roteiro com matéria e textos de geo ef

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OP 1 Território e territorialidade Porque ensinar Demarcações de poder, legal e ilegal, nos espaços cotidianos. Entender territórios como propriedade coletiva, pública, além da idéia de posse, assim como a noção de limites, fronteiras, vizinhança, acesso, convergência, territorialidade. A noção de territorialidade ainda deve ser explorada na lógica da ocupação e demarcação de poder legal e ilegal, compreensão e posicionamento dos laços e relações que mantêm tais estruturas dimensionando uma qualidade de vida conflituosa e insegura em grande parte de situações, bairros, favelas, auto-estradas. Condições para ensinar É importante que os alunos compreendam o que é limite, o que é fronteira, e o que define o limite de poder de instituições, grupos sociais, gangs, estados, regiões e países. Tais noções são básicas para se organizar um conhecimento sistemático sobre o território e sobre as situações que territorializam lugares, ruas, estradas. Conceito de povo e de nação. Cotidiano do lazer. Vale também relacionar as questões da rede ilegal com situações urbanas complicadas e perigosas em diferentes países. O que ensinar 1. As mudanças ocorridas na produção do espaço urbano do lazer em diferentes escalas e tempos. 2. As relações de poder implícitas na produção do espaço urbano, em especial no tocante ao lazer. 3. As noções de território e territorialidade em situações que produzem a qualidade de vida na cidade: os territórios de poder, os territórios das instituições, os territórios públicos, os territórios fora da lei. 4. Os processos de preservação e depredação do território expressos na paisagem: os territórios das Igrejas, a ciclovia como território do lazer, as Vias Públicas(em algumas cidades em certos horários fechadas) para a caminhada. .Como ensinar Atividade: • Propor duas trilhas: uma pela cidade em que os alunos moram e outra detalhada por alguma situação especial que pode ser o poder paralelo, o poder religioso, o poder de um país sobre outro país. As duas trilhas devem ser iniciadas com a análise de diferentes situações urbanas que propiciam a leitura e observação de territórios. Os materiais relacionados abaixo são boas alternativas de recursos. • Organizar com os alunos o que se quer ver para ordenar a trilha: por onde passar, com quais formas de deslocamento, definindo registros que podem ajudar no mapeamento posterior. • Na sala de aula organizar os dados priorizando aspectos relacionados à preservação, depredação, em diferentes situações de poder no espaço. Tais aspectos devem ser mapeados e a definição de como organizar uma melhor alternativa para o ambiente deve ser proposta pelos alunos como instrumento de avaliação. • Fazer sínteses dirigindo o olhar dos alunos sobre: a quem cabe definir os territórios? Qual é o papel do povo e do governo em diferentes cidades e países? Pesquisa nos materiais citados com síntese argumentada adequadamente produzida em grupos. Uma análise da trilha proposta. Como avaliar

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OP 1 Território e territorialidadePorque ensinarDemarcações de poder, legal e ilegal, nos espaços cotidianos. Entender territórios como propriedade coletiva, pública, além da idéia de posse, assim como a noção de limites, fronteiras, vizinhança, acesso, convergência, territorialidade. A noção de territorialidade ainda deve ser explorada na lógica da ocupação e demarcação de poder legal e ilegal, compreensão e posicionamento dos laços e relações que mantêm tais estruturas dimensionando uma qualidade de vida conflituosa e insegura em grande parte de situações, bairros, favelas, auto-estradas.Condições para ensinarÉ importante que os alunos compreendam o que é limite, o que é fronteira, e o que define o limite de poder de instituições, grupos sociais, gangs, estados, regiões e países. Tais noções são básicas para se organizar um conhecimento sistemático sobre o território e sobre as situações que territorializam lugares, ruas, estradas. Conceito de povo e de nação. Cotidiano do lazer. Vale também relacionar as questões da rede ilegal com situações urbanas complicadas e perigosas em diferentes países.O que ensinar1. As mudanças ocorridas na produção do espaço urbano do lazer em diferentes escalas e tempos.2. As relações de poder implícitas na produção do espaço urbano, em especial no tocante ao lazer.3. As noções de território e territorialidade em situações que produzem a qualidade de vida na cidade: os territórios de poder, os territórios das instituições, os territórios públicos, os territórios fora da lei.4. Os processos de preservação e depredação do território expressos na paisagem: os territórios das Igrejas, a ciclovia como território do lazer, as Vias Públicas(em algumas cidades em certos horários fechadas) para a caminhada..Como ensinarAtividade:• Propor duas trilhas: uma pela cidade em que os alunos moram e outra detalhada por alguma situação especial que pode ser o poder paralelo, o poder religioso, o poder de um país sobre outro país. As duas trilhas devem ser iniciadas com a análise de diferentes situações urbanas que propiciam a leitura e observação de territórios. Os materiais relacionados abaixo são boas alternativas de recursos.• Organizar com os alunos o que se quer ver para ordenar a trilha: por onde passar, com quais formas de deslocamento, definindo registros que podem ajudar no mapeamento posterior.• Na sala de aula organizar os dados priorizando aspectos relacionados à preservação, depredação, em diferentes situações de poder no espaço. Tais aspectos devem ser mapeados e a definição de como organizar uma melhor alternativa para o ambiente deve ser proposta pelos alunos como instrumento de avaliação.• Fazer sínteses dirigindo o olhar dos alunos sobre: a quem cabe definir os territórios? Qual é o papel do povo e do governo em diferentes cidades e países? Pesquisa nos materiais citados com síntese argumentada adequadamente produzida em grupos. Uma análise da trilha proposta.Como avaliar1. Produção de uma trilha dos territórios da cidade em que os alunos residem com comentários das situações pesquisadas.2.Power point sobre o Estatuto da Cidade e a noção de território e territorialidade.3. Seqüência de imagens ou fotos das diferenças na paisagem religiosa de uma cidade (um bom exemplo é Belo Horizonte). Realçar o que muda e o que permanece na produção do espaço religioso.5. O território do esporte: definir como o jogo de poder se processa nos campos de futebol, voleibol, nos trajetos dos jogos entre as torcidas, nos ônibus, na violência.Por fim analisar com os alunos a partir das seguintes reflexões como auto-avaliação: o que aprendi, como aprendi, como estou entendendo as relações de poder nos cotidianos estudados?RA-4   Território e territorialidade Objetivos:- Reconhecer em imagens  e fotos de tempos diferentes as mudanças ocorridas na produção do espaço urbano do lazer em diferentes escalas sabendo explicar a sua temporalidade  e as relações de poder nelas implícitas. Desdobramentos da habilidade: - Conhecer e identificar na paisagem urbana as territorialidades construídas em diferentes temporalidades no centro das metrópoles como as gangues, mendigos, crianças de rua e outros sujeitos excluídos do processo de produção.- Conhecer os territórios urbanos preservados e os depredados , identificando o papel das políticas públicas na revitalização ou abandono.- Ler nas pichações , na mendicância, na violência do trânsito e no comércio informal das vias de circulação a territorialidades das classes sociais  excluídas.- Perceber o fluxo cotidiano  de pessoas  na temporalidade diurna e noturna das ruas e avenidas  que geram diferentes territorialidades em função da apropriação  dos serviços e comércio urbanos.-Identificar os processos de preservação e de depredação  do território expressos na paisagem.

-Compreender no cotidiano a noção de território e territorialidade, aplicando-a  na análise das situações que produzem a vida na cidade em forma de postal.- Criar  postais que revelam a identidade recuperada dos patrimônios abandonados.- Avaliar o papel das políticas públicas nas ações sociais destinadas aos desterritorializados.Pré-requisitos:- Identificar na paisagem urbana os territórios demarcados por faixas etárias e classe social em diferentes bairros, ruas, avenidas e periferias.- Ter noção da paisagem cultural urbana, identificando seus elementos.-Reconhecer na espacialidade da cidade diferentes grupos sociais e sua territorialidade.- Identificar na paisagem urbana os espaços de lazer da juventude e dos velhos.- Interpretar fotos para compreender o real.Saber usar máquina fotográfica e tomar fotos  relacionadas ao trabalho.Descrição dos procedimentos: Dos temas  que retratam a cidade e  as contradições no uso do território este é um dos mais contextualizados, polêmicos e complexos. Essa discussão faz parte do cotidiano  dos alunos na vivência, na escuta televisiva e na leitura de periódicos como jornais, revistas e boletins eletrônicos. Para que você, professor,  possa entender como os moradores da cidade se tornam desterritorializados e se territorializam, sugerimos  a  leitura da Orientação Pedagógica sobre o tópico território,  para em seguida, trabalhar as seqüências didáticas propostas.Atividade 1 – Leitura de texto e problematização:Texto – As contradições no uso do territórioA sociedade demarca novas e antigas paisagens caracterizadas, pelo desenraizamento e  pela exclusão. Seus atores são os sem teto, os refugiados, os camelôs, as gangues, as prostitutas, os doentes, os loucos, os pivetes, os mafiosos, os criminosos, os ladrões, representando os desterritorializados.  Esses grupos que sobrevivem nas fronteiras da marginalidade  e articulam-se com os lugares, criam territorialidades clandestinas denominadas de reterritorialização.  Eles se espacializam nos guetos, na rua, nos becos, nos asilos, nos hospitais, nos presídios, nos clubes, nas sarjetas, praças numa relação conflitante com os outros usuários/incluídos no espaço.  A paisagem excluída ganha visibilidade na desterritorialização dos acampamentos dos Sem Terra, no Brasil, dos refugiados balcânicos na Itália, dos desempregados africanos, na Espanha, nos acampamentos provisórios dos ruandeses na Tanzânia; dos palestinos, no Líbano; de curdos na Lituânia; dos refugiados sudaneses no Quênia.1-Análise do texto:1-        Explicar o entendimento  de território e seu desdobramento em territorialidade, desterritorialidade e reteritorialidade. Exemplificar.2-        Inferir da leitura do texto a relação entre os excluídos na cidade e no campo.3-        Explicar como se dá a exclusão na cidade. Quais as conseqüências dessa segregação no  patrimônio arquitetônico, no planejamento urbano  e distribuição dos bens sociais públicos.4- Atividade de Problematização Considerando a segregação que ocorre  no espaço urbano, questione porquê os moradores empobrecidos das favelas e dos bairros populares metropolitanos estão presentes mais freqüentemente 5- Atividade de Educação patrimonial e ambiental.- Selecionar um espaço da cidade  ocupado por mendigos, crianças de rua  e caracterizado por abandono público que foi revitalizada. Discutir o local com os alunos.-  Apresentar exemplos pelo Brasil e o mundo onde houve revitalização e os moradores de rua  foram expulsos,  eliminando-se a violência e gerando outras relações produtivas no local. . EX: Pelourinho (BA), centro histórico do Rio de Janeiro, SP, BH, Recife e outros.6-     Problematizar:    os tipos de inclusão e exclusão/  Avaliar a relação de uso do espaço urbano  para os desterritorializados. O que perdem ou ganham com a revitalização?   o significado de área revitalizada e o reuso do patrimônio.7- Montar o mural com os postais criados, fotos, textos, músicas, e outros materiais coletados. Divulgar a montagem na escola e na comunidade.Glossário:Territorialidade: Correlação de forças espacialmente delimitada e operando sobre uma área geográfica específica. Constituem-se em diversas formas de apropriação do território por grupos sociais que vão de vendedores ambulantes num determinado espaço urbano a territórios de contravenção como o tráfico de drogas.  Fronteiras: limite territorial de um Estado e do exercício do poder territorial. Na representação simbólica do território pode estar significando as delimitações espaciais da segregação/discriminação, das resistências, dos valores, das identidades.

Desterritorializados: trata-se grupos sociais ou indivíduos que se encontram marginalizados do processo socioecoômico/cultural/político. Estão desenraizados no lugar em que vivem, sem pátria, sem terra, sem casa. Isto não significa ausência de luta e conquistas. Veja o exemplo do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terras.Reterritorializados:são os grupos sociais ou indivíduos que tentam, lutam, buscam desesperadamente conquistar e dominar um espaço/lugar onde possam recriar sua identidade. Isso acontece quando se conquista um território ocorrendo a organização social, econômica, cultural e política dos indivíduos ou   grupos que exercem seu domínio.

OP2 Patrimônio e ambientePor que ensinarO patrimônio cultural brasileiro, de acordo com o artigo 216 da Constituição Federal de 1988, se constitui de “bens de natureza material e imaterial, tomados individualmente ou em conjunto, portadores de referência à identidade, à ação, à memória dos diferentes grupos formadores da sociedade brasileira, nos quais se incluem: I - as formas de expressão; II - os modos de criar, fazer e viver; III - as criações científicas, artísticas e tecnológicas; IV - as obras, objetos, documentos, edificações e demais espaços destinados às manifestações artístico-culturais; V - os conjuntos urbanos e sítios de valor histórico, paisagístico, artístico, arqueológico, paleontológico, ecológico e científico.”O patrimônio cultural brasileiro é uma das fontes insubstituíveis de informação sobre o modo de vida de uma sociedade num determinado tempo e da dinâmica da natureza. São bens não renováveis e precisam ser cuidados, preservados. As cidades, em seu dia-a-dia, sofrem todo tipo de impactos ambientais, tanto os resultantes da atividade industrial e queima de combustíveis fósseis de veículos automotores que poluem o ar e provocam chuva ácida danificando o patrimônio, quanto os gerados pela intensa transformação da natureza pela crescente urbanização. A gestão da cidade, incluindo o seu patrimônio, exige um planejamento de longo prazo, buscando: a reabilitação através do restauro de edifícios e espaços públicos; o fechamento de ruas e construção de boulevares;o restabelecimento das condições ambientais para usufruto adequado dos lugares; a promoção da melhoria da qualidade de vida da comunidade levando-se em conta os novos estilos de vida urbanos. Enfim, o desenvolvimento sustentável integrado na cidade, tornando os lugares da memória patrimonial fontes de experiências emocionais, de lazer cultural em que todos sejam beneficiados pela sua preservação e utilização. É nesses termos que se coloca a relevância do desenvolvimento deste tópico, pois é importante que as comunidades e prefeituras estejam engajadas na proteção ao patrimônio, incorporando os benefícios de sua preservação ao cotidiano da comunidade.Condições para ensinarFazer com que os alunos se apropriem da valorização do patrimônio: Mas o que é patrimônio? A palavra tem significado amplo, podendo referir-se a “herança paterna; bens de família; riqueza (patrimônio moral, intelectual cultural); complexo de bens, materiais ou não, direitos, ações posse e tudo o mais que pertence a uma pessoa, posse e tudo o mais que pertença a uma pessoa ou empresa e seja suscetível de apreciação econômica; a parte jurídica e material da azienda”.(Aurélio) No contexto tratado neste tópico, patrimônio significa riqueza cultural. A dimensão cultural se refere ao histórico (material e imaterial) e ao ecológico. De quais saberes e fazeres a turma é portadora, no ponto de partida do trabalho pedagógico com este tópico? O que ela entende por patrimônio?O que é considerado como patrimônio cultural? O que significa preservar? Por que é importante a preservação do patrimônio? Quais são os benefícios de sua preservação? O que é reconhecido como patrimônio cultural no espaço de vivência? Onde se localizam? Como tem sido a relação da comunidade do espaço de vivência com o seu patrimônio cultural? Que tipos de impactos ambientais existem no espaço de vivência que trazem prejuízo à preservação do patrimônio cultural e à qualidade de vida da população? Quem cuida da proteção ao patrimônio cultural? Quem decide, e com qual critério, o que deve ser preservado como patrimônio cultural? Por se tratar de uma avaliação diagnóstica e inicial é aconselhável que a turma participe da elaboração de um registro coletivo de seus saberes e fazeres, fazendo um cartaz, mural ou um texto. Ele será tomado como referência essencial ao longo do processo das aprendizagens.O que ensinar:• as construções patrimoniais e seu valor cultural associado à preservação do espaço urbano.•os impactos ambientais produzidos pela relação sociedade e natureza nos cotidianos urbanos.•os impactos advindos das transformações no uso do patrimônio, propondo soluções para os problemas ambientais urbanos.Como ensinarSeqüência didática para o desenvolvimento das atividades:Debate: quem decide, e com qual critério, o que deve ser preservado como patrimônio cultural?

Primeira parte: leitura dos textos indicados no banco de dados e elaboração de uma síntese conclusiva para participação no debate.Banco de dados

Texto 1: “(...) Não é simples a tarefa de especificar o que deve ou não ser preservado (...) tudo que nos rodeia – em todo o espaço geográfico mundial - é obra cultural ou ecológica (...) Em 1930, Mário de Andrade propôs (...) que algumas favelas existentes em morros do Rio de Janeiro, assim como exemplos de mocambos em Recife, fossem tombados, preservados pelo Estado, considerados como patrimônios da cultura popular (...) tal sugestão não foi seguida (...) Porque mocambos ou favelas não merecem o status de patrimônios culturais ao passo que Ouro Preto e Versalhes merecem?” (Vesentini, 1989)

Texto 2: (...) Outra visita obrigatória em Buenos Aires é o bairro da Boca, local onde nasceu e cresceu o maior orgulho do futebol argentino, Armando Diego Maradona (...) Dieguito nasceu pobre como o bairro (...) Reduto de criminalidade, o bairro da Boca é, para todo o mundo, um exemplo de maquiagem (ou seria revitalização?!) com ajuda do governo (...) a característica principal são as casas construídas com lata. São cortiços, na verdade, feitos com pedaços de navios em que chegaram os italianos no passado, como reza a história. (Marcelo Bartolomei -Turismo Online) 

Texto3: Os conceitos são construções sociais e, como tais, expressam o modo de pensar da sociedade de cada época. Há uma tendência atualmente de se considerar como bens culturais o que resulta da transformação, pelo homem, das coisas naturais e/ou aqueles que garantem ao ser humano a qualidade de seu habitat. Portanto, “as coisas naturais que não passaram por processos de transformação também podem ser bens culturais, uma vez que compõem o habitat do ser humano. O conjunto de bens culturais das diversas naturezas constitui o patrimônio cultural”. (RANGEL, Marília Machado. Educação patrimonial: conceitos sobre patrimônio cultural. In: MINAS GERAIS. Secretaria de Estado da Educação. Reflexões e contribuições para a educação patrimonial. Grupo Gestor (org.) – Belo Horizonte: SEE/MG, 2002, p.24).

Segunda parte: DebateTerceira Parte: Elaboração coletiva de um texto contendo a argumentação apresentada pela turma.• Leitura e crítica da Lei Orgânica do município na parte referente à preservação do patrimônio.• Exercício do olhar local: leitura da paisagem patrimonial do espaço de vivênciaPrimeira parte - Trilha no espaço de vivência para coleta de dados sobre seus patrimônios culturais: identificando-os; localizando-os no espaço; descrevendo-os; levantando perguntas curiosas, incluindo sua contextualização histórica; avaliando seu estado de preservação e os impactos que os ameaça. Fazer registros valendo-se de mapeamentos, fotografias, filmagens, anotação de dados.Segunda parte - Tratamento dos dados coletados: apresentação; análises; discussão das perguntas curiosas e seleção daquelas que indicam a necessidade de uma investigação apurada; análise das imagens coletadas; elaboração de mapeamentos; síntese final do estado de conservação dos patrimônios urbanos e seu uso/consumo pela comunidade local, turistas e recreacionistas (visitantes de um dia sem pernoite); possíveis critérios que informam a transformação do bem em patrimônio; proposição de medidas de proteção para a defesa dos bens patrimoniais em situação de risco; elaboração de um texto coletivo contendo as conclusões provisórias da turma.Terceira parte Levantamento dos bens ecológicos e culturais do espaço de vivência que necessitam ser protegidos/preservados. Fotografá-los e mapeá-los.• Entrevista: Secretaria Municipal da CulturaPlanejamento: comunicação fazendo a solicitação da entrevista;elaboração de perguntas para o entrevistado, entre elas, as duas que seguem:1. Quem definiu, e a partir de que critérios, o que deve ser preservado como patrimônio no espaço de vivência?2. Sabe-se, que embora essencial, não é só Plano Diretor que resolverá os problemas dos impactos ambientais e a defesa e proteção do patrimônio, pois é preciso contar com equipes competentes que mantenham um diálogo permanente com a comunidade, o setor privado, as ONGs e as instâncias públicas que cuidam do patrimônio (IPHAN e IEPHA), além da Unesco. Como tem sido operacionalizada a política patrimonial do município?

Leitura de quadrinho

a) Discussão - Grafiteiros e pixadores: qual é a diferença entre eles?b) Há pixadores no espaço de vivência? O que a turma pensa sobre essa forma de vandalismo? Que ações a turma sugere para superar o problema? Como operacionalizar suas sugestões?c) Existem grafiteiros? Avaliação da arte grafiteira do espaço de vivência.d) O §4.º- Os danos e ameaças ao patrimônio cultural serão punidos, na forma da lei.Indique as medidas em defesa de um bem cultural e ambiental operacionalizadas pela administração municipal.Como avaliar• Instrumentos para o professor: observação dos alunos na realização dos exercícios, dificuldades, questões, explicações aos colegas. Registros dessas observações para análise com o resultado dos testes do banco de itens.• Proposição de bens culturais (históricos e ecológicos) que necessitam ser protegidos/preservados e criação de formas de mobilização da comunidade local para que seja efetivado.Elaboração de uma cartilha de educação ambiental e patrimonial destinada aos alunos da educação infantil e séries iniciais do ensino fundamental.RA-2   Patrimônio e ambiente Objetivos:-Identificar  no espaço urbano as construções patrimoniais, explicando seu valor cultural, associado à preservação.- Analisar os impactos ambientais produzidos pela relação sociedade natureza nos cotidianos urbanos.- Analisar os impactos advindos das transformações no uso do patrimônio, propondo soluções para os problemas ambientais urbanos.Desdobramentos:- Identificar na espacialidade complexa da cidade os patrimônios urbanos e suas revitalições.- Identificar nas políticas de planejamento urbano o papel relevante do Orçamento Participativo na  qualidade de vida e justiça social dos moradores.- Reconhecer a importância da sustentabilidade urbana na qualidade de vida dos habitantes.- Analisar as políticas públicas urbanas no desenvolvimento da cidadania dos sujeitos urbanos.- Compreender as construções patrimoniais e seu valor cultural associado à preservação do espaço urbano.Pré-requisitos:-Noção de cidade, patrimônio e revitalização do espaço urbano.- Conhecer os elementos que compõem o arranjo da cidade e sua organização em bairros, centro, periferia, distritos, regionais.- Conhecer o  papel das políticas públicas no planejamento urbano.-Saber problematizar sobre os direitos e deveres do cidadão.- Conhecer a organização de uma cidade: bairros, centro, periferia, áreas de serviço, de comércio, de preservação do meio ambiente;- Conhecer a importância da sustentabilidade relacionada ao patrimônio.Descrição dos procedimentos:1- Problematização:-O que a turma entende por patrimônio?- O que é considerado patrimônio cultural?- O que significa preservar? Por que é importante a preservação do patrimônio?- Quais são os benefícios de sua preservação?-  O que é reconhecido como  patrimônio cultural no espaço de vivência? - Onde se localizam?

- Como tem sido a relação da comunidade do espaço de vivência com o seu patrimônio cultural?-  Que tipos de impactos ambientais existem no espaço de vivência que trazem prejuízo à preservação do patrimônio cultural e à qualidade de vida da população?- Quem cuida da proteção do patrimônio cultural? Quem decide, e com qual critério, o que deve ser preservado como patrimônio cultural? 2- Registro coletivo dos saberes da turma em cartaz, mural ou texto. Esse registro é a  referência essencial para a continuidade do trabalho. 3-Trilha urbana para reconhecimento do arranjo patrimonial ao centro da cidade. Lembre-se:       Embora essencial, não é só o Plano Diretor que resolverá os problemas dos impactos ambientais e a defesa e proteção do patrimônio, pois é preciso contar com equipes competentes que mantenham um diálogo permanente com a comunidade, o setor privado, as ONGs e  as instâncias públicas que cuidam do patrimônio (IPHAN e IEPHA), além da Unesco. É preciso prestar atenção aos bens patrimoniais do espaço vivido. Aprender a valorizar o legado cultural e histórico deixado de herança por nossos antepassados. É preciso conhecer para valorizar e valorizar para proteger. Esse é o melhor caminho para aprender a gostar e conservar a cidade. Solicitar parceria das disciplinas de História e Artes.Glossário:Patrimônio: O significado é amplo, podendo referir-se a “herança paterna; bens de família; riqueza (patrimônio moral, intelectual cultural); complexo de bens, materiais ou não, direitos, ações posse e tudo o mais que pertence a uma pessoa ou empresa e seja suscetível de apreciação econômica; a parte jurídica e material da azienda”.(Aurélio) No contexto tratado neste tópico, patrimônio significa riqueza cultural. A dimensão cultural se refere ao patrimônio  histórico (material e imaterial) e ao ecológico.Impactos ambientais na cidade: Resultam da atividade industrial e da queima de combustíveis fósseis por meio de veículos automotores que poluem o ar e provocam chuva ácida danificando o patrimônio. Há, também, os gerados pela intensa transformação da natureza.IEPHA: Instituto do Patrimônio  Histórico e Artístico: Criado em 1971, em MG. Ligado ao Ministério da Cultura tem como função o registro, preservação e proteção do patrimônio cultural do estado. IPHAN: Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – organização institucional  com instrumentos legais para preservação do patrimônio. Criado em 1932, existe em cada estado da federação.

OP 3 Paisagens do cotidianoPor que ensinarAs paisagens são a forma visível de como o espaço encontra-se produzido: paisagens do cotidiano são, portanto, focos de situações visíveis do espaço de vida de diferentes lugares, através dos quais, se pode depreender o que se faz tanto na política, quanto na apropriação do espaço pela sociedade civil. Escolher as paisagens do cotidiano priorizando o lazer é uma forma de tematizar porque o lazer tomou a dimensão atual em cotidianos urbanos. Eles produzem certas paisagens que tanto podem ser parques e praças, quanto as discotecas, bares, teatros, definindo atividades econômicas próprias de sua manutenção. Assim, as paisagens de trabalho que fomenta a economia estão, em várias paisagens, definidas por territórios de economia informal, outro rico objeto de estudo para a compreensão do cotidiano através da paisagem. Muitas delas evidenciam o espaço de encontro do migrante, do cidadão desprovido de recursos financeiros para que usufruam apenas de paisagens representantes do mundo do consumo. A análise de todas essas situações, lidas nas situações explícitas da vida cotidiana, trarão a possibilidade de compreensão maior dos conceitos de espacialidade e territorialidade, de cidadania, de transformação do lazer em direito, ou em produto.Condições para ensinarRever com os alunos, procurando diagnosticar como está o conhecimento deles sobre:os serviços que produzem diferentes cotidianos; países com qualidade de vida diferente e pessoas com cotidianos diferentes e desiguais que se manifestam nas cidades e na vida rural através de diferentes paisagens, sabendo explicá-las; noções de trabalho, emprego e desemprego; espaços de lazer em diferentes cotidianos; noções de público e privado; espaços públicos e espaços privados. É importante que os alunos saibam explicar que o visível do espaço é a paisagem e quais indicadores desse visível evidenciam os cotidianos de lazer, principalmente como e para quem estão direcionados.O que ensinar• Paisagens urbanas que evidenciam as diferentes formas de trabalho no espaço.• Paisagens urbanas que evidenciam diferentes formas de lazer.• As paisagens do cotidiano e as relações homem e natureza.• O trabalho e o lazer nas paisagens de diferentes tempos e espaços.• Relações entre cultura e trabalho na identidade de um lugar.

• Serviços de infra-estrutura, oportunidades de trabalho, de lazer e direitos à cidadania.Como ensinar• Propor, depois de um diagnóstico e sistematização dos conhecimentos prévios, que os alunos analisem imagens de cidades, identificando seus elementos e suas funções destacando nelas as relacionadas ao lazer e ao trabalho.• Utilizar textos e imagens de paisagens cotidianas para que os alunos explorem, com roteiro sugerido pelo professor, os aspectos que devem ser objeto de construção conceitual.• Propor que façam paralelo com a construção de Brasília e Belo Horizonte, e a evolução de São Paulo. Tal paralelo deve ser registrado em novas imagens produzidas pelos alunos, de preferência comparando também com o cotidiano do município de localização da escola. Tal produção pode ser um rico instrumento de avaliação.• Além do registro é importante trabalhar com aspectos de favelas, paisagens que demonstram paisagens de cotidianos, muitas vezes em que o lazer não se encontra tão visível. Veja Reportagem: o cerco da periferia. De posse do material lido e problematizado, sugere-se a realização de um debate com propostas de alternativas para novas paisagens. E uma exposição das paisagens sugeridas pelos alunos.• Outra sugestão de atividades importantes poderá ser roteirada a partir de textos que evidenciam a vida nas cidades brasileiras. O roteiro deve propiciar aos alunos que percebam a importância do lazer e do trabalho na produção de cotidianos com mais qualidade de vida. E relacionar tais paisagens como expressão de conquistas de cidadania.Como avaliar1. Propor ao aluno uma análise do material que ele produzir na comparação da construção de Brasília e Belo Horizonte e na evolução de São Paulo. Será um instrumento de avaliação conceitual que pode ser acrescido de uma questão de auto-avaliação; o que o aluno aprendeu sobre a situação estudada. 2. Usar as questões relacionadas ao tópico no Banco de Itens do CRV como um instrumento de teste paralelo aos outros utilizados.3. Selecionar um mapa temático sobre o assunto no link indicado e solicitar aos alunos uma leitura de paisagens urbanas e rurais. Solicitar aos alunos uma produção sobre o seguinte tema: Paisagens do cotidiano e valorização do patrimônio. Pode ser produção de imagens, de power point, de texto verbal.RA-1   Paisagens do cotidiano Objetivos:-Interpretar as paisagens urbanas  em suas oportunidades de trabalho e lazer, valendo-se de imagens/fotos de tempos diferentes.- Reconhecer nos cotidianos da paisagem urbana o que a cultura e o trabalho conferiram como identidade de um lugar. Desdobramentos da habilidade:- Identificar como as pessoas têm acesso aos serviços de infra-estrutura, opotunidades de trabalho, de lazer associando-os aos direitos à cidadania.- Reconstruir conceitos referentes ao setor terciário e aos serviços na composição do arranjo da cidade.-  Planejar os elementos básicos de uma observação do real.- Identificar os tipos de serviço dando ênfase aos “serviços inteligentes”.- identificar os conceitos trabalhados em sala no espaço visitado: espacialidade dos serviços,  relações de trabalho nos serviços.- Envolver-se no debate sabendo argumentar e dialogar com as observações e análises coletadas na trilha urbana.- Manifestar opinião a partir de dados coletados em registro oral e escrito.- Capacidade para tratar os dados com objetividade, responsabilidade e crítica. Pré-requisitos:- Conhecer a espacialidade da cidade e a distribuição do trabalho nos serviços.- Conhecer as noções básicas referentes ao setor terciário como: localização, produção tecnologias, consumo etc- Identificar os tipos de serviços e saber localizá-los no mapa.- Diferenciar os serviços de acordo com suas tipologias.- Identificar os tipos de trabalho no setor terciário  e as mudanças em suas relações.- Diferenciar indústria e serviços dentro do setor terciário.- Noções de cartografia para mapear o local visitado.- Noções de uso de foto para saber ler e legendar.- Interpretar textos relacionados ao comércio e serviço.- Trabalhar de forma cooperativa e solidária na produção de texto síntese.Descrição dos procedimentos:

Sugerimos um roteiro para que os alunos tenham maior visibilidade das novas formas espaciais e territoriais da globalização na paisagem urbana, tecida no cotidiano. Por um lado esse novo olhar global cria novas oportunidades de lazer e revitaliza a cultura , por outro transforma tudo em espaço de consumo. Cria novos serviços e comércio, mas encolhe o trabalho. Moderniza os transportes, vias de circulação, infra-estrutura urbana, serviços de cultura,  mas exclui os pobres. Gera os “Sem moradia” “Sem transporte”, Sem escolaridade”, “Sem trabalho” “Sem saúde”, etc.             Que questões problematizadoras poderão ser feitas aos transeuntes, aos trabalhadores, aos usuários da cidade na perspectivas de fazê-los participar, opinando sobre os serviços na paisagem? Planeje com seu aluno o estudo dos serviços no lugar de vivência comparando-o com outras escalas nacional e global .          Roteiro -     Os serviços  no processo de globalizaçãoPrimeiro momento   -   Atividade de diagnóstico -Identificar os serviços usados pelos alunos no espaço de vivência: lazer, educação, saúde, cultura, comunicação, bancário, infra-estrutura-urbana, transporte etc.- Classificar os serviços mais e menos usados no cotidiano.- Organizá-los, segundo as necessidades básicas e complementares.- Mapeá-los na planta da cidade. ( Verificar se a prefeitura tem mapa monográfico do IGA)- Analisar sua localização e centralidade na cidade.- Trabalhar com a memória da cidade: fotos de acervos  de jornais/ instituições sobre os serviços mais antigos. Compará-los buscando as diferenças no tempo.  - Produzir um texto coletivo da sala sobre o uso e consumo de serviços na cidade. Segundo momento    – Ampliação das informações sobre os serviços na cidade DEBATE : A cultura e o trabalho conferiram uma identidade à cidade ou ela se perdeu com o processo de globalização mundial?              A  população  tem lutado por seus direitos à qualidade de vida na cidade? Refletir sobre os avanços: a expansão do turismo;  a diversificação e consumo do lazer;  o conforto advindo com as telecomunicações; o papel da TV e da mídia; a facilidade e velocidade dos meios de transporte, na vida das pessoas; a diversificação dos serviços e oferta de emprego nas cidades;   a superação da  indústria;        E, as contradições impostas ao espaço da cidade: desemprego, ausência de  qualidade de vida para todos,  ampliação dos excluídos dos serviços. ·       Organizar um texto geográfico utilizando as questões debatidas. Questionar  a globalização dos serviços  relacionando-a com a qualidade de vida dos povos da Terra. §         Trilha urbana ( selecionar um dos  lugares sugeridos para a trilha urbana) -  Agência de Turismo, teatro, museu, cinema, lan house, ciber café, clubes, espaços de cultura organizados por bancos e outras empresas privadas ou prefeitura local) considerare lugares de serviços de cultura e lazer significativos na cidade.§         Organizar combinados com alunos: local, saída e retorno, comportamento no local.§         Planejar o percurso e a visita: registro de fotos, desenho do croqui e elaboração da entrevista.

 Glossário:Globalização: Fenômeno que consiste em múltiplas e rápidas interações entre indivíduos e empresas, ONG e Estados, facilitado pelas novas tecnologias,gerando novas realidades e alterando o curso do processo civilizatório mundial.Processo típico do final do século XX que mudou a vida social e cultural nos diversos países do mundo, sendo cada vez mais afetado  pelas influências internacionais políticas e econômicas.Infra-estrutura urbana: sistemas necessários à urbanização, tais como energia elétrica, saneamento básico, sistema viário, serviços sociais.Massificação: influência exercida pelos meios de comunicação de massa (rádio, TV, cinema, jornais, revistas, outdors, propagandas), com a finalidade de impor hábitos, comportamento e condutas às pessoas.Paisagem urbana: é um recorte visível da cidade, percebido através dos sentidos. A partir dela compreende-se a complexidade da vida social contida em seus elementos socioculturais, sociopolíticos, socioeconômicos e socioambientais, enfim, naquilo que a anima e lhe dá vida  pela força dos símbolos, das imagens e do imaginário.Serviços inteligentes:são mais rápidos e eficientes usando alta tecnologia e novos materiais resultantes dos avanços da Revolução  técnico-científico-informacional.

OP 4 LazerPorque ensinarA cidade ou o campo, a vida se traduz como espacialidade no mundo globalizado, com isso atribuem outros significados ao lazer: um lazer que produz bastante da maneira que as pessoas consomem o seu cotidiano. Um aspecto desse lazer, é na vida 24 horas para muitas cidades, produzindo tempos desiguais e atividades diferenciadas por aqueles que usufruem o lazer, e os que o produzem. Vinculado ao lazer, à

sua espacialidade e territorialidade estão relacionados o turismo e a arte- exposições, eventos, teatro, balé, shows- e alguns poucos movimentos populares de ONGs vinculadas a projetos educativos. O lazer, nesse caso, abre um mercado e um espaço que pode ser de convivência, de encontro, de contribuição para a construção da identidade de uma cidade, de um grupo rural, de um grupo social. Pela importância econômica e cultural se justifica o estudo desse tópico.Condições para ensinarHistoricamente não se vincula o lazer ao estudo de Geografia. As primeiras abordagens estão relacionadas à Geografia Cultural. Com tal abordagem as questões religiosas e as festividades são os primeiros destaques: o que se festeja e a importância do ato de festejar, de compartilhar coletivamente, como uma importante dimensão de humanização, de se reconhecer parte de um grupo. Algo tão importante que as pessoas querem repetir como parte de sua identidade. Os conceitos de identidade regional, nacional, regionalidade e cultura devem ser priorizados.Posteriormente a vida globalizada impõe outra dimensão para a espacialidade do lazer: a evidência de um mercado. A arte, as bandas para os jovens, com os ritmos reconhecidos, o hap e o hip hop, o rock, ou o teatro e as exposições, os espaços culturais como feiras típicas, abrindo possibilidades de convivência e conhecimento de culturas em sua pluralidade. Tais eventos apresentam uma espacialidade e territorialidade, para os quais os alunos devem reconhecer aspectos culturais, respeitar a pluralidade da manifestação cultural, relacionar cultura e povo, nação, etnia e dimensionar o aspecto econômico relacionado a cada evento.O que ensinar•Os fatores que explicam a distribuição, localização e freqüência das atividades que evidenciam a vida 24 horas relacionadas ao lazer: teatros, shows, bares, discotecas, cinemas, espaços culturais diversificados.•O lazer relacionado à saúde- os parques, as caminhadas, as quadras, o esporte.•Os espaços públicos de lazer por idade: parquinhos e praças com espaços para idosos.•O lazer privado relacionado ao novo mercado: a terceira idade.•O lazer relacionado ao turismo- com todos os desdobramentos que se coloca na transformação de natureza ou patrimônio histórico, festas, em produtos turísticos- a festa de São João, por exemplo.•A dimensão econômica do lazer na sociedade atual tendo como referência a mundialização de fenômenos econômicos, tecnológicos e culturais, em especial jogos virtuais.•A espacialidade e territorialidade do lazer: quadras, parques, cinemas, casas de show e diferentes espetáculos, sem desconsiderar a produção pública do lazer através dos espetáculos promovidos em praças com patrocínio, muitas vezes, do setor privado.Como ensinarApós relacionar o objetivo específico da turma e ano de trabalho com os conhecimentos prévios que os alunos devem ter, realizar uma avaliação inicial sobre o que os alunos fazem como lazer, suas famílias, familiares dos funcionários da escola, conhecidos. Diferenciar as atividades de lazer por idade e categorizá-las com eles como eventos e atividades públicas ou privadas. Mapear as atividades de lazer relacionadas a uma das idades ou a todas elas comparando a sua freqüência e formas que disponibiliza ao público sua fruição. Promover um debate com os alunos sobre as possibilidades de diminuir a violência urbana com um incentivo ao lazer através de projetos e espaços públicos. Relacionar os diferentes tempos urbanos e rurais com o movimento da globalização. Produzir atividades integradas com os profissionais de arte, buscando registros e idéias para democratizar o lazer na cidade e no campo.Uma boa atividade pode ser a exibição e análise do filme Billy Elliot.Identificar projetos nos quais prefeituras e ONGs usam a arte como forma de integração á vida social pode ser outra atividade de reconhecimento da importância da cultura e do lazer como produtores de inclusão social.RA-8   Produção de texto: o lazer no cotidiano do município e em outros lugares Objetivos:- Explicar o lazer na sociedade atual tendo como referência a mundialização de fenômenos econômicos, tecnológicos e culturais.- Conceituar lazer na cidade e no campo- Ler textos buscando informações que ampliam e aprofundam o significado de lazer.Pré-requisitos:- Noções de serviços na cidade que representam o lazer.- Noção da espacialidade do lazer na cidade e no campo.- Identificar o lazer  que gera dinheiro e o lazer que provoca  entretenimento.- Conhecer e expressar  o gosto e a importância do lazer- Ter hábito de  registrar as leituras combinadas em sala e extra-classe, sabendo dialogar sobre elas em diferentes situações de aprendizagem.- Ler, interpretar e analisar textos, documentos, vídeos relacionado-os com outras linguagens  e disciplinas.

Observa-se, a segregação do lazer, ou seja,  a melhor forma de uso do tempo livre.     Os alunos devem estudar o lazer no seu município, no Brasil e no mundo para compreender como se dão as relações dos sujeitos com o espaço de lazer e convivência na  cidade. Propomos a seguinte sequência didática: Atividade 1- Diagnosticar os saberes dos alunos sobre o lazer: 1-       O que você entende por lazer? Ele se relaciona ao tempo livre ou ao tempo de trabalho? Como as pessoas podem utilizar esse tempo de lazer?2-       Sua cidade ou região conta com espaços de lazer: cultural (museu, observatório, galerias de  arte, centros de cultura), contemplativo ( redes de TV,  cinemas, teatro) e de entretenimento ( parques, praças, feiras livres, torneios, espaços de alimentação, de turismo, de jogos, enfim, de convivência)?3-       Você concorda com a lei que garante o direito de lazer a todo trabalhador no seu tempo livre?4-       O lazer é um direito do cidadão e deve atender às diferentes faixas etárias. Assim, deve fazer parte das políticas  sociais e culturais do município. Isso acorre no seu município?   Atividade 2 – Investigar   o  espaço de lazer no município         Investigar sobre os espaços de lazer no município: lazer cultural, lazer contemplativo e lazer de entretenimento.         Entrevistar moradores antigos, indagando como era o lazer de antigamente.         Coletar fotos antigas e recentes  de lazer no município.         Organizar-se em grupos para selecionar e interpretar os dados coletados.         Montar um painel  sobre o lazer no município: como os habitantes usavam o espaço para o lazer  antigamente e Como usam o lazer hoje (quais as mudanças?).Atividade 3 – Conhecendo um pouco mais  sobre o lazer Cada grupo deve selecionar um fragmento de texto para discutir e apresentar as idéias no coletivo, dando-lhe um título.

Texto 1 ________________________________________________________       “Na Constituição de 1988, promulgada no contexto da distensão e redemocratização do Brasil após a ditadura militar (que perseguiu e colocou no mesmo balaio liberais, comunistas e cristãos progressistas), apesar de termos 80% dos tópicos defendendo a propriedade e meros 20% defendendo a vida humana e a felicidade, conseguiu-se uma série de avanços – hoje colocados em questão – como as Férias Remuneradas, o 13º salário, multa de 40% por rompimento de contrato de trabalho, Licença Maternidade, previsão de um salário mínimo capaz de suprir todas as necessidades existenciais, de saúde e lazer das famílias de trabalhadores, etc.    A luta de hoje, como a luta de sempre, por parte dos trabalhadores, reside em manter todos os direitos constitucionais adquiridos e buscar mais avanços na direção da felicidade do ser humano”. http://www.culturabrasil.pro.br/diadotrabalho.htmTexto 2 ___________________________________________________________________________“Objetivo é afastar bares e boates de áreas residenciais, levando-os para pontos onde poderiam funcionar por 24 horas, colaborando, inclusive, para o cumprimento das leis em vigor. Existe a possibilidade de os empresários contarem com incentivos fiscais. O projeto, aprovado em segunda votação, vai agora para sanção do prefeito.Segundo o vereador (paulista),  o pólo de lazer e comércio intermitente deverá abrigar somente serviços destinados a entretenimento, com exceção aos proibidos por lei ou contrários à moral e aos bons costumes, como as boates de prostituição. O projeto prevê ainda que esses pólos sejam instalados, de preferência, em grandes avenidas ou regiões que concentram prédios de antigas indústrias. "Já existem locais com esse perfil na cidade. Os bairros da Mooca ou a região central da Capital são bons exemplos disso, mas existem muitos outros que deverão ser analisados pela Prefeitura", diz. http://www.dcomercio.com.br/especiais/camara/091105.htmTexto 3 _________________________________________________________________________ Ponto de encontro de curitibanos e turistas. Criada em 1992, é a primeira rua do país projetada em espaço fechado, onde as lojas não fecham nunca. Nos 120 metros de comprimento, com estrutura metálica em arcos e cobertura de vidro, os turistas e curitibanos se divertem e fazem compras nas 42 lojas. O grande relógio na entrada mostra que não existe hora para um bom bate-papo regado a chope bem gelado. Localização: Rua Coronel Menna Barreto s/nº. É a síntese da cidade do futuro,que não dorme. Tem 120 metros de extensão, com estrutura metálica em arcos e cobertura de vidro. Inaugurada em 1991, transformou-se num dos principais pontos de encontro de curitibanos e turistas, com lojas diversas, supermercado, banco, cafés,bares e restaurantes. É visinha de grnde parte dos hotéis situados no centro da cidade. http://www.guiacuritiba.com.br/turismo/roteirosVer.php?id=34httTexto 4 _____________________________________________________________________O lazer é uma conquista dos trabalhadores que lutaram para reduzir o tempo de trabalho em função do descanso e recomposição do equilíbrio. O lazer tem valor em si mesmo, pelas possibilidades que abre na dinâmica social. Contudo, para além da polêmica que ronda a discussão conceitual, a tendência dos estudiosos é considerar o lazer como um campo peculiar da cultura, constituído pela vivência lúdica de manifestações culturais num tempo/espaço conquistado pelos indivíduos. O lazer compreende muitas práticas culturais, como o jogo, a brincadeira, a festa, o passeio, a viagem, o esporte e as variadas formas de arte (pintura, escultura, literatura, dança, teatro, música, cinema) e – por que não? – o ócio.

Texto 5 _____________________________________________________________________“A possibilidade de lazer hoje está intimamente relacionada  ao espaço. Realmente não é necessário a existência do quintal, o poder aquisitivo para freqüentar as casas  noturnas ou deslocar-se até o parque. A natureza social dos homens tem também uma característica lúdica muito forte, mas existe limite quanto à liberdade de ação, para que a criatividade, imaginação, espairecimento e descontração surjam nesse momento específico do dia. O surgimento de espaços de lazer decorre assim de uma necessidade presente nos indivíduos de se desligarem do lugar de produção ou da moradia para usufruir  do tempo livre. Atualmente, o local de residência (casa, bairro) proporcionam cada vez menos oportunidades de lazer, devido ao adensamento populacional, degradação social e ambiental das periferias  e a intensificação das formas de lazer passivas onde destacam-se a TV, jogos eletrônicos, etc.No entanto, uma metrópole como São Paulo cujo número de pobres  é grande e crescente, as opções por forma de lazer mais ativas e/ou participativas  são restritas. Observa-se assim, a segregação dos lazeres, ou melhor, das formas de uso do tempo livre.” MENDES, Ricardo.Globalização, urbanização e lazer.” IN: Experimental, anoI, nº1, jul.1996, SP:F.F.L.C.H, p.75.

Apresentação das leituras; E, finalmente, os alunos devem produzir um texto explicando o lazer na sociedade atual, tendo como referência o comércio e os serviços de entretenimento, no processo da globalização ou mundialização e os avanços tecnológicos.Glossário:Lazer produtivo: quando envolve entretenimento e produção. Por ex: produzir cultura, arte sem intenção de ganhar dinheiro.Lazer contemplativo: é aquele que tem a função de entreter  sem compromisso, por ex: turismo de excursão, cinema, teatro, show, exposições, galerias de arte, festas populares, etc.Geografia do entretenimento: trabalha com a categoria lazer e seus desdobramentos que envolvem serviços específicos de lazer e consumo: diversão, tempo livre e tempo de aprendizagem de cultura, cultura de massa da mídia, jogos, etc. OP- 5   Segregação espacial Por que ensinarA expansão periférica decorrente do crescimento urbano evidencia uma tendência à organização do espaço em zonas de forte homogeneidade social entre elas. Essa organização é resultado de uma estratégia de segregação socioespacial que impede a comunicação entre as diferenças. Percebe-se uma estratégia de produção de espaços homogêneos: uma tendência de segregação socioespacial da população pobre e uma auto-segregação da população rica. Se por uma lado a segregação evidencia as ocupações do espaço sem planejamento- as favelas, por outro lado a auto-segregação passa por uma grande ordem de planejamento invertendo as noções de público e provado e revisitando o conceito de urbanidade, de convivência social. A segregação precisa ser estudada por explicar a formação de lugares separados, descontínuos, com uma precariedade de localização, habitação, dificuldade de transporte e ausência de infra-estrutura urbana. Na lógica dessa segregação socioespacial deve-se levar em conta aspectos próprios da fragmentação da cidade na sociedade moderna.Condições para ensinarHistoricamente a segregação socioespacial era parte de alguns estudos da fragmentação da metrópole. Atualmente essa questão se evidencia em vários centros urbanos, possibilitando aos alunos entenderem como a cidadania pode ser exercitada na reivindicação de espaços com planejamento urbano, infra-estrutura urbana, relação distância/meios de transporte públicos/ ruas bem pavimentadas, iluminação. Outra questão importante para se entender a segregação e o que ela causa na vida urbana é a dificuldade de existência e manutenção de espaços públicos voltados para o lazer nas áreas segregadas espacialmente. Assim, estudar o que significa segregar no espaço e segregar socialmente é a melhor condição de se entender esse fenômenos e os processos nele relacionados. Entre as condições importantes para se construir esse conceito e com ele compreender melhor o fenômeno de urbanização estão: identificar os serviços e equipamentos públicos como escolas, postos de saúde e a distribuição de energia, coleta de lixo, rede de água, evitando, na análise das condições mínimas de uma vida urbana, que se represente que o acesso a esses serviços deve ser clandestino ou em qualquer aspecto ilegal.O que ensinar•Planejamento urbano e necessidades locais da população: a distribuição dos serviços, loteamentos, equipamentos públicos, praças, parques.•Loteamentos periféricos: aspectos de infra-estrutura urbana e serviços relacionados do local ao centro urbano.•Condomínios fechados, guetos e favelas.•As territorialidades e os grupos sociais marginalizados socialmente.

•Os enfoques citados relacionados com o conceito demandam que os alunos percebam para além de suas representações sobre a produção do espaço. Isso significa a necessidade de um diagnóstico sobre os serviços e equipamentos públicos, a noção de direitos sociais e deveres do governo em relação aos serviços equipamentos, discussão sobre o uso e consumo dos espaços públicos com a ordem de respeito a leis e ao meio ambiente e sobretudo, uma grande reflexão sobre a finalidade da vida urbana e da sociabilidade.Como ensinar1. Problematizar, a partir de imagens de bailes funks, forrós, restaurantes, shoppings, condomínios fechados, favelas, as diferentes formas de segregação espacial que as imagens evidenciam.Pode-se usar também texto para o mesmo objetivo. 2. Identificar com os alunos, em listas e montagens de imagens, os serviços e equipamentos públicos importantes na vida urbana. Sistematizar com um texto coletivo porque são importantes relacionando com a idéia de convivência social.3. Fazer um roteiro de trabalho de campo por um site ou pela cidade na qual a escola está localizada, procurando identificar os arranjos relacionados à segregação socioespacial e os equipamentos e bairros que propiciam uma vida cidadã. Fotografar/anotar/filmar. Caso se fotografe legendar as fotos de acordo com as constatações e locais.4. Trabalhar com um texto do Aprendiz do futuro que traz informações sobre projetos comunitários como o do Projeto Axé na BA e roqueiros da Paz em SP.5. Propor seminário sobre os movimentos juvenis brasileiros e as práticas socioespaciais decorrentes desses movimentos.6. Assistir ao filme Cidade de deus e traçar as linhas gerais do que é específico da segregação socioespacial (debate/registro).7. Outra possibilidade é de uma análise do filme Pixote com a mesma finalidade. A variedade de películas e enfoques deve ser relacionada com a idade dos adolescentes. Sugestão: O Pixote para adolescentes mais velhos.RA-5   Leitura cinematográfica: Hotel Ruanda Objetivos:-Identificar as questões que envolvem a segregação espacial do lazer  em imagens, textos e na observação da vida cotidiana. -Explicar os tipos de relações sociais existentes no território relacionando-os com os lugares, suas estratégias de segregação e exclusão das populações marginalizadas. -Reconhecer a cidade na sua territorialidade de bandos, gangues, identificando as demarcações no seu espaço de vivência e relacionando-os com a singularidade ou generalidade de outros cotidianos.Pré-requisitos:- Possuir informações sobre discriminação, segregação praticadas no espaço.- Diferenciar grupos ou classes sociais de acordo com a cor, crença religiosa, língua, relações políticas.- Dominar práticas de investigação, sabendo decodificar as informações para transformá-las em conceitos.- Saber mapear informações no mapa-múndi e do Brasil.Descrição dos procedimentos:           Professor/a, esse tópico propõe 3 habilidades complexas sobre os conceitos de segregação espacial,  exclusão, marginalização, cotidiano e território. Para trabalhar com imagens e textos do cotidiano selecionamos  a leitura do filme - Hotel Ruanda. As cenas chocantes do cotidiano de terror revelam a segregação e  exclusão de povos da mesma nacionalidade, separados pelos colonizadores, que escolheram os tutsis para os representar no poder local. Essa escolha gera um movimento separatista entre as etnias: hutus ( 85% da população) e tutsis. O filme revela o separatismo, o nacionalismo e o ódio instaurados nas relações sociais, num  território comum, mas marcado por estratégias de segregação. A leitura do filme possibilita ver na cidade a territorialidade dos bandos de tutsis , com seus facões, praticando o genocídio. Nesse cotidiano africano ressalta-se o hotel Mille Colines, multinacional belga, comandado por um gerente tutsi.       As questões conceituais possibilitam  refletir sobre cotidianos de conflito no mundo, com olhar no continente africano e sua exclusão no processo de globalização mundial; permite  problematizar a questão da raça negra e sua história de discriminação e segregação no mundo dos brancos; o conflito gerado pela colonização européia na África e a  permanência do terror e do genocídio entre tribos de mesma nacionalidade; a migração forçada para os campos de refugiados. Tudo isso,  pode ser visualizado no filme de Terry George, numa história verídica.      O estudo da segregação espacial no filme levará o aluno a compreender as relações sociais existentes no território africano, espacializadas na região de Ruanda, onde as duas tribos tutsis e hutus reterritorializam o espaço de exclusão da cidade, demarcando-o com a violência e o terror dos conflitos étnicos.  Então vamos à sessão!

Atividade 1 – Leitura do filme: Hotel Ruanda“Em 1994 um conflito político em Ruanda levou à morte de quase um milhão de pessoas em apenas cem dias. Sem apoio dos demais países, os ruandenses tiveram que buscar saídas em seu próprio cotidiano para sobreviver. Uma delas foi oferecida por Paul Rusesabagina (Don Cheadle), que era gerente do hotel Milles Collines, localizado na capital do país. Contando apenas com sua coragem, Paul abrigou no hotel mais de 1200 pessoas durante o conflito,” è interessante discutir a ausência de discriminação do gerente e seu caráter humanitário.Atividade cartográfica:Localizar no mapa-múndi (Atlas),  o espaço que foi cenário do filme – Kigali, capital de Ruanda.Localizar no mapa-múndi , com legenda criativa, esse lugar de conflito.Leitura do texto  para  subsidiar a interpretação do filmeO demônios estão todos em Ruanda. Kigali, a capital de Ruanda, tinha 350 mil habitantes em meados de abril de 1994. Um mês depois, não havia mais que 250 mil pessoas vivendo na cidade. Pelo menos 60 mil foram assassinadas. Mais de 20% dos 8 milhões de ruandenses abandonaram suas casas, em pânico, para se refugiar no interir ou países vizinhos.             Em um único dia, 250 mil pessoas cruzaram a fronteira com a Tanzânia por uma ponte estreita – o maior e mais rápido êxodo já visto por funcionários da ONU e Cruz Vermelha. Em menos de 4 semanas, houve uma chacina de proporções assombrosas: mais de 200 mil mortos, 500 mil trucidados ( homens, mulheres, crianças, velhos). Um missionário  que se encontrava em Ruanda disse à revista Time: ‘Não sobraram demônios no inferno. Eles estão todos em Ruanda’. A tragédia é mais uma etapa da guerra civil que despedaça Ruanda desde 1990 e mais um round na histórica briga entre as duas etnias que povoam a região desde o século XV – os hutus e os tutsis (ou watusis). O ódio entre esses dois povos é um legado do colonialismo.Os hutus, de estatura mais baixa e de cor negra mais acentuada, formam hoje 85% da população. Falam a mesma língua e conviveram em paz com os tutsis, mais altos e de pele mais clara, até a chegada dos europeus, em 1885. Primeiro foram os alemães, que colonizaram a região até a Primeira Guerra Mundial, e depois os belgas, que ficaram até 1961, um ano antes da independência de Ruanda.         Os colonizadores escolheram os tutsis como testas de ferro de seu domínio. Concederam a eles os cargos na burocracia governamental, as vagas nas escolas, os postos mais importantes  no exército e facilidades para se instalarem no comércio.        Na década de 50 ocorrem os primeiros conflitos entre as duas etnias.  Com o crescimento do sentimento de nacionalidade em toda a África, os hutus lançam um movimento separatista, mas seus líderes são assassinados pela elite tutsi. Em 1959 os hutusfinalmente derrubam a monarquia tutsi, instalam um governo provisório no ano seguinte conseguem a independência, em 1962. Em 1963, um movimento guerrilheiro tutsi invade Ruanda procedente do vizinho Burundi, mas é derrotado e perde 12 mil homens. Dez anos mais tarde um golpe militar põe no poder um hutu       A atual guerra civil começou em 1990, quando guerrilheiros tutsis invadem Ruanda procedentes de Uganda. Intermináveis negociações de paz foram conduzidas  pela ONU, por países africanos, França e Bélgica.      Em abril de 1994, o avião em que viajava o presidente Habyarimana (hutu), foi derrubado por míssil quando retornava de uma rodada de negociação da paz na Tanzânia.  Os <;B>hutus responsabilizaram os tutsis pelo assassinato, mas suspeita-se que líderes radicaishutus é que tenham disparado o míssil a fim de criar pretexto para massacrar os tutsis.      Milícias que atuam como braços armados de partidos políticos hutus saíram à caça de seus adversários em todo país.  A chacina foi monstruosa. Invadiram a universidade de Kigali e mataram, com tiros e golpes de facão, todos os estudantes que estavam no campus. Os milicianos tinham listas com nomes de pessoas a serem mortas e as perseguiam até atingir os objetivos. Aldeias inteiras foram dizimadas. Moradores de países vizinhos e observadores internacionais presenciaram cenas horripilantes, que demonstravam um método macabro de extermínio: primeiro apareciam boiando nas correntezas dos rios os corpos chacinados de homens e jovens, que morreram lutando para defender suas famílias; depois apareciam os corpos das mulheres e velhos, também trucidados; por fim os corpos intactos de crianças e bebês, que foram jogados nos rios  para se afogarem. Fonte: Revista Nova Escola.Agosto: 1994, p.42/43. Atividade de interpretação do texto e do filme1 - Construir  um argumento geopolítico  para explicar a relação entre o processo histórico de colonização e o desenvolvimento do conflito. Basear-se no conflito étnico: hutus e tutsis. 2 - Explicar o significado de etnia e genocídio revelados nas cenas do filme e no texto acima. 

3 - Problematizar: O genocídio de Ruanda seria uma versão africana  da limpeza étnica que ocorre em alguns países europeus? Em quais lugares do mundo essa prática ainda ocorre? Por quê? 4 - O hotel Mille Colines representa uma segregação espacial contraditória: a) antes do conflito só recebe turistas estrangeiros; durante o conflito abriga a população local e retira os turistas. Como você analisa essa contradição e conceitua a segregação espacial no filme? 6 - Um conceito significativo abordado no filme:  fronteira política do território de Ruanda. Ele é mostrado nas cenas finais dos refugiados, procurando desesperadamente sair do pais.  Apresente argumentos sobre a barbárie hutu, respomdendo: É possível reorganizar esse território? Como?  Quais suas sugestões para retirar esses povos do caos étnico e político? Glossário:Fronteiras: limite do território de um Estado e do exercício do poder territorial. Na representação simbólica do território pode estar significando as delimitações espaciais da segregação/discriminação, das resistências, dos valores, das identidades.  Identidade : a fonte de significado e experiência de um povo, envolvendo representações simbólicas e a relação com o outro, com a alteridade. Como identidade cultural representa os costumes, as tradições, a língua, as formas de conviver e de viver, compartilhadas e construídas simbolicamente que dão coesão e força simbólica aos indivíduos ou grupo. Como identidade nacional representa movimentos que partem  das bases: atributos lingüísticos, territoriais, étnicos, religiosos e políticos-históricos compartilhados. Como . identidade territorial entende-se-“conjunto concatenado de representações socioespaciais que atribuem ou reconhecem uma certa homogeneidade em relação ao espaço ao qual se referem, dando coesão e força (simbólica) ao grupo que ali vive e com ele se identifica.”(HAESBAERT,1997) Etnia  é uma comunidade humana em suas afinidades lingüísticas, culturais, tribais, religiosos, nacionais e genéticas, compartilhando uma espacialidade social e política no território. Não pode ser confundida com raça  que representa um grupo menos. A etnia justifica laços  históricos reais ou imaginários.  Genocídio : extermínio físico de um grupo nacional étnico ou religioso.

OP- 6   Cidadania e direitos sociais Por que ensinarO conhecimento do que sejam direitos sociais ajuda no dimensionamento do ato de ser em um lugar, de ser deste lugar, sob a ótica da nacionalidade, regionalidade, localidade. Quando a pessoa começa a raciocinar e agir sob a lógica dos direitos a cidadania começa a se processar. O aprendiz começa a compreender que existem deveres importantes vinculados à sua estrutura política, além da cultural. Desloca-se do pensar sobre a cidadania para o ato de exercitá-la. Sendo assim, é fundamental estudar o cotidiano compreendendo esses conceitos e o que eles significam na construção da cidadania. Não é possível que um povo, uma nação se constitua sem a compreensão desses direitos. A Geografia, junto com a História, a Sociologia e a Antropologia trabalham com esses tópicos pela sua importância na formação Humana.Na Geografia a compreensão dos direitos sociais e da cidadania estão relacionados à compreensão de movimentos sociais, territorialidades e ao reconhecimento de como tais direitos se expressam na produção do espaço. Condições para ensinarCientificamente a compreensão de direitos demanda que as pessoas se percebam humanas, parte de grupos sociais, com tradições e deveres específicos da mesma. Não se constitui uma identidade humana sem que esclareça o que cada povo tem e precisa para crescer, se desenvolver. Essa explicação, centrada nas escalas local e regional atualmente é acrescida das necessidades trazidas pela escala planetária. A cidadania também é desenvolvida como direitos humanos, INTERNACIONAIS, que não dispensam o direito à moradia e ao trabalho, ou à saúde e educação que vão ser diferenciados de lugar para lugar com alguns aspectos básicos comuns. O adolescente já pode conhecer situações de vida cotidiana ligadas aos direitos que são conhecidas por ele sem a reflexão articulada ao conceito citado. Não basta que ele estude o trabalho, mas o direito a ele numa sociedade capitalista. A necessidade dele assim como do lazer para a saúde do ser humano.É preciso que o adolescente supere representações inicias próprias do conhecimento construído na observação e na vivência para uma outra maneira de entender porque criança tem direito de estudar e não de trabalhar. E todas as crianças e não apenas algumas com família estruturada, começando a entender o que é público na garantia dos direitos. É preciso que ele desenvolva idéias prévias para a construção conceitual. Idéias como:•os serviços que produzem diferentes cotidianos;•países com qualidade de vida diferente e pessoas com cotidianos diferentes e desiguais que se manifestam nas cidades e na vida rural;

•noções de trabalho, emprego e desemprego;•espaços de lazer em diferentes cotidianos;•noções de público e privado;•diferenças sociais e econômicas nas formas de moradia, nos diferentes bairros, cidades, países.O que ensinar•Os movimentos sociais que se manifestam em cotidianos urbanos: ligados à moradia, a identidades étnicas e de gênero ou mesmo movimentos relacionados a reivindicações básicas para a conquista da cidadania.•As conferências temáticas sobre a cidade.•A paisagem urbana e rural: quais seriam as características da cultura e do trabalho como identidade de um lugar e direitos à cidadania: aspectos de cada região, de diferentes povos.• Os avanços dos direitos sociais no Brasil e no mundo.Como ensinar•A seleção das atividades não pode perder de vista os objetivos que se tem com a aprendizagem. Esses objetivos estão formulados como habilidades que os alunos precisam desenvolver. Por causa disso a relação de sugestões que podem ser encontradas em livros e sites citados nas Referências Bibliográficas.•Outra atenção deve estar na importância da participação do aluno.Ele é protagonista: de sua aprendizagem e de atividades que propiciarão o desenvolvimento da cidadania como se pretende no tópico. As melhores atividades estão submetidas ao conhecimento dos direitos sociais e à prática da cidadania. Deve-se trabalhar muito com a problematização do cotidiano sob a lógica dos direitos sociais à luz do que significa ser cidadão.•As partes que não podem faltar em todos os planejamentos são: avaliação inicial, organização de possibilidades interativas, banco de dados organizado para o trabalho com pesquisa, formas diferenciadas de organização do conhecimento geográfico desenvolvido- diferentes possibilidades de registros.•É recomendável que as questões dos alunos possam dar origem a problematizações que gerarão projetos de trabalho com a possibilidade de desenvolverem também habilidades de pesquisa como o uso da internet, um suporte que agiliza o desenvolvimento das tecnologias da informação e da comunicação. Os projetos devem ser planejados com os alunos.•Além disso, caso as novas questões dos alunos cheguem a resultados inovadores, as conclusões, produções de alunos nesses trabalhos serão novos registros a serem publicados, apresentados, divulgados em suportes diferentes.Como avaliarPara realizar a avaliação inicial podem ser distribuídas uma série de imagens para os alunos identificarem nelas os direitos sociais, fazendo uma descrição de como eles aparecem nas paisagens. Tal atividade deve ser acrescida de questões relacionadas ao que estiver faltando de direitos em muitas das imagens. As observações dos alunos precisam ser registradas e datadas.Ao longo do trabalho deve-se solicitar aos alunos que façam listas do que estão aprendendo, e que analisem o que acrescentaram ao primeiro registro, buscando o desenvolvimento das habilidades metacognitivas. RA-6   Painel e mesa redonda: nos bastidores da vida urbana, as novas territorialidades dos jovens Objetivos:-Reconhecer na paisagem urbana e rural, a cultura, o trabalho e o lazer como identidade de um lugar e direitos à cidadania. Desdobramentos da habilidade- Identificar manifestações de segregação espacial nas periferias: falta de praças, lazer para crianças,  dificuldade de transportes, moradias em lugares de risco, falta de saneamento básico evidenciadas na falta de infra-estrutura urbana.- Relacionar as ações de solidariedade com o espaço de todos, usando  essa noção na compreensão do conceito de cidadania como participação no espaço social. -Questionar a segregação espacial.- Comparar situações semelhantes tematizando o movimento social e a defesa à dignidade humana na perspectiva espacial. N - Propor alternativas possíveis para combater a exclusão social no Brasil e no mundo, sabendo referenciar-se em modelos de desenvolvimento e direitos sociais.- Empregar em exposições orais  e registros, situações que expressam a compreensão do conceito de cidadania. - Demonstrar referências conceituais ao propor intervenções de natureza educativa no espaço social. - Reconhecer a dimensão espacial da existência  propondo ações no sentido de garantir os direitos a ela envolvidos no cotidiano.-Identificar  os movimentos sociais que se manifestam em cotidianos urbanos, sabendo categorizá-los e interpretá-los.

- Reconhecer na paisagem urbana, a cultura e o trabalho como identidades de um lugar e de direito à cidadania.Ler e interpretar em mapas, dados e tabelas os avanços dos direitos sociais  no Brasil e no mundo.Pré-requisitos:- Identificar ações de solidariedade no espaço de vivência.- Reconhecer as ações de solidariedade como responsáveis pela construção do espaço de todos.- Demonstrar  noção da compreensão do conceito de cidadania associando-o à participação no espaço social.-Conhecer as diferenciações entre os diversos segmentos da população diferenciando-os por faixa etária, classe social, raça.-Reconhecer a segregação sociocultural que se manifesta  na rua e em outros lugares do espaço urbano.- Conhecer os direitos e deveres do cidadão.-Compreender que os direitos civis estão na base da concepção de cidadania, entendido na sua forma contemporânea, enquanto direitos civis, políticos e sociais.-Reconhecer que não tem sido possível, no Brasil, a junção dos dois lados da concepção de cidadania: convivência igualitária e solidária e afirmação autônoma dos interesses ou objetivos de qualquer natureza.Descrição dos procedimentos:           Este tópico deve traduzir o movimento de luta contra o processo excludente da globalização. Sua característica principal é a solidariedade e a cooperação numa perspectiva humanizadora. Sendo assim, a construção desse conceito é um exercício de uma nova existência entre as pessoas com os lugares. Essa outra forma de existir implica o redimensionamento de valores e hábitos cotidianos, pela busca de uma sociedade mais justa, capaz de restaurar a dignidade dos homens numa versão mais ética, compromissada e responsável com o planeta e os seres humanos.        Esta abordagem implica uma discussão formativa com a faixa etária em que se encontram os jovens na escola. As questões problematizadas devem possibilitar  maior reflexão sobre hábitos, costumes e mudança dos jovens e proporcionar maior compromisso com um projeto  de vida.Sugerimos a leitura da Orientação Pedagógica referente a esse tópico antes de iniciar as atividades propostas. Para discutir algumas questões  fundamentais nessa faixa de idade propomos:    Atividade1 - -Problematização: Como evitar que a globalização reforce as tendências de homogeneização e fragmentação institucional na vida dos jovens?Possíveis discussões:- Acompanhar os conhecimentos prévios dos alunos sobre as noções de jovens em relação à faixa etária, desejos, problemas, contradições, sonhos, identidade e valores.- Chamar atenção para  a segregação urbana relacionada aos migrantes, jovens, mendigos e etnias diferenciadas levando-os a questionar o porquê de os moradores empobrecidos das favelas e dos bairros populares metropolitanos serem discriminados.- Conduzir o questionamento para a violência urbana  presente mais freqüentemente nasmanifestações do movimento hip hop, das galeras, das gangues que recriam o espaço, territorializando-o nas festas, nos rituais, no ócio, na exaltação do lazer, da vagabundagem como formas de transgredir no campo do trabalho.- Repensar a violência para os trabalhadores infanto-juvenis, no campo e na cidade que são violentados nos seus direitos sociais e humanos.- enfim, dimensionar com os alunos o papel da juventude em sua organização e desorganização territorial no mundo capitalista, revisitando as escalas local, brasileira e mundial. 2 – Investigação e tratamento da informaçãoApós a problematização, solicitar a investigação em grupos.Grupo1- investigar a quantidade de jovens, em números, faixa etária, trabalho, escolarização.  Consultar http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/populacao_jovem_brasil/comentario1.pdf)Grupo 2Entrevistar jovens entre 12 e 18 anos para coletar informações sobre suas relações familiares,  participação em movimentos sociais, religiosos, ambientais, políticos e culturais e associações de bairro, ONGs.Grupo 3Coletar depoimentos de jovens na faixa entre 14-18 anos sobre o trabalho, o lazer e a participação sindicalGrupo 4Coletar material em fontes diversas da mídia sobre a cultura, hábitos, costumes, religião, trabalho, lazer, associações comunitárias de base residencial e religiosas, partidos políticos, ONGs, a violência e a formação de grupos, os protestos, as diferenças  de grupos dark, funk, punk, carecas dos subúrbios,

skinheads, etc. (Consultar livro: DIÓGENES, Glória. Cartografias da cultura e da violência: gangues, galeras e o movimento hip hop. SP:Ananablume,1998) O tratamento das informações coletadas:1- Seleção e organização do material nos grupos: tabelas, gráficos, legendas de fotos, textos recortados de autores diversos em livros, jornais, revistas, frases, entrevistas, depoimentos.2- Organizações de sínteses sobre as informações: selecionadas, lidas, interpretadas e criticadas.3- Apresentação das sínteses em painéis com fotos, entrevistas, textos, colagens,  gráficos, tabelas, frases, músicas, etc.4- Intervenções coletivas por meio de debate, questionamentos e proposições sobre:- as diferenças, a rebeldia, os sentimentos e a corporeidade dos jovens.: gangues, galeras, movimento Hip hop, Funk, carecas,etc -Os jovens e a sociedade de  consumo.- A violência entre os jovens._ Entre as drogas e os conflitos o mundo da cultura, das músicas, do lazer.- A  busca do mundo do trabalho- A construção da cidadania participativa: movimentos políticos, ONGs, Grêmios, esporte, etc.Glossário:Galeras – movimentos culturais que têm a dança , a música, o esporte,  ou as artes gráficas como campo de manifestação, mais marcante.Gangues – grupos que se expressam de forma mais restrita, através de práticas coletivas de violência.Funk – inicia com turma de jovens que encenam dramaturgias diversas nos vários agitos da cidade. A partir de 1980 eles se tornam mais visíveis  e os bailes funk ganham destaque nos clubes de periferia  da cidade. Os bailes funk  motivaram a formação de turma de jovens , autodenominados galeras, que dentro dos agitos dos bailes faziam transbordar a violência , represada e fragmentada nos vários espaços da cidade. carecas dos subúrbios – agrupamentos juvenis que se instituem como gangue  e enfrentam a polícia como marca diferencial  em relação às galeras como um todo.Como característica comportamental são mais agressivos e viris, adestrando-se através do Box, judô e  lutas marciais. skinheads – diferenciam-se dos neonazistas pelo fato de pertencerem a uma "subcultura que os coloca na margem da sociedade. Um comportamento marcial, uma música agressiva e um consumo excessivo de álcool são as manifestações mais características de seu comportamento". As músicas de uma centena de grupos, cujas letras são impregnadas de ódio, desempenham um papel ativo na difusão de suas idéias, beneficiando com freqüência cada vez maior dos recursos oferecidos pela Internet.Movimento Hip hop - surge nos EUA na década de 70 sob a influência da cultura negra  e caribenha. Quer dizer saltar( hip) mexendo os quadris (hop). Este movimento inspira o surgimento de grupos no Brasil, especialmente nas grandes metrópoles, cujo eixo central é a manifestação cultural e apenas torna-se movimento quando unifica  três matrizes  de manifestação cultural: a dança, a música e o grafite.

OP- 7   Espacialidade Por que ensinarO cotidiano expressa, de forma mais visível, em diferentes paisagens, a espacialidade, ou seja, mostra para o estudante as situações que compreendidas podem lhe explicar a compreensão do papel do espaço nas práticas sociais e destas na configuração espacial. Os alunos vivem uma espacialidade complexa, uma vez que extrapola o lugar de convívio imediato, no movimento de mundialização da sociedade demarcado pelas transformações do meio-técnico-científico-informacional. A vivência cidadã de práticas sociais não compreendidas em sua especificidade e complexidade, dificultam que o ser humano, com seus gestos, trabalhos, ações sociais, transformem o espaço com vistas à justiça social e ambiental, e mesmo à construção de uma sociedade sustentável. Fortalecer o desenvolvimento do raciocínio geográfico e das noções que propiciarão ao aluno uma melhor apropriação social de suas práticas individuais e grupais é mais do que justificativa para fortalecer, no ensino do cotidiano, a espacialidade.Condições para ensinarA leitura de mundo do ponto de vista da espacialidade demanda dos alunos a apropriação de instrumentos conceituais de interpretação e de questionamento da realidade socioespacial. Para tal empreitada o aluno precisará ter mais definidas as noções de: lugar, paisagem, sociedade e natureza, território, noções que formam a estrutura conceitual básica do raciocínio geográfico.Ainda se reitera que o conceito de espacialidade precisa ser compreendido como um dos estruturantes da Geografia, da prática cidadã, pois mostra a atmosfera moderna como portadora não apenas de todo um conjunto de novas expectativas e práticas sociais, mas também de transformações decisivas na espacialidade urbana, que destruíram velhas urbanidades e as substituíram por novos formatos. O movimento de substituição de práticas sociais é resultante de ações com dimensões políticas e culturais, subjetivas e objetivas, tomando vida, dimensão,

espacial, nos cotidianos. É muito importante que o aluno reconheça, conceitualmente, o que são práticas sociais, o que elas representam na produção da vida e na produção do espaço.O que ensinar• As práticas sociais dos cotidianos dos alunos e de outros adolescentes em diferentes tempos e lugares: o estudo de uma paisagem e o funcionamento de um lugar e suas articulações com o mundo circundante em determinado período• As permanências e mudanças expressas em diferentes práticas espaciais de vários tempos e lugares.• Os arranjos espaciais dos cotidianos urbanos.• As novas urbanidades expressas nos espaços públicos.• As práticas espaciais relacionadas aos espaços privados de uso público.Como ensinar Primeira parte: levantando dados com imagens e mapas e ordenando os dados para interpretá-los e discutir as espacialidades.Iniciar o trabalho com uma boa seleção de fotos sobre diferentes tempos e lugares. Seria muito importante levantar com os alunos, e estes com os moradores da cidade, fotos dos cotidianos urbanos locais de diferentes tempos. Após o levantamento das fotos seria muito importante fazer um roteiro de leitura das mesmas: uma orientação das espacialidades nelas apenas referidas para posterior estudo.Procurar nas cidades informações sobre camelódromos e na comunidade fazer uma pesquisa sobre as profissões dos pais dos alunos.RA-7   Construção de maquete sobre a espacialidade do lazer urbano Objetivos:Identificar  os arranjos espaciais de lazer que se manifestam em cotidianos urbanos, sabendo categorizá-los e interpretá-los. Desdobramentos da habilidade:-Identificar e diferenciar os lugares de consumo , de lazer, de cultura  na dimensão estética, afetiva, de estranhamento, de exclusão e inclusão.-Avaliar o significado do que é público e privado nos equipamentos de lazer da cidade.- Sistematizar os conceitos apreendidos na construção de uma maquete.-Explicar a espacialidade do lazer representada na maquete e as possíveis ações para a qualidade de vida das populações no espaço urbano.- Experimentar com a ajuda de um modelo o funcionamento de áreas de lazer na cidade.- Entender na experimentação o conceito prévio de espacialização  do lazer na sua dinâmica de centros de serviço para lazer e cultura que atendam a população em geral.- Representar um lugar imaginário em volume utilizando uma simplificação  da realidade com mudança de escala.Pré-requisitos:- Possuir conhecimento de senso comum sobre a cidade, o lazer e a qualidade de vida  urbana.- Mostrar capacidade para representar um lugar imaginário, utilizando materiais alternativos.- Utilizar modelos para compreender o real.- Ampliar as habilidades manuais necessárias à construção de um modelo.- Conhecer a organização de uma cidade: bairros, centro, periferia, áreas de serviço, de comércio, de preservação do meio ambiente.- Discernir a proporção equivalente à escala vertical e horizontal na medida dos objetos espacializados.-Problematizar a importância do lazer urbano,  percebendo suas implicações na vida dos habitantes da cidade.- Avaliar a importância do lazer  na cidade relacionando-o  à qualidade de vida das pessoas.1-       ProblematizaçãoComo deve ser equipada a cidade  na perspectiva do lazer, visando a melhorar a qualidade de vida de seus habitantes?2- Captar os conhecimentos prévios dos alunos sobre a espacialidade urbana e os equipamentos de lazer, avaliando as possibilidades de inclusão de todos os segmentos sociais no seu uso e consumo com qualidade de vida e justiça social.Glossário:Espacialidade urbana – arranjo dos objetos e equipamentos urbanos na cidade como edificações  para moradia, serviços, comércio, indústria e ações  que corresponde ao fluxo  e movimento dos transportes , idéias, pessoas nesse espaço.Inclusão urbana – capacidade de organização das políticas públicas para reverter o quadro da miséria urbana por meio da justiça social  e melhoria da qualidade de vida na cidade.Equipamentos urbanos de lazer e cultura: equipamentos públicos  e privados como clubes, cinema,   quadras, teatros, praças, shopping, parques, Zoológico, bibliotecas, circo , planetário, museu, casa de

espetáculos, biblioteca,  centros culturais, feiras de artesanato e cultura, etc.CEU - Centro Educacional Unificado é um espaço que visa promover o desenvolvimento integral de crianças, jovens e adultos, por meio de experiências educacionais inovadoras e atividades educativas diversificadas.

