^rsidade fedepal de santa catarina

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UNI\^RSIDADE FEDEPAL DE SANTA CATARINA RELAÇÕES ENTRE PROPRIEDADES E A MICROESTRUTURA DE ÍÍATERIAIS BI- FASICOS - CARACTERIZAÇÃO ESPECIFICA PAPA OS FERROS FUNDIDOS FER RiTICOS NODULAR E CINZENTO. DISSERTAÇÃO SUBMETIDA Ã UNI\?ERSIDADE FEDEPA.L DE SANTA CATARINA PARA A OBTENÇÃO DO GRAU DE MESTRE EM ENGENHARIA EIílLIO DA SILVA NETO FLORIANÓPOLIS, DEZEMBRO DE 1978

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Page 1: ^RSIDADE FEDEPAL DE SANTA CATARINA

UNI\^RSIDADE FEDEPAL DE SANTA CATARINA

R ELAÇÕES ENTRE P R O PRIEDADES E A M I C R O E S T R U T U R A DE ÍÍATERIAIS BI-

FASICOS - C A R A C T E R I Z A Ç Ã O E S P E C I F I C A PAPA OS FERROS FUNDI D O S F E R

RiTICOS N O D U L A R E CINZENTO.

DISSER T A Ç Ã O SUBMETIDA Ã UNI\?ERSIDADE FEDEPA.L DE

SANTA C A T A R I N A P A R A A O B T ENÇÃO DO GRAU DE MESTRE E M E N G E N H A R I A

E IílL IO DA SILVA NETO

FLORIANÓPOLIS, DEZEMBRO DE 1978

Page 2: ^RSIDADE FEDEPAL DE SANTA CATARINA

ii

RELAÇÕES E N T R E P R O P R I E D A D E S E A lílCROESTRUTURA DE líATERIAIS BI-

FÂSICOS - C A R A C T E R I Z A Ç Ã O E S P E C Í F I C A P A R A OS FERROS F U N DIDOS F E R

RiTICOS N O D U L A R E CINZENTO.

E M l L I O D A S I L V A N E T O

E S T A D I S S E R T A Ç Ã O FOI J U L G A D A P A R A A O B T E N Ç Ã O DO T Í T U L O DE

- IlESTRE E M E N G E N H A R I A - ESPECI A L I D A D E E N G E N H A R I A TÍECÂNICA

A R E A DE C O N C E N T R A Ç Ã O FABRIC A Ç Ã O

E A P R O V A D A E M SUA F O P m F I N A L PELO C URSO DE P Õ S - G R A D U A Ç Ã O

PfÇtÍF. SIL\7ESTRE NAZAPj;, Dr.-Ing. )RIEÍ5Â)0R

PROF. A R N O b l a s s , Ph.D. / COOPJDENADOR

A P R E S E N T A D A PERA.NTE A BAJ^ICA EXA2ÍINAD0FA C O M P O S T A DOS P R O F E S S O ­

RES;

^ ______________

l ^ F . SILVES;jfe NAZAPJÍ, D r . - I n g .

ffiNI/SNOEIJER, D r .“Ina,

/ I ]

i l lPROF. J A R O S L A V J ^ O Z E L , D.Sc.

PROF. HEPimNN A D O L F HARRY LÜCKE, Dr.-Ing.

Page 3: ^RSIDADE FEDEPAL DE SANTA CATARINA

lii

Aos meus pais e iinnao

Page 4: ^RSIDADE FEDEPAL DE SANTA CATARINA

iv

A G R A D E C I M E N T O S

ao p r o f e s s o r Silvestre Nazaré, p e l a o r i e n t a ç ã o

firme e contínua;

ao técnico Júlio F r e d erico Baumgarten, p e l a co

laboração e f e t i v a na realização dos e n s aios ex

perimentais;

aos amigos e parentes que auxiliaram, p o r d i ­

v e r s a s vezes, a evitar e s m o r e c i m e n t o s , tão c o ­

m u n s e m empreendimentos desta natureza;

à U n iversidade Federal de Santa Catarina, e m

p a r t i c u l a r ao p r o f essor Caspar Erich S t emmer e

ao p r o f e s s o r A r n o Blass, que p o s s i b i l i t a r a m a

r ealização deste trabalho;

ao A c o r d o de C ooperação Técnica Brasil-Repiõbli

ca Federal da Alemanha, pela d i s p o n ibilidade

dos equipamentos.

ao C e ntro de Pesquisas da Fundição T u p y S.A.,

pelo fornecimento do material para os ensaios.

Page 5: ^RSIDADE FEDEPAL DE SANTA CATARINA

V

-RESUMO

As p r o priedades de um m a t e r i a l b i f á s i c o d e p e n d e m

das p r o p r i e d a d e s das fases e da concentração, g e o m e t r i a e arran

jo geomét r i c o da fase dispersa.

0 trabalho propo s t o e x amina tal d e p e n d ê n c i a para

o caso e s p e c í f i c o dos ferros fundidos n o d u l a r e c i n z e n t o f e r r í ­

tico. Para estes, ensaios experimentais p r o c u r a m e s t a b e l e c e r re

l a ç õ e s entre algumas propriedades (módulo de Young, condutibili

dade térmica e coeficiente de expansão térm.ica linear) e o teor

e forma da grafita. Valores experimentais são comparados com

curvas teóricas.

Page 6: ^RSIDADE FEDEPAL DE SANTA CATARINA

Vi

A B S T R A C T

The p roperties of a two phase m a t e r i a l d e p e n d

on the proper t i e s of the constituent phases as w e l l as their

geometry and geome t r i c a l arrangement.

The present w o r k deals w i t h this depend e n c e in

the case of ferritic cast irons v/ith nodular and lamelar

graphite. The properties m e a s u r e d include the Young's Modulus,

linear thermal e x p a nsion coefficient and thermal conduc t i v i t y

as a function of the graphite content. E x p erimental v a lues are

then com.pared w i t h theoretical predictions.

Page 7: ^RSIDADE FEDEPAL DE SANTA CATARINA

vii

Í n d ic e

pãg.

1. INTRODUÇÃO, O B J E T I V O E N Í V E L A T U A L DE C O N H E C I M E N T O ........ 1

2. D E S C R I Ç Ã O Q U A N T I T A T I V A D A M I C R O E S T R U T U R A

2.1. V a l o r m é d i o e princ i p i o do c o n t í n u o ----. . . .-----..... 6

2.2. D e s c rição através de e s f e r õ i d e s . . ........................ 7

2.3. R e dução de p a r â m e t r o s ............. ........... .............. 7

2.4. R e l a ç ã o entre propr i e d a d e s e a m i cro-e s t r u t u r a de m a t e r i a i s b i f á s i c o s . .................. .. 15

3. R E L A Ç Ã O ENTRE A M I C R O E S T R U T U R A E A C O N D U TIBILIDADE T É RMICA

3.1. Fundamentação teórica...... ............... ........... . 18

3.2. C o l e t â n e a de dados experimentais da l i t e r a t u r a ----- 27

3.3. A n á l i s e experimental c o m ferros fundidos cinzento e nodular, ferríticos

3.3.1. G e n e r a l i d a d e s .......... ............................. 32

3.3.2. P r i n c í p i o de m e d i ç ã o dac ondutibilidade térm.ica..... ............ . 33

3.3.3. V i s t a do condutômetro térmicoC o l o r a DBP 1 1 4 5 8 2 5 ....................... .......... 35

3.3.4. Levant a m e n t o da característicado c o n d u t ô m e t r o ..................... ................ 35

3.3.5. P r e p a r a ç ã o dos corpos de p r o v a ......... ....... . 37

3.3.6. C o l e t â n e a de d a d o s . ............... .........— ••• 40

3.3.7. C o m p a r a ç ã o entre valores experimentaise valores c a l c u l a d o s . . . . .......... ...... ......... 41

4. R E LAÇÃO ENTPE A M I C R O E S T R U T U P A E 0 M ÕDULO DE YOUNG

4.1. Fundamentação teórica...................................... . “ 46

4.2. C o l e t â n e a de dados experimentais da l i t e r a t u r a ....... 57

4.3. A n álise e x p erimental com. ferros fundidos cinzento e nodular, ferríticos

Page 8: ^RSIDADE FEDEPAL DE SANTA CATARINA

viii

4.3.1. G e n e r a l i d a d e s ................ ....... .......... 64

4.3.2. Princípios de m e d i ç ã o dom ó d u l o de Y o u n a ............. ....... ................ 65

4.3.3. D e s e n v o l v i m e n t o teórico da relação entrea freqüência n a tural e o m ó d u l o de Young..... 67

4.3.4. E n s a i o experi m e n t a l para a m e d i ç ã o das freqüências naturais

4.3.4.1. P r e p a r a ç ã o dos corpos de p r o v a ........... 72

4. 3.4.2. M o n t a g e m dos e q u i p a m e n t o s ............ ..... 74

4.3.4.3. V i s t a do conjunto de e n s a i o ............... 75

4.3.4.4. C o l e t a de d a d o s . . . . . . . . . . . . . . ........ ....75

4.3.5. C á l c u l o do m ó d u l o de Y o u n g . ................ .........76

4.3.6. C o m p a r a ç ã o entre valores experimentaise valores c a l c u l a d o s ................................ 76

5. B E LACÃO E N T P £ A M I C R O E S T R U T U P A E 0 COEFICIENTE DE EXPAJSISÃO T É R M I C A L I N E A R

5.1. F u n d a m e n t a ç ã o t e ó r i c a ....................................... 81

5.2. C o l e t â n e a de dados experimentais da literatura...... 89

5.3. A n á l i s e experim.ental com ferros fundidos cinzento e nodular, ferríticos

5.3.1. P r i n c í p i o de m e d i ç ã o do coeficiente dee x p ansão térmica l i n e a r ........................... 94

5.3.2. E q u i p a m e n t o de e n s a i o .............. ............... 94

5.3.3. L e vantamento da característica térmicado suporte do dilatômetro N e t z s c h 4 0 2 E ........ 97

5.3.4. P r e p a r a ç ã o dos qorpos de p r o v a ............ 100

5.3.5. C o l e t a de dados.!........................ ........... 100

5.3.6. Compar a ç ã o entre valores experimentaise valores c a l c u l a d o s . . . ..................... . 104

6. CONCLU S Õ E S F I N A I S . ........ ...... .................................. 107

R EFERÊNCIAS B I B L I O G R A F I C A S . . ....... .......... ............ . .... 108

Page 9: ^RSIDADE FEDEPAL DE SANTA CATARINA

IX

S I M B O L O G I A

^ ; g - relação entre os eixos p r i n c i p a l e s ecundário das esfe-

róides repre s e n t a t i v a s das particulas da fase dispersa;

n - q u o t a r e l a t i v a de u m determ i n a d o tipo de e sferóides r e ­

pr e s e n t a t i v a s das p a r t í c u l a s da fase dispersa;

A - área super f i c i a l da elipse repres e n t a t i v a da superfície

de corte, p a r a cada p a r t í c u l a d a fase dispersa;

N - número total de superfícies de corte p o r p l a n o de inter­

secção;

e - d i s t ância entre os planos de corte, ao longo do material;

Cj3 - c o n centração v o l u m é t r i c a da fase dispersa;

cos^aj) - fator de orientação das partículas da fase dispersa;

Pj3 - fator de forma das partí c u l a s da fase disperesa;

p - r e s istividade (elétrica o u térmica);

\ - condutibilidade (elétrica ou t é r m i c a ) ;

Q - calor de v a porização para 1 ml do líquido B, no condutô­

m e t r o térmico Colora;

t - tempo p a r a a condensação de 1 m l do líquido B, no condu­

tômetro, térmico Colora;

(Tj -Tb ) - d i f e r e n ç a entre as temperaturas de e b u l i ç ã o dos líquidos

A e B, n o condutômetro térmico Colora;

H - altura dos corpos de prova, p a r a os e n saios de d e t e r m i ­

nação da c ondutibilidade térmica;

D - diâmetro dos corpos de prova, para os ensaios de d e t e r ­

m i n a ç ã o da condutibilidade térmica;

R - resistências térmicas dos corpos de prova, p a r a os e n ­

saios de determinação da condutibilidade térmica;

E - m ó dulo de elasti c i d a d e (Young);

K - modulo d e ’ compressão;

G - m ô d u l o de cisalhamento;

V - coeficiente de Poisson;

Page 10: ^RSIDADE FEDEPAL DE SANTA CATARINA

p - concen t r a ç ã o vol\Jinétrica de poros;

a - tensão

e - deform a ç ã o percentual;

f n;Wn freqüências naturais dos corpos de p r o v a p a r a os ensaios

de d e t e r m i n a ç ã o de m ó dulos de Young;

I - m o m e n t o s de inércia dos corpos de p r o v a p a r a os ensaios

de d e t e r m i n a ç ã o de módulos de Young;

m - m assas p o r unidade de comprimento dos corpos de p r o v a p a ­

ra os ensaios de determ i n a ç a o dos m ó dulos de Young;

t - comprimentos livres dos corpos de prova p a r a os ensaios

de d e t e r m i n a ç ã o dos m ó d u l o s de Young;

- constante adimensional;

b — larguras dos corpos de p r o v a para os ensaios de d e t e r m i ­

nação dos módulos de Young;

h - alturas dos corpos de p rova p a r a os ensaios de d e t e r m i ­

nação dos m ó dulos de Young;

a - c o eficiente de expan s ã o térmica linear;

AZ - v a r iação de comprimento para u m a d e t e r m i n a d a d i f e rença de

temperatura AT;

A V - v a r i a ç ã o de v olume pará uma d eterminada d i f e r e n ç a de tem­

p e r atura AT;

Dg(T) - d i l a tação linear relativa, para uma certa temper a t u r a T,

dos corpos de prova, nos ensaios de determ i n a ç ã o dos c o e ­

ficientes de expansão térmica linear;

Djç(T) - dilat a ç ã o linear r e l a t i v a do sistema de-suporte do corpo

de prova, p a r a uma certa temperatxira T, nos e n saios de

de terminaçao dos coeficientes de expansao térmica linear;

Dj^(T) - d i l a tação linear r e l ativa do par oorpo de prova - s i s t e ­

m a de suporte, nos e n s aios de determinação dos c o e f i c i e n ­

tes de e x p a n s ã o térmica linear.

ÍNDICES - " - esferõ i d e s alongadas = - e s f e r õ i d e s achatadas

' - medições no plano D - fase d i s p e r s a

M - matriz C - m a t e r i a l bifásico

p - m a t erial poroso

Page 11: ^RSIDADE FEDEPAL DE SANTA CATARINA

1. INTRODUÇÃO, OBJET I V O E N i V E L A T U A L DE C O N H E C I M E N

T O

As propri e d a d e s de materiais b i f á s i c o s a p r e s e n ­

t am uma relação d i r e t a com as propri e d a d e s espec í f i c a s de suas

fases e com a sua m icroestrutura, ou seja, com as geomet r i a s e

arranjos g e ométricos das fases que c o n s t i t u e m o material. Neste

trabalho, ora e m apreciação, uma especial referê n c i a é d e d icada

ao d e s e n v o l v i m e n t o e c omprovação e x perimental de relações m a t e ­

máticas entre a m i c r o e s t r u t u r a e algumas p r o priedades - conduti

bilidade térmica, m ó d u l o de Y o u n g e coeficiente de e x p a n s ã o tér

m i c a linear - de materiais bifásicos.

Prelim i n a r m e n t e a xma suscinta e x p o s i ç ã o d o s a-

vanços obtidos, através dos tempos, n e s t a área e s p e c í f i c a de

pesquisa, d e s p o n t a como relevante lama d i f erenciação g e n érica en

tre os diversos grupos de propriedades, com b a s e e m analogias

entre as equações m i c r o e s t r u t u r a - p r o p r i e d a d e s . Assim, por exem-í

pio, aos comportamentos de materiais, sujeitos a campos t é r m i ­

cos, elétricos ou magnéticos, é atribuída a denomi n a ç ã o proprie

dade de campo. D a c onstatação da analogia m a t e m á t i c a e n ­

tre as diversas equações de campo (equações m i c r o e s t r u t u r a - p r o ­

priedades de campo), surge a possib i l i d a d e de transposições d i ­

retas destas, de uma propriedade de campo para outra. Ê o caso,

por ejçemplo, das equações deduzidas p a r a a condutibilidade t é r ­

mica, que p o d e m ser d i retamente utilizadas para a condut i b i l i d a

de e l é trica e p a r a a p e r m e abilidade magnética.

Os comportamentos de materiais, frente a ondas

liaminosas e letromagnéticas (propriedades óticas) , p o d e m também

ser considerados como propriedades de campo. Neste caso, a trar^

ferência do campo não neces s i t a de m e i o (maté r i a ) .

A intercambialidade entre equações m i c r o e s t r u t u ­

ra-propriedades não ocorre, contudo, para as chamadas propr i e d a

Page 12: ^RSIDADE FEDEPAL DE SANTA CATARINA

des mecânicas, onde se faz essencial a difere n c i a ç ã o entre os

distintos c ampos de d e f o r m a ç a o mecânica. A i n d a assim, e n t r e t a n ­

to, eviden c i a m - s e analogias. Por exemplo, considerações feitas

p a r a o m ó d u l o de Young p o d e m ser utilizadas p a r a proprie

dades acústicas, p orque ondas desta n a t ureza p r o m o v e m d e f o r m a ­

ções elásticas no m a t e r i a l e, tal como para os campos de tensão

deform a ç ã o mecânicos, e stão sempre v inculados â e x i s t ê n c i a de ma

téria.

A l g u m a s relações m i c r o e s t r u t u r a - p r o p r i e d a d e s .ter

m o d i n â m i c a s , como por exemplo, p a r a a densidade ou p a r a a capaci

dade calorífica de u m m a t e r i a l polifâsico, t ê m significativa

simplicidade: estas duas propriedades, mencio n a d a s como e x e m ­

plos, são obtidas aditivamente das correspondentes p r o priedades

das fases componentes do material, sendo influenciadas ú n i c a e

exclusivamente pelas concentraçoes das fases. Outras relações,

contudo, a p r e s e n t a m u m certo g r a u de complexidade. É o caso,por exemplo, das relações para o coeficiente de expansao térmica,

como r e s u ltado do envolv i m e n t o de tensões m.ecânicas internas,

tensões estas c o n s i d e ravelmente dependentes da m i c r o e s t r u t u r a

do material.

■Trabalhos iniciais, com referência às relações

m i c r o e s t r u t u r a - p r o p r i e d a d e s de m a t e riais p o l i f á s i c o s , avaliam

ponderações teóricas sobre as propriedades de c ^ p o de sistemas

bifâsicos. Como resultado, surgem diversas equações, algumas to

tal, outras parcia l m e n t e empíricas e algumas com alguma fundamm

tação teórica, mas sem c o mprovação experimental aceitável.

U m trabalho mais recente {^), apresenta \ama c o m ­

p i lação de todas as equações p a r a as propriedades de campo e,

p a r a uma m e l h o r comparação, transcreve-as p a r a a c o n d u t i b i l i d a ­

de e l é t r i c a de m a t e riais bifâsicos, com base nas analogias ante

ri ormente citadas. A confiabilidade de tais equações foi e x a m i ­

nada com critérios de plausibilidade, sendo constatado, assim,

das equações micro e s t r u t u r a - p r o p r i e d a d e s de campo, por exemplo,

que a condutibilidade do m a t erial bifásico i d e n tifica-se com a

de uma das fases,' q uando a outra fase apresenta-se e m u m a c o n ­

centração infinitamente pequena.

Tais considerações conferem u m suficiente grau

Page 13: ^RSIDADE FEDEPAL DE SANTA CATARINA

de confia b i l i d a d e às seguintes equações m i c r o e s t r u t u r a - p r o p r i e

dades de campo:

- e q u ação de M a x w e l l (^)

- equação de Brugge m a n n (“*)

- e q u ação de N i e s e l (®).

Tais equações são aplicáveis a m a t e r i a i s b i f á s i ­

cos c o m e s t r utura dispersa, isto é, a m a t e riais que a p r e s e n t a m

uma m atriz - c o n t í n u a - e xima fase d i s persa - d e s c o n t í n u a - con

tida na mesma. A equação de Maxv/ell, comprovada por diversas ve

zes (^), faz-se v á l i d a apenas para baixas concentrações de p a r ­

tículas, de forma esférica, da fase dispersa. A p a r t i r desta e-

quação, entretanto, surgiram as equações de B r u g g e m a n n e de Nie

sel, as quais p e r m i t i r a m o contorno às limitações, no q u e con­

cerne ã c o ncentração (baixa) e à forma (esférica) das p a r t í c u ­

las da fase dispersa, proporcionando, deste modo, uma m e l h o r a-

daptação d a t e o r i a às relações prese n t e s em m a t e r i a i s reais.

A equação de Bruggem.ann p ossibilita u m a a m p l i a ­

ção do intervalo de validade p a r a q u a i squer concentrações de fa

ses, embora ainda p e r m aneça limitada à forma e s f érica para as

p artículas da fase dispersa. Tal limitação é contudo, s u p l a n t a ­

da p e l a equação àe Niesel, que se aplica a esferõides, permitin

do, assim, a d e s c rição de formas irregulares.

Outros p e s quisadores se d e d i caram à redução da

integral da equação de Niesel a uma forma explícita, com a qual

foram estudados os casos especiais das grandes diferenças entre

as c ondutibilidades das fases (®'’'®). Tais equações m i c r o e s t r u

tura-propriedades de campo, especiais, englo b a m o caso dos mate

riais porosos, de grande r elevânciá na prática..

E m tais trabalhos são também apresentados a q u e ­

les parâm e t r o s das equações das propriedades de campo, que p o ­

d e m ser determinados através da análise estere o l õ g i c a em secções

da m i c r o e s t r u t u r a de mater i a i s reais, e que d i z e m respeito;

“ à c o ncentração da fase dispersa

- à forma das partículas da fase dispersa

à orientação das partículas da fase dispersa.

N o caso das propriedades de campo, estes três pa

Page 14: ^RSIDADE FEDEPAL DE SANTA CATARINA

râmetros, denomi n a d o s fatores e s t e r e o l ó g i c o s , são i n d e p e n d e n t e ­

m e n t e v a r i áveis entre si (^ ^ °^ m 3 j ^

U m dos critérios de p l a u s i b i l i d a d e a ser conside^

rado nas equações micro e s t r u t u r a - p r o p r i e d a d e s , consiste na c o n ­

dição teórica, segundo a qual, ás propri e d a d e s de campo de m a t e

riais bifásicos, para q u a lquer microestrutura, d e v e m e star n e ­

cessariamente entre dois valores limítrofes, v a lores estes, cor

respondentes aos arranjos das fases em p a r a l e l o e e m série, e

obteníveis através das leis de Kirchhoff. Analog a m e n t e , p a r a o

m ó d u l o de Y oung de m a t e r i a i s bifásicos, e x i s t e m os v a lores limi

tes de V o i g t - R e u s s (1 “' 1 s / 1 e j ^

C o m referê n c i a ã influê n c i a da m i c r o e s t r u t u r a so

bre propriedades elásticas, a m a i o r i a dos trabalhos fundamenta-

se no t ratamento e s tatístico e nos princípios de e n e r g i a da teo

ria da elast i c i d a d e linear (1 ? , 1 e , 1 9 ,2 0j^ N e s t a d i s s e r t a ç ã o de

mestrado, são analisados alguns trabalhos que trazem, e m seu bo

jo, o conceito de v a lores limites, e procedidas as comparações

entre as diversas considerações feitas e as m i c r o e s t r u t u r a s r e ­

ais. As equações deduzidas não reunem, contudo, os fatores e s t e ­

reológicos independentemente variáveis,- tal como e p o s sível no

caso das equações m i c r o e s t r u t u r a - p r o p r i e d a d e s de campo. A pesar

disto, entretanto, é possível a dedução de equações p a r a casos

especiais da relação m i c r o e s t r u t u r a - m ó d u l o de Young, como por

exemplo, para o caso do m ó d u l o de Young de m a t e r i a i s porosos

(com poros e s f é r i c o s ) , de significativa relev â n c i a na prática.

