roteiro do curso/cálculos

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1 JUSTIÇA DO TRABALHO 3 a REGIÃO Desembargador Júlio Bernardo do Carmo Presidente Desembargador Ricardo Antônio Mohallem 1º Vice-Presidente Desembargador Luiz Ronan Neves Koury 2º Vice-Presidente Desembargador Fernando Antônio Viégas Peixoto Corregedor Desembargador César Pereira da Silva Machado Júnior Vice-Corregedor Telma Lúcia Bretz Pereira Diretora Judiciária Bruno Azalim Rodrigues da Costa Diretor da Secretaria de Cálculos Judiciais

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    JUSTIA DO TRABALHO

    3a REGIO

    Desembargador Jlio Bernardo do Carmo

    Presidente

    Desembargador Ricardo Antnio Mohallem 1 Vice-Presidente

    Desembargador Luiz Ronan Neves Koury 2 Vice-Presidente

    Desembargador Fernando Antnio Vigas Peixoto Corregedor

    Desembargador Csar Pereira da Silva Machado Jnior

    Vice-Corregedor

    Telma Lcia Bretz Pereira

    Diretora Judiciria

    Bruno Azalim Rodrigues da Costa

    Diretor da Secretaria de Clculos Judiciais

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    APRESENTAO

    Revisado e ajustado a novas demandas, o presente Manual rene

    textos e tabelas que auxiliam o calculista, veterano ou novato, assistentes, partes

    processuais, advogados e peritos no trabalho de compreenso e confeco de

    clculos de liquidao, atualizaes e pareceres afins.

    Os elementos do dia a dia do calculista esto presentes, inclusive

    sugestes de textos de promoes frequentes, novos procedimentos de clculos,

    levantamentos de orientaes jurisprudenciais, smulas, provimentos e outras tantas

    normas e informaes sobre clculos judiciais trabalhistas, suas atualizaes e

    amortizaes.

    Os comandos judiciais so variados em face da divergncia de

    interpretao dos fatos e das leis, e a liquidao, forosamente, h de ser diferenciada

    em razo do que foi decidido e da forma como foi decidido, em cada julgado, obstando

    que haja uma padronizao de procedimentos, o que faz sobressair o carter

    orientador do Manual, que, ademais, encerra o contedo programtico de

    treinamentos feitos no Tribunal para ensinar e reciclar calculistas e para auxiliar

    usurios no julgamento de sentenas, embargos e agravos.

    A todos que contriburam para a consecuo deste Manual, em especial

    os prprios calculistas, os meus cumprimentos e sinceros agradecimentos por to

    valorosa contribuio.

    Belo Horizonte, 04 de julho 2016

    Desembargador Jlio Bernardo do Carmo

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    NDICE

    1 - INTRODUO ...................................................................................................................... 9

    2 - BIBLIOGRAFIA UTILIZADA NA ATIVIDADE DE CLCULO ........................................... 10

    3 - COMPETNCIAS RELATIVAS S ATIVIDADES DE CLCULO .................................... 11

    3.1 COMPETNCIA DA SECRETARIA DE CLCULOS JUDICIAIS ..................................................... 11 3.2 COMPETNCIA DAS PARTES DO PROCESSO ......................................................................... 12

    4 - LIQUIDAO DE SENTENAS ........................................................................................ 13

    4.1 CONCEITO E NATUREZA JURDICA ....................................................................................... 13 4.2 REGRAS E PRINCPIOS INFORMADORES ............................................................................... 13 4.3 MODALIDADES DE LIQUIDAO (CLT, ART. 879) ................................................................. 13

    5 - CLCULOS DE LIQUIDAO - COMO SE ESTRUTURA ............................................... 14

    5.1 ELEMENTOS INTEGRANTES DO CLCULO ............................................................................. 14 5.2 FORMA DO CLCULO .......................................................................................................... 14 5.3 CRITRIOS MATEMTICOS APLICADOS AO CLCULO TRABALHISTA ........................................ 15

    6 - VERBAS TRABALHISTAS ................................................................................................ 18

    6.1 FORMAO DA BASE DE CLCULO E IMPLICAES ............................................................... 18 6.2 AVISO-PRVIO ................................................................................................................... 18 6.3 13 SALRIO ...................................................................................................................... 24 6.4 FRIAS +1/3 ..................................................................................................................... 25 6.5 REPOUSO SEMANAL REMUNERADO E FERIADOS .................................................................. 33 6.6 HORAS EXTRAS ................................................................................................................. 35 6.6.1 SMULAS E OJS APLICVEIS AO CLCULO DAS HORAS EXTRAS ......................................... 36 6.6.2 SOBRE A BASE DE CLCULO DAS HE: .............................................................................. 37 6.6.3 SOBRE OS DIVISORES DAS HE: ....................................................................................... 37 6.6.4 SOBRE OS ADICIONAIS DAS HE: ...................................................................................... 39 6.6.5 SOBRE OS NMEROS DAS HE: ........................................................................................ 40 6.6.6 SOBRE OS REFLEXOS DAS HE: ........................................................................................ 42 6.6.7 DEDUO DE HORAS EXTRAS PAGAS ............................................................................... 48 6.6.8 SOBRE A SUPRESSO DAS HE ........................................................................................ 53 6.7 HORAS IN ITINERE ............................................................................................................. 55 6.8 HORAS DE SOBREAVISO ..................................................................................................... 55 6.9 HORAS DE PRONTIDO....................................................................................................... 55 6.10 INTERVALOS .................................................................................................................... 56 6.10.1 TIPOS DE INTERVALOS .................................................................................................. 56 6.11 ADICIONAIS MAIS COMUNS ............................................................................................... 59 6.11.1 ADICIONAL DE INSALUBRIDADE ...................................................................................... 59 6.11.2 ADICIONAL DE PERICULOSIDADE .................................................................................... 60 6.11.3 ADICIONAL DE TRANSFERNCIA .................................................................................... 61 6.11.4 ADICIONAL NOTURNO .................................................................................................... 61 6.12. COMISSES ................................................................................................................... 65 6.13 INDENIZAES, MULTAS E SALRIO FAMLIA....................................................................... 67 6.13.1 INDENIZAO POR TEMPO DE SERVIO (477, CAPUT, E 478, DA CLT) ............................ 67 6.13.2 INDENIZAO DO ART. 9 DA LEI 6.708/89 E 7.238/84 .................................................... 68 6.13.3 INDENIZAO POR DANOS MORAIS ................................................................................. 68 6.13.4 INDENIZAO DO SEGURO-DESEMPREGO ...................................................................... 68 6.13.5 INDENIZAO DO SEGURO DESEMPREGO AO EMPREGADO DOMSTICO ............................ 74 6.13.6 VALE TRANSPORTE - DEC. 95.247/87 INDENIZAO. .................................................. 74 6.13.7 CLCULO AJUDA-ALIMENTAO ..................................................................................... 75 6.13.8 MULTA DO ART. 477, PARGRAFO 6 C/C 8 ................................................................... 75 6.13.9 MULTA ART. 467 DA CLT ............................................................................................. 76 6.13.10 MULTA DIRIA ............................................................................................................ 77 6.13.11 SALRIO-FAMLIA ........................................................................................................ 78 6.14 FGTS ............................................................................................................................. 78 6.15 DIFERENAS SALARIAIS ................................................................................................... 80

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    7 ATUALIZAO MONETRIA E JUROS DE MORA........................................................ 83

    7.1 ASPECTOS GERAIS ............................................................................................................ 83 7.2 CRITRIOS DE APLICAO DOS NDICES DE CORREO MONETRIA ...................................... 83 7.3 APLICAO DO IPCA-E ..................................................................................................... 84 7.4 ATUALIZAO MONETRIA DOS DBITOS DA FAZENDA PBLICA ............................................ 85 7.5 UTILIZAO DA TABELA DE CORREO MENSAL E DIRIA ...................................................... 85 7.5.1 TABELA DE CM MENSAL .................................................................................................. 85 7.5.2 TABELA DE CM/DIRIA .................................................................................................. 87 7.6 JUROS DE MORA ................................................................................................................ 88 7.7 MOEDAS E PARIDADES ....................................................................................................... 99

    8 - ENCARGOS E DESPESAS PROCESSUAIS .................................................................. 100

    8.1 CUSTAS PROCESSUAIS .................................................................................................... 100 8.2 CUSTAS DE EXECUO .................................................................................................... 100 8.3 HONORRIOS PERICIAIS .................................................................................................. 102 8.4 HONORRIOS ADVOCATCIOS ASSISTENCIAIS E SUCUMBENCIAIS ....................................... 105

    9 - DESCONTOS LEGAIS: PREVIDENCIRIO E FISCAL .................................................. 107

    9.1 CONSIDERAES GERAIS SOBRE AMBOS OS DESCONTOS .................................................. 107 9.2 DESCONTO PREVIDENCIRIO ............................................................................................ 107 9.2.1 ESCLARECIMENTOS GERAIS .......................................................................................... 107 9.2.2 CONTRIBUIES DE TERCEIROS .................................................................................... 108 9.2.3 EMPREGADO RURAL ..................................................................................................... 108 9.2.4 CONTRIBUIO DO EMPREGADOR .................................................................................. 109 9.2.5 CRITRIOS DE ATUALIZAO DA CONTRIBUIO SOCIAL .................................................. 116 9.2.6 CONSIDERAES UTILIZAO DAS TABELAS DE SELIC PARA INSS E IR ........................... 123 9.2.7 CONTRIBUIO SOCIAL - LIQUIDAO DE SENTENA METODOLOGIA DE CLCULO .......... 128 9.2.8 CONTRIBUIO SOCIAL SOBRE ACORDO, QUANDO H VNCULO EMPREGATCIO ............... 153 9.2.9 CONTRIBUIO SOCIAL SOBRE ACORDO, QUANDO NO H VNCULO EMPREGATCIO ....... 171 9.2.10 DESONERAO DA FOLHA DE PAGAMENTO ................................................................... 176 9.2.11 CLCULO PREVIDENCIRIO COM COMPETNCIAS ANTERIORES A JAN/80 ........................ 176 9.3 IMPOSTO DE RENDA ........................................................................................................ 180 9.3.1 AMPARO LEGAL ............................................................................................................ 180 9.3.2 DIFERENA ENTRE VERBAS NO TRIBUTVEIS E DEDUES ............................................ 180 9.3.3 TRIBUTAO DOS JUROS DE MORA ................................................................................ 180 9.3.5 TRIBUTAO DA INDENIZAO POR DANOS MORAIS ........................................................ 184 9.3.6 MOMENTO DE CLCULO ............................................................................................... 185 9.3.7 APURAO IMPOSTO DE RENDA NA FORMA DO ART. 12-A DA LEI 7713/88 ....................... 187 9.3.8 APURAO IMPOSTO DE RENDA NA FORMA DO ART. 12-B DA LEI 7713/88 ....................... 190 9.3.9 METODOLOGIA DE CLCULO DO IMPOSTO DE RENDA ....................................................... 191 9.3.10 TRIBUTAO DA PARTICIPAO NOS LUCROS OU RESULTADOS ..................................... 199

    10 ATUALIZAO DE DBITOS TRABALHISTAS ......................................................... 209

    10.1 ATUALIZAO SIMPLES SEM AMORTIZAO DE VALOR PAGO .......................................... 209 10.2 DESCONTOS PREVIDENCIRIOS E FISCAIS PROPORCIONAIS ............................................. 223 10.2.1 CRITRIOS - ART. 12-A DA LEI 7713/88 E ARTS. 36 A 42 E 45 DA IN RFB 1500/14 ..... 224 10.2.2 CRITRIOS - ART. 12-B DA LEI 7713/88 E ARTS. 26, 44 E 45 DA IN/RFB 1500/14 ........ 233 10.3 ATUALIZAO COM AMORTIZAO DE VALOR PAGO ......................................................... 237 10.3.1 SEM A INCLUSO DOS DESCONTOS PREVIDENCIRIOS E FISCAIS .................................. 237 10.3.2 COM A INCLUSO DOS VALORES DE INSS E IR PROPORCIONAIS ................................... 239

