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INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE SERGIPE CAMPUS ARACAJU DEPARTAMENTO DE DESENVOLVIMENTO DE ENSINO COORDENADORIA DE ENGENHARIA CIVIL CURSO DE BACHARELADO EM ENGENHARIA CIVIL MATHEUS ANDRADE AMORIM ANÁLISE COMPARATIVA DE DOIS EMPREENDIMENTOS IMOBILIÁRIOS EMPREGANDO FUNDAÇÕES PROFUNDAS DIFERENTES: ESTUDO DE CASO MONOGRAFIA ARACAJU 2017

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Page 1: Roteiro para Apresentação de Dissertação no PPGEM · MONOGRAFIA ARACAJU 2017. MATHEUS ANDRADE AMORIM ANÁLISE COMPARATIVA DE DOIS EMPREENDIMENTOS IMOBILIÁRIOS EMPREGANDO FUNDAÇÕES

INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE SERGIPE

CAMPUS ARACAJU

DEPARTAMENTO DE DESENVOLVIMENTO DE ENSINO

COORDENADORIA DE ENGENHARIA CIVIL

CURSO DE BACHARELADO EM ENGENHARIA CIVIL

MATHEUS ANDRADE AMORIM

ANÁLISE COMPARATIVA DE DOIS EMPREENDIMENTOS IMOBILIÁRIOS

EMPREGANDO FUNDAÇÕES PROFUNDAS DIFERENTES: ESTUDO DE CASO

MONOGRAFIA

ARACAJU

2017

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MATHEUS ANDRADE AMORIM

ANÁLISE COMPARATIVA DE DOIS EMPREENDIMENTOS IMOBILIÁRIOS

EMPREGANDO FUNDAÇÕES PROFUNDAS DIFERENTES: ESTUDO DE CASO

Monografia apresentada como requisito parcial à obtenção do título de Bacharel do Curso de Engenharia Civil do Instituto Federal de Sergipe – Campus Aracaju.

Orientadora: Profa. M.Sc. Andréa Santana Teixeira Lins

ARACAJU

2017

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INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE SERGIPE

CAMPUS ARACAJU

CURSO DE BACHARELADO EM ENGENHARIA CIVIL

TERMO DE APROVAÇÃO

ANÁLISE COMPARATIVA DE DOIS EMPREENDIMENTOS IMOBILIÁRIOS

EMPREGANDO FUNDAÇÕES PROFUNDAS DIFERENTES: ESTUDO DE CASO

Nº 46

MATHEUS ANDRADE AMORIM

Esta monografia foi apresentada às 16 horas do dia 26 de janeiro de 2017 como

requisito parcial para a obtenção do título de BACHAREL EM ENGENHARIA CIVIL.

O candidato foi arguido pela Banca Examinadora composta pelos professores

abaixo assinados. Após deliberação, a Banca Examinadora considerou o trabalho

aprovado.

Prof(a) Dra. Carla Cristina Nascimento Santos

Prof(a). M.Sc. Emiliana Resende Guedes

(IFS – Campus Aracaju) (IFS – Campus Aracaju)

Prof(a). M.Sc. Andréa Santana Teixeira Lins

(IFS – Campus Aracaju) Orientador(a)

Prof(a). M.Sc. Rodolfo Santos da Conceição

(IFS – Campus Aracaju) Coordenador da COEC

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AGRADECIMENTOS

Primeiramente agradeço à Deus pela Sua constante presença e pelas

inúmeras formas em dizer “não temas, estou contigo”, me dando forças para superar

qualquer dificuldade.

Agradeço aos meus pais, Mário e Denisia, que se doaram ao máximo para

garantir minha permanência em outra cidade e me possibilitaram realizar o sonho da

graduação. Meus irmãos, Ludmilla, Saulo, Pedro e Daniel, minha maior herança.

Avós, tios, primos e cunhado, que mesmo distantes sempre se mostraram presentes

através de ligações, orações, mensagens e ajudas financeiras. Minha família, à

vocês todo meu amor.

Elisa, companheira, amiga e namorada, obrigado pelo carinho e paciência

nessa etapa final. Aline, Felipe, Jeneffer, Matheus Mendes e Maurício, mesmo

distantes vocês tem grande influência em minha vida pessoal e profissional.

Ao IFS, que me proporcionou muito mais que colegas de sala e profissão,

mas amigos pra toda vida, em especial à Emilia, que foi minha companheira durante

toda essa jornada.

Agradeço à professora Andréa pela orientação e cordialidade na realização

desse trabalho. À professora Carla pela amizade e atenção em todos os momentos

de dúvida. À todo corpo docente do IFS que deram seu melhor para transmitir seus

conhecimentos a todos alunos de forma clara e sábia.

Aos chefes e colegas de trabalho que sempre me incentivaram a crescer,

compartilhando experiências e ensinamentos.

E por fim, a todos aqueles que direta e indiretamente contribuíram para

realização desse trabalho, o meu muito obrigado.

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“One who in accordance with

these notes will take pains in

selecting his method of

construction, may count upon

having something that will last.”

Vitruvius

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RESUMO

AMORIM, Matheus. Análise comparativa de dois empreendimentos imobiliários empregando fundações profundas diferentes: estudo de caso. 85 páginas. Monografia (Bacharelado em Engenharia Civil) – Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Sergipe – Campus Aracaju. 2017. Este trabalho concentra-se na realização de uma análise comparativa entre dois empreendimentos localizados no mesmo bairro da cidade de Aracaju/SE, no qual ambos apresentam sistemas construtivos semelhantes, porém um utiliza fundação do tipo estaca pré-moldada de concreto armado cravada à percussão e outro estaca moldada in loco do tipo hélice contínua. Desse modo, para realização dessa análise, fez-se levantamento de alguns dados técnicos, econômicos e de produção, além dos impactos causados por cada sistema construtivo.

Palavras-chave: Fundação. Estaca pré-moldada. Hélice contínua.

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ABSTRACT

AMORIM, Matheus. Comparative analysis of two real estate development using different deep foundations: a case study. 85 páginas. Monografia (Bacharelado em Engenharia Civil) – Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Sergipe – Campus Aracaju. 2017. This assignment focuses on the realization of a comparative analysis between two real estate development located at the same suburb in Aracaju/SE, which both have similar construction system but the first utilizes precast concrete pile and the second uses continuous flight auger. Thus, in order to accomplish this analysis, it was necessary to get some technical, economical and production data, besides the impacts caused by each constructive system.

Keywords: Foundation. Precast concrete pile. Continuous flight auger.

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Características mínimas da mesa rotativa e do guincho. ........................ 36

Tabela 2 – Dados de projeto. .................................................................................... 52

Tabela 3 – Controle de cravação das estacas. ......................................................... 53

Tabela 4 – Quadro de cargas do empreendimento A. ............................................... 55

Tabela 5 – Quadro de cargas do empreendimento B. ............................................... 57

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LISTA DE FOTOS

Foto 1 - Estacas cravadas à percussão ............................................................. 47 Foto 2 - Estacas tipo hélice contínua ................................................................. 49 Foto 3 - Pedaços cortados e sem reaproveitamento .......................................... 63

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Vista do interior do Coliseu ................................................................ 17 Figura 2 - Central Parque da Lapa, Rio de Janeiro ............................................ 18 Figura 3 - Blocos cerâmicos estruturais ............................................................. 20 Figura 4 - Tipos de amarração da 1ª e 2ª fiada .................................................. 21 Figura 5 - Paginação de paredes ....................................................................... 21 Figura 6 - Projeto primeira fiada ......................................................................... 22 Figura 7 - Arco Romano ..................................................................................... 23 Figura 8 - Fundação (a) rasa e (b) profunda ...................................................... 26 Figura 9 - Principais tipos de fundações superficiais ......................................... 28 Figura 10 - Sapata associada ............................................................................ 28 Figura 11 - Alguns tipos de fundações profundas: estacas (a) metálicas, (b) pré-moldada de concreto vibrado, (c) pré-moldada de concreto centrifugado, (d) tipo Franki e tipo Strauss, (e) tipo Raiz, (f) escavadas; tubulões (g) a céu aberto, sem revestimento, (h) com revestimento de concreto e (i) com revestimento de aço ..................................................................................................................... 30 Figura 12 - Bate-estaca sobre rolos ................................................................... 31 Figura 13 - Estacas pré-moldadas de concreto: (a) a (d) seções transversais típicas, (e) seção longitudinal com armadura típica e (f) estaca com furo central e anel de emenda. ............................................................................................. 33 Figura 14 - Emenda por meio de solda .............................................................. 35 Figura 15 - Preparo da cabeça da estaca .......................................................... 35 Figura 16 - Equipamento para perfuração.......................................................... 38 Figura 17 - Sequência executiva (a) e (b) perfuração, (c) concretagem e (d) colocação de armadura ...................................................................................... 39 Figura 18 - Estaca arrasada ............................................................................... 42 Figura 19 - Planta de implantação do empreendimento A ................................. 45 Figura 20 - Fachada do bloco residencial do empreendimento A ...................... 46 Figura 21 - Fachada do bloco residencial do empreendimento B ...................... 48 Figura 22 - Planta de situação do empreendimento B ....................................... 48

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LISTA DE ABREVIATURAS

% Porcentagem

a.C. Antes de Cristo

d.C. Depois de Cristo

cm Centímetro

fck Resistência a compressão simples do concreto

kg Quilograma

kg/m³ Quilograma por metro cúbico

kN Quilonewton

kN.m Quilonewton metro

kPa Quilopascal

m Metro

m² Metro quadrado

mm Milímetro

m³/h Metro cúbico por hora

MPa Megapascal

R$ Real

tf Tonelada força

LISTA DE SIGLAS

ABEF Associação Brasileira de Empresas de Engenharia de Fundações

ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas

IFS Instituto Federal de Sergipe

SPT Standard Penetration Test

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ............................................................................................... 14

2 REFERENCIAL TEÓRICO ............................................................................. 16

2.1 ALVENARIA ESTRUTURAL ........................................................................... 16

2.1.1 Histórico .......................................................................................................... 16

2.1.2 Brasil ............................................................................................................... 17

2.1.3 Processo Construtivo ...................................................................................... 19

2.2 FUNDAÇÕES ................................................................................................. 22

2.2.1 Histórico .......................................................................................................... 22

2.2.2 Conceito .......................................................................................................... 24

2.2.3 Fundações Superficiais................................................................................... 26

2.2.4 Fundações Profundas ..................................................................................... 28

2.2.5 Estacas Pré-moldadas de Concreto Armado Cravadas à Percussão ............. 31

2.2.6 Estaca Hélice Contínua .................................................................................. 36

3 METODOLOGIA ............................................................................................. 44

3.1 CARACTERIZAÇÃO DA PESQUISA.............................................................. 44

3.2 CENÁRIO DO ESTUDO DE CASO ................................................................ 44

3.3 LEVANTAMENTO DOS DADOS .................................................................... 50

4 ESTUDO DE CASO........................................................................................ 51

4.1 PERFIL DO SOLO .......................................................................................... 51

4.1.1 Empreendimento A ......................................................................................... 51

4.1.2 Empreendimento B ......................................................................................... 51

4.2 ESTACAS ....................................................................................................... 52

4.2.1 Empreendimento A ......................................................................................... 52

4.2.2 Empreendimento B ......................................................................................... 57

4.3 PRODUÇÃO ................................................................................................... 59

4.3.1 Empreendimento A ......................................................................................... 59

4.3.2 Empreendimento B ......................................................................................... 59

4.4 CUSTO ........................................................................................................... 60

4.4.1 Empreendimento A ......................................................................................... 60

4.4.2 Empreendimento B ......................................................................................... 61

5 ANÁLISE DOS RESULTADOS ...................................................................... 63

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5.1 PROBLEMAS DECORRENTES DOS SISTEMAS CONSTRUTIVOS – FUNDAÇÕES PROFUNDAS .................................................................................... 63

5.2 ESTACAS ....................................................................................................... 64

5.3 PRODUÇÃO ................................................................................................... 65

5.4 CUSTO ........................................................................................................... 65

5.5 ASPECTOS RELEVANTES PARA A ESCOLHA DA FUNDAÇÃO ................ 65

6 CONCLUSÃO ................................................................................................. 67

REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 69

ANEXO A .................................................................................................................. 72

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1 INTRODUÇÃO

Toda edificação é geralmente composta por uma infraestrutura e uma

superestrutura. Assim, a infraestrutura, ou fundação, é a junção do elemento

estrutural e o maciço do solo cuja principal função é a transmissão de cargas das

lajes, vigas e pilares (superestrutura) para uma camada resistente do solo o qual a

edificação se apoia. Para realizar a escolha do tipo de fundação, é necessário levar

alguns fatores em consideração, como por exemplo a origem e formação geológica

do terreno, a topografia da área, a intensidade da carga do empreendimento,

informações das construções vizinhas, as ferramentas e máquinas disponíveis para

a realização dos trabalhos, nível do lençol freático, aspectos econômicos, entre

outros, sendo assim impossível definir um projeto padrão para todas as obras.

