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o tL<% tAXW GrO i^O A *»JA^— Ano III rP20 Porto Nacional/ Setembro-89 NÍ32$1,00 Vidas em risco no ^^ Hospital da Osego Os funcionários da Osego em reuniffo com o prefeito de A população de Porto Nacional está sofrendo as conseqüências da "devo- lução" dos funcionários da Unidade Mista. Depois de adotadas as medidas do secretá- rio Antônio Coelho o Hospital foi entregue a pessoas que cometeram erros graves. Re- centemente duas mulheres morreram de parto nas mesas de operação da Unidade. Enquanto o Hospital vive essa situação de Porto Nacional abandono os funcionários da Osego que foram "devolvidos" para o estado de Goiás estão em negociação com as autoridades para resolver o problema. A prefeitura de Porto Nacional está propondo ao governo Siqueira Campos que os funcionários fiquem à disposição do município. (Páginas 4 e 5) 0 MIRAD deu inicio, no último 15 de agosto, ao processo de cadastramento para posterior assentamento das famílias que vivem no imóvel Pecuária. Apesar dos trabalhos de assentamento terem iniciado ainda não é possível fazer uma previsão do seu término, uma vez que todo o processo depen- de de recursos. (Página 6) Reviravolta na Polônia "Quem ri por último, ri melhor". Esse ditado ser- ve bem para mostrar a situ- ação vivida pelo Solidarieda- de na Polônia. 0 sindicato que esteve na ilegalidade e perseguido pelo govefno do Poup, agora está no po- der, através do primeiro-mi- nistro Tadeusz Mazowiecki. Ao contrário do que muitos têm divulgado o novo gover- no não representa ' uma volta ao capitalismo", mas sim uma democratização do regime instalado. (Página 8) Quem vencerá a batalha? A disputa pelo voto pode não estar muito emocionante mas as brigas de bastidores têm movimentado as eleições presidenciais. Alguns candida- tos fazem questão de se envolver em pequenos confrontos. Collor e Brizola são os campeões na troca de amabili- dades e richas. pouco tempo mili- tantes de ambas candidaturas se envol- veram em lutas corporais em Niterói, no Rio de Janeiro. os seguranças de Collor agrediram, recentemente, jor- nalistas durante uma visita a Recife. Além das richas pessoais as eleições têm sido palco também para intimi- dações: o candidato petista, Luis Inácio Lula da Silva, tem recebido ameaças de morte. (Página 7)

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o tL<% tAXW GrO i^O A *»JA^—

Ano III rP20 Porto Nacional/ Setembro-89 NÍ32$1,00

Vidas em risco no ^^ Hospital da Osego

Os funcionários da Osego em reuniffo com o prefeito de

A população de Porto Nacional já está sofrendo as conseqüências da "devo- lução" dos funcionários da Unidade Mista. Depois de adotadas as medidas do secretá- rio Antônio Coelho o Hospital foi entregue a pessoas que cometeram erros graves. Re- centemente duas mulheres morreram de parto nas mesas de operação da Unidade. Enquanto o Hospital vive essa situação de

Porto Nacional

abandono os funcionários da Osego que foram "devolvidos" para o estado de Goiás estão em negociação com as autoridades para resolver o problema. A prefeitura de Porto Nacional está propondo ao governo Siqueira Campos que os funcionários fiquem à disposição do município. (Páginas 4 e 5)

0 MIRAD deu inicio, no último 15 de agosto, ao processo de cadastramento para posterior assentamento das famílias que vivem no imóvel Pecuária. Apesar dos trabalhos de assentamento terem iniciado ainda não é possível fazer uma previsão do seu término, uma vez que todo o processo depen- de de recursos. (Página 6)

Reviravolta na Polônia

"Quem ri por último, ri melhor". Esse ditado ser- ve bem para mostrar a situ- ação vivida pelo Solidarieda- de na Polônia. 0 sindicato que já esteve na ilegalidade e perseguido pelo govefno do Poup, agora está no po- der, através do primeiro-mi- nistro Tadeusz Mazowiecki. Ao contrário do que muitos têm divulgado o novo gover- no não representa ' uma volta ao capitalismo", mas sim uma democratização do regime lá instalado. (Página 8)

Quem vencerá a batalha? A disputa pelo voto pode não

estar muito emocionante mas as brigas de bastidores têm movimentado as eleições presidenciais. Alguns candida- tos fazem questão de se envolver em pequenos confrontos. Collor e Brizola são os campeões na troca de amabili- dades e richas. Há pouco tempo mili- tantes de ambas candidaturas se envol- veram em lutas corporais em Niterói, no Rio de Janeiro. Já os seguranças de Collor agrediram, recentemente, jor- nalistas durante uma visita a Recife. Além das richas pessoais as eleições têm sido palco também para intimi- dações: o candidato petista, Luis Inácio Lula da Silva, tem recebido ameaças de morte. (Página 7)

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O Brasil tem um dos maiores índices de mor- talidade infantil do mundo, e em nossa região, de ca- da mil crianças nascidas, 104 morrem antes de com- pletar 1 ano.

E triste. É muito mais do que triste, é criminoso. O Estado do Tocantins, criado para minorizar

os problemas de educação, trabalho e saúde da nossa região se vê depredado por políticos inábeis e corrup- tos. O Governo, que o povo tocantinense elegeu com tanta esperança se mostra incompetente e desonesto. As alegações de que nossas riquezas escoavam para Goiás e tantas outras desculpas já não podem ser usa- das. E agora ?

O caso da transferência ilícita dos funcionários da Osego, as arbitrariedades do Secretário da Saúde e a violência policial que tanto indignou a população são somente algumas das violências que o Governo to- cantinense vem cometendo contra nosso povo.