No que se refere à influência da m i c r o e s t r u t u r a

sobre o coeficiente de expansão téirmica linear de m a t e r i a i s b i ­

fásicos, vários pesquisadores d i s c o r r e m o assunto, a p artir de

uma abstração (^^), a qual é considerada neste trabalho, q u a n ­

do do estudo da expansão térmica volumétrica.

A i n d a nesta dissertação, ora e m apreciação, as

relações m i c r o e s t r u t u r a - p r o p r i e d a d e s , surgidas (assumidas várias

hipóteses) de desenvolvimentos matem á t i c o s diversos, são compara

das com valores experimentais da literatura, para a condutibili

dade térmica, para o m ó d u l o de Young e para o coeficiente de ex

pansão térmica linear de materiais bifásicos c o m estrutura d i s ­

persa. C o m p l e m e n t a r m e n t e , são apresentados resultados de ensaios

pr óprios e comparações destes com curvas teóricas, para o caso

Page 15: ^RSIDADE FEDEPAL DE SANTA CATARINA

específico dos ferros fundidos ferríticos (cinzento e nodular)

Page 16: ^RSIDADE FEDEPAL DE SANTA CATARINA

2. D E S C R I Ç Ã O Q U A N T I T A T I V A D A M I C R O E S T R U T U R A

A analise q u a n t i t a t i v a da relação m i c r o e s t r u t u r a

propriedades requer, é lõgico, não sõ valores indicativos das

propriedades, mas t a m b é m outros para a descr i ç ã o da m i c r o e s t r u ­

tura. Estes últimos, para u m m a t e r i a l p o l i f â s i c o , 'constituem-se

aqueles parâmetros que f o r n e c e m informações sobre;

- o tamanho

- a concentração

- a forma

- a orientação e

- o tipo da distri b u i ç ã o local das p a r t í c u l a s de ca

da fase.

2.1. V A L O R M Ê D I O E P R I N C Í P I O D O CONTÍNUO

Nos materiais reais, a v a r i a ç ã o dos p arâmetros

supracitados tem a sua amplitude vinculada, às chamadas funções

de distribuição.

P a r a o nível atual de conhecimentos ccm r e f e r ê n ­

cia à relação entre microestruturas e p r o p r i e d a d e s , o e s t u d o das

equações é f u n damentado e m valores estereolõgicos médios, repre

sentativos das partículas de fases (^°). Esta p r e m i s s a do v a l o r’

méd i o implica na substituição, no modelo, das p artículas de fa­

ses, reais, de diferentes tamanhos, formas e orientações, pelo

me s m o número de partículas, só que com tamanho, forma e o r ienta

ção (arranjo) únicos - médios - . Tal p r e m i s s a está relacionada

diretamente com o fato de que em todas as deduções teóricas de

equações m i c r oestrutura-propriedades, de m.ateriáis polifásicos,

até agora desenvolvidas, está implícito o chamado p r i n c í p i o do

contínuo. Ou seja, cada m a t e r i a l polif â s i c o é considerado, hipo

teticamente, u m "contínuo quase homogêneo", o que significa i-

Page 17: ^RSIDADE FEDEPAL DE SANTA CATARINA

gualdade de tamanhos, formas, orientações, tipos de d i s t r i b u i ­

ção e densidades de partíc u l a s e m todos os elementos de v o lume

do material.

2.2. D E S C R I Ç Ã O A T RAVÉS DE E SFERÕIDES

A d e s c r i ç ã o q u a n t i t a t i v a da m i c r o e s t r u t u r a r e ­

quer a conversão de grandezas, do plano (secção da m i c r o e s t r u t u

ra) para o espaço tridimensional. N o que diz respeito à forma e

à orientação dos componentes da estrutura, tal c á lculo se faz

necessário, quando, então, os componentes iJrregulares da m i c r o ­

e strutura são substituídos por regulares, de geometrias m a t e m a ­

ticamente representáveis.

P a r a m a t e r i a i s bifásicos, caso de debate neste

trabalho, foi comprovado que a'esferóide consiste a g e o m e t r i a

mais adequada p a r a a descr i ç ã o estere o l ó g i c a a p r o x i m a d a das par

tículas de fases reais. Duas razões fundamentais c o n d u z e m a tal

assertiva;

- as esferóides p o s s u e m u m b o m grau de a d a p t a b i l i ­

dade a geometrias irregulares reais, devido à

p o s s i b i l i d a d e de uma v a r iação c o n tínua da rela­

ção entre seus eixos. Por exemplo, os casos e x ­

tremos - e m que a relação entre eixos é igual a

zero ou a infinito - ocorrem, aproximadamente,

para o disco e p a r a o bastão, isto é, o c o r r e m pa

ra os dois casos especiais do cilindro. E a rela

ção entre eixos igual a u m corresponde ao c a ­

so especial da esfera; •

- as esferóides não p o s s u e m d escontinuidade alguma,

tal como cantos e bordas, o que repre s e n t a uma ex

p r e s s i v a v a n t a g e m para as deduções m a t e m á t i c a s .

2.3. R E DUÇÃO DE PARÂMETROS

Para uma d e t e r m i n a d a c o ncentração de fases, o ta

ma n h o e a densidade das partículas de fases constituem-se dois

Page 18: ^RSIDADE FEDEPAL DE SANTA CATARINA

8

parâmetros estereolõgicos não independentemente variáveis^ Como

a concentração das fases é função do p r oduto entre estes parâme

trós e s t e r e o l ó g i c o s , ambos são reunidos e m u m s5 p a r â m e t r o c o g ­

nominado "concentração de fases".

Assim, a d e s c r i ç ã o q u a n t i t a t i v a da m i c r o e s t r u t u ­

ra pode ser e f e t ivada através de apenas três fatores e s t e r e o l ó ­

gicos:

- o fator de concen t r a ç ã o de fases

- o fator de forma e

- o fator de arranjo (orientação).

Em. outras palavras, a combinação de tais fatores

estereológicos, independentemerite variáveis entre si, i d e n t i f i ­

ca suficientemente a m i c r o e s t r u t u r a de u m dadO-.. material. C o m

tais fatores, torna-se possível, ainda, a d i s t inção do tipo de

estrutura a p r e s e n t a d a pelo material: e s t r utura d i s p e r s a ou e s ­

trutura contínua (1 0 /2 2 ^2 3 ^^

A estrutura d i s persa possui, no mínimo, u m a fase

descontínua - c h a m a d a "fase dispersa" - , cujas partíc u l a s apre

sentam-se dispersas em uma fase contínua - d enominada " m a t r i z "-

sendo, através desta, isoladas umas das outras. A e s t r u t u r a con

tínua ocorre, por outro lado, q uando todas as fases se a p r e s e n ­

t a m continuamente. Este é o caso, por exemplo, de fases e m for­

m a de estruturas esponjosas, que se p e n e t r a m tridim e n s i o n a l m e n -

te.

Existe a possib i l i d a d e de ocorrência, e m alguns

materiais polifâsicos, de fases completas contínuas e m apenas

duas dimensões (por exemplo, no caso de agregados em camadas)

ou, então, u nicamènte e m lama sõ dimensão (por exemplo, no caso,

de eutéticos solidificados u n i d i r e c i o n a l m e n t e ) . Tais m a t e r i a i s

possuem, muitas vezes, e s t r utura contínua na "direção da p r o ­

priedade" (direção do campo térmico, do campo elétrico, do c a m ­

po magnético, da tensão e defor m a ç ã o mecânicas, da e x p ansão tér

mica) e, o r t o gonalmente a esta direção, estrutura dispersa.

A o c o r r ê n c i a de e s t r utura contínua, vale a c r e s ­

centar, sempre induz a problemas suplementares, q uando da d e d u ­

ção das equações m i c r o e s t r u t u r a - p r o p r i e d a d e s (2**'25/26j^

Page 19: ^RSIDADE FEDEPAL DE SANTA CATARINA

Os três fatores estereológicos/ anteriormente c_i

tados, no caso p articular - e de interesse especifico nestç tra

b alho - da e s t r utura dispersa, p o d e m ser obtidos, como se segue

- o fator de c o ncentração de fases consiste n á per

c e n t a g e m v o l u m é t r i c a da fase d i s p e r s a ou da m a ­

triz;

- o fator de forma resulta das relações entre e i ­

xos das esferóides representativas das p a r t í c u ­

las da fase d i s p è r s a (FIG. 1 ) ( 1 0 ' 1 2 , 1 3/2 7J .

- O fator d e arranjo (orientação) r e p r e s e n t a o v a ­

lor m é d i o do quadr a d o do cosseno do ângulo forma

do entre os eixos de rotação (das e sferóides r e ­

p resen t a t i v a s das partículas da fase dispersa) e

a "direção da propriedade" (FIG. 1)

" Direçõo da propriedade"

FIG. 1 - a esferóide e seus dados e s t e r e o l ó ­gicos .

Os fatores estereológicos d e p endem de dados m e n ­

suráveis na microestrutura, como se sucede

- as concentrações das fases são obtidas diretamen

te dos valores m é d i o s das percentagens superfici^

ais das fases, m e didas em secções da m i c r o e s t r u ­

tura - tomadas e statisticamente - do m a t erial bi

Page 20: ^RSIDADE FEDEPAL DE SANTA CATARINA

10

f ãsico (Princípio de D e l e s s e ) (^ ® );

- a influência da forma é conhe c i d a da relação e n ­

tre eixos, média, das diversas esferóides:

(1)( I ) = ( 1 - n^) ( I ),. + n^C I

Os significados das designações e n contram-se

na legenda da e q u a ç ã o . 3.

Assim, de acordo com a equação 1, três grandezas

de v e m ser determinadas ;

- a r e l ação entre eixos, --(z/x) a. , das p a r t í c u l a s da

fase dispersa, descritas por esferóides a l o n g a ­

das;

- a relação entre eixos (z/x)_, das partíc u l a s da

fase dispersa, descritas p o r esferóides a chata­

das;

- a q u o t a relativa, n_, de esferóides achatadas.

Este estudo é realizado, como se segue: i n icial­

me n t e é e f e t u a d a a m e d i ç ã o da m a i o r extensão linear e m cada pia

no de inters e c ç ã o com cada p a r t í c u l a irregular da fase d i s p e r ­

sa, sendo tal dimensão, então, c o nsiderada o eixo grande - a ’ -

de uma elipse de corte (para a qual a secção da p a r t í c u l a da fa

se dispe r s a é aproximada) , correspondente ao p lano de intersec-^

ção c o m cada partícula. E m seguida, é efetivada a m e d i ç ã o d a ã-

rea da superfície de corte p a r a cada p a r t í c u l a irregular da fa-_

se dispe r s a e a m e d i d a é consid e r a d a como sendo a área (A') s u ­

perficial da elipse r e p r e s e n t a t i v a (como convenção, todos os sím

bolos acompanhados de apóstrofo, são relativos a m e d i ç õ e s real_i

zadas no p l a n o ) .

Das relações matemá t i c a s válidas para elipses,

com as quais são descritas as superfícies de corte das p a r t í c u ­

las dispersas, de forma irregular, resultam:

Page 21: ^RSIDADE FEDEPAL DE SANTA CATARINA

11

4A'

a' IT a'

a' 7T a*

(2a)

(2b)

b' 4A'

Das relações entre eixos, assim obtidas, p a r a ca

da elipse de corte, individual, e do niómero total (N') de super

fícies de corte p o r p l a n o de intersecção., deriva m - s e as seguin

tes relações entre eixos, médias, das elipses de gorte:

F' 1 b ' b '( — ) = - ^ E — (2c)

a' N' a' a'

a' 1 a' a'

( — ) = — 2 — ^ — (2d) b' N' b' b'

As relações (b'/a') e (a'/b') não são iguais as

relações entre os valores médios dos e i x o s ,'o que e indicado pe

los termos de d e sigualdade nas equações 2c e 2d.

Cada relação entre eixos, média, (b'/a') ou

(a'/b'), m e d i d a nas elipses de corte corresponde â r e s p e c t i ­

v a relação entre eixos de uma d eterminada esferóide, através da

qual as partículas reais da fase dispersa são substituídas. Tal

correspondência estâ repres e n t a d a na FIG. 2 (8/io/i2/29j^

Assim, as partículas reais irregulares da fase

dispersa são substituídas ora através de esferóides alongadas,

ora através de esferóides achatadas. A dúvida q u a n t o â locação

da relação entre eixos no espaço, (z/x), entre tais valores li­

m ítrofes é dirimida pela resolução da equação 1. C o m os valores

limites das relações entre eixos para esferóides achatadas,

(z/x)^, e alongadas (z/x)„, e com as quotas relativas de ambas

as esferóides (n_; n„ = 1 - n _ ) , origina-se, da equação 1, a re

Page 22: ^RSIDADE FEDEPAL DE SANTA CATARINA

m|«cOos9Oc

o tib

oIOo

"I

------^

[ y

---------- r1,25

(i:

1,75

relação enfro eixos, m ídia, medido no plano

12

FIG. 2 - Relação entre eixos de uma esferói de, (z/x), como função da relação m é d i a entre eixos das elipses de corte.

(b'/a') ou (a'/b')

lação entre eixos que m e l h o r corresponde ãs partí c u l a s reais. U

m a primeira solução aproximada, deste modo, proporciona;

6cD*

) .a„ + ( ) .b_ ■"2N ^ . .a iib I,

n_ =

1T ( ? T - ) .a„ + ( ) .b: aíb_ - a„b„

(3)

n_ = q u o t a relativa de esferóides achatadas

z/x = relação entre eixos das esferóides alongadas

(índice „) e achatadas (índice _)

z = a„ = b_ = eixos de rotação das esferóides

X = a_ = b„ = eixos secundários das esferóides

(b'/a') , (a'/b')= valores m édios das relações entre eixos das e-

lipses de c o r t e , m e didas estati s t i c a m e n t e no m

terial, através de planos de corte

a*, b' = eixos, grande e pequeno, respectivamente,das e

lipses de corte .

Page 23: ^RSIDADE FEDEPAL DE SANTA CATARINA

13

Cp = p e r c e n t a g e m voliunë tri ca da fase dispersa

= n ú m e r o m é d i o de superfície de corte (pertencen

tes à fase dispersa) p o r plano de corte A

P a r a tal, várias hipóteses são formuladas { ) .

Assim, por exemplo, são considerados iguais entre si, os v a l o ­

res m édios dos eixos grandes das elipses de corte das esferõi-

des substitutas, q u e r s ejam estas achatadas, q u e r s ejam a l o n g a ­

das. Adicionalmente, a d i s t ância entre os planos de corte, ao

longo do m a t e r i a l , é m a n t i d o abaixo de certos valores l i mítro­

fes:

( fr ) .a„ + ( |r ) .b^ (4)

Os valores absolutos dos eixos grandes s u r g e m -

desconsiderados os desvios admissíveis inerentes a toda e q u a l ­

quer aproximação - da equação 5, para o~caso de esferóides alon

gadas e da e q uação 6, para o caso de esferóides a c h a t a d a s ( ® '^^).

4 a ' . ( I )„

I a' T~ íT.( gr )

(5)

4 P a_ = (6 )

TT

A p artir das equações 5 e 6, uma vez conhecidas

as relações entre eixos das esferóides [ (^) „= (^) „ , (“) == (^) J,tor

na-se possível a determ i n a ç ã o dos valores absolutos dos eixos

pequenos (b„, b^) .• Por outro lado, a p e r c e n t a g e m v o l u m é t r i c a da

fase dispersa, c^, e o número de superfícies de corte, por p l a ­

no de intersecção' são direta m e n t e mensur á v e i s no material. As

Page 24: ^RSIDADE FEDEPAL DE SANTA CATARINA

14

sim, e m suma, as m e d ições na m i c r o e s t r u t u r a f o r necem todos os

dados n e c e s s á r i o s à determinação, através da equação 1, da rela

ção, média, entre eixos. Tal relação possibilita, com base e m

funções e specíficas de propriedades, a obtenção do fator de for

ma, havendo, assim, u m v í n c u l o recíproco entre a p r o p r i e d a d e e m

questão e o fator de forma. Por conseguinte, o fator de forma

de um m e s m o m a t e r i a l pode, p o r exemplo, assumir u m valor p a r a

propriedades de campo e um. outro p a r a p r o priedades elásticas.

O fator de forma, por si só, não fornece informa

ção suficiente sobre a e f etiva g e o m etria da partícula, o que o-

c o r r e , em contrário, com os denominados "fatores de forma d i r e ­

tos" na e s t e r e o l o g i a ou na m e t a l u r g i a do pó. E m c o n sequência

disto, recebe a denomi n a ç ã o de "fator de forma indireto".

O fator de o r i e n t a ç ã o (cos^a) é o btido das e q u a ­

ções:

cos a„ =

cos a_ =

[ < l ) ^ (b'a' > A -

1 ■

)^ - 1■

[ < 1 >Pb'

1 ■

I( ^ X )^ - 1

(7)

(8 )

( a V b ' ) ^ , (b'/a'), = valores m édios das relações entre eixos

das elipses de corte, m e d idas e m cortes

p e r p e n d i c u l a r e s à "direção da propriedade"

onde (z/x) refere-se a esferõides alongadas, na equação 7 e a

esferõides achatadas na e q uação 8.

Todas as equações descritas, c o nvém uma vez mais

frisar, constituem-se soluções aproximadas. Seus limites de pre

cisão, b e m cotio as v e r ificações técnicas de seus termos indivi-

Page 25: ^RSIDADE FEDEPAL DE SANTA CATARINA

15

duais constam em alguns trabalhos realizados (8 f 1 0 f 2 7 / 3 0

).

2.4. R E L A Ç Ã O ENTP£ P R O PRIEDADES E A M I C R O E S T R U T U R A DE

M A T E R I A I S BIFASICOS '

Independentemente das propriedades analisadas do

material bifásico, faz-se válida a seguinte assertiva: o valor

da propriedade, para qualquer concentração de fases, situa-se

em um intervalo de variação, formado por duas curvas limites,

entre as propriedades de suas fases. As curvas correspondem - es

tereologicamente - às duas microestruturas fundamentais; aos ar

ranjos das fases em paralelo e em série. No primeiro caso, as fa

ses apresentam—se ordenadas, uma ao lado da outra, na direção

da propriedade" e, no segundo caso, uma atrás da outra.

'////////////////A

DIREÇÃO DA PROPRIEDADE

O) ARRANJO DAS F A S E S ( A e B ) EM PARALELO

DIRECAO d a PROPRIEDADE .

B B B B b ) a r r a n j o d a s f a s e s ( A e B ) EM SÉR IE

FIG. 3 - Arranjo de fases e m série e e m para leio.

Page 26: ^RSIDADE FEDEPAL DE SANTA CATARINA

16

P a r a a condut i b i l i d a d e térmica, as equações das

curvas limites são formuladas, através das leis de K i r c h h o f f , p a

ra ligações e m p a r alelo e e m série. Para o m ó d u l o de Young, as

curvas limites de V o i g t - R e u s s c o r r e s p o n d e m à m e s m a e l o n g a ç ã ç de

ambas as fases, no caso do arranjo em paralelo, e à m e s m a t e n ­

são, no caso do a r ranjo e m série. A estas m e smas curvas, r e l a ­

ciona-se, também, o coeficiente de e x p ansão t é rmica linear, já

que tensões elásticas estão envolvidas

A locação do v a l o r da propriedade, entre as c u r ­

vas limites, é e s t a b e l e c i d a pelos fatores estere o l ó g i c o s da e s ­

trutura do m.aterial em análise, conforme a p resenta-se esquemati

zado na figura 4. Assim, através de m o d i f i c a ç õ e s de forma (por

exemplo; disco ^ "lente" e s f e r a "ovo" b a s t ã o cilíndrico) ,

de concentração (por exemplo; tamanho e/ou número) e de o r i e n t a

ção (por exemplo; e s t a t í s t i c a orientada) das partíc u l a s da fa

se dispersa, ocorre a v a r iação do v a l o r da propriedade, entre as

curvas limites. É evidente que o intervalo de v a r i a ç ã o é tanto

ma ior quanto m a i o r for a d i f e r e n ç a entre os valores das proprie

dades das fases, o que é representado, também, esquem a t i c a m e n t e

na figura 4 (curvas limites p a r a loma grande d i f e r e n ç a entre os

valores das p r opriedades das fases - caso A - e, p a r a u m a peque

na diferença - caso B ) .

FIG. 4 - Curvas limites para as p r o ­priedades de m a t e riais bifá sicos como função da concen tração e m o dificações da mi croestrutura (^).

Fosa a 25 50 75 Fose pConcenirocões volumílricoj dos foses (7.)

Page 27: ^RSIDADE FEDEPAL DE SANTA CATARINA

17

E x c l uídos os casos de transição, os m a t e r i a i s

são classificados em; m a t e riais metálicos, m a t e r i a i s cerâmicos

e m a t e r i a i s polímeros. Assim, o intervalo de v a r iação entre as

curvas limites das propr i e d a d e s de u m m a t e r i a l b i f á s i c o torna

se mais amplo, q u ando suas fases p e r t e n c e m a diferentes grupos

de materiais (por exemplo, cermets) ou q u a n d o poros c o n s t i t u e m

a fase dispersa. E mais reduzido, q u ando as fases p e r t e n c e m a um

m e s m o grupo de mater i a i s (por exemplo, ligas m e t á l i c a s b i f á s i

cas) .

Page 28: ^RSIDADE FEDEPAL DE SANTA CATARINA

18

3. R E LAÇÃO ENTRE A M I C R O E S T R U T U R A E A C O N D U T I B I L I D A

DE T É R M I C A

3.1. FUNDAI-IENTAÇÃO T E O R I C A

As propri e d a d e s de campo c a r a c t e r i z a m os c o m p o r ­

tamentos de m a t e r i a i s submetidos a campos térmicos, campos m a g ­

néticos, campos elétricos ou eletromagnéticos. Tal caract e r i z a

ção é realizada, quantitativamente, através das chamadas e q u a ­

ções de campo, p a r a diferentes p r o priedades de campo. Assim, a

dedução teórica para uma determ i n a d a p r opriedade de campo tem va lidade para outras p r o priedades do m e s m o grupo ( M .

Entre a resistividade e a c o n d u tibilidade t é r m i ­

ca, existe uma propo r c i o n a l i d a d e inversa (p = X M . 0 m e s m o o-

corre, por analogia, para outras propriedades de campo.

As curvas que d e l i mitam o campo de v a r i a ç ã o da

condutibilidade térmica de materiais bifásicos, v a r i a ç ã o esta o

casionada p o r m o dificações na microestrutura, são obtidas atra­

vés da aplicação das equações de Kirchhoff, p a r a ligações de re

sistências e m paralelo e em série (figura 6, equações 15 e 17).

E, como a diferença entre as condutibilidades térmicas das fa­

ses de materiais bifásicos pode superar a dez ordens de g r a n d e ­

za, o campo de variação da condutibilidade pode ser b e m amplo.