OP- 8 Redes e circulação

Por que ensinarDiversos lugares da superfície da Terra estão conectados às redes técnicas que são o suporte das comunicações e dos transportes. Elas ultrapassam as fronteiras, reduzem as distâncias e transformam os cotidianos culturais de crianças, adolescentes, adultos, velhos em todo o planeta.No mundo contemporâneo os fluxos ou redes revolucionam os meios de transporte e comunicação intensificando o comércio internacional, ampliando a velocidade das informações e promovendo as interações entre culturas, povos, cidades, países. Torna-se necessário compreender como os jovens se sentem neste ritmo intenso de informação e trocas que permeiam seu cotidiano e mudam suas relações socioespaciais/culturais com o espaço.Todos eles usufruem dessas modernidades que vem das imagens de TV, dos jogos, sites, blogs, do mundo informatizado? Seus hábitos, costumes, tradições foram plugados? O que sabem sobre a tecnologia empregada nas comunicações desde o telégrafo aos satélites artificiais? E do transporte lento dos navios ao trem bala, aviões supersônicos? Que relações estabelecem com essas temporalidades? São capazes de avaliar esses fenômenos da modernidade com o olhar crítico aos desequilíbrios ambientais? Observam no cotidiano as contradições do uso e consumo dessas redes técnicas?O estudo do movimento nos lugares deve contribuir na compreensão da geografia das redes técnicas contextualizadas ao uso cotidiano dos transportes, ao consumo da mídia e sua ideologia, à sedução da informatização que redefine as relações de poder no planeta.Condições para ensinarNa rede de informação planetária o conhecimento científico que gera a sociedade da informação é interdisciplinar e atinge em escala global, os sujeitos capazes de navegar em infovias, sabendo selecionar, ordenar e interpretar a complexidade de dados que circulam no espaço cibernético mundial ou infoespaço. Na Geografia deve-se enfocar como a constituição do meio técnico-científico-informacional vem renovando a infra-estrutura de irrigação, barragens, portos, aeroportos, hidrovias, rodovias, ferrovias, refinarias,dutos e as telecomunicações no território, em escala local, nacional e global. Essa materialidade confere poder ao espaço e precisa ser compreendida, na sua distribuição desigual dos fluxos de pessoas, produtos, renda e domínio das técnicas no espaço geográfico, impondo a necessidade d construção de um mundo mais solidário e participativo.No cotidiano do espaço de vivência as infovias e o transporte são usados significativamente em projetos individuais em detrimento do uso coletivo que geraria a cidadania digital e a inclusão no trânsito. Por isso, é preciso que os adolescentes reflitam sobre o uso/consumo ético e sustentável dos equipamentos que dão suporte à modernização do território, problematizando o espaço social em seus avanços técnicos-científicos na saúde, na educação, relacionando-os à exclusão em que permanecem parte significativa da população brasileira e mundial.Os alunos precisam superar as representações inicias construídas na vivência para ampliar seus conhecimentos sobre as redes técnicas que dão suporte aos transportes e telecomunicações e podem garantir a qualidade de vida e os direitos sociais a todos habitantes do planeta. Para tanto devem desenvolver as noções conhecidas para ampliar os conceitos sobre telecomunicações, fluxos aéreos/ferroviários/rodoviários/aquaviários, meio técnico-científico, era da informação, mundo digital, globalização, fluxo financeiro, circulação de mercadorias, fluxo comercial, fluxo de pessoas.O que ensinar•O papel dos transportes e comunicações no passado e no presente.• O Brasil e o mundo conectado em redes.• Da globalização eletrônica às gerações cibernéticas.• O espaço e a cultura da interatividade na era digital.• A geografia e o trânsito: do caos aos movimentos solidários.• Os serviços inteligentes inovando os transportes e as comunicações• A inclusão digital contribuindo na formação da cidadania e redução da violência.Como ensinarA seleção das atividades deve contemplar a aprendizagem e as habilidades que os alunos precisam desenvolver. Para a organização dos conteúdos conceituais sugerimos a organização de um banco de dados que contemple além de textos da mídia (jornais, revistas, boletins eletrônicos),# Entrevistas guardas de trânsito e motoristas:

• Os tipos de usuário do trânsito e sua faixa etária. • Os números e tipos de acidente no trânsito. • A relação dos usuários do trânsito com a legislação. • Os tipos de veículos que transitam no espaço urbano (coletivo/ individual/carga de produtos/de passeio) • As políticas de revitalização das vias públicas de circulação em função do aumento de veículos, da inclusão e exclusão no trânsito. RA-3   Redes e circulação Objetivos:- Reconhecer as redes que possibilitam a circulação de informações, mercadorias e pessoas. Desdobramento da habilidade:-Avaliar a circulação de pessoas, mercadorias,  informações,  no espaço organizado em redes.- Diferenciar a rede técnica das telecomunicações das redes ilegais da sociedade.- Ler texto interpretando as noções de redes  e preparando-se para o debate.- Investigar sobre os tipos de redes, diferenciando-as e explicando sua importância no mundo globalizado . - Avaliar, no estudo da rede, os avanços no processo de inclusão digital e dos transportes  para a construção de novas relações com a sociedade globalizada.- Ser solidário e cooperativo no trabalho em grupos. Pré-requisitos:- Noções de redes e suas diferenciações no espaço geográfico.- Noções de meios de comunicação e transporte e sua importância  na vida do homem moderno.- Conhecer as transformações mundiais no movimento/circulação das idéias, pessoas, produtos.- Saber pesquisar em diversas fontes de informação tendo habilidades relacionadas à leitura, seleção da informação, interpretação e síntese.- Interagir com a informatização, sabendo usá-la no processo de investigação e organização dos textos de síntese. - Ter hábito de  registrar as leituras combinadas em sala e extra-classe, sabendo dialogar sobre elas em diferentes situações de aprendizagem.- Ler, interpretar e analisar textos, documentos, vídeos relacionado-os com outras linguagens  e disciplinas.Descrição dos procedimentos:          Entre os temas  que retratam a globalização e mundialização, a rede e o  território, estão entre os que revelam maior polêmica e complexidade, devido à natureza dessa espacialidade. Essas redes podem ser técnicas e representar o capital por meio do desenvolvimento tecnológico. São as redes de circulação de pessoas ( transportes), de mercadorias ( transporte e comunicação) e de idéias ( comunicação). Elas podem ser legais se seu fluxo respeita os códigos legais e morais entre os países. Elas, também, podem ser ilegais quando promovem a clandestinidade de circulação de idéias terroristas, de tráfico humano de órgãos, de crianças e de mulheres para a prostituição, de armamentos, da biopirataria e pirataria comercial em geral.  Essa discussão faz parte do cotidiano  da mídia e os alunos convivem  com ela na internet,  na escuta televisiva e na leitura de periódicos como jornais, revistas e no rádio; enfim, na rede da informação.        Para maior esclarecimento desse tópico leia a Orientação Pedagógica e suas orientações.      Atividade de leitura e interpretação do textoDê um título ao texto _________________________________________________________       Vivemos num mundo conectado em redes. Informações viajam virtual e instantaneamente de um canto a outro, produzindo reflexos quase imediatos em diferentes lugares do globo. Se uma empresa multinacional quebra num país emergente da Ásia, no mesmo dia, a Bolsa de Valores de São Paulo entra em crise econômica. A Guerra no Iraque foi toda planejada na rede virtual. Hoje podemos acompanhar as consequências  das guerras, da Tsunami, dos terremotos,  das enchentes, sentados numa poltrona confortável, em nossa casa. Somos consumidores de milhares de informações em rede mundial.As mercadorias, por sua vez, são jogadas num circuito cada vez mais amplo de fluxo de comércio e serviços. As frutas de mesa colhidas em Pirapora, no interior mineiro, em curto tempo estão à venda nos supermercados europeus. O dinheiro transformou-se em cartão que se retira no sistema informatizado,on line, em inúmeros países do mundo, por turísticas que consomem freneticamente. E as pessoas nunca viajaram tanto, como turistas. Outros para  trabalhar, estudar e, até mesmo, para se protegerem, como no caso dos refugiados de países em conflito.  Assim, o turismo tornou-se a primeira indústria mundial em volume de negócios e o número de trabalhadores sem nacionalidade cresce assustadoramente. O mundo move em redes, num fluxo constante de mercadorias, pessoas, dinheiro, informações.O deslocamento sempre esteve presente na história humana. Os homens interagem  com outras culturas, levando e trazendo produtos; as leituras de Marco Pólo nos ensinam que integrar culturas é fundamental para novas aprendizagens.  A diferença é que hoje tudo ocorre com muita velocidade e intensidade,  mudando a organização sociocultural e ambiental das paisagens. 

A rede dos  transportes encurtando as  distânciasO processo de globalização exige o desenvolvimento de meios de transporte cada vez mais rápidos. Para isso é necessário construir estradas, aeroportos, hidrovias. È fundamental modernizar a frota de veículos pesados e leves, de navios de carga, de aviões  que atendam a intensidade  de circulação de mercadorias e pessoas. Essas estruturas de apoio, por sua vez, alteram profundamente toda a região à sua volta. Veja o caso da cidade de São Paulo. A pequena vila do século 16 só virou a maior metrópole brasileira porque ficava num ponto estratégico às margens da estrada de ferro que ligava as fazendas de café do interior ao porto de Santos. E, hoje,  os meios de transporte, mudaram a espacialidade de muitas cidades brasileiras que margeiam as vias rodoviárias. Isso traz grande impacto ambiental como o caso da BR-163, Cuiabá-Santarém que provocou a dizimação do povo indígena Panará, a migração desordenada, a grilagem de terras, o desmatamento, o aumento da criminalidade e o agravamento das condições sanitárias locais.No processo de globalização os carros, caminhões e navios articulam um lugar com uma região, uma região com um país, um país com o continente e com o mundo. Por isso é importante discutir a circulação de pessoas e mercadorias,  refletindo as permanências e mudanças na história de um lugar,  em diferentes épocas. A história das ferrovias, no Brasil, contém essa memória e  vem sendo resgatada como patrimônio cultural de nosso país.Hoje, as cidades grandes  e as metrópoles, convivem com os problemas dos congestionamentos, falta de infra-estrutura viária que facilite o fluxo no trânsito e a poluição. Em 1970 havia no Brasil um carro para cada 38 pessoas. Em 2002, essa relação já era de um veículo para cada grupo de 10 habitantes, o que desencadeou a construção de túneis, pontes e avenidas nas grandes cidades. Até as residências foram obrigadas a se adaptar construindo as garagens. Em condomínios de luxo, é comum o número vagas na garagem ser maior do que o número de quartos. Essa mudança causa impacto no meio ambiente e na vida das pessoas.A rede das comunicaçõesO planeta está plugado em rede e a grande revolução é a Internet. Ela tornou possível a transferência instantânea de dados entre qualquer parte do planeta. Vivemos num mundo  on line; em tempo real, tudo acontece simultaneamente no tempo e no espaço. Esse fenômeno muda a relação das pessoas com os lugares e dos lugares entre si; altera os hábitos culturais,  muda  os costumes,  as relações sociais e econômicas. Renova empregos, gera desempregos e recria o chamado ciberespaço, o lugar passa a ser virtual,  o site ou sítio onde muitos jovens, adultos e velhos divertem, fazem compras, encontram amigos, estudam e se informam. A interação é simultânea e facilitada pelo ganho de tempo na pesquisa rápida sobre qualquer tipo de informação. As telecomunicações formam redes possibilitadoras de intercâmbios entre empresas, entre elas e pessoas, entre povos e suas ideologias determinando a reorganização do território, a transnacionalização de capitais, propiciando, dessa forma, o funcionamento da economia globalizada. Uma série de novas tecnologias dentre elas as fibras óticas, barateou os custos  e popularizou o uso dos meios de comunicação como telefones digitais, fax, computador, outros.  A inventividade do homem permitiu o desenvolvimento das telecomunicações capazes de "reduzir" o tamanho do mundo. A necessidade e o desejo de comunicar-se, de conhecer lugares, territórios, regiões transformaram o espaço e possibilitaram o desenvolvimento de processos que variam de dimensões em função do comércio, dos serviços e da indústria em seus movimentos de transformação. São processos que contêm um duplo movimento: de um lado, o de conectar pessoas, mercadorias e idéias e, de outro, o de excluir lugares e pessoas desse fluxo. Assim, as redes de transportes e comunicações foram modernizando-se e inserindo-se no contexto técnico-científico de cada época, aproximando/distanciando lugares e pessoas.  O acesso à modernidade não ocorre de forma democrática, porque o progresso tecnológico nunca é uniforme. Excluem-se pessoas que não  podem arcar com os custos ou não estão incluídas nessa cultura do instantâneo. Parcela significativa da população mundial,  não está conectada à Internet,  e são igualmente poucos os que podem viajar de avião, trem bala, ou mesmo,  deslocar-se no transporte urbano para o trabalho.  Dependendo da forma como são utilizados, os sistemas técnicos, também podem ser acionados na construção de redes que provocam conflitos e desorganização do território. São as movimentações ilegais de produtos, pessoas e idéias: o cartel do narcotráfico, as máfias e gangues de drogas e seqüestros; o comércio de órgãos e pessoas, a lavagem de dinheiro “sujo” e o terrorismo internacional.  As redes envolvem, portanto, poder, comunicações, espaços e pessoas numa ordem e desordem espacial formal e informal, legal e ilegal.  No entanto, as redes podem ter outras intenções relacionadas com a solidariedade, a cooperação e a construção de outros modos de vida mais humanos, como as ações dos Médicos Sem Fronteiras, das ONG’s, dos grupos de Defesa dos Direitos Humanos que movimentam pessoas e lugares. Você conhece alguma ação de solidariedade? Participa? Dessa forma são muitas as possibilidades de entendimento das redes legais e ilegais, formais e informais.  A palavra rede em seu sentido metafórico ganha na atualidade um novo significado porque a produção, o uso e o consumo de produtos e de serviços estão organizados em fluxos. Quer um exemplo?

A Rede Mundial de Computadores – a Internet.  Procurar as palavras de significado desconhecido e fazer a releitura do texto para sua compreensão. Após a leitura atenta do texto, discuta em dupla e apresente no coletivo: 1- Como vocês  explicam a organização de um espaço em fluxos? 2- Identifiquem, diferenciem e registrem as idéias referentes a rede, rede de transporte, rede de comunicação, rede legal, rede ilegal, rede de solidariedade. 3- Elaborem um conceito de rede, que reflita as idéias do texto. 4- Tentem expressar a idéia de rede através de um desenho. 5- Como seria o mundo  sem a rede de transporte de mercadorias? Como seria o comércio de importação e exportação?  Sua cidade sobreviveria  sem esse intercâmbio commercial? 6- Os serviços e o comércio das metrópoles podem funcionar sem os meios de transporte e comunicação? Expliquem como eles funcionam. 7- As redes envolvem pessoas, mercadorias, idéias, poder, espaço, comunicação, transporte. Tecnologia. Escrevam  um parágrafo significativo sobre as redes usando esses conceitos. 8- Como avaliam, no processo de globalização, a circulação de pessoas, mercadorias,  informações,  no espaço organizado em redes? Houve mudança no tempo e no espaço? O mundo ficou melhor, mais humano e solidário? Registrem suas idéias. Atividade individual1- Organize um mapa conceitual do texto. Siga as instruções para a leitura e registro.Conceito  principal ___________________________________________________________ Idéias mais significativas _____________________________________________________ A mudança nos meios de comunicação e transporte  no processo de globalizaçãoO  papel das comunicações, transporte no mundo ___________________________________ 2 - Construa uma temporalidade –( linha do tempo) com as grandes invenções do homem para superar as barreiras do tempo e do espaço nos transportes e comunicações. Pesquisem em livros didáticosGlossário:Fibra ótica: tecnologia que revoluciona as transmissões por cabos, foi inventada na década de 70 e proporcionou um enorme impacto nas telecomunicações. No Brasil é produzida pela Telebrás, na cidade de Campinas-SP.  Feita de vidro e com a espessura de um fio de cabelo, a fibra ótica transporta sinais de vídeo e voz à velocidade da luz. Ela é uma das mais importantes invenções no campo das comunicações e sua capacidade de transporte de informações é praticamente ilimitada. Os limites, na verdade, são impostos pelos equipamentos eletrônicos aos quais os cabos se conectam. Hoje, com os equipamentos que se conhece, um cabo com 36 parede de fibra permitiria 1 milhão de telefonemas simultâneos. Fonte: Folha de S.Paulo – 1O. de agosto/95) - Redes telemáticas – São as conexões que articulam as telecomunicações com as novas tecnologias da informática. - Inclusão digital - a Internet como direito de todos os cidadãos via as  políticas públicas de disseminação de recursos. O Brasil defende o uso de softwares livres.- Exclusão digital – um grande número de pessoas que não têm acesso à sociedade da informação: rádio, TV, jornais, revistas, computador, Internet. Tal exclusão prejudica sua formação e impede sua qualificação para trabalhos mais qualificados e de melhor remuneraç&atilde;o.- Rede solidária – organização de pessoas  de várias identidades de formação e classe social  que se unem, visando a desenvolver relações mais cooperativas e humanitárias que contribuam para um mundo mais humano.Terceiro setor -  envolve o Estado como primeiro setor, agrupando os organismos públicos; o mercado é o segundo setor, reunido as organizações empresariais e privadas; as entidades, instituições, associações, fundações constituem o terceiro setor que ajudam a preservar a cidadania, o  ambiente e segurança das pessoas , viabilizando a justiça social e a qualidade de vida. Transnacionalização de capital – capital sem lugar ou território, sem pátria. Isto acontece porque o dinheiro circula em  todo o mundo no fluxo de serviços e comércio sem ter uma nacionalidade.Economia mundo: a empresa transnacional rompeu as fronteiras nacionais e estabeleceu  uma relação de interdependência econômica  com raízes muito profundas , inaugurando a denominada economia mundo que são milhares de corporações transnacionais atuando no mundo e controlando suas empresas subsidiárias. Corresponde aproximadamente 1/3 do comércio internacional.Globalização é o crescimento da interdependência de todos os povos  e países da superfície terrestre. Um dos seus aspectos mais importante é a expansão das indústrias multinacionais ( bancos, indústrias, empresas de transporte ou comunicação) que passam a ter filiais em vários países do mundo

 OP- 9   Espaços de convivência, de lazer e trabalho: cidade e urbanidade

Por que ensinarDurante muito tempo o ensino da Geografia esteve mais associado ou ao enfoque natural, conhecido como geografia física, ou aos enfoques econômico e político, posteriormente com a abordagem da geografia crítica. Como o espaço de convivência é muito importante nas aprendizagens, principalmente por causa da dimensão que ocupam nos cotidianos, abre-se uma outra dimensão para a compreensão do espaço geográfico que tem ainda mais links de conexão com o aluno: a articulação da urbanidade com o trabalho e a convivência são aspectos que traduzem uma nova maneira de estudar os cotidianos. É preciso que se desenvolva uma consciência recíproca de que a cidade existe para o cidadão e de que a vida de cada um deve estar se desenrolando com o respeito ao coletivo: não se desculpa que uma pessoa, porque está trabalhando, ou está com pressa, pode incomodar, nos espaços de convivência de uso público, outras pessoas. Sendo assim o foco é na urbanidade que se faz necessária na vida comum, entre cotidianos de trabalho e lazer.Outra importante justificativa está na necessidade de se construir uma atitude mais coletiva sobre a necessidade de convivência como contraponto à segregação espacial.Condições para ensinarHistoricamente os aspectos desse tópico estudados eram o conceito de urbano, e de cidade. Tais conceitos continuam importantes no trabalho com o aluno para que seja compreendido como o espaço do lazer e do trabalho pode ser produzido com respeito, qualidade e dignidade. Ainda são importantes inserir como condição de ensinar os aspectos relacionados ao lazer e ao trabalho que têm uma espacialidade e que provocam a produção de diferentes cotidianos. Tais aspectos variam em diferentes municípios, mas podem ter enfoques comuns relacionados aos hábitos de trabalho que se desenrolam no cotidiano urbano e nas práticas sociais decorrentes do desemprego. Assim, freqüentar a mesma rua, mesma pracinha, mesmo supermercado, trafegar pelos espaços de fluxos mais intensos refletem uma forma de produzir e a vida que podem ser melhor ou pior vivenciados. Desde a lógica da procura do trabalho até a mendicância ou a economia informal com seus correlatos devem ser compreendidos pelos alunos. A necessidade de espaços públicos de lazer também precisam ser tematizados com o levantamento de informações de até que ponto os alunos reconhecem seus direitos e deveres relacionados a esses espaços e deles com a qualidade de vida. O que ensinar

Leitura de fotos, imagens e mapas que expressem fenômenos urbanos da urbanidade e entretenimento. E de falta de urbanidade e entretenimento: o que evidencia a cidade partida: os guetos.

Ensinar: os laços de identidade da cidade com o cidadão, as manifestações populares e os arranjos resultantes da repressão às manifestações principalmente dos escravos. O trabalho e a falta de trabalho, o emprego e o desemprego, a economia informal, os camelódromos, as produções de mercados através de eventos (jogos de futebol, campeonatos de outros setores e esportes).

Como ensinarDeixar sempre claro o objetivo, a habilidade a ser desenvolvida e verificar se as atividades e materiais correspondem ao que se quer que o aluno entenda sem abrir mão da participação e interesse dele. Fazer sempre um levantamento de dados sobre o que o aluno conhece do conteúdo e quais as suas questões. Sempre que possível propor atividades relacionadas ao tratamento da informação, para que o aluno identifique o conteúdo no fenômeno da vida cotidiana, procure fontes que esclareçam a produção daquele cotidiano: um trabalho com diferentes fontes e ordenação posterior. Sempre que possível diversificar o tipo de registro para abarcar a utilização de diferentes linguagens.Trabalho de campo sobre quais são os espaços em que jovens, de diferentes classes e etnias vivem circunscritos e nos quais se desenvolve sua relação com a cidade. Provocar a reflexão sobre o que é preciso para a “saída” desse espaço de ambos os lados da cidade partida. Desenvolver nesse trabalho bases para a compreensão dos diferentes territórios demarcados na cidade e buscar, com os alunos, alternativas para dissolver barreiras da segregação urbana.Como avaliar1. Utilizar questões de vestibular como a da UFJF- Geografia 2003Questão 01: leia o texto abaixo. Fonte: ADUAN, Wanda Engel. As crianças na cidade partida in GARCIA, C. A. (org.). Infância, cinema e sociedade. Rio de Janeiro: Ravil, 1997. a) O que é a cidade partida? b) Quais são as causas da existência da cidade partida?2. Solicitar aos alunos que descrevam ou desenhem uma cidade com base no texto:

“As cidades precisam oferecer para seus cidadãos espaços de convivência, de lazer, de integração e de cultura, para que homens e mulheres possam exercer o direito de uso coletivo, de “estar na rua ou no parque com a família”, da (re)valorização das relações humanas, enfim, a cidade deve ter em seus espaços lugares que oferecem qualidade de vida. Os cidadãos identificam-se com lugares, na medida em que reconhecem

sua importância, que assumem a condição de espaços de uso coletivo e que representem a identidade local ou global. “

3. Discutir e propor redação com o tema: o shopping contribui para manter a cidade dividida.4. Propor um debate com vereadores sobre a questão dos espaços de convivência e sua importância para a qualidade de vida pública na cidade. Um bom tema seria: espaços públicos de convivência entre meninos oriundos de classes sociais diferentes.Com esses instrumentos analisar comparativamente o que os alunos estão compreendendo do tópico trazendo, como questão de leitura de imagem, fotos que expressem os fenômenos estudados.RA-8   Produção de texto: o lazer no cotidiano do município e em outros lugares Objetivos:- Explicar o lazer na sociedade atual tendo como referência a mundialização de fenômenos econômicos, tecnológicos e culturais.- Conceituar lazer na cidade e no campo- Ler textos buscando informações que ampliam e aprofundam o significado de lazer.Conhecer a importância da geografia do entretenimento.Providências para a realização da atividade:Materiais:Texto xerocadoPré-requisitos:- Noções de serviços na cidade que representam o lazer.- Noção da espacialidade do lazer na cidade e no campo.- Identificar o lazer  que gera dinheiro e o lazer que provoca  entretenimento.- Conhecer e expressar  o gosto e a importância do lazer- Ter hábito de  registrar as leituras combinadas em sala e extra-classe, sabendo dialogar sobre elas em diferentes situações de aprendizagem.- Ler, interpretar e analisar textos, documentos, vídeos relacionado-os com outras linguagens  e disciplinas.Descrição dos procedimentos:           Professor/a, esse tópico propõe discutir o lazer que só recentemente aparece como um conceito estruturante na geografia e outras ciências.  As mudanças ocorridas nas relações de trabalho e a necessidade  de sociabilidade nas cidades vão demandando um tempo de entretenimento, necessário à sobrevivência. Ele sempre existiu na cidade e no campo: nas brincadeiras de rua; no cinema, no teatro, na praça, no clube, nas festas populares, nos salões de dança, nas atividades esportivas, etc.    Ao longo do seculo XX, o tempo livre e o lazer foram se transformando em diversão ou entretenimento. As telecomunicações, como o radio e a  TV, tornaram o telespectador mais cativo de novelas, filmes, campeonatos esportivos, programações infantis, dentre outros. Nessa rede global de lazer contemplativo o consumo do entretenimento é parte do homem contemporâneo. Mas, o lazer é para todos? Nas metrópoles, o número de pobres é grande e crescente e as opções de lazer mais ativas e participativas são restritas. Observa-se assim, a segregação do lazer, ou seja,  a melhor forma de uso do tempo livre.     Os alunos devem estudar o lazer no seu município, no Brasil e no mundo para compreender como se dão as relações dos sujeitos com o espaço de lazer e convivência na  cidade. Propomos a seguinte sequência didática:  Atividade 1- Diagnosticar os saberes dos alunos sobre o lazer: 1-       O que você entende por lazer? Ele se relaciona ao tempo livre ou ao tempo de trabalho? Como as pessoas podem utilizar esse tempo de lazer?2-       Sua cidade ou região conta com espaços de lazer: cultural (museu, observatório, galerias de  arte, centros de cultura), contemplativo ( redes de TV,  cinemas, teatro) e de entretenimento ( parques, praças, feiras livres, torneios, espaços de alimentação, de turismo, de jogos, enfim, de convivência)?3-       Você concorda com a lei que garante o direito de lazer a todo trabalhador no seu tempo livre?4-       O lazer é um direito do cidadão e deve atender às diferentes faixas etárias. Assim, deve fazer parte das políticas  sociais e culturais do município. Isso acorre no seu município?   Atividade 2 – Investigar   o  espaço de lazer no município         Investigar sobre os espaços de lazer no munícipio: lazer cultural, lazer contemplativo e lazer de entretenimento.         Entrevistar moradores antigos, indagando como era o lazer de antigamente.         Coletar fotos antigas e recentes  de lazer no município.         Organizar-se em grupos para selecionar e interpretar os dados coletados.         Montar um painel  sobre o lazer no município: como os habitantes usavam o espaço para o lazer  antigamente e Como usam o lazer hoje (quais as mudanças?).

 Atividade 3 – Conhecendo um pouco mais  sobre o lazer         Cada grupo deve selecionar um fragmento de texto para discutir e apresentar as idéias no coletivo, dando-lhe um título.Texto 1 ________________________________________________________       “Na Constituição de 1988, promulgada no contexto da distensão e redemocratização do Brasil após a ditadura militar (que perseguiu e colocou no mesmo balaio liberais, comunistas e cristãos progressistas), apesar de termos 80% dos tópicos defendendo a propriedade e meros 20% defendendo a vida humana e a felicidade, conseguiu-se uma série de avanços – hoje colocados em questão – como as Férias Remuneradas, o 13º salário, multa de 40% por rompimento de contrato de trabalho, Licença Maternidade, previsão de um salário mínimo capaz de suprir todas as necessidades existenciais, de saúde e lazer das famílias de trabalhadores, etc.    A luta de hoje, como a luta de sempre, por parte dos trabalhadores, reside em manter todos os direitos constitucionais adquiridos e buscar mais avanços na direção da felicidade do ser humano”. http://www.culturabrasil.pro.br/diadotrabalho.htmTexto 2 ___________________________________________________________________________“Objetivo é afastar bares e boates de áreas residenciais, levando-os para pontos onde poderiam funcionar por 24 horas, colaborando, inclusive, para o cumprimento das leis em vigor. Existe a possibilidade de os empresários contarem com incentivos fiscais. O projeto, aprovado em segunda votação, vai agora para sanção do prefeito.Segundo o vereador (paulista),  o pólo de lazer e comércio intermitente deverá abrigar somente serviços destinados a entretenimento, com exceção aos proibidos por lei ou contrários à moral e aos bons costumes, como as boates de prostituição. O projeto prevê ainda que esses pólos sejam instalados, de preferência, em grandes avenidas ou regiões que concentram prédios de antigas indústrias. "Já existem locais com esse perfil na cidade. Os bairros da Mooca ou a região central da Capital são bons exemplos disso, mas existem muitos outros que deverão ser analisados pela Prefeitura", diz. http://www.dcomercio.com.br/especiais/camara/091105.htmTexto 3 _________________________________________________________________________ Ponto de encontro de curitibanos e turistas. Criada em 1992, é a primeira rua do pa&iacute;s projetada em espaço fechado, onde as lojas não fecham nunca. Nos 120 metros de comprimento, com estrutura metálica em arcos e cobertura de vidro, os turistas e curitibanos se divertem e fazem compras nas 42 lojas. O grande relógio na entrada mostra que não existe hora para um bom bate-papo regado a chope bem gelado. Localização: Rua Coronel Menna Barreto s/nº. É a síntese da cidade do futuro,que não dorme. Tem 120 metros de extensão, com estrutura metálica em arcos e cobertura de vidro. Inaugurada em 1991, transformou-se num dos principais pontos de encontro de curitibanos e turistas, com lojas diversas, supermercado, banco, cafés,bares e restaurantes. É visinha de grnde parte dos hotéis situados no centro da cidade. http://www.guiacuritiba.com.br/turismo/roteirosVer.php?id=34httpTexto 4 _____________________________________________________________________O lazer é uma conquista dos trabalhadores que lutaram para reduzir o tempo de trabalho em função do descanso e recomposição do equilíbrio. O lazer tem valor em si mesmo, pelas possibilidades que abre na dinâmica social. Contudo, para além da polêmica que ronda a discussão conceitual, a tendência dos estudiosos é considerar o lazer como um campo peculiar da cultura, constituído pela vivência lúdica de manifestações culturais num tempo/espaço conquistado pelos indivíduos. O lazer compreende muitas práticas culturais, como o jogo, a brincadeira, a festa, o passeio, a viagem, o esporte e as variadas formas de arte (pintura, escultura, literatura, dança, teatro, música, cinema) e – por que não? – o ócio.Texto 5 _____________________________________________________________________“A possibilidade de lazer hoje está intimamente relacionada  ao espaço. Realmente não é necessário a existência do quintal, o poder aquisitivo para freqüentar as casas  noturnas ou deslocar-se até o parque. A natureza social dos homens tem também uma característica lúdica muito forte, mas existe limite quanto à liberdade de ação, para que a criatividade, imaginação, espairecimento e descontração surjam nesse momento específico do dia. O surgimento de espaços de lazer decorre assim de uma necessidade presente nos indivíduos de se desligarem do lugar de produção ou da moradia para usufruir  do tempo livre. Atualmente, o local de residência (casa, bairro) proporcionam cada vez menos oportunidades de lazer, devido ao adensamento populacional, degradação social e ambiental das periferias  e a intensificação das formas de lazer passivas onde destacam-se a TV, jogos eletrônicos, etc.No entanto, uma metrópole como São Paulo cujo número de pobres  é grande e crescente, as opções por forma de lazer mais ativas e/ou participativas  são restritas. Observa-se assim, a segregação dos lazeres, ou melhor, das formas de uso do tempo livre.” MENDES, Ricardo.Globalização, urbanização e lazer.” IN: Experimental, anoI, nº1, jul.1996, SP:F.F.L.C.H, p.75.

                                   

          Apresentação das leituras;         E, finalmente, os alunos devem produzir um texto  explicando o lazer na sociedade atual, tendo como referência o comércio e os serviços de entretenimento, no processo da globalização ou mundialização e os avanços tecnológicos. Glossário:Lazer produtivo: quando envolve entretenimento e produção. Por ex: produzir cultura, arte sem intenção de ganhar dinheiro.Lazer contemplativo: é aquele que tem a função de entreter  sem compromisso, por ex: turismo de excursão, cinema, teatro, show, exposições, galerias de arte, festas populares, etc.Geografia do entretenimento: trabalha com a categoria lazer e seus desdobramentos que envolvem serviços específicos de lazer e consumo: diversão, tempo livre e tempo de aprendizagem de cultura, cultura de massa da mídia, jogos, etc.

OP- 10   Região e regionalização Por que ensinarHá muitas maneiras de regionalizar o espaço geográfico. Uma delas é classificar e ordenar o território, o lugar, a paisagem em recortes significativos e contextualizados da realidade cotidiana. Os critérios de regionalização são científicos mesmo não sendo definitivos e únicos, conferindo o entendimento da espacialidade do lugar que será classificado. Estes critérios podem ser culturais quando se trabalha o recorte da Geografia do entretenimento que explora desde o lazer produtivo ao contemplativo; políticos quando se pretende discutir o planejamento e as políticas públicas; econômico quando se analisa o movimento do capital como se evidencia nas regiões geoeconômicas; ecológico/ambiental quando se recortam as paisagens socioambientais, seus impactos e possibilidades de desenvolvimento sustentável e, social quando se problematiza a (in) exclusão social. Interdisciplinarmente, a Geografia, estuda essa regionalização na interface com a Sociologia, Economia, História, analisando os indicadores sociais que promovem a desigualdade regional, no mundo, no Brasil, no espaço de vivência. O Relatório de Desenvolvimento Humano, da ONU, desde 1990 vem ajudando, os países e seus municípios, a avaliar as condições de alimentação, moradia, educação, saúde, renda, expectativa de vida, participação política e direito à segurança e sustentabilidade no desenvolvimento humano para garantir a territorialidade da cidadania entre os excluídos. Ter direito ao espaço e à cidadania plena demanda das políticas públicas e do Estado, o enfrentamento dessas questões, garantindo o acesso ao conhecimento e a participação dos sujeitos sociais na sociedade.Condições para ensinarOs conhecimentos prévios dos alunos construídos nas séries iniciais orientaram-se para a classificação do espaço em sua representação política: município, estado, país e suas possibilidades regionais. Nas séries finais do fundamental os jovens devem aprofundar o conhecimento do espaço geográfico urbano no seu crescimento e avanço demográfico que resulta em novas classificações e ordenação do território em função da produção e direção do capital que promove desigualdades sociais. Estas se revelam na fragilidade da estrutura social e nas péssimas condições de vida que se constatam quando se comparam os indicadores socioeconômicos dos municípios e países: analfabetismo, expectativa de vida reduzida, taxa de mortalidade infantil comprometida, baixa renda, etc. São indicadores que conferem ao espaço urbano/rural uma nova regionalização marcada pelo processo perverso de globalização/fragmentação social revelada na qualidade de vida dos habitantes que vai além dos indicadores tradicionais de renda per capta. No Brasil e no mundo esses indicadores sociais e políticos revelam uma regionalização de desequilíbrios da espacialidade, intensificados pela migração campo/cidade, direcionamento do fluxo de investimentos, produtividade, direção do comércio e serviços, qualificação profissional, escolarização, nível tecnológico no reordenamento do território.O que ensinar• A noção de região e regionalização no recorte da realidade socioespacial do espaço de vivência, do Brasil e do mundo.• Os indicadores sociais e políticos que identificam a exclusão e inclusão da pobreza no espaço da cidade e do campo.• A relação entre as características econômicas da sociedade e a construção do espaço geográfico no processo de globalização fragmentação.• A comparação entre o Índice de Desenvolvimento Humano no espaço local e o regional referente à (des) territorialização do espaço.• O “grito dos excluídos” no campo e na cidade.• Um mundo possível com qualidade de vida,participação política, direito à segurança e à sustentabilidade.Como ensinar

Os níveis de entendimento do mais simples ao complexo, o desempenho prático dos alunos, o uso das escalas geográficas e cartográficas na ampliação dos conceitos geográficos e a intertextualidade. 1. Avaliação diagnóstica: as informações devem ser discutidas com os alunos em mapas, gráficos, tabelas, fotos ( banco de dados organizados pelo professor em atlas, jornais, revistas, sites) revelando a desnutrição infantil, a fome, a concentração de renda, a expectativa de vida, o analfabetismo e o baixo grau de escolaridade, o trabalho infantil, os sem teto, sem saneamento básico, sem energia, sem transporte considerados os “excluídos” da sociedade. Questionar: o que os alunos sabem sobre essas questões? O que entendem por indicadores econômicos? E por indicadores políticos? O que é IDH? Com que dados trabalham? Quem os organiza? Como interpretam a pobreza? Que comparações estabelecem com a classe rica? O que entendem por exclusão social? Que outros critérios ou indicadores usariam para classificar a situação de exclusão? Consideram esses indicadores mais científicos que os tradicionais da renda per capta? Como analisam no novo urbano o papel dos “SEM “ teto, transporte, energia, escola, alimentação, saúde, trabalho, etc. O que consideram qualidade de vida da população? O Brasil fica abaixo da linha da pobreza? Qual sua posição no IDH? Que estados brasileiros tem melhor IDH? E quais têm o pior? O que determina essa classificação? Em que auxilia aos governantes? Desde que foram criados, qual sua contribuição? Tratando-se de uma avaliação diagnóstica e inicial é fundamental que a turma participe do registro coletivo de seus saberes em mural ou texto no quadro da sala. Ele é a referência do que alunos sabem no início da discussão do tópico e servirá de comparação na avaliação final do processo das aprendizagens.2-Construção do mapa mental do municípioa ) Em grupo, os alunos devem representar o seu município, espacializando-o e territorializando-o, por meio de uma legenda, em um mapa mental.1. Área comercial e de serviços2. Área residencial da classe de renda média3. Área residencial da classe de renda alta4. Área residencial da classe de renda baixa5. Área industrial6. Área da agropecuária7. Área verde e de proteção8. Limites do município9. Ferrovia10. Rodovia11. Riosb) Elaborado o mapa mental devem explicar: os elementos que indicam uso do solo, as atividades econômicas predominantes, como o espaço foi se diferenciando para atender a classes sociais diferentes, qual área residencial ocupa maior espaço, qual espaço do município tem melhor qualidade de vida: saneamento básico, coleta de lixo, escolas, postos de saúde, transporte coletivo, ruas asfaltadas, equipamentos urbanos em geral. Por quê? A ocupação dos espaços reflete a situação econômica dos moradores? Como?Problematização: como foi o processo de organização do espaço municipal? O que mudou? O que permanece?Grupo 1 – Investigação dos dados sobre a qualidade de vida no município.Trilha no espaço de vivência para coleta de dados sobre: o saneamento básico; a coleta de lixo, postos de saúde/ leitos por hospitais e médicos por pacientes; atendimento do transporte coletivo; escolas públicas para todos os anos de escolaridade, moradias, energia elétrica, etc. Coleta de dados na prefeitura, COPASA, CEMIG, SRE/MG, Postos de Saúde, jornal local, outros que a cidade possuir como fonte de informação. Fazer registros de observações, entrevistas, mapeamentos, fotos.Grupo 2 – Investigação de dados sobre a qualidade de vida no Brasil. Atlas do IBGE ( www. ibge.gov.br) e Geoatlas citados, site www.undp.rg.br/HDR/Atlas.htm ( Atlas de desenvolvimento Humano do Brasil) e outras fontes em livros didáticos citados ou Atlas atualizados que escola possuir.Avaliação sobre a qualidade de vida dos moradores da cidade e os indicadores políticos de sua participação na reivindicação dessas melhorias. Proposição de um planejamento enfocando os indicadores sociais e comparando-os com os melhores IDHs de Minas Gerais e do Brasil. Elaboração de um texto coletivo contendo as idéias da turma para o (re) planejamento da cidade.IDEM RA 4

OP- 11 Paisagem culturalPorque ensinarA paisagem cultural refere-se ao conteúdo geográfico de uma determinada área ou a um complexo geográfico, no qual são manifestadas as escolhas e as mudanças realizadas pelos homens como

membros de uma comunidade cultural. Sendo assim, estudá-las é conhecer as diferentes formas de interagir com o espaço, conhecer as culturas e os desdobramentos paisagísticos de suas intervenções, e analisar os fenômenos decorrentes dessas paisagens, como o turismo. Nesse tópico se busca a explicação sobre o modo de vida de um grupo cultural e os processos de produção das paisagens. Nesse tópico é muito importante o estudo da geografia física, principalmente buscando um elo entre o que a natureza compõe e as mudanças que uma cultura realiza nas paisagens, com seu modo de vida. Condições para ensinarOs alunos devem entender o conceito de cultura e grupos culturais e ter a oportunidade de comparar as diferentes maneiras de viver e o que delas resulta nas paisagens. Devem conhecer abordagens climáticas regionais, relações de clima e vegetação, principalmente no tocante ao uso do solo e suas interferências na produção agrícola. Ao abordar a geografia física na busca de condição de compreensão de uma paisagem cultural é importante identificar o que a influência humana configura: um rio represado, uma atmosfera enfumaçada, a cobertura vegetal original danificada e reconstituída, às vezes, em parte, ou, em outras, recoberta por jardins, pomares, campos arados, muros e cercas. São pistas que ajudam a diagnosticar as culturas, e o que elas fizeram: caminhos e estradas, celeiros, habitações, núcleos de povoamentos, plantas cultivadas, arquitetura, vestuários.A utilização dessas paisagens culturais também precisa ser estudada, o que abre um caminho para a compreensão do conceito de turismo, do que ele traz para a paisagem e para o lugar. O quê ensinar- As paisagens culturais das regiões montanhosas: a cultura e o relevo demarcando paisagens.- Paisagens culturais brasileiras: aspectos regionais demarcados pela cultura, como os quilombos e os quilombolas.-Paisagens culturais brasileiras: a presença indígena.-O turismo decorrente das paisagens moldadas por diferentes culturas: o modo de vida em suas temporalidades e espacialidades. Como ensinarRealizar atividades de identificação de um espaço que será conhecido em suas paisagens culturais. É importante, para isso, selecionar a paisagem, principalmente no qeu se quer que o aluno conheça do Brasil. Seguem uma série de possibilidades de trabalhos com paradidáticos e livros didáticos para se montar regiões a serem exploradas. O importante é identificar os aspectos naturais que determinariam uma maneira de viver e o que as comunidades culturais que ali vivem/viveram, fizeram nas paisagens e deixam de marcas de sua intervenção. Ocupação do território, remanescentes de quilombos no Brasil.,cultura afrobrasileira (Zumbi, Quilombos, Música, Dança, Arte e História). “Secas no Nordeste” Fenômenos turístico: destacar os aspectos culturais regionais e o movimento de passageiros com o crescimento econômico. “Turismo: localiza os focos e tipos de atrações culturais e ambientais que atraem turistas”As paisagens culturais moldadas pelo modo de vida indígena- (elementos culturais como alimentos, música, mitos, etc.). Quem somos afinal: tipos brasileiros e seus ambientes (o pantaneiro, o caiçara, o Cabooclo, o seringueiro, o gaúcho, o sertanejo, etc.) Como avaliar1. Interpretar cartões postais de paisagens culturais com o objetivo de identificação dos elementos do quadro físico e das alterações feitas pela política e pela cultura.2.Avaliar propagandas de pacotes turísticos analisando os aspectos culturais que demarcam as paisagens utilizadas como matéria prima do turismo.3. Identificar diferentes paisagens no mapa múndi, extraindo o referencial de orientação dos alunos, explorando os aspectos físicos das paisagens naturais e relacionando o aspecto cultural na identidade das paisagens. RA-14   As regiões culturais e as paisagens brasileiras Objetivos:- Identificar e localizar regiões culturais de diferentes identidades, estabelecendo semelhanças e diferenças entre elas. - Descrever e localizar, no meio urbano e rural, do estado de Minas Gerais, os aspectos relevantes do regionalismo mineiro manifestado em sua sociodiversidade. Desdobramentos:-  Ler mapas identificando os conceitos de cultura, paisagem, identidades regionais, regionalismo mineiro.- Identificar os elementos que caracterizam a diversidade cultural das populações brasileiras e investigar sobre eles ampliando os conhecimentos sobre patrimônios ambientais e culturais brasileiros.- Relacionar população e natureza referenciando-se nos hábitos e costumes relacionados ao ambiente. 

- Ser solidário e cooperativo nos trabalhos em grupo.- Domínio da comunicação na apresentação de trabalhos coletivos.- Cumprir combinados.Pré-requisitos:- Possuir informações sobre as regiões brasileiras do IBGE.- Diferenciar população de acordo com seu modo de vida na natureza.- Identificar elementos da natureza e suas regiões em ilustrações e mapas.-Identificar a diversidade de povos ou populações em ilustrações e mapas.- Dominar práticas de investigação, sabendo decodificar as informações para transformá-las em conceitos.- Saber mapear informações no mapa do Brasil.Descrição dos procedimentos:           Professor/a, releia e execute a Orientação Pedagógica correspondente a esse tópico. Trabalhe com os alunos  o sentido e a importância de estudar os conceitos estruturadores: região, regionalismo,  cultura, identidade e natureza. Dê continuidade a esse estudo trabalhando o roteiro proposto. Trata-se de uma seqüência de atividade cartográfica para o redesenho dos alunos a partir de suas aulas dialógicas. Há leituras indispensáveis dos livros citados.  Trabalhe com a seqüência didática proposta:Atividade 1 – Desenhando  o Brasil que conheço. 1-       No  mapa mudo ou vazado:a)- Representar no mapa  as regiões brasileiras que conhece, através de revistas, jornais, livros didáticos e outras informações.b)-Destacar no mapa, as regiões, com uso da legenda. 2- Elaborar um parágrafo explicando o desenho.3- Estabelecer os critérios da apresentação.4- Organizar os mapas e textos no painel da sala.5- Dar um título ao painel. Atividade 2 –  Redesenhando a espacialidade das paisagens brasileiras          Organizar a atividade em parceria com o/a professor/a de História, Ciências e Português; as aulas devem ser dialógicas, usando as transparências elaboradas a partir da seleção de ilustrações dos livros citados. Podem ser usados outros livros.   HISTÒRIA - Espacializar no mapa as ocupações socioeconômicas do litoral  em direção ao  interior, desde a colonização até a industrialização: extrativismo da madeira, mineração, cana-de-açúcar, café e indústria.   CIÊNCIAS – Espacializar  no mapa  as paisagens naturais: o litoral, a floresta amazônica, o cerrado, a caatinga, o pantanal, a mata atlântica e os campos sulinos.Aula dialógica sobre os  ecossistemas e biomas.Organização de transparências do Percy Lau sobre as vegetações brasileiras;Espacializar, no mapa mudo,  as paisagens vegetais brasileiros em sua região ou ambiente.Solicitar que os alunos elaborem um parágrafo explicando o desenho produzido no mapa. Estabelecer os critérios da apresentação. GEOGRAFIA –         Aula dialógica  usando as transparências sobre os tipos regionais brasileiros e  aspectos: (Percy Lau)/IBGE:-O vaqueiro nordestino e a caatinga; p. 84/196- O seringueiro e castanheiro da floresta amazônica; p.16/35/6- O vaqueiro pantaneiro e o pantanal; p. 484/ 481- O pescador e o catador de caranguejos do litoral e mangues; p. 117/136- O vaqueiro dos campos sulinos p. 343/ 405- O caipira e o carvoeiro do cerrado p. 451/476/234- Os caiçaras da mata atlântica p.260/           Espacializar os tipos regionais brasileiros em seu meio ou região, identificando e conceituando as regiões culturais brasileiras.         Solicitar que os alunos elaborem um parágrafo explicando o desenho produzido no mapa.          Estabelecer os critérios da apresentação. PORTUGUÊS – Estudar o mapa dos regionalismos literários- Atlas geográfico escolar/IBGE, 2002, p.161.-          Campanha Gaúcha  - Trilogia o tempo e o vento de Èrico Veríssimo.-          Os Gerais mineiros – Grande sertão veredas de Guimarães Rosa.-          O sertão dos Confins – Vila dos Confins e Chapadão do Bugre de Mário Palmério-          Sertão de Goiás – O tronco, Ermos e Gerais de Bernardo ÈLis.-          Zona cacaueira – Terra do sem fim, Cacau,  Jorge Amado-          Sertão do Cariri – O romance da pedra do reino  de Ariano Suassuna

Aula dialógica sobre os  regionalismos literários . Se possível fornecer a cópia do mapa.Organização da transparências do mapa/IBGE ;Espacializar, no mapa  regional,  as as regiões literárias.Solicitar que os alunos elaborem um parágrafo explicando o desenho produzido no mapa. Estabelecer os critérios da apresentação.Atividade de coleta de material          Coletar informações sobre as populações e suas identidades regionais: modo de vida, hábitos, costumes, tradições, crenças, etc;         Formar grupo para organizar as informações         Responder ao desafio:      Quantos Brasis existe dentro do Brasil brasileiro? Glossário:Região cultural:    São espaços bem definidos  em seus aspectos naturais (clima, vegetação, fauna, água, solo) e sociais  ( alimentação, trabalho,  festas, convívio, crenças religiosas). Essa diversidade cultural das paisagens brasileiras  chamamos de regiões  culturais. Região: a apreensão da realidade enquanto representação dos fenômenos em natureza e amplitudes diversas. Qualquer fenômeno territorial deve ser explicado nas várias escalas apreendendo-o em sua complexidade socioespacial. Isso modifica a organização e a seqüência dos conteúdos, que não deverão ser abordados apenas numa escala linear, ou seja, ora Brasil, ora mundo, ora cidades.   Paisagem   cultural  é um recorte visível de um lugar, percebido através dos elementos da cultura. A partir dela compreende-se a complexidade da vida social contida em seus elementos socioculturais, sociopolíticos, socioeconômicos e socioambientais, enfim, naquilo que a anima e lhe dá vida  pela força dos símbolos, das imagens e do imaginário. Regionalismo,  demarcam lugares com identidades diferenciadas no mesmo território ou paisagem. Ex:   identidades sociodiversas do sertão mineiro descrito por Guimarães Rosa que evidenciam o  pertencimento de um grupo social ao lugar compondo com as características próprias  da região. Elas são a a linguagem, o imaginário local, as crenças, os hábitos, os costumes, enfim, o modo de vida. Identidade regional- costumes, tradições, língua, jeito de falar, jeito de conviver e de viver, características compartilhadas regionalmente que acabam atribuindo identidade como coesão e força simbólica às pessoas numa mesma  região. Natureza - está presente em todas as paisagens da Terra. Um mundo de significados e formas  transforma a natureza em cultura, atribuindo-lhe sentidos e significados diversos, Cultura é a dimensão humana constituída por componentes sociais, simbólicos e materiais. Ela é dinâmica, evolui no tempo e se manifesta por meio de formas e processos espaciais. È, também, inovadora de valores, de tipos de comportamentos, de técnicas de intervenção na natureza  que fazem dela esse conjunto mutável que transforma  natureza em cultura. Refere-se a novas formas de ver e viver no planeta.Pode ser concebida  como um conjunto de elementos  do mundo humano civilizado representado por práticas, valores, hábitos de uma dada população ou para qualificar atributos  relativos à instrução e aos conhecimentos detidos por alguém.

12   Território e territorialidade Por que ensinarPedagogicamente é importante a construção desses conceitos porque o território é produzido pelos homens, por relações sociais, definindo um campo de forças. Sendo definido nas relações de poder tecidas na existência de práticas sociais é parte ativa da vida dos alunos. Ele se forma a partir do espaço; os atores territorializam o espaço, ao se apropriarem dele. Em graus e escalas diversas os atores sociais produzem territórios: todos combinamos energia e informação e elaboramos estratégias de produção que se chocam com outras estratégias em diversas relações de poder. Nas manifestações espaço-culturais das paisagens brasileiras é fundamental que os alunos não negligenciem a importância das atuações concretas individuais e/ou grupais, na dinâmica da sociedade, refletindo que, nas relações sociais os grupos atuam através dos indivíduos. Nessas relações e apropriações grupais emergem territorialidades flexíveis, no campo de forças determinado. Tais manifestações são visíveis nas paisagens moldadas pelas práticas sociais dos diversos grupos que formam a nação brasileira.O conceito é importante: de ser entendido na perspectiva tecnológica porque o território é definido a partir de um sistema composto por tessituras, nós e redes; discutir que o Estado organiza constantemente o território nacional por intermédio de novos recortes, novas implantações e ligações; destacar a dimensão nacional, vinculado ao poder do Estado, mas não apenas a ele. O mesmo se passa com as empresas ou com organizações, e com um indivíduo que constrói uma casa.Condições para ensinar

O conceito de território tem sido muito utilizados na Geopolítica e na Geografia Política. No ensino fundamental é importante que se estabeleçam relações para percebê-lo como campo de forças e que tenha o poder como um elemento constitutivo. É importante que o aluno disponha de instrumentos teóricos para analisar as relações de poder que caracterizam o grupo social do qual é membro e de outros grupos, no jogo de forças. É preciso que o aluno se permita entender e conservar sua identidade e sua diferença na coletividade em que pertença. Sendo assim, a análise da sociodiversidade através da compreensão do conceito de território deve incluir o nível individual para confrontá-lo com o social buscando-se que se compreenda as diferentes escalas das relações de poder É importante também que o aluno entenda que pode fazer intervenções no território e que tais intervenções devem estar baseadas na conquista da igualdade social e no controle coletivo das forças que definem o domínio da influência e percebendo o entrecruzamento de diferentes domínios em um mesmo substrato material.O que ensinar1. As fronteiras culturais do território brasileiro.2. A sociodiversidade da nação brasileira, sua localização no território e suas formas de manifestação e interação.3. As formas visíveis e concretas do território usado os processos históricos construídos em diferentes tempos.Como ensinar Trabalhar com os alunos na construção de um conceito de território como campo de forças envolvendo relações de poder entre os diferentes grupos sociais que entrecruzam tais forças. No trabalho deve-se buscar como seria a delimitação de territórios na sala de aula, nos lugares que os alunos percebem e conhecem.- realizar atividades de demarcação de territórios na escola e de identificação de outros territórios demarcados na cidade e percebidos pelos alunos que denotam as relações de poder. Identificar as escalas relacionadas nos territórios percebidos e como eles expressam a sociodiversidade das paisagens brasileiras.Deve-se trabalhar os elementos do conceito: territorialidade, nós redes, tessitura, fronteiras, limites, continuidade, descontinuidade, superposição de poderes.É importante ler com os alunos como se definem as fronteiras culturais do território brasileira; fazer uma ampla exploração em mapas temáticos com relações entre eles e conclusões dos alunos. Deve-se também estudar com os alunos, através de textos e imagens, a sociodiversidade da nação brasileira e como ela se manifesta em situações cotidianas; quais são as festas mais comemoradas? Desde quando são consideradas na nacionalidade brasileira e o que trazem para a cultura e economia local e regional? Quais são os territórios religiosos e seu alcance? Como os tropeiros definiram trilhas no estado de Minas Gerais?Como avaliar• Solicitar aos alunos um mapeamento das manifestações espaço-culturais nas paisagens brasileiras. O mapeamento deverá levar em conta todos os recursos didáticos pesquisados e a definição de territórios que demarcam o jogo de forças expresso nas paisagens. RA- 4 Território e territorialidade.Objetivos:- Reconhecer em imagens  e fotos de tempos diferentes as mudanças ocorridas na produção do espaço urbano do lazer em diferentes escalas sabendo explicar a sua temporalidade  e as relações de poder nelas implícitas. Desdobramentos da habilidade: - Conhecer e identificar na paisagem urbana as territorialidades construídas em diferentes temporalidades no centro das metrópoles como as gangues, mendigos, crianças de rua e outros sujeitos excluídos do processo de produção.- Conhecer os territórios urbanos preservados e os depredados , identificando o papel das políticas públicas na revitalização ou abandono.- Ler nas pichações , na mendicância, na violência do trânsito e no comércio informal das vias de circulação a territorialidades das classes sociais  excluídas.- Perceber o fluxo cotidiano  de pessoas  na temporalidade diurna e noturna das ruas e avenidas  que geram diferentes territorialidades em função da apropriação  dos serviços e comércio urbanos.-Identificar os processos de preservação e de depredação  do território expressos na paisagem.-Compreender no cotidiano a noção de território e territorialidade, aplicando-a  na análise das situações que produzem a vida na cidade em forma de postal.- Criar  postais que revelam a identidade recuperada dos patrimônios abandonados.- Avaliar o papel das políticas públicas nas ações sociais destinadas aos desterritorializados.Pré-requisitos:

- Identificar na paisagem urbana os territórios demarcados por faixas etárias e classe social em diferentes bairros, ruas, avenidas e periferias.- Ter noção da paisagem cultural urbana, identificando seus elementos.-Reconhecer na espacialidade da cidade diferentes grupos sociais e sua territorialidade.- Identificar na paisagem urbana os espaços de lazer da juventude e dos velhos.- Interpretar fotos para compreender o real.Saber usar máquina fotográfica e tomar fotos  relacionadas ao trabalho.Descrição dos procedimentos:     Dos temas que retratam a cidade e as contradições no uso do território este é um dos mais contextualizados, polêmicos e complexos. Essa discussão faz parte do cotidiano dos alunos na vivência, na escuta televisiva e na leitura de periódicos como jornais, revistas e boletins eletrônicos. Para que você, professor, possa entender como os moradores da cidade se tornam desterritorializados e se territorializam, sugerimos a leitura da Orientação Pedagógica sobre o tópico território, para em seguida, trabalhar as seqüências didáticas propostas.Atividade 1 – Leitura  de texto e problematização:                            Texto – As contradições no uso do territórioA sociedade demarca novas e antigas paisagens caracterizadas, pelo desenraizamento e  pela exclusão. Seus atores são os sem teto, os refugiados, os camelôs, as gangues, as prostitutas, os doentes, os loucos, os pivetes, os mafiosos, os criminosos, os ladrões, representando os desterritorializados.  Esses grupos que sobrevivem nas fronteiras da marginalidade  e articulam-se com os lugares, criam territorialidades clandestinas denominadas de reterritorialização.  Eles se espacializam nos guetos, na rua, nos becos, nos asilos, nos hospitais, nos presídios, nos clubes, nas sarjetas, praças numa relação conflitante com os outros usuários/incluídos no espaço. A mobilidade e a flexibilidade dos desterritorializados envolvem o espaço e o tempo. O espaço diurno é preenchido pela movimentação do comércio, dos serviços, dos transportes e pelos transeuntes na rotina cotidiana do trabalho e das compras. O espaço noturno é ocupado por outros personagens que atuam na prostituição, em gangues, na mendicância  ou  na busca do lazer noturno em bares e cafés.  Assim, o fenômeno da desterritorialização possibilita a compreensão de novas territorialidades em processo de reterritorialização do lugar. A paisagem excluída ganha visibilidade na desterritorialização dos acampamentos dos Sem Terra, no Brasil, dos refugiados balcânicos na Itália, dos desempregados africanos, na Espanha, nos acampamentos provisórios dos ruandeses na Tanzânia; dos palestinos, no Líbano; de curdos na Lituânia; dos refugiados sudaneses no Quênia.1-Análise do texto:1-        Explicar o entendimento  de território e seu desdobramento em territorialidade, desterritorialidade e reteritorialidade. Exemplificar.2-        Inferir da leitura do texto a relação entre os excluídos na cidade e no campo.3-        Explicar como se dá a exclusão na cidade. Quais as conseqüências dessa segregação no  patrimônio arquitetônico, no planejamento urbano  e distribuição dos bens sociais públicos.2- Atividade de Problematização Considerando a segregação que ocorre  no espaço urbano, questione porquê os moradores empobrecidos das favelas e dos bairros populares metropolitanos estão presentes mais freqüentemente nas associações comunitárias de base residencial e religiosa, ao mesmo tempo em que apresentam baixa participação nos sindicatos, associações profissionais e nos partidos políticos.-Buscar a resposta  entrevistando membros de Associações comunitárias dos bairros, sindicatos de trabalhadores, igrejas católicas e evangélicas, Câmara de Vereadores.- Tratar os dados em sala de aula. Organizar tabelas, quadros e gráficos.  Interpretar o material organizado.- Avaliar o papel das Associações comunitárias e o do Orçamento Participativo.- Organizar os dados no mural. 3- Atividade de Educação patrimonial e ambiental.- Selecionar um espaço da cidade  ocupado por mendigos, crianças de rua  e caracterizado por abandono público que foi revitalizada. Discutir o local com os alunos.-  Apresentar exemplos pelo Brasil e o mundo onde houve revitalização e os moradores de rua  foram expulsos,  eliminando-se a violência e gerando outras relações produtivas no local. . EX: Pelourinho (BA), centro histórico do Rio de Janeiro, SP, BH, Recife e outros.-  Apresentar consultas em sites que revelam grupos de pessoas que se  uniram  em trabalhos comunitários em favelas resgatando o ambiente e a cidadania.Realçar exemplos como a Timbalada que emerge de bairro pobre e passa a conhecimento nacional/internacional.

1-Problematizar:  os tipos de inclusão e exclusão/  Avaliar a relação de uso do espaço urbano  para os desterritorializados. O que perdem ou ganham com a revitalização?  o significado de área revitalizada e o reuso do patrimônio.2- Avaliar as atividades realizadas considerando as aprendizagens sobre o significado contextualizado de território, desterritorialidade e reterritorialidade, no espaço de vivência.Glossário:Territorialidade: Correlação de forças espacialmente delimitada e operando sobre uma área geográfica específica. Constituem-se em diversas formas de apropriação do território por grupos sociais que vão de vendedores ambulantes num determinado espaço urbano a territórios de contravenção como o tráfico de drogas.  Fronteiras: limite territorial de um Estado e do exercício do poder territorial. Na representação simbólica do território pode estar significando as delimitações espaciais da segregação/discriminação, das resistências, dos valores, das identidades.Desterritorializados: trata-se grupos sociais ou indivíduos que se encontram marginalizados do processo socioecoômico/cultural/político. Estão desenraizados no lugar em que vivem, sem pátria, sem terra, sem casa. Isto não significa ausência de luta e conquistas. Veja o exemplo do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terras.Reterritorializados:são os grupos sociais ou indivíduos que tentam, lutam, buscam desesperadamente conquistar e dominar um espaço/lugar onde possam recriar sua identidade. Isso acontece quando se conquista um território ocorrendo a organização social, econômica, cultural e política dos indivíduos ou   grupos que exercem seu domínio.

13   Sistemas técnicos Porque ensinarO espaço geográfico, base territorial da vida humana, é um conjunto inseparável, solidário e contraditório de sistemas de objetos e sistemas de ações. Os sistemas de objetos não têm vida própria, uma vez que é determinada por atores sociais e seus sistemas de ações. Os sistemas de objetos do início dos tempos históricos formavam um conjunto de coisas naturais: montanhas, rios, lagos, vales, planícies, florestas, campos. Da natureza, em seu estado primitivo, o homem retirava os elementos necessários à sua sobrevivência, valendo-se de técnicas que passou a inventar. Com o passar do tempo, à natureza foi sendo incorporado objetos cada vez mais tecnificados, constituindo a base material do espaço geográfico: pontes, viadutos, automóveis, caminhões, aviões, fábricas, tecnopólos, fazendas modernas, portos, estradas de rodagem, estradas de ferro, aeroportos, cidades. Além de diferenciado o meio técnico tinha, até a primeira metade do século XX, uma distribuição geográfica irregular e um uso social hierarquizado. A partir da 2ª. Guerra Mundial, ao meio técnico existente, acrescentou-se gradativamente a ciência e a informatização que resultou no meio técnico-científico e informacional, que é a cara atual dos espaços geográficos do planeta. Ele está presente em todos os lugares, embora variando de dimensões, desde superfícies contínuas até simples pontos. Assim, a vida social de todos os lugares e de todos os atores (econômicos, culturais, políticos) tem, pela primeira vez na história humana, um único sistema técnico cuja base é ciência, tecnologia e informação. Sem ele seria impossível a unificação do planeta e o fenômeno da globalização. Estudar os sistemas técnicos é, portanto, possibilitar a compreensão dos diferentes aspectos da realidade socioespacial contemporânea nesta fase de globalização.Condições para ensinarÉ através dos sistemas técnicos, esse conjunto de meios instrumentais e sociais, que se realiza a vida social e, ao mesmo tempo, se produz e se cria o espaço geográfico. Os meios instrumentais se referem às técnicas de produção, tais como as de exploração da natureza e de subsistência; e os meios sociais são os definidores das regras do jogo das relações sociais que, por sua vez, determinarão as técnicas de organização do espaço.Em síntese, o espaço geográfico é esse conjunto inseparável de sistemas de objetos e sistemas de ações, presentes em cada momento histórico. Os sistemas de objetos, frutos da ciência e da tecnologia, constituem a materialidade do espaço geográfico: fábricas, fazendas modernas, portos, estradas de rodagem, estradas de ferro, aeroportos, portos, cidades.O ponto de partida é o conhecimento e a valorização, pelo resgate e sistematização em painel coletivo, dos saberes e fazeres da turma sobre os sistemas técnicos criados pela sociedade humana. Algumas questões desafiantes podem encaminhar esta avaliação inicial, tais como:1. Nada fazemos que não seja com a ajuda dos objetos artificializados que nos cerca. Você saberia identificá-los em suas vivências cotidianas?2. As gerações passadas (bisavós, tataravós) e as comunidades mais remotas do planeta contavam com a ajuda desses objetos que você identificou? Por quê? O que você sabe sobre isso?3. Como as épocas identificadas na questão 2 se distinguem uma das outras?

Feitos os registros, procede-se à apresentação e discussão dos saberes apresentados pela turma. A questão 3, talvez a mais desafiante, seja indicada pela turma para aprofundamento em atividade investigativa. Enfeixando a avaliação inicial, segue a organização dos registros sob a forma de fotografias de várias temporalidades do espaço de vivência e outras cidades e do campo, postais, ilustrações participando, em classe, da confecção de um mural coletivo, intitulado Nossos saberes. O mural deverá permanecer em exposição durante os estudos planejados como uma referência essencial, remetendo-se aos fatos nele expostos sempre que necessário.O que ensinar• Noções e conceitos básicos relacionados aos sistemas técnicos em suas múltiplas temporalidades• Os processos contemporâneos que resultam em profundas mudanças no conteúdo técnico do espaço geográfico.• Os sistemas técnicos que sinalizam para uma transformação das vivências cotidianas da sociedade de consumo.Como ensinarO primeiro momento propõe-se trabalhar com o poema "Entre palavras", de Carlos Drummond de Andrade. Discutir, historicamente, os diferentes sistemas técnicos inventados pelo homem, valendo-se de palavras.A atividade 1  identificar, no texto, as palavras que dão significado aos sistemas técnicos inventados pelo homem, localizando-os no tempo histórico e mostrando sua relevância. Exemplo: “Computador - sistema técnico ---> tecnologia da informação; origem ---> década de 1970; implicações ---> revolução na forma de gerar, processar e transmitir a informação.” A atividade 2 é um desafio que consiste em identificar as palavras que expressam as inovações tecnológicas no período entre 1988 (data do poema de Drummond) e 2005. Exemplo: telefone celular, notebook ou laptop, biodíesel, clonagem, entre outros.

Entre Palavras“Entre coisas e palavras - principalmente entre palavras - circulamos. A maioria delas não figura nos dicionários de há trinta anos, ou figura com outras acepções. A todo momento impõe-se tomar conhecimento de novas palavras e combinações de.Você que me lê, preste atenção. Não deixe passar nenhuma palavra ou locução atual, pelo seu ouvido, sem registrá-la. Amanhã, pode precisar dela. E cuidado ao conversar com seu avô; talvez ele não entenda o que você diz.O malote, o cassete, o spray, o fuscão, o copião, a Vemaguet, a chacrete, o linóleo, o nylon, o nycron, o ditafone, a informática, a dublagem, o sinteco, o telex... existiam em 1940 ? Ponha aí o computador, os anticoncepcionais, os mísseis, a motoneta, o Velo-Solex, o biquini, o módulo lunar, o antibiótico, o enfarte, a acupuntura, a biônica, o acrílico, o tá legal, o apartheid, o som pop, a arte pop, as estruturas e infra-estrutura.Não esqueça também (seria imperdoável) o Terceiro Mundo, a descapitalização, o desenvolvimento,o unissex, o bandeirinha, o mass media, o Ibope, a renda per capita, a mixagem.Só ? Não. Tem seu lugar ao sol a metalinguagem, o servomecanismo, as algias, a coca-cola, o superego, a Futurologia,a homeostasia, a Adecif, a Transamazônica , a Sudene, o Incra, a Unesco, o Isop, a OEA e a ONU.Estão reclamando, porque não citei a conotação, o conglomerado, a diagramação, o ideogema, o idioleto, o ICM, a IBM, o falou, as operações triangulares, o zoom e a guitara elétrica. (...) Olhe aí a fila - quem? Embreagem, defasagem, barra tensora, vela de ignição, engarrafamento, Detran, poliéster, filhotes de bonificação , letra imobiliária, conservacionismo, carnet da girafa, poluição.(...) Fundos de investimentos, e daí? Também os de incentivos fiscais, know how. Barbeador elétrico de noventa microrranhuras. Fenolite-Baquelit. LP e CD. Alimentos supercongelados. Viagens pelo crediário. Circuito fechado de TV na Rodoviária . Argh ! Pow ! Click ! Não havia nada disso no jornal do tempo de Venceslau Brás, ou mesmo, de Washington Luis. Algumas dessas coisas começam a aparecer sob Getúlio Vargas. Hoje estão ali na esquina, para consumo geral. A enumeração caótica não é uma invenção crítica de Leo Spitzer. Está aí, na vida de todos os dias. Entre palavras circulamos, vivemos, morremos, e palavras somos, finalmente, mas com que significado ?”

RA-11   O túnel do tempo: os sistemas técnicos mudando a vida das pessoas Objetivos:-Compreender e aplicar noções e conceitos básicos relacionados aos sistemas técnicos em suas múltiplas temporalidades.-Identificar em imagens e linguagens diversas os processos contemporâneos que resultam em profundas mudanças no conteúdo técnico do espaço geográficoReconhecer nos fenômenos espaciais contemporâneos os sistemas técnicos que sinalizam para uma transformação das vivências cotidianas da sociedade de consumo.-Ler poemas com olhar geográfico.

-Trabalhar de forma cooperativa no grupo.Pré-requisitos:-Noções de técnicas e elementos que compõem o mundo da tecnologia atual- Ler poema sabendo interpretar as idéias do poeta.- Conhecer a importância e as contradições relacionadas ao consumo das tecnologias no mundo atual.1- Atividade de diagnóstico Atividade 1 – Descobrindo os saberes da turma sobre os sistemas técnicos e sua históriaLeia o texto:       Para sobreviver, os nossos antepassados, aprenderam  a retirar da natureza o que ela lhes oferecia: caça, pesca, coleta de frutos, sementes, raízes, e rochas, ossos, dentes de animais para  confecção de objetos utilitários. Descobriu o fogo que lhes permitiram a iluminação, aquecimento das habitações, preparação dos alimentos e defesa contra animais.  Muito tempo depois, tornaram-se sedentários e se dedicaram às técnicas da  agricultura e à criação; construíram barcos, navios e conquistaram novos espaços. Tempos depois descobriu a técnica de uso do metal e se transformaram em artesãos. E, daí para frente, só aconteceram transformações no espaço  geográfico. Usando as matérias-primas do solo e subsolo e as descobertas técnicas, os homens transformaram a paisagem em cidades, portos, viadutos, rodovias, aeroportos, regiões industriais, grandes fazendas, tecnopolos e muitas outras invenções que mudaram o espaço geográfico no dia-a-dia.       Através do trabalho os homens modificaram o espaço com milhares de objetos técnicos. Eles tornaram-se tão sofisticados que precisavam ser transformados várias vezes para chegar ao produto final. Veja o automóvel. A sua montagem requer peças que vêm de lugares diferentes e usam diferentes matérias-primas. O mesmo acontece  com o computador, o navio, a geladeira e muitos outros produtos transformados pela tecnologia e ciência. As técnicas trabalhadas cientificamente tornaram os objetos cada vez mais artificiais. O domínio da técnica, da ciência e informatização gerou o meio técnico-científico-informacional.1- Discuta o texto com os colegas, em um círculo.2- Listem os objetos técnicos que vocês consideram ter mudado o mundo. Classifique-os em função de sua utilidade e uso na moradia, transporte, saneamento básico, comunicação, cultura, saúde, lazer.3- Que objetos são antigos? Quais são modernos e fazem parte do meio técnico científico e informacional?4- Sistematizem os conhecimentos e representações da turma numa espiral do tempo. Registrem  no painel: o título: Sistemas técnicos; o conceito apreendido; a espiral dos objetos técnicos em sua história de aparecimento e uso; e, finalmente,  uma frase de síntese da turma sobre as mudanças no mundo.( Você professor/a,  pode levar uma folha de craft para a sala e deixar que os alunos tracem  uma grande espiral de tempo. Siga o modelo da espiral de tempo geológico que está representada em vários livros didáticos. Veja: Diamantino, Douglas, Marcos. Geografia: ciência do espaço, 5ªSérie.SP:Atual, 1997, p.59. Use a representação para inserir o tempo do homem e as transformações técnicas advindas de suas invenções e descobertas.)Atividade 2 – Leitura do poema  –  Entre Palavras “Entre coisas e palavras - principalmente entre palavras - circulamos. A maioria delas não figura nos dicionários de há trinta anos, ou figura com outras acepções. A todo momento impõe-se tomar conhecimento de novas palavras e combinações. Você que me lê, preste atenção. Não deixe passar nenhuma palavra ou locução atual, pelo seu ouvido, sem registrá-la. Amanhã, pode precisar dela. E cuidado ao conversar com seu avô; talvez ele não entenda o que você diz. O malote, o cassete, o spray, o fuscão, o copião, a Vemaguet, a chacrete, o linóleo, o nylon, o nycron, o ditafone, a informática, a dublagem, o sinteco, o telex... existiam em 1940 ? Ponha aí o computador, os anticoncepcionais, os mísseis, a motoneta, o Velo-Solex, o biquini, o módulo lunar, o antibiótico, o enfarte, a acupuntura, a biônica, o acrílico, o tá legal, o apartheid, o som pop, a arte pop, as estruturas e infra-estrutura. Não esqueça também (seria imperdoável) o Terceiro Mundo, a descapitalização, o desenvolvimento,o unissex, o bandeirinha, o mass media, o Ibope, a renda per capita, a mixagem.Só ? Não. Tem seu lugar ao sol a metalinguagem, o servomecanismo, as algias, a coca-cola, o superego, a Futurologia,a homeostasia, a Adecif, a Transamazônica , a Sudene, o Incra, a Unesco, o Isop, a OEA e a ONU.Estão reclamando, porque não citei a conotação, o conglomerado, a diagramação, o ideogema, o idioleto, o ICM, a IBM, o falou, as operações triangulares, o zoom e a guitara elétrica. (...) Olhe aí a fila - quem? Embreagem, defasagem, barra tensora, vela de ignição, engarrafamento, Detran, poliéster, filhotes de bonificação , letra imobiliária, conservacionismo, carnet da girafa, poluição.(...) Fundos de investimentos, e daí? Também os de incentivos fiscais, know how. Barbeador elétrico de noventa microrranhuras. Fenolite-Baquelit. LP e CD. Alimentos supercongelados. Viagens pelo crediário. Circuito fechado de TV na  Rodoviária . Argh ! Pow ! Click ! Não havia nada disso  no jornal do tempo de Venceslau Brás, ou mesmo, de Washington Luis. Algumas dessas coisas começam a aparecer sob Getúlio Vargas. Hoje estão ali na esquina, para consumo geral. A enumeração caótica não é uma

invenção crítica de Leo Spitzer. Está aí, na vida de todos os dias. Entre palavras circulamos, vivemos, morremos, e palavras somos, finalmente, mas com que significado ?” Carlos Drummond de Andrade. Poesia e prosa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1988Trata-se do poema, de um famoso poeta mineiro, que sentiu, viveu e escreveu as mudanças técnicas  no final do século XX. Brinque com seu poema e aprenda muito.Vamos lá! Em grupo:1-Identifiquem, no poema e circulem de vermelho,  as palavras que representam objetos técnicos antigos.2- Identifiquem, no poema e circulem de azul,  as palavras que representam objetos técnicos do nosso tempo.3- Que palavras fazem parte do cotidiano dos colegas, em casa, na escola e em outros lugares, como usuários de sistemas técnicos? Registrem-nas. 4- Desafio: identificar as palavras que expressam as inovações tecnológicas no período entre 1988 (data do poema de Drummond) e 2005. Exemplo: telefone celular, notebook ou laptop, biodíesel, clonagem, entre outros. 5- Selecionem um objeto técnico (por ex. TV) para investigar:       sua origem;       técnica desenvolvida na sua construção;       importância na sociedade.       Troquem idéias com os colegas da turma       Registrem as curiosidades apresentadas. Glossário: - Sistemas técnicos: conjunto de meios instrumentais e sociais, que se realiza  na vida social e, ao mesmo tempo, se produz e se cria o espaço geográfico. Os meios instrumentais se referem às técnicas de produção, tais como as de exploração da natureza e de subsistência; e os meios sociais são os definidores das regras do jogo das relações sociais que, por sua vez, determinarão as técnicas de organização do espaço.Meio técnico-científico – momento atual da história da humanidade em que ocorre uma interdependência da ciência e da técnica em todos os aspectos da vida social, em todo mundo. Este está marcado por novos signos como as multinacionais, a revolução da informação com a instantaneidade e simultaneidade, graças ao progresso da informática. São novos dados, revelados pela modernização e pelo capitalismo agrícola, novas formas e localizações da indústria e da extração mineral, pelas novas modalidades de extração da energia, meios de circulação no processo produtivo, migrações, tercerização e urbanização.Revolução tecnológica: o mundo passou por 3 revoluções  tecnológicas: a primeira, foi a  revolução industrial, baseada no recurso energético:carvão; a segunda no petróleo e seus derivados que fez expandir a indústria dos transportes e acelerou a mobilização mundial; a terceira que se baseou no novos materiais e gerou a informatização baseada na pesquisa científica e fez o mundo se interagir por meio da informação. Há um documentário de 1997, elaborado pela Ed. Ática e o professor J.W. Vesentini que retrata com enorme clareza as diferenças entre essas revoluções- A geografia no século XXI.  Procure-o, na editora.

