russet noon

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  • 8/9/2019 Russet Noon

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    Parte I

    Prefcio

    Meus braos e joelhos me foraram a uma posio defensiva. Eu estava na mais completaescurido. No podia ver nada. Eu sabia que estava sendo seguido, mas estava tentando no

    me mover. Sabia que se eu o fizesse, me transformaria.Era isso que eu estava aqui para fazer. Me transformar na frente dos olhos dos meus inimigos.Tinham armado para mim e eu era agora prisioneiro deles.Pensei que j tivesse aprendido a controlar isso a essa altura. Mas eu estava errado, e meuinimigo sabia disso muito bem. Sabia que eu era mais vulnervel enquanto lobisomem, porqueas mentes de todo o meu bando poderiam ser lidas de uma vez s. Minha mente licantropaseria uma porta aberta para a destruio de todos ns. Era por isso que eles me queriam. Euera o Alpha. Eu era a chave para a sua vitria.Eu lutei para controlar, mas isso estava me rasgando por dentro. Essa batalha comigo mesmo.Eu esperei uma morte lenta e excruciante nas mos da coisa mais cruel, mais terrvel que nemAlice poderia ter visto se aproximar. Algo poderoso o suficiente para bloquear todos os nossospoderes. Algo que poderia destruir todos ns de uma vez s em uma frao de segundo.O lobo dentro de mim seria o meu fim. O fim de todo o meu povo, assim como os vampiros.Eu era uma bomba-relgio. Senti uma onda de adrenalina inflamando como cido pelasparedes das minhas veias. Vi as luzes na minha cabea, as exploses em miniatura dos meusneurnios atirando um milho de milhas por segundo. Eu era instinto puro, uma besta pura,pronto para lutar at mesmo custa da minha prpria vida. No podia ver, mas eu sabia o queestava atrs de mim. No era um lobisomem, mas tambm no era um sugador de sangue.Era algo muito mais poderoso. Um exercito inteiro nosso junto no poderia derrub-lo. Algo quenenhum cl que conhecamos tinha visto antes em qualquer lugar do mundo. Nenhum vampiroou lobisomem sabia que tal coisa existisse de verdade. Que irnico. Ns pensamos queramos os nicos.Escondendo-se dos sempre inocentes, sempre distrados, olhos humanos. Todos os nossospoderes juntos eram inteis contra isso. De repente, senti algo se mexer, muito perto de mim,quase me tocando. Todos os pelos do meu pescoo se arrepiaram. No podia entender comono tinha me transformado ainda. Eu tinha finalmente aprendido a controlar astransformaes?Mas por que agora? Por que na hora da morte?

    Captulo 1 Fogos De Artifcios Em La Push

    Eu tenho tido o mesmo sonho por vrios dias agora. Foi como um ciclo, se repetindoinfinitamente. Nunca nada mudava nele. Sempre acontecia tudo exatamente igual toda a vezque eu sonhava isso.Os mais velhos da Nao Quileutes nos alertavam sobre esse tipo de sonho. Diziam quesonhos recorrentes no so sonhos. So vises msticas enviadas por nosso lobo ancestral,normalmente para nos avisar de um perigo iminente.Apenas os mdicos eram capazes de entender essas vises. Todos na reserva eram muito

    reservados se tivessem elas. Todos falvamos delas como se fossem coisas do passado, algoque s nossos ancestrais experimentaram. Ningum nunca admitiu ter vises msticas, pormedo de ser chamado de louco.Estava numa situao bem difcil. Se o sonho continuasse se repetindo, eu teria que contar aSam sobre isso. Sam Uley seria a pessoa para perguntar se algum no quisesse consultar oscuradores. Ele sabia tudo sobre os segredos msticos da Nao Quileute.O nico problema o quo ferozmente que ele protege os conhecimentos sagrados. Ele estavaextremamente hesitante em discutir isso com algum, at com os membros da matilha.Seria difcil fazer com que Sam confiasse em mim o suficiente para revelar o que sabia. Suaatitude mudou drasticamente desde o momento que ele soube que eu tive um imprinting porReneesme. Minha amizade com ele acabou naquele dia, exatamente cinco anos atrs.Agora, ele obrigado a confiar em mim como seu colega lobo, mas ele provavelmente no vaiconfiar em mim como amigo novamente. Minha nica chance convenc-lo de que minha

    viso pode ser, de fato, um aviso.Como o alfa de minha matilha, eu carregava um grande fardo de responsabilidade de protegermeu povo. Eu tentava ficar na frente do jogo quando o assunto era prevenir um possvel

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    ataque. Por esse motivo, eu teria que engolir meu orgulho e pedir um conselho ao Sem.Eu o peguei saindo da casa de Emily um pouco antes do anoitecer. Ele ficou surpreso ao mever quando abriu a porta e me viu parado ao lado do seu carro.- Oi Sam, eu resmunguei sob minha respirao, mal olhando para ele.Ele coou a cabea e riu, depois, estava preste a falar alguma coisa, mas rapidamente mudoude idia. Emily veio ver o por que ele estava rindo.

    Eu acenei para ela.

    -Oi Emily.- Oi Jake. Ela se despediu de Sam e fechou a porta.Sam se dirigiu a mim, vagarosamente.-O que est acontecendo?- Precisamos conversar eu fiz isso soar srio, mas no era necessrio.Sam sabia o que estava acontecendo. Era como se ele estivesse esperando que eu dissessepra ele. Ele se inclinou para mim, deliberando.-Aqui no. ele abriu a porta de seu carro e entrou.Eu fiquei olhando hipnotizado por um momento. Olhar para o carro de Sam sempre medesconcentrava. Era uma obra-prima. Ele mesmo o restaurou. Comprou por menos de milquando o achou todo batido em um ferro-velho.

    Meu pai e eu rimos quando ele trouxe para casa no ano passado. Ele teve que empurrar ocarro para a garagem, por que ele nem tinha um motor. Ningum acreditava que ele iriaconseguir consert-lo.Agora era uma beleza. Ele se assegurou que riria por ltimo. Era um Thunderbird 1962,transformado em um carro de corrida Hot-Rod. Ele tinha restaurado ele por dentro e por fora,depois pintou de um azul-metlico. Mas o que eu mais invejava era a pintura de um petrel queele tinha customizado e retocado no cap.Na lenda Quileute, o petrel era uma criatura mstica conhecida por proteger nosso povo emtempos de dificuldades. Sam esboou um design bsico dele em um papel. Era turquesa, esuas asas iam para os lados. Ele pintou com uma tinta metlica no cap. Um pouco brilhante,eu sei, mas eu queria ter pensado nisso antes dele.Sam deve ter notado que eu estava babando sobre seu carro, porque ele sabia exatamente oque dizer para me fazer parar com isso.

    -Quer dar uma volta?Meu queixo caiu enquanto meu corpo tremia por antecipao.-Eu? essa era nova.-V algum mais ao redor?-ele perguntou, escorregando para o banco do passageiro.Ele no precisou dizer duas vezes. O momento que ele me atirou as chaves, eu s peguei noar e pulei dentro. Eu pressionei a embreagem, acelerei o motor, e o carro decolou em umaimpossvel chama de velocidade. Talvez eu e Sam ainda fossemos amigos.Quando atingi 110 o cu tinha se tornado escuro. Eu quase no podia ver a estrada minhafrente. Mesmo no meio de julho, a estrada de Forks permanecia coberta com neblina.O perigo me atraa como um im; ele me seduzia. Eu contemplei a oportunidade de vencer amorte e me senti em xtase. Jogar com a minha vida foi a maior emoo de minha existncia.Eu sabia que era contraditrio, mas me senti mais vivo quando a morte me perseguiu.Eu no tinha medo de morrer, e dirigir rpido em condies ruins foi o meu jeito de mostrar

    isso. Enquanto a praia passava por ns como um borro, eu acelerava, vendo como a agulhado acelerador ia alem de 100 milhas por hora.Sam no tinha dito uma palavra desde que entramos no carro. Eu achei que ele fosse falarantes, mas ele s ficou sentado l, explodindo alguma msica seriamente bizarra de umabanda underground que ele tinha assistido ao vivo em Port Angeles. Foi a coisa mais estranhaque eu j tinha ouvido thrash metal com alternative Goth e um pouco de vocais de rap. No o meu estilo, mas tolervel.-Sam! eu finalmente gritei.Ele desligou o som e se virou para mim. Eu dei ele uns segundos para me responder, masele esperou em silncio.-Tem algo que eu preciso perguntar a voc. e parei e estava prestes a continuar. Mas ele meinterrompeu.- a garota, no ?Ele me pegou desprevenido. Que garota?-Aquela dos seus sonhos.

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    Sim, ele sabia sobre isso, tudo bem. Como eu imaginei.- Voc tambm a viu, no ?Ele sorriu.-Talvez.Sua atitude indiferente me irritou, ento, no calor do momento eu decidi testar a capacidade dedrifting do carro dele. Eu pisei no freio e desacelerei um pouco, em seguida virei o volante

    ligeiramente para a direita, o suficiente para fazer o rabo do carro balanar. O carro inteirotremeu, os pneus traseiros travaram e cantaram, uma densa nuvem de fumaa branca nosrondou. Nada mal para minha primeira tentativa, pesei orgulhoso.Sam no levou isso numa boa.- O que diabos voc pensa que est fazendo?- Como voc sabe da garota? exigi.- Encosta o carro -Ele estava furioso.Mas eu fiz exatamente o contrario. Eu acelerei.- Quero respostas, Sam. Preciso saber o que est acontecendo. Eu odiei fazer isso com ele,mas estava desesperado. Se batssemos nessa velocidade, provavelmente levaramos umbom tempo para nos recuperarmos, como toda a recuperao super-rpida e tal.Ele estava com tanta raiva, to agitado que eu achei que ele pudesse se transformar ali,naquele momento. Mas ele no fez isso. Ao contrario, ele fechou os olhos e foi acalmando a

    respirao. Inclinando-se no seu acento, entrou em um estado de meditao profunda.Nunca tinha visto Sam fazer esse tipo de coisa antes. O jeito que estava dirigindo teria levadoat o lobisomem mais controlado ao frenesi. Obviamente, minha tentativa de assust-lo paraque me contasse o que sabia tinha falhado. Teria que bolar uma estratgia melhor.Suspirando com resignao, eu em acalmei e me inclinei para o mais perto da praia. Sampermaneceu em transe e ignorou o barulho da porta, quando a abri para sair.Senti a brisa fria do oceano no meu rosto, enquanto eu dava a volta para a praia, meuspensamentos correndo. A lua crescente estava perto da gua, emanando um brilho prateadoatravs da neblina que envolvia. Noite perfeita para ir caa, pensei. No tnhamos tidomuita ao ultimamente, mas eu tinha o pressentimento de que no ficaria assim por muitotempo.No tinha andado mais que uns metros quando ouvi a voz de Sam bem atrs de mim.-Ela um vampiro ele disse.

    Um pouco assustado, parei de andar e me virei para ach-lo a apenas uns centmetros demim. Ele tinha o estpido hbito de ficar na minha cara sempre que queria me assustar. Nuncafuncionava, mas me incomodava at o fim.Eu me inclinei para trs como um reflexo e quase perdi o equilbrio. Mas o recupereirapidamente, inflamado pelo desejo repentino de acabar com ele. Firmei-me jogando meucorpo para frente, ento, comecei a insult-lo, rosnando baixo com minha garganta, pronto paraatacar.Sam ignorou minha reao com uma fria indiferena e prosseguiu.- Ela no o tipo de vampiro com que estamos acostumados a lidar. Ela um hbrido, partevampiro, parte outra coisa.Eu senti um sutil vacilo quando ele terminou de falar, o que me fez perceber que ele estava toaterrorizado quanto eu.Senti-me envergonhado, tentando lutar quando ele estava prestes a me dar as informaes de

    que precisava. Recompus-me e reconheci o que ele estava dizendo.- Voc quer dizer como Renesmee? perguntei.Ele fez que no com a cabea.- Renesmee meio humana. A maioria dos vampiros nasceu humana e depois mudaram. Masessa garota ele pausou, engolindo em seco essa garota no nada humana. Nunca foi.- Bem, ela mistura com o que ento? perguntei impacientemente.- Eu no sei o que a outra metade dela Sam respondeu com frustrao mas eu pretendodescobrir.- Como?- Primeiro precisamos descobrir o que ela quer de ns ele anunciou, um tom de urgncia emsua voz.Eu senti um alivio quando se incluiu no objetivo. Isso podia ser bem mais fcil do que pensei.-Tudo bem, o que faremos?

