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UNIVERSIDADE FERNANDO PESSOA ROTEIRO COMPLEMENTAR À RRVS INTEGRANDO O PATRIMÓNIO NATURAL E PAISAGÍSTICO DE FELGUEIRAS Trabalho de fim de Pós-Graduação Turismo, Ordenamento e Gestão do Território Berta Maria Sousa Dias Orientador: Dr. Álvaro Cidrais Penafiel, 2006

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UNIVERSIDADE FERNANDO PESSOA

ROTEIRO COMPLEMENTAR À RRVS

INTEGRANDO O

PATRIMÓNIO NATURAL E PAISAGÍSTICO

DE FELGUEIRAS

Trabalho de fim de Pós-Graduação

Turismo, Ordenamento e Gestão do Território

Berta Maria Sousa Dias

Orientador: Dr. Álvaro Cidrais

Penafiel, 2006

Sendo o turismo um domínio fundamental em termos económicos, patrimoniais

e sociais é necessário dignificá-lo e fortalecê-lo, para tal o desenvolvimento turístico

deverá ocorrer de forma sustentável.

Reflexão

Resumo

O presente trabalho tem como objectivo principal a elaboração de um roteiro

complementar à Rota do Românico do Vale do Sousa que efectue a ligação entre os

Monumentos Românicos do Concelho de Felgueiras, abrangendo o máximo de

espaços com potencialidades naturais e paisagísticas, a fim de contribuir para o

incremento do desenvolvimento turístico da região do Vale do Sousa.

Na primeira fase deste trabalho procede-se ao enquadramento do território

bem como ao enquadramento na perspectiva da análise estratégica, mediante a

elaboração de uma análise SWOT, a apresentação de uma visão estratégica e a

definição de objectivos estratégicos e de recomendações. De seguida aborda-se a

temática do desenvolvimento rural integrado com o ambiente, através da referência ao

desenvolvimento sustentável do espaço rural, ao património natural e paisagístico

como recurso turístico, à avaliação do potencial destes para gerar atracção turística e

promover o desenvolvimento turístico da RRVS, uma vez que o objecto de estudo

(Património natural e paisagístico) se concentra, maioritariamente, nos espaços rurais.

Entretanto, procede-se à identificação e caracterização dos elementos naturais e

paisagísticos da área em estudo considerados relevantes. Na fase final, apresenta-se

o roteiro proposto, o qual abrange os dois percursos pedestres implementados na

zona de Pombeiro e Vila Fria, o percurso em Jugueiros elaborado pela Associação

Salta Fronteiras, bem como novos trajectos elencados durante o trabalho de campo

que serviu de suporte à realização deste estudo.

A partir da realização deste trabalho conclui-se que Felgueiras tal como a

região do Vale do Sousa possui um vasto espectro de valores naturais e paisagísticos

capazes de despertar interesse a visitantes, e que portanto estes valores em

complemento com a presença de elementos patrimoniais românicos de valor

inestimável têm fortes potencialidades para promover a atracção turística deste

território. Além disso, conclui-se que o desenvolvimento turístico deverá incidir num

equilíbrio entre as vertentes ambientais, económicas e sociais, por forma a ser

sustentável, e que a estruturação de um roteiro complementar à RRVS integrando o

património natural e paisagístico poderá atribuir maior visibilidade dos valores

ambientais existentes nas proximidades dos monumentos românicos quer de

Felgueiras como da região do Vale do Sousa.

Palavras-chave: RRVS, Felgueiras, Património natural e paisagístico, Atracção

turística, Desenvolvimento turístico e Desenvolvimento sustentável.

I

Agradecimentos

Ao finalizar este trabalho não podia deixar de patentear os meus sinceros

reconhecimentos a todos aqueles de alguma forma contribuíram para a sua

realização.

Dirijo uma especial palavra de agradecimento à Ader-Sousa, à Comunidade

Urbana do Vale do Sousa e à Universidade Fernando Pessoa por em conjunto me

proporcionarem a realização da Pós-graduação em Turismo, Ordenamento e Gestão

do Território, inerente ao presente estudo.

Ao Dr. Álvaro Cidrais, o meu orientador, pretendo manifestar o meu encarecido

agradecimento pelos esclarecimentos e sugestões, bem como pela disponibilidade

evidenciada ao longo da execução do trabalho.

À Dr.ª Joana Neves por me ter auxiliado a estruturar as ideias para definir o tema

do trabalho.

À minha amiga Carla Teixeira quero expressar o meu apreço e gratidão por toda

a amizade que sempre demonstrou, bem como por todo o empenho e disponibilidade

para me auxiliar no que eu necessitasse, nomeadamente nos esclarecimentos do

funcionamento do AutoCAD e na execução dos mapas.

Ao meu irmão desejo demonstrar a minha gratidão por todo o amor e carinho

evidenciados ao longo da vida, bem como pela ajuda e apoio na obtenção de

bibliografia interessante para a elaboração deste estudo.

Dedico o meu apreço e gratidão aos meus Pais, pessoas maravilhosas, a quem

devo tudo, amor, carinho, educação, força para seguir sempre mais além,… A Ti Pai

peço desculpas por não te dar tanta atenção como merecias nesta fase de

recuperação. A ti Mãe agradeço-te por me ajudares em tudo.

Pretendo, ainda, patentear o meu eterno agradecimento ao Jorge, meu marido e

simultaneamente a pessoa mais especial do mundo, por todo o amor, carinho,

perseverança, compreensão, bem como pelo auxílio e companheirismo no trabalho de

campo efectuado por ambos.

II

Quero, também, dirigir umas palavras de agradecimento ao Mário Gaspar pela

confiança transmitida ao me disponibilizar todo o material de elaboração do percurso

pedestre 3 Rios, da Associação Salta Fronteiras.

Ao Eng.º Vítor Marinho da Comunidade Urbana do Vale do Sousa pretendo

testemunhar o meu reconhecimento por me ter cedido o mapa da região do Vale do

Sousa que lhe solicitei.

Por fim, gostaria de evidenciar o meu agradecimento a todas as pessoas que

colaboraram na realização deste trabalho, mas que por lapso não foram mencionadas.

III

Siglas

C.M – Caminho municipal

E.M – Estrada municipal

E.N – Estrada nacional

RRVS – Rota do Românico do Vale do Sousa

SWOT – Strengths, Weaknesses, Opportunities and Threats

PR – Percurso Pedestre

IV

Índice de texto

Resumo ......................................................................................................................................... I Agradecimentos ..........................................................................................................................II 1 – Introdução ............................................................................................................................. 1 2 – Enquadramento do Território ............................................................................................. 3

2.1 – Enquadramento na perspectiva da análise estratégica .......................................... 5 2.1.1 – Análise SWOT ........................................................................................................ 5 2.1.2 – Visão estratégica.................................................................................................... 6 2.1.3 – Definição de objectivos estratégicos................................................................... 7 2.1.4 – Recomendações propostas.................................................................................. 8

3 – O desenvolvimento dos espaços rurais e o ambiente ................................................... 9 3.1 – O desenvolvimento sustentável do espaço rural ..................................................... 9 3.2 – O património natural e paisagístico como recurso turístico ................................. 10 3.3 – Avaliação da Atracção turística ................................................................................ 11 3.4 – Contribuição para o Desenvolvimento Turístico da RRVS................................... 13

4 – Identificação e Caracterização dos elementos naturais e paisagísticos................... 15 4.1 – Elementos naturais ..................................................................................................... 15

4.1.1 – Fauna ..................................................................................................................... 15 4.1.2 – Coberto vegetal .................................................................................................... 15 4.1.3 – Linhas de água e Lagos naturais ...................................................................... 16 4.1.4 – Zonas de elevada altitude................................................................................... 17

4.2 – Elementos paisagísticos ............................................................................................ 17 4.2.1 – Notas sobre a paisagem ..................................................................................... 17 4.2.2 – Distribuição geográfica das zonas que permitem vistas panorâmicas........ 18

5 – Estruturação do Roteiro turístico complementar à RRVS atendendo ao potencial dos espaços naturais ............................................................................................................... 19

5.1 – Roteiro turístico complementar proposto ................................................................ 19 5.2 – Actividades potenciais................................................................................................ 20 5.3 – Percursos pedestres implementados ...................................................................... 21

5.3.1 – PR1 “Caminhos Medievais”................................................................................ 22 5.3.2 – PR2 “Caminhos Verdes” ..................................................................................... 23 5.3.3 – Percurso pedestre “3Rios”.................................................................................. 24

5.4 – Caminhos propostos que incluem espaços paisagísticos interessantes ........... 27 5.4.1 – Trajecto estabelecido entre o Mosteiro de Pombeiro e a Igreja de S. Vicente de Sousa .............................................................................................................. 27 5.4.2 – Trajecto estabelecido entre a Igreja de S. Vicente de Sousa e a Igreja de S. Salvador de Unhão ........................................................................................................... 29 5.4.3 – Trajecto estabelecido entre a Igreja de S. Salvador de Unhão e a Igreja de Santa Maria de Airães ...................................................................................................... 31 5.4.4 – Trajecto estabelecido entre a Igreja de Santa Maria de Airães e a Igreja Velha de S. Mamede de Vila Verde ............................................................................... 32

6 – Conclusão ........................................................................................................................... 34 7 – Bibliografia .......................................................................................................................... 35 GLOSSÁRIO ............................................................................................................................. 37 ANEXO I – Mapa do Roteiro complementar proposto........................................................ 39 ANEXO II – Mapas dos Percursos Pedestres implementados ......................................... 40 ANEXO III – Mapas dos Trajectos propostos ...................................................................... 41

V

Índice de figuras Figura n.º 1 – Localização de Felgueiras na região do Vale do Sousa .......................... 3

Figura n.º 2 – Área de influência do presente trabalho .................................................. 4

Figura n.º 3 – Representação esquemática da visão estratégica .................................. 6

Figura n.º 4.1.1 – Ponte do Arco em Vila Fria .............................................................. 22

Figura n.º 4.1.2 – Vista do Rio Vizela ........................................................................... 22

Figura n.º 4.2.1 – Cartaz divulgativo dos PR em Pombeiro e Vila Fria ........................ 23

Figura n.º 4.2.2 – Calçada Romana em Vila Fria ......................................................... 23

Figura n.º 4.3.1 – Lugar de Escavanca ........................................................................ 24

Figura n.º 4.3.2 – Vista do “penedo que voa” ............................................................... 24

Figura n.º 5.1.1 – Vista panorâmica no Monte da Sr.ª dos Perdidos............................ 27

Figura n.º 5.1.2 – Gado a pastar em Revinhade .......................................................... 27

Figura n.º 5.2.1 – Vista de uma poça e da dominante cultura de vinha ....................... 29

Figura n.º 5.2.2 – Vista da passagem ladeada e coberta por vinha no Unhão ............ 29

Figura n.º 5.4.1 – Linha de água junto à Igreja de Airães ............................................ 32

Figura n.º 5.4.2 – Poça de água descrita como encantadora....................................... 32

Figura n.º 5.4.3 – Vista de parte do imponente caminho rural “amuralhado” ............... 32

VI

Índice de tabelas

Tabela n.º 1 – Análise SWOT......................................................................................... 5

Tabela n.º 2.1 – Descrição do Percurso Pedestre “Caminhos Medievais” ................... 22

Tabela n.º 2.2 – Descrição do Percurso Pedestre “Caminhos Verdes”........................ 23

Tabela n.º 2.3 – Descrição do Percurso Pedestre “3Rios” ........................................... 24

Tabela n.º 3.1 – Descrição do Trajecto estabelecido entre o Mosteiro de Pombeiro e a

Igreja de S. Vicente de Sousa................................................................................ 27

Tabela n.º 3.2 – Descrição do Trajecto estabelecido entre a Igreja de S. Vicente de

Sousa e a Igreja de S. Salvador de Unhão............................................................ 29

Tabela n.º 3.3 – Descrição do Trajecto estabelecido entre a Igreja de S. Salvador de

Unhão e a Igreja de Santa Maria de Airães ........................................................... 31

Tabela n.º 3.1 – Descrição do Trajecto estabelecido entre a Igreja de Santa Maria de

Airães e a Igreja Velha de S. Mamede de Vila Verde............................................ 32

VII

Roteiro complementar à RRVS integrando o Património natural e paisagístico de Felgueiras

1 – Introdução As motivações turísticas são uma importante componente que induz ao

sucesso ou insucesso dos espaços turísticos e desta forma fornecem um cunho

significativo para o desenvolvimento turístico (Martins 2004).