Em Porto Nacional a boa vontade do prefeito Vicente Alvessde Oliveira em resolver o impasse na saúde, assumindo os funcionários^perseguidos, parece tropeçar na má vontade do Governo Estadual. Mas, ainda que se resolva desta forma este caso, não pode- mos esquecer da situação em que se encontra nosso "Hospital da OSEGO" que é o responsável pelo aten- dimento de grande parte da população do nosso esta- do, e que não estará igualmente resolvida.

E necessário estarmos alertas. E necessário ir- mos à luta séria, honesta e irredutível, se queremos transformação, caso contrário estaremos perpetuando o estado de coisas que aí estão, no Reino de Avil... digo. Estado do Tocantins.

€) comsaúde

Porto sedia competições

A X Jesab -Jornada Esportiva das AABBs- e 1^ Jetins -Jornada Esportiva do Tocantins- reuniu em Porto Nacio- nal, nos dias 12 e 13 de agosto, cerca de 300 pessoas de oi- to associações atléticas do Banco do Brasil do Tocantins.

As competições esportivas foram realizadas na sede so- cial da AABB e no Ginásio Municipal de Esportes numa programação atlética que constou de futebol sete, futebol de salão, vôlei masculino e feminino, tênis de mesa, sinuca, xadrez e uma mini maratona.

A X Jesab foi patrocinada pela Fundação Banco do Brasil e pela Fenab -Federação Nacional das AABBs. Se- gundo o presidente do Cesab -Conselho Estadual das AABBs e da AABB de Porto Nacional, José Atílio Beber, o evento cumpriu os objetivos, que são o congraçamento da família AABBana e o incentivo à comunidade local para a prática do esporte.

Resultados dos Jogos: Futebol sete: Alvorada foi campeã Futebol de salão: Guaráí foi campeão Vôlei masculino e feminino: Gurupi foi campeão e Por-

to Nacional foi vice Sinuca: Paraíso do Tocantins foi campeão Tênis de mesa: Colinas Xadrez: Dianópolis

Miracema não levou nenhum título e Araguaína não participou do evento.

A Universidade em discussão

Nos dias 28, 29 e 30 de setembro e 1? de outubro acontecerá em Porto Nacional o 1"? Seminário dos Professores das Faculdades de Ensino Superior no Tocantins. Vai-se discutir neste seminário a uni- versidade no Tocantins e a fundaçfo do sindicato dos professores do ensino superior no estado. Os temas deste seminário serão:

-A viabilidade da universidade no Tocantins e o destino das fa- culdades já existentes

-CentralizaçSo e descentralização (vantagens e desvantagens) -Universidade pública e autonomia universitária -Universidade e poder instituído -Universidade, meio ambiente e desenvolvimento regional A promoção do evento é das três faculdades do Tocantins: de

Gurupi, Porto Nacional e Araguaína. A coordenação do evento está nas mãos de Porto Nacional. Já está confirmado que o professor e senador Maya Leite falará sobre a viabilidade da universidade. Sobre o mesmo tema falará o ex-padre e professor Rui Rodrigues da Silva (fundador da Cenog em Porto Nacional).

A professora Maria de Lourdes Fernandes Aires (Lula) e o prp- fessor Eli'Pereira são da Comissão Provisória do Ensino do Terceiro Grau no Tocantins. Para Maria de Lourdes durante o evento vai ser discutido a universidade a ser criada no Tocantins. O fato de existi- rem três projetos para a criação da Universidade (do deputado Pau- lo Mourão e dos senadores Maya Leite e Moisés Avelino) preocupa, pois melhor seria juntar e fazer um projeto bem discutido com a população e professores, ao invés de cada um ficar querendo ser o "pai da Universidade".

O Seminário acontecerá no auditório da Fafinto e são espera- dos mais de 100 participantes entre professores e alunos das outras cidades. A professora Mindé Badauy vai falar sobre universidade pública e autonomia universitária.

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Frente Brasil inicia campanha no Tocantins

O Partido dos Trabalhadores foi o primeiro a iniciar no Estado do Tocantins a campanha para a Presidência da República, realizando comícios em Porto Nacional, Araguaína, Dianópolis e Colinas. Em Porto Nacional a concentração aconteceu no dia 18 de agosto c reuniu cerca de 1.500 pessoas na Praça do Centenário. Participaram delegações de Brejinho de Nazaré, Monte do Carmo c Gurupi, além de lideranças nacionais do partido, como a deputada federal, Benedita da Silva, do Rio de Janeiro.

O presidente do diretório municipal do PT em Porto Nacional, Paulo Sérgio Leite, disse que a significativa participação popular no comício da Frente Brasil "demonstra o interesse do povo pelas propostas de mudança para este País". Segundo ele, as concentrações políticas organizadas pelo PT no Tocantins a partir do comício de Porto darão um novo ânimo aos militantes para prosseguirem a campanha da Frente Brasil.

Benedita da Silva participou de encontros com populares em quatro Bairros periféricos de Porto Nacional, onde arroncou aplausos ao analisar o jogo da classe dominante para matar o poder c defendeu a união dos trabalhadoíes cm torno da Frente Brasil e seu candidato Luiz Inácio Lula da Silva. Antes de deixar a cidade, no mesmo dia, a Deputada petista reuniu-se com o diretório do Par- tido em Porto para trocar impressões e idéias sobre 0 desenrolar da campanha presidencial no País e no Tocantins.