    11 - EXEMPLO DE CLCULOS, ACORDOS E ATUALIZAES ...................................... 278

    12 - CONTRIBUIO SINDICAL .......................................................................................... 299

    12.1 ESCLARECIMENTOS GERAIS ........................................................................................... 299 12.2 FORMA DE CLCULO ...................................................................................................... 299 12.3 CONTRIBUIO SINDICAL RURAL .................................................................................... 299 12.4 FORMA DE ATUALIZAO................................................................................................ 301

    14 - PRECATRIOS .............................................................................................................. 304

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    14.1 ESCLARECIMENTOS GERAIS ........................................................................................... 304 14.2 DIRETRIZES PARA ELABORAO E ATUALIZAO DE CLCULOS EM PRECATRIOS ............ 304

    15 COMANDOS FACILITADORES DO CLCULO DE LIQUIDAO............................. 307

    16 - PROMOES ................................................................................................................ 310

    16.1 ESTRUTURA GERAL DE QUALQUER PROMOO ............................................................... 310 16.2 CAMPOS OBRIGATRIOS ............................................................................................... 310 16.3 ESTRUTURAS DOS CINCO PRINCIPAIS TIPOS DE PROMOES ........................................... 311 16.3.1 PEDINDO ELEMENTOS ................................................................................................. 311 16.3.2 REITERANDO PEDIDO DE ELEMENTOS .......................................................................... 311 16.3.3 MANIFESTANDO SOBRE IMPUGNAES DAS PARTES ..................................................... 311 16.3.4 PEDINDO RETORNO DOS AUTOS AO PERITO .................................................................. 311 16.3.5 MANIFESTANDO SOBRE CLCULOS DAS PARTES ........................................................... 312 16.4 EXEMPLOS DE TEXTOS POR ASSUNTO ............................................................................. 312 16.4.1 PEDINDO ELEMENTOS ................................................................................................. 312 16.4.2 MANIFESTANDO SOBRE CLCULO DAS PARTES ............................................................. 313 16.4.3 INFORMANDO SOBRE INSS ......................................................................................... 314 16.4.4 INFORMANDO SOBRE IRRF ......................................................................................... 322 16.4.5 INFORMANDO SOBRE JUROS DE MORA ......................................................................... 327 16.4.6 CRITRIOS DE ATUALIZAO MONETRIA ..................................................................... 329 16.4.7 SOBRE A LIMITAO DA MULTA A 100% DO VALOR DA OBRIGAO PRINCIPAL ................ 330 16.4.8 PEDINDO RETORNO DOS AUTOS AO PERITO OU PARA AS PARTES ................................... 330 16.4.9 MASSA FALIDA ........................................................................................................... 332 16.4.10 CERTIDO DE DVIDA ATIVA ....................................................................................... 333 16.4.11 DEDUO NA DATA DO DEPSITO OU LEVANTAMENTO ................................................ 333 16.4.12 FAZENDA PBLICA.................................................................................................... 334

    17 - SMULAS, ORIENTAES JURISPRUDENCIAIS E TJP - TST E TRT-3 REGIO . 337

    17.1 SMULAS TST (POR ASSUNTO EM ORDEM ALFABTICA)................................................... 337 17.2 ORIENTAES JURISPRUDENCIAIS SDI-I/TST ................................................................ 350 17.3 ORIENTAES JURISPRUDENCIAIS TST - TRIBUNAL PLENO ............................................. 357 17.4 ORIENTAES JURISPRUDENCIAIS TST - SDI-1 - TRANSITRIA ....................................... 357 17.5 SMULAS TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO 3 REGIO ............................................ 358 17.6 ORIENTAES JURISPRUDENCIAIS - TURMAS TRT3 REGIO ........................................ 361 17.7 TESES JURDICAS PREVALECENTES - TRT DA 3 REGIO ................................................ 361 17.8 PROVIMENTOS TRT ...................................................................................................... 362 17.8.1 PROVIMENTO 03/91 ................................................................................................... 362 17.8.2 PROVIMENTO 01/93 ................................................................................................... 362 17.8.3 PROVIMENTO 04/00 ................................................................................................... 363 17.8.4 PROVIMENTO GERAL CONSOLIDADO DO TRT-3 REGIO ............................................. 364 17.9 PARECER NORMATIVO N 25 DESONERAO DA FOLHA ................................................ 369

    18 TABELAS....................................................................................................................... 373

    18.1 TABELA DE INCIDNCIA DE INSS, IR E FGTS .................................................................. 373 18.2 TABELA SALRIO MNIMO ................................................................................................ 381 18.3 TABELA EVOLUO SALRIO-FAMLIA ............................................................................. 382 18.4 TABELA PROGRESSIVA MENSAL IMPOSTO DE RENDA ........................................................ 385 18.5 TABELA IMPOSTO DE RENDA - RENDIMENTOS RECEBIDOS ACUMULADAMENTE - RRAS....... 387 18.6 TABELA IMPOSTO DE RENDA - PARTICIPAO NOS LUCROS OU RESULTADOS .................... 389 18.7 TABELAS DE CONTRIBUIO PREVIDENCIRIA .................................................................. 390 18.8 TABELAS GRAU DE RISCO DE ACORDO COM A ATIVIDADE PREPONDERANTE ....................... 400 18.8.1 TABELA GRAU DE RISCO VIGENTE AT 31/05/2007 ....................................................... 400 18.8.2 TABELA GRAU DE RISCO A PARTIR DE 01/06/07 ............................................................ 418 18.9 TABELAS SEGURO-DESEMPREGO ................................................................................... 450 18.10 TABELA URV .............................................................................................................. 453 18.11 VALORES OTN, BTN E MVR ....................................................................................... 455 18.12 UFIR .......................................................................................................................... 455 18.13 TABELAS RSR SOBRE DIAS TEIS ................................................................................ 456 18.14 CALENDRIOS (2007 A 2020) ...................................................................................... 460 18.15 TABELA NICA, TABELA PRTICA E TABELA DE JUROS SELIC-ACUMULADOS (MAIO/16) ..... 467

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    1 - INTRODUO

    O domnio da atividade de clculo pressupe o conhecimento da Constituio

    Federal, da CLT, sobretudo dos Ttulos II (Normas Gerais de Tutela do Trabalho) e Ttulo IV (Contrato Individual de Trabalho), das Smulas e das Orientaes Jurisprudenciais do Col. TST e TRT/3 Regio e algumas do Exc. STF. Depende tambm, e sempre, da leitura completa e da interpretao correta do acordo, deciso e acrdo, enfim, dos comandos decisrios.

    necessrio, ainda, o domnio: - da tcnica de composio da remunerao mensal do reclamante para o clculo das verbas deferidas; - dos critrios de apurao de cada uma dessas verbas deferidas; - da tcnica de atualizao e aplicao dos juros de mora; -dos diversos critrios de apurao dos descontos legais (cotas previdencirias e imposto de renda).

    Impe-se na atividade de clculo a utilizao permanente do bom senso e da ateno a alguns princpios da execuo, como o da inalterabilidade da deciso liquidanda (CLT, 879 e CPC, 509, 4), razoabilidade, celeridade processual, vedao ao enriquecimento ilcito ou sem causa, e outros.

    Em princpio, a sentena dever ser fielmente executada, sem ampliao ou restries do que nela for determinado. Na liquidao no se poder modificar ou inovar a sentena liquidanda, nem discutir matria pertinente causa principal (CLT, art. 879, 1). Faz exceo a execuo das contribuies previdencirias, que devem ser apuradas ex officio, ainda que no consignadas no acordo ou na sentena. 1

    Os clculos de liquidao devem seguir estritamente os comandos exequendos e este manual, buscando atender aos questionamentos dirigidos Secretaria de Clculos Judiciais em Belo Horizonte pelo pblico interno e externo, constitui mera ferramenta auxiliar na atividade de clculo no mbito do Tribunal Regional do Trabalho da 3 Regio

    1 GIGLIO, Wagner. Direito processual do trabalho / Wagner D. Giglio, Claudia Giglio Vetri Corra.

    15 ed. rev. e atual. conforme a EC n. 45/2004, Saraiva, So Paulo, 2005, p. 514.

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    2 - BIBLIOGRAFIA UTILIZADA NA ATIVIDADE DE CLCULO

    .CARRION, Valentin. Comentrios CLT. 40 ed. So Paulo: Saraiva, 2015 .

    .CASTILHO, Paulo Csar Baria de. Prtica de clculos trabalhistas

    na liquidao de sentena. 3 ed.. So Paulo: Revista dos Tribunais, 2003. .CORTEZ, Julpiano Chaves. Prtica trabalhista. 12 ed. So Paulo: Ed. LTr, 2006. .MARTINS, Srgio Pinto. Comentrios s smulas do TST. 2 ed. So Paulo, Atlas, 2006. .OLIVEIRA, Aristeu de. Clculos trabalhistas. 16 ed. So Paulo: Ed. Atlas, 2006.

    .PONT, Juarez Varallo. Clculos Judiciais trabalhistas Teoria e prtica. 13 ed. Curitiba, Rosea Nigra, 2010. . SANTOS, Jos Aparecido dos. Curso de clculos de liquidao trabalhista. 3 ed. Curitiba, Juru, 2012. .Smulas, Orientaes Jurisprudenciais e Provimentos do TRT-3 Regio e TST.

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    3 - COMPETNCIAS RELATIVAS S ATIVIDADES DE CLCULO

    3.1 Competncia da Secretaria de Clculos Judiciais

    CLT - art. 879, 3 - Elaborada a conta pela parte ou pelos rgos auxiliares

    da Justia do Trabalho... Regulamento Geral do TRT art. 80 - I executar servios de clculos em

    processos remetidos pelas Varas do Trabalho da Capital; e II auxiliar Gabinetes de Desembargador, Varas do Trabalho do Interior e Ncleos dos Foros Trabalhistas.

    Provimento/TRT n 03/91 - art. 3 - clculo das decises que, reconhecendo

    pedido formulado de forma lquida, demandarem apenas a atualizao e a insero de acrscimos legais; a atualizao de clculos homologados e acordos no cumpridos; o clculo e a atualizao de encargos processuais legalmente previstos...; prestar informaes relativas a clculos, ndices e encargos processuais aos rgos de 1 e 2 instncias deste Tribunal.

    Provimento/TRT n. 01/93 - art. 1 - Nas reclamaes trabalhistas movidas contra entidades integrantes da Administrao Pblica Direta e Indireta, nesta includas as autarquias como tal criadas em lei, e as Fundaes Pblicas da Unio, dos Estados e Municpios, os clculos sero elaborados pela Diretoria do Servio de Clculos Judiciais, relativamente aos processos em curso nesta Capital, e pelas Secretarias das Juntas de Conciliao e Julgamento, no mbito das demais Juntas de Conciliao de Julgamento desta Terceira Regio..

    Provimento TRT-SCR n 02/00 - art. 6o - As reclamatrias formuladas atravs de atermao sempre tero suas parcelas lquidas, com pedidos certos e determinados, utilizando-se o atermador, se necessrio, do servio de clculo existente na Vara do Trabalho ou na Diretoria do Foro. .

    Provimento TRT-SCR n. 04/00 - art. 1 - Os clculos de liquidao

    elaborados pelas partes, pelo perito ou pelo calculista do juzo devero ser apresentados sempre com MEMRIA e com RESUMO. art. 2o O descumprimento deste Provimento implicar o retorno dos autos a quem elaborou os clculos, para complet-los ou ajust-los, se efetuados por perito ou calculista judiciais.... O Prov. 04/00 disciplina os procedimentos a serem adotados na elaborao dos clculos judiciais em primeira instncia, principalmente com relao padronizao do resumo final dos clculos.

