rotas e caminhos do algarve
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algarverotas e caminhos
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Praia da Carriagem (PR)
ndicerotas e caminhos do barlaventorota de sagresrota da fiarota da costa vicentinacaminhos alm do barlavento
rotas e caminhos do centrorota das aldeiasrota do caldeirorota da ria formosacaminhos alm do centro
rotas e caminhos do sotaventorota do atumrota da serrarota do guadianacaminhos alm do sotavento
postos de informao turstica
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Desidrio SilvaPresidente da Regio de Turismo do Algarve
Podia tratar-se apenas de mais uma publicao com sugestes de percursos do Algarve prontos a receber a sua visita. Podia, mas no . O que a torna ento diferente de todas as outras? Digo que, em primeiro lugar, a sua transversalidade. Aqui encontrar rotas que o faro saltitar de um lugar para outro, algumas com 351 ou 286 quilmetros de extenso, capazes de mostrar o que existe para l das falsias ou entre as paisagens romnticas que nos recordam os cenrios de romances do sculo XIX.
Ao folhearmos a publicao, rapidamente percebemos que no Algarve h caminhos temticos para todos os gostos. O das aldeias para quem quer o contacto prximo com a tipicidade das gentes e povoaes, o da ria Formosa que to bela quanto o prprio nome anuncia, o do atum que se desenrola sob o signo azul do oceano, adequado aos apreciadores deste peixe. Totalizam 12 rotas, quando juntas. E cada uma merece que lhe dediquemos dias e dias de descoberta.
V por mim, marque umas frias entre ns (se que j no o fez), embrenhe-se na regio com a ajuda deste guia e ver que no regresso a casa levar um Algarve como nunca sentira o seu. E muito por causa da estrutura deste livro. Eu explico: lendo as suas mais de 150 pginas, capaz de ficar com a estranha sensao de estar acompanhado de um cicerone que lhe vai explicando os stios e os monumentos enquanto passa por eles. A linguagem to prxima que parecer realmente que esse guia turstico est ao seu lado, percorrendo a regio consigo. Agora parta para esta viagem com os olhos ingnuos de quem v tudo pela primeira vez. E no final diga-nos se o Algarve o comoveu tanto quanto nos comove a ns todos os dias.
de barlavento a sotavento,h um algarve inteiro para percorrer
1ROTAS E CAMINHOS | ALGARVE
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As Rotas e Caminhos do Algarve procuram oferecer ao visitante a chave para uma estadia plena de emoes fortes, um passaporte para a aventura, onde se conjuga a magia da natureza, a hospita-lidade, a imponncia do patrimnio cultural, mas tambm o luxo luxurioso e cosmopolita. Estes sero caminhos convidando ao e emoo, ao desafio da descoberta.As centenas de praias do Algarve seduzem, pelas suas areias brancas e atlnticas vagas que ora se levantam, em rendas de espuma, ora se espraiam em ondas mornas.Lugares para relaxar em animadas frias familiares, em experincias desportivas de alta energia, em contemplao meditativa de romnticos pr de sol.
O Algarve o lugar mais a ocidente da Europa Continental, o ltimo cais antes das guas do Atlntico, uma regio onde se entrecruzaram culturas, desde tempos imemoriais.
No interior h jardins inexplorados, com vastas zonas de reserva natural, onde se pode seguir o voo majesttico das guias ou o planar suave das cegonhas.Dos algarvios, dir-se- da sua hospitalidade, contadores de histrias exmios, sempre prontos a partilhar vivncias, abertos mudana e diver-sidade. A simplicidade sofisticada da gastronomia inspirada no mar, perfumada de ervas, retm sabores mouriscos, tantos quantos a arquitetura tradicional tambm soube guardar.No fim ficar a conhecer um Algarve onde se encontra o tradicional e o moderno, artes barrocas e minimalistas, formas de estar religiosas mas tolerantes, diverses populares e discotecas, aoteias e paredes de cal debruadas a ocre e azul, falsias e dunas, montanhas e planaltos agrestes com o mar profundo sempre ali to perto.
2 ROTAS E CAMINHOS | ALGARVE
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Barlavento (oeste) ser o nome que chamaremos ao conjunto das rotas que propomos percorrer na ponta mais ocidental do Algarve, azul ser a cor que acompanhar as pginas destes caminhos. No lado oeste do Algarve convidamos a percorrer as Rotas de Sagres, da Fia, da Costa Vicentina e vamos dar um salto a este da regio nos Caminhos alm Barlavento.
O Algarve central engloba rotas serpenteando entre o mar e a serra, e a cor verde sinalizar as pginas destes percursos. Nas Rotas do Centro, entre o Sul e o Norte, haver a Rota do Caldeiro, da Ria Formosa e a das Aldeias. Os Caminhos Alm do Centro so uma proposta para se deslindarem os trilhos do litoral e da serra das outras zonas do Algarve.
Sotavento (leste) designa o grupo de rotas a cirandar desde a zona fronteiria. A cor castanha foi a cor escolhida para nos guiar na Rota do Guadiana, da Serra e do Atum, e as mltiplas sensaes ao alcance. Os Caminhos Alm do Sotavento levam-nos para as terras mais a ocidente uma rota que permite, ficar a conhecer a diversidade que o Algarve possui.
rotas e caminhos
do barlavento
rotas e caminhos
do centro
rotas e caminhos
do sotavento
Sagres (AF)
3ROTAS E CAMINHOS | ALGARVE
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rotas e caminhos
do barlavento
Rota da FiaCaminhos Alm do Barlavento
Rota de Sagres
Rota da Costa Vicentina
Imagens mgicas marcam os lugares do oeste ou Barlavento do Algarve.O mar a bater nas falsias agrestes de Sagres ento-ar sinfonias natureza indomvel, enquanto nas minsculas conchas de areia ou nas vastas dunas das praias, o nico som o marulhar das ondas e o adejar das gaivotas, a cano do vento carregado de sal e de odores de flores silvestre.Iremos deambulando pelos stios onde a terra se despede do sol, esteira de luz desenhada na vastido do Atlntico.Visitaremos cidades aninhadas nos vincos das colinas, sem quebrar os amplos panoramas da serra, como
em Monchique, penduradas nas arribas, tocando a fmbria do mar, espraiadas em langorosas baas.Seremos surpreendidos pelas marcas da histria, to islmicas, em Silves.Pelos sabores genunos da gastronomia, cairemos em deliciosas tentaes.Entraremos portas adentro pela cultura algarvia, feita de contrastes e de snteses. Mergulharemos simultaneamente no cosmopolitismo e nas tradies, ainda to vivas.As Rotas do Barlavento so caminhos em busca de umas frias perfeitas, daquelas que apetece sempre repetir.
4 ROTAS E CAMINHOS | BARLAVENTO
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ROTA DE SAGRES Lagos Ponta da Piedade Vila do Bispo Fortaleza de Sagres Cabo de So Vicente Vila do Bispo
Pedralva Budens Baro de So Joo Barragem da Bravura Odixere Meia Praia Lagos
Cheira a descobertas entre os penedos povoados de pescadores, mergulhamos nos sculos por entre as escuras guas de Sagres e So Vicente.
ROTA DA FIA Portimo Ponta de Joo Arens Alvor Alcalar Fia Monchique Caldas de Monchique Porto
de Lagos Silves Lagoa Estmbar Stio das Fontes Carvoeiro Algar Seco Ferragudo Portimo
Nas estradas da serra contornaremos a menos mediterrnica das paisagens algarvias. H por ali parentescos maiores com Sintra e Monserrate, diz-se. Mas tambm com a Floresta Negra e com os Picos da Europa.
ROTA DA COSTA VICENTINA Lagos Rogil Odeceixe Alfambras Monte Ruivo Bordeira Carrapateira Vila do Bispo Lagos
Para c da falsia em que se empoleira o aconchego da cegonha, campos pontuados de flores singulares, amarelas, rubras e roxas do as boas-vindas s aves migradoras.
CAMINHOS ALM DO BARLAVENTOSilves So Bartolomeu de Messines Alte Salir Querena Barranco do Velho Montes Novos
Cachopo Martim Longo Pereiro Alcoutim Guerreiros do Rio Almada de Ouro Azinhal Castro
Marim Vila Real de Santo Antnio Cacela Velha Cabanas de Tavira Tavira Moncarapacho Santa
Brbara de Nexe Boliqueime Paderne Silves
Visitemos seculares cidades que se deixaram a mouriscar e depois embranqueceram. As mil igrejas de Tavira, os mil jardins de Loul, os mil restaurantes com cheiros a mar nas bordas de Olho. Encantemo--nos com o Algarve do Sotavento.
+/- 122 km
+/- 112 km
+/- 172 km
+/- 286 km
06
18
30
42
ROTAS E CAMINHOS | BARLAVENTO
ndice
5
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6 ROTAS E CAMINHOS | BARLAVENTO
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rota de sagres
Derivamos do casario sem mcula de Lagos para oeste,
o percurso do Infante. Mas no recusamos o interior barrocal:
saciamos a vista na calmaria aqufera de Bensafrim, l onde
nem as garas trazem novas dos algarves da demografia
apertada. Tudo sabe a genuno entre as curvas do ocidente.
At as gentes: rompamos por um pouco os espartilhos
das paragens obrigatrias e, logo depois, os silncios na
tasca do casario. Oiamo-los, como sabemos que j l
estavam nos tempos do Infante.
Nunca deixaram de l estar, por entre os silncios.
Mais prximos das falsias sentiremos a vertigem da gaivota
rasante de leixes.
beira dos precipcios arrepiar-nos-emos com o voo picado
das aves pesqueiras mergulhantes nas guas fartas e lmpidas.
Mais tarde vamos extasiar-nos ante o oceano espumoso,
fecharemos os olhos por um momento, segundos de viagem
no espao e no tempo. As amricas, frica, o sculo XIV.