Em Araguaína no dia 19 de agosto, o co- mício do PT reuniu aproximadamente 4 mil pessoas, inclusive caravanas de Tocantinópolis, Vanderlândia, Nova Olinda e Colinas. Além da de- putada Benedita da Silva. Também participaram da concentração os dirigentes locaiss Odete Ganan (PC do B), a vereadora Verônica, presidente local do PT e o membro da Executiva Nacional do Solo Urbano, Roni Barbosa. Em Araguaína, Benedita da Silva conversou sobre a campanha presidencial com um grupo de 70 mulheres. A seguir, uma entrevista com a deputada federal do PT: 1 - Quais são cs possibilidades da eleição do

Lulae presidência da República As possibilidades são muitas. A primeira

possibilidade já foi conquistada pelos trabalhado- res que é termos o Luiz Ignácio"Lula da Silva como candidato à presidência da República. E depende também do trabalho que todos nós militantes da Frente Brasil Popular estamos desenvolvendo nesse momento, que é o trabalho de corpo a corpo da di- vulgação do nosso programa, e fazer que esse pro- grama possa ser absorvido por todos, e todos se sintam inseridos nesse projeto político e que tenha- mos a oportunidade histórica nesse país, de ele- germos um trabalhador que tem uma experiência de vida cursando a faculdade da vida, pode, nesse programa de governo, com a participação do povo tirar do caos em que se encontra a sociedade bra- sileira. 2 - Com relação às pesquisas eleitorais publicadas

pela imprensa oficial, qual a avaliação do Par- tido ?

Tvlós pensamos o seguinte: Primeiro você tem um número considerável de indecisos, que é maior do que está estabelecendo a própria pesquisa. Por um lado, sem desacreditar naquilo que a pesquisa tem feito, a nível de seu trabalho, nós entende- mos que qualquer pesquisa tende a um objetivo e se dá num determinado tempo, e um determinado lugar, então, a partir daí é que nósspodemos avaliar com relação ao crescimento ou não da campanha do Lula. Isso quer dizer prá nós, que além dos in- decisos, essa pesquisa tem o objetivo de manter o candidato que está em primeiro lugar, nessa pesqui- sa, numa distância maior do que a dos outros. Por- tanto ela está sendo feita em locais diferenciados, mais para um determinado objetivo de mantê-lo .evidentemente. Se fôssemos fazer pesquisas com relação ao Lula nos comícios que ele tem partici- pado, das carreatas, das passeatas, nas portas de fá- bricas, e de toda atuação que o partido tem no mo-

vimento popular evidentemente, eu acho que ele estaria disparado a nível da pesquisa. Os resultados eleitorais de 15 de novembro passado demonstra- ram que o nosso projeto político e as nossas can- didaturass não são candidaturas identificadas com pesquisas, até porque tivemos longo tempo, porque não dizer até 72 horas antes da eleição de 15 de novembro, o PT em todos esses lugares onde ele ganhou a prefeitura e que fizemos uma bancada significativa, nós estávamos em 3Q, 42 e 5° lugares, e no entanto nós conquistamos não apenas São Paulo, não apenas Espírito Santo, ou mesmo o Rio Grande do Sul, mas outras prefeituras que, para o nosso trabalho, a nível do movimento, elas são significativas, então, nós não estaremos nos baseando nas pesquisas. Elas estão aí colocando um trabalho feito atendendo os seus objetivos, que estão sendo atingidos. Agora, nós também quere- mos fazer a nossa pesquisa. E a nossa pesquisa está sendo feita a partir do trabalho que estamos de- senvolvendo, cujo resultado será divulgado a partir do dia 15 de novembro. Estaremos sem dúvida no segundo turno. 3 - Como você vè a campanha do PT no Estado do

Tocantins longe dos qrandes centros ?

Eu vejo a campanha do-PT aqui como todos os outros lugares, um grande desafio de uma pro- posta nova, enfrentando o coronelismo, diante de todo um processo autoritário cujas eleições têm se dado de cabalar votos onde existe, o que nós cha- mamos de currais eleitorais. Tudo isso são desafios que o PT entende perfeitamente, e é natural para esse partido qu, tem uma organização e não apenas um programa. Nós não temos um candidato ingênuo e nem temos um candidato vaidoso, por- tanto não temos um programa de governo que re- conheça pura e simplesmente na força única do PT, a força necessária para mudar esse país. Nós esta- mos associados a outras forças políticas dentro da Frente Brasil Popular, temos uma "aliança estreita, direta com o movimento social. Tudo isso dá ao PT aqui no Tocantins melhores condições que outros. Qual tipo de política que tem sido desenvolvida até hoje ? Qual é o crescimento a nível da participação política de decisão que esse eleitorado do Tocan- tins tem tido ? Quais são as medidas que foram tomadas imediatas, após o processo eleitoral, dentro das necessidades do povo do Tocantins na área de educação, na área de saúde, de incentivos agrícolas; Como é que está essa situação aqui toda, colocada ? Nós estamos exatamente com propostas que se identificam com essa necessidade e que po- dem ser feitas de imediato com a população parti- cipando. Por isso, nossa campanha será não apenas a melhor campanha, mas será a maior campanha, sem poderio econômico, sem as ameaças que é muito comum, que nós já conhecemos o processo, mas será uma campanha muito para cima, uma campanha muito aberta, flexível, uma campanha que vai desde o trabalhador liberal até a dona de casa, ao trabalhador mais comum, ao camponês, à camponesa, enfim, nós estamos juntos para essa batalha, consideramos que é uma grande batalha e que sairemosivencedores. Quanto ao Tocantins, ele deverá enfrentar, sem dúvida nenhuma, uma ba- talha que eu consideraria de Davi contra Golias, massque seremos vencedores porque colocaremos a nossa cunha. 4 - Você acredita então que o PT poderá ter uma

grande votação no Estado de Tocantins, ven- cendo todo esse poderio econômico ?

Sem dúvida nenhuma o PT tem uma transparência inexistente nos outros partidos, não

' é um partido que aparece prá pedir os votos no mo- mento eleitoral. O PT é o partido que está na luta cotidiana e que quer chegar nas eleições no dia 15 de novembro. Já tivemos demonstrações em si- tuações completamente desfavoráveis, mas o PT teve a sua campanha nas ruas, teve seus votos, e ele se expresserá. Eu acho que o povo já teve momen- tos suficientes e exatos para numa reflexão profun- da ver que mudanças só com o PT.