E m consequência, a simples indicação das curvas limites e x t e r ­

nas não se constitui, neste caso, uma informação suficiente.

Por outro lado, ligas m e t á l i c a s bifásicas a p r e ­

sentam campos de variação da condutibilidade térmica r e l a t i v a ­

mente restritos, como resultado das pequenas diferenças de valo

res entre as c o ndutibilidades térm.icas das fases.

Como a equação m i c r o e s t r u t u r a - p r o p r i e d a d e , para

uma determinada propriedade de campo pode ser t ransposta a o u ­

tras propriedades do m.esmo grupo, conforme já citado a n t erior­

mente (capítulo 1), as equações desenvolvidas p a r a a condutibi-

Page 29: ^RSIDADE FEDEPAL DE SANTA CATARINA

19

lidade e l é trica são, por exemplo, d iretamente aplicáveis p a r a a

c o n d u tibilidade térmica, v a l e n d o p a r a ambos os casos a p r o p o r ­

cionalidade i n versa p = X ^ (p = r e s i s t i v i d a d e , X = c o n d u t i b i ­

lidade) . E m v i s t a disso, é mantido, nesta dissertação, o estudo

das deduções teóricas das equações m i c r o e s t r u t u r a - r e s i s t i v i d a

de elétrica, conforme orient a ç ã o da literatura e s p e c i a l i z a d a ( M .

As equações c orrespondentes para a c o n d u tibilidade t é rmica são,

contudo, apresentadas c o m p l e m e n t a r m e n t e .

P a r a a deter m i n a ç ã o da d e p e n d ê n c i a da r e s i s t ê n ­

cia elétrica, de u m m a t erial bifásico, e m relação a sua microes

trutura, é p r e s s u p o s t a a existê n c i a de u m campo eletro s t á t i c o

homogêneo no m a t e r i a l m o n o f á s i c o ( ' M . A dispersão, neste mate

rial, de partículas de uma segunda fase - no caso da e s t r utura

dispersa - p r o move o surgimento de um campo perturbado, que se

sobrepõe ao campo original. Da utiliz a ç ã o das equações de campo,

para cada u m destes campos, e da s u perposição dos mesmos, torna

se possível a o b t enção do campo resultante, admitidas as seguin

tes condições de contorno:

- o somatório das cargas superficiais induzidas, e m

cada p a r t ícula da fase dispersa, é igual a zero;

- o potencial elétrico na superfície de contorno

modifica-se, continuam.ente, ou seja, não há qual

quer d escontinuidade do poten c i a l e l é t r i c o na

transição da fáse dispersa p a r a a matriz.

N o princ í p i o da adição de energias fundamenta-se

a superposição. Assim, a energia do campo elétrico r esultante é

obtida através da adição das energias dos campos elétricos s u ­

perpostos.

A m o d i f i c a ç ã o do campo - devido ãs partxculas da

fase dispersa - é influenciada pela concentração, forma e orien

tação das partículas- 0 cálculo de tal m o d i f i c a ç ã o foi e f e t u a ­

do, para a forma esférica e baixa concentração das partículas

da fase dispersa (^), que se constitui o caso mais simples por

duas razões:

- a influência da orientação é, logicamente, descon

siderável (esferas não têm o r i e n t a ç ã o ) ;

Page 30: ^RSIDADE FEDEPAL DE SANTA CATARINA

20

- a s u perposição suplementar r e c í proca entre jps c ^

pos pertu r b a d o s influenciados é desprezível, p a ­

ra b aixas concentrações da fase d i s p e r s a (porque

o alcance dos campos perturbados, neste caso, é

m e n o r do que a distâ n c i a entre as partículas) (^®).

Pa r a b aixas concentrações (aproximadamente 10% em

volume) da fase d i s p e r s a na forma de partículas esféricas, a re

sistividade de m a t e r i a i s bifásicos pode ser c a l c u l a d a através da

equação de M a x w e l l (^'^);

2 + Cj3 + ^ ( 1 - Cp)

P c _ —

2 - 2Cp + — ( 1 + 2Cp)

Pd

c = p e r c e n t a g e m v o l u m é t r i c a

p = resistividade

(9)

índices; C - para o m a t erial bifásico

M - para a matriz, e

D - para a fase dispersa.

A ampliação do intervalo de validade d esta e q u a ­

ção requer a c o nsideração de contínuo quase h o m o g ê n e o ("*) para

o m a t e r i a l e m análise. Assim, a matriz é c o nsiderada u m m a t e ­

rial bifás i c o com b a i x a c o ncentração de partículas esféricas e

o campo elétrico efetivo pode ser calculado, através da e q uação

9. C o m o acréscimo de uma p e q u e n a quantidade da fase dispersa,

surge um campo resultante, cujo cálculo é obtido, também, da e-

quação 9.

A d i f e renciação da equação 9 p o s s i b i l i t a a deter

minação q u a n t i t a t i v a da m o d i f i c a ç ã o do campo, q u a n d o de uma p e ­

quena alteração na concentração da fase dispersa. E, a i n t e g r a ­

ção da forma diferenciada da equação 9, entre seus limites - re

sistência da fase dispersa e resistência da m atriz - , dá o r i ­

gem a chamada equação de Bruggemann ( ' ■* ' ® ) , com a qual se tor-

Page 31: ^RSIDADE FEDEPAL DE SANTA CATARINA

21

na p o s sível o cálculo da r e s i stividade de vm m a t e r i a l bifásico,

com p artículas dispersas esféricas, sem limitações q u a n t o à con

centração:

Pc - Pd

D

(10)

Sob a h i p ó t e s e da forma esferoidal p a r a as par

tículas da fase d i s p e r s a e com a c o nsideração q u a n t o à sua o-

rientação, a c itada dedução foi repetida p a r a o c ampo e l é t r i ­

co estacionário (^) . A e q u ação apresenta-se, inicialm.ente e m

forma de integral, na qual se pode introduzir uma d e t e r m i n a d a

propriedade de cam.po e m análise.

X D dc

1 - 0

dp

1 - COS aD

COS a+

D

- + (— - ~ ) F „ - + ( ; ^ - ^ ) (1 - 2F^) p 'pp p D p Pjj p D

(11)

E s t a equação, q u ando calculada e x p l i c i t a m e n t e (®),

constitui-se a d e n o m i n a d a equação genérica m i c r o e s t r u t u r a - r e s i s -

tividade:

l-c,

Pn+ <(1 - Fp)cos’ap+ 2Fjj(1 - cos‘Op)

(1 “ Fjj)C0S*0jj + 2Fjj(l - cos'ojj) .

« (Fq, COS Oj,)

(1 2 )

f(Fp, cos^a^) =F d ( 1 - 2Fj3)

D' 1 - ( 1 - F^) cos^aj^ - 2Fp ( 1 - cos^aj^)D D

(13)

Page 32: ^RSIDADE FEDEPAL DE SANTA CATARINA

22

, . Fd'I - 2Fj,(1- Fo) ^♦ (F § c o s a~) • ■—■ ' '■ ........■—'■ .1.11 ■ .1 I '■' ^ ............... •■1 \ J- ^ /

“ ° 1 - ( l - F j , ) c o s * < X j , - 2 F p ( l - c ô 3 ’ ap) ( l - F j j ) c o s * a j , + 2 F p ( l - c o s ’ ajj)

cos^a = fator de o rientação

p = resistividade

c = p e r c e n t a g e m volxométrica

indices: D - para a fase d i s persa

M - p a r a a matriz, e

C - para o m a t e r i a l b i f ãsico

N e s t a s equações, as influências da m i c r o e s t r u t u ­

ra estão q u a ntificadas através dos fatores estere o l ó g i c o s de con

centração, forma e orientação'das partículas da fase dispersa.

0 denominado fator de entel e t r i z a ç ã o constitui-

se o fator de forma - indireto - p a r a propri e d a d e s de campo(^^).

Tal fator estâ intimamente relacionado com o v a l o r m é d i o das re

lações entre os eixos de simetria e secundário das esferóides -

representativas das partículas irregulares da fase d i s p e r s a - e

pode ser calculado ( f'i'gilra 5) (^^) . Ou seja, a u t i l i z a ç a o da cur

v a da figura 5 p o s s i b i l i t a a d e terminação do fator de forma i n ­

direto, Fp, a p a rtir da relação entre eixos z/x.

Para alguns casos, especiais e importantes, de o

rientação e forma, a equação 12 simplifica-se consideravelmente.

Como casos especiais de orientação, m e r e c e m m e n ­

ção os seguintes:

- orient a ç ã o estatística"“ (as esferóides dispersas

n ão estão o r i e n t a d a s ) ;

- completa o rientação na direção do campo ( todas as

esferóides dispersas estão orientadas, com os

seus eixos de simetria, p a r a l e l a m e n t e ã direção

do campo, cos^a = 1 );- completa orientação numa direção p e r pendicular ã

Page 33: ^RSIDADE FEDEPAL DE SANTA CATARINA

23

d i reção do campo (os eixos de simetria, z, de to

das as esferóides d i s p e r s a s , e s t ã o o r i e n t a d o s per

p e n d i c u l a r m e n t e à d i reção do campo; cos^a = 0 ) .

z /x F0,001 0,0007843bOfiOA 0,003125,0,008 0,0062199Op2 0,0153170,06 0,04376 2

0,1 0,0695S'8Ofi 0,2059a0,8 0,302782 0,41322

0,47839610 0,4898s

40 0,4989480 0,4996e

200 0,49994600 0,4999g

1000 0,4999ç

10’ 10 10 10 relQçõo entre eixos (2/x)

FIG. 5 - Fator de forma, indireto, p a r a pro priedades de campo, como função da relação entre eixos das esferóides.

C o m o casos especiais de forma p o d e m ser citados:

- o disco cilíndrico achatado, que ocorre q u a n d o a

relação entre os eixos de simetria (z) e s e c u n ­

dário (x), das esferóides dispersas,se torna mui

to p e q uena (F = 0 para (z/x) = 0);

- a esfera, p a r a a qual a relação entre os eixos de

s imetria (z) e secundário (x) das esferóides dis

persas é igual a um (F= 1/3 para (z/x) =?= 1) ;

Page 34: ^RSIDADE FEDEPAL DE SANTA CATARINA

24

- a b a r r a (bastão) cilíndrica, que ocorre q uando a

relação entre os eixos de simetria (z) e secunda

rio (x) das esferóides dispersas se torna m u i t o

grande, isto é, ocorre no caso limite, no qual o

eixo secundário torna-se "infinitamente" p e q u e n o

e m c o n f ronto c o m o eixo de simetria, finitamente

g rande (F = 1/2 para (z/x) = °°) .

A figura 6, c o n t é m as expressões resultantes da

equação 12, p a r a as combinações possíveis dos casos especiais

de forma e de orient a ç ã o das p artículas da fase d i s p e r s a (®), on

de a r e s istividade (elétrica ou térmica) é s u b s t i t u í d a pelo seu

inverso (p = f ou seja, pela c o n d u t ibilidade (elétrica ou

t é r m i c a ) .

vcos^a0

Orientação per­pendicular â di reção do caitpo

0,33

Orientação estatística Orientação na dire ção do cairpo

0

disco (arranjo on pa­ralelo)

(15)

« D - V

» d - V < " c + 2 V

(16)

(arranjo em sé­rie)

(17)

0,33

e s f e ­ra

M

(18)

0,5

cilindro

1 - ^ =

12

V V - h l(19) (20)

(arranjo an paralelo)

(21)

FIG. 6 - Casos especiais da equação genérica m i c r o e s t r u t u r a - condutibilidade de materiais bifásicos com estrutura

dispersa.

Page 35: ^RSIDADE FEDEPAL DE SANTA CATARINA

25

Os discos cilíndricos dispersos - caso extremo

onde lim - = 0 - , orientados p e r p e n d i c u l a r m e n t e à d i r eção do

campo, e as barras (bastões) cilíndricas dispersas - caso extre

m o onde lim - = oo - , orientadas na d i reção do campo, corresponX ^ .

d e m ao arranjo das fases ot. paralelo(equações 15 e 21 , r e s p e c t i ­

vamente) . Por outro lado, os discos cilíndricos dispersos, o r i ^

tados na direção do campo, c o r r e s p o n d e m ao arranjo das fases e m

série (equação 17).

Existem, dois casos extremos, q u a n t o aos valores

das resistividades da matriz e da fase dispersa, a serem c o n s i ­

derados. Da e q uação 12 - relação genérica entre a m i c r o e s t r u t u ­

ra e a resistividade de m a t e riais bifâsicos - s u r g e m as e x p r e s ­

sões referentes a estes casos extremos. A p r i m e i r a delas, a e-

quação 22, aplica~se ao caso, no qual a condu t i b i l i d a d e da fa­

se d i s persa é m u i t o m a i o r do que a da matriz >>> 1) e a

segunda, a equação 23, refere-se ao caso oposto <<<

1 - cos^a^ cos ttp(23)

Tais equações sao, e m geral, consideradas boas a

p roximações para os casos, nos quais as diferenças entre as con

dutibilidades das fases (l/p^^; 1/pp) igualam ou superam a q u a ­

tro ordens de grandeza. E m vista disso, p o d e m ser s eguramente a

plicadas para cermets e para materiais porosos com p o rosidades

fechadas, na condição de fase dispersa

A influência da estrutura cristalina e d a m i c r o ­

e strutura de cada fase, sobre as respectivas condutibilidades, é

ve rifi c a d a em todas as equações. Assim, por exemplo, a m e s m a fa

se, em diferentes materiais bifâsicos, pode a presentar dife-

Page 36: ^RSIDADE FEDEPAL DE SANTA CATARINA

26

rentes condutibilidades, como r e s u ltado de diferentes tamanhos

dos cristais (ora finos, ora g r o s s o s ) ( ^’)(influências da m i c r o ­

es t r utura em m a t e r i a i s monofásicos). E m função disto, a influên

cia das grandezas de estado é conhecida, através da condutibili

dade de cada fase isoladamente. E, torna-se possível, por e x e m ­

plo, o desenv o l v i m e n t o de uma relação entre a c o n d u tibilidade

térmica, de m a t e r i a i s bifásicos, e a temperatura, h a v e n d o a pos

sibilidade desta ser intro d u z i d a nas equações 12 a 23, onde:

0 estudo até agora apresentado r e f e re-se a m a t e ­

riais bifásicos, com e s t r u t u r a dispersa. U m tratam e n t o c o r r e s ­

pondente para a c o n d u tibilidade de materiais bifásicos, com e s ­

trutura contínua, é p o s sível ("*'®). Problemas adicionais surgem,

entretanto, como por exemplo, a n e cessidade do c o n h e c i m e n t o dos

fatores e s t e reológicos de ambas as fases - agora dependentes en

tre si - e não só dos da fase dispersa, como é s uficiente para

o caso da e s t r u t u r a dispersa (equação 1 2 ).

A s equações desenvolvidas- para m a t e r i a i s b i f á s i ­

cos, com e s t r u t u r a contínua, constituem-se aproximações, g e r a l ­

m e n t e insuficientes Vale acrescentar, outrossim, que

estruturas contínuas sempre s imbolizam os intervalos de c o n c e n ­

tração, para m a t e riais bifásicos, onde ocorre a troca de matriz.

Assim, a curva para a c ondutibilidade de u m m a t e r i a l bifásico,

com e s t r u t u r a contínua - como função das concentraçoes das fa­

ses - serve de elo entre as componentes da curva, para as condu

tibilidades do m e s m o material, com estrutura dispersa, onde a

condutibilidade da m atriz é , de x m lado, m a i o r e, de outro l a ­

do, m e n o r do que a da fase dispersa. Portanto, os valores de

condutibilidades de m a t e riais bifásicos, para estruturas c o n t í ­

nuas, situam-se entre aqueles correspondentes às estruturas dis

persas, de um lado, com matriz de m a i o r c ondutibilidade do que

a fase dispersa e, de outro lado, de m e n o r condutibilidade.

Fatíe o exposto, foi dado prioridade ao estudo

das equações para a estrutura dispersa.

Valores experi m e n t a i s devem, agora, ser compara­

dos com os valores obtidos das equações m i c r o e s t r u t u r a - condu-

Page 37: ^RSIDADE FEDEPAL DE SANTA CATARINA

27

tibilidade.

3.2. C O L E T Â N E A DE DADOS E X P E R I M E N T A I S D A L I T E R A T U R A

( 1 , 3 9 )

N o item anterior deste trabalho, foi feita m e n ­

ção ao fato de que a equação deduz i d a p a r a uma d e t e r m i n a d a p r o ­

priedade de campo pode ser diretamente u t i l izada p a r a outras

propriedades do m e s m o grupo. Assim, os resultados experimentais

comprobatõrios das equações referentes ã c o n d u t ibilidade elétri

ca atestam, igualmente, o acerto das equações para a c o n d u t i b i ­

lidade térmica.

Neste item, valores experimentais - obtidos por

diversos p e s q u i s a d o r e s - p a r a condutibilidades e l é t r i c a e t é r ­

mica, são comparados com curvas teóricas.

FIG. 7 - Resistividade elétrica relativa de c e r mets de U O 2 com matriz m e t á l i c a (®).

Page 38: ^RSIDADE FEDEPAL DE SANTA CATARINA

28

U 0 2 -Cr I (“6) Û (6)

Ü O 2 -CU B í**’)

U O 2 -M0 +(!«) X V C ^ ) * C ^ )Ü 0 2-Nb ©(•*‘*''»5)

U O 2- A Ç O □(■»■»/‘♦5,5o)

U O 2-W 0 (“8) O (®)

Curva calcu l a d a - (equação 25)

A figura 7 apresenta a locação de uma série de

valores experimentais de resistividades de m a t e r i a i s bifãsicos

(cermets de U O 2 , c o m m atriz metálica) r e l acionados àqueles da

fase m e t á l i c a (que constitui a matriz, e m todos os e n s a i o s ) .

A curva teórica repres e n t a d a corresponde à e q uação 23 (particu­

larização da equação g e n érica m i c r o e s t r u t u r a - r e s i s t i v i d a d e , p a ­

ra <<< 1) r com a c o nsideração de forma e s f é r i c a p a r a a fa

se d i s persa (F^ = 0,33; cos^a^ = 0,33);

Pm

Para a r e p resentação da curva da figura 8, foram

utilizadas, tainbém, as considerações de forma esférica, p a r a a

fase dispersa, e de matriz metálica, mas a curva foi calculada

com a equação 18 (particularização da equação genér i c a m i c r o e s ­

trutura- resistividade, para esferas d i s p e r s a s ) . A comparação

com valores experimentais de diversos cermets d e oxidos e de

cermets W C - A g indica que, no intervalo m é d i o de concentrações,

a m i c r o e s t r u t u r a idealizada - especialmente q uando da e x i s t ê n ­

cia de uma fase m e t á l i c a contínua - está mais longe da r e a l i d a ­

de do que no caso da figura 7.

N estes dois exemplos citados, foram formuladas

hipóteses, quando do cálculo da resistividade elétrica , devido

à falta de dados estereológicos exatos sobre a microestrutura.

A microe s t r u t u r a de corpos à base de U O 2 -M0 , e m contrário, é,

porém, conhecida de medições estereológicas em secções amplia

Page 39: ^RSIDADE FEDEPAL DE SANTA CATARINA

29

I

FIG. 8 - Resist i v i d a d e elétrica relati, va de cermets de 5xidos (sem Urânio) c o m matriz m e t á l i c a e de cermets ViC-Ag (® ) .

A l 2 0 3~Ag X ( 5 1 ) A I 2 O 3 - A I - ( 5 7 )

A I 2 O 2 - A U x ( ^ ^ ) A l 2 0 3-Cr A ( ” )

A l 2 0 3-Fe □ ( ” ) . A l 2 0 3~Fe * ( 5 3 )

A I 2 O 3 - N Í 3 A I 2 ® ( ^ ' * ) A l 2 0 3“Pt @ ( ' " )

CdO-Ag0 ( 5 5 , 5 6 ) T h 0 2-Au . ❖ ( " " )

T h 0 2 ~Pt ^ ( ” ) Zr0 2~Mo 0 ( " ' )

W C - A g

das da microestrutura: matriz de m o l i b d ê n i o com pequenos discos

de U O 2 / dispersos, sem orien t a ç ã o definida ( Fp=0,125; cos^Od=0,33)

e esferas de U O 2 , dispersas, t a m b é m sem orientação defin i d a

(Fq = 0,33; cos^ttp = 0,33). As curvas calculadas com a e q uação

23 - figura 9 - demonstram, como era esperado, q u e as resistivi

dades de lam m e s m o material, pára pequenos discos da fase disper

sa, são maiores do que para esferas.

As c o ndutibilidades térmicas das dispersões UAI3-

Al e UAl^-Al, foram m e didas (^^) a 367 K (figura 10), por meio

de um condutômetro (Colora), b a s e a d o no princípio da evaporação

Page 40: ^RSIDADE FEDEPAL DE SANTA CATARINA

30

‘FIG. 9 - R e s i stividade elétrica rela tiva de cermets U O 2 -M0 , com matriz de Mo e fase disper sa o r i e n t a d a e s t a tisticamen te.

Disœs DE UO2 : valoires medidos x(^’) curva calculada,

Esferas de UO2 : valores medidos o(^^) curva calcinada

(eq. 23)

-(eq. 25)

- tal como o utilizado, n e s t a dissertação, durante os ensaios

com o ferro fundido cinzento e n o dular - . Como pode ser o b s e r ­

vado, os valores medidos t a mbém estão situados dentro das c u r ­

vas limites relativas aos arranjos das fases em série e e m para

leio, e atestam uma razoável c o n cordância com as curvas t e ó r i ­

cas, obtidas da equação 18 (figura 6). Dois casos são assumidos

e estudados para cada material: e m um deles, o alumínio sempre

é a m atriz e no outro, é o composto UAl^que se apresenta como

tal.

N o .caso das ligas U-Al trabalhadas, que são d i s ­

persões de UAl^ e m Al, os valores medidos (figura 11) estão em

c oncordância com a equação 19 (figura 6 ).

Page 41: ^RSIDADE FEDEPAL DE SANTA CATARINA

31

FIG. 10 - Condut i b i l i d a d e térmica das d i s ­persões UAl^-Al e UAl^-Al.

Relações teóricas para matriz de UAl^^ e matriz de Al, respectivamente, sen­do assiomida a forma esférica (eg. 18, figura 6 ).

A r r a n j o e m paral e l o e em série, c o n ­forme equações 21 e 17 (figura 6 ).

Page 42: ^RSIDADE FEDEPAL DE SANTA CATARINA

32

FIG. 11 - C o n d u t i b i l i d a d e térmica de dispersõesUAI.-Al a 338 K,_valores, — ---- curvacalculada (equação 19),©-ligas f u n d i ­das, 0-apõs tratamento térmico (89 3K, 5 h ) ( ^“).

3.3. A N Ã L I S E E X P E R I M E N T A L C O M FERROS FUNDIDOS C I N Z E N ­

TO E NODULAR, FERRITICOS

3.3.1. GENERALIDADES C ^ )

Dentre os diversos m é t o d o s existentes para a d e ­

terminação da c o n d u t ibilidade de m a t e r i a i s sólidos, pode ser fei

ta m e n ç ã o ao d e s e n v o l v i d o n o r . Schroeder

De acordo cora este método, um certo m a t e r i a l p o ­

de ter a sua condutibilidade térmica d eterminada através de m e ­

ra m e d i ç ã o do tempo necess á r i o para a condensação de d e t e r m i n a ­

do v o lume de um líquido, que se v a p oriza em conseqüência do c a ­

lor recebido do corpo de prova em análise.

