaemqueatribuiacadausinaassociadaumareceitaproporcionalquantidadedeprodutosentreguesparaexportao.

    Os documentos examinados durante a ao fiscal foram Guias deRecolhimentodoFundodeGarantiadoTempodeServioeInformaesPrevidnciaSocialGFIP,LivrosRazoeDirioePlanilhasPN66/86(ParecerNormativoPN/CSTn66/86)eplanilhasapresentadaspelaAutuada.

    Irresignado com o supracitado lanamento tributrio, o sujeito passivoapresentouimpugnaoafls.81/92.

    A Delegacia da Receita Federal do Brasil de Julgamento em RibeiroPreto/SPlavrouDecisoAdministrativatextualizadanoAcrdon1433.3756TurmadaDRJ/RPO, a fls. 232/242, julgandoprocedenteo lanamento emantendoo crdito tributrioemsuaintegralidade.

    O Sujeito Passivo foi cientificado da deciso de 1 Instncia no dia06/07/2011,conformeAvisodeRecebimentoafl.245.

    Fl. 379DF CARF MF

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    CPI

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  • 4

    Inconformado com a deciso exarada pelo rgo administrativo julgador aquo, o ora Recorrente interps recurso voluntrio, a fls. 247/262 respaldando suainconformidadeemargumentaodesenvolvidanosseguintestermos:

    Imunidadetributriasobreasreceitasdeexportao QueaINn03/2005nopodeprevalecer,namedidaemquetransbordou

    a sua competncia ao criar limitao fruio de imunidade, que noconstadoprpriotextoconstitucional

    Que as operaes realizadas entre a Recorrente e a Copersucar seconfiguram atos cooperativos, e no se equiparam a comercializao nomercadointerno

    QuedeveriaserobservadaaliminarconcedidanosautosdoMandadodeSegurana Coletivo n 2005.61.00.0251305, impetrado pela Unio daAgroindstria Canavieira do Estado de So Paulo, vigente poca dalavraturadoAutodeInfrao,qualaRecorrentefiliada,queassegurouasuspensodaexigibilidadedacontribuioprevidenciriarelativamentes operaes de exportao realizadas por intermdio de tradingcompaniesouempresascomerciaisexportadoras.

    Aofim,requerocancelamentodoAutodeInfrao.

    Relatadossumariamenteosfatosrelevantes.

    Fl. 380DF CARF MF

    Impresso em 05/09/2016 por RECEITA FEDERAL - PARA USO DO SISTEMA

    CPI

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  • Processon15956.000062/200946Acrdon.2401004.304

    S2C4T1Fl.378

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    VotoVencido

    ConselheiroArlindodaCostaeSilvaRelator

    1. DOSPRESSUPOSTOSDEADMISSIBILIDADE

    1.1. DATEMPESTIVIDADE

    Osujeitopassivo foi vlida eeficazmente cientificadodadeciso recorridanodia06/07/2011,Havendosidoorecursovoluntrioprotocoladonodia01/08/2011,hquesereconheceratempestividadedorecursointerposto.

    Estando presentes os demais requisitos de admissibilidade do recurso, deleconheo.

    Anteainexistnciadequestespreliminares,passamosdiretamenteaoexamedomrito.

    2. DOMRITO

    Cumpre de plano assentar que no sero objeto de apreciao por esteColegiado as matrias no expressamente impugnadas pelo Recorrente, as quais seroconsideradascomoverdadeiras,assimcomoasmatriasjdecididaspelorgoJulgadorde1InstncianoexpressamentecontestadaspelosujeitopassivoemseuinstrumentodeRecursoVoluntrio,asquaissepresumirocomoanudaspelaParte.

    Tambm no sero objeto de apreciao por esta Corte Administrativa asquestes de fato e de Direito referentes s matrias substancialmente alheias ao vertentelanamento, eis que em seu louvor, no processo de que ora se cuida, no se houve porinstauradoqualquerlitgioaserdirimidoporesteConselho,assimcomoasquestesarguidasexclusivamentenestainstnciarecursal,antesnooferecidaapreciaodorgoJulgadorde1Instncia,emrazodapreclusoprevistanoart.17doDecreton70.235/72.

    2.1. DACOMERCIALIZAODAPRODUORURAL

    O Recorrente alega imunidade tributria sobre as receitas de exportao.Aduz que a IN n 03/2005 no pode prevalecer, na medida em que transbordou a suacompetncia ao criar limitao fruio de imunidade, que no consta do prprio textoconstitucional.

    Argumenta, ainda, oRecorrente que as operaes por ela realizadas comaCopersucarseconfiguramatoscooperativosenoseequiparamacomercializaonomercadointerno.

    Entendonolheassistirrazo.

    Fl. 381DF CARF MF

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    De fato, a Emenda Constitucional n 33/2001 introduziu no ordenamentojurdico um novo regramento de imunidade visando a diminuir a carga tributria incidentesobre receitas decorrentes de exportaes, mediante a incluso do 2 ao art. 149 daConstituioFederal.