TIMBÂ REIVINDICA Nos dias 19 e 20 de agosto,

o Conselho de Grupos da Timbá - Federação de Teatro do Tocan- tins - esteve reunido em Araguai- na para avaliar, discutir e propor a atuação da Federação no Estado.

Segundo Cícero Belém, secretário geral da Timbá; a Fe- deração reivindicará da Secretaria de Educação e Cultura do Tocan- tins que do orçamento ela des- tinado, 5% seja repassado dire- tamente para a cultura. A Fede- ração tirou a definição de realizar um levantamento de grupos existentes no estado, incentivar a criação de novos grupos e reali- zar oficinas para capacitação dos mesmos. PASTORAL DA JUVENTUDE

20 pessoas representantes de gruposí-jovens de igrejas parti- ciparam do 12 Encontro que a Pastoral da Juventude promoveu após a eleição da nova coordena-

,ção. O Encontro teve o objetivo

de elaborar propostas de ação da Pastoral no biênio 89/91.

A atual coordenação foi eleita no dia 9 de-julho e tem como presidente, Osvaidina Fon- seca de Sá.

MOVIMENTO POPULAR DE SAÚDE

O Movimento Pupular de Saúde do Tocantins realizará de 29 de setembro a 12- de outubro, em Araguaçu, o III Encontro de Plantas Medicinais.

Durante o encontro serão debatidos os temas: Saúde da Mulher, Alimentação Alternativa, Agricultura Alternativa, além de uma análise da conjuntura de saúde e de troca de experiências sobre remédios caseiros.

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TOQUES PACAU VENCE

O atleta Pacau foi o vencedor da minimaratona realizada no dia 13 de agosto em Porto Nacional durante a X JESAB - Jor- nada Esportiva das AABBs.

Pacau fez o percurso de 7.200 metros em 22 mi- nutos. Já participou de mais de 40 maratonas in- clusive da tradicional São Silvestre.

II ENCONTRO DE HISTÓRIA

Nos dias 14, 15 e 16 de setembro, estudantes de História das faculdades de Porto. Araguaina, Gurupi e Porangatu estarão reunidas em Porto Nacional no 20- Encontro Estadual do cur- so.

O Encontro discutirá temas como a Influência da Revolução Francesa pa- ra o mundo contemporâ- neo. Uma análise ampla com o advento do Estado do Tocantins, além de outros. Terá a assessoria dos professores da UFG: Sérgio Paulo Moreira, Jua- rez Costa Barbosa e Nsr Shul Fayad.

SINDICATO DA SAÜDE

O Sindicato dos Trabalhadores da Saúde do Tocantins já tem seu re- gistro.

Segundo Carmelita Moura Menezez, sua presi' dente, o sindicato iniciará um levantamento do nú- mero dos trabalhadores da área, no Estado do Tocan- tins e realizará reuniões para sindicalização desses profissionais.

SEM MERENDA Desde que se reinici-

aram as aulas no 2ft se- mestre, os alunos da rede pública do Ensino estão estudando sem receber a merenda escolar.

A professora Maria José Costa e coordenadora de Pré-escolares comunitá- rios afirma que é preciso muita criatividade para manter as crianças em ati- vidades, visto que a maio- ria delas são de famílias de baixa renda.

Servidores da Osego tentam fazer acordo Em três de agosto de 89 estive-

ram reunidos no gabinete do Prefeito de Porto, médicos e técnicos sanitá- rios da Osego que foram 'devolvidos' para o estado de Goiás. A reunião, foi.convocada pelo prefeito para fa- zer um acordo com os médicos e téc- nicos para estes passarem a prestar seus serviços no município, ficando no entanto ainda como funcionários do Estado. A reunião iniciou com o prefeito colocando aos presentes a absolvição dos mesmos nos trabalhos de saúde do município, proposta esta já discutida com o governador Siqueira Campos. Ele querendo saber se estes funcionários concordariam em ficar à disposição da Prefeitura. Os funcionários aceitaram com uma condição: que o governo revogue suas decisões anteriores que gerou o im- passe e insegurança da própria popu- lação no atendimento no hospital da Unidade Mista da Osego, inclusive os três decretos que demitem os médi- cos Evando de Queirós, Gilberto Atan e Vera Lúcia Quirino.

Ficou para o prefeito conversar com o Governador levando esta posi- ção e convocar uma outra reunião para comunicar os resultados, se houver aceitação do Governo, a Se- cretaria Municipal de Saúde elaborará um plano de ação sanitária juntamen- te com os médicos e técnicos coorde- nado, pela Prefeitura Municipal em consonância com o Governo Estadu- al. A seguir, a opinião de alguns dos envolvidos na questão: VICENTE DE OLIVEIRA Prefeito

O Governo sempre procurou a pacificação, sempre procurou o en- tendimento, a normalidade, ainda on- tem, em conversa com ele (02/08/89) ficou acertado que ele vai regularizar a situação destes funcionários e colo- cá-los a disposição da prefeitura.

Foi uma iniciativa do próprio Governador com a ausência da Pre-

feitura de Porto. O objetivo desta reunião foi

a procura da pacificação do proble- ma que foi criado em Porto Nacional e o Governador vai normalizar.

Já houve este entendimento conosco e vai colocar o pessoal à dis- posição do Município pra não haver choque com o Secretário de Saúde.sO Governador está respeitando a po- sição do Secretário ao mesmo tempo que está resolvendo o problema.

A revogação é um reconheci- mento do Governador. Quando a gente conversa, ele mostra a preocu- pação de construir o Tocantins sem criar problemas.

A ação do Secretário aqui em Porto Nacional foi uma aceitação do Governador porque foi ele quem assi- nou, mas está voltando atrás e acha que é necessário esse amplo entendi- mento.