    Ele no hesitou.Eu podia dizer que ele esteve pensando nesta resposta por um tempo.- Ns iremos aos Guerreiros Espritos.

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    Quase fiquei mudo com o choque. Meu alivio tinha sido prematuro e tinha se desfeitorapidamente. Ele no podia estar falando srio, estremeci. Como ele se atrevia a consideraresta possibilidade?Mas meu espanto pareceu s aumentar sua determinao.- Olha Jake, tem um monte de coisas que os ancies no o contam, at voc estar pronto.Eu tossi involuntariamente, depois assumi meu tom serio.

    - Se voc est sugerindo que ns fazemos viagens espritas, voc est seriamente desiludido,cara. Eu nunca vou deix-lo fazer isso, vou avisar aos ancies.- o nico jeito de descobrir o que a garota quer fazer com a gente.- Sam continuou sem serafetado pela minha resistncia.- Temos que ir para cima das montanhas, como nossos ancestrais fizeram.No o deixei prosseguir.- proibido declarei firmemente.A prtica de viagem esprita foi banida muitos anos antes por nossos ancestrais, pois eraextremamente perigoso. Envolvia descansar o corpo em algum canto secreto da floresta edeixar o esprito viajar sozinho, sem o corpo.Teha Aki, o ltimo esprito guerreiro, tinha proibido esta prtica depois de seu corpo ter sidoroubado enquanto seu esprito viajava.Sam interrompeu meus pensamentos.

    - Essa criatura sobre humana, esse monstro, est se infiltrando em nossos sonhos Jake. Vocrealmente acha que uma coincidncia que eu e voc estejamos tendo exatamente o mesmosonho, na mesma hora todos os dias?Minha defesa diminua quanto mais ele insistia. Por mais absurda que a lgica dele fosse, eutinha que admitir, mesmo que s para mim, que Sam tinha um ponto. Se o hbrido tinhaachado acesso para nossos sonhos, tnhamos que descobrir como, e mais importante, o porque ela estava fazendo isso.- Voc est dizendo que ela um esprito guerreiro tambm?- Ela mais uma fonte, eu acho. Ela conjura espritos malvados do submundo e manipula aenergia deles. -Sam sabia a isca certa para me pegar.Eu estava quase comprando a historia, mas ainda estava desconfiado.- muito arriscado. Poderamos acabar ficando presos no mundo espiritual como Teha Aki. eu sabia que ele no mudaria de idia, mas no queria desistir to facilmente E se for uma

    armadilha? Ela poderia estar armando para cima de ns, para deixarmos nossos corpos paratrs e ela roub-los.-Estamos fazendo isso para proteger nosso povo, Jake. E, alm disso, a matilha ir vigiarnossos corpos o tempo inteiro.-timo, agora voc quer envolver a matilha tambm tentei rapidamente pensar em uma sada Emily sabe desse seu plano?A expresso de Sam mudou instantaneamente, me fazendo perceber o meu golpe baixo. Euquase podia ver a retaliao na sua cara, ento desviei seu olhar, me preparando para medefender se ele tentasse me atacar. O que ele decidisse fazer, eu encararia como um homem.Eu sabia melhor do que trazer Emily tona, a garota que Sam teve um imprinting. Ela era arazo pela qual Sam vivia, ento esperava que ele ficasse furioso sobre meu comentrio. Denovo, sua recentemente descoberta disciplina me assustou.Ele respirou fundo algumas vezes e ento falou num tom calmo .

    - Vou fazer isso com ou sem voc. Conte para os ancios se quiser, mas ainda farei, e vocno conseguir me deter.Eu sabia que ele estava srio. No havia sentido em procurar mais empecilhos. -Tudo bem,estou dentro. -pausei por um segundo, ento reconsiderei. -Mas preciso saber o que.Eu estava pronto para bombardear ele com mais questes quando uma fraca agitao nosarbustos nos forou a ficar em silencio. Sam e eu reagimos bruscamente, ento nos separamospara seguir em direo do barulho. Mas no momento que ficamos prximos aos arbustos, tudoestava perfeitamente imvel de novo.Olhei para Sam, e ele pressionou o dedo indicador em seus lbios. Enquanto ficvamos l,tentando no fazer nenhum som, eu captei um cheiro incomum. Eu podia dizer que pelo jeitono rosto de Sam ele tambm havia detectado, mas ele no disse nada sobre isso. Ao invsdisso,levantou sua palma aberta pedindo silncio.Antes que eu pudesse saber o que estava acontecendo, uma sbita exploso de imagens me

    atingiu de uma vez, com tal intensidade que fiquei tonto e tive que achar uma pedra prximapara me apoiar.

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    Sam correu para o meu lado assim que ele viu que eu estava prximo de perder a conscincia.Pare todos os seus pensamentos. Ele sussurrou em meu ouvido.Eu consegui falar em pedaos.-O que est aconte cendo comigo?-Ela est te atacando. No permita que voc pense e voc ficar bem.Mais fcil falar do que fazer. Eu podia entender o que ele estava dizendo, mas no conseguia

    mais reagir. Meu corpo tremia involuntariamente enquanto a praia parecia girar em crculos aomeu redor. Minha mente parecia um mar tempestuoso de pensamentos e emoes colidindouma contra a outra. Nunca tinha sentido uma coisa dessas na minha vida.-Jake olhe para mim. Sam pegou meu rosto e forou s minhas plpebras abrirem. Nopense, est me ouvindo? Bloqueie todos os seus pensamentos.Suas palavras vieram abafadas. Tudo desacelerou. Ele podia estar falando uma lnguadiferente e eu nem perceberia. Meus ouvidos zuniam com a onda de questes invadindo minhamente. Ela est aqui? Ela est nos espionando? Quanto ela ouviu do que a gente acabou defalar? Ela consegue ouvir nossos pensamentos?Eu estava fazendo o oposto do que Sam tinha dito para fazer. Eu estava pensando, e o maisque pensava, mais vulnervel ficava para seu ataque. Estava perdendo o controle de meuspensamentos, e talvez at minha vontade prpria.A voz de Sam parecia ter sumido. Tudo o que eu podia ouvir eram barulhos aleatrios e ecos.

    Me sentia escorregando rpido para o esquecimento. Isso deve ser um aperitivo do que aloucura parece- um esmagador sentimento de desamparo, muito parecido a um afogamento.-Pare de pensar! a voz de Sam comandou de novo.Tentei seguir seu aviso mas falhei miseravelmente todas as vezes. Se houvesse um modo deme fazer parar de pensar eu no sabia como fazer, ento parei de tentar e deixei as coisasirem. Antes de que eu percebera, uma sombra escura tomou conta de mim e desmaiei.A ultima coisa que vi antes de perder a conscincia foi uma alucinao. Tinha que ser, j quemeus olhos estavam fechados. Eu no estava acordado e tambm no estava dormido, entono podia ser um sonho. Pode ter sido uma viso, mas chamarei de alucinao, pois duroumenos de um segundo.Eu a vi. Tive um flash passageiro de minha atacante. Ela se mostrou para mim brevemente,como uma apario, como no sonho. Ela era a imagem vvida da morte, uma menina jovem,com quinze anos ou menos, com pele plida e cabelo preto brilhante.

    Ao redor de seu pescoo estava um talism que eu reconheci do sonho. Parecia uma relquiaantiga e tinha uma pedra clara e redonda no centro, uma pedra preciosa de origemdesconhecida. A pedra era de um marrom avermelhado e parecia perfeitamente polida.Brilhava como o sol. Meus olhos estavam presos nele como se fosse um im.Mas a garota desapareceu to rpido quanto apareceu, e ento tudo ficou escuro de novo.No tenho certeza de quanto tempo estive apagado, mas depois percebi que tinha sido pelomenos por uma hora. A primeira coisa que lembro de ter ouvido quando recuperei a minhasensibilidade foram muitos barulhos aleatrios, ali e aqui.Pouco antes de abrir meus olhos,senti uma presso inconfortvel, como algo apertando meubrao. Usando minha outra mo, alcancei para remover o que era, mas algum bateu nelalevemente para me impedir.-Jake, deixe. uma voz feminina familiar chamou prxima a mim.Imediatamente abri meus olhos para olhar para ela,e no consegui acreditar. Sentada prxima

    a mim, com um aparelho de medir presso em sua mo, estava Leah Clearwater.-Faz tempo que no te vejo! dei-lhe um abrao de urso assim que a vi.O aparelho desatou e escorregou do meu brao assim que eu a abracei, ento ela protestou eme empurrou ao lado, fingindo estar incomodada. Mas a conhecia muito bem. Havamoscrescido juntos, ento podia dizer que ela estava to feliz em me ver quanto eu em v-la.-Quando voc chegou aqui? sorri amplamente, me perguntando o que estava fazendo nacama do seu irmo Seth.-Noite passada. ela retribuiu meu sorriso, botando o aparelho ao redor de meu brao ecomeando a bombear ar dentro dele para apertar de novo.-Estou bem, Leah. realmente me sentia perfeitamente bem, talvez um pouco tonto, masdeixei ela conferir meus sinais vitais de qualquer jeito s para ela se sentir importante. Sempreuma boa coisa quando se lida com mulheres.-Sim, por isso que Seth quase teve que atirar um balde de gua fria em voc para te acordar.

    - No, ele no faria isso. Ele pensaria melhor.- Ento voc terminou a escola? eu perguntei, esquecendo que ela acabou a mais de um

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    ano.-Jake! ela reclamou assim que removeu o aparelho do meu brao.Depois de acabar o ensino mdio, Leah se mudou da casa da me dela para freqentar umaescola de enfermagem em Seattle. Lembro que no dia que ela partiu, ela disse ao bando quequeria sair de La Push por um tempo.Algumas de suas amigas do ensino mdio estavam se mudando para l tambm, ento elas

    conseguiram um incrvel apartamento juntas. Leah estava morrendo para abrir suas asas paravoar do ninho, ento ela tentou e foi aceita na escola de enfermagem, arrumou suas malas edeixou La Push sem olhar para trs.-Desculpe. Realmente quis te mandar um presente de formatura. Srio mesmo, juro. mentiem vo.Ela no acreditou em uma palavra do que eu disse, ento me bateu na cabea com o aparelho.- Sempre o mesmo mal mentiroso.- Ai!Ela estava pronta para me bater de novo mas me esquivei na hora certa, ento ela s riu e saiupara pegar um termmetro na sua mochila.- Ainda tenho que saber sua temperatura, ento abra sua boca e diga ah.- Mas, espere. eu repentinamente me lembrei.- Como cheguei aqui?Tive que perguntar at por que eu duvidava que Sam teria coragem para aparecer nessa casa.