Na actualidade é clara a tendência do turista para a procura do contacto com a

natureza e culturas tradicionais, da contemplação das belezas paisagísticas, do

desfrute de ar puro e da tranquilidade proporcionada pelo ambiente natural. O

património ambiental e paisagístico é portanto um elemento de relevante interesse

para a generalidade dos turistas, e neste sentido é imprescindível valorizar os espaços

naturais e paisagísticos de um território que se pretende projectar como destino

turístico.

Dado o potencial de Felgueiras em termos de espaços naturais e paisagísticos,

julga-se pertinente a tentativa de valorização deste tipo de espaços, por forma a

impulsionar a atracção dos possíveis visitantes e consequentemente o

desenvolvimento do sector turístico da região em que este Concelho se insere.

Neste contexto, considera-se que a pergunta de investigação mais apropriada

deva ser a seguinte: Como valorizar os espaços naturais e paisagísticos das envolventes indirectas dos monumentos do Concelho de Felgueiras que integram a RRVS, de modo a potenciar a procura turística desta?

No que concerne aos objectivos fundamentais do presente trabalho, estes

consistem em perceber em que termos as potencialidades do espaço natural e

paisagístico podem contribuir para o aumento da procura turística da RRVS, bem

como na proposta de um roteiro complementar à RRVS atendendo ao potencial dos

valores ambientais existentes nas envolventes indirectas dos monumentos do

Concelho de Felgueiras que integram a Rota.

Na tentativa de se concretizar os objectivos definidos e assim se assegurar o

alcance do desenvolvimento turístico de Felgueiras e concomitantemente do Vale do

Sousa, com base na protecção, conservação e melhoria dos recursos ambientais e

condições existentes, pretende-se fazer uma análise SWOT, configurar uma visão

estratégica, enunciar alguns objectivos estratégicos e propor determinadas

recomendações. Além disso irar-se-á proceder à identificação e caracterização de

lugares com interesse natural e paisagístico que poderão despertar o interesse

turístico, e a partir daí elaborar o roteiro complementar pretendido, mas de forma a que

Trabalho de Pós-graduação 1

Roteiro complementar à RRVS integrando o Património natural e paisagístico de Felgueiras

os bens existentes nestes locais sejam salvaguardados. Espera-se que o roteiro possa

constituir um relevante instrumento de complemento à implementação da RRVS,

visando a projecção deste território como detentor de um tesouro patrimonial, natural e

cultural.

A estrutura metodológica que suportou o desenvolvimento do presente

trabalho consistiu, numa primeira fase e ao longo da execução do trabalho, na

realização de uma investigação bibliográfica procurando recorrer a documentos e

obras credíveis e relevantes para as questões em análise, uma vez que a pesquisa

bibliográfica é uma peça fundamental para completar e enriquecer os textos. Durante

a primeira quinzena do mês de Agosto e todo o mês de Setembro efectuou-se todo um

conjunto de deslocações ao terreno com o intuito de elencar todos os locais das

envolventes dos monumentos românicos do Concelho de Felgueiras passíveis de

constituírem focos de interesse em termos naturais e paisagísticos, bem como de

fazer um registo fotográfico dos elementos considerados relevantes.

Paralelamente a tudo isto recorreu-se a Cartografia e através da utilização de

software específico (AutoCad) procedeu-se ao respectivo tratamento de dados.

Trabalho de Pós-graduação 2

Roteiro complementar à RRVS integrando o Património natural e paisagístico de Felgueiras

2 – Enquadramento do Território

O Concelho de Felgueiras situa-se na região Norte de Portugal e encabeça a

região do Vale do Sousa, tal como é evidenciado na figura n.º1.

Actualmente, este Concelho é formado por 32 freguesias, abrange uma área de

11 474 ha e integra quatro centros urbanos, nomeadamente, a cidade de Felgueiras, a

cidade da Lixa, a vila de Barrosas e a vila da Longra.

(Fonte: Comunidade Urbana do Vale do Sousa)

Figura n.º 1 – Localização de Felgueiras na região do Vale do Sousa

A área objecto do presente trabalho, tal como se pode visualizar na figura n.º2,

abrange de um modo geral, as freguesias onde existem os Monumentos inseridos na

Rota do Românico do Vale do Sousa: Pombeiro (Mosteiro de Pombeiro), S. Vicente de

Sousa (Igreja de São Vicente de Sousa), Unhão (Igreja de São Salvador de Unhão),

Airães (Igreja de Santa Maria de Airães) e Vila Verde (Igreja Velha de São Mamede de

Vila Verde). Contudo, a área de estudo engloba, ainda, zonas de algumas freguesias

que estabelecem a ligação entre as freguesias que albergam os Monumentos

Românicos, bem como zonas da freguesia de Vila Fria e Jugueiros, dado o potencial

de recursos naturais e paisagísticos e a proximidade ao Mosteiro de Pombeiro, um dos

Monumentos âncora da RRVS.

Trabalho de Pós-graduação 3

Roteiro complementar à RRVS integrando o Património natural e paisagístico de Felgueiras

Figura n.º 2 – Área de influência do presente trabalho

Ao delinear-se a área de estudo teve-se em consideração que a área

envolvente dos Monumentos pode ser subdividida em dois tipos: directa e indirecta.

Considera-se que a área envolvente directa corresponde à área que permite a

fruição do Monumento, enquanto que a área envolvente indirecta pode englobar áreas

a partir das quais não é possível contemplar o objecto patrimonial, mas que no entanto

se considera que albergam características consideradas relevantes, as quais em

complemento com o Monumento podem contribuir para o aumento da atracção

turística da zona.

Este trabalho incide na avaliação do potencial atractivo das áreas envolventes

indirectas em termos naturais e paisagísticos, daí que se inclua na área de estudo

zonas de freguesias que não possuem elementos patrimoniais românicos inseridos na

RRVS.

Trabalho de Pós-graduação 4

Roteiro complementar à RRVS integrando o Património natural e paisagístico de Felgueiras

2.1 – Enquadramento na perspectiva da análise estratégica

2.1.1 – Análise SWOT

Do diagnóstico efectuado sobre o Património natural e paisagístico das

envolventes dos objectos patrimoniais de Felgueiras inseridos na RRVS foi possível

elaborar a análise SWOT que se apresenta a seguir, com o intuito de com base no

diagnóstico dos pontos fortes, pontos fracos, oportunidades e ameaças, se apresentar

uma visão estratégica, se definir objectivos estratégicos e algumas recomendações.

Tabela n.º 1 – Análise SWOT

Pontos Fortes Pontos Fracos Abundância e diversidade de Recursos

Naturais e Paisagísticos;

Carácter físico-geográfico específico;

Existência de Percursos pedestres já

implementados;

Existência de Alojamento Turístico

Rural;

Riqueza de Património histórico e

edificado;

Dinâmica económica significativa,

devido ao desenvolvimento industrial;

Elevada capacidade de iniciativa/

empreendedorismo;

Simpatia e hospitalidade das

populações locais;

Boas acessibilidades a nível externo;

Poluição dos Cursos de Água;

Disseminação de Montureiras pelo

território;

Impossibilidade de estruturar percursos

pedestres com mais interesse, devido à

passagem da A11;

Reduzidas infraestruturas de apoio aos

turistas (Parques de merendas, postos

de informação);

Construções descontextualizadas em

zonas de índole rural;

Escasso aproveitamento do espaço

rural para a realização de actividades de

lazer e culturais;

Baixa cobertura de infraestruturas de

saneamento básico nas áreas mais

rurais;

Quantidade insuficiente de estruturas de

animação/lazer;

Imagem negativa do Concelho;

Oportunidades Ameaças Emergência da procura do espaço rural;

Potencialidades para a realização de

diversas actividades (passeios

equestres, de bicicleta e de zangada,

bem como raids);

Desenvolvimento turístico devido ao

Turismo Cultural promovido pela

implementação da RRVS;

Financiamentos do Programa “Leader”

Ausência de divulgação das

potencialidades da área de estudo;

Sobre-exploração dos recursos naturais

e paisagísticos;

Risco de perda da vitalidade do espaço

rural;

Produto turístico que tenderá a ser

procurado sazonalmente;

Trabalho de Pós-graduação 5

Roteiro complementar à RRVS integrando o Património natural e paisagístico de Felgueiras

2.1.2 – Visão estratégica

A estratégia de valorização dos espaços naturais e paisagísticos que existem

nas proximidades dos Monumentos de Felgueiras pertencentes à RRVS deverá visar a

criação de condições para a exploração do potencial turístico neste âmbito, em

equilíbrio com a sustentabilidade ambiental.

Atendendo ao leque de elementos naturais e paisagísticos interessantes e ao

conjunto dos cinco objectos patrimoniais da RRVS, existentes em Felgueiras, prevê-se

que com base numa estratégia de Marketing adequada existam todas as condições

para que a atracção turística deste território aumente e consequentemente se verifique

um incremento no potencial para o desenvolvimento turístico da RRVS, que integrado

com o sector económico, o interesse das populações locais e a salvaguarda dos

recursos, poderão contribuir para o alcance do desenvolvimento turístico sustentável.

De forma sintética e esquemática a visão estratégica considerada pode ser

apresentada da seguinte forma:

Atracção turística

>

Potencial para

Desenvolvimento

Turístico

da RRVS

Sector

económico

Salvaguarda

dos recursos

Naturais e

Paisagísticos

DESENVOLVIMENTO TURÍSTICO SUSTENTÁVEL

Interesse

das

populações

locais

Recursos naturais

+

Objectos patrimoniais românicos

+

Estratégia de Marketing

Figura n.º 3 – Representação esquemática da visão estratégica

Trabalho de Pós-graduação 6

Roteiro complementar à RRVS integrando o Património natural e paisagístico de Felgueiras

2.1.3 – Definição de objectivos estratégicos

Numa perspectiva de promoção do desenvolvimento local sustentável, um dos

objectivos fundamentais deve incidir na defesa, conservação, valorização e divulgação

dos valores ambientais existentes na área de incidência deste estudo.

Um outro objectivo estratégico que se considera pertinente consiste em

desencadear estratégias de promoção e valorização dos recursos naturais e

paisagísticos, fomentando novas oportunidades de negócio ( de iniciativa individual e

colectiva, pública, privada e associativa), potenciando a retenção de mais valias e

dando vida ao território (Riedl et al 2002).