    Provimento Geral Consolidado do TRT da 3 Regio - 2015 (PRV

    GCR/GVCR 3/2015) art. 104 4 Nas reclamaes trabalhistas movidas contra entidades integrantes da Administrao Pblica Direta e Indireta, nesta includas as Autarquias como tais criadas em lei e as Fundaes Pblicas da Unio, dos Estados e Municpios, os clculos de liquidao sero elaborados, em regra, pela Secretaria de Clculos Judiciais, relativamente aos processos em curso na Capital, pelos Ncleos dos Foros, relativamente aos processos em curso nas localidades do interior onde h mais de uma Vara do Trabalho, ou pelas Secretarias das Varas do Trabalho, no mbito das demais Varas do Trabalho da Terceira Regio. e - art. 105 I - executar servios de clculos em processos remetidos pelas Varas do Trabalho; II - auxiliar Gabinetes de Desembargador, Varas do Trabalho do interior e Ncleos dos Foros Trabalhistas; lII - formalizao das contas decorrentes de decises lquidas, que demandarem apenas a atualizao e insero de acrscimos legais; IV - o clculo de liquidao das reclamaes trabalhistas movidas contra entidades integrantes da Administrao Pblica Direta e Indireta, nesta includas as Autarquias como tais criadas em lei e as Fundaes Pblicas da Unio, dos Estados e Municpios, observado o disposto no 5 do art. 104; V - a atualizao de clculos j homologados e de acordos no cumpridos; VI - o clculo e atualizao de encargos processuais legalmente previstos, que no puderem ser fixados na Secretaria da Vara do Trabalho; VII - prestar informaes relativas a clculos, ndices e encargos processuais aos rgos de 1 (primeira) e 2 (segunda) instncias deste Tribunal. (Grifo nosso).

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    3.2 Competncia das partes do processo

    CLT - art. 879, 3 - Elaborada a conta pela parte... Provimento TRT-n 03/91 - art. 1 - As partes devero apresentar clculo de

    liquidao das decises sujeitas execuo, no prazo comum de dez dias....

    Provimento TRT-SCR n. 04/00 - art. 1 - Os clculos de liquidao elaborados pelas partes, perito ou calculista do juzo devero ser apresentados sempre com MEMRIA e com RESUMO. art. 2o O descumprimento deste Provimento implicar o retorno dos autos a quem elaborou os clculos, para complet-los ou ajust-los, se efetuados por perito ou calculista judiciais, e no no recebimento do clculo se ofertado pela parte..

    Provimento Geral Consolidado do TRT da 3 Regio - 2015 (PRV GCR/GVCR 3/2015) - Art. 104, caput - Sendo ilquida a sentena, ou seja, o comando obrigacional contido no dispositivo, as partes devero apresentar clculo de liquidao, no prazo comum de 10 (dez) dias, a contar do recebimento de intimao especfica para tal fim. e art. 104, 5 - Na hiptese do pargrafo anterior, facultado ao juiz, em face da complexidade e/ou extenso do clculo, bem como do acmulo de servio e/ou indisponibilidade de servidor calculista, determinar a liquidao por meio de percia ou pelas partes, casos em que poder tambm determinar a conferncia da conta pelo servio de clculo local, antes da expedio do precatrio ou RPV.

  • 13

    4 - LIQUIDAO DE SENTENAS

    4.1 Conceito e natureza jurdica

    A doutrina dominante define a liquidao como um conjunto de atos

    antecedentes e preparatrios da execuo, destinados quantificao da condenao. Integra a execuo, embora na maioria dos casos seja pressuposto essencial dela. Pode tambm ser entendida como um elo entre a sentena e a execuo. A liquidao deve ser extremamente fiel sentena, que lhe constitui o pressuposto da existncia como captulo preparatrio da execuo. Da a natureza meramente declaratria da sentena de liquidao.

    4.2 Regras e princpios informadores

    A correta liquidao depende da exata interpretao do contedo da sentena

    condenatria. Para tanto, cabe observar o princpio da inalterabilidade da sentena liquidanda (CLT, 879, 1 e CPC, art. 509, 4), no podendo a liquidao ir alm ou ficar aqum do que a sentena concedeu.

    A incidncia da correo monetria e os juros de mora so considerados elementos implcitos no pedido (Smula 211/TST), sendo que a contribuio previdenciria tambm dever constar dos clculos de liquidao na forma do art. 879, 1-A e 1-B, da CLT.

    4.3 Modalidades de liquidao (CLT, art. 879)

    Clculo: Quando no h fatos novos a serem provados, nem caso de

    arbitramento, proceder-se- liquidao por clculo, que pode ser feito pelo contador do juzo, pelas partes ou por peritos (art. 879, 3 e 6 da CLT).

    Arbitramento: Est expressamente previsto para quando for determinada pela

    sentena, convencionado pelas partes ou exigido pela natureza do objeto da liquidao (art. 509, inciso I, CPC). Por qualquer destes motivos, pode ser determinada de ofcio pelo juiz (art. 370, CPC e art. 765, CLT). De acordo com o art. 510, na liquidao por arbitramento, juiz poder nomear percia, se os documentos e pareceres apresentados pelas partes no forem suficientes para elucidar a questo.

    Por artigos (ou pelo procedimento comum, conforme nova denominao do NCPC, art. 509, inciso II): Conforme art. 509, inciso II, CPC, cabe quando houver necessidade de alegar e provar fato novo. Entende-se por fato novo uma mera dimenso do fato velho. A existncia do direito est reconhecida, mas sua dimenso ignorada. Exemplo: a sentena defere horas extras a jornalista, que teriam sido prestadas em cobertura de eventos esportivos, alm da jornada normal, mas deixa de especificar o nmero, frequncia e horrios dos eventos ou jornadas esportivas. Instaurada a execuo por artigos, as partes devero articular por petio, oferecendo o nmero de horas extras que entendem devidas. Aplicam-se os art. 769 e 879/CLT c/c 509, inciso II, CPC.

  • 14

    5 - CLCULOS DE LIQUIDAO - COMO SE ESTRUTURA

    5.1 Elementos integrantes do clculo

    Os elementos essenciais de um clculo esto elencados no art. 106, 1 do

    Provimento Geral Consolidado do TRT da 3 Regio:

    1 - principal 2 - correo monetria 3 - os juros de mora 4 - as contribuies previdencirias cota reclamante e reclamada 5 - o imposto de renda 6 - o valor atualizado do FGTS a ser depositado em conta vinculada 7 - as despesas processuais (custas processuais e de execuo, honorrios periciais, honorrios advocatcios, imprensa oficial ou edital de praa, despesas com leiloeiro).

    O crdito principal corresponde s verbas deferidas. A correo monetria importa na atualizao ou recomposio do poder

    aquisitivo dos valores histricos e os juros de mora representam a pena pecuniria ou a remunerao do capital. Ambos devem ser includos na liquidao, mesmo que omisso o pedido inicial ou a condenao (Smula 211/TST).

    No tpico ATUALIZAO MONETRIA E JUROS DE MORA veremos melhor a questo dos juros e atualizao.

    5.2 Forma do clculo

    Formalmente, o clculo trabalhista deve conter memria e resumo geral,

    conforme pargrafos 1 e 2 do art. 106 do Provimento Geral Consolidado do TRT da 3 Regio.

    A memria visa demonstrar detalhes da apurao das verbas deferidas. Peritos judiciais utilizam planilha eletrnica e programas de clculo disponveis no mercado. A SCJ labora com planilha eletrnica e o programa de clculos, elaborado pelo TRT-3 Regio.

    Tendo em vista as alteraes na legislao previdenciria e tributria, recomenda-se que na memria de clculo conste, alm dos itens determinados no art. 106, 1, incisos I ao VIII do Provimento Geral Consolidado 1 a base de clculo do imposto de renda em relao ao crdito do reclamante; 2 o nmero de meses referente ao rendimento tributvel e utilizado no clculo; 3 os totais apurados a ttulo de principal, juros e multa apurados sobre a contribuio previdenciria de forma individualizada, quando o critrio de atualizao for pela incidncia dos acrscimos legais da legislao previdenciria; 4 a apurao do imposto de renda incidente sobre os honorrios periciais e honorrios advocatcios sucumbenciais.

    O resumo geral o fechamento do clculo. Desde que apresentado na forma prevista pelo Provimento Geral Consolidado (art. 106, 2, alneas a a k), facilita a consulta rpida e as atualizaes futuras, devendo abranger: 1 - o total lquido do crdito devido ao reclamante; 2 - na hiptese de FGTS a ser depositado em conta vinculada, o valor do FGTS separadamente; 3 - a contribuio previdenciria, cota-reclamante, j deduzida na memria; 4 - a contribuio previdenciria cota patronal; 5 - o valor do IR deduzido do crdito do reclamante, a base de clculo, o nmero de meses referentes ao rendimento tributvel e o cdigo de recolhimento; 6 o valor dos honorrios advocatcios assistenciais ou sucumbenciais, sendo que este ltimo dever ser lquido de imposto de renda 7 o valor dos honorrios advocatcios sucumbenciais j lquido de imposto de renda; 8 o valor dos honorrios periciais j lquido de imposto de renda; 5 - custas, editais e outras despesas processuais; 6 - o valor do total geral da execuo, que representa o somatrio das parcelas apuradas, destacando-se a data final de atualizao.

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    5.3 Critrios matemticos aplicados ao clculo trabalhista

    essencial para o exerccio da atividade de clculo, saber trabalhar com

    percentuais, ndices e horas relgio em termos matemticos. Muitas vezes, os erros de clculo decorrem de equvocos na acumulao de ndices, seja dividindo ou multiplicando nmeros ndices, na transformao de percentuais em nmeros ndices e vice-versa e no lanamento das horas trabalhadas.

    Ressaltamos que necessrio tambm conhecer a legislao para saber identificar se uma determinada taxa prevista em lei ser acumulada multiplicando os ndices (exemplo: TR, art. 39 da Lei 8177/91) ou simplesmente somando as taxas (exemplo: SELIC aplicvel aos tributos federais e contribuies previdencirias em atraso e % de juros previstos no 1 do art. 39 da Lei 8177/91 ou art. 1-F da Lei 9494/97).

    Transformao de percentual em nmero ndice

    A transformao de percentual em nmero ndice importante na atividade de

    clculo, principalmente quando se trabalha com acumulao de ndices de correo monetria ou de reajustes salariais. comum ndices serem apresentados em percentuais (INPC, IGP, TR entre outros). Porm, para acumular tais percentuais a fim de se apurar a variao ocorrida em um determinado perodo, necessrio transformar os percentuais em nmeros ndices, bastando para tanto dividir o percentual por 100 e somar ao resultado encontrado 01 (um) inteiro, conforme demonstrao a seguir:

    Exemplos:

    Percentual

    Metodologia de clculo

    N ndice

    20% = 20 / 100 + 1 = 1,2

    2,61% = 2,61 / 100 + 1 = 1,0261

    150% = 150/100 + 1 = 2,5

    Transformao de nmero ndice em percentual

    Para transformar nmero ndice em percentual, basta diminuir 01 inteiro do

    nmero ndice e multiplicar o resultado encontrado por 100.

    Exemplos:

    Percentual

    Metodologia de clculo

    N ndice

    1,2 = 1,2 - 1 x 100 = 20%

    1,0261 = 1,0261 - 1 x 100 = 2,61%

    2,5 = 2,5 - 1 x 100 = 150%

    Acumulao de ndices de correo De forma geral, para acumular percentuais ou apurar a variao ocorrida em

    um determinado perodo no se somam ou diminuem percentuais. Primeiramente, transformamos os percentuais em nmeros ndices e depois trabalhamos com estes valores seja para acumular percentuais, multiplicando nmero ndice por nmero ndice, ou para diminuir percentuais, dividindo nmero ndice por nmero ndice.