M e l h o r explicando, o corpo de p r o v a é p o s i c i o n a ­

do de m o d o a servir de conexão térmica entre dois líquidos, pre

viamente selecionados, cujas temperaturas de ebulição a p r e s e n ­

tem uma determinada diferença entre si. 0 calor advindo da fer­

vura do líquido de m a i o r temperatura de ebulição flui através do

Page 43: ^RSIDADE FEDEPAL DE SANTA CATARINA

33

corpo de prova, produz i n d o ebulição e conseqüente vapori z a ç ã o

do segundo líquido. A velocidade de uma subseqüente condensação

do vapor p r o d uzido c o nstitui-se u m dos parâmetros, principais,

paral e l a m e n t e às dimensões do corpo de prova, no cálculo da con

dut ibilidade térmica do m a t e r i a l em análise.

Este p r i n cípio básico do m é t o d o desenv o l v i d o por

Schroeder é u t i l izado no condutômetro térmico COLORA, aparelho

usado durante a r ealização dos ensaios.

3.3.2 P R I N C i P I O DE ÍCEDIÇÃO DA CONDUT I B I L I D A D E TÉRI-ÍICA

1* 2 / »t 3 ^

FIG. 12 - P r i n cípio de m e d i ç ã o da^conduti- bilid a d e térmica, através do con dutômetro Colora (“* M

A figura 12 sintetiza o princípio b ásico de medi

ção da condutibilidade térmica, através do c o ndutômetro Colora.

Um líquido puro A, contido num recipiente infe-

Page 44: ^RSIDADE FEDEPAL DE SANTA CATARINA

34

rior (:1 .) / é submetido a lam aquecimento que o leva a atingir a

sua temperatura de ebulição. 0 vapor resultante, que incide no

disco de prata 2 , se condensa no elemento 3 (retornando ao re

cipiente inferior 1 )/ m a n t é m o referido disco a uma t e m p e r a t u ­

ra sempre igual a de ebulição do líquido A.

U m outro líquido puro (B), de temper a t u r a de ebu

licão 10 a 20°K inferior a do líauido A, é introduzido em vim rea *■cipiente superior 4 , cuja base ê constituída por outro disco de

prata ( 5 ).

0 calor que flui do disco 2 p a r a o disco 5 , a-

travês do corpo de prova P, cilíndrico, posici o n a d o entre os

dois discos, produz ebulição do líquido B. Como resultado, o

disco 5 permanece sempre à temperatura de ebulição do líquido

B e o gradiente de t emperatura entre os dois discos, T^-T^, m a n

tém-se constante. .

0 vapor do líquido B sofre condensação no elemen

to 6 , sendo coletado na b u r e t a 7 .

0 regime permanente da transferência de calor a-

través do corpo de prova é alcançado quando o voliome do c onden­

sado atinge a linha 8 da b ureta 7 , m o m e n t o em que é e f e ­

tuado o acionamento do cronômetro.

0 cálculo da condutibilidade térmica do material

do corpo de p rova torna-se possível com a cronom e t r a g e m do tem­

po necessário p a r a a condensação de 1 ml (volume da bureta, com

preendido entre as linhas 8 e 9 ) de vapor do líquido B. Assim;

Q HX ------------------ (26)

t ( T ^ - Tg) S

onde:. A = condutibilidade térmica, em cal/cm.s.° K

Q = calor de vaporização para 1 ml do líquido B, em

calorias.

t = tempo para a condensação de 1 ml do líquido B,

em s e g u n d o s .

T - T„ = diferença entre as temperaturas de ebulição dos

dois líquidos, em. K.

Page 45: ^RSIDADE FEDEPAL DE SANTA CATARINA

35

H = altura do corpo de prova, e m cm.

S = secção transversal do corpo de prova, e m c m ^ .

3.3.3. V I S T A DO C O N D U T Ô M E T R O T É R M I C O C OLORA DBF 1145825

» •.jgS g

S-à

3.3.4. L E V A N T A M E N T O DA C A R A C T E R Í S T I C A DO C O NDUTÔMETRO

(. 1 )

A obtenção de resultados confiáveis c o m o condu- •»

tômetro C olora tem como requisito imprescindível o conhecimento,

para lam dado par de líquidos A-B, do comportamento do aparelho,

ou seja, do traçado do diagrama "Resistência térmica x T e m p o ne

cessário para a condensação de 1 ml do líquido B". Tal c o n h e c i ­

mento, torna-se possível, através de ensaios com corpos de p r o ­

va, cujas condutibilidades térmicas, para diversas temperaturas,

sejam conhecidas com boa m a r g e m de precisão.

Assim, por exemplo, a seleção do par de líquidos

âgua-tricloroetileno e o ensaio com diversos corpos padrões - de

remanit e contimet, de dimensões distintas, fornecidos pelo fa­

bricante do condutômetro - permi t e m o levantamento dos dados a-

notados na tabela 1. Desta forma, o conhecimento do valor de Q

(equação 26) é dispensável.

Page 46: ^RSIDADE FEDEPAL DE SANTA CATARINA

36

TAB. 1 - c a r a c t e r í s t i c a DO C O N D U T Ô I ^ T R O TÉRIIICO COIORA DBF

1145825

OBSERVAÇÕES GERAIS;

a) P A R DE LlQUIDOS: A - A g u a d e s t ilada (temperatura de e b u l i ­

ção = 100°C).

B - T r i c l o r o e t i l e n o (temperatura de ebuli

ção = 87°C).

b) T EMPERATURA DE REFERÊNCIA: Tj _ = (100 + 87)/(2) = 93,5°C

c) CONDUTIBILIDADE TÉRI-lICA N A T E M P E R A T U R A DE PJEFEPÜNCIA:

= 5 , 4 1 0 S x 10-^ cal/cm.s.°K

= 17,5875X10- cal/cm.s. K

d) RESIS T Ê N C I A T É R M I C A N A T E M P E R A T U R A DE PEFEPÍINCIA:

(4) (H)

(A)(tt)(d ")

e) NOTAS:

(1) Remanit e Contimet são especificações alemãs para aços

liga ferrosos.

(2) F ó rmula química do tricloroetileno: C1CH=CC1^

(3) índices na numer a ç ã o dos corpos de prova; R = RemanitC = C o n t i m e t

CORPO ALTUR?. DtíriETRO

D

(on)

PESIST.TÊRfC-

'lEíK) t(s) PARA A CONDENSAÇÃO DE 1 ml DE TRI CLOROETILENO.

DE

PROVA

H

(on)CA R (s°I ca]) ^1 ^2 ^3 ^4 ^5 ^6 ^7 ^8 ^rtédio

desvio

Ir 0,702 1,798 5,1098 84 85 80 83 81 83 77 79 81,50 2,73XX

2r 1,402 1,798 10,2052 116 118 117 114 115 117 116 117 116,25 1,28X\

V

2,099 1,798 15,2786 150 153 154 154 155 156 160 161 155,38 3,62

2,800 1,798 20,3812 206 202 203 202 203 210 210 206 205,25 3,33

0,499 1,800 11,1496 129 129 130 130 133 134 133 134 131,50 2,20

2c 0,999 1,800 22,3216 239 241 238 239 238 239 238 239 238,88 0,99

1,499 1,800 33,4937 318 316 317 319 316 318 311 314 316,13 2,59

'c2,000 1,800 44,6880 422 424 423 425 422 425 426 427 424,25 1,83

Page 47: ^RSIDADE FEDEPAL DE SANTA CATARINA

37

Um a vez compilados os valores dos tempos necessâ

rios para .a c o ndensação de 1 ml de tricloroetileno, c o r r e s p o n ­

dentes às resistências térm.icas dos corpos padrões disponíveis,

torna-se possível, p o r regressão linear, a determ i n a ç ã o da in-

ter-relação R = R ( t ) , a qual const i t u i r - s e - á um p a r â m e t r o cons

tante para uma série de ensaios com o c o ndutômetro Colora.

P a r a ensaios realizados, de acordo com as c a r a c ­

terísticas apresentadas na tabela 1 , surge a seguinte expressão

para a c o r r e s pondência entre tempos (dispendidos na condensação

de 1 ml de tricloroetileno) e resistências térmicas:

R = 0,1144t - 3,535 (27)

onde: [r ] = s.°K/cal

>]. = s

(A análise de erros não foi procedida, neste e nos demais

saios, para evitar custos altos ao trabalho).

3.3.5. PREPAR A Ç Ã O DOS CORPOS DE PROVA

en-

O material, objeto de análise (fornecido pela Fun

dição Tupy S.A., na forma de tarugos de diâmetros entre 26 e 27

m m e comprimentos próximos a 300 m m ) , de acordo com o certifica

do de análise química expedido, apresenta as seguintes especifi

cações:

a) Compos i ç ã o q u ímica do ferro fundido cinzento fer

rítico.

TAB. 2T A R D G O S ^ \

C Si Mn S P

1 3,89 1,78 0,39 0 , 1 0 0,055

2 3,81 1,80 0,38 0 , 1 0 0,055

3 3,55 1,80 0,38 0 , 1 0 0,055

4 3,26 1,78 0,38 0 , 1 0 0,055

5 2,98 1,81 0,38 0 , 1 0 0,055

(percentuais em peso)

Page 48: ^RSIDADE FEDEPAL DE SANTA CATARINA

38

b) Compos i ç ã o q u í m i c a do ferro fundido n o dular fer-

rítico.

TAB. 3ELET-IEN-

TARÜGOS

NI

N2

N3

N4-N5

N6-N7

3,10

3,27

3,52

3,72

3,82

Si

2,68

2,63

2,75

2,75

2,73

Mn

0,210,210,21

0,210,21

0,019

0,018

0,018

0,016

0,015

0,036

0,036

0,036

0,036

0,036

(percentuais em peso)

(as micrografias são apresentadas na página a seguir).

Os corpos de prova para os ensaios de d e t e r m i n a ­

ção da c o n d u t ibilidade térmica são obtidos dos tarugos. A s e l e ­

ção das dimensões dos corpos de prova foi procedida, tendo em

vista, de um lado, a n ecessidade de provim e n t o de u m suficiente

fluxo de calor através dos corpos, durante os ensaios e, de o u ­

tro lado, a g a r antia de uma ebulição nao violenta do tricloroe-

tileno. E m suma, por recomendações contidas no catálogo do c o n ­

dutômetro Colora, a seleção das dimensões dos corpos de prova

foi procedida, de m o d o a garantir, para a condensação de 1 ml

de tricloroetileno, u m tempo sempre compreendido entre 80 (oiten

ta) e 10 0 0 (mil) segundos, assegurando, desta forma, a e l i m i n a ­

ção de prejuízos consideráveis na pauta de precisão das m e d i ­

ções .

E m função das citadas limitações, a opção d i r i ­

giu-se para corpos de prova cilíndricos, de diâmetros e alturas

nominais de 17,5 m m e 20 mm, respectivamente.

Outrossim, com o intuito de uma m i n i m i z a ç ã o das

resistências de contato entre os corpos de prova e os discos de

p r ata (elementos 35 e 39, conforme a figura 12), as superfícies

planas extremas dos corpos foram submetidas a uma operação de

polimento, sendo assegurado, ainda assim, um. suficiente p a r a l e —

Page 49: ^RSIDADE FEDEPAL DE SANTA CATARINA

39

Material: Ferro fundido cinzento ferrítico

Ataque: Nital - 2%

-V ■

Í-,: -O' ‘ x~í 7

■ / ■

Material: Ferro fundido nodular

Ataque: Nital - 2%

Page 50: ^RSIDADE FEDEPAL DE SANTA CATARINA

40

lismo entre as mesmas.

Complem.entarm.ente, foram conferidos aos corpos

de prova, números característicos de identificação, constantes

de dois dígitos*.

- o p r i meiro dígito, com.o indicador do tipo e da

compos i ç ã o q u í m i c a do m a t e r i a l do corpo de p r o v a

- o segundo dígito, como indicador espec í f i c o do

corpo de prova, dentre os corpos de m e s m o tipo e

m e s m a com.posição química.

(Para os corpos de prova de ferro fundido n o d u ­

lar, existe u m N adicional, p r e c e d e n d o o p r i m e i ­

ro dígito)

3.3.6. C O L E T Â N E A DE DADOS

Com. a o b t enção do diagrama característico - curva

"resistência térmica x tempo necessário p a r a a c o ndensação e

conseqüente coleta de 1 m l do líquido B na b ureta 4 2 (conforme a

figura 12)" - o condutôm.etro Colora, tipo DBP 1145825, torna-se

passível de utili z a ç ã o na determinação das condutibilidades tér

micas dos corpos de prova disponíveis, de diferentes c o m p o s i ­

ções químicas e formas de grafita.

A u tilização do condutômetro supracitado f u n d a ­

men ta-se - uma vez atingido o regime permanente de t r a n s f e r ê n ­

cia de calor do líquido A para o líquido B, ambos nas suas r e s ­

pectivas temperaturas de ebulição - na m e d i ç ã o de tempo dispen-

dido para a condensação de 1 ml do líquido B.

Assim, a compilação dos tempos para a c o n d e n s a ­

ção (uma vez mantido o m esmo par de líquidos, utilizado d u r a n ­

te o levantamento do diagrama de calibragem do condutômetro) e

a m e dição das dimensões (diâmetros e alturas) dos corpos de pro

va possibilitam o cálculo das correspondentes condutibilidades

t é r m i c a s .

P or exem.plo, para o par de líquidos água-triclo-

roetileno, o condutômetro Colora possibilita o cálculo de condu

tibilidades térmicas, por intermédio da seguinte expressão:

Page 51: ^RSIDADE FEDEPAL DE SANTA CATARINA

41

(H)À = ------ --------------------- (28)

(0,1144t - 3 . 5 3 5 ) (S)

onde; X = c o n d u tibilidade térmica do material

(cal/cm.s.°K)

H = altura do corpo de prova (cm)

t = tempo dispen d i d o para a condensação de 1 ml de

t r i c l o r o e t i l e n o (s), dado obtido do c o n d u t ô m e ­

tro

S = ârea da secção transversal do corpo de prova,

constante ào longo de sua altura (cm^)

R = (= 0,1144t - 3,535) = r esistência t é rmica do

corpo de p rova (s.°K/cal)

A t abela 4 resume os tempos compilados, as dimen

soes m e didas e as condutibilidades térmicas calculadas (para o

par de líquidos ã g u a - t r i c l o r o e t i l e n o ) , relativas aos corpos de

p rova de diferentes formas de grafita e composições químicas.

3.3.7. COMPAPvAÇÃO ENTPE VALORES EXPERirffiNTAIS E VALORES

CALCULADOS

N a figura 33, valores experimentais, p a r a a c o n ­

d utibilidade térmica - obtidos de ensaios próprios, realizados

com corpos de prova de ferro fundido cinzento e ferro fundido

nodular, ambos com matriz ferrítica - , são comparados com c u r ­

vas teóricas.

A locação dos valores experimentais para a condu

tibilidade térmica (obtidos da utilização do condutômetro C o l o ­

ra 1145825) é p r o c edida com o auxílio das tabelas 2, 3 e 4. A s ­

sim, as ordenadas do gráfico (valores experimentais para a c o n ­

dutibilidade térmica) são extraídas da tabela 4 e as abcissas

(concentrações de grafita, convertidas para cifras v o l u m é t r i ­

cas) , das tabelas 2 e 3.

A s curvas teóricas são obtidas das equações 16 e

Page 52: ^RSIDADE FEDEPAL DE SANTA CATARINA

42

mCMCOinrr

UiWQ

SHaHPQHehDQ

gU

mcEh

Hi

00 VX) CM in r ' VO 00 00 CPlCM rH rH 00 CM o o o o o o O

r< O O O o O o o o o o o OCO O o o o o o o o o o o O

h. kft «k «fto o o o O o o o o o o o

0 m to rH m o «X» CM 00 00 cr> VOr^ CO CM 00 CTi 00 V£) VD m VO ■vT

•Tj CM CM C'J o CTi r ' r - r>rH rH rH rH o o o o o o o o

c kkO O O o o o o o o o o o

ro 00 p ' m ro rH o CM VOrH CO tH 00 r - VD VO VO

l£> CN CM 1 rH ofH H 1 rH rH o o o O o o o

V •ft KO O O o o o o o o o o

rH a> n rH »X) rH 00 rHCO in r - rH 00 00 in VO in r ' VO

lO CM CM rH O r - r - r 'r< iH rH rH rH rH o O o O o o o

V «» ».O O o O o o o o o o o o

KO 1^ rH O CM n ro CTi CM VOCO rH CN CM O 00 VO in VO

J- CM o i CM rH O r - r - r - r - r - r~rH rH rH rH rH o o o o o o o

«* K V KO O O o o o o o o o o o

KD rH CO ro 00 ro MD CTi VO o VOCO <o o 03 in VO 'ij*

CO CN CN Cvl rH CTi r - r -r< rH rH H rH O o o o o o o o

«k *■* «ft < KO O o o o o o o o o o o

o G\ H o CM ro rH VD CTi CM 00 rH—1 CO O 00 U3 00 00 in VO VO r - ro

CM CO CM CN C3 CT\ r~ r - r -r< : rH rH rH O O o o o o o o O

»• k. < »ft V *.O O O o O o o o o o o o

CO a\ rH r - in ro ro CN CM VOro CM KD r ' r - VO VO

CM CM CM c> <T\ r -^ ; rH rH rH o o o o o o o o o

kk K •w V,O O O o o o o o o o o o

<T\ ro rH in KD VO r - 00* -P^ 00 CO 1 CT\ O CM CM CM CM CN CM CM

rH rH H 1—1 rH rH rH rH

i LD 00 CO LQ rH rH ' i f 00 in VO00 CO CTi O rs j CM CM CM CM CN CM

1 CD rH 1—1 rH rH rH rH I—I rH

i -=d< KO a \ CTv CN in VO 00 00+ j 00 00 CO o> O CM CM CM CM CM CM CM

H rH rH rH !—[ rH rH rH

r - 00 to n in in r ' VO <y\ VO 00i 4 J . CO 00 00 CT\ o CM CM CN CN CM CM CM

H rH rH rH H rH rH 1—1

] CN LO 00 o ro IT) •=!< r - VO in o5 +J CO 00 CTt o o CM CM CM CM CM CM ro

rH rH rH rH rH 1—1 rH rH rH

Î >-l l> CO a^ in in in in r - oo-p CO •00 CO o o CM CN CM CM CM CM CN

rH 1—1 r—1 1—i rH rH rH 1—I rH

«> <"-• rH yo CO rH CO in •ît' CMCO rH rH o rH CTi ch o o 00 00 00 rH

ro CO "=1' ro ro COCÿ n •k. »» •ft

1 ^CM CN CN CN CM CM CN CM CM CM CM CM

CM rH ro r ' r ' 00 CTi ro ro CM CMLO in LO LO in

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rH rH rH rH rH rH rH rH rH rH rH rH

in LT) 04 'vl< 00 00 CO P '^ LD in LO Lf) LT) CTi cn o \ C3 Ch CTl CTi

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' rH rH rH rH rH rH rH rH rH rH H H

u u u u u 2 2 S 2 s S S

R 1 rH 1—1 rH rH rH 1—1 rHÛ s rH rH rH iH rH VD in ro CM rH

Oi rH CN ro 3* in 2 2 2 2 S

%_ pCN WD ^ CD

«S' T3,—,11

«

CO

CO

CO

Ö

S

Ü

O

Page 53: ^RSIDADE FEDEPAL DE SANTA CATARINA

43

18 (figura 6 ). Ou seja, para a compar a ç ã o entre valores e x p e r i ­

mentais e valores teóricos, é assvimido, c o m base na m i c r o e s t r u -

tura presente, que as partículas de grafita, no ferro fundido

cinzento, apresentam-se sob a forma de discos, estati s t i c a m e n t e

orientados, e que, no ferro fundido nodular, as p artículas de

grafita apresentam-se sob a forma de esferas.

Sendo tomados valores m édios da literatura ( ^ “

1 1 5 , 1 1 6 / 1 1 7j^ p a r a as c o n d u t ibilidades térmicas das fases

(Aferrita"^ 0,064 cal.s“* .an~^ .K“* ?^crrafita~ cal.s"^ .cm~^ .K~^), uma

considerável conco r d â n c i a ê v e r i f i c a d a entre os valores e x p e r i ­

me n t a i s e a curva teórica, para o ferro fundido nodular ferriti

co. Para o ferro fundido cinzento ferrítico, entretanto, parece,

à primeira vista, n ã o h aver xama conco r d â n c i a aceitável entre os

valores experimentais e a curva teórica. Isto pode ser j u s t i f i ­

cado pela expres s i v a influência de silício sobre a c o n d u t i b i l i ­

dade térmica da matriz ferrítica. Por exem.plo, a inclusão de 1%

(em peso) de silício, na ferrita, reduz a c ondutibilidade térmi

ca em 50% e a inclusão de 2% (em peso), e m 64% ( M . Assim, como

ambas as curvas teóricas da figura 33 forajn calculadas para uma

m e s m a condutibilidade térmica da matriz (igual a da m atriz fer­

rítica - com 2,7%, em peso, de silício, a proximadamente - do fer

ro fundido nodular) , torna-se explicável a locação dos valores

experimentais, para o ferro fundido cinzento, acima 'da curva

teórica correspondente, já que, neste caso, a matriz ferrítica

(com 1 ,8%, em peso, aproximadamente, de silício) apresenta, na

realidade, uma m a i o r c o n d u tibilidade térmica do que a quela do

ferro fundido nodular.

A fragilidade da assunção feita (forma de discos,

estatisticamente orientados, para as partículas de grafita) c o n s ­

titui um outro fator responsável pela divergência entre valores

experimentais e a cu.rva teórica, para o caso do ferro fundido fer­

rítico cinzento.

A s setas apresentadas, junto ã curva teórica o b ­

tida da equação 16 (para partículas dispersas, sob forma de di^

cos, estatisticamente o r i e n t a d o s ) , indicam que, se a citada cur

va for calculada para o conteúdo de silício que efetivamente e ­

Page 54: ^RSIDADE FEDEPAL DE SANTA CATARINA

44

xiste na m atriz ferrítica (1 ,8%, e m peso, aproximadamente) do

ferro fundido cinzento, h a v e r á uma m e l h o r concor d â n c i a entre os

valores e x p erimentais e a curva teórica, para tal ferro fundido.

N o mais, d estaque-se a c onfirmação ,do previsto

pela teoria; para concentrações de carbono iguais, o ferro fundi

do cinzento ferrítico apresenta m a i o r e s valores para a c o n d u t i ­

bilidade térmica do que o ferro fundido n o dular ferrítico.