Além disso, julga-se conveniente reforçar os factores de atracção do destino

através da criação ou consolidação de equipamentos e infra-estruturas de alojamento

e de apoio, incluindo parques de merendas e mais miradouros, instalando e

divulgando percursos e desenvolvendo actividades de animação, mas em

consentâneo com a conservação dos valores naturais e paisagísticos, bem como com

o desenvolvimento local sustentável.

Deve assegurar-se a divulgação das potencialidades existentes através da

utilização de meios de comunicação adequados, de acordo com o público-alvo.

Importa garantir que os instrumentos de gestão territorial se baseiem

obrigatoriamente num correcto planeamento integrado e num bom ordenamento do

território, de forma a promover-se a contenção do crescimento urbano face a terrenos

agrícolas, florestais e paisagens, e uma localização adequada das actividades cruciais

para o desenvolvimento económico e social de uma região, de forma a salvaguardar-

se os valores ambientais existentes.

Paralelamente é importante aproveitar o contributo quer financeiro quer laboral

do sector público, privado bem como de associações e dos agrupamentos de

escuteiros do Concelho.

Trabalho de Pós-graduação 7

Roteiro complementar à RRVS integrando o Património natural e paisagístico de Felgueiras

2.1.4 – Recomendações propostas

Com o intuito de alcançar os objectivos definidos deve procurar-se:

• Manter as características de destino de qualidade, através da defesa,

conservação e valorização do património natural e paisagístico;

• Reduzir e controlar as fontes de poluição existentes;

• Recuperar as condições ambientais de áreas degradadas, nomeadamente das

linhas de água e de solos poluídos;

• Defender o suporte físico natural;

• Recuperar o património paisagístico nas zonas rurais;

• Integrar medidas de política ambiental no zonamento e no licenciamento de

projectos no espaço rural;

• Promover a classificação de áreas de protecção dos recursos naturais e

paisagísticos existentes, através da constituição da Estrutura Ecológica Rural;

Trabalho de Pós-graduação 8

Roteiro complementar à RRVS integrando o Património natural e paisagístico de Felgueiras

3 – O desenvolvimento dos espaços rurais e o ambiente

3.1 – O desenvolvimento sustentável do espaço rural Segundo Vítor Coelho Barros, o desenvolvimento rural deve assentar na busca

do desenvolvimento sustentável do espaço rural.

De acordo com a Decisão do Conselho de 20 de Fevereiro de 2006 relativa às

orientações estratégicas comunitárias de desenvolvimento rural, a futura política de

desenvolvimento rural concentra-se em três áreas essenciais: economia agro-

alimentar, ambiente e de uma forma mais geral economia e população rural. As

próximas estratégias e programas de desenvolvimento do espaço rural serão

alicerçados segundo quatro eixos: aumento da competitividade dos sectores agrícola e

florestal, melhoria do ambiente e da paisagem rural, qualidade de vida nas zonas

rurais e diversificação da economia rural e “Leader”.

Se se pretende que o desenvolvimento rural tenha qualidade e perdure no

tempo há necessidade de estabelecer uma harmonia entre os aspectos económico,

social e ambiental, e portanto não pode ser avaliado , como antigamente, apenas com

base no sector agrícola.

Tem-se vindo a assistir a uma clara evolução no sentido de dar às questões

ambientais uma importância significativa no domínio do desenvolvimento rural, pois,

actualmente, o ambiente é parte integrante e estrutural deste (Rosa 2004). Para se

alcançar a sustentabilidade, a qual é crucial para a manutenção da vida no planeta

Terra, o futuro do desenvolvimento rural deve abarcar harmoniosamente o ambiente.

Cada vez mais, se reconhece que o mundo rural não é somente um fornecedor

de matérias-primas, mas sim um espaço de múltiplas funções. Desta forma, a

sociedade actual busca no mundo rural o território e paisagem tradicional, os espaços

e recursos naturais, o turismo e lazer, bem como a produção agrícola, todavia quer-se

que esta seja menos intensiva, com menos ou sem produtos químicos, de grande

qualidade e de preferência que produza produtos certificados.

As ideias que têm sido construídas acerca do quotidiano no espaço rural, das

culturas tradicionais e da possibilidade de contacto com a natureza revelam-se na

revalorização social do rural (Riedl et al 2002).

Trabalho de Pós-graduação 9

Roteiro complementar à RRVS integrando o Património natural e paisagístico de Felgueiras

3.2 – O património natural e paisagístico como recurso turístico

O turismo inicia-se no século XIX como prática institucional e organizada e opõe

a cidade e o campo, apontando este último como local que favorece a permanência

para fins recreativos (Yázigi, E. et al 2002).

A viagem e turismo são deslocamentos que estabelecem não apenas diferenças

entre espaços e tempos, mas sobretudo geram percepções entre espaços e tempos

diferentes. A viagem diz respeito aos deslocamentos espaciais que determinam as

suas diferenças concretas a partir das paisagens que evidencia e, principalmente pela

visibilidade que, aparentemente, produz. O turismo promove simbolicamente estes

deslocamentos, e é com base nisto que a publicidade turística se baseia para induzir,

antes do deslocamento, a um estado de espírito adequado às modalidades do turismo

(Yázigi, E. et al 2002).

Sendo certo que foram as condições naturais que originaram a actividade

turística há necessidade de se preservar e conservar estes recursos, não só pelo seu

valor ecológico, mas também porque a sua degradação induz à diminuição da própria

actividade do turismo. Contudo, isto é difícil de alcançar, pois, normalmente, o turismo

tal como todas as actividades de produção capitalista destrói as suas condições de

produção, daí a importância do desenvolvimento sustentável.

A concentração do património natural verifica-se fundamentalmente nas zonas

rurais, o que proporciona a estas zonas a possibilidade de atraírem pessoas quer para

descansar como para viver no campo, dado o seu papel de reserva de recursos

naturais bem como de paisagens interessantes. Além disso, o ambiente físico-natural

tem condições para proporcionar diversas opções para reforçar o turismo, ao nível

recreativo, desportivo/ aventureiro, orientativo e formativo.

Através da realização de um inventário das características naturais de um

território é possível conhecer o ambiente físico onde está inserido. Este conhecimento

é fundamental para se planear correctamente, direccionando todas as acções segundo

um rumo que assegure a qualidade de vida de todos os sistemas vivos, pois há

necessidade de prever e corrigir tanto as repercussões indesejáveis da acção humana

sobre o ambiente como as do ambiente sobre a acção humana.

A diferenciação das estratégias de intervenção no domínio ambiental depende

essencialmente da valorização dos ecossistemas e valores ecológicos existentes no

território, por isso é necessário atribuir valor a determinados ecossistemas

fundamentando a necessidade de conservação. A atribuição de valor resulta do facto

dos ecossistemas fornecerem benefícios relevantes, nomeadamente serviços

Trabalho de Pós-graduação 10

Roteiro complementar à RRVS integrando o Património natural e paisagístico de Felgueiras

ambientais (suporte à vida, regulação climática, amenidades), oferta de recursos

(matérias primas e energia) e a assimilação de resíduos no solo, no ar ou na água

(Fidélis 2001).

Os sistemas físicos de elevado valor natural possuem um papel preponderante

na preservação da biodiversidade e dos habitats, na protecção de paisagens e até

mesmo na qualidade e estrutura dos solos, mas estes aspectos não são só

importantes por uma questão moral, mas também económica, visto que não sendo

salvaguardados gera-se uma redução dos valores ecológicos bem como problemas

cuja resolução é bastante onerosa. Neste sentido, a conservação da natureza, o

equilíbrio ambiental e as características ambientais deverão condicionar a aprovação

de qualquer tipo de desenvolvimento, quer seja urbano, agrícola, turístico ou outro.

Sendo certo que a acção humana condiciona a percepção da paisagem da

mesma forma que perturba um qualquer outro elemento natural, então considera-se

que deve ser atribuído à paisagem um grau de importância igual ao que é conferido a

todos os outros elementos do meio físico, de forma a que este valor estético seja

valorizado e protegido (Yázigi et al 2002).

3.3 – Avaliação da Atracção turística O século XX foi acompanhado por um acelerado ritmo de crescimento urbano

originando um aumento de atribuição de valor ao campo, à natureza, enfim ao espaço

rural (Riedl et al 2002). Sendo a área de estudo do presente trabalho rica em

elementos naturais e paisagísticos, considera-se que esta possa constituir um valioso

foco de atracção no interior do Concelho de Felgueiras e consequentemente na Rota

do Românico do Vale do Sousa.

A emergência da procura pelos espaços naturais resulta da degradação da

qualidade de vida, a que se vem assistindo, nos centros urbanos, devido às frequentes

acções de violência, à multiplicação da delinquência e marginalidade, ao caos no

tráfego, à poluição sonora e do ar bem como à existência de indivíduos com uma vida

precária, entre outros aspectos (Riedl et al 2002).

Perante esta realidade, é natural que os cidadãos citadinos busquem espaços

onde possam reencontrar qualidade de vida e um ambiente seguro e tranquilo. Torna-

se, portanto evidente que a procura por locais que permitam que o nível de “stress”

diminua, visto que são propícios para descanso, desfrute de ar puro, contemplação de

paisagens e contacto com a natureza, tenderá a aumentar ainda mais. Assim sendo,

Trabalho de Pós-graduação 11

Roteiro complementar à RRVS integrando o Património natural e paisagístico de Felgueiras

as zonas rurais são privilegiadas por albergarem todas as condições que permitem

satisfazer os interesses mencionados. É de facto imprescindível valorizar os espaços

naturais pelas suas qualidades estéticas, pelos seus recursos físicos e pelas

sensações agradáveis que provocam de forma a promover a atracção de espaços com

estas potencialidades.

O facto do deslocamento por estes espaços proporcionar um prazer estético é

extremamente relevante, uma vez que a dimensão estética está associada, cada vez

mais, a algo importante para o ser humano e à qualidade da sua vida em sociedade

(Barreto 2001).

Estando um indivíduo fora da sua rotina diária, a experiência da viagem permite

fazer fremir o eu ansioso por contemplar os novos panoramas e estabelecer novos

contactos (Yázigi et al 2002). Quando uma pessoa sente falta de descobrir o exótico

tem necessidade de o tocar, experimentar e possuir de modo a preencher essa falta, e

assim ficar satisfeito. Considerando que a região do Vale do Sousa é riquíssima em

valores naturais e paisagísticos, espera-se que estes possam constituir um atractivo

capaz de despertar interesse de ser conhecido e, após este acontecimento, gerar

satisfação. Pretende-se, portanto, estimular nos indivíduos o interesse pela descoberta

de parte do território Felgueirense, uma vez que se considera que existe potencial

para tal, principalmente, devido à existência de objectos patrimoniais românicos que

pode ser complementada com a possibilidade de desfrute de ar puro, de contemplação

de paisagens interessantes e algumas até mesmo bucólicas. Sendo criadas condições

para permitir o deslocamento por espaços naturais e paisagísticos, anseia-se que este

permita revelar dimensões distintas do espaço e simultaneamente possibilitar ao

visitante apreender a viagem como dimensão simbólica mediada pela visibilidade

táctil. O impulsionar da deslocação pelos locais naturais e paisagísticos visa criar

condições para o turista poder reflectir e simultaneamente admirar as belezas destes

espaços, de forma a que as suas imagens se cristalizem numa forma sólida tornando-

se memoráveis, e assim abrindo as portas para um regresso.

É evidente que a capacidade das paisagens atraírem a atenção dos possíveis

visitantes depende da sensibilidade e da emoção de cada um. Daí que se considere

que o público alvo privilegiado para apreciar os valores identificados são os amantes

da Natureza.