As fundações são divididas em dois grupos: fundações superficiais rasas ou

diretas e as fundações profundas. A fundação direta é caracterizada pelas cargas

que são transmitidas sob a sua base e a profundidade de assentamento é inferior a

duas vezes a menor dimensão da fundação. Alguns exemplos são as sapatas,

radiers, blocos, vigas de fundação e grelha. A fundação profunda é aquela que,

segundo a ABNT (2010), transmite a carga da superestrutura ao terreno pela ponta

(resistência de ponta), pela superfície lateral (resistência de atrito ou de fuste), ou

pela combinação de ambas. Além disso, o comprimento é maior do que duas vezes

a menor dimensão em planta e maior ou igual a três metros. Alguns exemplos são

as estacas, tubulões e caixões.

Para o desenvolvimento do presente trabalho, foram analisados dois

empreendimentos (A e B), ambos em alvenaria estrutural, porém empregando

fundações profundas diferentes. No empreendimento A, a fundação é do tipo estaca

pré-moldada de concreto armado cravada à percussão e, no empreendimento B, a

fundação profunda trata-se de estaca moldada in loco escavada mecanicamente do

tipo estaca hélice contínua. No empreendimento A foram utilizados bate-estacas

(pilões) que caem em queda livre ou automaticamente sobre a cabeça da estaca,

produzindo grande vibração no solo e ruído. No segundo empreendimento foi

realizado uma perfuração do solo através de uma haste formada por um trado

contínuo e consequente injeção de concreto (MAGALHÃES, 2005).

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Assim, o objetivo geral deste trabalho foi realizar uma análise comparativa da

viabilidade técnica e econômica, bem como da produção entre dois

empreendimentos de uma mesma empresa, localizados no mesmo bairro na cidade

de Aracaju/SE, com sistemas estruturais semelhantes, porém com fundações

diferentes. A análise comparativa será feita utilizando os projetos das edificações.

Desse modo, os objetivos específicos do presente trabalho concentram-se

em: analisar o consumo de concreto dos dois tipos de fundações adotadas; analisar

os carregamentos aplicados em cada estaca, o dimensionamento dos blocos

(número de estacas por bloco) e os impactos inerentes aos processos.

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2 REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 ALVENARIA ESTRUTURAL

2.1.1 Histórico

Segundo Lourenço e Sousa (2002), as primeiras alvenarias surgiram entre os

anos 9000 a.C. e 7000 a.C., sendo caracterizada uma das formas construtivas mais

antigas feitas pelo homem. Assim, foi muito utilizada na construção de moradias,

monumentos e templos religiosos e o principal material usado foi a pedra e o tijolo de

barro seco ao sol ou cozido. Para realizar o assentamento, usava-se o barro,

betume, cal, pozolana e, por fim, o cimento Portland.

Desde então, a alvenaria vem sendo largamente utilizada na construção de

grandes marcos históricos que persistem até hoje. Como exemplo, existe o

Anfiteatro Flaviano, popularmente conhecido como Coliseu, construído no ano de 72

d.C. e inaugurado pelo imperador Tito no ano de 80 (Figura 1). Com quase 50

metros de altura do anel exterior, 188 metros de largura do eixo maior da elipse e 56

metros de largura do eixo menor, estima-se que foi utilizado cerca de três milhões e

meio de metros cúbicos de pedra para sua construção. Toda a obra foi feita de rocha

calcária (travertino), porém também foi utilizado concreto para muros e abóbadas,

além de uma combinação muito hábil de escadarias, permitindo a saída em poucos

minutos dos cinquenta mil espectadores que o edifício podia abrigar (ROMERO,

2016).

A utilização de alvenaria como elemento estrutural perdurou ate o início do

século XX, pois a partir de então houve o desenvolvimento de regulamentos para

estruturas em concreto armado na Europa. Assim, foi possível o desenvolvimento de

peças com maior durabilidade, resistência e economia e consequentemente, houve

uma diminuição na espessura das paredes das edificações. Silva (2003) afirma que

apenas em 1951 é que ocorreu o primeiro dimensionamento e construção de um

edifício em alvenaria não estrutural na Suíça, sendo considerado um marco para a

engenharia. Este prédio possuía 13 andares com paredes internas de 15

centímetros e externas de 37,5 centímetros de espessura, caracterizando uma nova

metodologia de dimensionamento.

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Figura 1 – Vista do interior do Coliseu.

Fonte: Lorenzi (2015).

A partir de então houve uma grande evolução no estudo da alvenaria

estrutural por todo o mundo e na década de 70 a primeira norma de cálculo de

alvenaria em blocos de concreto foi lançada, gerando grande influência no Brasil.

Nos países desenvolvidos, devido à diminuição nas dimensões dos blocos, a

alvenaria estrutural tornou-se um sistema construtivo econômico, competitivo,

racionalizado, versátil e de fácil industrialização, alcançando níveis de cálculo,

execução e controle semelhantes aos usados em estruturas de aço e concreto.

(PAULUZZI, 2012).

2.1.2 Brasil

Na década de 1960, com o objetivo de racionalizar os sistemas construtivos e

diminuir custos, a alvenaria estrutural no Brasil passou a ter um novo impulso,

gerando assim as primeiras experiências no país. São Paulo foi o primeiro estado a

realizar construções com alvenaria armada de blocos de concreto, em 1966. Este

possuía quatro pavimentos e localizado no conjunto habitacional Central Parque da

Lapa, como mostra a Figura 2 (SILVA, 2003).

A partir de 1980 diversas construtoras passaram a investir nesse sistema com

o objetivo de torná-la mais vantajosa. Ainda nessa década, houve a instalação da

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primeira indústria de blocos estruturais cerâmicos no Brasil, possibilitando a

elaboração de normas para a alvenaria estrutural. Em novembro de 1989 foi

publicada pela ABNT a NBR 10837 (Cálculo de alvenaria estrutural de blocos

vazados de concreto – norma atualmente cancelada), a qual estabelece condições

para o projeto e execução de obras em alvenaria estrutural não armada,

parcialmente armada ou armada.

Figura 2 – Central Parque da Lapa, Rio de Janeiro.

Fonte: Silva (2003).

Devido às suas vantagens técnicas e econômicas, a alvenaria estrutural

atingiu uma grande quantidade de edifícios dimensionados e construídos por todo o

Brasil, podendo ser visto edifícios de até vinte (20) pavimentos. Nos anos de 2010 a

2011 ocorreram a publicação de várias NBR’s que atualmente balizam este sistema

construtivo para blocos cerâmicos e blocos de concreto, entre as quais citam-se:

NBR 15812-1:2010 – Parte 1 – Alvenaria estrutural – Blocos cerâmicos

parte 1 – Projetos;

NBR 15812-2:2010 – Parte 2 – Alvenaria estrutural – Blocos cerâmicos

parte 2 – Execução e controle de obras.

NBR 15961-1:2011 – Parte 1 – Alvenaria estrutural – Blocos de concreto

parte 1 – Projeto;

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NBR 15961-2:2011 – Parte 2 – Alvenaria estrutural – Blocos de concreto

parte 2 – Execução e controle de obras.

Além destas, há também normas para determinação de características de

blocos cerâmicos:

NBR 15270-2:2005 – Parte 2 – Componentes cerâmicos parte 2: Blocos

cerâmicos para alvenaria estrutural – Tipologia e requisitos;

NBR 15270-3:2005 – Parte 3 – Componentes cerâmicos parte 3: Blocos

cerâmicos para alvenaria estrutural e vedação – Métodos de ensaio.

2.1.3 Processo Construtivo

Camacho (2006) define a alvenaria estrutural como o “processo construtivo na

qual, os elementos que desempenham a função estrutural são de alvenaria, sendo

os mesmo projetados, dimensionados e executados de forma racional”. Mendes

(1998) também define as funções dos elementos que compõem o sistema como:

a) unidade de alvenaria (bloco ou tijolo): elemento principal com a função de

resistir aos esforços de compressão. Promovem também o isolamento térmico e

acústico dos ambientes;

b) argamassa: sua resistência tem influência no desempenho da alvenaria,

contudo suas principais funções são a ligação das unidades, absorção das

deformações, transmissão dos esforços para as unidades resistentes e prover

estanqueidade às juntas;

c) graute: sujeito a esforços de compressão, o graute pode ser usado nos

projetos de alvenaria por várias razões. O grauteamento torna maior a massa e a

inércia da parede, aumentando-se com isto a resistência dela à cargas laterais. Com

o aumento da área de parede resistente é também elevada a carga última de ruptura

da mesma. O graute promove ainda, quando for o caso, a transmissão dos esforços

entre os blocos e a armadura;

d) armadura: promove a ligação das paredes e quando estrutural, tem a

função de resistência aos esforços de tração que porventura solicitem à parede.

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20

De forma a racionalizar o procedimento, o projeto arquitetônico deve ser

criado com o intuito de seguir os conceitos básicos de alvenaria estrutural,

realizando a modulação e a compatibilização de projetos. Pauluzzi (2012) define a

modulação como o “acerto das dimensões em planta e pé direito da edificação, em

função das dimensões dos blocos, de modo a evitar cortes ou ajustes na execução

das paredes”.

Existem três dimensões básicas para os blocos cerâmicos estruturais: o bloco

inteiro (14 x 19 x 29 cm), o meio bloco (14 x 19 x 14 cm) e o bloco e meio (14 x 19 x

44 cm). Além destes, há também os blocos complementares, que são: as canaletas,

blocos compensadores (4 cm) e os blocos para saída de tubulação (Figura 3). A fim

de facilitar o entendimento, deve-se realizar a paginação de todas as paredes da

edificação, ou seja, mostrar em projeto as vistas frontais das paredes (Figuras 4 e 5).

Figura 3 – Blocos cerâmicos estruturais.

Fonte:Construção (2016).

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21

Figura 4 – Tipos de amarração da 1ª e 2ª fiada.

Fonte: Pauluzzi (2012).

Figura 5 – Paginação de paredes.

Fonte: Pauluzzi (2012).

Antes de iniciar a elevação, alguns cuidados devem ser tomados como por

exemplo conferir se todos os projetos estão compatibilizados, os reforços metálicos

e tubulações devem estar nas posições indicadas no projeto, o pavimento deve estar

limpo, utilizar apenas blocos inteiros, sem quebras ou fissuras e correta locação,

esquadros e nivelamento da base de assentamento da alvenaria. Feito isso, inicia-se

a colocação da primeira fiada, posicionando os bloco especificados em projeto nos

seus devidos lugares (Figura 6).

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Figura 6 – Projeto primeira fiada.

Fonte: Pauluzzi, (2012).

Em seguida, inicia-se a elevação da alvenaria a partir da segunda fiada,

dando prosseguimento até atingir a altura do peitoril e sempre verificando alguns

parâmetros, como por exemplo o nível, prumo, planicidade, alinhamento e espessura

das juntas horizontais. Na altura do peitoril, as armaduras verticais e horizontais

(contravergas) são corretamente posicionadas e, em seguida, é realizado o

grauteamento. Mesmo procedimento é realizado até atingir a última fiada. Eventuais

dúvidas podem ser sanadas com o desenho da paginação de cada parede.

Com o intuito de garantir a qualidade da alvenaria, Pauluzzi (2012) afirma que

alguns itens devem ser inspecionados, como por exemplo o correto posicionamento

das ferragens verticais, a locação da primeira fiada, o comprimento de transpasse

das ferragens, a janela de inspeção na base dos pontos verticais a serem

grauteados, limpeza dos vazados dos blocos de assentamento e das bases dos

pontos a serem grauteados, armaduras colocadas nas vergas, contravergas,

pilaretes e cintas, correto preenchimento de graute nos pontos previstos (horizontais

e verticais), o prumo e esquadro das paredes e correta locação dos pontos

hidráulicos e elétricos.