Page 55: ^RSIDADE FEDEPAL DE SANTA CATARINA

45

13,0

FIG. 33 - C ondutibilidade térmica em função da concentração qrafita.

de

Valores experimentais:- Ferro fundido cinzento ferrítico o- Ferro fundido nodular ferrítico A

Curvas calculadas: ^Para partículas dispersas esféricas (equação 18, figura 6); Para partículas dispersas, sob forma de discos, estatisticamen­te orientados ----- (equação 16, figura 6); X^^=0,064 cal/s.an.K(matriz: ferrita); A =0,268 cal/s.an.K (fase dispersa: grafita)

Page 56: ^RSIDADE FEDEPAL DE SANTA CATARINA

46

4. R E L A Ç Ã O ENTRE A M I C R O E S T R U T U R A E 0 M Õ D U L O DE

Y OUNG

4.1. F U N D A M E N T A Ç Ã O T E ÕRICA

Nas equações que r e l a c i o n a m a m i c r o e s t r u t u r a e as

propriedades de campo, e x i s t e m parâmetros, através dos quais,

a influência da m i c r o e s t r u t u r a é evidenciada. Tais p a r â m e t r o s -

denominados fatores estereológicos - repres e n t a m as influências

das concentrações de fases, da forma e da o rientação das p a r t í ­

culas da fase dispersa sobre as propriedades de m a t e r i a i s bifá-

sicos. E m materiais reais, estes parâmetros p o d e m ser determina

dos, com suficiente aproximação, de dados da análise estereoló-

gica da microestrutura.

E m princípio, estes três fatores estereológicos

são t ambém responsáveis pela influência da m i c r o e s t r u t u r a sobre

o m ó d u l o de Young de materiais bifâsicos: e:m u m m a t e r i a l monofá

sico, subm.etido a uma força unidimensional, reina um e s tado h o ­

m o g ê n e o de tensão e deformação, o qual e xperimenta alterações,

g u ando uma segunda fase é dispersa no matei:ial. Face ãs diferen

tes constantes elásticas, a fase dispersa não suporta, assim,as

mesmas tensões da matriz e, e m conseqüêncici, surge uma distri-'

buição de tensões hetero g ê n e a em ambas as fases (figura 1 3 a ) .

Conforme hipótese assum.ida, não ocorre rompimento na interface,

e ambas as fases apresentam u m comportam.ent:o elástico linear.

No caso extremo dos poros, as tensões que cituariam no volume "o

cupado" pelos m.esm.os - caso este fosse efeiiivamente p r e e n c h i d o

por um dado material (fase dispersa) - p a s s a m a ser suportadas

pela matriz (figura 13 b ) .

As concentracões de tensões, resultantes da in~

clusão da fase dispersa, dependem - como comprovam os cálculos

teóricos de elasticidade e as medições óticas de tensões

62 , 6 3 , 6>», 6 5 , 6 6 , 6 7j _ ^ c o n c e n t r a ç ã o , da forma e da orient a ç ã o - e m

Page 57: ^RSIDADE FEDEPAL DE SANTA CATARINA

47

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FIG. 13 - Concen t r a ç õ e s de tensões: a) d e v i ­do a uma p a r t í c u l a disjiersa esfêri ca; b) devido a u m porci esferoidal

(M.

relação ao campo - das partículas da fase c^ispersa, assim como

das constantes elásticas (módulo de compressão K, m ó d u l o de ci-

salhamento G, m ó d u l o de Y o u n g E e coeficiente de P o i s s o n v) da

matriz e da fase dispersa.

As concentrações de tensões são máximas em B'(ei

xo vertical, figura 13a) , q uando as particv.las da fase dispersa

são e l a s ticamente m.ais "duras" (E^ > âo que a matriz, e, má

ximos em A ' , A (eixo horizontal, figura 13a), quando as p a r t í c u ­

las da fase d i s persa são elasticamente mais "moles" (Ej < E ) do

que a matriz. E, q uanto m a i o r a distância a. p a rtir da s u p e r f í ­

cie limite entre as fases, mais reduzidas se t ornam as tensões,

as quais a t ingem o valor da tensão normal, a uma distância de

três a q uatro vezes o raio da partí c u l a dispersa.

0 conceito de fatores é s t e r e o l ó g i c o s , e m e q u a ­

ções m i c r o e s t r u t u r a - p r o p r i e d a d e s , é fundamentado na hipótese,

segundo a qual os fatores são obtidos da dedução de tais equa

ções, como função de parâmetros m icroestruturais variáveis e men

suráveis. Para as propriedades de campo, esta hipótese é s a t i s ­

feita nas condições de contorno; verificação da validade do prin

cípio da continuidade e da p r e missa do valcir médio e c o n s t a t a ­

ção da existência de estrutura dispersa. Contudo, para a d e d u ­

ção de uma relação quanti t a t i v a entre o móc.ulo de Young e a mi-

croestrutura de m a t e riais bifásicos, não é utilizada a premissa,

segundo a qual os chamados fatores estereológicos são obtidos

Page 58: ^RSIDADE FEDEPAL DE SANTA CATARINA

48

de parâmetros m i c r o e s t r u t u r a i s mensuráveis. E m lugar disto, in

formações e s t atísticas - resultantes de m e d ições com sistemas i» ' '

de um, dois, três ou n pontos - são reunidas nas chamadas "fun­

ções de correlação". Nestas, os fatores e s t e reológicos são c o r ­

relacionados com informações - obtidas dos pontos de m e d i ç ã o -

sobre a freqüência de a p arecimento de lama certa tensão e respec

tiva deformação. O tratamento e statístico de tais funções dé cor

relação fornece duas soluções (^ ^ ^° ,e e ,g 9j^ ^ 3 quais são obti

dos os valores limites m á x i m o e mínimo, entre os quais situa-se

o m ódulo de Y oung do m a t erial bifãsico. As sucessões de valores

limites, para todas as concentrações de fases, possíveis, de um mater i a l b i f ásico r e s u l t a m nas curvas limibes, as quais situam-

se tanto mais próximas entre si, q uanto m a i o r for o n ú m e r o de

informações sobre a microestrutura, ou seja, q u a n t o mais estas

co nfirmarem a homogeneidade, a isotropia, ou a d e s o r d e m da e s ­

trutura do m a t erial (boudp r i n c i p l e ) .

0 conteúdo de informações, que serve de b a s e p a ­

ra as curvas limites, é e s tabelecido por maio do sistema de medi

ção de um, dois ou mais pontos e é expressD através do denomina,

do "número de ordem". 0 n ú mero de o r d e m \m. corresponde, por e-

xemplo, ao caso em que as curvas limites são as relativas aos

arranjos das fases em paral e l o e em série.

Para o arranjo em paralelo, no caso de u m estado

de tensão uni-axial elástica, ocorre uma m s s m a intensidade de

deformação em ambas as fases. Tal arranjo corresponde ã curva

limítrofe superior, de p r i m e i r a ordem, para o m ó d u l o de Young

de um m a t e r i a l b i f ásico { ® ) :

E^ = c .E + c .E (29)C 2 2 1 1

Eç, = m ó d u l o de Young do mater i a l bifásico;

E , E = módulos de Young das fases 1 e 2, respectiva- 1 2

mente ;

c , c = percentagens volumétricas das fases : 1 e 2 , re£ 1 2 "

p e c t i v a m e n t e .

Page 59: ^RSIDADE FEDEPAL DE SANTA CATARINA

49

O arranjo das fases em série, por outro lado, im

plica em igualdade de tensão e m ambas as fases e corres p o n d e à

curva limítrofe inferior, de p r i m e i r a ordem, para o m ó d u l o de

Young de u m m a t e r i a l b i f ã s i c o

È . E1 2

C .E + c .E2 1 1 2

(30)

Para outros m ó dulos elásticos (G, K ) , são v á l i ­

das, exatamente, as m e smas relações, nas quais os m ó d u l o s de

Young são substituídos, nas equações 29 e 30, pelos m ó d u l o s de

cisalhamento (G) e de c ompressão (K) ( ^ M .

As curvas limítrofes de segunda ordem, p a r a o mó

dulo de Y o u n g de materiais bifásicos, com e s t r utura dispersa,

são obtidas da resolução das funções de correlação c o r responden

tes:

9 G ç . K c

3Kc + G^

(31)

K c ="D

3(1 - 2v^)■ +

1 - c D3 (1 - 2 Vj ) (1 - 2Vp)

+

Cd( 1 - 2 Vj^ ) ( 1 +Vj^)

V

E ^ ( 1 - 2Vj3) - E d ( 1 - 2v^)

(32)

1 - cD

2(1 + Vp) 2(1-+Vj ) (1 + Vj ) _4cj (4 - 5Vp) (1 + Vp)+

15E^(1 - Vj )

para o limite superior e.

Page 60: ^RSIDADE FEDEPAL DE SANTA CATARINA

50

*= 3(l-2Vj,) 3(l-2Vp)íl-2Vy,) ( l - C p ) ( l - 2 v „ ) ( H - v ^ )

E j , ( l - 2 v ^ ) -Ej,(l-2Vj,) - V

(33)

' D= ---------- + -----

^ 2{l + v^) 2(1 + Vp) (1 + Vj ) 4(1- Cp) (4 - 5v^) d +v^)+

para o limite inferior (^’)

Y, Gp = m ó dulos de compressão e de c i s a l h a m e n t o , res-V-« V-»»

pectivamente, do m a t e r i a l bifásico

E^, Ej^, E p = m ó d u l o s de Young do m a t e r i a l bifásico, da m a ­

triz e da fase dispersa, respectivamente

Cj = c o n c e n t r a ç ão volumé t r i c a da fase dispersa

a, b = eixos grande e pequeno, respectivamente, das es ferõides dispersas

^C' ^M' ~ coeficientes de Poisson do material bifásico,

da m atriz e da fase dispersa, respectivamente

Vale acrescentar, outrossim, que também foram de

duzidas equações para as curvas limítrofes de terceira o r d e m

^ i 9 / 2 0 M 2 8 ) ^ Como, todavia, informações suficientes p o d e m ser

obtidas de análises microe s t r u t u r a i s e s t e r e o l ó g i c a s , não deve

ser aguardada uma determ i n a ç ã o mais concisa do m ódulo de Young

de materiais bifâsicos, por intermédio de curvas limítrofes e s ­

tatísticas de m a iores ordens.

Para a dedução de relações microe s t r u t u r a - m ó d u l o

de Young, nas quais estão presentes parâmetros determináveis a-

través de análises m i c r o e s truturais estereológicas, a superpôs^

ção de dois campos tensão-deformação é adotada:

Page 61: ^RSIDADE FEDEPAL DE SANTA CATARINA

51

- um campo tensão-deformação, homogêneo, "externo",

na fase dispersa e na matriz;

- u m Ccimpo suplementar, homogêneo nas partículas da

fase dispersa e nao homogêneo na matriz; nesta úl

tima, o campo decresce, continuamente, em inten­

sidade, com o aumento da distância referida à su

perfície limite das fases, chegando a \im comple­

to desaparecimento.

As condições de contorno para a resolução da re­

lação tensão-deformação, uma vez admitida a ocorrência de uma

superposição de campos, consistem nas seguintes;

- o somatório das forças transmitidas através da su

perfície limítrofe entre fases é igual a zero;

- o "vetor deslocamento" - parâmetro indicador da

direção do deslocamento de um determinado ponto,

em estudo, quando da ocorrência de uma dada de­

formação - deve transpor a superfície limítrofe

entre fases, sem qualquer descontinuidade.

Tal como para o caso, jâ mencionado, das proprie

dades de campo, o princípio da adição de energias também serve,

aqui, de base para a superposição. Assim, por exemplo, a ener­

gia do campo tensão-deformação, elástico, resultante, é obtida

da adição das energias dos campos superpostos.

A superposição de campos engloba a distribuição

de tensões e possibilita o cálculo de uma tensão média, e cor­

respondente deformação nédia, para um material bifásico (hipótese

do contínuo tensão-deformação quase homogêneo). 0 estudo é diri

gido, inicialmente, para determinadas formas de esferõides e pa

ra uma orientação estatística. Além disso, é pressuposta uma

baixa concentração da fase dispersa,~uma vez que o cálculo não

prevê a superposição de concentrações de tensões de partículas

diferentes da fase dispersa. Deste modo, o módulo de Young é ob

tido da relação tensão-deformação para o material bifásico, co­

mo função das constantes elásticas das fases, se asseguradas as

hipóteses assumidas (pequena concentração, forma esferoidal e

orientação estatística para as partículas da fase dispersa) ^ '

1 8 f 3 1 / 7 1 j

Page 62: ^RSIDADE FEDEPAL DE SANTA CATARINA

52

Ir~i

7 '

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tO O ^ } n3 CU íi í:1 EH 4J cr*

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ÜHh,

Page 63: ^RSIDADE FEDEPAL DE SANTA CATARINA

53

Como contorno à limitação de concentração, sur­

ge, tal como no caso da condutibilidade, o modelo do contínuo

quase homogêneo. Assim, o cálculo do m.õdulo de Young é realiza­

do para uma pequena concentração da fase dispersa, tal que o ma

terial bifásico seja considerado uma matriz quase homogênea, na

qual as partículas da fase dispersa, em pequena concentração, qi

contram-se distribuídas.

Deste modo, é obtida a relação microestrutura-mó

dulo de Young, para uma pequena concentração da fase dispersa.

Para a dedução da mesma relação, s5 que para maiores concentra­

ções da fase dispersa, é efetuada a diferenciação daquela pri­

meira relação, com sucessivos incrementos pequenos na concentra

ção e conseqüentes modificações do módulo de Young do material

bifásico. A integração da relação diferenciada, entre o módulo

de Young da matriz e o da fase dispersa - casos limites para o

material bifásico - , dá origem, finalmente, à relação microes-

trutura-módulo de Young de materiais bifâsicos com estrutura dis

persa, para a forma esferoidal e orientação estatística da fase

dispersa .

A hipótese de orientação estatística para as par

tículas da fase dispersa impossibilita a definição de fatores

estereológicos independentemente variáveis, para a concentração

da fase dispersa e para a forma e orientação do. suas partículas.

Além disso, torna-se implícita a isotropia do material.

Assim, as equações microestrutura-módulo de

Young,. para:

- discos cilíndricos dispersos, estatisticamente o

rientados,

- esferas dispersas,

- barras cilíndricas dispersas, estatisticamente o

rientadas,

podem ser obtidas através da inserção, na equação 31, dos ter­

mos reunidos na figura

As cúrvas limites de segunda ordem, para o módu­

lo de Young de materiais bifâsicos isotrópicos, correspondem a

uma microestrutura, na qual discos cilíndricos, orientados esta

tisticamente, encontram-se dispersos na matriz. É o que decorre

Page 64: ^RSIDADE FEDEPAL DE SANTA CATARINA

54

da comparação, segundo a qual, das equações 34 e 35 podem ser

obtidas, dependendo da fase que constitui a matriz, as equações

32 e 33.

Outras equações especiais, de relevância técni­

ca , podem ser apresentadas: as referentes a bastões cilíndri­

cos orientados numa direção de tensão (presentes, por exemplo,

em materiais reforçados por fibras e eutéticos solidificados u-

nidirecionalmente) e as concernentes a discos com eixos de rota

ção orientados na direção da tensão

A equação microestrutura-mõdulo de Young de mate

riais bifásicos, com estrutura dispersa e bastões cilíndricos

(fase dispersa), com eixos de rotação orientados na direção da

tensão, apresenta-se como se segue:

2 E ^ Í V ^ - V „ + C d (Vh - V d »(V d - V j,)

= E „ - C _ ( E „ - E „ ) + ------^ -----------------------------------------------C M D M D E o ( 1 - 2 v ^ ) ( 1 + v ^ ) - E „ ( l - 2 V p ) ( 1 + Vp)

(40)

e a equação microestrutura-mõdulo de Young de materiais bifási­

cos, com estrutura dispersa e discos cilíndricos (fase dispersa),

com eixos de rotaçao orientados na direção da t«ensão, assim:

E ,M1 - 2Vc)M + v ) CpE„(l - 2Vç) (1 + v^iq - v„) {Ep (1 - 2n>„) (1 + (1 - 2Vp) (1 + Vp) >

( 1 - 2Vj^) ( 1 + V f j) ( 1 - 2v ,^ ) ( 1 + <1 ~ ■ ' ’d * ' ' m ’ ^ “ ' ’m * ^

(41)

As equações microestrutura-mõdulo de Young podem

representar dois casos, a saber:

- a matriz, sendo constituída pela fase elastica­

mente dura ("rígida") e a fase dispersa pela fa­

se elasticamente dútil ("mole") (exemplo: figu­

ra 15);

- a matriz, sendo constituída pela fase elastica­

mente dútil e a fase dispersa pela fase elastica

mente rígida (exemplo: figura 16).

Page 65: ^RSIDADE FEDEPAL DE SANTA CATARINA

55

FIG- IS - r6 dulo de Young, relativo de ma­teriais bifasiœs isotrópicos, con estrutura dispersa, em fun ção das concentrações das fases; calculado por Tai Te \<hi p ^ a par tículas dispersas esféricas,---0--- ; para partículas dispersas, estatisticamente orientadas sob forma de bastões cilíndricos — + — e sob forma de discos ci líndricos -- A---; (EL/E^= 0,1 ;

FIG. 16 - (6dulo de Young, relativo^de materiais bifâsicos isotrópi cos, can estrutura dispersa, em função das concentraçoes das fases, para partículas dispersas esféricas, segundoTai Te Wu (---) e segundoHill (o) ; para partículas

'* dispersas^ estatisticamente orientadas, sob forma de ba^ tões cilíndricos, segundo Tai Te Wu (—) e segundo VJalpole (+); idem, sob forma de dis­cos cilíndricos, segundo Tai Te Wu (-) e segundo Walpole (A); (Ej/E^^=10; Vj =Vj =0,2) .

disperso. Concentroçóo (%emVol)

Excluídos OS casos especiais de forma e de orien

tação da fase dispersa, existem, ainda, aqueles referidos a gran

Page 66: ^RSIDADE FEDEPAL DE SANTA CATARINA

56

,des diferenças entre os módulos de Young das fases (E^/Ej^ ->■ 0;

A equação microestrutura-módulo de Young de'mate

riais porosos (lim (E^/Ej^) ^ 0 ), com poros esféricos, é obtida

das equações 36, 37 e 31:

3(3 - 5p) (1 -p)E = ------------------- (42)P ^ 9 - p ( 9 , 5 - 5 , 5 v ^ )

e com poros na forma de bastões orientados na direção da tensão,

da equação:

- P>

E = módulo de Young do material poroso;

p = concentração volumétrica de poros.

Esta última corresponde à equação 29, para mate­

riais porosos, visto que a forma cilíndrica constitui-se um ca­

so limite da esferóide, onde para um eixo de rotaçao finito, o

eixo secundário das partículas dispersas torna-se infinitamente

pequeno e para um eixo secundário finito, o eixo de rotação tor

na-se infinitamente grande. Este segundo caso corresponde ao ar

ranjo das fases em paralelo, com poros como fase dispersa.

Uma equação correspondente para materiais com po

ros cilíndricos, orientados estatisticamente, pode ser obtida

das equações 38, 39 e 31. 0 caso limite dos poros na forma de

discos, orientados estatisticam.ente, entretanto, não é deduzido

das equações 34 e 35, uma vez que os módulos de compressão e de

cisalham.ento (K , tornam-se nulos.

Nos dois itens seguintes deste trabalho, são pro

cedidas comparações entre valores experimentais e valores calcu

lados para o módulo de Young de m.ateriais bifásicos reais.

Page 67: ^RSIDADE FEDEPAL DE SANTA CATARINA

57

4.2. COLETÂNEA DE DADOS EXPERIMENTAIS DA LITERATURA

O calculo do modulo de Young de materiais bifãsi^

cos requer, de acordo com as expressões apresentadas anterior­

mente, o conhecimento dos coeficientes de Poisson e dos módulos

de Young de suas fases. Tais propriedades, são fornecidas pela

tabela 5 , para algumas fases que ocorrem em determinados mate­

riais bifâsicos.

COEFICIENTE MÕDULO DEMJ^TERIAL DE YOUNG

POISSON (N/mm^)

Ag 0,21 75500

Al 0,34 70700

C 0,14 10500

Co 0,32 198700

Cr 0,30 166200

Cu 0,34 124500

Fe 0,30 - 0,33 214500

Aço 0,21 - 0,30 194000

Mo 0,31 333000

Sn 0,35 151600

W 0,27 339000

A I 2 O 3 0,26 411000Ba2CaW0 e 0,30 53200BeO 0,27 363600MgO 0,21 314000

SÍO 2 0,20 80500(Ta 0,i* Hf 0 ,5 ) 0 0,21 490500

ThÛ2 0,30 245000

UAI 3 0,30 - 135000

UAlu 0,30 114700

UO 2 0,33 228000WC 0,27 665000Y 2O 3 0,28 171000ZrC 0,17 475000

ZrÚ2 0,30 152900

TAB. 5 - Coeficientes de Poisson e módulos de Young de metais monofásicos e de ma­teriais cerâmicos.

Page 68: ^RSIDADE FEDEPAL DE SANTA CATARINA

58

A figura 17 apresenta curvas teóricas (calcula­

das com as equações 31, 36, 37 e 42) de materiais bifásicos,

como função da concentração, para determinadas relações entre

os módulos de Young das fases e certos coeficientes de Poisson.

Tais curvas teóricas são comparadas com valores experimentais,

extraídos de diversos trabalhos pesquisados. A curva mais infe

rior corresponde a materiais - metálicos e cerâmicos - com po­

ros como fase dispersa.

FIG. 17 - Módulo de Young relativo de materiais bifá­sicos, com estrutura dispersa, em função das concentrações das fases, para diferentes coe ficientes de Poisson e módulos de Young das fases. Partículas esféricas dispersas: cur­vas calculadas ---- (equações 31,36,37,42).

Page 69: ^RSIDADE FEDEPAL DE SANTA CATARINA

59

f a s e s í m b o l oMATRIZ d i s p e r s a (LITERATURA)

Cu Poro X (^’)

Fe Poro A ( ’®)

Mo Poro o ( ” ) A ( ® °)

W Poro 0 . ( ” )

A I 2O 3 Poro O (® M

BeO Poro A (®M

UN Poro 0 (® )

U O 2 Poro T (®‘‘) ta (80^83)

Y 2O 3 Poro V (®^)A g M o ^ ( 2 5 f 8 6 )

Ag ' W (25,86)

CO WC » (80,88) ^ ( 2 3 ) ^ (86,90

SÍO 2 Al * (®M

S Í O 2 w ^ ( ^ M

BeO Th0 2 œ (®^)

A figura 18 demonstra que a influência do coefi­

ciente de Poisson da matriz sobre a curva do módulo de Yoüng,

calculada através da equação 42, pode ser superada pela

dispersão dos valores medidos.

Nas figuras 19 e 20, são procedidas comparações

entre curvas limites teóricas, de prim.eira e de segunda ordem,

e valores experimentais para o módulo.de Young de materiais bi­

fâsicos, para os quais a diferença entre os módulos de Young das

fases é relativamente grande (intervalo de variação entre

curvas limites relativamente amplo).

No caso do metal duro WC-Co (figura 19), todos;os

valores medidos situam-se entre as curvas limites de segunda or

dem. Para os m.etais duros Tao , itHf 0 , eC-Co (figura 20), entretan­

to, as dispersões dos valores medidos são até mesmo maiores do

que as curvas limites de primeira ordem.

Em termos gerais, o que pode ser concluído des­

tas análises é que, muitas vezes, a influência da microestrutu­

ra é "ofuscada" pela dispersão dos valores medidos e que, assijm,

Page 70: ^RSIDADE FEDEPAL DE SANTA CATARINA

60

FIG. 18 - I^ulo de Young relativo de materiais con poros esfiricxDs. Valores medidos: SÍO2 - Poros x ( );

Uo,sPuo,2 O 2 - X - Poros 0 ( );Curvas calculadas----- (equação 42; curva inferior: v =0;curva intentediária: v =0 ,2 ; curva supérior: Vj =0,5) .