    Fazem anos que ele terminou com Leah, mas o embarao entre eles provavelmente aindacontinuava, mesmo depois de tanto tempo.- Embry ajudou Sam a te carregar pra c. Leah explicou.- Embry estava aqui, tambm?Ela acenou dizendo que sim, virando quando eu disse o nome de Embry, mas ainda percebi obeicinho tmido que ela estava tentando esconder. Sempre suspeitei que Embry gostasse deLeah, mas nunca perguntei para evitar vergonha a ele. Me perguntei se ele finalmente tevecoragem de cham-la para sair agora que ela est de volta. Afinal, nenhum dos dois haviasofrido imprinting ainda.Leah levantou uma sobrancelha para mim, e seus olhos se estreitaram suspeitamente.-O que aconteceu hoje noite, Jake?Eu pausei, tentando lembrar. Ento consegui. A chupadora de sangue me atacou na praia.Pulei da cama assim que percebi que Sam tinha muitas coisas para explicar. Procurei

    freneticamente meu celular nos meus bolsos mas no consegui achar ele em lugar algum.- Aqui. Leah disse, me dando o telefone. Caiu do seu bolso quando eles te trouxeram.-Obrigado. chequei ele, mas testava apagado, ento o liguei, minhas mos sacudindonervosamente com antecipao. Ento percebi que havia ficado desmaiado por pelo menosuma hora.- O que est acontecendo, Jake? Leah perguntou, com um tom duvidoso em sua voz.Estava quase respondendo ela quando vi a mensagem de alerta na tela. Eu tinha trschamadas perdidas, todas da Bella. Bella era a me de Renesmee,e tambm minha futurasogra- se eu jogasse bem minhas cartas.- Bella tentou me ligar. Desculpe Leah, eu tenho q-V em frente e ligue para ela, ela me cortou no meio da frase. Mas, depois que vocterminar,vamos ter uma conversa sria.Eu concordei e movi meus ombros, no sabendo o que responder.

    Mas Leah no era do tipo que esquece as coisas.- Jacob Black, voc est escondendo algo de mim? me olhando nos olhos, ela parou naminha frente, um meio sorriso em seus lbios.Olhei para meu celular e acenei de novo, dessa vez caminhando pela porta.Esperanosamente ela perceberia a urgncia da situao.- Estarei esperando. ela iria me segurar ali, ento no tinha outra escolha que me prepararpara seu interrogatrio.Na varanda disquei o nmero de Sam primeiro, procurando achar um jeito de fugir dessepredicamento. Legal. No atende. Foi direto para o correio de voz, ento ele podia estarfalando no telefone ou ele o desligou durante a noite. Estava to estressado com ele, que iriadesligar sem deixar mensagem, mas mudei de idia.- Sam, falei com raiva.- Me ligue assim que voc receber isso. Tchau. eu percebi que seriamelhor deixar isso breve. Ele saberia do que eu estava falando.

    Maravilha. Agora aqui estava eu na casa de Sara Clearwater, sozinho e sob a piedade deLeah. Nem Seth estava em casa. Ele provavelmente saiu com Sam e Embry. Todos na reserva

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    Ela me encarou.- srio.- Tambm estou falando srio retruquei de volta Quando foi a ltima vez que voc setransformou?-No para isso que estamos aqui. ela continuou sua subida da trilha.Virei os olhos, seguindo-a relutantemente.

    - Voc est fazendo uma cena por nada, Leah. Eu desmaiei, provavelmente por exausto, masme sinto bem agora.Mas no convenci nem a mim mesmo com o que acabei de dizer. Quanto mais eu tentavaacobertar o incidente, mais a irritava.Continuamos a avanar fundo floresta a dentro saindo da trilha,at que chegamos em umarea densa com rvores cheias de musgo. Leah ficou em silncio o tempo todo, suassobrancelhas franzidas como se estivesse ponderando algo.Depois de uns trs quilmetros fora da estrada, Leah finalmente jogou a bomba em mim.Jake, ela comeou num tom solene.- Voc devia estar feliz por ainda estar vivo. E melhor voc no dizer que estou exagerando.Essa me pegou bem fora de guarda.- O que voc est dizendo?- Voc sobreviveu a um ataque psquico gigantesco essa noite.

    Ainda desconcertado pelo o que ela falou, perguntei.-Ento Sam te contou tudo?- No tudo, mas estou familiarizada com os sintomas de ataques psquicos ela tentou soarconfiante, mas agora a mesa tinha virado e ela que estava sob interrogatrio.- Ento foi isso que me apagou? Um ataque psquico?- Sim ela respondeu -O hbrido usou seus prprios pensamentos contra voc.Suspirei com frustrao.- E o que isso tem haver com nossa transformao?Um riso sarcstico escapou dos lbios dela.- No bvio, Jake? O que voc acha que teria acontecido se ela te atacasse enquanto todosns fossemos lobisomens?Leah estava certa, claro. O ataque teria nos abatido a todos de uma vez. Pelo menos as coisascomearam a fazer sentido. A sanguessuga queria derrubar o bando todo, por isso infiltrou-se

    na mente dos Alfas.- Ok, entendi agora declarei. Sem transformao.- Ok Leah concordou, soando aliviada.No entanto eu ainda no estava satisfeito. Fiquei com a impresso de que Leah tinha algo maisna manga, ento decidi coloc-la contra a parede at ela comear a falar.- Mas porque tivemos que vir por todo esse caminho at aqui ento?Leah checou o relgio e estava prestes a abrir a boca para responder, quando uma vozmasculina chamou na distncia.- Eu pedia a ela que viesse.Reconhecendo a voz de Sam, girei para ter certeza de que no estava ouvindo coisas. Aapenas alguns metros de ns, Sam, Embry e Seth emergiram de debaixo das rvores, cada umsegurando uma tocha acesa.- O que vocs esto fazendo aqui caras? eu no tinha certeza se devia estar bravo ou

    agradecido pelo encontro surpresa que planejaram sem meu consentimento.- Tem algum que voc precisa conhecer -Sam anunciou, ento virando-se para Leah ele disse Mostre o caminho ele acendeu mais duas tochas e nos entregou. Depois ele nos pediu parasegui-la.- Ei, espera um segundo. Onde estamos indo? Se queriam que eu seguisse, teriam que medizer o que estava acontecendo primeiro -E qual a das tochas, cara?Sam checou o relgio.- No temos muito tempo. Podemos falar ao longo do caminho?- Vamos indo Leah ordenou ainda temos um bocado a caminhar at l.- L onde?- insisti.- A Casa do Eremita dos Olhos Vendados Seth respondeu e me deu um cutuco para mejuntar a eles.Vamos Jake,vamos te contar tudo.Fui adiante e os segui, ainda meio sptico.

    -Quem esse?Leah parecia ser a mais bem informada.

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    - um monge da Espanha. Ele veio da Europa centenas de anos atrs para escapar de umasentena de morte.- Por favor, no me diga que outra sanguessuga suspirei.- Ele um alquimista Seth explicou Leah e eu costumvamos vir aqui para espi-lo quandoramos pequenos.Notando que Embry estava muito quieto, tentei descobrir se ele tambm estava nisso.

    -Voc sabia do monge tambm?Embry sacudiu a cabea e acelerou o passo para ficar ao lado de Leah.- S o que Leah me disse.Leah olhou de relance com um meio sorriso para ele.- Embry veio conosco uma vez, mas o eremita no estava em casa naquele dia.Quanto a mim, eu no podia aguentar mais de curiosidade.- Mas por que a urgncia de ir at l?- A venda Sam respondeu -Ele a fez para proteg-lo de ataques psquicos.- Ah, entendi retruquei, rindo baixinho- Ento ele vai nos entreg-la se pedirmos com jeitinho?Minha observao deve ter cutucado o Sam, porque ele agarrou a chance de se acertar comigona hora.-Voc que trouxe todos ns pra essa baguna em primeiro lugar, ento sua responsabilidade.Voc que descubra.

    -Ento estamos brincando de quem o culpado agora, ? Como de repente sou responsvelpor tudo?- Voc sempre foi o responsvel Embry balbuciou.Sempre to leal a mim, Seth protestou entre os dentes.-Embry e o cutucou usando o cotovelo com fora.Leah agarrou o brao do irmo, puxando-o para ela.- Fique fora disso, Seth.Sam deu uma olhada feroz para Embry e Seth, ento olhou de cara feia para mim. Acorda,irmo. Voc o elo entre vampiros e lobisomens ele pausou, permitindo que os msculos desua face relaxassem, ento colocou a mo no meu ombro como se estivesse me dando ospsames Jake, voc o alvo.Tirando a mo dele, dei uma parada brusca.- Deixe os Cullens fora disso. Eles no tm nada com isso!

    Seth estava prestes a falar, mas Leah foi mais rpida.- Sam, no temos certeza disso ainda.- Voc que me disse sobre a ligao de Bella Sam disse a Leah.Mordendo a isca de Sam, eu a ataquei. Voc estava me escutando escondida?-No, Jake Leah confessou, sacudindo a cabea nervosamente S disse a ele que ela teligou. S issoMas no queria as desculpas dela. Senti-me trado.-Por que voc faria isso?Embry ficou na frente de Leah em um gesto protetor.- Pre de gritar com ela, Jake. Ela s est tentando ajudar.Apenas nessa hora Sam levantou a voz e gritou.- Ok, j chega! Todos calem a boca! ele esperou at ter nossa ateno e continuou.- Estamos dando sanguessuga exatamente o que ela quer, no vem? Aposto que ela est

    deliciada em nos ouvir batendo boca assim. Precisamos ficar juntos.Sentindo como derrotado, abaixei a cabea em vergonha e fiquei em silncio. Talvez Samestivesse certo sobre a ligao de Bella. Talvez os Cullens estivessem conectados nessequebra-cabea de alguma forma.Leah colocou o brao ao redor das minhas costas gentilmente, encorajando-me a segui-la.- Por favor, confie em mim Jake. Precisamos daquela venda para proteger o bando.Meu corao me disse que Leah queria o bem, ento decidi confiar nela e ir conforme o plano.T bem, vamos com isso. S me diga mais uma coisa.- Manda ela disse, j dando passos largos. -Mas precisamos continuar. No temos muitotempo.Fui depressa para alcan-la.-Como que vou enxergar com uma venda?- No uma venda comum, Jake ela declarou confiantemente Veja o eremita por exemplo.

    Ele cego, mas quando a utiliza pode ver tudo.Sam completou.

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    -Eles dizem que abre os olhos da alma e o deixa ver coisas que os olhos humanos no podemperceber.Acenando em concordncia, Leah continuou.- como ajuda a desviar ataques psquicos. Deixa que voc os veja antes que te atinja.Por mais impossvel que a histria soasse, parecia ser nossa nica esperana para nosdefender dos ataques do hbrido. E, s por essa razo, decidi que valia a pena tentar. No

    havia nada que eu quisesse mais agora do que agarrar a sanguessuga de uma vez por todas.Um cobertor de nvoa desceu sobre a floresta enquanto aproximvamos da casa do eremita.Olocal no era nem uma casa como eu imaginava. Eram os restos abandonados de um velhoprdio de pedra, cinza e dilapidado com uma camada grossa de musgo por cima de tudo.Leah e Seth estavam certos. O eremita era mesmo um alquimista. Seu laboratrio, se podia serchamado assim, estava bem a vista, s escondido parcialmente por uma parede quebrada.Tinha todo tipo de garrafas de vidro empoeiradas em cima de uma mesa de madeira. Seriainteressante saber qual continha o elixir da vida que o manteve vivo por sculos.Sam checou a tocha de todos para ter certeza que estavam acesas. Depois, explicou suaestratgia para cercar o local.- Embry, voc fica com o lado leste das runas, e Seth, voc fica com o oeste. Leah guardar olado norte e eu ficarei com a entrada da frente.Ainda quando Seth e Embry foram tomar suas posies, Leah no se moveu.