    Esta a metodologia aplicada em relao a alguns ndices de correo, tais como a TR, o INPC, o IPCA-E, entre outros.

    Dessa forma:

    Acumulao de percentuais: % + % = n ndice X n ndice

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    Exemplo:

    20% + 50% = 1,20 x 1,50 = 1,80 = 80%

    Sendo que:

    Percentuais Nmero ndice Nmero ndice

    acumulado Percentual acumulado

    20% 20 / 100 + 1 = 1,20 1,20 x 1,50 = 1,80 (1,80 - 1) x 100 = 80%

    50% 50 / 100 +1 = 1,50

    Subtrao de percentuais: % - % = N ndice / N ndice

    50% - 20% = 1,50 : 1,20 = 1,25 = 25%

    Exemplos 1) Apurao da TR de 01/02/2015 a 23/03/2015 TR de 01/02/2015 a 28/02/2015 = 0,0168% ou 1,000168 (0,0168/100 + 1) TR de 01/03/2015 a 22/03/2015 = 0,0883454% ou 1,000883454 (0,0883454/100 + 1) Logo TR acumulada de 01/02/2015 a 22/03/2015 = 0,10516% ou 1,0010516 (1,0001608 x 1,000883454) 2) Determinar o ndice acumulado do IPCA-E entre set/15 a fev/16:

    Ms/Ano IPCA-E ( % ) Nmero ndice

    Set-15 0,34 1,0034

    Out-15 0,66 1,0066

    Nov-15 0,85 1,0085

    Dez-15 1,18 1,0118

    Jan-16 0,92 1,0092

    Fev-16 1,42 1,0142

    ndice acumulado de set/15 a fev/16 ( 1,0034 x 1,0066 x 1,0085 x 1,0118 x 1,0092 x 1,0142)

    1,0548785

    Total da variao do IPCA-E em percentual 5,48785%

    Obs. Se houver um ndice com sinal negativo em algum ms, basta dividir o total acumulado at o referido ms pelo nmero ndice que apresentou a variao negativa.

    A taxa SELIC, quando utilizada para atualizar os dbitos previdencirios e

    fiscais, equivale aos juros de mora, conforme dispe os art. 13 da Lei 9065/95, art. 61 da Lei 9430/96, art. 35 da Lei 8212/91 e art. 554 do Dec. 7212/10. A sua acumulao efetuada de forma simples, ou seja, atravs do somatrio dos percentuais mensais, visto que a multiplicao dos percentuais caracterizaria anatocismo (incidncia de juros sobre juros), vedado pela Smula 121 do STF. O mesmo ocorre com os juros aplicveis aos dbitos trabalhistas.

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    Ms/Ano Juros Selic

    Jan/16 1,06%

    Fev/16 1,00%

    Mar/16 1,16%

    Abril/16 1,06%

    Taxa Selic de jan/16 a abr/16 ( 1,06% + 1,00% + 1,16% + 1,06%) 4,28

    Percentual de juros devidos no ms do pagamento (Lei 9430/96, art. 61, 3) 1,0%

    Taxa de Juros Selic Acumulados aplicveis aos tributos federais em atraso no ms de maio/16 vencidos em dez.15 (Lei 9430/96, art. 61, 3)

    5,28%

    Transformao de hora sexagesimal (hora relgio) em hora centesimal

    No clculo trabalhista, a apurao do nmero de horas deve ser efetuada com

    base na hora centesimal e no na hora sexagesimal (hora relgio). A hora sexagesimal tem 60 minutos e a hora centesimal trabalha com fraes de 100.

    Para transformar hora sexagesimal em hora centesimal, cabe dividir o nmero de minutos por 60. Assim para transformar 25 minutos em hora centesimal, deve-se dividir 25 por 60, apurando-se 0,42 centsimos da hora.

    A hora sexagesimal ou hora relgio separada por dois pontos e a hora centesimal por vrgula, como por exemplo 1:25 (uma hora e 25 minutos) = 1,42 (uma hora e 42 centsimos da hora). Outros exemplos:

    - 4 horas e 45 minutos = 4,75 (n de horas a ser utilizado para clculo), considerando que 45 minutos = 45/60 = 0,75 da hora

    - 8 horas e 10 minutos = 8,17 (n de horas a ser utilizado para clculo), considerando que 10 minutos = 10/60 = 0,17 da hora

    Nmeros de semanas do ms O ms possui 4,285714 semanas equivalente diviso de 30 / 7. Com este

    fator possvel, a partir de qualquer valor apurado por semana, determinar o valor mensal, desde que o valor seja fixo para todas as semanas do ms.

    Exemplos

    a) O deferimento de 5 horas extras semanais resultar em 21,43 horas extras no ms. Nmero semanal de HE = 5 Nmero de semanas no ms = 4,285714 Logo Nmero de hora extra mensal = 21,43 (5 x 4,285714) b) Se o empregado recebe fixos R$ 180,00 por semana, a remunerao mdia mensal ser R$ 771,43. Valor da remunerao semanal = R$ 180,00 Nmero de semanas no ms = 4,285714 Logo Remunerao mdia mensal = 771,43 (R$ 180,00 x 4,285714)

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    6 - VERBAS TRABALHISTAS

    6.1 Formao da base de clculo e implicaes

    A formao da base de clculo tem por objetivo inicial o clculo das horas

    extras, adicional noturno, 13 salrios, frias, diferenas salariais e verbas rescisrias. Sendo feita no rigor dos artigos 457 e 458 da CLT, composta por: - salrio (vencimento, vencimento-base, ordenado, etc.) - gratificaes (de funo, por assiduidade, por tempo de servio, etc.) - adicionais (de transferncia, de periculosidade, insalubridade-OJ 47/SDI-I/TST, e outros).

    Para integrar determinada verba na base de clculo necessrio verificar se houve deferimento de reflexos no comando sentencial. Em casos controversos, cabe checar a habitualidade e a natureza do pagamento. Recebida com habitualidade, integra o salrio durante o perodo de sua percepo.

    A habitualidade pressupe pagamento regular e permanente. Quanto ao lapso temporal, pode ser mensal, bimestral, trimestral, semestral ou anual. Exemplo: abonos e prmios eventuais no integram a remunerao, como tambm a gratificao auferida por substituio do chefe.

    Ressalte-se que o SALRIO MENSAL abrange o pagamento dos dias trabalhados e tambm os dias de repouso e feriados (Dec. 605/49, art.7, 2).

    A remunerao pode ser extrada da CTPS, recibos salariais, contrato de trabalho, fichas de registro de empregados e fichas financeiras. Pode estar informada na pea inicial ou na defesa, na sentena e no laudo pericial.

    Os recibos salariais, desde que comuns s partes, parecem ser a fonte mais confivel.

    O salrio complessivo (valor salarial fixado para atender e remunerar o salrio base e adicionais devidos, sem individualizar, definir ou distinguir percentuais e valores) vedado pela Smula 91/TST. De modo que a jurisprudncia no aceita, por exemplo, os contratos de comissionista que consideram o RSR j includo no percentual atribudo s comisses.

    Cabe realar que os salrios dos recibos de maro/94 a junho/94 esto expressos em URV, sendo necessria, para o clculo, a converso para cruzeiros reais, multiplicando-se a expresso em URV pelo valor nominal da URV do dia do pagamento.

    Registre-se, mais, que: - a tabela de URV consta dos anexos deste manual; - em 01/07/94, uma URV equivalia a um (01) Real; - o Prov. 01/89/TRT/3 Regio, de 13/04/89, fixava que os documentos apresentados

    com quaisquer peties para juntada em autos em tramitao ... (como cartes de ponto, recibos, etc.), devero estar organizados em ordem cronolgica.... O Provimento Geral Consolidado da Justia do Trabalho do TRT da 3 Regio manteve tal diretriz, estabelecendo no art. 31 que incumbe parte interessada apresentar a documentao que pretende juntar aos autos de forma ordenada, cronologicamente ou por assunto, em tamanho ofcio (216 x 356 mm) ou A-4 (210 x 297 mm).

    1 Caso o documento seja de tamanho menor, a parte dever providenciar a sua anexao em papel com as especificaes do caput deste artigo e, se maior, adequ-lo ou reduzi-lo, possibilitando a juntada e seu fcil manuseio.

    Este procedimento deve ser exigido das partes, visto que a juntada de documentos em ordem cronolgica e individualizada por reclamante agiliza a coleta de dados, contribuindo para uma maior celeridade aos clculos de liquidao.

    Em relao ao processo eletrnico, as regras para a juntada de documentos esto previstas na Resoluo CSJT n 136, de 25/04/14, Resoluo Conjunta TR3/GP/1 VP/CR/DJ n 01, de 09/12/13 e nos arts. 12 e 13 do Provimento Geral Consolidado do TRT da 3 Regio.

    6.2 Aviso-prvio

    Previsto no art. 487 da CLT, trata-se de direito irrenuncivel (Smula 276/TST)

    e integra sempre o perodo contratual (art. 487, 6o, CLT), inclusive para o pagamento da

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    indenizao adicional do art. 9 da Lei 6.708/79 (Smula182/TST), somando-se ao perodo de garantia de emprego (Smula 348/TST). A partir da publicao da Lei 12.506/11 (DOU 13/10/2011), o aviso-prvio de 30 dias para os empregados com at 01 ano de servio na mesma empresa e aps 01 ano sero acrescidos 03 dias por ano de servio prestado na mesma empresa, at o mximo de 60 dias, perfazendo um total de 90 dias. O acrscimo de 03 dias tambm se aplica ao empregado domstico, conforme art. 23, 2 da Lei Complementar 150/15.

    Vejam-se as Smulas/TST n 14 (se a causa da resciso for culpa recproca, o empregado ter direito a 50% do valor do aviso-prvio), n 230 (a reduo da jornada no poder ser substituda pelo nmero de horas correspondentes sob pena de nulidade), n 380/TST ( contagem do aviso prvio aplicam-se as regras do art. 132 do Cdigo Civil de 2002, excluindo-se o dia do comeo e incluindo-se o dia do vencimento). So aplicveis tambm as OJs/SDI-I/TST n. 82 (a baixa na CTPS deve corresponder data do final do aviso, mesmo o indenizado) e n. 83 (a contagem da prescrio tambm leva em conta a data do final do aviso).

    Cabe registrar que o reajuste salarial coletivo, ocorrido no decurso do aviso, aproveita o empregado, mesmo que tenha recebido antecipadamente o salrio referente ao perodo do aviso.

    O aviso prvio trabalhado sofre a incidncia de INSS e imposto de renda, conforme Lei 8.212/91, art. 28, inciso I e Dec. 3000/99, art. 43, inciso I.

    O aviso prvio indenizado no tributvel nos termos do Dec. 3000/99, art. 39, inciso XX. Todavia a incidncia de contribuio social gerava controvrsia desde 1997, com a publicao da Lei 9.528/97.

    O referido diploma legal, publicado em 11/12/1997, alterou o 9 da Lei 8.212/91, no incluindo o aviso prvio indenizado entre as parcelas isentas de contribuio social. Todavia, mesmo com a omisso, grande parte da jurisprudncia permaneceu favorvel tese da no incidncia, visto a excluso expressa prevista no art. 214, 9 do Dec. 3048/99, bem como a natureza indenizatria da parcela, que no se enquadrava no conceito de salrio de contribuio expresso no caput do art. 28 da Lei 8.212/91.

    EMENTA: RECURSO DE REVISTA. ACORDO JUDICIAL. AVISO PRVIO

    INDENIZADO. NATUREZA JURDICA INDENIZATRIA. CONTRIBUIO PREVIDENCIRIA INDEVIDA. Embora o aviso prvio indenizado no mais conste da regra de dispensa da incidncia de

    contribuio previdenciria, tratada no 9 do art. 28 da Lei 8.212/91, certo que a satisfao em juzo de tal parcela no acarreta a incidncia de contribuio, uma vez que, nesse caso, no se trata de retribuio pelo trabalho prestado, mas, sim, de indenizao substitutiva. Deciso em consonncia com a atual, iterativa e notria jurisprudncia desta Corte, a atrair o bice do art. 896, 4, da CLT e da Smula 333/TST. Recurso de revista no conhecido.