Todos os 17 devolvidos preste- rão serviço ao Município.

Sobre o que ele fez aqui em Porto, não posso falar nada porque não posso falar por ele, as razões só ele mesmo pode explicar. O pessoal que vai trabalhar na Prefeitura vai ficar nos postos de saúde municipais. Vamos implantar um sistema de saúde muito bom, como nunca teve em Porto Nacional.

EDUARDO MANZANO Médico da Osego que foi 'devolvido' para Goiás. Eduardo é Presidente da Associação Médica do Tocantins.

- Nós funcionários da Unidade Mista da Osego que fomos 'devolvi- dos' prá Goiás, fizemos uma reclama- ção trabalhista que está com o Juiz Dr. Bernardino que já recebeu autua- ção.

Na realidade não fomos 'devol- vidos' para Goiás, porque apesar de termos recebido uma carta comuni- cando que estaríamos sendo coloca-

Funcionários da Osego que foram 'devolvidos' em reunião com o prefeito

dos à disposição de Goiás, o Governo daquele Estado não recebeu nada neste sentido, constatamos que foi uma silada do Governo do Tocantins'

O caso está na Justiça através do advogado do CRM que patrocina a reclamação trabalhista.

Eu não gostaria de fazer uma análise desta situação, não sou a pessoa mais indicada. Acho que a própria população é quem deve se manifestar prá dizer o que está achando disso, porque quem está sendo o maior prejudicado é ela, ape- sar de nós, 17 funcionários estarmos sem o nosso salário.

Nós estando na prefeitura re- solve o problema pessoal funcional. A Secretaria Municipal tem proposta para desenvolver um programa de saúde modelar. Se conseguir esse mu- nicípio ter a competência destes pro- fissionais, então se poderá reestabele- cer um bom trabalho de saúde em Porto Nacional.

ÃNDRIA CRISTINA Aluna da escola de enfermagem

de Porto Nacional. Depois que aconteceu essa

questão da 'devolução' dos médicos e técnicos sanitários da Osego, tudo mudou e mudou prá pior: Antes a gente tinha mais liberdade de estudar e a gente se sentia num espaço que era nosso. Hoje está acontecendo o contrário disso, apesar de ter todo o material de laboratório não podemos usar, só temos aulas teórica. Com a nova direção da escola não há diálo- go. A diretora nunca tem tempo, está sempre ocupada e fala que não tem tempo prá falar com a gente.

ANAMARÕJAGIRÃO Aluna da escola de enfermagem.

Aconteceu a_ 'devolução' do pessoal da Osego ? É exatamente isso que queremos saber. Não temos cer- teza de nada. Lá na escola a direção não conversa com os alunos. Nós queremos saber o porquê dos fatos porque antes da direção da escola tinham um tratamento diferente deste que estamos tendo agora que só favorece a desaprendizagem dos alu- nos, há muita politicagem ali dentro e só nós que somos prejudicados. Já era prá estarmos fazer aestágio e não estamos porque foi adiado por um mês.

Com a 'devolução' dos fun- cionários. Porto Nacional perdeu pro- fissionais competentes. Os novos que estão sendo contratados são pessoas que nem chegam perto da experiên- cia deste pessoal que já mora aqui há mais de 20 anos. Este pessoal que está chegando é incompetente pro- fissionalmente. Porto Nacional pre- cisa saber disso e dizer não ao que está acontecendo.

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Negligência mata pacientes Como O Jacumf já havia

previsto, paia a população de Porto Nacional as conseqüências negativas da demissão de pessoal na Osego não se fizeram espe- rar. Entregue a mãos inexperien- te e, o que é pior, às vezes sem qualquer compromisso com uma política aceitável de saúde para a população carente, a Unidade Mista local vem se transforman- do em palco de repetidos casos de complicações operatórias e mesmo de mortes por negligên- cia ou imperícia médica. Senão vejamos alguns exemplos:

lQCaso - Morreu de parto no Hospital da Osego no dia 7 de agosto a lavradora Maria de Lur- des de Jesus Miranda, 30 anos, mãe de oito filhos, residente no Assentamento da Pecuária. A paciente sofreu um desmaio pela. manhã e às 1 lh30 deu entrada na Unidade da Osego. Por volta das 15h30, a família de Maria de Lurdes foi informada de que esta havia sido submetida a uma cesariana, mas não resistira: mãe e filho estavam mortos. A famí- lia diz não ter sido informada do que ocorreu durante o breve pe- ríodo de internamento de Maria de Lurdes. Não sabe sequer se ela morreu durante ou depois da operação.

Alguns familiares dizem ter ouvido a "boca pequena" no próprio Hospital que a criança teria morrido por afogamento no sangue da própria mãe. Con- forme laudo médico, a paciente morreu de parada respiratória, hemorragia uterina, placenta pré- via e hipertensão arterial. Maria de Lurdes fazia pré-natal na Osego, mas durante toda a gravi- dez só conseguiu ser atendida uma vez pelo médico. Segundo seu marido, Avelino Barbosa de Miranda, Maria de Lurdes esteve quatro vezes no hospital, a últi- ma no dia 26 de julho, mas não conseguiu consultar-se, embora a visita estivesse marcada no car- tão.

Avelino Barbosa diz que não ter informações precisas sobre como sua mulher morreu, mas argumenta que ela provavel- mente estaria viva se fosse aten- dida pelos médicos com os quais "já estava acostumada a se tra- tar". Da mesma forma, José da Paz, cunhado de Maria de Lurdes não se conforma: "eu acuso a Osego pela morte dela, pois não Die deu o devido atendimento durante a gravidez." Dezuita Venâncio Ferreira, cunhada de Maria de Lurdes, além de perder a parente passou a viver um di- lema: grávida do sétimo filho, ela não sabe onde ir dar a luz. "Estou nervosa,com medo de ir ter nenêm na Osego, com esses médicos novos que estão lá ago- ra. Com os médicos que saíram a gente já estava acostumada e tinha confiança", reclama Del- zuita.