    Ela ficou atrs de mim para me dar um aviso.- O que quer que faa, mantenha a tocha queimando. Ele no poder te ver enquanto tiver fogopor perto.Acenei com visvel impacincia.-Ok. Aqui vamos ns.- Inalei profundamente e corri at as runas.Conforme me aproximava do que restava da entrada da frente, senti calafrios at minhaespinha. No estou com medo, pensei comigo mesmo. Ele s um homem velho e fraco. Sum homem velho e fraco. Fiquei repetindo em minha cabea como um mantra at que alcanceio local onde ele dormia.O primeiro olhar sobre ele encheu-me de culpa. Como ele deve ser infeliz, to s nessa florestafria e mida sem ningum para conversar. No podia imaginar que crime terrvel ele deveria tercometido para merecer a sentena de morte. Ele parecia to inofensivo, deitado l no chorachado, usando uma tnica com capuz em farrapos. Perguntei-me porque ele quereria

    continuar vivendo essa vida solitria por sculos sem fim.Fiquei l imvel, apenas observando-o e me sentindo extremamente acabado. Quem era eupara privar algum de sua nica defesa? Tinha de haver outra maneira.Afinal, Sam tinha sugerido a possibilidade da viagem em esprito, ento podamos fazer isso.Claro, era arriscado, mas era muito melhor do que roubar de um pobre e velho homem, sendoalquimista ou no.Tinha acabado de me convencer de voltar pra fora com as mos vazias, quando uma sbitarajada de vento soprou violentamente em minha direo, quase apagando a tocha. Num atodesesperado de manter a chama acesa, fiquei de costas para o vento, mas falhei em ver umtubo metlico saindo do cho bem atrs de mim.Enquanto eu girava os ps, acidentalmente tropecei no cano e ca de bunda no cho. Fiz umbarulho to alto que quando ca acordei o eremita.Com toda a baguna, no notei que uma pilha de folhas secas perto de mim tinha encostado

    na tocha. As chamas se espalharam em segundos e o eremita comeou a gritar em terror,chacoalhando os braos selvagemente no ar. Era claro que ele no podia ver, mas tinhacerteza de que ele podia sentir o calor e cheirar a fumaa.- Jake, a venda! Leah gritou.Agindo por impulso, arranquei a venda do eremita.O que vi quando descobri seus olhos me deuum choque para a vida toda. Balanou a fundao de tudo que me era sagrado.Remorso nem comea a descrever como me senti quando olhei aquele rosto. A rea abaixo datesta e ao redor dos olhos era completamente desfigurada por cicatrizes. Haviam tantas delas,que pareciam galhos de rvores entrelaados. Eu mal podia ver o que restava de seus olhosatravs do tecido das cicatrizes. Ele no tinha pupilas, apenas um filme branco acinzentadocobrindo a parte da frente dos olhos.Era uma viso medonha, revoltante de observar, e ainda assim no podia desviar o olhar.Antes que soubesse, Sam e os rapazes me carregavam para longe do fogo crescente.

    Enquanto nos afastvamos, ainda podia ouvir o eremita gritando com todo o ar de seuspulmes.

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    Havamos atravessados alguns metros, quando parei aterrorizado.- O que voc pensa que est fazendo? Sam reclamou.- No podemos deix-lo l sozinho No esperei por uma resposta.Dando a volta, voltei para as runas e encontrei o eremita.Ele estava prestes a entrar emcolapso por inalar a fumaa quando o agarrei, ento o levantei e joguei por cima dos meusombros,e o carreguei para fora em segurana.

    - Meus livros! Por favor, salve meus livros! ele implorava com um sotaque espanhol forte.No momento em que o coloquei no cho, Seth e Leah sentaram-se ao lado dele. EnquantoLeah checava seu pulso, Seth oferecia gua de uma garrafa para parar a tosse.- Ele vai ficar bem Jake, no se preocupe Leah assegurou enquanto lia minha expressopreocupada. Mas Sam no estava to contente. Precisamos sair daqui agora.Eu olhei de modo desacreditado para ele, ento corri de volta para as runas e tentei apagar ofogo. Felizmente, o eremita tinha tanto lixo por l, que no tive que procurar muito. Assim queachei um cobertor, usei para diminuir as chamas.Foi quando percebi que no estava s. Sam e Embry decidiram me ajudar no final dascontas.Juntos, apagamos o fogo bem rpido e conseguimos salvar quase todos os livros doeremita.Quando samos das runas, o sol j comeava a sair. Uma paz imensa caiu sobre mim quandovi Leah e Seth conversando com o eremita como se ele fosse um velho amigo. Tnhamos

    achado um aliado. E no qualquer aliado, mas um alquimista acima de tudo.Minha alegria cresceu ainda mais quando Leah anunciou que o eremita havia aceitado seuconvite para a festa de Nessie. Foi ento que me lembrei que ainda estava com sua venda,ento ajoelhei em frente a ele e a amarrei ao redor de seus olhos. O momento em que umsorriso iluminou seu rosto, soube que ele podia me ver.Sorri de volta, mas ento lembrei do que havia feito e me senti pssimo.- Por favor me perdoe. Eu estava tentando ajudar meu povo- Sua amiga,Leah, me explicou tudo, filho. Seu arrependimento te absolveu.Eu me curvei em gratitude e tomei sua mo para ajud-lo.- Ok, garotos Leah nos chamou Temos uma festa para preparar. Os Cullens chegaro emLa Push hoje a tarde. Temos que ter aqueles fogos de artifcio no ponto.

    Captulo 2 A Festa de Renesmee

    Uma mirade de luzes coloridas explodiu no cu acima de La Push quando os fogos de artifciocomearam. Excitao encheu o ar todo em nossa volta. A praia estava cheia com recm-chegados, muitos deles carregando cmeras para tirar fotos do espetculo iluminando o cu danoite. Alm do povo Quileute, muitos turistas de pases do mundo inteiro e visitantes de outrosestados tambm viriam para se juntar celebrao todo vero.Todo mundo se reuniu em grupos em volta das fogueiras, onde os ancies Quileute faziamperformances de danas tradicionais e cantavam mantras antigos para a terra. A minha partefavorita era o sagrado rufo do tambor. Velho Quil Ateara disse que isso tinha o propsito de pros bailarinos em um transe para que eles pudessem receber vises dos antepassados.Velho Quil Ateara era o ancio que tinha vivido mais tempo entre a nossa gente, ento todosns tnhamos por ele uma grande reverncia. Ele era um homem velho sbio,com muitossegredos. Na verdade, a maior parte do que Sam sabia sobre o oculto conhecimento Quileutetinha vindo do Velho Quil.Eu no sabia muito sobre essas verdades secretas, porque eu ainda era considerado indignode confiana. Ainda tinha que me provar como um alfa verdadeiro aos olhos dos ancies queguardavam esse conhecimento. Mas podia dizer que o que quer que eles soubessem lhesdavam grande poder para ganhar os sentimentos das pessoas em sua volta.Eles pareciam estar rodeados de um campo de eletricidade que, somente olhando suassilhuetas se movendo em crculos em volta do fogo, voc era imediatamente atrado.O som mgico do rufo do tambor sagrado afetava todo mundo l. Funcionava em qualquer umque viesse para perto dos que o tocavam, no apenas nos Quileutes. No importa qual a corde sua pele ou sua cultura, todo mundo que nos visitava caa no feitio quase imediatamente.Parecia com uma lngua universal que unia a todos ns. Algumas pessoas ririam, outroschorariam, enquanto os outros apenas olhariam como se estivessem assistindo a um show de

    aberraes.A prtica tinha sido passada de gerao para gerao desde que os Espritos Guerreirostinham visto o que estava alm do mundo dos vivos. onde eles aprenderam todos os

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    segredos que hoje chamamos de o Oculto Conhecimento Quileute.Verifiquei meu celular para ver se Bella tinha ligado, mas no tinha. Senti a inquietude seacumulando na boca do meu estmago, ento me esforcei para aproveitar os fogos de artifcio,mas no podia tirar a nossa ltima conversa da minha cabea, especialmente depois do ataquepsquico que eu tinha sofrido.Afinal, sabia que Edward poderia ler os meus pensamentos, mas apenas se ele

    especificamente fizesse questo para sintonizar neles. Ele poderia ter estado sintonizado aospensamentos de outra pessoa na hora que aconteceu, e, se ele esteve, ento ele teria perdidotudo.E ainda assim no podia evitar de me perguntar porque Bella tinha me ligado trs vezes emuma hora, e no apenas em um tempo qualquer, mas precisamente durante a hora que eutinha estado inconsciente.Olhei em volta de mim e vi Leah e Embry em algum lugar na multido, danando. Eles noestavam nem se tocando, mas eu podia dizer pelo modo que se olhavam nos olhos um dooutro que talvez eles estivessem apaixonados.O que eu, de todas as pessoas, sabia sobre o amor? Com certeza no podia negar que eunormalmente conseguia uma quantidade decente de ateno feminina, mas meus sentimentospor Nessie sempre me retinham. Eu era destinado a permanecer virgem, pelo menos at queNessie fosse velha o suficiente para ficar comigo.

    Era confuso pensar em Nessie desse modo, sabendo que ela completava apenas cinco anosesse ano. Em anos humanos, ela tinha cinco, mas em anos de vampiro, ela j era umaadolescente totalmente desenvolvida, curvas e tudo.Me sentia em conflito, para dizer o mnimo, e por essa razo, minha amizade com Bella tinhase tornado mais forte no momento que Nessie nasceu. De alguma forma senti que apenasBella entendia como me sentia sobre sua filha.Edward tinha sido bastante sossegado com isso tambm, mas ele e eu nunca poderamos seramigos prximos.Afinal, Bella e eu tnhamos nos beijado uma vez h muito tempo, quando eu era estpidobastante para pensar que era apaixonado por ela. No pude ter estado mais errado todo essetempo. Bella era a esposa de Edward, e sempre seria. Quanto a mim, eu era destinado paraestar com Nessie um dia.Ainda assim, no podia evitar de sentir que cada vez que estava perto de Bella, era uma

    situao constrangedora para Edward ter de aceitar.No podia me queixar de Edward. A atitude dele em direo a mim tinha ido do dio aorespeito, e at talvez um pouco de lealdade, por ter ficado ao lado de sua famlia contra osVolturi.Sempre cavalheiro, Edward sempre foi muito educado e amistoso comigo desde ento. Mashavia muitas vezes um tom realmente sutil de animosidade que os olhos deixavam escaparquando eu estava em qualquer lugar perto de sua esposa.Isso provavelmente parte da razo porque os Cullens se tinham mudado para o Canad.Bella nunca admitiu, mas algo me disse que ela era bem consciente dessa preocupaocorroendo a fachada de mrmore fria de seu marido.Eu mesmo nunca ousei trazer isso tona tambm. Imaginei que era sortudo o suficiente porser permitido visitar Nessie uma vez por ms at que o tempo para estar com ela para semprechegasse.

    A minha consolao cada vez que o desejo batia em mim com fora era ligar para Bella edescobrir como Nessie estava. s vezes Bella deixaria Nessie vir ao telefone, mas nem pertodas muitas vezes como eu esperava, sobretudo quando Edward estava em casa.Edward tinha aceitado o fato que eu tinha sofrido um imprint com filha dele, pelo menos atcerto ponto, mas ele tinha estabelecido limitaes na nossa amizade. Algo sobre ele querendodeixar Nessie ter uma infncia normal antes que ela despertasse para as tentaes do amorromntico.Tanto faz. Ele era o pai. Eu tinha de obedecer a suas regras no importa o quanto doa estarlonge dela. Enquanto eu cavava meus ps descalos na areia, a inquietude veio gritando pelasminhas entranhas de novo. E, apenas segundos depois, percebi que tinha sido umapremonio.Meu celular vibrou dentro do meu bolso, enviando um frio sbito de cima para baixo na minhaespinha. Era uma curta mensagem de texto de Bella. Estamos aqui, ela dizia.

    Apenas tive tempo o bastante para terminar de ler quando os vi. Parecendo perfeitamenteesculpidos e pintados como esculturas, os Cullens fizeram sua grande entrada.