    (TST, 3T, 140/2005-003-01-00.4-RR, Rel. Ministra Rosa Maria Weber Candiota da Rosa, DEJT10/10/2008)

    Em janeiro/2009, o Dec. n 6.727 (DOU de 13/01/2009) revogou a alnea "f" do inciso V do 9 do art. 214, do Dec. 3048/99, excluindo o aviso prvio indenizado do rol das parcelas isentas de contribuio social. Dessa forma, a partir de janeiro de 2009, no h qualquer dispositivo legal que exclua o aviso prvio indenizado da base do clculo previdencirio.

    A partir de julho/10, tambm foi cancelada pela Comisso de Jurisprudncia (DEJT/TRT3 15.07.2010, 16.07.2010 e 19.07.2010) a Orientao Jurisprudencial n 03 das Turmas do TRT-3 Regio, que previa a no incidncia da contribuio previdenciria sobre o aviso prvio indenizado, considerando a alterao verificada no entendimento jurisprudencial predominante, em decorrncia da entrada em vigor do Decreto n. 6.727, de 12 de janeiro de 2009, que revogou a alnea "f" do inciso V do 9 do art. 214 do Regulamento da Previdncia Social, aprovado pelo Decreto n 3.048/99, que exclua o aviso prvio indenizado do salrio-de-contribuio.

    No final de 2015, o Tribunal Pleno do TRT-3 Regio aprovou a edio da Smula 50, pacificando a questo da incidncia da contribuio previdenciria sobre o aviso prvio indenizado.

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    SMULA N. 50

    AVISO-PRVIO INDENIZADO. CONTRIBUIO PREVIDENCIRIA. INCIDNCIA. Incide contribuio previdenciria sobre o aviso-prvio indenizado concedido aps a publicao do Decreto 6.727/09, de 12.01.2009, que o suprimiu do rol das parcelas que no integram a base de clculo do salrio de contribuio (art. 214, 9, V, "f", do Decreto 3.048/99). (RA 284/2015, disponibilizao: DEJT: 22, 23, 28 e 29/12/2015, 7, 8 e 11/01/2016; republicao em razo de erro material: disponibilizao: DEJT/TRT3/Cad. Jud. 27, 28 e 29/01/2016).

    Dessa forma, o calculista dever seguir estritamente os dispositivos legais,

    efetuando o clculo da contribuio social sobre o valor do aviso prvio indenizado a partir da competncia janeiro de 2009, salvo se nos autos constar entendimento contrrio.

    A determinao da base de clculo do aviso-prvio simples: maior remunerao, atualizvel. Recebe a incidncia de horas extras ( 5o, art. 487, CLT), adicionais noturnos, comisses e de verbas que componham a maior remunerao, refletindo sempre no FGTS (Smula 305/TST).

    Com a edio da Lei 12.506/11, algumas questes surgiram a respeito do aviso prvio proporcional. Quando o comando sentencial no fixava o nmero de dias ou determinava o valor devido a ttulo de aviso prvio, no momento de elaborar o clculo, existiam dvidas em relao ao marco inicial da contagem do adicional de trs dias para cada ano de prestao de servio mesma empresa, bem como em relao s fraes de ano.

    A questo era se o acrscimo de trs dias comearia a contar j a partir do primeiro ano completo ou apenas a partir de cada ano adicional de servio completo aps os 12 meses iniciais. Pelo primeiro entendimento, um empregado com 01 ano e 04 meses teria direito aos 03 dias adicionais e, com 20 anos de servio na mesma empresa, teria direito a 60 dias adicionais aos 30, totalizando 90 dias. J pelo segundo entendimento, o empregado apenas teria direito ao adicional de trs dias depois de completado dois anos integrais na mesma empresa e, 90 dias, quando completado 21 anos. Adotando este ltimo critrio, o primeiro ano de servio na mesma empresa no entraria para o cmputo da contagem. As fraes de ano tambm seriam desprezadas, visto que o empregado apenas teria direito ao adicional de 03 dias, previsto no pargrafo nico do art. 1 da Lei 12.506/11 por ano completo. Nesta hiptese, um empregado com 02 anos e 11 meses, incluindo a projeo do aviso, continuaria a fazer jus a 33 dias, visto que no completados trs anos. Os onze meses seriam descartados, uma vez que a Lei refere-se as ano e no a dias ou meses.

    O Ministrio do Trabalho, atravs da Secretaria de Relaes de Trabalho e com o objetivo de orientar os servidores da Sees de Relaes de Trabalho, emitiu um Memo. Circular n 10/2011, ratificando o segundo entendimento. Embora a circular fosse dirigida apenas a nvel interno e tinha como finalidade orientar os servidores das Sees de Relaes de Trabalho, no deixava de ser uma referncia a ser seguida.

    Todavia, em maio de 2012, a Secretaria da Relaes do Trabalho emitiu a Nota Tcnica n 184 modificando o entendimento do Memorando Circular n 10/11 e ratificando o primeiro.

    A Nota Tcnica n 184/12/CGRT/SRT/TEM apresenta os seguintes posicionamentos:

    1) a lei no poder retroagir para alcanar a situao de aviso prvio j iniciado. 2) a proporcionalidade do aviso prvio no se aplica ao empregador, podendo ser aplicada, exclusivamente, no caso de resciso do contrato de trabalho sem justa causa, ao empregado. 3) o acrscimo de trs dias de salrio por ano de servio prestado ao aviso prvio de 30 dias computado a partir do momento em que se configure uma relao contratual que supere um ano na mesma empresa. 4) No houve alterao em relao jornada reduzida de 02 horas dirias ou reduo de 07 dias durante todo o aviso prvio. 5) Projeo do aviso para todos os fins legais, com base no 1 do art. 487 da CLT e Orientao Jurisprudencial SDI-I n 367 do TST, ou seja, o perodo do aviso entra no cmputo para o clculo do tempo total de contrato de trabalho.

    http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2009/Decreto/D6727.htmhttp://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/d3048.htm

  • 21

    6) Se o trmino do aviso prvio recair nos trinta dias que antecedem a data base, o empregado tem direito indenizao prevista na Lei 7238/84. 7) As clusulas pactuadas em acordos ou convenes coletivas acerca de aviso prvio proporcional continuam vlidas, desde que respeitada a proporcionalidade mnima prevista na Lei 12.506/11. A Nota Tcnica n 184/12 apresenta, ainda, uma nova tabela prtica em substituio aquela constante no Memo. Circular n 10/2011, demonstrando o nmero de dias de aviso prvio devido em relao ao tempo de servio completo.

    Tempo se servio (anos completo)

    Aviso prvio proporcional ao tempo de servio (n de dias)

    0 30

    1 33

    2 36

    3 39

    4 42

    5 45

    6 48

    7 51

    8 54

    9 57

    10 60

    11 63

    12 66

    13 69

    14 72

    15 75

    16 78

    17 81

    18 84

    19 87

    20 90

    Na hiptese do comando sentencial no fixar o nmero de dias ou o valor do aviso prvio, recomenda-se ao calculista adotar o critrio utilizado tambm pelo Ministrio do Trabalho, conforme tabela acima.

    Como o aviso prvio integra o tempo de servio para todos os fins legais, o calculista dever ficar atento ao acrscimo determinado pelo pargrafo nico do art. 1 da Lei 12.506/11, visto que o mesmo poder alterar a proporo de doze avos referente s frias e ao 13 salrio da resciso.

    Exemplos de clculo de aviso prvio 1 - Empregado com at 01 ano de servio e salrio fixo Perodo trabalhado: 01/02/2015 a 30/11/2015 Incluindo a projeo do aviso prvio, o nmero de meses trabalhados corresponder a 11 meses (10 meses trabalhados + 01 ms referente projeo do aviso) Empregado recebia salrio de R$ 1.200,00 no ms da resciso Aviso prvio = 30 dias de salrio, visto que o perodo trabalhado inferior a 01 ano Valor do aviso prvio = R$ 1.200,00 2 - Empregado com mais de 01 ano de servio e salrio fixo Perodo trabalhado: 01/08/12 a 30/11/2015 Incluindo a projeo do aviso de 30 dias, o perodo de vnculo corresponder a 03 anos e 05 meses. Logo nmero de anos completos = 03 anos Empregado recebia salrio de R$ 1.200,00 no ms da resciso

  • 22

    Aviso prvio = 39 dias de aviso pela Nota Tcnica do MTE Valor do aviso prvio = R$ 1.560,00 (R$ 1.200,00 / 30 x 39 )

    Salrio + adicional de insalubridade, periculosidade ou gratificaes 1 - Empregado com at 01 ano de servio e salrio fixo Perodo trabalhado: 01/02/2015 a 30/11/2015 Incluindo a projeo do aviso prvio, o nmero de meses trabalhados corresponder a 11 meses (10 meses trabalhados + 01 ms referente projeo do aviso) Empregado recebia salrio de R$ 1.200,00 no ms da resciso, acrescido de R$ 360,00 de adicional de periculosidade Aviso prvio = 30 dias de salrio, visto que o perodo trabalhado inferior a 01 ano Valor do aviso prvio = R$ 1.200,00 + R$ 360,00 = R$ 1.560,00 2 - Empregado com mais de 01 ano de servio e salrio fixo Perodo trabalhado: 01/08/12 a 30/11/2015 Incluindo a projeo do aviso de 30 dias, o perodo de vnculo corresponder a 03 anos e 05 meses. Logo nmero de anos completos = 03 anos Empregado recebia salrio de R$ 1.200,00 no ms da resciso, acrescido de R$ 360,00 de adicional de periculosidade Aviso prvio = 39 dias de aviso pela Nota Tcnica do MTE Valor do aviso prvio = R$ 2.028,00 [(R$ 1.200,00 + R$ 360,00) / 30 x 39 ] Salrio + parcelas/adicionais variveis (horas extras, adicional noturno, comisses) Empregado com menos de 01 ano de servio: Exemplo 1: Se o empregado contar com menos de 01 ano, apura-se a mdia das parcelas ou adicionais variveis percebidos no perodo trabalhado at a data da resciso Empregado admitido em 03/10/14 e demitido em 30/07/15, realizou as horas extras discriminadas abaixo:

    Ms/ano No recebido de

    HE

    out/14 16

    nov/14 15

    dez/14 15

    jan/15 16

    fev/15 14

    mar/15 16

    abr/15 12

    mai/15 13

    jun/15 11

    Jul/15 14,20

    Total percebido a ttulo de HE 142,20

    Mdia das HE (142,20/10) 14,22

    Salrio percebido no ms da resciso: R$ 1.400,00 Valor das horas extras a serem refletidas no aviso prvio: R$ 1.400,00 (valor do salrio) / 220 (divisor legal) x 1,5 (adicional) x 14,22 (mdia das horas extras) = R$ 135,74 Perodo trabalhado: 03/10/15 a 30/07/15 Incluindo a projeo do aviso prvio, o nmero de meses trabalhados corresponde a 11 meses (10 meses trabalhados + 01 ms referente projeo do aviso)

  • 23

    Aviso prvio = 30 dias de salrio, visto que o perodo trabalhado inferior a 01 ano Valor do aviso prvio = R$ 1.400,00 (salrio) + R$ 135,74 (valor das horas extras) = R$ 1.535,74 Exemplo 2: Empregado admitido em 03/10/14 e demitido em 30/07/15, recebida alm do salrio fixo no valor de R$ 788,00, as comisses discriminadas abaixo:

    Ms Vr.