    ConstituioFederal

    Art. 149. Compete exclusivamente Unio instituircontribuiessociais,deintervenonodomnioeconmicoedeinteresse das categorias profissionais ou econmicas, comoinstrumentode suaatuaonas respectivasreas,observadoodisposto nos arts. 146, III, e 150, I e III, e sem prejuzo doprevisto no art. 195, 6, relativamente s contribuies a quealudeodispositivo.

    1Os Estados, oDistrito Federal e osMunicpios instituirocontribuio, cobrada de seus servidores, para o custeio, embenefciodestes,doregimeprevidenciriodequetrataoart.40,cujaalquotanoserinferiordacontribuiodosservidorestitulares de cargos efetivos da Unio. (Redao dada pelaEmendaConstitucionaln41/2003)

    2 As contribuies sociais e de interveno no domnioeconmico de que trata o caput deste artigo: (Includo pelaEmendaConstitucionaln33/2001)

    I no incidiro sobre as receitasdecorrentes de exportao(IncludopelaEmendaConstitucionaln33/2001)

    II incidiro tambm sobre a importao de produtosestrangeiros ou servios (Redao dada pela EmendaConstitucionaln42/2003)

    Odispositivoconstitucionalacimatranscritodeclarezasolaraoestatuirquesomente as receitas decorrentes da operao de exportao encontrarseo a salvo datributao.

    Noutros dizeres, a fruio do benefcio fiscal em tela no contempla asoperaes no mercado interno, ainda que essas se realizem com o objetivo especfico deulteriorcomercializaodaproduoruralcomomercadoexterno.

    Serdecorrentedesignificaserconsequnciade,terocorridoemrazode, que teve origem em, consoante deflui da etimologia e da semntica do vocbuloexpostasnoPriberamDicionriodaLnguaPortuguesa,enovisandoaoudestinadaa,comoassimquerfazercrerasemnticaaprendidapeloRecorrente.

    DicionrioPriberamdaLnguaPortuguesahttp://www.priberam.pt/dlpo/decorrentedecorrente(latimdecurrens,entis,particpiopresentededecurro,eredesceracorrer,ir,percorrer)adjectivodedoisgneros1.Quedecorre.2.Quepassa(ex.:tempodecorrente).3. Que consequncia de que teve origem em (ex.: isto decorrentedoqueaconteceuontem).

    Fl. 382DF CARF MF

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  • Processon15956.000062/200946Acrdon.2401004.304

    S2C4T1Fl.379

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    4.[Botnica]Dizsedafolhacujopednculoestpegadoaolongodahasteemquasetodooseucomprimento.

    Assim,umacoisaareceitadecorrentedeexportaoOutracoisabemdiversa a comercializao, pelo Produtor Rural, de produtos rurais com cooperativaconstitudaeemfuncionamentonoPas,mesmoqueeventualmentevisandoexportao.

    No primeiro caso, encontrase garantido que a exportao j ocorreu. Avenda para o exterior j se encontra consolidada. A exportao fato consumado. Dessaoperao de exportao de produto rural resultou uma receita, a qual imune tributaoprevidenciria.Operousedefinitivamenteoobjetivodalei:diminuiracargatributriasobreasreceitasdecorrentesdeexportaodeprodutosrurais.

    Nosegundocaso,harealizaodeumameracomercializaodeproduoruralcompessoajurdicasediadaeemfuncionamentonopas.Inexistequalqueroperaodeexportao e nada garante que tal produo rural ser efetivamente comercializada comadquirente domiciliado no exterior, ou que, eventualmente, venha a ser vendida nomercadointerno.

    Dessarte, ao estatuir hiptese de imunidade s receitas decorrentes deexportaooLegisladorConstituinteDerivadoestabeleceu,efetivamente,umdiscrimenentreas operaes realizadas diretamente com empresas adquirentes domiciliadas no exterior e asoperaesrealizadascomempresasadquirentesdomiciliadaseemfuncionamentonoPas.

    Taldiscernimentoencontrasepositivadoexpressamentenoart.241daINn03/2005, o qual prev, dentre outras modalidades, que o fato gerador contribuies sociaisocorre na comercializao da produo rural do produtor rural pessoa fsica e do seguradoespecial realizada diretamente com adquirente domiciliado no exterior, hiptese em que seconfigura a exportao da produo rural, assim como a cooperativa, operao esta que sequalificacomooperaointerna,ateordoart.245damesmaInstruoNormativaemfoco.