2Q Caso - Zélia Alves dos Santos, 20 anos, residente em Ponte Alta do Norte deu entrada no Hospital da Osego no domin- go dia 13 de agosto com dores de parto, perdendo sangue e com a bolsa d'agua rebentada. Apesar da gravidade da situação, a pa- ciente teve que esperar até na se- gunda-feira. Segundo ela, desde que foi internada por um médi- co, passou a ser atendida apenas por estagiários, até que diante da iminência de sua morte os auxi- liares chamaram o médico responsável. Foi feita então uma cesariana, mas durante a cirurgia a criança sofreu um corte de bisturi com aproximadamente três centímetros no lado esquer- do do rosto. "O ferimento no rosto do meu nenêm foi pura falta de cuidado do médico. Não volto mais nunca dar à luz na Osego. Sofri muito, sem preci- são", diz Zélia.

30 Caso - Também morreu de parto na Unidade Mista da Osego de Porto Nacional, no dia 28 de julho passado, Maria de Jesus Souza Berkman, de 28

ENTIDADE MANTENEDORA: Comsaúde - Rua Coronel Pinheiro, 1785 - Centro - Porto Nacional. COLABORAÇÃO: CPG (regional de Porto Nacional), ASSOCIARA, Cen- tro Comunitário do Novo Planalto, Pastoral da Juventude, Centro Comuni- tário da Vila Nova, Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Porto Nacional, Centro Comunitário J. Querido e Atemeg. PARTICIPARAM DESTA EDIÇÃO: Edmilson de Souza Uma, Jaqueline Lemos, Raquel Mourfò Brasil, Alaíde Carvalho, José Iramar da Silva e Marcos Lotufo. IMPRESSÃO, COMPOSIÇÃO, DIAGRAMAÇÃO E ARTE FINAL: Oficina de Comunicação - Fone: 241-9626 ASSINATURAS:pelo Fone: 863-1289-

anos. O Jacumã não conseguiu levantar as circunstâncias da morte de parturiente, mas con- forme o certidão de óbto, Maria de Jesus Berkman morreu de pa- rada cardíaca, em conseqüência de hemorragia intra-uterina e ru- tura uterina. Ela residia na fazen- da Alto Alegre, no município de Gurupi e esperava o seu segundo filho. Muitos outros casos de me- nor gravidade poderiam ser so- mados, como por exemplo, o de Maria do Socorro Oliveira de Sá, moradora do bairro Vila Nova, que em oito dias de internamen- to no Hospital da Osego de Por- to Nacional só conseguiu avistar- se com o médico no dia em que chegou. "Se adoecer algum pa- rente agora e eu não puder pagar um médico particular, vai morrer aqui mas não levo mais para a Osego", diz Firmina de Sá, mãe de Maria do Socorro, ainda re- voltada com o atendimento dis- pensado à filha.

Soma-se a todo esse des- caso profissional, a absoluta penúria material em que vive a Unidade da Osego em Porto Nacional. Conta, por exemplo,

Maria de Lurdes foi uma das vítimas da negligência

com uma única ambulância que também faz as vezes de carros de assistência. Além de transpo- tar doentes portadores de todos os tipos de males, mortos ou simples parturientes, é na ambu- lância também que se transpor- tam os estoques de medicamen- tos e o que é mais grave, as com- pras para a cozinha do Hospital.

INFORMA

A NOVACLrNICA - Equipe Integrada de Saúde é constituída por um grupo de

profissionais médicos de várias especialidades, psicólogo e para-médicos, que prestam atendimento global, assessorando-se

mutuamente. Durante o horário de expediente, procurar

marcação de consultas pelo telefone 863-1006 e para consultas fora deste horário, inclusive

fins de semana e a noite, procurar o plantonista do dia pelo telefone de qualquer dos médicos

abaixo relacionados.

Eduardo Manzano CRM 107 Heloísa Lotufo Manzano CRM 106 -863-1013

Emerson Lima CRM 110 Maria Monica CM. de Lima CRM 109 - 863-1673

Jaci Silvério de Oliveira CRM 108 - 863-1219

Neilton Araújo de Oliveira CRM 113 Adelaide Borges de Oliveira CRP01/o1591 (psicóloga)

- 863-1216 ^

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que assessora os pequenos produtores na região atra- vés de seu Sindicato, está colocando à venda mel de abelha (Europa) de seu apiário próprio.

procure na Pinheiro, 1785 - Fone 863-1289

Cel.

Posseiros da Pecuária negociam com MIRAD

Funcionários do MIRAD reuniram-se, no dia 15 de agosto, com cerca de 100 posseiros do imóvel de- nominado Pecuária, com o objetivo de dar início ao processo de cadastramento das famílias para posterior desapropriação e divisão da área. Várias entidades par- ticiparam do encontro co- mo observadores, dentre elas o Sindicato dos Tra- balhadores Rurais de Porto Nacional, Comsaúde, Rural- tins (antiga Emater) e Pre- feitura Municipal. Esses convidados deverão partici- par de todo o processo de assentamento, inclusive da seleção das famílias que re- ceberão lotes.

O agrônomo João Cavalcante de Souza, do INCRA em Gurupi,' iz que apesar de iniciado os tra- balhos do assentamento, ainda não é possível fazer qualquer previsão para sua conclusão, pois tudo de- pende da alocação de recur- sos. "Este trabalho de ca- dastramento do pessoal é muito rápido e logo devere- mos notificar quem terá di- reito a permanecer na área e quem deve sair. O que de- mora mais é o parcelamento da área, mas mesmo assim, como o imóvel é pequeno, acreditamos que não custa muito os posseiros estarão recebendo os primeiros re- cursos para iniciar os tra- balhos de melhoria", afirma o agrônomo.