Cheira a descobertas entre os penedos povoados de arriscados
pescadores, mergulhamos nos sculos por entre as escuras
guas de Sagres e So Vicente.
O presente dos homens acolheu o passado grandioso no
mais sbio dos algarves: o que soube preservar as paisagens
primevas, naturais e humanas. E sim, at ali, entre pedras
e gua, encontramos um fio de sentido para a Humanidade.
Cabo de So Vicente (St)
7ROTAS E CAMINHOS | BARLAVENTO
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LEGENDA
Autoestrada
Estrada Nacional
Estrada Nacional 125
Barragem
Farol
Marina
Miradouro
Moinho
Monumento
Estrada Municipal
Rota
Sentido da Rota
Museu
Praia
Reserva Natural
Ponto de Partida
Zona Protegida
Fortaleza de Sagres (AF)
rota de sagres
Lagos > Ponta da Piedade > Vila do Bispo > Fortaleza de Sagres > Cabo de So Vicente > Vila do Bispo > Pedralva > Budens > Baro de So Joo > Barragem da Bravura > Odixere > Meia Praia > Lagos
PERCURSO
8 ROTAS E CAMINHOS | BARLAVENTO | SAGRES
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Sevilla Madrid
A2
A22
A22A22
A22
Barragemda Bravura
Fonte da Benmola
Rocha da PenaRocha de Soidos
Barragem do Funcho
Barragem do Arade
Reserva Natural do Sapal de Castro Marim
e Vila Real de Santo Antnio
Barragem de Beliche
Barragem de Odeleite
Parque Natural da Ria Formosa
Parque Natural do Sudoeste Alentejano
e Costa Vicentina
Serra de Espinhao de Co
PalmaresAlvor
Pranha Castelos
Baro deSo Joo
Bensafrim
Budens
Figueira Salema
Senhora deGuadalupe
Hortas do Tabual
Zavial
Alto de Parizes
Pero Queimado
Pedralva
Carrapateira
Monte Ruivo
Espinhao de Co
AlfambrasBarrancoda Vaca
Vales
Pico
Arrifana
Vale da Telha
AldeiaVelha
Rogil
EsteveiraMaria Vinagre
Samouqueira
Baro deSo Miguel
Marmelete
Chilro
Foia
Portela do Vale
Casais
Tapada da Penina
Montesde Alvor
Sesmarias
AlcalarPorto de Lagos
Odelouca
Caldas de Monchique
Picota
Vilamoura
Quinta da Balaia
Montechoro Pat de Baixo
Alfarrobeiras
Cerro do OuroMem Moniz
PurgatrioMonchina
Alcaria
Monte Brito
Lentiscais
Esteval dos Mouros
Nave dosCordeiros
Vale do Lobo
Quinta do Lago
So Jooda Venda
Vale da Venda
EstevalSo
Loureno
Valados
Cruz da Assumada
PortoNobre
Amendoeira
Aldeiada Tr
JavaliBarranco do Velho
Cortelha
Montes Novos
Besteiros
Pelados
Vale daRosa
Taipas Casas
Bentos
Zambujal
Furnazinhas
Cintados
Vale CovoCarrapateira
Estorninhos
Portelada Corcha
Santa Catarinada Fonte do Bispo
Cacela Velha
Monte Gordo
Estrada
So Marcos da Serra
Navedo Baro
Monte Seco
Espargal
Ribeira de Algibre
Picota
Fonte de Boliqueime
Aldeia dasAoteias
Maritenda
So Romo
MachadosMurta
Peral
Pereiro
Mesquita
Lagos e Relvas
Alcaria Branca
Azinhal e Amendoeira
Alcaria Cova
Barranco deSo Miguel Cerro da
Cabea
Foupana
Marim
Ilha do Farol
Ilha de Faro
Ilha do Cabode Santa Maria
Ilha de Tavira
Ilha da Armona
Alfandanga Arroteia deBarro
LivramentoTorre de Ares
Pedras del Rei
Estiramantens
Santo Estvo
Malho
Moinhosda Rocha
Picota
Palheirinhos
gua dos Fusos
Alcaria do Cume
Ribeira
Vale Joo Farto
Manta Rota
Quinta de Cima
NoraAreias
Santa RitaCasas Novas
BuracoBomacha
Lagoa
AlturaAldeia Nova
Mealha
Alcarias Pedro GuerreiroCorte Joo
Marques
CatraiaCortiadas
Bicas
Alportel
Monte Francisco
JunqueiraCastelhanos
Beliche
Sentinela
Quebradas
Corujos
Corte Gago
AlcariasGrandes
Marroquil
Cortelha
Serro do Enho
Corte de Antnio Martins
Ribeira da Gafa
Fonte do Penedo
Alcaria
Foz de Odeleite
lamo
Guerreiros do Rio
Montinho das Laranjeiras
Barluco de Baixo
Barlucode Cima
Cruzamento
Corte da Seda
CorteTabelio
AlcariaCova deBaixo
AlcariaCova de
Cima
Cova da Muda
Clarines
Guies
Fernandilho
Alcarias
Fortim
FERRAGUDO
ESTOMBARLAGOA
CARVOEIRO
PORCHES
ALGOZ
FERREIRASBOLIQUEIME
QUARTEIRA
ALMANCIL
SANTA BRBARADE NEXE
ESTOI MONCARAPACHO
QUELFES FUSETA
CABANAS
CONCEIO
AZINHAL
CACHOPO
SALIR
ALTE
SO BARTOLOMEUDE MESSINES
ODIXERE
MEXILHOEIRAGRANDE
PADERNE
QUERENA
AMEIXIAL
MARTIMLONGO
VAQUEIROS
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difcil sair de Lagos, ainda que seja para responder ao apelo da fora bruta do mar de Sagres, palavra-chave desta rota. Sagres, que hoje continua a atrair aqueles que procuram sentir a existncia fora do corpo, deixar a pele entranhar-se do sal da brisa, escutar o silencioso e secular dilogo da boca escancarada dos rochedos, do mar e do sol, que ali se despede do velho continente.
No poderemos, por isso, sair de Zawaya, cujo significado mesquita, como a Lagos chamavam os poetas rabes, sem antes nos perdermos por entre as ruelas da cidade histrica, onde se entrelaam as lojas de artesanato, os restaurantes tpicos, com as galerias de pintura e as lojas cosmopolitas, paredes meias com a imponncia dos seus monumentos.
Desde muito cedo, Lagos foi uma porta para o Mediterrneo e continua um stio de encontro de povos de todos os continentes. Na sua ampla baa, rodeada pelo areal fino da Meia Praia partiu Gil Eanes, o primeiro a dobrar o Cabo Bojador, esconderam-se corsrios, como Sir Francis Drake, aportaram galees cheios do ouro e pedras pre-ciosas das Amricas ou de especiarias das ndias. Mais modestos seriam os batis de pescadores que no Mediterrneo pescavam e tambm ali chegavam seguindo o pescado aquando da desova.
Lacobriga, que em lngua cltica significa fortaleza, foi fundada 2 000 a.C. por Brigo, por juno de pequenos povoados antes situados nas margens da Ribeira de Bensafrim.
Primeiro Roma, depois os visigodos, seguindo--se-lhes os rabes, todos deixam as suas marcas culturais, visveis nos mais de 50 monumentos de interesse da cidade. A reconquista definitiva acontece em 1241 pela espada de D. Paio Peres Correia.
Fruto to apetecido, Lagos tinha como defesa uma muralha, classificada como monumento nacional e dividida em duas cercas que hoje serpenteiam por entre o ddalo de ruas da cidade histrica, entrecortada por torrees, como o Torreo da Ribeira no extremo sudoeste.
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10 ROTAS E CAMINHOS | BARLAVENTO | SAGRES
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De uma beleza impressionante, o pano da mu-ralha que bordeja a marginal com os seus apra-zveis jardins entrecortado pela Porta So Gonalo, com os seus arcos graciosos e de bom trabalho de pedra.
A Rua da Barroca mantm o sabor medieval e permite o acesso aos Paos do Concelho atravs da Porta da Vila.
A cerca defendia o centro urbano, em redor da mesquita (zawaya) onde posteriormente foi construda a Igreja de Santa Maria, na Praa do Infante, iniciada em 1498 e, desde o terramoto de 1775, Igreja Matriz da cidade.
Ali prximo est o Mercado dos Escravos, hoje transformado em galeria de pintura, forma digna de suavizar o sofrimento testemunhado pelas pedras seculares. Bem difcil ser resistir tentao de conhecer melhor tudo a que cidade se refere, no Museu Municipal de Lagos.
Quanto ao Alccer, ou palcio do califa Banu Mozaine, est escondido nos alicerces do Palcio do Governador de Portugal, mais tarde Cais Velho, hoje parte integrante do Hospital de Lagos.
A Igreja de So Sebastio ergue-se altaneira, mas uma das joias mais rutilantes do patrimnio de Lagos a Igreja de Santo Antnio, de estilo barroco, cujo interior decorado de forma exuberante com azulejos e talha dourada e pin-turas do Mestre Jos Joaquim Rasquinho.
A Igreja do Carmo, numa das colinas da cidade, oferece, num golpe de vista, uma magnfica perspetiva de todo o casario, a desenrolar-se suavemente at ao litoral.
Outra vez beira das guas claras do mar, eis a esttua de D. Sebastio, o Rei Menino, do mestre escultor Joo Cutileiro. Junto aos Paos do Concelho, na Praa Gil Eanes, encontra-se um dos belos palacetes de que Lagos prdiga e ruma-se ao Forte da Bandeira, mesmo junto entrada da barra. Passada a ponte levadia, entra-se por porta de cantaria lavrada.
Na plataforma superior, a esplanada abrange a curva graciosa da baa, revelando os veleiros que lentamente navegam rumo Marina.