FIG. 19 - Valores medidos e curvas limi­tes de segunda ordem para o nó

"dulo de Young de metais duros WC-Co (^®).

Page 71: ^RSIDADE FEDEPAL DE SANTA CATARINA

61

FIG. 20 - Dispersão de valores inedidos do mõdulo de Young de metais duros ( T a o , 6)C-Co en tre as curvas limites de prirteira ordem----- (equações 29 e 30) e entre as de segunda ordem (equações 31,32 e 33) .

tal influência só será nítida - e, conseqüentemente, de relevân

cia técnica - , quando os módulos de Young das fases do mate­

rial bifásico diferenciarem-se de mais de uma ordem de grandeza.

Ë o caso, por exemplo, dos materiais compostos MgO-C =

0,03) e ZrC-C (E^/E^^ = 0,02).

Na figura 21, os valores medidos são comparados

com a curva calculada das equações 37„, 36 e 31, para partículas

esféricas dispersas ((z/x) = 1 ) de grafita, e cora a curva obti

da da eauação 41, para partículas dispersas de grafita era forma

de disco (lim (z/x) = 0). Os valores medidos para partículas de

grafita, bastante achatadas ((z/x) =0,0 8 1 ) , dispersas em uma

matriz de MgO, situam-se, conforme o previsto, próximos ã curva

referente a partículas de grafita em forma de disco. Por outro

lado, para partículas de grafita, pouco achatadas ((z/x) =0,31),

dispersas em uma matriz de MgO, os valores medidos deslocam-se

em direção ã curva relativa a partículas esféricas de grafita.

Os valores medidos para materiais corapostos ZrC-C - cujos dados

estereológicos não sao conhecidos, mas avaliáveis de sua produ­

Page 72: ^RSIDADE FEDEPAL DE SANTA CATARINA

62

ção - situam-se entre as duas curvas (uma relativa a partículas

de grafita, em forma de discos orientados na direção da tensão

e outra referente a partículas esféricas de grafita).

1,0

SU i U i

0^

OÊ 0.7

UIOílUo<

tf)<« JLU

0

ê0,3O

ã 0,2 •o s

KV \\ * \ .

9

o\

\\

\ \

N

\

X .

t---- ----fi

20 30 4 0MATRIZ

CONCENTRAÇÃO DE CARBONO (% EM VOU.)

FIG. 21 - Alteração do módulo de Youngde materiais bifâsicos, com gra fita como fase dispersa, para alte rações da forma, orientação e con­centração das partículas de carbo­no;Valores medidos:M g O ~ C ((z/x)=0,08; orientação na di reção da tensão) o(^®)M G O - C ((z/x)=0,31; orientação na di reção da tensão) ®(^^)ZrC-C(orientação na direção da ten são) A (5^'^^'®8 )Curvas calculadas ((E„/E„) = 0,03); v „ = 0 , 2 ; V =0,14; V =1j,17): paraesferas dispersas ----- (equações31, 36, 37); para discos dispersos ------ (equação 41).

Tais ensaios foram realizados com corpos de pro­

va, sinterizados sob pressão uniaxial, e os seus módulos de

Page 73: ^RSIDADE FEDEPAL DE SANTA CATARINA

63

Young foram m e didos na d i reção da sinterização.

Lamelas de g r afita p o d e m ser c o nsideradas como

esferõides achatadas, cujo eixo de rotação apresenta-se o r ienta

do p a r a lelamente â direção da tensão. Um estudo correspondente,

relativo a m a t e riais porosos, é apresentado na figura 22. Os

símbolos cheios referem-se a m a t e riais com poros a p r o x i m a d a m e n ­

te esféricos e situam-se próximos ã curva calculada da equação

42. Por outro lado, os símbolos vazados correspondem a poros

lenticulares e situam-se, conseqüentemente, abaixo das curvas

teóricas relativas a poros de forma esférica.

CONCENTRApÃO (% sm V o U

FIG. 22 - Módulo de Young de materiais porosos e de mate riais bifásicos com interface matriz - f a s e d i s ­persa não rígida.Valores medidos; curvas calculadas para e s f e ­ras dispersas (equações 31, 36, 37 e 42).

mTRIZ FASE DISPERSASBBOLO

(LITERATURA)MATPIZ FASE DISPERSA

SDIBOLO(LITERATURA)

AI2O 3CuM:tOífo

Poros esféricos Poros esféricos NiUO2 (esferas)

^ ( ® M o C ' ’ ) 1 ( «)

+ ("^)

AI2O3Cu^^0Mo

Poros lenticulares Poros lenticulares Poros lenticulares UO2 (achatadas:(z/x) =0,2)

o('°M □ (M

®(2^)

fes ÜO2 ^ ^99íl00j W OD2 X ( 8 3 )

Page 74: ^RSIDADE FEDEPAL DE SANTA CATARINA

64

Ainda na figura 22, foram representados, através

de outros símbolos {cruzes e traços), os valores medidos para

cermets. A locação de tais valores - junto ou abaixo da curva

teórica para poros esféricos - possibilita uma conclusão acerca

da resistência mecânica da interface. Assim, por exemplo, os va

lores para os cermets U0 2 “Ho e UOa-W, com matriz metálica e fa­

se dispersa esférica de UO 2 , deveriam locar~se junto â curva teo

rica média (Ej /Ej, = 0,65) , e aqueles valores para os cermets

U02-aço, junto à curva teórica superior (E^/Ej^ = 1,2). Contudo,

como a interface entre a fase dispersa e a matriz é frágil, o e

feito da fase dispersa sobre o módulo de Young relativo é compa

râvel âqueles dos poros.

No caso dos cermets UO 2-M0 , foram dispersas não

só esferas de UO 2 , como também, plaquetas de UO 2 ((z/x)=0,2) na

matriz de molibdênio (^’). Os valores medidos situam-se, confor

me o previsto, abaixo da curva teórica para poros esféricos, a

qual se constitui a curva limite superior para o módulo de Young

do material poroso isóstropo, com poros fechados. A curva limi­

te inferior para o módulo de Young de tal material é aquela re­

lativa a poros em forma de discos.

4.3. ANÁLISE EXPERILIENTAL COM FERROS FUNDIDOS CINZEN­

TO E NODULAR, FERRÍTICOS

4.3.1. GENERALIDADES ( ° )

Para cada material sólido pode-se estabelecer u-

ma diferença fundam.ental entre as suas propriedades elastoestá-

ticas e elastodinâmicas. Assim, por exemplo, o módulo de elasti

cidade (também denominado de módulo de Young) é definido, sob

condições estáticas, como a relação tensão-deformação, ou seja:

TENSÃO (i ^ (44)e

Page 75: ^RSIDADE FEDEPAL DE SANTA CATARINA

65

onde; a = tensão (N/mm)

£ = deform a ç ã o (%)

E s t a relação entre a tensão e a defor m a ç ã o m a n ­

tém-se constante dentro do campo elástico, constituindo-se, des

ta forma, uma propri e d a d e para cada material.

Sob condições dinâmicas, os atritos interno e

externo p r o d u z e m uma resistência à força de excitação. Geralmen

te, tais atritos são considerados p r o p orcionais ã velocidade e

causam uma diferença de fase entre a tensão e a deformação, o

que é expresso através do m ó d u l o dinâmico de e l asticidade (tam­

b é m chamado de m ó d u l o c o m p l e x o ) :

E* = E' (1 + jd) (45)

onde; E* = m ó d u l o complexo

E' = parte real (módulo de Young)

d = tgô = fator de perda

6 = difer e n ç a de fase p r o v ocada pelos atritos

O fator de perda d , que caracteriza as proprie

dades do amortecimento interno, é definido como o inverso do fa

tor de qualidade:

onde: Q = fator de qualidade

4.3.2. p r i n c í p i o s DE IlEDIÇÃO DO MÕDULO DE ELASTICIDADE

( 1 0 . )

Pode-se m e n c i o n a r dois métodos básicos para a me

dicão do módulo de elasticidade:

Page 76: ^RSIDADE FEDEPAL DE SANTA CATARINA

66

4.3.2.1. M é t o d o da resposta e m freqüência

4.3..2.2. M é t o d o da reverberação (não apresentado

t r a b a l h o ) .

neste

4.3.2.1. M É T O D O DA R E S P O S T A E M F R E Q Ü Ê N C I A

Ne s t e método, uma amostra do m a t e r i a l a ser a n a ­

lisado é usinada em forma de b a r r a e, em seguida, e n g a s t a d a e m

uma ou em ambas as suas extremidades. E s t a b a r r a sofre uma exci

tação através de uma força harmônica, cuja freqüência pode ser

variada dentro de um certo intervalo de valores. Deste p r o c e d i ­

men to resulta u m gráfico amplitude x freqüência, no qual se pro

cede a leitura da freqüência natural, correspondente aos pontos

de máxima amplitude (picos de r e s s o n â n c i a ) :

AMPLITUDE

FIG. 24

onde fn (n=l, 2, 3, ...) é a freqüência natural e n é a ordem da ressonância (ou número de m o

do) .

A parte real (Ë') do m ô dulo dinâmico é determina

da através da freqüência de ressonância (freqüência natural) e

das dimensões da barra e m análise, utilizando-se a expressão:

Page 77: ^RSIDADE FEDEPAL DE SANTA CATARINA

67

f

E' = (48) (ïï>2) (p) ( X F *

onde: I = comprimento ativo ou comprimento livre da bar

ra (cm) '

h = espessura no piano de vibração (cm)

p = densidade do material (gm/cm^)

k = constante que depende da ordem da ressonância

e das condições de contorno da barra:

- para barras com ambas as extremidades livres ou engastadas (barras bi-engastadas) : ki=4,73; k2=7,853; ks-10 ,996; k^= ( (n+(1/2) ) (tt) , para n > 3.

- para barras simplesmente engastadas (uma ex­tremidade livre e a outra engastada) ;ki=l,875;k2=4 ,694; k3 = 7,855; k^=( (N-(l/2) ) (tt) , para

n > 3.

= freqüência natural de ordem n (Hz)

Este método para a medição do módulo de Young (né

todo da resposta em freqüência) é aplicável para valores do fa­

tor de perda d ( d = A f ^ f ^ , onde Af^ é a largura da banda nos

pontos de meia potência e f é a freqüência natural, conforme

a figura 23) entre aproximadamente 0,6 e 0,001. Quando o fator

de perda d fôr grande, tornar-se-á impossível medir as ampli­

tudes, devido a não presença de ondas estacionárias e, quando d

fôr pequeno tornar-se-á impossível a medição, com razoável pre­

cisão, da largura da banda, devido ã agudez acentuada nos picos

de ressonância.

4.3.3. DESENVOLVIMENTO TEÕRICO DA RELAÇÃO ENTRE A FRE­

QÜÊNCIA NATURAL E MÕDULO DE YOUNG (^°M

0 desenvolvimento teórico, baseado no Princxpio

de Hamilton, desconsidera o coeficiente de amortecimento e fun­

damenta-se no caso particular de uma viga sujeita a flexão, pa­

ra o qual corresponde a seguinte equação diferencial:

Page 78: ^RSIDADE FEDEPAL DE SANTA CATARINA

68

E U " " + raJ = 0 (48)

onde: E = módulo de Young

I = momento de inércia da secção transversal

m = massa por unidade de comprimento

J = deflexâo

Para vibrações livres, onde J = -w J , a equaçao

48 transforma-se em:

dx^

d^JEl

dx'0) .m. J = 0 (48a)

Considerando-se, agora, o caso de barras unifor­

mes, m e El serão constantes e a equação (48a) simplificar-

se~â;

J = 0 (48b)d x“* El

A solução desta equação diferencial de quarta or

dem pode ser escrita sob a seguinte forma:

J(x) = Ci.coshB^ + C2.senh3jj + Cs.cosB^. + C^.senB.^ (49)X X

onde:ü3^m

EI(50)

e as constantes podem ser determinadas através das condições de

contorno.

Para o caso específico da utilização do "Complex

Page 79: ^RSIDADE FEDEPAL DE SANTA CATARINA

69

Modulus Apparatus", s 5 ê de interesse o estudo de dois casos par

ticulares:

a) V i g a simplesmente e n g a stada

y(x)

_L

Condições de contorno:

- J(0) = 0 (deflexão nula no engaste)- J' (0) = 0 U n c l i n a ç ã o nula no engaste)- J"(Z) = 0 (momento'nulo na extrem i d a d e l i ­

vre)- J " ' (Î) = 0 (esforço cortante nulo na e x t r e m ^

dade livre)

Ut i l i z a n d o - s e tais condições de contorno na solu

ção da equação diferencial (49) , obtêm-se um sistema, cuja

solução é p o s sível se;

coshgZ-. cos3Z + 1 = 0 (51)

(chaimada equação de freqüência)

Os valores de que satisfazem esta equação

de freqüência são os autovalores correspondentes ãs freqüências

naturais de vibração:

n = 1 - m ) 1 = 1,875

n = 2 - (e^)2 = 4,694

n = 3 - ( 3 ^ 3 = 7,855

n > 3 - = ((n -

b) V i g a bi-eng a s t a d a

Page 80: ^RSIDADE FEDEPAL DE SANTA CATARINA

70

, yix)

iCondições de contorno:

- J(0) = 0 (deflexão nula no engaste)- J { 1 ) = 0 (deflexão nula no engaste)- J ' (0) = 0 (inclinação nula no engaste)- J'(Z) = 0 (inclinacão nula no engaste)

Utiliz a n d o - s e tais condições de c o n torno na solu

ção da equação diferencial (49) , obtêm-se um sistema, cuja

solução é possível se:

cosh3ZoCos3Z - 1 = 0 (52)

Os valores de que satis f a z e m esta equação

de freqüência são os autovalores correspondentes às freqüências

naturais de vibração:

n = 1

n = 2

n = 3

n > 3

{ m 1 - 4,730

m ) 2 = 7,853

m ) 3 = 10,996 (gZ)^ = ( (n + (1/2) ) (tt)

Os autovalores p e r m i t e m a determ i n a ç ã o das

freqüências naturais, através da seguinte expressão:

EI

m l'(53)

Young E :

:, desta expressão, pode-se calcular o m ódulo de

Page 81: ^RSIDADE FEDEPAL DE SANTA CATARINA

71

ü)n , ( 5 4 )

onde : E =

m =

l =

mô d u l o de Young (kgf/cin^ ) do m a t e r i a l d a b a r ­

ra

m a s s a por unidade de c o mprimento (kg/cm) da bar

ra

mo m e n t o de inércia da secção t ransversal (cm.'*)

da barra

comprimento livre (ou ativo) da b a r r a (cm)

freqüência natural (rd/s) de o r d e m n da barra

■ Através de uma análise d imensional da expressão

53, pode-se conse g u i r uma n o v a expressão que forneça a freqüên

cia natural d iretamente em Hertz:

kgf/cm^

k g / c m

cm 1s c m '

cm

cm

. 980,665

f

21T

(EI) (980 ,665)

m Z ‘*= (4,984) m )

n

EI

m^'(55)

E desta expressão (55) pode-se calcular o m ó d u l o’

E, a p a r t i r de uma freqüência natural de o r d e m n , dada em

H e r t z :

(56)

_(3Z) n

onde : E] = k g f / c m (kgf/cm . 9,80665.10“ = N/mm ) (1 3 1 )

Page 82: ^RSIDADE FEDEPAL DE SANTA CATARINA

72

l] = c m“

m] = k g / c m

Z ] = cm

£^] = HZ3Z] = adimensional

4.3.4. E N S A I O E X P E R I M E N T A L P A R A A M E D I Ç Ã O DAS F R E Q Ü Ê N ­

CIAS NATURAIS

4.3.4.1. P R E P A R A Ç Ã O DOS CORPOS DE P ROVA

Do material, objeto de análise (cujas especifica

ções constam no item 3.3.5.) , foram usinadas b a rras de seção re^

tangular (largura b e altura h) de c omprimento Z.

N o tocante à secção retangular dos corpos de pro

va, ressalte-se que as recomendações de teste (^°^) foram acata

das: as relações b/h foram mantidas, para todos os corpos de pro

va, dentro do intervalo ideal de 2,1 à 2,6, evitando, assim, e-'

ventuais flexões laterais que p r e j u d i c a r i a m as m e d ições das fre

qüências n a t u r a i s .

A n t e r i o r m e n t e à utilização dos corpos de prova,

foram conferidos a cada u m deles, números característicos de i-

dentificação, sendo seguido, para tal, o mesmo p r o c e d i m e n t o já

m encionado no item 3.3.5.

Co m base no princípio de Arquim.edes, as massas

específicas dos corpos de prova foram determinadas através da u

tilização de \ama b a lança analítica.

Conliecida^s as dimensões dos corpos de prova e as

massas específicas correspondentes e, calculados os momen t o s de

inércia, a seguinte tabela foi elaborada:

Page 83: ^RSIDADE FEDEPAL DE SANTA CATARINA

73

CORPOSDE

PROVA

LA R G U R A b AL T U R A h MOtffiNTO DE INÉRCIA I

M A S S A E S P E C Í F I C A (g/cm^)

(cm) (cm) (10“ .cm“) VALORES MÉDIASDESVIOSPADRÕES

11 0,451 0,195 2,7868 7,0202

12 0,446 0,197 2,8415 7,03977,0302 0 ,0080

13 0 ,450 0,197 2,8670 7,0307

14 0,445 0,197 2,8352 7,0303

21 0,450 0,196 2,8236 7,0708

22 0,452 0 ,197 2,8798 7,07457,0712 0,0047

23 0,451 0,198 2,9174 7,0747

24 0,449 0,198 2,9044 7,0646

31 0,450 0,197 2,8670 7,1126

32 0,446 0,198 2,8850 7,11377,1153 0,0027

33 0,446 0,198 2,8850 7,1185

34 0 ,442 0,199 2,9027 7,1163

41 0,447 0,198 2,8915 7,1622

42 0,452 0,199 2,9684 7,16857,1676 0,0037

43 0,449 0,196 2,8173 7,1690

44 0,439 0,200 2,9267 7,1707

51 0,449 0,199 2,9486 7,2145

52 0,451 0,194 2,7441 - 7,20657,2108 0 ,0039

53 0,450 0,199 2,9552 7,2137

54 0,446 0,199 2,9290 7,2083

Nll 0,449 0,199 2,9486 7,10487,1044 0,0006

N12 0,449 0,199 2,9486 7,1039

N21 0,449 0,199 2,9486 7,07507,0731 0,0028

N22 0,449 0,199 2,9486 7,0711

N31 0,449 0,199 . 2,9486 7,03377,0314 0,0033

N32 0,449 0,199 2,9486 7,0291

N41 0,449 0,199 2,9486 7,03117,0345 0,0047

N42 0 ,449 0,199 2,9486 7,0378

N51 0,449 0,199 2,9486 7,03227,0317 0,0007

N52 0,449 0,199 2,9486 7,0312

N61 0,449 0,199 2,9486 7,04137,0385 0,0040

N62 0 ,449 0,199 2,9486 7,0356

N71 0,449 0,199 2,9486 7,00337 0205 0,0243

N72 0,449 0,199 2,9486 7,0377/ f \J \J

TAB. 6 - Dados sobre os corpos de prova u t i l i 2;ados na determi nação dos módulos de Young.

Page 84: ^RSIDADE FEDEPAL DE SANTA CATARINA

74

4.3.4.2. MONTAGEM DOS EQUIPAMENTOS

A seleção do arranjo dos equipamentos para o ex­

perimento seguiu as recomendações da firma Brüel & Kjaer

O esquema da montagem é mostrado na figura 25.

OSCILAOOR DE FREQÜÊNCIAb r Ue l - k j a e rTIPO 1017

A B

? °e

CONTADOR UNIVERSAL DE FREOÜÊN CIA RACAL T IPO 83 5

■TRANSDUTOR DE EXCITAÇÃO IN DUTIVO , T IP O MM 0002

BARRA DE T E S T E (CORPO OE PROVA)

TRANSDUTOR DE LE ITU R A CAPACITIVO . T IPO MM 00 04

SU PO RTE DO APARELHO OEMEDIÇÃO OE MCOULOSCOMPLEXOS B R Ü E L - K JA E R T IPO 3930

P R É - AKPLIFICADEH. T IP O 2615

FIG. 25 - Esquema da montagem^dos equi pamentos para medição de fre

.qüências naturais.

A barra (o corpo de prova) é firmemente engasta­

da no suporte do "Com.plex Modulus Apparatus", no qual ainda s^

tuam-se os transdutores de excitação e de leitura. Tais transdu

tores podem ser ambos indutivos, ou um deles indutivo e o outro

capacitivo. Para a excitação foi selecionado ura transdutor indu

tiVO e para a leitura, um transdutor capacitivo, garantindo-se,

assim, nenhuma interferência elétrica entre eles.

A fonte de excitação do corpo de prova, constan­

te de vm oscilador de freqüência, e conectado diretamente ao

transdutor indutivo. 0 movimento de vibração provocado no corpo

Page 85: ^RSIDADE FEDEPAL DE SANTA CATARINA

75

de prova ê captado pelo transdutor capacitivo, cujo sinal, p a s ­

sando por u m p r é - a m p l i f i c a d o r chega ao amplificador, e m cujo vi

sor as amplitudes das vibrações p o d e m ser o b s e r v a d a s .

4.3.4.3. V I S T A DO C O N JUNTO DE E NSAIO

4. 3.4.4. C O L E T A DE DADOS

Os corpos de prova (barras de secção retang u l a r

com comprimento livre de 200 mm) são rigidamente afixados (por

engastamento simples) ao suporte do "Modulus Apparatus", onde

são submetidos a uma varredura de freqüências - 2 ã 2000Hz, com

controle manual - através do transdutor indutivo, ligado ao os-

cilador de freqüências.

Os movimentos de vibração produzidos nos corpos

de prova são captados pelo transdutor capacitivo, cujo sinal,

passando pelo p r é - a m p l i f i c a d o r , chega ao amplificador, onde se

torna possível, por ura visor, a avaliação das amplitudes das \d-

brações.

Page 86: ^RSIDADE FEDEPAL DE SANTA CATARINA

76

Assim, procur a - s e detectar várias freqüências na

turais (de. ordens diferentes) de o s c i lação dos corpos de prova,

por m e i o de simples verifi c a ç ã o (no visor do amplificador) dos

"picos" de amplitude de o s c i l a ç ã o e subseqüente m e d i ç ã o das fre

qüências de oscilações e q uivalentes (que pode ser feita, por e-

xemplo, por u m contador de pulsos "Racal ).

4.3.5. CÁLCULO DOS MÕDULOS DE ELASTICIDADE

Com base na expressão 56, os mõdulos de elastici

dades podem ser calculados para cada corpo de prova, ou seja,pa

ra as classes de ferro fundido disponíveis (lamelar e nodular),

para as diversas composições químicas de cada uma das classes.

Os resultados experimentais obtidos foram resumi

dos na tabela 7 e 8.

4.3.6. COMPARAÇÃO ENTRE VALORES EXPERIMENTAIS E VALORES.

CALCULADOS

Na figura 34, valores experimentais, para o mõdu

lo de Young - obtidos de ensaios próprios, realizados com cor­

pos de prova de ferro fundido cinzento e ferro fundido nodular,

ambos com matriz ferrítica - , são comparados com curvas teóri­

cas.A locação dos valores experimentais próprios pa­

ra o módulo .de Young (obtidos da utilização do aparelho de medi

ção de módulos complexos Brüel & Kjaer) é procedida com o auxí­

lio das tabelas 2, 3, 7 e 8. Assim, as ordenadas do gráfico (va

lores experimentais, próprios, para o módulo de Young) são ex­

traídas (feita a conversão de unidades; kgf/cm^ ->■ N/mm^) das ta

belas 7 e 8, e as abcissas (concentrações de grafita, converti­

das para cifras volumétricas) das tabelas 2 e 3.