Até ao momento, tem-se salientado bastante a ideia das belas paisagens

serem capazes de gerar atracção turística, todavia o turismo não deve ser trabalhado

Trabalho de Pós-graduação 12

Roteiro complementar à RRVS integrando o Património natural e paisagístico de Felgueiras

apenas com estetizações visuais da paisagem, mas também com toda a

biodiversidade associada aos espaços mais rurais, bem como à gastronomia e aos

valores e costumes subjacentes a estes locais.

É evidente, que após serem criadas condições para que o Roteiro possa ser

efectuado pelos turistas poder-se-á avaliar com mais rigor o atractivo para motivar as

pessoas a se deslocar até aos locais definidos.

No Concelho de Felgueiras não é apenas na área de estudo que existem

espaços onde se concentram paisagens, odores, cores e melodias agradáveis, bem

como recursos naturais. Contudo, considerou-se pertinente, dada a dimensão do

trabalho solicitada, restringir a área de estudo conforme definida no ponto 2.

3.4 – Contribuição para o Desenvolvimento Turístico da RRVS

Uma oferta turística bem estruturada poderá contribuir para o desenvolvimento

económico da região, no entanto não é apenas esta vertente que é relevante, pois

dever-se-á procurar atingir um equilíbrio entre as vertentes ambientais, económicas e

sociais, de forma a alcançar-se o desenvolvimento sustentável.

Com base no reconhecimento e no inventário das potencialidades que a região

do Vale do Sousa tem para o turismo, julga-se que há motivos para se estar optimista

relativamente ao alcance do desenvolvimento turístico desta região, pois são várias as

especificidades que poderão ter um carácter vigoroso na diferenciação e distinção do

“destino turístico” que se pretende criar.

A região do Vale do Sousa comporta potencialidades que sendo devidamente

valorizadas permitirão um incremento notável do turismo, criando condições para que

o sector turístico contribua significativamente para o desenvolvimento regional.

O alargamento da oferta, através da criação de novos produtos, é

imprescindível para a promoção do desenvolvimento turístico. Assim sendo, dever-se-

á atender às tendências das preferências dos turistas e simultaneamente aproveitar as

condições e valores locais para diversificar o leque da oferta. Tal como já foi

mencionado, em pontos anteriores, actualmente assiste-se a uma emergência clara da

procura pelos espaços rurais e naturais, e por este motivo, a pretensão deste trabalho

consiste em procurar demonstrar que é possível transformar o potencial da área de

estudo em termos de elementos naturais e paisagísticos num conjunto de valores de

Trabalho de Pós-graduação 13

Roteiro complementar à RRVS integrando o Património natural e paisagístico de Felgueiras

modo a gerar riqueza através da atracção turística, e assim induzir ao

desenvolvimento e qualificação de Felgueiras e simultaneamente do Vale do Sousa,

uma vez que é um dos Concelhos que esta região integra.

Com base no estudo da Rota do Românico do Vale do Sousa, nos trabalhos de

campo desenvolvidos e no conhecimento acumulado ao longo do tempo relativamente

ao território de Felgueiras, considera-se que o desenvolvimento turístico deste

concelho e consequentemente da região em que se insere pode ser fomentado não só

por ser detentor de objectos patrimoniais românicos fabulosos como também de

valores naturais excepcionais. Assim, julga-se que os elementos naturais e

paisagísticos juntamente com os objectos patrimoniais românicos podem ser

extremamente relevantes para atrair visitantes e promover o desenvolvimento turístico.

Todavia, também existem algumas fragilidades ecológicas e paisagísticas, tornando

indispensável a articulação entre a preservação da paisagem e recursos, o

ordenamento do território e a valorização dos recursos endógenos, para se alcançar o

tão desejado desenvolvimento turístico, pois para que as condições para o

desenvolvimento do turismo do Vale do Sousa sejam garantidas é necessário

preservar a qualidade dos recursos naturais existentes de forma a assegurar a

atracção turística, mas por outro lado é preciso prevenir os problemas de degradação

ambiental que, normalmente, o desenvolvimento turístico provoca.

Ao longo do tempo, é cada vez mais pertinente definir estratégias de promoção

e valorização dos recursos naturais e paisagísticos identificados no ponto 4 , com o

intuito de potenciar a revitalização sócio-económica das áreas mais rurais através do

fomento de novas oportunidades de negócio e de criação de emprego, propiciando,

desta forma, a retenção de mais valias e a distribuição de riqueza, o que por sua vez

poderá promover a fixação da população, e assim induzir a um maior dinamismo do

território.

Em suma, pode afirmar-se que Felgueiras dispõe de fortes atractivos em

termos de património rural, ambiental e paisagístico, o que articulado com a

valorização desses recursos e uma promoção adequada nos mercados geradores de

fluxos de turistas, poderá contribuir para o aumento da atracção turística do Vale do

Sousa.

Trabalho de Pós-graduação 14

Roteiro complementar à RRVS integrando o Património natural e paisagístico de Felgueiras

4 – Identificação e Caracterização dos elementos naturais e paisagísticos O espectro de elementos naturais e paisagísticos que podem ser identificados

na área de estudo é vasto, o qual inclui fauna, coberto vegetal, linhas de água, zonas

de elevada altitude e paisagem.

4.1 – Elementos naturais

4.1.1 – Fauna

No que concerne à fauna nesta região pode-se constatar a presença dos

seguintes animais: Mamíferos – Ovelha, Cabra e Vaca (Bovídeos), Cavalo (Equídeo),

Porco (Suídeo), Coelho-bravo (Oryctolagus cuniculus), Rato (Microtídeo) Anfíbios –

Rãs, Repteis – Sardões, Aves - Melro-preto (Turdus merula), Gaios (Garrulus

glandarius), Milhafre (Buteo buteo), Corvo (Corvus corax), Poupa (Upupa epops), Rouxinol (Luscinia megarhynchos), Parda-comum (Passer domesticus), Pintassilgo

(Carduelis carduelis) , Rola-comum (Streptopelia turtur), Pica-pau-verde (Picus viridis),

Cotovia-pequena (Lullula arborea), Carriça (Troglodytes troglodytes), Verdelhão

(Chloris chloris) e Borboletas (Opsiphenes bassus).

De facto ao deambular-se pelos percursos sugeridos pode-se desfrutar,

constantemente, de uma sintonia extremamente agradável, a qual conjuga o som de

várias aves, comprovando a diversidade de aves apresentada.

4.1.2 – Coberto vegetal

O conhecimento do coberto vegetal de um território permite dar informações

sobre a presença de unidades paisagísticas relevantes ao nível da Estrutura Verde.

Pode considerar-se que o coberto vegetal resulta da acção humana com interesse

económico, cultural ou estético, de ambientes com características únicas, de combate

à erosão do solo bem como de aptidões à produção. A presença de vegetação

constitui um elemento de extrema importância ao nível da melhoria do ambiente e

estéticas ao nível do embelezamento paisagístico.

Trabalho de Pós-graduação 15

Roteiro complementar à RRVS integrando o Património natural e paisagístico de Felgueiras

As principais unidades paisagísticas, em termos de coberto vegetal,

identificadas consistem, essencialmente, em zonas de incultos, florestais, de

vegetação ripícola e de campos agrícolas.

As zonas de incultos identificadas caracterizam-se por albergarem,

fundamentalmente, as seguintes espécies: fetos, silvas, giesta (Cytisus spp.), Tojo

(Ulex.spp) e urze (Erica spp). .

Nas zonas florestais da área de estudo predominam o Pinheiro bravo (Pinus

Pinaster), Eucalipto (Eucalyptus globulus) bem como Povoamentos mistos. Por vezes,

manifesta-se a presença de Carvalho (Quercus sp.), Carvalho-alvarinho (Quercus

robur) e Carvalho-negro (Quercus pyrenaica). As zonas florestais evidenciam um certo

encanto mesmo quando se trata de situações florestais em regime de monocultura.

Contudo, é evidente que as áreas florestais com baixa biodiversidade apresentam

valores baixos de qualidade.

Maioritariamente, a vegetação ripícola é constituída por Salgueiros (Salix alba),

Choupos (Popullus nigra), Amieiros (Almus glutinosa), Freixos (Fraxinus spp.) e

Vidoeiros (Betula celtibérica).

Nas zonas agrícolas pode-se identificar culturas de vinha, de milho e de

hortícolas bem como algumas sementeiras de pasto.

Normalmente, as áreas agrícolas ocupam as zonas mais baixas e de menor

declive do território, uma vez que são as mais férteis e ricas em água. Este tipo de

paisagem evidencia uma grande diversidade e valor cénico ao longo do ano, devido à

alternância de culturas.

4.1.3 – Linhas de água e Lagos naturais

As linhas de água constituem uma estrutura ecológica de grande importância e

sensibilidade. Além disso, revestem-se, normalmente, de uma beleza incrível e têm

um som que gera sensação de frescura e tranquilidade.

A área de estudo abrange cursos de água das duas grandes bacias que

interceptam o território de Felgueiras, a do Ave e a do Douro. Apesar de em Felgueiras

a bacia do Douro estar subdividida em duas, a do Rio Sousa e a do Rio Tâmega, a

área de influência do presente trabalho só é interceptada por afluentes do Rio Sousa.

Trabalho de Pós-graduação 16

Roteiro complementar à RRVS integrando o Património natural e paisagístico de Felgueiras

Uma parte significativa das linhas de água estão poluídas o que provoca

consequências negativas ao nível ecológico dos seus leitos e margens. Assim sendo,

interessa minorar esta situação apesar das dificuldades associadas à não

correspondência da unidade administrativa do território com as fronteiras naturais.

Durante o trabalho de campo efectuado identificaram-se alguns lagos naturais,

os quais possuem um encanto fantástico, e têm funções relevantes para o bom

funcionamento biológico do local, uma vez que podem servir de reservatórios para

posterior adução dos tradicionais regos utilizados para regar os campos, bem como

de bebedouro para animais selvagens e de meio favorável ao desenvolvimento de

espécies adaptadas a águas paradas, propiciando assim a biodiversidade.

4.1.4 – Zonas de elevada altitude

Este tipo de zonas permite a existência de pontos de miradouro, uma vez que

são locais de cota mais elevada que permitem a fruição cénica do território.

De todas as elevações mais significativas do Concelho, no espaço delimitado

para este estudo insere-se apenas o Monte da Sr.ª dos Perdidos (Penacova). Contudo

existem outros locais de alguma altitude que nos conseguem proporcionar vistas

fabulosas de extensas áreas, como é o caso da envolvente directa da Igreja de S.

Mamede.

4.2 – Elementos paisagísticos

4.2.1 – Notas sobre a paisagem

A paisagem corresponde à expressão física visual dos fenómenos naturais ou

à expressão visual da intervenção humana no território. Ela constitui um elemento

essencial para o turismo, uma vez que este a interpreta como o aspecto visível e

perceptível do espaço percorrido voluntariamente pelas pessoas. Quando se pretende

solidificar uma oferta turística, deve ser atribuída à paisagem bastante relevância, por

ser a imagem que se utiliza mais frequentemente para difundir a oferta turística. A

relação sensorial de cada indivíduo com a paisagem é global, pois não tem em conta

apenas a visão. Contudo, a visão é fundamental na percepção da paisagem. A

percepção da paisagem envolve, fundamentalmente, a experiência sensorial, a

cognição e a avaliação ou preferência. Actualmente, a paisagem não é apenas

Trabalho de Pós-graduação 17

Roteiro complementar à RRVS integrando o Património natural e paisagístico de Felgueiras

interpretada como sendo a dimensão estética da actividade humana, mas também

como sendo um recurso crucial tal como os recursos naturais. As qualidades visuais

intrínsecas de uma paisagem devem-se aos elementos naturais e artificiais que a

formam (Yázigi et al 2002).