    InstruoNormativaSRPn3,de14dejulhode2005

    Art. 241. O fato gerador das contribuies sociais ocorre nacomercializao:(RedaodadapelaINSRPn20/2007)

    I da produo rural do produtor rural pessoa fsica e dosegurado especial realizada diretamente com: (Redao dadapelaINSRPn20,de11/01/2007)

    a)adquirentedomiciliadonoexterior(exportao),observadoodispostonoart.245

    b)consumidorpessoafsica,novarejo

    c) adquirente pessoa fsica, noprodutor rural, para vendanovarejoaconsumidorpessoafsica

    d)outroprodutorruralpessoafsica

    e)outroseguradoespecial

    f) empresa adquirente, consumidora, consignatria ou comcooperativa(IncludopelaINSRPn20/2007)

    Fl. 383DF CARF MF

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    Cumprerelembrarqueoart.111doCTNimpeexegeserestritivaa todaequalquernormatributriaqueimpliquerenunciafiscal.Nessaperspectiva,paraqueoingressodenumerriomantenhaseimunetributaoimperiosoeindispensvelqueaoperaodeorigem seja a prpria operao de exportao, isto , que o adquirente seja domiciliado noexterior,assimcomoprevaalneaadoincisoIdoart.241daINn03/2005.

    A tal concluso tambm convergiu o entendimento do Ministrio daPrevidnciaSocialaoeditaraInstruoNormativaMPS/SRPn03,de14dejulhode2005,cujo art. 245 excluiu da hiptese de imunidade ora em comento as receitas decorrentes decomercializaocomempresaconstitudaeemfuncionamentonoPas,porreconheclacomoreceitaprovenientedocomrciointernoenodeexportao.

    InstruoNormativaSRPn3,de14dejulhode2005

    Art.245.NoincidemascontribuiessociaisdequetrataesteCaptulo sobre as receitas decorrentes de exportao deprodutos, cuja comercializao ocorra a partir de 12 dedezembrode2001,porforadodispostonoincisoIdo2doart. 149 da Constituio Federal, alterado pela EmendaConstitucionaln33,de11dedezembrode2001.

    1 Aplicase o disposto neste artigo exclusivamente quando aproduo comercializada diretamente com adquirentedomiciliadonoexterior.

    2 A receita decorrente de comercializao com empresaconstituda e em funcionamento no Pas considerada receitaproveniente do comrcio interno e no de exportao,independentementedadestinaoqueestadaraoproduto.

    Noprocede,portanto,aalegaodequeaINn03/2005teriatransbordadoasuacompetnciaaocriarlimitaofruiodeimunidadequenoconstariadoprpriotextoconstitucional.

    Ora, a restrio em voga dimana diretamente da CF/88, a qual concede aimunidadetributriatosomentesreceitasdecorrentesdeexportaoenosoperaesdecomercializaodestinadasaexportao.Dessarte,peloprismaoclusivointerpostopeloart.111doCTN,hqueseconcluirqueapenasasreceitasgeradaspelaoperaopropriamenteditadeexportao,masnopelasoperaesanteriores,queestariamacobertadaspelofavorfiscalempauta.

    Conforme elucidado, o ato normativo ministerial increpado no introduziuqualquerinovaoordemjurdicavigente,masexplicitou,tosomente,ocontedo,oalcanceeascondiesdecontornodanormaconstitucionalemrodeioNadamais.

    Repisese que a hiptese constitucional de no incidncia tributria,configurandose como normade exceo, no pode ter seu alcance ampliado para alm doslimites que o Legislador Constituinte honrou em consignar, em sua literalidade, na CartaConstitucional.

    Nocasoemestudo,constadoRelatrioFiscal, a fls.87/96,queoAutuadoexportouleveduraesojaatravsde"TradingCompanies",bemcomoexportouacarelcoolpor intermdio de cooperativa (COPERSUCAR Cooperativa de Produtores de Cana deAcar,Acar elcool do Estado de So Paulo), no tendo o contribuinte comprovado aexistnciadequalquer exportaodiretade seusprodutos agroindustriais, razopelaqual se

    Fl. 384DF CARF MF

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  • Processon15956.000062/200946Acrdon.2401004.304

    S2C4T1Fl.380

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    procedeu ao lanamento das contribuies previdencirias incidentes sobre as receitasdecorrentesdacomercializaodaproduorural.

    De acordo com os princpios basilares do direito processual, incumbe aoAutoronusdecomprovarosfatosconstitutivosdoDireitoporsialegado,eParteAdversa,aprovadefatoimpeditivo,modificativoouextintivododireitodoAutor.

    No caso dos autos, a Fiscalizao comprovou, mediante documentaoidnea, elaborada sob a responsabilidade e domnio do prprio Recorrente, a efetivaocorrncia, no mercado interno, de operaes de comercializao de produo rural comcooperativasecom tradingcompanies,cujasContribuiesPrevidenciriasdelasdecorrentesnosehouveramporrecolhidasnaformaenosprazosestabelecidosnaLegislaoTributria.

    Em contrapartida, o Autuado alega tratarse de ato cooperativo, e que aproduoruralquefoientreguecooperativadestinavaseexportao.