    Comisses percebidas

    Ind. AM at 30/04/16

    Vr. Comisses atualizados

    out/14 1.200,00 1,025392517 1.230,47

    nov/14 800,00 1,024897492 819,92

    dez/14 1.500,00 1,023819410 1.535,73

    jan/15 1.350,00 1,022921285 1.380,94

    fev/15 1.550,00 1,022749463 1.585,26

    mar/15 1.450,00 1,021425695 1.481,07

    abr/15 1.380,00 1,020329861 1.408,06

    mai/15 1.200,00 1,019154775 1.222,99

    jun/15 1.050,00 1,017310392 1.068,18

    30/07/2015 1.100,00 1,014970884 1.116,47

    Total percebido atualizado 12.849,08

    Mdia mensal (12.849,08 / 10) 1.284,91

    Vr. Sal. Fixo no ms da resciso

    Ind. AM at 30/04/16

    Vr. Sal. Fixo atualizado

    Salrio fixo em jul/15 788,00 1,014970884 799,80

    Perodo trabalhado: 03/10/14 a 30/07/15 Incluindo a projeo do aviso prvio, o nmero de meses trabalhados corresponde a 11 meses (10 meses trabalhados + 01 ms referente projeo do aviso) Aviso prvio = 30 dias de salrio, visto que o perodo trabalhado inferior a 01 ano Valor do aviso prvio = R$ 799,80 (salrio) + R$ 1.284,91 (mdia das comisses) = R$ 2.084,71 Observao: O clculo acima foi efetuado de acordo com a OJ n 181/SDBI-I/TST. Todavia deve ser observado tambm que alguns documentos coletivos de trabalho fixam a forma de correo das comisses, assim como estabelecem prazo inferior para apurao da mdia. Empregado com mais de 01 ano de servio: - Apura-se a mdia das parcelas variveis nos ltimos doze meses trabalhados anteriores resciso. O valor encontrado soma-se s demais parcelas fixas percebidas pelo empregado no ms da resciso para apurar a base de clculo do aviso prvio. Exemplo: Admisso: 10/09/12 ltimo dia laborado: 02/12/15 Salrio em dez/15: R$ 1.400,00 Nmero de horas extras prestadas nos ltimos doze meses anteriores resciso:

  • 24

    Ms/ano No recebido de HE

    dez/14 30

    jan/15 30

    fev/15 30

    mar/15 32

    abr/15 30

    mai/15 26

    jun/15 32

    jul/15 30

    ago/15 28

    set/15 15

    out/15 8

    nov/15 8

    Total nmero de HE 299

    Mdia das horas extras: 299 (total horas extras prestadas nos ltimos doze meses anteriores resciso) / 12 = 24,92 Valor das horas extras a serem refletidas no aviso prvio: R$ 1.400,00 (valor do salrio) / 220 (divisor legal) x 1,5 (adicional) x 24,92 (mdia das horas extras) = R$ 237,87 Perodo trabalhado: 10/09/12 a 02/12/15 Incluindo a projeo do aviso de 30 dias, o perodo de vnculo corresponde a 03 anos, 02 meses e 23 dias. Logo nmero de anos completos = 03 anos Aviso prvio = 39 dias de aviso prvio pela tabela constante na circular do MTE Valor do aviso prvio = R$ 2.129,23 [ (R$ 1.400,00 (salrio fixo) + R$ 237,87 (mdia das horas extras)) / 30 x 39 ]

    6.3 13 salrio

    Trata de direito que se adquire paulatinamente, ms a ms. Corresponde a 1/12 da remunerao de dezembro, por ms de servio ou frao igual ou superior a 15 dias (1 do art. 1 da Lei 4090/62). A primeira parcela deve ser adiantada de 1 de fevereiro a 30 de novembro (ou nas frias) e ser igual metade do salrio recebido pelo empregado no ms anterior (Dec. 57.155/65). Neste caso, havendo salrio varivel, este valor ser acrescido da metade da mdia das comisses recebidas at o ms anterior atualizadas monetariamente (OJ. 181/SDBI-I/TST).

    O valor definitivo do 13 ser o da remunerao de dezembro menos o adiantamento. Em 1994, ainda que o adiantamento do 13o salrio tenha ocorrido anteriormente edio da Lei n. 8880/94. as dedues devero ser realizadas considerando o valor da antecipao, em URV, na data do efetivo pagamento, no podendo a 2a parcela ser inferior metade do 13o salrio, em URV (OJ/SDI-I-Transitria/TST).

    Se houver resciso contratual, o 13 salrio ser apurado de acordo com a remunerao do ms da ruptura contratual (art. 3 da Lei 4090/62), observando o nmero de meses trabalhados dentro do ano com frao igual ou superior a 15 dias.

    As horas extras e adicionais noturnos integram o 13 pela mdia fsica dos nmeros das horas extras e adicionais noturnos pagos no perodo aquisitivo (Smulas/TST n 45 e n 347 e Lei 4090/62). A gratificao semestral repercute pelo seu duodcimo na gratificao natalina (Smula 253/TST). Parcelas habituais variveis (gorjetas, comisses, etc.) integram o 13 salrio pela mdia dos valores do perodo aquisitivo atualizados monetariamente. Os adicionais de insalubridade/periculosidade, adicionais por tempo de servio e gratificaes habituais integram o 13 salrio pelo valor devido em dezembro ou no ms da resciso, observando a proporcionalidade paga dentro do perodo aquisitivo.

    necessrio observar, ainda, que a alterao no clculo do aviso prvio aps a edio da Lei 12.506/11 reflete no clculo do 13 salrio da resciso, uma vez que o acrscimo de 03 dias por ano de servio prestado na mesma empresa ao aviso prvio de 30 dias at o

  • 25

    limite de 60 dias pode alterar a proporo de doze avos a ser calculada. Considerando apenas 30 dias de aviso prvio, um empregado com ltimo dia laborado em 13 de dezembro de 2015 no teria direito a 1/12 do 13 salrio proporcional de 2016, visto que o aviso projetaria at 12 de janeiro de 2016 e o perodo em janeiro inferior a 15 dias. Porm, dependendo do nmero de anos de servio prestados na empresa e o acrscimo de 03 dias por ano de servio, conforme dispe o pargrafo nico do art. 1 da Lei 12.506/11, o empregado poderia ter at 2/12 de 13 salrio proporcional de 2016, conforme demonstrao abaixo:

    - Acrscimo de 03 dias aos 30 dias de aviso resultaria na data de sada em 15/01/2016 (ltimo dia de projeo do aviso) o que implicaria no recebimento de 1/12 de 13 salrio proporcional de 2016 - Acrscimo de 60 dias aos 30 dias de aviso resultaria na data de sada em 12/03/2016 (ltimo dia de projeo do aviso) o que implicaria no recebimento de 2/12 de 13 salrio de 2016.

    O empregado s perde o direito ao recebimento do 13, e mesmo assim somente ao 13 proporcional, quando dispensado por justa causa. (art. 3 da Lei 4.090/62 c/c o art. 7 do Dec. 57.155/65).

    O 13 salrio constitui em base de clculo da contribuio social, conforme Lei 8.212/91, art. 28, 7. tambm tributvel nos termos do art. 26, da Lei 7713/88, art. 16 da Lei 8134/90 e arts. 43 e 638 do Dec. 3000/99.

    Exemplo de clculo de 13o salrio: Perodo de trabalho: 19/10/2013 a 30/10/2015 Variao salarial: R$ 2.500,00 da admisso at 30/06/14, R$ 2.700,00 de 01/07/14 a 30/06/15, R$ 2.850,00 de 01/07/15 at a demisso; 13 salrio 2013 N de meses trabalhados em 2013 c/ frao igual ou superior a 15 dias: 02 Valor 13o/12 = R$ 416,67 (2 / 12 x 2.500,00) Observao: 2/12, porque em outubro o perodo trabalhado inferior a 15 dias. 13 salrio 2014 N de meses trabalhados em 2014: 12 meses Valor 13o/14 = R$ 2.700,00 (perodo integral) 13 salrio 2015 N de meses trabalhados c/ frao igual ou superior a 15, incluindo a projeo do aviso prvio indenizado e os 06 dias de acrscimo ao aviso decorrente da Lei 12.506/11: 11 meses Valor 13o/15 = R$ 2.612,50 (11/12 x 2.850,00)

    6.4 Frias +1/3

    Direito trabalhista, assegurado constitucionalmente, art. 7, inciso XVII e

    regulado na CLT, arts. 129 ao 153. O perodo aquisitivo das frias constitui no perodo de doze meses de vigncia

    do contrato de trabalho, contado a partir da data de admisso at o empregado completar doze meses e assim sucessivamente. A ttulo de exemplo, um empregado admitido em 08/10/12, ter o seu primeiro perodo aquisitivo de 08/10/12 a 07/10/13, o segundo de 08/10/13 a 07/10/14, o terceiro de 08/10/14 a 07/10/15 e assim sucessivamente. Observem que o perodo aquisitivo sempre se inicia no dia da admisso e termina um dia antes no ano seguinte.

    J o perodo concessivo constitui nos doze meses posteriores ao perodo aquisitivo. Considerando o mesmo empregado anterior, o perodo concessivo das primeiras frias seria de 08/10/13 a 07/10/14.

  • 26

    Perodo aquisitivo de frias Perodo concessivo de frias

    08/10/12 a 07/10/13 08/10/13 a 07/10/14

    08/10/13 a 07/10/14 08/10/14 a 07/10/15

    08/10/14 a 07/10/15 08/10/15 a 07/10/16

    O cmputo da verba envolve dias corridos, no observando o ms civil,

    conforme ocorre com o 13 salrio. No contrato de 22/09 a 10/12, incluindo a projeo do aviso-prvio, temos 3/12 de frias e no apenas 2/12, como seria no caso do 13 salrio, que leva em conta o ms civil. Mas nem sempre isto mais vantajoso para o empregado; no contrato de 16/08 a 22/10 com a projeo do aviso, temos 2/12 para as frias e 3/12 para o 13 salrio, conforme demonstrao a seguir:

    Demonstrativo apurao nmero de doze avos para apurao de frias e 13 salrio, considerando um contrato de 22/09 a 10/12:

    Apurao nmero de doze avos devido para o clculo das frias

    Apurao nmero de doze avos devido para o clculo do 13 salrio

    22/set 21/out 1 ms 1/12 22/set 30/set 9 dias No h doze avos, visto que o nmero de dias

    inferior a 15 dias

    22/out 21/nov 1 ms 1/12 01/out 30/out 1 ms 1/12

    01/nov 30/nov 1 ms 1/12

    22/nov 10/dez 19 dias

    1/12, visto que o nmero

    de dias superior a 15

    01/dez 10/dez 10 dias No h doze avos, visto que o nmero de dias

    inferior a 15 dias

    Total de doze avos para o clculo das frias

    3/12 Total de doze avos para o clculo do

    13 salrio 2/12

    Demonstrativo apurao nmero de doze avos para apurao de frias e 13 salrio,

    considerando um contrato de 16/08 a 22/10:

    Apurao nmero de doze avos devido para o clculo das frias

    Apurao nmero de doze avos devido para o clculo do 13 salrio

    16/ago 15/set 1 ms 1/12 16/ago 30/ago 15 dias 1/12, visto que o nmero

    de dias trabalhados igual a 15

    16/set 15/out 1 ms 1/12 01/set 30/set 1 ms 1/12

    16/out 22/out 7 dias No h doze avos, visto que o nmero de dias

    inferior a 15 dias 01/out 22/out 22 dias

    1/12, visto que o nmero de dias superior a 15

    Total de doze avos para o clculo das frias

    2/12 Total de doze avos para o

    clculo do 13 salrio 3/12

    Sempre que forem concedidas aps o prazo legal, so devidas em dobro (CLT,

    137 e Smula 81/TST), ressaltando que o prazo legal de concesso de 12 meses subsequentes ao perodo aquisitivo. De acordo com a Smula n. 450 do TST, o pagamento da das frias + 1/3 tambm ser em dobro, se o empregador descumprir o prazo para pagamento previsto no art. 145 da CLT, ou seja, at 02 dias antes do incio do perodo de gozo

    Exemplo: Admisso: 10/09/2013 Demisso: 10/10/2015 Supondo que no houve concesso de frias durante o perodo contratual, as frias 2013/2014 sero devidas em dobro, visto que ultrapassado o perodo concessivo, conforme demonstrao: Frias 2013/2014

  • 27

    Perodo aquisitivo: 10/09/2013 a 09/09/2014 Perodo concessivo: 10/09/2014 a 09/09/2015

    As frias normais gozadas na vigncia do contrato ou em dobro, pagas

    tambm durante o decorrer do perodo laboral, so apuradas com base na remunerao da poca da concesso (art. 142, CLT). As frias indenizadas so pagas com a remunerao do ms da resciso (Smula 07/TST). Alm da remunerao das frias, o empregado tambm tem direito ao adicional constitucional de 1/3 sobre o valor das frias (Smula 328/TST).