2.2 FUNDAÇÕES

2.2.1 Histórico

Desde a Pré-história, quando o homem passou a ter hábitos sedentários, ele

deixou de habitar em cavernas para residir em cabanas, dando as primeiras noções

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sobre a resistência do solo e estabilidade dos materiais. Estas casas eram de

madeira, sendo assim leves, porém construídas próximas aos rios sobre estacas

elevadas, semelhantes às palafitas.

Na História Antiga, as construções passaram a ser de tijolo cerâmico e pedra,

dando origem à construções maiores e mais pesadas. No entanto, devido a falta de

fundações apropriadas e conhecimento dos solos, as estruturas ruíam com

frequência. A partir de então, novas construções passaram a ser realizadas sobre os

escombros das anteriores, que eram compactadas no solo e serviam de fundações

para as novas edificações (HACHICH et al., 1998).

Na Idade Clássica, a arquitetura grega passou a ganhar destaque com o

desenvolvimento dos pórticos e templos com vigas de pedra. Este novo sistema

construtivo deu origem a fundações feitas de blocos de pedras superpostos cujas

partes superiores eram aparentes. Porém, segundo Hachich et al. (1998), foram os

romanos quem mais apresentaram significativas mudanças nas técnicas construtivas

com a implantação do arco e da abóbada, além de desenvolverem o concreto a

partir da mistura de pozolana com calcário (cimento) e pedaços de pedras, utilizando

este material nas fundações (Figura 7).

Figura 7 – Arco Romano.

Fonte: Ecelan (2010).

Durante a Idade Média, houve um grande número de construções de castelos

e estruturas de grande porte. Porém, alguns cuidados com dimensões, materiais e

situações foram negligenciados, ocasionando muitos desmoronamentos e danos

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irreparáveis. A utilização de estacas de madeira progrediu devido ao

desenvolvimento de materiais que facilitaram a execução destas.

A partir do século XVIII deu-se origem à mecânica dos solos, iniciando os

estudos sobre pressões de terra, tipos de solos, superfícies de deslizamentos,

estabilidade de taludes de terra, entre outros. Entretanto, apenas em 1772 houve a

primeira tentativa de racionalização de um projeto de fundações por sapatas e por

estacas. Apenas no século XIX, com a Revolução Industrial o concreto passou a ser

material indispensável nas fundações, dando origem a novos equipamentos e o

desenvolvimento do concreto armado, material utilizados até os dias atuais.

No Brasil colônia, pouco se sabe sobre o sistema de fundações da época,

apenas que era comum a utilização de alicerces constituídos por pedras socadas em

valas escavadas ao longo da parede (HACHICH et al., 1998). Dessa forma, era

comum o surgimento de problemas nas fundações, principalmente em obras de

portos e cais. A partir da década de 1850, há o surgimento de vários prédios em

diversas regiões do Brasil, sendo necessário um aprimoramento no sistema de

fundações. Ainda segundo Hachich et al. (1998), dá-se origem ao sistema de

sapatas e blocos de alvenaria de tijolos ou de pedra inseridos em valas de pelo

menos um metro de profundidade cujo solo foi previamente compactado. A utilização

do concreto armado no Brasil tornou-se comum apenas após 1930, podendo assim

realizar construções de edifícios mais altos apoiados sobre sapatas de concreto ou,

no caso de fundações profundas, estacas de madeiras ou pré-moldadas em

concreto armado.

2.2.2 Conceito

A fundação de uma edificação é o elemento estrutural que tem como função

distribuir as cargas da superestrutura no maciço do solo sobre o qual este se apoia.

Calisto e Koswoski (2015) definem fundação como o elemento cuja finalidade é a

transmissão de cargas da edificação para as camadas resistentes do solo sem

sobrecarregar o terreno. Assim, caso os esforços distribuídos sejam maiores do que

o maciço possa suportar, este poderá gerar recalques acentuados ou até mesmo

ruptura do solo por cisalhamento.

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A estabilidade de uma edificação é definida através de um dimensionamento

adequado da fundação. Dessa forma, é possível garantir a solidez da superestrutura

devido à grande variedade de sistemas, equipamentos e processos executivos

existentes, restando apenas a definição da maneira ideal baseado nas

características da obra e do maciço do terreno (NAKAMURA, 2012).

Alguns aspectos devem ser analisados para a concepção da fundação. É

necessário realizar um levantamento topográfico planialtimétrico da área,

levantamento de dados geológicos e geotécnicos para investigação do subsolo,

análise da estrutura que será construída e influência que esta exercerá na fundação,

análise das construções vizinhas, com o intuito de determinar o impacto que a nova

obra poderá causar e aspectos econômicos.

Além disso, é necessário conhecer as principais cargas as quais a fundação

estará submetida, que podem ser cargas mortas, ou também chamadas de cargas

permanentes, e as cargas vivas. As cargas mortas são caracterizadas pelo peso

próprio da estrutura, equipamentos permanentes e empuxo de água e terra. Já as

cargas vivas são subdivididas em três grupos: operacional, ambiental e acidental.

Para a primeira, alguns exemplos são: ocupação de móveis e/ou pessoas,

movimentação de veículos e/ou pessoas, armazenamento e operação de

equipamentos móveis. Para a segunda, tem-se como exemplo o vento, temperatura,

ondas, correntes e sismos e para o terceiro grupo, existem as explosões, fogo,

solicitação especial de construção e/ou instalação e choque de veículos.

As normas técnicas que norteiam o estudo das fundações são:

NBR 6122:2010 – Projeto de execução de fundações;

NBR 6489:1984 – Prova de carga direta sobre terreno de fundações;

NBR 12131:2006 – Estacas – Prova de carga estática: Método de ensaio;

NBR 13208:2007 – Estacas – Ensaios de carregamento dinâmico;

NBR 6484:2001 – Solo – Sondagens de simples reconhecimento com

SPT – Método de ensaio.

As fundações podem ser subdividas em dois grandes grupos: as fundações

superficiais rasas ou diretas e as fundações profundas, conforme ilustra a Figura 8.

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Figura 8 – Fundação superficial e profunda.

Fonte: ContrufacilRJ (2014).

2.2.3 Fundações Superficiais

Segundo a ABNT (2010), as fundações superficiais rasas ou diretas são

aquelas em que a carga da edificação é transmitida ao terreno pelas tensões

distribuídas sob sua base. Além disso, a profundidade de assentamento é inferior à

duas vezes a menor dimensão da fundação. Por apresentarem pequenas

escavações no solo, não é necessário o uso de equipamentos de grande porte para

sua execução. Alguns exemplos são os blocos, sapatas isoladas, sapatas

associadas, radiers, viga de fundação e grelha, os quais estão a seguir

discriminadas:

a) Bloco

Elemento de fundação superficial de concreto, dimensionado de modo que as

tensões de tração nele resultantes sejam suportadas apenas pelo concreto, sem a

necessidade de armadura. Pode ter as faces verticais, inclinadas ou escalonadas e

apresentar planta de seção quadrada, retangular, triangular ou mesmo poligonal

(YAZIGI, 1997).

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b) Sapata isolada

Elemento superficial de fundação de concreto armado, cuja altura é menor

que o bloco, dimensionada de modo que as tensões de tração sejam resistidas pela

armadura destinadas a esse fim. Sua espessura pode ser constante ou variável e

sua base em planta pode ser quadrada, retangular ou trapezoidal (YAZIGI, 1997).

c) Viga de fundação

Elemento de fundação geralmente de concreto armado que recebe pilares

cujos centros estão alinhados. Pode apresentar seção transversal tipo bloco, onde

não há armadura transversal e é frequentemente chamada de baldrame (HACHICH

et al., 1998).

d) Grelha

Elemento de fundação constituído por um conjunto de vigas que se cruzam

nos pilares (HACHICH et al., 1998).

e) Radier

Elemento de fundação superficial que recebe parte ou todos os pilares da

obra, distribuindo os carregamentos (ABNT, 2010).

f) Sapata associada

Elemento de fundação comum a vários pilares cujos centros não estão

alinhados, diferenciando-o da viga de fundação (HACHICH et al., 1998).

A Figura 9 ilustra os principais tipos de fundações superficiais usualmente

empregados.

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Figura 9 – Principais tipos de fundações superficiais.

.

Fonte: Túlio (2012).

A Figura 10 apresenta uma perspectiva de uma sapata associada.

Figura 10 – Sapata associada

Fonte: Túlio (2012)

2.2.4 Fundações Profundas

A ABNT (2010) estabelece que fundação profunda é o elemento de fundação

que transmite a carga ao terreno pela sua base (resistência de ponta), pela

superfície lateral (resistência de fuste) ou pela combinação de ambas. Sua ponta

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está a uma profundidade superior a duas vezes sua menor dimensão em planta e a

no mínimo 3,0 metros. Além disso, o mecanismo de ruptura não atinge a superfície

do terreno. As fundações profundas podem ser: estacas, tubulões ou caixões.

A seguir apresentam-se algumas informações sobre estes tipos de fundações:

a) Estaca

Elemento de fundação profunda executado por ferramentas ou máquinas em

que não há a descida de operários durante sua execução. Podem ser de madeira,

aço, concreto pré moldado, concreto moldado in loco ou mistas. Além disso, as

estacas podem ser cravadas à percussão, prensagem ou vibração ou ainda

escavada. As estacas cravadas são aquelas introduzidas no terreno com a utilização

de algum equipamento ou processo em que não há a retirada do solo. Já as estacas

escavadas são aquelas executadas in situ utilizando algum procedimento que

perfure o terreno e retire o solo, podendo usar, ou não, revestimento e/ou fluido

estabilizante (HACHICH et al., 1998).

As estacas de concreto apresentam formatos geométricos variados e seu

carregamento máximo depende do seu tipo. Já para as estacas metálicas, são

utilizados perfis metálicos ou trilhos e suas emendas devem ser feitas por meio de

soldas.

b) Tubulão

Elemento de fundação profunda de seção circular em que pelo menos em sua

fase final de construção há a descida do operário para realizar a limpeza do fundo

da escavação e o alargamento da base, quando necessário. Sua transmissão de

cargas é dada preponderantemente pela ponta e pode ser feito à céu aberto ou sob

ar comprimido (pneumático). Yazigi (1997) afirma que pode ser executado com ou

sem revestimento de aço ou de concreto e, quando há a colocação da camisa de

aço, esta pode ser perdida ou recuperável.

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c) Caixões

Elemento de fundação profunda impermeável de seção quadrada ou

retangular cujas paredes laterais são pré-moldadas. A concretagem é realizada na

superfície, porém é necessário a escavação do solo na parte interna até a

profundidade ideal para realizar seu apoio. Pode ser usado ar comprimido e também

pode-se realizar alargamento da base.

A Figura 11 apresenta alguns tipos de fundações profundas.

Figura 11 – Alguns tipos de fundações profundas: estacas (a) metálicas, (b) pré-moldada de concreto vibrado, (c) pré-moldada de concreto centrifugado, (d) tipo Franki e tipo Strauss, (e) tipo Raiz, (f) escavadas; tubulões (g) a céu aberto, sem revestimento, (h) com revestimento de

concreto e (i) com revestimento de aço.

Fonte: Hachich et al. (1998).

As fundações profundas são geralmente utilizadas em grandes construções,

cuja necessidade de transmissão de cargas é maior. No entanto, a engenheira

Gisleine Coelho de Campos, apud Nakamura (2012), afirma que quando há a

existência de um maciço com baixa capacidade de suporte em pequena

profundidade, há a necessidade de uso de uma fundação profunda, mesmo que a

obra seja de pequeno porte.

Dentre os diversos tipos de fundações profundas conhecidas e mundialmente

aplicadas, duas destacam-se pelo seu uso mais frequente, principalmente no Brasil,

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que são as estacas pré-moldadas de concreto armado cravada à percussão e as

estacas hélice contínua.