14   Populações tradicionais Porque ensinarSob a ótica do ambientalismo, as populações tradicionais não são atrasadas e nem refratárias à modernização. Elas se distinguem por uma relação conservacionista e, de certa forma, antecipam o modelo de sociedades sustentáveis do século XXI, bem como pela preservação de valores, tradições e culturas. Outra forma de distingui-las refere-se ao rico etnoconhecimento e sua cobiça pela indústria biotecnológica no desenvolvimento de novos produtos e à biopitaria, ou seja, à apropriação indevida de recursos genéticos associados a esses conhecimentos tradicionais. As populações tradicionais constituem um universo de 220 povos indígenas, ribeirinhos, seringueiros e outros povos extrativistas da Amazônia que integram os chamados povos da floresta, os remanescentes de quilombos e caiçaras. Seus maiores problemas são decorrentes da falta de demarcação de seu território, embora a Constituição Federal de 1988 lhes garanta os direitos territoriais e culturais por considerar relevante a pluralidade da sociedade brasileira. O que está em jogo são as pressões políticas e econômicas envolvidas na questão fundiária, colocando em plano secundário o respeito às diferenças socioculturais e a defesa ao direito de preservação da identidade cultural desses povos. Estas populações de grande diversidade cultural vivem em ecossistemas de alta produtividade natural: o Pantanal Mato-grossense, as várzeas da Amazônia, as regiões costeiras, o sertão nordestino. Todos eles submetidos a um rápido e intenso processo de degradação, com impactos negativos sobre a diversidade biológica e cultural por falta de demarcação das

terras, invasões de grileiros e falta de ordenamento territorial. O que elas reivindicam é o respeito aos seus direitos, qual seja: a demarcação de terras para que possam viver de modo sustentável, protegendo o patrimônio dos biomas naturais e assegurando as funções ecológicas dos recursos, manutenção da identidade étnica e da cultura tradicional e a autonomia em sua organização social para que possa, ela mesma, regular a maneira de usar os recursos naturais.Condições para ensinarPara entender melhor a questão das populações tradicionais é fundamental entender sua cultura que está intimamente dependente das relações de produção e de sobrevivência. O professor Diegues/ NUPAUB/USP enumera as seguintes características das culturas tradicionais:• Dependência e até simbiose com a natureza, os ciclos naturais e os recursos naturais renováveis a partir do qual se constrói um "modo de vida";• Conhecimento aprofundado da natureza e de seus ciclos que se reflete na elaboração de estratégias de uso e de manejo dos recursos naturais. Esse conhecimento é transferido de geração em geração por via oral;• Noção de território ou espaço onde o grupo se reproduz econômica e socialmente;• Moradia e ocupação desse território por várias gerações, ainda que alguns membros individuais possam ter-se deslocado para os centros urbanos e voltado para a terra dos seus antepassados;• Importância das atividades de subsistência, ainda que a produção de mercadorias possa estar mais ou menos desenvolvida, o que implica numa relação com o mercado;• Reduzida acumulação de capital;• Importância dada à unidade familiar, doméstica ou comunal e às relações de parentesco ou de compadrio para o exercício das atividades econômicas, sociais e culturais;• Importância de mito e rituais associados à caça, à pesca e a atividades extrativistas;• A tecnologia utilizada é relativamente simples, de impacto limitado sobre o meio ambiente. Há uma reduzida divisão técnica e social do trabalho, sobressaindo o trabalho artesanal. Nele, o produtor e sua família, dominam o processo de trabalho até o produto final;• Fraco poder político, que em geral reside com os grupos de poder dos centros urbanos;• Auto-identificação ou identificação pelos outro de se pertencer a uma cultura distinta das outras.Sugere-se o resgate e a sistematização em texto coletivo dos conhecimentos prévios dos alunos sobre “populações tradicionais”, tendo como referência questões como as que seguem.1. Que conhecimentos vocês têm sobre os povos quilombolas, indígenas, caiçaras, ribeirinhos denominados por “populações tradicionais”?2. O que denominamos por tradicional encerra valores que podem e devem ser perpetuados. Em relação às populações tradicionais quê tradições e culturas seriam esses?3. Que sistema de valores constitui a essência de uma população tradicional?4. Por serem "ilhas" de biodiversidade as áreas onde vivem as populações tradicionais têm sido alvo da biopirataria internacional. O que vocês sabem sobre isso?O quê ensinar• Distribuição espacial das populações tradicionais no território brasileiro.• Direitos constitucionais das populações tradicionais do território brasileiro e seu cumprimento na prática existencial.• Modo de vida das populações tradicionais: padrões de produção e consumo na perspectiva de uma vida sustentável.Como ensinar1- Júri simulado:A Constituição Federal de 1988 garante às populações tradicionais o direito à terra de seus antepassados, quase sempre florestadas e, muitas delas, transformadas em áreas de conservação da natureza. O decreto 4887/03, por exemplo, visa garantir às comunidades quilombolas além da posse de terra, o acesso a serviços de saúde, educação e saneamento.Em julgamento:As "comunidades tradicionais" são "ecologicamente corretas"?Proposição da acusação:“Se quisermos salvaguardar a totalidade de espécies da extinção, em especial as de grandes mamíferos não é sensato deixar que populações tradicionais permaneçam no entorno ou dentro de unidades de conservação, como ainda acontece com freqüência no Brasil”.Proposição da defesa:“Hoje em dia, até os que eram radicais 10 anos atrás, contra a presença humana nas unidades de conservação, estão reconhecendo a importância das populações tradicionais que educadas ambientalmente, podem ser os melhores aliados na luta pela manutenção e até enriquecimento da biodiversidade.”

• Investigando as populações tradicionais no espaço de vivência e entorno. Segundo a Fundação Cultural Palmares, órgão ligado ao Ministério da Cultura, existe aproximadamente 743 comunidades quilombolas vivendo em pelo menos 18 estados: AP, BA, CE, ES, GO, MA, MG, PA, PB, PE, PR, RJ, RN, RS, SC, SP, SE e TO. Sites de referência :•www.cedefes.org.br e www.mgquilombos.com.br.•www.anppas.org.br/encontro/segundo/Papers/GT/GT07/Eduardo _ magalhaes.pdf .•www.mundonegro.com.br•http://www.ufmg.br/diversa/6/inclusao.htmQuestão problematizadora: onde se localizam comunidades tradicionais no estado de Minas Gerais e como é seu modo de vida?2. Trabalho de campo• Objetivo: criar situações concretas para observação, descrição, problematização, coleta de dados através de tomada de fotos, filmagens e entrevistas acerca do modo de vida/padrões de produção e consumo de populações tradicionais (quilombola, ribeirinho ou indígena) do estado de Minas Gerais.Como avaliar• Posicione-se em relação à assertiva que segue e justifique sua resposta:“As populações tradicionais são capazes de utilizar e ao mesmo tempo conservar os recursos naturais dos biomas do lugar onde vivem.”• Que ações a turma sugere encaminhar ao governo mineiro em defesa das populações tradicionais do nosso estado?14 As regiões culturais e as paisagens brasileiras idem ..

15   Sítios arqueológicos Por que ensinarO tópico sítios arqueológicos pretende chamar a atenção para a importância dos estudos da arqueologia mineira/brasileira como forma de contribuir para a formação de uma consciência crítica acerca da valorização e preservação do nosso patrimônio cultural.Neste contexto deve ganhar força e importância a criação de um museu (caso o município ainda não conte com um) como espaço cultural e de afirmação da identidade local/regional. A tarefa essencial é sensibilizar e mobilizar a comunidade escolar, a população local e os dirigentes municipais para esse grandioso projeto que contribuirá para a formação de uma nova mentalidade sobre o papel dos museus na difusão da cultura.Condições para ensinarEm primeiro lugar é preciso discutir o que é Arqueologia. A palavra tem origem no grego: arkhaios significa antigo, e logos, ciência, portanto é o estudo das antiguidades. De modo mais amplo, a arqueologia se refere ao estudo das sociedades através da cultura material fabricada e utilizada por elas. Assim sendo, a arqueologia estuda as sociedades antigas e atuais. A tarefa do arqueólogo é manter viva a nossa história para que possamos aprender com nossos antepassados. O caminho para isso é o resgate da história da humanidade contida nos sítios arqueológicos. O que é um sítio arqueológico? Segundo Maria de Lourdes Horta, estudiosa do assunto, é um lugar onde se encontram vestígios da vida e da cultura material dos povos do passado. Tais vestígios podem estar a céu aberto, como as Pirâmides do Egito, a cidade de Machu Picchu, o Fórum Romano, uma aldeia indígena abandonada, uma fortaleza do século XVIII, as ruínas de uma igreja. Ou enterradas, como por exemplo, um sambaqui (locais à beira do mar onde se acumularam conchas, ossos, restos de alimentos e utensílios utilizados por grupos humanos que ali viveram), fragmentos de cerâmica, ou como Pompéia, que estava soterrada pelas cinzas do vulcão Vesúvio. A maioria dos achados arqueológicos está no subsolo, portanto, de difícil identificação. Onde quer que se localizem eles são impactados por nós. Aqueles a céu aberto sofrem o impacto da poluição atmosférica e do vandalismo. Os localizados no subsolo são impactados pelas obras de engenharia (aeroportos, usinas hidrelétricas, estradas), extrativismo mineral e pelo uso agrícola do solo.O ponto de partida é conhecer as representações mentais e os saberes que a turma traz para o desenvolvimento didático deste tópico. O que eles sabem sobre arqueologia, o trabalho realizado pelo arqueólogo e os sítios arqueológicos do município, da região, do Brasil, da América Latina e do mundo. Eles sabem da existência de sítios arqueológicos no espaço de vivência? Qualquer pessoa pode encontrar, por acaso, vestígios de um sítio arqueológico? E no caso de encontrar, como deve proceder? O que os alunos sabem sobre impactos causados ao patrimônio cultural de sítios arqueológicos? Como os turistas têm tratado as pinturas rupestres e os espeleotemas (estalagtites, estalagmites, heligtites) de grutas e cavernas? A turma tem práticas turísticas em sítios arqueológicos? Conhecem museus? Quais os sítios arqueológicos e museus do Brasil que a turma já ouviu falar? E do mundo? A turma já percebe que os achados arqueológicos são frágeis, expostos aos impactos de vários tipos e, ao contrário de outros recursos culturais, representam uma herança cultural impossível de ser renovada? E da importância para

nos ajudar a compreender o passado e viver o presente, planejando o futuro? A turma sabe que os sítios arqueológicos são protegidos por Lei (no Brasil é a Lei Federal n. 3.924/61) e que destruí-los é incorrer em um crime contra o Patrimônio Nacional? Sabem que existe uma Lei da Organização das Nações Unidas – ONU - que protege o patrimônio cultural dos países em situação de guerra e que a Guerra do Iraque empreendida por George W.Bush tem destruído com bombas sítios arqueológicos, inclusive o que restou da cidade da Babilônia, uma das maravilhas do mundo antigo? Já ouviram falar no IPHAN, IEPHA/MG e Unesco?O que ensinar• Relacionar a importância de sítios arqueológicos com a preservação da memória e da identidade territorial de um povo.• Mapear os sítios arqueológicos do território mineiro e avaliar sua territorialização como atratividade turística.• Descrever as localizações relativas aos sítios arqueológicos tombados pela Unesco no território brasileiro avaliando sua relevância como patrimônio a ser preservado.Como ensinarRoteiro da atividade• Leitura do texto e elaboração de perguntas curiosas• Apresentação / DebateHá uma relação estreita entre potencial turístico e regiões onde se localizam sítios arqueológicos, verdadeiros museus a céu aberto. É o caso da Serra da Capivara, um dos destinos mais valorizados do turismo científico-cultural do Brasil. O Museu do Homem, ali instalado, tem contribuído para levantar recursos financeiros que sustentam as pesquisas arqueológicas comandadas pela arqueóloga francesa Niéde Guidon.A maior parte das grutas do norte de Minas contém painéis internos e externos com as cores fortes de pinturas rupestres de aproximadamente 10 mil anos. Só a cidade de Montes Claros, principal pólo do norte mineiro, tem espalhados 61 sítios arqueológicos. O potencial turístico está à espera de empreendedores. O mesmo acontece com a região de Lagoa Santa, na Grande Belo Horizonte. Os primeiros achados arqueológicos datam do século XIX e o pesquisador pioneiro foi Peter Lund, naturalista dinamarquês.É inegável a importância do turismo para a implementação de projetos arqueológicos regionais. Mas não é só isso. Museu e turismo também valorizam as tradições culturais locais, oportunizando na comunidade uma tomada de consciência de sua história, além de elevar sua auto-estima para o importante papel de anfitriã.Questão problematizadora: há vestígios de achados arqueológicos no município/região?Questão problematizadora: seu município tem bens culturais tombados pelo Unesco e/ou pelo IPHAN e IEPHA/MG?RA não tem.

OP- 16   Turismo Por que ensinarOs deslocamentos territoriais por terra e por mar acompanham a espécie humana desde tempos remotos. Na atualidade, as motivações para viajar relacionam-se à fruição de patrimônios culturais e ambientais, ao gosto pelo conhecimento da diversidade cultural dos povos, ao lazer, à ocupação do tempo livre das viagens a negócios e participação em eventos. As viagens turísticas vêm se firmando como estilo de vida de um número cada vez maior de pessoas.O turismo hoje envolve grande complexidade: de um lado está o turista, suas motivações e práticas sociais. De outro lado, tem-se o uso e o consumo dos lugares turistificados, ou em vias de turistificação, que exige a criação de infra-estruturas diversas, tais como: saneamento, segurança, equipamentos de hospedagem, lazer, alimentação, meios de comunicações e transportes, artesanato, recursos humanos, comércio que movimenta o setor de serviços e envolve, direta e indiretamente, mais de cinqüenta tipos diferentes de empresas que lhe dá sustentação. O resultado é a construção de processos e formas espaciais características de um espaço turístico.Diante dessa nova realidade, é importante ressaltar que os educadores são também responsáveis em fomentar novas mentalidades e comportamentos. É neste contexto que se torna relevante transversalizar a abordagem geográfica do fenômeno turístico com os fios da educação patrimonial e ambiental, uma vez que os patrimônios natural e cultural são as matérias-primas do que se constitui como atratividade dos lugares.Condições para ensinarO primeiro aspecto da geograficidade da prática turística é o necessário deslocamento territorial da pessoa até o destino turístico, que pode ser uma cidade, o campo ou uma área de natureza preservada. O patrimônio cultural, traduzido em natureza preservada e aspectos históricos (tradições, valores, crenças,

festas, ritos, costumes) tudo isso se constitui como atratividade dos lugares e matéria-prima para a turistificação dos lugares. Toda viagem turística envolve no mínimo um pernoite no lugar, seja em hotel ou casa de amigos/parentes. Há também as experiências recreacionais, que são deslocamentos a lugares próximos com a duração de um dia. Isto posto, organize de forma estimulante a apresentação do tópico. Leve para a classe uma maleta contendo um banco de dados muito especial: mapas e roteiros turísticos, postais, revistas especializadas em turismo (e são muitas disponíveis no mercado), souvenires, pacotes de viagens para os principais lugares do Brasil e do mundo, cadernos de turismo dos jornais de circulação, paisagens diversas, entre outros. Deixe a turma manusear, fazer comentários. Compartilhem experiências como turistas, suas percepções sobre os lugares visitados. O que a turma sabe sobre as viagens de turismo e lazer, no espaço de vivência, em Minas Gerais, no Brasil e no mundo? Que perguntas curiosas trazem para o trabalho com este tópico?Como esta é a avaliação diagnóstica, inicial não deixe de fazer seus registros. As perguntas curiosas serão as trilhas de pesquisa individuais e/ou em grupo como forma de adentrarem ao estudo fascinante do turismo.O que ensinar• A relevância de um código de postura para uso e consumo dos espaços de turismo e lazer com vistas à preservação da natureza e do patrimônio cultural dos lugares.• Os parâmetros de turismo sustentável e insustentável explicando os impactos em nível sociocultural, socioambiental e socioeconômico.• Leitura de mapas lugares turísticos e de elaboração de mapeamentos turísticos.Como ensinarOs fenômenos naturais relacionados ao clima, combinados com a geologia, a geomorfologia e as águas dos rios, constroem paisagens de rara beleza cênica. As águas dos rios (erosão fluvial) agindo sobre rochas sedimentares – arenitos e argilas – dão origem a formas exóticas de grande atratividade turística.1. É o caso do Grand Canyon, no oeste americano, uma das paisagens mais visitadas do planeta. O mapa abaixo apresenta duas vias de acesso ao Grande Canyon: Las Vegas e Tucson. Os grupos devem coletar dados sobre cada uma delas e, depois, decidir-se sobre aquela via de acesso que considerar mais interessante para montar o roteiro de uma trilha e descrevê-la numa viagem imaginária. Em compartilhamento da aventura ecoturística.

Os ventos (erosão eólica) agindo também sobre rochas sedimentares (arenitos e argilas) constroem formas de grande beleza cênica – as dunas - cada vez mais territorializadas como atratividade turística.2. Uma das paisagens mais grandiosas do Brasil construída, cotidianamente, há milhões de anos pela conjugação da dança dos ventos alísios, correntes marítimas e o ciclo de chuvas são os Lençóis Maranhenses. As dunas se estendem como se fossem imensos lençóis por mais de 50 km e chegam a atingir 20 metros de altura. Ali vive um povo quase nômade constituído de pescadores. Esta unidade de conservação, localizada no litoral sul do Maranhão, entre os municípios de Barreirinhas e Primeira Cruz, é um dos mais importantes destinos ecoturísticos do país. Observe sua localização no mapa abaixo:

3. A ação dos ventos e da chuva construiu uma cidade de pedra ao longo de milhões de anos em Vila Velha, município de Ponta Grossa-PR. O conjunto, protegido pelo Parque Estadual de Vila Velha, exibe um aspecto ruiniforme de rara beleza, como a taça. Observe-a a seguir.

Mas não é só: o vento também constrói paisagens belíssimas nas encostas da Chapada dos Guimarães (MT) alimentando a imaginação dos esotéricos

•Maranhão, Paraná ou Mato Grosso: qual destino você escolherá para fazer uma viagem virtual e depois compartilhar suas experiências com a turma?Agora é com a turma, que deverá aguçar seu olhar geográfico sobre as paisagens geomorfológicas, combinadas com os ventos e as águas de rios e chuvas notáveis do seu espaço de vivência para fazer um inventário do seu potencial turístico. Com fotos e mapeamento da distribuição dos possíveis recursos turísticos.Tomando como referência os itens listados acima, inicie com a turma os estudos preliminares (visitas, entrevistas, inventário) para transformar uma paisagem notável de seu município em produto turístico. Ao final, elaboração e encaminhamento de um documento-síntese dos estudos realizados ao órgão municipal responsável pelo turismo no município/região.1. Lista dos Parques Nacionais nele localizados de acordo com o banco de dados que segue: Banco de dados: Domínio Amazônico: PN Serra do Divisor; PN Viruá; PN da Amazônia, PN do Jaú, PN Cabo Orange; PN Pico da Neblina; PN Monte Roraima; PN Serra da Mocidade. Domínio Cerrado: PN Grande Sertão Veredas; PN Brasília; PN Chapada dos Guimarães; PN das Emas: PN Chapada dos Veadeiros; PN Serra das Confusões; PN Serra da Canastra. Domínio Caatingas: PN Serra da Capivara; PN Sete

Cidades; PN Ubajara. Domínio Mares de Morros: PN Monte Pascoal; PN Chapada Diamantina; PN do Caparaó; PN Serra dos Órgãos; PN Itatiaia; PN Serra da Bocaina; PN da Tijuca; PN Serra do Cipó; Faixas de Transição: PN do Pantanal Mato-Grossense; PN Lençóis Maranhenses.2. Como chegar lá;3. Tesouros ecológicos e culturais preservados;5. Aspectos relevantes de sua biodiversidade:6. Infra-estrutura turística (hospedagem; alimentação; transportes);7. Impactos ambientais:8. City Tour nas cidades mais importantes da vizinhança dos Parques Nacionais e visita aos patrimônios turísticos nelas existentes, conforme o banco de dados que segue: Domínio Amazônico: Belém e Manaus; Domínio Cerrado: Brasília, Cuiabá, Goiânia; Domínio Caatinga: Teresina e Fortaleza; Domínio Mares de Morros: Rio de Janeiro, São Paulo, Salvador, Belo Horizonte, Ilhéus, Salvador; Pantanal: Campo Grande e Corumbá; Campos de Roraima: Boa Vista; Lençóis Maranhenses: São Luís.9. Mapeamento: mapa político do Brasil espacializando o trajeto a ser percorrido.• Apresentação dos grupos com dramatização dos roteiros.•De volta, “visitantes” e “anfitriões” deverão avaliar a expedição aos domínios morfoclimáticos localizados na Zona Intertropical do território brasileiro[1] e elaborar conclusões relativas às estruturas espaciais demandas pela atividade turística e seus impactos no meio ambiente; o uso/consumo do espaço e a questão da sustentabilidade da atividade turística. Propostas e sugestões.•A AVALIAÇÃO FINAL será a elaboração de um documento sobre NORMAS DE CONDUTA para visita aos Parques Nacionais. Ele deverá ser divulgado no jornal da escola RA-13   Descobrindo as possibilidades de um turismo sustentável no município Objetivos:- Explicar a relevância de um código de postura para o  uso e consumo dos espaços turísticos e de lazer visando à preservação da natureza e do patrimônio cultural dos lugares.-Distinguir parâmetros de turismo sustentável e insustentável explicando os impactos em nível sociocultural, socioambiental e socioeconômico. Desdobramentos das habilidades:- Identificar os patrimônios naturais e culturais do município.- Descrever as condições ambientais, os equipamentos e serviços disponíveis para o empreendimento turístico.- Localizar na planta da cidade e mapa do município  os patrimônios naturais e culturais.- Elaborar painéis sobre a história do lazer e entretenimento na cidade e município.- Ler o uso e consumo do lazer nas suas contradições  e segregações.- Investigar sobre as políticas públicas de uso do patrimônio cultural e natural pela prefeitura.- Identificar as possibilidades do turismo local.Pré-requisitos:-Conhecer o arranjo espacial da cidade, identificando as diferenças entre campo e cidade.-Saber diferenciar conceitualmente cidade e município.- Ter noção de patrimônio natural e cultural-Ler a cartografia local em mapas do município e planta da cidade.- Saber investigar em órgãos públicos e tratar as informações em sala de aula com criatividade e crítica.- Problematizar o uso e consumo  do solo urbano e rural  para o uso turístico.- Trabalhar em grupo de forma solidária e cooperativa.- Ser curioso e saber apresentar-se no coletivo sem conflitos.Descrição dos procedimentos:           Na atualidade, as viagens são motivadas pelo gosto de conhecer e de fruir os patrimônios culturais e ambientais que revelam a diversidade cultural dos povos e da natureza. Elas se relacionam ao lazer, à ocupação do tempo livre aos negócios e participação em eventos. As viagens turísticas vêm se firmando como estilo de vida de um número cada vez maior de pessoas. Para descobrir como isso ocorre, na espacialidade do Brasil.         Dando continuidade à construção do conceito desse tópico, propomos o roteiro de atividades sobre o turismo local, ou seja, no município e na cidade sede. As seqüências didáticas propostas são :      Identificação de dados sobre o lazer e o turismo na planta da cidade e mapa do município:1. Identificar e localizar  no mapa do município os  patrimônios naturais da  localidade de vivência da turma:         Cachoeiras, lagoas, praias, ilhas, parques estaduais/nacionais, horto florestal, grutas, sítios arqueológicos e paleontológicos, acidentes geográficos diversos.        Distinguir os patrimônios localizados no campo e na cidade.;2.       Identificar e localizar os equipamentos e serviços turísticos  da cidade e do campo.

         Lugares de hospedagem, alimentação, agenciamento, informações,  e outros serviços destinados ao atendimento ao turista, além de segurança. 3.  Identificar  e localizar os lugares  de lazer na cidade e no campo e a qualidade:Espaços de convivência comunitários . Hotel Fazenda; pesque e pague; trilhas rurais; ecoturismo e outrosQualidade dos equipamentos e condições  de conservação1-Investigar os atrativos turísticos da cidade e do campo:Museus, centros artesanais, casa de cultura, igrejas, objetos históricos, conjuntos arquitetônicos,  acontecimentos de interesse  turístico, festas tradicionais de origem religiosa e agrária, espaços revitalizados, herança cultural, ou seja, elementos que  expressam as festas familiares, as religiosas, as políticas; o carnaval, os brinquedos e jogos; os contos, músicas, teatros e danças populares,         Distinguir os patrimônios culturais  da cidade e do campo.  <;/span> 2- Entrevistar avós, pais e habitantes mais antigos, indagando:          Como era o lazer na mocidade?         O que mudou e o que permaneceu? 3-  Pesquisar sobre a infra-estrutura de apoio turístico no município:         As condições do sistema de transportes?         A qualidade dos serviços urbanos de água, luz, sinalização , limpeza urbana, etc.         O Plano Diretor que regula o uso do solo urbano e rural?         O Orçamento Participativo?         A inserção ou  integrado ao PNMT ( Política Nacional de Turismo) 4-  Observar os valores e hábitos culturais presentes no uso e no consumo dos lugares turísticos, de lazer e de entretenimento:                                                       Como os habitantes usem esses  lugares? E os turistas?         São hábitos saudáveis? Eles demonstram culturas ecologizadas? 5.    Observar  a exclusão e a segregação  no espaço de lazer local:         Quem freqüenta os espaços de lazer?O que a cidade oferece nos espaços de lazer e fruição  à população pobre, aos idosos, às crianças e aos portadores de necessidades especiais?Qual a atuação da prefeitura  nas festas comunitárias e populares? Grupo 1  - Identificação  e descrição dos patrimônios  naturais e culturais do município em registros:- os atrativos turísticos que esse lugar possui.-Condições ambientais desses bens naturais e equipamentos disponíveis.- Qualidade e quantidade  de edificações e serviços destinados ao turismo.- O que pode e deve ser revigorado por ser expressão da identidade do lugar?         Localização dos patrimônios  naturais e culturais na planta  da cidade e no mapa do município.Grupo 2 – Organização dos dados  sobre as tradições, cultura, lazer, entretenimento da população do município.-  o possível aproveitamento do potencial cultural para a  estrutura turística do lugar;         Elaboração de painéis. Grupo 3 - Descrição do uso do espaço para o lazer, entretenimento e consumo do  patrimônio pelos habitantes.- Leitura crítica da segregação         Elaboração de texto Grupo 4 – Discussão sobre as políticas da Prefeitura  para o uso do patrimônio  natural e cultural:     -a  integração do município  ao PNMT (Política Nacional de Turismo);     - participação do Senac, SEBRAE, SENAI e Sistemas de TV em eventos comunitários;    - Qualificação da mão-de-obra local;    - qualidade dos serviços urbanos: saneamento básico, transporte, serviços de informação;    - calendário de eventos organizados  dentro do Plano Diretor;    - Política de revitalização do patrimônio;      - as  intervenções no espaço.Grupo 5 – Elaboração de normas  para um turismo sustentável no município, refletindo:- Como a população municipal deve usufruir  seu patrimônio , preservando-o;- A participação da população  no Conselho municipal de turismo;- A avaliação de áreas degradadas a ser revitalizadas ou recuperadas  para o turismo. - Participação comunitária  e de propostas  de paisagistas, floras locais, biólogos, artistas plásticos, escultores, arquitetos, engenheiros, turismólogos, ecólogos, geógrafos e outros sujeitos de entendimento e  intervenção sustentável e solidária no turismo local;

- Orientação para o consumo e uso do espaço  quanto ao lixo, preservação dos muros, pinturas, praças, equipamentos de iluminação e comunicação públicos etc.- criação de currículos escolares  em escolas públicas para formação de guias turísticos. Grupo 6  - Atividade de empreendedorismo  turístico local- organização e montagem  de uma FEIRA CULTURAL  de eventos turísticos compondo com o calendário municipal.- participação da comunidade local e dos  representantes da Prefeitura.- Planejamento de  ações de intervenção na  realidade pautadas na compreensão e  criação de um Conselho Municipal de Turismo como forma de garantir a participação da sociedade civil  organizada nas  políticas municipais para o turismo; Glossário:Programa Nacional de Municipalização do Turismo - PNMT - é um dos programas da Política Nacional de Turismo, empreendida pela EMBRATUR e está presente em 1680  municípios brasileiros com potencial turístico.Turismo com base local  e sustentabilidade significa não admitir a exclusão social e a degradação ambiental. Desenvolvimento, portanto, está relacionado com a noção de lugar, que para o geógrafo Milton Santos, é a extensão do acontecer solidário da vida cotidiana.Cultura turística ecologizada é conhecer previamente a geografia e a história de nossas destinações turísticas. Assim, a viagem será mais proveitosa no sentido de ampliar esses conhecimentos prévios e de compreender e respeitar a diversidade cultural e o ambiente dos povos dos lugares visitados, aprendendo, com isso, a se comportar como hóspede.  Ter cultura turística ecologizada  é uma das formas de se prevenir os impactos ambientais negativos. É, portanto, proteção ambiental.Cultura turística (A FALTA DE) : as pessoas que viajam se comportam de forma alienada em relação ao meio em que visitam - acreditando não terem nenhuma responsabilidade na preservação da natureza e na originalidade das destinações.(...) para Wheller a educação para o turismo voltado para a "arte de viajar"deve tornar-se uma "técnica cultural", e seus conhecimentos deverão ser obrigatórios para os turistas. O turista deverá aprender a ser hóspede e a respeitar os povos e as localidades que visita. O turismo está num ponto da sua história no qual é tempo de refletir sobre as consequências desse alto nível de proteção ambiental, sobre o futuro da atividade no mundo. (RUSCHMANN,D. 1999).Desenvolvimento sustentável é "um processo de transformação, no qual a exploração de recursos, a direção dos investimentos, a orientação da evolução tecnológica e a mudança institucional se harmonizam e reforçam o potencial presente e futuro, a fim de atender às necessidades e aspirações humanas" (Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, 1991, p.49.) 

OP- 17   Região cultural Por que ensinarEste tópico trata dos aspectos culturais das distribuições humanas tendo em vista a construção de possíveis recortes para uma regionalização do espaço brasileiro. Via de regra, é o critério material que tem norteado a maioria das propostas pedagógicas de regionalização do espaço brasileiro. “Por que os lugares são diferentes?” A resposta a esta questão atende ao critério material e se baseia na descrição da diversidade do Brasil/Terra, no inventário dos tipos de suas paisagens e na explicação das formas espaciais nele desenvolvidas. Assim, o critério material, o ponto de partida do estudo regional toma como referência o espaço e a paisagem para estabelecer suas características e o modo como se diferenciam.No sentido de enriquecer a abordagem, o estudo deste tópico propõe acrescentar ao critério material de regionalização a dimensão psicológica e sócio-psicológica, uma vez que as sensações, percepções, crenças, preferências, conhecimentos também referenciam o modo como os grupos humanos organizam o seu espaço.Condições para ensinarO fio condutor dos estudos de região cultural aqui proposto toma como referência o modo como a vida dos indivíduos/grupos se organiza e se revela espacialmente. Desse modo, à questão “Por que os lugares são diferentes?” É preciso acrescentar: “Por que os indivíduos/grupos não vivem os lugares do mesmo modo, não percebem da mesma maneira, não recortam o real segundo as mesmas perspectivas e em função dos mesmos critérios, não descobrem neles as mesmas vantagens e os mesmos riscos, não associam a ele os mesmos sonhos e as mesmas aspirações, não investem nele os mesmos sentimentos e a mesma afetividade?” (Claval,2001:40) A resposta a essas questões é dada pelo critério cultural, ou seja, é preciso saber da turma “a experiência que têm daquilo que os envolve, sobre o sentido que dão à sua vida e sobre a maneira pela qual modelam os ambientes e desenham as paisagens para neles afirmar sua personalidade, suas convicções e suas esperanças.” (idem, 2001:42) Discuta essas idéias com os alunos, antes de propor as atividades de resgate de seus saberes e fazeres. Para isso, propõe-se o percurso didático que segue: a) Elaboração um texto (prosa ou verso) contendo uma resposta ao desafio: COMO

VEJO O BRASIL; b) Em meia folha de cartolina, Ilustrar as idéias do texto usando desenhos e colagem de imagens que sejam capazes de representá-las. c) Compartilhamento dos cartazes e construção de um mural. d) Leitura oral dos textos e sistematização de todas as idéias em um novo registro coletivo. Esta é a avaliação diagnóstica, inicial. O desafio agora é para você: avaliar as idéias apresentadas pela turma, organizando uma tipologia de acordo com o critério cultural, anteriormente estabelecido. Confronte sua tipologia com as duas referências indicadas a seguir: Diegues Junior (1977) reconhece doze regiões culturais: 1) O Nordeste Agrário do Litoral; 2) O Mediterrâneo Pastoril, subdividida em 4 sub-áreas: os sertões, os babaçuais e carnaubais, as terras úmidas e o agreste; 3) A Amazônia; 4) O Planalto Minerador; 5) Centro-Oeste; 6). Extremo Sul Pastoril; 7) A área de colonização estrangeira (imigrantes alemães, italianos, poloneses, russos e, mais recentemente, holandeses e japoneses); 8) A área do café; 9) A faixa urbano-industrial; 10) A Área Salineira (áreas litorâneas dos estados do Rio de Janeiro e Rio Grande do Norte); 11) A Área do Cacau (região do sul da Bahia); 12) A Área de Pesca. Outra referência é dada por Darcy Ribeiro (1995): 1) o Brasil da cultura sertaneja do nordeste e do centro, baseada na produção do couro e do gado; 2) o Brasil da cultura crioula do litoral, baseada nos engenhos de açúcar; 3) o Brasil da cultura cabocla da Amazônia, baseada nos seringais e na pesca dos rios; 4) o Brasil caipira do Sudeste e Centro, baseado na economia do café e da subsistência e nascida dos bandeirantes; 5) o Brasil da cultura gaúcha das estâncias de gado e da cultura agrícola dos imigrantes no sul do país. Mesmo com a modernização, a industrialização e a urbanização, os cinco brasis vistos pelo autor conservam as diferenças que se expressam através de seus valores e costumes. Para resgatar as representações da turma sobre as regiões culturais de Minas Gerais é possível usar o mesmo procedimento: elaboração de texto “Como vejo Minas Gerais” e organização das idéias usando ilustrações em um mural. E desafiar a com questões do tipo: o que existe de original na cultura brasileira?O que ensinar• Semelhanças e diferenças entre as regiões culturais de diferentes identidades.• Aspectos relevantes do regionalismo mineiro urbano e rural manifestado em sua sociodiversidade.• Os regionalismos brasileiros sob a perspectiva dos critérios geopolíticos, geoeconômicos e geoculturais.Como ensinarEla aparece mesclada com o léxico africano presente em rituais religiosos de comunidades afro-baianas, na culinária, na música de Caymmi, Caetano, Gil, Carlinhos Brown e outros recentes da música popular.Questão problematizadora: como a língua - em seus ritmos, estruturas sintáticas e vocabulário – pode ser colocada como elemento para a análise da diversidade cultural entre os brasileiros?Contextualização: as regiões culturais de MG e suas respectivas influências segundo Diegues, seriam: a) Região Central: berço da mineração e a única que carrega consigo os traços contidos no discurso da mineiridade; b) Norte e Nordeste: cuja influência viria, sobretudo, da Bahia; c) Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba: São Paulo e Goiás, donde surge a idéia da produção do caipira do centro do Brasil; d) Sul de Minas: ligado a São Paulo.Questão problematizadora: o que define a mineiridade? O que MG tem de específico em relação à cultura/identidades brasileiras?Contextualização: o regionalismo literário em geografia está presente na fase do romantismo brasileiro com os romances regionalistas de José de Alencar que reúne o exotismo das regiões mais distantes com hábitos sociais da vida do homem do campo com a beleza natural do país, entre os quais, O Gaúcho (1870), O Sertanejo (1875); o modernismo de Mário de Andrade, na obra Macunaíma; na obra de Guimarães Rosa;Questão problematizadora: a cultura brasileira é marcada por fortes diferenças regionais. Como a literatura nacional expressa essa diversidade?Como avaliar1. Interpretação da frase do prof. de História da PUC-RS - Luciano A. de Abreu-, valendo-se de material imagético (ilustrações, fotografias, desenhos, pinturas, entre outros.“Nossos valores e práticas culturais vão se modificando com o passar do tempo, adaptando-se aos novos contextos históricos, assim como o modo como interpretamos tudo isso, que atende sempre às necessidades e expectativas de cada época.”2. Construção de um mural no espaço escolar / Casa da Cultura a partir do tema: Cultura brasileira e diversidade regional

RA-10   Leitura de textos sobre a relação natureza e cultura Objetivos:- Analisar o modo de vida das populações tradicionais à luz dos padrões de produção e consumo coerentes com uma vida sustentável. Desdobramentos da habilidade- Ler texto identificando os conceitos de cultura e natureza.

- Localizar no mapa político e regional do Brasil os lugares referenciados no texto.- Identificar os elementos que caracterizam a diversidade cultural das populações tradicionais e investigar sobre eles ampliando os conhecimentos sobre patrimônios ambientais e culturais brasileiros.- Relacionar população e natureza referenciando-se nos hábitos e costumes relacionados ao uso da água, da vegetação, do solo, do relevo, do clima. - Ser solidário e cooperativo nos trabalho em grupo.- Domínio da comunicação na apresentação de trabalhos coletivos.- Cumprir combinados.Pré-requisitos:- Possuir informações sobre populações tradicionais no Brasil e no mundo- Diferenciar população de acordo com seu modo de vida na natureza.- Identificar elementos da natureza em ilustrações e mapas.-Identificar a diversidade de povos ou populações tradicionais em ilustrações e mapas.- Dominar práticas de investigação, sabendo decodificar as informações para transformá-las em conceitos.- Saber mapear informações no mapa-múndi e do Brasil.Descrição dos procedimentos:Atividade 1 – Interpretação de textoLeia atentamente os textos que seguem.

Texto 1 –Título:___________________________________________________________“Os aborígines migravam por suas terras conforme a mudança do clima e das estações. (...) Costumavam viajar em famílias ou clãs, e todo mundo caçava ou coletava alimentos. As crianças eram ensinadas pelos adultos a encontrar comida. Os aborígines sabiam quais plantas e animais podiam ser comidos, como achá-los e apanhá-los e o modo de prepará-los. Os remédios, trajes, abrigos, armas e ferramentas eram todos feitos de plantas e animais. Ás vezes, a busca de alimento tomava apenas duas ou três horas por dia, mas nas regiões secas, esse tempo podia ser muito mais longo.Os aborígines embora não praticassem a agricultura tal como a conhecemos, de certa forma também cultivavam as novas terras. Com todo o cuidado espalhavam sementes e introduziam plantas que vinham de regiões semelhantes. Algumas eram colhidas e outras replantadas, para garantir que elas sobrevivessem no clima agreste do interior. Além disso, preparavam a comida  de modo a armazená-la para o inverno ou para os períodos de estiagem.          Os aborígines usavam queimadas para preparar a terra. Em determinadas épocas do ano, ou de tantos em tantos anos, partes das matas eram incendiadas. As queimadas evitavam que certas árvores fossem sufocadas pelas ervas daninhas, afastar répteis e pequenos mamíferos e preservar as pastagens onde se caçavam cangurus. (...) Também usavam o fogo para abrir trilhas na mata fechada e, assim, facilitar suas viagens.           Os aborígines empregavam uma ampla variedade de ferramentas e armas. Para colher cará e encurralar répteis e pequenos mamíferos em suas tocas utilizavam varas. Na caça e na guerra, usavam porretes, dardos e bumerangues. Esses últimos serviam para jogos  e para matar aves. (...)  Algumas tribos pintavam o corpo ou o decoravam. (...)  Hoje, os aborígines (...) continuam a cumprir obrigações religiosas para com a terra, e os que moram em vilarejos e cidades  ainda sentem o vínculo com as terras e seu povo.”Fonte: SMITH, Kate Darian. Explorando a Austrália. São Paulo: Ática, 1998, p.12-15.1- Dê um título ao texto2-  Explique o que entendeu por aborígine.3- Como viveu e vive essa população? Que elementos revelam sua cultura?4- Qual a importância dos aborígines   para a natureza?5  Descubra onde vivem esses povos. Localize esse lugar no mapa-múndi. Traga os dados para discutir com os colegas. Texto 2 –Título:__________________________________________________________A Reserva do Piranha, no município de Manacapuru, no Amazonas, mora um povo ribeirinho que utiliza os rios, a pesca, as matas, o solo com muita responsabilidade, cuidado e carinho.            Os 170 moradores levam a vida no ritmo das águas que enchem os rios na época das chuvas. As casas ficam flutuando sobre as águas dos rios amazônicos, revelando a sabedoria desse povo ribeirinho que combina a forma de viver com a natureza.As famílias vivem da caça da onça, jacaré, capivara, anta e da pesca do pirarucu e tucunaré.Os pais ensinam aos filhos que só devem pescar e caçar o suficiente para comer e devem fiscalizar os rios e matas, impedindo que invasores agridam a fauna e a flora do lugar.Essa comunidade ribeirinha recebe ajuda, orientação e proteção da Reserva de Desenvolvimento Sustentável do Piranha, por iniciativa da prefeitura de Manacapuru, município que administra essa reserva ou área protegida.O objetivo da Reserva é proteger as riquezas naturais da área e os diferentes

ecossistemas promovendo o desenvolvimento sustentável das comunidades locais, provendo um grande potencial para pesquisa, ecoturismo e educação ambiental da população local. Está inserido no Corredor da Amazônia Central e, por isso, é área de conservação prioritária dentro do Projeto Nacional de Corredores Ecológicos. Fonte: CAVALCANTI, Klester.O insólito pantanal amazônico. Revista Caminhos da Terra, Ano 12,  nº 130, fevereiro, 2003, p.24-35. ( Adaptação)1- Dê um título ao texto2-Identifique, no mapa do Brasil, o estado do Amazonas. Em seguida, localize a  Reserva do Piranha, no município de Manacapuru.3- Por que os habitantes do município de Manacapuru, no Amazonas, são chamados de “povo ribeirinho”?4- Investigue sobre a Reserva de Desenvolvimento Sustentável do Piranha. Após a coleta dos dados argumente com os colegas  a necessidade de proteção, ajuda e orientação a esses povos ribeirinhos.Atividade de debate:                   Comparando o modo de vida do povo ribeirinho do estado do Amazonas com os  aborígines australianos, identificando as semelhanças  e diferenças.                  Explicando como o modo de vida desses povos ajuda a preserver a natureza.                  Refletindo sobre a relação cultura e natureza: quem preserva? Quem destrói? Demarcando opinião Leia o texto e reflita, posicionando-se em relação à afirmativa:“A presença de pessoas em Unidades de Conservação  foi um ponto polêmico  durante a construção da Lei do SNUC (Sistema Nacional de Unidades de Conservação), discussão gerada pelas sobreposições entre unidades de conservação e áreas tradicionalmente ocupadas por índios, ribeirinhos, caiçaras, seringueiros, quilombolas entre outros grupos. (..) Essa relação conflituosa  levantou debates no Brasil sobre a possibilidade de se criar novas categorias de áreas protegidas , capazes de compatibilizar  a conservação ambiental com o uso sustentável dos recursos naturais por populações que nela habitam. Assim, foram criadas as categorias Reservas Extrativas (Resex) e Reservas de Desenvolvimento Sustentável (RDS),áreas protegidas nas quais vivem os povos que dependem dos recursos  dessas regiões para seu sustento.” ALMANAQUE ABRIL SOCIOAMBIENTAL. SP:ISA, 2004, p.222.Glossário:Reserva de Desenvolvimento sustentável é uma área natural que abriga populações tradicionais, cuja existência baseia-se em sistemas sustentáveis de exploração dos recursos naturais, desenvolvidos ao longo de gerações e adaptados às condições ecológicas locais e que desempenham um papel fundamental na proteção da natureza e na manutenção da diversidade biológica. A Reserva de Desenvolvimento Sustentável é de domínio público, sendo que as áreas particulares incluídas em seus limites devem ser, quando necessário, desapropriadas, de acordo com o que dispõe a lei. O uso das áreas ocupadas pelas populações tradicionais será regulado de acordo com o disposto no art. 23 desta Lei e em regulamentação específica. A Reserva de Desenvolvimento Sustentável será gerida por um Conselho Deliberativo, presidido pelo órgão responsável por sua administração e constituído por representantes de órgãos públicos, de organizações da sociedade civil e das populações tradicionais residentes na área, conforme se dispuser em regulamento e no ato de criação da unidade.Populações tradicionais: povos ou grupos que vivem em situação de relativo isolamento em relação ao mundo ocidental capitalista, Eles construíram formas de relacionamento com o meio em que vivem, estabelecendo uma relação harmônica com a natureza; mantêm hábitos e valores , saberes e práticas que  preservam a natureza. São conhecidos de acordo com suas práticas sociais, os caboclos, os caiçaras, os caipiras, os seringueiras, as quebradeiras de coco, os ribeirinhos, os quilombolas, os babaçueiros. Diferentemente dos índios  são pequenos produtores familiares que cultivam a terra e/ou praticam atividades extrativas  como pesca, coleta,  caça, utilizando técnicas de exploração  que não causam danos à natureza.Sociedade sustentável ocorrerá quando os povos e os grupos sociais caminharem de forma integrada e solidária na concretização da qualidade de vida com justiça social, construindo relações mais saudáveis  com o meio ambiente,  não só pela perspectiva de exploração de riquezas, mas também pela responsabilidade em relação à sua conservação.Natureza - está presente em todas as paisagens da Terra. Um mundo de significados e formas  transforma a natureza em cultura, atribuindo-lhe sentidos e significados diversos, Para os PCNs “a natureza não pode ser representada de forma mágica na evolução cultural do homem. O regime dos rios, o mecanismo da chuva, a germinação de sementes e a reprodução humana eram explicados pela intervenção das divindades. O avanço do conhecimento não somente veio contribuir para a explicação racional desses fenômenos, como também permitiu a sua apropriação pelos diferentes grupos sociais. (..) A natureza tem  seus mecanismos e leis que podem ser estudados em sua regularidade e tempos próprios.” PCN.Geografia, 5ª à 8º, p.60-62 Cultura é a dimensão humana constituída por componentes sociais, simbólicos e materiais. Ela é

dinâmica, evolui no tempo e se manifesta por meio de formas e processos espaciais. È, também, inovadora de valores, de tipos de comportamentos, de técnicas de intervenção na natureza  que fazem dela esse conjunto mutável que transforma  natureza em cultura. Refere-se a novas formas de ver e viver no planeta.Pode ser concebida  como um conjunto de elementos  do mundo humano civilizado representado por práticas, valores, hábitos de uma dada população ou para qualificar atributos  relativos à instrução e aos conhecimentos detidos por alguém. Aborígines australianos correspondem à população indígena australiana. São os primeiros povos  que alcançaram a Austrália provavelmente há cinqüenta mil anos embora não se tenha a certeza.

OP-18   Sociodiversidade Por que ensinarAo longo dos seus 500 anos de história, o Brasil vem se constituindo como um complexo mosaico étnico. No período colonial, a pirâmide social tinha em seu topo os grandes proprietários de terras e os ricos comerciantes de origem, sobretudo, portuguesa; no outro extremo, o escravo indígena e, posteriormente, o africano. Entre os dois, situavam-se o pequeno agricultor, o ex-escravo alforriado, os mestiços, os artesãos que viviam de ocupações diversas. No final do século XIX e no século XX chegaram os imigrantes europeus não-portugueses e os asiáticos. Embora todos sejam brasileiros, as raízes históricas do preconceito e da discriminação em relação ao índio e aos afro-descendentes permanecem na atualidade. Conhecemos muito pouco sobre os povos indígenas e quilombolas. Os direitos constitucionais de valorização e proteção à nossa sociodiversidade tornam-se inócuos se não estiverem alicerçados nos processos educativos escolares. No foco dado ao estudo desta temática, há que dar voz ao passado que se faz o presente em sua herança cultural, reconhecer como justas e participar de suas lutas pela defesa da dignidade e da liberdade e aprender a valorizar a sociodiversidade como riqueza do patrimônio histórico-cultural brasileiro, não como mais um dos nossos problemas sociais.Condições para ensinarSabemos muito pouco sobre os índios brasileiros. Segundo estimativas existiam mais de 1000 etnias quando da chegada dos portugueses, restando hoje em torno de 206. Outro dado que faz pensar é que das 170 línguas nativas hoje no Brasil é provável que somente a metade tenha sido objeto de pesquisa básica por parte de lingüistas e antropólogos. Os museus indígenas são raros, bem como a literatura publicada (domínio precário do português) ou em vídeo de autores indígenas. Com pouca expressão no cenário cultural e político nacional, somando-se à condição de monolíngües e com tradições orais de comunicação, são muitas as dificuldades que esses povos enfrentam na sua relação com o mundo dos não-índios. Desse muito pouco, o que a turma conhece dos povos indígenas brasileiros? Sabem o nome de alguns desses povos, localizando-os no território nacional? Sabem o nome dos povos indígenas que têm suas raízes territoriais em Minas Gerais? Sabem relacioná-los aos municípios mineiros em que se encontram? Que representações a turma tem sobre os povos indígenas do nosso país? E sobre os quilombolas? O que sabem dos seus direitos constitucionais? O que sabem sobre sua organização social e espacial? Como se relacionam entre si e com a natureza? Quais são as formas culturais de interação com o ambiente? Como é seu cotidiano? Que problemas enfrentam no dia-a-dia? Com que sonham e o que desejam para seus filhos? O resgate, a sistematização e o levantamento de perguntas curiosas fazem parte de um mesmo processo. Requer a elaboração de registros sob a forma de mural ou texto coletivo. Trata-se da avaliação diagnóstica, inicial e que encaminhará suas decisões no momento do planejamento do tópico. Muito importante é confrontarem, ao final, o que sabiam com o que ampliaram e aprofundaram nas aprendizagens vivenciadas. Acolher e fazer um registro especial das perguntas curiosas levantadas pela turma. Elas constituirão as trilhas de pesquisa.O que ensinar• A sociodiversidade das paisagens em sua espacialidade municipal e regional.• Localização, distribuição e freqüência dos grupos sociodiversos no conjunto da população brasileira.• O impacto das transformações culturais das sociedades tradicionais provocadas pela mudança nos hábitos de consumo.Como ensinarSugestão de atividades didáticas• Mapeamento da sociodiversidade no espaço de vivência e regiãoNo planejamento da atividade deve constar o item “coleta de referências prévias pela equipe interdisciplinar de professores”. Em nível local há que investigar a existência de grupos culturais denominados congo-moçambique, que guardam suas tradições e as compartilham nas festas, como de Nossa Senhora do Rosário, em outubro. A partir desses estudos preliminares várias atividades podem ser planejadas e desenvolvidas, como as que seguem.•Análise de textos, elaboração de questões problematizadoras e debateTexto 1- A vida do povo pataxó contada por Kanatyo Pataxó

“Para nós, pataxós, em primeiro lugar é a terra. Os nossos filhos vão sempre para a cidade estudar, trabalhar. Eles devem permanecer na terra. Como a terra, temos vários saberes a desenvolver e algumas coisas para o desenvolvimento das cidades. Através do meio ambiente podemos fazer um trabalho importante dentro da terra. Acho importante estudar medicina indígena, os saberes da ciência do nosso povo e saber tirar o recurso dali para garantir a sobrevivência do povo. Ter ele também, ali, o seu meio de vida. O espírito do povo está ligado à terra, à poesia, à música e isto é muito importante como complemento da educação. As crianças podem vir e mostrar o valor destas coisas futuramente. O jeito de ensinar também é importante, isto faz a gente pensar na continuação do curso. Hoje é difícil você ver um índio antropólogo, nós precisamos disso aí. Estes cursos devem ter um jeito de ensino com a alma do índio. Outra coisa importante é o jeito da alma do povo, esta energia que vem de longe. O que está no universo? Saber lidar com o mundo lá de cima. Lá, o céu também pertence a nós. Um estudo para a integração da cultura, religião, filosofia... Saber lidar com estes caminhos, projetos de preservação da terra, identificar os principais problemas.” Parque Estadual do Rio Doce,1999.

Texto 2- História de vida dos xacriabá: o resgate das línguas nativas

“Alguns indígenas, como os pataxós, os krenaks, os xacriabás, por exemplo, têm trabalhado para recuperar suas línguas nativas. Gostaria de começar falando sobre esta questão da gente ter perdido o idioma. Aqui no parque perguntei para Ana Flávia porque o xacriabá deixou de falar no idioma. Eu pensava de achar um livro... e me mandou fazer uma pesquisa em vários livros que falavam da vida dos Xacriabás há muitos anos atrás. Vinha da Bahia de Goiás e na época da invasão a igreja católica introduziu em 1728 o documento de doação da terra. Reuniu os índios ali, para ficar só naquele lugar, e eles eram proibidos de falar a língua, eram forçados a falar em português, iam ter de acompanhar religião católica e iam fazer tudo que era o costume. As crianças aprendiam desta maneira e foi perdendo.... Se nossos antepassados foram forçados a não fazer as danças, as pinturas, a falar na língua, nada que era da cultura deles. Fui conversar com minha mãe se ela saberia explicar, ela disse que não sabia, e também não podia teimar que eles até matavam. Aí eu fui entender toda a verdade que está registrada na memória dos mais velhos. Professor xacriabá. Parque Estadual do Rio Doce, 1999.

RA-15   Projeto de construção de álbum: a diversidade cultural dos povos da linha do Equador Objetivos:- Compreender o conceito de sociodiversidade das paisagens, identificando-o em sua espacialidade municipal e regional.-Identificar, analisar e avaliar o impacto das transformações culturais nas sociedades tradicionais provocadas pela mudança nos hábitos de consumo. Desdobramento das habilidades- Localizar e descrever  a linha do Equador  em seus aspectos relevantes  da paisagem natural e cultural, reconhecendo a biodiversidade e sociodiversidade desse lugar, no Brasil e no mundo.- Analisar o clima, a vegetação, os solos, as águas relacionando esses elementos à sociodiversidade do Equador.- Estabelecer relações entre o modo de vida dos povos do Equador, no que se refere  ás tradições, costumes, hábitos e valores.-  Entender como os povos do Equador  constroem suas identidades  com as paisagens  e as regiões, demarcando sua territorialidade e espacialidade, no Brasil e no mundo- Compreender a identidade  dos povos da Floresta  e ribeirinhos, problematizando o uso  das unidades de conservação.- Saber ouvir documentário em vídeo, registrando as idéias principais e o entendimento do texto.-Ser solidário e cooperativo no trabalho em grupos. Pré-requisitos:- Noções de paisagens que formam os ecossistemas e os biomas, sabendo identificar seus componentes paisagísticos de flora, fauna, solo, relevo, solo, clima.- Noção de indivíduos e grupos sociais que demarcam suas espacialidades em lugares e regiões, construindo uma identidade local.-Reconhecer povos em suas diferentes identidades e lugares: ribeirinhos, povos da floresta, povos de montanha, etc.- Saber identificar as zonas térmicas da Terra.- Ter noção de biodiversidade e sociodiversidade.- Saber comparar diferentes culturas.- Ter noção de impactos ambientais, patrimônio ambiental  e  desenvolvimento sustentável.

- Saber pesquisar em diversas fontes de informação tendo habilidades relacionadas à leitura, seleção da informação, interpretação e síntese. - Ter hábito de  registrar as leituras combinadas em sala e extra-classe, sabendo dialogar sobre elas em diferentes situações de aprendizagem.- Ler, interpretar e analisar textos, documentos,vídeos relacionado-os com outras linguagens e disciplinas.Descrição dos procedimentos:Primeiro Momento:1- Levantamento dos saberes dos alunos sobre:- tribos, povos, grupos sociais de diferentes regiões da Terra,  conhecidos por meio da mídia, da literatura, dos quadrinhos e do estudo em outros anos de escolaridade.-paisagem natural e cultural que explica o arranjo do espaço, a territorialidade dos povos que habitam regiões diversas da Terra.-as zonas térmicas da Terra focalizando a região equatorial e seu clima, solo, hidrografia, vegetação e diversidade cultural dos povos. 2- Registro e sistematização dos saberes dos alunos  com seleção de curiosidades  para investigação sobre o significado da linha do Equador, os países e regiões nela localizados, climas, vegetações, bacias hidrográficas, solos, povos, gênero de vida.3- Planejamento para organização de um banco de dados sobre as curiosidades da região: textos jornalísticos, literários, músicas, folclore, memórias de viajantes, telas e esculturas de pintores visitantes dos séculos XVI- XIX, depoimentos de povos ribeirinhos, fotos, mapas, desenhos, postais, gravuras e outros materiais selecionados pelos alunos sobre a paisagem equatorial.- Seleção de mapas temáticos  em escalas nacional, regional, mundial para identificar e localizar fenômenos naturais e culturais da linha do Equador.Segundo momento1-Compartilhamento no grupo do banco de dados. Seleção e agrupamento temático das fontes investigadas para discussão e problematização  dos temas a serem apresentados no debate.         Discussão sobre os ecossistemas e o bioma floresta tropical/amazônica.         Análise de dados: impactos ambientais na floresta, desmatamento, queimadas, ocupação agrícola, expansão urbana, rodovias, construção de barragem hidrelétrica, projetos de mineração dentre outros. (Cada grupo deve apresentar um dos subtemas de acordo com seus interesses e  pesquisas).         Discussão sobre a biodiversidade, biopirataria, sociodiversidade da floresta equatorial.         Análise de mapa: Brasil: impactos ambientais. (FERREIRA, Maria das Graças Lemos. Atlas Geográfico. SP:Moderna, 1999, p.24)         Registros com sistematização.  Terceiro MomentoLeitura do documentário: Da Amazônia à Cingapura. Sobrevoando a linha do Equador. Discovery Channel.Roteiro de leitura:1- Localizar no mapa-múndi a linha do Equador e os países apresentados no documentário.2- Identificar os povos apresentados no documentário e suas identidades regionais: tradições, costumes, gênero de vida, técnica, língua, hábitos, enfim, modo de vida.3- Comparar as semelhanças e diferenças  entre esses povos realçando suas permanências e mudanças.4- Construção do conceito de comunidade primitiva, explicitando seu papel de conservação e proteção das unidades de conservação.Quarto momentoInvestigação sobre as populações tradicionais no município. Roteiro:1-       Planejamento e organização dos grupos.2-       Coleta de dados na prefeitura, SEBRAE, SESC, SENAI, ONGs, EMATER, Obras Sociais, etc3-       Tratamento dos dados coletados em sala de aula: leitura,seleção, organização  com legendas explicativas.4-       Montagem de um álbum sobre a Sociodiversidade municipal.5-       Incluir no álbum a sociodiversidade  brasileira e mundial. Interpretar as fotos e gravuras sobre a biodiversidade e sociodiversidade na linha do Equador, selecionadas para a atividade de debate. Glossário:Sociodiversidade: expressa a diversidade cultural, lingüística, étnica  de uma sociedade ou país em suas regiões plurais e contraditórias.Biodiversidade: Corresponde ao conjunto de fauna e flora  de uma região.Populações Tradicionais: está essencialmente ligada à preservação de valores, de tradições, de cultura. Ao longo da sua história, o homem através de múltiplas experiências e situações vivenciadas, tem alcançado importantes conquistas que o fazem avançar, que elevam sua dignidade de espécie humana. Acontece que o ritmo das mudanças, a velocidade das descobertas tem crescido em ritmo geométrico,

nos últimos 50 anos, tornando obrigatória a consolidação de certos valores, ou então o resgate de valores que apenas são conservados por populações tradicionais; caso contrário, podem ser jogadas ao esquecimento conquistas seculares da humanidade.Gênero de vida ou modo de vida são sinônimos e representam uma categoria da  Geografia  que expressa  a grande diversidade cultural relacionada à variedade do meio natural.Biopirataria: roubo de animais, plantas e conhecimentos de populações  tradicionais  para fins de exploração comercial sem o consentimento do país, das instituições ou comunidades tradicionais.Bioma: conjunto de ecossistemas terrestres caracterizados por tipos fisionômicos semelhantes de vegetação. A Embrapa classifica 7 biomas: Amazônia, Cerrado, Caatinga, Mata Atlântica, Pampa, Pantanal, Zona Costeira.. ( Almanaque Brasil socioambiental, 204,p.450.)

OP- 19   Patrimônio e preservação Por que ensinarA questão do patrimônio tem sido recorrente em vários tópicos, evidenciando suas amplas possibilidades de abordagens. Neste tópico, a abordagem inclui a historicidade das políticas públicas de preservação do patrimônio brasileiro, os benefícios de sua preservação e sua espacialidade e territorialidade costurada pelo uso turístico. O tópico contempla as abordagens ambiental, patrimonial e turística e, neste contexto, se coloca o desafio e a sua dimensão formadora. Dar um sentido novo à preservação é também discutir os critérios que têm direcionado a escolha do que se propõe tombar, passando a valorizar o patrimônio popular do lugar e não somente o erudito.Condições para ensinarA criação de uma mentalidade brasileira de preservação dos monumentos e dos sítios históricos remonta aos anos de 1930, sob a inspiração do escritor modernista Mário de Andrade. Sob sua influência, Getúlio Vargas criou o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – IPHAN – em 1932, responsável pela política de proteção do patrimônio cultural do país. Durante as três décadas seguintes o governo federal foi o único protagonista da preservação. O êxodo rural dos anos 60/70, foi acompanhado de um período de crescimento urbano-industrial nunca visto na história do país, bem como da exacerbação das desigualdades sociais. Neste clima de conflito entre preservação e crescimento urbano, os estados e municípios foram convocados a participar do esforço de preservação patrimonial com a criação do IEPHA – Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico, como o IEPHA/MG, criado em 1971. Os conflitos e contradições entre desenvolvimento e preservação de valores culturais/ ecológicos, ameaças aos sítios históricos e arqueológicos era também um problema mundial. Em resposta, a Unesco - órgão das Nações Unidas para a Ciência, a Educação e a Cultura -, criou a Convenção do Patrimônio Mundial, em 1972. O Brasil tem 17 bens patrimoniais tombados pela Unesco como Patrimônios da Humanidade. Os municípios e comunidades foram efetivamente convocados a participar do esforço de preservação patrimonial a partir da Constituição Federal de 1988, como indica o Plano Diretor e de gestão da cidade. O ponto de partida do desenvolvimento do tópico é sempre a valorização dos saberes e fazeres dos alunos, que é tratada como avaliação inicial e diagnóstica. Várias perguntas podem deslanchar esse resgate, tais como: O que a turma entende por patrimônio cultural? Em que o patrimônio histórico se distingue do patrimônio ecológico? Por que é importante a preservação dos patrimônios cultural? De que forma o patrimônio dos lugares pode ser protegido? O que é o IPHAN? E o IEPHA? Que papel relevante a Unesco desempenha com relação à proteção do patrimônio histórico e ecológico? O espaço de vivência possui bens patrimoniais tombados pelo IPHAN, IEPHA, Unesco? Por que os lugares da memória e os sítios ecológicos atraem o turista? De que modo a preservação dos patrimônios culturais beneficiam a economia das cidades? Quem conhece/já ouviu falar de patrimônios culturais relevantes do estado de Minas Gerais, do Brasil e do Mundo? Por se tratar de uma avaliação diagnóstica e inicial é aconselhável que a turma participe da elaboração de um registro coletivo de seus saberes e fazeres. Ele será tomado como referência essencial ao longo do processo das aprendizagens.O que ensinar• O ecoturismo como possibilidade de promoção da preservação e ampliação de áreas de proteção ambiental.• O conteúdo cultural e natural do patrimônio e os meios legais para sua preservação.• A espacialidade e a territorialidade de comunidades que têm referência sobre a importância da preservação do patrimônio de outras que não têm essa referência.Como ensinarSugestão de atividades didáticas:• Leitura, análise e discussão do artigo 126 da Constituição Federal de 1988: O que ela normatiza acerca do patrimônio cultural do Brasil.•Leitura, análise e discussão do artigo da Lei Orgânica do município. O que ela normatiza acerca do patrimônio cultural do município.

•Orientação 2: analisar o uso/consumo dos espaços das cidades-patrimônios mundiais pelo turismo e, nas áreas de patrimônio ecológico mundial, os benefícios auferidos pela comunidade local e do entorno, bem como as desvantagens de sua fruição pelo ecoturismo.RA-9   Trilha urbana: observando a paisagem urbana e seu patrimônio Objetivos:-Selecionar temas e aspectos da espacialidade das cidades que informam as transformações sob a ótica da globalização. - Desdobramentos contidos na habilidade:- Reconstruir conceitos referentes ao setor terciário e ao comércio no território urbano.-  Planejar os elementos básicos de uma observação do real.- Identificar os tipos de comércio dando ênfase à sua diversidade e complexidade.- identificar os conceitos trabalhados em sala no espaço visitado: espacialidade do comércio,  relações de trabalho nessa atividade.- Realizar os combinados e partilhar de forma solidária as atividades planejadas.- Envolver-se no debate sabendo argumentar e dialogar com as observações e análises coletadas na trilha urbana.- Manifestar opinião a partir de dados coletados em registro oral e escrito.- Capacidade para tratar os dados com objetividade, responsabilidade e crítica.Pré-requisitos:- Conhecer a espacialidade da cidade e a distribuição do trabalho no comércio.- Conhecer as noções básicas referentes ao setor terciário tais como: localização, produção tecnologias, consumo etcIdentificar os tipos de comércio e localizá-los no mapa.- Diferenciar o comércio de  acordo com suas tipologias.- Identificar os tipos de trabalho no setor terciário  e as mudanças em suas relações.- Noções de cartografia para mapear o local visitado.- Noções de uso de foto para saber ler e legendar.- Interpretar textos relacionados ao comércio.- Trabalhar de forma cooperativa e solidária na produção de texto síntese. Discussão e classificação em tabela: 1-Onde compramos ( bairro, centro, shopping, mercados, armazéns, lojinhas, outros);2- Os produtos que usamos no cotidiano ( limpeza, higiene, alimentação, vestuário, trabalho, estudo, transporte, outros);3- Tipos de comércio que freqüentamos - sofisticado, simples: tipo de loja, tipo de produto, qualidade, preço,  origem  do produto ( campo, cidade, metrópole, outros países). 4- Produção de um texto-síntese sobre o comércio e o consumo dos colegas da sala. Segundo momento 5-       Organização de um banco de dados sobre as fontes comerciais:  propagandas e rótulos de produtos diversos,  ilustrações, textos,  encarte ou cadernos de oferta de empregos. 6-       aprofundar conceitos sobre: ISO,  shopping, exportação, importação,  transnacional, multinacional,  comércio interno/externo, 7-       Apresentação do conceito de comércio através dos dados investigados.8-       Classificar dos tipos de comércio mais utilizados pelos habitantes das cidades,  considerando o  consumo  diário e  temporário; os mais sofisticados e os  triviais de acesso restrito e outros que achar necessário classificar. 9-       Discutir no grupo: As  mudanças no comércio  e a ampliação do consumo?10-   O crescimento do mercado interno e suas consequências. Esse comércio interno cresceu?  Transnacionalizou-se?11-   A expansão das exportações entrou em choque com o protecionismo? A mundialização da economia criou uma lógica de mundo cada vez mais consumista?  12-    Que lugares, regiões, países  desenvolveram mais largamente o comércio interno e externo? Esses países e regiões fortaleceram suas economias? Criaram áreas de influência? Passaram a dominar o comércio internacional? Por que tudo isso aconteceu?13-   Os fluxos da globalização do comércio estão presentes em sua cidade e no Brasil?14-   Como você identifica esses fluxos no mundo?15-   A globalização no comércio provocou  uma homogeneização e massificação no  consumo de produtos? Os produtos são parecidos em todos os lugares?16-   Há emprego para todos? O que aconteceu com o emprego?

 17-   Organizar um texto geográfico utilizando as questões debatidas. Questionar  a globalização do comércio, o consumo e as formas de seduzir o consumidor. O que isso significa para o Planeta Terra? Quais as possibilidades para alterar esse processo consumista? 19-   Característica  do comércio:20-   Tipos de lojas e os produtos;21-   Tipos de mercadorias e a origem;22-   Qualidade/sofisticação/superficialidade/utilidade dos produtos;23-   Tipo de consumidor;24-   Markenting usado para seduzir;25-   Tipos de serviços que qualificam o comércio;26-   Lojas com maior número de compradores/consumidores.27-   As mudanças ocorridas no comércio da cidade a partir da última década do século XX.     Apresentação dos resultados.Glossário:Cartão de crédito: documento criado no mundo capitalista  para facilitar o consumo. O uso do cartão facilita  o crédito e estimula o consumo.Economia mundo: a empresa transnacional rompeu as fronteiras nacionais e estabeleceu  uma relação de interdependência econômica  com raízes muito profundas , inaugurando a denominada economia mundo que são milhares de corporações transnacionais atuando no mundo e controlando suas empresas subsidiárias. Corresponde aproximadamente 1/3 do comércio internacional.Interdependência: no sistema globalizado os meios de comunicação e a economia envolvem a interdependência. Os países são dependentes uns dos outros, pois os governos nacionais  não conseguem resolver individialmente seus principais problemas econômicos, sociais ou ambientais.Geografia do consumo: estudo da relação da sociedade com o mundo das mercadorias de primeira necessidade e  os supérfluos, que circulam no circuito mundial do consumo.Globalização - Fenômeno que consiste em múltiplas e rápidas interações entre indivíduos e empresas, ONG e Estados, facilitado pelas novas tecnologias, gerando novas realidades e alterando o curso do processo civilizatório mundial. Processo típico do final do século XX que mudou a vida social e cultural nos diversos países do mundo, sendo cada vez mais afetado  pelas influências internacionais políticas e econômicas.ISO: são certificados dos sistemas de qualidade dos produtos. O ISO (International Organization for Standardization) é o colaborador maior do mundo dos padrões. Embora a atividade principal do ISO seja o desenvolvimento de padrões técnicos, os padrões de ISO têm também, repercussões econômicas e sociais importantes. Os padrões fazem uma diferença positiva, não apenas dos coordenadores e fabricantes para quem resolvem problemas básicos da produção e a distribuição, mas à sociedade no todo. Os padrões de ISO contribuem para fazer o desenvolvimento, para a fonte de produtos e de serviços mais eficientes, mais seguros e mais limpos. Fazem o comércio entre países mais fácil e favorável. Fornecem aos governos com uma base técnica para a saúde, a segurança e a legislação ambiental. Ajudam na tecnologia transferindo aos países os padrões de ISO que servem também para os proteger consumidores e usuários no general, dos produtos e dos serviços.Mundialização: ou globalização é o crescimento da interdependência de todos os povos  e países da superfície terrestre. Um dos seus aspectos mais importante é a expansão das indústrias multinacionais ( bancos, indústrias, empresas de transporte ou comunicação) que passam a ter filiais em vários países do mundo.Capitalismo de mercado: voltado para a fabricação de produtos comercializáveis, denominados mercadorias, com objetivo de obter lucro. Este sistema está baseado na propriedade privada dos meios de produção, ou seja, todos os utensílios, ferramentas, matérias-primas e edificações utilizadas na produção pertencem a alguns indivíduos.Shopping Center: organização de estabelecimentos em um mesmo espaço reunindo múltiplas atividades de comércio e serviços. Possui inúmeras lojas de departamento ( lojas-âncoras), praças de alimentação, banco, butiques, supermercado e outros. Possui uma localização privilegiada atendendo à população mais abastada e exigente, há  facilidade de estacionamento e segurança além de possuir todo tipo de comércio generalizado e sofisticado. Sua ocupação traz impacto local no trânsito, na circulação de pessoas e na especulação urbana. De modo geral, atrai edifícios, estabelecimentos comerciais e serviços de todo tipo. Há, também, os populares nos bairros periféricos das metrópoles ou no centro da cidade que atendem à população de baixa renda.Sociedade do desperdício: está relacionada ao poder aquisitivo do indivíduo, a compulsão da sociedade consumista pelas compras e, sobretudo a um modo de vida ou atitude diante dos bens da natureza. Tercerização: processo utilizado pelas empresas, que consiste em repassar a terceiros – outras

empresas ou profissionais autônomos -  a produção de algum bem ou serviço ou a execução de tarefas que antes eram realizadas na própria empresa. A finalidade da tercerização é reduzir os custos operacionais, geralmente com mão-de-obra, e assim, aumentar os lucros.

OP20   Cultura e natureza Por que ensinarNo pensamento ocidental, a forma de pensar a natureza tem sido de oposição à idéia de homem, de cultura e de história com amplas implicações na formação da pessoa humana.Na escolarização superior e básica essa dicotomia aparece na fragmentação entre geografia física e geografia humana, na exclusão de Cultura e Natureza. Há, no entanto, uma nova luz sobre a possibilidade de superação dessa forma fragmentada de ver e de estudar as relações Cultura e Natureza. Trata-se da inserção dos problemas ambientais contemporâneos que estão a exigir um novo paradigma, onde homem e natureza são partes de um mesmo processo.O tópico "Cultura e natureza" é uma possibilidade de construir olhares por inteiro sobre esta relação dialética: de um lado, a ação modeladora e diferenciada da cultura constituindo o tecido das diversas paisagens do planeta; e, de outro lado, os meios geográficos moldando as identidades culturais, evidenciando a influência da natureza onde a cultura se insere. Permeando essa relação o que está em questão são as diversas formas de ver e de viver no planeta Terra.Condições para ensinarSabe-se que cultura é a dimensão característica do ser humano e, como tal, é constituída por componentes sociais, simbólicos e materiais. Ela é dinâmica, evolui no tempo e se manifesta por meio de formas e processos espaciais. A dinâmica inovadora de valores, os tipos de comportamentos e a renovação constante de técnicas de intervenção na natureza é que fazem dela esse conjunto mutável. Assim sendo, o mundo de significados e formas que transforma a natureza em cultura, atribuindo-lhe sentidos e significados diversos, está presente em todas as paisagens da Terra. Ela é, portanto, uma chave para a compreensão das semelhanças e diferenças sociais. Como a turma lê e interpreta as relações entre cultura e natureza? A resposta a essa questão será o conteúdo da avaliação diagnóstica e inicial, que norteará os percursos metodológicos de intervenção em suas aprendizagens ampliando-as, aprofundando-as e possibilitando novas formas de ver e de viver no planeta Terra. Para que o objetivo da avaliação inicial seja alcançado - conhecer e resgatar os saberes e fazeres dos alunos sobre as relações entre cultura e natureza - uma das atividades a serem desenvolvidas é a leitura e interpretação de um banco de imagens de paisagens diversas. Sua seleção pode ter como aporte as revistasHorizonte Geográfico e Caminhos da Terra, juntando às de circulação semanal (Veja, Época, Isto é) e outras. As imagens devem evidenciar relações, conflitos e problemas presentes em antigas e novas infra-estruturas espaciais. O que deve ficar à mostra é a diversidade das relações entre cultura e natureza no uso do território. A intervenção do professor será no sentido de inquirir a turma acerca das relações de inclusão e/ou de exclusão entre cultura e natureza presentes/ausentes nas imagens observadas. Que avaliação crítica fazem dessa relação? Na leitura das imagens, desafie-os com perguntas do tipo: “O que é antigo e o que é recente? O que é típico e o que excepcional? O que é acidental e o que é intencional? O que é transitório e o que é permanente? O que foi imposto pelo homem e o que foi dado pela natureza? “(Wagner e Mikesell, 2003) São culturas que apontam para a sustentabilidade ou para a insustentabilidade das relações entre cultura e natureza? As infra-estruturas espaciais presentes nas imagens evidenciam/não evidenciam um sentimento ecológico com relação à natureza? Como a cultura tecnológica do modelo de desenvolvimento vigente tem tratado a natureza? Em que esse modelo é ecologicamente incorreto? O que deve ser também observado e registrado em texto coletivo/mural são os valores, sentimentos e atitudes demonstradas pela turma em seu olhar sobre as imagens. É esse olhar humano que permite que a natureza exista, definindo seu uso.O que ensinar• A ação modeladora da cultura sobre a natureza do planeta.• A sustentabilidade cultural a partir da ótica do respeito à diversidade de conhecimentos, tecnologias e práticas de adaptação do homem ao meio.• O cotidiano das comunidades tradicionais do Brasil referenciada na cultura do mundo vivido que orienta as relações cultura e natureza.Leia-o e discuta-o com a turma.• Representação individual das idéias destacadas do texto "Carta do Cacique Seatle", usando de diversas linguagens, tais como: história em quadrinhos, desenhos, pintura, escultura, charges, colagem de imagens, reconto. Cada aluno deverá escolher dois entre os nove itens apresentados. A apresentação na classe envolverá discussão, avaliação coletiva e exposição dos trabalhos. Ao final, colecionar a produção sob a forma de um livro para ser utilizado como material didático nos próximos anos letivos.1. (...) Como podes comprar ou vender o céu, o calor da terra? Tal idéia é-nos estranha. Nós não somos

donos da pureza do ar ou do resplendor da água. Como podes então comprá-los de nós?2. (...) Toda esta terra é sagrada para o meu povo. Cada folha reluzente, todas as praias arenosas, cada véu de neblina nas florestas escuras, cada clareira e todos os insetos a zumbir são sagrados nas tradições e na consciência do meu povo.3. (...) o homem branco não compreende o nosso modo de viver. Para ele um torrão de terra é igual a outro. Porque ele é um estranho que vem de noite e rouba da terra tudo quanto necessita. A terra não é sua irmã, mas sim sua inimiga, e depois de exauri-la, ele vai embora. Deixa para trás o túmulo dos seus pais, sem remorsos de consciência. Rouba a terra dos seus filhos. Nada respeita. Esquece a sepultura dos antepassados e o direito dos filhos. Sua ganância empobrecerá a terra e vai deixar atrás de si os desertos.4. (...) Não se pode encontrar paz nas cidades do homem branco. (...) o barulho das cidades é para mim uma afronta contra os ouvidos.5. (...) O ar é precioso para o homem vermelho. Porque todos os seres vivos respiram o mesmo ar - animais, árvores, homens. Não parece que o homem branco se importe com o ar que respira. Como um moribundo ele é insensível ao seu cheiro.6. (...) Se eu me decidir a aceitar, imporei uma condição. O homem branco deve tratar os animais como se fossem seus irmãos. Sou um selvagem e não compreendo que possa ser certo de outra forma. Vi milhares de bisões apodrecendo nas pradarias, abandonados pelo homem branco que os abatia a tiros disparados do trem. Sou um selvagem e não compreendo como o fumegante cavalo de ferro possa ser mais valioso do que um bisão que nós, os índios, matamos apenas para sustentar nossa própria vida.7. (...) O que é o homem sem os animais? Se todos os animais acabassem, os homens morreriam de solidão espiritual porque tudo quanto acontece aos animais pode também afetar os homens. Tudo está relacionado entre si. Tudo que fere a terra fere também os filhos da terra.8. (...) causar dano a Terra é demonstrar desprezo pelo seu criador.9. (...) Talvez compreenderíamos se conhecessemos com que sonha o homem branco, se soubéssemos quais as esperanças que transmite a seus filhos nas longas noites de inverno, quais as visões do futuro que oferece às suas mentes para que possam formar os desejos para o dia de amanhã.

Interpretação de texto:“Margareth Mead, uma antropóloga americana, afirmou que a cultura é uma lente através da qual o homem enxerga a realidade. Com isto ela quis dizer que há uma multiplicidade de formas de ver o mundo, dependendo da maneira como se foi ensinado a vê-lo e que isto não depende da cor da pele de uma pessoa, do lugar onde ela nasceu ou do clima onde vive. [...] A maneira como se percebe a natureza e se lhe atribui significados é também cultural. Dizendo de uma outra maneira, a natureza apenas existe a partir do olhar humano que olha para ela, classifica as espécies existentes, define quais são úteis ou não. Os estudos em diferentes sociedades demonstram que de um potencial de utilização da natureza, apenas uma porcentagem é apropriada para o consumo humano. Um exemplo claro é o fato de que chineses comem carne de cachorro, o que para nós, brasileiros, é claramente repugnante. Por outro lado, os hindus consideram a vaca como um animal sagrado, enquanto nos Estados Unidos e no Brasil, ter um bom bife na mesa é sinônimo de boa alimentação e mesmo de poder aquisitivo. Enquanto isso, os Enenauê-nauê que moram em Mato Grosso, têm repulsa por mamíferos e claramente preferem os peixes como prato principal. Os exemplos poderiam ser multiplicados ao infinito, mas o que vale reter é que as sociedades humanas e as culturas são muito variadas e apresentam uma riqueza enorme de arranjos e soluções para a vida. . O olhar humano, principalmente o olhar que se aprende através da lente da cultura percebe significados na vida a sua volta e estes significados sempre são distintos de uma para outra sociedade. Tomando o tema da observação da natureza e da atribuição de significados, pode-se pensar no poder que algumas religiões atribuem às plantas: há um conceito de plantas fortes, de plantas protetoras, de plantas que atraem entidades ou então repelem maus fluidos, como é o caso da arruda, comigo- ninguém- pode, alecrim, etc. Um português, por outro lado, pode utilizar o alecrim como tempero e nem pensar nele como uma planta de poder.”Fonte: Joana Aparecida Fernandes Silva - Prof. Depto de Antropologia Universidade Federal de Mato Grosso, Cuiabá, Mato Grosso, Brasil. Disponível em http://www.apagina.pt/arquivo/Artigo.asp?ID=403

RA-12   Observando nos biomas a ação modeladora da cultura sobre a natureza Objetivos:- Identificar e analisar a ação modeladora da cultura  sobre a natureza do planeta. -  Explicar a sustentabilidade cultural a partir da ótica do respeito à diversidade de conhecimentos, tecnologias e práticas de adaptação do homem ao meio.Conhecer a importância da sustentabilidade relacionada ao patrimônio natural.- Problematizar a importância das florestas como patrimônio natural.