    Ora, tratandose a situao concreta aqui em debate de expressivo caso deexceoregrageraldetributao,oadimplementodascondiesedosrequisitosnecessriosao devido e indubitvel enquadramento na hiptese de renncia fiscal em apreo deve sercomprovadopeloInteressado,sobpenadeagrilhoamentoregrageraldetributao.

    Todavia, no curso da instruo processual, no logrou o RecorrentecomprovaroDireitoporsialegado.

    De acordo com o regime jurdico encartado na Lei n 5.764/71, soclassificados como atos cooperativos aqueles praticados entre as cooperativas e seusassociados, entre estes e aquelas e pelas cooperativas entre si quando associados, para aconsecuodosobjetivossociais.

    Lein5.764,de16dedezembrode1971

    Art.79.Denominamseatoscooperativosospraticadosentreascooperativas e seus associados, entre estes e aquelas e pelascooperativasentresiquandoassociados,paraaconsecuodosobjetivossociais.

    Pargrafo nico. O ato cooperativo no implica operao demercado, nem contrato de compra e venda de produto oumercadoria.

    ConformeestatudonoPargrafonicodoart.79daLein5.764/71,oatocooperativo no implica operao de mercado, tampouco contrato de compra e venda deprodutooumercadoria.

    TemalgumacoisamuitoestranhanocasooraemdebatequeesteSubscritoraindanoconseguiudigerir.

    Deacordocomoart.4daLein5.764/71,acooperativaumasociedadedepessoas,comvariabilidadedocapitalsocialrepresentadoporquotaspartes.

    Lein5.764,de16dedezembrode1971

    Art.4Ascooperativassosociedadesdepessoas,comformaenatureza jurdica prprias, de natureza civil, no sujeitas a

    Fl. 385DF CARF MF

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    falncia, constitudas para prestar servios aos associados,distinguindose das demais sociedades pelas seguintescaractersticas:

    (...)

    II variabilidade do capital social representado por quotaspartes

    Art. 24. O capital social ser subdividido quotaspartes, cujovalorunitrionopodersersuperioraomaiorsalriomnimovigentenoPas.

    Todavia,adenominaosocialCopersucarS.A.daentendersetratardeuma sociedadeporaes, eno sociedadedepessoas, como assimexigeo art. 4 daLein5.764/71, circunstncia que de per se j exclui a adquirente em apreo do regime jurdicoinstitudopelaLein5.764/71,nohavendo,portanto,quesefalarematocooperativo.

    Deoutro canto, para que se configure Ato cooperativo,este temque serpraticadoentreumcooperadoeasuarespectivacooperativa,ambosatuandoespecificamentenessacondio.

    Ocorre,entretanto,quetaiscondiesnorestaramcomprovadasnosautosdoprocesso.

    De acordo com os artigos 14 e seguintes da Lei n 5.764/71, a sociedadecooperativa constituise por deliberao daAssembleiaGeral dos fundadores, constantes darespectivaataoupor instrumentopblico,devendooatoconstitutivo, sobpenadenulidade,declarar o nome, nacionalidade, idade, estado civil, profisso e residncia dos associados,fundadoresqueoassinaram,bemcomoovalorenmerodaquotapartedecadaum.

    Lein5.764,de16dedezembrode1971

    Art.14.AsociedadecooperativaconstituisepordeliberaodaAssembleiaGeral dos fundadores, constantes da respectiva ataouporinstrumentopblico.

    Art. 15. O ato constitutivo, sob pena de nulidade, deverdeclarar:

    Iadenominaodaentidade,sedeeobjetodefuncionamento

    II o nome, nacionalidade, idade, estado civil, profisso eresidncia dos associados, fundadores que o assinaram, bemcomoovalorenmerodaquotapartedecadaum

    IIIaprovaodoestatutodasociedade

    IVonome,nacionalidade,estadocivil,profissoeresidnciados associados eleitos para os rgos de administraofiscalizaoeoutros.

    Art. 16.Oato constitutivoda sociedadeeos estatutos, quandonotranscritosnaquele,seroassinadospelosfundadores.

    Dizmais.

    DentreasobrigaesacessriasdacooperativaincluiseadeescriturarLivrodeMatrculadosassociados,noqualtaisassociadosdevemserinscritosporordemcronolgica

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    S2C4T1Fl.381

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    deadmisso,deleconstandoonome,idade,estadocivil,nacionalidade,profissoeresidnciado associado a data de sua admisso e, quando for o caso, de sua demisso a pedido,eliminao ou excluso, bemcomo a conta corrente das respectivas quotaspartes do capitalsocial.

    Lein5.764,de16dedezembrode1971

    Art. 22. A sociedade cooperativa dever possuir os seguinteslivros:

    IdeMatrcula

    IIdeAtasdasAssembleiasGerais

    IIIdeAtasdosrgosdeAdministrao

    IVdeAtasdoConselhoFiscal

    VdePresenadosAssociadosnasAssembleiasGerais

    VIoutros,fiscaisecontbeis,obrigatrios.