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    O meu batimento cardaco acelerou no momento que os meus olhos encontraram Nessie. Aaniversariante estava aqui, e a festa apenas tinha acabado de comear.Antes de ver Nessie pela primeira vez, eu pensava que toda essa idia de imprinting fosse ummito estpido, uma epidemia irritante que havia infectado quase metade dos caras do bando.Mal sabia eu no momento que tambm seria sugado por esse furaco. Agora eu entendiaporque Quil, neto do Velho Quil Ateara, no namorava nunca. Como eu, Quil havia sofrido

    imprinting com uma garotinha e agora estava preso tendo que esperar at ela crescer.Claire, a garota com quem Quil teve a impresso, tinha oito anos de idade, quase nove. Ela erasobrinha de Emily, e Quil estava nas nuvens por ela, s que como um irmo mais velho, pelomenos por agora.Claro que a situao dele era bem diferente da minha. Claire era completamente humana,ento, sem confuso a. Ela realmente aparentava a idade que tinha, e ainda era muitoinocente para perceber o que a adorao de Quil ultimamente significava. Como resultado, Quilachou fcil ficar perto dela sem potencialmente ofender os pais dela.Queria poder dizer o mesmo sobre Nessie e eu. Estar perto dela era um grande alvio de certaforma, tambm me enchia de culpa e me fazia sentir como um completo anormal.Eu podia ver nos olhos dela que ela tambm estava atrada por mim. Mas, ao invs de facilitarpara mim, saber da atrao dela me fazia sentir dividido entre duas foras opostas, eigualmente fortes. Simplesmente no sabia como me comportar perto dela, ainda mais quando

    Edward estava prximo.Desespero silencioso era a melhor forma de exemplificar. Com minhas mos suando, deialguns passos na direo deles. Evitei o olhar examinador de Edward. Eu sabia que ele estavaintencionalmente focado em ler cada pensamento meu, ento fiz um grande esforo parapensar em batata frita, ou algo bobo assim.Sabendo que minha estratgia o aborreceria imensamente, segurei uma risada e tentei pensarsobre coisas ainda mais absurdas, como uma rvore de Natal falante ou um gato louco,correndo em crculos, tentando morder o prprio rabo.Jasper e Emmett, os dois irmos vampiros de Edward, deram um passo a frente de formaprotetora e pararam imveis, um de cada lado de Edward. Juntos, os trs lanaram olhares deaviso para mim, me encarando como se estivessem dispostos a acabar comigo se eu passassedos limites.Voc no tem com o que se preocupar, pensei, conscientemente projetando meus

    pensamentos em suas mentes, e bem ciente de que Jasper captaria minhas emoes etemperamentos com exata preciso. Ela apenas uma criana para mim.Eu posso no ser vidente em minha forma humana, mas, tem uma coisa que me tornei muitobom desde que comecei a lidar de perto com os Cullens. Me tornei um especialista em ler sualinguagem corporal.No importa quo sem expresso ou inflexvel eles podem parecer aos outros, eu ainda podiaperceber como eles se sentiam com relao a mim. No confiavam em mim. Isso era claro,mas eu no ousaria confront-los, pelo bem de Nessie.O primeiro a falar foi o Dr. Carlisle Cullen, pai adotivo deles e lder do cl. Ol, Jacob, eledisse com um sorriso que pareceu sincero.De todos os homens na famlia, o que sabia como quebrar o gelo nas situaes maisconstrangedoras era Carlisle. Dando um passo a frente de seus garotos, ele apertou minhamo, um largo sorriso em seu rosto o tempo todo. Ele realmente parecia feliz em me ver.

    Eu no poderia descrever quo aliviado me senti ao descobrir que Carlisle no me achava umaameaa. Honestamente queria me dar bem com eles, de verdade. Tudo por Nessie. Meucompromisso para com ela era to real para mim que queria que ela fosse feliz a qualquercusto.Como eu suspeitava, a prxima a se aproximar de mim foi Alice, irm de Edward. De acordocom as lendas Quileutes, cada vampiro supostamente tem um super poder. O seu era aclarividncia. Ela frequentemente tinha vises do futuro. Sempre a mais alegre das mulheresCullen, Alice era tambm a mais faladeira. Oi, Jake, onde esto seus sapatos? ela perguntoucom sua habitual voz de fada.Depois que Alice me deu um abrao, Bella e Nessie vieram em minha direo. Eu desejei tantopoder abrir meus braos e abraar a ambas, mas, ao invs disso, me controlei e permaneciparado, tentando mostrar a Edward que no tinha inteno de desrespeitar sua famlia.Contudo, enquanto Bella lia meu gesto claramente, e limitou sua saudao a um aceno e uma

    piscadela, Nessie no podia se importar menos com o que sua famlia pensava. Parecendouma deusa em um vestido de vero, ela se jogou em meus braos e se apertou contra mim.

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    Eu imediatamente me afastei, o desespero quieto prestes a explodir em meu peito. A meusolhos, a beleza de Renesmee era sobrenatural, mas estes pensamentos eram proibidos paramim. Pense em batatas, pense em batatas, repeti para mim mesmo, tentando ignorar Jasper eEmmett, que estavam com dificuldade em manter a cara sria enquanto me observavam. Ah,bom, era melhor faz-los rir que lutar com eles, raciocinei.Foi horrvel decepcionar Nessie. A ltima coisa que queria era magoar seus sentimentos, mas

    com Edward l, eu estava andando em gelo fino. Meu nico consolo era a lealdade de Bellacomigo. Em algum lugar dentro de mim, eu confiava que ela me ajudaria.Esme, esposa de Carlisle, deve ter notado como eu estava me sentindo podre por me afastardo abrao de Nessie, porque ela veio at mim e descansou sua mo em meu ombro.- muito bom v-lo, Jake. Seus olhos cintilando afeio maternal, ela sorriu para mim elevemente beijou minha testa.A nica que mantinha distncia era Rosalie, a outra irm de Edward, que permanecia no fundo,o tempo todo me dando o mesmo olhar de aviso que seus irmos. Mesmo ela no sendoexatamente a minha pessoa favorita, Rosalie amava e protegia Nessie como se ela fosse suaprpria filha. S por isso, ela tinha meu respeito. Ela era uma tia dedicada, ento, toda vez quesentia tentao de odi-la, eu tentava v-la pelos olhos de Nessie.Eu preferia cham-la de Loira do que Rosalie. Ela era bem difcil. Ouso dizer que ela amavaNessie tanto quando ela no gostava de mim. Eu podia ver que ela odiava a idia de Nessie

    namorar comigo algum dia, mesmo que nunca tenha dito uma palavra sobre isso.No que falasse comigo de qualquer forma. Na maior parte do tempo, quando ela no estavame encarando como adagas, ela fingia que eu nem estava l. O bom disso que era mais fcilde toler-la quando ela me ignorava, porque eu podia apenas ignor-la de volta.Hoje a noite, ela decidiu me notar, mas s para me lembrar do quanto ela me desaprovava.Enquanto tentava me libertar do seu olhar travado comigo, notei que Nessie foi ficar ao ladodela.Por um segundo, as duas me olharam, e pensei ter visto ressentimento nos olhos de Nessie.Infelizmente, conhecia aquele olhar muito bem, tendo crescido com duas irms. Ou eu estavasendo muito paranico, ou a Loira esteve fazendo lavagem cerebral em Nessie para afast-lade mim.Afinal, eu que tive sofri um imprinting com Nessie, e no o contrrio. Quando um lobisomemtem um imprinting com algum, ele ser completamente comprometido essa pessoa

    enquanto ele viver.Porm, no era sempre o mesmo para a outra pessoa. Imprinting no podia tirar o livre arbtriode ningum. Nessie sempre teria uma escolha, e a Loira sabia muito bem disso.Eu nem queria imaginar o que seria de mim se Nessie escolhesse outra pessoa quando a horachegasse. Esse pensamento era doloroso demais para considerar, ento eu apenas o afasteipara continuar so.S ento, ouvi a voz de Leah chamando atrs de mim.-Alice!-Oi, Leah! Alice respondeu com a mesma animao.Duas garotas que deveriam ser inimigas naturais Alice por ser vampira e Leah por serlobisomem tinham na verdade se tornado grandes amigas nos ltimos anos.Olhei por cima do meu ombro e vi Seth e Leah se aproximando. Seth sempre foi amigvel comos Cullen, mas tinha demorado um pouco de tempo para Leah se aproximar deles. Isso at que

    Alice conseguiu de alguma forma deix-la animada com planejar festas. Da em diante, aatitude de Leah com os Cullens mudou para sempre.- Bem-vinda novamente. Leah saudou Alice com um abrao, e ento foi abraar o resto dafamlia.Seth tambm estava muito animado em v-los, mas isso no era novidade. Todos gostavam deSeth, e o bando o apelidou de Pomba Branca, por ser o nico pacifista entre ns.- Vamos, pessoal,- Seth disse, os ancies esto esperando.Meu pai Billy e o Velho Quil convidaram Carlisle e Esme para sentar perto deles na cabea docirculo. Sam e o Heremita Vendado tambm foram chamados a se sentarem perto dos anciesjunto com o pai de Bella, Charlie, e Sue Clearwater, me de Seth e Leah.De acordo com as tradies Quileute, era uma grande honra sentar prximo aos ancies, eapenas os que haviam conquistado uma posio de liderana eram convidados a se juntar.Eu, tambm, algum dia, seria reconhecido como um lder, mas, nesse momento, eu no tinha

    muita certeza se queria a responsabilidade.Junto com o restante dos Cullen, sentei com Seth, Embry e a namorada de Sam, Emily.

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    Formamos um circulo ao redor da fogueira, enquanto os outros garotos do bando, Paul, Quil eJared estavam em algum lugar na multido, assistindo os fogos de artifcio com suas garotas.Edward sentou ao lado de Bella, as costas dele encostadas contra uma pedra, enquanto Bellacontemplava silenciosamente as chamas danando a sua frente. Enquanto a madeiraqueimando crepitava, e a fumaa levantava em direo ao cu, os olhos de Bella pareciam semovere junto com as pequenas centelhas que voavam em todas as direes.

    Eu podia dizer que algo a estava incomodando. Ela no precisava me dizer. Tinha certeza deque tinha haver com a ligao dela. Outra coisa que estava me preocupando era o tom de suapele. Parecia to plido que era quase cinza. Deveria ser normal para um vampiro, masnenhuma das outras mulheres Cullen parecia to cadavrica e doente quanto Bella.Com todo mundo meio pra baixo, ningum dizia muita coisa, exceto Leah e Alice quecontinuavam a falar e falar de designers de moda em Seattle.-Falando em Seattle, Leah anunciou de repente, voc devia ver o que eu trouxe de l paravoc, Nessie.Abrindo seus olhos amplamente, Nessie se levantou num salto da cadeira de jardim ondeestava descansando e bateu as mos de excitao.- Quero ver. Onde est?- Na casa da minha me, Leah respondeu.- Mame, -Nessie disse para Bella, -posso ir at a casa da Sue, por favor?

    Antes que Bella pudesse responder, Alice cantarolou.- Eu vou com elas.- Eu tambm,- Rosalie adicionou.Bella trocou olhares com Edward, provavelmente projetando seus pensamentos na mente dele.Edward moveu seus ombros e acenou indiferente.- Claro, no vejo por que no.Enquanto as quatro garotas deixavam o crculo, me veio a idia de que Seth deveria ir comelas apenas para estar seguro.- Seth eu murmurei.- Huh?Lhe dei um aceno.- V com sua irm.-Deus, Jake, Leah sabe como se cuidar.