- Relacionar população e natureza referenciando-se nos hábitos e costumes relacionados ao uso da água, da vegetação, do solo, do relevo, do clima. - Domínio da comunicação na apresentação de trabalhos coletivos.Pré-requisitos:- Noção de florestas, bioma, ecossistema, manejo, impacto ambiental e sustentabilidade.- Conhecer os elementos que compõem o arranjo da paisagem das florestas no Brasil e no mundo.- Conhecer o significado de desmatamento suas conseqüências.- Identificar mapas de vegetação no Atlas Geográfico.- Reconhecer em mapas temáticos e textos noções e conceitos sobre as florestas tropicais.-Identificar a diversidade de povos ou populações tradicionais em ilustrações e mapas.- Dominar práticas de investigação, sabendo decodificar as informações para transformá-las em conceitos.- Saber mapear informações no mapa-múndi e do Brasil.Atividade 1 – Interpretação de mapaObserve o mapa abaixo e responda as questões que lhe seguem:

1- Identifique  o título do mapa e explique-o. 2- Identifique os biomas no território brasileiro e comente suas extensões.3-  Estabeleça a relação entre vegetação, clima, hidrografia nas regiões do Equador e do  trópico de Capricórnio.4- Descreva os biomas  de acordo com seus conhecimentos.5- Compare com o mapa dos biomas do IBGE com o mapa de vegetação do Brasil. Que conclusões você pode tirar dessa comparação?6- Leia o texto abaixo e complemente sua resposta sobre a descrição dos biomas.Mapa de Biomas é resultado da parceria entre IBGE e MMA, iniciada em 2003O Mapa de Biomas do Brasil é resultado do termo de cooperação assinado entre o IBGE e o Ministério do Meio Ambiente em agosto de 2003. Com sua publicação, o governo brasileiro e a sociedade passam a contar com um valioso instrumento na formulação de políticas públicas específicas para os diferentes biomas brasileiros, denominados: Bioma Amazônia, Bioma Mata Atlântica, Bioma Caatinga, Bioma Cerrado, Bioma Pantanal e Bioma Pampa.Os nomes adotados foram os mais usuais e populares, em geral associados ao tipo de vegetação predominante, ou ao relevo, como no caso do Bioma Pantanal, que constitui a maior superfície inundável interiorana do mundo. O Bioma Amazônia é definido pela unidade de clima, fisionomia florestal e localização geográfica. O Bioma Mata Atlântica, que ocupa toda a faixa continental atlântica leste brasileira e se estende para o interior no Sudeste e Sul do País, é definido pela vegetação florestal predominante e relevo diversificado. O Pampa, restrito ao Rio Grande do Sul, se define por um conjunto de vegetação de campo em relevo de planície. A vegetação predominante dá nome ao Cerrado, segundo bioma do Brasil em extensão, que se estende desde o litoral maranhense até o Centro-Oeste e ao Bioma Caatinga, típico do clima semi-árido do sertão nordestino.Maior reserva de diversidade biológica do mundo, a Amazônia é também o maior bioma brasileiro em extensão e ocupa quase metade do território nacional (49,29%). A bacia amazônica ocupa 2/5 da América do Sul e 5% da superfície terrestre. Sua área, de aproximadamente 6,5 milhões de quilômetros quadrados, abriga a maior rede hidrográfica do planeta, que escoa cerca de 1/5 do volume de água doce do mundo. Sessenta por cento da bacia amazônica se encontra em território brasileiro, onde o Bioma Amazônia ocupa a totalidade de cinco unidades da federação (Acre, Amapá, Amazonas, Pará e Roraima), grande parte de Rondônia (98,8%), mais da metade de Mato Grosso (54%), além de parte de Maranhão (34%) e Tocantins (9%). O Bioma Mata Atlântica ocupa inteiramente três estados - Espírito Santo, Rio de Janeiro e Santa Catarina - e 98% do Paraná, além de porções de outras 11 unidades da federação.O Bioma Cerrado ocupa a totalidade do Distrito Federal, mais da metade dos estados de Goiás (97%),

Maranhão (65%), Mato Grosso do Sul (61%), Minas Gerais (57%) e Tocantins (91%), além de porções de outros seis estados. O Bioma Caatinga se estende pela totalidade do estado do Ceará (100%) e mais de metade da Bahia (54%), da Paraíba (92%), de Pernambuco (83%), do Piauí (63%) e do Rio Grande do Norte (95%), quase metade de Alagoas (48%) e Sergipe (49%), além de pequenas porções de Minas Gerais (2%) e do Maranhão (1%). O Bioma Pantanal está presente em dois estados: ocupa 25% do Mato Grosso do Sul e 7% do Mato Grosso. O Bioma Pampa se restringe ao Rio Grande do Sul e ocupa 63% do território do estado.”         Atividade 2 - Investigação sobre os biomasCada bioma brasileiro tem uma natureza impregnada de biodiversidade e sobre ela a ação modeladora da cultura criou uma sociodiversidade, que permite estudar cada região com suas peculiaridades, regionalização e sustentabilidade. Vamos descobrir essa diversidade cultural e natural?                                                                                                                          1- Investigar sobre cada um dos biomas. Cada grupo seleciona um bioma.  As informações devem conter:         A descrição geomorfológica, climática, hidrográfica, vegetal, mineral das paisagens dos biomas         A biodiversidade representada na natureza de cada bioma         As atividades econômicas e práticas desenvolvidas pelos habitantes locais.         A sociodiversidade: hábitos de plantio, de colheita, de alimentação, de  festejar, de morar, de conviver com a cultura etc.         Os impactos ambientais causados pelas empresas que exploram os recursos naturais.         As práticas de sustentabilidade praticadas nos biomas 2- Selecionar: músicas, receitas, contos, poesias, brincadeiras, danças, histórias, folclore, fotos, mapas, postais, ilustrações que retratem esses ambientes.        3- Tratamento dos dados coletados         Leitura e interpretação das informações coletadas pelos alunos.         Organização de texto para ser debatido – os problemas e as perspectivas de cada  bioma.         Apresentação de estratégias  de ação para cada bioma.         Organização das idéias e materiais coletados em painel.                      Atividade 3 - AvaliaçãoLeia o texto abaixo e faça uma avaliação dos biomas, explicando a importância da sustentabilidade cultural a partir do respeito  à diversidade de conhecimentos e práticas das populações tradicionais, que vivem nesse ambiente. 

      “ O Brasil, no entanto, não chegou ao século XXI como um dos lugares mais megadiversos do planeta por milagre. Isso aconteceu porque práticas tradicionais compatíveis com o ambiente, adotadas por povos e populações que habitam há muito a totalidade do território , assim permitiram. Mas o mesmo ser humano que mostra ser possível conviver em harmonia com a natureza, também comanda a destruição e põe em risco, através dos métodos dominantes de produção atual , a possibilidade de melhorar as condições de vida e o futuro do país.     Embora a importância da biodiversidade brasileira  seja reconhecida, só 4% do território brasileiro  são áreas protegidas fechadas, enquanto a média mundial é de 5%. E os ambientes estão em constante processo de degradação: nos últimos 2 anos (2002/03), a Amazônia  teve uma área desmatada de 50mil quilômetros quadrados ( no total, já se foram cerca de 650.000, dos quais 25% sem nenhuma utilização econômica); do Cerrado, que contém 1/3 da biodiversidade brasileira , restam menos de 5% de fragmentos com possibilidade sobrevivência, mais de 2000ha contínuos ( os fragmentos totais representam pouco mais de 20%);  da Mata Atlântica, sobram menos de 8%; na Caatinga, 10% do solo está em processo de desertificação; o Pantanal enfrenta problemas graves; assim como a Zona Costeira ( destruição de mangues, poluição da água, espécies pesqueiras ameaçadas etc); e o Pampa,  que sofre pressão com o avanço das monoculturas agrícolas e florestais.      O avanço da degradação, além de comprometer a biodiversidade, afeta também as populações  que vivem nesses ambientes. “ALMANAQUE BRASIL SOCIOAMBIENTAL. Brasil. SP:ISA, 2004, p.54-56.Glossário:Sociedade sustentável ocorrerá quando os povos e os grupos sociais caminharem de forma integrada e solidária na concretização da qualidade de vida com justiça social, construindo relações mais saudáveis  com o meio ambiente, pautadas,  não só pela perspectiva de exploração de riquezas, mas também pela responsabilidade em relação à sua conservação.Natureza - está presente em todas as paisagens da Terra. Um mundo de significados e formas  transforma a natureza em cultura, atribuindo-lhe sentidos e significados diversos,Cultura é a dimensão humana constituída por componentes sociais, simbólicos e materiais. Ela é

dinâmica, evolui no tempo e se manifesta por meio de formas e processos espaciais. È, também, inovadora de valores, de tipos de comportamentos, de técnicas de intervenção na natureza  que fazem dela esse conjunto mutável que transforma  natureza em cultura. Refere-se a novas formas de ver e viver no planeta.Pode ser concebida  como um conjunto de elementos  do mundo humano civilizado representado por práticas, valores, hábitos de uma dada população ou para qualificar atributos  relativos à instrução e aos conhecimentos detidos por alguém. Sociodiversidade: Expressa a diversidade cultural, lingüística, étnica  de uma sociedade ou país em suas regiões plurais e contraditórias.Biodiversidade: Corresponde ao conjunto de fauna e flora  de uma região.Sustentabilidade: Garantia  da continuidade  de um processo de desenvolvimento sustentável  na perspectiva da preservação ambiental e justiça social. Ecossistema: É a comunidade  total de organismos, num ambiente fisico-químico no qual vivem.. Esta composto por seres vivos  e pelo meio físico. Bioma: formam grandes conjuntos  que procuram classificar e ordenar o sistema vida existents na biosfera. A classificação dos biomas permite interpreter e compreender , de maneira ordenada, os mecanismos básicos de interação entre os conjuntos vivos, como as formações vegetais.

OP- 21   Regionalização e mercados Por que ensinarNo ensino da Geografia regional é preciso que o aluno compreenda, no processo de regionalização o que é e como se organiza o mercado, representado pelos blocos regionais de poder. Como o mercado reforçou-se no protecionismo econômico, organizou-se na prática por meio do Acordo Geral de Tarifas e Comércio (GATT) e, como vem articulando-se na Organização Mundial do Comércio (OMC), conquistando nos fóruns permanentes de negociação, as regras e normas que regem a concorrência internacional.O enfoque no mercado deve contextualizar a atuação dos blocos regionais no mundo e suas políticas de integração, de lucros, de vantagens e a ampliação da desigualdade entre os países, imposta pelo capital, na tentativa de reduzir barreiras em escala regional.Na Geografia escolar o estudo das questões políticas e econômicas do mercado devem possibilitar a reflexão e crítica à desigualdade dos mercados e o protecionismo dos países ricos, com foco Mercosul; além de problematizar a expansão das exportações brasileiras, suas barreiras comerciais, sua luta na OMC e a diversificação dos parceiros externos com busca de novos mercados.Condições para ensinarConsiderar o conhecimento prévio do aluno desde a regionalização brasileira, a concentração do capital em determinadas regiões com a conseqüência do desenvolvimento desigual. As noções de regionalização, mercado e desenvolvimento desigual suscitam novas problematizações ampliadas para o contexto mundial focalizando as regras do mercado e a integração de blocos econômicos de poder. O acesso a essas informações possibilitam entender o recorte econômico fundamentado no papel das corporações transnacionais, no comércio internacional e nas tentativas de integração regional pela via do mercado que vai se regulamentando e negociando regras para evitar a concorrência desleal.A articulação entre o econômico e político com as redes do capital é complexa e desafia a reflexão e compreensão dos alunos. Deve-se partir da contextualização do mercado brasileiro, as disputas comerciais, a intervenção qualificada na OMC, a busca de novos mercados, o enfoque no Mercosul voltado para a EU e em batalha com a ALCA ; as integrações e tratados de cooperação como formas de driblar a globalização e reduzir as desigualdades e competição entre países .O que ensinar• O papel das transnacionais e a ampliação das corporações e do protecionismo de mercado• A globalização e a flexibilização das economias nacionais para mercadorias e investimentos estrangeiros• Desregulamentação dos fluxos de capitais/mercadorias/serviços/informações• As políticas de privatizações e medidas econômicas neoliberais• O papel do FMI e a desarticulação e dependência dos países pobres• A explosão comercial no mundo e a participação brasileira nesse fluxo de comércio•O Brasil no mercado internacional: protecionismo, parcerias e disputas• As integrações regionais com enfoque no mercado brasileiro e no Mercosul• O futuro das integrações regionais: Mercosul, EU, APEC, ASEAN, NAFTAComo ensinarDe acordo com as habilidades propostas no tópico, os níveis de entendimento do mais simples ao complexo, o desempenho prático dos alunos, o uso das escalas geográficas e cartográficas, na ampliação dos conceitos geográficos e a intertextualidade, é possível planejar um projeto relacionado aos recortes temáticos da realidade e aos conceitos propostos. Este projeto deve compor-se de um conjunto de ações

(estratégias, materiais curriculares) visando a desenvolver as habilidades propostas no tópico por meio de diversas linguagens e, valendo-se da avaliação contínua e sistemática para conhecer os limites e as possibilidades de aprendizagem dos alunos sobre a compreensão dos mercados regionais com enfoque no Mercosul e as perspectivas/embates para a criação da ALCA. A realização de um projeto deve conter as seguintes abordagens: apresentação dos conceitos que identificam o tópico; diagnóstico sobre esses conceitos (avaliação diagnóstica); levantamento de problemas referentes aos mercados globais com enfoque no Mercosul e as perspectivas e embates com a ALCA; investigação envolvendo o tratamento da informação na interpretação de textos, mapas, tabelas e imagem coletados pelos alunos, apresentação dos dados organizados no debate,visando a novas reflexões que possibilitam a construção coletiva de um texto-síntese ( avaliação somativa) sobre os conceitos compreendidos. Sugestão de uma seqüência didática:1. O papel das transnacionais no mundo2. O Brasil e seus fluxos comerciais3. As integrações regionais com enfoque no mercado brasileiro e no Mercosul4. O futuro das integrações regionais: Mercosul, EU, APEC, ASEAN, NAFTATratamento da informação dos materiais selecionados pelos alunos em fontes diversas. Organização dos grupos por temáticas indicadas acima. Debate. Novas problematizações como a busca de novos mercados para o Brasil nas viagens do presidente Lula para a Rússia, China, México, países africanos, asiáticos e latino-americanos. Incorporação de novos saberes. Organização de painel com idéias sínteses, ilustrações, problematizações e novidades sobre os mercados globais com enfoque no Mercosul e o conflito político-econômico Brasil e Argentina, contextualizando a questão da integração dos mercados do Cone Sul nesse momento.RA-17   As várias maneiras de regionalizar o mundo Objetivos:- Compreender as formas de regionalizar o mundo, analisando os principais critérios de classificações ;- Reconhecer nas formas de produção regional, o desenvolvimento desigual do território brasileiro. Desdobramentos:- Ler mapas temáticos sabendo extrair deles elementos de comparação e análise dos aspectos evidenciados no tema estudado.- Ler textos sabendo extrair deles elementos de comparação e análise dos aspectos evidenciados no tema estudado.- Ser solidário e cooperativo nos trabalho em grupo.Pré-requisitos:- Reconhecer elementos que conferem identidade aos mercados: fluxo de capital, fluxo de mercadorias, fluxo de informações, balança comercial de um país, importação, exportação. - Identificar o que seja mercado e sua expansão.- Dominar práticas de investigação, sabendo decodificar as informações para transformá-las em conceitos relacionados ao mercado- Domínio da comunicação na apresentação de trabalhos coletivos.- Identificar, localizar e representar fenômenos econômicos referentes a mercados no mapa-múndi.Descrição dos procedimentos:O estudo das regiões é importante para que se possa compreender a organização do território e sua reordenação, a expansão de fronteiras, as diferenciações de áreas, a combinação e contradição de fatores sociais, econômicos, políticos, culturais e ambientais. São recortes espaciais necessários . Para regionalizar o mundo, os livros didáticos usam de vários conceitos, habilidaddes , linguagens e estratégias entre elas a compreensão das representações dos homens desde a antiguidade por meio da história dos mapas;  as paisagens naturais; o nível de desenvolvimento socioeconômico (desenvolvidos/subdesenvolvidos/industrializados/), as paisagens socioculturais/ambientais que retratam a cultura dos povos e sua relação com o ambiente; a globalização e as associações econômicas e comerciais,etc. São tantos os recortes temáticos que se torna necessário selecioná-los dentro de uma contextualização da realidade vivenciada pelo aluno.Selecionamos dentro do tópico a habilidade: compreender formas de regionalizar  o mundo, analisando os principais critérios de classificações; a outra habilidade de reconhecimento do desenvolvimento regional desigual no território brasileiro pode ser contemplada na estratégia da gincana, no contexto de organização espacial do Brasil, ao longo da sua  história econômica e social. Sugerimos que se trabalhe com a construção socioeconômico/cultural e ambiental das regiões brasileiras desde a colonização. Como era organizado o espaço no período da exploração da cana-de-açúcar, do ouro, café? Como viviam as pessoas? Quais seus costumes, tradições, hábitos, crenças, formas de trabalho e relações com a natureza? Como era o comércio e a relação com outros países do mundo? O que foi mudando com o

tempo e quais as diferenças em relação a este momento devido ao avanço da globalização na dimensão socioambiental, cultural e econômica?O roteiro proposto envolve três momentos:Atividade 1 – Descobrindo os saberes da turma sobre as maneiras de ver o mundo e nele o Brasil1-       Listar os conhecimentos da turma sobre os estados brasileiros e os países do mundo, considerando suas leituras de jornal, revistas, quadrinhos, filmes,TV e viagens.2-       Registrar os argumentos e idéias da turma sobre:a)      Características das paisagens naturais  do mundo e do Brasil.b)      Tipos de países e seus governos.c)      O que conhecem do Brasil? O que mais gostam?d)      Tipos de povos que vivem nos países: modo de vestir, alimentar, rezar, festejar, divertir, trabalhar, morar, plantar, produzir e consumir produtos etc.e)      Que países são considerados ricos ou pobres, poderosos ou não.f)        Como eles conhecidos no mercado mundial.g)      Se já compraram produtos desses paises e quais foram os produtos.3-       Sistematizar os conhecimentos e representações da turma em um painel para colar na parede. Voltar ao painel sempre que possível no desenvolver das atividades propostas. Atividade 2 – Aula dialógica sobre formas de regionalização do mundo 1- Seleção de mapas e textos do Brasil e do mundo que representam diferentes formas de regionalização. Professor/a: selecione 10 mapas diferentes entre as páginas citadas acima. Estude-os para discutir com os alunos levantando problemas, apresentando sugestões, avaliando processos.  3 - Atividade de análise e reflexão -Refletir sobre a regionalização e os critérios de classificação do Brasil e do mundo. - Levar para a sala de aula livros didáticos da biblioteca que trabalham com a regionalização. Os livros citados acima possibilitam o estudo da regionalização e classificação do Brasil e do mundo.  Solicitar aos alunos a discussão e resposta:1- Por que é necessário regionalizar o espaço geográfico do Brasil e do mundo?2-Que regionalizações chamaram mais sua atenção? Por quê?  Onde se localizam essas regiões?Identifique-as no mapa-múndi  e no mapa do Brasil justificando a regionalização3- Quais são os critérios mais utilizados para dividir o mundo e o Brasil?4- Como se regionaliza o mundo por meio de mercados?Produção coletiva de um texto sobre o que entenderam por regionalização do Brasil e do mundo. Glossário:- Regionalizar significa dividir o espaço em regiões ou areas que tenham  características importantes em comum.- Regionalizar o mundo: São critérios de agrupamento das nações em grandes regiões ou conjuntos regionais.-Região- O conceito de região, associado à noção de diferenciação de área, vem perseguindo a história moderna do pensamento geográfico ao lado da paisagem, espaço, lugar e território. O grande debate em torno da região  centrou-se na busca de um método que desse identidade à Geografia diferenciando-a das outras ciências.  Sua primeira abordagem foi o de região natural trabalhado pelos geógrafos físicos na concepção de superfície  terrestre identificada por uma combinação de elementos da natureza traduzidos na paisagem natural. Por longo tempo, a produção acadêmica e a sua transposição didática se nortearam nessa concepção.  A  noção de região e de regionalização foi, posteriormente,  enriquecida pela de paisagem natural e paisagem  cultural:  o sertão e o sertanejo, a Campanha gaúcha e o gaúcho, a Amazônia e os povos da floresta, as regiões frias com os esquimós e as desérticas com  povos nômades. Essa noção permeou a  regionalização escolar ampliando a concepção de região natural demarcando os lugares de identidade referenciados nos seus  habitantes.Regionalidade: ela se evidencia como base territorial dos regionalismos, abrindo possibilidades de discussão sobre as identidades regionais e movimentos políticos que tem, no Nordeste brasileiro, um exemplo típico de regionalismos e política - a seca, o sertanejo, o coronelismo, as bases políticas - ampliando o entendimento da sociodiversidade, diferenças, semelhanças e identidade territorial expressas nos localismos (Bexiga em são Paulo), nacionalismos (Leste Europeu/África), separatismos (Triângulo Mineiro em MG), anexação/fragmentação (Alemanha, Iugoslávia, URSS), recortes/partilhas ( Palestina).Regionalização seria o recorte metodológico para identificar a diferenciação ou a desigual  distribuição dos fenômenos no espaço, ou seja,  a formação e transformação de regiões desde a sua dissolução até o seu ressurgimento, num processo constante de fragmentação e integração de territoriesRegião-território quando se passa a conviver com uma intensa globalização e fragmentação mas, que também se vê fortalecida pelas reivindicações de identidades regionais/territoriais/culturais representadas 

por organizações de grupo e movimentos sociais que vão numa planetarização dos bascos  aos tibetanos, passando pelos sérvios, albaneses, curdos, palestinos, judeus, hindus, sikkis, hutus, tutsis. Nesse movimento há um deslocamento constante de migrações forçadas  como as dos refugiados tibetanos, albaneses, sérvios   ou sazonais como a dos nordestinos  redefinindo na reterritorialização a rede regional.  Ela se constitui numa rede de relações de identidade político-cultural  que vão da escala local de um bairro à mundial de conflitos diversos.Regionalismo  identificam as relações socioculturais de um  lugar apropriado  simbolicamente por  um grupo (palestinos, hindus, judeus, curdos, bascos, albaneses). O que se questiona é a crise do Estado-Nação. De espaço de referência identitária político, econômico, cultural eles passam a revelar o crescente processo de exclusão social trazendo a tona nacionalismos,  regionalismos, identidades étnico-religiosas redefinindo territórios.Mercados: corresponde ao fluxo de mercadorias, capitais especulativos, informações que circulam pelo mundo através de empresas, transnacionais ou não. Os países que mais recebem investimentos podem ser classificados em dois grupos: os desenvolvidos liderados pelos EUA e os considerados em desenvolvimento ou emergentes, encabeçados pela China. OP- 22   Nova ordem mundial Por que ensinarO mapa do mundo revela em suas diversas representações as mudanças decorrentes das divisões e formação de países. As mudanças, sobretudo no século XX, com a reorganização do espaço geográfico mundial, evidenciam os grandes impactos, decorrentes de múltiplas intervenções geopolíticas como as Guerras mundiais e a guerra Fria; a crise do mundo socialista e as profundas transformações no cenário europeu com o surgimento de novos Estados e a onda nacionalista;a desordem geopolítica e o fortalecimento do fundamentalismo religioso; a hegemonia geopolítica dos EUA; uma nova organização do mundo capitalista em blocos econômicos; as mudanças econômicas e a emergência da China no cenário mundial.A geografia política e econômica possibilitam compreender e avaliar as atuais tendências da organização do espaço mundial e contribuem no entendimento dos conceitos relacionados ao papel de cada país na nova ordem internacional, no ordenamento dos blocos econômicos e no domínio do desenvolvimento tecnológico em contraposição ao poderio político-militar.Contextualizar as relações econômicas e de poder a partir do final da segunda Guerra é fundamental para o desenvolvimento de um leitor crítico do espaço geográfico mundial.Condições para ensinarConsidere os conhecimentos prévios dos alunos sobre a origem e importância do Estado-Nação em sua diversidade política e econômica, bem como sua territorialidade construída pelas ações humanas. Essas noções devem levar à problematização sobre o poder que as nações vão construindo com as guerras, as maneiras como conflitam nas divisões político-econômicas, sociais e como se organizam e protegem em blocos de poder. Como foi sendo construído o poderio americano e russo, com referência à corrida armamentista e fatos que marcaram o cenário mundial como a chegada do homem à Lua. Quais são as representações dos alunos relacionadas aos filmes, noticiários e outras informações sobre o socialismo. Como diferenciam-no do capitalismo. De que forma tiveram acesso a essas informações. O que sabem sobre a simbólica queda do Muro de Berlim e as mudanças provenientes desse momento. Como avaliam o crescente poderio americano com suas interferências em outras culturas, povos, países? O que fizeram para receber a denominação de grande potência? Essa potência exerce um papel solidário ou caminha de maneira unilateral nas decisões do mundo? Como avaliam seu lugar no mundo? Enfim, como transformar essas questões da mídia em desafio ao pensamento crítico.Essas relações geopolíticas e econômicas são complexas porque revelam uma temporalidade minuciosa e conflituosa, construída em múltiplos arranjos e territorialidade, mas precisam ser lidas e compreendidas desde as informações cotidianas da mídia que são significativas e contextualizadas às pesquisas mais complexas na interdisciplinaridade com outras ciências e a tecnologia.O que ensinar1. O enfraquecimento das antigas potências e a descolonização2. O mundo bipolar: o bloco ocidental capitalista liderado pelos EUA; o bloco oriental socialista liderado pela URSS; OTAN, Pacto de Varsóvia;a corrida armamentista e espacial;programa “Guerra nas estrelas”; divisão do mundo: países desenvolvidos capitalistas, socialistas e subdesenvolvidos3. Crise do mundo socialista: glasnost, Perestroika, queda do muro de Berlim4. A ordem econômica dos megablocos substituindo a lógica dos primeiro, segundo e terceiro mundo na perspectiva da integração de mercados e acordos comerciais5. A desordem mundial: o choque das civilizações e as fronteiras raciais, políticas, religiosas e de gênero criadas pelos países do Norte em relação à imigração dos países pobresComo ensinar1. Atividade de investigação

• Levantamento dos saberes dos alunos sobre o mundo bipolar e multipolar focalizando a ordem e desordem mundial; AF• Seleção de mapas temáticos para que os alunos identifiquem, localizem, descrevam e analisem os conceitos acima. Usar como fonte de pesquisa o material de livro didático e paradidático;RA-21   Leitura cartográfica: a nova ordem mundial Objetivos:- Analisar em mapas temáticos a nova Ordem ou Desordem Mundial referenciando-se na lógica da globalização e fragmentação.Desdobramentos das habilidades acima: - Investigar sobre as  múltiplas intervenções geopolíticas:  Guerras mundiais, Guerra Fria e a crise do mundo socialista, entendendo  as profundas transformações no cenário mundial com o surgimento de novos Estados e a onda nacionalista;- Reconhecer na hegemonia geopolítica dos EUA focos da fragmentação no mundo;- Identificar a nova organização do mundo capitalista em blocos econômicos, diferenciando-os em suas potencialidaddes e contradições;- Interpretar as mudanças econômicas e a emergência da China no cenário mundial globalizado.- Compreender a flexibilização das fronteiras dos Estados-Nação na nova ordem e desordem mundial.- Ler e interpretar mapas e textos referentes à ordem e desordem mundial;- Envolver-se no debate sabendo argumentar e dialogar.Pré-requisitos:- Noções de cartografia para  ler mapas temáticos;- Identificar em textos e mapas a “velha ordem” do mundo monopolar/bipolar do século XIX ao XX;- Reconhecer em mapas a descentralização do poder e a construção de uma nova ordem multipolar.Descrição dos procedimentos:Professor/a leia a  Orientação Pedagógica referente a este tópico. Nela, você perceberá porque a leitura de mapa temático é fundamental na identificação dos lugares, na espacialização dos fenômenos, na comparação de diferentes paisagens e territórios, bem como na compreensão dos conceitos trabalhados. È, também indispensável a criteriosa seleção de textos contextualizados, problematizadores, críticos. Este tópico deve ser planejado com cuidado para evitar o senso comum da “politização do achismo”.     Há múltiplas possibilidades de abordagens citadas em “o que ensinar”. A sequência sugerida  propõe o desenvolvimento do roteiro para leitura  de mapa temático.Leitura cartográfica Observe o mapa de VESENTINI[1], a seguir: Título:________________________________________________________ 

 1-       Dê um título para o mapa.2-       Em grupo de 4 alunos, usar legenda criativa e  identificar  na representação cartográfica:os países do Norte desenvolvidos.os países do Sul subdesenvolvidos.os países do Sul emergentes.as áreas de influência dos EUA, UE e Japão

os megablocos  e blocos comerciais do mundo.Problematizar sobre os blocos de países acima e apresentar argumentos sobre a classificação. Preparar para discutir no coletivo da sala:   No processo de globalização econômico atual, a divisão Norte/Sul do mundo, continua existindo? A crescente integração e flexibilidade das fronteiras do mercado internacional interligaram o mundo num só, homogeneizando-o? Que cenário prevalence no mundo?         Registre o debate. 3-       Organizar 6 grupos para investigar sobre os blocos econômicos da nova ordem mundial: União Européia; Nafta; Mercosul; Cooperação Econômica Ásia-Pacífico (APEC); Associação das Nações do Sudeste Asiático (Asean); Comunidade de Desenvolvimento da África Autral ( SADC).  Dados a coletar:         origem e formação dos países;         países componentes dos blocos;         países em estágio de zona de livre comércio ou união econômica e monetária;         problemas enfrentados pelos países;         conflito das barreiras protecionistas;         perspectivas e poderio econômico.4-       Selecionar e organizar os dados para o debate.5-       Organizar síntese com registros.6-   Levantar novos problemas relacionados às barreiras protecionistas e as tentativas de             homogeniização do capital no processo atual de globalização. 7- Buscar novas respostas para esse processo no sentido da fragmentação e desordem com a             geração de novas territorialidades como a criação do G 20  e Rodada de Doha. 8- Registrar os dados no caderno  9 – Prognosticar sobre o futuro dos blocos econômicos a partir do reordenamento territorial do mundo, respondendo: ( Atividade de avaliação final) Caminhamos para desordem ou para  uma  nova ordem mundial? Glossário:Regionalização do mundo em blocos: forma de estudar o mundo através do enfoque nos blocos econômicos de poder que passou a ser discutido a partir da década de 80, coincidindo com o final da Guerra Fria e acentuação da globalização.OMC – Organização mundial do comércio formada por 148 países que se submetem às regras do comércio nas liberalizações e barreiras para compra e venda de produtos, independente de sua origem.Nova ordem mundial é o equilíbrio de poder no plano internacional representado pela situação econômica, militar e político numa determinada fase ou período. No século XIX imperou a ordem monopolar controlada pelo Reino Unido, entre 1945-91 prevaleceu a ordem bipolar dominada pelo capitalismo ( economia de mercado) e socialismo ( economia planificada) dos EUA e União Soviética. A nova ordem vem desde o final de 1991. È complexa e multipolar com vários pólos ou centros mundiais de poder, concentrados na dominação econômica. Os conflitos militares devem ocorrer nas áreas periféricas, nos países do Sul.Blocos econômicos:  são formas de organização dos mercados globalizados sob o controle dos Estados. São os blocos regionais que garantem a livre circulação de mercadorias  entre países vizinhos ou próximos. As fronteiras, moedas, alfândega e barreiras são flexíveis destinadas à circulação de mercadoria  e capital. È uma nova tendência do capitalismo em expansão. Os países participantes fazem acordos regionais visando a facilitar o fluxo de capitais, serviços e mercadorias. Podem se organizar em zona de livre comércio ou união econômica e monetária. Eles são:União Européia, NAFTA, Mercosul, Asean e a Apec         Zona de livre comércio – os países participantes firmam acordos para reduzir gradativamente as tarifas alfandegárias, isto é, cobrança de impostos para o produto que entra no país.União econômica e monetária – funciona como mercado comum  para livre circulação de mercadorias, além de introduzir moeda única, banco central, livre circulação de capital, serviços e pessoas. O único exemplar é a UE. G-20, ou Grupo dos 20, é um grupo de países em desenvolvimento criado em 20 de agosto de 2003 em Cancún, México. A atuação está mais concentrada na agricultura. Em Cancún, os objetivos principais tinham sido defender resultados nas negociações agrícolas que refletissem o nível de ambição das negociações na Rodada de Doha e os interesses dos países em desenvolvimento. Seus países membros respondem por: 60 % da população mundial, 70 % da população rural do mundo e 26% das exportações agrícolas mundiais.Rodada de Doha refere-se às negociações da OMC e visa diminuir as barreiras comerciais em todo o mundo, com foco no livre comércio para os países em desenvolvimento. As conversações centram-se na

separação entre os países ricos, desenvolvidos, e os maiores países em desenvolvimento (representados pelo G20). Os subsídios agrícolas são o principal tema de controvérsia nas negociações. A rodada de Doha começou em Doha (Qatar) e negociações subseqüentes tiveram lugar em: Cancún (México), Genebra (Suíça) e Paris (França).

OP- 23   Revolução técnico científica Por que ensinarA maior parte da população do mundo, convive com a revolução técnico-científica, decorrente da Terceira Revolução Industrial. Ela foi fundamental à reestruturação da produção e do trabalho no sistema capitalista, da economia internacional e dos territórios. O meio geográfico é hoje, dominado pela ciência, pela tecnologia e pela informação que chega aos lugares mundiais de forma veloz, instantânea e simultânea. No entanto, os avanços técnico-científicos que promovem a maior integração do espaço mundial, da sociedade, dos países e dos lugares, não inclui, no processo global do capitalismo, promovido pelas empresas e o governo, o direito à modernização e qualidade de vida a todos habitantes do planeta.A interpretação e crítica desse fenômeno técnico-científico, é importante para entender os conceitos de tecnologia, ciência, informação, integração, modernidade e reformular noções sobre a tecnologia de ponta, os serviços inteligentes, a integração e interdependência do mercado, tecnopólos, produção flexível, terceirização, robótica, microeletrônica, desemprego estrutural, etc.A contextualização dos avanços decorrentes da Revolução Técnico-Científica é fundamental para desenvolvimento do pensamento crítico na compreensão da base da globalização.Condições para ensinarDiagnosticar os conhecimentos de que os alunos são portadores sobre os avanços da tecnologia, da ciência e da pesquisa. Sua compreensão do mundo high tech na vivência provém do consumo de produtos e idéias relacionadas à indústria, comércio, serviços que reestruturam a sociedade sem uma explicação das intricadas relações entre o mundo da alta tecnologia e o capitalismo informacional/global. São construções que necessitam ser repensadas e ampliadas em várias dimensões de forma mais contextualizada na escala geográfica e cartográfica a partir de curiosidades e problematizações.A complexidade dos avanços técnicos científicos é um desafio ao pensamento crítico e necessita de uma parceria interdisciplinar para ampliar os conhecimentos e analisar criticamente as dimensões: social da exclusão de grupos sociais de lugares ou países do processo técnico científico informacional; econômica que resvala para o desemprego estrutural, a terceirização, a competição tecnológica, a flexibilidade dos mercados, na lógica do consumismo desregrado; política e ética marcada pelo avanço das redes ilegais como a do tráfico de órgãos humanos; ambiental na apropriação indevida dos elementos da natureza; cultural na descaracterização e homogeneização de tradições, hábitos, modos de vida, etc.O que ensinar1. Os antecedentes da revolução técnico-científica• As duas primeiras revoluções industriais• A recuperação econômica da Europa, em especial a Alemanha.• A recuperação do Japão• A competição entre os grandes conglomerados capitalistas• A corrida armamentista e a disputa aeroespacial (EUA/URSS)2. A terceira revolução industrialAs inovações nos serviços e indústrias e seus impactos socioeconômicos, políticos, ambientais, culturais a partir do uso da microeletrônica, informática, robótica, biotecnologia introduzidas pelas multinacionais.3. O desenvolvimento científico e tecnológico no Brasil: perspectivas e impactos.Como ensinarO objetivo desse tópico é propiciar aos alunos a compreensão do desenvolvimento científico e tecnológico no mundo e no Brasil.Parte-se do planejamento do tópico visando à reflexão dos conceitos selecionados, sua contextualização à realidade vivenciada pelo aluno, a elaboração de um banco de dados e a organização das seqüências didáticas que possibilitam desenvolver as habilidades propostas no tópico, usando diversos materiais curriculares e estratégias que facilitam a problematização e compreensão da revolução técnico científica dentro das temáticas sugeridas no tópico1. Atividade diagnóstico com espacialização cartográficaNum primeiro momento deve-se captar os conhecimentos dos alunos sobre o mundo high tech: sua vivência e consumo com produtos e idéias relacionadas à indústria, comércio e serviços tais como os relacionados à tecnologia digital (computadores, celulares, automação bancária, câmeras, TV,etc). Problematizar o uso desses produtos inteligentes em sua temporalidade. Quais os antecedentes desde a primeira revolução industrial com suas fontes de matérias-primas e energia, avanços tecnológicos,

produção, transporte, mercados, competição. Organizar os registros em mural, espacializando os produtos num mapa-múndi com título selecionado pela turma.Num segundo momento, organizar aulas dialógicas, usando documentário como o de José W. Vesentini sobre A nova ordem mundial, da editora Ática. Problematizar as mudanças e perspectivas no mundo do trabalho e da produção desde a primeira revolução industrial. Possibilitar inferências sobre as novas relações de trabalho, a qualificação do trabalhador, o papel da educação, a tendência mundial de investimento na produção de ciência e tecnologia, os institutos de pesquisa e de formação de pessoal de excelência. Este documentário deve possibilitar novas problematizações e curiosidades a serem investigadas em torno de conceitos como institutos dedicados à pesquisa de saúde pública, centro de pesquisa aeroespacial, de extração de petróleo em águas profundas, de aprimoramento genético, de telecomunicações, robótica, inseminação artificial, etc.Num terceiro momento, deve-se planejar com os alunos a investigação sobre o desenvolvimento científico e tecnológico (C&T) no Brasil e suas perspectivas. Como avaliarComo se trata de uma avaliação formativa ela está articulada ao desenvolvimento das habilidades e formação de competências. A primeira avaliação é a diagnóstica ou inicial que avalia os saberes dos alunos articulados à vivência com a indústria de ponta e seus produtos inteligentes. A seqüência de atividade deve ser avaliada em seu processo, de planejamento, de organização dos grupos, coleta de dados, seleção da informação, análise de textos de fontes diferentes, mapas, tabelas que identifiquem os pólos de tecnologia (tecnopólos) no Brasil, o investimento no C&T e o seu desenvolvimento e perspectivas.O momento da avaliação final é para identificar, contextualizar e critica os impactos da era high tech a partir dos textos:1. O capitalismo se reestrutura e reorganiza a sociedade em torno de um novo tipo de produção, de comunicação, de gerenciamento e de vida: o informacionalismo. Ele hoje está presente na agropecuária, na indústria e nos serviços. Mas será em nível planetário ou essa nova economia vem criando espaços diferenciados? As intrincadas relações entre este mundo novo da indústria high tech, ou de alta tecnologia, e o capitalismo informacional/global que vão instaurando no espaço e no tempo estão gerando uma nova (des)ordem mundial?2. “Evoluímos, subimos rapidamente cada degrau em direção ao maravilhoso mundo da tecnologia, mas sem pensar qual o real impacto dela sobre nossa vida profissional, sobre nossa vida pessoal.(...) Por acaso, alguém, já perguntou a você qual a sua relação com a tecnologia? Ou qual a sua relação com seu computador? Qual a sua relação com o seu celular? Nós simplesmente não penamos sobre isso. Não paramos para avaliar se isso nos torna realmente profissionais mais qualificados. Quando falamos sobre tecnologia é com a seguinte perspectiva: nós temos de tê-la. E pronto”Entrevista: intoxicação tecnológica. O escritor John Naisbitt critica a passividade das pessoas diante da tecnologia. E propõe uma reavaliação dessa relação.A partir desse debate é possível organizar com os alunos um painel de avaliação da aprendizagem contendo suas representações e recortes de textos diversos de sua investigação. O painel deve conter um quadro com duas colunas. Uma sobre as representações, das grandes contribuições, da revolução técnico-científico, e outra para os seus impactos e exclusões.RA-18   Leitura de textos sobre revolução técnico científico informacional Objetivos:- Ler e interpretar textos, documentos e vídeos que discutem o avanço técnico e a pesquisa científica da  terceira revolução industrial.- Identificar no processo de globalização os avanços tecnológicos das redes técnicas que revolucionam a pesquisa científica e abrem no mundo as portas da pós - modernidade.Pré-requisitos:- Conhecer os produtos que compõem o mundo  high tech na vivência sabendo classificá-los;- Identificar os símbolos da nova revolução tecnológica:  computador, robô, transgênicos,conhecendo as vantagens e desvantagens  do seu uso e consumo;- Conhecer e explicar as noções de  tecnologia,  ciência e  pesquisa;- Reconhecer em ilustrações, mapas e gráficos, rótulos, textos jornalísticos as  informações referentes às modernas tecnologias.Descrição dos procedimentos:Antes de realizar a seqüência de atividade proposta para este Roteiro de Atividade vá à Orientação Pedagógica referente a este tópico. Nela, você professor/a, pode refletir sobre as inovações da Terceira Revolução Industrial. Das reflexões e sugestões propostas estamos organizando uma seqüência didática com roteiro para o aluno, considerando que a atividade diagnóstico corresponde ao primeiro momento.         Segundo momento

Leitura de texto – Texto 1O MEIO TÉCNICO-CIENTÍFICO E A INFORMAÇÃO Uma das realidades mais extraordinárias do mundo atual é a velocidade com que são transmitidas informações entre diferentes lugares, quer estejam próximos quer distantes, fazendo deles lugares mundiais. A comunicação e a circulação de informações - dados, idéias ou decisões - ocorrem instantaneamente, no chamado tempo zero. Isso sem falar que essas informações podem chegar, ao mesmo tempo, em vários lugares. Velocidade, instantaneidade e simultaneidade são características do que chamamos de meio técnico-científico informacional.Para Milton Santos, a ciência, a tecnologia e a informação, hoje, são a base técnica da vida social, ou, em outras palavras, o meio técnico-científico informacional é um meio geográfico no qual o território inclui obrigatoriamente ciência, tecnologia e informação.Nas últimas décadas, a revolução tecno-científica em curso se deu destacadamente no campo da microeletrônica e das telecomunicações, e ocorreu juntamente com a reestruturação da produção e do trabalho no sistema capitalista, da economia internacional e dos territórios. A alta tecnologia permitiu a crescente internacionalização da economia e a interpenetração das economias nacionais, ou seja, a interpenetração do capital, do trabalho, dos mercados e dos processos de produção baseados na informação. E, com isso, países e nações deixam de ser unidades econômicas de nossa realidade histórica.A economia capitalista, dominante no mundo, estimula a competição econômica e força as empresas - principalmente as de grande porte - a buscarem a eficácia, gerando com isso uma sucessiva revolução do trabalho, da técnica e dos produtos. Sistemas cada vez mais aperfeiçoados de comunicação e de fluxos de informações, junto com técnicas mais racionais de distribuição, tais como empacotamento, controle de estoques e conteinerização, permitem a aceleração das atividades e da circulação de mercadorias. Bancos eletrônicos e dinheiro "de plástico" são inovações que agilizam os fluxos de dinheiro e permitem a aceleração dos negócios nos mercados financeiros e de serviços, tanto nacionais como internacionais.A economia de mercado sempre buscou a redução das distâncias porque isso significaria redução do tempo de produção, de circulação e de consumo de mercadorias e, conseqüentemente, redução dos custos, pois, no sistema capitalista de produção, tempo é dinheiro. Grandes avanços foram feitos nesse sentido, ao longo do século XIX e na primeira metade do século XX. Foi isso que aconteceu quando surgiram as estradas de ferro, o cabo submarino, o telégrafo sem fio, o automóvel, o telefone, o rádio, o avião a jato e a televisão que, ao formarem redes técnicas de circulação e comunicação,  permitiram (cada um a seu tempo e interligando-se aos demais) realizar integrações territoriais, quebrando as barreiras físicas para o transporte e para a circulação de matérias-primas, de bens produzidos, de pessoas, de idéias, de decisões e de capital. Mas nenhuma dessas inovações comprimiu tanto o espaço, acelerando o processo de integração, como as novas tecnologias da informação.Hoje ocorre um aumento significativo na densidade das redes de circulação e de comunicação. E essas redes podem se superpor umas às outras, permitindo simultaneamente a aceleração nos processos de integração produtiva, integração de mercados, integração financeira, integração de informações. Mas, ao mesmo tempo e perversamente, geram um processo de desintegração, pelo qual países e nações são excluídos das vantagens propiciadas pela alta tecnologia da informática, como ocorre, notadamente, com nações africanas.No entanto, a exclusão não se dá apenas em relação às nações mais pobres. Tal exclusão atinge também milhões de trabalhadores nas economias de tecnologia mais avançada. Em países desenvolvidos, máquinas inteligentes estão substituindo trabalhadores de escritórios e operários que, a cada dia, engrossam as filas dos desempregados.Podemos então deduzir que a tecnologia é um fator importante, mas ela, por si só, não explica a História dos homens” Geografia. Telecurso 2000,volume 2, Fundação Roberto Marinho.SP:Globo, 2000, p.56-57.http://www.geocities.com/geo_mundi/geral8.htm

Em dupla, leiam e discutam o texto. Registrem as observações e curiosidades no caderno para discutir com os demais colegas:Problematizem:1- os elementos do texto que se referem às transformações da técnica no tempo. O que mudou? Qual o significado dessa mudança no cotidiano das cidades e do campo? E na vida dos homens?2- sobre  o significado que  a microeletrônica  e as telecomunicações imprimiram  à economia e ao Estado Nação?3- sobre os produtos de alta tecnologia que fizeram com que a rede do capital ( circulação/comunicação) rompesse as fronteiras dos países. Quais produtos fazem parte do seu espaço de vivência?4-  as informações sobre a revolução  técnico científico-informacional, argumentando sobre as mudanças no mundo do trabalho.Enfim,Registrem a compreensão das noções de meio técnico, meio técnico científico-informacional, rede do capital, fronteiras, integração econômica. Leitura: - Texto 2A TERCEIRA REVOLUÇÃO INDUSTRIALHoje, um fantasma ronda a vida dos trabalhadores: o desemprego. Para muitos estudiosos, trata-se de um desemprego estrutural, isto é, causado pelas transformações que vêm ocorrendo no padrão ou modelo de

desenvolvimento produtivo e tecnológico que predomina nos países capitalistas avançados. Essas transformações apresentam diferenças nos países onde ocorrem mas, de qualquer forma, estão alterando a organização do processo produtivo e do trabalho em todos eles e no resto do mundo também. E tais mudanças afetam o conjunto do mundo do trabalho.À primeira vista, os robôs ou as novas tecnologias de produção parecem ser os únicos e mais cruéis causadores desse desemprego. No entanto, existem outras razões de ordem econômica, social, institucional e geopolítica que, associadas à tecnologia, formam um conjunto que explica melhor aquilo que, para alguns analistas, significaria até mesmo o fim de uma sociedade organizada com base no trabalho.O sistema capitalista, como todo sistema econômico, sofreu transformações ao longo de sua história. As mudanças podem ser profundas, acumular tensões sociais e graves problemas econômicos, gerar crises, guerras e revoluções políticas, mas o sistema permanece basicamente o mesmo, isto é, trata-se de um sistema produtor de mercadorias cuja venda tem por objetivo o lucro. Por isso o chamamos, indistintamente, de economia de mercado ou economia capitalista.No entanto, para que as empresas capitalistas produzam mais e mais mercadorias - com maior eficiência e melhores níveis de produtividade, ganhando em competitividade em relação a outras empresas, e sempre que possível obtendo lucros crescentes - elas precisam criar e aplicar novas técnicas e novas formas de organização da produção e do trabalho, dividir funções com outras empresas, negociar salários, estipular taxas de lucros etc.Mas o capitalismo não se restringe apenas às unidades empresariais e suas dinâmicas internas. Na sociedade como um todo, existem outros componentes extremamente importantes que precisam ser levados em consideração, pois interferem na vida das próprias empresas. Tais componentes podem ser as formas institucionalizadas, como as regras do mercado, a legislação social, a moeda, as redes financeiras, em grande parte estabelecidas pelo Estado, ou ainda, as disputas pelo poder das nações, o comércio internacional, a renda e o consumo de cada família, a qualidade dos recursos humanos, as convenções coletivas, as idéias produzidas etc.Quando esse conjunto de elementos, e muitos outros, é razoavelmente ajustado e aceito pela sociedade (não se trata de um consenso pleno, pois sempre haverá oposições e tensões), estamos diante de um modelo de desenvolvimento capitalista dominante, com uma organização territorial correspondente. E esse modelo permanece até que uma nova crise ocorra e novos rearranjos sejam feitos na sociedade e no espaço.Após a crise de 1929, o modelo de desenvolvimento que aos poucos passou a dominar nos países de tecnologia avançada - Estados Unidos, Japão e em boa parte da Europa -, mantidas suas especificidades, levou o nome de fordismo, pois nesse modelo foram incluídas formas de produção e de trabalho postas em prática pioneiramente nos Estados Unidos, nas décadas de 1910 e 1920, nas fábricas de automóveis do empresário norte-americano Henry Ford.O fordismo teve seu ápice no período posterior à Segunda Guerra Mundial, nas décadas de 1950 e 1960, que ficou conhecido na história do capitalismo como Os Anos Dourados.A crise sofrida pelos Estados Unidos na década de 1970 foi considerada uma crise do próprio modelo, que apresentava queda da produtividade e das margens de lucros. A partir da década de 1980, esboçou-se nos países industrializados um novo padrão de desenvolvimento denominado pós-fordismo ou modelo flexível.Para compreender as tendências do novo modelo flexível, baseado na tecnologia da informação, que vem ameaçando os empregos, é necessário levantar, ainda que de forma simplificada, algumas características do fordismo e algumas razões que levaram ao seu esgotamento:* Período - Nos países de industrialização avançada, o fordismo surgiu a partir da crise de 1929, atingindo o auge de dominação nos anos 50 e 60.* Avanços tecnológicos - O fordismo contou inicialmente com os avanços tecnológicos alcançados no final do século XIX, como a eletricidade e o motor à explosão. Mais tarde incorporou os avanços da alta tecnologia desenvolvida durante a Segunda Guerra Mundial e que posteriormente passou para o uso da sociedade civil, a exemplo dos materiais sintéticos e do motor a jato. E, finalmente, no pós-guerra, começou a usufruir dos avanços científicos alcançados nas áreas da eletrônica e da tecnologia da informação.* Organização da produção - Nas grandes indústrias, longas esteiras rolantes levavam o produto semi- acabado até os operários, formando uma cadeia de montagem. A produção dos diversos componentes era feita em série. O resultado foi uma produção em massa que utilizava maquinaria cara; por isso, o tempo ocioso deveria ser evitado a todo custo. Acumularam-se grandes estoques extras de insumos e mantinha-se alto número de trabalhadores para que o fluxo de produção não fosse desacelerado. Os milhares de produtos padronizados eram feitos para mercados de massa. Os setores industriais mais destacados eram os de bens de consumo duráveis (automóveis e eletroeletrônicos) e os de bens de produção (destacadamente a petroquímica). Entre as décadas de 1940 e 1960 surgiu uma interminável seqüência de novos produtos, a exemplo de rádios portáteis transistorizados, relógios digitais, calculadoras de bolso, equipamentos de foto e vídeo.* Organização do trabalho - O trabalho passou a se organizar com base num método racional,  conhecido como taylorismo, que apresentava as seguintes características:- separava as funções de concepção (administração, pesquisa e desenvolvimento, desenho etc.) das funções

de execução;- subdividia ao máximo as atividades dos operários, que podiam ser realizadas por trabalhadores com baixos níveis de qualificação, mas especializados em tarefas simples, de gestos repetitivos;- retinha as decisões nas mãos da gerência. Esse "método americano" de trabalho seguia linhas hierárquicas rígidas, com uma estrutura de comando partindo da alta direção e descendo até a fábrica. Os operários perderam o controle do processo produtivo como um todo, e passaram a ser controlados rigidamente por técnicos e administradores.* Organização dos trabalhadores - Houve crescimento e fortalecimento dos sindicatos. Os contratos de trabalho começaram a ser assinados coletivamente. Os salários eram ascendentes. E foram realizadas importantes conquistas de cunho social, tais como garantias de emprego, salário-desemprego e aposentadoria.* Mercado- Os mercados de massa ficavam garantidos por causa do aumento da capacidade de compra dos próprios trabalhadores. Embora ocorresse uma expansão dos mercados internacionais, eram os mercados internos que garantiam o consumo da maior parte da produção. Surgia a sociedade de consumo. Geladeiras, lavadoras de roupa automáticas, telefone e até automóveis passaram a ser produtos de uso comum. Serviços antes acessíveis a minorias, como no caso do setor de turismo, transformaram-se em serviços de massa.* Papel do Estado - Ocorreu a ampliação e a diversificação da intervenção social e econômica do Estado, inspirada nos princípios da teoria keynesiana e do Estado do bem-estar social. O Estado nacional de caráter keyneisiano passou a interferir mais diretamente na economia, por meio, por exemplo, dos gastos públicos, dos planos de desenvolvimento regional, da criação de um número significativo de empregos no setor público e do atendimento às garantias reivindicadas pelos trabalhadores, a exemplo da garantia de emprego. E o Estado do bem-estar social desenvolveu políticas destinadas a reduzir as desigualdades sociais, como as de transportes urbanos, habitação, saneamento, urbanização, educação e saúde.* Organização do território - A organização da produção e do trabalho reorganizou o espaço geográfico. O processo de urbanização acelerou-se. As unidades produtivas atraíam umas às outras. Cresceram ainda mais as regiões industriais. As cidades se transformaram em grandes manchas urbanas. Surgiram novos bairros residenciais e distritos industriais com o apoio e incentivo estatais. Cresceram a construção civil e a massa construída de casas e prédios, em grande parte incentivadas por programas governamentais de hipotecas e empréstimos.As metrópoles, com seus centros de negócios e de decisões constituídos pelas sedes sociais das grandes empresas, incorporaram os municípios vizinhos. Grandes regiões urbanizadas - as megalópoles - se formaram entre duas ou mais metrópoles devido à polarização que tais centros exerciam sobre as pequenas e médias cidades que se encontravam ao seu redor. Intensos fluxos de pessoas e mercadorias integraram o conjunto formado por essas cidades.Em todas as cidades intensificaram-se o comércio, os transportes, as comunicações e os serviços em geral. As redes urbanas tornaram-se mais densas. Diversificaram-se as atividades culturais e de lazer. Cresceram as universidades e centros de pesquisa e tecnologia. Mais capitais e trabalhadores foram atraídos pelas cidades. A geografia do fordismo foi a das grandes concentrações urbano-industriais.O modelo fordista, que floresceu no pós-guerra, dependia da subida constante dos salários para manter o mercado ativo, ou seja, manter os níveis de produção e de consumo crescentes. Porém, os salários não podiam crescer a ponto de ameaçar os lucros empresariais; mantiveram-se os níveis salariais e os lucros aumentando os preços dos produtos, o que gerou uma crise inflacionária.Nos Estados Unidos, os gastos públicos se agigantaram, tanto interna como externamente - a guerra do Vietnã foi um exemplo. A moeda americana ficou debilitada. Esse país, que durante todo o período de domínio do fordismo assegurava a estabilidade da economia mundial com base em sua moeda - o dólar -, viu esse sistema monetário declinar. A competitividade da Europa e do Japão superavam a dos Estados Unidos. Assistia-se a uma verdadeira guerra comercial, que nunca deixou de crescer.A partir da década de 1970, a saída foi investir num novo modelo que rompesse com aquilo que era considerado a rigidez do modelo fordista. A ordem era flexibilizar, ou seja, golpear a rigidez nos processos de produção, nas formas de ocupação da força de trabalho, nas garantias trabalhistas e nos mercados de massa, então saturados.As empresas multinacionais, para restabelecer sua rentabilidade, expandiram espacialmente sua produção por continentes inteiros. Surgiram novos países industrializados. Os mercados externos cresceram mais que os mercados internos. O capitalismo internacional reestruturou-se.Os países de economia avançada precisaram criar internamente condições de competitividade. A saturação dos mercados acabou gerando uma produção diversificada para atender a consumidores diferenciados. Os contratos de trabalho passaram a ser mais flexíveis. Diminuiu o número de trabalhadores permanentes e cresceu o número de trabalhadores temporários. Flexibilizaram-se os salários - cresceram as desigualdades salariais, segundo a qualificação dos empregados e as especificidades da empresa. Ampliou-se o desemprego.Os compromissos do Estado do bem-estar social foram sendo rompidos pouco a pouco. Eliminaram-se, gradativamente, as regulamentações do Estado. (...)A transformação do modelo produtivo começou a se apoiar nas tecnologias que já vinham surgindo nas décadas do pós-guerra (automação e robotização) e nos avanços das novas tecnologias da informação. O

método de produção americano foi substituído pelo método japonês de produção enxuta, que combina máquinas cada vez mais sofisticadas com uma nova engenharia gerencial e administrativa de produção - a reengenharia, que elimina a organização hierarquizada. Agora, engenheiros de projetos, programadores de computadores e operários interagem face a face, compartilhando idéias e tomando decisões conjuntas.O novo método, rotulado por muitos como toyotismo, numa referência à empresa japonesa Toyota, utiliza menos esforço humano, menos espaço físico, menos investimentos em ferramentas e menos tempo de engenharia para desenvolver um novo produto. A empresa que possui um inventário computadorizado, juntamente com melhores comunicações e transportes mais rápidos, não precisa mais manter enormes estoques. É o just in time.O novo método permite variar a produção de uma hora para outra, atendendo às constantes exigências de mudança do mercado consumidor e das mudanças aceleradas nas formas e técnicas de produção e de trabalho. A ordem é manter estoques mínimos, produzindo apenas quando os clientes efetivam uma encomenda.As grandes empresas começaram a repassar para as pequenas e médias empresas subcontratadas um certo número de atividades, tais como concepção de produtos, pesquisa e desenvolvimento, produção de componentes, segurança, alimentação e limpeza. Isso passou a ser conhecido como terceirização. Com ela, as grandes empresas reduziram suas pesadas e onerosas rotinas burocráticas e suas despesas com encargos sociais, concentrando-se naquilo que é estratégico para seu funcionamento.A produção flexível vem transformando espaços e criando novas geografias, à medida que ocorrem redistribuições dos investimentos de capital produtivo e especulativo e, conseqüentemente, redistribuição espacial do trabalho. Numerosas empresas se transferiram das tradicionais concentrações urbanas e regiões industriais congestionadas, poluídas e sindicalizadas, para novas áreas nas quais a organização e o poder de luta dos trabalhadores é pouco significativa. Surgiram novos complexos de produção - os complexos científicos-produtivos -, ligados a universidades e centros de pesquisa onde as inovações são constantes.Um caso exemplar desses complexos é o do Vale do Silício (Silicon Valley), na Califórnia, cujo modelo se difundiu por vários países. Nesse complexo, a Universidade de Stanford, juntamente com empresas do ramo da microeletrônica, criou um parque tecnológico cuja fama cresceu com a produção de semicondutores e o uso do silício como matéria-prima para sua fabricação. O Vale do Silício faz parte de uma área maior em torno da baía de São Francisco onde se estabeleceram numerosas indústrias de alta tecnologia.Esses tecnopólos também são encontrados no interior das tradicionais regiões industriais que vêm se modernizando, a exemplo da região industrial de Frankfurt, na Alemanha, ou ainda daquelas que procuram sair de uma situação de estagnação, como no caso da região de Turim, na Itália, ou de Lyon, na França.O sistema just in time exige também uma reorganização do território. As firmas subcontratadas pelas grandes empresas se aglomeram em torno da planta terminal de produção, criando um novo tipo de aglomeração produtiva.Esse é o caso da fábrica da Volkswagen, instalada em Resende, no Estado do Rio de Janeiro, que vem atraindo outras empresas que produzirão, no próprio terreno da fábrica da Volkswagen, componentes utilizados na montagem de ônibus e caminhões.Sem nenhuma dúvida, vivemos hoje mudanças profundas que se refletem no mundo do trabalho. Para os mais otimistas, a questão do desemprego tecnológico será resolvida pela própria tecnologia avançada que estimulará o surgimento de novos setores produtivos e de atividades humanas a eles ligados, exigindo, assim, novos trabalhadores. Para outros, o sonho dos empresários de fábricas sem operários está prestes a ser realizado.Também nos setores agrícolas e de serviços, as máquinas substituem o trabalho humano. Corporações multinacionais fazem notar que estão cada vez mais competitivas, e ao mesmo tempo anunciam demissões em massa. A questão que se coloca neste final de século é a seguinte: para onde vão os trabalhadores? A resposta dependerá da posição assumida pelas sociedades como um todo.http://www.geocities.com/geo_mundi/geral11.htm. Geografia. Telecurso 2000,volume 2, Fundação Roberto Marinho.SP:Globo, 2000, p.60-65.Leitura do texto.Organizem-se em grupos de 5 alunos e  preparem as atividades para a  apresentação no coletivo.1-  Relacionem  a leitura do texto 2 com a leitura do texto 1.  O texto 2 amplia os conceitos trabalhados  no texto 1? Explique.2- Encontrem uma “ possível resposta” para a pergunta lançada no final do texto 2.3-  Localizem os países mencionados no texto,  em mapa-múndi  selecionado no Atlas.4-  Recontem, em quadrinhos, o processo histórico de reordenamento do território na 2ª e 3ª Revolução Industrial.  Atividade de casa :         Procurem poemas, letras de músicas,  ilustrações e propagandas que ilustrem os texto.

Glossário:- Regionalizar significa dividir o espaço em regiões ou áreas que tenham  características importantes em comum.- Regionalizar o mundo: São critérios de agrupamento das nações em grandes regiões ou conjuntos regionais.-Região- O conceito de região, associado à noção de diferenciação de área, vem perseguindo a história moderna do pensamento geográfico ao lado da paisagem, espaço, lugar e território. O grande debate em torno da região  centrou-se na busca de um método que desse identidade à Geografia diferenciando-a das outras ciências.  Sua

primeira abordagem foi o de região natural trabalhado pelos geógrafos físicos na concepção de superfície  terrestre identificada por uma combinação de elementos da natureza traduzidos na paisagem natural. Por longo tempo, a produção acadêmica e a sua transposição didática se nortearam nessa concepção.  A  noção de região e de regionalização foi, posteriormente,  enriquecida pela de paisagem natural e paisagem  cultural:  o sertão e o sertanejo, a Campanha gaúcha e o gaúcho, a Amazônia e os povos da floresta, as regiões frias com os esquimós e as desérticas com  povos nômades. Essa noção permeou a  regionalização escolar ampliando a concepção de região natural demarcando os lugares de identidade referenciados nos seus  habitantes.Regionalidade: ela se evidencia como base territorial dos regionalismos, abrindo possibilidades de discussão sobre as identidades regionais e movimentos políticos que tem, no Nordeste brasileiro, um exemplo típico de regionalismos e política - a seca, o sertanejo, o coronelismo, as bases políticas - ampliando o entendimento da sociodiversidade, diferenças, semelhanças e identidade territorial expressas nos localismos (Bexiga em são Paulo), nacionalismos (Leste Europeu/África), separatismos (Triângulo Mineiro em MG), anexação/fragmentação (Alemanha, Iugoslávia, URSS), recortes/partilhas ( Palestina).Regionalização seria o recorte metodológico para identificar a diferenciação ou a desigual  distribuição dos fenômenos no espaço, ou seja,  a formação e transformação de regiões desde a sua dissolução até o seu ressurgimento, num processo constante de fragmentação e integração de territoriesRegião-território quando se passa a conviver com uma intensa globalização e fragmentação mas, que também se vê fortalecida pelas reivindicações de identidades regionais/territoriais/culturais representadas  por organizações de grupo e movimentos sociais que vão numa planetarização dos bascos  aos tibetanos, passando pelos sérvios, albaneses, curdos, palestinos, judeus, hindus, sikkis, hutus, tutsis. Nesse movimento há um deslocamento constante de migrações forçadas  como as dos refugiados tibetanos, albaneses, sérvios   ou sazonais como a dos nordestinos  redefinindo na reterritorialização a rede regional.  Ela se constitui numa rede de relações de identidade político-cultural  que vão da escala local de um bairro à mundial de conflitos diversos.Regionalismo  identificam as relações socioculturais de um  lugar apropriado  simbolicamente por  um grupo (palestinos, hindus, judeus, curdos, bascos, albaneses). O que se questiona é a crise do Estado-Nação. De espaço de referência identitária político, econômico, cultural eles passam a revelar o crescente processo de exclusão social trazendo a tona nacionalismos,  regionalismos, identidades étnico-religiosas redefinindo territórios.Mercados: corresponde ao fluxo de mercadorias, capitais especulativos, informações que circulam pelo mundo através de empresas, transnacionais ou não. Os países que mais recebem investimentos podem ser classificados em dois grupos: os desenvolvidos liderados pelos EUA e os considerados em desenvolvimento ou emergentes, encabeçados pela China.

OP- 24   Diversidade cultural Porque ensinarDurante muito tempo a economia e a configuração territorial foram os mais importantes enfoques do tópico tratado nos livros didáticos, ou seja, o papel das diversidades culturais não aparecia. Entretanto, como a regionalização acaba sendo uma artimanha da globalização, a cultura precisa ser discutida no desenho do mapa do mundo. Se há um movimento de fronteiras, há a justificativa de se analisar, em que a cultura, na sua diversidade, provoca tal mobilidade. Conhecê-las é começar a levantar dados para se fazer uma análise dos aspectos mais importantes tanto da regionalização, quanto da fragmentação. A diversidade cultural, na abordagem geográfica, está sendo pesquisada na Geografia Cultural. O geógrafo cultural não se especializa em descrever padrões de comportamento humano, mas em avaliar o potencial técnico de diferentes comunidades humanas em modificarem os seus habitats. Tais modificações provocam cenários diferentes, evidenciam as justificativas da mobilidade das fronteiras e a luta de diferentes grupos étnicos, em muitas das vezes, por um território.Condições para ensinarÉ importante que o aluno esteja com o conceito de cultura, de identidades étnicas e nacionais, de nacionalidade, de nação e território, bem claros, uma vez que o trabalho demandará tais construções conceituais. Ou, se ainda não estiverem bem formadas, é uma ótima oportunidade para retrabalhar os aspectos a eles relacionados. O quê ensinarAspectos o meio técnico científico informacional impregnou aquele grupo, sua cultura, e se expressa em seu habitat.Os fenômenos culturais que explicam as identidades regionais de vários povos da Terra.A extinção e descaracterização do modo de vida dos povos da terra que não se desenvolveram de acordo com o movimento da globalização.A construção das identidades dos povos com suas paisagens e regiões em destaque com as questões climáticas.Como ensinar

Discutir exemplos traz sobre a globalização cultural, comportamentos, consumo.É importante também selecionar no Brasil quais são as culturas que provocam regionalizações muito típicas que atribuem identidades como as das quebradeiras de coco babaçu. As questões específicas dos povos do deserto, nômades, aborígenes, pessoas que vivem próximas às condições específicas do clima desértico devem ser trabalhadas com leitura de mapas e de paradidáticos.2. Com um mapa múndi avalie os alunos legendando paisagens culturais.3. Testes do banco de itens sobre o tópico.4. Auto-avaliação dos alunos com o tema- O que aprendi sobre as regionalizações do mundo contemporâneo através das paisagens culturais: listar.RA-23   Seqüências didáticas: as redes virtuais recriando novas identidades culturais e redes de so lidariedade Objetivos:- Identificar o conceito de território explicando-o através das noções de exclusão, marginalização, segregação, identidade, relacionando-o à complexidade dos cotidianos das cidades em suas divisões e demarcações espaciais. Desdobramento da habilidade:- Identificar o conceito de rede na dimensão socioespacial.- Explicar o papel das redes e sua territorialização e desterritorialização no espaço mundial.- Enumerar as redes técnicas da globalização, classificando-as de acordo com sua função no processo de ordenamento do capital.- Ler textos interpretando-os e preparando-se para o debate sobre as redes solidárias na inclusão digital.- Investigar sobre as redes solidárias da inclusão digital inferindo sobre as mudanças socioculturais e políticas. - Analisar textos sabendo argumentar,  refletir e conceituar sobre redes e territórios.- Compreender o papel das redes virtuais na vida dos adolescentes, analisando a exclusão e a inclusão desses sujeitos na rede digital.- Avaliar, no estudo da rede, os avanços no processo de inclusão digital, para a construção de novas relações com a sociedade da informação.Pré-requisitos:- Noções de meios de comunicação e transporte que compõem as telecomunicações e sua importância na vida do homem moderno.- Identificar as mudanças mundiais resultantes do movimento/circulação das idéias, pessoas, produtos.- Identificar, no movimento  sociocultural  da sociedade, o papel da  informatização.- Ter noção de sociedade da informação e identificar seus elementos.- Diferenciar a rede técnica das telecomunicações das redes ilegais da sociedade.- Saber pesquisar em diversas fontes de informação tendo habilidades relacionadas à leitura, seleção da informação, interpretação e síntese. - Ter hábito de  registrar as leituras combinadas em sala e extra-classe, sabendo dialogar sobre elas em diferentes situações de aprendizagem.- Ler, interpretar e analisar textos, documentos, vídeos relacionado-os com outras linguagens  e disciplinas.Descrição dos procedimentos:Entre os temas  que retratam a globalização e a sociedade da informação, a rede e o  território, estão entre os que revelam maior polêmica e complexidade. Essa discussão faz parte do cotidiano  dos alunos na vivência com a informática, na escuta televisiva e na leitura de periódicos como jornais, revistas e boletins eletrônicos, enfim, na informatização.Para maior esclarecimento desse tópico deve-se ler a Orientação Pedagógica sobre ele e, em seguida, trabalhar este roteiro de atividade e suas seqüências didáticas.Propomos algumas seqüências que podem ser ampliadas em cada sala de aula em função dos desejos de aprendizagem dos alunos, curiosidade e  problematizações. Vejamos: Atividade de problematização e levantamento dos saberes da turma sobre:Aula dialógica, respondendo:1- Desde antigamente as pessoas usam diferenciadas maneiras  de comunicação e deslocamento. E, hoje, quais são os meios de comunicação e deslocamento mais usados?2- Que meios de comunicação e transporte são mais utilizados e consumidos pela humanidade? E pela turma? E por você?  Organizem os dados da turma em tabelas e gráficos.3- Identificar o uso/consumo dos meios de comunicação usados pela turma:a) consumo para lazer, diversão e informação.b) Horário de usoc) Quantidade de uso e consumo

d) Uso para estudo, pesquisa e informação.4- Os meios de comunicação são inclusivos e interativos?5- Produção coletiva de um texto:Como seria o dia a dia das pessoas sem as telecomunicações?6- Organizar com criatividade uma colagem sobre os meios de comunicação e transporte que esclareça  seu uso e utilidade e justifique seu consumo de forma sustentável. Atividade de interpretação de textos com debate. 1- Leia os textos organizando um glossário das palavras não entendidas.2- Identifique os conceitos de rede e território. Explique-os.       3-Dê um título a cada  texto      4-O que significa “plugado na rede”? Você se inclui nessa  caracterização? Explique.5-Como você avalia a importância da Internet no mundo atual?6- È possível a inclusão digital? Justifique com dados do texto 3.     Texto 1 Título_____________________________________________________         A necessidade e o desejo de comunicar-se, de conhecer lugares, territórios, regiões transformaram o espaço e possibilitaram o desenvolvimento de processos que variam de dimensões em função do comércio, dos serviços, da indústria em seus movimentos de transformação. São processos que contêm um duplo movimento: de um lado, o de conectar pessoas, mercadorias e idéias e, de outro, o de excluir lugares e pessoas desse fluxo. Assim, as redes de transportes e comunicações foram modernizando-se e inserindo-se no contexto técnico-científico de cada época, aproximando e distanciando lugares e pessoas.          As telecomunicações formam redes possibilitadoras de intercâmbios entre empresas, entre elas e pessoas, entre povos e suas ideologias determinando a reorganização do território.                   As redes podem ser financeiras , comerciais, industriais e culturais envolvendo a micro eletrônica e a informática. A sua virtualidade e o poder de comunicação modernizam o espaço tornando-o complexo, dinâmico, versátil, veloz, fluido e volátil         As redes estudadas na Geografia mostram o movimento de desorganização e reorganização dos territórios e lugares, em função de seu uso pelas pessoas, povos, grupos. Elas estão presentes na circulação de produtos , idéias, pessoas modificando a vida  na sociedade e impondo um novo modo de agir, pensar e usar o espaço.O planeta está plugado em rede,  mas é preciso saber, o que isso significa: quem tem acesso à comunicação virtual? Quais são os excluídos?Sabe-se que 81% da população do planeta não têm acesso à rede digital, o que torna o acesso à  Internet desigual. Segundo os dados da CI Almanac (2004), 88% dos brasileiros ainda não têm acesso à internet. Em 2002, o IBGE constatou que, apenas 16,3% das residências brasileiras possuíam computadores.A exclusão  digital está relacionada  à desigualdade social, instalada nos setores de menor renda. A sociedade moderna de consumo dos meios de comunicação – livros, jornais, rádio, telefone, TV e Internet- não se expressa somente no acesso ao bem material, ela reflete a precariedade do aproveitamento do potencial oferecido por esses instrumentos de comunicaçãoe informação. Esta questão torna-se grave  nas relações e no mercado de trabalho. Não estar incluído na rede digital significa grandes dificuldades para se conseguir emprego ale de  reduzida expressão na dinâmica da informação e perda de cidadaniaUma série de novas tecnologias, dentre elas as fibras óticas, barateou os custos e popularizou o uso dos meios, como telefone, fax e computador.Dependendo da forma como são utilizados, os sistemas técnicos também podem ser acionados na construção de redes que provocam conflitos e desorganização do território. São as movimentações ilegais de produtos, pessoas e idéias: o cartel do narcotráfico, as máfias e gangues de drogas e seqüestros; o comércio de órgãos e pessoas, a lavagem de dinheiro “sujo” e o terrorismo internacional.Entre os meios de telecomunicações, a internet é o que apresenta maiores taxas de expansão. Em 1999 a rede contava com cerca de 200 milhões de internautas, contra 50 milhões em 1996. Em 2003 já havia 690 milhões de internautas no mundo, segundo  a União Internacional de Telecomunicações ( UIT). Os EUA são o país que possui o maior número de pessoas conectadas, seguido do Japão, do Reino Unido e da Alemanha. O e-commerce (venda de produtos e serviços pelo comércio eletrônico) também tem crescido de forma acentuada. Por exemplo, na América Latina ele aumentou 180% entre 1998 e 1999, alcançando 180 milhões de dólares.Texto 2 –Título: ___________________________________________ A união das companhias norte-americanas Sprint e MCI WorldCom, um negócio de 129 bilhões de dólares fechado em outubro de 1999, dá a dimensão da importância estratégica do setor das telecomunicações neste fim de século. A empresa surgida da maior fusão da história torna-se a segunda mais importante dos EUA, atrás apenas da gigante AT&T. Na Europa, a Olivetti disputou com a alemãDeustche Telekom (e ganhou) a Telecom, também italiana, por 33 bilhões de dólares, cifra

recorde para o continente.O setor de telecomunicações – que abrange o rádio, a televisão e o sistema de telefonia, telex, fax e internet – cresce a uma taxa de 6% ao ano. Em 1999 elas faturaram 1,2 trilhão de dólares em equipamentos e serviços, 50% mais que o produto interno bruto (PIB) brasileiro. A União Internacional das Telecomunicações (ITU) projeta para 2000 a cifra de 1,3 trilhão e dólares. Segundo ela, o total de linhas telefônicas no mundo aumentou de 530 milhões em 1990 (519 milhões fixos e 11 milhões de celulares) para 1,5 bilhão em 1998 (850 milhões fixos e 300 milhões celulares). Em 2002 serão mais de 1 bilhão de aparelhos fixos e 500 milhões de celulares, irregularmente distribuídos: nos países pobres, apenas 1% da população tem telefone. Nos ricos, o número é 50%. A Tailândia tem mais telefones do que todo o continente africano. O sul da Ásia, onde vivem 23% da população mundial, responde por apenas 1% dos usuários totais da Internet.Texto - 3Título ________________________________________________________________ A crescente complexidade associada à luta contra a desigualdade  social sugere novos desafios ao planejamento estratégico das ações governamentais  e aos formuladores de políticas sociais. As políticas dirigidas à diminuição da exclusão digital  devem ser um componente das políticas públicas, mas não uma resposta para todos os problemas  sociais e econômicos. O mesmo vale em relação à educação e aos problemas gerados pelo declínio da performace escolar. A procura de receitas simplistas é uma constante  nos países em desenvolvimento, e a Internet é importante demais para que seja agregada  ao círculo de formas miraculosas, que são posteriormente abandonadas por não responderem às falsas expectativas.       (...) as políticas públicas  devem coordenar o desenvolvimento de infra-estruturas - com o objetivo de aumentar as sinergias entre as diferentes redes fiscais, estradas, linhas elétricas, telefonia e fibra ótica – e a promoção da universalidade dos serviços, com a criação de incentivos  para que as empresas privadas invistam diretamente nas áreas menos favorecidas  e para viabilizar serviços a custos suportáveis.        (...) a urgência das tarefas não pode ser uma justificativa  para o investimento maciço de forma  precipitada em áreas que exigem experiências piloto, adequação  às condições locais, treinamento dos usuários, apoio técnico e sistemas de avaliação, como é o caso em particular , da instalação de Internet  nas escolas e telecentros  comunitários.         (...) deve-se levar  consideração que investimentos em acessos coletivos devem ser acompanhados  de capacitação humana  local. Representa um desperdício de recurso  gastos em infra-estrutura de comunicação e equipamentos de acesso se, no local onde se encontram os usuários  potenciais , não existem pessoas capacitadas para o aproveitamento adequado  da informação transmitida.  A Internet permite alcançar lugares remotos com excelentes programas educativos, mas essa possibilidade  não substitui nem resolve  a falta de professores  com uma formação mínima  - típica de locais  distantes - , e capazes de fazer bom uso do material disponível.      (...) é fundamental a formulação de políticas que assegurem o desenvolvimento de telecentros.  Os modelos de telecentros  deverão se adaptar aos diversos contextos  locais e deverão ser desenvolvidos diretamente  pelo setor público  com apoio das ONGs e empresas. A criação de pontos de acessopúblico  deverá combinar, criativamente, uma variedade de tipos de telecentros. Assim, por exemplo, pode-se visualizar um modelo  num determinado bairro de população carente ou em pequenos municípios,  onde sejam instaladas pela iniciativa privada  vários pontos de acesso coletivo  junto com um telecentro  multipropósito, apoiado pelo poder público, que ofereça cursos, oriente a população no uso da Internet e funcione  como plataforma  das associações locais  para elaborar sites  com informação sobre a vida da comunidade.      (..) é fundamental desenvolver parcerias  entre as ONGs, empresas e gverno, nas quais as ONGs e as empresas ocupem um lugar importante como fonte de inovação e terceirização de certos serviços, sem que isso signifique  a isenção de responsabilidade  do Estado. Pelo contrário, a luta contra a exclusão digital depende antes de tudo, da capacidade de ação do Estado de aproveitar o impulso do mercado e das experiências-piloto  das ONGs, para assegurar aos setores mais pobres  da população  a integração na sociedade global e a participação  em sua construção.    SORJ, Bernardo. [email protected]: a luta contra a desigualdade  na sociedade da informação.RJ:Zahar/UNESCO, 2003, p.73-75.    Atividade de investigação sobre uma rede de solidariedade digital – Estação Futuro      A ONG Viva Rio é uma rede de solidariedade que compõe com o Terceiro Setor brasileiro. Atua no estado do Rio de Janeiro e surgiu na Campanha contra a fome, em 1992. Intensificou sua campanha de mobilização  social organizando projetos voltados para as comunidades de baixa renda, direcionados para a segurança  e direitos humanos. A  ONG Viva Rio desenvolveu parcerias com instituições locais construindo uma ampla rede solidária  com 668 parcerias locais, entre associações de moradores, ONGs, sindicatos e cooperativas, batalhões militares, rádios comunitárias, igrejas e presídios. Esta ONG desenvolve projetos de educação, comunicação, desenvolvimento comunitário, segurança, direitos humanos,  esporte, voluntariado e meio ambiente.