2.2.5 Estacas Pré-moldadas de Concreto Armado Cravadas à Percussão

2.2.5.1 Generalidades

Com a finalidade de levar a estaca à profundidade de projeto sem danificá-la,

deve-se realizar a escolha correta do sistema de cravação. Assim, o uso de martelos

mais pesados com menor altura é mais eficiente que martelos mais leves com

grande altura. Dessa forma, para evitar danos à estaca durante a cravação, o

sistema deve estar com todos os elementos em perfeito estado e bem ajustado.

O bate-estaca, equipamento utilizado no processo de cravação das estacas

de concreto, se movimenta sobre rolos, pranchas ou esteiras, formado por chassi

reforçado e torres rígidas, ou guindastes com torres adaptadas para uso do martelo

(Figura 12). Este pode ser do tipo queda-livre, automático ou vibratório. No topo da

estaca é instalado um capacete dotado de cepo e coxim, cuja função é amortecer os

golpes do pilão e uniformizar às tensões no elemento estrutural.

Figura 12 – Bate-estaca sobre rolos.

Fonte: ABEF (2012).

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2.2.5.2 Normas regulamentadoras

As normas que regulamentam as estacas de concreto são:

NBR 6118:2014 – Projeto de estruturas de concreto – Procedimento;

NBR 6122:2010 – Projeto e execução de fundações;

NBR 6484:2001 – Solo – Sondagens de simples reconhecimento com

SPT – Método de Ensaio;

NBR 8681:2004 – Ações e segurança nas estruturas – Procedimento;

NBR 9062:2006 – Projeto e execução de estruturas de concreto pré-

moldado;

NBR 12131:2006 – Estacas – Prova de carga estática – Método de

ensaio;

NBR 13208:2007 – Estacas – Ensaio de carregamento dinâmico.

2.2.5.3 Requisitos da estaca

De todos os materiais utilizados para realizar estacas pré-moldadas, o

concreto é o mais aconselhável devido ao controle de qualidade que pode ser

realizado tanto em sua confecção quanto na cravação. Elas podem ser de concreto

armado ou protendido, concretadas em formas horizontais ou verticais, ou por

sistema de centrifugação. Devem ser concretadas e curadas adequadamente para

que possuam a resistência necessária para suportar os esforços provenientes do

transporte, manuseio, instalação e utilização, sendo estas a principal função para a

utilização de armaduras nas estacas. São constituídas por barras longitudinais cujo

recobrimento deve ser de pelo menos 3 centímetros e distantes 15 centímetros da

superfície, além de estribos colocados em quadrados ou círculos isolados ou em

hélices contínuas. Hachich et al. (1998) afirma que deve-se aumentar em 30% a

armadura onde há o momento máximo e diminuir os espaçamento dos estribos nas

extremidades das estacas, pois nestes lugares há uma maior concentração de

tensões durante a cravação.

As seções transversais das estacas de concreto podem apresentar qualquer

formato, desde que sejam simétricas radialmente, sendo assim uma de suas

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vantagens, pois podem ser moldadas para se adaptarem ao bate-estaca disponível

e a carga de trabalho desejada. Porém, as mais comuns são as estacas prismáticas

(quadradas), pois são mais fáceis de serem moldadas e armadas e as circulares,

hexagonais e octogonais (YAZIGI, 1997).

Para as estacas quadradas, sua dimensão máxima é de 30 x 30 cm e nas

seções circulares, seu diâmetro é de até 40 cm, podendo estas serem vazadas caso

haja a necessidade de realizar seção maior. As estacas quadradas apresentam

resistência de atrito lateral maior que as estacas de seção circular (Figura 13).

Com o intuito de facilitar o transporte das estacas, seu comprimento máximo

não deve ultrapassar 12 metros. Caso seja necessário a utilização de estacas

maiores, deve-se realizar a emenda in loco do tipo soldável e nunca por anéis

metálicos ou luvas de encaixe do tipo “macho e fêmea”. O uso de estacas pré-

moldadas deve ser evitado em solos onde há presença intensa de matacões ou em

solo com grandes variações de características, evitando assim estacas com

comprimentos diferenciados num mesmo local.

Figura 13 – Estacas pré-moldadas de concreto: (a) a (d) seções transversais típicas, (e) seção longitudinal com armadura típica e (f) estaca com furo central e anel de emenda.

Fonte: Velloso e Lopes (2002).

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2.2.5.4 Procedimentos executivos

Inicialmente, deve-se deslocar o bate-estaca até o local da cravação,

posicioná-lo no piquete indicador do centro da estaca a cravar e aprumar a torre.

Além disso, as estacas devem ser descarregadas por meio de guincho ou corda e

transportada para próximo do local de cravação. Em seguida, a estaca deve ser

içada por meio de cabo auxiliar, colocada junto à torre em posição vertical e

assentada sobre o piquete que indica o local onde será cravada. Feito isso, coloca-

se o coxim de madeira no topo da estaca e o acopla no conjunto martelo-capacete.

Após colocação da estaca sobre o piquete, inicia-se o processo de cravação

até atingir a profundidade de projeto. Esse processo deve ser acompanhado por

supervisor, o qual deve preencher boletim de previsão de negas e repiques assim

como boletim de controle da cravação de cada estaca para então, realizar

posicionamento de uma nova estaca.

Há casos em que a cota de arrasamento da estaca está abaixo da cota do

plano de cravação. Assim, é possível a utilização de um componente chamado

prolonga ou suplemento, desligado da estaca propriamente dita e que poderá ser

retirado após a cravação, cujo comprimento máximo é de 3,0 metros. Pode ser

fabricado em aço ou concreto, de forma a permitir o bom funcionamento da estaca

no final da cravação e sem reduzir a eficiência do sistema.

Quando necessário, as estacas podem ser emendadas por meio de soldas,

desde que esta resista a todas solicitações durante o manuseio, cravação e

utilização. Dessa forma, o componente a ser soldado deve ser posicionado

corretamente sobre a estaca já cravada, seguindo a mesma inclinação e bom

assentamento. O topo da estaca inferior não deve estar danificado e caso esteja,

deve ser recomposto. Os anéis devem ser limpos, retirando toda a terra, óleo ou

graxa nele existente. Em seguida, a soldagem dos anéis de emenda deve ser

realizada utilizando eletrodos de diâmetro máximo igual ao da espessura da chapa,

que podem ser da classe E6010 ou E7018, ou conforme solicitado por projetista.

Posteriormente, continua-se com a cravação do elemento até atingir as negas e

repiques previstos, conforme ilustra a Figura 14 abaixo esquematizada.

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Figura 14 – Emenda por meio de solda.

Fonte: Foá Engenharia e Pré-Fabricados (2016).

Para finalizar, é necessário preparar a cabeça das estacas (arrasamento).

Assim, com a utilização de marteletes pneumáticos ou ponteiros posicionados com

pequena inclinação para cima em relação a horizontal, deve-se realizar a demolição

do topo da estaca que esteja danificada ou acima da cota de arrasamento de forma

a expor um comprimento de traspasse da armadura (Figura 15). Este comprimento

deve ser suficiente para penetrar no bloco e transmitir os esforços solicitados (ABEF,

2012).

Figura 15 – Preparo da cabeça da estaca.

Fonte: ABEF (2012).

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2.2.6 Estaca Hélice Contínua

2.2.6.1 Generalidades

Segundo a ABNT (2010), a estaca tipo hélice contínua monitorada é “uma

estaca de concreto moldada in loco, executada mediante a introdução no terreno,

por rotação, de um trado helicoidal contínuo. A injeção de concreto é feita pela haste

central do trado simultaneamente à sua retirada. A armadura é colocada sempre

após a concretagem da estaca”. Albuquerque (2001) ainda afirma que “para evitar

que durante a introdução do trado haja a entrada do solo ou água na haste tubular,

existe, na sua face inferior, uma tampa metálica, que é pela pressão do concreto

deslocada ao início da concretagem. Após a sua introdução no solo, até a cota

especificada, o trado é extraído concomitantemente à injeção do concreto através do

tubo vazado. À medida que o tubo vai sendo retirado, o solo confinado entre as pás

da hélice é removido”.

A primeira utilização desse tipo de fundação no Brasil foi em 1987 utilizando

equipamentos desenvolvidos localmente, cujo torque era de 35 kN.m e diâmetro de

hélice de 27,5 cm, 35,0 cm e 42,5 cm, atingindo uma profundidade de até 15 metros

(HACHICH et al., 1998). Atualmente as estacas tipo hélice contínua apresentam

diâmetro de até 120 cm e comprimento de até 30 metros para torque maior ou igual

que 160 kN.m (Tabela 1).

Tabela 1 – Características mínimas da mesa rotativa e do guincho.

Torque

(kNm)

Arranque

(kN)

Dimensões da estaca

(cm)

< 80

400

diâmetro até 50 cm com

comprimento até 17 m

80 a 150

400

diâmetro até 80 cm com

comprimento até 27 m

≥ 160

700

diâmetro até 120 cm com

comprimento até 30 m

Fonte: ABNT (2010).

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Além disso, o equipamento para execução desse sistema construtivo conta

com os seguintes itens:

a) Máquina perfuratriz;

b) Trado contínuo retilíneo, com diâmetro constante e comprimento

mínimo igual ao da estaca. Para estacas de até 700 mm de diâmetro, a haste central

deve apresentar diâmetro de, no mínimo, 100 mm e, 125 mm para o caso de estacas

com diâmetro maior que 700 mm;

c) Bomba de injeção de concreto, que pode ser estacionária ou móvel e

deve possuir dois cilindros. Para estacas de diâmetro máximo de 50 cm, deve

apresentar capacidade de bombeamento de 20 m³/h e para diâmetros maiores,

capacidade de 40 m³/h. A pressão aplicada pela bomba no concreto deve ser maior

que 6 MPa;

d) Mangueiras de acoplagem à bomba de injeção, que devem ser flexíveis

e diâmetro interno igual ou maior que o diâmetro interno da haste;

e) Instrumento de medida (computador);

f) Elemento de memória compatível com o instrumento de medida;

g) Sensores de profundidade, de velocidade de rotação, de torque, de

inclinação da torre e de pressão do concreto;

h) Centralizador do trado;

i) Limpador do trado;

j) Pá carregadeira.

A Figura 16 mostra o equipamento composto por máquina perfuratriz e trado

contínuo retilíneo, utilizado na hélice contínua.

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Figura 16 – Equipamento para perfuração.

Fonte: ABEF (2012).

2.2.6.2 Normas regulamentadoras

As estacas tipo hélice contínua baseiam-se nas seguintes normas técnicas

brasileiras:

NBR 5735:1991 – Cimento Portland de alto forno CP III – Especificação;

NBR 5738:2015 – Concreto – Procedimento para moldagem e cura de

corpos de prova;

NBR 5739:2007 – Concreto – Ensaios de compressão de corpos de prova

cilíndricos;

NBR 6118:2013 – Projeto de estruturas de concreto – Procedimento;

NBR 6122:2010 – Projeto e execução de fundações – Procedimento;

NBR 7211:2009 – Agregados para concreto;

NBR 7212:2012 – Execução de concreto dosado em central;

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NBR 7480:2007 – Aço destinado a armaduras para estruturas de concreto

armado – Especificação;

NBR 8953:2015 – Concreto para fins estruturais – Classificação pela

massa específica, por grupos de resistência e consistência;

NBR 12131:2006 – Estacas – Prova de carga estática;

NBR 12655:2015 – Concreto – Preparo, controle, recebimento e aceitação

- Procedimento;

NBR 13208:2007 – Estacas – Ensaios de carregamento dinâmico;

NBR ISO 6892 – 1:2012 – Materiais metálicos – Ensaio de tração parte 1:

Método de ensaio à temperatura ambiente;

NBR NM 67:1998 – Concreto – Determinação da consistência pelo

abatimento do tronco de cone.

2.2.6.3 Procedimentos executivos

A execução das estacas tipo hélice contínua são baseadas em três fases:

perfuração, concretagem e colocação da armadura, como mostrado na Figura 17.

Figura 17 – Sequência executiva (a) e (b) perfuração, (c) concretagem e (d) colocação de armadura.

Fonte: Magalhães (2005).