    - Sim, mas todos esto na praia no momento e j est escuro. V com elas, Seth.- Voc me deve uma. -Chutando um pouco de areia pro meu lado, Seth levantou e foi atrs dasmeninas.Essa era a oportunidade perfeita para que eu conversasse com Bella, mas primeiro teria quepassar por Edward. Inventei uma desculpa para chamar a ateno de Edward no exatomomento que estava tirando um grande pedao do meu bife.- Edward.- Sim? Ele perguntou, olhando para o sangue pingando da minha carne mal-passada.- Com fome? Mordi outro pedao suculento e ofereci a ele um pedao, mesmo sabendo muitobem que vampiros nunca comem.Ele balanou sua mo e disse,- No, obrigado, ento sorriu, como se eu tivesse acabado de falar algo engraado.- Ento, Edward, comecei casualmente, Bella me disse que vocs dois tem aprendido

    dana de salo.Caindo exatamente na minha, Edward sorriu orgulhoso e se gabou,- Estou levando ela para Argentina no vero para aprender tango. No , meu amor? Ele malolhou para ela enquanto dizia isso.-Pensei que voc havia dito Brasil primeiro, Bella respondeu.Nesse momento pulei na chance.- Voc no importaria se ela me ensinasse alguns passos. Se importaria,Edward?Edward sorriu completamente confidente, nem sequer um pingo de cimes em seus olhos.- Nem um pouco. Mostre ele o que voc tem, amor- ele disse Bella enquanto beijava suamo.Ofereci minha mo para ajud-la a se levantar, mas antes que eu soubesse, ela j estavaparada ao meu lado.- Certeza que voc quer fazer isso? ela perguntou com um sorriso confiante como se

    estivesse a ponto de arrasar.-Positivo. A tomei em meus braos, e de repente ela comeou a mostrar alguns passos de

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    dana de salo impressionantes.Bella como vampira era bem diferente da atrapalhada garota humana que antes se mudou paraForks, antes que se formasse na secundria.Antes que Edward a mudasse.Como vampira, ela agora se movia com grande preciso e elegncia. Ela se tornou bemexigente com seu cabelo, maquiagem, sapatos e roupas. Em seu prprio jeito imortal, ela

    parecia uma super modelo.- Voc disse que precisava falar comigo, a lembrei.- Primeiro, quero que voc saiba que j tomei conta de tudo, ok?Ok era o oposto do que ela estava falando, mas entrei na dela.- Ok.Ela engoliu em seco e me olhou.- Edward quer mandar Nessie para a Europa.As notcias me acertaram to forte que congelei por alguns segundos.- Europa. Repeti sem pensar.- Paris, -Bella adicionou.- O que diabos est em Paris? Minha raiva explodiu de mim sem aviso. Eu estava perdendo acabea.- A Oculta Escola de Vampiros.

    Eu sabia que no tinha ouvido mal. Meu super sentido de audio nunca tinha me falhado,mesmo em forma humana.- Jesus, respirei, balanando minha cabea. Odeio te perguntar isso, Bells, mas o Edwardpirou total?- Ele diz que ela estar a salvo l.- A salvo de que?- Dos Volturi, foi sua resposta. Ela no estava brincando.- Por que ele est to paranico? E ento acordei. -Bella, -Eu disse,segurando seu olhar. Tem alguma coisa acontecendo que voc no est me contando?Ela balanou a cabea.- No estou tentando esconder nada de voc. Estou te dizendo tudo.Eu sabia que ela estava sendo honesta, mas ainda tinha de test-la.- E voc est falando que tem tudo sob controle?

    - No preciso de sua ajuda, se isso que est tentando me dizer. timo, agora ela est nadefensiva.- Os Volturi j fizeram algo? Tinha de perguntar.- No. E ento ela adicionou. -Ainda no.- Ainda no? eu disse chocado.- Voc quer a verdade, estou te falando a verdade. Eles ainda no fizeram movimento.- Ento porque Edward est com tanto medo por Nessie?Seus olhos lacrimejaram um pouco. Um sofrimento de me nos olhos de Bella que eu nuncahavia visto antes.- Ela no tem autocontrole.No queria trazer o assunto tona, mas no conseguia lutar contra a vontade de perguntar.- Ela j matou humanos?Bella evitou meus olhos.

    - Jake.Peguei ela pelos ombros.- Responda minha pergunta.Ela balanou a cabea, ento explodiu.- No sei ainda, ok?- Mas voc suspeita que ela tenha, no ?Ela finalmente soltou.-Edward suspeita.Agora era eu quem estava engolindo seco. Com certeza no vi isso chegando. Fechei meuspunhos.- Ele est enganado.-No sabemos nada ainda com certeza Bella insistiu.- Ela sua filha, voc deveria acreditar nela. eu estava to perdido, no sabia nem o que eu

    estava dizendo.- Jake, isso tudo o que tento fazer, mas

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    - Voc me pediu pra me afastar dela. Foi voc quem me convenceu a esperar at ela ficar maisvelha. -Eu mesmo no entendi porque a estava punindo daquele jeito. Ela s estava tentandome contar a verdade, e tudo o que pude fazer foi colocar a culpa nela.Mas ela obviamente se sentia culpada porque ela continuava tentando inventar desculpas.- Edward e eu apenas queramos que ela tivesse uma infncia normal.De repente, eu fui apanhado neste argumento com ela e no achava uma sada. -Escute voce

    mesma, Bella. Normal? Como a criana da Amrica do Sul que matou a me dele no parto?Como ele?- Nessie no como Nahuel. ela protestou.- Ela meio-vampira, meio-humana, exatamente como ele. Eu no podia evitar de ser duro.Assim, como eu deveria ter esperado, ela atirou novamente de volta pra mim.- E ela teria se tornado to diferente se ns no tivssemos te pedido que se afastasse, certo?O golpe me incapacitou por um momento, mas eu merecia.- Eu nunca disse isto foi a melhor defesa que eu consegui arranjar .- culpa de todo mundo ela disse em um tom apagado, enquanto soltava sua ltimarespirao. Minhas palavras a tinham ferido tambm.- Nessie no matou nenhum humano. Vamos ficar assim. Me sentia confortvel deixando issoem negao.Mas Bella no iria me deixar nisso.

    -E se ela matou?- Bella! eu protestei.- Edward pode estar certo. Ele diz que dois anos em Paris a ensinar auto-disciplina, almdisso os Volturi no podem tocar nela se ela estiver l.- Os Volturi exigem evidncia para acusar. Se no h nenhuma evidncia do crime dela, entoela inocente.- Jake, no posso acreditar que voc seja to cego. At ela podia ver, mas no me importei.- Ento voc acredita nisso tambm? Voc acha que Edward tem motivo para suspeitar?- No, no isso, Jake, eu- Ento o que? eu insisti.- Ela tem sonambulado de noite. Ns perdemos seu rastro por vrias horas e por mais de umavez, feliz agora?timo. Eu no tinha me recuperado do primeiro golpe ainda, e agora ela me joga mais.

    - Por que voc no me disse isso antes?- Eu estava tentando, mas voc no me deixava falar- Voc deveria ter ficado em Forks, Bella. Perto da reserva, onde o bando pode proteger Nessiee toda sua famlia- Os humanos estavam comeando a suspeitar.- Ela no iria cederfacilmente.- Ah, ento se ela atacar um humano no Canad, eles no vo perceber?- No se Rosalie estiver com ela, no percebero. Rose uma especialista em apagarevidncia.Fiquei em choque.- A loira est no meio tambm?- Nessie no deixa mais ningum tomar conta dela.- Mas voc a me dela.Ela encontrou meu olhar, e notei que seus olhos estavam alm de preto, com fome. Ela no

    tinha caado, eu tinha certeza. Isso explicaria porque ela parecia muito mais como um cadverdo que qualquer um de seus companheiros vampiros. A sede por sangue humano a estavamatando tambm.- No to simples assim ela finalmente disse.Coei minha cabea em descrena.- Ela no gosta de sangue animal?- Voc renunciaria completamente carne para comer apenas vegetais, Jake? Ela tinha umponto.- Sim, mas,-Uma risada escapou acidentalmente, como o que eu estava a ponto de dizer eratotalmente bvio. Estamos falando de humanos aqui.- Edward matou humanos quando acabava de ser transformado.Senti um enjo em meu estmago, mas eu tinha que perguntar o inevitvel.-Voc matou?

    Ela no tinha, eu podia dizer.-No Ela balanou sua cabea.

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    Todo esse tempo, eu estava to focado em nossa conversa que no tinha reparado o queestava acontecendo nossa volta. Eu estava to confuso, tentando entender tudo, que noouvi as vozes que nos chamavam. Ento, de repente, ouvi uma comoo vindo do crculo ondeos ancies estavam se sentando com os Cullen.Bella congelou no lugar, assim agarrei sua mo e a puxei junto comigo para o crculo.Na hora que chegamos l, Jasper estava gritando Alice, Alice! Seus olhos selvagens estavam

    com o que apenas poderia descrever como loucura, ele se jogava violentamente como seestivesse tendo um ataque epiltico. Ele estava fora de si e ningum sabia o por qu.Carlisle e Emmett lutaram para cont-lo, mas eles pareciam estar tendo muita dificuldade paraconseguir tranqiliz-lo. Ele estava totalmente fora de si mesmo.- Alice est em problemas- Edward disse a Bella e a mim. Jasper est agora mesmo sob ainfluncia do humor dela. Algo est realmente errado.- Ns temos que ir l. Ela est com a Nessie. Eu nem tinha terminado de falar, quando ouvialgum chamando meu nome.Era Seth. Jake! ele chamou de longe. Ele tinha sado da casa de Leah para vir nos avisar.-Por que voc deixou as meninas sozinhas? Eu lhe perguntei.- Alice, no ?- Edward perguntou a Seth.Seth acenou com a cabea sem dizer uma palavra.- Pensei que voc pudesse ouvir os pensamentos dela, reclamei para Edward.

    - Eu no estou ouvindo nada. como se ela estivesse inconsciente agora, foi a resposta deEdward.O eremita veio at ns, sua voz tremendo.-Leve-me at ela.- O que est acontecendo com eles? Eu perguntei, ainda confuso.Mas Bella me interrompeu.- No temos tempo para perguntas, vamos. Ela agarrou uma motocicleta que estavaestacionada na praia e saltou em cima, ento ela foi para a casa de Leah.

    Captulo 3 Desaparecida

    Eu ouvi os gritos e corri para a casa da Leah com o eremita junto. Ouvir uma garota gritardaquela forma era extremamente torturante e partia meu corao. O lobo dentro de mimameaava despertar a qualquer momento. Ele reagia adrenalina dentro de mim.Eu conseguia ouvir as palavras de Leah ecoando dentro da minha mente, sem transformaeshoje a noite sem transformaes sem transformaes.Respirando fundo, eu tentei calar a minha mente, mesmo pensando que eu no seria forte osuficiente para lutar contra isso, especialmente se fosse para proteger Renesmee.Mas era Alice que estava gritando. Minha audio ultra-sensvel conseguia detectar atmesmo as pequenas diferenas entre vozes familiares, ento eu sabia, sem sombra de dvida,que era Alice. Ela parecia estar se contorcendo de dor. Minha tolerncia para dor e desconfortoera extremamente alta, mas, mesmo assim, o som dos gritos fez com que os plos de todo omeu corpo se arrepiarem. Eu no queria nem imaginar a agonia que ela devia estar passando.Eu podia ouvir a voz da Bella vindo de dentro da casa da Sue. Meu escudo no estfuncionando, ela dizia para Leah no momento que eu e o eremita chegamos porta.Logo atrs de mim estavam Edward e Seth, enquanto os outros ficaram na praia, tentandoentender como ajudar Jasper. A primeira coisa que eu vi quando eu entrei foi Alice secontorcendo violentamente no cho da sala. Ajoelhadas ao seu lado, Bella e Leah a seguravamcom um olhar de puro pnico nos seus rostos.Ento eu reparei na Loira parada no canto, seu olhar perdido na distncia. Ela estavaparalisada e no reagia a nada do que acontecia a seu redor.Tirando sua venda, o eremita rapidamente cobriu seu rosto com o capuz e ento entregou avenda para Leah. Coloque isso nela, ele instruiu.No momento que Leah vendou Alice, os gritos cessaram e, de repente, tudo fez sentido paramim.Onde est Nessie? eu perguntei, olhando para os lados, o lobo grunhindo dentro de mim.Bella levantou rapidamente e procurou desesperadamente por uma resposta no rosto de cadaum.

    Todos nos olhamos, completamente perplexos.Nessie no estava em nenhum lugar.Rosalie continuava em seu estado de transe zumbi, no reagindo a nada.