         Entrem no site  www.vivario.org.br e investiguem os impactos  dos serviços digitais  no desenvolvimento criativo dos usuários, nas suas práticas de resolução de problemas sociais, políticos e de comunicação.          Identifiquem e descrevam as ações dessa rede de solidariedade digital  nos seus avanços  na comunicação, saúde, política e cultura.         Analisem o significado de inclusão digital explicando as  intervenções na espacialidade das favelas e municípios cariocas.           Planejem a consulta e usem o espaço do laboratório de informática. Trabalhem em quartetos em cada computador. Acessem o site e questionem os dados interagindo com as informações da ONG. Registrem os dados coletados  e  preparem para o debate.         Dialoguem com alguns usuários  da Estação Futuro, na faixa etária entre 16 e 26 anos de idade. Procurem indagar sobre sua inclusão digital (como participam? Em qual programa se inserem? O que mudou em suas vidas? Quais são os sites mais acessados e o  tempo no computador?)         Debate e argumentação:É possível construir uma nova referência  para os moradores da favela  e de outras comunidades excluídas da espacialidade urbana? Qual a sugestão da turma?          Produção coletiva de um texto expressando a compreensão da turma sobre a inclusão digital nas favelas e municípios cariocas, expressando e ampliando em escala nacional  a importância da rede de solidariedade digital e cooperação na sociedade brasileira. Pode ser também, uma propaganda incentivando a inclusão digital. Oficina de solidariedade         A rede de solidariedade estudada movimenta  pessoas e instituições e amplia as relações com outros lugares através de interesses comuns.  Essas redes podem possibilitar a construção de ações mais solidárias nos espaços da cidade? Você participa ou já participou de alguma? Gostaria de participar? Glossário:Fibra ótica: tecnologia que revoluciona as transmissões por cabos, foi inventada na década de 70 e proporcionou um enorme impacto nas telecomunicações. No Brasil é produzida pela Telebrás, na cidade de Campinas-SP.  Feita de vidro e com a espessura de um fio de cabelo, a fibra ótica transporta sinais de vídeo e voz à velocidade da luz. Ela é uma das mais importantes invenções no campo das comunicações e sua capacidade de transporte de informações é praticamente ilimitada. Os limites, na verdade, são impostos pelos equipamentos eletrônicos aos quais os cabos se conectam. Hoje, com os equipamentos que se conhece, um cabo com 36 parede de fibra permitiria 1 milhão de telefonemas simultâneos. Fonte: Folha de S.Paulo – 1O. de agosto/95) - Redes telemáticas – São as conexões que articulam as telecomunicações com as novas tecnologias da informática. - Inclusão digital - a Internet como direito de todos os cidadãos via as  políticas públicas de disseminação de recursos. O Brasil defende o uso de softwares livres.- Exclusão digital – um grande número de pessoas que não têm acesso à sociedade da informação: rádio, TV, jornais, revistas, computador, Internet. Tal exclusão prejudica sua formação e impede sua qualificação para trabalhos mais qualificados e de melhor remuneração.  Apenas 20% da população do mundo tem acesso a ela.- Rede solidária – organização de pessoas  de várias identidades de formação e classe social  que se unem, visando a desenvolver relações mais cooperativas e humanitárias que contribuam para um mundo mais humano.Terceiro setor -  envolve o Estado como primeiro setor, agrupando os organismos públicos; o mercado é o segundo setor, reunido as organizações empresariais e privadas; as entidades, instituições, associações, fundações constituem o terceiro setor que ajudam a preservar a cidadania, o  ambiente e segurança das pessoas , viabilizando a justiça social e a qualidade de vida. Planeta interligado: devido à popularização da Internet que revolucionou o mundo promovendo gerando a sociedade da informação que vem mudando hábitos, trabalho, lazer e convivência. Em 2005 havia 1,2 bilhões de usuários.

OP- 25   Redes técnicas das telecomunicações Por que ensinarNo mundo globalizado os meios de transporte e comunicação promovem um fluxo cada vez mais intenso das pessoas e produtos entre lugares e regiões. O avanço da tecnologia e da pesquisa acelerou as comunicações, superou as fronteiras, encurtou as distâncias e tornou possível a comunicação do real no virtual, promovendo a instantaneidade de informações e a interação de culturas. Passou-se a conviver num planeta cada vez mais veloz e integrado.

Na Geografia, o estudo do movimento dos fluxos dos transportes e comunicações, permite contextualizar o uso do espaço pelos homens, produtos, mercadorias, informações, ordens e possibilita questionamentos sobre as inovações dos serviços e do comércio a partir da revolução das fibras ópticas com a geração dos equipamentos digitais. As problematizações podem ser analisadas em três perspectivas: o avanço tecnológico desses serviços modificando o processo de produção e circulação de produtos, idéias, trabalho, recriando o arranjo do campo e das cidades; o surgimento da sociedade da informação que gera lazer, conhecimento, trabalho, produção, compras dentro da comunidade eletrônica, dando origem um novo espaço - o ciberespaço; as políticas de luta contra a exclusão tecnológica que representa uma dimensão da desigualdade social e sugere novos desafios ao planejamento estratégico das ações governamentais e aos formuladores de políticas sociais. Essas perspectivas precisam ser analisadas com foco na importância do uso das tecnologias a serviço da preservação do planeta e da perversidade das redes ilegais.Condições para ensinarCientificamente o conceito de redes técnicas explica a revolução tecnológica da informação e sua penetração em todas as esferas da atividade humana, evidenciando a complexidade da nova economia, da sociedade e da cultura em formação.As novas tecnologias e métodos gerenciais deveriam promover o aumento da produtividade, do bem-estar dos indivíduos e a redução das disparidades entre as nações. No entanto, o processo de tecnificação do espaço só beneficiou os países ricos, suas multinacionais e o capital financeiro. Nos países pobres permanece a luta contra o desemprego, a busca da qualificação da mão-de-obra e de solução para o trabalho informal em expansão.No espaço de vivência essa idéia-chave traduz-se no consumo e uso das idéias e produtos que circulam na mídia televisiva, jornalística e eletrônica e nos produtos que tornam a vida cada vez mais artificial e veloz. A essas vivências tecnificadas do lugar, agregam-se as contradições de maior visibilidade representadas pelo emprego informal que se espalha pela cidade É preciso que o aluno desenvolva idéias prévias sobre os conteúdos conceituais a serem estudados e que contenham:•O papel das comunicações no passado e no presente•O desenvolvimento das telecomunicações alterando os cotidianos urbanos e rurais•Os meios de comunicação nos países ricos e pobres•As grandes invenções humanas nas comunicações superando as barreiras do tempo e do espaço•Noções de telecomunicações, fibras ópticas, rede digital, internet, infovias, sociedade da informaçãoO que ensinar1. As grandes invenções humanas nas comunicações: da permanência do arranjo espacial à modernidade no processo de globalização.2. O desenvolvimento das telecomunicações alterando o processo de produção e a circulação de mercadorias, reduzindo distâncias e globalizando idéias;3. As infovias circulando informações e gerando lazer, conhecimento, trabalho, produção, compra dentro da comunidade eletrônica, dando origem um novo espaço - o ciberespaço.4. Os serviços inteligentes encurtando distâncias e reduzindo o trabalho humano.5. As redes ilegais nos meios de comunicação relacionadas aos paraísos fiscais.6. Os fluxos de capitais especulativos, de mercadorias, de informações e de pessoas.7. As modificações no mundo do trabalho: elevação do desemprego, expansão da informalidade e as tendências do emprego no mundo.Como ensinarNo processo de produção e ampliação do conhecimento escolar, a partir do banco de dados, é possível planejar a atividade de um debate envolvendo dois grupos: a defesa da tecnificação do espaço geográfico com a ampliação e instantaneidade das comunicações e automatização dos serviços e comércio; o da contraposição de idéias, conceitos e noções sobre as vantagens da tecnificação do espaço a partir da automação gerando o desemprego e a informalidade e a exclusão social/digitalO produto do debate conceitual do tópico pode ser a produção de um clipping ( jornal de recortes variados e artigos diversos da mídia que mostrem dados do avanço e benefícios da tecnificação do espaço para a melhoria da saúde, dos transportes, das facilidades de leitura de mundo, nas informações da rede de comunicação, das possibilidades de lazer e entretenimento e, por outro lado, a não superação do desemprego em função robótica, da informatização de serviços e a necessidade de mão-de-obra cada vez mais qualificada e escolarizada. Deve conter a opinião dos alunos em pequenas frases ou textos resultantes de suas reflexões ou mesmo proposições e ações que possam contribuir para relativizar as desvantagens do avanço tecnológico das redes do capital no município. A distribuição do clipping, na escola e na comunidade, visa a movimentar o espaço escolar na busca de alternativas para a geração de emprego local.RA-22   Trilha imaginária: volta ao mundo usando vários tipos de transporte

Objetivos:- Reconhecer a velocidade e eficiência dos transportes e da comunicação em decorrência do desenvolvimento técnico científico e processo de globalização em curso.- Diferenciar os processos de tecnificação  do espaço em suas temporalidades. - Compreender a modernização resultante da revolução tecnológica, seus conflitos e contradições, gerados na forma como se distribuem seus benefícios pela humanidade- Realizar os combinados e partilhar de forma solidária as atividades planejadas.- Manifestar opinião a partir de dados coletados em registro oral e escrito.- Envolver-se no debate sabendo argumentar e dialogar com as informações coletadas.- Tratar os dados coletados com objetividade, responsabilidade e crítica.- Criatividade e criticidade na organização do álbum.Pré-requisitos:- Conhecer noções de meio de transporte.-Diferenciar  nas telecomunicações os meios de transporte e os meios de comunicação.- Comparar nas várias temporalidades a evolução dos meios de transporte.- Conhecer as noções básicas do setor de serviços referentes aos  transportes e suas classificações.- Identificar em imagens os  tipos de transporte.- Diferenciar transporte de acordo com suas tipologias.Planejamento coletivo:1-Distribuição e seleção dos meios de transporte: Hidrovia Tiête-Paraná ( Barra Bonita a Porto primavera); Ferrovia:  Norte – Sul ( de Goiânia a Imperatriz) ou a Ferrovia Darjiling -Himalaia ( Índia que é patrimônio da humanidade), ou mesmo Expresso Oriente ( lendo texto literário de Agatha Christie, Assassinato no Expresso Oriente) no percurso da Turquia à Alemanha); Rodovia Br 116 ( de norte a sul do Brasil), Transporte Aéreo S A –TAM voando  do Brasil ( SP) para Paris (FR); Metrô  de uma das metrópoles brasileiras( de um terminal a outro).2- Preparação e combinados:1- Organização do roteiro de observação da paisagem do percurso, da coleta de informações e registros. 2-Escolha do material para registro: gravuras, textos, poemas, músicas, textos literários3- Formação de  cinco  grupos de trabalho: 3- O que observar:Tipo de transporte usado__________________________________________________________Tipo de carga e especialização no transporte________________________________________História e memória desse transporte _______________________________________________Modernidade: eficiência, velocidade, riscos, qualidade ________________________________Problemas ambientais ___________________________________________________________Tipo de usuário _________________________________________________________________Localização dos terminais, portos, estações, aeroportos _______________________________ 4- O que registrar:         O que identificar e problematizar sobre  os meios de transporte no Brasil e no mundo.         O que  despertar a curiosidadeO que chamar a atenção referente à exclusão no transporte urbano, sobretudo, o metropolitano .O que julgar necessário para criar e melhorar os meios de transporte e a qualidade de vida das pessoas na cidade e no campo.As contribuições para diminuir os impactos socioambientais.A legislação no trânsito e o papel do governo nas privatizações e gerenciamento das rodovias e ferrovias, portos, aeroportos.5- O que mapearObservar no Atlas e nos livros didáticos sugeridos, os percursos utilizados, de acordo com o meio de transporte. Organizar o mapa com o roteiro da viagem. Se possível ilustrar o mapa com gravuras dos trechos mais significativos. Glossário:Agência Nacional de transporte (ANT) – órgão estatal que controla, fiscaliza e concede concessão de expansão do sistema de transporte às empresas privadas.Hidrovia Tietê Paraná – é uma obra viária formada por uma imensa malha fluvial interligando as águas das bacias do Tietê/Paraná  em 4 estados:SP. PR, MS, GO para escoamento de grãos, calcário, areia e outros, em barcaças que conectam-se com ferrovias e rodovias, numa perspectiva intermodal.Investimento no setor de transporte, construção de rodovias, ferrovias, portos, aeroportos, dutos, etc, era essencialmente função do Estado, que atuava por meio das empresas estatais ( Portobrás, RFFSA, CVRD, Petrobrás, Docas, etcPrivatização:  Na década de 90, o Estado muda a política de gerenciamento  com as concessões de exploração e administração pelo setor privado. As ferrovias, portos, rodovias, aeroportos continuam

pertencendo ao Estado, mas sua administração, manutenção e melhorias são responsabilidade de empresas privadas- concessionárias.Ferrovia Darjiling—Himalaia tem trilhos com bitola de apenas 61 centímetros num gradiente de 1 para 22,5 e vai até Ghoom — a estação de trem mais elevada da Índia — a 2.258 metros acima do nível do mar. Essa estrada de ferro tem três curvas em espiral e seis ziguezagues reversos. Sua parte mais famosa é a Batasia, onde os passageiros ficam com vontade de pular do trem, escalar a encosta gramada e subir de novo no trem depois que ele faz a curva. A parte mais emocionante dessa viagem é quando se consegue observar a montanha Kangchenjunga, a terceira mais alta do mundo. Em 1999, a ferrovia ganhou da Unesco o status de Patrimônio da Humanidade, assegurando o seu futuro.Transporte Intermodal - é a integração dos serviços de mais de um modo de transporte, com emissão de documentos independentes, onde cada transportador assume responsabilidade por seu transporte. São utilizados para que determinada carga percorra o caminho entre o remetente e seu destinatário, entre os diversos modais existentes, com a responsabilidade do embarcador.Trata-se de uma forma de conexão  entre ferrovias, rodovias, portos, hidrovias e aeroportos visando a agilizar o escoamento de produtos.Transporte Multimodal - é a integração dos serviços de mais de um modo de transporte, utilizados para que determinada carga percorra o caminho entre o remetente e seu destinatário, entre os diversos modais existentes, sendo emitido apenas um único conhecimento de transporte pelo único responsável pelo transporte, que é o OTM - Operador de Transporte Multimodal. Apresenta uma série de vantagens em relação ao intermodal: permite movimentação mais rápida da carga; garante maior proteção à carga; diminui os custos de transporte; dá mais competitividade internacional ao exportador; melhora a qualidade do serviço.

OP- 26   Território e redes Por que ensinarA globalização perversa unifica por meio das técnicas a informação cujo objetivo é ampliar o conhecimento dos homens sobre os objetos, o planeta e as sociedades que o habitam em suas inter relações. Isto significa que a informação, transmitida pela rede da comunicação, deveria levar a todos o conhecimento gerado na informação/pesquisa/produção. E, dessa forma gerar a sociedade da informação mundializada e cada vez mais democrática, complexa e solidária. No entanto, esses meios de comunicação em rede digital, mediado pelas infovias a serviço do capital, buscam em sua velocidade, instantaneidade e modernidade difusa, atender um público consumidor ainda restrito. Assim, cria-se a Geografia dos excluídos temporariamente, dos marginalizados pelo processo econômico e daqueles gerados pela globalização. Os excluídos são os desterritorializados do espaço geográfico por meio do analfabetismo, desemprego, saúde, moradia e agora pela informação, que levaria os sujeitos para um novo patamar civilizatório. Nesta lógica está a antiglobalização representada pelo Fórum Mundial de Porto Alegre que luta pelo interesse público e uma agenda internacional. Uma outra globalização em que interajam capitalismo e progresso tecnológico com justiça social e solidariedade.Condições para ensinarTanto o território (espaço definido e delimitado por e a partir de relações de poder) quanto a rede (fluxos, conexões entre lugares, por meio de produtos, idéias, pessoas, trabalho, cultura, informação, lazer, fluxo financeiro, fusões de transnacionais) têm servido ao capital para produzir mais, a menos custos, encurtar as distâncias utilizando meios mais rápidos de circulação, investir em centros de pesquisa para produzir novas tecnologias e materiais, utilizar a informática e redes de computadores para acelerar a integração de mercados por meio da comunicação virtual beneficiando pequena parcela da população. Nesta perspectiva, os alunos devem questionar como os processos da globalização financeira e econômica, continuam excluindo os países pobres dos benefícios gerados pela ciência e a tecnologia.Os adolescentes consomem telefones celulares, jogos eletrônicos e som digital influenciados pela rede técnica da publicidade em escala global, mas nem sempre questionam a globalização e a sociedade nessa vida civilizada e informatizada em relação à qualidade de vida, emprego e participação na sociedade da informação. Por isso, é preciso que você, professor/a, faça um recorte na territorialidade das favelas e sua exclusão de serviços públicos, sobretudo a segurança, para identificar como esse território foi dominado por gangues de traficantes que aí delimitam seu poder, elevando o número de mortes de jovens que poderiam ter um futuro de inclusão se compartilhassem de movimentos solidários (ONGs) e programas do governo orientados pela inclusão digital. As discussões com os jovens adolescentes devem versar sobre a superação dos valores de consumo individual alertando-os para a necessidade de participação em projetos que lutam pela melhoria das condições de vida dos habitantes da favela, as possibilidades de mobilização de recursos públicos e privados necessários à alfabetização digital e a capacitação intelectual e luta contra a pobreza. Assim, eles desenvolverão idéias prévias para a construção conceitual relacionada:

• ao território aplicado à escola, à cidade, à rua, à favela e espaços como o Fórum Social Mundial e Fórum de Davos;• à rede técnica como os fluxos de idéias que contribuem na construção do conhecimento e da sociedade da informação;• à globalização perversa que exclui os pobres e analfabetos.• à era digital e as possibilidades da inclusão digital nos países pobres, sobretudo, nas áreas de riscoO que ensinar1. As telecomunicações e a democratização da informatização.2. A civilização do consumo e as desigualdades sociais.3. O impacto da internet na sociedade brasileira e mundial.4. A exclusão digital e a desigualdade social.5. A inclusão digital e a cidadania.6. As noções de políticas públicas a serviço da inclusão digital e o papel das ONGs.7. O papel das redes virtuais na vida dos adolescentes, recriando novas identidades culturais.8. Os projetos de inclusão digital nos países pobres e ricos com enfoque no Brasil: empresas, Estado e ONGs.Como ensinarDe acordo com as habilidades propostas e as possibilidades de uso de materiais curriculares e estratégias pode-se pensar em duas seqüências didáticas que exploram os conceitos do tópico e os articulam interdisciplinarmente.1. Atividade de identificação e interpretação dos territórios de exclusãoA seqüência deve iniciar-se pela apresentação do tema pelo professor, valendo-se de informações que despertem a curiosidade e a vontade de conhecer seu significado geográfico e sua relação com a realidade. O material curricular de identificação do território de exclusão é a linguagem fotográfica de favelas e seus habitantes. As imagens devem ser selecionadas previamente pelo professor, compondo seu banco de dados. A atividade deve partir da identificação e localização cartográfica do lugar (estado, cidade, região); da descrição da paisagem no que se refere ao ambiente, as condições de sobrevivência e a espacialidade. Segue-se a interpretação da desterritorialidade em relação ao descaso das políticas e planejamento urbano, evidenciado na ausência de equipamentos urbanos e infra-estrutura. O aprofundamento deve ocorrer com a construção da noção interdisciplinar da territorialidade da favela como periferia das grandes cidades e metrópoles, integrada e excluída ao processo urbano. Questionar a proximidade dos consumidores de droga da classe média que transformam as favelas em territórios privilegiados da ação de gangues e traficantes. Estes controlam seu espaço físico e social, gerando um estado paralelo de violência armada. Essas noções facilitam a compreensão da articulação da rede ilegal do terrorismo urbano e do crime organizado que estão estampados no cotidiano da mídia. Ainterpretação de fotos permite a visualização da realidade na observação de detalhes da espacialidade da favela e da territorialidade de seus moradores. A problematização dessa territorialidade deve ser ampliada para os moradores jovens desse território. Quantos adolescentes convivem com essa violência? Como participam dela? Como se sentem nesse território do crime? Qual o futuro sonhado? Qual a realidade vivida? Dados do censo brasileiro mostram que em 2002 inúmeros jovens morreram nessa guerra que se torna epidêmica. Seria o momento de planejar uma pesquisa sobre o número de jovens que morrem, no mundo, em função de guerrilhas urbanas, tráfico de drogas, guerras etc. De posse dos dados coletados problematiza-se novamente, a inclusão dos jovens moradores da paisagem excluída, questionando o papel que vem assumindo a inclusão digital na luta pela segurança humana. Este é o caso de movimentos de ONG’s que se espalham pelo Brasil buscando resgatar a dignidade humana por meio de programas , campanhas e integrações com a comunidade na rede pela paz. Nesse momento, é possível trabalhar os valores da sociedade, relacionados à inclusão de jovens no mundo digital. Seria interessante organizar um painel com as descobertas dos alunos sobre as redes digitais de inclusãoO produto pode ser transformado em história em quadrinhos ou HG.Evidencie para os alunos como essas redes mostram uma espacialidade e territorialidade integradora. Como se classificam em redes da solidariedade que se contrapõem às redes ilegais do narcotráfico, do terrorismo, dos hackers cada vez mais vinculados à rede capitalista ilegal. Questione: as distâncias se relativizaram? Quem promoveu esse encurtamento entre os lugares? O mundo ficou mais cooperativo? Solidário? Para que serve a tecnologia? Para aproximar os homens ou distanciá-los? Como essa tecnologia vem sendo utilizada na guerra?(relembre das cenas da guerra do Iraque) Há “guerra de máxima precisão”? São múltiplas as questões com as quais os adolescentes convivem na mídia cotidiana. Por isso, indague sobre quais suas preferências de sites. Por onde navegam com mais freqüência. Quanto tempo usa o computador no cotidiano.Explore com os alunos as redes de solidariedade que trabalham com jovens retirando-os da área de risco do narcotráfico. Solicite que insiram na página depoimentos de adolescentes que vivenciam essa

experiência e como isso mudou suas vidas. É preciso que os adolescentes façam parte da luta pela inclusão digital e o direito de ser protagonista na sociedade da informação, construindo na escola novas relações de estudo/pesquisa/entretenimento. Essas questões suscitam novas problematizações relacionadas às políticas públicas, ao movimento de renovação do capital na rede das comunicações. Construa a página com a criatividade dos alunos de forma a conter chamadas, ilustrações, problematizações, encaminhamentos de solidariedade. Ensine-os a usar recortes de textos e imagens dos sites selecionados para compor a página.Organize uma página seguindo a instrução do portal da educacional do qual a escola deve filiar-se para fazer uso. Endereço eletrônico: www.educacional.com.br/alunos14/construtor/home.asp . Neste portal, no índice construtor de páginas é possível criar uma página seguindo as orientações. É só inserir o texto e imagens.RA-3   Redes e circulação

OP- 27   Globalização Por que ensinarA globalização é o ponto máximo de internacionalização do mundo capitalista. Dois elementos explicam esse novo momento histórico: o estado das técnicas e o estado da política. As técnicas se realizam através do trabalho e a política, das escolhas para seu uso. A globalização é produzida pela conjugação de um novo sistema de técnicas baseadas na informática, cibernética e eletrônica e de ações que dão sustentação a um mercado dito global. Mas será ele realmente global? A globalização transforma o modo de produzir, internacionaliza o capital financeiro, transforma a velha competição capitalista em competitividade eliminando toda forma de compaixão, acirra os individualismos e faz do desrespeito à pessoa a base da sociabilidade atual. Ao propor este foco no estudo deste tópico significa ir além dos aspectos econômicos e geopolíticos da globalização, posicionando-se criticamente em relação aos efeitos perversos espacializados nos territórios da exclusão.Condições para ensinarA palavra globalização é muito usada para se referir a integração das economias a um mercado global através do sistema técnico informacional. Este sistema técnico aplicado à produção, circulação e consumo de mercadorias idéias, informações tem como resultado uma das características mais importantes deste novo tempo: a aceleração. Outra característica é a simultaneidade possibilitada pelo sistema de infovias que constituem os atuais sistemas de comunicação por fax, internet, telefonia, televisão integrados numa rede global por meio de satélites e computadores. Os megaconglomerados transnacionais, a expansão dos fluxos financeiros que operam no mercado de ações comandando o cassino global da geração de lucro e a mundialização do comércio: os três dão ao tom na economia global. O que a turma sabe sobre a globalização econômica e financeira? Como vêem o papel das novas tecnologias em seu cotidiano e no cotidiano da cidade e do campo? Que novas espacialidades e territorialidades o uso das novas tecnologias produzem no espaço geográfico? De que modo a revolução informática influencia a cultura? Como isso é percebido no cotidiano? Que perguntas curiosas têm para colocar no debate de idéias? Desafie a turma a mostrar como a globalização pode provocar mudança no modo de vida das pessoas, no seu modo de vida, no modo de vida da sua família. Uma forma de sistematizar os saberes da turma é organizá-los em grupo convocando-os à produção de um cartaz a partir do título: como vemos o mundo. Esta atividade é a avaliação inicial, diagnóstica é deve ser registrada para acompanhamento das aprendizagens que serão propostas.O que ensinar• O uso dos códigos específicos da Geografia (mapas, gráficos, tabelas, etc.), na representação dos fatos e fenômenos relacionados à globalização política, econômica, cultural.• A espacialidade das cidades que informam as transformações sob a ótica da globalização.• As singularidades e generalidades de cada lugar, paisagem, território, região no processo de globalização.Como ensinarContextualização: existe realmente um “mercado global” como informa a mídia? Vamos aos fatos: “Apenas três praças, Nova Iorque, Londres e Tóquio concentram mais da metade de todas as transações e ações; as empresas transnacionais são responsáveis pela maior parte do comércio dito mundial; os 47% dos países menos avançados representam juntos apenas 0,3% do comércio mundial, em lugar dos 2,3% em 1960 enquanto 40% do comércio dos Estados Unidos ocorrem no interior das empresas.“ Santos, M.2000)• Seminário de textos sobre a globalização e debateContextualização: os textos devem ser selecionados de acordo com a sua disponibilidade no banco de dados do professor: são textos didáticos, paradidáticos e os veiculados nos jornais, revistas e na mídia eletrônica. A preparação do texto inclui a identificação de palavras cujo significado é preciso discutir com o grupo e o professor, a discussão das idéias centrais e a elaboração das questões problematizadoras que

serão apresentadas no debate. Entre os textos sugerimos o artigo de ELIAS, Denise. Globalização e modernização agrícola. Disponível emhttp://www.agbcuritiba.hpg.ig.com.br/Revistas/Rpg1/elias1.htm. Acesso 16/05/05. E o trecho do artigo do escritor português SARAMAGO, José: Este mundo de injustiça globalizada. Disponível emhttp://www.economiabr.net/temas/globalizacao.html. Acesso 16/05/05:

[...] Que fazer? Da literatura à ecologia, da fuga das galáxias ao efeito de estufa, do tratamento do lixo às congestões do tráfego, tudo se discute neste nosso mundo. Mas o sistema democrático, como se de um dado definitivamente adquirido se tratasse, intocável por natureza até à consumação dos séculos, esse não se discute. Ora, se não estou em erro, se não sou incapaz de somar dois e dois, então, entre tantas outras discussões necessárias ou indispensáveis, é urgente, antes que se nos torne demasiado tarde, promover um debate mundial sobre a democracia e as causas da sua decadência, sobre a intervenção dos cidadãos na vida política e social, sobre as relações entre os Estados e o poder econômico e financeiro mundial, sobre aquilo que afirma e aquilo que nega a democracia, sobre o direito à felicidade e a uma existência digna, sobre as misérias e as esperanças da humanidade, ou, falando com menos retórica, dos simples seres humanos que a compõem, um por um e todos juntos. Não há pior engano do que o daquele que a si mesmo se engana. E assim é que estamos vivendo.[...]

• Trilha no espaço de vivência com enquete aos transeuntesContextualização: os professores envolvidos na atividade devem fazer o percurso antecipado da trilha para levantar todas as possibilidades que ela oferece: visibilidade das novas formas espaciais e novas territorialidades, os símbolos e signos da globalização econômico-financeira e cultural, seus efeitos sobre a paisagem urbana. Que questões problematizadoras poderão ser feitas aos transeuntes na perspectivas de fazê-los participar, opinando sobre a paisagem urbana? Discuta com seus alunos e organizem a seleção por grupos.• Desafio com produção do texto em várias linguagensContextualização: “O homem é a base e o motor da construção de um novo mundo”. (Milton Santos) Que mudança de hábitos, valores, crenças nortearão a construção do mundo que desejamos? A partir dessa idéia convoque a turma a demonstrar seu desejo de um novo mundo valendo-se de textos poéticos, charges, história em quadrinhos, desenhos, índices do IDH contendo metas a serem alcançadas, RA-20   Trilha urbana: um olhar sobre o comércio Objetivos:-Selecionar temas e aspectos da espacialidade das cidades que informam as transformações sob a ótica da globalização. - Desdobramentos contidos na habilidade:- Reconstruir conceitos referentes ao setor terciário e ao comércio no território urbano.-  Planejar os elementos básicos de uma observação do real.- Identificar os tipos de comércio dando ênfase à sua diversidade e complexidade.- identificar os conceitos trabalhados em sala no espaço visitado: espacialidade do comércio,  relações de trabalho nessa atividade.- Realizar os combinados e partilhar de forma solidária as atividades planejadas.- Envolver-se no debate sabendo argumentar e dialogar com as observações e análises coletadas na trilha urbana.- Manifestar opinião a partir de dados coletados em registro oral e escrito.- Capacidade para tratar os dados com objetividade, responsabilidade e crítica.Pré-requisitos:- Conhecer a espacialidade da cidade e a distribuição do trabalho no comércio.- Conhecer as noções básicas referentes ao setor terciário tais como: localização, produção tecnologias, consumo etcIdentificar os tipos de comércio e localizá-los no mapa.- Diferenciar o comércio de  acordo com suas tipologias.- Identificar os tipos de trabalho no setor terciário  e as mudanças em suas relações.- Noções de cartografia para mapear o local visitado.- Noções de uso de foto para saber ler e legendar.- Interpretar textos relacionados ao comércio.- Trabalhar de forma cooperativa e solidária na produção de texto síntese. Roteiro - O  comércio no processo de globalização Atividade diagnóstico1-Onde compramos ( bairro, centro, shopping, mercados, armazéns, lojinhas, outros);2-Os produtos que usamos no cotidiano ( limpeza, higiene, alimentação, vestuário, trabalho, estudo, transporte, outros);

3-       Tipo de comércio que frequentamos - sofisticado, simples: tipo de loja, tipo de produto, qualidade, preço,  origem  do produto ( campo, cidade, metrópole, outros países). 4-       Produção de um texto-síntese sobre o comércio e o consumo dos colegas da sala. Atividade mediada pelo/a professor/a na biblioteca ou laboratório de informática 5-       Organização de um banco de dados sobre as fontes comerciais:  propagandas e rótulos de produtos diversos,  ilustrações, textos,  encarte ou cadernos de oferta de empregos. 6-       aprofundar conceitos sobre: ISO,  shopping, exportação, importação,  transnacional, multinacional,  comércio interno/externo, 7-       Apresentação do conceito de comércio através dos dados investigados.8-       Classificar dos tipos de comércio mais utilizados pelos habitantes das cidades,  considerando o  consumo  diário e  temporário; os mais sofisticados e os  triviais de acesso restrito e outros que achar necessário classificar. 9-       Discutir no grupo: As  mudanças no comércio  e a ampliação do consumo?10-   O crescimento do mercado interno e suas consequências. Esse comércio interno cresceu?  Transnacionalizou-se?11-   A expansão das exportações entrou em choque com o protecionismo? A mundialização da economia criou uma lógica de mundo cada vez mais consumista?  12-    Que lugares, regiões, países  desenvolveram mais largamente o comércio interno e externo? Esses países e regiões fortaleceram suas economias? Criaram áreas de influência? Passaram a dominar o comércio internacional? Por que tudo isso aconteceu?13-   Os fluxos da globalização do comércio estão presentes em sua cidade e no Brasil?14-   Como você identifica esses fluxos no mundo?15-   A globalização no comércio provocou  uma homogeneização e massificação no  consumo de produtos? Os produtos são parecidos em todos os lugares?16-   Há emprego para todos? O que aconteceu com o emprego? 17-   Organizar um texto geográfico utilizando as questões debatidas. Questionar  a globalização do comércio, o consumo e as formas de seduzir o consumidor. O que isso significa para o Planeta Terra? Quais as possibilidades para alterar esse processo consumista? 18-   TRILHA URBANA  – Visitando um espaço do comércio: o shopping19-   Característica  do comércio:20-   Tipos de lojas e os produtos;21-   Tipos de mercadorias e a origem;22-   Qualidade/sofisticação/superficialidade/utilidade dos produtos;23-   Tipo de consumidor;24-   Markenting usado para seduzir;25-   Tipos de serviços que qualificam o comércio;26-   Lojas com maior número de compradores/consumidores.27- As mudanças ocorridas no comércio da cidade a partir da última década do século XX. Glossário:Cartão de crédito: documento criado no mundo capitalista  para facilitar o consumo. O uso do cartão facilita  o crédito e estimula o consumo.Economia mundo: a empresa transnacional rompeu as fronteiras nacionais e estabeleceu  uma relação de interdependência econômica  com raízes muito profundas , inaugurando a denominada economia mundo que são milhares de corporações transnacionais atuando no mundo e controlando suas empresas subsidiárias. Corresponde aproximadamente 1/3 do comércio internacional.Interdependência: no sistema globalizado os meios de comunicação e a economia envolvem a interdependência. Os países são dependentes uns dos outros, pois os governos nacionais  não conseguem resolver individialmente seus principais problemas econômicos, sociais ou ambientais.Geografia do consumo: estudo da relação da sociedade com o mundo das mercadorias de primeira necessidade e  os supérfluos, que circulam no circuito mundial do consumo.Globalização - Fenômeno que consiste em múltiplas e rápidas interações entre indivíduos e empresas, ONG e Estados, facilitado pelas novas tecnologias, gerando novas realidades e alterando o curso do processo civilizatório mundial. Processo típico do final do século XX que mudou a vida social e cultural nos diversos países do mundo, sendo cada vez mais afetado  pelas influências internacionais políticas e econômicas.ISO: são certificados dos sistemas de qualidade dos produtos. O ISO (International Organization for Standardization) é o colaborador maior do mundo dos padrões. Embora a atividade principal do ISO seja o desenvolvimento de padrões técnicos, os padrões de ISO têm também, repercussões econômicas e sociais importantes. Os padrões fazem uma diferença positiva, não apenas dos coordenadores e fabricantes para quem resolvem problemas básicos da produção e a distribuição, mas à sociedade no

todo. Os padrões de ISO contribuem para fazer o desenvolvimento, para a fonte de produtos e de serviços mais eficientes, mais seguros e mais limpos. Fazem o comércio entre países mais fácil e favorável. Fornecem aos governos com uma base técnica para a saúde, a segurança e a legislação ambiental. Ajudam na tecnologia transferindo aos países os padrões de ISO que servem também para os proteger consumidores e usuários no general, dos produtos e dos serviços.Mundialização: ou globalização é o crescimento da interdependência de todos os povos  e países da superfície terrestre. Um dos seus aspectos mais importante é a expansão das indústrias multinacionais ( bancos, indústrias, empresas de transporte ou comunicação) que passam a ter filiais em vários países do mundo.Capitalismo de mercado: voltado para a fabricação de produtos comercializáveis, denominados mercadorias, com objetivo de obter lucro. Este sistema está baseado na propriedade privada dos meios de produção, ou seja, todos os utensílios, ferramentas, matérias-primas e edificações utilizadas na produção pertencem a alguns indivíduos.Shopping center: organização de estabelecimentos em um mesmo espaço reunindo múltiplas atividades de comércio e serviços. Possui inúmeras lojas de departamento ( lojas-âncoras), praças de alimentação, banco, butiques, supermercado e outros. Possui uma localização privilegiada atendendo à população mais abastada e exigente, há  facilidade de estacionamento e segurança além de possuir todo tipo de comércio generalizado e sofisticado. Sua ocupação traz impacto local no trânsito, na circulação de pessoas e na especulação urbana. De modo geral, atrai edifícios, estabelecimentos comerciais e serviços de todo tipo. Há, também, os populares nos bairros periféricos das metrópoles ou no centro da cidade que atendem à população de baixa renda.Sociedade do desperdício: está relacionada ao poder aquisitivo do indivíduo, a compulsão da sociedade consumista pelas compras e, sobretudo a um modo de vida ou atitude diante dos bens da natureza. Tercerização: processo utilizado pelas empresas, que consiste em repassar a terceiros – outras empresas ou profissionais autônomos -  a produção de algum bem ou serviço ou a execução de tarefas que antes eram realizadas na própria empresa. A finalidade da tercerização é reduzir os custos operacionais, geralmente com mão-de-obra, e assim, aumentar os lucrosRA- 33   Leitura de mapas sobre o IDH – Índice de Desenvolvimento Humano Objetivos:- Ler mapas temáticos sabendo extrair deles elementos de comparação e análise dos aspectos evidenciados no tema estudado. - Comparar o Índice de Desenvolvimento Humano (IHD) local e/ ou regional com a capacidade de uso e apropriação do espaço.Pré-requisitos:- A noção de região e regionalização no recorte da realidade socioespacial do espaço de vivência e do Brasil.- Os indicadores sociais e políticos que identificam a exclusão e inclusão da pobreza no espaço da cidade e do campo.- Conhecer os problemas que causam a pobreza  e ampliam a diferença entre ricos e pobres no Brasil.- Identificar e classificar a população brasileira por meio de sua  renda familiar, educação e escolaridade.- Ser solidário e cooperativo nos trabalho em grupo.- Domínio da comunicação na apresentação de trabalhos coletivos.- Cumprir combinados.- Identificar, localizar e representar fenômenos socioeconômicos no mapa do Brasil.- Saber mapear informações no mapa no Brasil.Descrição dos procedimentos:       A regionalização permite problematizar a realidade usando vários critérios, um deles é o social. Ele nos permite avaliar as condições de alimentação, moradia, educação, saúde, renda, expectativa de vida, participação política, direito à segurança e sustentabilidade no desenvolvimento humano, para garantir a territorialidade da cidadania entre os excluídos. Ter direito ao espaço e à cidadania plena demanda das políticas públicas e do Estado, o enfrentamento dessas questões, garantindo o acesso ao conhecimento e a participação dos sujeitos sociais na sociedade. Nessa perspective, o Relatório de Desenvolvimento Humano, da ONU,  ajuda os países pobres e seus municípios, a enfrentar seus problemas relativos aos indicadores de escolaridade, renda e esperança de vida.        Esta abordagem implica uma discussão formativa com a faixa etária em que se encontram os jovens, na escola, possibilitando maior reflexão sobre as relações com o outro e compromisso  com um projeto  de vida mais solidário e humananizado.    A leitura e realização das atividades propostas na  Orientação Pedagógica são indispensáveis. Encaminhamos a seguir o desdobramento do grupo 2 que se refere à análise do mapa do IDH do Brasil.

Trata-se da análise da leitura de um mapa temático por meio da interpretação da legenda, seguido da construção de um gráfico.Atividade de leitura de mapa - IDH do BrasilPrimeiro momento1-       Observe os três mapas a seguir.2-       Identifique os estados e as regiões brasileiras segundo o IBGE.3-       Localize o estado a que pertence o seu município.4-       Leia o título e a legenda do mapa, explicando-os. Considere os indicadores do IDH: esperança de vida; renda per capita e escolaridade dos sujeitos que residem nos municípios brasileiros.5-       Identifique em cada mapa os estados com alto, médio e baixo índice municipal de IDH.6-       Interprete cada mapa – 1970, 80, 91- considerando o índice municipal de IDH no Brasil e suas diferenciações. Justifique o índice por estado e região.Opine: Há uma melhoria no índice municipal de IDH no Brasil? Justifique

http://www.10emtudo.com.br/demo/geografia/desenvolcimento_humano_idh/index_1.htmlSegundo momentoReflita: As mudanças no IDH brasileiro expressam uma redução da pobreza e melhores garantias de bens sociais? Que dados justificam Leia a informação sobre o  IDH  e a qualidade de vida nos países.       “ Desde 1990, os relatórios divulgados pela Organização das Nações Unidas (ONU)  nos permitem realizar algumas comparações entre a qualidade de vida da população dos diversos países do planeta utilizando o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH). Este índice reflete as condições de três variáveis básicas para uma boa qualidade de vida: a expectativa de vida ao nascer, a escolaridade e o Produto Interno Bruto per capita. Veja o que significam essas variáveis:Expectativa de vida ao nascer – se a população apresenta uma expectativa de vida elevada, isto indica que as condições de saneamento básico, alimentação, assistência médico-hospitalar e moradia são boas, além de haver o acesso a um meio ambiente saudável.Escolaridade – quanto maior o índice de escolarização da população, melhor o nível de desenvolvimento,  exercício da cidadania, produtividade do trabalho etc.Produto Interno Bruto per capita – o Produto Interno Bruto (PIB) é a soma de tudo o que foi produzido pela economia de um país no período de um ano. O PIB de um país dividido por sua população corresponde à renda per capita, que é o valor que caberia, em média, a cada pessoa. No cálculo do IDH, o PIB é ajustado ao poder de compra da moeda nacional, porque os gastos com alimentação, saúde e moradia variam muito de um país para outro.        Essas três variáveis são expressas em uma escala que varia de 0,0 a 1,0: quanto mais baixo o índice, piores são as condições de vida; quanto mais próximo de 1,0, mais elevada é a qualidade de vida da população em geral.Os países são divididos em três categorias:- baixo desenvolvimento humano: IDH menor que 0,500- médio desenvolvimento humano: IDH entre 0,500 e 0,799- alto desenvolvimento humano: IDH de 0,800 ou mais. http://www.10emtudo.com.br/demo/geografia/desenvolcimento_humano_idh/index_1.html         Avalie os dados, apresentando argumentos que evidenciem as mudanças na qualidade de vida da população brasileira. Esses dados podem comprovar uma melhoria dos bens sociais e a garantia de vida digna com justiça social para a população pobre no Brasil?Atividade2 – Construção de gráfico sobre o IDH brasileiro

         Use os dados da tabela abaixo para construir um gráfico:         Organizar 3 gráficos de barras para os indicadores de expectativa de vida, analfabetismo e Pib per capita. Organize os dados em ordem crescente.         Insira o título, a fonte, a dataGlossário:Expectativa de vida – número de anos que um indivíduo pode viver a partir de seu nascimento. Ela é definida em razão  das condições de vida da  população.Pobreza absoluta – situação em que se encontram as pessoas que vivem abaixo da linha da pobreza em cada país. Para o Banco Mundial é a condição dos que vivem  com menos de um dólar por dia.Analfabeto funcional – é o sujeito alfabetizado não sendo capaz de produzir um texto  ou mesmo compreender o que está lendo.Relatório de desenvolvimento Humano –publicado pela ONU desde de 1990 objetiva coletar dados sobre o desenvolvimento humano na maioria dos países do mundo afim de propor formas  de atuação internacional  visando a minimizar as diferenças  sociais entre os países.IDH Índice de Desenvolvimento Humano calculado desde 1990 pelo PNUD. È um indicador que mede o progresso da humanidade relacionado à qualidade de vida. Os seus 3 indicadores são saúde medido pela expectativa de vida; educação medido pela taxa de alfabetização  da população adulta em maior peso e e a educação básica e superior (1/3); rendimento medido pela renda per capita em dólares, ajustada ao poder de compra. A media dos 3 indicadores constitui o índice. Acima de 1 significa uma melhora na qualidade de vida da população.

OP- 28   Fragmentação Porque ensinarA fragmentação é instrumento de poder político que evidencia aspectos tensionados na globalização que se manifestam pelas identidades, pela cultura, reafirmando o lugar. A fragmentação evidencia o aumento das disparidades sociais, a baixa coesão socioespacial e a reduzida mobilidade espacial dos mais pobres. É muito relevante no ensino fundamental porque revela um cotidiano em que há o acontecer solidário, identificado com o meio, a fluidez, a velocidade, as técnicas do meio informacional, criando incompatibilidades diversas. Algumas incompatibilidades entre empresas, outras de algumas empresas com o Estado, outras entre culturas e as relações de poder que as mobilizam. Estudar a fragmentação também é importante porque fortalece a construção dos conceitos de território, territorialização, cultura, política, economia e direitos sociais. E principalmente por contribuir com entendimentos do cotidiano que podem propiciar questionamentos da desigualdade social e a construção de práticas sociais mobilizadas pela conquista da cidadania.Condições para ensinarRever qual o entendimento que os alunos têm de território, de direitos sociais, de territorialização, de segregação espacial. Nessa revisão ir montando um suporte teórico sistematizado para que a noção anterior se reestruture para atribuir significado aos cotidianos compartimentados, que parecem deslocados, fragmentados, desordenados, uma vez que o que atribuiria essa lógica interna não hierarquizada não está presente na história do lugar, dos grupos sociais, na relação com a política. Reordenar as condições de entendimento do conceito é abordá-lo nos aspectos em que expressam os conflitos, a tensão urbana, nas novas lógicas produzidas nas práticas de redes ilegais, por exemplo, de territorialização de espaços, como os das favelas, ou como de um grupo marginalizado usa, por um período, espaços demarcados- territórios- como os da prostituição. Mas é também estudar os jogos de poder entre diferentes culturas que não se ordenam, não se articulam como identitários, e resultam na luta por separação. Enfim, buscar os elementos da manifestação da fragmentação como objetos de reflexão nas práticas sociais que os alunos vivenciam ou nas que acompanham por discussões ou notícias.O quê ensinarAs áreas de exclusão: as regiões em conflito no mundo. As áreas de exclusão urbana e rural: os grupos sociais excluídos em diferentes territórios demarcados, no Brasil e em outros países do mundo.Os fenômenos culturais, ambientais e econômicos que conferem identidade às manifestações de regionalização e fragmentação no espaço mundial.Como ensinar4.1.Começar com um diagnóstico. Fazer do diagnóstico um instrumento inicial de avaliação por parte do professor e do aluno, trazendo à tona as idéias prévias relacionadas à cultura, à identidades culturais, etnias, direitos sociais, práticas culturais, relações que os grupos sociais estabelecem com a natureza na manutenção de sua identidade.4.2. Procurar conhecer as diferentes culturas expropriadas de seu direito, que, por algum motivo, têm

vivido situações de conflito local ou regional. Explorar, com um roteiro ordenado, materiais semelhantes ao sugerido abaixo.4.3. Solicitar aos alunos que identifiquem no espaço nacional, algum aspecto de conflito que provoque fragmentação. Discutir, para essa identificação, por exemplo, o Movimento dos Trabalhadores Sem Terra e as alternativas possíveis.Como avaliar1- Solicitar aos alunos a identificação dos aspectos que demonstram porque o MST retrata a fragmentação no Brasil. 2- Propor a leitura de um mapa de conflitos no mundo com uma produção de texto sobre o que demonstra a fragmentação. RA-19   Mapeando a espacialidade da fragmentação mundial Objetivos:- Mapear as áreas de exclusão utilizando textos, gráficos, tabelas, mapas temáticos para analisar as regiões em conflito no mundo. -Analisar os fenômenos culturais, ambientais e econômicos que conferem identidade às manifestações de regionalização e fragmentação no espaço mundial. Desdobramentos das habilidades:- Identificar  no mapa os conflitos étnicos, religiosos, políticos, culturais.- Identificar os elementos que revelam conflitos relacionados à guerra, ao terrorismo, à alteridade, à nacionalidade etc.  -Sistematizar os conceitos sobre os focos de tensões em um mapa-múndi sabendo explicá-los e contextualizá-los.- Ler textos sobre os conflitos de maior complexidade.- Desenvolver capacidades relacionadas à investigação e seleção de dados em fontes diferentes.- Organizar o material selecionado no grupo em diferentes produtos.- Desenvolver capacidades relacionadas ao tratamento da informação.- Produzir sínteses.- Explicar as idéias-chave do texto, argumentando com consistência.Pré-requisitos:- Identificar os elementos que revelam conflitos no espaço brasileiro e mundial.- Reconhecer os conflitos explicando o que é fragmentação.- Conhecimento de senso comum  sobre conflitos religiosos, culturais, políticos, econômicos e ambientais.- Reconhecer os continentes e as regionalizações mundiais onde se manifestam as tensões.- Saber ler nos mapas: legenda, título, escala.- Conhecer e identificar os conflitos locais.- Identificar  e representar no mapa-múndi alguns focos de tensão e conflitos mundiais- Identificar  e representar no mapa do Brasil alguns focos de tensão e conflitos brasileiros.- Distinguir tipos de conflito, sabendo classificá-los.-Problematizar os conflitos  em suas diferentes manifestações local e mundial.Atividade1 – Diagnosticando  e problematizando os conhecimentos iniciais sobre as fragmentações: mundial, regional, local.       O que você sabe sobre o território e o seu uso pelos homens?       O que você entende por fragmentação?       Que relação existe entre território, nação, país, pátria? Como diferenciá-los?       Explique sua noção de territorialidade. Dê exemplos.       As fronteiras políticas têm o mesmo significado que as fronteiras simbólicas? Como identificá-las? Quais suas representações sobre elas?       Como explicar a reorganização do espaço político mundial com o avanço da modernização? È possível classificar  essa fase de (des) ordem mundial?       Qual relação pode ser estabelecida entre a geopolítica como estratégia de defesa do território e a discussão das denominadas “ordens mundiais”, que propõem regras de relacionamento entre as nações?       Que informações você detêm sobre conflitos separatistas no Brasil? E no estado em que mora? E no município de vivência?       No seu município há conflitos políticos, econômicos, ambientais e culturais? Enumere-os por ordem de importância local, descrevendo suas razões e propondo soluções para sua amenização.       Quais seus prognósticos para as regiões de conflito no mundo? Que soluções você conhece que poderiam resolver ou amenizar o relacionamento  tenso entre nações em fragmentação?       Organize um Índice registrando seus conhecimentos, com data, para que possa acompanhar suas aprendizagens.

        Participe da apresentação no coletivo da sala de aula. Acrescente as novas informações ao seu Índice. ATIVIDADE 2- Seminário de textos para ampliar as noções de conflitos e tensões nos Bálcãs, Cáucaso, Himalaia e Montanhas dos Grandes Lagos no centro da África        Roteiro de leituras:  organizar 4 grupos sendo um para cada texto; preparar a leitura e o debate, apresentar os questionamentos e curiosidades, organizar sínteses no coletivo TEXTO 1  - A destruição da Bósnia multiétnica        As conquistas otomanas do século XV  ao XVII  no SE da Europa levaram para a região  uma nova cultura e religião. O legado histórico da dominação turca foi a constituição de maiorias muçulmanas nas atuais Albânia (70% da população) e Bósnia (42% da população) e minorias  significativas em países  como a nova Iugoslávia, a Macedônia e a Bulgária.       O recuo otomano atravessou quase todo século XIX,  desde a autonomia da Sérvia (1817) e a independência grega (1829), passando pela guerra da Criméia (1853-56) e pela guerra  russo-turca (1877-78),  até a Primeira Guerra Mundial. Ao longo da lenta decadência otomana, constituíram-se os Estados Nacionais balcânicos, que tornaram-se leitos comuns do cruzamento de culturas e religiões diversas.      O exemplo mais notável do cruzamento de correntes históricas na região balcânica foi a Iugoslávia, que antes de se estilhaçar agrupava 5 grupos nacionais( sérvios, eslovenos, croatas, montenegrinos e macedônios) e três religiões ( católica, cristãos ortodoxos e islâmica) A Bósnia conhecida como ‘Iugoslávia em miniatura’ ,  sintetizava  a diversidade mais ampla na convivência entre a maioria relativa muçulmana  e as minorias sérvia ortodoxa e croata católica.        O colapso da Iugoslávia, destruída pelos nacionalismos étnicos a partir de 1991, atiçou o fogo na palha bósnia.  Nos anos seguintes, a  guerra étnica devastou a Bósnia num ritmo incessante, apenas interrompido  por tréguas precárias e efêmeras.  A velha capital, Saravejo,  onde soou o sinal  para o início da Primeira Guerra,  perdeu sua condição de símbolo da tolerância e da pluralidade entre povos  e culturas para converter-se em signo associado ao ódio étnico.                                                      Uma paz fria cai sobre a Europa      Há sete anos, a queda do muro de Berlim e a desagregação do bloco soviético na Europa Oriental desestruturaram o equilíbrio geopolítico europeu da Guerra fria. Há cinco anos, a implosão da URSS e da Iugoslávia redesenhou as fronteiras do Leste Europeu  e nos Bálcãs, introduzindo novos enigmas sobre o futuro do continente. Em 1995, sob o fogo da Guerra na Bósnia, começaram a se delinear as opções estratégicas das potências européias no complexo cenário de pós-Guerra Fria.      A guerra balcânica dissolveu as luminosas esperanças depositadas no futuro dasrelações entre a Rússia e o Ocidente com a manutenção da aliança tradicional com a Sérvia. O governo americano solidificou os laços entre o Ocidente e a Croácia. No encerramento  da guerra balcânica, a Grande Sérvia e a Grande Croácia emergem como peões regionais da rivalidade entre as potências.” MAGNOLI, Demétrio et alli. Panorama do mundo   –2. SP:Scipione, 1996,p. 64-71. Texto 2 - A Chechênia e o Cáucaso (...) O Estado russo enfrenta um desafio mais vital dentro de suas próprias fronteiras. Organizado sob a forma de uma federação, que abrigava 21 repúblicas étnicas além da própria Rússia, ele sofre as pressões centrífugas liberadas pelo desmoronamento do poder comunista. Um novo e estranho nome entrou no vocabulário político no dia 2 de novembro de 1991, quando o governo liderado por Djokhar Dudaiev, proclamou a independência. Chechênia. Entre dezembro de 1994 e março de 1995, o mundo acompanhou estarrecido o assalto das tropas russas à capital, Grozny, ocupada após bombardeios aéreos. A chechênia  é uma das repúblicas que compõem a Federação Russa. Localizada nas vertentes setentrionais da Cordilheira do Cáucaso e nos vales banhados por rios  que deságuam no mar Cáspio, abriga uma população de um milhão de habitantes. Cerca de 60% são etnicamente chechenos, povo descendente de pastores caucasianos que no século XVIII abandonaram o cristianismo para aderir ao Islã. O conflito na Chechênia assumiu forma de guerrilha desde a ocupação de Grozny. As forças separatistas, a partir de esconderijos nas montanhas do sul, passaram a fustigar as tropas russas. A ausência de instituições democráticas enraizadas e de um pacto federativo legítimo estimula os separatismos regionais e étnicos, ameaçando a unidade do Estado russo. O foco principal da instabilidade étnica localiza-se nas repúblicas do Cáucaso russo. Como ocorre na Chechênia, a maioria delas abriga populações majoritariamente não russas e exibe renda per capita inferior à metade do conjunto da Federação Russa. A continuidade da guerra chechena pode provocar novas tentativas separatistas na região. MAGNOLI,D. et allii.Panorama do mundo 3. SP:Scipione,1997,p.50/51 TEXTO 3 – Himalaia - O Tibet é certamente a região autônoma que, pela riqueza de sua história e pela especificidade  de sua cultura, constitui o exemplo mais contundente da diversidade do espaço chinês e do arbítrio da elite han para se impor sobre as outras nacionalidades. Ao nos depararmos  com o mapa

físico da China surpreende a vastidão do platô tibetano: quase dois milhões de quilômetros quadrados acima de 3000metros dealtitude. O Tibet histórico e cultural se estende assim bem além das fronteiras estabelecidas em 1950, quando a China incorporou vastas áreas das províncias vizinhas.Antes da invasão chinesa, em 1950, a relativa  uniformidade do ambiente natural contrastava com as múltiplas identidades que compunham o Tibet. (..) prevaleciam as identidades subnacionais fundamentadas nas seitas do budismo lamaísta (Nyingma,Kargyu, Sakya, Gelupka,Bonpo) e na territorialidade definida pelas antigas províncias (Kham,toi,Tsang,Amdo), uma reforçando a outra. A presença e hegemonia crescente dos chineses han, aberta ou veladamente rechaçada pelos tibetanos, propiciou o fortalecimento de uma identidade comum, especialmente entre os habitantes das cidades, onde o confronto foi mais direto e violento. (...) Além dessa opressão político-cultural há um povo que luta por sua autonomia, o que se vê é o massacre do desaparecimento de uma das culturas mais ricas do planeta.” HAESBAERT: 1994,p58/64.Atividade 3- Investigação para ampliação das noções de fragmentação –- Coleta de novas informações e ampliação das noções de tensões mundiais nas dimensões: nacionalista, separatista, fundamentalista e do narcotráfico.Roteiro:1-Coletar informações sobre os conflitos no Afeganistão, Iraque, Angola, Moçambique, Colômbia, Espanha, Sri Lanka, Oriente Médio.2- Selecionar material na mídia escrita, eletrônica, nos  paradidáticos e livros didáticos de 7ª e 8ª séries.Em grupo:1- Discutir e problematizar os conflitos que fazem dessas nações regiões de tensão.2-  Apresentar as considerações dos grupos no debate.3- Sistematizar  as aprendizagens no coletivo ( organizar painel para exposição) Atividade  4 - Mapeando e explicando as fragmentações territoriais no mundo Em grupo:1 – Utilizando-se de um mapa-múndi, vazado ou mudo,  espacializem as informações debatidas nos seminários, regionalizando-as, no Oriente Médio, América Latina, Mundo Indiano, África, Leste Europeu, Ásia Central, etc. Sejam criativos na escolha da legenda. .2- Dar título ao mapa e inserir a autoria do grupo.( Pode ser usado um mapa-múndi coletivo retirando a cópia no retroprojetor, bem grande, onde todos possam trabalhar coletivamente) Glossário:Fundamentalista: Pertencente a uma corrente teológica que toma o livro sagrado de sua religião ao pé da letra, como os islâmicos que defendem os valores e regras tradicionais do islamismo e prega a adoção do Corão como constituição dos Estados.Nacionalismo: Movimento  social de indivíduos que tomam consciência de formar uma comunidade em virtude dos elos étnicos, lingüísticos, culturais, etc.Separatismo: Processo político, ideológico, cultural envolvendo as identidades nacionais, regionais, locais e as resistências. São tendências de separação envolvendo escalas de fronteiras diferenciadas do Estado-Nação, província, Estado, região ou lugar.Territorialidade: Correlação de forças espacialmente delimitada e operando sobre uma área geográfica específica. Constituem-se em diversas formas de apropriação do território por grupos sociais que vão de vendedores ambulantes num determinado espaço urbano a territórios de contravenção como o tráfico de drogas.Território  significa poder que se instala num grupo, numa organização social, num organismo político, num movimento reivindicatório, num país ou outro lugar qualquer da Terra. Nele, a sociedade se manifesta demarcando suas idéias, sua política, sua legitimidade e sua identidade. Isso significa entender os conflitos decorrentes da disputa pelo poder que se manifesta através das etnias, das identidades, das classes, dos territórios, dos  organismos e das instituições. Ele      não deve ser entendido apenas na escala nacional, associado à figura do Estado-Nação. Ele é construído nas mais diversas escalas de uma área de controle de uma família ou tribo indígena ao conjunto de países membros de uma comunidade, como a CEI (Comunidade dos Estados Independentes) ou a EU (União Européia).

OP- 29   Fronteiras Por que ensinarEtimologicamente, sugere o que está à frente e se associa à idéia de comunicação, avanço, expansão, ocupação, povoamento, demarcação de território.Associada ao limite e ao marco fronteiriço representa a preocupação do Estado no sentido de controle e limites sob a jurisdição e regulamentos de uma territorialidade específica de vinculação ao território. A fronteira constitui-se de recortes espaciais econômicos, sociais, políticos e culturais geradores de novas

realidades e complexidades. Um exemplo significativo em nível da grande fronteira nacional é a Amazônia, planejada e projetada pelo governo federal como região de ocupação através de assentamentos, malha rodoviária, domínios agromercantins, projetos de exploração mineral que resultaram em intensos conflitos sociais e ecológicos. A nível internacional está presente na mídia nos conflitos separatistas nacionais, étnicos, religiosos como o povo basco, os judeus e palestinos, os chechenos, dentre vários outros. A nível local estas fronteiras ocultas se manifestam na questão feminina (de gênero), na negritude (raça), na classe social (rico/pobre), nas diferenças e alteridades, etc. São fronteiras fluidas e, muitas vezes, ocultas que se fragmentam e redefinem na configuração do território. Pode-se dizer que são representações individuais e coletivas que promovem a discriminação e instabilidade gerando conflitos religiosos, étnicos, políticos/estratégicos, culturais, econômicos, nacionais.Condições para ensinarCientificamente, discutir o conceito de fronteira permite levantar questões relacionadas com à fragmentação de regiões, território e lugar de vivência do aluno, representadas por valores e atitudes que explicitam as contradições humanas. São questões que têm interfaces com várias disciplinas. Por isso, os jovens precisam compreender as razões que interferem em seus relacionamentos, atitudes, valores marcados pelas representações sociais como racismo, exclusão social, fundamentalismos religiosos, tráfico de drogas e outros.Na geografia escolar, os jovens devem discutir a fronteira como uma noção cartográfica que pode ser representada pelos limites fronteiriços dos estados, municípios, regiões e países em sua visibilidade natural como um rio que separa dois municípios; uma tribo ou povo que habita um país recortado artificialmente como no continente africano; uma nação indígena que luta pela demarcação de terra; pessoas e objetos que movimentam as fronteiras, tornando-as ilegais, numa desterritorialização clandestina de busca de sobrevivência.É preciso que o adolescente supere representações inicias próprias do conhecimento construído na observação e na vivência para uma outra maneira de entender a diversidade e o direito dos outros de usarem o território como cidadãos do planeta. Para isso, deve construir os conteúdos conceituais de limites/fronteiras que dividem lugar, região, território; limites territoriais que demarcam domínios como as fronteiras agrícolas, as fronteiras urbanas, as fronteiras políticas, as fronteiras raciais, as fronteiras religiosas, as fronteiras lingüísticas, enfim as múltiplas fronteiras em movimento.O que ensinar1. A noção de fronteira e sua importância na delimitação do espaço.2. As fronteiras naturais e artificiais que identificam e demarcam povos, grupos sociais, culturas.3. As fronteiras políticas, nacionais e internacionais.4. O movimento ilegal nas fronteiras do narcotráfico.5. As fronteiras políticas, econômicas, religiosas, étnicas nas regiões montanhosas da Caxemira, Cáucaso, Andes e Bálcãs.6. A questão de gênero e as fronteiras.7. As fronteiras européias à imigração africana e asiática.Como ensinarAs atividades propostas constituem-se em seqüências didáticas que organizam o percurso metodológico do aluno no processo de aprendizagem. Nesse percurso o aluno é protagonista e inicia o estudo do tópico no planejamento e construção dos conceitos.As partes que não podem faltar em todos os planejamentos são: avaliação inicial, organização de possibilidades interativas, banco de dados organizado para o trabalho com pesquisa, formas diferenciadas de organização do conhecimento geográfico e as diferentes possibilidades de registros. As seqüências didáticas visam a desenvolver as habilidades propostas.Para realizar a avaliação inicial pode ser trabalhada uma atividade cartográfica de identificação de fronteiras. É necessário o uso do atlas para que os alunos trabalhem com diversos mapas políticos e temáticos. Eles devem localizar no mapa do Brasil as fronteiras do seu município, estado, região, identificando os limites naturais que determinam as fronteiras internas. Para ampliar a escala regional deve-se trabalhar o mapa-múndi e suas fronteiras internas/externas, mas sobretudo as artificiais. Uma maior complexidade conceitual demanda a problematização relacionada à origem e organização dessas fronteiras e seus litígios e conflitos em função da territorialidade política, geopolítica e a desterritorialidade cultural e econômica de alguns países. Ao problematizar as fronteiras são levantadas questões que necessitam investigação. Elas estão relacionadas à formação do Estado Nação. Os livros didáticos e paradidáticos possibilitam uma discussão significativa. Os dados coletados devem ser trabalhados em sala para a compreensão dos motivos que geram tantos conflitos em áreas fronteriças na atualidade. E, assim, levantar novos questionamentos para ampliar a escala geográfica e cartográfica da tensão nos territórios asiáticos/europeus/africanos. A partir daí, aprofundar as conflituosas fronteiras culturais, religiosas, políticas, lingüísticas, étnicas, de gênero que explicitam os conflitos referentesa) à questão basca;

b) ao desmembramento da ex-Iugoslávia;c) à territorialidade do mundo islâmico e os conflitos do Oriente Médio;d) à tensão étnica em vários países africanos, em especial, Ruanda e Burundi;e) aos desafios dos chechenos à dominação russa;f) à violência do narcotráfico;g) à questão de gênero no mundo islâmico.A internet é um suporte que agiliza o desenvolvimento das tecnologias da informação e da comunicação aliado à pesquisa em livros didáticos e paradidáticos. Esta pesquisa contribui para o entendimento e aprofundamento dos pontos tensos do planeta.A discussão deve remeter à fragmentação do mundo em função das fronteiras construídas geopoliticamente. Na avaliação os alunos devem refletir sobre o futuro desses países e suas possibilidades de construir a paz.Seguem possibilidades de trabalho em materiais e sites por habilidades:• identificar e mapear as fronteiras políticas, raciais, econômicas, religiosas, lingüísticas, localizando suas territorialidades e desterritorialidades.Na abordagem da fronteira simbólica vale a pena discutir com os alunos a questão de gênero. Chama a atenção no mundo, as mulheres muçulmanas e sua invisibilidade na sociedade, embora isso venha mudando. O hábito cultural da cobertura do corpo e a discussão sobre o uso do véu, em escolas francesas, reacendeu o processo de discriminação para além das fronteiras da cultura islâmica. A leitura dos filmes: Caminhos de Kandhar e Nunca sem minha filha possibilitam o debate sobre questões como:1. O significado da mulher na cultura islâmica.2. As possibilidades de luta da mulher muçulmana para superar a condição cultural de dominação masculina. 3. As relações familiares 4. As relações de trabalho e educação5. O ocultamento /invisibilidade na sociedade.Na escala local, do espaço de vivência, podem ser entrevistadas pessoas da comunidade para indagar o que sabem e pensam sobre as mulheres pertencentes à cultura islâmica. As entrevistas devem ser planejadas em sala de aula e após a coleta de dados serem trabalhadas no coletivo da sala, organizando os dados em tabelas, gráficos e textos. Este pode contribuir para a dramatização a ser apresentada na escola, visando à formação de atitudes e valores em relação ao outro; nesse caso, a mulher islâmica e sua cultura diferenciada da ocidental: hábitos culturais, religião, relações familiares, rituais, dependência do chefe de família, trabalho, lazer, educação, participação no mundo da informação.RA-16   As fronteiras da exclusão social Objetivos:- Identificar e mapear as fronteiras políticas, raciais, econômicas, religiosas, lingüísticas, localizando suas territorialidades  e desterritorialidades.- Desdobramento da habilidade:- Prognosticar sobre o futuro dos países  em crise e conflito de fronteiras, relacionando seus  problemas territoriais , econômicos e culturais  com o processo de fragmentação mundial.- Sistematizar os conceitos apreendidos na construção do mapa conceitual de fronteiras;- Espacializar a mobilidade da população no mapa-múndi e do Brasil.-Sistematizar os conceitos apreendidos na leitura de textos.- Identificar os motivos e razões que levam as pessoas a migrar.Pré-requisitos:- Conhecer a inserção da dinâmica da população na organização do espaço mundial.- Diferenciar população natural de população migrante.- Conhecer o significado de migrante.-Saber explicar o significado  de fluxo ou mobilidade da população.- Dominar práticas de investigação, sabendo decodificar as informações para transformá-las em conceitos.- Ser solidário e cooperativo nos trabalho em grupo.- Domínio da comunicação na apresentação de trabalhos coletivos.- Cumprir combinados.- Identificar, localizar e representar fenômenos socioespaciais/culturais/políticos/econômicos no mapa-múndi.- Saber mapear informações no mapa-múndi e do Brasil.Descrição dos procedimentos:O estudo das migrações é importante para que se possa compreender a reordenação do território  no movimento de pessoas e culturas nos lugares. Cada grupo social deixa suas marcas e demarca um território com sua inserção no país ou região receptor/a. Essa inserção sempre foi marcada por conflitos territoriais e de fronteiras. Estas são, sobretudo, simbólicas: étnico-raciais, culturais, lingüísticas, religiosas, revelando as permanências, as contradições, os conflitos que geram as fragmentações. Professor/a, vá à

Orientação Pedagógica correspondente a este tópico. Leia o sentido e a importância de estudar esse conceito estruturador. Realize as atividades propostas.   Dê continuidade a esse estudo trabalhando o roteiro proposto. Trata-se de um projeto didático orientado que trabalha o conceito de fronteira como desterritorialização ou exclusão do território, associadas à migração.  As seqüências didáticas são:Atividade 1 – Descobrindo os saberes da turma sobre as fronteiras  criadas pela migração1-       Listar os conhecimentos da turma sobre a migração e suas fronteiras.2-       Registrar os argumentos e idéias da turma sobre:a)      Uma das características do mundo de hoje  é o desenraízamento decorrente da exclusão. O que as pessoas migrantes procuram em outros países ou regiões?b)      Como essas pessoas tentam sobreviver e espacializar-se nos lugares por onde migram?c)      Quais são as fronteiras que você conhece Quais são as relações que elas estabelecem  com os fenômenos econômicos, políticos e culturais?d)      Por que as fronteiras políticas são instáveis?e)      A globalização tem tornado as fronteiras  mais flexíveis. Como esse fenômeno ocorre mundo afora?f)        Como você exemplificaria as fronteiras simbólicas?3-       Sistematizar os conhecimentos e representações da turma em um painel para colar na parede. Voltar ao painel sempre que possível no desenvolver das atividades propostas.Atividade 2 – Leitura de texto –

As políticas e movimento migratório no contexto da segregação.         “(...)  O prefeito de Novo Hamburgo reúne-se com o de São Leopoldo  para discutir a implantação do Programa Fecha Fronteiras no Vale dos Sinos e informa a existência de cinco veículos da prefeitura que circulam nos locais de acesso para controlar a chegada de indesejáveis.Quando essas equipes encontram um caminhão de outro município carregado com objetos de mudança, procuram saber onde a família vai se instalar. Se as pessoas não têm moradia definida (...) são orientadas a retornar ao local de origem’  ( Correio do Povo, 18/02/1993)A revista Veja – Rio Grande do Sul informa que são cinco as cidades gaúchas que ‘decidiram vetar a entrada de pobres’. ( ‘A porta  bate na cara com a miséria’ – Veja Rio Grande do Sul,17/02/1993). O prefeito de Gramado, que explica à reportagem não querer ‘importar miséria nem violência’ (idem), encarregou nove ‘fiscais comunitários’  de circularem em bairros populares e indagarem aos migrantes se  têm casa e emprego garantidos; em caso negativo, a prefeitura providencia sua viagem para fora do município ( Comunidades se unem contra migrantes, Zero Hora, 1/03/1993). As cidades focalizadas pela revista  - Teutônia, Gramado, Bento Gonçalves, Novo Hamburgo e Frederico Westphalen – apresentam renda per capita muito acima  da média nacional e do estado.          Ricas cidades do Triângulo Mineiro – particularmente, Uberaba e Uberlândia - exercem forte triagem nos pontos de desembarque. Estas cidades são acusadas, por algumas prefeituras da região de Ribeirão Preto, de exportarem seus migrantes ( muitas vezes as assistentes sociais usam a expressão itinerante).          No Encontro Regional sobre migrações, promovido pela prefeitura de Ribeirão Preto em 1993, nas manifestações dos representantes de cerca de 30 municípios da Califórnia Paulista deixaram evidente que, de uma maneira ou de outra, a prática está generalizada em toda a região.  Foram também expressivas as manifestações contrárias ao comportamento de prefeituras de outras regiões do estado de São Paulo, particularmente Campinas e Jundiaí, que fornecem passagem ou utilizam um vagão cedido pela FEPASA,  para redistribuir seus indesejáveis  pela região.           Até mesmo em cidades menos influentes  este comportamento vem sendo observado. Em Além Paraíba, os andarilhos (conforme designação local) que circulam pela Rio-Bahia muitas vezes encontram obstáculos para transpor a ponte sobre o rio Paraíba do Sul que dá acesso à cidade.            O que mais chama a atenção nestes exemplos,  que já são muitos, é o apoio generalizado da população local a estas atitudes. Identificando no migrante o futuro desocupado, mendigo, assaltante, estas populações defendem seus espaços urbanos, seu meio ambiente. Depoimentos de assistentes sociais preocupadas com a situação informam que são numerosos os chamados telefônicos às prefeituras ( ou às  secretarias de Bem Estar ou Promoção Social ), inclusive  de bairros populares, exigindo providências para  a remoção e expulsão dos migrantes/andarilhos/itinerantes que se instalam nas praças e ruas ou que invadem terrenos baldios.             Na região de Ribeirão Preto, onde as plantações de cana e laranja utilizam em larga escala  migrantes sazonais  ( vindos do próprio estado de São Paulo, mas também de MG, do PI etc), estes são alojados nas usinas e fazendas, mas sua instalação nas cidades é fortemente controlada ( e mesmo impedida). Normalmente, o clima se torna mais tenso no fim das safras, quando alguns tentam permanecer e outros encontram-se sem recursos para empreender a viagem de volta.” 2  Na escala mundial/regional a exclusão do migrante denuncia um mundo em fragmentação. A discriminação contra o migrante ressurge nas manifestações nacionalistas e nos ódios étnico-culturais, demarcando as fronteiras entre o norte e o sul.  A União Européia vem demarcando suas fronteiras no Mediterrâneo, Adriático e Leste Europeu.  A xenofobia e a indiferença se apresentam em níveis diferentes de tolerância, os africanos negros são mais tolerados por sua docilidade e espírito colonizado que os muçulmanos. Estes são detestados por sua arrogância e forte identidade cultural . Eles portam  o sentimento  de autonomia e de expansão da

cultura  islâmica. Eles agitam a ordem política européia questionando a concessão da cidadania na Alemanha ( turcos), o racismo na Espanha ( magrebinos, sobretudo marroquinos). A União Européia sabe que limitar a chegada dos migrantes significa parar o crescimento conforme dados da OIT (Organização Internacional do Trabalho)  e OCDE ( Organização De Cooperação e Desenvolvimento Europeu) Assim, as políticas da União Européia vem tentando discutir esses conflitos, sobretudo na região euromediterrânea que envolve o Magreb africano, de onde provém fugitivos de situações de guerra e perseguições políticas, mulheres que pretendem  se libertar do peso islâmico e homens jovens em busca de vida melhor. As políticas  são de fixação no lugar de origem  com ajudas financeiras internacionais ou no país de emigração, para que possam aplicar aí seus rendimentos. Nos Estados Unidos, embora a migração seja intensa, a proposta é de manter a diferença étnica, de estilos de vida, cultura etc, desde que ela não interfira  na prosperidade do país, resguardando a diversificação dos costumes e o consumo.  Assim, os Estados Unidos vão administrando conflitos entre negros, hispânicos e asiáticos com leis restritivas de  imigração. A Europa Ocidental ainda não se preparou para esse festim neoliberal e luta para manter sua identidade nacional/racial/cultural.

Atividade de reflexão e análise -Reflita sobre as fronteiras simbólicas, citadas no texto que promovem a desterritorialidade de grupos e povos.a) Quais são esses povos e essas fronteiras?b) Por que elas existem? c) Onde se localizam suas regiões? d) Identifique-as no mapa-múndi  e no mapa do Brasil justificando sua localização nessas regiões. Atividade de entrevistaEntreviste pessoas procedentes de outros lugares e naturalidades que residem em seu município. Indague sobre suas relações com os habitantes locais. Leve as entrevistas para a sala. Discuta como os colegas. Registrem a síntese. Atividade 3 - Júri simulado: as políticas de restrições à migração1 – Organização de grupos para investigar as políticas restritivas à migração no Brasil, no seu município e no mundo.2 – Definições dos grupos para o júri: juiz, promotoria, defesa, jurados3 – Debate da promotoria e da defesa, manifestação dos jurados e posição ( síntese) do juiz sobre o problema.4 – Avaliação do trabalho realizado e da aprendizagem.5 – Registro do que gostariam de saber  mais e das contribuições  individuais.Glossário:Desterritorialidade: Grupos sociais ou pessoas que sobrevivem  nas fronteiras da marginalidade, articulando-se com os lugares e criando territorialidades clandestinas  que se denominam Reterritorialização. Esses sujeitos segregados ganham visibilidade nas paisagens excluídas como nos acampamentos, campos de refugiados, guetos, sarjetas, ruas.Globalização- fenômeno que consiste em múltiplas e rápidas interações entre indivíduos e empresas, ONGs e Estados, facilitado pelas novas tecnologias, gerando novas realidades e alterando o curso do processo civilizatório mundial.Identidade: a fonte de significado e experiência de um povo, envolvendo representações simbólicas e a relação com o outro, com a alteridade. Como identidade cultural representa os costumes, as tradições, a língua, as formas de conviver e de viver, compartilhadas e construídas simbolicamente que dão coesão e força simbólica aos indivíduos ou grupo. Como identidade nacional representa movimentos que partem  das bases: atributos lingüísticos, territoriais, étnicos, religiosos e políticos-históricos compartilhados. Como identidade territorial entende-se-“conjunto concatenado de representações socioespaciais que atribuem ou reconhecem uma certa homogeneidade em relação ao espaço ao qual se referem, dando coesão e força (simbólica) ao grupo que ali vive e com ele se identifica.”(HAESBAERT,1997)Desenraízamento: Ato de arrancar, desterritorializar pessoas, grupo, povos de seu lugar de origem. Fazer perder as características de origem.  Fronteiras Em escala regional, nacional, internacional a espacialidade representa o arranjo das fronteiras políticas. Com seus limites, sua história de lutas, conquistas, dominação, imposição de língua, costumes, religião, tradições, fragmentam e redefinem a configuração do território. Esses traçados imaginários desenham fronteiras simbólicas, segregadoras, instáveis, bem como soberanias difusas em conflitos religiosos, étnicos, políticos/estratégicos, culturais, econômicos, nacionais.Fronteira simbólica amplia o entendimento da desterritorialização quando discute a noção de pátria, estado, território, povo demarcando as diferenças e alteridades ligadas à exclusão. Como exemplo, podemos citar a questão do povo curdo. Ele forma a quarta maior nacionalidade do Oriente Médio e está disperso entre Irã, Iraque e Turquia. Luta pelo reconhecimento de sua nação, sofre com a geopolítica das nações envolvidas e o jogo de interesses de europeus, russos e norte-americanos na região.