    Pargrafonico.facultadaaadoodelivrosdefolhassoltasoufichas.

    Art.23.NoLivrodeMatrcula,osassociadosseroinscritosporordemcronolgicadeadmisso,deleconstando

    I o nome, idade, estado civil, nacionalidade, profisso eresidnciadoassociado

    II a data de sua admisso e, quando for o caso, de suademissoapedido,eliminaoouexcluso

    III a conta corrente das respectivas quotaspartes do capitalsocial.

    Todavia, a condio da Recorrente de cooperada da Copersucar S/A, nosmoldes exigidos pela legislao de regncia, tambm no se houve por comprovada nospresentesautos.

    Lein5.764de16dedezembrode1971

    Art.3Celebramcontratode sociedadecooperativaaspessoasque reciprocamente se obrigam a contribuir com bens ouservios para o exerccio de uma atividade econmica, deproveitocomum,semobjetivodelucro.

    Art.14.AsociedadecooperativaconstituisepordeliberaodaAssembleiaGeral dos fundadores, constantes da respectiva ataouporinstrumentopblico.

    Art. 15. O ato constitutivo, sob pena de nulidade, deverdeclarar:

    Iadenominaodaentidade,sedeeobjetodefuncionamento

    Fl. 387DF CARF MF

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    II o nome, nacionalidade, idade, estado civil, profisso eresidncia dos associados, fundadores que o assinaram, bemcomoovalorenmerodaquotapartedecadaum

    IIIaprovaodoestatutodasociedade

    IVonome,nacionalidade,estadocivil,profissoeresidnciados associados eleitos para os rgos de administraofiscalizaoeoutros.

    Art. 16.Oato constitutivoda sociedadeeos estatutos, quandonotranscritosnaquele,seroassinadospelosfundadores.

    Art. 22. A sociedade cooperativa dever possuir os seguinteslivros:

    IdeMatrcula

    IIdeAtasdasAssembleiasGerais

    IIIdeAtasdosrgosdeAdministrao

    IVdeAtasdoConselhoFiscal

    VdePresenadosAssociadosnasAssembleiasGerais

    VIoutros,fiscaisecontbeis,obrigatrios.

    Pargrafonico.facultadaaadoodelivrosdefolhassoltasoufichas.

    Art.23.NoLivrodeMatrcula,osassociadosseroinscritosporordemcronolgicadeadmisso,deleconstando

    I o nome, idade, estado civil, nacionalidade, profisso eresidnciadoassociado

    II a data de sua admisso e, quando for o caso, de suademissoapedido,eliminaoouexcluso

    III a conta corrente das respectivas quotaspartes do capitalsocial.

    Nessascircunstncias,nohcomoseatribuirsoperaesrealizadasentreoRecorrenteeaCopersucarS/Aacondiodeatocooperativo.

    Allegatioetnonprobatio,quasinonallegatio

    2.2. DASUSPENSODAEXIGIBILIDADEDOCRDITOTRIBUTRIO

    ORecorrentealegaquedeveriaserobservadaaliminarconcedidanosautosdo Mandado de Segurana Coletivo n 2005.61.00.0251305, impetrado pela Unio daAgroindstria Canavieira do Estado de So Paulo, vigente poca da lavratura doAuto deInfrao, qual a Recorrente filiada, que assegurou a suspenso da exigibilidade dacontribuioprevidenciriarelativamentesoperaesdeexportaorealizadasporintermdiodetradingcompaniesouempresascomerciaisexportadoras.

    Masacitadaliminarhouveseporrespeitada.

    Fl. 388DF CARF MF

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    S2C4T1Fl.382

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    EncontraseexplicitadonoincisoIVdoart.151doCTNqueaconcessodemedida liminar em Mandado de Segurana tem o condo de suspender a exigibilidade docrditotributrio.

    CdigoTributrioNacional

    Art.151.Suspendemaexigibilidadedocrditotributrio:

    Imoratria

    IIodepsitodoseumontanteintegral

    III as reclamaes e os recursos, nos termos das leisreguladorasdoprocessotributrioadministrativo

    IVaconcessodemedidaliminaremmandadodesegurana.

    Vaconcessodemedidaliminaroudetutelaantecipada,emoutrasespciesdeaojudicial(IncludopelaLcpn104/2001)

    VIoparcelamento.(IncludopelaLcpn104/2001)

    Pargrafo nico. O disposto neste artigo no dispensa ocumprimento das obrigaes assessrios dependentes daobrigao principal cujo crdito seja suspenso, ou delaconsequentes.

    No se deve confundir, todavia, suspenso da exigibilidade do crditotributriocomconstituiodocrditotributrio.