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    Rose! Edward gritou na cara dela, mas ela no se mexeu. Rose, fale comigo! ele insistiu,dessa vez sacudindo para acord-la.Nada.Tudo aconteceu to rpido, disse Leah.Onde est Nessie, Bella? eu perguntei. Voc a viu quando chegou aqui?Enquanto seus olhos se moviam entre mim e Leah, Bella abanou a cabea que no. Lgrimas

    jorraram dos seus olhos enquanto seu instinto maternal tomava controle. Voc consegue ouvi-la? ela perguntou a Edward, sua voz tremendo com urgncia.Abaixando sua cabea de derrota, Edward encolheu os ombros. No ele murmurou.Ns estvamos to preocupados em ajudar Alice, Leah disse.Nesse momento, uma onde de culpa tomou conta de mim de repente, e eu comecei a pensarcomigo mesmo, Isso tudo minha culpa, eu devia ter avisado sobre a hbrida! Eu podia terprevenido isso -Que hbrida? Edward berrou ao vir para perto de mim, bufando como um touro.Minha super velocidade de lobisomem era um bom preo para a velocidade vampira dele, atmesmo estando na minha forma humana, mas eu estava to preocupado com Renesmee queeu no reagi rpido o suficiente para esquivar-me dele.Antes que eu percebesse, ele me acertou bem no queixo e o impacto da sua fria me lanoude encontro a uma parede.

    Eu estava fazendo tanto esforo para manter o lobo acuado que eu mal conseguia ouvir a Bellagritando no fundo, Edward, pare com isso!Assim que eu levantei, eu vi seu punho de mrmore vindo na direo do meu rosto de novo,mas dessa vez eu sabia o que esperar ento eu pulei em um flash e fui para o lado na horacerta.Ele errou por muito pouco e, em vez disso, seu punho duro feito rocha entrou com tudo naparede. Rosnando como uma fera, ele tirou seu brao do buraco que ele tinha acabado de fzerna parede.Ele estava se preparando para me atacar novamente quando Carlisle e seus rapazes, Emmette Jasper, entraram.Edward! Carlisle chamou.Eu j conseguia sentir a transformao. Somente um milagre poderia me impedir nessemomento. Meu autocontrole tinha um limite e, se Edward me atacasse de novo, eu teria que

    revidar.O milagre que eu precisava desesperadamente veio de Carlisle. De alguma forma, acompaixo do bom mdico tinha um estranho poder sobre mim. Ela me embalou e acalmou. Seno fosse por ele, o lobo dentro de mim poderia facilmente rasgar as gargantas dos seus trsmeninos de uma s vez.Mas Carlisle encurralou Edward muito mais rpido que eu poderia imaginar, sabendoperfeitamente que seu filho nunca o desobedeceria. Controle-se, Edward, ele repreendeu comsua voz calma mas firme.Enquanto isso, Emmett e Jasper formaram uma barreira na minha frente, seus rostosmostrando, silenciosamente, que eu teria que passar por eles primeiro se quisesse chegarperto de Edward.Jake, voc est bem? perguntou Bella quando me viu puxando os pedaos da parede queainda estavam presos na minha roupa.

    A culpa minha eu adimiti, ainda respirando com dificuldade. Eu mereci.No h razo para se sentir culpado, Jake. Estamos todos sob ataque aqui., Leah declarouenquanto ela ajudava Alice a se levantar.A essa altura, Billy, o Velho Quill, o chefe Swan e Sam tinham chegado junto com Esme e Sue.Emily continuava parada na porta, olhando timidamente para dentro. At onde eu sabia, essaera, provavelmente, a primeira vez que ele colocou os ps na propriedade dos Clearwatersdesde que tinha comeado a namorar Sam.Enquanto lia a expresso de choque no rosto de todos, Esme seguiu diretamente para o sofonde Leah tinha acabado de colocar Alice. O que est acontecendo? ela perguntou com seusolhos inspecionando rapidamente a sala de estar. Onde est Nessie?Ela simplesmente desapareceu, explicou Leah com uma hesitao bvia.Levantando minha voz defensivamente, eu perguntei, O que voc quer dizer comdesapareceu?

    Bella colocou sua mo gelada como gelo no meu brao e falou com um tom tranqilizador. Eudisse que ela j fez isso antes. Ela suspirou com resignao e completou vrias vezes.

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    O comentrio da Bella deve ter conseguido tirar a Loira do seu estupor, porque ela interveiocomo se algum tivesse acabado de espertar seu rosto perfeito de boneca. Ela no estavasonmbula dessa vez, Bella Voc devia estar tomando conta dela, protestou Edward em defesa de Bella.De repente a Loira ficou furiosa e vociferou com Edward. Algo aconteceu conosco, seu idiota!Voc no ouviu os gritos da Alice?

    Rose, por favor, deixe que eu resolvo isso Carlisle disse enquanto comeava a examinarAlice.E voc, Leah? eu perguntei. Tudo isso foi idia sua. Eu me esforcei para no parecer queestava incriminado ela, mas por alguma razo no consegui.Naturalmente, a defesa de Leah se ergueu. Voc estava se culpando a um minuto atrs. Qualo seu problema, Jake?O ataque contra Alice foi uma armadilha opinou Sam ao chegar mais prximo a mim.Ele esperou que algum o contrariasse, mas todos ficaram em silncio. Ningum parecia sercontra essa teoria. Eu mesmo tive que admitir que ele era o nico que estava fazendo algumsentido at agora.Sem hesitar, chefe Swan pegou o celular e anunciou, Eu estou ligando para o posto, nsprecisamos enviar uma equipe de busca o mais rpido possvel. Ela no deve estar longe.Mas, quando ele comeou a discar, Bella se lanou at ele e o fez desligar. Espere, pai. Eu

    no acho que seja uma boa idia.Chocado, chefe Swan encarava Bella como se ela tivesse acabado de ficar louca. Porque?Ento Carlisle interveio. Charlie, ns realmente apreciamos sua oferta, serio mesmo, mas euconcordo com a Bella. No h necessidade de envolver a polcia.Acredite em mim, pai, melhor se ns mesmos fizermos a busca. Ns podemos nos dividir emgrupos e Bella! chefe Swan interrompeu. O que est acontecendo com voc? Sua filha estdesaparecida, pelo amor de Deus. Ns precisamos de unidade de ces farejadores e umhelicptero, pelo menos.Eu no queria dizer nada, mas eu sabia porque os Cullens insistiam em deixar a policia fora doassunto. Eles no podiam arriscar ser expostos, especialmente com as suspeitas que elestinham sobre Nessie. Se ela realmente estivesse caando humanos, seria desastroso se ospoliciais fossem pegos em sua ao.

    De repente, eu me lembrei de quando eu me transformei na frente do chefe Swan s paramostrar quo fundo vai o buraco do coelho (*referncia a Alice no Pas das Maravilhas). Eleficou to abismado com o fato ao estilo no estamos mais em Kansas (*referncia a O Mgicode Oz), que ele desistiu de me perguntar qualquer coisa.Eu sabia exatamente o que tinha que fazer para tirar os Cullens desse apuro, ento eu puxei ochefe pro lado e sussurrei no seu ouvido, Acredite em mim, cefe, essa uma daquelassituaes que voc no quer se enfiar.Isso foi o suficiente para acabar com a discusso, no mnimo da parte dele, mas ele ficouvisivelmente frustrado com o assunto. Ento est bem, ele disse com um sinal de resignao.No precisam me explicar mais nada. Eu vou voltar para o posto, caso haja alguma notciasobre isso.Bella piscou para mim. Era seu jeito silencioso de me agradecer. Ela abraou seu pai e o levoupara fora, acompanhado da sua futura madrasta, Sue.

    No momento que ele viu eles sarem, Edward veio at mim com um olhar sombrio em seurosto. Voc sabe de algo e no est nos contando, Jacob. O que ?Eu no tinha interesse em esconder nada deles, ento eu falei sobre os estranhos sonhos quee Sam vnhamos tendo sobre a hbrida, o talism e o ataque psquico que eu tinha sofrido nanoite anterior.Ao ouvir minha explicao, Alice finalmente falou. a mesma coisa que aconteceu comigo.Ela usou minhas vises contra mim. Foi como se eu tivesse perdido controle da minha mente etodas essas vises inundaram minha mente de uma s vez. Nem mesmo o escudo da Bellaconseguiu me proteger. Ela ainda estava usando a venda, provavelmente com medo daloucura voltar se ela retirasse.Eu vi o talism, a Loira anunciou.Surpreso, eu perguntei para ela, Ento voc tambm est tendo esse sonhos?Ela acenou que no. Nessie projetou a imagem na minha cabea vrias vezes. exatamente

    o mesmo talism que voc est descrevendo.Eu abaixei minha cabea me perguntando se a minha relao com Nessie poderia estar

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    prejudicando ela. Eu no me preocupei se Edward podia ouvir meus pensamentos. Tudo queeu queria era a felicidade de Nessie, mesmo que significasse sacrificar minha prpria vida parasalvar a dela.Ento algo pareceu surgir no rosto de Carlisle. Isso explica muitas coisas. Talvez essa seja arazo dela estar sofrendo de sonambulismo. Ela deve estar sob a influncia da hbrida.O lado negro pode ser muito sedutor, o eremita replicou, seu rosto escondido na sombra do

    capuz. Me parece que ela est sendo atrada.Ns temos que encontr-la agora, eu os apressei, no podemos perder tempo.Mas algum precisa ficar aqui e tomar conta da Alice, protestou Leah.Ns ficamos com ela, ofereceu o velho Quill, enquanto ele e Carlisle ajudavam a tirar meu paida cadeira de rodas para sent-lo mais perto de Alice.O eremita acrescentou Eu vou ficar com eles tambm. Eu no quero atrasar vocs.Edward olhou furiosamente para a Loira, obviamente em resposta a algo que ela estavapensando. No, Rose. melhor voc ficar para trs.Eu estou perfeitamente bem ela retorquiu com os dentes cerrados. Voc precisa de mim dequalquer maneira. Se Nessie decidir mostrar para algum o que est acontecendo com ela,definitivamente ser para mim. Eu sou sua confidente.Justo quando ela disse isso, eu percebi a Bella parada na porta de entrada, Deus sabe aquanto tempo ela estaria parada ali. E, a julgar pela expresso dos seus olhos pretos como

    piche, eu sabia quo fundo as palavras da Loira machucaram ela. Eu tive que, literalmente,morder a minha lngua para no xingar a Loira.Edward passou correndo por mim para ficar ao lado de Bella. Provavelmente, ele esperava queela no tivesse ouvido o que aquela vaca, mas o desespero no rosto da Bella era impossvel deignorar.Ns vamos ach-la, meu amor. No se preocupe, est bem?Enquanto ele abraava Bella, Edward virou para Carlisle. Se voc deixar Rose vir, eu noquero ela no grupo. Edward mal tinha acabado de falar quando aconteceu.Emily, que estava parada o tempo todo na varanda, comeou a gritar de repente, chamando onome de Sam. Sam! Sam!Sam correu como um raio para a porta da frente. Menos de um segundo depois, Seth e euestvamos na porta, caso ele precisasse de ns.Quando eu olhei para Emily, ela estava em um estado de pnico que eu nunca tinha visto ela

    fica antes. Ela estava histrica, tentando falar entre soluos, mas ela no conseguia nem falar.A nica coisa que ela conseguia fazer era apontar repetidamente para um grande arbustoprximo parte de trs da casa.Sam a pegou nos seus braos e a levou para dentro. Irnico que isso teve que acontecer aqui,na casa dos Clearwaters.Mas, em uma situao de emergncia, ningum tem tempo para pensar em ironias, entoCarlisle e Leah agiram por instinto e foram atender Emily. Eles procuraram por machucados ousinais de leses fsicas, mas ela parecia estar bem.Ento Sam os interrompeu. Ela no est machucada. Ela viu algo l fora.Ouvir a voz de Sam pareceu acalmar Emily, ento ela arranjou foras para nos dizer o que elatinha visto do lado de fora. Eu vi um enorme co preto com brilhantes olhos vermelhoescaldante. Ele saiu das sombras atrs do arbusto, rosnando e babando, como se eleestivesse prestes a me atacar.