    A seguir apresentamos uma tabela, indicando o nmero de doze avos e o nmero de dias de frias que o empregado ter direito, observando as faltas dentro do perodo aquisitivo. Geralmente, as sentenas deferem as frias j mencionando o nmero de doze avos ou de dias que o reclamante tem direito, considerando as faltas injustificadas e comprovadas nos autos, no sendo necessrio ao calculista fazer tal apurao. Quando no h a fixao do nmero de dias ou doze avos devidos, o comando sentencial informa o nmero ou os dias a serem considerados como faltas injustificadas.

    TABELA DE FRIAS PROPORCIONAIS COM BASE NO ART. 130 DA CLT Frias

    proporcionais At 5 faltas

    injustificadas De 6 a 14 faltas

    injustificadas De 15 a 23 faltas

    injustificadas De 24 a 32 faltas

    injustificadas

    1/12 2,5 dias 2 dias 1,5 dias 1 dia

    2/12 5 dias 4 dias 3 dias 2 dias

    3/12 7,5 dias 6 dias 4,5 dias 3 dias

    4/12 10 dias 8 dias 6,0 dias 4 dias

    5/12 12,5 dias 10 dias 7,5 dias 5 dias

    6/12 15 dias 12 dias 9 dias 6 dias

    7/12 17,5 dias 14 dias 10,5 dias 7 dias

    8/12 20 dias 16 dias 12 dias 8 dias

    9/12 22,5 dias 18 dias 13,5 dias 9 dias

    10/12 25 dias 20 dias 15 dias 10 dias

    11/12 27,5 dias 22 dias 16,5 dias 11 dias

    12/12 30 dias 24 dias 18 dias 12 dias

    A ttulo de exemplo, empregado com 18 faltas injustificadas no perodo aquisitivo, na hiptese de resciso e com direito a frias proporcionais razo de 6/12, ter direito remunerao das frias no valor correspondente a 09 dias de salrio + 1/3. Exemplo de clculo de frias:

    Perodo de trabalho: 20/08/12 a 17/12/14 Salrio na resciso: R$ 2.000,00. Clculo das frias do perodo, supondo que no houve gozo de frias, assim como faltas injustificadas: Frias 2012/2013 em dobro Perodo aquisitivo: 20/08/12 a 19/08/13 e perodo concessivo: 20/08/13 a 19/08/14. Valor devido: R$ 4.000,00 (2.000,00 x 2) 1/3 s/ frias: R$ 1.333,33 Total devido das frias + 1/3 2012/2013 em dobro: R$ 5.333,33 (4.000,00 + 1.333,33) Frias simples 2013/2014 Perodo aquisitivo: 20/08/13 a 19/08/14 e perodo concessivo: 20/08/14 a 19/08/15. Valor devido: R$ 2.000,00 1/3 s/ frias: R$ 666,67 Total devido frias + 1/3 2013/2014: R$ 2.666,67(2.000,00 + 666,67) Frias proporcionais 2014/2015 Perodo aquisitivo: 20/08/14 a 17/12/14

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    Nmero de doze avos: 5/12 em vista da projeo do aviso prvio e 06 dias de acrscimo ao aviso prvio previsto na Lei 12.506/11. Valor devido: R$ 833,33 (2.000,00 / 12 x 5) 1/3 s/ frias: R$ 277,78 Total devido frias proporcionais + 1/3: R$ 1.111,11 Supondo 10 faltas injustificadas no ltimo perodo aquisitivo, as frias seriam calculadas da seguinte forma: Perodo aquisitivo: 20/08/14 a 17/12/14 Nmero de doze avos: 5/12 em vista da projeo do aviso prvio e 06 dias de acrscimo ao aviso prvio previsto na Lei 12.506/11. Nmero de faltas injustificadas: 10 dias Nmero de dias devidos de frias, conforme tabela frias proporcionais acima: 10 dias, considerando 5/12 de frias proporcionais Valor devido: R$ 666,67 (2.000,00 / 30 x 10) 1/3 s/ frias: R$ 222,22 Total devido frias + 1/3: R$ 888,89

    Conforme dispe o art. 142 da CLT, 1 e 2, a remunerao das frias do empregado horista com jornada varivel composta pela mdia das horas trabalhadas dentro do perodo aquisitivo e, para o empregado tarefeiro, pela mdia da produo do perodo.

    Empregado horista: Somam-se, ms a ms, os nmeros de horas trabalhadas dentro do perodo aquisitivo, incluindo o nmero de horas de DSR. Divide a quantidade apurada pelo nmero de meses referente ao perodo aquisitivo para achar a mdia e o resultado encontrado multiplica pelo salrio hora do ms da concesso das frias. Obs.: A quantidade de horas consta nos recibos salariais, relatrios ou fichas financeiras existentes nos autos. Exemplo: Perodo trabalhado: 02/05/14 a 31/07/15 Salrio hora em julho/15: 9,09

    Quantidade de horas

    mai/14 205 out/14 215 mar/15 203

    jun/14 216 nov/14 212 abr/15 198

    jul/14 207 dez/14 218 mai/15 190

    ago/14 208 jan/15 204 jun/15 205

    set/14 209 fev/15 215 jul/15 192

    Somatrio horas maio/14 a abril/15 (1 perodo aquisitivo) 2510

    Somatrio horas maio/15 a jul/15 (2 perodo aquisitivo) 587

    Frias simples 2014/2015 Perodo aquisitivo: 02/05/14 a 01/05/15 e perodo concessivo: 02/05/15 a 01/05/16 Total quantidade de horas trabalhadas de 01/05/14 a 30/04/14: 2510 horas Mdia: 2510 / 12 = 209,17 horas Valor das frias: R$ 1.901,36 (209,17 horas x 9,09) 1/3 s/ frias: R$ 633,79 Total devido frias + 1/3 2014/2015: R$ 2.535,15 (1.901,36 + 633,79) Frias proporcionais 2015/2016 Perodo aquisitivo: 02/05/15 a 31/07/15 Nmero de doze avos: 4/12 em vista da projeo do aviso prvio e 03 dias de acrscimo ao aviso prvio previsto na Lei 12.506/11. Total quantidade de horas trabalhadas de 01/05/15 a 31/07/15: 587 horas Mdia do perodo: 587 / 3 = 195,67

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    Valor devido: R$ 741,10 (195,67 horas x 9,09 x 4 / 12) 1/3 s/ frias: R$ 247,03 Total devido frias proporcionais + 1/3: R$ 988,13 Empregado tarefeiro: Somam-se, ms a ms, a quantidade produzida. Divide a quantidade apurada pelo nmero de meses referente ao perodo aquisitivo para achar a mdia e o resultado encontrado multiplica pelo salrio/tarefa no ms da concesso das frias. Se houver salrio fixo, soma-se o valor do salrio no ms da concesso das frias ao valor da mdia apurada. Exemplo: Condenao: Frias integrais 2014/2015 empregado tarefeiro Perodo aquisitivo: 01/07/14 a 30/06/15 Quantidade de peas produzidas no perodo pelo empregado: 3600 Valor salrio/tarefa: R$ 5,60 Mdia produo perodo aquisitivo: 300 (3600 / 12) Salrio mdio para frias: R$ 1.680,00 (300 x R$ 5,60) Valor devido frias indenizadas 2014/2015: R$ 1.680,00 1/3 s/ frias: R$ 560,00 Total devido frias + 1/3: R$ 2.240,00 Em relao aos empregados que recebem por comisso, a CLT, art. 142, 3, prev que a mdia das comisses percebidas ser apurada nos doze meses anteriores data da concesso das frias. Todavia, o calculista dever ficar atento, visto que alguns instrumentos normativos estabelecem um intervalo menor para a apurao da mdia. Exemplos de clculo com comisses constam em tpico especfico deste manual. As horas extras e adicionais noturnos integram as frias com base na mdia dos nmeros das horas extras e adicionais noturnos pagos no perodo aquisitivo, assim como os adicionais de insalubridade e periculosidade integram a base de clculo das frias pelo valor devido na data da concesso ou da resciso, art. 142, CLT, 5 e Smula 347/TST. Estabelece, ainda, o 6, do art. 142 da CLT, que se, no momento das frias, o empregado no estiver percebendo o mesmo adicional do perodo aquisitivo, ou quando o valor deste no tiver sido uniforme ser computada a mdia duodecimal recebida naquele perodo, aps a atualizao das importncias pagas, mediante incidncia dos percentuais dos reajustamentos salariais supervenientes. Tal situao comum, quando deferido ao reclamante adicional limitado a uma determinada data, mas com reflexos em verbas com vencimentos posteriores data do trmino de apurao da verba principal. A ttulo de exemplo, deferida uma gratificao ao reclamante no perodo de 01/02/14 a 31/10/14 com reflexos nas parcelas rescisrias (aviso-prvio, 13 salrio e frias integrais e proporcionais) recebidas em virtude da resciso contratual ocorrida em 20/03/15, os reflexos sero apurados, observando a proporcionalidade do perodo pago e o valor na data da resciso.

    O aviso-prvio sempre integra o perodo contratual, refletindo no clculo das frias. necessrio observar, ainda, que a alterao no clculo do aviso-prvio aps a edio da Lei 12.506/11 reflete no clculo das frias proporcionais pagas na resciso, uma vez que o acrscimo de 03 dias por ano de servio prestado na mesma empresa ao aviso prvio de 30 dias at o limite de 60 dias pode alterar a proporo de doze avos a ser calculada. Considerando apenas os 30 dias de aviso, um empregado, cuja data de admisso ocorreu em 10/09/14 e o ltimo dia laborado foi em 21/10/14, teria direito a 2/12 de frias proporcionais, visto que o aviso projetaria apenas at 20/11/14. Porm, dependendo do nmero de anos de servio prestados na empresa e o acrscimo de 03 dias por ano de servio, conforme dispe o pargrafo nico do art. 1 da Lei 12.506/11, o empregado poderia ter at 4/12 de frias proporcionais, conforme demonstrao abaixo:

    - Acrscimo de 06 dias aos 30 dias de aviso, alterando a data de admisso para 10/09/12 e mantendo o ltimo dia laborado em 21/10/14 resultaria na data de sada em 26/11/2014 (ltimo dia de projeo do aviso) o que implicaria no recebimento de 3/12 de frias proporcionais, apuradas no perodo de 10/09/14 a 26/11/14 - Acrscimo de 60 dias aos 30 dias de aviso, alterando a data de admisso para 10/09/04 e mantendo o ltimo dia laborado em 21/10/14 resultaria na data de sada em 19/01/2015

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    (ltimo dia de projeo do aviso) o que implicaria no recebimento de 4/12 de frias proporcionais, apuradas no perodo de 10/09/14 a 19/01/2015 Apenas as frias normais gozadas na vigncia do contrato de trabalho constituem salrio de contribuio para o clculo previdencirio. As frias indenizadas, sejam elas simples, em dobro, ou proporcionais no sofrem a incidncia de contribuio previdenciria. Dessa forma, nos clculos trabalhistas, quando se apuram reflexos de parcelas salariais (dif. salarial, hora extra, adicional noturno, adicional insalubridade/periculosidade, gratificaes, adicional tempo de servio, entre outras) nas frias gozadas durante o perodo trabalhado, h a incidncia de contribuio previdenciria sobre o valor do reflexo apurado.