    Exigibilidadeaqualidadedaquiloqueexigvel.Exigvelaobrigaoquenoseencontramaissubmetidaaqualquercondio,termo,encargoououtroempecilhoequepodeterseuadimplementosolicitadopelocredoraodevedor,mediantecolaboraodavontadedeste. Dessarte, a exigibilidade do crdito tributrio configurase na aptido que permeia ocrdito constitudo de se integrar ao patrimnio ativo do credor e, consequentemente, nopatrimniopassivododevedor.

    J a constituio do crdito tributrio tratase de um direito potestativo doFisco,decorrentedameraocorrnciaobjetivadofatogeradordaobrigaotributriaprincipalcorrespondente, ou do descumprimento de obrigao tributria acessria, o qual direito semantmhgidoatquelhesobrevenhaadecadncia.

    Concluise, portanto, que, enquanto exigibilidade conceito de direitosubjetivo, a constituio do crdito tributrio se nos apresenta como conceito de direitopotestativo.

    Paraserexequvelcondiosinequanonqueocrditoqueridosejalquido,certoeexigvel.

    AObrigao lquida aquela certa quanto sua existncia, e determinadaquantoaoseuobjetoevalor.Ouseja,aobrigaolquidaexisteetemvalorpreciso.

    A caracterstica da certeza diz respeito existncia material de umaobrigao tributria (rectius, crdito tributrio), em razo da qual o agente passivo estejaobrigadoaumaprestaodedarquantiacertaembenefciodoagenteativo.

    Fl. 389DF CARF MF

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  • 14

    A obrigao tributria abstrata e concretizase no fato gerador, masindividualizase qualitativa e quantitativamente atravs do lanamento. Tal espcie deobrigao, por si s, no contm os aspectos da exigibilidade, da certeza e da liquidez,prprios de um crdito. Para que a obrigao tributria se revista com tais atributos, fazsenecessria a realizao de um procedimento de parte da administrao pblica fazendria,consistenteno lanamento.Assim,aoornaraobrigao tributriacomasvestesdacertezaeliquidez,olanamentoatransformaemcrditotributrio.

    Portanto, o atodo lanamentoque confere certezae liquidez obrigaotributria.Ainexistnciadeimpedimentosjurdicosatornaexigvel.

    A suspenso da exigibilidade, assentada no art. 151 do CTN, ataca aexigibilidadedocrditotributrioconstitudo,desobrigandoosujeitopassivodorecolhimentoimediato do crdito atacado, enquanto perdurar os efeitos da suspenso ou a existncia docrditotributrio.

    A suspenso da exigibilidade do crdito tributrio impede, to somente, oFiscodepraticarqualqueratocontraocontribuintevisandocobranaforadadeseucrdito,taiscomoinscrioemdvida,execuojudicialepenhora.

    Conformeexplicitadonotextolegal,anormatributriasereferesuspensodaexigibilidadedocrditotributrio,nosuspensodaobrigaotributria.Paraquehajaaexistnciadocrditotributrioindispensvelqueestejestejaconstitudo,medianteadevidaconvolao da obrigao tributria correspondente, condio que se alcana com a efetivaformalizao do lanamento, assim compreendido o procedimento administrativo levado acabocomooobjetivodeverificaraocorrnciadofatogeradordaobrigaocorrespondente,determinar amatria tributvel, calcular omontante do tributo devido e identificaro sujeitopassivo.

    Nessaprumada,somenteapsaconclusodolanamentopodersefalaremcrditotributrio.Antesno.Haver,tosomente,obrigaotributria.

    RegistresequecrditotributriodireitosubjetivodoFisco,emfacedoqualsepodeoporoDevedor.Opoder/deverdeconvolaraobrigaotributriaemcrditotributriodireitopotestativodaFazenda.

    Nesse contexto, ao contrrio do que entende o Recorrente, a suspenso daexigibilidadedocrdito tributrionoapequalquerblindagemnaprerrogativaquepossuiaautoridadefazendriacompetentedeefetivarolanamento.Nessesentido,propugnaaSmulan48doCARF,deobservnciaobrigatriaporesteConselho.

    SmulaCARFn48

    Asuspensodaexigibilidadedocrditotributriopor forademedidajudicialnoimpedealavraturadeautodeinfrao.

    A suspenso apenas desobriga o sujeito passivo correspondente dorecolhimento do crdito constitudo, seja espontaneamente, sejamediante execuo forada.Tos.

    No se deslembre que o prprio art. 140, in fine, do CTN dispe que ascircunstncias que excluem a exigibilidade do crdito tributrio no afetam a obrigaotributriaquelhedeuorigem.

    Fl. 390DF CARF MF

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  • Processon15956.000062/200946Acrdon.2401004.304

    S2C4T1Fl.383

    15

    CdigoTributrioNacionalCTN

    Art. 140.As circunstncias quemodificamo crdito tributrio,suaextensoouseusefeitos,ouasgarantiasouosprivilgiosaele atribudos, ou que excluem sua exigibilidade no afetam aobrigaotributriaquelhedeuorigem.