A qualidade visual de uma paisagem está associada ao interesse que desperta

nas pessoas e depende de várias características, nomeadamente, a heterogeneidade,

a naturalidade, a singularidade, a complexidade topográfica, a presença de recursos

hídricos e as actuações humanas. Quanto mais diversificado for um certo espaço

territorial, significa que mais variedade paisagística possui e consequentemente mais

atractivo se torna. Normalmente, é conferido mais valor às paisagens que se

aproximam mais da sua forma natural, sem ou com reduzida influência da acção

humana. A singularidade está relacionada com a raridade de determinado elemento ou

acontecimento, tornando o espaço mais atractivo. No que concerne, à complexidade

topográfica considera-se que quanto mais diferenças de nível e diferentes orientações

tiver uma encosta, mais interessante se torna a paisagem. A presença de formas

naturais de água superficial torna os espaços mais belos. Por fim, a acção humana

altera os aspectos naturais de um espaço e portanto prejudica a qualidade da

paisagem.

Em síntese, as áreas de paisagem mais interessantes são formadas por

espaços diversificados, com atracção cénica e com bastante incidência de tonalidades

verdes, denotando uma certa aptidão turística e lazer.

Os locais mais atractivos identificados neste estudo são todos aqueles que

albergam algum dos elementos naturais mencionados anteriormente, e em oposição

os menos atractivos dizem respeito aos lugares onde se verifica uma forte presença

de actuação humana bem como focos de degradação ambiental.

4.2.2 – Distribuição geográfica das zonas que permitem vistas panorâmicas A distribuição geográfica das zonas que permitem vistas panorâmicas é

apresentada, em anexo, em cada um dos mapas dos trajectos propostos. Todas os

outros tipos de paisagem interessantes não foram georeferenciados, visto que

depende da motivação e gosto de cada um, e para além disso estão muito associados

à presença dos elementos naturais, os quais se distribuem por praticamente toda a

área de estudo, o que por este motivo se tornaria confusa e consequentemente inútil a

sua identificação em mapa.

Trabalho de Pós-graduação 18

Roteiro complementar à RRVS integrando o Património natural e paisagístico de Felgueiras

5 – Estruturação do Roteiro turístico complementar à RRVS atendendo ao potencial dos espaços naturais

5.1 – Roteiro turístico complementar proposto O Roteiro turístico consiste na elaboração de uma proposta de integração do

atractivo num produto turístico.

Este roteiro complementar engloba os percursos pedestres já implementados e

os que estão em projecto, os quais serão abordados nos pontos 5.3 e 5.4,

respectivamente, bem como os trechos de espaços paisagísticos considerados

interessantes, que serão apresentados no ponto 5.5. A inventariação dos sítios foi

motivada pelo seu valor natural e paisagístico, atendendo principalmente às áreas com

mais coberto vegetal e às zonas agrícolas, através de ortofotomapas cedidos pela

Câmara Municipal de Felgueiras.

Definiu-se um roteiro complementar à RRVS abrangendo o máximo de espaços

verdes e estabelecendo um ligação entre os monumentos do Concelho de Felgueiras

que se inserem na RRVS. Pode dizer-se que foi delimitado um continnum naturale de

Pombeiro a Vila Verde. O ideal seria que esta área fosse percorrida a pé, por ser a

forma mais adequada para se contemplar a paisagem e simultaneamente estabelecer

tranquilamente contacto com a natureza, todavia, depois de se iniciar o trabalho de

campo, verificou-se que isso não seria viável, visto que o circuito seria muito extenso

para ser percorrido a pé. Portanto, o roteiro integra percursos pedestres, uma vez que

muitos dos espaços interessantes em termos naturais e paisagísticos não têm acessos

que permitam a deslocação em veículo, bem como áreas até às quais o turista se

pode deslocar no seu veículo próprio.

O Roteiro proposto encontra-se georeferenciado em AutoCad no Anexo I e

consiste no seguinte:

1. Mosteiro de Pombeiro

2. Percurso pedestre “Caminhos medievais”

3. Percurso pedestre “Caminhos verdes”

4. Percurso pedestre “Três Rios”

Trabalho de Pós-graduação 19

Roteiro complementar à RRVS integrando o Património natural e paisagístico de Felgueiras

5. Trajecto estabelecido entre o Mosteiro de Pombeiro e a Igreja de S. Vicente de Sousa

6. Trajecto estabelecido entre a Igreja de S. Vicente de Sousa e a Igreja de S. Salvador de Unhão

7. Trajecto estabelecido entre a Igreja Românica de S. Salvador de Unhão e a Igreja de Santa Maria de Airães

8. Trajecto estabelecido entre a Igreja de Santa Maria de Airães e a Igreja Velha de S. Mamede de Vila Verde

A sequência apresentada foi definida com base na distribuição geográfica dos

locais, contudo pode ser alterada mediante o interesse do próprio turista, uma vez que

este até pode não ter interesse em cumprir na totalidade o Roteiro.

O público-alvo deste roteiro serão pessoas que estão dispostas a passar várias

horas nos locais e têm interesse por este tipo de espaços (naturais e paisagísticos),

pois não são lugares de passagem, os quais se visita porque não se tem o que fazer.

5.2 – Actividades potenciais

Dado que o recreio e o turismo são actividades económicas indissociáveis do

Património Natural e Paisagístico, pretende-se efectuar o elenco de todo um conjunto

de actividades que poderão ser realizadas ao longo do roteiro definido por forma a

proporcionar ao visitante descontracção e o contacto com a natureza.

Nas zonas ribeirinhas das freguesias de Jugueiros e Vila Fria podia-se criar

condições para a realização de passeios em zangadas e de travessias de rio em slide,

podendo até solicitar-se auxílio aos agrupamentos de escuteiros do Concelho para a

execução dos equipamentos necessários.

No Monte do Sr. dos Perdidos seria interessante implementar um ponto de

aluguer de bicicleta, de modo a permitir o conhecimento da zona num meio de

deslocação amigo do ambiente e capaz de proporcionar sensações encantadoras,

nomeadamente de liberdade.

Ao longo do percurso sugerido entre a Igreja de S. Vicente de Sousa e a Igreja

de S. Salvador de Unhão, dever-se-ia estabelecer um trajecto onde fosse possível ao

turista realizar passeios equestres.

Trabalho de Pós-graduação 20

Roteiro complementar à RRVS integrando o Património natural e paisagístico de Felgueiras

Entre a Igreja de Santa Maria de Airães e a Igreja Velha de S. Mamede de Vila

Verde propõe-se que o percurso seja efectuado segundo a orientação de um mapa

cedido junto a cada um dos objectos patrimoniais, não sendo portanto implementada

sinalização. Na eventualidade de existirem visitas programadas por parte de grupos

escolares, escutistas, entre outros, a orientação por mapa seria de igual modo

interessante para realizar competições entre equipas, as quais partiriam ao mesmo

tempo, mas em sentidos opostos.

Procurou-se propor actividades que não prejudiquem os locais, contudo não

pode ser descurado o facto de que por vezes estas actividades desejáveis para

potenciar o turismo se tornam prejudiciais sob o ponto de vista ambiental e social,

assim sendo, há necessidade de ser efectuado um trabalho científico, capaz de dosar

a quantidade de turistas que podem estar nos lugares sem o saturarem e sem que as

populações locais se sintam invadidas.

5.3 – Percursos pedestres implementados

Tal como o próprio nome indica percursos pedestres implementados dizem

respeito a percursos que já foram desenvolvidos e já possuem todas as condições

para serem palmilhados. Neles foram incluídos dois percursos elaborados pela

Câmara Municipal de Felgueiras, cujas freguesias que abrangem em termos de

espaço físico são Pombeiro e Vila Fria, bem como um percurso em Jugueiros

resultante de uma parceria de projectos entre a Salta Fronteiras Associação, a

Associação Recreativa Ecológica e Social de Jugueiros e a Junta de Freguesia de

Jugueiros. Este percurso em Jugueiros está numa fase praticamente final de

concepção, daí ter sido incluído nos percursos implementados.

Trabalho de Pós-graduação 21

Roteiro complementar à RRVS integrando o Património natural e paisagístico de Felgueiras

5.3.1 – PR1 “Caminhos Medievais”

O percurso pedestre “Caminhos Medievais” é descrito na tabela n.º 2.1 com

base na informação dos folhetos divulgativos deste, e encontra-se georeferenciado no

mapa n.º 2 do Anexo II.

Tabela n.º 2.1 – Descrição do Percurso Pedestre “Caminhos Medievais”

Características gerais

Tipologia: Circular – Início no Parque de Campismo / Sinalizado nos dois sentidos

Extensão: 6,2 Km

Duração: 2-3 horas

Interesse: Patrimonial – Paisagístico – Rural – Ambiental

Grau de dificuldade: Fácil – Moderado

Registo fotográfico

Figura n.º 4.1.1 – Ponte do Arco em Vila Fria

Figura n.º 4.1.2 – Vista do Rio Vizela Descrição do circuito

“Partindo do Parque de Campismo, inicia-se o percurso em direcção à Ponte do Arco. Caminhando no

seio do arvoredo, ao longo do Rio Vizela, chega-se à ponte. Contempla-se a delicadeza da engenharia

romana e ao atravessá-la para a margem direita, a meio e na guarda de montante, observa-se um Marco

do Couto de Pombeiro do séc. XVIII (D. João V). Virando à esquerda, seguindo um trilho que acompanha

de perto o leito do rio vão-se encontrando casas rurais e campos verdejantes até se chegar à Ponte de

Vila Fria, recentemente recuperada recriando técnicas medievais. Atravessando-a, regressa-se à margem

esquerda e começa a subir-se em direcção ao Mosteiro de Pombeiro, passando primeiro pelo centro da

Freguesia de Vila Fria, percorrendo depois um interessante caminho entre quintas e moradias

tradicionais. Visitado o Mosteiro, assim o obriga esta jóia nacional da arquitectura românica, avança-se

em direcção à Aldeia do Burgo, não sem antes observar o troço da Calçada Romana e apreciar o esbelto

Cruzeiro de Pombeiro. Às portas da aldeia sobressai o antigo Seminário de Sta. Teresinha. Ao longo da

típica rua do Burgo evidencia-se o Paço de Pombeiro. Mais à frente surge a Casa das Portas (solar

Barroco do séc. XVIII). Regressa-se, por fim, ao ponto de partida.”

Trabalho de Pós-graduação 22

Roteiro complementar à RRVS integrando o Património natural e paisagístico de Felgueiras

5.3.2 – PR2 “Caminhos Verdes”

Este percurso pedestre encontra-se descrito na tabela n.º 2.2 de acordo com a

informação dos folhetos divulgativos deste, e georeferenciado no mapa n.º 3 do Anexo

II.