OP- 30   Impactos ambientais e sustentabilidade Por que ensinarA interpretação geográfica atual precisa da compreensão do que os impactos socioambientais decorrentes de um modelo de desenvolvimento insustentável está provocando no planeta. Não se discute, nem se compreende a produção do espaço geográfico,sem tematizar em quais aspectos a relação sociedade natureza está tensionada pelas mudanças dos impactos negativos da globalização econômica. Há toda uma repercussão dessa preocupação na ótica ambiental provocando movimentos internacionais na busca da sustentabilidade. São abordagens que evidenciam a dimensão da escala planetária articulada com as outras escalas geográficas e se traduzem na urgência da construção de uma outra ética no uso do território, ou na territorialização dos recursos naturais. O conflito e as contradições gestadas pelo modelo de desenvolvimento econômico, pela questão energética e seus desdobramentos na manutenção de impactos negativos são imprescindíveis para as reflexões do Ensino Fundamental.Condições para ensinarDurante muito tempo a Geografia física tratou dos recursos da natureza. Foram discutidos levando em conta se eram ou não renováveis e para que servem nos cotidianos, nas empresas, na produção da vida. A ênfase era mais em quais eram e para que serviam do que nas conseqüências da forma de aproveitamento/uso/depredação. Tais focos vêm sendo revistos voltando a ótica não só para a identificação dos recursos naturais e culturais como patrimônios da humanidade, como também a partir de uma análise do que os impactos vêm acarretando na qualidade de vida local e do planeta. Isso significa que o aluno precisa compreender não só a noção de recursos, mas identificá-los como patrimônios de toda a humanidade, para que o conceito de sustentabilidade promova a possibilidade de construção de atitudes voltadas para uma nova ética ambiental. O aluno precisa entender em que medida um modelo consumista provoca impactos ambientais, quais são os mais graves na atual situação do planeta e o que vem sendo feito em relação a esses problemas.O que ensinar• Os impactos negativos da globalização econômica na paisagem natural e cultural: quem paga a conta do consumo sem reservas e sem preservação.• A qualidade de vida resultante dos avanços tecnológicos: tanto no movimento de desterritorialização, quanto no surgimento de novos arranjos espaciais.• O uso sustentável dos recursos do planeta; as possibilidades dos industriais que estão participando da construção de uma lógica de sustentabilidade.• As empresas que atuam no terceiro setor: o comportamento empresarial e a sustentabilidade.Como ensinar1. Propor aos alunos a realização de uma atividade básica sobre a poluição- sobre a conta do consumo- quem paga?2. Pesquisa para os alunos - o que é o movimento ambientalista e quais são as atividades, eventos, focos de discussão. 3. Produção de um registro dos alunos: texto, colagem, lista, cartaz ou power point sobre o que foi estudado a partir de uma questão reflexiva como a seguinte: O que deve ser feito pela sociedade civil e pelas políticas públicas para diminuir os impactos socioambientais a curto, médio e longo prazo?Como avaliar1. Solicitar aos alunos que se coloquem como um morador do planeta daqui a 50/100 anos e o que eles gostariam de encontrar como qualidade de vida no futuro, analisando e propondo, o que será preciso fazer agora para que as intenções desse personagem possam se tornar reais. Na argumentação eles devem explicitar os conceitos trabalhados.2. Produção de uma manifestação dos alunos, com cartazes, pelo bairro, problematizando os impactos ambientais e indicando possibilidades de mudanças locais.RA-30   Oficina de criatividade: impactos ambientais e sustentabilidade Objetivos:- Ler e interpretar documentos que discutem os impactos negativos da globalização econômica  na paisagem natural e cultural, propondo alternativas de uso sustentável do planeta Terra.Desdobramento da habilidade:- Conhecer a importância da sustentabilidade relacionada ao patrimônio natural: água, solo, clima.- Problematizar a importância da energia para a qualidade de vida urbana e rural, avaliando o uso dos bens naturais- Identificar os diversos impactos das atividades econômicas no planeta Terra.- Saber expressar com criatividade por meio de reconto.Pré-requisitos:- Noções de ecossistema, bacia hidrográfica,  impacto ambiental e sustentabilidade.

- Conhecer os elementos que compõem o arranjo da paisagem natural  no Brasil e no mundo.- Conhecer o significado de energia, hidrelétrica, apagão, horário de verão através da mídia e do uso/ convivência- Solidariedade nos trabalhos coletivos.Descrição dos procedimentos:          Para discutir esse tópico sugerimos, num primeiro momento, o retorno à leitura da Orientação Pedagógica referente a ele. Ela traz contribuições significativas sobre como selecionar e explorar textos sobre o patrimônio natural, os impactos socioambientais e a sustentabilidade.       Uma das questões mais graves do nosso tempo refere-se aos padrões de produção e consumo no planeta e a incapacidade dos homens de explorá-lo de forma sustentável.  A irresponsabilidade socioambiental faz com que a necessidade de gerar empregos, ganhar dinheiro, consumir, domine sobre o uso sustentável dos bens naturais. Nessa lógica os impactos ambientais tornam-se cada vez mais visíveis, demandando o ativismo dos movimentos sociais de luta por energia limpa e, dos Atingidos de Barragem, por permanência em seus lugares de pertencimento. Nessa perspectiva, propomos para o entendimento do tópico, o estudo dos impactos ambientais relacionados ao consumo de energia.     Estamos sugerindo uma seqüência didática sobre a questão dos impactos ambientais no território brasileiro. A atividade proposta é uma oficina de criatividade.  Ela deve envolver a parceria dos professores de Artes e Português para a construção de um reconto dos textos selecionados pelos grupos.Seu roteiro compõe-se das estratégias:1-       Seleção de textos sobre os impactos ambientais relacionados à energia não limpa e a construção de barragens hidrelétricas, considerando as possibilidades de energia alternativas e sustentáveis.2-       Organização de grupos para a leitura dos textos , individual, em casa.      

Texto 1- A iluminação artificial e o meio ambiente          As fontes e formas tradicionais de produção de energia possibilitam o acesso a confortos, porém muitas vezes causam a degradação ambiental e impactos sociais que podem privar parte da população ao acesso à terra, à água e a um ambiente saudável. Por isso, são importantes os programas de incentivo à preservação do meio ambiente, tais como, a utilização de fontes alternativas de geração de energia, racionalização da iluminação pública, e o sistema do Horário de Verão, o qual sofre resistência por parte da população.          O sistema do Horário de Verão, no Brasil, criado na década de 30 pelo presidente Getúlio Vargas, tem como principal objetivo melhorar o aproveitamento da luz natural ao entardecer, o que proporciona a redução na geração da energia elétrica que se destina à iluminação artificial. No “novo horário” antecipam-se os ponteiros do relógio em uma hora, tentando reduzir a demanda por energia no período mais crítico do dia (entre 18h e 21h).  No entanto, na teoria, essa medida de economizar a luz à noite parece não ser válida, pois deixando de iluminar na parte da noite, antecipamos a iluminação quando o dia está amanhecendo.          Embora o Horário de Verão seja pouco significante para a economia, existem outros programas com o intuito de incentivar a diminuição do consumo de energia elétrica através da iluminação pública artificial. É o caso do Programa Nacional de Iluminação Pública Eficiente (ReLuz). Criado pela Eletrobrás, com o apoio do Ministério de Minas e Energia, o ReLuz busca melhorias na eficiência energética nos sistemas de iluminação pública, ampliando os benefícios dos projetos a toda população urbana do país. Um exemplo disso é a atuação do projeto na cidade de Belo Horizonte, o qual objetiva proporcionar mais conforto para os habitantes, melhorando, em 300%, o nível médio de iluminamento (LUX). Para tal, foram substituídas 81.814 luminárias e lâmpadas de vapor de mercúrio por vapor de sódio. Com isso, o município poderá economizar, por ano, R$ 2,7 milhões na sua conta de iluminação pública.              Os sistemas de geração, transmissão, distribuição e uso de energia podem, e devem, tornar-se mais eficientes através de medidas tecnológicas, impulsionadas também por políticas públicas claras e eficazes. As novas tecnologias, assim como os conhecimentos tradicionais, podem ser aplicados na busca de soluções para a produção de energia a partir de fontes renováveis e menos poluentes. São as fontes alternativas, como a biomassa (a partir de resíduos agrícolas como o bagaço da cana, as cascas de arroz, a serragem, etc.), os óleos vegetais (de soja, o dendê, mamona, etc), a energia solar, a energia eólica, a energia produzida por micro e pequenas centrais hidrelétricas, a energia das ondas e marés e a energia geotérmica, que apresentam um potencial enorme para o suprimento global de energia. Como vantagem, podem ser aproveitadas de forma descentralizada, conforme as potencialidades e particularidades de cada região e de acordo com as necessidades e capacidades das comunidades.   É prioritário, então, atacar o desperdício e o uso desrespeitoso dos bens que a natureza oferece. Assim, faz-se necessário o estabelecimento de padrões de produção e consumo sustentáveis à vida na Terra, de modo a promover maior justiça social e ambiental numa sociedade desigual, na qual, hoje, 20% da população consome 80% dos recursos, como a energia. Leila Rodrigues Reis http://www.ambientebrasil.com.br/noticias/index.php3?action=ler&id=22691Texto 2 – Triunfo natural     “A família Balbo, de tradicionais usineiros de Sertãozinho, a 350 Km de SP, olhava com gastura a queima de seus canaviais. O processo facilitava o corte manual de cana, mas desprotegia o solo e obrigava a lançar mão de herbicidas. Quando o grupo começou a buscar soluções para que o cultivo fosse menos agressivo ao meio

ambiente, 1986, as primeiras tentativas foram desanimadoras. Sem métodos convencionais, apareceram novas pragas e problemas de compactação do solo. No 1º ano,  apenas 2% da área foi colhida.    Apesar dos resultados desalentadores, a empresa persistiu no projeto batizado de cana verde. Em parceria com uma fábrica de equipamentos agrícolas, desenvolveu uma máquina colhedora de cana crua. (...) surgiram equipamentos vindos da Austrália  e outros de fabricação nacional, o que permitiu que dois anos depois, fosse colhida 100% da área. Há 10 anos, a Usina São Francisco, a maior produtora de cana orgânica do grupo, não usa mais queimadas, e a produtividade aumentou 10%. Em 1998, o açúcar, álcool, levedura, óleo fúsel e bagaços produzidos pela Organização recebem o certificado ISO 9002. Em 2001 é feita a primeira colheita de café orgânico. Hoje, a empresa se tornou a maior produtora mundial de açúcar orgânico, com 45% do mercado global.”TIE, Luciana. Revista Brasil sustentável, nº3, ano 2, jan/fev 2005 .SP:Ed. Report,p.30/31Texto 3 – Biodiesel em escala         “ O protótipo de uma miniusina capaz de produzir 250 litros de biodiesel por dia acaba de ficar pronto na Capital Federal. Por causa do método escolhido pela Universidade de Brasília (UnB) e pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), que demorou três anos para ficar pronto, as vantagens dessa planta são ainda maiores do que apenas gerar um combustível considerado como limpo. Elas também são geográficas.  ‘O objetivo é tornar disponível a patente dessa planta de craqueamento de óleos vegetais para que ela seja instalada em locais onde a população não tenha acesso a combustíveis derivados de petróleo”, disse Joel Rubim, professor do Instituto de Química (IQ) da UnB, um dos coordenadores da construção da miniusina, à Agência FAPESP.    Como a técnica usada na nova planta permite a obtenção de combustível a partir de qualquer óleo vegetal, sem a necessidade de utilizar metanol ou etanol, como ocorre na transesterificação, ela poderá se espalhar mais pelo Brasil. O modelo construído no campus da UnB pode ser adaptado tanto em propriedades rurais como em empreendimentos urbanos.    Dentro da usina, o óleo vegetal é submetido a uma temperatura de até 380ºC. Com isso, ele literalmente se quebra em uma mistura de várias moléculas. Parte desse material vai gerar o bioóleo, mais conhecido como diesel renovável. “Esse produto apresenta propriedades químicas praticamente idênticas ao diesel de petróleo. Por conta disso, ele pode ser utilizado exatamente para as mesmas finalidades”, explica Rubim.  O rendimento obtido também não é desprezível. Segundo o pesquisador, aproximadamente 10 litros de óleo de soja, por exemplo, produzem seis litros do bioóleo, que pode ser usado em qualquer tipo de motor a diesel. “É um rendimento garantido de 60%”, afirma o pesquisador. Atualmente, além da soja babaçu, a mamona, o girassol, o dendê, o nabo forrageiro e o algodão são as espécies vegetais oleaginosas encontradas no Brasil utilizadas na produção do biodiesel.  O projeto da miniusina contou com financiamentos de R$ 200 mil do Ministério da Ciência e Tecnologia, R$ 250 mil do Ministério do Desenvolvimento Agrário e R$ 400 mil da Fundação Banco do Brasil. O reator de craqueamento inaugurado na UnB tem um custo aproximado de R$ 30 mil. “Mas esse valor tende a reduzir quando a planta começar a ser produzida em escala comercial”, afirma Rubim”.(Fonte: Thiago Romero / Agência FAPESP) http://www.ambientebrasil.com.br/noticias/index.php3?action=ler&id=22757  Texto 4 -  Um futuro promissor         Além da energia nuclear, o Brasil deu outros passos para diversificar  a geração de energia. Em resposta à primeira crise internacional do petróleo em 1973, o país iniciou o Programa Nacional do Álcool, que visava à substituição da gasolina como combustível. O PRÓ-Álcool foi um sucesso: em meados da década de 1980, 95% dos veículos nacionais chegaram a ser movidos a álcool. Entretanto, no início da década de 90, o programa foi gradualmente perdendo força. A cotação do petróleo voltara a níveis mais baixos, e com elevação do preço do açúcar no mercado internacional, tornou-se mais vantajoso às usinas, transformar a cana em açúcar.         Nos últimos anos, o lançamento do automóvel biocombustível, com motor híbrido capaz de funcionar com álcool ou gasolina,deu novo impulso à produção do álcool. O governo também, investiu no gás natural como combustível, construindo o gasoduto  Brasil-Bolívia em 2002. O objetivo é aumentar a participação do gás natural na matriz, de 2% em 1999 para 12% em 2010.      No importante setor das energias alternativas –renováveis e mais limpas-, a ação do governo brasileiro se baseia no Programa de Incentivo às Fontes Alternativas  ( Proinfa), iniciativa de 2002, que até o fim de 2006 deverá destinar 20 milhões  de dólares para a produção de energia renovável: biomassa, biodisel, biogás e, entre outras, as energias solar, eólica e das ondas do mar.” ALMANAQUE ABRIL. Atualidades Vestibular- 2006, SP: Ed.Abril, 2005, p.141.  Texto 5-  Energia nuclear      “ A energia nuclear é um tema perturbador. Ao mesmo tempo em que fornece 80% de energia elétrica da França e 50% da Suécia, sem acidentes, gerou o sinistro de Chernobyl, na Ucrânia, que em 1986 matou quase 30 mil pessoas e espalhou uma nuvem radioativa sobre milhões de europeus. Cerca de 16 milhões de ucranianos continuam a sofrer seqüelas do desastre como câncer e mutações genéticas.        A segurança não é a única controvérsia. Recentemente, o ilustre físico James Lovelock, autor do famoso livro A Hipótese Gaia (1973), chocou os amigos ecologistas  ao sugerir que a energia nuclear  pode ser a alternativa para alguns países  num futuro congestionado  pela poluição dos gases  de efeito estufa. A fissão  do átomo não emite gases, mas gera um lixo radioativo que permanece ativo e perigoso durante milênios. (...) o nuclear custa caro: a vida útil de uma usina dura 30 anos e os custos de desativação e isolamento dos materiais

radioativos custam até 10 vezes  mais do que um reator novo. (...)   Com a crise de energia e o apagão 2001, a Estatal Eletronuclear, da Eletrobrás, operadora das usinas Angra I e II, retomou os planos de construção de Angra III, apesar dos protestos. (...) Em 2002, Brasil e França assinaram um acordo de cooperação para uso pacífico de energia neclear.” ARNT, Ricardo. Energia nuclear.IN:Almanaque Brasil Socioambiental. SP: ISA, 2005, p.283Texto 6 - Famílias ameaçadas pela hidrelétrica de Foz do Chapecó, no RS, querem impedir o início das obras.Os protestos no Sul do país contra a construção de hidrelétricas no rio Uruguai estão cada vez mais intensos. (...) mais de 800 famílias atingidas pelas barragens construídas neste rio montaram um acampamento no município de Goio-en, na divisa entre os estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul.Estes pequenos agricultores terão suas terras alagadas pela barragem do Consórcio Energético de Foz do Chapecó, que atingirá mais de 15 mil pessoas.Além de Campos Novos, já concluída, e da Foz do Chapecó, com a licença ambiental liberada para o início das obras, também estão em estudos a construção das hidrelétricas de Monjolinho e Itapiranga no rio Uruguai. Juntas, elas vão expulsar de suas terras mais de 30 mil pessoas.Rodrigo Zancanaro, da direção regional do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) e morador da comunidade atingida Porto Goio-en, explica que as famílias vão permanecer no local até que sejam garantidas os direitos dos atingidos, como o assentamento deles em um novo local, com condições para se produzir alimentos.“Os atingidos têm o compromisso de não permitir a construção da barragem sem que haja uma discussão prévia da questão de para onde vão os atingidos, e qual a garantia que eles vão ter. E aí então, acontecendo esta mobilização, frente a esta situação que estamos vivendo, de insegurança, de incerteza, no sentido de pressionar o governo para que se consiga uma audiência para discutir isto aí”.Ele afirma que os protestos também são contra os impactos sociais e ambientais das obras neste rio. Zancanaro diz que é preciso que o governo reveja as licenças destas hidrelétricas, pois inúmeras irregularidades podem ser encontradas em seus projetos. Um exemplo é a de Foz do Chapecó, que negligenciou o número de famílias atingidas, reconhecendo apenas 1,7 mil.De Brasília, da Agência Notícias do Planalto, Antonio DinizTexto 7 –Energia – usos múltiplos     “(...) o modelo hidroelétrico tem levado ao sobreuso dos mananciais  de água para uma única atividade, que é a produção de energia. A nova legislação não regulamenta  as atividades do setor elétrico, chamada  Novo Modelo, preconiza que o licenciamento ambiental de novas centrais elétricas deve ocorrer antes que essas sejam concedidas ou licitadas para empresas  que se interessem por investir  em sua construção e posterior operação. Essa regra, entretanto, não está aplicada no PPA 2004-7.  Nesse ponto há ainda projetos energéticos  de grande porte cujos  impactos ambientais  e sociais não foram devidamente avaliados. Entre as obras mais preocupantes estão duas hidrelétricas no rio Madeira, localizadas na altura do Porto Velho (RO), chamadas Jirau e Santo Antônio, de responsabilidade da Eletrobrás, bem como a Central Hidrelétrica  de Belo Monte, da empresa Eletronorte, que mesmo tendo reduzido  a área de inundação de 1.225km2 para 440Km2, mantendo sua potência instalada  em 11mil MW, será desastrosa para o rio Xingu. Um exemplo do impacto é que o Xingu teria trechos com cheia permanente, alterando drasticamente o regime hidrológico  de secas e cheias, da qual dependem não só a vegetação, mas também as comunidades tradicionais  que vivem ao longo do rio.        Estão previstos no Plano Plurianual, um poliduto da Petrobrás  que liga Urucu a Porto Velho, cortando 520Km de florestas numa das regiões mais remotas e preservadas da Amazônia através da bacia do rio Purus, onde há populações indígenas  ainda não contatadas, uma linha de transmissão de energia elétrica de Manaus até Tucuruí, projetadas para cruzar áreas  praticamente intocadas da floresta  e um gasoduto  até Coari, que deve prejudicar a pesca de populações ribeirinhas.” ALMANAQUE ABRIL. Atualidades Vestibular- 2006, SP: Ed.Abril, 2005, p.284 

1-       Procurar o significado das palavras desconhecidas. Reler os textos.2-       Discussão dos textos numa roda de debate;3- Problematizações sobre os textos:         Que tipos de energia o Brasil usa para seu uso industrial e  doméstico?         Qual é a matriz energética brasileira? Como pode ser caracterizada?         As hidrelétricas brasileiras causam impacto ambiental? Como?         Que energias são consideradas limpas e renováveis? Por quê?         O clima e a geografia brasileira favorecem a utilização de energias renováveis? Quais? Como?         A energia nuclear pode ser uma alternativa de energia limpa?         Quais são tecnologias do futuro no setor energético brasileiro?         Quais as desvantagens do uso de combustíveis fósseis como fonte de energia? Que implicações decorrem de seu uso?         O Brasil já conseguiu universalizar o acesso à energia elétrica? Todos os brasileiros têm direito à luz elétrica? Quais as conseqüências da universalização ? 4- Atividade de encenação         Após as problematizações sobre o texto,  os alunos devem se organizar em grupos.

         Produzir o reconto: transformar o texto em história  ou “causo”, registrando-o. Explicitar o tipo de energia, o impacto causado e a alternativa usando a energia limpa e a  sustentabilidade.         Ensaiar, no grupo,  o reconto ou causo, usando materiais reciclados para a encenação com criatividade.         Combinar as apresentações. Convidar alunos de outras salas. Apresentar as encenações e inserir os recontos ou “ causos” no mural da sala. Glossário:Matriz energética: conjunto de fontes primárias  e secundárias de energia e seus processos de transformação. Trata-se de um conjunto de energias de um  país e como são usadas. Podem  ser primárias quando coletadas diretamente na natureza como petróleo, cana,   ou secundárias quando transformadas em óleos e derivados do petróleo ou álcool. O processo de transformação é mecânico ou nuclear.Energias do futuro: serão renováveis e limpas como a biomassa,  que é matéria orgânica queimada  como o bagaço de cana; o biodisel que vem de vegetal como o dendê; o biogás gerado de decomposição e as energias do mar, eólica, solar. Todas ainda muito caras.Energia renovável: são fontes de energia  que respeitam os ciclos anuais e na escala de tempo os fenômenos biológicos. A hidroeletricidade  responde pelo ciclo das águas. Podem ser de vegetais e aproveitar o bagaço como a biomassa e o biodisel.Energia não renovável:  corresponde aos combustíveis fósseis ( carvão mineral, petróleo, gás natural somados à energia nuclear. São fenômenos que ocorrem em escala geológica ou de formação de sistema solar.Panorama energético do mundo: A produção de petróleo está concentrada em apenas 10 países  o que torna esse comércio complexo. O mais grave é que 80%  da energia utilizada no planeta vem de fontes não renováveis e poluentes. O petróleo esgotará, mas sua importância cresce no mundo. Seu comércio gera tensão e conflito nos países produtores. Seu consumo é contestado em função do aquecimento global. O Brasil é auto-suficiente.Energia alternativa:são aquelas consideradas limpas e renováveis: bagaço de cana, biodisel, álcool, aquecimento solar.Impactos ambientais:Mudanças promovidas por intervenções humanas  ou fenômenos naturais  que alteram o meio ambiente agredindo-o.

31   Desenvolvimento sustentável Por que ensinarO termo Desenvolvimento Sustentável surgiu pela primeira vez em 1987, com o relatório Brundtland, "Nosso Futuro Comum", e foi amplamente adotado no contexto da Cúpula da Terra/Rio-92. Se inicialmente a idéia de sustentabilidade atrelou-se à dimensão econômica, a ponto de se achar possível prescindir dos fundamentos ecológicos nas práticas sustentáveis, a continuidade da depredação da natureza, a exclusão de grupos sociais dos benefícios do crescimento econômico e a preocupação com as futuras gerações fizeram com que fossem acrescidas ao conceito as dimensões social e temporal. Assim, tornar o desenvolvimento sustentável é “garantir que ele atenda as necessidades do presente sema comprometer a capacidade de as gerações futuras atenderem também às suas.”(Nosso Futuro Comum:1988:9) Desse modo, sustentabilidade significa a habilidade para perdurar no tempo, evitando o colapso das civilizações, sociedades, economias e organizações que não foram capazes de sustentar-se. Desenvolver este tema nos cotidianos pedagógicos é convocar os jovens para as necessárias mudanças de hábitos e atitudes tendo em vista os limites do planeta Terra. Nesse sentido a Geografia tem um papel muito importante pelo conteúdo e forma das questões quem tratam a natureza e a sociedade.Condições para ensinarÉ com o olhar atento nas organizações e processos espaciais vivenciados pela turma que deverá proceder-se o resgate de seus saberes e fazeres. Algumas questões devem encaminhar a atividade, tais como: desenvolvimento sustentável e sustentabilidade são palavras hoje amplamente divulgadas pela mídia. O que entendem por elas? As respostas devem ser registradas encaminhando, assim, a elaboração de conceitos provisórios. Para ampliar o resgate das percepções é necessário indagar: Sabe-se que o modelo de desenvolvimento vigente é insustentável. De que modo essa “insustentabilidade” torna-se visível no espaço de vivência? Os avanços tecnológicos têm nos ajudado a compreender a interação homem e natureza permitindo-nos uma avaliação crítica dessa relação ou, ao contrário, temos dessa relação um conhecimento ainda restrito e fragmentado, além da falta de ética da sociedade capitalista que tem agredido, com maior ou menor intensidade, todas as partes do planeta Terra? O que a turma pensa que é a natureza? Atenção para essa resposta! Verifique até que ponto a turma já se “contaminou” pelo modo capitalista imposto de pensá-la, ou seja, “como uma fonte de recursos”. Só que o bem estar e a acumulação das riquezas geradas se destinam a uma minoria da população mundial, em detrimento da

maioria que é pobre e pouco consciente do seu poder para enfrentar essas questões. Como se trata da avaliação diagnóstica e inicial, crie atividades em que a turma possa, ela mesma, registrar seus saberes e fazeres, tal como: um mural com imagens (fotos, desenhos, manchetes) que traduzam esses saberes. Atente para as perguntas curiosas da turma. Registre-as. Se for o caso, estimule o debate, senão, reserve as mais polêmicas para aprofundamento posterior.O que ensinar• Características técnicas dos produtos alimentícios de origem agroecológica daqueles de uma lavoura convencional.• O uso e abuso do consumo de atratividades naturais e culturais pelo turismo de massa e as formas sustentáveis/insustentáveis de relacionamento entre turista e meio ambiente.• A territorialização dos bens naturais e sócio-culturais pelo ecoturismo e as possibilidades e limites do uso sustentado de áreas naturais.Como ensinar• Leitura de texto, levantamento de questões e debate

“A SUSTENTABILIDADE apresenta as seguintes dimensões:- Sustentabilidade ecológica à refere-se à base física do desenvolvimento e à manutenção dos estoques de recursos naturais incorporados às atividades produtivas;- Sustentabilidade ambiental à relaciona-se com a capacidade da natureza de absorver as ações humanas e se regenerar;- Sustentabilidade social à refere-se à melhoria da qualidade de vida da população, vencendo os graves problemas de desigualdade e exclusão social que caracteriza vários povos da terra, principalmente o Brasil;- Sustentabilidade política à acha-se associada aos processos de construção da cidadania e à incorporação plena das pessoas nos processos de desenvolvimento.” (Guimarães:1994 citado por Barbieri:1998)

• Planejamento de trilhas de pesquisa: as questões levantadas durante o resgate dos saberes e fazeres da turma são tomadas como eixos da atividade investigativa numa perspectiva interdisciplinar. O tratamento da informação, metodologia proposta por Santomé (1998), envolve a coleta de dados, a análise, a apresentação dos resultados, encaminhando a atividade.• Princípios agroecológicos X lavoura convencional: a tecnologia agrícola em questão: organização de um debate com convidados da comunidade: engenheiro agrônomo ou técnico agrícola / representante rural da agroecologia e da lavoura convencional. A preparação da turma para ao debate começa com um seminário de textos que envolve a leitura e o levantamento das questões problematizadoras que serão apresentadas no debate. • Projeto de trabalho interdisciplinar: mudando nossos hábitos alimentares: Planejamento de uma rede temática com Ciências na perspectiva da mudança de hábitos alimentares. A questão problematizadora que convocará a turma neste eixo investigativo é a seguinte: o que é uma alimentação saudável? Consulte o site http://www.planetaorganico.com.br para a organização das atividades. Inclua a indagação: Quem são os agricultores orgânicos do espaço de vivência? Identifique-os e programe uma visita técnica a uma das propriedades para reconhecimento prático da dimensão conceitual discutida no debate. Programe uma entrevista com uma nutricionista e avalie a merenda oferecida na escola. É até possível interferir na realidade agrícola local, tornando-a um fornecedor de produtos orgânicos para a rede escolar pública. São muitas as experiências já realizadas nesse sentido em São Paulo (Botucatu) e no Sul do país, beneficiando os produtores porque tem um mercado certo para sua produção e aos jovens consumidores, pela construção de hábitos saudáveis de alimentação. Ilustre a proposição de intervenção na realidade valendo-se de uma leitura do texto que segue.

“ENCONTRO SOBRE MERENDA ESCOLAR ORGÂNICA EM BOTUCATU(...) a BioFach Brasil e o Instituto Biodinâmico, em parceria com a Prefeitura Municipal, Sebrae SP, Associação Biodinâmica e Associação dos Produtores Orgânicos de Botucatu, realizaram uma palestra sobre “nutrição e merenda escolar orgânica nas escolas públicas municipais”, que contou com a presença de mais de 70 participantes entre diretoras de creches, merendeiras, nutricionistas, produtores rurais, representantes de instituições governamentais e não governamentais e outros profissionais ligados ao desenvolvimento da agricultura, da cidade e da região.A palestra foi ministrada pela nutricionista e docente da Unisul/SC, Elaine Azevedo, que narrou a experiência da AGRECO - Associação dos Agricultores Ecológicos das Encostas da Serra Geral, no Estado de Santa Catarina. “O produto orgânico tem maior valor nutricional. Os alimentos são mais saudáveis para as crianças e despertam a consciência ecológica e social, além de dar um impulso à produção regional”, disse a nutricionista. Segundo Elaine, a merenda escolar orgânica já é realidade em algumas cidades do sul do país que contam com a parceria de prefeituras e associações locais de produtores orgânicos. Porém, para a implantação deste projeto, é necessário que as nutricionistas, merendeiras e diretoras de creches conheçam os benefícios da agricultura orgânica e também os pequenos produtores se organizem para que possam fornecer os ingredientes da merenda escolar (...) Para o presidente da Associação de Produtores Orgânicos de Botucatu, Arnaldo Sampaio, o encontro foi bastante proveitoso. “O importante é que, além das

pessoas envolvidas diretamente com a merenda escolar, contamos com a presença de muitos produtores. A conclusão também foi muito importante, porque deve se iniciar uma parceria entre os produtores e a prefeitura e isso começa com a visita das merendeiras às propriedades com produção orgânica”. Fonte: IBD. 30.11.02. Disponível em http://www.ibd.com.br/destaquesibd/merendaescolar.htm Acesso 02/03/05.

• Trabalho de campo em uma área de preservação ambiental para investigar o seu uso sustentado pelo ecoturismo. Como parâmetro da observação e análise espacial que será empreendida pela turma coloque as seguintes questões relacionadas aos princípios do ecoturismo:- a infra-estrutura, atrativos e programas estão compatíveis com o entorno local? -as culturas locais e tradicionais são valorizadas e os impactos negativos sobre elas estão sendo minimizados?-O uso e consumo que se faz do espaço tem contribuído para a conservação e proteção à biodiversidade da área natural visitada?-A atividade ecoturística criou postos de trabalho e oportunidades de negócios para as comunidades locais?

OP- 32   Globalização (parte II) Por que ensinarPara cada época da história humana existem conceitos- chave para a compreensão da mutação da realidade. No tempo presente essa grande mudança histórica de internacionalização do planeta se chama globalização. Mesmo que não seja um fenômeno recente, o fato é que sua configuração numa espécie de teia global foi possibilitada por um novo sistema técnico que cobre quase todo o planeta: a revolução informática. A partir, sobretudo dos anos 1990 do século XX ela passou a ser sentida em todos os meandros da vida humana: finanças, produção material, trocas comerciais, serviços, intercâmbios culturais, difusão de idéias e valores, conceitos políticos e sociais, artes e ciência. O sistema técnico informacional é indispensável à produção, ao aumento escalar dos lucros buscados pela empresas globais e fomenta novas formas de consumo. As ações hegemônicas são caracterizadas por comportamentos competitivos. Do modo como a globalização tem sido conduzida acaba por favorecer os países ricos em detrimento dos países emergentes e pobres, cada vez mais dependentes e endividados. A dimensão formadora da abordagem deste tópico reside na necessidade de propiciar ao educando um entendimento do que é hoje a organização do espaço geográfico.Condições para ensinarA globalização é o estágio máximo da internacionalização. Ela foi possibilitada por vários fatores convergentes, mas, sem dúvida, a revolução tecnocientífica/revolução informática em curso é o mais relevante. O que a turma sabe sobre esse fenômeno complexo e contraditório, que ao mesmo tempo em que aponta para a integração entre os povos, internacionaliza o crime organizado e aumenta a discriminação entre países ricos e pobres, desafia a concorrência entre eles com seus preços subsidiados e baixos, ampliando as desigualdades sociais? Resgate os saberes da turma sobre a globalização, desafiando-a com questões do tipo: O que vocês entendem por globalização? Que fatores possibilitaram a internacionalização do planeta? Que fatos da realidade indicam que vivemos um novo período da história da humanidade? Qual a base sobre a qual a globalização é possível? Como a globalização pode ser percebida no espaço de vivência? Organize os saberes sob a forma de um mural que ficará exposto ao longo do desenvolvimento do tópico. Acolha as perguntas curiosas para a construção de trilhas de pesquisa. Faça uma diagnose dos saberes e fazeres, valendo-se dela para planejar as atividades que serão desenvolvidas nas aulas.O que ensinar• O fenômeno da globalização com um novo capitalismo cujas características fundamentais ganham visibilidade nas atividades econômicas globais, nos fatores de produtividade e competitividade baseados na inovação, geração de conhecimentos e processamento de informações e na estruturação econômica em torno de redes de fluxos financeiros.• O local e o global: as múltiplas redes técnicas presentes no município e no estado de Minas Gerais no movimento da globalização.• Os conflitos resultantes da má distribuição ecológica e econômica do patrimônio natural e material, produzindo riqueza e pobreza como efeitos da degradação ambiental, sob a ótica da ordem política e econômico-financeira internacional globalizada.Como ensinar•Leitura de textos com dramatização: usando as idéias dos dois cenários apresentados no texto que segue, a turma deverá participar de um caloroso debate e, em seguida, dramatizar as situações de cada quadro explicativo da globalização. Como atividade complementar, buscar na mídia escrita e televisiva fatos capazes de contradizer a idéia de que somos uma aldeia global, evidenciando a face perversa da

globalização. Por exemplo: as manifestações e os conflitos em vários lugares do mundo contra as políticas e as instituições internacionais (OMC, FMI, BIRD) ligadas à integração global dos mercados.

Cenário1: o mundo como uma aldeia global. Há vários mitos em torno da difusão dessa idéia: 1) Que a difusão simultânea e instantânea da notícia realmente informa todas as pessoas; 2) O encurtamento das distâncias para quem pode viajar difunde a idéia de que o tempo e o espaço estão contraídos; 3) O mercado global como capaz de homogeneizar o planeta; 4) A morte do Estado. Comentando: o que se oferece à humanidade é uma informação manipulada, filtrada, ideológica, que não esclarece; o mercado global não homogeneíza o planeta, pelo contrário, aprofunda ainda mais as diferenças locais. Quanto ao Estado o que se vê é seu fortalecimento para atender aos grandes interesses internacionais em detrimento da população que tem a sua vida cada dia mais difícil. Quanto às “relações globais”, na verdade, elas se restringem aos grandes bancos, empresas transnacionais, grandes organizações internacionais e alguns Estados.Seu reverso é a fragmentação como no cenário 2.

Cenário 2: a globalização como uma “fábrica de perversidades”! Seus efeitos sociais e econômicos transformaram profundamente o modo de vida humano: desemprego, aumento da pobreza, a classe média perde em qualidade de vida, salário médio com tendência a baixar, fome, desabrigo, retorno de antigas doenças, difusão do uso de drogas, aumento da corrupção, consumismo, acirramento do contraste entre opulência e miséria, concentração de renda crescente.

•Desafio: outro mundo com uma globalização mais humana é possível?A indagação acima mostra que a globalização nem é boa nem má, depende da forma como o homem conduz esse processo, ou seja, do uso adequado e solidário oferecido pela conquistas científicas e técnicas. Encaminhe a resposta ao desafio pensando a transformação do cenário 2 em um mundo solidário. RA- 32   Construção de painéis educativos sobre as sociedades sustentáveis Objetivos:- Avaliar alternativas de combate à exclusão social em nível escalar referenciando-se em modelos de desenvolvimento social politicamente sustentáveis. Desdobramentos- Ler textos de diferentes códigos  e linguagens que problematizam as contradições do uso e consumo dos bens naturais e sociais. - Selecionar e organizar informações coletadas sobre sociedades sustentáveis.- Consultar diferentes fontes , inclusive boletins eletrônicos sobre o tópico em questão.- Problematizar questões contextualizadas como o desenvolvimento sustentável.- Usar da criatividade e da criticidade para construir um guia prático ou cartilha sobre o consumo sustentável- Relacionar a melhoria da qualidade de vida com a participação social nas políticas públicas de cumprimento dos direitos sociais.- Avaliar as cartilhas produzidas no município para orientar a população  em ações mais sustentáveis- Explicar a relação existente entre consumo e sustentabilidade ambiental.- Ser cooperativo e apresentar-se solidário na produção do material combinado.-Cumprir os combinados estabelecidos para o desenvolvimento do tópico.Pré-requisitos:- Conhecer os modos de poluição do planeta Terra.- Saber expressar-se como consumidor revelando os hábitos de consumo.- Ter noções de desenvolvimento sustentável.- Domínio da leitura e da escrita para desenvolver habilidades de leitura de textos diversos e tratamento dos dados selecionados.- Saber investigar em fontes diferentes.- Sistematizar as próprias idéias e as dos colegas em registros.- Ler textos de diferentes fontes, escalas e compreensão dos fenômenos.- Registrar dados em craft , organizando os painéis de síntese.Descrição dos procedimentos:         A degradação da natureza, a extinção de espécies, o aumento do efeito estufa e as mudanças climáticas estão acontecendo em todos os lugares do nosso planeta. Estes problemas ambientais  revelam a necessidade de mudança de comportamento em relação à natureza. È preciso, mudar valores e atitudes de consumidores irresponsáveis que estimulam um padrão de produção extremamente poluidor do ambiente e esbanjador dos recursos naturais, principalmente água, petróleo e madeira, para consumidores responsáveis

  Primeiro momento: Atitudes e ações          Organizar a sala distribuída em dois blocos. Os dois devem responder as questões abaixo de 1 a 7.  Se  existir outras, inclua-as. O bloco que obtiver mais acertos é o vencedor. Para conquistar esse título os dois blocos devem   organizar a tabela e  o gráfico dos dados. Estes instrumentos devem conter títulos e autoria dos alunos.   Primeira Parte:  Teste sobre o padrão de consumo da sala1- Você é um consumidor voraz ou equilibrado diante das novidades  do mercado de consumo? 2- Como se avalia no consumo de água, energia elétrica, produtos alimentares, papel, plástico, gasolina, gás? 3- Na compra de produtos você considera a quantidade de energia,recursos naturais, trabalho ilegal, agrotóxicos, poluição, geração de lixo decorrente de sua produção?4- Você tem hábito de reaproveitar /reusar/ reciclar os  produtos de consumo cotidiano?5- Você tem hábito de comprar produtos ecologicamente corretos?6- Você acompanha as notícias de jornais e revistas sobre os produtos ecologicamente corretos?7- Você orienta as pessoas que poluem o ambiente?8- Você faz parte ou pretende fazer parte de movimentos que lutam para preservar o ambiente?9- Você é solidário com  pessoas que estão marginalizadas na cidade: mendigos, analfabetos, trabalhadores de serviços públicos?Segunda Parte: Tratamento dos dados coletados:1-       Organização de uma tabela com os dados quantitativos dos dois blocos.2-       Construção de gráficos com os dados das tabelasSegundo momento - Construção de uma cartilha ilustrada  de boas práticas para a construção de uma sociedade sustentável 1-       CombinadosQuestionar os dados obtidos, na gincana,  refletindo sobre a afirmação abaixo:     É possível reaprende a usar os recursos naturais para satisfazer as nossas necessidades, sem comprometer a sobrevivência e aspirações das gerações futuras”.</em>       2-  Tomar as questões indispensáveis  do cotidiano para a elaboração do Guia, referenciando-se no uso responsável de bens naturais/sociais,  tais como:1-       uso da água (quantidade utilizada para escovar os dentes, tomar banho, lavar a louça etc.);2-        uso da energia elétrica doméstica: consumo de TV, rádio, geladeira, som, chuveiro, luz elétrica  3-       consumo de papel;4-       uso do saco plástico; lixo doméstico e coleta seletiva;5-       alimentos em excesso e desperdício6-       consumo de roupas e calçados e desperdício           Enfim, pensar formas de reduzir ou eliminar o desperdício e economizar dinheiro. O que deve ficar evidenciado é como podemos contribuir no dia-a dia com a diminuição do uso de recursos naturais. Muitas dicas devem ser exploradas para compor o GUIA, tais como: evitar produzir lixo, reaproveitar o que for possível e reciclar ao máximo, aproveitando o que se  compra, usar sacola de feira para carregar compras, evitar embalagens 3-Para o levantamento dos dados visite o PROCON local, entreviste a comunidade, navegue em sites da internet buscando “consumo sustentável”. Referência obrigatória:CONSUMO sustentável: manual de educação. Brasília: Consumers International/ MMA/ IDEAC. Como adquiri-lo: [email protected]  ou www.akatu.com.br 4- Peça a cada grupo  que organize uma  prancha ( quadro) correspondente aos 6 itens dos bens sociais sugeridos acima, orientando-se pelos três Rs – reduzir, reutilizar e reciclar 5- Ilustrar a  prancha com criatividade considerando o uso  e consumo sustentável e solidário. 6- Agrupar todas as pranchas formando  o guia ou cartilha de orientação de consumo sustentável. Divulgar para outros anos de escolaridade e, se possível, na comunidade.      7- Promover a  auto-avaliação, possibilitando ao aluno a compreensão de sua aprendizagem.              Produção de um texto abordando: 1-      O que você aprendeu  sobre as sociedades sustentáveis que lhe possibilita assumir novas práticas de uso e consumo de bens naturais e sociais?2-      O que você aprendeu sobre o consumo sustentável  construindo o guia ou cartilha de boas práticas sustentáveis?3-      Quando se discutiu o consumo você deve ter percebido que o desperdício de bens da natureza é grande. Por que isso acontece4-      Vivemos uma crise de (des) ordem  ambiental e mutações na Terra. Faça uma crítica às atitudes dos consumidoresirresponsáveis que  têm contribuído para estimular um padrão de produção extremamente poluidor do ambiente e esbanjador dos recursos naturais. Proponha alternativa.

Glossário:Desenvolvimento sustentável é "um processo de transformação, no qual a exploração de recursos, a direção dos investimentos, a orientação da evolução tecnológica e a mudança institucional se harmonizam e reforçam o potencial presente e futuro, a fim de atender às necessidades e aspirações humanas" (Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, 1991, p.49.)Consumo sustentável: nos últimos tempos a produção limpa buscou a diminuição  e o uso eficiente de matérias-primas, a prevenção das fontes de poluição e a redução dos riscos à saúde humana. Isso não resolveu o problema da produção e do consumo. È preciso haver mudança no estilo de vida do consumidor, redução na desigualdade social,  na erradicação da pobreza e consciência de um consumo que atenda às necessidades básicas.Segurança alimentar não se resume à qualidade do que se come, mas à política de uso dos recursos  naturais para a produção de alimentos , o impacto ambiental que causa  e sua distribuição. A segurança alimentar é ameaçada quando a política de produção e distribuição de alimentos não atende  a estes princípios.Sociedade sustentável ocorrerá quando os povos e os grupos sociais caminharem de forma integrada e solidária na concretização da qualidade de vida com justiça social, construindo relações mais saudáveis  com o meio ambiente, pautadas,  não só pela perspectiva de exploração de riquezas, mas também pela responsabilidade em relação à sua conservação.

OP- 33   Ordem ambiental internacional Porque ensinarSegundo o ambientalista francês Michel Rocard, “condenados a viver juntos, estamos condenados a nos pôr de acordo juntos.” Seguindo a mesma linha de pensamento o presidente Mbeki, da África do Sul, disse em seu discurso por ocasião da abertura da Cúpula da Terra, em Johannesburg, também conhecida como Rio+10: (precisamos de) "salvar a Terra de nós mesmos, para salvar a Terra para nós mesmos". As duas citações acima mostram o enorme dilema da humanidade neste início do Terceiro Milênio: a necessidade de mudar a forma de compreender o desenvolvimento e o crescimento tal qual têm sido entendidos nos modelos clássicos do liberalismo econômico.É preciso buscar novos estilos de vida que assegurem a capacidade de suporte dos ecossistemas levando-se em conta, além da variável econômica, os valores sociais, éticos e culturais. Todas as nações estão convocadas a participar da busca de soluções para o problema ambiental de alcance planetário, cuja coordenação é de responsabilidade da Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente e o Desenvolvimento, CNUMAD. As Convenções, Protocolos e Acordos firmados entre as nações vêm se constituindo numa Ordem Ambiental Internacional, que tenta regular as ações humanas e os impactos gerados por elas no ambiente. Como vamos preparar os jovens para as grandes transformações contemporâneas? De que outro modo será possível prepará-los para a responsabilidade social na construção desta ordem ambiental senão fazendo-os exercitar protagonismo, fomentando-os para a importância dos processos de participação comunitária como forma de interferir nas políticas públicas e processos políticos do espaço de vivência e assumindo, assim, sua condição de cidadão/cidadã?Condições para ensinarDe modo geral, o que os alunos conhecem (por meio de percepção pessoal, estudos anteriores, leituras de jornais e revistas, notícias da TV e da internet) são os efeitos da degradação ambiental do planeta. Sabem muito pouco sobre ascausas dos problemas ambientais e, ao serem indagados sobre elas, indicam um saber de senso comum quase sempre relacionado ao egoísmo, ao individualismo, à ambição desenfreada. Tem lhes faltado uma visão mais crítica sobre a origem dos problemas ambientais contemporâneos. E quase nada sabem acerca de uma Ordem Ambiental Internacional em construção, coordenada pelas Nações Unidas – ONU. Os fóruns mais significativos dessas discussões políticas são: Cúpula Mundial do Meio Ambiente Humano, em 1972 (Estocolmo-72), a Cúpula da Terra (Rio-92) e a Cúpula Mundial sobre Desenvolvimento Sustentável (Rio+10), em Johannesburg, na África do Sul, em 2002. Por meio desses fóruns têm sido encaminhadas alternativas de solução para estancar/minimizar a degradação ambiental planetária. O que a turma já conhece acerca da busca de soluções para os problemas ambientais do dia-a-dia de suas vidas e da vida dos habitantes do nosso planeta? São capazes de demonstrar saberes acerca do avanço histórico rumo ao processo construtivo de uma Ordem Ambiental Internacional, no momento em que entra em funcionamento (16/02/05) o Protocolo de Kyoto, fato exaustivamente divulgado pela mídia no mês de fevereiro de 2005? Sabem que o Protocolo de Kyoto tem por objetivo reduzir a emissão de gases causadores do efeito estufa sobre a biosfera, fazendo diminuir o ritmo das incontestáveis mudanças do clima? Esta atividade é uma avaliação diagnóstica, inicial. As perguntas curiosas comporão a atividade trilhas de pesquisa.O quê ensinar

-O contexto do Protocolo de Kyoto e as vantagens de países emergentes, como o Brasil, participarem do Programa “seqüestro de carbono”. -Políticas estabelecidas pela Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente e o Desenvolvimento – CNUMAD – sobre mudanças climáticas avaliando os resultados do Protocolo de Kyoto em nível nacional e planetário.-A importância da Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente e o Desenvolvimento – CNUMAD – na difusão da temática ambiental em nível planetário e como sistematizadora de uma ordem ambiental que regula as ações humanas e os impactos gerados por ela no ambiente.Como ensinarSugestões de percursos didáticos· Planejamento de trilhas de pesquisa: as questões levantadas durante o resgate dos saberes e fazeres da turma são tomadas como eixos da atividade investigativa numa perspectiva interdisciplinar. Com tratamento da informação.· Organização de um banco de dados sobre o Protocolo de Kyoto: artigos de jornais e revistas de circulação nacional/internacional, imagens, entrevistas. Leitura, análise, levantamento de questões. Apresentação. Debate das idéias. Registros diversos.· Seminário de texto: leitura, análise e problematização das idéias, transformando-as em perguntas para serem utilizadas em entrevistas com especialistas da comunidade/região/país; organização de palestras; organização de mesa redonda aberta à comunidade, com inscrição prévia de participação, para discutir a aplicação dos benefícios do programa no espaço vivido/região.Texto básico: com o Protocolo de Kyoto, um novo mercado está surgindo: o de MDL (Mecanismo de Desenvolvimento Limpo). Ele foi criado com base em uma proposta brasileira durante a conferência de Kyoto, em 1997. "País que não têm meta de diminuição de gases pode desenvolver projetos próprios, reduzindo o gás carbônico da atmosfera". Esses créditos poderão ser comprados dos países periféricos. No Brasil, é o que já está sendo chamado de Mercado de Créditos de Carbono Brasileiro. O empreendimento, estruturado pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior e pela BM&F (Bolsa de Mercadorias & Futuros), servirá para reduzir a emissão de gases poluentes na atmosfera prevista pelo Protocolo, já que empresas poderão vender, no mercado, cotas dos gases que elas deixarem de emitir. O novo negócio entrará em vigor no segundo semestre de 2005.· Entrevista online com um ambientalista do espaço de vivência/região ou mesmo de renome nacional, como Washington Novaes (Jornal Estado de São Paulo) e André Trigueiro (Globo News); Prof. Wagner Costa Ribeiro, do Departamento de Geografia da Universidade de São Paulo ([email protected]), entre outros. No planejamento das perguntas que serão elaboradas pela turma sob sua orientação sugerimos, entre outras, as seguintes:1) Como funcionará o Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL)? Ele é a mesma coisa que “sequestro do carbono”? Como o Brasil poderá se beneficiar participando dele? Nosso município pode se beneficiar do Programa “Seqüestro do Carbono”? O que deve ser feito para participar desse programa?2) Como o senhor avalia os resultados em processo do Protocolo de Kyoto em nível nacional e planetário? 3) Que ações estão em curso para a mudança da matriz energética “suja” dos combustíveis fósseis para o uso de fontes “limpas”? 4) Qual será o próximo passo da Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente e o Desenvolvimento – CNUMAD – na difusão da temática ambiental em nível planetário?Análise de tabela, mapeamento e elaboração de conclusões

OS PAÍSES QUE MAIS EMITEM DIÓXIDO DE CARBONO (CO2) NA ATMOSFERA (PORCENTAGEM DO TOTAL EMITIDO NO MUNDO)

Estados Unidos 36,1%

Rússia 17,4%

Japão 8,5%

Alemanha 7,4

Reino Unido 4,3

Canadá 3,3

Itália 3,1

Polônia 3,0

França 2,7

Austrália 2,1

Espanha 1,9

Países Baixos 1,2

República Checa 1,2

Romênia 1,2

Paises listados no Anexo 1: Alemanha, Austrália, Áustria, Belarus, Bélgica, Bulgária, Canadá, Comunidade Européia, Dinamarca, Espanha, Estados Unidos, Estônia, Federação Russa, Finlândia, França, Grécia, Hungria, Irlanda, Islândia, Itália, Japão, Letônia, Lituânia, Luxemburgo, Noruega, Nova Zelândia, Países Baixos, Polônia, Portugal, Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda do Norte, República Tcheco-Eslovaca, Romênia, Suécia, Suíça, Turquia e Ucrânia

  Como avaliar· Estabelecer relação entre os dados da tabela e a notícia contida no texto que segue:“O protocolo de Kyoto sobre mudanças climáticas, que entra em vigor nesta quarta, 16 de fevereiro, sem a participação dos Estados Unidos, que se negaram a ratificá-lo, é o mais estrito dos cerca de 250 acordos mundiais sobre o meio ambiente. Concluído em 11 de dezembro de 1997 em Kyoto (Japão), o documento impõe a redução das emissões de seis gases causadores de efeito estufa, responsáveis pelo aquecimento do planeta: CO2 (dióxido de carbono ou gás carbônico), CH4 (metano), protóxido de nitrogênio (N20) e três gases flúor (HFC, PFC e SF6). As reduções variam segundo as emissões dos países industrializados: -6% para Japão e Canadá, 0% para Rússia, -8% para 15 países da União Européia, -21% para Alemanha, -12,5% para Grã-Bretanha, -6,5% para Itália, 0% para França, +15% para a Espanha. Este país, no entanto, emite atualmente mais 45% em relação a 1990. Estas reduções, que em hipótese alguma serão simples, devem ser calculadas sobre a média 2008-2012 em comparação com os níveis de 1990. Os países do sul têm obrigação apenas de fazer um inventário.[...].RA-24   Seminário de textos: protocolo de Kyoto e o programa “seqüestro de carbono” Objetivos:- Explicar, no contexto do Protocolo de Kyoto, as vantagens de países emergentes, como o Brasil, participarem do Programa “seqüestro de carbono”. -Identificar as políticas estabelecidas pela Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente e o Desenvolvimento (CNUMAD) obre mudanças climáticas avaliando os resultados do Protocolo de Kyoto em nível nacional e planetário. -Explicar a importância da Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente e o Desenvolvimento – CNUMAD – na difusão da temática ambiental em nível planetário e como sistematizadora de uma ordem ambiental que regula as ações humanas e os impactos gerados por ela no ambiente. - Ler com autonomia, sabendo interpretar os textos selecionados. - Identificar os problemas decorrentes das mudanças climáticas no espaço de vivência.- Explicar noções de aquecimento global,  Protocolo de Kyoto, políticas de energia limpa,  tecnologias limpas, Mecanismo de desenvolvimento Limpo, efeito estufa.-Participar de debate sobre o tópico sabendo argumentar e problematizar.Pré-requisitos:- Noções de clima, mudança no clima, aquecimento da Terra- Conhecer sobre o clima e o aquecimento da Terra em leituras da mídia: jornais, revistas, TV, etc.- Saber problematizar sobre os textos selecionados no seminário: políticas ambientais internacionais.Descrição dos procedimentos:          Para discutir esse tópico sugerimos, num primeiro momento, o retorno à leitura da Orientação Pedagógica  referente a ele. Ela traz contribuições significativas sobre como selecionar e explorar textos   e leitura crítica sobre o meio ambiente e desenvolvimento, relacionado ao Protocolo de Kyoto e as políticas  de energia limpa. Propomos roteirar a  seqüência didática de trilhas de pesquisa, organização de banco de dados  sobre o tema e seminário de textos. Roteiro das atividades:         Combinados com a turma:- leitura individual dos textos em casa.

Texto 1 SC apresenta potencial para o Mercado de Créditos de Carbono Projetos para gerar energia limpa ou para reduzir a emissão de dióxido de carbono (CO2) no ar passaram a  receber mais destaque no Brasil a partir da entrada em vigor do Protocolo de Kyoto, em fevereiro de 2005.

O tratado estabeleceu um instrumento denominado MDL - Mecanismo de Desenvolvimento Limpo, pelo qual os países desenvolvidos podem apurar os certificados de créditos de carbono, conhecidos como RCEs – Reduções Certificadas de Emissões, de nações em desenvolvimento.       O Brasil pode ser o país mais beneficiado por este instrumento, pois investe em projetos com grande potencial para geração de créditos de carbono. Os empreendimentos que possuem maior elegibilidade são os de eficiência energética na área de transportes; de substituição de energia elétrica ou térmica a partir de biomassa e resíduos (madeira, capim elefante, bagaço de cana, casca de arroz etc.); de geração do combustível fóssil por biocombustível (álcool, biodiesel etc.) e de florestamento e reflorestamento certificado. 

       O potencial do Estado de Santa Catarina, em relação ao Brasil, é reduzido na apresentação de projetos para a geração de créditos de carbono. No entanto, há espaço para a viabilização de novos programas, dependendo do nível organização dos setores. Um bom exemplo é a suinocultura. O setor é um grande emissor de metano – gás com poder de aquecimento ambiental 21 vezes maior que o CO2. O rebanho catarinense, de 5,5 milhões de cabeças, produz cerca de 18 milhões de m3 de dejetos por ano. De acordo com o engenheiro sanitarista ambiental, Paulo Belli Filho, apenas 50% desse resíduo é aproveitado de forma adequada. O restante acaba sendo lançado diretamente em rios e lagos ou utilizado em excesso no solo, poluindo.       Se o gás metano proveniente da suinocultura for devidamente processado, pode ser transformado em energia elétrica e gerar muitas outras vantagens ambientais, decorrentes do tratamento adequado dos dejetos.      Do lixo também podem surgir muitas soluções. A criação de aterros sanitários que utilizam o biogás para a geração de energia é uma alternativa inteligente para um problema enfrentado por grande parte dos municípios brasileiros. Foi nesta área, inclusive, que surgiu o primeiro projeto para a captação de créditos de carbono no mundo: o Nova Gerar, no Rio de Janeiro.          Em Santa Catarina, uma iniciativa do Ministério Público, obrigou as prefeituras a se adequarem à legislação ambiental e encontrarem um destino adequado para os resíduos domiciliares. Em menos de três anos, os resultados foram surpreendentes - 94% das cidades aderiram ao projeto e hoje despejam seu lixo em aterros sanitários próprios, privados ou de cooperativas municipais. O primeiro passo foi dado. Uma boa continuação é transformar o gás metano recolhido dos aterros em energia elétrica, para que os créditos de carbono possam agregar ainda mais valor aos empreendimentos.           A geração de energia térmica ou elétrica a partir de biomassa e de resíduos, também, é uma fonte alternativa para indústrias catarinenses que utilizam combustíveis fosseis como matriz energética.  Considerando-se que mais de 80% de todas as emissões de CO2 são provenientes da utilização do diesel e da gasolina, o setor de transportes também poderá ser elegível para projetos de MDL que resultem na eficiência elétrica. As possibilidades são as mais diversas, mas conseguir entrar nesse mercado não é tão simples. As dificuldades para a obtenção dos créditos de carbono estão primeiramente na metodologia apresentada. O projeto precisa, acima de tudo, identificar as adicionalidades que agregará para a comunidade (vantagens sociais, ambientais e econômicas). O passo seguinte é conseguir a certificação, que pode inviabilizar projetos de pequena monta pelo custo elevado. Outro agravante é o fato de existirem poucas empresas homologadas como certificadoras.       Por razões econômicas/financeiras os investidores estão mais interessados em projetos de grande valor. Isso torna os de pequeno e médio porte pouco atrativos aos negociadores internacionais - o que pode frustrar muitas expectativas. Os créditos de carbono por si só não viabilizam empreendimentos, mas melhoram significativamente os indicadores econômicos dos investimentos.  (Rui Fernando Müller/ CarbonoBrasil) 16/01/2006http://www.ambientebrasil.com.br/composer.php3?base=./carbono/index.php3&conteudo=./carbono/rosto.htmlTexto 2 Países querem energias limpas, mas com crescimento econômico Estados Unidos, Austrália, China, Índia, Japão e Coréia do Sul, reunidos nesta semana em Sydney para discutir alternativas ao Protocolo de Kyoto, criaram um fundo para o esenvolvimento de energias limpas. EUA e Austráliaorganizadores da reunião, se comprometeram a investir U$ 170 milhões em programas energéticos que respeitem o meio ambiente e sejam dirigidos a reduzir a poluição global.Os seis países representam 45% da população mundial e são grandes responsáveis pelo agravamento do efeito estufa: Austrália é o segundo produtor de carvão do mundo e produz mais gás carbônico por habitante que qualquer outro país. Já os EUA, é o maior poluidor do planeta, respondendo por mais de 25% das emissões de dióxido de carbono (CO2).      Ambos se recusaram a ratificar o Protocolo de Kyoto – acordo pelo qual os países signatários são obrigados a reduzir em 5% a emissão de gases até 2012, com base no nos níveis de poluição registrados em 1990. Quem não consegue atingir a meta, tem a opção de comprar créditos de carbono – gerados a partir de projetos de MDL - Mecanismos de Desenvolvimento Limpo em países em desenvolvimento.           No comunicado final da reunião, os membros da Cúpula AP6 afirmam que não reduzirão o uso dos combustíveis fósseis e prevêem um aumento da utilização da energia nuclear. O texto apostou também em um maior peso das energias renováveis e a direta implicação dos países no desenvolvimento de projetos não-poluentes.A idéia é trabalhar para a erradicação do efeito estufa, mas sem que isso seja um obstáculo ao crescimento econômico. "Os países têm a responsabilidade de trabalharem para cortar as emissões de gases

causadoras do efeito estufa e ao mesmo tempo a de manter o crescimento econômico", disse John Howard, o primeiro-ministro da Austrália, no encerramento da conferência.Deveres - Os representantes reunidos em Sydney, também defendem que o setor privado, e não os governos, deve assumir a liderança na luta contra o aquecimento global.     "Chegou a hora do setor privado assumir a liderança da luta contra a emissão de gases que provocam o efeito estufa", disse o ministro australiano da Energia, Ian MacFarlane, durante a reunião. "O setor privado, as empresas, os proprietários de infra-estruturas terão finalmente de resolver o problema", continuou o secretário de Estado americano para a Energia, Samuel Bodman."Todos os países membros querem que suas economias continuem crescendo. Mas todos têm responsabilidades ecológicas que também desejam assumir. O maior desafio consistirá em trabalhar com o setor privado e não somente com os governos", declarou o ministro australiano das Relações Exteriores, Alexander Downer.Disfarce - As conclusões da Cúpula AP6 foram fortemente criticadas por organizações ecologistas como Greenpeace e Amigos da Terra, que acusaram os participantes de utilizá-la como uma tampa para assegurar o mercado de carvão da Ásia.     "Acho que de fato esta conferência serve para proteger o futuro a longo prazo da indústria do carvão", disse no final da cúpula Clive Hamilton, diretor do Instituto da Austrália. Hamilton acrescentou que a Conferência fez muito pouco para reduzir as emissões de gases causadores do efeito estufa ou para impulsionar o trabalho do Protocolo de Kyoto. (Sabrina Domingos/ CarbonoBrasil) 13/01/2006http://www.ambientebrasil.com.br/composer.php3?base=./carbono/index.php3&conteudo=./carbono/rosto.htmlTexto 3  Para críticos, alternativa a Kyoto representa "fachada"           A parceria Ásia-Pacífico para Desenvolvimento Limpo e Clima pode parecer uma solução real, de pessoas maduras, para o problema das mudanças climáticas. Nada de perdas econômicas, de metas a serem atingidas, de compromissos internacionais e sem necessidade de negociações abertas e transparentes. Para os participantes, as economias asiáticas vão continuar crescendo e os governos não serão obrigados a fazer o que não querem. Para outros observadores, a parceria é um símbolo de desprezo para encobrir o embaraço de George W. Bush e John Howard (primeiro-ministro australiano) - os únicos líderes do Ocidente a renegarem compromissos assumidos por seus antecessores na Conferência da ONU - Organização das Nações Unidas de Kyoto, em 1997.        Tecnologia - De acordo com esse argumento, a parceria não vai trazer qualquer benefício em relação ao clima, porque a tecnologia sozinha não é capaz provocar as grandes reduções na emissão de gases que provocam o efeito estufa consideradas necessárias pelos cientistas que estudam o clima.          A defesa da parceria foi feita pelo Ministro da Indústria australiano, Ian Macfarlane, que diz acreditar que "a nova tecnologia vai resultar em três vezes mais redução de gases que provocam o efeito estufa do que o Protocolo de Kyoto".     "Coisas como seqüestro do gás carbônico (na atmosfera e armazenamento subterrâneo), energia solar e melhor utilização de novas tecnologias, vão trazer mais produção de eletricidade e consumo mais eficiente da energia elétrica", afirma Macfarlane.        A posição australiana é que o Protocolo de Kyoto não vai reduzir significativamente as emissões de dióxido de carbono. Muitos dos países que assinaram e ratificaram o acordo não devem conseguir alcançar as metas de redução acordadas.        Carvão - Na teoria, todas as opções estão na mesa: energia nuclear, fontes renováveis, aumento de eficiência, captura e uso de metano e idéias inteligentes baseadas em uso de gás natural. Na prática, o carvão é o centro das atenções. O grupo, formado por seis países, tem quatro dos cinco maiores produtores de carvão entre seus membros. E todos dependem bastante de carvão em suas matrizes energéticas.       Pesquisadores australianos e de outras partes do mundo estão em busca de tecnologias "limpas" que possam reduzir substancialmente as emissões de carvão, que é a fonte mais poluente de energia entre as conhecidas. Uma parceria entre o setor público e o privado acaba de ser anunciada na Austrália para um projeto experimental de seqüestro e armazenamento de gás carbônico. O projeto vai capturar dióxido de carbono e armazená-lo em uma formação rochosa.    O processo pode funcionar, como demonstra o êxito de uma iniciativa semelhante da Noruega, que vem "enterrando" dióxido de carbono no fundo do mar desde 1997. O problema, no caso do carvão, é capturar o dióxido de carbono. "Há várias abordagens para remover o dióxido de carbono na combustão do carvão", explica Louis Wibberley, gerente de Tecnologia de Energia da CSIRO, uma organização de pesquisa do governo. "A captura depois da combustão é quando você retira o CO2 do gás e comprime o dióxido para o armazenamento subterrâneo. O processo consome de 20% a 25% da energia gerada pela estação. Isto, com a tecnologia atual, praticamente dobra os custos da produção de eletricidade", diz Wibberley.      Comércio - A União Européia está tentando convencer o setor privado com o seu Sistema de Comércio de Emissões, no qual as empresas ganham privilégios financeiros quando instalam tecnologias limpas. O maior problema é tempo.     Até agora não existe um quadro definitivo entre cientistas de clima sobre a urgência da redução das emissões. A política da União Européia é evitar um aumento de dois graus centígrados na temperatura global.   Matematicamente, o pico das emissões deve acontecer em 15 anos. Daí em diante, a tendência é de diminuição das emissões. "Vai demorar pelo menos uma década para que a maioria destas tecnologias se mostre viável", admite David Brockway, chefe de Tecnologia de Energia do CSIRO.Mesmo assim, ele defende o conceito de tentar desenvolvê-las, já que a sede de energia na Ásia deve continuar a crescer. "Temos de levar em consideração que o aumento da emissão de gases que provocam o efeito estufa no futuro não vai vir dos países desenvolvidos, mas dos países em desenvolvimento", diz Brockway. Países como China, Índia, Tailândia e

Indonésia aspiram a alcançar o nível de vida dos países desenvolvidos e vão precisar de muita energia para chegar lá. "Se nós pudermos colocar estas tecnologias no mercado em dez anos, estes países vão poder usá-las e isto pode ter um impacto enorme no nível de aumento das emissões", diz Brockway.                 A sede de energia na Ásia é tão grande que ele calcula que se o carvão limpo tornar-se a fonte predominante de geração, as emissões asiáticas devem aumentar em 70% até 2050 --isto por causa dos 10% de dióxido de carbono que escapam no processo de captura.       Falta de direção - A falta de incentivos econômicos é um impedimento claro para o "carvão limpo". O problema é ainda maior com energias renováveis, porque nos países com reservas de carvão elas permanecem economicamente inviáveis. Os governos podem simplesmente obrigar a adoção de energias renováveis sem prestar muita atenção aos custos imediatos. Esta foi a posição adotada pela Alemanha, que a partir de incentivos econômicos parece estar desenvolvendo uma indústria limpa e lucrativa. Mas este não é o modelo dos países da região da Ásia e do Pacífico, onde pagar mais por energia ainda não é uma opção.       Os céticos têm ainda mais dúvidas em relação à parceria Ásia-Pacífico. Ela seria mais um negócio com o objetivo de criar oportunidades para grandes empresas que têm dinheiro suficiente para estarem próximas aos círculos do poder. Ou seria um exercício de relações públicas para mostrar que os Estados Unidos e a Austrália estão fazendo alguma coisa, depois de rejeitar Kyoto. Mas a grande questão é colocada por Philip Clapp, presidente do National Environmental Trust - Fundação Nacional do Meio Ambiente, dos EUA: sem metas e sem incentivos econômicos, porque investir em tecnologias que vão custar mais?           Se o encontro desta semana trouxer uma resposta, os céticos vão ter que admitir que a parceria tem sentido Mas se a resposta não for clara, eles vão continuar colocando a relevância do grupo em dúvida.(Richard Black/BBC Brasil/ Folha Online) 12/01/2006 http://www.ambientebrasil.com.br/composer.php3?base=./carbono/index.php3&conteudo=./carbono/rosto.htmTexto 4  Florestas 'produzem gás que causa efeito estufa', diz estudo Cientistas da Alemanha descobriram que algumas florestas podem estar contribuindo para o aquecimento global, em vez de diminuir o ritmo de mudança do clima. Experiências relatadas na revista científica "Nature", divulgadas na quarta-feira (11), revelaram um processo desconhecido dos cientistas, no qual plantas em crescimento liberam metano, um dos gases responsáveis pelo efeito estufa.Um dos responsáveis pelo estudo, o cientista Frank Keppler, do Instituto Max Planck, de Heidelberg, Alemanha, afirmou que a descoberta é totalmente inesperada. "Os livros afirmam que o metano é produzido apenas em condições em que os níveis de oxigênio são baixos. Agora estamos observando fontes totalmente novas de gás no ambiente", afirmou.O metano é conhecido por ser um dos grandes contribuintes para o efeito estufa, perdendo apenas para o dióxido de carbono em grau de importância dentro do processo de prender o calor do Sol.Kyoto - Se as descobertas forem confirmadas, o fato poderá forçar uma reavaliação da maneira como a questão da preservação das florestas é tratada no Protocolo de Kyoto, o acordo que prevê medidas para frear as mudanças climáticas. Até agora, acreditava-se que o metano era produzido principalmente por bactérias em ambientes como pântanos, plantações de arroz e dentro do estômago de bovinos.Mas na pesquisa descrita na Nature, cientistas dizem ter concluído que o metano também é produzido em quantidades significativas por uma série de vegetais comuns crescendo em condições normais.Mark Kenber, da ONG internacional Grupo Clima, que promove ações contra o aquecimento global, afirma que é preciso fazer mais pesquisas. "No futuro, se esta pesquisa for corroborada, teremos que equilibrar os efeitos benéficos de árvores absorvendo o dióxido de carbono contra os efeitos prejudiciais das emissões de metano", disse. (BBC Brasil/ Estadão Online)  - 12/01/2006http://www.ambientebrasil.com.br/composer.php3?base=./carbono/index.php3&conteudo=./carbono/rosto.html Texto 5 Catástrofes naturais e aquecimento global: a Natureza reage? Desastres naturais; anúncio do recorde no desmatamento da Amazônia em 2004 e queda neste ritmo, em 2005; transposição do rio São Francisco; polêmica na construção de hidrelétricas. Estes foram alguns dos assuntos mais debatidos em 2005.AmbienteBrasil fez um apanhado dos principais acontecimentos do ano que passou e publica-o em partes, hoje e nos próximos quatro dias, dentro da série Retrospectiva Ambiental 2005.PROTOCOLO DE KYOTOEm 16 de fevereiro deste ano, o Protocolo de Kyoto entrou em vigor, assinado por 141 países. O documento estabeleceu as principais metas de redução da emissão de gases poluentes no planeta, que estão ligados ao aquecimento global. Apenas 30 nações, consideradas industrializadas, sujeitaram-se obrigatoriamente às metas. Os Estados Unidos ratificaram o protocolo, porém, em 2001, retiraram-se das negociações, alegando estarem preocupados em manter a economia estável. Os países em desenvolvimento, como o Brasil e a China (apesar de ser o segundo maior país emissor de gases poluentes do mundo), ficaram livres de metas específicas.O Brasil foi apontado pela ONU – Organização das Nações Unidas -, no dia posterior à assinatura do tratado, como grande beneficiário de Kyoto, já que, através do MDL - Mecanismo de Desenvolvimento Limpo -, poderia obter créditos de carbono para negociar com os demais signatários ao protocolo. O país, apesar de não ser obrigado a cumprir as metas, promoveu uma série de encontros e eventos para debater medidas de redução do

lançamento de gases causadores do efeito estufa.Assim como o Brasil, outros países tomaram atitudes para uma menor emissão de CO2 na atmosfera, como a China, por exemplo. Apesar da recusa dos Estados Unidos em participar do protocolo, 28 dos 50 estados americanos e dezenas de empresas multinacionais sediadas no país adotaram voluntariamente medidas de redução de gases poluentes com o objetivo de combater o aquecimento global, no final de fevereiro. No mês seguinte, a Noruega inaugurou a primeira bolsa mundial para compra e venda de cotas de emissão de dióxido de carbono.Em julho, Estados Unidos e Austrália elaboraram, em conjunto, uma espécie de alternativa ao Protocolo de Kyoto. China, Índia e Coréia do Sul também participaram da negociação. A idéia foi reunir os países responsáveis por 40% das emissões mundiais.Previsto desde fevereiro deste ano, o Canadá sediou, no final de novembro, a Décima Primeira Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima (COP 11). O evento reuniu 190 países para discutir o futuro da gestão do clima pós-Kyoto. A idéia foi propor um segundo período de compromisso do protocolo, de 2013 a 2017 ou 2020. Quem encabeçou as negociações foi a União Européia, que pretende colocar países do Terceiro Mundo, como o Brasil, a China e a Índia para cumprir as metas, além de convencer os EUA a participar do protocolo.CATÁSTROFES NATURAIS2005 foi um ano recorde para os desastres naturais e meteorológicos, que mataram 350 mil pessoas nos últimos 12 meses e provocaram prejuízos econômicos calculados em US$ 200 bilhões, conforme dados da OMM - Organização Meteorológica Mundial.Além da tsunami que atingiu o sudeste asiático e do terremoto de 8 de outubro no Paquistão (com 70 mil mortes), 2005 foi o ano em que houve mais tempestades tropicais, contabilizando um total de 26, o que superou o recorde de 1933, em que ocorreram 23 tempestades.Em 2005, houve 14 furacões, o que também supera o recorde (12) registrado em 1969, segundo os dados da OMM, que destaca que sete deles alcançaram uma categoria de 3 ou mais na escala de Saffir-Simpson.Mais quenteO ano de 2005 também foi o segundo mais quente dos últimos anos, segundo dados da OMM, atrás de 1998, e um dos quatro mais quentes desde que as medições começaram a ser realizadas, em 1861. No entanto, para a Organização, não existem evidências de que a "excepcional devastação" registrada nos últimos anos, em termos meteorológicos, esteja relacionada com o aquecimento do planeta.Mas esse é o entendimento, por exemplo, de Thomas Loster, Diretor Executivo da Fundação Re de Munich e membro da Iniciativa Financeira do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA). Loster acredita que as catástrofes naturais de 2005 estão ligadas às mudanças climáticas e afirmou, baseado em estudos, que esta é uma tendência crescente muito mais forte que os desastres relacionados a terremotos, no período de 1950 e 2004.AQUECIMENTO GLOBALO buraco na camada de ozônio sobre a Antártida aumentou em relação à 2004, invertendo uma tendência de queda. No período de maior intensidade, do fim de setembro a meados de outubro, o tamanho chegou a 24,3 milhões de quilômetros quadrados, quase três vezes a área do Brasil. Em 2004, a área desprovida de proteção aos raios ultravioleta atingiu 24 milhões de quilômetros quadrados. Os números foram divulgados pela Nasa, a agência espacial norte-americana.E, de acordo com cientistas, a recuperação da camada de ozônio vai demorar mais do que o previsto. Os mais recentes modelos prevêem que a camada protetora de gás na estratosfera não vai se recompor até o ano de 2065. É mais de uma década além do que se acreditava anteriormente. Tal fato foi anunciado numa conferência nos Estados Unidos, no início de dezembro.Em agosto, a Organização Meteorológica Mundial - OMM - anunciou que a camada de ozônio deve piorar até meados deste século. Segundo um especialista, "levará várias décadas" para que os gases que têm provocado o fenômeno - clorofluorcarbonetos (CFC) e halon - caiam a níveis aceitáveis ou desapareçam.Mônica Pinto e Redação AmbienteBrasil / 27/12/2005http://www.ambientebrasil.com.br/composer.php3?base=./carbono/index.php3&conteudo=./carbono/rosto.htmTexto 6 COP 11 e COP/MOP 1: o início do fim do Protocolo de Quioto? Durante os dias 28 de novembro e 10 de dezembro foram realizadas em Montreal a 11a. Conferência das Partes da Convenção Quadro das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima (COP 11) e a 1a. Conferência das Partes servindo de Reunião das Partes do Protocolo de Quioto (COP/MOP 1).Foram duas reuniões de extrema importância, uma vez que a COP 11 e a COP/MOP 1 foram as primeiras conferências realizadas após a entrada em vigor do Protocolo de Quioto em 16 de fevereiro de 2005. Antes e durante estas Conferências muitas notícias foram divulgadas colocando em dúvida o futuro do Protocolo de Quioto; algumas afirmavam que as Conferências não seriam capazes de atingir seus objetivos e que o Protocolo acabaria em 2012. Felizmente as Conferências foram um sucesso e os seus objetivos foram alcançados plenamente.Em primeiro lugar é preciso esclarecer que estas Conferências não tinham como objetivo decidir sobre

novas metas de redução das emissões de gases de efeito estufa (GEE), seja para países desenvolvidos ou para países em desenvolvimento. Os países só precisavam concordar em iniciar o processo de discussão sobre o pós-2012 e como deveria ser esta discussão.Ficou decidido que serão iniciados dois processo de discussão sobre o futuro: um processo para o estabelecimento de novas metas de redução pós-2012 das emissões de GEE para os países desenvolvidos dentro do Protocolo de Quioto (FCCC/KP/CMP/2005/L.8/Rev.1); e, um diálogo no âmbito da Convenção para a “troca de experiências e análise estratégica de abordagens para ações de cooperação de longo prazo para combater as mudanças climáticas”. Este diálogo (FCCC/CP/2005/L.4/Rev.1):não terá aspecto legal obrigatório e não irá iniciar negociações que levarão a novos compromissos (os compromissos devem ser discutidos no âmbito do Protocolo de Quioto em seu Artigo 3.9);deverá identificar ações que promovam o desenvolvimento sustentável, a mitigação e adaptação às mudanças climáticas;deverá explorar formas de promover o acesso pelos países em desenvolvimento à tecnologias “climate-friendly”;será realizados através de workshops que serão reportados durante as COP 12 (2006) e COP 13 (2007).Outro processo de discussão importante dentro da Convenção que se inicia é sobre o desmatamento em países em desenvolvimento ((FCCC/CP/2005/L.2). As Partes (países) e observadores credenciados estão convidados a submeter, até dia 31 de março de 2006, suas visões sobre o assunto; enfocando em aspectos científicos, técnicos e metodológicos; na troca de informações e experiências; incluindo abordagens políticas e incentivos positivos. A discussão deste tema dentro da Convenção e não dentro do Protocolo é importante, pois evita que os países desenvolvidos continuem com suas emissões, através da simples compra de créditos advindos do desmatamento evitado. É preciso combater o desmatamento, uma vez que ele é uma importante fonte de emissão de GEE (no caso do Brasil, ele representou em 1994 cerca de 75% das emissões de CO2); porém este combate não pode ser feito a qualquer preço, permitindo que países industrializados continuem a emitir indiscriminadamente.Além dos processos de discussão e negociação que se iniciam, como resultado concreto merece destaque a adoção das decisões sobre a regulamentação do Protocolo de Quioto, em especial o Acordo de Marraqueche. As decisões referentes ao Protocolo, que foram negociadas nas reuniões anteriores da Convenção do Clima precisavam ser adotadas pela COP/MOP 1. No dia 30 de novembro a plenária da COP/MOP adotou o conjunto de regras necessárias para a implementação do Protocolo de Quioto. Entre elas merecem destaque:os princípios para o tratamento do Uso da Terra, Mudança do Uso da Terra e Florestas (FCCC/KP/CMP/2005/3/Add.1), e as modalidades e procedimentos para o Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (FCCC/KP/CMP/2005/3/Add.4) O Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL) também foi discutido durante a COP/MOP 1 e algumas decisões importantes foram tomadas (FCCC/KP/CMP/2005/L.7). Merecem destaque:o reconhecimento da necessidade de continução do MDL pós-2012;atividades de projetos que tenham sido iniciadas entre 1o. de janeiro de 2000 e 18 de novembro de 2004; e que ainda não tenham solicitado o registro, mas que tenham submetido uma nova metodologia (de linha de base e/ou monitoramento), ou que tenham requisitado a validação por uma entidade operacional designada até 31 de dezembro de 2005 podem solicitar créditos retroativos caso sejam registrados pelo Comitê Executivo até 31 de dezembro de 2006;atividades de “carbon dioxide capture and storage” (captura geológica de carbono) deverão ser analisadas em mais profundidade antes de serem consideradas como atividades de projetos dentro do MDL;políticas locais/regionais/nacionais não podem ser consideradas como atividades de projetos de MDL, mas atividades de projetos dentro de um programa podem ser registradas com um único projeto de MDL desde que uma metodologia aprovada de linha de base e de monitoramento tenha sido utilizada; um limite de projeto apropriado tenha sido definido; a dupla contagem seja evitada; os vazamentos tenham sido considerados; e que as reduções de emissões sejam reais, mensuráveis, verificáveis e adicionais;novas formas de demonstração da adicionalidade serão analisadas, incluindo melhorias na “ferramenta para a demonstração da adicionalidade”;a “ferramenta para a demonstração da adicionalidade” não é de uso obrigatório;será cobrada uma taxa para cobrir os custos administrativos do MDL de US$ 0,10 por redução certificada de emissão (RCE) emitida para as primeiras 15.000 toneladas de CO2 equivalente reduzidas em um dado ano, e de US$ 0,20 por RCE emitida para quantidades superiores a 15.000 toneladas de CO2 equivalente reduzidas em um dado ano.Conforme dito anteriormente, as Conferências de Montreal não tinham como objetivo o estabelecimento de novas metas de redução para países desenvolvidos; e nem tampouco, a inclusão de alguns países em desenvolvimento (Brasil, China e Índia) no Anexo B do Protocolo de Quioto. O objetivo era apenas concordar com o início de um processo de negociação sobre o futuro, ou seja, pós-2012. Estas negociações irão abordar tanto o estabelecimento de novas metas de redução das emissões de gases de efeito-estufa para os países desenvolvimento (Artigo 3.9 do Protocolo), como também um maior engajamento voluntário dos países em desenvolvimento (Diálogo dentro da Convenção).O Brasil desempenhou mais uma vez um papel de destaque, liderando várias negociações importantes (pós-2012, desmatamento, MDL, entre outras). As acusações de que o Brasil estaria fazendo o jogo dos Estados Unidos, tentando minar o processo são totalmente incabíveis. Na verdade, o Brasil sempre buscou em sua estratégia de negociação garantir a integridade ambiental do Protocolo e o princípio da responsabilidade comum, porém diferenciada. O país mostrou claramente que deseja reduzir suas emissões, seja através do MDL, seja através de programas de combate ao desmatamento.Enfim, a COP 11 e a COP/MOP 1 foram importantes para consolidar o Protocolo de Quioto. Elas representam uma

nova etapa do regime internacional de combate ao efeito estufa. Não se trata do início do fim do Protocolo de Quito, mas sim do início de um novo processo, aonde se espera que ao final destas negociações, os países desenvolvidos venham a ter metas mais significativas de redução das emissões de GEE; e os países em desenvolvimento tenham opções de promover o desenvolvimento sustentável, reduzindo também suas emissões, seja através da transferência de tecnologias, mecanismos de mercado ou programa e ações voluntárias. Por Marcelo T. RochaMarcelo T. Rocha é sócio do Fábrica Éthica Brasil – Consultoria em Sustentabildade (www.fabricaethica.com.br). Pesquisador do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (CEPEA - ESALQ/USP – www.cepea.usp.br) e do Instituto de Pesquisas Ecológicas

         Procurar o significado dos termos, siglas e conceitos desconhecidos.         Organizar-se em grupo e selecionar o texto a discutir. Preparar para o debate no seminário. Levantar problemas relacionados com a   emissão de CO2 na atmosfera;  busca de energia limpa; motivo e países que não ratificaram o Protocolo de Kyoto, em Sydney; levantamento das tecnologias limpas;  florestas que podem produzir gás metano  e causar o efeito estufa; fenômenos naturais que estão associados ao aquecimento global; decisões sobre o Mecanismo de Desenvolvimento Limpo durante a COP/MOP, etc.       Mostrar a contemporaneidade desses problemas. Apresentar soluções.       Sortear colegas dos grupos para explicações.;        Alimentar o debate e as problematizações;

Glossário:Mudança climática é o nome que se dá a um conjunto de alterações nas condições do clima da Terra emdecorrência do acúmulo de seis tipos de gases dos quais se destacam o gás carbônico (CO2) e metano(CH4),na atmosfera. Eles decorem da queima de combustíveis fósseis como o petróleo e o carvão, uso inadequadoda terra com a conversão de floresta e a vegetação natural em pastagens, plantações , áreas urbanas oudegradadas.Efeito estufa: gases que formam uma espécie de cobertor na atmosfera, impedindo que os raios solaresque incidem sobre a Terra sejam emitidos de volta ao espaço, acumulando calor e provocando  aumento datemperatura   na sua superfície.IPCC – Painel Inter-Governamental sobre mudanças climáticas que reúne a comunidade científica paradiscutir o aumento da temperatura da Terra. Mecanismo de Desenvolvimento Limpo – MDL: prevê que os países desenvolvidos poderão financiarprojetos em países em desenvolvimento para compensar reduções de emissões não realizadas  internamente. Vários tipos de projetos podem ser executados para reduzir o efeito estufa: frota de ônibusà diesel/gasolina substituída por ônibus elétrico.Protocolo de Kyoto: Encontro de Kyoto, Japão, onde se firmou um documento  pelo qual os países desenvolvidos  se comprometem a reduzir  em 5,2%, entre 2008/12, suas emissões de gases contribuintespara o efeito estufa, referentes aos níveis de emissão de 1990.Mercado de carbono: Créditos de emissões reduzidas de carbono, um dos mecanismos criadospelo Protocolo de Kyoto para reduzir a emissão de gases do efeito estufa, já são comercializados entre países para garantir que as metas do Protocolo sejam alcançadas. Dono de um dos maioressumidouros de gás carbônico do mundo, a Floresta Amazônica, o Brasil é um dos grandes beneficiados neste novo mercado.Conferência das Nações Unidas para o meio ambiente e desenvolvimento – 1992 ECO 92): Segunda Conferencia sobre meio ambiente. Foi responsável por alertar sobre a criação de uma consciência ambiental  em toda a população e abarcar tópicos importantes como a relação entre produção e consumo. Além disso,  foi a primeira a aliar a preservação do meio ambiente a tópicos como pobreza, desenvolvimento social e  garantia de direitos humanos. Como resultado foram elaborados 5 documentos, 2 Convenções (de ordem legal) e 3 Declarações (de ordem não-legal) - Convenção das Nações Unidas sobre mudança climática;- Convenção sobre a diversidade biológica;- Agenda 21: Programa de ação global para todas as áreas do desenvolvimento sustentável;- Declaração do Rio sobre o meio ambiente e desenvolvimento: série de princípio que definem os direitos e responsabilidades dos Estados. - Declaração sobre os princípios das florestas: série de princípios fundamentais para um manejo sustentável  das florestas em todo o mundo.

