rotas de contaminação · pelos ares: pragas e doenças pegam carona em vôos comerciais us air...

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34 MAIODE 2007 PESQUISA FAPESP 135 (predador felino natural) e de coelho,se interessam pela primeira.E preferem uma coleira usada por um gato durante um mês a outra igual,mas sem cheiro. Esses roedores destemidos carregam o parasita Toxoplasma gondii, que vive em cerca de metade da população humana mundial. Ratos e camundongos não infectados se comportaram normalmente,com aversão a tudo o que remetia a felinos. A doença não afetou outros medos nem a capacidade de aprendizado.O ciclo de vida de T. gondii pode > Árvores do passado Um estudo recente dá aos botânicos uma boa idéia de como eram as primeiras árvores que cresceram sobre a Terra.Pesquisadores dos Estados Unidos e do País de Gales reconstruíram o fóssil de uma árvore que existiu há 385 milhões de anos na floresta fóssil de Gilboa, no estado de Nova York.A árvore tinha um tronco com 8 metros de comprimento e ramos largos com folhas semelhantes às das atuais samambaias.Prendia-se ao solo por raízes curtas.Antes desse estudo,publicado em abril na Nature, conhecia-se apenas a parte inferior do caule dessas plantas.Segundo Christopher Berry,da Universidade de Cardiff,no País de Gales,um dos autores do estudo,florestas formadas por essas árvores devem ter proporcionado um ambiente rico para outros organismos e contribuído para reduzir os níveis de gás carbônico na atmosfera.Recentemente outra equipe anglo- americana descreveu uma floresta fóssil de 300 milhões de anos a 100 metros de profundidade em uma mina no estado de Illinois,que deverá permitir conhecer como diferentes espécies de plantas se distribuíam nas florestas tropicais (Geology). > Quem tem medo do lobo mau? Os ratos e camundongos do experimento liderado por Ajai Vyas,da Universidade Stanford,nos Estados Unidos,não temem gatos. Mais:diante de urina de lince LAURABEATRIZ Rotas de contaminação Pelos ares: pragas e doenças pegam carona em vôos comerciais US AIR FORCE LABORATÓRIO MUNDO CIÊNCIA > passar por vários mamíferos, mas só se completa em gatos.É conveniente,então, que seu hospedeiro seja comido por um gato. Os pesquisadores verificaram que o parasita forma cistos em várias regiões do cérebro mas sobretudo na amígdala, região interconectada com diversas outras áreas ( PNAS). Desde que partiu da África para o resto do mundo en- tre 85 mil e 60 mil anos atrás, o ser humano levou consigo mais do que sua carga genética e sua cultu- ra. Carregou também bac- térias e outros seres vivos, provocando uma lenta e gradual introdução de diver- sas espécies em outros con- tinentes. Já foi assim, mas recentemente tudo mudou com os avanços tecnológi- cos, que levam as pessoas cada vez mais longe em me- nos tempo. No mundo atual, interligado por uma comple- xa rede de aviação destina- da ao transporte de passa- geiros e de carga, aumen- tou muito o risco de conta- minação dos ambientes com espécies consideradas exóticas. Precupados com esse problema, Andrew Ta- tem, da Universidade de Oxford, na Inglaterra, e Si- mon Hay, do Centro de Me- dicina Geográfica, em Nai- róbi, no Quênia, resolveram levantar, mês a mês, as in- formações sobre as 44.285 rotas aéreas existentes e o clima de 3.364 aeropor- tos no período entre 1º de maio de 2005 e 30 de abril de 2006. Cruzando os da- dos, os pesquisadores ma- pearam os aeroportos liga- dos por pelo menos uma ro- ta aérea que apresentavam clima mais parecido em ca- da mês do ano. Assim, iden- tificaram as rotas e as re- giões mais suscetíveis à contaminação em um deter- minado período. Os resulta- dos mostram que em junho e julho é maior o risco de con- taminações. É verão no he- misfério Norte, clima ideal para a propagação de diver- sas pragas, e há um aumen- to no número de vôos por causa das férias. Esse perío- do também é o de maior equivalência climática en- tre os aeroportos. Publica- do nos Proceedings of the Royal Society, o estudo po- de orientar a adoção de me- didas que impeçam a propa- gação de pragas agrícolas e de doenças tropicais, que po- dem se tornar mais comuns com o aumento da tempera- tura no planeta.