Tabela n.º 2.2 – Descrição do Percurso Pedestre “Caminhos Verdes”

Características gerais

Tipologia: Circular – Início no Parque de Campismo / Sinalizado nos dois sentidos

Extensão: 3,7 Km

Duração: 1-2 horas

Interesse: Patrimonial – Paisagístico – Rural – Ambiental

Grau de dificuldade: Fácil – Acessível

Registo fotográfico

Figura n.º 4.2.1 – Cartaz divulgativo dos PR em Pombeiro e Vila Fria

Figura n.º 4.2.2 – Calçada Romana em Vila Fria

Descrição do circuito

“Partindo do Parque de Campismo, inicia-se o percurso em direcção à Ponte do Arco. Caminhando no

seio do arvoredo, ao longo do Rio Vizela, chega-se à ponte. Contempla-se a delicadeza da engenharia

romana. Segue-se pela Calçada Romana até à Casa da Eira, uma casa que sobressai pela sua

arquitectura típica. Daí parte-se para a Aldeia de Talhos, ao longo de uma paisagem de beira-rio e um

horizonte verdejante de campos agrícolas, onde se encontra um Marco do Couto de Pombeiro. Chegando

a Talhos – núcleo de várias casas de arquitectura rural, segue-se em direcção à Casa das Portas (solar

Barroco do século XVIII), num trilho que percorre uma zona rural onde se inclui um velho carvalhal. Ao

chegar-se ao Largo da Boavista, onde é comum observarem-se rendeiras a tecer Rendas de File, é um

encanto percorrer a Aldeia do Burgo com as suas casas ornamentadas com belas varandas floridas.

Regressa-se, por fim, ao ponto de partida.”

Trabalho de Pós-graduação 23

Roteiro complementar à RRVS integrando o Património natural e paisagístico de Felgueiras

5.3.3 – Percurso pedestre “3Rios”

O percurso pedestre em causa está relatado na tabela n.º 2.3 com base na

informação dos folhetos divulgativos deste, e georeferenciado no mapa n.º 4 do Anexo

II.

Tabela n.º 2.3 – Descrição do Percurso Pedestre “3Rios”

Características gerais

Tipologia: Circular – Início no Lugar do Assento / Sinalizado nos dois sentidos

Extensão: 16,10 Km

Duração: Cerca de 5 horas

Âmbito: Ambiental, cultural, histórico e paisagístico

Tipo de percurso: De pequena rota, por caminhos rurais, tradicionais e florestais

Nível de dificuldade: Médio

Desníveis: Moderados

Época aconselhada: Todo o ano

Registo fotográfico (Fonte: Associação Salta Fronteiras)

Figura n.º 4.3.1 – Lugar de Escavanca

Figura n.º 4.3.2 – Vista do “penedo que voa”

Descrição do circuito

“ A nossa proposta, para início do PR 3 Rios, que está sinalizado em ambos os sentidos, vai no sentido

circular e contrário ao movimento dos ponteiros do relógio, no sentido Sul, Este, Norte, Oeste, tem como

ponto de partida o Lugar do Assento, praça central da freguesia de Jugueiros, com um fontanário público,

ideal para um abastecimento precavido.

N41º24’02.8’’ W008º13’02.1’’, Altitude:186m

Assento

Neste carvalhal secular testemunha histórica, em 1050, de uma importante assembleia de homens

livres, perante D. Gomes Aciegas, fundador do Mosteiro de Pombeiro o percurso segue rumo a sudeste,

para encontrar de imediato, a menos de 100m, a Capela N.ª Senhora da Paz, do século XII, assento

ancestral de muitos nascimentos que deu nome ao local.

O trajecto prossegue e sobe ligeiramente até à última casa, para irromper pelo meio da vegetação,

num caminho apertado, que abre no final para virar e descer para a esquerda, aos 800m, no sentido da

margem Sul do Rio Bugio. Ao longo deste troço junto ao rio é possível imaginar que estamos atravessar

uma mata com características escandinavas. Abandonando temporariamente a margem do rio, o caminho

desvia para a direita, numa subida, até descer e encontrar a primeira ponte, aos 1600m, que é a porta de

entrada de um pequeno aglomerado rural ribeirinho, que viveu, em anos ainda recentes, da moagem de

Trabalho de Pós-graduação 24

Roteiro complementar à RRVS integrando o Património natural e paisagístico de Felgueiras

cereais não fica excluída a hipótese de sugerir aos proprietários a possibilidade de uma visita ao moinho

de água. Aqui o caminhante pode estar seguro que trilha caminho público, mesmo que quase entre dentro

das habitações e desperte o sossego dos cães, é possível alcançar a segunda ponte pedonal e fazer a

travessia. Logo após um edifício em ruínas, vira-se à direita, ascende-se a um trilho íngreme, mas curto,

que vai cruzar com uma levada de água. Seguindo à esquerda, o caminho não a levada, vai romper o

monte até nos abeirarmos novamente do leito do rio. Esta é oportunidade para ver as levadas de água

que acompanham o percurso sendo muitas vezes o próprio chão do percurso – rasgadas no solo ou

construídas em pedra, engenhosamente, através de sistemas de diques artesanais em madeira,

transportam as águas que regam os campos vizinhos do rio. O caminho aproxima-nos do lugar da

Escavanca, através da levada.

N41º23’29.7’’ W008º12’02.2’’, Altitude: 186m/ distância: 2300 m

Escavanca

A Escavanca é um local de inspiração, onde a água tem um poder absoluto e mágico, com pequenas

quedas de água, uma ponte pedonal, uma pequena açude, vestígios de velhos moinhos de água, uma

humidade verde e um som líquido constante, que nos acompanha.

Após abandonar a margem do rio, que segue para a esquerda e nós para a direita, retomamos um

caminho em terra e seguimos a esquerda final do antigo troço de St.ª Quitéria, utilizado para Rally de

Portugal – em direcção às Gafas, desembocando na estrada em paralelo, para a direita, durante 200m

precisamente até à Casa de Vila Cova e a sua interessante capela particular. Virando à esquerda, vamos

seguir vários caminhos, passando por uma leira, até uma estrada asfaltada. Em direcção do caminho de

terra , na rota do Corvete, aos 4000m de percurso e 328 de altitude, deparámos com uma invulgar pedra

de toneladas, sustentada num equilíbrio que só a natureza permite, e que tem o nome de “penedo que

zoa”.

Quem desejar saber a particularidade deste nome, pode questionar um dos habitantes mais velhos, ou

consultar o site: http://saltafronteiras.no.sapo.pt, onde encontra a resposta.

N41º23’50.0’’ W008º10’52.8’’, Altitude:296m/ Distância: 4700m

Corvete

Antes da travessia da 3.ª travessia sobre o rio Bugio, é possível uma visita à Estação Hidroeléctrica do

Corvete, que fica a uns 300m depois da ponte, sem a atravessar (para uma visita ao interior e para ficar a

conhecer a produção eléctrica, é possível contactar a Bernardino Jordão Filhos & C Lda, em Guimarães,

de forma a obter a devida autorização).

Depois de transpor a ponte, e passar as habitações do Corvete, iniciamos o trajecto que nos vai levar

ao cume de S. Salvador, num trilho de monte, que já puxa a montanha e que durante quase 3 mil metros

suspende a ansiedade de chegar ao topo. È subir e seguir as marcas.

N41º24’34.2’’ W008º11’07.4’’, Altitude: 510m/ Distância: 7600m

S. Salvador

Já no alto, depois de uma última desafiadora ascensão de 100m, é tempo de recuperar forças. Neste

local, indicado para usufruir de uma refeição ou merenda (previamente confeccionada), abastecer-se de

água, utilizar as instalações sanitárias (habitualmente abertas) e desfrutar da paisagem envolvente, com a

indicação que estamos sensivelmente a meio do PR3 Rios, sendo possível daqui avistar Guimarães,

Fafe, Felgueiras e outras paisagens, assim como o Marão, se a vista permitir e o tempo estiver de acordo.

Recomenda-se a visita à Capela de S. Salvador, 50m mais acima, que está datada de 1444 e partilha

entre o concelho de Felgueiras e Fafe, que o mesmo é dizer entre o Distrito do Porto e Braga.

No sentido do senso comum, de que tudo o que sobe, tem que descer, logo após 100m de estrada em

Trabalho de Pós-graduação 25

Roteiro complementar à RRVS integrando o Património natural e paisagístico de Felgueiras

alcatrão, voltámos à esquerda, para principiar a descida da vertente Sudoeste de S. Salvador, embora o

primeiro lanço seja a subir. A descida, de mais de 2000m, por entre corta fogos e caminhos de pé posto,

vai ao reencontro da água, mais uma vez o Bugio espera-nos, num local chamado Barrias.

N41º23’51.2’’ W008º11’17.0’’, Altitude: 230m/ Distância: 1000m

Barrias

Aqui o rio é tudo e está em todo o lado. Esconde-se no alto das pedras, para cair abruptamente, até

sossegar e seguir caminho e ser rio de novo. O verde é luxuriante e intenso, com matizes diferentes,

dependendo da estação. Depois de mais um registo que tem grande probabilidade de nos ficar na

memória, voltamos ao percurso, pela esquerda, sentido Oeste. Durante 3 mil e quinhentos metros vamos

calcorrear caminhos de monte, passando ao largo do Fojo e Perlonga, desembocando na estrada, para a

esquerda, antes de alcançar a Ponte de Travassós.

N41º24’15.6’’ W008º12’39.0’’, Altitude: 156m/ Distância: 13700m

Travassós

Pela primeira vez é feita a travessia do Rio Ferro, que corre na parte Noroeste da freguesia de

Jugueiros, através de uma ponte de origem românica. Saindo temporariamente do PR3 Rios, é

aconselhável uma visita ao Lugar de Travassós, núcleo rural que na essência transpira a ruralidade

portuguesa mesclada com apontamentos de ambição de desenvolvimento urbano sendo que a ironia da

definição dos traçados rodoviários trouxe um lanço de auto-estrada para as traseiras de Travassós.

Logo após Travassós, passados 350 metros, é possível ver a junção dos Rios Ferro e Bugio, num

encontro natural, até ao rio Vizela, que os espera já bem perto.

N41º24’31.1’’ W008º13’15.0’’, Altitude: 155m/ Distância: 14750m

S. João

A próxima etapa é na Ponte Medieval de S. João, que cruza o Rio Vizela, mas antes, numa

coexistência arrogante entre a obra e o local, passámos por baixo da auto-estrada (elas existindo, têm

que passar em algum lado). Bem perto, na margem oposta, encontra-se um moinho do século XVII, agora

recuperado. A cerca de 200m, para Norte, é também possível visitar a Capela de S. João, recentemente

restaurada.

Regressámos pelo mesmo caminho, atravessando nvamente a ponte, até ao cruzamento, virando à

direita. Nos 15800m de percurso, atravessámos mais uma vez o Rio Ferro, em direcção ao ponto de

partida, o Lugar do Assento, onde começou o PR3 há 16100 metros.”

Trabalho de Pós-graduação 26

Roteiro complementar à RRVS integrando o Património natural e paisagístico de Felgueiras

5.4 – Caminhos propostos que incluem espaços paisagísticos interessantes Ao serem percorridos os caminhos propostos encontram-se bastantes trechos

com recursos naturais e paisagens deveras interessantes. Pretende-se que se estes

percursos forem implementados possam permitir ao turista o contacto com tudo o que

envolve estes espaços, dando-lhe uma certa liberdade durante os deslocamentos, por

forma a poder conhecer o território e não se basear simplesmente no reconhecimento

deste. Julgo que o importante é os visitantes conseguirem estabelecer uma relação

com os locais e descobrirem a sua importância, sem que todos os seus passos sejam

condicionados pelo roteiro e caminhos estabelecidos. O acto de caminhar é por si só

fundamental para que o turista descubra e se relacione com o território, daí que seja

conveniente que o veículo seja abandonado por diversas vezes.