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11ROTAS E CAMINHOS | BARLAVENTO | SAGRES
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Paremos tambm na Ponta da Piedade, o incio das falsias que depois do areal junto baa oferecem um contraste exuberante. Saindo da cidade pela antiga estrada que passa nos Montinhos da Luz, aldeia indecisa entre o ruralismo dos campos de amendoeiras e figueiras e o litoral, chega-se cosmopolita Praia da Luz, mistura de veraneantes e pescadores.
Toma-se um pouco adiante a estrada que nos leva Boca do Rio. Na pequena praia, outrora foz, trabalhos de arqueologia revelaram uma estao de salga romana, onde era preparado o garum, um molho de marisco que fazia as de-lcias dos banquetes da Roma imperial, que o recebia em nforas de barro.
No cerro prximo, esto as runas do forte de Almdena. Feito para vigiar a Almadrava, arte de pesca do atum entretanto extinta, o forte esboroa-se docemente. Mas a paisagem e o deslumbre do stio permanecem inalterveis.
Segue-se ento para Salema, aldeia que conserva bem vivas as suas razes piscatrias, onde possvel assistir chegada dos barcos de pesca artesanal, que usam a mar para chegar praia. aconselhvel retomar nesta altura a EN 125,
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12 ROTAS E CAMINHOS | BARLAVENTO | SAGRES
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no cruzamento que liga aldeia da Figueira, ali onde outrora se abasteciam os marinheiros de figos torrados, iguaria que os alimentava nas viagens longas. Uma outra curva da estrada e eis a pequena ermida de Guadalupe. Ali se rezaram preces quando se partia, ao sabor das ondas, nas naus e caravelas.
Continuando em direo a poente, Vila do Bispo surge-nos numa pequena elevao, visvel da Estrada Nacional 125 (EN 125). A vila terra de ruas sinuosas, casas caiadas de branco rematadas com barras coloridas. Junto s portas, degraus altos de lajes de granito, polidas pela idade e pelo uso. De onde em onde, uma chamin rendilhada recorta o cu.
A Igreja Matriz, ao lado do pequeno jardim , ao mesmo tempo, centro da vila, paragem de autocarro e ponto de encontro, e possui uma bela fachada do sculo XVIII, com a nave central revestida de azulejos exibindo figuras de flores e golfinhos. Anexo, um pequeno museu com peas de arte sacra.
Nos arredores, os menires datados de 3 000 a 4 000 a.C., so um verdadeiro tesouro arqueolgico.
O passeio inicia-se a curta distncia, tomando
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13ROTAS E CAMINHOS | BARLAVENTO | SAGRES
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A sua Academia Nutica reuniu expressiva pliade de homens de conhecimento, expoentes nos campos da cosmografia, astronomia, matemtica, geografia, navegao e construo naval. Portugueses, espanhis, italianos, alemes e judeus vieram pelo sonho telrico que apontava para terras distantes. Navegar preciso....
Em Sagres se aprimoraram as determinaes astronmicas e as cartas de marear, desenvolveram as tcnicas de navegao para o alto mar, se formaram pilotos que com engenho e arte romperam os limites do Velho Mundo.
Um feito de tal magnitude para a humanidade, que s viria a repetir-se quinhentos anos depois, com a chegada do Homem Lua.
Este perodo ureo deixa ao mundo o testemunho inequvoco da capacidade do gnero humano em vencer obstculos aparentemente intrans-ponveis, insuperveis.
A fortaleza possui muralhas de belas linhas e um forte baluarte. Alvo de pirataria, do terramoto de 1755, e do enorme maremoto que se lhe seguiu, ficou quase destruda.
a estrada antiga na direo de Sagres, no stio de Monte Salema. A partir da, faz-se o trajeto a p, descoberta dos menires espalhados pelos campos verdejantes, onde florescem espcies de plantas raras.
As praias mais prximas da vila so o Castelejo e a Cordoama, pequenas conchas de areia fina e dourada, rodeadas de altas falsias pouco escarpadas e, por isso, local de prtica de para-pente. Continuemos ento atravs de paisagens deslumbrantes, para o stio que embalou os sonhos audaciosos de um homem que ousou descobrir o mundo para alm do mar...
A fortaleza de Sagres um dos monumentos de maior aura de todos quantos existem em Portugal. Smbolo dos descobrimentos portugueses, a enigmtica rosa dos ventos, inscrita no lajedo da fortaleza, mundialmente conhecida desde os finais da Idade Mdia, por causa do Infante D. Henrique, o Navegador. Ele concebeu o mais ambicioso e aventuroso plano que a Histria at quela poca registara. Pra
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14 ROTAS E CAMINHOS | BARLAVENTO | SAGRES
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Reconstruda por Dona Maria I, perdeu-se muita da sua antiga linha de construo. Atualmente, funciona ali um museu e uma sala de exposies, mantendo-se tambm a histrica ermida.
Intocvel at ao sculo XXI, ficou a magia do Promontorium Sacrum, stio mais a ocidente da Europa, reverentemente batizado pelos romanos.
distncia de um golpe de vista, e a 6 km por estrada, fica o Cabo de So Vicente, assim de-nominado por l ter repousado o corpo desse franciscano. A tradio conta que os morabes, muulmanos convertidos ao cristianismo, trouxeram o corpo desde Pdua, para o preservar durante a ocupao sarracena.
A lenda, por sua vez, fala de corvos transfor-mados em sentinelas contra a aproximao de estranhos. As aves seguiram o santo, cuja trasladao para Lisboa o Rei Afonso Henriques ordenou, passando por isso a integrar o braso da capital.
Na ponta do Cabo est um farol, verso atuali-zada do que em 1515 foi mandado erguer pelo Bispo do Algarve para segurana dos martimos.
Nas enormes rochas, brutas e abruptas, ecoa continuamente a sinfonia do mar. A luz, coada pela neblina salgada, multiplica os reflexos ocres da argila ou amarelo oiro dos calcrios nos penhascos alcantilados.
Entre eles, praias oferecem a imensido do oceano. o caso da Mareta, com o seu pitoresco porto, o Beliche, ou ento o Tonel.
Contudo, o cuidado nunca demais. O mar des-tas praias enfurece-se e alia-se ao vento e ergue-se em vagas poderosas perfeitas para o surf ou o bodyboard, mas que se esmagam de encontro s rochas e criam correntes traioeiras, escondi-das por cortinas da espuma alva das ondas.
J com saudade, estranho sentimento to portugus, toma-se a estrada mais prxima da costa, retornando a Vila do Bispo. Terra com cheiro a mar e marisco, apesar de rodeada por pastos e florestas, agora altura para uma pausa gastronmica, para saborear um sargo grelhado, uma lagosta suada, uma caldeirada de peixe ou os frescos perceves.Pra
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15ROTAS E CAMINHOS | BARLAVENTO | SAGRES
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Tempo ainda para um pequeno desvio, esquerda, em direo praia do Castelejo, cami-nho que leva at Torre de Aspa, o ponto mais alto da zona. Ponto de vigia ancestral dos contrabandistas, que traziam as suas mercado-rias para terra em pequenos barcos a remos. Tem especial interesse para os que apreciam o voo vertiginoso das aves de rapina, como os falces e as guias pesqueiras que escolhem os rochedos escarpados para procriarem.
Na vila, opta-se desta vez pela direo de Aljezur, para mergulhar no corao da costa Vicentina, uma paisagem especial, diferente, com a natu-reza intocada pela passagem dos tempos e dos homens. Chegaremos em breve ao cruzamento que conduz a Pedralva, uma minscula aldeia, logo seguida por Pero Queimado, por entre os fragrantes eucaliptos.
Continuando para sul, em breve chegaremos de novo EN 125 e piscatria Budens, em busca da Igreja Matriz com altares em talha dourada e de duas bonitas ermidas: a de Santo Antnio, aninhada no panorama verdejante em redor, e a de So Loureno, com um belo frontal de altar em azulejos do sculo XVIII. Nas proximidades, alguns moinhos, hoje apenas pitorescos e decorativos.
Infletindo de novo para o interior, uma curta viagem leva-nos a Baro de So Joo, onde predomina o encanto rural da arquitetura tradi-cional, passando por Baro de So Miguel, ambas na orla de uma Mata Nacional. Subindo j pelo barrocal, anunciado pelas figueiras, amendoeiras e alfarrobeiras, chega-se a Bensafrim, que em rabe significa feiticeiros, numa analogia com o verbo sahara (encantar).
Encantemo-nos ento com as casas de grs vermelho, por entre hortas verdejantes e pomares de amndoas, desde sempre carregadas nas mui artesanais alcofas de esparto ou de empreita de palma.
J ansiosos por espraiar de novo os olhos sobre uma planura lquida, segue-se at Barragem da Bravura, lago feito pelos homens, para se-guirmos para Odixere e irmos desembocar nos Palmares, colina sobranceira Meia Praia.
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16 ROTAS E CAMINHOS | BARLAVENTO | SAGRES
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A propsito, esta uma das mais belas praias do Algarve. So 7 km de areias finas e impolutas, dunas ondulantes e pequenos mas sofistica-dos restaurantes, oferecendo as iguarias que os pescadores retiram do mar no mesmo dia. Isto sem esquecer outros desportos nuticos e o golfe, cujo green segue as ondulaes da colina, acentuando o contraste do horizonte marinho e o mundo buclico, onde alguns solares rurais deram origem a turismo de habitao, enquanto outras quintas se transformaram em resorts de luxo.
Chegados Marina de Lagos, voltemos cidade, para usufruir da intensa vida noturna e cultural.
Fazendo jus tradio de ser um ponto de encon-tro de povos e culturas, a cidade ilumina-se e a nica dificuldade escolher.
A agenda cultural desdobra-se em espetculos de cariz tradicional, a par de outros, como o teatro e a msica erudita, no Centro Cultural de Lagos. Msica ao vivo, acontece amide nas praas do centro ou nos bares e restaurantes. No faltam igualmente as discotecas e os pubs, espaos que celebram a alegria de viver.