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a) Perfuração

Consiste através da introdução do trado contínuo no terreno por aplicação de

torque necessário para vencer a resistência do maciço até alcançar a profundidade

estabelecida em projeto. Na face inferior da haste tubular existe uma tampa metálica

recuperável utilizada para evitar a entrada de água ou solo no tubo e que será

expulsa no momento da concretagem. A perfuração é dada de forma contínua por

rotação até atingir a cota estabelecida, de forma a não permitir alívio significativo do

terreno, possibilitando sua execução em solos coesivos, arenosos e na presença de

lençol freático.

Com o objetivo de diminuir o desconfinamento na interface trado-solo, busca-

se retirar um menor volume de solo durante a perfuração. Dessa forma, a medida

que o trado for perfurando o maciço, a velocidade deve ser ligeiramente menor a

cada avanço. Assim, caso a velocidade de avanço aumente, há o risco de prender a

hélice no solo. Porém, se a velocidade for muito baixa (alívio), há o risco de subida

de solo.

b) Concretagem

Quando alcançada a profundidade desejada, inicia-se o bombeamento do

concreto através da haste central concomitante à extração do trado sem girar. Para

o caso de terrenos argilosos, a hélice gira lentamente no mesmo sentido da

perfuração. O concreto é injetado sobre pressão positiva, variando entre 50 kPa e

100 kPa. Yazigi (1997) afirma que essa pressão positiva é para garantir a

continuidade do fuste da estaca. Através disto é possível certificar que a ponta do

trado atingiu um solo que permita a formação da bucha, garantindo assim que o

concreto injetado se mantenha sob a ponta do trado e não suba pela interface solo-

trado. Outro ponto é ter um controle da velocidade da retirada do trado, podendo

assim ter um sobreconsumo de concreto, garantindo assim a integridade da estaca.

A limpeza das lâminas deve ser realizada durante a extração do trado e pode

ser feita manualmente ou por limpador de acionamento hidráulico. Em seguida,

utiliza-se uma pá carregadeira para remover o solo proveniente da limpeza. O

concreto utilizado deve ser bombeável com resistência característica (fck)

normalmente de 20 MPa, fator água/cimento entre 0,53 e 0,56, com slump de 22 ± 3

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cm. O tempo de início de pega deve ser superior à 3 horas, exsudação inferior à 1%

e ar incorporado inferior a 4,5%. Como agregado, utiliza-se a pedra 0 (pedrisco) e o

consumo de cimento deve ser de 400 kg/m³ de concreto, sem adição de escória de

alto forno.

c) Colocação de armadura

Em formato de gaiola, a colocação da armadura é realizada após a

concretagem e é introduzida na estaca por gravidade ou auxílio de pilão de pequena

carga ou vibrador. São constituídas por barras grossas, estribo helicoidal soldado

nas barras longitudinais e extremidade inferior levemente afunilada (HACHICH et al.,

1998) de forma a evitar sua deformação quando o concreto for introduzido.

Não é necessário a utilização de armação, caso a estaca esteja submetida à

apenas esforços de compressão, ficando a critério do projetista. Caso as estacas

estejam submetidas a esforços transversais ou de tração, deve-se utilizar armadura

longa com espirais ao invés dos estribos e não evitar emendas por transpasse. Para

armaduras de até 12 metros de comprimento, é possível a introdução desta na

estaca manualmente (gravidade), desde que o concreto tenha abatimento mínimo de

22 cm e o tempo entre o final da concretagem e início da colocação da armadura

seja de no máximo 5 minutos. Para gaiolas maiores que 12 metros, deve-se utilizar

um pilão ou vibradores para realizar a colocação. Além disso, deve-se garantir o

recobrimento mínimo necessário utilizando espaçadores tipo pastilhas ou roletes.

2.2.6.4 Controle executivo

Para monitorar a execução das estacas tipo hélice contínua, é necessário a

utilização de um sistema de monitoramento eletrônico, constituído por um

microcomputador que é alimentado pela bateria da perfuratriz e opera “online” com

diversos sensores de controles. Estes sensores são de: profundidade, inclinação da

torre, tempo de execução, velocidade de penetração, rotação e extração do trado,

torque e pressão e volume de concreto. Em seguida, o microcomputador emite um

relatório de execução, permitindo avaliar as características das estacas.

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2.2.6.5 Considerações complementares

A seguir são apresentadas algumas considerações importantes referentes às

estacas do tipo hélice contínua:

a) Preparo da cabeça da estaca (arrasamento)

Para finalizar a estaca, é necessário realizar o seu arrasamento. Deve-se

remover o excesso do concreto em relação à cota de arrasamento da estaca,

utilizando pontaletes com pequena inclinação para cima em relação a horizontal,

como mostra a Figura 18. Para estacas cujo diâmetro é maior que 40 cm é possível

a utilização de marteletes leves até cerca de 15 cm da cota de arrasamento (ABEF,

2012).

Figura 18 – Estaca arrasada.

Fonte: ABEF (2012).

b) Vantagens

Algumas vantagens desse sistema construtivo são:

i. Elevada produtividade, diminuindo o cronograma da obra e o número

de operários para sua execução;

ii. É possível ser utilizado na maioria dos tipos de terrenos, exceto

quando há a presença matacões e rochas;

iii. Ausência de vibrações e ruídos que possam incomodar a vizinhança

durante a execução e não causa a descompressão do terreno;

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iv. Não produz detritos poluídos por lama bentonítica.

c) Desvantagens

Como desvantagens desse tipo de fundação tem-se que:

i. O grande porte dos equipamentos determina que as áreas de trabalho

devem ser planas e de fácil movimentação;

ii. Por causa da alta produtividade, a central de concreto deve estar

próxima ao local de trabalho;

iii. Utilização de pá carregadeira para remover e limpar o solo extraído

para um local adequado;

iv. Comprimentos da estaca e armação limitados;

v. Há a necessidade de um número mínimo de estacas para viabilizar o

custo de mobilização dos equipamentos.

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3 METODOLOGIA

3.1 CARACTERIZAÇÃO DA PESQUISA

Este trabalho tem quanto a sua abordagem uma pesquisa qualitativa e

quantitativa, pois explora dados que representam a qualidade e analisa dados que

podem ser quantificados na busca dos resultados. Além disso, utiliza-se de uma

pesquisa de natureza aplicada descritiva, sustentada por pesquisa de campo.

“A pesquisa de campo é a busca por dados, fatos, coletas e após reunir todas

as informações daquilo que se deseja pesquisar, faz-se uma análise com o objetivo

de encontrar respostas para as dúvidas que deram origem a pesquisa.”

(GERHARDT e SILVEIRA, 2009).

Através do método qualitativo foi possível realizar análises através de atuação

e pesquisa e o método quantitativo possibilitou coletar dados de dois canteiros de

obras que utilizaram fundações diferenciadas com o objetivo de realizar

comparações entre esses empreendimentos.

3.2 CENÁRIO DO ESTUDO DE CASO

O estudo foi realizado em dois empreendimentos imobiliários residenciais,

ambos construídos em alvenaria estrutural, porém com fundações diferenciadas. No

empreendimento A foram utilizadas estacas pré moldadas de concreto armado

cravadas à percussão e, no empreendimento B adotou-se estaca moldada in loco

escavada mecanicamente do tipo estaca hélice contínua.

O empreendimento A foi iniciado em fevereiro de 2016 e tem prazo de término

para maio de 2019. O terreno tem uma área 19.966,07 m² e é composto por sete (7)

blocos de dois (2) diferentes tipos, como mostra Figura 19.

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Figura 19 – Planta de implantação do empreendimento A.

Fonte: Acervo do autor (2016).

Os blocos D, E, F e G apresentam oito (8) apartamentos por andar, sendo

que quatro (4) têm apenas dois (2) quartos e os outros quatro (4) têm três (3)

quartos, que variam entre 58,20 m² e 82,80 m² (incluindo jardim no térreo). Os

blocos A, B e C têm oito (8) unidades habitacionais por andar, sendo que todos têm

dois quartos que apresentam entre 56,48 m² e 82,82 m² (incluindo jardim no térreo).

No térreo de todos os blocos apresenta um apartamento com apenas um (1) quarto

que tem cerca de 49,76 m² mais jardim de 18,56 m². Todas as torres têm sete (7)

andares (térreo + seis tipo), com 56 unidades habitacionais por torre, totalizando 392

apartamentos em todo o empreendimento (Figura 20).

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Figura 20 – Fachada do bloco residencial do empreendimento A.

Fonte: Acervo do autor (2016).

A área comum desse empreendimento é constituído dos seguintes itens:

academia, quiosque gourmet, piscina adulto e infantil, casa de lixo, quadra de

esporte, parque infantil, brinquedoteca, salão de jogos e de festas. Além disso, todos

os blocos tem dois elevadores (social e serviço). A estrutura é em alvenaria

estrutural e a fundação apresentada é de estacas pré-moldadas em concreto

armado cravada à percussão (Foto 1). O projetista apresentou outras possíveis

opções de fundação para o empreendimento A, como por exemplo de placa com

estaca ou estaca metálica cravada à percussão, porém as estacas de concreto

mostrou-se mais atrativa para a construtora.

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Foto 1 – Estacas cravadas à percussão.

Fonte: Acervo do autor (2016).

A construção do empreendimento B teve início em abril de 2014 e sua

entrega foi realizada em outubro de 2016. Consiste de um condomínio implantado

em uma área de aproximadamente 9.279,23 m², composto por dois (2) blocos (A e

B) residenciais. Cada bloco é composto por sete (7) pavimentos (térreo + seis tipo),

com oito (8) apartamentos por andar com área útil variando entre 49,60 m² a 75,36

m² por apartamento, totalizando 56 unidades habitacionais por bloco. Dos oito (8)

apartamentos por andar, quatro (4) tem dois (2) quartos e quatro (4) tem três (3)

quartos, com exceção do térreo de ambas torres que apresentam dois (2)

apartamentos com um (1) quarto, dois (2) com dois (2) quartos e quatro (4) com três

(3) quartos. O empreendimento também é composto por guarita, casa de lixo com

coleta seletiva, parque infantil, academia ao ar livre, salão de festas, quadra

esportiva, rampa de acesso, deck molhado, área verde e espaço gourmet. Na Figura

21 apresenta-se a fachada do bloco residencial e na Figura 22 é possível ver a

planta de situação do empreendimento. A estrutura do empreendimento é em

alvenaria estrutural e há a presença de apenas um elevador por bloco.

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Figura 21 – Fachada do bloco residencial do empreendimento B.

Fonte: Silva (2015).

Figura 22 – Planta de situação do empreendimento B.

Fonte: Acervo do autor (2016).

Inicialmente, o empreendimento B foi projetado para receber a fundação em

placa radier. Porém para a realização desse tipo de fundação haveria a necessidade

de melhoramento da camada superficial do terreno através da substituição do solo

natural expansivo por uma camada de 60 cm de espessura com solo estável e de

baixa permeabilidade. Esta opção não foi bem aceita pela Construtora. Assim sendo,

o projetista apresentou uma segunda opção de fundação, que seria em estacas tipo

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hélice contínua (Foto 2), tornando-se uma opção mais vantajosa que a fundação em

placa radier. Esta foi a opção aprovada e executada para o empreendimento B.

Foto 2 – Estaca tipo hélice contínua.

Fonte: Silva (2015).

Para o estudo de caso desse trabalho será feito um comparativo entre dois

blocos de cada empreendimento: o bloco E do empreendimento A e o bloco A do

empreendimento B, ambos da Construtora X, pois são as que apresentam maior

semelhança arquitetônica. Os blocos D, E, F e G do empreendimento A são iguais

arquitetonicamente, portanto poderia ter sido escolhido qualquer um dos quatro. No

entanto, a torre D será excluída da análise devido à problemas com algumas estacas

no momento da cravação, levando o projetista de fundação contratado pela

construtora a mudar o projeto, reforçando dois blocos com estacas metálicas,

passando este a ter fundação diferenciada. Já os blocos A, B e C do

empreendimento A são diferentes arquitetonicamente dos blocos A e B do

empreendimento B, sendo portanto desconsiderados nesta análise comparativa.

Com relação ao empreendimento B poderia ter sido escolhida qualquer uma das

torres (A ou B), pois ambas são iguais.