OP-  34   Revolução técnico-científica (parte II) Por que ensinarA história do homem sobre a Terra é a história contínua da mecanização do planeta, marcando uma progressiva separação entre o homem e a natureza, cada vez mais artificializada. Em nossa trajetória no planeta vivemos o tempo dos deuses, o tempo do corpo e o tempo das máquinas. Esta última, nos séculos XIX e XX, revolucionou o tempo e o espaço com a estrada de ferro, o navio a motor, o automóvel, o avião, o telégrafo sem fio, o cabo submarino, o telefone, o rádio, a TV. Na atualidade, com a tecnociência, o estágio supremo dessa evolução foi alcançado e a base técnica do meio geográfico, referência territorial

da vida social, tornou-se a ciência, a tecnologia e a informação. Esta tríade faz parte do cotidiano da cidade e do campo modernizados que, por sua vez, convivem com artefatos técnicos de diferentes idades. Mesmo com uma difusão rápida em relação às precedentes e marcando presença em todo lugar, o novo sistema técnico informacional é distribuído de forma irregular na escala planetária, apresentando áreas densas, intermediárias e outras praticamente vazias. Na Geografia estuda-se a Revolução Técnico-Científica contemporânea por ser ela um dos elementos explicativos da vida em sociedade e de cada um dos lugares geográficos. Sua contextualização histórica situa-se no pós Segunda Guerra Mundial. Com a recuperação econômica da Europa e do Japão acirra-se a competição com os EUA e o investimento maciço na pesquisa científica. O resultado desse processo ganha visibilidade na década de 60 com a pesquisa aeroespacial, a microeletrônica, o desenvolvimento das telecomunicações, informática, robótica, a química fina, em especial a engenharia genética, a indústria de ponta, os novos materiais e os serviços inteligentes. Estes utilizam, exclusivamente, ciência, tecnologia e conhecimento (pesquisa, idéias, criatividade). A era dos signos revolucionam o processo produtivo, a vida da sociedade, modificam-se valores, comportamentos, hábitos e geram a sociedade moderna do conhecimento.Condições para ensinarÉ preciso que os alunos descubram a lógica dessa sociedade revolucionária e moderna, questionando não somente os avanços técnico-científicos que vivenciam, mas o que ela não alcança no sentido de mudar a qualidade de vida e justiça social no planeta.Os jovens trazem como bagagem de vivência cotidiana o conhecimento de objetos e signos que compõem o fluxo da rede de informações, entre eles, o uso do telefone fixo e móvel, computador, internet, CD-Rom. No entanto, nem sempre o seu uso implica no conhecimento de conceitos sobre a geografia da produção e circulação de informação: as relações sociais de produção, o novo emprego e o perfil do trabalhador, a fragmentação da produção, o sistema de redes que ligam o mundo sem fio, tudo numa simultaneidade jamais vista em tempo real. A revolução técnico-científica marca o espaço geográfico com novos signos: a transnacionalização de empresas, a internacionalização da produção/produto, o frenesi de circulação indispensável à expansão e acumulação capitalista sem fronteiras e uma cidadania planetária complexa baseada na cientifização do trabalho. Essa emergente “sociedade da informação” ou “sociedade do conhecimento” deve ser problematizada pelo aluno a partir de perguntas desafiantes colocadas pelo professor, tais como: A biotecnologia se aplica à saúde, agricultura, pecuária, subnutrição, longevidade, alternativas energéticas. No entanto, toda a população do planeta tem acesso aos seus benefícios? Todos estão incluídos na rede digital? Ao encurtar o tempo eliminaram-se as fronteiras? A robótica tem contribuído para reduzir os empregos de risco ou apenas acelerado o desemprego estrutural? A tecnologia tem contribuído para melhorar a educação nos países pobres e emergentes? Que inovações chegam às classes menos favorecidas? Por que a necessidade de um Relatório de Desenvolvimento Humano? Como podem ser classificados os países do mundo segundo o IDH? E o Brasil? Em caso de afirmativo, de que forma?Tem acelerado o progresso da humanidade na qualidade de vida? Os indicadores sociais: saúde, educação, rendimento estão avançando nos países pobres? Qual é a situação do Brasil? E do seu município? Essas problematizações permitem organizar os saberes dos alunos sob a forma de um mural. As perguntas curiosas apresentadas pela turma sugerem a construção de trilhas de pesquisa. O diagnóstico desses saberes e fazeres ajuda a planejar as atividades que serão desenvolvidas nas aulas.O que ensinar• Interpretação através de mapas, gráficos e tabelas fenômenos sócio-espaciais relacionados à revolução tecnocientífica em curso no planeta.• Identificação através de dados da mídia, os fenômenos da simultaneidade e instantaneidade dos meios de comunicação, dimensionando a territorialidade das multinacionais no avanço dessas tecnologias.• Avaliação das implicações socioespaciais da revolução tecnocientífica com base em dados do Índice de Desenvolvimento Humano – IDH - no decorrer da última década.Como ensinar• Leitura e interpretação de mapas, gráficos e tabelas: conforme habilidade sugerida no tópico é fundamental desenvolver a competência relacionada à representação e comunicação para que o aluno aprenda a ler mapas, gráficos e imagens estabelecendo relações com os conceitos construídos no tópico. Essa leitura deve priorizar a representação de imagens, o significado das legendas, a interpretação de dados quantitativos e informações. • Leitura de gráficos: almanaque Abril (Atualidades/ vestibular/ 2003) p. 51 (conquistas na mortalidade infantil/expectativa de vida/analfabetismo). Faça a turma analisar a diminuição do analfabetismo, mortalidade infantil e aumento da longevidade entre as décadas de 1950 e 2000. Desafie-os com perguntas do tipo: O que determinou essas mudanças? Qual o papel das políticas públicas? De que forma o papel da ONU, via o IDH, contribuiu para essa mudança? O que o título dos gráficos sugere sobre eles? A sociedade brasileira está mudando o seu perfil? O debate em torno desses gráficos deve resultar na produção de um texto coletivo que revele as condições de vida e as conquistas da sociedade brasileira no

início desse novo milênio. Se julgar necessário aprofundar dê continuidade à análise do IDH mundial, utilizando mapas do Atlas do IBGE nas páginas sugeridas acima.• Interpretação e investigação: alguns dos textos indicados nas coleções de didáticos e paradidáticos podem contribuir para suscitar a curiosidade sobre o conceito de Revolução Técnico-Científica e sua temporalidade recente, em paralelo com as técnicas antigas: da charrete ao automóvel, do navio ao transatlântico, da bússola ao GPS, do ábaco à calculadora, da máquina programável ao computador, etc. A pesquisa deve revelar as invenções que mudam a cultura, reestruturam a produtividade e reorganizam a sociedade sustentada na microeletrônica, eletrônica digital, informática, telecomunicação, etc. Os dados coletados podem gerar novas problematizações, do tipo: como a evolução das técnicas possibilitou o desenvolvimento dos meios de comunicação a partir da década de 1970? A pesquisa científica tem contribuído para o avanço da qualidade de vida? Como a informática mudou as relações de trabalho, o rendimento da população, o nível de escolaridade da população pobre e excluída? Por que o setor de serviços cresceu tão aceleradamente? Quais são os objetos desses serviços utilizados pela sociedade? Quais fazem parte do cotidiano dos alunos? O município de moradia dos alunos possui pólos de tecnologia ou apenas consomem o que vem de fora? Os alunos podem tratar esses dados classificando os serviços de acordo com sua simplicidade e complexidade de uso; valor; popularidade; investimento em pesquisa; inovação constante, etc. A consolidação da pesquisa, após o debate, pode ser realizada numa feira de tecnologias, com a organização de painéis sobre produtos coletados em propagandas e, que resultam em investimentos em pesquisa, tecnologia como o dos chips, satélites, computadores.•Desafio: a nova face digital da escola: a proposta de trabalho deve envolver a organização de grupos de alunos mais preparados para o mundo digital. Esses alunos devem ser capacitados para se transformarem em agentes de informática. O trabalho do grupo consiste em monitorar a aprendizagens de colegas ainda não introduzidos no mundo digital. Deve ser planejado um projeto de empreendedorismo para discutir a importância da rede informática na escola e a inclusão digital. O produto é a formação de pequenos grupos de estudantes que serão instrumentalizados na informática com ajuda dos colegas.• Trilha virtual: tomando como referência os conhecimentos construídos nas atividades referentes à revolução da informática e seu processo de inclusão e exclusão, os alunos devem coletar dados sobre as ONGs que atuam no Brasil auxiliando na inclusão digital. Averiguar se tem ocorrido a inclusão digital dos adolescentes no mercado de trabalho. Organizar as informações coletadas e divulgá-las na escola, bem como em entrevista na emissora de rádio da localidade, exposição em espaço público. Propor ações de mobilização da comunidade. Sugerir políticas inclusivas da prefeitura para inserir os jovens carentes em programas de formação de cidadania digital. RA-18   Leitura de textos sobre revolução técnico científico informacional Objetivos:- Ler e interpretar textos, documentos e vídeos que discutem o avanço técnico e a pesquisa científica da  terceira revolução industrial.- Identificar no processo de globalização os avanços tecnológicos das redes técnicas que revolucionam a pesquisa científica e abrem no mundo as portas da pós - modernidade.Pré-requisitos:- Conhecer os produtos que compõem o mundo  high tech na vivência sabendo classificá-los;- Identificar os símbolos da nova revolução tecnológica:  computador, robô, transgênicos,conhecendo as vantagens e desvantagens  do seu uso e consumo;- Conhecer e explicar as noções de  tecnologia,  ciência e  pesquisa;- Reconhecer em ilustrações, mapas e gráficos, rótulos, textos jornalísticos as  informações referentes às modernas tecnologias.Descrição dos procedimentos:Antes de realizar a seqüência de atividade proposta para este Roteiro de Atividade vá à Orientação Pedagógica referente a este tópico. Nela, você professor/a, pode refletir sobre as inovações da Terceira Revolução Industrial. Das reflexões e sugestões propostas estamos organizando uma seqüência didática com roteiro para o aluno, considerando que a atividade diagnóstico corresponde ao primeiro momento.         Segundo momento

Leitura de texto – Texto 1O MEIO TÉCNICO-CIENTÍFICO E A INFORMAÇÃO Uma das realidades mais extraordinárias do mundo atual é a velocidade com que são transmitidas informações entre diferentes lugares, quer estejam próximos quer distantes, fazendo deles lugares mundiais. A comunicação e a circulação de informações - dados, idéias ou decisões - ocorrem instantaneamente, no chamado tempo zero. Isso sem falar que essas informações podem chegar, ao mesmo tempo, em vários lugares. Velocidade, instantaneidade e simultaneidade são características do que chamamos de meio técnico-científico informacional.Para Milton Santos, a ciência, a tecnologia e a informação, hoje, são a base técnica da vida social, ou, em outras palavras, o meio técnico-científico informacional é um meio geográfico no qual o território inclui obrigatoriamente

ciência, tecnologia e informação.Nas últimas décadas, a revolução tecno-científica em curso se deu destacadamente no campo da microeletrônica e das telecomunicações, e ocorreu juntamente com a reestruturação da produção e do trabalho no sistema capitalista, da economia internacional e dos territórios. A alta tecnologia permitiu a crescente internacionalização da economia e a interpenetração das economias nacionais, ou seja, a interpenetração do capital, do trabalho, dos mercados e dos processos de produção baseados na informação. E, com isso, países e nações deixam de ser unidades econômicas de nossa realidade histórica.A economia capitalista, dominante no mundo, estimula a competição econômica e força as empresas - principalmente as de grande porte - a buscarem a eficácia, gerando com isso uma sucessiva revolução do trabalho, da técnica e dos produtos. Sistemas cada vez mais aperfeiçoados de comunicação e de fluxos de informações, junto com técnicas mais racionais de distribuição, tais como empacotamento, controle de estoques e conteinerização, permitem a aceleração das atividades e da circulação de mercadorias. Bancos eletrônicos e dinheiro "de plástico" são inovações que agilizam os fluxos de dinheiro e permitem a aceleração dos negócios nos mercados financeiros e de serviços, tanto nacionais como internacionais.A economia de mercado sempre buscou a redução das distâncias porque isso significaria redução do tempo de produção, de circulação e de consumo de mercadorias e, conseqüentemente, redução dos custos, pois, no sistema capitalista de produção, tempo é dinheiro. Grandes avanços foram feitos nesse sentido, ao longo do século XIX e na primeira metade do século XX. Foi isso que aconteceu quando surgiram as estradas de ferro, o cabo submarino, o telégrafo sem fio, o automóvel, o telefone, o rádio, o avião a jato e a televisão que, ao formarem redes técnicas de circulação e comunicação,  permitiram (cada um a seu tempo e interligando-se aos demais) realizar integrações territoriais, quebrando as barreiras físicas para o transporte e para a circulação de matérias-primas, de bens produzidos, de pessoas, de idéias, de decisões e de capital. Mas nenhuma dessas inovações comprimiu tanto o espaço, acelerando o processo de integração, como as novas tecnologias da informação.Hoje ocorre um aumento significativo na densidade das redes de circulação e de comunicação. E essas redes podem se superpor umas às outras, permitindo simultaneamente a aceleração nos processos de integração produtiva, integração de mercados, integração financeira, integração de informações. Mas, ao mesmo tempo e perversamente, geram um processo de desintegração, pelo qual países e nações são excluídos das vantagens propiciadas pela alta tecnologia da informática, como ocorre, notadamente, com nações africanas.No entanto, a exclusão não se dá apenas em relação às nações mais pobres. Tal exclusão atinge também milhões de trabalhadores nas economias de tecnologia mais avançada. Em países desenvolvidos, máquinas inteligentes estão substituindo trabalhadores de escritórios e operários que, a cada dia, engrossam as filas dos desempregados.Podemos então deduzir que a tecnologia é um fator importante, mas ela, por si só, não explica a História dos homens” Geografia. Telecurso 2000,volume 2, Fundação Roberto Marinho.SP:Globo, 2000, p.56-57.http://www.geocities.com/geo_mundi/geral8.htmProblematizem:1- os elementos do texto que se referem às transformações da técnica no tempo. O que mudou? Qual o significado dessa mudança no cotidiano das cidades e do campo? E na vida dos homens?2- sobre  o significado que  a microeletrônica  e as telecomunicações imprimiram  à economia e ao Estado Nação?3- sobre os produtos de alta tecnologia que fizeram com que a rede do capital ( circulação/comunicação) rompesse as fronteiras dos países. Quais produtos fazem parte do seu espaço de vivência?4-  as informações sobre a revolução  técnico científico-informacional, argumentando sobre as mudanças no mundo do trabalho.Enfim,Registrem a compreensão das noções de meio técnico, meio técnico científico-informacional, rede do capital, fronteiras, integração econômica.Leitura: - Texto 2A TERCEIRA REVOLUÇÃO INDUSTRIALHoje, um fantasma ronda a vida dos trabalhadores: o desemprego. Para muitos estudiosos, trata-se de um desemprego estrutural, isto é, causado pelas transformações que vêm ocorrendo no padrão ou modelo de desenvolvimento produtivo e tecnológico que predomina nos países capitalistas avançados. Essas transformações apresentam diferenças nos países onde ocorrem mas, de qualquer forma, estão alterando a organização do processo produtivo e do trabalho em todos eles e no resto do mundo também. E tais mudanças afetam o conjunto do mundo do trabalho.À primeira vista, os robôs ou as novas tecnologias de produção parecem ser os únicos e mais cruéis causadores desse desemprego. No entanto, existem outras razões de ordem econômica, social, institucional e geopolítica que, associadas à tecnologia, formam um conjunto que explica melhor aquilo que, para alguns analistas, significaria até mesmo o fim de uma sociedade organizada com base no trabalho.O sistema capitalista, como todo sistema econômico, sofreu transformações ao longo de sua história. As mudanças podem ser profundas, acumular tensões sociais e graves problemas econômicos, gerar crises, guerras

e revoluções políticas, mas o sistema permanece basicamente o mesmo, isto é, trata-se de um sistema produtor de mercadorias cuja venda tem por objetivo o lucro. Por isso o chamamos, indistintamente, de economia de mercado ou economia capitalista.No entanto, para que as empresas capitalistas produzam mais e mais mercadorias - com maior eficiência e melhores níveis de produtividade, ganhando em competitividade em relação a outras empresas, e sempre que possível obtendo lucros crescentes - elas precisam criar e aplicar novas técnicas e novas formas de organização da produção e do trabalho, dividir funções com outras empresas, negociar salários, estipular taxas de lucros etc.Mas o capitalismo não se restringe apenas às unidades empresariais e suas dinâmicas internas. Na sociedade como um todo, existem outros componentes extremamente importantes que precisam ser levados em consideração, pois interferem na vida das próprias empresas. Tais componentes podem ser as formas institucionalizadas, como as regras do mercado, a legislação social, a moeda, as redes financeiras, em grande parte estabelecidas pelo Estado, ou ainda, as disputas pelo poder das nações, o comércio internacional, a renda e o consumo de cada família, a qualidade dos recursos humanos, as convenções coletivas, as idéias produzidas etc.Quando esse conjunto de elementos, e muitos outros, é razoavelmente ajustado e aceito pela sociedade (não se trata de um consenso pleno, pois sempre haverá oposições e tensões), estamos diante de um modelo de desenvolvimento capitalista dominante, com uma organização territorial correspondente. E esse modelo permanece até que uma nova crise ocorra e novos rearranjos sejam feitos na sociedade e no espaço.Após a crise de 1929, o modelo de desenvolvimento que aos poucos passou a dominar nos países de tecnologia avançada - Estados Unidos, Japão e em boa parte da Europa -, mantidas suas especificidades, levou o nome de fordismo, pois nesse modelo foram incluídas formas de produção e de trabalho postas em prática pioneiramente nos Estados Unidos, nas décadas de 1910 e 1920, nas fábricas de automóveis do empresário norte-americano Henry Ford.O fordismo teve seu ápice no período posterior à Segunda Guerra Mundial, nas décadas de 1950 e 1960, que ficou conhecido na história do capitalismo como Os Anos Dourados.A crise sofrida pelos Estados Unidos na década de 1970 foi considerada uma crise do próprio modelo, que apresentava queda da produtividade e das margens de lucros. A partir da década de 1980, esboçou-se nos países industrializados um novo padrão de desenvolvimento denominado pós-fordismo ou modelo flexível.Para compreender as tendências do novo modelo flexível, baseado na tecnologia da informação, que vem ameaçando os empregos, é necessário levantar, ainda que de forma simplificada, algumas características do fordismo e algumas razões que levaram ao seu esgotamento:* Período - Nos países de industrialização avançada, o fordismo surgiu a partir da crise de 1929, atingindo o auge de dominação nos anos 50 e 60.* Avanços tecnológicos - O fordismo contou inicialmente com os avanços tecnológicos alcançados no final do século XIX, como a eletricidade e o motor à explosão. Mais tarde incorporou os avanços da alta tecnologia desenvolvida durante a Segunda Guerra Mundial e que posteriormente passou para o uso da sociedade civil, a exemplo dos materiais sintéticos e do motor a jato. E, finalmente, no pós-guerra, começou a usufruir dos avanços científicos alcançados nas áreas da eletrônica e da tecnologia da informação.* Organização da produção - Nas grandes indústrias, longas esteiras rolantes levavam o produto semi- acabado até os operários, formando uma cadeia de montagem. A produção dos diversos componentes era feita em série. O resultado foi uma produção em massa que utilizava maquinaria cara; por isso, o tempo ocioso deveria ser evitado a todo custo. Acumularam-se grandes estoques extras de insumos e mantinha-se alto número de trabalhadores para que o fluxo de produção não fosse desacelerado. Os milhares de produtos padronizados eram feitos para mercados de massa. Os setores industriais mais destacados eram os de bens de consumo duráveis (automóveis e eletroeletrônicos) e os de bens de produção (destacadamente a petroquímica). Entre as décadas de 1940 e 1960 surgiu uma interminável seqüência de novos produtos, a exemplo de rádios portáteis transistorizados, relógios digitais, calculadoras de bolso, equipamentos de foto e vídeo.* Organização do trabalho - O trabalho passou a se organizar com base num método racional,  conhecido como taylorismo, que apresentava as seguintes características:- separava as funções de concepção (administração, pesquisa e desenvolvimento, desenho etc.) das funções de execução;- subdividia ao máximo as atividades dos operários, que podiam ser realizadas por trabalhadores com baixos níveis de qualificação, mas especializados em tarefas simples, de gestos repetitivos;- retinha as decisões nas mãos da gerência. Esse "método americano" de trabalho seguia linhas hierárquicas rígidas, com uma estrutura de comando partindo da alta direção e descendo até a fábrica. Os operários perderam o controle do processo produtivo como um todo, e passaram a ser controlados rigidamente por técnicos e administradores.* Organização dos trabalhadores - Houve crescimento e fortalecimento dos sindicatos. Os contratos de trabalho começaram a ser assinados coletivamente. Os salários eram ascendentes. E foram realizadas importantes conquistas de cunho social, tais como garantias de emprego, salário-desemprego e aposentadoria.* Mercado- Os mercados de massa ficavam garantidos por causa do aumento da capacidade de compra dos próprios trabalhadores. Embora ocorresse uma expansão dos mercados internacionais, eram os mercados internos que garantiam o consumo da maior parte da produção. Surgia a sociedade de consumo. Geladeiras,

lavadoras de roupa automáticas, telefone e até automóveis passaram a ser produtos de uso comum. Serviços antes acessíveis a minorias, como no caso do setor de turismo, transformaram-se em serviços de massa.* Papel do Estado - Ocorreu a ampliação e a diversificação da intervenção social e econômica do Estado, inspirada nos princípios da teoria keynesiana e do Estado do bem-estar social. O Estado nacional de caráter keyneisiano passou a interferir mais diretamente na economia, por meio, por exemplo, dos gastos públicos, dos planos de desenvolvimento regional, da criação de um número significativo de empregos no setor público e do atendimento às garantias reivindicadas pelos trabalhadores, a exemplo da garantia de emprego. E o Estado do bem-estar social desenvolveu políticas destinadas a reduzir as desigualdades sociais, como as de transportes urbanos, habitação, saneamento, urbanização, educação e saúde.* Organização do território - A organização da produção e do trabalho reorganizou o espaço geográfico. O processo de urbanização acelerou-se. As unidades produtivas atraíam umas às outras. Cresceram ainda mais as regiões industriais. As cidades se transformaram em grandes manchas urbanas. Surgiram novos bairros residenciais e distritos industriais com o apoio e incentivo estatais. Cresceram a construção civil e a massa construída de casas e prédios, em grande parte incentivadas por programas governamentais de hipotecas e empréstimos.As metrópoles, com seus centros de negócios e de decisões constituídos pelas sedes sociais das grandes empresas, incorporaram os municípios vizinhos. Grandes regiões urbanizadas - as megalópoles - se formaram entre duas ou mais metrópoles devido à polarização que tais centros exerciam sobre as pequenas e médias cidades que se encontravam ao seu redor. Intensos fluxos de pessoas e mercadorias integraram o conjunto formado por essas cidades.Em todas as cidades intensificaram-se o comércio, os transportes, as comunicações e os serviços em geral. As redes urbanas tornaram-se mais densas. Diversificaram-se as atividades culturais e de lazer. Cresceram as universidades e centros de pesquisa e tecnologia. Mais capitais e trabalhadores foram atraídos pelas cidades. A geografia do fordismo foi a das grandes concentrações urbano-industriais.O modelo fordista, que floresceu no pós-guerra, dependia da subida constante dos salários para manter o mercado ativo, ou seja, manter os níveis de produção e de consumo crescentes. Porém, os salários não podiam crescer a ponto de ameaçar os lucros empresariais; mantiveram-se os níveis salariais e os lucros aumentando os preços dos produtos, o que gerou uma crise inflacionária.Nos Estados Unidos, os gastos públicos se agigantaram, tanto interna como externamente - a guerra do Vietnã foi um exemplo. A moeda americana ficou debilitada. Esse país, que durante todo o período de domínio do fordismo assegurava a estabilidade da economia mundial com base em sua moeda - o dólar -, viu esse sistema monetário declinar. A competitividade da Europa e do Japão superavam a dos Estados Unidos. Assistia-se a uma verdadeira guerra comercial, que nunca deixou de crescer.A partir da década de 1970, a saída foi investir num novo modelo que rompesse com aquilo que era considerado a rigidez do modelo fordista. A ordem era flexibilizar, ou seja, golpear a rigidez nos processos de produção, nas formas de ocupação da força de trabalho, nas garantias trabalhistas e nos mercados de massa, então saturados.As empresas multinacionais, para restabelecer sua rentabilidade, expandiram espacialmente sua produção por continentes inteiros. Surgiram novos países industrializados. Os mercados externos cresceram mais que os mercados internos. O capitalismo internacional reestruturou-se.Os países de economia avançada precisaram criar internamente condições de competitividade. A saturação dos mercados acabou gerando uma produção diversificada para atender a consumidores diferenciados. Os contratos de trabalho passaram a ser mais flexíveis. Diminuiu o número de trabalhadores permanentes e cresceu o número de trabalhadores temporários. Flexibilizaram-se os salários - cresceram as desigualdades salariais, segundo a qualificação dos empregados e as especificidades da empresa. Ampliou-se o desemprego.Os compromissos do Estado do bem-estar social foram sendo rompidos pouco a pouco. Eliminaram-se, gradativamente, as regulamentações do Estado. (...)A transformação do modelo produtivo começou a se apoiar nas tecnologias que já vinham surgindo nas décadas do pós-guerra (automação e robotização) e nos avanços das novas tecnologias da informação. O método de produção americano foi substituído pelo método japonês de produção enxuta, que combina máquinas cada vez mais sofisticadas com uma nova engenharia gerencial e administrativa de produção - a reengenharia, que elimina a organização hierarquizada. Agora, engenheiros de projetos, programadores de computadores e operários interagem face a face, compartilhando idéias e tomando decisões conjuntas.O novo método, rotulado por muitos como toyotismo, numa referência à empresa japonesa Toyota, utiliza menos esforço humano, menos espaço físico, menos investimentos em ferramentas e menos tempo de engenharia para desenvolver um novo produto. A empresa que possui um inventário computadorizado, juntamente com melhores comunicações e transportes mais rápidos, não precisa mais manter enormes estoques. É o just in time.O novo método permite variar a produção de uma hora para outra, atendendo às constantes exigências de mudança do mercado consumidor e das mudanças aceleradas nas formas e técnicas de produção e de trabalho. A ordem é manter estoques mínimos, produzindo apenas quando os clientes efetivam uma encomenda.As grandes empresas começaram a repassar para as pequenas e médias empresas subcontratadas um certo

número de atividades, tais como concepção de produtos, pesquisa e desenvolvimento, produção de componentes, segurança, alimentação e limpeza. Isso passou a ser conhecido como terceirização. Com ela, as grandes empresas reduziram suas pesadas e onerosas rotinas burocráticas e suas despesas com encargos sociais, concentrando-se naquilo que é estratégico para seu funcionamento.A produção flexível vem transformando espaços e criando novas geografias, à medida que ocorrem redistribuições dos investimentos de capital produtivo e especulativo e, conseqüentemente, redistribuição espacial do trabalho. Numerosas empresas se transferiram das tradicionais concentrações urbanas e regiões industriais congestionadas, poluídas e sindicalizadas, para novas áreas nas quais a organização e o poder de luta dos trabalhadores é pouco significativa. Surgiram novos complexos de produção - os complexos científicos-produtivos -, ligados a universidades e centros de pesquisa onde as inovações são constantes.Um caso exemplar desses complexos é o do Vale do Silício (Silicon Valley), na Califórnia, cujo modelo se difundiu por vários países. Nesse complexo, a Universidade de Stanford, juntamente com empresas do ramo da microeletrônica, criou um parque tecnológico cuja fama cresceu com a produção de semicondutores e o uso do silício como matéria-prima para sua fabricação. O Vale do Silício faz parte de uma área maior em torno da baía de São Francisco onde se estabeleceram numerosas indústrias de alta tecnologia.Esses tecnopólos também são encontrados no interior das tradicionais regiões industriais que vêm se modernizando, a exemplo da região industrial de Frankfurt, na Alemanha, ou ainda daquelas que procuram sair de uma situação de estagnação, como no caso da região de Turim, na Itália, ou de Lyon, na França.O sistema just in time exige também uma reorganização do território. As firmas subcontratadas pelas grandes empresas se aglomeram em torno da planta terminal de produção, criando um novo tipo de aglomeração produtiva.Esse é o caso da fábrica da Volkswagen, instalada em Resende, no Estado do Rio de Janeiro, que vem atraindo outras empresas que produzirão, no próprio terreno da fábrica da Volkswagen, componentes utilizados na montagem de ônibus e caminhões.Sem nenhuma dúvida, vivemos hoje mudanças profundas que se refletem no mundo do trabalho. Para os mais otimistas, a questão do desemprego tecnológico será resolvida pela própria tecnologia avançada que estimulará o surgimento de novos setores produtivos e de atividades humanas a eles ligados, exigindo, assim, novos trabalhadores. Para outros, o sonho dos empresários de fábricas sem operários está prestes a ser realizado.Também nos setores agrícolas e de serviços, as máquinas substituem o trabalho humano. Corporações multinacionais fazem notar que estão cada vez mais competitivas, e ao mesmo tempo anunciam demissões em massa. A questão que se coloca neste final de século é a seguinte: para onde vão os trabalhadores? A resposta dependerá da posição assumida pelas sociedades como um todo.http://www.geocities.com/geo_mundi/geral11.htm. Geografia. Telecurso 2000,volume 2, Fundação Roberto Marinho.SP:Globo, 2000, p.60-65.

 Leitura do texto.Organizem-se em grupos de 5 alunos e  preparem as atividades para a  apresentação no coletivo.1-       Relacionem  a leitura do texto 2 com a leitura do texto 1.  O texto 2 amplia os conceitos trabalhados  no texto 1? Explique.2-       Encontrem uma “ possível resposta” para a pergunta lançada no final do texto 2.3-       Localizem os países mencionados no texto,  em mapa-múndi  selecionado no Atlas.    4-  Recontem, em quadrinhos, o processo histórico de reordenamento do território na 2ª e 3ª Revolução Industrial. 

Glossário:- Regionalizar significa dividir o espaço em regiões ou áreas que tenham  características importantes em comum.- Regionalizar o mundo: São critérios de agrupamento das nações em grandes regiões ou conjuntos regionais.-Região- O conceito de região, associado à noção de diferenciação de área, vem perseguindo a história moderna do pensamento geográfico ao lado da paisagem, espaço, lugar e território. O grande debate em torno da região  centrou-se na busca de um método que desse identidade à Geografia diferenciando-a das outras ciências.  Sua primeira abordagem foi o de região natural trabalhado pelos geógrafos físicos na concepção de superfície  terrestre identificada por uma combinação de elementos da natureza traduzidos na paisagem natural. Por longo tempo, a produção acadêmica e a sua transposição didática se nortearam nessa concepção.  A  noção de região e de regionalização foi, posteriormente,  enriquecida pela de paisagem natural e paisagem  cultural:  o sertão e o sertanejo, a Campanha gaúcha e o gaúcho, a Amazônia e os povos da floresta, as regiões frias com os esquimós e as desérticas com  povos nômades. Essa noção permeou a  regionalização escolar ampliando a concepção de região natural demarcando os lugares de identidade referenciados nos seus  habitantes.Regionalidade: ela se evidencia como base territorial dos regionalismos, abrindo possibilidades de discussão sobre as identidades regionais e movimentos políticos que tem, no Nordeste brasileiro, um exemplo típico de regionalismos e política - a seca, o sertanejo, o coronelismo, as bases políticas - ampliando o entendimento da sociodiversidade, diferenças, semelhanças e identidade territorial expressas nos localismos (Bexiga em são Paulo), nacionalismos (Leste Europeu/África), separatismos (Triângulo Mineiro em MG), anexação/fragmentação

(Alemanha, Iugoslávia, URSS), recortes/partilhas ( Palestina).Regionalização seria o recorte metodológico para identificar a diferenciação ou a desigual  distribuição dos fenômenos no espaço, ou seja,  a formação e transformação de regiões desde a sua dissolução até o seu ressurgimento, num processo constante de fragmentação e integração de territoriesRegião-território quando se passa a conviver com uma intensa globalização e fragmentação mas, que também se vê fortalecida pelas reivindicações de identidades regionais/territoriais/culturais representadas  por organizações de grupo e movimentos sociais que vão numa planetarização dos bascos  aos tibetanos, passando pelos sérvios, albaneses, curdos, palestinos, judeus, hindus, sikkis, hutus, tutsis. Nesse movimento há um deslocamento constante de migrações forçadas  como as dos refugiados tibetanos, albaneses, sérvios   ou sazonais como a dos nordestinos  redefinindo na reterritorialização a rede regional.  Ela se constitui numa rede de relações de identidade político-cultural  que vão da escala local de um bairro à mundial de conflitos diversos.Regionalismo  identificam as relações socioculturais de um  lugar apropriado  simbolicamente por  um grupo (palestinos, hindus, judeus, curdos, bascos, albaneses). O que se questiona é a crise do Estado-Nação. De espaço de referência identitária político, econômico, cultural eles passam a revelar o crescente processo de exclusão social trazendo a tona nacionalismos,  regionalismos, identidades étnico-religiosas redefinindo territórios.Mercados: corresponde ao fluxo de mercadorias, capitais especulativos, informações que circulam pelo mundo através de empresas, transnacionais ou não. Os países que mais recebem investimentos podem ser classificados em dois grupos: os desenvolvidos liderados pelos EUA e os considerados em desenvolvimento ou emergentes, encabeçados pela China.

OP- 35   Agenda 21 Por que ensinarA elaboração e lançamento da Agenda 21 Global aconteceu na Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento Humano, conhecida como ECO-92, realizada em 1992, no Rio de Janeiro. O documento é considerado inovador, abrangente e ousado porque propõe, em escala planetária, um novo padrão de desenvolvimento, conciliando métodos de proteção ambiental, justiça social e eficiência econômica. Rompendo com o desenvolvimento dominante, onde predomina o econômico a qualquer custo, a Agenda 21 propõe a sustentabilidade, em que os fatores sociais e ambientais formam uma união indissolúvel entre si e com a necessidade de se enfrentar a degradação ambiental e o problema mundial da pobreza. Nesse sentido, o documento considera como questões estratégicas: a geração de emprego e renda; a diminuição das disparidades regionais e interpessoais de renda; as mudanças nos padrões de produção e consumo; a construção de cidades sustentáveis e a adoção de novos modelos e instrumentos de gestão baseados no planejamento participativo. Desse modo, o documento é uma importante referência porque traduz em ações o conceito de desenvolvimento sustentável. A inserção do tópico Agenda 21 como conceito-chave nos estudos geográficos do ensino fundamental vem de encontro à necessidade de construir com o educando uma “cultura de sustentabilidade”, preparando-o para participar ativamente do processo de elaboração da Agenda 21 Local.Condições para ensinarA Agenda 21 é uma tentativa abrangente de promover, em nível planetário, um padrão de desenvolvimento que considere ao mesmo tempo mecanismos de proteção ambiental, eqüidade social e eficiência econômica. O enfoque da Agenda leva em conta estratégias para a geração de emprego e de renda, a diminuição de disparidades regionais, as mudanças nos padrões de consumo e produção, a construção de cidades sustentáveis e a adoção de novos modelos de gestão. Considere o conhecimento prévio dos alunos sobre os seguintes temas da Agenda 21:a) Cidades Sustentáveis: gestão urbana (normas de respeito ao meio ambiente e à comunidade, ordenamento do solo urbano, violência, segurança e cidadania, qualidade ambiental das cidades); planejamento e orçamento participativos; modelos para atender as carências em habitação, saneamento e transporte urbano; migração campo/cidade; impactos da industrialização e dos serviços, tais como o turismo, lazer, cultura e serviços modernos derivados das novas tecnologias.b) Agricultura Sustentável: impactos da passagem de um modelo agrícola químico-mecânico para um modelo baseado agroecologia e ecosilvicultura; agricultura familiar; reforma agrária e extensão rural.c) Infra-estrutura e Integração Regional: transporte, telecomunicações e energia/energia renovável; descentralização da execução e da gestão dos serviços públicos;d) Gestão dos Recursos Naturais: solos; águas; florestas (manejo sustentável e conservação); biodiversidade (bioproteção, biotecnologia, conservação), fauna (caça e comércio ilegal); recuperação e proteção de ecossistemas degradados; controle da poluição ambiental; extrativismo.e) Redução das Desigualdades Sociais: formas de combate à pobreza; emprego e mercado de trabalho; redução das disparidades na distribuição de renda; direitos humanos (indígenas, crianças e adolescentes, negros e deficientes); universalização da cidadania;

f) Desenvolvimento Científico e Tecnológico: desenvolvimento de tecnologias apropriadas ao desenvolvimento sustentável em suas diferentes escalas; ecoeficiência dos sistemas produtivos; gestão sustentável na indústria, agricultura e serviços (o papel das normas ISO 14.000 e ISO 9.000 para uma economia sustentável e competitiva); a pesquisa aplicada às necessidades das comunidades;A Agenda 21, por traduzir em ações o conceito de desenvolvimento sustentável, é um conceito-chave no trato de questões importantes relacionadas ao espaço de vivência e instrumento fundamental para a construção de uma ecocidadaniareferenciada na participação da elaboração e implementação de políticas públicas sustentáveis em nível local. Como está o processo de elaboração da Agenda 21 do município? Lance este desafio para a turma e planejem uma trilha de pesquisa. Faça do estudo do tópico a construção de subsídios para sua elaboração, envolvendo ONGs ambientalistas locais, comunidade e poder público.Esta atividade é uma avaliação diagnóstica, inicial. Isso significa que é necessário estar atento e registrar as intervenções dos alunos; suas perguntas curiosas, não para respondê-las de pronto, mas para tomá-las como referência essencial na organização das trilhas de pesquisa que compõem a largada do desenvolvimento do tópico.O que ensinar•O etnoconhecimento e a etnodiversidade do povo brasileiro: importância dos saberes e fazeres (conquistas tecnológicas) elaborados e acumulados por populações tradicionais em seus diversos campos, como a botânica, a medicina, a astronomia, a filosofia e a literatura, bem como suas especificidades sociais e territoriais. Por se tratar de um patrimônio humano, artístico e científico brasileiro é relevante conhecê-los e protegê-los com medidas eficazes de combate à biopirataria. Elas vivem em todos os biomas brasileiros. São os povos indígenas, seringueiros, quilombolas, quebradeiras de coco, ribeirinhos e extrativistas.• Políticas públicas nacionais de combate à pobreza e busca do desenvolvimento sustentado: avaliação do Programa Fome Zero em escala local e análise do Programa Biodiesel como alternativa sustentável de fonte de energia.• Entre as medidas de conservação dos ambientes naturais destaca-se a criação de reservas extrativistas. Nessa abordagem colocar-se-á em questão a importância do manejo sustentável dos recursos florestais amazônicos e o Programa Nacional da Biodiversidade e a biopirataria, ou seja, saque indevido das riquezas naturais, que movimenta por ano no mundo cerca de US$ 60 bilhões, segundo estimativas do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).Como ensinarSugestões de percursos didáticos• Leitura de duas obras de referência que fundamentam a abordagem: MISSÃO TERRA: O resgate do planeta e PACHA MAMA: Missão Terra 2. Ações para salvar o planeta. É a Agenda 21 elaborada por crianças e jovens. Ambas da Editora Melhoramentos.• Organização de banco de dados sobre AGENDA 21. Por se tratar de um tema novo, os livros didáticos ainda não incorporaram o tema ao seu temário de forma satisfatória. Daí, a importância da construção deste banco de dados. Textos diversos estão disponíveis em páginas eletrônicas da Internet.• Trilhas de pesquisa a partir das perguntas curiosas levantadas pela turma no momento da apresentação do tema e diagnose acerca dos saberes e fazeres dos alunos; identificação de interfaces interdisciplinares;realização do tratamento da informação.• Participação na elaboração da Agenda 21 Local. Planejamento de atividades interdisciplinares; identificação das oportunidades de exercício de protagonismo com o levantamento de ações para intervenção na realidade socioespacial do município.• Júri Simulado colocando-se em questão o que é social e economicamente mais vantajoso sob a ótica da sustentabilidade: as reservas extrativistas ou a pecuária e a soja? O que estará em jogo é a descoberta, por eles, de que a floresta “de pé” e protegida é uma fonte quase que inesgotável de bens, inclusive, a biodiversidade;• Mesa Redonda para avaliação dos resultados em processo do Programa Fome Zero em nível local, com proposição de ações estratégicas de políticas sustentáveis de inclusão social, emprego e geração de renda, moradia, lixo e água;• Palestra seguida de debate sobre o Programa Nacional da Biodiversidade e ações estratégicas de combate à biopirataria em nível local e nacional; visita de estudos a uma comunidade tradicional próxima ao espaço de vivência, planejando a coleta de dados. O tratamento da informação, que inclui a análise dos dados coletados, registros diversos, e a organização e produção do conhecimento escolar. Programe uma atividade de APRESENTAÇÃO.• Mapeamento de cidades sustentáveis em dimensão multiescalar, organizando legenda criativa.RA-27   Elaborando a Agenda 21: perspectivas sustentáveis para o futuro Objetivos:

-Analisar, no âmbito da Agenda 21, o reconhecimento da importância em se preservar formas alternativas de reprodução da vida. -Avaliar as políticas públicas nacionais de combate à pobreza e busca do desenvolvimento sustentável sob a ótica das recomendações propostas pela Agenda 21. -Identificar as medidas para a conservação dos ambientes naturais expostos na Agenda 21 e analisar as políticas públicas que compõem o Programa Nacional da Biodiversidade. -Reconhecer e propor soluções para problemas sociais e ambientais do século XXI apresentados pela agenda como: diminuição da qualidade de vida, degradação do meio ambiente, subnutrição e doença, desemprego, escassez de água e combustível mineral, reflorestamento, secas e enchentes, desertificação do solo, poluição da água e do ar, extinção de espécies de plantas e animais.-Problematizar a importância do desenvolvimento sustentável, da equidade social e do meio ambiente seguro e saudável.- Discutir e problematizar a sustentabilidade na perspectiva social e ambiental diante da  necessidade de se enfrentar a degradação ambiental e o problema mundial da pobreza. - Debater em seminário sobre a geração de emprego e renda; a diminuição das disparidades regionais de renda; as mudanças nos padrões de produção e consumo; a construção de cidades sustentáveis e a adoção de novos modelos e instrumentos de gestão, baseados no planejamento participativo. - Elaborar textos e pensar ações que possam compor a Agenda 21 Local.Pré-requisitos:-Diferenciar as paisagens naturais e culturais.-Reconhecer o impacto das ações humanas no esgotamento dos recursos naturais.-Habilidades manuais para a confecção da  Agenda 21.- Conhecer a importância do desenvolvimento sustentável para a manutenção da qualidade de vida nos âmbitos local e global.-Conhecer o papel da ONU e dos países membros na implementação da Agenda 21.- Saber da responsabilidade socioambiental do Brasil e das comunidades locais no cumprimento das propostas da Agenda 21.- Ler e interpretar textos, imagens, músicas e outras linguagens relacionadas  às contradições do uso e consumos das reservas naturais.Descrição dos procedimentos:Antes de iniciar esse roteiro de atividade entre em contato com a Orientação Pedagógica referente a este tópico. Ela contém várias sugestões  de atividades com estratégias significativas: trilhas de pesquisa, júri simulado, mesa redonda, palestra, debate, mapeamento e construção  da Agenda 21. Ela procura assegurar o trabalho com os conceitos-chave de biodiversidade, sociodiversidade, Fome Zero, biopirataria,  sustentabilidade, cidades sustentáveis.É impossível trabalhar esse tópico sem envolver o coletivo da escola. Ainda assim, faça a sua parte. Para isso sugerimos as seqüências didáticas:1 Atividade de Problematização e Diagnóstico:    Quais são as razões e as necessárias  ações de intervenção sobre os problemas  socioambientais deste século apresentadas pela Agenda 21? -Identificar os conhecimentos prévios dos alunos sobre as dificuldades socioambientais  existentes no país, avaliando a possibilidade de construção de uma Agenda 21 com princípios que atendam às necessidades da comunidade do aluno.(deve-se considerar necessariamente: Mudança climática, uso da água, biodiversodade, sociodiversidade, segurança alimentar, sustentabilidade). Consultar Agenda 21 http:// www.mma.gov.br.- Registros e organização das sínteses sobre os conhecimentos dos alunos  em painel. 2- Investigação e organização coletiva das etapas a serem desenvolvidas:1ª etapa: Aprofundamento de leitura de textos sobre: Mudança climática, uso da água, biodiversodade, sociodiversidade, segurança alimentar, sustentabilidade.Referências:-Usar textos de livros didáticos que abordam o assunto e o site www.socioambiental.org que trabalha com essas especificidades.- Cada grupo deve selecionar, ler, interpretar, questionar e explicar um dos conceitos chave acima.- organizar as sínteses do grupo em painéis. Caso a escola use o computador organizar  uma pasta para consulta das turmas que estão discutindo o tema. 2ª etapa - Diagnóstico dos problemas socioambientais -  escola e entorno.-Montagem de um questionário, no coletivo, visando reconhecer as dificuldades enfrentadas pela comunidade a que pertence a escola, apontando as suas possíveis soluções.O questionário deve conter:1- perfil socioeconômico dos sujeitos investigados;

2- perfil sociocultural dos sujeitos investigados;3- Conhecimento dos sujeitos investigados sobre: programas do governo: Fome Zero, Bolsa Escola, Primeiro Emprego, Assentamento rurais, Valorização do Pequeno Agricultor, Alfabetização Solidária, Projovem, etc.4- Relação com o consumo sustentável.5 –Conhecimento sobre as vantagens de uma cidade sustentável.6- Capacidade de intervenção na realidade.- Categorizar os dados em tabelas, gráficos e textos.- Montagem do calendário das reuniões para construção da proposta. Esta atividade deve ser interdisciplinar e trabalhada de forma integrada.-Discussão sobre os capítulos que deverão ser trabalhados na Agenda 21 e possíveis divisões de tarefas.-Solicitação de coleta de material para confecção da Agenda 21 da comunidade escolar. 2ª parte: Coleta e análise de material.1-Tratamento dos dados coletados-Leitura e interpretação dos questionários trazidos pelos alunos, seguido de debate sobre as possíveis propostas para as questões colocadas.-Verificar as questões mais reivindicadas pela população local nos questionários para serem utilizadas na construção dos capítulos da Agenda 21 da comunidade escolar.-Apresentação de estratégias  de ação que deverão ser realizadas pelos alunos em parceria com a comunidade local. 2- Construção da Agenda 21-Produção de textos sobre as estratégias discutidas e apresentadas sobre a comunidade local.- Seleção dos itens  básicos que podem melhorar a qualidade de vida dos moradores da comunidade.- Exemplificar com modos de vida, atuações, estratégias e ações coletivas e solidárias que vem alterando a vida das populações dos bairros carentes. Por exemplo: comércio mais justo, economia ecológica, agricultura orgânica, responsabilidade social, cuidados com a sustentabilidade da cidade e do bairro com gastos equilibrados dos equipamentos urbanos.- Incluir as demandas realizadas no Orçamento Participativo.- Organização de sumário- Ilustrações, fotos, desenhos sobre as estratégias e ações de intervenção na comunidade local. 3ª parte: Análise de resultados-Observação das mudanças no comportamento da comunidade em relação ao projeto dos alunos.-Avaliar o resultado das ações da comunidade no processo de cuidado com o espaço local.-Construir um site para apresentar o trabalho realizado na comunidade.-Promover um debate com outras escolas para incentivar a confecção de novas agendas locais.Possíveis dificuldades:-Envolver os demais educadores na organização e na execução do cronograma de forma integrada para trabalhar questões transdisciplinares como a Agenda 21.-Para evitar a rejeição do projeto pela comunidade local, sugere-se a preparação dos diálogos e do material que deverá ser apresentado pelos alunos, visto que o projeto é de importância fundamental para a comunidade.-Trabalho de investigação em lugares diversos. Sugere-se a participação dos colegas de 25;rea e da comunidade nas atividades propostas aos alunos.- Inserir no calendário o projeto interdisciplinar que deve acontecer por um longo período como tema transversal.- Trabalhar na perspectiva de currículo integrado com reuniões mensais para avaliar o percurso e propor novas metas a partir do que foi questionado e precisa ser ampliado.Alerta para riscos:

Glossário:Desenvolvimento sustentável: Trata-se de um modelo que preconiza satisfazer as necessidades presentes sem comprometer os recursos necessários à satisfação das gerações futuras, buscando atividades que funcionem em harmonia com a natureza e promovendo, acima de tudo, a melhoria da qualidade de vida de toda a sociedade.Agricultura sustentável: usar sistemas produtivos que conservem os recursos naturais como água e solo, usem adubos orgânicos, diversifiquem os cultivos,  respeitem a diversidade biológica do local de plantio, evitem a erosão e promovam a segurança alimentar.Consumo sustentável: refletir sobre hábitos de consumo que causam impactos sociais e ambientais, reduzir o lixo, praticar a reciclagem e rever o consumo de produtos com responsabilidade socioambiental das empresas.Segurança alimentar não se resume à qualidade do que se come, mas à política de uso dos recursos  naturais para a produção de alimentos, o impacto ambiental que causa  e sua distribuição. A segurança alimentar é ameaçada quando a política de produção e distribuição de alimentos não atende  a estes princípios.

Sociedade sustentável ocorrerá quando os povos e os grupos sociais caminharem de forma integrada e solidária na concretização da qualidade de vida com justiça social, construindo relações mais saudáveis  com o meio ambiente, pautadas,  não só pela perspectiva de exploração de riquezas, mas também pela responsabilidade em relação à sua conservação.Comércio justo: prática comercial em qualquer lugar ou situação que promova o desenvolvimento sustentável  e permita que produtores em situação de desvantagem, acessem o mercado competitivo sob condições que garantam retorno justo  de seus produtos  e educação para os consumidores. Almanaque Sociambiental ( 2004, p.345)

OP- 36   Padrão de produção e de consumo Por que ensinarComo vamos preparar os jovens para as grandes transformações contemporâneas? A escola, como lugar privilegiado de formação do ser humano, tem de se engajar no desenvolvendo de uma visão mais crítica dos problemas ambientais contemporâneos, conhecendo suas causas e não apenas detectando seus efeitos, embora esse estudo seja a porta de entrada para a construção da visão crítica desejada pelos educadores e esperada pela sociedade. No entanto, a abordagem dos efeitos e das causas seria incompleto se não se levar em conta as ações em curso de um esforço planetário entre as nações, sob a coordenação da Organização das Nações Unidas (UNESCO e PNUMD) para a superação desses problemas, ou seja, a construção de uma Ordem Ambiental Internacional.O desenvolvimento deste tópico esclarece aos jovens estudantes as formas práticas de participação deste esforço global para a mudança de hábitos culturais em relação ao meio ambiente. Como? Revendo seu estilo de vida que, por sua vez, é determinado por um padrão de consumo, que sustenta um padrão de produção extremamente poluidor e insustentável em razão dos danos causados ao equilíbrio ecológico do planeta e à maior parte dos humanos que o habita. Neste contexto ganha forma e conteúdo o conceito de sustentabilidade. Do ambiente físico ela avança às questões sociais da pobreza, segurança alimentar, democracia, direitos humanos e paz. Nesse sentido, ela passa a ser entendida como um imperativo moral e ético em que a pluralidade cultural e o etnoconhecimento são direitos e serem respeitados (sustentabilidade cultural).Condições para ensinarO que a turma já conhece acerca dos problemas ambientais do dia-a-dia de suas vidas e da vida dos habitantes do nosso planeta? Em resposta, certamente virá à tona, entre outros, a poluição da água, ar, solo; o buraco na camada de ozônio; o aumento dos gases de efeito estufa; as mudanças climáticas; o El Nino e La Nina, ilhas de calor, inversão térmica. Quem sabe algum aluno demonstrará seus saberes sobre o que se passa, neste momento histórico do processo construtivo da Ordem Ambiental Internacional, o Protocolo de Kyoto, exaustivamente divulgado pela mídia. Em suma, o que a turma conhece por percepção pessoal, estudos anteriores, leituras de jornais e revistas, notícias da TV e da internet está mais em nível dos efeitos, as marcas da degradação ambiental, medidas para contenção do desastre planetário, do que realmente as causas da degradação, que é o foco do estudo deste tópico. Buscar analisar as causas é o que a Unesco recomenda aos educadores na Conferência realizada em Tbilisi, Geórgia, em 1977, em seu item 4: “facilitar a percepção integrada do meio ambiente, tornando possível uma ação mais crítica que identifique as causas e não apenas seus efeitos”.Onde estão as causas? Estariam elas na ignorância humana em relação aos processos ecológicos da natureza? No estilo predatório da apropriação dos recursos naturais e na exploração do trabalho humano? No sistema cultural da sociedade urbano-industrial que tem como estratégia de desenvolvimento um mercado altamente competitivo e uma visão de mundo utilitarista, imediatista, economicista e consumista? No modelo de desenvolvimento e de crescimento que depreda os recursos naturais com o único objetivo de assegurar os meios de produção e de consumo? Em tudo isso. O nosso padrão de consumo tem a ver com tudo isso? Certamente.Esta atividade é uma avaliação diagnóstica, inicial. Isso significa que é necessário estar atento e registrar as intervenções dos alunos; suas perguntas curiosas (não para respondê-las de pronto, mas para tomá-las como referência essencial na organização das trilhas de pesquisa que compõem a largada do desenvolvimento do tópico); o que deve ser ampliado e aprofundado visando a construção de uma visão crítica dos problemas ambientais contemporâneos. Finalize a atividade lançando este desafio à turma: Onde se encontram as raízes da desarmonia que tem resultado na degradação ambiental do planeta Terra: Na natureza? Ou na sociedade humana?O que ensinar• Os padrões de produção e consumo em diversas dimensões escalares, avaliando-os sob a ótica da sustentabilidade.• A relação entre padrão de consumo, desequilíbrios dos ecossistemas terrestres e problemas ambientais contemporâneos.

• Os padrões de produção e de consumo que têm tido como modelo um estilo poluidor e consumista.Como ensinarSugestões de percursos didáticos•Planejamento de trilhas de pesquisa: As questões levantadas durante o resgate dos saberes e fazeres da turma são tomadas como eixos da atividade investigativa numa perspectiva interdisciplinar. O tratamento da informação, metodologia proposta por Santomé (1998), envolve a coleta de dados, a análise, a apresentação dos resultados, encaminhando a atividade.•Leitura/discussão de trecho de entrevista com o jornalista e ambientalista André Trigueiro e discussão das idéias por ele apresentadas

Amai-vos: interesses econômicos globais são responsáveis por tudo o desmando que existe na área do meio ambiente?André Trigueiro: os atuais padrões de produção e de consumo respondem pela maior parte dos estragos ao meio ambiente. Esse modelo de desenvolvimento forjado na Revolução Industrial há quase 300 anos e que hoje, nas asas da globalização, dissemina padrões de consumo incompatíveis com a capacidade de suporte do planeta, é o grande vilão ambiental do século 21.Segundo a organização não governamental WWF, a capacidade do planeta suprir, na nossa sanha de produção e consumo, está defasada em 20%. Exaurimos os recursos naturais não renováveis para alimentar um sistema excludente e concentrador de renda. De acordo com o Banco Mundial, 1,1 bilhão de pessoas vivem com menos de 1 dólar por dia e quase 3 bilhões de pessoas vivem com menos de 2 dólares por dia. A globalização assimétrica, segundo o ex-presidente Fernando Henrique, privatiza os lucros e democratiza a pobreza. Ou se corrige o rumo, buscando o caminho da sustentabilidade, ou agravaremos irresponsavelmente o fosso que separa os poucos que se locupletam, na farra consumista dos que não conseguem metabolizar a quantidade mínima de quilocalorias necessárias à manutenção da saúde e da vida.

• Leitura de paradidático e debate sobre o livro MISSÃO TERRA.• Representação, sob a forma de quadrinhos, charges, desenhos as idéias veiculadas nos três textos que seguem com exposição no espaço da escola. Organização de um álbum com a produção da turma e doação para a biblioteca da escola.Texto 1:

“O planeta tem 11,4 bilhões de hectares de terra e espaço marinho produtivos, ou seja, 1,9 hectares de área per capita para produção de grãos, peixes e crustáceos, carne e derivados. E hoje, no mundo, estão sendo usado, em média, 2,3 hectares por habitante.” (Elisabeth Grimberg)

Texto 2:

“A sustentabilidade ou desenvolvimento sustentado como um novo modelo de desenvolvimento em processo de construção, que surge no final do século 20 como resposta ao esgotamento de um modelo que o relatório brasileiro para a Rio-92 descreve como `ecologicamente predatório, socialmente perverso e politicamente injusto`.” (André trigueiro)

Texto 3:

O conceito “pegada ecológica” foi proposto apela ONG WWF para qualificar a pressão populacional sobre o ambiente natural. Pois bem, “há profundas diferenças entre os países quanto à pegada média de um habitante. Na África e Ásia, atinge 1,4 hectares por pessoa. Já a pegada média dos cidadãos da Europa Ocidental atinge cerca de 5 hectares e a dos norte-americanos 9,6 hectares! No Brasil, está em torno de 2,3 hectares”. (Elisabeth Grimberg)

Texto 4:

O mundo vive hoje um padrão de produção e consumo insustentável. O consumo sustentável é uma questão de cidadania. "Hoje nós estamos consumindo no mundo mais de 20% além de sua capacidade de reposição, nós estamos fazendo como uma família que gasta mais que seu orçamento e caminha para falência. O mais grave ainda é que tudo isso acontece num momento em que 840 milhões de pessoas no mundo passam fome todos os dias. (...) O nosso foco hoje centrado exclusivamente na questão do terrorismo, está impedindo de ver que as ameaças mais graves à sobrevivência da espécie humana estão nos problemas das mudanças climáticas e na questão dos padrões de produção e consumo, além da capacidade de reposição da nossa biosfera". (Whashington Novaes)

Texto 5:

"O atual padrão de produção e consumo é injusto e insustentável. Para satisfazer as necessidades de água, materiais e energia dos mais de 6 bilhões de seres humanos que hoje vivem na Terra, consumimos 40% a mais do que o planeta pode oferecer. Seriam necessárias mais quatro Terras para permitir que todos os indivíduos do mundo consumissem tanto quanto norte-americanos e europeus. Estes fatos colocam a humanidade frente a um grande desafio histórico: criar uma sociedade economicamente próspera, ecologicamente sustentável e socialmente justa sobre um planeta limitado.” (Instituto Akatu)

RA-25   Consumo consciente: cuidando do planeta Terra Objetivos:- Explicar a relação entre padrão de consumo em diversas dimensões escalares, avaliando-os sob a ótica da sustentabilidade.- Explicar a relação entre padrão de consumo, desequilíbrios dos ecossistemas terrestres e problemas ambientais contemporâneos.- Reconhecer padrões de produção e consumo que tem tido como modelo um estilo poluidor e consumista.- Planejar entrevista e coletar depoimentos sobre os dados estudados.Providências para a realização da atividade:Pré-requisitos:-Noções de ecossistemas -sustentabilidade - problemas ambientais contemporâneos – sociedades sustentáveis - consumismo., sociedade de consumo. - Demonstrar saberes sobre o que se passa no planeta, em relação aos impactos ambientais, exaustivamente, divulgados pela mídia: jornais e revistas, notícias da TV e da Internet.- Conhecer a importância da sustentabilidade relacionada ao patrimônio ambiental mundial.Descrição dos procedimentos:          Na leitura da Orientação Pedagógica referente a esse tópico, você professor/a, terá idéia da complexidade de conceitos que ele abrange, acerca dos problemas socioambientais do dia-a-dia,  no planeta: poluição da água, ar, solo; o buraco na camada de ozônio; o aumento dos gases de efeito estufa; as mudanças climáticas; o El Nino e La Nina, ilhas de calor, inversão térmica. Todos os livros didáticos abordam essa temática, indispensável nos currículos escolares.   O quê alunos sabem sobre esses impactos causados por fenômenos naturais e humanos, ouvindo  e vendo na TV, lendo em jornais e revistas? Será que percebem um planeta doente? Sabem quais são as causas? Sabem como evitá-las? Para discutir sobre essas questões é fundamental refletir sobre: os recursos da natureza e seu esgotamento/renovação, a exploração do trabalho humano e os padrões de consumo hoje O sistema cultural da sociedade urbano-industrial que tem como estratégia de desenvolvimento um mercado altamente competitivo e uma visão de mundo utilitarista, imediatista, economicista e consumista. E, também, prognosticar sobre o modelo de desenvolvimento e de crescimento que depreda os recursos naturais com o único objetivo de assegurar os meios de produção e de consumo.          È fundamental, problematizar e construir com alunos um consumo consciente. Para tanto sugerimos o desenvolvimento das atividades propostas na OP. Vamos roteirar, a  sequência didática indicada como oficina de criatividade e criticidade sobre  a mudança nos padrões de consumo de hoje, para o desenvolvimento humano de amanhã. Este é um dos temas que deve compor a Agenda 21 do município em que vivem os alunos. A proposta é de um produto em forma de charge. Trabalhar com esse recurso demanda a parceria dos professores de Português e Artes. A charge implica: conhecimento do tema em profundidade, discussão e problematização crítica do tema, seleção de um problema politico-ambiental, que incomoda ao aluno, reflexão sobre a forma de representá-lo e, finalmente, a representação. Propomos:         Oficina de criatividade e criticidade Primeiro momento Leitura dos  textos buscando responder ao desafio: Onde se encontram as raízes da desarmonia que tem resultado na degradação ambiental do planeta Terra: Na natureza? Ou na sociedade humana?  Como posso ajudar construindo uma cidadania planetária? 

Texto 1 -    BRASIL    “País de dimensões continentais, o Brasil possui uma das biodiversidades  mais ricas do planeta, com 15% a 20% das 1,5 milhões de espécies catalogadas até agora.Também é o país com maior fluxo de água doce do mundo – cerca de 12% do total – e,  sol o ano todo. (...)      Apesar da abundância da água no território, sua distribuição é irregular, caracterizando regiões melhores abastecidas e regiões com graves problemas de seca, como algumas partes do Nordeste. Além disso, a política de uso desse recurso tem comprometido sua disponibilidade no Brasil. Hoje, a maior parte da água produzida

no país vai para a agricultura, sendo o uso doméstico a segunda atividade que mais consome água no país. O grande problema é que, além de contar com facilidades como o subsídio  de energia, a irrigação é altamente desperdiçadora de água. Nas redes públicas  de distribuição de água, o desperdício médio é de 40% do que sai das estações de tratamento.     Nas bacias hidrográficas a poluição está fora do controle em 8 estados, da BA ao RS. Em torno de 70% dos cursos fluviais estão comprometidos devido à poluição por agrotóxicos, química e esgotos urbanos.      Na agricultura as práticas não sustentáveis vêm causando danos irreversíveis ao solo.  O consumo de agrotóxico cresceu 276% entre 1960/91 e o uso de pesticidas para áreas plantadas cresceu 21,59% entre 1997/2000. Só no estado de São Paulo, 4 dos 18 milhões de ha  de terras utilizáveis estão em estágio avançado de degradação.     A produção de alimentos no país  tem muitos exemplos de insustentabilidade, entre eles práticas de pecuária intensiva  e extensiva. Elas têm provocado, aumento do desmatamento  e contaminação das águas  por efluentes de criações (bovina, suína e aves) e insumos químicos carregados pela erosão dos solos. A produção de frutas “fora de época”, também causa grande impacto ambiental, seja pela energia usada nas estufas ou pela intensificação dos transportes de longa distância (requer mais rodovias e a pavimentação de trechos , muitas localizados em áreas florestais).        Mesmo com todos esses problemas, o rumo tomado pelo Brasil e por outros países em desenvolvimento continua similar ao caminho trilhado por países desenvolvidos no que diz respeito aos padrões de produção e consumo. Estudos mostram que seriam necessários mais dois planetas de recursos para sustentar o padrão de consumo dos países desenvolvidos.”    ALMANAQUE Brasil Socioambiental SP: ISO, 2005, p.54/6Texto 2 - A natureza contra-atacaBia Barbosa

No cálculo que se tornou clássico na literatura científica popular, o astrônomo Carl Sagan (1934-1996) propôs que se toda a história do universo pudesse ser comprimida em um único ano, os seres humanos teriam surgido na Terra há apenas sete minutos. Nesse período, o homem inventou o automóvel e o avião, viajou à Lua e voltou, criou a escrita, a música e a internet, venceu doenças, triplicou sua própria expectativa de vida. Mas foram também sete minutos em que a espécie humana agrediu a natureza mais que todos os outros seres vivos do planeta em todos os tempos. A natureza está agora cobrando a conta pelos excessos cometidos na atividade industrial, na ocupação humana dos últimos redutos selvagens e na interferência do homem na reprodução e no crescimento dos animais que domesticou.A começar por seus bens mais preciosos, a água e o ar, o balanço da atividade humana mostra uma tendência suicida. Com a mesma insolência de quem joga uma casca de banana ou uma lata de refrigerante pela janela do carro pensando que se está livrando da sujeira, a humanidade despeja na natureza todos os anos 30 bilhões de toneladas de lixo. Quem mais sofre com a poluição são os recursos hídricos. Embora dois terços do planeta sejam água, apenas uma fração dela se mantém potável. Como resultado, a falta aguda de água já atinge 1,2 bilhão de pessoas em todo o mundo. Quatro em cada dez seres humanos já são obrigados a racionar o líquido. Pior. Por problemas, principalmente de poluição, os mananciais, que ficaram estáveis por séculos, hoje estão diminuindo de volume em todos os continentes, enquanto a população aumenta. Se a Terra fosse do tamanho de uma bola de futebol, a atmosfera teria a espessura do fio de uma lâmina de barbear. Pois bem, essa estrutura delicada vem recebendo cargas de fumaça e gases venenosos num ritmo alucinante. Segundo avaliação do  Worldwatch Institute em um único dia a humanidade e suas máquinas jogam na atmosfera mais gás carbônico que todos os seus antepassados em um século. Análises de amostras coletadas de ar encapsulado no gelo do Ártico, datadas conforme sua profundidade, confirmam essa avaliação. Centenas de espécies de peixes comestíveis foram extintas em apenas trinta anos pela pesca industrial, que usa satélites para localizar cardumes e redes tão descomunais que poderiam engolfar um prédio de quarenta andares. Apenas um terço das florestas que viram a chegada dos colonizadores europeus às Américas ainda está de pé. O Brasil é quase uma vitrine da destruição tocada pelo homem. O país já perdeu 93% da Mata Atlântica, 50% do cerrado e 15% da Floresta Amazônica. E as motosserras continuam em ação.Individualmente, as agressões acima seriam absorvidas pelo ecossistema global, acostumado a catástrofes naturais. O problema é que houve uma orquestração. Sem se dar conta, os 6 bilhões de pessoas tornaram-se

um fardo pesado demais para o planeta, tanto sobre o solo quanto no mar e no ar. Agora, a natureza está mandando a conta. O efeito mais apocalíptico dessa mensagem é o aquecimento global, cuja causa mais provável é a concentração na atmosfera de gases produzidos pela queima de gasolina, óleo e outros combustíveis por fábricas e veículos. O acúmulo desses gases poluentes encapsula o calor do sol e não deixa que ele escape para o espaço sideral, transformando a atmosfera numa estufa. "Durante anos, parte da comunidade científica se enganou atribuindo o aquecimento aos ciclos naturais do planeta e às mudanças na atividade solar. Hoje existe uma quase unanimidade de que o problema é causado por nós mesmos", diz ninguém menos que Stephen Hawking, o reputado astrofísico inglês. O último relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas, das Nações Unidas, foi incisivo nesse aspecto. "Já estamos e vamos continuar pagando o preço do que fazemos hoje com o planeta. Isso não é especulação. É uma constatação científica", afirma Thelma Krug, coordenadora-geral de Observação da Terra do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais. Somente no ano passado, cerca de 29 bilhões de toneladas de dióxido de carbono foram liberados na atmosfera.Segundo especialistas, se o efeito estufa continuar a crescer no mesmo ritmo, a temperatura média da Terra pode aumentar 5,8 graus centígrados até 2100. Essa temperatura é 65% maior que o pior cenário de aquecimento global traçado há cinco anos por um grupo de cientistas. Na época, a previsão foi tachada de pessimista. Ninguém se iluda com a idéia de que a longo prazo todos estaremos mortos e, portanto, que a Terra esteja um pouco mais quente daqui a 100 anos é um problema para os netos de nossos bisnetos. Nada disso. Os primeiros sinais já estão por toda parte. São visíveis os recuos das geleiras em ambos os pólos. O Ártico perdeu 6% de sua área entre 1978 e 1996, um ritmo quatro vezes maior que o registrado por observadores do século passado. Os verões estão mais longos e os invernos mais curtos, atrapalhando o metabolismo dos pinguins, no sul, e dos ursos polares, no norte. Atribuem-se às mudanças climáticas provocadas pelo homem as inundações violentas que arrastaram bairros inteiros na Itália nos últimos anos. O efeito em cascata pode ser sentido a milhares de quilômetros de distância dos pólos. Em 1999, duas ilhas do Pacífico Sul desapareceram sob as ondas com o aumento do nível do mar causado pelo derretimento de geleiras.No pior cenário, em algumas décadas o nível dos oceanos pode subir 80 centímetros. É uma catástrofe. Ilhas, deltas de rios, cidades costeiras acabariam debaixo das águas. Países baixos como a Holanda teriam suas fontes de água doce comprometidas pela salinização e a vida ficaria muito mais difícil. Cerca de 90 milhões de pessoas seriam afetadas diretamente pelo aquecimento global. Dezenas de milhões de outras sofreriam os efeitos indiretos do fenômeno. Com o calor, viriam as secas prolongadas e agudas. Em 25 anos, 5,4 bilhões de pessoas, ou 90% da população atual do planeta, teriam de racionar água. Como escapar da catástrofe anunciada ? Para alguns cientistas, a maioria, ainda existe tempo de reverter ou anular parte dos efeitos simplesmente reduzindo drasticamente as descargas de poluentes na atmosfera. A situação fica preocupante quando se sabe que houve um retrocesso nos Estados Unidos, o maior emissor, com 26% de todas as descargas de gases que aumentam a absorção de calor pela atmosfera. O presidente George W. Bush pretende ignorar solenemente os acordos internacionais de controle do efeito estufa. "Mesmo se mantivermos as emissões de CO2no nível em que estão hoje, a trajetória do planeta a longo prazo é extremamente preocupante", avalia Luiz Gylvan Meira Filho, presidente da Agência Espacial Brasileira, autoridade que fala internacionalmente em nome do governo brasileiro quando o assunto é aquecimento global. Fica cada vez mais claro que a humanidade precisa tratar com mais carinho sua hospedeira, a Terra. Biólogos como o inglês James Lovelock acreditam que os contra-ataques da natureza são resultado de ajustes naturais que os ecossistemas do planeta estão fazendo para manter a saúde da Terra. Essa é a chamada Hipótese Gaia. Segundo ela, a Terra é um organismo dotado da capacidade de manter-se saudável e que tem compromisso com todas as formas de vida – e não com apenas uma delas, o homem. WWI-Worldwatch Institute  www.wwiuma.org.br

          Sistematização das respostas dos alunos em  painel. Organizar um quadro  com as três colunas para as demandas a serem listadas:1-       Raízes da desarmonia da natureza no planeta Terra.2-       Raízes da desarmonia da sociedade no planeta Terra.3-       Podemos contribuir na construção de uma cidadania planetária? Refletir sobre o consumo de água potável, energia, plásticos, papel, transporte que usa combustíveis à base de hidrocarbonetos, alimentos não orgânicos, 2-  Avaliação:   Oficina de criatividade e criticidade         Discutir a leitura da uma charge:          Que bem da natureza, transformado em sistema técnico, a charge representa? Que situação ela explora? Em que pista você se baseou para responder essa questão?

                      Fonte:BRANCO, Samuel.Murgel. Ecologia da cidade.SP:Moderna, 1991., p.53      Refletir: precisamos criar uma sociedade economicamente próspera, ecologicamente sustentável e socialmente justa sobre um planeta limitado.     3- Mãos à obra:  Que hábitos e atitudes, precisamos adquirir para iniciar essa mudança?         Represente suas idéias em uma chargePossíveis dificuldades:         Pode ocorrer dificuldade na leitura do texto e na construção da charge. Solicite a parceria dos professores de Artes e Português.Glossário:Hipótese de Gaia: segundo essa teoria o sistema terrestre deve ser compreendido como um organismo vivo  em permanente busca de equilíbrio. O ambiente possui forças  que atuam de maneira harmoniosa. A recuperação ambiental é possível desde que seja respeitado  o ritmo da natureza.Áreas de risco ambiental: sujeitas à catástrofes naturais ou a acidentes com produtos tóxicosAquecimento global:  crescente concentração de gases estufa  na atmosfera, especialmente de dióxido de carbono, resultante da queima de combustíveis fósseis e florestas, que provocam um aumento da retenção de calor irradiado pela Terra, elevando a temperatura média do planeta. Há um aumento das médias térmicas  causadas pelo dióxido de carbono e outros gases estufa.Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas, das Nações Unidas: encontro em  que reúne a comunidade científica para discutir o aumento da temperatura da Terra. Socioesfera: o sistema terrestre transformando o ambiente por meio de impactos, classificados em escala geográficas global, regional e local. Um ex. significativo em escala global é o aquecimento global, em escala regional  é desertificação decorrente do uso inadequado dos solos agricultáveis, em escala local pode ser considerado o lixo urbano.Sociedade de consumo: compõe-se com o mundo das mercadorias que seduz a todos, embora poucos façam parte. Estudos da ONU mostram  que 90% do consumo individual do mundo são realizados  por, apenas, 20% da população do planeta. A geografia que estuda o consumo discute os excessos e carências, o desperdício e as necessidades.Sociedade do desperdício: Na vida do consumidor existem os que consomem por necessidade e os consomem por compulsão. Trata-se de um modo de vida na qual o sujeito não interage com a natureza, usufrui sem pensar  no custo que sua atitude pode custar à sociedade.Código de defesa do consumidor: entidades que defendem os direitos do consumidor.RA-29   Experimentações de plantio de uma horta comunitária e sustentável Objetivos:- Explicar a relação existente entre o consumo da natureza e a  sustentabilidade ambiental.-Diferenciar as características técnicas dos produtos alimentícios de origem agroecológica daqueles de uma lavoura convencional.- Identificar na cidade as residências que usam o solo de forma  sustentável- Ler textos  que discutem o uso sustentável do solo urbano. - Selecionar e organizar informações coletadas sobre desenvolvimento sustentável.- Consultar diferentes fontes , inclusive boletins eletrônicos sobre o tópico em questão.- Problematizar as relações sociedade natureza, no campo, na perspectiva do desenvolvimento sustentável.- Usar da criatividade e da cooperação para elaborar uma horta urbana sustentável- Relacionar a melhoria da qualidade de vida com a participação social nas políticas públicas de cumprimento dos direitos sociais.-Avaliar alternativas de controle da exclusão social por meio de política sustentável.