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18 ROTAS E CAMINHOS | BARLAVENTO
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rota da fiaL de cima, em Monchique, a vista deslumbrante sobre
o ocidente meridional. Dois mares no lusco-fusco sfrego
e longe, l onde sabemos estarem Lagos e Portimo.
Tambm rodemos antigas casas de pescadores, atuais
segundas casas amide cheias com veraneantes
de ocasio, praias de falsias, leixes e gaivotas amantes
de espuma e areias que lhes moldem as patas ao fim da
tarde. Nas preservadas ameias do dominador Castelo de Silves
adivinharemos guerras com setas, catapultas e azeite fervente,
divisaremos o mesmo sangue rubro vertido por mouros
e cristos na ltima das conquistas, h sete sculos.
Nas estradas da serra contornaremos a menos
mediterrnica das paisagens algarvias.
H por ali parentescos maiores com Sintra e Monserrate,
diz-se. Mas tambm com a Floresta Negra, os Picos da Europa,
as frondosas paisagens madeirenses. Entre os amieiros
e o cheiro do pinho, por entre o vento fresco e a humidade
circundante canta o paraso da floresta: um banho diferente
para a pele e os olhos que agora se prope.
Mas tambm para a alma, l, nas cercanias da Fia, onde
por entre penedos agrestes se divisam esses outros parasos
do turismo, em muitas dezenas de quilmetros do sudoeste
portugus.
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19ROTAS E CAMINHOS | BARLAVENTO
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rota da fia
Portimo > Ponta de Joo Arens > Alvor > Alcalar > Fia > Monchique > Caldas de Monchique > Porto de Lagos > Silves > Lagoa > Estmbar > Stio das Fontes > Carvoeiro > Algar Seco > Ferragudo > Portimo
Alvor (HR)
Autoestrada
Estrada Nacional
Estrada Nacional 125
Barragem
Farol
Marina
Miradouro
Moinho
Monumento
Museu
Estrada Municipal
Rota
Sentido da Rota
Praia
Termas
Ponto de Partida
Zona Protegida
Espao Naturalde Recreio e Lazer
LEGENDA
PERCURSO
20 ROTAS E CAMINHOS | BARLAVENTO | FIA
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Sevilla Madrid
A2
A22
A22A22
Barragemda Bravura
Fonte da Benmola
Rocha da PenaRocha de Soidos
Barragem do Funcho
Barragem do Arade
Reserva Natural do Sapal de Castro Marim
e Vila Real de Santo Antnio
Barragem de Beliche
Barragem de Odeleite
Parque Natural da Ria Formosa
Parque Natural do Sudoeste Alentejano
e Costa Vicentina
Serra de Espinhao de Co
PalmaresAlvor
Pranha Castelos
Baro deSo Joo
Bensafrim
Budens
Figueira Salema
Senhora deGuadalupe
Hortas do Tabual
Zavial
Alto de Parizes
Pero Queimado
Pedralva
Carrapateira
Monte Ruivo
Espinhao de Co
AlfambrasBarrancoda Vaca
Vales
Pico
Arrifana
Vale da Telha
AldeiaVelha
Rogil
EsteveiraMaria Vinagre
Samouqueira
Baro deSo Miguel
Marmelete
Chilro
Foia
Portela do Vale
Casais
Tapada da Penina
Montesde Alvor
Sesmarias
AlcalarPorto de Lagos
Odelouca
Caldas de Monchique
Picota
Vilamoura
Quinta da Balaia
Montechoro Pat de Baixo
Alfarrobeiras
Cerro do OuroMem Moniz
PurgatrioMonchina
Alcaria
Monte Brito
Lentiscais
Esteval dos Mouros
Nave dosCordeiros
Vale do Lobo
Quinta do Lago
So Jooda Venda
Vale da Venda
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Loureno
Valados
Cruz da Assumada
PortoNobre
Amendoeira
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JavaliBarranco do Velho
Cortelha
Montes Novos
Besteiros
Pelados
Vale daRosa
Taipas Casas
Bentos
Zambujal
Furnazinhas
Cintados
Vale CovoCarrapateira
Estorninhos
Portelada Corcha
Santa Catarinada Fonte do Bispo
Cacela Velha
Monte Gordo
Estrada
So Marcos da Serra
Navedo Baro
Monte Seco
Espargal
Ribeira de Algibre
Picota
Fonte de Boliqueime
Aldeia dasAoteias
Maritenda
So Romo
MachadosMurta
Peral
Pereiro
Mesquita
Lagos e Relvas
Alcaria Branca
Azinhal e Amendoeira
Alcaria Cova
Barranco deSo Miguel Cerro da
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Foupana
Marim
Ilha do Farol
Ilha de Faro
Ilha do Cabode Santa Maria
Ilha de Tavira
Ilha da Armona
Alfandanga Arroteia deBarro
LivramentoTorre de Ares
Pedras del Rei
Estiramantens
Santo Estvo
Malho
Moinhosda Rocha
Picota
Palheirinhos
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Alcaria do Cume
Ribeira
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Manta Rota
Quinta de Cima
NoraAreias
Santa RitaCasas Novas
BuracoBomacha
Lagoa
AlturaAldeia Nova
Mealha
Alcarias Pedro GuerreiroCorte Joo
Marques
CatraiaCortiadas
Bicas
Alportel
Monte Francisco
JunqueiraCastelhanos
Beliche
Sentinela
Quebradas
Corujos
Corte Gago
AlcariasGrandes
Marroquil
Cortelha
Serro do Enho
Corte de Antnio Martins
Ribeira da Gafa
Fonte do Penedo
Alcaria
Foz de Odeleite
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Guerreiros do Rio
Montinho das Laranjeiras
Barluco de Baixo
Barlucode Cima
Cruzamento
Corte da Seda
CorteTabelio
AlcariaCova deBaixo
AlcariaCova de
Cima
Cova da Muda
Clarines
Guies
Fernandilho
Alcarias
Fortim
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ESTOMBARLAGOA
CARVOEIRO
PORCHES
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FERREIRASBOLIQUEIME
QUARTEIRA
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casas de dois pisos, varandas de ferro forjado, cantarias enobrecidas nas janelas e portas e paredes revestidas a azulejos. As ruas estreitas do antigo bairro de pescadores e comerciantes, como o Largo da Barca, na Rua Nova, ou do Postigo da Igreja so disso exemplo.
Quanto a monumentos, visite-se a Igreja de Nossa Senhora da Conceio com o seu portal de grs, inscrito numa bela fachada. Junto ao rio, pouco distante da barra, est o Convento de So Francisco, construdo em 1535. Da sua igreja, to sbria quanto a parte conventual, ficou-nos um lindssimo portal.
Segue-se o Colgio dos Jesutas, de linhas austeras e majestosas, mandado construir entre 1660 e 1707, por Diogo Gonalves, fidalgo enriquecido no Oriente.
A sua igreja, a mais ampla do Algarve, de uma s nave (caracterstica das igrejas salo). A Capela de So Jos, de fachada simples, situa-se na zona antiga da cidade, frente aos estaleiros navais. Ali perto est a antiga Fbrica de Conservas Fu transformada em Museu Municipal, instalado no
Esta rota circula entre Portimo e a Fia e iremos dos grandes rochedos da Praia da Rocha, que o mar lambe e o vento acaricia moldando-os em caprichos encantadores da natureza, at ao stio mais alto do Algarve, a Fia, que se ergue altaneiro no cenrio verde da Serra de Monchique.
Um olhar por variados algarves, um passeio feito de contrastes e surpresas.
Parte-se de Portimo descobrindo antes, a cidade turstica vibrando de vida, a urbe que nasceu entre as margens do Rio Arade e o mar.
A histria diz que fencios, gregos, cartagineses, romanos e rabes subiram o Rio Arade at Silves, e deixaram vestgios na regio. Mas so os Descobrimentos Portugueses, em pleno sculo XV, que fazem nascer a moderna Portimo.
Um giro pela cidade inicia-se inevitavelmente no centro histrico que retm alguns panos das muralhas medievais entre o casario. Porm, a arquitetura dos finais do sculo XIX e incio do sculo XX que marca o perfil destas ruas, com Igr
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22 ROTAS E CAMINHOS | BARLAVENTO | FIA
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edifcio do final do sculo XIX, um belo exemplar de arqueologia industrial.
A Marina de Portimo oferece, por sua vez, uma trepidante zona de animao e comercial e uma bela praia artificial.
Ali perto, na Praia da Rocha, as falsias enqua-dram a vasta concha de areia. No miradouro da Bela Vista, o azul do mar confunde-se com o horizonte, cintilando ao sol.
A Fortaleza de Santa Catarina de Ribamar olha vigilante a foz do Arade e, em conjunto com o Forte de So Joo, do outro lado do rio (em Ferragudo), assegurou em tempos idos defesa da cidade e do porto.
Saindo da cidade para oeste eis a Praia do Vau, cuja imagem de marca so as guas amenas e tranquilas e as areias finas. Um pouco adiante, a Ponta de Joo Arens um miradouro natural, extremo das arribas que envolvem a Praia dos Trs Irmos, enquanto a Prainha se esconde entre rochedos onde adejam gaivotas e cujas zonas submersas so muito frequentadas pelos apreciadores do mergulho. As guas lmpidas permitem desvendar os mistrios subaquticos e, qui, algum tesouro proveniente dos muitos navios que aqui naufragaram ao longo dos sculos.
A prxima paragem em Alvor. Um pequeno paraso inigualvel, a Ria de Alvor tem de um lado o mar e do outro o vasto esturio da ribeira, separados pela extensa duna. Cenrio de uma quietude total, que se pode gozar mais de perto em inesquecveis passeios de barco.