    Nocaso dos autos, aUnio daAgroindstriaCanavieiradoEstado de SoPaulo, qual aRecorrente alega ser filiada, impetrou oMandadodeSeguranaColetivo n2005.61.00.0251305,perantea8VaradaJustiaFederaldeSoPaulo,afls.207/210,cujopedidodeconcessodemedidaliminarhouveseporindeferido.

    Em seguida, em 15/12/2005, em sede de Agravo de Instrumento a fls.211/216, o Tribunal Regional Federal da 3 Regio deferiu o efeito ativo requerido,suspendendodaexigibilidadedoCrditoTributriooraemdebate.

    Talsuspensoperdurouatdezembro/2006,quandoSentenaproferidapela8 Vara da Justia Federal de So Paulo, nos autos do Mandado de Segurana n2005.61.00.0251305, resolveu o mrito nos termos do artigo 269, Inciso I, do Cdigo deProcessoCivil,julgandoimprocedenteopedidoedenegandoaseguranapretendida.

    Insatisfeita, a Impetrante interps Apelao Cvel n 002513030.2005.4.03.6100/SP ao Tribunal Regional Federal da 3 Regio, cuja 5 Turma proferiuAcrdoderelatoriadoDes.FederalAntonioCedenho,negandoprovimentoaoRecurso,nostermosquesevossegue:

    Estabelecidas tais premissas, resta evidente que, no casoconcreto,oapontadoatodaautoridadepblicanoconstituiatoilegal a ferir o direito lquido e certo das impetrantes, assimentendido como aquele praticado em contradio com oselementosnorteadoresdavinculaonorma.Nosevislumbraviolaoaosprincpiosconstitucionaisacimaelencados,sleisque regem a matria, alm daquelas que disciplinam aAdministraoPblica(ilegalidade).

    Diante do exposto, impossvel concederse a seguranapretendida.

    vistadoreferido,nostermosdoartigo557,caput,doCdigodeProcessoCivileincisoXIIdoartigo33doRegimentoInternodeste Tribunal Intermedirio, nego provimento ao recurso, naformadafundamentaoacima.

    Agravo Legal em Apelao Cvel n 002513030.2005.4.03.6100/SPinterposto pela Unio da Agroindstria Canavieira do Estado de So Paulo NICA, teveprovimento negado, por unanimidade, pela Egrgia Quinta Turma do Tribunal RegionalFederalda3Regio,nostermosdoAcrdon7612/2012.

    Embargos de Declarao em Apelao Cvel n 002513030.2005.4.03.6100/SPopostospelaUniodaAgroindstriaCanavieiradoEstadodeSoPauloNICA,teveprovimentonegado,porunanimidade,pelamesmaQuintaTurmadoTribunalRegionalFederalda3Regio,nostermosdoAcrdon8687/2013.

    Fl. 391DF CARF MF

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    Alertese que no perodo em que vigeu a suspenso da exigibilidade doCrditoTributrioempautanosehouveporrealizadoqualquerprocedimentoadministrativotendente a constranger o Contribuinte ao recolhimento compulsrio do crdito objeto dovertente Auto de Infrao, circunstncia que demonstra a devida observncia liminarconcedidanosautosdoMandadodeSeguranaColetivon2005.61.00.0251305.

    Nasequncia,aindainconformadacomanegativadaseguranapleiteada,aUniodaAgroindstriaCanavieiradoEstadodeSoPaulointerpsRecursoextraordinrioeRecursoEspecialsCortesSuperiores,cujosjulgamentosencontramsesuspensos/sobrestadospordecisodavicepresidncia,emrazodoRecursoExtraordinrion759.244/SP.

    RegistresequetantooRecursoEspecialquantoorecursoExtraordinrionoproduzemoefeitosuspensivo,mas,tosomente,oefeitodevolutivoporforacogentedo2doart.542doCdigodeProcessoCivil.Porviadeconsequncia,taisrecursosnosuspendemaexecuodasentena,ateordoart.497doC.P.C.

    CdigodeProcessoCivil

    Art. 497. O recurso extraordinrio e o recurso especial noimpedemaexecuodasentenaa interposiodoagravodeinstrumento no obsta o andamento do processo, ressalvado odisposto no art. 558 desta Lei. (Redao dada pela Lei n8.038/90)(grifosnossos)

    DoRecursoExtraordinrioedoRecursoEspecial

    (...)