As curvas teóricas são obtidas das equações 31,

34 e 35 e das equações 31, 36 e 37. Ou seja, para a comparação

entre valores experimentais e valores teóricos, é assumido, com

base na microestrutura presente, que as partículas de grafita.

Page 87: ^RSIDADE FEDEPAL DE SANTA CATARINA

77

á ' 8

Q Q

I

N•o

00

CTt

O!3OOX

wQ

O

DO

w

w

w

PM

I Ja

CO

U-i

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i n

r oG\r g

H00O• TrH

f-H•«í*OCTV04

OoVO

COofOHr o

r ■i CO C\ •íj*Kí* O CO rH 00fH r - l i n r or s i iH c > CO r oT3» r o O i t n r o00 o v r~

r-Hi

(>r~4H

Cfr-1H

rvi lO o CvJ CO 00 VD o -Çj* rH H O ir> c n O I r-fLO C\ CT\ CN CO CM cr» o VD , r - H r o o CO O ' rHCO r-^ r o lO r o rH O ' o CM o > CM CO . VD VOLO r - o CO <7 O LO VO o o VO CO VD vr* r oo \D r o fH H LO CO r-{ LO LO VD LO rH crv LO VOCO CO 00 00 CTi <j\ o > CTi fH O 1—1 fH 04 O J CM O l r o CM r o r o

rH rH •—{ H fH •—( rH «—1 rH rH r—f H

r o <N i n (N r o O O t ' * O ' CO CM o > CO CM CMn i n VO VO CM CO O CM LO i n 00 CM CO r - VD cr» O r om CM *:r I > 00 CO VO CM O r o lO o G\ CM CO r om rvj r * 03 r - CT •H VD VD o VD VD VD CM CsJ CO CM CNr-* fH o CN VO O r o cr» r ' r ' O O O o CO (Tt oCO o\ CTí C3S o ^ O p O rH ■ rH rH rH r o r o r o r o r o r o r o

rH t—i rH rH rH rH rH H H rH H rH . H rH 1—i

•çj« Cv} O i n r o LO rH O * o>i O VD o CO CM 00 CM CM 04o O O r o rvj VD m LO LO 'íj* 1—1 VD cr» VO CM VD Oi n <D c\ CO (Ti O o r o '=:r i n G^ rH i n cr» O CM 00 rH CN Hr o r o r o LO o LO VD 1—1 cr» VO r o VO LO cr»r o CO KO CO r o LO r - '=:í' VD r-H CN VD VD LO o - CM VD r -CO 00 CO • 00 cr» CT> C7 cr» 1—! fH rH rH c g CM CM ' CM CO OT r o r o

(—! rH H rH H rH rH H H H H H

0 v o cr> rM CM u o VD LO VD r o CO VD VO O ' CT\r-\ CN Cvi VO LO r - LO CO cr» <r» r o 00 H 00 <Ti

r - CN o VD LO VO rH CM CM rH ■ r o r - LO O 00 LO o C7N r oO LTl 1—l o VD r o cr» O ' 00 00 CM LO r o CO O o CM VD1—1 - o Cvl • CO LO cr» r-H r - O VO r^i f'-' cr» C7 r o O CN cr> O or - CO r - r - 00 r - 00 CO O cr> o o H H CM CM CM «—i r o r o

fH H rH rH rH H rH H 1—I 1—1 H

CO LD o r ^ VD CO O o O r > LO r o O * VO 1—1 04 OVD f-H LO r o cr» LO LO CM 1—1 00 r - VO CO •sT LO cr»CO »vO r o CN r - rH o VD 00 CO o cr» VD rH CM LO CN

CO CO CO CO 00 c n CO 00 CO O'» 00 crv CO cr^ cr» r - * cr» <7ís. < •n k. K. •s

r ^ <N CN CM CN CN CM CM CM CM CN CM CnI CM CM CM CM 04 CM CM

<y\ CN rH r r VD VD r o o CN o cr» O cr» CM r o c hr o i n CM C-) VD cr» O LO CM VD cr» cr^ o * CTi LO VD LO cr»

00 r o VO r o cr» í-H CO O CO CO i n r o O G\ O LO cr» .rH fH CM rH CM CM r o rM r o CN CM CM CO r o CM r o r o

•> •s X. K V •>» »»VD VO VD VD VD VD VD VD VO VD VD VD VD VO VO VO VD VD

rvj r - r o CO m VD VD r ' lO r o CM LO O LO LO r > r oO o\ o o o 'cí* CM r o CO VD CM CO cr^ o VD r o coCNJ r o r o r o VO i-H rH fH t—! VD VD VD r - H O t—1 oo o o o o o o o rH rH fH H H rH rH H CM CM CM CM

•» Vr - " r - r - r-- O - O ' r -

m r-- VD r ' CO CO c ó CO cr» c o cr» VD o cr» cr» crvcy\ a ^ C7N (7\ o cr» cr» cr» <y\ <T\ G^ cr» cr» cr^ cr» o G^ cr» o crvrH rH rH rH rH rH fH rH rH rH fH 1—1 fH rH rH CM rH H •—! H

«. K »> KO O CD ’ o o O O o o O O o O O O O O O O O

•—! ' u ? O LO o CM rH cr» o VD VD CN O - CM cr» c^^ rH O VDi n LO LÍ") Lf) LO v r lO v r LO r o LO LO

• 'í3' 'c r .•» s. »-

o O o o o O O o o o O O O O o o o O o O

CO CO r o o rH CO VD CM cr» r o 00 VD CM VD H ’ LO 00v o v c • MD r o 00 r o VD rH O VO CO CO r o CM r o LO r - rH VD o

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TAB.7 - M ódulos de Young do f e r r o fu n d id o c in z e n t o f e r r i t i c o

Page 88: ^RSIDADE FEDEPAL DE SANTA CATARINA

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Page 89: ^RSIDADE FEDEPAL DE SANTA CATARINA

79

no ferro fundido cinzento, apresentam-se sob a forma de discos,

estatisticamente orientados, e que, no ferro fundido nodular,

as partículas de grafita apresentam-se sob a forma de esferas.

Sendo tomados valores médios da literatura(^ ' * '

115,116,117)^ Q 3 mõdulos de Young e os coeficientes de Pois

son das fases = 200000 N.mm ^ = ferrita “

= V a f l t a = “ = '’a “ V a f l t a = ; >™a toa con

cordância é verificada entre os valores experim.entais, próprios,

e a curva teórica, para o ferro fundido nodular, o que confirma,

para este caso, a validade da assunção feita (forma esférica, pa

ra as partículas de grafita). Para o ferro fundido cinzento, en

tretanto, não é verificada um.a boa concordância entre os valo­

res experim.entais, próprios, e a curva teórica, denotando, as­

sim, para este caso, uma fragilidade da assunção feita (forma de dis­

cos, estatisticam.ente orientados, para as partículas de grafi­

ta). Isto significa que a microestrutura real, para este caso

do ferro fundido cinzento, é relativamente diversa da hipoteti­

camente assumida.

Adicionalm.ente, são representados na figura .34,-

valores extraídos, da literatura.

Page 90: ^RSIDADE FEDEPAL DE SANTA CATARINA

80

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FIG. 34 - Módulo de Young em função da concentração de grafita

Valores experinsntais próprios:- Para o ferro fundido cinzento, ©- Para o ferro fundido nodular, A

Val.ores da literatura:

- Para o ferro fundido nodular,

Curvas calculadas: . ~ -.nPara particulas dispersas esféricas---- (eque.çoes 31,ib eJ/):

para particulas dis^rsas, sob foma de di.scos, estatisticair^- te orientadas-----(ecíuacões 31,34 e 35); =200000 N.irni (ma­triz: ferrita); E^ = 10500 N.rrm,“ (fase dispersa: grafita); = 0,31; Vp = 0,14.

Page 91: ^RSIDADE FEDEPAL DE SANTA CATARINA

81

5. RELAÇÃO ENTRE A MICROESTRUTURA E 0 COEFICIENTE

DE EXPANSÃO TÉRMICA LINEAR

5.1. FUNDAMENTAÇÃO TEÕRICA(^ ^ M

0 coeficiente de expansão térmica (a^) é defini­

do como a variação de volume (6V) - em decorrência de xima mudan

ça de temperatura (6T) - relacionada a um volume, inicial /

para pressão (p) constante e composição química (c^) imutável:

^ A

ÔV

ÔT(57)

Admitida a hipótese, segundo a qual, o coeficien

te de expansão térmica apresenta, para pequenos intervalos de

temperatura, uma dependência desprezível em relação a esta (tem

peratura), da integração da equação 57 resulta:

V - V, AV

“v == AT.V^

Assim, vrni material isétropo tem o seu coeficien­

te de expansão térmica linear (a) dado por:

a AV AZ-= --------- = ------ (59)

3 3.AT.V^ AT. 7.

onde: A Z = variação de comprimento para uma determinada

diferença de temperatura AT;

- comprimento inicial ã temperatura ambiente T^.

Page 92: ^RSIDADE FEDEPAL DE SANTA CATARINA

82

Quando um material bifásico - pressuposta uma i

sotropia e admitido um comportamento elástico linear de suas fa

ses ~ é aquecido (AT = T - T ^ ) , as suas fases expandem-se desi­

gualmente / de modo que cada uma delas se constitui um obstacu

lo" para a expansão da outra, originando-se em conseqüência, ten

sões internas. Quando, por exemplo, a matriz expande-se térmica

mente menos do que a fase dispersa (a < a^) , surgem, então, t ^

sões de traçao (+o) na matriz e tensões de compressão (—o) na

fase dispersa.

A seguinte abstração é feita: as duas fases são

separadas - mantido inalterado o arranjo espacial-, resultando,

assim, uma matriz com vazios fechados, de um lado, e partículas

livres da fase dispersa, em suspensão no espaço,' de outro lado.

Deste modo, para um aquecimento, de um.a tem.peratura inicial (T )

a uma temperatura final (T), ambas as fases podem expandir-se

livremente. Assim, como conseqüência dos diferentes coeficien­

tes de expansão das fases, surge uma diferença entre volumes, a

qual pode ser determinada da equação 59:

AV,,— D _ __Ê = (3) (AT) (ap - ttj) (60)

^ A D '^AM

onde: aj j, = coeficientes de expansão térmica linear da ma­

triz e da fase dispersa, respectivamente;

V . = volumes da matriz (i = M) e da fase dispersa (i- Ai

D ) , ã temperatura ambiente;

V + V = V,^ = volxime total (i = C) , ã temperatura am~ AD AM AC

biente.

Dando prosseguimento ã abstração, ê promovida a

reunião das duas fases (onde a matriz, no exemplo citado, pos­

sui um coeficiente de expansão térmica menor do que o da fase

dispersa). Para tal, por forças mecânicas, a matriz deve ser ex

pandida e a fase dispersa, contraída, de modo que uma. "se coadu

ne" com a outra. As tensões mecânicas de tração - para a expan­

são da matriz - e de compressão - para a contração da fase dis-

Page 93: ^RSIDADE FEDEPAL DE SANTA CATARINA

83

persa - são iguais e correspondem àquelas presentes durante o a

quecimento do material bifásico real.

Segundo a lei de Hook, para um corpo isõtropo e

linearmente elástico, submetido a um estado tridimensional de

tensões, é válida a seguinte igualdade:

(a^) (1 - 2v) = ( e ^ H E ) C61)

Com

,EK = -------------- , (62)

(3) (1 - 2v)

surge da equação 61:

a. = ie^) (3K) (63)

E, da equaçao 59:

AZ AV(64)

Assim, a contração isostática da fase dispersa

é calculada através da expressão:

(65)

e a expansão isostática da matriz, através da expressão:

(6 6 )

V . , K . ,M M ,

onde; V^, = volumes das fases à temperatura T.

Page 94: ^RSIDADE FEDEPAL DE SANTA CATARINA

84

Como, após o aquecimento, as interfaces no mate

rial bifás i c o não rompem, a d eformação volum é t r i c a m e c â n i c a das

fases (na abstração feita) deve compensar a d i f e rença entre v o ­

lumes resultante da desigualdade entre os coeficientes de expan

são térmica das fases. Assim, de acordo com as equações 60,65 e

66, resulta:

AV.D

AV.M

AVDx

AV.Mx

^ A D • ^ A M

(3) (AT) -

V.D VM

V K.M

KD

{67)

(6 8 )

e, conseqüentemente, a tensão isostâtica pode ser obtida da ex­

pressão:

K K

o = (3) (AT) (a - a ) — ^ D M K _ K

(69)

D M

Ainda com referência à abstração feita, foi vis­

to que cada fase encontra-se submetida a mua tensão mecânica i-

sostâtica - a qual compensa, através de deformação mecânica, a

diferença entre volumes, induzida termicamente - . Assim, no âm

bito das fases do material bifásico, tensões de compressão e de

tração encontram-se em equilíbrio. As superfícies entre fases,

contudo, devem apresentar-se isenta de tensões.

Sendo admitida a aplicação de uma tensão de com--

pressão ou de tração, respectivamente, sobre o material bifási­

co da abstração feita, para a determinação da elongação total -

devido ao aquecimento - da fase dispersa ou, então, daquela da

matriz (como se segue), a seguinte igualdade é aplicável:

AV. AV.M

A V- +

M+ a

VAM

K _ K C . M

(70)

Page 95: ^RSIDADE FEDEPAL DE SANTA CATARINA

Das equações 59 e 69, provém:

85

(71)

t t c a j ^-

+ «D

r K (K^d ' C - V l

L " c ^"d - v JK (K

L C^ D - "m> J

(72)

E, finalmente, as equações 71 e 62 dão o r i g e m ã

equação g e n érica m i c r o e s t r u t u r a - c o e f i c i e n t e de e x p a n s ã o t é r mica

linear de m a t e riais bifâsicos, com estrutura dispersa:

“c “ “m ‘“d ■

E p O K ^ d - 2V^) - E„)

3K c ÍEd (1 - 2Vj,) - E ^ d - 2Vj,))

(73a)

■ E p ( E ^ ( l - 2 v „ ) - 3 E ^ ( 1 - 2 v ^ ) )

- 3Ec{Ed(1 - 2''„) - Ej,(l - 2 V p ) )

(73b)

Tal equação, conforme pode ser notado, está d i r e

tamente associada ãs propriedades elásticas do m a t erial b i f á s i ­

co, dependendo, assim, das suas respectivas determinações. Com

termos análogos aos das equações 29 e 30, para o m ó d u l o de c o m ­

pressão do material b i f ásico (K^) - para arranjos das fases em

paralelo e em série, respectivamente - , são obtidas, (3a equação

73a, as equações das curvas limites m i c r o e s t r u t u r a - c o e f i c i e n t e

de expansão térmica linear:

Page 96: ^RSIDADE FEDEPAL DE SANTA CATARINA

86

E d (1 - 2v^)

(1 - - 2Vj^) + Cj^Ej^d - 2Vj^)

(74)

ac = (1 - Cj^)a^^ + = a^_ + Cp(ap - a ) (75)

Cada uma destas duas equações (74 ou 75) pode re

presentar ou a curva limite superior ou a curva limite inferior,

dependendo da expressão seguinte:

KM

KD Ep(l - 2v^,;(76)

A p e r muta de curvas limites ocorre, q uando esta

equação (76) torna-se igual a 1 (um), o c asião em que os limites

superior e inferior igualam-se.

Os casos especiais da equação genérica m i c roes-

trutura-coeficiente de expan s ã o térmica de materiais bifásicos,

isotrõpicos, com e s t r utura dispersa, para:

a) a fase dispersa constituída de partículas na for

m a de discos orientados estatisticamente,

b) a fase d i s persa c o nstituída de partículas e s f é r ^

cas,

■c) a fase dispersa c onstituída de partículas na for

m a de bastões orientados estatisticamente,

são obtidos da equação 73, com inserção das equações 34 a 39.

Os casos especiais de fase dispersa constituída

de partículas orientadas, na forma de discos e bastões, são tam

b é m estxidados o r i ginando-se as seguintes equações micro-

estrutura-coeficiente de e x p ansão térmica linear de materiais

bifásicos, com estrutura dispersa:

Page 97: ^RSIDADE FEDEPAL DE SANTA CATARINA

87

a) para fase dispersa constituída de partículas na

forma de discos (lim (z/x) = 0 ):

- cujos eixos de rotação estejam orientados per­

pendicularmente . ã direção da tensão:

1 +

(1 - Cj^)Ep(l - v^> - E^(l - Vp)

E m ( 1 - C ^ ) ( l - v ^ ) + E j^ C j^ d - v ^ )

(77)

- cujos eixos de rotação estejam orientados na

direção da tensão:

I +2(1 - Cp) (VpEj^

E^^d - Cp)(l - Vp) + E p C p d - Vj )

(78)

b) para fase dispersa constituída de partículas na

forma de bastões (lim (z/x) = ® ) :

~ cujos eixos de rotação estejam orientados per­

pendicularmente ã direção da tensão:

“c = “h + <=d <“d ” “m >

:h - LCp + (1 Cp)Ep

HM - LQ(79)

cujos eixos de rotação estejam orientados na

direção da tensão:

C d + (1

M - Q

H M - LQ(80)

onde:

Page 98: ^RSIDADE FEDEPAL DE SANTA CATARINA

88

1 + V d 1 + V ^

(81)

V

L =D

1 - cD

r 1 + Vd 2(1 - v ^)

_j_ (82)

M = — ----- +

1 - cD

1 + V d 2(1 - v ^)

Ep

1 + vD

1 + VM

(83)

VD

1 - c+

D

1 + VD

1 + VM

(84)

V a l e salientar que a análise m a t e m á t i c a da e q u a ­

ção 80 conduz a resultados correspondentes àqueles da equação 74

(arranjo de fases em p a r a l e l o ) .

Outrossim, para o caso parti c u l a r do m a t e r i a l po

roso ( (Ed /E^^) = 0), pode ser verificado, da equação 73, que, ba

sicamente, o coeficiente de expan s ã o térmica de m a t e riais b i f â ­

sicos, com e s t r utura dispersa, não é dependente da porosi d a d e

(a^ = a ) . A l é m disso, digna de nota é a constatação de que as

equações para o coeficiente de expansão térmica de m a t e r i a i s bi

fásicos, para partículas da fase dispersa, com uma relação e n ­

tre eixos extrema (lim (z/x) = 0), nao p o d e m ser d iretamente u-

tilizadas para o caso especial do mater i a l poroso. A r e l ação en

tre eixos igual a zero, conforme já mencionado, ocorre q uando

o eixo de rotação (z) é infinitesimal e o eixo secundário (x) fi

n i to, ou quando, o eixo de rotação é finito e o eixo secundário

infinitam.ente grande. Este segundo caso implica na inocorrência

de estrutura dispersa, e corresponde ao arranjo, em paralelo,de

discos "porosos", orientados p e r pendicularmente à direção da ex

pa nsão (isto é, as equações 77 e 74 i g u a l a m - s e ) . Por outro lado.

Page 99: ^RSIDADE FEDEPAL DE SANTA CATARINA

89

"lamelas porosas" não contribuem para a expansão o, assim, o coe

ficiente de expansão é - tal como para a estrutura dispersa com

poros na forma de discos - igual àquele da matriz.

Valores experimentais devem, agora, ser compara­

dos com os valores obtidos das equações microestrutura - coefi­

ciente de expansão térmica linear.

5.2. COLETÂNEA DE DADOS EXPERIMJDNTAIS DA LITERATURA

( M •

As curvas utilizadas para a comparação com dados

experimentais,são calculadas com o auxilio das propriedades e-

lásticas das fases, apresentadas na figura 17.

FIG. 26 - Coeficiente de expansão térmica linear relativo, de ma teriais bifásicos, em função da concentração de faises.

Page 100: ^RSIDADE FEDEPAL DE SANTA CATARINA

90

Valores medidos:

MATRIZ

S Í O 2SÍO2Co

SnMo

CrSS . Aa

FASEDISPERSA

INTERVALO DE TEílPE RATURA

(k)

SÍMBOLO(LITERATURA)

AlSnWC

Zr0 2 UO 2

U O 2U O 2Fe

373-873

293-1073

293-1073293-1273

293-1273293-1173

üO+X

O

oA

( 1 0 5 )

( 1 0 6 )

( 1 0 7 )

( 2 .)

( 1 0 6 )

(.9)( 1 0 8 )

(^^) ( 1 0 8 )

( “ ) ( 1 1 0 )

Curvas calculadas para partículas dispersas

esféricas; equações 73, 36 e 37.

Na figura 26, valores experimentais são compara­

dos com curvas calculadas (através das equações 73, 36 e 37), pa

ra alguns materiais bifãsicos (com .estrutura dispersa), cuja fa

se dispersa se apresenta na forma de partículas esféricas.

Como as curvas limites, calculadas através das e

quações 74 e 75, dependem não s5 dos coeficientes de expansão

térmica linear das fases, como também dos respectivos mõdulos

de Young e coeficientes de Poisson, o intervalo entre os mesmos,

dependendo do material, pode ser bem distinto. Por outro lado,

todas estas propriedades não se diferenciam, para fases sólidas,

em mais do que uma ordem de grandeza, de modo que o campo de va

riação, também para o coeficiente,de expansão térmica linear, ê,

m.uitas vezes, menos amplo do que a própria dispersão das medi­

ções “ a qual depende da qualidade dos corpos de prova - (figu­

ra 27) .

Para uma alta qualidade dos corpos de prova, os

valores medidos possibilitam uma visualização da troca de ma­

triz, como, por exemplo, no caso da figura 28, onde as curvas

calculadas (equações 73, 36 e 37), para a matriz de cobalto e

Page 101: ^RSIDADE FEDEPAL DE SANTA CATARINA

91

CONCENTRAÇÃO ( % em Vol )

FIG. 27 - D i s p ersão de valores m e d idos para o coe ficiente de expansão térmica linear, de materiais bifásicos.

Valores medidos:Ba2_^Cao,5-!.xW05~W 6 73-1273 K □

MgO W 373-1273 K'~©

Curvas limites calculadas: eq. 74 e 75.

para a matriz de (Tao,^ H f o ,e )C , situam-se muito próximas entre

si. A troca da matriz de cobalto para a m atriz de (Tao , i»Hf o , 6) C

verifica-se onde os valores experimentais, situádos, inicialmen

te, acima da curva superior - matriz de cobalto - p a s s a m a l o ­

car-se abaixo da curva relativa ã matriz de carboneto.

N a figura 29, valores experimentais de cermets

U O 2--CU são comparados com curvas teóricas, para matriz de cobre

e matriz de U O 2 , referidos a partículas dispersas, sob forma de

esferas e discos, -orientados estatisticamente (equações 73, 36,

37 e 73, 34, 35, respectivamente).

Page 102: ^RSIDADE FEDEPAL DE SANTA CATARINA

92

CONCENTRAÇÃO- ( % cm Vol )

FIG. 28 - Coeficientes de expansão térmica linear de metais duros (Tao , i.Hf o , e) C .

Valores medidos: ® 293-1273 K

Curvas calculadas: m.atriz de cobalto (curva superior) e matriz de carboneto (curva in­ferior) ; equações 73, 36 e 37.