Os pescadores artesanais mantm intactas as artes de pesca e mariscagem, mais os seus barcos coloridos. Diz a tradio que tero vindo de Monte Gordo, uns para tentar embarcar para o Novo Mundo, outros fugindo do Marqus de Pombal, que mandou arrasar as suas cabanas na praia para os obrigar a viver em Vila Real de Santo Antnio. As aves migratrias fazem os seus ninhos nos sapais, planam e volteiam sobre as guas baixas junto ao areal, riscando com as suas asas o azul do mar.
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23ROTAS E CAMINHOS | BARLAVENTO | FIA
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Vale a pena espreitar a Igreja Matriz, com prticos de estilo manuelino, profusamente lavrados. Uma curiosidade: a sacristia, anexa igreja, um antigo morabito rabe. Do adro da igreja goza-se um excelente panorama da ria.
As ermidas de So Joo e de So Pedro, de for-ma cbica e cpula esfrica so outros tantos morabitos rabes. Do Castelo de Alvor restam apenas dois troos da muralha com casas adossadas. E junto pacata aldeia de Montes de Alvor, o aerdromo permite desportos como o paraquedismo, ou ento transportes privados rpidos.
Seguiremos depois para a Tapada da Penina, que em hebraico significa prola.
Neste antigo arrozal, nasceu o primeiro campo de golfe do Algarve, desenhado por Sir Henry Cotton e rodeado por enormes e frondosas rvores. Os aficionados tm nesta zona outros campos, de reconhecida qualidade internacional.
Pela EN 125 e na direo de Lagos, basta seguir as indicaes para aceder s Runas de Alcalar. Os vestgios arqueolgicos comprovam uma presena humana que vem desde o neoltico. O monumento resistiu mais de 4 000 anos. No Centro Interpretativo encontra o visitante informaes para saciar a curiosidade. Um pouco mais adiante esto os vestgios de uma villa romana construda no sculo III d.C., por um rico proprietrio rural, na confluncia das ribeiras do Farelo e da Senhora do Verde. nos belos mosaicos que reside a maior riqueza das Runas da Abicada. Estamos j no barrocal algarvio, e passaremos pela aldeia da Senhora do Verde, coleando por uma estradinha de montanha, atravs de espetaculares plantaes de sobreiros e vales cultivados. O zambujeiro, a oliveira ou a alfarrobeira revezam-se com plantas selvagens e aromticas. Associada a esta impressionante diversidade de plantas subsiste uma fauna abundante. Entre as aves, destacam-se as aves de rapina diurnas e noturnas e muitos pssaros como o abelharuco, o papa-figos, o charneco, o picano, o pintassilgo, o verdilho ou as toutinegras.
Breve chegaremos a Casais, a 8 km no sop do sudoeste da Fia; a curta distncia encontram-se
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24 ROTAS E CAMINHOS | BARLAVENTO | FIA
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A fonte da Fia, a 798 metros na encosta noroes-te, mantm um caudal inaltervel, seja inverno ou vero, e uma temperatura constante de 14 Cel-sius, dando a iluso de frescura nos dias quentes e tepidez no tempo mais invernoso.
Desce-se para Monchique, onde h hortnsias e camlias um pouco por todo o lado e o Largo de So Sebastio de passagem obrigatria.
No casco urbano da vila avultam a Igreja Matriz com o prtico principal manuelino, a Capela do Santssimo, as igrejas de So Sebastio, da Misericrdia a Ermida do Senhor dos Passos. As runas do Convento de Nossa Senhora do Desterro, a menos de 1 km, esto rodeadas de arvoredo e da goza-se um admirvel panorama. Mesmo ao lado, ergue-se a maior magnlia da Europa, classificada como patrimnio natural.
Os stios como aqui se usa chamar s quintas ou pequenas aldeias, convidam a passeios a p e a cavalo, ao cicloturismo e fotografia panormica.
Sabe bem, depois de uma to variada panplia de verdes, fazer uma pausa para saborear a gastronomia, que a cozinha de Monchique interessante e com combinaes assaz curiosas,
a Quinta e a Capela de Santo Antnio, fundadas pelo bispo de Silves (1501 a 1536), D. Fernando da Silva Coutinho.
Virando em Casais, na EN 267, em direo a Marmelete, 4 km depois est a Portela Baixa, local de onde se avista a costa desde Quarteira ao Cabo de So Vicente. H que seguir a estra-dinha que se dirige ao Chilro, numa encosta bafejada pelo vento do Atlntico, enquanto a vegetao vai rareando medida que subimos, at ser s tojo e urze.
E eis-nos no miradouro da Fia, no topo da serra, a 902 metros de altitude, num dos mais belos panoramas do Sul, que abrange um amplo horizonte que se estende pelo litoral e pelas ondulaes do Alentejo. Em dias claros, v-se de Sagres a Faro, a sul, ou a Serra da Arrbida, a norte.
A paisagem difere do resto do Algarve, desenro-lando-se em socalcos e nascentes a borbulhar. Igr
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25ROTAS E CAMINHOS | BARLAVENTO | FIA
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como os pratos de arroz com castanhas, as papas moiras feitas de milho, ou a tpica assadura de porco. Particularmente saborosos so os enchi-dos artesanais de porco preto, o presunto curado antiga. Nos doces, destaque para o bolo de tacho e o pudim de mel. Terra de medronho, selvagem e espontneo, o seu mel e a sua aguardente so famosos.
Encetaremos o regresso ao litoral saindo da vila pela EN 266 ao longo da estrada, as pequenas lojas de artesanato so uma tentao, com as cadeiras de tesoura, inspiradas nos assentos romanos, a cestaria de vime, a tecelagem.
As Caldas de Monchique surgem agora na curva da estrada, entre o verde da montanha e o azul do cu. Aqui se localizam as Termas de Monchique, onde brota uma gua leve, pura e cristalina, que os romanos batizaram de sagrada, por aliviar o reumatismo e afees das vias respiratrias. O seu mais ilustre hspede foi o rei D. Joo II. Com o seu perfume romntico, nas termas apetece muito passear entre eucaliptos e sobreiros, subir at ao topo da Picota, cujos declives oferecem uma vista magnfica.
Ainda na mesma estrada, bordejada de vegetao luxuriante, chegaremos a Porto de Lagos no vale da Ribeira de Odelouca, um antigo porto fluvial usado at ao sculo XIV. Conta a lenda que uma princesa moura e um prncipe cristo fugiram juntos. O pai dela, furioso, perseguiu-os at ribeira, onde a pobre princesa, ao tentar ficar com o seu amado, se afogou. O pai, de-sesperado, chama-a: Oh! de louca! E o nome ficou.
No andaremos mais de 10 km at Silves, a magnfica Xelb, onde califas, prncipes e poetas viviam no Palcio das Varandas, debruado sobre o Rio Arade. O seu belo castelo de grs domina a paisagem.
Bastam alguns passos at porta do Museu Municipal de Arqueologia, construdo em torno de uma cisterna do sculo XII, de vrios andares. Uma visita Igreja da Misericrdia, com porta de estilo manuelino, ou antiga S, torna-se tambm indispensvel.
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26 ROTAS E CAMINHOS | BARLAVENTO | FIA
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Toma-se a seguir a via a nascente da cidade, na direo de Enxerim, para a Cruz de Portugal, um cruzeiro quinhentista de 3 metros de altura e ricamente esculpido.
Ao sossego de estar entre colinas suaves e pedras com histria, junte-se o exotismo da Quinta Pedaggica, a cerca de 6 km de distncia de Silves. A Quinta Pedaggica est instalada numa velha escola primria recuperada. Tmidos, os veados e os gamos dividem o espao com faises, gamos e guias que ali se recuperam, quando feridos ou doentes, para depois retornarem liberdade.
A gastronomia de Silves recorre a sabores antigos e olorosos, como a sopa de batata antiga, com hortel e po caseiro. Pelo Rio Arade vinham os carapaus que se alimavam em salmoura, e da serra a caa. O bolo real, o doce de ovos ou as meias luas, so os doces tradicionais. Na fruta, nada melhor que a laranja algarvia.
A Lenda das Amendoeiras uma das mais antigas e em Silves foi aplicada aos amores da nrdica Romaiquia e a Al-Mutamid, poeta e prncipe da cidade, filho do califa de Sevilha. Conta a lenda que a bela princesa morria de saudades por no
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27ROTAS E CAMINHOS | BARLAVENTO | FIA
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Roda dos Expostos onde outrora se depunham, sob anonimato, crianas abandonadas. Nos jardins pontifica um menir, datado de 5 000 a.C. e deslocado da zona de Porches.
O artesanato ainda est presente no quotidiano de Lagoa, em especial a olaria, colorida com belos tons de azul e decoraes campestres e marinhas. As delicadas miniaturas de barcos de pesca e carroas so ex-libris da arte popular.
Andaremos cerca de 2 km at Estmbar, uma pequena aldeia cuja igreja nos fascina ao primeiro olhar, por causa dos azulejos setecen-tistas e de duas colunas, nicas em todo o pas, que so totalmente recobertas de ornamentaes, reproduzindo plantas exticas e figuras que do ao conjunto um toque oriental.
bom ceder ao apelo da gua do Stio das Fontes, situado a cerca de 1 km, na margem esquerda do Rio Arade, um parque de lazer, ou mais propria-mente um ecomuseu com oliveiras centenrias, l-rios selvagens, orqudeas bravas, cardos e choupos, em orgia de cores de uma natureza caprichosa.
ver a neve, como na sua terra. Para lhe agradar, o prncipe do sul que a raptara, mandou plantar em todos os campos amendoeiras para as flo-res alvas se confundirem com os flocos tenros. Curou-se a princesa das saudades e assim viveram felizes.
Embalados pelas lendas, sairemos da cidade atravessando o Arade e seguiremos a estrada que liga a Lagoa passando pela Venda Nova, envolta em laranjais.