O projeto do assenta- mento da Pecuária já está concluido e aprovado pelo MIRAD, com o nome de Assentamento Santo Antô-

Posseiros da Pecuária uíscutem com MIRAD o assentamento dat fwmttim

mo. Na região de Porto Nacional já existem ouíros três assentamentos em exe- cução: Amarrio, Fazenda São João e Serra do Taqua- russú, além do assentamen- to São Salvador, para o qual já foram liberados os pri- meiros recursos para habi- tação.

SELEÇÃO O chefe da Unidade

Fundiária do INCRA em Porto NaoJonal, João Félix, disse que o convite para os representantes de entidades da sociedade civil acom- panhem o assentamento da Pecuária faz parte de uma nova mentalidade existente no órgão de terras que esti- mula a discussão democrá- tica dos problemas fundiári- os. Segundo ele, das 89 famílias cadastrados na Pe- cuária, apenas 69 deverão receber lotes na área, pois as demais sobrevivem de outras atividades que não a agricultura. Félix explica que o critério básico para a seleção das famílias é o de

dar prioridade àquelas que vivem exclusivamente da terra e que morem nela.

O presidente do Sindi- cato dos Trabalhadores Ru- rais de Porto Nacional, Aristeu Pereira da Silva diz que a entidade acompanhou de perto todo o trabalho desenvolvido pelo INCRA até agora no assentamento da Pecuária e destaca a im- portância dessa participação na defesa dos interesses da categoria. Segundo ele, ' Sindicato está realizando uma campanha de filiação junto às famílias da área e vai promover a discussão sobre a conveniência de fundação de uma Asso- ciação dos moradores do loteamento. Aristeu foi um dos primeiros lavradores a chegarem à área da Pecuá- ria, há mais de cinco anos. A ocupação da Pecuária começou em 84, uando instalou-se no imóvel um posseiro expulso da fazenda Fizunha, de propriedade de Aquiles Maya Leite.

Rurais criam associação Foi criada no último dia

20 de agosto no assentamento da Fazenda São João a Associação dos assentados daquela área com a presença de mais de 25 famí- lias. Participaram como convida- dos a Comsaúde, Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Porto Nacional, Ruraltins e Mirad.

Foi lido e aprovado o esta- tuto da Associação que ficou denominada de Associação dos

Assentados da Fazenda São João e como nome de fantasia - Assentamento São João. A.pri- meira Diretoria eleita para o mandato de um ano é composta das seguintes pessoas: Presidente- Pedro Marcelino de

Souza Vice Pres.- José Alves Tesoureiro- Cristino Pereira

Silva Suplente- Maria Wanda Pereira

Secretário- Manoel Divino Pereira Dias

Suplente- Juversina Carneiro Segundo Pedro Marcelino

de Souza um dos primeiro tra- balhos da Associação é o de conscientizar os assentados da Fazenda São João de se filiarem ao Sindicato, apesar de quase a maioria das pessoas já serem participantes deste órgão de classe.

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Briga de bastidor esquenta eleição

Faltando pouco mais de dois meses para o primeiro turno das eleições presiden- ciais e sob a expectativa do início do horário eleitoral gratuito, muitas candidatu- ras ficam mais "esquenta- das" e a disputa mais acir- rada. Leonel Brizola (PDT) e Coilor (PRN) têm sido os maiores destaques na troca de mútuas acusações e que incluem até mesmo brigas corporais de assessores e militantes de ambas as can- didaturas.

A jurma do Brizola cos- tuma armar verdadeiros "circos" chamados brizolân- dias, que estão instalados em importantes cidades co- mo Rio de Janeiro, Porto Alegre, Volta Redonda e São Paulo. As brizolândias funcionam em praças movi- mentadas das cidades e da "paixão" de muitos mili- tantes do PDT na divulga- ção do nome do seu candi- dato nasce confrontos com pessoas de outros par- tidos.

LINHA DE FRENTE Um dos episódios que

gerou muita polêmica foi o acontecido em Niterói, no Rio de Janeiro, no dia 9 de agosto, quando Coilor en- trou em choque aberto com brizolistas que faziam passe- ata contra o candidato do PRN. O fato foi regado a so- cos, pontapés e pedradas. Não contente com este epi- sódio, Coilor foi manchete de outra agressão de basti- dor. No último dia 26, em Recife, os seguranças do candidato agrediram jorna- listas que estavam registran- do a presença do ex-gover- nador na capital nordestina.

Outros dois candidatos também foram "astros" de uma cena de confronto em São Paulo. Maluf e Brizola trocaram "amabilidades" antes e depois de participa- rem de um debate com os donos de supermercado ao lado do candidato Roberto Freire. 0 motivo da discus- são entre os presidenciáveis foi uma declaração de Maluf à imprensa afirmando que Brizola não teria nenhum ministério do seu governo porque "não existe minis-

tério do jogo do bicho". Os dois candidatos quase foram aos tapas diante de muitos jornalistas e empresários.

INTIMIDAÇÃO

Mas alguns momentos a- gressivos não acontecem nos bastidores e representam mais que simples richas en- tre candidatos. No domin- go, 27 de agosto passado, foram encontrados quatro projéteis explosivos, de uso militar, nó comitê central da campanha do PT em São Paulo. 0 candidato petista. Lula, encarou o fato como um atentado e imputou a responsabilidade "às forças reacionárias" que querem criar instabilidade no país.

As tentativas de intimi- dar Lula não pararam por aí. Quando visitava Cuiabá no dia 31 de agosto, o can- didato foi informado por militantes que um homem não identificado havia li- gado na sede do partido e avisado que irira "apagar" o candidato da Frente Bra- sil Popular.