Page 103: ^RSIDADE FEDEPAL DE SANTA CATARINA

93

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FIG. 29 •“ Coeficiente de expansão térmica linear de cer mets U0 2 “Cu.

Valores medidos: para partículas dispersas a~ proximadamente esféricas o ; para partículas dispersas, sob forma aproximada de discos o- rientados estatisticamente x .

Curvas calculadas: para partículas dispersase s f é r i c a s ------- (equações 73, 35 -e 37) ; parapartículas dispersas, sob forma de discos o- rientados estatisticamente - - - (equações 73 e 34);

Troca de matriz » « •

Page 104: ^RSIDADE FEDEPAL DE SANTA CATARINA

95

do coeficiente de expansão térmica linear de um determinado ma­

terial, conforme ilustrada na figura 30, destaque-se, em primei­

ro’ plano, o dilatômetro eletrônico comparativo Netzsch 402E e o

forno que garante um aumento continuo de temperatura sobre o cor

po de prova em análise, inserido no dilatômetro.

IWiO*« TCDMMtAnCÍ

SiaAt- CLCTPICO

CKff>AJ»5Í0 t£ « W .C A UtiíkA OOfiíSTCMA

S lfcM , C t€ T » 'C O CO «Æ ei*<iSO €KTC

-*T

DODO

©

U «1 I0 A 0 £ f t íô » 5 T Í !A O O S A

Fig. 30 -

Montagem (fluxograma e: foto) dos equipamentos para o __tra- çado da curva expansão térmi­ca Unear - temperatura (uti_- lizaçao do dilatômetro eletrô­nico comparativo, para altas temperaturas, Netzsch 402E). ■

Page 105: ^RSIDADE FEDEPAL DE SANTA CATARINA

96

A l é m desses dois elementos, enfoque-se, ainda, a

unidade termostática (que m.antém constante a temper a t u r a da b o ­

bina do transdutor linear) e a unidade r e g i s t r a d o r a (que rèpre-

senta, gráfica e continuamente, o incremento no c omprimento do

corpo de prova, correspondente a cada temper a t u r a a que o corpo

está s u b m e t i d o ) .

Do corte longitudinal do conjunto d i latômetro-

forno, conforme ilustrado na figura 31, observa-se que a e x p a n ­

são térmica linear do corpo de prova é d e t e ctada p e l o contato

direto entre uma haste e o corpo, e conseqüente m o v i m e n t o da

m e s m a (produzindo u m d e slocamento do núcleo da b o b i n a ) . Disto

resulta uma alteração na indutâ n c i a da corrente elétrica, que

circula pelo enrolamento, o que implica num sinal e l é t r i c o (que

sofre a m p l i f i c a ç ã o ) , enviado à u n i dade registradora, c o r r e s p o n ­

dente à e x p a n s ã o térmica linear do corpo de prova.

FIG. 31 - Corte longitudinal do dilatôm.etro eletrô n i c o c o m p a ­rativo, para altas tem.peraturas, N e t z s c h 402E (' ^‘).

.‘Paralelamente, as temperaturas, continuamente me

Page 106: ^RSIDADE FEDEPAL DE SANTA CATARINA

97

didas pelos termopares, alcançam, também em forma de sinal elé­

trico amplificado, a unidade registradora.

Deste modo, a unidade registradora habilita-se a

uma representação gráfica e contínua dos incrementos no compri­

mento do corpo de prova, correspondentes às temperaturas varri­

das ao longo do ensaio.

5.3.3. LEVANTíFENTO DA CARACTERÍSTICA TÉRIIICA DO SUPOR­

TE DO DILATÔflETRO ELETRÔNICO NETZSCH 402E

Quando da utilização do dilatômetro eletrônico

comparativo Netzsch 402E, no traçado da curva expansão térmica

linear versus temperatura do corpo de prova, torna-se mensurá­

vel, na unidade registradora, a dilatação linear conjunta do cor

po de prova e do sistema que o envolve. Assim sendo, para o a~

companhamento do comportamento térmico, único e exclusivo, do

corpo de prova, desponta como imprescindível o conhecimento da

característica térmica do sistema de suporte do corpo de prova.

Em outras palavras, conhecida a expansão térmica

linear do sistema que envolve o corpo de prova, correspondente

a cada valor específico de temperatura, e, lida (na unidade re­

gistradora) a dilatação linear conjunta do par corpo-sistema que

o envolve, torna-se possível, por simples operação de soma algé

brica, a determinação da expansão térmica linear, única e exclu

siva, do corpo de prova, relativa a cada temperatura específica:

D g ( T ) = D ^ ( T ) + D j , ( T ) (85)

D„(T) = dilatação linear relativa do corpo de prova;

Dj^(T) == dilatação linear relativa do sistema de supor­

te do corpo de prova;

D^^(T) = dilatação linear relativa do par corpo de pro­

va - sistema de suporte (lida na unidade regis

tradora) .

0 levantamento da característica térmica do su­

Page 107: ^RSIDADE FEDEPAL DE SANTA CATARINA

98

porte do corpo de prova, axioraaticamente, deve ser levada a ter

mo sob condições idênticas as dos testes subseqüentes com os

corpos de prova. Para tal, deve ser mantida a mesm.a velocidade

de aquecimento, deve ser utilizado um corpo de prova padrão de

dimensões próximas ãs dos corpos de prova dos ensaios subseqüen

tes e devem ser mantidos, integralmente, todos os componentes

do sistema de suporte.

Com efeito, a determinaçao da característica tér

mica do suporte do dilatômetro eletrônico Netzsch 402E é.reali­

zada a partir de um'corpo de prova, dito padrão, constituído de

um material, cuja dilataçao (relativamente a um comprimento i~

nicial, referido a uma determinada temperatura de referência) se

ja conhecida com uma suficiente margem de precisão, para uma sé

rie de temperaturas diferentes.

Assim, a leitura feita no painel da unidade re­

gistradora (que fornece, para cada temperatura específica, a di

latação linear relativa do par corpo de prova padrão - sistema

que o envolve) , simbolizado por Dj^(T) , e o valor da dilataçao

linear relativa do corpo de prova padrão (propriedade conhecida

do material do mesmo, referida, tairibém, a cada tem.peratura espe

cífica), simbolizado por Dg(T), permitem o cálculo do chamado

fator de correção do dilatômetro, representado por Dj^(T) , o qxial

quantifica o comportamento térmico do sistema que envolve o cor

po de prova.

0 referido cálculo pode ser realizado através da

expressão 85. ' .

Na tabela 9 são apresentados os resultados de al

guns levantamentos da característica térmica do sistema de su­

porte do dilatômetro eletrônico Netzsch 402L (fatores oe corre—‘

ção, Dj^(T), para diversas temperaturas), referidos a ensaios

com corpos de prova padrões cilíndricos, de vacromium COO e de

de quartzo, submetidos a uma velocidade de aquecimento de

10°C/min, em atmosfera de argônio e no vácuo.

Page 108: ^RSIDADE FEDEPAL DE SANTA CATARINA

99

1<? ENSAIO 2<? ENSAIO

T

(K)

VACIXjniM COO (?.IA<írao □00 (CtPiKIV.O^11

:d s (t ) Dj,(T) D^(T) Dg(T) r^,(T) D^(T) DsíT) !^,(T) D CT) Dg(T) D^ÍT)

- argOn io -

373 1,036 -0,100 1,136 0,041 -0,375 0,416 0,776 0,509 1,036 0,150 0,886 0,041 -0,625 0,666 0,775 0,156

473 2,427 0,800 1,627 0,106 -1,325 1,431 1,529 0,139 2,427 0,825 1,602 0,100 -1,400 1,506 1,554 0,068

573 3,915 1,550 2,365 0,166 -2,025 2,191 2,278 0,123 3,915 1,650 2,265 0,166 -2,075 2,241 2,253 0,017

673 5,510 2,475 3,035 0,223 -2,700 2,923 2,579 0,079 5,510 2,525 2,985 0,223 -2,775 2,998 2,992 0,009

773 7,193 3,425 3,768 0,271 -3,400 3,671 3,720 0,068 7,193 3,475 3,718 0,271 -3,500 3,771 3,745 0,037

873 8,977 4,475 4,502 0,321 -4,125 4,446 4,474 0,040 8,977 4,525 4,452 0,321 -4,250 4,571 4,512 0,084

- w ioD -

373 1,036 -0,325 1,361 0,041 -0,575 0,616 0,988 0,527 1,036 -0,015 1,.186 0,041 -0,725 0,766 0,976 0,297

473 2,427 0,125 2,302 0,106 -1,575 1,681 1,932 0,439 2,427 -0,450 1,977 0,106 -1,575 1,681 1,829 0,209

573 3,915 1,125 2,790 0,116 -2,275 2,441 2,616 0,247 3,915 1,325 2,590 0,166 -2,225 2,391 2,491 0,141

673 5,510 2,300 3,210 0,223 -2,875 3,098 3,154 0,079 5,510 2,275 3,235 0,223 -2,900 3,123 3,179 0,079

773 7,193 3,375 3,818 0,271 -3,525 3,796 3,807 0,016 7,193 3,275 3,918 0,271 -3,625 3,896 3,907 0,016

873 8,977 4,500 4,447 0,321 -4,225 4,546 4,512 0,049 8,977 4,325 4,652 0,321 -4,400 4,721 4,687 0,049

O B S E R V A Ç Õ E S :y (irjn) ( 2 ,5 )

-

- D „(T)

-T .

- y(mm)

= D i l a t a ç ã o l i n e a r r e l a t i v a do p a r c o rp o de p r o v a p a d r ã o .- s i s t e m a de s u s ­t e n t a ç ã o ;

D i l a t a ç ã o l i n e a r r e l a t i v a do c o rp o de p ro v a p a d rã o(lOOO)L^(nm)

= D i l a t a ç ã o l i n e a r r e l a t i v a do s i s t e m a de s u s t e n t a ç ã o ;

= T e m p e ra tu ra em g r a u s K e lv in ;C o ta m ed id a no p a i n e l d a u n id a d e r e g i s t r a d o r a :

- Ii (mm)= Com prim ento i n i c i a l do c o r p o de p ro v a p a d rã o (T - 293 K ) ;

- Õ j,(T) = M édia a r i t m é t i c a de D j,(T );S = D e sv io p a d r ã o de Dj^(T)

- Os v a l o r e s de D3 ( T ) , Dj,j(T) , Dj^(T) e s , s e r m u l t i p l i c a d o s p o r 10

l i s t a d o s n a t a b e l a , devem

y ( m m . )

1

/1

í

_ , l

1- - - -

! -

r j • /3^• J 3 S i ■ i F T 7 ,IK)

TAB. 9 - Levantamento da característica térmica do sistema de suporte do corpo de prova, para o dilatômetro eletrô nico comparativo Netzsch 4 02E.

Page 109: ^RSIDADE FEDEPAL DE SANTA CATARINA

100

5.3.4. PREPARAÇÃO DOS CORPOS DE PROVA

Do material, objeto de cinâlise (cujas e specifica

cões c o n s t a m no xtem 3.3.5.), foram usinados os corpos de prova.

A seleção da forma e das dimensões dos corpos de p r o v a foi p r o ­

cedida, tendo em vista recomendações da literatura ( ). A s s i m

sendo, dos tarugos recebidos, foram usinados corpos de p r o v a ci

líndricos com diâmetros e comprimentos nominais de 6,0 m m e 45,0

mm, respectivamente.

Outrossim, com o intuito de se g a r a n t i r um.a sufi

ciente precisão nas medições das expansões térmicas lineares dos

corpos de prova, as superfícies planas extremas dos m.esmos fo

ram submetidas a uma retificação, sendo assegurado, assim, um

suficiente p a r a l e l i s m o entre as faces.

An t e r i o r m e n t e ã utilização dos corpos de prova,

foram conferidos a cada um deles, núm.eros característicos de i-

d e n t i f i c a ç ã o , sendo seguido, para tal, o mesmo proced.imento já

mencio n a d o no item 3.3.5.

5.3.5. C OLETA DE DADOS

C o m o conhecimento da c a r a c terística t é rmica do

sistema de suporte do corpo de prova, isto é, com a d e t e r m i n a ­

ção da sua dilatação linear relativa D^^(T) , o dilatô m e t r o e l e ­

trônico comparativo N e t z s c h 402E pode ser aplicado na d e t e rmina

ção dos coeficientes de expansão térmica linear dos corpos de

prova disponíveis, de diferentes composições químicas e formas

de grafita.

A u tilização do d ilatômetro supracitado, p a r a a

determinação do coeficiente de expansão térmica linear de um cer

to corpo de prova, parte do traçado do diagrama "Dilatação li­

near absoluta (do par corpo - sistema que o envolve) versus t e m ­

peratura" .

A dilatação linear relativa do p a r corpo de p r o ­

va - s i s t e m a que o envolve, representada por Dj^^(T) , é calculada

era função do comprimento inicial do corpo de prova, L^, r e f e r i ­

do à temperatura ambiente. Subseqüentem.ente, a dilatação linear

Page 110: ^RSIDADE FEDEPAL DE SANTA CATARINA

101

relativa do corpo de prova, representada por D g ( T ) , pode ser ob

tida da e q uação 85.

AL y ( m m ) (2,5)

Lo

( 1 0 0 0 ) (L^)

(8 6 )

FIG. 32 - Dilatação linear absoluta do c o n j u n ­to corpo de prova - sistem.a de susten tação, traçado na unidade registrado r a .

Complementarmente, o cálculo do coeficiente de

expansão térmica linear do corpo de prova em análise, é efetua­

do em função da dilatação linear relativa do mesmo, Dg(T), e do

intervalo de temperatura varrido durante o ensaio.

aAT

(87)

onde: a = coeficiente de expansão térmica linear do mate

rial do corpo de prova [k ] ;

Page 111: ^RSIDADE FEDEPAL DE SANTA CATARINA

102

Dg(T) = Dj^(T) + Dj.,{T);

AT = intervalo de tempe r a t u r a selecionado para o e n ­

saio.

Nos ensaios realizados, o intervalo de t e m p eratu

ra selecionado foi fixado entre 20°C e 600°C. A seleção do li

mite inferior do intervalo foi feita em função da tem.peratura

ambiente aproximada de 20°C e a seleção do limite s u p erior foi

feita de modo a tornar o intervalo tão grande q u a n t o possível

(fazendo com. que, de \m lado, os ensaios p r o p o r c i o n e m uma boa

representatividade do comportamento térm.ico do m a t e r i a l do c o r ­

po de prova e, de outro lado, com que não seja, entretanto, a-

tingida a t e mperatura de transf o r m a ç ã o da e s t r utura ferrítica

em a u s t e n í t i c a ) .

Nás tabelas 10 e 11 estão resumidos os dados e x p e ­

rimentais obtidos com os diversos corpos de prova ensaiados,

subm-etidos a aquecimento sob vácuo e em atniosfera de argônio.

Page 112: ^RSIDADE FEDEPAL DE SANTA CATARINA

103

M E I OCORPODE

PROVA

Dj,(873K)

(10“')

% ( 8 7 3 K )

(10"')

Dg(873K)

(10“')

a(293-873K)

(10“')

OHSOÜ(X

oDO

11

1113

13

21

21

23

23

31

31

33

33

41

41

43

43

51

51

53

53

12

14

2224

32

34

42

44

52

54

4,474

4,512

3,23

3,10

3,15

3,18

3,20

3,26

3.40

3.40

3.37

3.32

3.40

3.37

3,29

3.32

3.43

3,48

3.43

3,68

3.43

3,74

3.20

3,18

3,32

3.20

3,46

3.37

3,48

3.37

3,40

3,43

7,70

7,57

7,62

7,65

7,67

7,73

7.87

7.87

7.84

7.79

7.87

7.84

7,76

7.79

7.90

7,95

7.90

8,15

7.90

8,217.71

7,69

7,83

7.71

7,97

7.88

7,99

7.88

7,91

7,94

13,28

13.05

13,14

13,19

13,22

13,33

13.57

13.57

13.52

13.43

13.57

13.52

13,38

13.43

13.62

13,71

13.62

14.05

13.62

14,16

13.29

13,26

13,50

13.29

13,74

13.59

13,78

13.59

13,64

13,69

TAB. 10 - Coeficientes de expansao térmica linear, pa ra O: ferro fundido cinzento ferrítico.

Page 113: ^RSIDADE FEDEPAL DE SANTA CATARINA

104

MEIOCORPO

DEPROVA

Dj^(873K)

(10"')

D^,(873K)

(10“')

Dg(873K)

(10“')

a ( 2 9 3 - 8 7 3 K )

(10 )

OH2;oüCrí

11

21

31

41

51

61

71

4,512

3,66

3,58

3.46

3,41

3,50

3,38

3.47

8,17

8,09

7.97

7,92

8,01 7,89

7.98

14,09

13,95

13,74

13,66

13,81

13,60

13,76

OPu

§

12

22

32

42

52

62

72

4,687

3.30

3,24

3.19

3,13

3.30

3.30

3.19

7.99

7,93

7.88

7,82

7.99

7.99

7.88

13.78

13,67

13.59

13,48

13.78

13.78

13.59

TAB. 11 - Coeficientes de expansão térmica linear, pa ra o ferro fundido nodular ferrítico.

(os valores de Dj.^(T), apresentados na tabela 11, diferenciam-se

daqueles apresentados na tabela 1 0 , devido a uma recalibragera

feita no sistema de medição)

5.3.6. COMPARAÇÃO ENTRE VALORES EXPERIMENTAIS E V7-VL0RES

CALCULADOS

Na figura 35, valores experimentais, para o coe­

ficiente de expansão témaica linear ~ obtidos de ensaios pró­

prios, realizados com corpos de prova de ferro fundido cinzento

e ferro fundido nodular, ambos com matriz ferrítica - , são com

parados com curvas teóricas.

A locação dos valores experim.entais, próprios,

para o coeficiente de expansão térmica linear (obtida da utili­

zação do dilatômetro eletrônico comparativo, para. altas tempera

turas, Netzsch) e procedida com o auxílio das tabelas 2, 3, 10

e 11. Assim, as ordenadas do gráfico (valores experimentais, pr6

prios, para o coeficiente de expansão térmica linear) são e-xtraí

das das tabelas 1 0 e 1 1 , e as abcissas (concentrações de grafi-

Page 114: ^RSIDADE FEDEPAL DE SANTA CATARINA

■ 10'5

ta, convertidas para cifras volumétricas) das tabelas 2 e 3.

As curvas teóricas são obtidas das equações, 34 e

73a e das equações 36, 37 e 73a. Ou seja, para a comparação en­

tre valores experimentais e valores teóricos, é assumido, com

base na mdcroestrutura presente, que as partículas de grafita,

no ferro fundido cinzento, apresentam-se sob a form.a de discos,

estatistiCcimente orientados, e que, no ferro fundido nodular,,

as partículas de grafita apresentam-se sob a forma de esferas.

Sendo tomados valores médios da literatura ( '

115,116,117) Qg módulos de Young, para os coeficientes de

Poisson e para os coeficientes de expansão térmica linear, das

fases (E„ = Ej,_^^^.^^= 200000 N.rtm-S = 31; a,, =

“f e r r l t a = = '' ''d =

V a f l t a = « '“ ' “D = V a f l t a = < 2 ' 3 “><“ ' >' concor-dância é verificada entre os valores experimentais e as curvas

teóricas, para os ferros fundidos cinzento e nodular.

Devido ã grande diferença entre os módulos de

Young da matriz (ferrita) e da fase dispersa (grafita), as par­

tículas de grafita não constituem, praticamente, obstáculo al­

gum ã livre expansão da ferrita. Assim, a forma das partículas

tem uma influência m.uito pequena sobre o coeficiente de expan­

são térmica linear, de modo que os valores teóricos e experimen

tais para o ferro fundido nodular devem estar bem próximos aos

correspondentes para o ferro fundido cinzento. No caso do mate­

rial analisado (vide tabelas 2 e 3), a diferença entre a compo­

sição química do ferro fundido cinzento e a do nodular consti­

tui-se um fator responsável pela diferença dos resultados expe­

rimentais e teóricos, para o ferro fundido nodular, em. relação

aos equivalentes, para o ferro fundido cinzento.

A utilização de duas atmosferas (argônio, vácuo),

para a proteção dos corpos de ensaio, comprova o previsto: o coe

ficiente de expansão térmica não é influenciado pelo meio no

qual o corpo se encontra.

Page 115: ^RSIDADE FEDEPAL DE SANTA CATARINA

106

16,0I— I

I____J

ocS 15 2

<O:g

' £ 14,0I--

tC X UiUio

12 '— 9,0

8A o A

ã

10,0 »uo *2,0 I3PC O N C E N T R A Ç Ã O DE G R A F I T A ( % E M V O L . )

I ' . 'FIG. 35 - Coeficiente de expansão térmica linear em função da

concentração de grafita (293-873K).

Valores experimentais:- Ferro fundido cinzento (o em argônio; ® no vácuo)- Ferro fundido nodular (A em argônio; A no vácuo)

Curvas calculadas: ,Para partículas dispersas esféricas (equações 36, 37 e 7 3 a); para partículas dispersas, sob forma de discos^ estatisticamente orientados ------ (equa­ções 34, 35 e 73a); a -14,0.10 ® K“’ (matriz: ferri-

_oM - ----ta) ; Ej^=200Õ00 N.mm ^se dispersa: grafita) ; Ej^'=10500 N.mm

v,=0,31; a =2,90.10“" K h ^^^0,14.

Page 116: ^RSIDADE FEDEPAL DE SANTA CATARINA

107

6 . CONCLUSÕES FINAIS

O trabalho desenvolvido permite lim melhor enten­

dimento sobre as relações quantitativas, existentes entre a micro

estrutura e algum.as propriedades de materiais bifâsicos.

Ensaios foram realizados com fejrros fundidos no­

dular e cinzento, ferríticos, sendo constatada uira considerável

concordância - tal com.o para outros materiais, conforme a litera­

tura consultada— entre resultados experimentais e valores teóri­

cos para propriedades, tais com.o a condutibilidade térmica, o mó­

dulo de Younçf e o coeficiente de expansão térmica linear. Isto

vem comprovar que, sendo conhecidos os valores, de um.a dada pro­

priedade, para ambas as fases de um dado m.aterial bifásico (grafi

ta e ferrita, no caso do ferro fundido ferrítico)/ assim como, a

concentração, forma e o arranjo geométrico da fase dispersa (gra­

fita, no caso do ferro fundido),torna-se possível a previsão,com

uraa boa margem de precisão,do valor da propriedade do material.

Em suma, um.a importante aplicação genérica do es

tudo desenvolvido, consiste na possibilidade de previsão de pro­

priedades, para um. determinado material bifásico, a partir de da­

dos da análise estereolõgica de sua estrutura. Desta forma, a aná

lise da mi.croestrutura passa a ser "algo mais" do que simples fon

te de informações sobre a qualidade do material bifásico: ela cons

titui-se, também, uma im.portante alternativa para medições de pro

priedades, muitas vezes demoradas e dispendiosas, outras vezes,di

ficeis (como, por exemplo, quando o m.aterial encontra-se submeti­

do a condições extremas, tais como, altas tem.peraturas e radioati

vidade) , ou, até m.esmo, impossíveis de serem levadas a termo.

Uma outra im.po.rtante aplicação dos resultados do

estudo desenvolvido, consiste na possibilidade de otimizações da

microestrutura, com o intuito de melhorias - previamente estabele

cidas - de propriedades de materiais bifâsicos (obtenção de mate­

riais "sob medida").

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