E no sero mais de 6 km at Lagoa, a que os rabes chamavam Abenabece. Ao sol amadu-recem as castas de uvas de excelente qualida-de. Distando a cidade cerca de 5 km da costa, vive-se aqui um ambiente calmo com invernos amenos desafiando a passeios equestres ou pedonais.
O seu monumento mais importante o Convento de So Jos, agora usado como centro cultural, com uma galeria de exposies. Construdo no sculo XVIII, possui uma torre com miradouro e um arco sobre a rua. Na entrada existe uma Am
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Estamos j de novo junto ao mar, andados 4 km at ao Carvoeiro, de cuja praia os coloridos barcos dos pescadores partem para a pesca.
Perto (800 m) ficam as inslitas rochas escul-pidas pelo vento e pelo mar do Algar Seco, as suas formas fantasiosas formando a romntica Varanda dos Namorados. O local fascinante, com 18 grutas visitveis de barco, e acessveis por secretos itinerrios ao longo da falsia.
Aps contemplar a beleza da Praia do Pintadinho, nas falsias sobranceiras, ser necessrio retro-ceder e passar por Mato Serro e tomar a direo de Ferragudo. A aldeia de pescadores deve o nome a um ferro agudo, usado para puxar do mar as redes prenhes de sardinha.
A Igreja de Nossa Senhora da Conceio depen-durada sobre o porto, no cimo de uma curiosa escadaria, tem uma interessante coleo de ex-votos, de homens do mar, em reconheci-mento de salvamentos milagrosos.
Para guardar a foz do Rio Arade, construiu-se em Ferragudo o Forte de So Joo do Arade. Hoje, o forte e a aldeia so um refgio privilegiado de lazer, do seu cais partem barcos de passeio para a subida do rio, passando pela Ilhota onde est erigida a ermida do Rosrio, por entre um panorama de fraguedos, montes e grutas das margens do rio.
De regresso a Portimo, tempo de provar a gastronomia local, nos inmeros restaurantes que a oferecem. A proximidade do mar elege a sardinha assada e as amijoas como principais expoentes petisqueiros. A doaria assinala a importncia dos frutos secos e elemento primordial do patrimnio gastronmico.
Portimo fervilha de vida e a nica dificuldade ser escolher onde jantar e onde terminar alegremente o dia ou mais propriamente a noite. O casino, na Praia da Rocha, com os seus espet-culos, surge como uma boa opo.
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29ROTAS E CAMINHOS | BARLAVENTO | FIA
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30 ROTAS E CAMINHOS | BARLAVENTO
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rota da costavicentinaDe Odeceixe a Vila do Bispo, de branco se veste a vista
do passeante: ao longe, tiras de espuma, como inocentes
farrapos, engolem a areia fina na paisagem de praia
a perder de vista.
O outro branco das casas persegue-nos nas deambulaes
rumo ao sul: o casario de cal em Odeceixe, essoutro de Aljezur,
pedaos de histria que desvirginam sem estupro a rasteira
paisagem vicentina. L em baixo, por toda a costa, veios
serpenteantes de guas claras sulcam a paisagem antes
de se perderem na imensido atlntica. Ao lado, parados
nas margens e no tempo, sonhadores de bon e camisa
aos quadrados tentam a sorte, que esparsamente lhes
h de chegar das guas clidas. Encontr-los-emos iguais
na diversidade, no mesmo passeio mas mais para sul, cana
apontada ao cu e s amricas, corajosos equilibristas na
ponta de uma rocha, espreita da luta na beira do precipcio.
Para c da falsia em que se empoleira o aconchego
da cegonha, campos pontuados de flores singulares,
amarelas, rubras e roxas, do boas-vindas s aves migradoras,
fingem-se obstculos no serpentear inconsciente dos rpteis.
Deliciam-nos o olhar, tingem-nos os sentidos, subitamente
esquecidos da cidade dos magotes.
Praia da Cordoama (HR)
31ROTAS E CAMINHOS | BARLAVENTO
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Autoestrada
Estrada Nacional
Estrada Nacional 125
Barragem
Farol
Marina
Miradouro
Moinho
Monumento
Estrada Municipal
Rota
Sentido da Rota
Museu
Praia
Reserva Natural
Ponto de Partida
Zona Protegida
LEGENDA
rota da costa vicentina
Lagos > Rogil > Odeceixe > Alfambras > Monte Ruivo > Bordeira > Carrapateira >
Vila do Bispo > Lagos
Aljezur (LC)
PERCURSO
32 ROTAS E CAMINHOS | BARLAVENTO | COSTA VICENTINA
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Sevilla Madrid
A2
A22
A22A22
Barragemda Bravura
Fonte da Benmola
Rocha da PenaRocha de Soidos
Barragem do Funcho
Barragem do Arade
Reserva Natural do Sapal de Castro Marim
e Vila Real de Santo Antnio
Barragem de Beliche
Barragem de Odeleite
Parque Natural da Ria Formosa
Parque Natural do Sudoeste Alentejano
e Costa Vicentina
Serra de Espinhao de Co
PalmaresAlvor
Pranha Castelos
Baro deSo Joo
Bensafrim
Budens
Figueira Salema
Senhora deGuadalupe
Hortas do Tabual
Zavial
Alto de Parizes
Pero Queimado
Pedralva
Carrapateira
Monte Ruivo
Espinhao de Co
AlfambrasBarrancoda Vaca
Vales
Pico
Arrifana
Vale da Telha
AldeiaVelha
Rogil
EsteveiraMaria Vinagre
Samouqueira
Baro deSo Miguel
Marmelete
Chilro
Foia
Portela do Vale
Casais
Tapada da Penina
Montesde Alvor
Sesmarias
AlcalarPorto de Lagos
Odelouca
Caldas de Monchique
Picota
Vilamoura
Quinta da Balaia
Montechoro Pat de Baixo
Alfarrobeiras
Cerro do OuroMem Moniz
PurgatrioMonchina
Alcaria
Monte Brito
Lentiscais
Esteval dos Mouros
Nave dosCordeiros
Vale do Lobo
Quinta do Lago
So Jooda Venda
Vale da Venda
EstevalSo
Loureno
Valados
Cruz da Assumada
PortoNobre
Amendoeira
Aldeiada Tr
JavaliBarranco do Velho
Cortelha
Montes Novos
Besteiros
Pelados
Vale daRosa
Taipas Casas
Bentos
Zambujal
Furnazinhas
Cintados
Vale CovoCarrapateira
Estorninhos
Portelada Corcha
Santa Catarinada Fonte do Bispo
Cacela Velha
Monte Gordo
Estrada
So Marcos da Serra
Navedo Baro
Monte Seco
Espargal
Ribeira de Algibre
Picota
Fonte de Boliqueime
Aldeia dasAoteias
Maritenda
So Romo
MachadosMurta
Peral
Pereiro
Mesquita
Lagos e Relvas
Alcaria Branca
Azinhal e Amendoeira
Alcaria Cova
Barranco deSo Miguel Cerro da
Cabea
Foupana
Marim
Ilha do Farol
Ilha de Faro
Ilha do Cabode Santa Maria
Ilha de Tavira
Ilha da Armona
Alfandanga Arroteia deBarro
LivramentoTorre de Ares
Pedras del Rei
Estiramantens
Santo Estvo
Malho
Moinhosda Rocha
Picota
Palheirinhos
gua dos Fusos
Alcaria do Cume
Ribeira
Vale Joo Farto
Manta Rota
Quinta de Cima
NoraAreias
Santa RitaCasas Novas
BuracoBomacha
Lagoa
AlturaAldeia Nova
Mealha
Alcarias Pedro GuerreiroCorte Joo
Marques
CatraiaCortiadas
Bicas
Alportel
Monte Francisco
JunqueiraCastelhanos
Beliche
Sentinela
Quebradas
Corujos
Corte Gago
AlcariasGrandes
Marroquil
Cortelha
Serro do Enho
Corte de Antnio Martins
Ribeira da Gafa
Fonte do Penedo
Alcaria
Foz de Odeleite
lamo
Guerreiros do Rio
Montinho das Laranjeiras
Barluco de Baixo
Barlucode Cima
Cruzamento
Corte da Seda
CorteTabelio
AlcariaCova deBaixo
AlcariaCova de
Cima
Cova da Muda
Clarines
Guies
Fernandilho
Alcarias
Fortim
FERRAGUDO
ESTOMBARLAGOA
CARVOEIRO
PORCHES
ALGOZ
FERREIRASBOLIQUEIME
QUARTEIRA
ALMANCIL
SANTA BRBARADE NEXE
ESTOI MONCARAPACHO
QUELFES FUSETA
CABANAS
CONCEIO
AZINHAL
CACHOPO
SALIR
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ODIXERE
MEXILHOEIRAGRANDE
PADERNE
QUERENA
AMEIXIAL
MARTIMLONGO
VAQUEIROS
PEREIRO
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BORDEIRA
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FontesVenda Nova
Mato Serro
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octogonal, conquistado aos rabes em 1246 por D. Paio Peres Correia.
Atribui-se aos rabes a construo do castelo de Aljezur, que, no cume mais alto se limitaram a erguer uma abbada de xisto e duas torres, uma redonda e outra quadrada, para defesa perfeita do lugar. Conta a lenda que os rabes foram surpreendidos a banhos na magnfica praia da Amoreira, a cerca de 6 km de Aljezur, e a dizimados at que a gua ficasse vermelha. O tempo apagou o horror facnora, mas manteve as belezas naturais.
Acede-se ao castelo pelas ruas ngremes da vila velha e o panorama que se vislumbra vale por si s. L em baixo, fica a vrzea frtil e cultivada. Depois, o Cerro das Ms e por fim os contrafortes da Serra de Espinhao de Co.