A genealogia política dos candidatos

Qual é a origem dos candidatos à presidência bre os presidenciáveis. E é sempre bom ter um pe- da República? Com quem estão identificados ideo- queno histórico da trajetória política destes ho- logicamente? Estas perguntas sempre surgem quan- mens e de seus partidos. Aqui vai uma breve genea- do os eleitores procuram saber um pouco mais so- logia política dos. presidenciáveis.

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Solidariedade assume o poder prometendo mudanças e democracia Quando o ex-sindicato Solidariedade

se transformou em partido político e decidiu concorrer âs eleições do Congresso e do Se- nado polonês seus dirigentes não poderiam imaginar que dois meses após teriam também o primeiro -ministro do país. Tadeusz Mazowiecki é o homem do Solidariedade que assumiu o desafio. Com 62 anos, ex- advogado e jornalista do Sindicato, Tadeusz afirma que seu objetivo é "transformar um sistema totalitário em um sistema democrá- tico".

Ao contrário do que a imprensa tem veiculado, o Solidariedade não assumiu o governo para acabar com o comunismo e lavar o país de volta ao capitalismo. A classe operária está no poder através do Solidarie- dade, um ex-sindicato que sempre lutou por reformas, por democracia e principalmente contra a burocracia instalada no país.

Entre os principais problemas que o novo governo vai enfrentar estão a dívida externa e o excessivo controle dos membros do Partido Comunista Polonês em cargos com poderes decisôrios.

Sobre a dívida externa o primeiro ministro Tadeusz declarou que pretende adotar um plano de austeridade econômica. Esse plano incluiu uma negociação com o FMI para suspensão do pagamento de 10 bilhões de dólares, de um total de 39 bilhões, para bancos, ocidentais. A questão mais complicada é mexer no aparato buro- crático do Poup. Caucula-se que, dos um milhão e duzentos mil empregos que têm poderes de decisão, no país, aproximada- mente 900 mil estão sob controle dos membros do "Partido".

Essa virada na história política da Polônia começou em junho quando o

Solidariedade ganhou a maioria das cadeiras que disputou: 161 vagas no Parlamento e 99 no Senado. Essa derrota eleitoral do Poup levou os burocratas a fazerem concessões e concordar com a formação de um governo de coalisão, onde houvesse a participação dos outros partidos existentes no país: o Democrata, o Solidariedade e o Camponês. Destes o único que poderia garantir uma maior estabilidade política num país em crise seria o Solidariedade, que já havia recebido apoio popular nas recentes eleições.

- Para o Solidariedade, este será um grande desafio que os sindicalistas, que já sofreram muitas repressões, terão de en- frentar. Para Lech Walassa, o principal líder do Solidariedade, o sucesso deste governo de coalisão pode significar uma vitoria nas eleições gerais programada para 1993.

Governo ataca màfia colombiana Eles lidam com uma atividade

que movimenta cerca de 100 bilhões de dólares por ano e empregam dire- tamente aproximadamente 600 mil pessoas. Também são responsáveis pe- lo assassinato do candidato á presi- dência da Colômbia, Luis Carlos Ga- lam. Com estas duas facetas e muitas outras a máfia colombiana atua atra- vés, principalmente, dos cartéis de Medellin e de Cáli, que controlam 80% da droga exportada para os Estados Unidos.

Após o assassinato de Luis Carlos Galam o governo colombiano decidiu uma caçada aos mafiosos, in- cluindo prisão de traficantes, confis- co de bens e até mesmo promessas de extradição de chefes dos cartéis. Mas as medidas do presidente colom- biano, Virgílio Barco, provavelmente nSo terão efeitos que possam des- estruturar crime organizado.

O volume de negócios que os cartéiss movimentam anualmente re- presenta cinco vezes o valor da dívi- da externa da Colômbia de 16 bilhões de dólares. Quando o governo de Virgílio Barco decidiu "caçar" os ma- fiosos estesse ofereceram para pagar a dívida do país em troca da anistia aos acusados de tráfico. Se este acordo tivesse sido feito os chefes de Me-

dellin deveriam legalizar boa parte de suas fortunas dentro da Colômbia.

Um dos problemas que o go- verno enfrenta é a contaminação da máquina estatal pelos "homens" dos cartéis, aliada ao poder de violência dos traficantes. No,s últimos anos quase meia centena de juizes foram mortos nesta batalha e o Congresso nunca consegue aprovar medidas contra as atitudes do Cartel:os depu- tados são muito "vulneráveis" à corrupção e à violência do narco- tráfico.

O outro problema é a profun- da influência que os Cartéis con- seguem ter em função das atitudes assistenciahstas junto a população pobre das cidades e do campo. Dos empregos diretos gerados pelotráfico 450 mil são para camponeses que cul- tivam a coca. Entre os trabalhos assistenciais estão a doação de casas a progamação de touradas para a po- pulação de Bogotá (Capital) e até a manutenção do mais importante zoológico do país.

Os principais articuladores de toda a rede de tráfico de Medellin são quatro homens: Pablo Escobar Gaviria, o chefe; Jorge Luis Ochoa Vasques, o "Gordo"; Carlos Lehder Rivas, o "Joe Lender" e José Gonza-

lo Rodrigues Gacha, o "Mexicano". O único a estar preso é Carlos Leh- der, que foi extraditado para os Esta- dos Unidos em 87 e condenado à prisão perpétua. Os outros chefões de Medellin figuram entre os 100 homens mais ricos do mundo. Esco- bar Gaviria ostenta a 13a fortuna do mundo.

Para alguns setores políticos e intelectuais a política da extradi- ção não é a melhor maneira de com- bater o tráfico colombiano. Eles acre- ditam que da extradição ao envio de tropas norte-americanos é só um passo, o que poderia colocar em "xeque" definitivamente a soberania da Colômbia.

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A PESCADORA Caça e Pesca

Tradição e confiança em armas, munição e artigos

esportivos em geral. Rua Frederico Lemos, 687 Porto Nacional Tocantins

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