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3.3 LEVANTAMENTO DOS DADOS

Para a realização desse estudo, foram realizadas entrevistas com os gerentes

das duas obras para obter informações técnicas e consequente disponibilização de

projetos arquitetônicos, estruturais, de fundação, memoriais, sondagem, entre outros

documentos necessários. Além disso, o autor esteve presente na fase de fundações

do empreendimento A, acompanhando assim todos os procedimentos executivos.

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4 ESTUDO DE CASO

4.1 PERFIL DO SOLO

4.1.1 Empreendimento A

Foram realizados 25 (vinte e cinco) furos de sondagem no terreno do

empreendimento A, sendo três furos em cada torre, três na área de lazer e um na

estação de tratamento. No bloco E foram realizadas as sondagens SP-16, SP-17 e

SP-18 (Figura 1 do Anexo A).

Verifica-se nos três perfis de sondagem SP-16 (Figuras 2 e 3 do Anexo A),

SP-17 (Figuras 4 e 5 do Anexo A) e SP-18 (Figuras 6 e 7 do Anexo A) que os

primeiros metros do perfil (aproximadamente 2,60 m) há a presença de camadas

intercaladas de silte e mistura destas com argilas e areias sobrejacente a uma

espessa camada de argila turfosa (aproximadamente 8 m) de baixa resistência.

Dessa forma, foi necessário a utilização de fundações profundas do tipo estacas pré-

moldadas de concreto, com comprimento variando de 15 m. As sondas atingiram

profundidades de 20,59 m, 20,82 m e 22,19 m respectivamente, para os perfis SP-

16, SP-17 e SP-18.

4.1.2 Empreendimento B

No terreno em estudo foram executados sete (7) furos de sondagem, sendo

três (3) furos em cada torre e o outro na área de lazer, totalizando 109,66 metros de

sondagem (Figura 8 do Anexo A). As cotas da boca de furo variaram de +7,45 m

(SP-07) a +17,30 m (SP-03).

Analisando os perfis de sondagem SP-01 (Figura 9 do Anexo A), SP-02

(Figura 10 do Anexo A) e SP-03 (Figuras 11 e 12 do Anexo A), o solo do terreno em

estudo é composto principalmente por silte, ocorrendo mistura ora pela presença de

areia ora com argila. Na camada superficial do terreno ocorre principalmente silte

argiloso, com consistência variando entre mole e dura, e apresentando cor variada.

Adjacente à camada superficial ocorre a presença de uma camada de silte argiloso

com presença de areia fina de consistência média a rija, cor variada e logo em

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seguida ocorre a presença de uma camada de silte arenoso, compacidade

medianamente compacta a muito compacta e de cor variada. Abaixo da camada de

silte arenoso, ocorre a presença de camadas de silte argiloso ou silte arenoso, com

índices de penetrações (Nspt) chegando a quarenta (40) golpes e com coloração

variada.

Na profundidade limite das sondagens ocorre a presença de rocha calcária

alterada. Os furos de sondagem foram paralisados na profundidade média de 15,67

m, sendo o furo SP-01 (9,13 m) o de menor profundidade e o SP-03 (21,07 m) o de

maior profundidade.

4.2 ESTACAS

4.2.1 Empreendimento A

Foram utilizadas estacas com três diferentes seções no empreendimento A,

sendo estas de 20 x 20 cm (tipo 1), 23 x 23 cm (tipo 2) e 27,5 x 27,5 cm (tipo 3).

Utilizou-se sessenta e quatro (64) estacas de seção 20 x 20 cm, dezesseis (16)

estacas de 23 x 23 cm e nove (9) estacas de 27,5 x 27,5 cm, totalizando oitenta e

nove (89) estacas (Figura 13 do Anexo A). A Tabela 2 mostra a carga máxima, o

comprimento estimado das estacas, o peso do pilão e sua altura de queda e as

negas para dez (10) golpes referentes aos diferentes tipos de seção.

Tabela 2 – Dados de projeto.

BLOCO E

SEÇÃO DAS

ESTACAS

(cm x cm)

CARGA

MÁXIMA (tf)

COMPRIMENTO

ESTIMADO (m)

PESO DO

PILÃO (Kg)

ALTURA DE

QUEDA (m)

NEGA P/ 10

GOLPES

(mm)

20 X 20 40 17,0 a 20,0 1.500 0,50 9

23 X 23 50 17,0 a 20,0 1.500 0,50 7

27,5 X 27,5 70 17,0 a 20,0 1.500 0,50 5

Fonte: Acervo do autor (2016).

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A Tabela 3 apresenta o controle de cravação das estacas do bloco E,

ilustrando a seção de cada estaca, seu comprimento cravado, a nega e o peso do

pilão utilizado, além do comprimento total e comprimento médio cravado.

Tabela 3 – Controle de cravação das estacas.

BLOCO "E"

ESTACA

DIMENSÃO (cm)

COMP. CRAVADO

(m)

NEGA (mm)

PESO DO

PILÃO (Kg)

1 20 x 20 15,60 3 1500

2 20 x 20 15,45 4 1500

3 20 x 20 15,80 7 1500

4 20 x 20 15,40 5 1500

5 20 x 20 15,60 7 1500

6 20 x 20 15,20 5 1500

7 20 x 20 15,55 4 1500

8 20 x 20 15,35 5 1500

9 20 x 20 15,20 7 1500

10 20 x 20 15,10 4 1500

11 20 x 20 15,12 6 1500

12 20 x 20 15,40 5 1500

13 20 x 20 14,90 6 1500

14 20 x 20 15,65 5 1500

15 20 x 20 15,10 6 1500

16 20 x 20 15,65 4 1500

17 23 x 23 15,50 5 1500

18 20 x 20 15,70 6 1500

19 20 x 20 15,45 5 1500

20 20 x 20 15,15 5 1500

21 20 x 20 15,10 5 1500

22 23 x 23 14,90 4 1500

23 20 x 20 14,48 5 1500

24 20 x 20 15,50 6 1500

25 20 x 20 15,00 6 1500

26 27,5 x 27,5 14,95 4 1860

27 27,5 x 27,5 15,20 5 1860

28 27,5 x 27,5 15,10 4 1860

29 20 x 20 15,15 4 1500

30 20 x 20 15,10 7 1500

31 20 x 20 15,70 5 1500

32 23 x 23 15,15 6 1500

33 20 x 20 15,65 3 1500

34 27,5 x 27,5 15,05 5 1860

35 20 x 20 15,20 4 1500

36 20 x 20 15,00 5 1500

37 27,5 x 27,5 14,75 4 1860

38 20 x 20 15,40 6 1500

39 23 x 23 14,60 5 1500

40 20 x 20 14,85 6 1500

Fonte: Acervo do autor (2016).

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Tabela 3 – Controle de cravação das estacas (continuação).

BLOCO “E”

ESTACA

DIMENSÃO (cm)

COMP. CRAVADO

(m)

NEGA (mm)

PESO DO

PILÃO (Kg)

41 20 x 20 15,58 4 1500

42 20 x 20 15,40 3 1500

43 27,5 x 27,5 15,05 5 1860

44 20 x 20 15,20 4 1500

45 20 x 20 15,20 5 1860

46 20 x 20 15,05 5 1860

47 27,5 x 27,5 14,75 5 1860

48 20 x 20 14,85 6 1860

49 20 x 20 14,75 7 1500

50 20 x 20 15,45 6 1500

51 23 x 23 15,47 5 1500

52 23 x 23 15,00 4 1500

53 23 x 23 14,95 4 1500

54 20 x 20 15,10 4 1500

55 20 x 20 15,00 5 1860

56 23 x 23 14,85 4 1860

57 23 x 23 14,50 5 1860

58 20 x 20 15,70 5 1500

59 20 x 20 12,35 3 1860

60 23 x 23 14,60 2 1500

61 20 x 20 14,55 4 1500

62 27,5 x 27,5 14,80 5 1860

63 20 x 20 14,90 5 1500

64 20 x 20 15,00 4 1860

65 27,5 x 27,5 14,75 5 1860

66 20 x 20 17,55 5 1500

67 23 x 23 15,50 6 1500

68 20 x 20 15,19 4 1500

69 23 x 23 14,90 4 1500

70 20 x 20 16,70 3 1500

71 20 x 20 11,60 6 1860

72 23 x 23 11,70 2 1860

72-A 23 x 23 11,55 3 1860

72-B 23 x 23 11,55 2 1860

73 20 x 20 14,70 4 1860

74 23 x 23 14,60 6 1860

75 20 x 20 14,45 7 1860

76 20 x 20 15,40 3 1500

77 20 x 20 15,25 4 1500

78 20 x 20 15,15 5 1500

79 20 x 20 15,00 5 1500

80 20 x 20 15,65 4 1500

81 23 x 23 14,65 4 1860

82 20 x 20 14,60 5 1860

Fonte: Acervo do autor (2016).

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Tabela 3 – Controle de cravação das estacas (continuação).

BLOCO “E”

ESTACA DIMENSÃO (cm)

COMP. CRAVADO (m)

NEGA (mm) PESO DO PILÃO (Kg)

83 20 x 20 14,50 6 1860

84 23 x 23 14,70 5 1860

85 20 x 20 11,30 5 1860

86 20 x 20 11,40 4 1860

87 20 x 20 14,40 6 1860

88 20 X 20 14,40 5 1860

89 20 x 20 15,05 7 1860

COMP. TOTAL - 1.353,94 - -

COMP. MÉDIO - 15,21 - -

COMP. 20 x 20 - 960,87 - -

COMP. 23 x 23 - 258,67 - -

COMP. 27,5 x 27,5 - 134,40 - -

Fonte: Acervo do autor (2016).

A estaca AP-72 quebrou no momento da cravação, sendo necessário cravar a

AP-72 A e AP-72 B, com um deslocamento de 50 cm para direita e 50 cm para a

esquerda, totalizando 91 estacas cravadas ao invés de 89. Assim, o bloco E teve um

comprimento total de 1.353,94 m de estacas cravadas, sendo 960,87 m de seção 20

x 20 cm, 258,67 m de seção 23 x 23 cm e 134,40 m de seção 27,5 x 27,5 cm.

Cada bloco de coroamento é formado apenas por uma estaca, com exceção

do AP-72 que devido a quebra, foi substituído por outras duas estacas. Na Tabela 4

é possível observar as cargas mínimas e máximas que podem ser aplicadas em

cada estaca.

Tabela 4 – Quadro de cargas do empreendimento A.

BLOCO E

ESTACAS CARGA MÁXIMA (tf)

CARGA MÍNIMA (tf)

ESTACAS CARGA MÁXIMA (tf)

CARGA MÍNIMA (tf)

AP1 19.6 19.0 AP46 18.6 18.3

AP2 18.2 17.3 AP47 57.3 55.4

AP3 26.1 25.3 AP48 27.2 26.0

AP4 12.3 11.8 AP49 22.1 21.0

AP5 27.7 26.9 AP50 15.6 15.1

Fonte: Acervo do autor (2016).

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Tabela 4 – Quadro de cargas do empreendimento A (continuação).

BLOCO E

ESTACAS CARGA MÁXIMA (tf)

CARGA MÍNIMA (tf)

ESTACAS CARGA MÁXIMA (tf)

CARGA MÍNIMA (tf)

AP6 38.7 37.6 AP51 47.8 45.5

AP7 32.4 31.5 AP52 45.1 42.8

AP8 38.5 37.4 AP53 43.1 41.5

AP9 28.1 27.3 AP54 35.9 34.7

AP10 12.3 11.8 AP55 36.3 35.1

AP11 26.1 25.3 AP56 43.1 41.5

AP12 18.2 17.3 AP57 45.1 42.8

AP13 19.6 19.0 AP58 39.7 38.2

AP14 36.8 35.6 AP59 39.7 38.2

AP15 36.8 35.6 AP60 47.8 45.5

AP16 32.2 31.2 AP61 15.6 15.1

AP17 44.2 42.0 AP62 61.2 58.9

AP18 33.3 32.0 AP63 30.0 29.2

AP19 35.9 34.5 AP64 29.9 29.2

AP20 35.9 34.5 AP65 61.2 58.9

AP21 33.3 32.0 AP66 32.2 31.2

AP22 44.2 42.0 AP67 44.1 41.9

AP23 32.2 31.2 AP68 32.7 31.4

AP24 36.2 34.8 AP69 50.0 48.2

AP25 12.6 11.6 AP70 32.2 30.9

AP26 67.7 65.1 AP71 32.2 30.9

AP27 60.1 58.4 AP72 50.0 48.2

AP28 65.9 63.3 AP73 32.7 31.4

AP29 13.8 12.7 AP74 44.1 41.9

AP30 36.1 34.7 AP75 32.2 31.2

AP31 16.6 16.0 AP76 19.6 19.1

AP32 47.4 45.1 AP77 18.3 17.3

AP33 26.2 25.2 AP78 25.3 24.5

AP34 69.7 66.8 AP79 19.1 18.3

AP35 21.2 20.6 AP80 26.1 25.3

AP36 21.0 20.4 AP81 44.5 43.2

AP37 69.7 66.9 AP82 26.2 25.5

AP38 26.2 25.2 AP83 26.2 25.5

AP39 47.4 45.1 AP84 44.5 43.2

AP40 16.5 16.0 AP85 26.1 25.3

AP41 22.1 21.0 AP86 19.1 18.3

AP42 27.2 26.0 AP87 25.3 24.5

AP43 58.1 56.2 AP88 18.3 17.3

AP44 9.3 8.9 AP89 19.6 19.1

AP45 28.2 27.2

Fonte: Acervo do autor (2016).