    Assim que ela descreveu a besta que tinha visto do lado de fora, o eremita sobressaltou-se.Quo perto ele chegou? ele perguntou a Emily.Ainda tremendo, Emily explicou como o co parecia ter um estranho charme nos seus olhos,similar a uma cobra. Ela disse que ficou paralisada quando sentiu a fora daquele olhar vindodo arbusto. Ela nos disse que tentou se mexer, mas, por um segundo, ela parecia ter perdido ocontrole do seu corpo.Estava se alimentando do seu medo, o eremita disse atravs das sombras que seu capuzlanava sobre o seu rosto, escondendo suas horrendas cicatrizes. O confiana da sua vozmostrava que ele sabia exatamente qual animal era.Um co de guarda, acrescentou Carlisle, tambm dando a entender que sabia o que estavaacontecendo.A essa altura, eu tinha certeza que alguma coisa estava tentando nos deixar presos dentro dacasa para que no pudssemos sair para procurar Nessie. Tinha sido a armao perfeita, todos

    ns tnhamos cado nela. Ningum precisava me dizer o que a criatura l fora era. Eu soubeinstitivamente.

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    Edward se virou para mim. Ele estava ouvindo o que eu estava pensando de novo.Um co de caa do inferno, ns dois dissemos ao mesmo tempoO que isso? Emily perguntou, seus olhos ainda molhados das lagrimas.Ces do inferno no so reais, Jasper comentou. Eles so s um mito.Ah no, eles so reais sim, o eremita respondeu. Eles agem como o porto entre o mundodos mortos e o mundo dos vivos.

    Eu mal tinha colocado o p para fora quando Sam segurou firmemente o meu brao e disseJake, espere!Sam, voc precisa ficar com a Emily agora, eu respondi, libertando meu brao do seu aperto.Droga, Jacob, voc est colocando todos ns em perigo! Ele parecia estar muito zangadodessa vez.Mas ele no ia me intimidar.Eu ia me manter firme. Ningum est pedindo para voc vir comigo.Quem disse que eu vou? Eu estou falando para voc levar o Seth. Se aquele animal atacar,vocs dois com certeza vo se transformar.Voc no diria isso se Emily estivesse l fora sozinha eu protestei. Voc iria para salv-la,no importa o que pudesse acontecer.Ns podemos fazer isso de forma segura, sem dar hbrida o que ela quer-No temos tempo para estratgias! eu lembrei.

    Voc no entende? Se o que a Emily viu realmente for um co do inferno, ele vai te destruirantes que voc consiga encontrar Nessie.O que voc faria se Emily estivesse desaparecida? Eu o desafiei.Eu lidaria com o esprito do mal diretamente, no com sua forma animal.E como eu devo fazer isso?Da mesma forma que nossos ancestrais guerreiros-Sem deixar ele terminar, eu zombei e rapidamente virei minhas costas para ele. Ento, eucomecei a andar, murmurando baixo, boa tentativa, Sam.Ento, quando eu vi que Seth estava quase saindo junto comigo eu disse, Seth, voc fica como Sam.Mas Jake, ele estava prestes a insistir, mas eu no deixei.Eu olhei diretamente para os seus olhos e disse, Nem pense nisso.Ele deve ter visto a minha determinao na forma como eu olhava para ele porque ele

    simplesmente deu alguns passos para trs e abaixou a cabea.Eu odiava desapontar ele j que ele era o nico irmo cuja lealdade a mim nunca vacilou, maseu no queria machucar ningum junto comigo. Se o co atacasse, eu iria lidar com issosozinho.Eu devia saber melhor. Assim que eu me aproximei dos arbustos onde Emily tinha visto o co,eu ouvi claramente vrias pessoas correndo atrs de mim. Eu olhei por cima do meu ombro e vique eram Emmett, Jasper e Edward.Era s o que eu precisava, eu pensei, virando os olhos.Ns vamos com voc, Edward disse.E eu achei que tinha me livrar do maior problema ao convencer Seth em ficar na casa. Agoraeu estava preso com os Cullens.Ns devemos nos dividir em dois grupos para cobrir uma rea maior. Jasper sugeriu.Edward concordou com Jasper atravs de um aceno e disse, Emmett, voc vai com o Jacob.

    Se tiver um confronto, voc assume. Ns no podemos arriscar que ele se transforme.Eu sei cuidar de mim mesmo, Edward, eu argumentei.No vamos correr riscos desnecessrios. Eu juro que o Edward estava parecendo cada vezmais com o Sam.Mas a essa altura, eu no tinha tempo ou energia para ser orgulhoso. Eu no ia perder maisnenhum minuto discutindo, at porque, eles no iriam me ouvir mesmo.Quando estvamos prestes a nos separar, eu ouvi um barulho vindo das rvores logo acima dens. Esperem! eu gritei.A julgar pela cara de perplexos que eles fizeram, eu tinha certeza que mais ningum tinhaouvido o barulho alm de mim. Nenhum dos Cullens conseguiam captar os sons sutis quemeus ouvidos conseguiam.Eu assinalei para todos ficarem quietos e ouvir com ateno. Nada. claro que tinha que ser o Emmett quem ia quebrar o silncio. Provavelmente s um

    esquilo, co ele riu.Lobo. No co. Lobo eu repeti, tentando parecer feroz, depois virei par air embora.

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    Eu no dei cinco passos quando eu ouvi o barulho de novo, dessa vez mais perto. Ento eu vi.Antes que eu pudesse alertar eles, um vulto preto se lanou do topo das rvores e pousouperto dos Cullens. Eu voei como um morcego para ver o que era, mas no momento que eucheguei l, a besta j estava no pescoo do Edward.

    Parte IICaptulo 4: O Co do Inferno

    Em questo de segundos, o co do inferno atacou Edward violentamente, imobilizando-o no cho. O sangue jorrou em todas as direes quando a besta raivosa fundou suas

    presas em seu pescoo. Eu nunca pensei que seria possvel que a pele de Edward ficassemais plida do que j era, mas eu estava completamente errado. Sua pele tinha um novotom de plido.A besta estava sugando o sangue do corpo de Edward e fazia isso rapidamente.

    Chame o Carlisle! Emmett gritou, seus olhos corriam rapidamente em minha direoe na de Jasper. Mas ele deve ter notado que estvamos perplexos e sem ideia alguma doque fazer, assim como ele tambm estava, ele simplesmente o atacou ou assim pensou.Ele nem havia tocado o co, foi quando seu rabo o levantou no ar e o jogou contra otronco de uma rvore que estava h alguns metros.Eu no precisei ver outra demonstrao da fora do co do inferno para perceber quens estvamos em desvantagem, mas Jasper aparentemente discordou de mim.Sem perder tempo, ele soltou um grito e se jogou contra a besta, mirando seu pescoo.Mas, como eu suspeitava, a criatura tinha outros planos para ele.Com apenas um balanar de seu rabo, ele parou Jasper e o arremessou no ar. Jasper

    bateu as costas em uma pedra, e tenho absoluta certeza de que ouvi seus ossos

    quebrarem.Enquanto isso, Emmett havia se recuperado parcialmente do ataque, ele se levantou erapidamente foi ao encontro de seu irmo. Mais uma vez, o co parecia ter olhos na

    parte de trs da cabea pois nem precisou se virar para ver que Emmett o atacarianovamente.Antes que pudssemos perceber, Emmett estava sendo jogado novamente no ar. S quedesta vez, ele no teve sorte. Ele se feriu ao se chocar contra um galho de uma rvore, e

    pelo que parecia, perdeu a conscincia no mesmo instante.E Edward parecia indefeso entre as garras da criatura, sua pele estava cinza e enrugada

    por causa da perda de sangue. Olhando Edward indefeso e sem fora alguma daquelejeito, eu s conseguia pensar em Nessie. Ela nunca me perdoaria se seu pai morressedaquele jeito.quela altura eu sabia que seria inevitvel me transformar. Eu no iria ficar l parado,deixando que aquela criatura acabasse com os Cullens. Eu j havia presenciado osuficiente para ver que os vampiros no conseguiriam acabar com esse demnio, nohavia mais volta. Eu tinha que salvar a famlia da Nessie, ou ao menos morrer tentando.Eu me preparei para aquilo que poderia ser a ltima batalha da minha existncia e

    pensei no rosto de Nessie enquanto a fria dentro de mim me transformava em lobo.O tempo pareceu parar durante minha transformao. Pensei no que minha decisoenvolvia. Eu sabia que havia escolhido sacrificar a minha vida e a vida da minhamatilha apenas para tentar salvar os Cullens. A nica coisa que esperava era ter tempo

    suficiente para acabar com essa besta.Minha pele agora estava coberta de plos, eu fiquei sob as quatro patas e uivei para

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    atrair a ateno do co do inferno. Meu corao batia como se houvesse uma centena detambores martelando contras as minhas costelas, e meu sangue fervilhava com aadrenalina.Logo quando eu estava pronto para atac-lo, o demnio se virou rapidamente, seusolhos vermelhos furiosos me encararam. Agora eu tinha entendido o que Emily quis

    dizer, j que eu havia comeado a sentir o que ela descreveu. Meu corpo inteirosucumbiu com o olhar do co, eu no conseguia me mexer, no importava o quanto eutentasse. Como a loira, eu tambm estava paralisado. Por um momento, pensei que meusacrifcio havia sido em vo e que trai minha matilha por nada. At algo interrompermeus pensamentos.Jake! Uma voz soou. Era a voz do Sam, mas eu no a ouvia com meus ouvidos. Euestava ouvindo seus pensamentos, o que s podia significar uma coisa. Ele tambmhavia se transformado.Sam, que diabos voc est fazendo? Eu respondi em minha cabea.A matilha est segura, ele explicou. O eremita achou um jeito de proteger a todos, masvoc deve voltar para casa antes que seja tarde demais.

    Apesar de estar aliviado ao saber que todos estavam seguros, eu ainda estava com ocorpo paralisado. E mesmo que eu pudesse me mover, me recusaria a deixar os Cullens

    para trs. Deveria haver um jeito de acabar com esse monstro, e eu estava determinado adescobrir como.Mas ento, Sam deve ter ouvido minhas intenes porque parou de insistir e apenasdisse, Encontre sua fraqueza, Jake. Chame nossos ancestrais para te ajudar.Quando ele mencionou nossos ancestrais, algo me ocorreu. Eu lembrei que o velho Quildisse uma vez, durante uma fogueira, que verdadeiros guerreiros devem aprender acontrolar seus pensamentos para assim poderem pedir a ajuda dos ancestrais. E issofinalmente fez algum sentido para mim. Foi isso que Sam estava tentando me falarquando me disse para parar de pensar.Foi quando a criatura comeou a andar ao meu redor. E, julgando pelo seu olhar, eu

    poderia dizer que ela estava escutando a minha conversa com Sam. A maldita bestaconseguia ler meus pensamentos, eu tinha certeza disso.Mas eu sabia o que tinha que fazer. Eu no conseguia lutar com meu corpo, eu teria queusar a nica arma que me restava minha mente.Ao invs de tentar me mexer, eu respirei fundo e me livrei de qualquer pensamento.Apesar dessa tarefa parecer algo impossvel quando Sam a mencionou pela primeiravez, em tais circunstncias, eu sabia que era minha nica chance de vencer essa batalha,ento eu parei e foquei toda a minha energia em silenciar minha mente.Ainda andando ao meu redor, o co balanava sua cabea, mas no tirava os olhos de

    mim. Eu conseguia ver o sangue de Edward pingando de suas presas.Surpreendentemente, percebi que ao bloquear meus pensamentos, eu tambm bloqueavao medo que sentia. No importava quanto o demnio tentasse me intimidar, eu noconseguia sentir medo porque no estava pensando nisso. assim que acontece? Me perguntei. O medo apenas um pensamento que provocauma reao emocional?O co se aproximou de mim e farejou, aparentemente procurando por um cheiro queno estava ali. Enquanto eu o encarava, eu tive a impresso de que minha estratgia

    parecia funcionar porque ele parecia confuso.Eu lembrei o que o eremita havia dito Emily. Ele estava se alimentando de seumedo.

    Era o cheiro do medo que ele estava procurando. O cheiro do meu medo. Eu demorei aacreditar nisso. Mas ento, eu senti meus batimentos desacelerarem, percebi que meus

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    msculos lentamente pararam de se enrijecer. Eu estava completamente errado. No erao olhar do co do inferno que havia me paralizado. Era o meu prprio medo. Ele estavaape