5.4.1 – Trajecto estabelecido entre o Mosteiro de Pombeiro e a Igreja de S. Vicente de Sousa

O trajecto proposto entre o Mosteiro de Pombeiro e a Igreja de S. Vicente de

Sousa encontra-se descrito na tabela n.º 3.1 e georeferenciado no mapa n.º 5 do

Anexo III.

Tabela n.º 3.1 – Descrição do Trajecto estabelecido entre o Mosteiro de Pombeiro e a Igreja de S. Vicente de Sousa

Características gerais

Tipologia: Linear – Início no Mosteiro de Pombeiro/ Fim na Igreja de S. Vicente de Sousa

Extensão: 30Km

Interesse: Patrimonial – Paisagístico – Rural – Ambiental

Meio de deslocação aconselhável: Automóvel (fazendo-se paragens sempre que se achar conveniente)

Registo fotográfico

Figura n.º 5.1.1 – Vista panorâmica no Monte da Sr.ª dos Perdidos

Figura n.º 5.1.2 – Gado a pastar em Revinhade

Trabalho de Pós-graduação 27

Roteiro complementar à RRVS integrando o Património natural e paisagístico de Felgueiras

Descrição do trajecto

Depois de se deixarem deliciar pelos encantos do Mosteiro de Pombeiro, um dos Monumentos mais

relevantes da RRVS, os turistas podem iniciar a sua viagem rumo à Igreja de S. Vicente de Sousa.

Estando de costas para o portal principal do Mosteiro deverão seguir em frente na estrada que passa

junto a ele, ao longo da qual se pode visualizar arcos antigos em pedra, árvores de fruto, vinhas, silvados,

Cedrus, com sorte alguma vaca a pastar, um tanque antigo (onde antigamente servia de local de convívio

entre as mulheres, enquanto lavavam a roupa), e evidências da tendência para o aparecimento de

aglomerados urbanos. No cruzamento com a E.M. 563, deverão optar por subir e no cruzamento seguinte

virar novamente à esquerda, atravessando parte do Lugar de S. Bartolomeu, uma vez que o aconselhável

é seguir sempre em frente até se chegar à E.N. 101-3. Na subida até se alcançar a E.N. 101-3 olhando

para o lado esquerdo é possível contemplar o Mosteiro bem como toda a sua envolvente directa, e do

lado direito tem-se fundamentalmente a presença de eucaliptos, carvalhos e tílias. Ao alcançarem a E.N

seguirão para a direita, de modo a atravessarem um serpenteado “túnel florestal” constituído

principalmente por eucaliptos, carvalhos, Cedrus e pinheiros, no Lugar de Vale Melhorado. A certa altura

é possível ter uma vista panorâmica sobre Vila Fria, bem como zonas dos Concelhos de Vizela e

Guimarães. Imediatamente a seguir à casa cor-de-rosa vira-se à esquerda, subindo por uma rua em

paralelo, que nos permite vislumbrar a entrada fabulosa de uma propriedade e que é acompanhada por

um conjunto de arvoredo diversificado e detentor de uma magia incrível. É de facto indispensável a

passagem nesta zona. No cimo da rua deparamo-nos com um conjunto habitacional que testemunha

alguma da ruralidade do Concelho, apesar de começarem a surgir algumas casas modernas. Aí

aconselha-se a pararem o veículo e a seguirem pelo caminho onde existe um fontanário público, onde

irão encontrar ramadas de vinha e um carvalhal esplendoroso junto à Escola do Ribeirinho, óptimo para

se fazer um piquenique.

Retomando o trajecto de veículo automóvel poder-se-á vislumbrar as hortas familiares e a cultura da

vinha, tão frequente em Felgueiras e em todo o Vale do Sousa. Chegando ao C.M. 1162 viramos à direita

e cruzamo-nos com uma linha de água. Ao longo desta estrada o passeio também é fabuloso, uma vez

que se vê alguns penedos em perfeita cumplicidade com todo um conjunto de espécies florestais de um

vigor e idade fascinantes, que protegem e escondem uma outra linha de água. Junto a um cruzeiro vira-se

à esquerda, e ao longo da subida vai-se enxergando e conhecendo o ritmo e as condições de vida da

população do mundo rural. Até se atingir o cume do Monte da Sr.ª dos Perdidos, junto à capela, tem-se

essencialmente a companhia de carvalhos, eucaliptos, fetos e penedos. Aí poderão estacionar novamente

o veículo e deixarem-se perder pelos encantos e encruzilhadas deste Monte.

Posteriormente, deverão seguir pela estrada que passa junto à Capela no lado esquerdo, ao longo da

qual também é possível contemplar a paisagem interessante devido à amplitude do alcance visual,

proporcionada pelas condições topográficas, bem como observar a dominância do eucalipto e sobretudo

a fantástica e vasta presença de penedos. Há também muita abundância de mato e espécies arbustivas,

zonas estas onde é frequente verem-se ovelhas e cabras a pastar. Junto às casas vira-se à esquerda e

na E.M. 562 segue-se para a direita, descendo logo em seguida à esquerda, tal como evidencia a placa

de indicação da Igreja de S. Vicente de Sousa. Nesta descida somos acompanhados pela direita por um

imponente muro e do outro lado tem-se uma vista de grande parte do Concelho. Ainda, antes, de se

chegar ao destino final deste trajecto, denota-se a dominância de carvalhos, aglomerado populacional e

do cultivo de vinha e de milho, e a passagem de um lanço de auto-estrada ali perto. Chega-se, enfim, à

Igreja Românica de S. Vicente de Sousa.

Trabalho de Pós-graduação 28

Roteiro complementar à RRVS integrando o Património natural e paisagístico de Felgueiras

5.4.2 – Trajecto estabelecido entre a Igreja de S. Vicente de Sousa e a Igreja de S. Salvador de Unhão

O trajecto estabelecido entre a Igreja de S. Vicente de Sousa e a Igreja de S.

Salvador de Unhão está descrito na tabela n.º 3.2 e georeferenciado no mapa n.º 6 do

Anexo III.

Tabela n.º 3.2 – Descrição do Trajecto estabelecido entre a Igreja de S. Vicente de Sousa e a Igreja de S. Salvador de Unhão

Características gerais

Tipologia: Linear – Início na Igreja de S. Vicente de Sousa/ Fim na Igreja de S. Salvador de Unhão

Extensão: 16Km

Interesse: Patrimonial – Paisagístico – Rural – Ambiental

Meio de deslocação aconselhável: Automóvel e a pé

Registo fotográfico

Figura n.º 5.2.1 – Vista de uma poça e da dominante cultura de vinha

Figura n.º 5.2.2 – Vista da passagem ladeada e coberta por vinha no Unhão

Descrição do trajecto

Depois de explorarem e contemplarem o belo exemplar do românico do Vale do Sousa, que é a Igreja

de S. Vicente de Sousa, bem como o seu bom tratamento paisagístico em frente à fachada principal, é

tempo de seguir caminho rumo à Igreja de S. Salvador de Unhão.

Descendo a estrada que permite o acesso à Igreja de S. Vicente de Sousa, encontramos um

cruzamento onde existe um espigueiro e ruínas de uma propriedade antiga, viramos à direita e passamos

junto a uma linha de água coberta por vegetação, mas que não consegue passar despercebida devido ao

som produzido pelo caminhar da água. Somos protegidos, fundamentalmente, por Plátanos, Carvalhos,

Castanheiros, Vinha e campos de milho. Chegando junto de uma fábrica contornámo-la pela esquerda,

por um caminho também ele acompanhado pela cultura de vinha, deparamo-nos, ainda, com uma espécie

de “arco” formado por vinha no rebordo e no miolo por um campo verdejante. Há também um aglomerado

populacional constituído por habitações recentes, mas mais à frente entra-se numa zona mais rústica,

visível pelo tipo de pavimento, largura reduzida do caminho e existência de casas antigas. Contudo,

saindo do cerne desta evidência de ruralidade, verifica-se o aparecimento de casas de estilo moderno.

Pode igualmente visualizar-se plantações de produtos hortícolas, de milho e da tradicional vinha. Subindo

a estrada em paralelo penetramos no vasto coberto vegetal, que não permite a visualização de outra cor

que não seja o verde. No cimo da rua vira-se à direita, sendo acompanhados por silvas, árvores de fruto,

conjunto habitacional e possibilidade de uma vista panorâmica. Logo à frente toma-se o caminho à

Trabalho de Pós-graduação 29

Roteiro complementar à RRVS integrando o Património natural e paisagístico de Felgueiras

esquerda também ele escoltado por vinha. De seguida, atravessa-se a ponte sobre a auto-estrada e

apanha-se a estrada que nos conduz ao Lugar de Fundego, passando por algumas casas e apreciando a

vista sobre o Concelho. No cruzamento seguinte descemos protegidos pela área florestal aí existente.

Passa-se um túnel por baixo da auto-estrada e logo que a estrada fica praticamente plana, vira-se à

direita num caminho em terra, onde se deve deixar o veículo e assim continuar o trajecto a pé, para que

sem pressas possam apreciar e desfrutar dos mais íntimos lugares desta zona. Entra-se, então, num

caminho envolvido por mato, castanheiros, silvas e eucaliptos. Percorre-se uma passagem totalmente

ladeada e coberta de vinha, a qual pode ser definida e interpretada como muito bucólica, dada a

sensação de tranquilidade e protecção associada à beleza inerente das diferentes tonalidades. Além

disso, ao longo desta passagem é permitida a fruição de uma panorâmica de parte do território

Felgueirense. Calcorreia-se caminhos rústicos, estreitos e de inclinação acentuada. As vinhas, as hortas

familiares e os campos de milho continuam a ser uma constante. A paisagem fruída resulta de canseiras

de várias gerações ligadas à actividade agrícola. Vai-se visualizando parte da zona florestal entre o

Unhão, Sernande e Idães, na qual não foi possível definir caminhos de passagem, visto que foi

atravessada por um lanço de auto-estrada. Passa-se por uma poça natural, as vinhas enquadram os

milheirais e acompanham os caminhos. A certa altura sente-se o murmurar discreto de um afluente da

Ribeira de Barrosas. Continuando o trajecto denota-se a presença de Castanheiros e pode desfrutar-se

da sombra dos Carvalhos. Atravessa-se a E.N. 207 e seguindo para o Lugar de Sargaça continuamos a

poder maravilhar-nos com o verde da vegetação. Encontra-se um cruzeiro muito próximo da Igreja de S.

Salvador de Unhão, e também nessa zona persiste a dominância da vinha e de campos agrícolas. Eis

que chegamos, por fim, à Igreja.

Depois de a contemplarmos, descemos até à E.N., atravessámo-la e seguimos para a direita até nos

abeirarmos de um caminho junto às casas que ai existem. Prosseguindo nesse caminho encontraremos

uma outra poça, que ao contorná-la e continuando o percurso nesse sentido, alcançaremos um local já

familiar, a outra poça de água próximo de casa. A partir daqui é só fazer o trajecto inverso, já conhecido,

até ao local onde o veículo foi estacionado.