Quando descer, impe-se um olhar atento Casa Museu Pintor Jos Cercas, que permite conhecer a vida de um filho ilustre de Aljezur e da sua poca. A dois passos, fica o Museu Mu-nicipal, com um ncleo Arqueolgico e outro Etnogrfico, e tambm uma Galeria. O Museu Antoniano est instalado numa antiga capela,
A Aljezur chega-se, para quem se encontra na costa sul, pela estrada EN 120, sendo Lagos a ltima grande cidade do litoral, antes de nos embrenharmos no territrio do Parque Natural da Costa Vicentina e do Sudoeste Alentejano. A estrada serve de fronteira ao Parque, que se estende at ao litoral.
Em traduo liberal, Aljezur significa, em rabe, a ribeira das pontes seriam necessrias, quando a ribeira era navegvel. O assoreamento levou ao estagnar das guas, tornando difcil a vida das populaes.
Preocupado com a sua sade, o Bispo D. Francisco Gomes, no sculo XIX, quis transferir a aldeia para a colina em frente, e mandou erguer por isso, a igreja na vila nova.
Ou porque a insalubridade se resolveu, ou por resistncias que nestes casos sempre existem, Aljezur ficou dividida em duas. A vila velha descamba em prespio at ribeira, as casas alinhadas em socalco, desde o castelo de forma Alj
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34 ROTAS E CAMINHOS | BARLAVENTO | COSTA VICENTINA
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construda no sculo XVII.
Tome nota, para quando a fome apertar, que a gastronomia local permite saborear as papas mouras: o clssico xarm algarvio, confecionado com farinha de milho mas com um tempero especial, cheirando a cominhos. Incontornvel, o naco de vitela tenro e alto, os sargos suculentos. A seu tempo, que chega no virar do outono, a batata-doce entra para os cozidos, transforma-se em pastis que aqui se fazem como em nenhum outro lugar.
Atravessada a ponte para a vila nova, ao virar a curva, fica a Igreja Matriz, onde ressaltam a imagem da padroeira, Nossa Senhora de Alva, um clice gtico e um cofre eucarstico.
Deixemos ento o casario, em busca das praias escondidas por entre as falsias, no sem antes referir um trilho pedonal: o percurso entre o morro do castelo e a Praia da Amoreira, pelas margens da ribeira. Se o tempo sobrar, j que so cerca de 6 km, deite ps ao caminho, para no perder uma pequena maravilha.
Pela sada norte (EN 120), a 7 km, faamos a primeira incurso ao litoral para espreitar a Praia da Carriagem.
Ter o privilgio de observar o voo de inmeras aves marinhas. guias, aores e gavies, vigiam do alto, usando os ventos para planar.
Teremos de usar o mesmo estrado para regressar ao asfalto, embora quem seja mais destemido e tenha carro apropriado, possa seguir o atalho esquerda, sensivelmente a 3 km da costa. Neste trilho, nos campos alternam a batata-doce e o amendoim.
Muito em breve chegamos ao Rogil onde imprescindvel a visita ao moinho da Arregata.
Quanto gastronomia, nada melhor que os pastis de batata-doce, ou a dita simplesmente assada. Ou talvez uma sandes de moreia frita, se o mar a deu e a mar esteve de feio. Sabores simples, fortes e nicos.
Uma espreitadela lojinha junto estrada vai revelar-se compensadora, especialmente para quem gosta de artesanato.
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35ROTAS E CAMINHOS | BARLAVENTO | COSTA VICENTINA
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Aqui se fabricam as caractersticas chamins do Algarve. Profusamente decoradas, em rendilhados caprichosos, h-as de todos os tamanhos, tanto para encimar os telhados, como para decorao.
Um outro desvio conduz-nos pequena localidade de Esteveira e da, sempre em estrado no asfaltado, ao miradouro da Samoqueira.
O acesso no dos mais fceis, mas definiti-vamente compensador. A est o paraso deserto, o sonho de todos os viajantes. Um pequeno ribeiro formou na foz uma concha de areia. Na baixa-mar, por entre as poas de gua clida vagueiam camares minsculos e transparentes.
Retornando EN 120, passemos por Maria Vinagre, onde os bzios encontrados nas paradisacas praias em redor so matria-prima para trabalhos artesanais. E nos restaurantes da zona, comem-se mariscos acabados de capturar.
O percurso at Odeceixe ladeado de frondosas rvores. A vila est situada num vale estreito, e clara a simbiose campo/praia. Pinheiros e euca-liptos erguem-se majestosos. L no alto, est um moinho reconstrudo com uma bela vista sobre a aldeia. No interior, uma mostra de utenslios segue todo o ciclo da moagem.
No artesanato, os trabalhos em couro so muito apreciados. Daqui at foz da ribeira de Odeceixe, distam 4 km. Em cada uma das margens h uma praia diferente. No lado sul est instalado um miradouro.
A paisagem surpreende-nos pela sua constante mutao. Vira a mar e alm surge um pequeno banco de areia. Enche a ribeira e acol desapa-rece o canavial existente. Como num passe de magia, vemos ora uma praia, ora um rio impetuoso, ora um manso riacho.
Tudo por culpa do encontro entre o mar e as guas doces da ribeira. Do outro lado do cerro fica o Alentejo, que os rios sempre se fizeram fronteiras, pondo-lhes os homens pontes em cima, para que as margens sirvam para unir e no para separar.
Fiquemos no Algarve, com regresso aprazado (EN 120) a Aljezur, que desta vez iremos atravessar, e andado 1 km, seguir o desvio de Vale da Telha. Fo
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36 ROTAS E CAMINHOS | BARLAVENTO | COSTA VICENTINA
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d acesso ao porto, equilibram-se as casas dos pescadores. Eles sabem que nas pedras existem os melhores pesqueiros da costa vicentina, que podem ser degustados nos pequenos restaurantes locais.
Na Pedra da Agulha, um rochedo cnico que se ergue frente praia, os pescadores de perceves, ao rochedo, esperando no fio da navalha que o vaivm bravio das ondas lhe permita ter acesso aos bancos de marisco, situados abaixo da linha de gua. Sobem, depois, com o saco s costas, encharcados at aos ossos, para colher este arisco fruto do mar, cujo sabor no tem melhor descrio do que a simples frase: sabe a mar.
Um curto percurso de 3 km leva-nos at Vales e a seguir continua-se em direo ao Sul, pela EN 120 passando pelas Alfambras. em Espinhao de Co - nome da aldeia e da serra que a rodeia - que se envereda pelo desvio para oeste, numa estrada envolta em luxuriante vegetao, com recantos onde o tempo parece ter parado, at se alcanar Monte Ruivo.
A natureza caprichou em aromas e cores e entende-se a verdadeira razo de nos encon-trarmos num Parque Natural. O ar cheira a
Junto costa, a direo norte leva-nos Praia de Monte Clrigo. O mar cavou grutas de formas excntricas, deixou rochas espalhadas na areia, as ondas fazem as delcias dos que praticam desportos radicais.
Tornaremos ao cruzamento, no sem antes deambular pelo pico das falsias, uma fabulosa vista panormica. Por vezes, o voo das aves compete com as asas dos ultraleves e a copa dos parapentes.
Apontando desta vez a sul, at Praia da Arrifana, deparam-se-nos rochas imponentes que abrigam o pequeno porto de pesca artesanal.
uma zona da costa particularmente acidentada, entre a Pedra da Carraa e a da Atalaia, mas por isso mesmo de grande beleza. Ali, o mar zangou-se e quis levar consigo bocados de rocha escura. Um combate interminvel, com as ondas a rebentarem em fria, nos dias de mar viva, ou em poderosas e calmas vagas. Na rampa que
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37ROTAS E CAMINHOS | BARLAVENTO | COSTA VICENTINA
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rosmaninho e a alecrim. Nas curvas da serra cresce o sobreiro, o pinheiro e o medronheiro, selvagem e espontneo, de cujas bagas se faz a to afamada aguardente de medronho.
Os eucaliptos balanam empurrados pela brisa. Um rebanho pachorrento de vacas castanho--dourado olha-nos com curiosidade, descober-to o seu esconderijo num pequeno e estreito vale, que o trilho torneou.
O verde da esteva est salpicado de flores silvestres vermelhas, amarelas e lilases.
o stio onde se esconde o javali, ou o gato bravo. As codornizes atravessam a estrada em voo rasante. No difcil ver pequenas lebres a saltitar e por vezes os populares comentam a passagem da raposa.
Na interseo com a EN 268, volta-se de novo para sul. Andados 5 km, entramos na Bordeira e so poucos os metros que nos separam da Igreja Paroquial. Alvo e simples, o templo anterior ao terramoto de 1755.
L dentro uma s nave, sustentada pelo arco triunfal. De estilo neoclssico, os altares so em
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38 ROTAS E CAMINHOS | BARLAVENTO | COSTA VICENTINA
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talha dourada. Ao seu lado est o cemitrio com um belo portal de estilo manuelino.
As casas da Bordeira obedecem ao estilo berbere, com telhado de uma s gua. Protegem-se de ventos e intempries seguindo os declives do monte.
A prxima paragem na Carrapateira. A aldeia tem existncia secular e quase se esconde por entre as dunas, mirando a ribeira que lhe corre prximo.
Conta a histria que os corsrios, marroquinos e outros, obrigaram construo do forte em 1673 por D. Nuno da Cunha de Atade, Conde de Pontevel e Governador do Reino. O forte en-volveu o templo, de construo anterior, como atestam os retbulos de Santo Antnio e So Pedro (sculo XVI).
Diz a lenda que muitos dos naufrgios de corsrios eram provocados pela sinalizao incorreta das falsias. Os habitantes, ao ver o inimigo, acendiam fogueiras que os conduziam costa escarpada, donde no conseguiam escapar.
As dunas em volta mudam conforme o capricho
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39ROTAS E CAMINHOS | BARLAVENTO | COSTA VICENTINA
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do vento e das mars. A esta vagabundagem, opem-se frgeis e modestas plantas selvagens, sentinelas contra os desvarios do oceano. H rpteis e cgados a espreitar do cimo de pedras coloridas. E nas margens da ribeira, as lontras chapinham descuidadas.