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57

4.2.2 Empreendimento B

Foram utilizadas dois diâmetros diferentes de estacas no empreendimento B,

sendo estas de 400 mm (tipo 1) e de 500 mm (tipo 2). Para a primeira, utilizou-se

setenta e cinco (75) unidades e para a segunda, dezoito (18) unidades, totalizando

noventa e três (93) estacas por bloco (Figura 14 do Anexo A). Ambas apresentam

comprimentos concretados de, no máximo, 12 metros no bloco A porém, apenas 6

metros de comprimento de armadura, totalizando 1.116 m de comprimento de

estacas executadas.

Cada estaca do tipo 1 apresenta seis (6) barras longitudinais CA-50 de 12.5

mm e uma (1) barra de 6.3 mm a cada quinze (15) cm para o estribo com diâmetro

médio da armação de 26 cm. No tipo 2, cada estaca tem oito (8) barras longitudinais

CA-50 de 12.5 mm e uma (1) barra de 8.0 mm a cada 20 cm para o estribo cujo

diâmetro médio é de 35 cm.

Para o bloco A, foi utilizado 202,16 m³ de concreto (incluindo 30% de perda),

além de um total de 5.737 kg de aço, sendo 882 kg para barras de 6.3 mm, 488 kg

para barras de 8.0 mm, 446 kg para barras de 10.0 mm e 3.921 kg para barras de

12.5 mm (incluindo 10% de perda). Cada bloco de coroamento é formado apenas

por uma estaca. A Tabela 5 apresenta as cargas mínimas e máximas aplicadas em

cada estaca.

Tabela 5 – Quadro de cargas do empreendimento B.

BLOCO A

ESTACAS CARGA MÁXIMA (tf)

CARGA MÍNIMA (tf)

ESTACAS CARGA MÁXIMA (tf)

CARGA MÍNIMA (tf)

AP1 23.3 22.7 AP48 60.3 58.1

AP2 53.3 52.1 AP49 46.9 45.5

AP3 34.5 33.5 AP50 38.7 37.4

AP4 16.9 16.3 AP51 46.9 45.5

AP5 15.3 14.9 AP52 26.5 25.9

AP6 74.4 73.2 AP53 79.0 77.3

AP7 85.6 83.7 AP54 70.8 68.3

AP8 74.2 73.0 AP55 90.3 87.5

AP9 15.4 15.0 AP56 24.8 23.7

AP10 16.6 16.0 AP57 59.8 58.6

AP11 36.9 35.9 AP58 58.5 57.3

Fonte: Acervo do autor (2016).

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Tabela 5 – Quadro de cargas do empreendimento B (continuação).

BLOCO A

ESTACAS CARGA MÁXIMA (tf)

CARGA MÍNIMA (tf)

ESTACAS CARGA MÁXIMA (tf)

CARGA MÍNIMA (tf)

AP12 54.3 53.2 AP59 23.8 22.7

AP13 24.8 24.2 AP60 87.2 84.5

AP14 44.5 43.2 AP61 70.7 68.2

AP15 84.5 81.4 AP62 79.0 77.3

AP16 46.1 44.4 AP63 26.5 25.9

AP17 64.2 62.5 AP64 46.9 45.5

AP18 82.9 80.4 AP65 46.9 45.5

AP19 45.2 43.8 AP66 44.6 43.3

AP20 47.3 45.9 AP67 84.5 81.5

AP21 82.5 80.0 AP68 45.1 43.5

AP22 58.1 56.3 AP69 48.6 46.5

AP23 46.0 44.3 AP70 50.5 48.8

AP24 84.4 81.3 AP71 71.0 69.5

AP25 44.5 43.2 AP72 38.7 37.0

AP26 54.4 53.7 AP73 51.5 50.5

AP27 76.1 75.3 AP74 51.6 50.6

AP28 76.2 74.3 AP75 38.9 37.2

AP29 58.1 56.3 AP76 71.6 70.2

AP30 55.0 53.5 AP77 50.7 49.0

AP31 51.8 51.0 AP78 48.6 46.5

AP32 55.6 54.5 AP79 45.1 43.5

AP33 58.8 57.4 AP80 84.5 81.5

AP34 57.8 56.1 AP81 44.6 43.3

AP35 51.2 49.6 AP82 23.7 23.1

AP36 26.6 25.9 AP83 50.5 49.5

AP37 78.4 76.7 AP84 42.9 41.6

AP38 57.6 55.7 AP85 42.5 41.2

AP39 51.4 50.6 AP86 50.7 49.6

AP40 96.9 95.0 AP87 22.5 21.8

AP41 58.4 56.5 AP88 22.4 21.8

AP42 51.3 49.6 AP89 50.7 49.5

AP43 78.4 76.7 AP90 42.5 41.2

AP44 26.6 25.9 AP91 42.9 41.6

AP45 38.5 37.2 AP92 50.5 49.5

AP46 18.5 17.6 AP93 23.7 23.1

AP47 41.7 40.5 - - -

Fonte: Acervo do autor (2016).

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59

4.3 PRODUÇÃO

4.3.1 Empreendimento A

A cravação das estacas no empreendimento A está diretamente ligada à

disponibilidade do bate-estaca. Em alguns momentos foi possível contar com quatro

bate-estacas funcionando ao mesmo tempo no canteiro, porém por ser um

equipamento antigo, apresentava defeitos com certa frequência. Quando apenas um

bate-estaca estava em funcionamento na obra era possível cravar em média três

estacas por dia. Através da Tabela 6 é possível ver as datas em que as estacas do

bloco E foram cravadas, em ordem cronológica, totalizando cinquenta e um (51) dias

corridos.

Tabela 6 – Datas de cravação das estacas.

ESTACA DATA ESTACA DATA ESTACA DATA ESTACA DATA ESTACA DATA

31 29/03/16 42 05/04/16 8 09/05/16 20 12/05/16 22 16/05/16

50 29/03/16 70 05/04/16 29 09/05/16 30 12/05/16 23 16/05/16

66 29/03/16 4 06/04/16 36 09/05/16 47 12/05/16 71 16/05/16

1 30/03/16 14 06/04/16 54 09/05/16 56 12/05/16 72-A 16/05/16

2 30/03/16 19 06/04/16 63 09/05/16 64 12/05/16 72-B 16/05/16

16 30/03/16 32 08/04/16 34 10/05/16 65 12/05/16 85 16/05/16

7 30/03/16 51 08/04/16 62 10/05/16 83 12/05/16 86 16/05/16

3 31/03/16 67 08/04/16 81 10/05/16 84 12/05/16 87 16/05/16

18 31/03/16 5 15/04/16 82 10/05/16 10 13/05/16 39 17/05/16

33 31/03/16 24 20/04/16 26 11/05/16 11 13/05/16 40 17/05/16

58 01/04/16 52 20/04/16 27 11/05/16 21 13/05/16 49 17/05/16

68 01/04/16 69 20/04/16 28 11/05/16 37 13/05/16 59 17/05/16

41 02/04/16 25 22/04/16 43 11/05/16 38 13/05/16 60 17/05/16

76 02/04/16 35 22/04/16 45 11/05/16 48 13/05/16 73 17/05/16

77 02/04/16 44 22/04/16 46 11/05/16 57 13/05/16 74 17/05/16

78 02/04/16 6 06/05/16 55 11/05/16 72 13/05/16 75 17/05/16

79 04/04/16 53 06/05/16 9 12/05/16 12 16/05/16 88 17/05/16

80 04/04/16 7 09/05/16 15 12/05/16 13 16/05/16 89 17/05/16

- - - - - - - - 61 18/05/16

Fonte: Acervo do autor (2016).

4.3.2 Empreendimento B

Não foi possível conhecer o cronograma diário de execução do

empreendimento B. Contudo, tomando-se por base a entrevista realizada com o

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60

engenheiro responsável pela obra, ele assegura que a execução iniciou no mês de

julho e que as estacas em hélice contínua apresentavam uma produção média de

seis estacas por dia útil e sem interrupção, utilizando apenas um trado na obra.

Assim, através da Tabela 7, pode-se ver as datas em que as estacas foram

executadas, totalizando vinte e dois (22) dias corridos para finalização do serviço.

Tabela 7 – Data de execução das estacas.

ESTACA DATA ESTACA DATA ESTACA DATA ESTACA DATA ESTACA DATA

1 07/07/14 85 10/07/14 30 15/07/14 59 18/07/14 65 23/07/14

14 07/07/14 69 10/07/14 19 15/07/14 60 18/07/14 51 23/07/14

36 07/07/14 70 10/07/14 26 15/07/14 21 18/07/14 42 24/07/14

52 07/07/14 54 10/07/14 27 15/07/14 33 21/07/14 23 24/07/14

66 07/07/14 45 10/07/14 6 16/07/14 32 21/07/14 11 24/07/14

82 07/07/14 38 11/07/14 7 16/07/14 20 21/07/14 12 24/07/14

83 08/07/14 29 11/07/14 28 16/07/14 8 21/07/14 24 24/07/14

67 08/07/14 17 11/07/14 31 16/07/14 9 21/07/14 43 24/07/14

53 08/07/14 4 11/07/14 47 16/07/14 10 21/07/14 62 25/07/14

37 08/07/14 5 11/07/14 48 16/07/14 22 22/07/14 80 25/07/14

15 08/07/14 18 11/07/14 57 17/07/14 34 22/07/14 92 25/07/14

2 08/07/14 55 14/07/14 58 17/07/14 41 22/07/14 93 25/07/14

3 09/07/14 71 14/07/14 74 17/07/14 50 22/07/14 81 25/07/14

16 09/07/14 86 14/07/14 73 17/07/14 61 22/07/14 63 25/07/14

35 09/07/14 72 14/07/14 87 17/07/14 77 22/07/14 44 28/07/14

49 09/07/14 56 14/07/14 88 17/07/14 78 23/07/14 25 28/07/14

64 09/07/14 46 14/07/14 89 18/07/14 90 23/07/14 13 28/07/14

68 09/07/14 39 15/07/14 75 18/07/14 91 23/07/14 - - 84 10/07/14 40 15/07/14 76 18/07/14 79 23/07/14 - -

Fonte: Acervo do autor (2016).

4.4 CUSTO

4.4.1 Empreendimento A

O preço das estacas pré-moldadas de concreto são dadas por metro, sendo

que quanto maior a seção da estaca, maior será seu valor. As estacas de seção 20 x

20 cm custam R$ 45,00/m, de 23 x 23 cm custam R$ 56,00/m e as de 27,5 x 27,5cm

custam R$ 76,50/m. Além disso, o aluguel do bate-estaca custa R$ 24.750,00 por

mês e para cada metro cravado, a empresa terceirizada responsável pela cravação

cobra R$ 63,50. A Tabela 8 apresenta o custo para a execução das estacas para o

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61

bloco E. Os valores apresentado não levam em consideração os custos com a mão

de obra empregada para a execução da fundação do bloco E.

Tabela 8 – Valor das estacas pré-moldadas.