Trabalho de Pós-graduação 30

Roteiro complementar à RRVS integrando o Património natural e paisagístico de Felgueiras

5.4.3 – Trajecto estabelecido entre a Igreja de S. Salvador de Unhão e a Igreja de Santa Maria de Airães

A descrição do trajecto estabelecido entre a Igreja de S. Salvador de Unhão e a

Igreja de Santa Maria de Airães é apresentada na tabela n.º 3.3, e a georeferenciação

deste encontra-se no mapa n.º 7 do Anexo III:

Tabela n.º 3.3 – Descrição do Trajecto estabelecido entre a Igreja de S. Salvador de Unhão e a Igreja de Santa Maria de Airães

Características gerais

Tipologia: Linear – Início na Igreja de S. Salvador de Unhão/ Fim na Igreja de Santa Maria de Airães

Extensão: 21Km

Interesse: Patrimonial – Paisagístico – Rural – Ambiental

Meio de deslocação aconselhável: Automóvel

Registo fotográfico

Figura n.º 5.3 - Vista da Igreja de S. Salvador de Unhão

Descrição do trajecto

Desce-se da Igreja de S. Salvador de Unhão até à E.N 207-2, aí vira-se à direita e logo de seguida

aparece um cruzamento também ele à direita com a indicação de Lordelo, toma-se essa direcção. Ao

percorrer-se o C.M 1192 é-se acompanhado pela presença de vinha, plátanos, cerejeiras, castanheiros,

campos agrícolas, pinheiros, casas rurais, eucaliptos e carvalhos. Entretanto aparece a Igreja de Lordelo,

imediatamente à frente surge um tanque antigo. Prosseguindo este trajecto a imagem mantém-se muito

semelhante à descrita até ao momento. Um pouco mais adiante surge uma zona onde se pode ter uma

ampla vista de uma dominância de verde incrível, tal como parar para fazer um piquenique. Dado o

objecto de estudo não se poderia deixar de atravessar a freguesia de Lordelo devido à sua dimensão

reduzida e manutenção de fortes características rurais e naturais. Antes de se chegar à E.N 207-2

atravessamos uma linha de água. Na E.N 207-2 toma-se a direcção da esquerda e imediatamente surge

uma placa indicativa de Airães, a qual se deve seguir. Atravessa-se o Lugar de Telhado e prosseguindo

no C.M 1191 atendendo às indicações da Igreja Românica de Airães, transpõe-se uma parte significativa

desta freguesia. Pouco antes de se atingir o destino final deste trajecto, passa-se pela Casa de Anciães, a

qual é digna de visita. Eis que se chega à Igreja de Santa Maria de Airães.

Trabalho de Pós-graduação 31

Roteiro complementar à RRVS integrando o Património natural e paisagístico de Felgueiras

5.4.4 – Trajecto estabelecido entre a Igreja de Santa Maria de Airães e a Igreja Velha de S. Mamede de Vila Verde

O trajecto proposto entre a Igreja de Santa Maria de Airães e a Igreja Velha de

S. Mamede de Vila Verde está descrito na tabela n.º 3.1 e georeferenciado no mapa

n.º 8 do Anexo III.

Tabela n.º 3.1 – Descrição do Trajecto estabelecido entre a Igreja de Santa Maria de Airães e a Igreja Velha de S. Mamede de Vila Verde

Características gerais

Tipologia: Linear – Início na Igreja de Santa Maria de Airães/ Fim na Igreja Velha de S. Mamede de Vila

Verde

Extensão: 16Km

Interesse: Patrimonial – Paisagístico – Rural – Ambiental

Meio de deslocação aconselhável: A pé

Registo fotográfico

Figura n.º 5.4.1 – Linha de água junto à Igreja de Airães

Figura n.º 5.4.2 – Poça de água descrita como encantadora

Figura n.º 5.4.3 – Vista de parte do imponente caminho rural “amuralhado”

Descrição do trajecto

Este trajecto inicia-se a partir da Igreja de Santa Maria de Airães, seguindo pelo caminho que existe

próximo da igreja, ao longo do qual se contacta com os campos de milho e o cultivo da vinha, como é

frequente nesta região. Atravessa-se a ponte sobre uma ribeira, e logo a seguir aparecem alguns

castanheiros e produções hortícolas. Com um pouco de sorte e uma pequena distracção ainda pisa um

pouquinho de excremento de gado. No primeiro cruzamento que aparece segue-se para a esquerda,

passando por um misto de aglomerado rural e apontamentos de busca pelo desenvolvimento urbano.

Logo em frente apresenta-se uma bifurcação, onde se poderá optar por uma das direcções, contudo

recomenda-se a direita, visto que esta permitirá o alcance de uma vista fabulosa sobre a zona florestal de

Vila Verde. Chegando junto à poça que existe junto à estrada, deve atravessar-se a estrada, e com um

pouco de curiosidade poderá seguir-se o caminho em terra mesmo em frente, o qual apesar de ser

seguido com a sensação de que se está a invadir propriedade nos proporciona a descoberta de um

espaço sublime, onde se vislumbram com maior predominância carvalhos, pinheiros, eucaliptos, giestas,

fetos e árvores de fruto, e caminhando em frente acompanhando um rego tradicional encontrar-se-á uma

poça de água encantadora, e é de facto daquelas coisas que ficará eternamente na memória. De

regresso à estrada municipal segue-se para a direita subindo no próximo cruzamento, de encontro a

evidências de alguma ruralidade. No final desse caminho volta-se a encontrar a mesma ribeira que se viu

Trabalho de Pós-graduação 32

Roteiro complementar à RRVS integrando o Património natural e paisagístico de Felgueiras

próximo da Igreja. Voltando ligeiramente para trás apanhamos um caminho que permite a ligação ao

Lugar do Cruzeiro em Vila Verde. Nesse local tem-se novamente a possibilidade de contemplar o território

Felgueirense. Seguindo no sentido descendente tem-se a companhia de carvalhos e fetos, sendo de facto

um trecho preenchido pelo verde. Mais à frente, sobe-se à direita e vai-se encontrando a cultura de vinha,

hortas, mato, tendo vistas incríveis e atravessando caminhos estreitos, ao longo dos quais é bem visível a

ruralidade. Dá até mesmo a sensação que não pisamos caminho público, pois parece que se está

praticamente dentro das habitações. Optando por seguir por esses caminhos em detrimento da estrada

municipal que estabelece a ligação com a freguesia de Santão, alcançar-se-á um imponente caminho

rural “amuralhado” fundamentalmente por vinha. Prossegue-se o trajecto por um trilho de monte com

bastantes fendas no chão que nos leva ao cume de S. Mamede e ao longo do qual se contacta e disfruta

de toda uma diversidade de espécies faunísticas e florísticas, nomeadamente verdilhões, carriças, rolas

bravas, pica-paus-verdes, borboletas, lesmas, sardaniscas, pinheiros, eucaliptos, entre outras.

Sensivelmente a meio deste trilho de monte é possível avistar grande parte do Concelho. No final do trilho

surge um arruamento em alcatrão, onde se começa a desfrutar da contemplação da Igreja Velha de S.

Mamede de Vila Verde.

Trabalho de Pós-graduação 33

Roteiro complementar à RRVS integrando o Património natural e paisagístico de Felgueiras

6 – Conclusão

O estudo realizado permite concluir que apesar do motor do desenvolvimento

turístico da região do Vale do Sousa ser a presença de elementos patrimoniais

românicos de valor inestimável, a riqueza paisagística e de elementos naturais poderá

ser um forte contributo para o alcance deste desenvolvimento.

No caso particular de Felgueiras, considera-se que de facto o património

românico deste território complementado pelo vasto património natural e paisagístico

confere a este Concelho fortes potencialidades para promover a sua atracção turística

e consequentemente contribuir para a afirmação da região do Vale do Sousa como

destino turístico. Neste sentido, é fundamental promover e valorizar adequadamente

estes recursos através dos mercados geradores de fluxos de turistas.

Cada vez mais se assiste a um predomínio da busca pela descoberta e ou

contacto com a natureza, nas escolhas da procura turística da generalidade da

população. Assim sendo pode afirmar-se que a paisagem e o património ambiental

são matérias primas cruciais para o turismo, o que induz a que a integração da

paisagem e do seu carácter visual e estético bem como dos valores naturais seja

fundamental na consolidação de determinada oferta turística.

É evidente que uma oferta turística bem estruturada poderá contribuir para o

desenvolvimento económico de uma região, no entanto não é apenas esta vertente

que é relevante, pois dever-se-á procurar atingir um equilíbrio entre as vertentes

ambientais, económicas e sociais, uma vez que é extremamente importante assegurar

que o turismo se desenvolva de forma sustentável. Apesar dos elementos atractivos

identificados na área de incidência deste estudo juntamente com os objectos

patrimoniais românicos serem o cerne a partir do qual se deverá desenvolver a

actividade turística da região, estes também possuem fragilidades, as quais deverão

ser salvaguardadas através da definição de estratégias e do planeamento de acções.

Considera-se, ainda, que a estruturação de um roteiro complementar à RRVS

integrando o património natural e paisagístico poderá conferir maior visibilidade dos

valores ambientais mais significativos das envolventes indirectas dos monumentos

românicos de Felgueiras e simultaneamente da RRVS.

Trabalho de Pós-graduação 34

Roteiro complementar à RRVS integrando o Património natural e paisagístico de Felgueiras

7 – Bibliografia

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Legislação:

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Cartografia e mapas: Instituto Geográfico Português

Câmara Municipal de Felgueiras

Comunidade Urbana do Vale do Sousa

Trabalho de Pós-graduação 36

Roteiro complementar à RRVS integrando o Património natural e paisagístico de Felgueiras

GLOSSÁRIO

.

Ambiente físico – Sistema composto pelos

elementos do ambiente natural, conforme se

encontram na actualidade, e pelos

processos que os relacionam.

Aproveitamento turístico – Utilização

sustentável do património natural e cultural

para fins turísticos.

Ecossistema – Comunidade biológica em

conjunto com o ambiente físico.

Património natural e paisagístico – Todo

um conjunto de variáveis biofísicas naturais

e antrópicas presentes numa área

territorialmente definida.

Recurso turístico – Bem natural ou cultural que

poderá satisfazer as necessidades da procura

turística, por intermédio dos meios e serviços

colocados à disposição.

Variáveis biofísicas antrópicas – elementos

que resultam da acção do homem sobre o

espaço, podendo existir um maior ou menor

equilíbrio entre eles e os factores naturais.

Exemplos: uso do solo, paisagem, qualidade

física do ambiente.

Variáveis biofísicas naturais – Todos os

elementos do território cuja origem decorre,

maioritariamente, de processos naturais

bastante lentos à escala humana, sendo

também designados por recursos não-

renováveis. Exemplos: clima, topografia,

geologia, solos, recursos hídricos e recursos

biológicos.

Trabalho de Pós-graduação 37

ANEXOS

ANEXO I – Mapa do Roteiro complementar proposto

ANEXO II – Mapas dos Percursos Pedestres

implementados

ANEXO III – Mapas dos Trajectos propostos

ANEXO I – Mapa do Roteiro complementar proposto

ANEXO II – Mapas dos Percursos Pedestres

implementados

Mapa N.º 2 – Percurso Pedestre “Caminhos Medievais”

Mapa N.º 3 – Percurso Pedestre “Caminhos Verdes”

Mapa N.º 4 – Percurso Pedestre “3Rios”

ANEXO III – Mapas dos Trajectos propostos

Mapa N.º 5 – Trajecto estabelecido entre o Mosteiro de Pombeiro e

a Igreja de S. Vicente de Sousa

Mapa N.º 6 – Trajecto estabelecido entre a Igreja de S. Vicente de

Sousa e a Igreja de S. Salvador de Unhão

Mapa N.º 7 – Trajecto estabelecido entre a Igreja de S. Salvador de

Unhão e a Igreja de Santa Maria de Airães

Mapa N.º 8 – Trajecto estabelecido entre a Igreja de Santa Maria de

Airães e a Igreja Velha de S. Mamede de Vila Verde