Chegados ao cume do cerro mais prximo, h que espraiar a vista, sobre o azul escuro do oceano ao longe, os verdes vegetais mais perto, entrecortados pelo branco de cal das casas, participao dos homens nesta paisagem mpar.
Entre a Praia da Bordeira e a Praia do Amado, a estrada junto ao mar permite divisar o perfil de altas arribas a mergulhar na espuma alterosa das ondas. As areias estendem-se terra adentro em dunas extensas, ou so ninhos bordejados por rochas. A Praia do Bordeira, o Pontal e o Palheiro seguem a correnteza caprichosa das penedias em despique com o mar.
Aqui se despede o sol da terra, rumo vastido do Atlntico, e fica o mar a bater nas falsias agrestes, onde o nico som o marulhar das ondas e o adejar das gaivotas. Sente-se a forte brisa martima e o sol pinta uma paleta de cores no mar revolto.
Continuando para sul, na EN 268, a prxima paragem Vila do Bispo, de seu primeiro nome Santa Maria do Cabo. Na Igreja Matriz encontra-se um belo conjunto de azulejos do sculo XVIII e o Centro Cultural exibe frequentemente exposies.
Terra farta, Vila do Bispo foi o celeiro do Algarve, passado atestado por inmeros moinhos.
A mariscagem e a pesca surgiam como comple-mento, relativamente aos trabalhos agrcolas. Afinal, no mar bravio surgiam estranhos monstros, a que hoje chamamos baleias. Os cetceos durante sculos fizeram uma rota migratria na Costa Vicentina. Temerosos, os habitantes apenas lhes aproveitavam os esqueletos, despojos que o mar expelia, para com as costelas erigir cabanas e das vrtebras fazer bancos.
Para voltar a rever a amplitude do oceano, de que nunca nos cansamos, prope-se o desvio para a Praia do Castelejo, gmea da Praia da Cordoama. Na Ponta da guia, os marisqueiros
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40 ROTAS E CAMINHOS | BARLAVENTO | COSTA VICENTINA
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de Vila do Bispo, colocam-se nas pequenas prateleiras que a rocha forma, para da lanarem a linha. Temerrios, enfrentam o azul infinito que se estende a seus ps, com a face e as mos curtidas de sal, aceitando o desafio de arrancar o peixe, mariscos e moluscos s guas revoltas, por vezes em risco de vida.
No regresso a Vila do Bispo, estacione o carro e v a p at Torre dAspa, um dos pontos mais altos junto costa. A seus ps, o mar imenso, salgado das lgrimas de Portugal, como escreveu
Fernando Pessoa, invocando os Descobrimentos, saga que levou marinheiros lusos a todas as partidas do Mundo, em busca de outras terras e outras gentes. Ainda hoje, a terra que os viu nascer e o mar por onde se aventuraram, conservam a beleza primitiva, um invejvel patrimnio natural, ainda intocado. Sero poucos e fceis os quilmetros de volta, pela EN 125, bela e cosmopolita Zawaia, como lhe chama-ram os rabes, a quem os romanos batizaram de Lacbriga e os lusitanos, Lagos.
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41ROTAS E CAMINHOS | BARLAVENTO | COSTA VICENTINA
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42 ROTAS E CAMINHOS | BARLAVENTO
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caminhos almdo barlaventoPor um par de dias esqueamos a costa agreste batida
pelas guas espumosas. Deambulemos pelos algarves
ternos da ave rodopiante e intercetora, da gua que afoga
conchas num bilio de gros ao longo da costa suave.
Emaranhemo-nos pelas canas de infinitas surpresas,
atulhemo-nos nos sapais da gara e do perna-longa,
da cegonha e de todos os outros precavidos peraltas
imigrantes. Com os ps nus na areia fina e mole
aqueamo-los e ao esprito na gua ronceira e
pacificada, bebamos ali um pouco de Mediterrneo
sempre com os olhos no oceano infindo.
Mais longe, num suave prolongamento alentejano,
perscrutemos Espanha nas orlas danantes do grande rio
peninsular que por ali morre. Ouamos palmas andaluzas
trazidas pelo vento, miragens de saias afolhadas e portes
altivos sobre garupas.
Mas no percamos nunca os dali: abraados para sempre
pelo terno Caldeiro, assentam a vida na terra de alfarrobas
e amndoas, s para eles longe dos mares. Nos umbrais de cal,
sob sombras de muros virgens e chamins de renda, entrelaam
vime e moldam o que mais lhes sobra. Visitemos seculares
cidades que se deixaram a mouriscar e depois embranqueceram.
As mil igrejas de Tavira, os mil jardins de Loul, os mil
restaurantes com cheiros a mar nas bordas de Olho.
Encantemo-nos com o Algarve de Sotavento.
Percamo-nos de ns encontrando-nos com o que
de mais indomvel e mourisco nos ficou.
Alcoutim (HR)
43ROTAS E CAMINHOS | BARLAVENTO
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Sevilla Madrid
A2
A22
A22A22
Barragemda Bravura
Fonte da Benmola
Rocha da PenaRocha de Soidos
Barragem do Funcho
Barragem do Arade
Reserva Natural do Sapal de Castro Marim
e Vila Real de Santo Antnio
Barragem de Beliche
Barragem de Odeleite
Parque Natural da Ria Formosa
Parque Natural do Sudoeste Alentejano
e Costa Vicentina
Serra de Espinhao de Co
PalmaresAlvor
Pranha Castelos
Baro deSo Joo
Bensafrim
Budens
Figueira Salema
Senhora deGuadalupe
Hortas do Tabual
Zavial
Alto de Parizes
Pero Queimado
Pedralva
Carrapateira
Monte Ruivo
Espinhao de Co
AlfambrasBarrancoda Vaca
Vales
Pico
Arrifana
Vale da Telha
AldeiaVelha
Rogil
EsteveiraMaria Vinagre
Samouqueira
Baro deSo Miguel
Marmelete
Chilro
Foia
Portela do Vale
Casais
Tapada da Penina
Montesde Alvor
Sesmarias
AlcalarPorto de Lagos
Odelouca
Caldas de Monchique
Picota
Vilamoura
Quinta da Balaia
Montechoro Pat de Baixo
Alfarrobeiras
Cerro do OuroMem Moniz
PurgatrioMonchina
Alcaria
Monte Brito
Lentiscais
Esteval dos Mouros
Nave dosCordeiros
Vale do Lobo
Quinta do Lago
So Jooda Venda
Vale da Venda
EstevalSo
Loureno
Valados
Cruz da Assumada
PortoNobre
Amendoeira
Aldeiada Tr
JavaliBarranco do Velho
Cortelha
Montes Novos
Besteiros
Pelados
Vale daRosa
Taipas Casas
Bentos
Zambujal
Furnazinhas
Cintados
Vale CovoCarrapateira
Estorninhos
Portelada Corcha
Santa Catarinada Fonte do Bispo
Cacela Velha
Monte Gordo
Estrada
So Marcos da Serra
Navedo Baro
Monte Seco
Espargal
Ribeira de Algibre
Picota
Fonte de Boliqueime
Aldeia dasAoteias
Maritenda
So Romo
MachadosMurta
Peral
Pereiro
Mesquita
Lagos e Relvas
Alcaria Branca
Azinhal e Amendoeira
Alcaria Cova
Barranco deSo Miguel Cerro da
Cabea
Foupana
Marim
Ilha do Farol
Ilha de Faro
Ilha do Cabode Santa Maria
Ilha de Tavira
Ilha da Armona
Alfandanga Arroteia deBarro
LivramentoTorre de Ares
Pedras del Rei
Estiramantens
Santo Estvo
Malho
Moinhosda Rocha
Picota
Palheirinhos
gua dos Fusos
Alcaria do Cume
Ribeira
Vale Joo Farto
Manta Rota
Quinta de Cima
NoraAreias
Santa RitaCasas Novas
BuracoBomacha
Lagoa
AlturaAldeia Nova
Mealha
Alcarias Pedro GuerreiroCorte Joo
Marques
CatraiaCortiadas
Bicas
Alportel
Monte Francisco
JunqueiraCastelhanos
Beliche
Sentinela
Quebradas
Corujos
Corte Gago
AlcariasGrandes
Marroquil
Cortelha
Serro do Enho
Corte de Antnio Martins
Ribeira da Gafa
Fonte do Penedo
Alcaria
Foz de Odeleite
lamo
Guerreiros do Rio
Montinho das Laranjeiras
Barluco de Baixo
Barlucode Cima
Cruzamento
Corte da Seda
CorteTabelio
AlcariaCova deBaixo
AlcariaCova de
Cima
Cova da Muda
Clarines
Guies
Fernandilho
Alcarias
Fortim
FERRAGUDO
ESTOMBARLAGOA
CARVOEIRO
PORCHES
ALGOZ
FERREIRASBOLIQUEIME
QUARTEIRA
ALMANCIL
SANTA BRBARADE NEXE
ESTOI MONCARAPACHO
QUELFES FUSETA
CABANAS
CONCEIO
AZINHAL
CACHOPO
SALIR
ALTE
SO BARTOLOMEUDE MESSINES
ODIXERE
MEXILHOEIRAGRANDE
PADERNE
QUERENA
AMEIXIAL
MARTIMLONGO
VAQUEIROS
PEREIRO
ODELEITE
BORDEIRA
ODECEIXE
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Mato Serro
Benagil
Armao de Pra
Pra
Alcantarilha
LUZ DE TAVIRAVILADO BISPO
ALJEZUR
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MONCHIQUE
PORTIMO
SILVES
ALBUFEIRA
LOUL
FARO
OLHO
SO BRS DE ALPORTEL
TAVIRA
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