    Em relao ao desconto fiscal, vide tpico imposto de renda deste manual. De acordo com art. 130-A da CLT, os trabalhadores contratados sob o regime de tempo parcial, aps cada perodo de doze meses de vigncia do contrato de trabalho, tem o perodo de durao de frias diferenciado, sendo que o nmero de dias de gozo ou objeto de indenizao est relacionado com a sua jornada semanal de trabalho, conforme tabela a seguir: TABELA DE FRIAS PARA TRABALHADORES CONTRATADOS EM REGIME DE TEMPO

    PARCIAL, CONFORME ART. 130-A DA CLT

    Nmero de horas trabalhadas por semana

    Nmero de dias devido de frias

    At At 07 faltas Injustificadas

    08 ou mais faltas injustificadas (reduo dos dias devidos pela metade)

    25 horas 18 dias 9 dias

    22 horas 16 dias 8 dias

    20 horas 14 dias 7 dias

    15 horas 12 dias 6 dias

    10 horas 10 dias 5 dias

    Igual ou inferior a 5 horas 8 dias 4 dias

    Exemplo de clculo de frias regime tempo parcial:

    Perodo de trabalho: 01/05/14 a 31/07/15 Salrio na resciso: R$ 900,00. Clculo das frias do perodo, supondo que no houve gozo de frias, assim como faltas injustificadas: Jornada semanal: 24 horas Frias 2014/2015 Perodo aquisitivo: 01/05/14 a 30/04/15 e perodo concessivo: 01/05/15 a 30/04/16. Nmero de dias devido de frias: 18 dias Valor devido: R$ 540,00 (900,00 / 30 x 18) 1/3 s/ frias: R$ 180,00 Total devido das frias + 1/3 2014/2015: R$ 720,00 (540,00 + 180,00) Frias proporcionais 2015 Perodo aquisitivo: 01/05/15 a 31/07/15 Nmero de dias devido de frias: 18 dias N de doze avos: 4/12 considerando a projeo do aviso prvio Valor devido: R$ 180,00 (900,00 / 30 x 18) x 4/12 1/3 s/ frias: R$ 60,00 Total devido das frias + 1/3 2015: R$ 240,00 (180,00 + 60,00) Abono pecunirio

    O abono pecunirio, previsto no art. 143 da CLT, corresponde a 1/3 da remunerao das frias. Todavia, ultimamente, dvidas tem surgido a respeito do clculo, visto que algumas planilhas apuram o abono pecunirio acrescido de 1/3 e o tero constitucional sobre 30 dias de frias. Todavia, tal apurao implica em duplicidade, visto que o clculo de 1/3 sobre os 30 dias de frias e sobre os 10 dias de abono pecunirio resulta na incidncia do

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    tero constitucional sobre 40 dias. Neste sentido, tem pacificado a jurisprudncia do Tribunal Superior do Trabalho, conforme transcries abaixo: (...) Na hiptese dos autos, o Regional, ao manter a sentena, expressamente reconheceu que a reclamada pagou separadamente o tero constitucional sobre o abono pecunirio de dez dias de frias. Entretanto, quanto aos dias gozados, entendeu que o tero constitucional deve incidir sobre a integralidade da remunerao do perodo de frias (30 dias) e no apenas sobre os dias gozados (20 dias). Essa medida, na prtica, contraria o artigo 7, inciso XVII, uma vez que reconhece o direito ao tero constitucional sobre perodo de frias superior aos 30 dias. A reclamada procedeu ao correto clculo do valor do tero das frias. Pagou 1/3 sobre os 20 dias de frias gozados e mais 1/3 sobre os 10 dias convertidos em pecnia, ou seja, pagou o tero constitucional de frias sobre os 30 dias, embora em rubricas distintas. No h prejuzo em clculo do tero constitucional de frias de forma fracionada: primeiro sobre os vinte dias usufrudos e depois sobre os dez dias relativos ao abono pecunirio. O que importa para os empregados, no que diz respeito ao tero constitucional de frias, receber o tero equivalente aos trinta dias de frias. A jurisprudncia desta Corte uniformizadora j se consolidou nesse sentido, conforme os precedentes da SDI-1, a seguir destacados:

    RECURSO DE EMBARGOS. FRIAS. ABONO PECUNIRIO. BASE DE CLCULO. TERO CONSTITUCIONAL. RECURSO DE REVISTA NO CONHECIDO. VIOLAO LITERAL DO ART. 7, XVII, DA CF. MATRIA DE DIREITO. EXAME IMEDIATO.

    PROVIMENTO. Havendo conflito jurisprudencial entre Turmas do c. TST, em relao ao conhecimento do apelo por ofensa literal do art. 7, XVII, da Constituio Federal, em razo da matria relativa ao tero constitucional de frias sobre o abono pecunirio, em dobro, de se reformar a deciso da c. Turma que no vislumbrou a ofensa literalidade da norma, que determina ser devido o tero constitucional sobre as frias. Nesses termos, adentra-se no exame da matria, de direito, a determinar que o empregado, no que diz respeito ao tero constitucional de frias, dever receber o total equivalente aos trinta dias de frias, podendo ser vinte deles em rubrica prpria, e os outros dez acrescidos do valor do abono pecunirio. Devido o clculo sobre o pagamento do tero de frias sobre os trinta dias de frias, no cabe novo clculo, em acrscimo, ao abono pecunirio, sob pena de se reconhecer frias de quarenta dias. Recurso de embargos conhecido e provido. (Processo: E-ED-RR - 800-45.2011.5.13.0005, data de Julgamento: 29/08/2013, Relator Ministro: Aloysio Corra da Veiga, Subseo I Especializada em Dissdios Individuais, data de Publicao: DEJT 06/09/2013) RECURSO DE EMBARGOS. ABONO PECUNIRIO DE FRIAS - BASE DE CLCULO. A SDI-1 desta Corte vem entendendo que o abono pecunirio previsto no artigo 143 da CLT equivale remunerao do trabalho nos dias a que ele corresponde, sem o acrscimo do tero constitucional incidente sobre a remunerao de todo o perodo de frias. Recurso de embargos conhecido e desprovido. (Processo: E-RR - 623-89.2011.5.07.0024, data de Julgamento: 05/09/2013, Relator Ministro: Renato de Lacerda Paiva, Subseo I Especializada em Dissdios Individuais, data de Publicao: DEJT 13/09/2013). RECURSO DE EMBARGOS INTERPOSTO SOB A GIDE DA LEI N. 11.496/2007. FRIAS. ABONO PECUNIRIO. CLCULO. TERO CONSTITUCIONAL. Esta Corte uniformizadora, a partir da exegese da norma expressa no artigo 143 da Consolidao das Leis do Trabalho, vem firmando entendimento no sentido de que, uma vez constatado o pagamento do tero constitucional sobre os 30 dias de frias, resulta indevido o pagamento de 1/3 sobre o abono pecunirio de frias. Precedentes. Recurso de embargos conhecido e provido. (Processo: E-RR - 282-96.2011.5.18.0011, data de Julgamento: 16/05/2013, Relator Ministro: Lelio Bentes Corra, Subseo I Especializada em Dissdios Individuais, data de Publicao: DEJT 07/06/2013). RECURSO DE EMBARGOS INTERPOSTO NA VIGNCIA DA LEI 11.496/2007. FRIAS. ACRSCIMO DE 1/3 SOBRE O ABONO PECUNIRIO. INTERPRETAO DO ART. 143 DA CLT. A Colenda Turma decidiu que o abono pecunirio no deve sofrer o reflexo do tero constitucional, que compe a remunerao das frias, pois h de equivaler remunerao do trabalho nos dez dias a que de fato corresponde. Em rigor, o art. 143 da CLT comporta interpretao - a um s tempo sistemtica e histrica - na direo de no permitir que a vontade constitucional eleve, por via oblqua, o valor do abono pecunirio, quando em verdade a inteno do constituinte fora a de evitar que o abono pecunirio fosse necessrio para o empregado financiar o seu lazer em meio s frias. Acresceu remunerao das frias o valor equivalente ao antigo abono, mas o abono subsistiu na ordem jurdica infraconstitucional. Prevalece, por conseguinte, o entendimento sufragado pelo acrdo turmrio, qual seja, o de que o abono pecunirio previsto no art. 143 da CLT deve equivaler remunerao do trabalho nos dias a que ele corresponde, sem o acrscimo ou o reflexo de 1/3 que incide sobre a remunerao de todo o perodo de frias (inclusive sobre os dias de frias convertidos em pecnia). Embargos conhecidos e no providos. (Processo: E-RR - 585800-56.2007.5.12.0026, data de julgamento: 16/2/2012, Relator Ministro: Augusto Csar Leite de Carvalho, Subseo I Especializada em Dissdios Individuais, data de publicao: DEJT 2/3/2012)

    Citam-se, ainda, precedentes de Turmas:

    (...) II - RECURSO DE REVISTA DA RECLAMADA TERO CONSTITUCIONAL E ABONO PECUNIRIO - FORMA DE CLCULO. O pagamento do tero de frias, em duas rubricas, a primeira, apurada sobre os vinte dias de frias usufrudas, e a segunda, sobre os dez dias relativos ao abono pecunirio, no traz prejuzo ao empregado, que permanece recebendo a parcela em sua totalidade, nos termos do art. 7, XVII, da Constituio Federal. Precedentes. Recurso de revista conhecido e Provido. (ARR - 31300-31.2011.5.13.0026, Relatora Desembargadora Convocada: Maria das Graas Silvany Dourado Laranjeira, data de julgamento: 12/12/2012, 2 Turma, data de publicao: 22/2/2013).

    ABONO PECUNIRIO DE FRIAS - FORMA DE CLCULO - INEXISTNCIA DE INCORREO. 1. Conforme estabelece o art. XVII, da CF, garantia do trabalhador o gozo de frias anuais remuneradas com o acrscimo de, pelo menos, um tero a mais do que o salrio normal. Ademais, o art. 143 da CLT faculta ao empregado converter 1/3 (um tero) do perodo de frias a que tiver direito em abono pecunirio, no valor da remunerao que lhe seria devida nos dias correspondentes. 2. -In casu-, o Regional consignou que o clculo do tero constitucional de frias, ao seguir as

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    regras do seu manual normativo, era realizado em duas rubricas distintas, implicando, portanto, uma diferena a menor no valor devido a ttulo de abono pecunirio, impondo-se a obrigao de pagar as respectivas diferenas. 3. Entretanto, no se pode dizer que o pagamento do tero Constitucional sobre os vinte dias usufrudos de frias esteja equivocado ou implique prejuzo ao trabalhador, desde que a remunerao do abono pecunirio, nos casos de venda das frias, contemple o valor correspondente incidncia do tero constitucional na remunerao dos dez dias vendidos, tal como era realizado no presente caso, sob duas rubricas distintas. 4. Assim, no obstante a ciso da base de clculo para a incidncia do tero constitucional, houve o correto pagamento de um tero sobre todo o perodo das frias (30 dias), o que rechaa a pretenso obreira a diferenas de frias. Recurso de revista provido. (RR - 20000-04.2012.5.13.0005, Relator Ministro: Ives Gandra Martins Filho, data de julgamento: 5/12/2012, 7 Turma, data de publicao: 7/12/2012). EMBARGOS DE DECLARAO. OMISSO CONFIG