- Construir no processo de seqüências didáticas  o conceito de sociedade sustentável- Relacionar consumo e sustentabilidade ambiental, buscando o equilíbrio e a harmonia de uma sociedade sustentável .- Ser cooperativo e apresentar-se solidário na produção do material combinado.Pré-requisitos:- Conhecer os hábitos de consumo da modernidade e suas contradições.- Saber expressar-se como consumidor revelando os hábitos de consumo.- Noções de campo, espaço rural e relação cidade campo.- Noções de desenvolvimento sustentável.- Domínio da leitura e da escrita para desenvolver habilidades de leitura de textos diversos e tratamento dos dados selecionados.- Saber investigar em fontes diferentes.- Sistematizar as próprias idéias e as dos colegas em registros.- Ler textos de diferentes fontes, escalas e compreensão dos fenômenos.- Ter construído relações de cooperação e saber participar  em atividade de oficina.Descrição dos procedimentos:Para entender a sustentabilidade é preciso conhecer suas dimensões: ecológica  referente à manutenção dos estoques de recursos naturais incorporados às atividades produtivas; ambiental, relacionada à capacidade da natureza de absorver as ações humanas e se regenerar; social que luta pela melhoria da qualidade de vida da população, vencendo os graves problemas de desigualdade e exclusão social que caracteriza vários povos da terra, principalmente o Brasil; e apolítica, associada aos processos de construção da cidadania e à incorporação plena das pessoas nos processos de desenvolvimento.” (Guimarães:1994 citado por Barbieri:1998)Esta leitura da OP sobre o tópico traz para a sala de aula a reflexão do mundo que sonhamos e devemos lutar.  Para sua construção dessa sustentabilidade é necessário: solidariedade, cooperação, criatividade, respeito ao ambiente e freio no consumo. Tudo isso leva à formação do cidadão planetário. Ações simples podem contribuir para grandes mudanças.Para desenvolver este tópico retome a Orientação Pedagógica, Desenvolvimento  Sustentável. Após sua leitura, desenvolva as duas seqüências didáticas propostas sobre o campo e a cidade e a criação de novas culturas relacionadas ao espaço de vivência.   Siga as orientações com os alunos,  perfazendo os percursos pedagógicos orientados.Seqüência didática 1 – Leitura de textos sobre o campo na interface com a cidadeDe modo geral, nas periferias das cidades moram famílias que vieram do campo. Elas enfrentam muitas dificuldades para sobreviver e conservam um modo de vida do campo: o gosto de cultivar a terra. Por isso, os quintais e a frente de suas casas têm sempre verduras, flores, plantas medicinais.Nos espaços da grande cidade e das metrópoles, no meio dos edifícios  e asfalto começam a surgir as hortas urbanas que são comunitárias. Elas fornecem alimentos  para várias famílias de aposentados, desempregados e escolas.  Leia os textos abaixo com olhar  na Responsabilidade Social e na construção de cidadania. Em seguida,  responda as questões que lhes seguem:   

Texto1-Horta Comunitária Numa região de TransmissãoO projeto vem sendo desenvolvido na Região Metropolitana de São Paulo e tem como principal objetivo atender a população de baixa renda na suplementação de alimentação, utilizando as áreas localizadas sob as Linhas de Transmissão e circundadas de moradores carentes. Este projeto também nasceu da necessidade de se proteger essas áreas de possíveis ocupações. Para tanto, é realizada uma avaliação técnica no que diz respeito aos aspectos de segurança das pessoas que estarão encarregadas do cultivo da horta. Uma das hortas comunitárias que se destaca é a localizada sob as linhas de transmissão Peri - Brasilândia (T32) e Pedreira - Anhanguera/Norte ( T64 e T65), com extensão de aproximadamente 3.500m. Esta horta está em franca atividade e os seus produtos destinam-se, exclusivamente, à população carente do Jardim Princesa, além de 380 crianças da creche local e a mais de 80 idosos do seu entorno. As comunidades atendidas, em regime de mutirão, transformam esses espaços em canteiros de hortaliças, plantações de

milho, abóboras e até bananeiras. A Transmissão Paulista avaliou a repercussão positiva desta sua iniciativa e, através de novos contatos, procura estabelecer novas parcerias que certamente irão contribuir para que a população carente da cidade de São Paulo, seja beneficiada com mais essa ação de cidadania. http://www.cteep.com.br/resp_horta.shtmlatos

Respondam:1-       O que o texto informa sobre as novas relações do homem urbano com a terra urbana?2-       O que um serviço de energia, como a Transmissão Paulista, numa metrópole como a de São Paulo ,pode fazer  para desenvolver nesse lugar a sustentabilidade social, ecológica e política?3-       Trata-se de uma ação de Responsabilidade Social. O que isto significa?

TEXTO 2-      A multiplicação de hortas                       O governo federal contabiliza desde 2003, em todo o país, 22.000 famílias abastecidas pelo Programa de Hortas e Pomares Urbanos Comunitários. Alguns dos bons exemplos da iniciativa estão em Natal e outras cidades do Rio Grande do Norte, onde, em apenas um ano, o programa beneficiou 5000famílias.          “O trabalho é um sucesso”, avalia Maria Gorette Medeiros da Costa, gerente do Projeto de Segurança Alimentar da Emater/RN, referindo-se à experiência com ex-catadoras do lixão de Natal, que atualmente trabalham na Horta Comunitária de Cidade da Esperança, em uma área de dois hectares cedida pela Cooperativa Central num bairro periférico da capital potiguar. São 30 famílias, a maioria delas beneficiária do Bolsa Família. A produção de hortaliças cultivada por esse grupo está sendo comercializada pelo Programa de Aquisição de Alimentos da Agricultura Familiar (PAA).  Segundo Maria Gorette, trata-se de um projeto de inclusão social porque, além de gerar renda às famílias envolvidas, permite que aprendam a utilizar produtos orgânicos e a consumir hortaliças - novidades na alimentação do pessoal de baixa renda. A técnica calcula que, “dependendo da colheita, cada uma das famílias chega a apurar uma média de R$ 40 por semana” com a venda de rúcula, berinjela, pimentão, alface, coentro, espinafre e repolho, entre outros produtos.    “Depois que aprenderam os princípios básicos, muitas delas já têm suas próprias hortas em casa e estão comercializando essa produção nas repartições públicas”, acrescenta Maria Gorette.     O projeto, que inicialmente beneficiou 37 municípios, já se estende a pelo menos 50 cidades potiguares. A primeira fase de implantação é o processo de seleção dos interessados. Depois, as famílias vão trabalhar em hortas comunitárias ou em escolas instaladas em áreas que variam entre meio e um hectare de terra. A Emater/RN participa com a doação de sementes, equipamentos e assistência técnica. Os técnicos, por sua vez, não só trabalham a questão econômica do processo, como também a parte social, orientando na educação alimentar e na higiene pessoal.      Uma das mulheres dedicadas à horta comunitária de Cidade da Esperança é a ex-catadora de lixo Maria Monteiro da Silva, 39 anos, casada, mãe de seis filhos. No ano e meio em que se dedica à horta, Maria Monteiro acha que “melhorou de vida.Hoje, tenho uma renda fixa. É pouquinho, mas tenho. Dá até para pagar uma prestaçãozinha, se for o caso”, afirma ela, que chega a fazer até R$ 40 por mês, trabalhando meio período.           Mas não foi apenas “melhorar de vida” que a ex-catadora conseguiu ao ingressar no programa. "Também aprendi a conhecer coisas boas para ter uma alimentação saudável”, comenta Maria.      Outra que comemora trabalhar na horta comunitária é Daladiene Costa de Souza, a caçula da turma. Aos 26 anos, ela, que é mãe solteira de uma filha de dois anos de idade, fazia faxina nas casas, em Natal, até se separar do companheiro. Juntou-se ao programa há dois meses, levada por uma colega.            Daladiene faz de tudo um pouco nos dois períodos em que trabalha na horta comunitária: transplanta mudas, prepara a terra, colhe e aduba. “Chego a tirar R$ 30 por semana”, contabiliza a ex-faxineira.        A parceria do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome com a Emater/RN no programa das hortas comunitárias estendeu-se também a Grumarezinho, na zona norte de Natal, onde 220 famílias fazem da hortifruticultura o seu sustento. A comunidade tornou-se tristemente conhecida na região por causa do uso indiscriminado de agrotóxicos nas hortas, com ocorrência de vários casos de intoxicação dos agricultores.     Esse quadro, no entanto, está mudando. O trabalho desenvolvido já atraiu cerca de 60 famílias de Grumarezinho para o modo orgânico de produção. Além de aprender as técnicas e os procedimentos da produção orgânica, os agricultores recebem cursos como os de plantas medicinais, segurança alimentar e nutricional,processamento de alimentos e noções de cooperativismo. Junto com o MDS, a Emater/RN ainda mantém um centro de treinamento aberto à comunidade local.http://www.mds.gov.br/ascom/Fomezero/balanco/conteudo/html/03_ampliacao_09.htm

Respondam:1- Onde acontece essa experiência de horta urbana?  De onde ela surgiu?2- O que este texto acrescenta em relação ao texto 1, sobre:a população carenteo trabalho comunitárioa mudança de hábito e construção de uma nova cultura alimentar.a política do Fome Zero3- Que hipóteses  a turma levanta sobre as intervenções no espaço urbano como geradores da cidadania. Glossário:

Desenvolvimento sustentável é "um processo de transformação, no qual a exploração de recursos, a direção dos investimentos, a orientação da evolução tecnológica e a mudança institucional se harmonizam e reforçam o potencial presente e futuro, a fim de atender às necessidades e aspirações humanas" (Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, 1991, p.49.)Consumo sustentável: nos últimos tempos a produção limpa buscou a diminuição  e o uso eficiente de matérias-primas, a prevenção das fontes de poluição e a redução dos riscos à saúde humana. Isso não resolveu o problema da produção e do consumo. È preciso haver mudança no estilo de vida do consumidor, redução na desigualdade social,  na erradicação da pobreza e consciência de um consumo que atenda às necessidades básicas.Segurança alimentar não se resume à qualidade do que se come, mas à política de uso dos recursos  naturais para a produção de alimentos , o impacto ambiental que causa  e sua distribuição. A segurança alimentar é ameaçada quando a política de produção e distribuição de alimentos não atende  a estes princípios.Sociedade sustentável ocorrerá quando os povos e os grupos sociais caminharem de forma integrada e solidária na concretização da qualidade de vida com justiça social, construindo relações mais saudáveis  com o meio ambiente, pautadas,  não só pela perspectiva de exploração de riquezas, mas também pela responsabilidade em relação à sua conservação.Responsabilidade social vem ocorrendo nos últimos anos com a ampliação do nível de consciência social. Ocorre em todos os ramos da sociedade. As empresas, no desenvolvimento do seu papel, criaram um forte movimento de inclusão de pessoas excluídas  no mercado de trabalho e em outras atividades.Fome Zero Programa do governo que tem na Agricultura Urbana  um de suas intervenções sociais. O programa do Fome Zero possibilita à populaçãocarente o acesso à alimentação saudável e de custo acessível. É um exemplo de como as ações do governo federal podem se integrar, criando assim possibilidades de geração de renda e inclusão social.

OP- 37   Indústria e meio ambiente Por que ensinarEste tópico trata das profundas transformações que vêm acontecendo a partir dos anos 1970 e que têm como eixo condutor a revolução da tecnologia da Informação. Tais mudanças fazem parte de um movimento global de reestruturação do capitalismo promovido pelas grandes corporações transnacionais associadas ao governo dos países que integram o G-7. O capitalismo se reestrutura e reorganiza a sociedade em torno de um novo tipo de produção, de comunicação, de gerenciamento e de vida, denominado informacionalismo. Ele está presente na indústria, agropecuária e nos serviços. Mas será em nível planetário ou essa “nova economia” vem criando espaços diferenciados? Que fatores geo-estratégicos vêm determinando os espaços inteligentes da indústria de alta tecnologia e suas novas exigências socioculturais? Que estratégias vêm sendo utilizadas para adequar seus processos nas exigências de uma Ordem Ambiental Internacional em curso? São questões que trabalhadas propiciarão aos alunos uma compreensão das mutações que vêm comandando o reordenamento territorial, globalizando e fragmentando os espaços geográficos mundiais.Condições para ensinarNo dia-a-dia convivemos com mudanças na esfera do consumo que nos dão impressão de que a ficção se embaralha com a realidade. São os produtos das novas indústrias de tecnologia da informação: computadores, copiadoras, impressoras, processadores (chips), internet sem fio (tecnologia WAP), page, telecomunicações, celulares, notebook, suprimentos, scanners, micros de bolso, automação bancária, máquinas digitais, softwares sob medida, soluções complexas para automação de empresas, provedores de serviços Internet... Que também geram novos mecanismos de inclusão e de exclusão social na nova dinâmica do capitalismo informacional/global. Essas mudanças repercutem na reestruturação dos espaços produtivos, na desregulamentação do Estado e dos mercados, na precarização do trabalho, na privatização de empresas estatais, sobretudo, aquelas de setores estratégicos e lucrativos, como as telecomunicações, energia, finanças e mídia como forma de provocar inovações tecnológicas, fusão e megafusão de empresas da nova economia com a da velha economia. O que a turma sabe sobre isso: Como se organiza os espaços de uma indústria “inteligente”, ou seja, de alta tecnologia? Quais são as exigências referentes à mão-de-obra? O que eles sabem dos pólos tecnológicos? Quais são os impactos ambientais provocados apelos produtos da indústria de alta tecnologia? Onde se localizam as indústrias de alta tecnologia no território brasileiro? Que benefícios os produtos da indústria de alta tecnologia trouxe para a medicina, as atividades do campo, a indústria extrativa mineral, o setor energético, aos mecanismos de desenvolvimento limpo? Existem desvantagens? Se houver, quais são? Elas são poluentes? Quais são as experiências da turma com relação ao uso/consumo de produtos inteligentes? O resgate dos saberes e fazeres dos alunos inclui sistematização, registro das perguntas curiosas, organização em mural. É a avaliação diagnóstica. Inicial.

O que ensinar• O comportamento das empresas diante da necessidade de utilizar processos ambientalmente mais sustentáveis.• O uso dos códigos da interpretação geográfica no planejamento e gestão ambiental na indústria extrativa mineral.• Fatores geo-estratégicos que determinam os espaços inteligentes da indústria de alta tecnologia e suas novas exigências socioculturais.Como ensinarOs itens que não podem faltar no planejamento do tópico são:Percursos didáticos sugeridos• Planejamento de trilhas de pesquisa: as questões levantadas durante o resgate dos saberes e fazeres da turma são tomadas como eixos da atividade investigativa, numa perspectiva interdisciplinar. Use como referência de leitura os paradidáticos da editora Moderna. Siga ao percurso do tratamento da informação.• Leitura de texto, levantamento de questões problematizadoras e debate:  A primeira revolução da tecnologia Informacional foi norte-americana, localizando-se, sobretudo, no Estado da Califórnia. O nascimento desse estado remonta ao século XIX e foi provocado pela Corrida do Ouro, que varreu a Costa Oeste dos Estados Unidos da América. Naquele tempo, para os americanos do Leste, aquele lugar, significava o Far West, isto é, o longínquo oeste... Mais tarde, no século XX, a indústria do cinema de Hollywood celebrizou aqueles cenários áridos e semi-áridos com seus inesquecíveis faroestes. Passados 100 anos, a alta tecnologia transformou aquela areia em ouro: os CHIPS de silício! Nas mesmas vizinhanças de San Francisco, na Califórnia, nascia o Vale do Silício (Silicon Valley) - símbolo internacional de conhecimento high tech. A precursora desse movimento foi a Universidade de Stanford. Tudo começou no final da década de 1940, quando a Universidade de Stanford propôs a criação de um parque industrial próximo da universidade. Ali, foi desenvolvido o circuito integrado que deu origem ao CHIP, ao microprocessador e ao microcomputador, entre outras tecnologias inovadoras. O Vale do Silício se tornou o modelo para os parques tecnológicos em todo o mundo, reformulando a relação entre universidade e empresas. As principais características:- a inovação se deu devido ao fato inédito de atrair indústrias para junto da universidade; a maioria das empresas era de pequeno porte e da área de tecnologia eletrônica; a formação de uma mão-de-obra técnica e especializada de alta qualificação favoreceu o desenvolvimento das empresas.• Viagem virtual ao pólo tecnológico de Santa Rita do Sapucaí, o Vale da Eletrônica com elaboração de relatório, contendo: mapa do trajeto desde sua cidade até o tecnopólo; descrição das indústrias de alta tecnologia, produção e circulação da produção, mercado consumidor; perfil dos cursos técnico e de graduação oferecidos; relação universidade-empresa; fatores geo-estratégicos para o desenvolvimento do tecnopólo; IDH do município. Análise dos dados coletados, novos registros e organização dos resultados no mural com o título: Vale da Eletrônica de Minas Gerais.• Atividade cartográfica: leitura de texto e mapeamento das cidades brasileiras de alta tecnologia com legenda criativa e escolha de título p/o mapaSÃO PAULO é a maior geradora de empregos de tecnologia do país, a nossa capital do silício. A cidade reúne o maior número de companhias de software, paga os melhores salários e nos últimos quatro anos houve uma mudança no perfil da cidade e a atividade industrial foi trocada por serviços de ponta. Com isso, São Paulo passou a oferecer postos de trabalho altamente qualificados e bem pagos. Nas posições seguintes temos: RIO DE JANEIRO, que se transforma em um centro de desenvolvimento de softwares; BELO HORIZONTE, de onde saíram o sistema de busca Miner, vendido para o UOL, e o site de leilão Marca Virtual; PORTO ALEGRE, a incubadora Ietec é opção para quem tem uma boa idéia na cabeça e nenhum dinheiro no bolso; CURITIBA – já criou o Parque do Software e a Siemens e Impsat já rumaram para lá; BRASÍLIA, desenvolvimento de sistemas para comércio eletrônico e infra-estrutura de Internet - TBA; CAMPINAS, terceiro pólo industrial do país, tem 4.700 empresas, 20% de tecnologia – HP, Nortel, IBM, Compaq, Motorola, Alcatel e Lucent; FLORIANÓPOLIS, BLUMENAU e JOINVILLE, em Santa Catarina, o único estado representado no ranking por três cidades, destaque em equipamentos inteligentes comandados por software made em Florianópolis, que tem mais de 300 empresas de tecnologia. Fora do roteiro das dez mais, as cidades classificadas entre a 11a. e a 20a. posição estão: LONDRINA-PR, SANTA MARIA-RS, UBERLÂNDIA-MG, FORTALEZA-CE, SÃO JOSÉ DOS CAMPOS-SP, RIBEIRÃO PRETO-SP, SÃO CARLOS-SP, ILHÉUS-BA, RECIFE-PE e CAMPINA GRANDE-PB. Nesse segundo pelotão, os destaques são RECIFE e SÃO CARLOS. O que mais pesou a favor dessas cidades foi a qualidade de suas universidades. Em SÃO CARLOS, estão alguns dos melhores cursos de Engenharia do país, fator que atrai empresas para a região. No RECIFE, também atreladas à universidade, surgem grandes idéias para novos negócios. Por que essas cidades? Nelas situam grandes negócios de Internet, reúnem as maiores empresas de computação, investem em pólos de software e hardware. Foram também levados em conta, além do número de empresas e da oferta de infra-estrutura,

como linhas telefônicas e aeroportos, indicadores de qualidade de vida, medidos pelo nível educacional da população, taxa de criminalidade, número de clubes, shoppings e área verde por habitante.Fonte: INFOExame:As 10 melhores cidades brasileiras para trabalhar em tecnologia. Maio/2000•Entrevista: intoxicação tecnológica. O escritor John Naisbitt critica a passividade das pessoas diante da tecnologia. E propõe uma reavaliação dessa relação. Atividade: fazer uma entrevista com um consumidor das novas tecnologias, usando as mesmas perguntas propostas pela revista VOCÊ. Comparar as respostas e compartilhá-las com a turma.Você - Como a tecnologia está interferindo na vida dos profissionais? Ela facilita ou complica ainda mais?John Nasbitt - O aspecto mais importante dessa discussão é que não paramos para pensar sobre isso. Evoluímos, subimos rapidamente cada degrau em direção ao maravilhoso mundo da tecnologia, mas sem pensar qual o real impacto dela sobre nossa vida profissional, sobre nossa vida pessoal.(...) Por acaso, alguém, já perguntou a você qual a sua relação com a tecnologia? Ou qual a sua relação com seu computador? Qual a sua relação com o seu celular? Nós simplesmente não pensamos sobre isso. Não paramos para avaliar se isso nos torna realmente profissionais mais qualificados. Quando falamos sobre tecnologia é com a seguinte perspectiva: nós temos de tê-la. E pronto.Você - Mas a tecnologia está mudando a rotina do planeta.John Nasbitt - As pessoas falam de revolução da Internet, da revolução da informação, mas o que estamos experimentando não é uma revolução. Não há nada de revolucionário nisso tudo. A tecnologia nos ajuda a ser mais rápidos, mais eficientes no que já estávamos fazendo.(...) A verdadeira revolução tecnológica está na biologia. Está na engenharia genética.Você - Como os profissionais terão de administrar essa overdose de tecnologia daqui pra frente?

John Nasbitt - As pessoas têm de verificar o que realmente é importante para elas. E decidir como vão usar cada recurso. O problema é que, em geral, as pessoas não avaliam, não criam prioridades.(...) Têm medo de que, se não usarem esses recursos todos, um concorrente ou um colega vá fazê-lo. Acredito que isso possa ser exatamente o contrário: se você não se tornar um escravo da tecnologia, talvez tenha mais tempo para PENSAR, IMAGINAR, CRIAR. Aí sim, você terá realmente uma grande vantagem no mercado (...)”

OP- 38   Políticas públicas e meio ambiente no Brasil Por que ensinarO debate ambiental traz para o uso do território inúmeras variáveis tais como: a emissão de gases tóxicos, resíduos líquidos ou sólidos, além do uso racional de recursos naturais. Para controlar os níveis de poluição emitidos, as empresas passaram a adotar diversas medidas de tratamento de resíduos sólidos, líquidos e gasosos gerados no processo de produção, sendo que estes eram os únicos problemas ambientais que as empresas consideravam ter, e a preservação do meio ambiente era vista como custo adicional ao processo produtivo.Como apenas as medidas citadas não davam conta dos desgastes e depredações, a idéia de sustentabilidade provoca novas necessidades práticas como a gestão ambiental.No debate e na visão empresarial do modelo de produção do espaço e de desgaste ambiental, inicia-se um movimento internacional e também no Brasil, para legislar sobre as variáveis envolvidas com o meio ambiente. No ensino fundamental é importante que o aluno, para compreender as ênfases envolvidas nos recursos e no seu uso, suas diferentes formas de territorialização, que conheçam também como se dá a construção de políticas públicas.O foco deve articular a noção de sustentabilidade e uso dos recursos, a responsabilidade política de legislar para encontrar uma ordem no uso e exploração/preservação.Não se concebe o estudo da natureza sem as relações que a sociedade estabelece com ela, na noção atual de espaço geográfico, principalmente na ótica das mutações.Condições para ensinarRevisão de conceitos de políticas públicas e meio ambiente. A revisão deve propiciar que os alunos entendam o que são tais políticas e em quais situações são formuladas. Quais são os fóruns, instituições e órgãos relacionados à formulação de políticas Com a revisão deve-se tematizar aspectos naturais do uso do território que afetam a dimensão ambiental: as questões relacionadas ao solo, à água, ao uso do subsolo, e, portanto, ao desenvolvimento tecnológico e suas consequências na agricultura, na saúde, nos lucros envolvidos. É preciso, para ensinar esse tópico, que o aluno dê conta de associar uma análise econômica, com as questões políticas e ambientais.O que ensinar• As políticas públicas do Brasil que regulam o uso e o consumo de recursos hídricos.• Os órgãos governamentais responsáveis por políticas ambientais: os Ministérios e Secretarias de meio ambiente com seus projetos e ações práticas.• A biosegurança: o que significa, em quais âmbitos ela vem atuando e qual a importância de regulamentação no âmbito nacional e internacional.Nesse aspecto os transgênicos, a EMBRAPA com as

pesquisas e lucro, os produtos geneticamente modificados e a saúde. Trata-se de um enfoque a pode ser estudado em articulações com a disciplina Ciências.• Por que é necessário a biosegurança, o que é o BNUMAD.• As empresas e a noção de sustentabilidade no Brasil.Como ensinar• Solicitar aos alunos uma representação sobre políticas públicas. • Solicitar um desenho ou colagem envolvendo o meio ambiente no Brasil e o tratamento dado ao meio ambiente pelas empresas.De posse dessas duas produções analisar com eles, em um debate inicial por que é preciso legislar sobre o meio ambiente. Registrar, com data, o resultado do debate.• Ler os documentos oficiais aprovados na CNUMAD que foram: A Declaração do Rio de Janeiro sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, a Convenção sobre mudanças climáticas, a Declaração de princípios sobre Florestas, a Convenção sobre a Biodiversidade e a Agenda 21.• Combinar com os alunos uma forma de socializar os conhecimentos sobre o comportamento das empresas e o meio ambiente: registro, divulgação no jornal da cidade, mesa redonda na escola convidando a comunidade, dentre outros sugeridos pelos alunos. • Fazer um júri simulado sobre o comportamento de uma empresa local com base no conhecimento construído. O que está em julgamento é se a empresa precisa ou não estar dentro da discussão atual no debate dos negócios, da biosegurança, da bidiversidade e das Políticas Ambientais no Brasil.RA-26 Recursos hídricos nas políticas públicas: contradições e perspectivas Objetivos:- Identificar as políticas públicas do Brasil que regulam o uso e o consumo de recursos hídricosanalisando a atuação dos órgãos governamentais  responsáveis por elas. - Avaliar as políticas públicas que regulam o comportamento das empresas em território nacionaldiante da necessidade de processos ambientalmente mais sustentáveis. Desdobramentos:- Problematizar a importância das políticas municipais e estaduais na  preservação e revitalização das bacias hidrográficas;- Investigar sobre os Comitês de bacias  e suas políticas.- Compreender a importância de se preservar as bacias hidrográficas;.-Reconhecer os impactos ambientais produzidos  nas bacias hidrográficas-Problematizar sobre os direitos e deveres do cidadão na luta pela água limpa.Pré-requisitos:-Demonstrar conhecer noções de bacias hidrográficas,  ciclo da água, rede hidrográfica, divisores oudispersores de água, regime de rios,  lençol freático, assoreamento, mata galeria     revitalização de rios.- Conhecer os elementos que compõe o arranjo da bacia hidrográfica.- Conhecer a organização de uma micro bacia ( córrego, riacho) no espaço de vivência, sabendoobservar seu estado de preservação ambiental.Descrição dos procedimentos:          Este tópico focaliza as políticas públicas brasileiras que regulam o uso e consumo dos bens naturais do país. Trata-se da legislação socioambiental e a Constituição de 1988, que foi o grande marco jurídico do direito socioambiental brasileiro com uma legislação avançada, garantindo o reconhecimento de direitos coletivos sobre os bens ambientais. Mas, ainda existe dificuldade de aplicar a legislação em função da ineficiência do Estado em fiscalizar, evitar e punir atividades de irresponsabilidade por danos ambientais e da precária consciência socioambiental da sociedade. Po isso, devemos questionar as leis repensando-as nas escalas local, regional, nacional e se possível global.         Desde a década de  1970 com a Conferência  das Nações Unidas sobre o Homem e o Meio Ambiente (Suécia/1972) houve uma sucessão de debates, Fóruns e Encontros, que resultaram em documentos significativos: Declaração do Rio, Agenda 21, Convenção sobre mudanças Climáticas, Convenção sobre a biodiversidade, Declaração sobre as Florestas. E fundamental que os alunos estudem e reflitam sobre os fóruns, instituições e órgãos relacionados à formulação de políticas ambientais. A revisão deve contemplar os tópicos: Ordem Ambiental Internacional, Padrão de Produção e Consumo, Desenvolvimento Sustentável sistematizados na AGENDA 21.      A revisão dessa temática é complexa, mas possibilita a compreensão da territorialização dos bens naturais (solo, água, subsolo) pelos homens. Nas séries do fundamental deve-se trabalhar os conceitos selecionados nos conhecimentos prévios acima. Esse estudo requer um projeto mais amplo problematizando os tipos de águas no mundo, sua origem, sua transformação em recursos hídricos, seu uso/ consumo e conflitos socioambientais e geopolíticos e, finalmente, as políticas de resguardo desse bem essencial à vida humana. Selecionamos a habilidade das políticas públicas que regulam o uso e consumo dos recursos hídricos. O motivo se deve à importância da água no planeta e, sobretudo,  como aparece resguardada na lei. Nesse caso, apresentamos um texto para discussão e o

mapa dos Comitês de Bacia para análise. Para trabalhar as outras habilidades propostas pelo tópico siga as orientações da Orientação Pedagógica. Atividade 1 – Leitura de texto:   Lei da Política Nacional de Recursos Hídricos – PNRH  ( Lei Federal nº 9. 433/97)     “ Tem como objetivo criar uma base legislativa única  para a gestão da água no país. Dentre as grandes inovações, está a adoção da bacia hidrográfica como unidade  de gestão dos recursos hídricos, o que aprimorou imensamente  sua gestão, já que a água não conhece as fronteiras politico administrastivas  e, portanto, a poluição causada em um município vai afetar necessariamente  outros que são abastecidos pelo mesmo corpo d’água. Segundo a lei, Política Nacional de Recursos Hídricos deverá ser regida de acordo com os seguintes fudamentos: a)       A água deve ser percebida  como um bem de domínio público, cuja gestão pelo poder público deve sempre proporcionar  o uso múltiplo e que, em situações de escassez, deve ser usado prioritariamente  para consumo humano  e dessedentação de animais;b)      A gestão dos recursos hídricos  deve ser descentralizada, contando com a participação  do Poder Público, dos usuários e das comunidades;c)       A unidade territorial  de gestão dos recursos hídricos  deve sempre ser a bacia hidrográfica;d)      A água é um recurso natural limitado, imprescindível ao bem estar humano e ao desenvolvimento econômico, e portanto dotado de valor econômico.           A  PNRH será implementada pelos pelos órgãos federais  e estaduais que compõem Sistema Nacional de Recursos Hídricos (SNRH), que são os seguintes: a) Conselho Nacional  e Conselhos estaduais  de Recursos Hídricos, que têm caráter  deliberativo e normativo  dentro do sistema;b) Comitês de Bacias Hidrográficas, que são colegiados  compostos por representantes  da União, dos Estados, dos Municípios, dos usuários e das organizações da sociedade civil, e que tem função de discutir  e decidir  sobre a gestão dos recursos hídricos  em sua respectiva bacia hidrográfica;c) Agência Nacional das Águas, que é uma autarquia federalcobrança  pelo uso da água  e autorgar o direito de uso da água em rios federais, dentre outros;  d) Órgãos estaduais de recursos hídricos, responsáveis por gerir as águas de domínio estadual;e) Agências de Bacias Hidrográficas, que atuarão como braços executivos dos comitês de bacia.             Um dos grandes instrumentos trazidos pela lei é a cobrança pelo uso dos recursos hídricos, instrumento que permite aos comitês  de bacia cobrar uma taxa daqueles que se utilizam dos recursos hídricos como parte de seu processo produtivo, como empresas de saneamento, fábricas, agricultura etc. Infelizmente, até hoje em poucos lugares  esse instrumento foi implementado.”VALLE, Raul S. Telles.Legislação Brasileira: Lei da Política Nacional de Recursos Hídricos.IN:Almanaque Brasil Socioambiental. SP: ISA, 2005, p.394.Leitura e interpretação de texto: 1-       Explicite os fundamentos que regem a lei referente à Política Nacional de Recursos Hídricos.2-       Avalie a participação  do Poder Público, dos usuários e das comunidades.3-       Explicite o papel da Agência Nacional das Águas e dos Comitês de Bacias Hidrográficas na4-       legislação. O que eles garantem?5-       A lei da PNRH mudou o cenário de exploração das águas domésticas e industriais no Brasil?6-       Como? O que pode melhorar? Apresentamos abaixo, o mapa. Caso não esteja bem focalizado., faça uma cópia mais preservada para repassar aos alunos,  acessando-o.  O site do IGAM- Instituto Mineiro da Gestão das Águas –  tem  bons mapas, inclusive, podem ser doados às escolas em cd. Há, também, material impresso.    Entrem em contato. Após a leitura do mapa, respondam: Conforme a região hidrográfica do Comitê  em que se encontra seu município, clique-a e estude o rio ou microbacia da qual ele faz parte.Levante os dados referentes:-          Ao Comitê a que pretence o rio que drena o município;-          Aos municípios integrados ao Comitê;-          À sua ligação:  estadual ou federal;-          À cobrança de água  na indústria, saneamento, hidrelétrica, agricultura, caso haja essa utilização no município.-          Ao  Projeto Manuelzão, caso o município faça parte. Suas contribuições e luta por água preservada; Reflitam:Como você pode ser um consumidor consciente? Avalie seu uso e consumo na higiene pessoal, alimentação, esporte, outros. COMITÊS DE BACIAS  - OUTORGAS   -  MINAS GERAIS

 Instituto Mineiro de Gestão das ÁguasRua Santa Catarina, nº 1.354 - Lourdes - CEP.:30.170-081 - Belo Horizonte - MG. Pabx (31) 2101-3355 Avaliação -  Elabore um texto contendo:         O que você aprendeu sobre a política de Recursos Hídricos no Brasil e no seu estado, estudando a questão das águas ?Glossário:Comitês de bacias hidrográficas: criadas pelo SNGRH para gerenciar as águas das bacias hidrográficas  de forma descentralizada e integrada. Cada bacia do país deve ter o seu comitê, que pode ser estadual ou federal( se o rio atravessa mais de um estado) formado por colegiados, com representantes do governo, da sociedade civil para participar na construção de políticas sustentáveis. São 85 comitês no Brasil. O comitê do PR é o que possui maior número de comitês em função da densidade populacional e urbanização e onde ocorrem mais conflitos por água.Cobrança de água: Segue o princípio do poluidor/ pagador representado pelos setores hidrelétrico, industria, agricultura, saneamento que usam grande quantidade de água da bacia e poluem-na. A taxa é revertida na recuperação e preservação dos rios. O setor que devolve água limpa paga menos. Nós usuários pagamos taxa à empresa de saneamento e abastecimento. A primeira iniciativa  nessa lógica está sendo implementada na Bacia do Paraíba do Sul que drena os estados de SP, RJ e MG. Sobre essa bacia vejam o documentário da Rede Globo, quando do desastre ecológico da indústria Cataguases de Papel. Ele permite um projeto sobre a as águas doces. Aborda a paisagem hidrográfica, a cultura da região, os problemas ambientais e a recuperação da bacia.Conflito de uso da água: corresponde ao o cenário  de escassez provocado pela degradação e pela distribuição irregular da água , somado ao aumento da demanda  em várias atividades que dependem dela e geram conflito no território, dentro do país e fora dele. O Brasil  gasta sua água em agricultura( 65%), uso doméstico(18%), a indústria e a pecuária para a dessedentação dos animais. Desde 1934, no Código das Águas,  o Brasil controla os conflitos, em regiões, onde a pressão da demanda é grande para a indústria, navegação, irrigação, pesca, abastecimento, geração de energia. Em 1997 foi decretada a Lei da Águas  que instituiu  a Política Nacional de Recursos Hídricos  e criou o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos resolvendo o problema dessas áreas que se tornam prioritárias. Os recursos financeiros arrecadados  em bacias são aplicados em regiões de conflitos e escassez.Carta das águas doces no Brasil: Após a RIO-92 observou-se que a proposta de preservação das águas não avançara. Foi redigida a carta como um documento de planejamento sobre o uso de forma sustentável com base na Agenda 21; propõe-se, também,  o investimento técnico e tecnologias para cada região,  em recursos hídricos, saneamento e meio ambiente Poluição e políticas públicas: a pesquisa conforme determina a Lei Federal dos RH constatou que a maioria das bacias hidrográficas têm como principal fonte poluidora  os esgotos, que não são tratados. A maior ocorrência se dá nas bacias Costeiras Sul e Sudeste com maior incidência de despejos industriais.

OP- 39   Sociedades sustentáveis Por que ensinarO que é uma sociedade sustentável? Lester Brown, do Instituto WorldWatch, elaborou a seguinte definição: “Uma sociedade sustentável é aquela que satisfaz as suas necessidades sem diminuir as possibilidades das gerações futuras de satisfazer as delas”. Como se vê, o conceito de sustentabilidade é

um elemento chave que permite pensar e buscar soluções viáveis para resolver os maiores problemas do mundo, como afirma Fritjof Capra. No entanto, ainda não se sabe como deve ser uma sociedade sustentável. Não há modelos. Há alguns critérios sendo delineados. Todos eles são enfeixados por um sentido comum: ampliação da qualidade de vida a um número cada vez maior de pessoas e dar novo significado a existência humana, enfatizando a qualidade, a conservação, a cooperação e a solidariedade, ao contrário da sociedade urbano-industrial do esbanjamento e desperdício que tem só valorizado a quantidade, a expansão, a competição e a dominação. Daí, a relevância de um projeto educacional comprometido com os valores da cidadania plena.Condições para ensinarEste tópico retoma de modo mais aprofundado os padrões de produção e de consumo na perspectiva das sociedades sustentáveis. A turma já sabe que tais padrões de produção e de consumo utilizam os sistemas técnicos para promover um determinado desenvolvimento gerador de desigualdades sociais e degradação ambiental. E que é possível à sociedade humana reverter esse quadro e que as alternativas já estão sendo experimentadas em vários pontos do planeta. Por que não em nosso país e no espaço de vivência da turma?Considere os saberes e fazeres da turma sobre a construção de sociedades sustentáveis, indagando-os sobre: O padrão de produção da sociedade industrial é compatível com as sociedades sustentáveis? Por quê? O padrão de consumo da sociedade urbano-industrial é compatível com as sociedades sustentáveis? Por quê? O uso que se tem dado aos sistemas técnicos é compatível com as sociedades sustentáveis? Por quê? A busca cega pelo desenvolvimento e crescimento econômico é compatível com as sociedades sustentáveis? Por quê? As fontes de energia mais utilizadas pela sociedade humana (combustíveis fósseis, nuclear) são compatíveis com as sociedades sustentáveis? Por quê? Quais seriam então as características das sociedades sustentáveis? Acolha as respostas dadas pela turma, sistematizando as idéias no quadro. Desafie a turma com a seguinte pergunta: Por que as sociedades sustentáveis devem ser entendidas no plural? Aqui é a aplicação do conhecimento a uma nova situação, ou seja, porque os povos da Terra têm uma cultura plural. Por isso, uma sociedade sustentável no planeta pressupõe várias sociedades sustentáveis, pois é preciso respeitar a diversidade étnica, as várias culturas e as histórias diferentes de cada povo. No entanto, é preciso compartilhar alguns valores e princípios comuns a partir de alguns acordos globais. Que valores e princípios seriam esses? É o momento de o professor verificar ao estágio da alfabetização ecológica da turma: ela estará num estágio avançado se indicar como valores e princípios, entre outros, a pluralidade, a solidariedade, a equidade, a ética, a cooperação. Deve ficar claro que esses predicados referem-se aos predicados da sociedade sustentável e não de uma sociedade sustentável. O consumo sustentável deve ser novamente resgatado e aprofundado na seguinte direção: refletir sobre como agimos. Retome o conteúdo dos livros "Missão Terra: o resgate do planeta e Pacha Mama". Registre as discussões e perguntas curiosas. Elas serão tomadas como referência essencial na atividade trilhas de pesquisa.O que ensinar• A melhoria da qualidade de vida e a participação social nas políticas públicas de cumprimento dos direitos sociais.• Alternativas de combate à exclusão social em nível escalar referenciando-se em modelos de desenvolvimento social e politicamente sustentável.• A relação existente entre consumo e sustentabilidade ambiental.Como ensinarPercursos didáticos sugeridos•Interpretação de textos: esta atividade operacionaliza, do ponto de vista didático, a primeira habilidade proposta para o desenvolvimento deste tópico. São dois textos para leitura e interpretação. O primeiro é de autoria de Betinho e, o segundo, do Coordenador da Agenda 21 da Secretaria de Políticas para o Desenvolvimento Sustentável, do Ministério do Meio Ambiente. Ambos tratam da questão da cidadania ativa, participante. O segundo, esclarece o processo construtivo de transformação da ação participativa em política pública. Daí, a relevância de transformá-los em material didático. Há varias formas de encaminhar a atividade e, uma delas, está contida no roteiro que segue.Roteiro• Leitura atenta identificando e apresentando as palavras cujo significado é preciso discutir.• Que questão está presente na essência dos dois textos?• Por que a participação é importante?• O que lhe chamou a atenção na leitura dos textos e por quê?• Que título a turma escolheria para este conjunto de textos?1. Segundo Herbert de Souza, o Betinho “Tudo o que acontece no mundo, seja no meu país, na minha cidade ou no meu bairro, acontece comigo. Então eu preciso participar das decisões que interferem na minha vida.”

2. Entrevista a Pedro Ivo Batista, Coordenador da Agenda 21 da Secretaria de Políticas para o Desenvolvimento Sustentável, do Ministério do meio Ambiente:

Pergunta: o que o cidadão comum pode fazer para contribuir na busca pelo desenvolvimento sustentável que é a base da Agenda 21?Resposta: o cidadão deve exercer efetivamente a cidadania. Nossa história política e cultural faz do cidadão um observador de seu próprio destino. As escolas, a mídia, as instituições públicas, os representantes políticos levam o cidadão, no máximo, a uma participação passiva. A Agenda 21 propõe uma cidadania ativa, onde diferentes grupos sociais estudem, analisem, discutam os problemas de seu bairro, comunidade, cidade, estado e país para juntos desenharem um cenário de futuro desejável, onde cada parceiro tenha claro sua parcela de responsabilidade e os meios necessários para a implementação das ações consensuadas pelo grupo. Essas ações envolvem, em todas as suas fases, as instituições públicas e, portanto, tornam-se políticas públicas. Formam o Planejamento Estratégico e Participativo Local, ou o Plano Local de Desenvolvimento Sustentável que equivale a Agenda 21 Local.

• Um olhar sobre o espaço de vivência: em questão a cidade informal das favelas e loteamentos ilegais.Atividade cartográfica: mapear os lugares da pobreza e exclusão social do espaço de vivência.Levantamento de questões problematizadoras: quais as causas da exclusão social? Quais são os principais problemas da cidade informal? Por que esses problemas existem? Que ações devem ser levadas a efeito para resolvê-los? O que será necessário para isso? Como a comunidade vê essa cidadania “incompleta”?Entrevista ao órgão específico da administração municipal que trata da elaboração do Plano Diretor da cidade/Câmara de vereadores para conhecimento de como as políticas públicas tratam a questão da cidade informal e dos loteamentos ilegais do município. Há plano urbanístico e fundiário para a cidade informal, trazendo-a para a esfera da legalidade, transformando a favela em bairro, minimizando a violência, criando vias de acesso à escola de qualidade, à saúde pública, à coleta de lixo, ao saneamento básico? O que é preciso para isso? Como a comunidade pode ajudar para banir a situação da exclusão social do espaço de vivência?Analisar e organizar os dados coletados sob a forma de um artigo para publicação no jornal local/regional, apontando o plano de ações para se alcançar a sustentabilidade política, social, econômica, ambiental e cultural no espaço de vivência.RA-25   Consumo consciente: cuidando do planeta Terra Objetivos:- Explicar a relação entre padrão de consumo em diversas dimensões escalares, avaliando-os sob a ótica da sustentabilidade.- Explicar a relação entre padrão de consumo, desequilíbrios dos ecossistemas terrestres e problemas ambientais contemporâneos.- Reconhecer padrões de produção e consumo que tem tido como modelo um estilo poluidor e consumista.- Planejar entrevista e coletar depoimentos sobre os dados estudados.Providências para a realização da atividade:Pré-requisitos:-Noções de ecossistemas -sustentabilidade - problemas ambientais contemporâneos – sociedades sustentáveis - consumismo., sociedade de consumo. - Demonstrar saberes sobre o que se passa no planeta, em relação aos impactos ambientais, exaustivamente, divulgados pela mídia: jornais e revistas, notícias da TV e da Internet.- Conhecer a importância da sustentabilidade relacionada ao patrimônio ambiental mundial.Descrição dos procedimentos:          Na leitura da Orientação Pedagógica referente a esse tópico, você professor/a, terá idéia da complexidade de conceitos que ele abrange, acerca dos problemas socioambientais do dia-a-dia,  no planeta: poluição da água, ar, solo; o buraco na camada de ozônio; o aumento dos gases de efeito estufa; as mudanças climáticas; o El Nino e La Nina, ilhas de calor, inversão térmica. Todos os livros didáticos abordam essa temática, indispensável nos currículos escolares.   O quê alunos sabem sobre esses impactos causados por fenômenos naturais e humanos, ouvindo  e vendo na TV, lendo em jornais e revistas? Será que percebem um planeta doente? Sabem quais são as causas? Sabem como evitá-las? Para discutir sobre essas questões é fundamental refletir sobre: os recursos da natureza e seu esgotamento/renovação, a exploração do trabalho humano e os padrões de consumo hoje O sistema cultural da sociedade urbano-industrial que tem como estratégia de desenvolvimento um mercado altamente competitivo e uma visão de mundo utilitarista, imediatista, economicista e consumista. E, também, prognosticar sobre o modelo de desenvolvimento e de crescimento que depreda os recursos naturais com o único objetivo de assegurar os meios de produção e de consumo.

          È fundamental, problematizar e construir com alunos um consumo consciente. Para tanto sugerimos o desenvolvimento das atividades propostas na OP. Vamos roteirar, a  sequência didática indicada como oficina de criatividade e criticidade sobre  a mudança nos padrões de consumo de hoje, para o desenvolvimento humano de amanhã. Este é um dos temas que deve compor a Agenda 21 do município em que vivem os alunos. A proposta é de um produto em forma de charge. Trabalhar com esse recurso demanda a parceria dos professores de Português e Artes. A charge implica: conhecimento do tema em profundidade, discussão e problematização crítica do tema, seleção de um problema politico-ambiental, que incomoda ao aluno, reflexão sobre a forma de representá-lo e, finalmente, a representação. Propomos:         Oficina de criatividade e criticidade Primeiro momento Leitura dos  textos buscando responder ao desafio: Onde se encontram as raízes da desarmonia que tem resultado na degradação ambiental do planeta Terra: Na natureza? Ou na sociedade humana?  Como posso ajudar construindo uma cidadania planetária? 

Texto 1 -    BRASIL    “País de dimensões continentais, o Brasil possui uma das biodiversidades  mais ricas do planeta, com 15% a 20% das 1,5 milhões de espécies catalogadas até agora.Também é o país com maior fluxo de água doce do mundo – cerca de 12% do total – e,  sol o ano todo. (...)      Apesar da abundância da água no território, sua distribuição é irregular, caracterizando regiões melhores abastecidas e regiões com graves problemas de seca, como algumas partes do Nordeste. Além disso, a política de uso desse recurso tem comprometido sua disponibilidade no Brasil. Hoje, a maior parte da água produzida no país vai para a agricultura, sendo o uso doméstico a segunda atividade que mais consome água no país. O grande problema é que, além de contar com facilidades como o subsídio  de energia, a irrigação é altamente desperdiçadora de água. Nas redes públicas  de distribuição de água, o desperdício médio é de 40% do que sai das estações de tratamento.     Nas bacias hidrográficas a poluição está fora do controle em 8 estados, da BA ao RS. Em torno de 70% dos cursos fluviais estão comprometidos devido à poluição por agrotóxicos, química e esgotos urbanos.        Na agricultura as práticas não sustentáveis vêm causando danos irreversíveis ao solo.  O consumo de agrotóxico cresceu 276% entre 1960/91 e o uso de pesticidas para áreas plantadas cresceu 21,59% entre 1997/2000. Só no estado de São Paulo, 4 dos 18 milhões de ha  de terras utilizáveis estão em estágio avançado de degradação.        A produção de alimentos no país  tem muitos exemplos de insustentabilidade, entre eles práticas de pecuária intensiva  e extensiva. Elas têm provocado, aumento do desmatamento  e contaminação das águas  por efluentes de criações (bovina, suína e aves) e insumos químicos carregados pela erosão dos solos. A produção de frutas “fora de época”, também causa grande impacto ambiental, seja pela energia usada nas estufas ou pela intensificação dos transportes de longa distância (requer mais rodovias e a pavimentação de trechos , muitas localizados em áreas florestais).        Mesmo com todos esses problemas, o rumo tomado pelo Brasil e por outros países em desenvolvimento continua similar ao caminho trilhado por países desenvolvidos no que diz respeito aos padrões de produção e consumo. Estudos mostram que seriam necessários mais dois planetas de recursos para sustentar o padrão de consumo dos países desenvolvidos.”     ALMANAQUE Brasil Socioambiental SP: ISO, 2005, p.54/6Texto 2 - A natureza contra-atacaBia Barbosa

No cálculo que se tornou clássico na literatura científica popular, o astrônomo Carl Sagan (1934-1996) propôs que se toda a história do universo pudesse ser comprimida em um único ano, os seres humanos teriam surgido na Terra há apenas sete minutos. Nesse período, o homem inventou o automóvel e o avião, viajou à Lua e voltou, criou a escrita, a música e a internet, venceu doenças, triplicou sua própria expectativa de vida. Mas foram também sete minutos em que a espécie humana agrediu a natureza mais que todos os outros seres vivos do

planeta em todos os tempos. A natureza está agora cobrando a conta pelos excessos cometidos na atividade industrial, na ocupação humana dos últimos redutos selvagens e na interferência do homem na reprodução e no crescimento dos animais que domesticou.A começar por seus bens mais preciosos, a água e o ar, o balanço da atividade humana mostra uma tendência suicida. Com a mesma insolência de quem joga uma casca de banana ou uma lata de refrigerante pela janela do carro pensando que se está livrando da sujeira, a humanidade despeja na natureza todos os anos 30 bilhões de toneladas de lixo. Quem mais sofre com a poluição são os recursos hídricos. Embora dois terços do planeta sejam água, apenas uma fração dela se mantém potável. Como resultado, a falta aguda de água já atinge 1,2 bilhão de pessoas em todo o mundo. Quatro em cada dez seres humanos já são obrigados a racionar o líquido. Pior. Por problemas, principalmente de poluição, os mananciais, que ficaram estáveis por séculos, hoje estão diminuindo de volume em todos os continentes, enquanto a população aumenta. Se a Terra fosse do tamanho de uma bola de futebol, a atmosfera teria a espessura do fio de uma lâmina de barbear. Pois bem, essa estrutura delicada vem recebendo cargas de fumaça e gases venenosos num ritmo alucinante. Segundo avaliação do  Worldwatch Institute em um único dia a humanidade e suas máquinas jogam na atmosfera mais gás carbônico que todos os seus antepassados em um século. Análises de amostras coletadas de ar encapsulado no gelo do Ártico, datadas conforme sua profundidade, confirmam essa avaliação. Centenas de espécies de peixes comestíveis foram extintas em apenas trinta anos pela pesca industrial, que usa satélites para localizar cardumes e redes tão descomunais que poderiam engolfar um prédio de quarenta andares. Apenas um terço das florestas que viram a chegada dos colonizadores europeus às Américas ainda está de pé. O Brasil é quase uma vitrine da destruição tocada pelo homem. O país já perdeu 93% da Mata Atlântica, 50% do cerrado e 15% da Floresta Amazônica. E as motosserras continuam em ação.Individualmente, as agressões acima seriam absorvidas pelo ecossistema global, acostumado a catástrofes naturais. O problema é que houve uma orquestração. Sem se dar conta, os 6 bilhões de pessoas tornaram-se um fardo pesado demais para o planeta, tanto sobre o solo quanto no mar e no ar. Agora, a natureza está mandando a conta. O efeito mais apocalíptico dessa mensagem é o aquecimento global, cuja causa mais provável é a concentração na atmosfera de gases produzidos pela queima de gasolina, óleo e outros combustíveis por fábricas e veículos. O acúmulo desses gases poluentes encapsula o calor do sol e não deixa que ele escape para o espaço sideral, transformando a atmosfera numa estufa. "Durante anos, parte da comunidade científica se enganou atribuindo o aquecimento aos ciclos naturais do planeta e às mudanças na atividade solar. Hoje existe uma quase unanimidade de que o problema é causado por nós mesmos", diz ninguém menos que Stephen Hawking, o reputado astrofísico inglês. O último relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas, das Nações Unidas, foi incisivo nesse aspecto. "Já estamos e vamos continuar pagando o preço do que fazemos hoje com o planeta. Isso não é especulação. É uma constatação científica", afirma Thelma Krug, coordenadora-geral de Observação da Terra do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais. Somente no ano passado, cerca de 29 bilhões de toneladas de dióxido de carbono foram liberados na atmosfera.Segundo especialistas, se o efeito estufa continuar a crescer no mesmo ritmo, a temperatura média da Terra pode aumentar 5,8 graus centígrados até 2100. Essa temperatura é 65% maior que o pior cenário de aquecimento global traçado há cinco anos por um grupo de cientistas. Na época, a previsão foi tachada de pessimista. Ninguém se iluda com a idéia de que a longo prazo todos estaremos mortos e, portanto, que a Terra esteja um pouco mais quente daqui a 100 anos é um problema para os netos de nossos bisnetos. Nada disso. Os primeiros sinais já estão por toda parte. São visíveis os recuos das geleiras em ambos os pólos. O Ártico perdeu 6% de sua área entre 1978 e 1996, um ritmo quatro vezes maior que o registrado por observadores do século passado. Os verões estão mais longos e os invernos mais curtos, atrapalhando o metabolismo dos pinguins, no sul, e dos ursos polares, no norte. Atribuem-se às mudanças climáticas provocadas pelo homem as inundações violentas que arrastaram bairros inteiros na Itália nos últimos anos. O efeito em cascata pode ser sentido a milhares de quilômetros de distância dos pólos. Em 1999, duas ilhas do Pacífico Sul desapareceram sob as ondas com o aumento do nível do mar causado pelo derretimento de geleiras.No pior cenário, em algumas décadas o nível dos oceanos pode subir 80 centímetros. É uma catástrofe. Ilhas, deltas de rios, cidades costeiras acabariam debaixo das águas. Países baixos como a Holanda teriam suas fontes de água doce comprometidas pela salinização e a vida ficaria muito mais difícil. Cerca de 90 milhões de pessoas seriam afetadas diretamente pelo aquecimento global. Dezenas de milhões de outras sofreriam os efeitos indiretos do fenômeno. Com o calor, viriam as secas prolongadas e agudas. Em 25 anos, 5,4 bilhões de pessoas, ou 90% da população atual do planeta, teriam de racionar água. Como escapar da catástrofe anunciada ? Para alguns cientistas, a maioria, ainda existe tempo de reverter ou anular parte dos efeitos simplesmente reduzindo drasticamente as descargas de poluentes na atmosfera. A situação fica preocupante quando se sabe que houve um retrocesso nos Estados Unidos, o maior emissor, com 26% de todas as descargas de gases que aumentam a absorção de calor pela atmosfera. O presidente George W. Bush pretende ignorar solenemente os acordos internacionais de controle do efeito estufa. "Mesmo se mantivermos as emissões de CO2no nível em que estão hoje, a trajetória do planeta a longo prazo é extremamente preocupante", avalia Luiz Gylvan Meira Filho, presidente da Agência Espacial Brasileira, autoridade que fala internacionalmente em nome do governo brasileiro

quando o assunto é aquecimento global. Fica cada vez mais claro que a humanidade precisa tratar com mais carinho sua hospedeira, a Terra. Biólogos como o inglês James Lovelock acreditam que os contra-ataques da natureza são resultado de ajustes naturais que os ecossistemas do planeta estão fazendo para manter a saúde da Terra. Essa é a chamada Hipótese Gaia. Segundo ela, a Terra é um organismo dotado da capacidade de manter-se saudável e que tem compromisso com todas as formas de vida – e não com apenas uma delas, o homem. WWI-Worldwatch Institute  www.wwiuma.org.br

         Sistematização das respostas dos alunos em  painel. Organizar um quadro  com as três colunas para as demandas a serem listadas:1-       Raízes da desarmonia da natureza no planeta Terra.2-       Raízes da desarmonia da sociedade no planeta Terra.3-       Podemos contribuir na construção de uma cidadania planetária? Refletir sobre o consumo de água potável, energia, plásticos, papel, transporte que usa combustíveis à base de hidrocarbonetos, alimentos não orgânicos, 2-  Avaliação:   Oficina de criatividade e criticidade         Discutir a leitura da uma charge:          Que bem da natureza, transformado em sistema técnico, a charge representa? Que situação ela explora? Em que pista você se baseou para responder essa questão?

                      Fonte:BRANCO, Samuel.Murgel. Ecologia da cidade.SP:Moderna, 1991., p.53      Refletir: precisamos criar uma sociedade economicamente próspera, ecologicamente sustentável e socialmente justa sobre um planeta limitado.     3- Mãos à obra:  Que hábitos e atitudes, precisamos adquirir para iniciar essa mudança?         Represente suas idéias em uma chargePossíveis dificuldades:         Pode ocorrer dificuldade na leitura do texto e na construção da charge. Solicite a parceria dos professores de Artes e Português.Glossário:Hipótese de Gaia: segundo essa teoria o sistema terrestre deve ser compreendido como um organismo vivo  em permanente busca de equilíbrio. O ambiente possui forças  que atuam de maneira harmoniosa. A recuperação ambiental é possível desde que seja respeitado  o ritmo da natureza.Áreas de risco ambiental: sujeitas à catástrofes naturais ou a acidentes com produtos tóxicosAquecimento global:  crescente concentração de gases estufa  na atmosfera, especialmente de dióxido de carbono, resultante da queima de combustíveis fósseis e florestas, que provocam um aumento da retenção de calor irradiado pela Terra, elevando a temperatura média do planeta. Há um aumento das médias térmicas  causadas pelo dióxido de carbono e outros gases estufa.Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas, das Nações Unidas: encontro em  que reúne a comunidade científica para discutir o aumento da temperatura da Terra. Socioesfera: o sistema terrestre transformando o ambiente por meio de impactos, classificados em escala geográficas global, regional e local. Um ex. significativo em escala global é o aquecimento global, em escala regional  é desertificação decorrente do uso inadequado dos solos agricultáveis, em escala local pode ser considerado o lixo urbano.Sociedade de consumo: compõe-se com o mundo das mercadorias que seduz a todos, embora poucos façam parte. Estudos da ONU mostram  que 90% do consumo individual do mundo são realizados  por, apenas, 20% da população do planeta. A geografia que estuda o consumo discute os excessos e

carências, o desperdício e as necessidades.Sociedade do desperdício: Na vida do consumidor existem os que consomem por necessidade e os consomem por compulsão. Trata-se de um modo de vida na qual o sujeito não interage com a natureza, usufrui sem pensar  no custo que sua atitude pode custar à sociedade.Código de defesa do consumidor: entidades que defendem os direitos do consumidor.

OP- 40   Cidades sustentáveis Por que ensinarA Agenda 21 é um conceito-chave no trato de questões importantes relacionadas ao espaço de vivência e instrumento fundamental para a construção de uma ecocidadania referenciada na participação da elaboração e implementação de políticas públicas sustentáveis em nível local. Entre as ações estão o Orçamento Participativo, Plano Diretor e Estatuto da Cidade. A execução delas envolvem instituições públicas, organizações não-governamentais e a comunidade local. O Plano Diretor visa promover o planejamento urbano sustentável e sua meta é a qualidade de vida das pessoas que moram em acidades com mais de 20.000 habitantes, além da proteção ambiental imprescindível a essa qualidade. O planejamento urbano sustentável deverá dar uma função social às propriedades ociosas, acabando com os vazios urbanos e a especulação imobiliária. Toda cidade terá também seu Código de Postura, que deverá ser aprovado pela Câmara Municipal. Todos eles são previstos na Constituição Federal de 1988. Conhecer e participar das ações para a construção de cidades sustentáveis como está previsto na Agenda 21 compõe com um projeto pedagógico comprometido com a formação cidadã do educando.Condições para ensinarA Agenda 21 brasileira contempla o desenvolvimento de seis eixos temáticos: Agricultura Sustentável, Cidades Sustentáveis, Infra-estrutura e Integração Regional, Gestão dos Recursos Naturais, Redução das Desigualdades Sociais e Ciência e Tecnologia para o Desenvolvimento Sustentável.Inicie uma discussão sobre as condições de vida na cidade, principalmente nas grandes cidades dos países subdesenvolvidos. Como eram antigamente? Eram pólo de atração dadas as melhores oportunidades de emprego, acesso à vida cultural e social. E hoje? O que vem sendo observado é um esvaziamento no sentido contrário, ou seja, a busca por cidades menores, com menos poluição, violência e tráfego, numa palavra: qualidade de vida. Indague à turma: o que vocês estão entendendo por qualidade de vida? A cidade onde vivemos tem qualidade de vida? Com que referenciais podemos mensurar sua “qualidade”? Registre as respostas dadas às questões levantadas e as perguntas curiosas da turma. Outra questão importante para o resgate dos saberes dos alunos diz respeito à revitalização urbana. Que idéias têm a turma sobre essa questão? O que significa dar uma nova vida à cidade? A turma associa a revitalização urbana com a humanização dos espaços coletivos, o incremento dos espaços de lazer, à instalação e habitações de interesse social, à preocupação com os aspectos ecológicos, à valorização dos marcos históricos e simbólicos nela existentes, à participação da comunidade para decidir sobre essas questões junto com o poder público? Essa é a avaliação diagnóstica e inicial. Para finalizá-la convide os alunos para fazerem uma maquete do que eles entendem por uma cidade sustentável? Os itens que deverão levar em conta estão listados na primeira habilidade.O que ensinarAs habilidades propostas para o desenvolvimento deste tópico focalizam:• As características das cidades sustentáveis: educação básica, ambiental e patrimonial planejamento e gestão do uso do solo, monitoramento da qualidade ambiental, mobilização social, preservação do patrimônio cultural e artístico, geração de trabalho e renda, erradicação da fome e da exclusão.• O significado e as ações de implantação do Orçamento Participativo, Plano Diretor e o Código de Posturas em seu município.• Os desafios a serem superados no caminho construtivo de cidades sustentáveis.Como ensinarPercursos metodológicos sugeridosTrilha de pesquisa 1 - Seminário de textos para discutir: o que é Plano Diretor, Estatuto da cidade, Orçamento Participativo, Código de Posturas, cidades sustentáveis? Para a organização do Banco de Dados sugere-se, entre outros:Sistematização das leituras e discussões.Trilha de pesquisa 2: o que é uma cidade sustentável?Com base nas informações coletadas a tarefa é a construção de maquete e planta de uma cidade sustentável. Observe as aspirações da turma e as registre. Ao longo do desenvolvimento do tópico ela será sempre tomada como referência para a análise, e ao final, será refeita incorporando os novos referenciais construídos no processo.Trilha de pesquisa 3: o espaço de vivência na perspectiva da sustentabilidade.

• Itens de referência para coleta de dados e análise das funções sociais da cidade e da propriedade urbana, segundo o Estatuto da Cidade (Decreto-lei:10.257 de 10/07/01)1. Direito à terra urbana, à moradia, ao saneamento ambiental, à infra-estrutura urbana, ao transporte e aos serviços públicos, ao trabalho e ao lazer, para as presentes e futuras gerações;2. Gestão democrática por meio da participação da população e de associações representativas dos vários segmentos da comunidade na formulação, execução e acompanhamento de planos, programas e projetos de desenvolvimento urbano;3. Cooperação entre os governos, a iniciativa privada e os demais setores da sociedade no processo de urbanização, em atendimento ao interesse social;4. Planejamento do desenvolvimento das cidades, da distribuição espacial da população e das atividades econômicas do município e do território sob sua área de influência, de modo a evitar e corrigir as distorções do crescimento urbano e seus efeitos negativos sobre o meio ambiente;5. Oferta de equipamentos urbanos e comunitários, transporte e serviços públicos adequados aos interesses e necessidades da população e às características locais;6. Ordenação e controle do uso do solo, de forma a evitar a utilização inadequada dos imóveis urbanos; a proximidade de usos incompatíveis ou inconvenientes; o parcelamento do solo, a edificação ou o uso excessivos ou inadequados em relação à infra-estrutura urbana; a instalação de empreendimentos ou atividades que possam funcionar como pólos geradores de tráfego, sem a previsão da infra-estrutura correspondente; a retenção especulativa de imóvel urbano, que resulte na sua subutilização ou não utilização; deterioração das áreas urbanizadas; a poluição e a degradação ambiental;7. Adoção de padrões de produção e consumo de bens e serviços e de expansão urbana compatíveis com os limites da sustentabilidade ambiental, social e econômica do município e do território sob sua área de influência;8. Investimentos geradores de bem-estar geral e a fruição dos bens pelos diferentes segmentos sociais;9. Proteção, preservação e recuperação do meio ambiente natural e construído, do patrimônio cultural, histórico, artístico, paisagístico e arqueológico;10. Regularização fundiária e urbanização de áreas ocupadas por população de baixa renda mediante o estabelecimento de normas especiais de urbanização, uso e ocupação do solo e edificação considerados a situação socioeconômica da população e as normas ambientais;Ao final da análise e discussão dos dados coletados sobre a realidade do espaço de vivência a atividade seguinte visa desenvolver o “protagonismo juvenil”, gerando situações de aprendizagem sobre a prática cidadã.• Visita de estudos à Câmara de VereadoresConhecer a real situação do município com relação à elaboração do Plano Diretor, Orçamento Participativo e Código de Posturas. Eles já existem? A comunidade participou de sua elaboração? Estão disponíveis para serem tomados como material didático, isto é, tomados como objeto de leitura, análise, interpretação e crítica? Se esses documentos ainda não foram elaborados, procurar saber o porquê, quando será, como está seu andamento, as escolas poderão participar? Gerar registros em diversas linguagens, incluindo desenhos e peças de teatro.• Trilha interpretativa do espaço de vivência:para identificar, filmar, fotografar, mapear os aspectos urbanos que mostram impactos ambientais na ótica da insustentabilidade e da sustentabilidade. Fazer uma análise das condições socioambientais do centro da cidade e propor mudanças sob a ótica da sustentabilidade política, social, ambiental e cultural.•Desafio: uma outra cidade é possível?Organização de um evento escolar, envolvendo a comunidade local, para discussão dos caminhos para a sustentabilidade do espaço de vivência, à luz dos resultados obtidos na visita de estudos à Câmara de Vereadores. Inclua nas atividades:exposição da maquete, já refeita, incorporando os novos conhecimentos sobre as características de uma cidade sustentável, a cidade das aspirações da turma, com uma equipe de alunos responsáveis para responder às perguntas que serão feitas pelos visitantes; palestra com especialista sobre reforma urbana e seus desafios; mesa redonda envolvendo vários segmentos do espaço de vivência: especialistas, representantes de ONGs; do poder público e administrativo; empresários; lideranças da comunidade; sarau com apresentação de peças teatrais, declamação de poemas, exibição de filmes, exposição de fotografias legendadas, entre outros.RA-28   Desafio: uma outra cidade é possível? Objetivos:- Identificar e explicar os desafios a serem superados no caminho construtivo de cidades sustentáveis.- Conhecer o Plano Diretor e o Estatuto da Cidade considerados  instrumentos  para o cumprimento da função social da cidade e qualidade de vida. - Propor alternativas possíveis para superar os problemas urbanos e gerar qualidade de vida nas ci   cidades.

- Empregar em exposições orais  e registros, situações que expressam a compreensão do conceito de cidadania e sustentabilidade na cidade.Pré-requisitos:- Demonstrar referências conceituais ao propor intervenções de natureza educativa no espaço social- Identificar ações da prefeitura  no espaço de vivência.- Reconhecer as ações do Orçamento participativo  no espaço de vivência.- Demonstrar compreensão das noções de participação e  preservação do espaço urbano.- Identificar no planejamento da cidade a qualidade de vida dos habitantes.Descrição dos procedimentos:       Trata-se de uma abordagem  formativa visando a  construir na faixa etária destinada,  jovens adolescentes, uma relação mais participativa na cidade. As questões problematizadas no debate devem possibilitar maior reflexão sobre a qualidade de vida urbana e postura no  uso da cidade.         As atividades propostas na Orientação Pedagógica desse tópico são de fundamental importância, no estudo  da cidade como espaço de vivência. Podem ser executadas como um projeto bimestral. Por esse motivo, propomos um roteiro para as duas atividades finais da OP.         Desafio: Uma outra cidade é possível?       Esta atividade deve ser realizada  no final do projeto proposto na  Orientação Pedagógica. Antecede-lhe o estudo dos conceitos –chave: sustentabilidade, cidade,  planejamento e gestão urbana, Orçamento Participativo, Plano Diretor, Estatuto da Cidade, mobilização social. Todos  eles estão contemplados nas atividades  por meio de estratégias diversas trabalhadas em múltiplas linguagens. A construção da Agenda 21 no estudo da sustentabilidade da cidade torna-se fundamental porque possibilita o aprendizado da qualidade de vida e justiça social no espaço urbano, envolvendo a mobilização e a formação de cidadania.       Propõe-se no desafio 3 momentos:Primeiro momento:  Visita à  Câmara de Vereadores do município.    Para a realização dessa visita orientada , você professor, deve ter desenvolvido a investigação e tratamento da informação sobre o planejamento e gestão  da cidade, discutindo com os alunos o Orçamento Participativo, Plano Diretor, Estatuto da Cidade que tornam visíveis o papel da prefeitura e os direitos e deveres de cada cidadão para com a cidade. Assim, já discutiu e problematizou:1) O direito à terra urbana, à moradia, ao saneamento ambiental, à infra-estrutura urbana, ao transporte e aos serviços públicos, ao trabalho e ao lazer, para as presentes e futuras gerações; 2) A gestão democrática por meio da participação da população e de associações representativas dos vários segmentos da comunidade na formulação, execução e acompanhamento de planos, programas e projetos de desenvolvimento urbano; 3) A cooperação entre os governos, a iniciativa privada e os demais setores da sociedade no processo de urbanização, em atendimento ao interesse social; 4) O planejamento do desenvolvimento das cidades, da distribuição espacial da população e das atividades econômicas do Município e do território sob sua área de influência, de modo a evitar e corrigir as distorções do crescimento urbano e seus efeitos negativos sobre o meio ambiente; 5) A oferta de equipamentos urbanos e comunitários, transporte e serviços públicos adequados aos interesses e necessidades da população e às características locais; 6) A ordenação e controle do uso do solo, de forma a evitar a utilização inadequada dos imóveis urbanos; a proximidade de usos incompatíveis ou inconvenientes; o parcelamento do solo, a edificação ou o uso excessivos ou inadequados em relação à infra-estrutura urbana; a instalação de empreendimentos ou atividades que possam funcionar como pólos geradores de tráfego, sem a previsão da infra-estrutura correspondente; a retenção especulativa de imóvel urbano, que resulte na sua subutilização ou não utilização; deterioração das áreas urbanizadas; a poluição e a degradação ambiental; 6)Adoção de padrões de produção e consumo de bens e serviços e de expansão urbana compatíveis com os limites da sustentabilidade ambiental, social e econômica do município e do território sob sua área de influência; 7) Os investimentos geradores de bem-estar geral e a fruição dos bens pelos diferentes segmentos sociais; 8) A proteção, preservação e recuperação do meio ambiente natural e construído, do patrimônio cultural, histórico, artístico, paisagístico e arqueológico; 9) A regularização fundiária e urbanização de áreas ocupadas por população de baixa renda mediante o estabelecimento de normas especiais de urbanização, uso e ocupação do solo e edificação considerados a situação socioeconômica da população e as normas ambientais;       Se há clareza quanto aos problemas e cuidados para com a cidade para torná-la sustentável é possível organizar a saída dos alunos para uma visita ao local onde se votam as leisCombinados: Acertar a saída dos alunos com a escola, os pais e a Câmara de Vereadores.

Acertar com os alunos:Data; Horário de saída e chegada ___________; Como comportar-se no local;O que indagar:  preparar a entrevista com dados estudados sobre Orçamento Participativo, Plano Diretor e Estatuto da Cidade.  O que registrar; Retorno à sala de aula: discussão sobre os dados indagados, registrados e as curiosidades.Elaboração de um painel com as idéias mais significativas sobre: os problemas da cidade, a gestão atual;  as preocupações e tomadas de decisões sobre a qualidade de vida na cidade. Segundo momento         Movimentação dos alunos para a organização de uma mesa redonda envolvendo vários segmentos do espaço de vivência: especialistas sobre reforma urbana,  representantes de ONGs; do poder público e administrativo; empresários;lideranças da comunidade;         Preparação de um convite e entrega aos convidados para a mesa redonda. Convite aos  demais membros da comunidade para a discussão dos caminhos para a sustentabilidade no espaço de vivência, à luz dos resultados obtidos na visita de estudos;         Combinados sobre as tarefas dos alunos de cobrirem o evento com fotos, filmagem e outros registros;         exposição da maquete, já refeita, incorporando os novos conhecimentos sobre as características de uma cidade sustentável, a cidade das aspirações da turma, com uma equipe de alunos responsáveis para responder às perguntas que serão feitas pelos visitantes         sarau com apresentação de peças teatrais, declamação de poemas,  exibição de filmes, exposição de fotografias legendadas, sobre cidades com problemas e com qualidade de vida.Terceiro momento         Construção da Agenda 21 do município.         Organização de todos os dados coletados e registrados desde a visita à Câmara dos Vereadores:1- Capa com título, autores, agradecimentos, sumário, apresentação;2-       Texto 1 - O que sabíamos da cidade e seus problemas      Texto 2 – O que descobrimos sobre a gestão e o planejamento;      Texto 3 -  O que propomos para a qualidade de vida e a sustentabilidade na cidade  de acordo com as necessidades da comunidade;       Foto da maquete e explicação legendada.Possíveis dificuldades:- Organização dos combinados com a escola, a comunidade, a Câmara dos Vereadores. - Organização das entrevistas/questionamentos pelo grupo.- Preparação do evento da mesa redonda- Silêncio e indisciplina durante o evento da mesa redonda.- Seleção e organização do material  coletado nos grupos.- Construção da Agenda 21Glossário:Cidade sustentável – onde há planejamento e gestão urbana  concentrados, na inclusão de todos os moradores aos bens sociais como saneamento ambiental, moradia, saúde, educação, lazer, transporte, trabalho  para as presentes e futuras gerações. Nela os equipamentos urbanos e comunitários, transporte e serviços públicos são adequados aos interesses e necessidades da população e às características locais; há ordenação e controle do uso do solo, de forma a evitar a utilização inadequada dos imóveis urbanos; a proximidade de usos incompatíveis ou inconvenientes; o parcelamento do solo, a edificação ou o uso excessivo ou inadequado em relação à infra-estrutura urbana; a instalação de empreendimentos ou atividades que possam funcionar como pólos geradores de tráfego, sem a previsão da infra-estrutura correspondente; a retenção especulativa de imóvel urbano, que resulte na sua subutilização ou não utilização; deterioração das áreas urbanizadas; a poluição e a degradação ambiental; investimentos geradores de bem-estar geral e a fruição dos bens pelos diferentes segmentos sociais; proteção, preservação e recuperação do meio ambiente natural e construído, do patrimônio cultural, histórico, artístico, paisagístico e arqueológico; Plano Diretor – é uma lei municipal aprovada na Câmara dos Vereadores  que regulamenta os termos de cumprimento da função social da propriedade em diferentes partes do município. Necessita da participação da população em todas as etapas da implementação à revisão periódica. Instrumento da política urbana municipal dotada de capacidade técnica e potencialidade local, em torno de objetivos prioritários da cidade e seu solo urbano. Intervém sobre a especulação urbana e efetiva a função social da cidade.Planejamento urbano – são intervenções no espaço urbano, focadas na regulação: leis e normas, cada vez mais minuciosas e complexas que estabelecem parâmetros e padrões adequados a uma urbanização eficaz. Incluem: leis de parcelamento do solo, zoneamento de uso e ocupação específicos e os códigos de obras.

Incluem, também, diretrizes de ação pública para áreas de educação, cultura e meio ambiente.Estatuto da Cidade – Projeto  de Lei aprovado no Congresso  em 2001. Contêm instrumentos para o cumprimento da função social da cidade: maior poder público  de intervenção sobre o mercado de terras promovendo assentamentos informais; ampliação da gestão democrática da cidade; realização dos Planos Diretores nos municípios, adoção de padrões de produção e consumo de bens e serviços e de expansão urbana compatíveis com os limites da sustentabilidade ambiental, social e econômica do município e do território sob sua área de influência; regularização fundiária e urbanização de áreas ocupadas por população de baixa renda mediante o estabelecimento de normas especiais de urbanização, uso e ocupação do solo e edificação considerados a situação socioeconômica da população e as normas ambientais. Ocupação predatória na cidade – corresponde à ocupação geradora de problemas ambientais: beiras de córrego, dunas, mangues, restingas, escarpas, serras, áreas de mananciais. São declaradas pelo poder público áreas de uso restrito para edificação e uso de terrenos. Por serem desvalorizadas no mercado formal concentram a população segregada e periférica que convive com as questões ambientais como enchentes, erosões, lixo, poluição das águas e carências de serviços urbanos.Orçamento Participativo - possui um caráter público não só por ser uma lei, mas também por ser elaborado e aprovado num espaço público, através de discussões e emendas feitas pelos vereadores nas sessões da Câmara. A Constituição de 1988 define três instrumentos integrados para a elaboração do orçamento, que visam o planejamento das ações do poder público. São eles:1-) Plano Plurianual (PPA): prevê as despesas com programas, obras e serviços decorrentes, que durem mais de um ano. No primeiro ano de governo, o prefeito deve propor diretrizes, metas e objetivos que, após aprovação, terão vigência nos próximos três anos de sua gestão e no primeiro ano da gestão seguinte. É do PPA que saem as metas para cada ano de gestão. 2-) Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO): a partir do PPA, define as metas e prioridades para o ano seguinte. A LDO define também as regras sobre mudanças nas leis de impostos, finanças e pessoal, além de estabelecer orientações de como elaborar o orçamento anual. 3-) Lei Orçamentária Anual (LOA): consiste no orçamento propriamente dito. Contém os programas, projetos e atividades que contemplam as metas e prioridades estabelecidas na LDO, juntamente com os recursos necessários para o seu cumprimento. Dessa forma, define as fontes de receita e autoriza as despesas públicas, expressas em valores, detalhando-as por órgão de governo e por função. Muitas vezes a LOA autoriza a abertura de créditos suplementares ou a realização de empréstimos pelo prefeito, sem prévia autorização da Câmara.