    Art. 542. Recebida a petio pela secretaria do tribunal, serintimado o recorrido, abrindoselhe vista, para apresentarcontrarrazes.(RedaodadapelaLein10.352/2001)

    1oFindoesseprazo,seroosautosconclusosparaadmissoouno do recurso, no prazo de 15 (quinze) dias, em decisofundamentada.(IncludopelaLein8.950/94)

    2oOs recursos extraordinrio e especial sero recebidos noefeitodevolutivo.(IncludopelaLein8.950/94)(grifosnossos)

    3o O recurso extraordinrio, ou o recurso especial, quandointerpostos contra deciso interlocutria em processo deconhecimento, cautelar, ou embargos execuo ficar retidonos autos e somente ser processado se o reiterar a parte, noprazoparaainterposiodorecursocontraadecisofinal,ouparaascontrarrazes.(IncludopelaLein9.756/98)

    Dessarte, tendoemvistaqueoAcrdon8687/2013proferidoemsededeEmbargosdeDeclaraoemApelaoCveln002513030.2005.4.03.6100/SPhouveseporpublicadonoDIRIOELETRNICODAJUSTIAFEDERALDA3REGIO,Edion50/2013SoPaulo,nodia18demarode2013,devidaamultademoraacontardodia18/04/2013,conformeassimestabelecidono2doart.63daLein9.430/96.

    Lein9.430,de27dedezembrode1996

    Art. 63. Na constituio de crdito tributrio destinada aprevenir a decadncia, relativo a tributo de competncia daUnio, cuja exigibilidade houver sido suspensa na forma dosincisosIVeVdoart.151daLein5.172,de25deoutubrode

    Fl. 392DF CARF MF

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  • Processon15956.000062/200946Acrdon.2401004.304

    S2C4T1Fl.384

    17

    1966,nocaberlanamentodemultadeofcio.(RedaodadapelaMedidaProvisrian2.15835/2001)

    1Odispostonesteartigoaplicase,exclusivamente,aoscasosem que a suspenso da exigibilidade do dbito tenha ocorridoantesdoinciodequalquerprocedimentodeofcioaelerelativo.

    2 A interposio da ao judicial favorecida com a medidaliminar interrompe a incidncia da multa de mora, desde aconcesso da medida judicial, at 30 dias aps a data dapublicaoda deciso judicial que considerar devido o tributooucontribuio.

    Noprocede,portanto,oinconformismodoRecorrente.

    3 CONCLUSO:

    Pelos motivos expendidos, CONHEO do Recurso Voluntrio para, nomrito,NEGARLHEPROVIMENTO.

    comovoto.

    ArlindodaCostaeSilva.

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    VotoVencedor

    ConselheiroCarlosAlexandreTortatoRedatorDesignado

    Iniciadososdebatesdopresentejulgamento,ouseidivergirdoIlustreRelatorquanto a no incidncia da contribuio previdenciria sobre a comercializao rural daempresa recorrente, posicionamento este que restou vencedor e fui designado para redigir opresentevoto.

    Trata o lanamento de contribuies previdencirias incidentes sobre acomercializaoruralagroindstria.Importantedestacaraoperaocomercialque,defato,realizada pela recorrente, conforme descrito acima pelo relator, que fezmeno ao relatriofiscal:

    Informaoauditor fiscalqueaAutuadaumaagroindstriadosetorsucroalcooleiro,sendodevidasascontribuiesincidentessobreovalordecorrentedacomercializaodaproduoruraldestinada ao mercado externo, uma vez que tal operao decomercializao no se d diretamente com a empresaadquirente domiciliada no exterior, mas, sim, efetuada porintermdio da Cooperativa de Produtores de CanadeAcar,AcarelcooldoEstadodeSoPauloCOPERSUCAR.

    Assim, a recorrente defende que a operao de comercializao realizadaentreelaeaCooperativaCoopersucarestabrangidapela imunidade tributria,por foradoart.149,2,I,daConstituioFederal.

    A controvrsia reside, como se v do prprio relatrio fiscal, no fato dasvendas realizadas pela recorrente serem, primeiramente, realizadas cooperativas e "tradingcompanies",eassimnoseriamvendasdestinadasdiretamenteexportao,razopelaqualnopoderiamfazerjusimunidade.

    Nasituaoemanlise,entendoqueassisterazorecorrente.Aexportao,conforme mencionado pela prpria fiscalizao, de fato ocorreu, sendo o fundamento dolanamento o fato da venda pela recorrente no ser diretamente ao exterior,mas sim para acooperativaque,posteriormente,realizaaexportao.

    Eisoquedispeomencionadoart.149,2,I,daConstituioFederal:

    Art. 149. Compete exclusivamente Unio instituircontribuiessociais,deintervenonodomnioeconmicoedeinteresse das categorias profissionais ou econmicas, comoinstrumentode suaatuaonas respectivasreas,observadoodisposto nos arts. 146, III, e 150, I e III, e sem prejuzo doprevisto no art. 195, 6, relativamente s contribuies a quealudeodispositivo.

    1Os Estados, oDistrito Federal e osMunicpios instituirocontribuio, cobrada de seus servidores, para o custeio, embenefciodestes,doregimeprevidenciriodequetrataoart.40,cujaalquotanoserinferiordacontribuiodosservidores

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