- VALOR UNITÁRIO COMPRIMENTO (m)

PERÍODO (dia)

TOTAL

BATE ESTACA

R$ 24.750,00/mês - 51 R$ 49.500,00

CRAVAÇÃO R$ 63,50/m 1.353,94 - R$ 85.975,19

ESTACAS 20 X 20

R$ 45,00/m 960,87 - R$ 43.239,15

ESTACAS 23 X 23

R$ 56,00/m 258,67 - R$ 14.485,52

ESTACAS 27,5 X 27,5

R$ 76,50/m 134,40 - R$ 10.281,60

TOTAL - - - R$ 203.481,46

Fonte: Acervo do autor (2016).

4.4.2 Empreendimento B

Para as estacas moldadas in loco, o preço é dado por metro cúbico de

concreto consumido, custando R$ 240,00/m³ mais uma taxa da bomba de R$ 28,00

para cada metro cúbico de concreto. Além disso, o valor da locação do equipamento

é de R$ 44.500,00 por mês e é cobrado pela empresa responsável pela execução

um valor de R$ 38,40 por metro. O preço da armadura é dado em quilogramas,

custando R$ 4,29 para o diâmetro de 6.3 mm, R$ 4,69 para o diâmetro de 8.0 mm,

R$ 3,99 para o diâmetro de 10.0 mm e R$ 3,80 para o diâmetro de 12.5 mm. Assim,

através da Tabela 9, pode-se ver o custo final das estacas em hélice contínua. Os

valores apresentados não levam em consideração os custos com a mão de obra

necessários para a execução da fundação do bloco A.

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62

Tabela 9 – Valor das estacas moldadas in loco.

- VALOR UNITÁRIO

CONCRETO (m³)

COMPRIMENTO (m)

PERÍODO (dia)

PESO (kg)

TOTAL

TRADO HELICOIDAL

R$ 44.500,00 - - 22 - R$ 44.500,00

EXECUÇÃO R$ 38,40 - 1.116 - - R$ 42.854,40

CONCRETO R$ 240,00 202,16 - - - R$ 48.518,40

BOMBA R$ 28,00 202,16 - - - R$ 5.660,48

ARMADURA 6.3

R$ 4,29 - - - 882 R$ 3.783,78

ARMADURA 8.0

R$ 4,69 - - - 488 R$ 2.288,72

ARMADURA 10.0

R$ 3,99 - - - 446 R$ 1.779,54

ARMADURA 12.5

R$ 3,80 - - - 3.921 R$ 14.899,80

TOTAL - - - - - R$ 164.285,12

Fonte: Acervo do autor (2016).

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63

5 ANÁLISE DOS RESULTADOS

5.1 PROBLEMAS DECORRENTES DOS SISTEMAS CONSTRUTIVOS –

FUNDAÇÕES PROFUNDAS

Durante o momento da cravação das estacas do bloco E do empreendimento

A foi possível detectar alguns problemas. Dentre eles, houve a quebra de uma

estaca (AP-72), sendo necessário a cravação de outras duas estacas para substituí-

la. Além disso, o bate-estaca por ser um equipamento velho e de difícil locomoção

quebrou várias vezes durante a cravação, havendo a necessidade de interrupção da

atividade e espera do conserto, atrasando o cronograma.

Outra desvantagem inerente a este método é a existência de ruídos e

vibrações no solo, causando grandes desconfortos à vizinhança. Devido ao

comprimento limitado das estacas (6 e 8 m), muitas precisaram ser soldadas. Porém

nem sempre elas são completamente cravadas no solo, ficando um grande pedaço

acima do nível do terreno e sendo necessário realizar o corte, gerando um grande

desperdício, pois nem sempre é possível reaproveitar estes pedaços, conforme

ilustra a Foto 3.

Foto 3 – Pedaços cortados e sem reaproveitamento.

Fonte: Acervo do autor (2016).

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Em entrevista com o engenheiro da obra do empreendimento B, o mesmo

relatou que não houve nenhum problema durante o processo de escavação do solo

e injeção de concreto. No entanto, a maior desvantagem desse método construtivo é

o alto consumo de concreto, gerando uma perda de aproximadamente 30%. Além

disso, devido a alta produtividade, é necessário que o concreto esteja sempre pronto

pra ser lançado.

Pode-se ver que as estacas pré-moldadas apresentam mais desvantagens

durante o processo construtivo do que as estacas do tipo hélice contínua. Assim, em

relação às características inerentes do sistema construtivo, a estaca moldada in loco

é mais vantajosa que a estaca pré-moldada.

5.2 ESTACAS

O bloco E do empreendimento A apresentou um comprimento médio de

estacas variando em torno de 15,21 m, estando esse valor abaixo do que era

previsto em projeto e que nenhuma estaca alcançou a profundidade mínima de 17,0

m estimada inicialmente. A estaca AP-85 atingiu 11,30 m e a AP-70 alcançou 16,70

m, sendo estas as profundidades mínima e máxima alcançadas. Já as estacas do

bloco A do empreendimento B alcançaram uma profundidade de 12 m, como era

estabelecido em projeto. Então, nota-se que a profundidade de estaca do

empreendimento A foi maior que a do B.

Em relação às cargas, a estaca AP-44 do empreendimento A é a menos

exigida, tendo uma capacidade de carga mínima de 8,9 tf e máxima de 9,3 tf e a AP-

37 é a que recebe o maior carregamento, cuja carga mínima é de 66,9 tf e máxima

de 69,7 tf. Por outro lado, a estaca AP-05 do empreendimento B pode receber uma

carga mínima de 14,9 tf e máxima de 15,3 tf, sendo esta a menos exigida em

projeto. Já o AP-40 suporta uma carga mínima de 95,0 tf e máxima de 96,6 tf, sendo

a mais exigida em projeto. Assim, pode-se perceber que as estacas do

empreendimento B apresentaram capacidade de carga superior às estacas do

empreendimento A, ou seja, neste estudo de caso, as fundações em hélice contínua

apresentaram maior capacidade de carga.

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5.3 PRODUÇÃO

Devido à problemas mencionados no tópico 5.1, o tempo gasto para cravação

das estacas do empreendimento A foi de cinquenta e um (51) dias corridos enquanto

que no empreendimento B foi de vinte e dois (22) dias corridos. Utilizando apenas

um equipamento, o empreendimento A, que empregou estacas pré-moldadas de

concreto, apresentou, em média, uma produção de três estacas por dia, sendo

inferior ao empreendimento B, que adotou estacas hélice contínua na sua fundação,

o qual executou cerca de seis estacas por dia.

Assim, a metodologia executiva de estacas moldadas in loco tem sua

produção superior, sendo neste estudo de caso o dobro, às estacas pré-moldadas.

Assim, a metodologia de estaca tipo hélice contínua é mais vantajosa que a estaca

pré-moldada de concreto.

5.4 CUSTO

A fundação do bloco E do empreendimento A teve um gasto total de R$

203.481,46 para a execução das 91 estacas. No entanto, o empreendimento B

gastou R$ 164.285,12 para realizar as 93 estacas moldadas in loco. Sendo assim,

mesmo com o desperdício de concreto das estacas em hélice contínua (valor já

incluído no consumo de concreto e, portanto, no custo dessa fundação), houve uma

economia de R$39.196,34 no empreendimento B, o que corresponde a 19,26%.

5.5 ASPECTOS RELEVANTES PARA A ESCOLHA DA FUNDAÇÃO

A estaca hélice contínua mostrou-se mais vantajosa em todos os aspectos

que a estaca pré-moldada de concreto. Em conversa com o projetista, foi

questionado a razão de estar sendo utilizada a estaca pré-moldada de concreto no

empreendimento A e o mesmo apresentou algumas explicações.

Primeiramente, no empreendimento A existe uma espessa camada de solo

mole (argila turfosa) não sendo, por causa disto, recomendado o uso de estacas

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hélice contínua para este tipo de terreno, pois como o solo é frágil e o concreto é

injetado sob pressão, poderia haver um sobreconsumo de concreto devido à ruptura

do solo nesta camada, além de uma provável contaminação do concreto pela lama,

inutilizando a estaca.

Outro fator que levou à escolha da estaca pré-moldada de concreto foi devido

ao bom relacionamento que a Construtora X tem com as empresas terceirizadas

responsáveis pela venda de estacas e pela cravação das mesmas, além da garantia

de qualidade nos serviços prestados. E, por fim, mesmo ciente dos possíveis atrasos

no momento de cravação das estacas, a Construtora não tinha pressa para a

realização desse serviço, podendo assim contar com a alternativa de fundação em

estacas pré-moldadas de concreto cravadas à percussão.

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6 CONCLUSÃO

Com o intuito de realizar uma análise comparativa de viabilidade técnica,

econômica e produtiva entre dois empreendimentos arquitetonicamente similares,

porém com fundações diferentes, necessário se fez o estudo de caso, levando em

consideração diversos aspectos diferentes dos dois empreendimentos imobiliários.

Nesse sentindo, inicialmente foi necessário reconhecer os perfis dos solos de

ambos empreendimentos. Para isso, utilizou-se do SPT, podendo assim ver as

características inerentes de cada solo.

Sequencialmente, foram escolhidos alguns parâmetros dos dois

empreendimentos para serem comparados, sendo que o empreendimento A foi

realizado em estacas pré-moldadas de concreto e o empreendimento B em hélice

contínua. O primeiro parâmetro a ser comparado foi em relação às características de

cada estaca, suas dimensões, profundidades alcançadas e cargas mínimas e

máximas suportadas de cada estaca.

Em seguida, foram coletados dados referentes à produção de cada estaca de

cada um dos empreendimentos, podendo assim observar sua data de início e

término e, consequentemente, o tempo necessário para finalização de cada bloco.

Outro ponto abordado foi o custo necessário para realização da fundação de

cada bloco utilizando métodos construtivos de fundações diferentes. Para isto, foi

levado em consideração a locação do equipamento, o valor cobrado pela

terceirizada para executar cada metro de estaca, o valor da estaca pronta por metro

(para as estacas pré-moldadas) e o valor do concreto e do aluguel da bomba para

cada metro cúbico e da armadura (para as estacas moldadas in loco).

Para finalizar, foi possível perceber quais fatores levaram à escolha de uma

fundação em detrimento da outra e porque não poderia ter sido aplicada o mesmo

sistema em ambos empreendimentos.

Dessa forma, diante de todos os aspectos supracitados, pode-se concluir que,

para os empreendimentos analisados, a estaca em hélice contínua mostrou ser mais

vantajosa que a estaca pré-moldada de concreto cravada à percussão, pois

apresenta maior capacidade de carga, possui maior produção, menores impactos e

é mais barata.

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Como sugestões para trabalhos futuros nesta linha citam-se: viabilidade

técnica e econômica entre estacas metálicas e estacas de concreto armado

cravadas à percussão, análise econômica das estacas em hélice contínua

considerando custos com a mão de obra e análise comparativa entre as cargas

definidas em projeto com os resultados obtidos pela prova de carga.

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ANEXO A

Figura 1 – Locação das sondagens do Empreendimento A.

Fonte: Acervo do autor (2016).

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Figura 2 – Perfil de sondagem SP-16.

Fonte: Acervo do autor (2016).

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Figura 3 – Continuação do perfil de sondagem SP-16.

Fonte: Acervo do autor (2016).

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Figura 4 – Perfil de sondagem SP-17.

Fonte: Acervo do autor (2016).

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Figura 5 – Continuação do perfil de sondagem SP-17.

Fonte: Acervo do autor (2016).

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Figura 6 – Perfil de sondagem SP-18.

Fonte: Acervo do autor (2016).

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Figura 7 – Continuação do perfil de sondagem SP-18.

Fonte: Acervo do autor (2016).

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Figura 8 – Locação das sondagens do Empreendimento B.

Fonte: Acervo do autor (2016).

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Figura 9 – Perfil de sondagem SP-01.

Fonte: Acervo do autor (2016).

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Figura 10 – Perfil de sondagem SP-02.

Fonte: Acervo do autor (2016).

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Figura 11 – Perfil de sondagem SP-03.

Fonte: Acervo do autor (2016).

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Figura 12 – Continuação do perfil de sondagem SP-03.

Fonte: Acervo do autor (2016).

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Figura 13 – Projeto de locação das estacas do Empreendimento A.

Fonte: Acervo do autor (2016).

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Figura 14 – Projeto de locação das estacas do Empreendimento B.

Fonte: Acervo do autor (2016).