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Page 1: Rotas de contaminação · Pelos ares: pragas e doenças pegam carona em vôos comerciais US AIR FORCE LABORATÓRIO MUNDO > CIÊNCIA passar por vários mamíferos, mas só se completa

34 ■ MAIODE 2007 ■ PESQUISA FAPESP 135

(predador felino natural) e de coelho,se interessampela primeira.E preferemuma coleira usada por umgato durante um mês a outraigual,mas sem cheiro.Esses roedores destemidoscarregam o parasitaToxoplasma gondii, que viveem cerca de metade dapopulação humana mundial.Ratos e camundongos nãoinfectados se comportaramnormalmente,com aversão atudo o que remetia a felinos.A doença não afetou outrosmedos nem a capacidade de aprendizado.O ciclo de vida de T. gondii pode

> Árvores do passado

Um estudo recente dá aosbotânicos uma boa idéia de como eram as primeirasárvores que cresceram sobrea Terra.Pesquisadores dosEstados Unidos e do País deGales reconstruíram o fóssilde uma árvore que existiu há 385 milhões de anos na floresta fóssil de Gilboa,no estado de Nova York.Aárvore tinha um tronco com8 metros de comprimento e ramos largos com folhassemelhantes às das atuaissamambaias.Prendia-se aosolo por raízes curtas.Antesdesse estudo,publicado emabril na Nature, conhecia-seapenas a parte inferior docaule dessas plantas.SegundoChristopher Berry,daUniversidade de Cardiff,noPaís de Gales,um dos autoresdo estudo,florestas formadaspor essas árvores devem terproporcionado um ambienterico para outros organismose contribuído para reduzir os níveis de gás carbônico na atmosfera.Recentementeoutra equipe anglo-americana descreveu umafloresta fóssil de 300 milhõesde anos a 100 metros deprofundidade em uma minano estado de Illinois,quedeverá permitir conhecercomo diferentes espécies deplantas se distribuíam nasflorestas tropicais (Geology).

> Quem tem medo do lobo mau?

Os ratos e camundongos doexperimento liderado porAjai Vyas,da UniversidadeStanford,nos EstadosUnidos,não temem gatos.Mais:diante de urina de lince

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passar por vários mamíferos,mas só se completa em gatos.É conveniente,então,que seu hospedeiro sejacomido por um gato.Os pesquisadoresverificaram que o parasitaforma cistos em váriasregiões do cérebro massobretudo na amígdala,região interconectada comdiversas outras áreas (PNAS).

Desde que partiu da África

para o resto do mundo en-

tre 85 mil e 60 mil anos

atrás, o ser humano levou

consigo mais do que sua

carga genética e sua cultu-

ra. Carregou também bac-

térias e outros seres vivos,

provocando uma lenta e

gradual introdução de diver-

sas espécies em outros con-

tinentes. Já foi assim, mas

recentemente tudo mudou

com os avanços tecnológi-

cos, que levam as pessoas

cada vez mais longe em me-

nos tempo. No mundo atual,

interligado por uma comple-

xa rede de aviação destina-

da ao transporte de passa-

geiros e de carga, aumen-

tou muito o risco de conta-

minação dos ambientes

com espécies consideradas

exóticas. Precupados com

esse problema, Andrew Ta-

tem, da Universidade de

Oxford, na Inglaterra, e Si-

mon Hay, do Centro de Me-

dicina Geográfica, em Nai-

róbi, no Quênia, resolveram

levantar, mês a mês, as in-

formações sobre as 44.285

rotas aéreas existentes e

o clima de 3.364 aeropor-

tos no período entre 1º de

maio de 2005 e 30 de abril

de 2006. Cruzando os da-

dos, os pesquisadores ma-

pearam os aeroportos liga-

dos por pelo menos uma ro-

ta aérea que apresentavam

clima mais parecido em ca-

da mês do ano. Assim, iden-

tificaram as rotas e as re-

giões mais suscetíveis à

contaminação em um deter-

minado período. Os resulta-

dos mostram que em junho

e julho é maior o risco de con-

taminações. É verão no he-

misfério Norte, clima ideal

para a propagação de diver-

sas pragas, e há um aumen-

to no número de vôos por

causa das férias. Esse perío-

do também é o de maior

equivalência climática en-

tre os aeroportos. Publica-

do nos Proceedings of the

Royal Society, o estudo po-

de orientar a adoção de me-

didas que impeçam a propa-

gação de pragas agrícolas e

de doenças tropicais, que po-

dem se tornar mais comuns

com o aumento da tempera-

tura no planeta.

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PESQUISA FAPESP 135 ■ MAIO DE 2007 ■ 35

> Picolé dealumínio

Cilindros de gelo retirados de uma profundidade de 100 metros registramacontecimentos longínquos –no espaço e no tempo.É o caso de dois dessestestemunhos da penínsulaAntártica, formados por neveque caiu entre 1832 e 1991.Ao analisar as substânciasimpregnadas na geleira,pesquisadores verificaramque o teor de alumínio maisdo que dobrou nesse período(PNAS). O alumínio sedesprende de áreas expostasda crosta terrestre e nãoexiste na água. Por isso,só podia vir de longe – da Patagônia, que passou por um processo dedesertificação nesse período.“Áreas com menos vegetação,mais secas ou ventos maisfortes podem contribuir parao aumento da concentraçãode micropartículas naatmosfera”, explica JeffersonSimões, da UniversidadeFederal do Rio Grande do Sul, co-autor do estudo.

> Para todo tipo de sangue

Talvez esteja próximo o fimda busca dos bancos desangue por doadores do tipoO, considerado universalporque pode sertransfundido para pessoas de qualquer um dos quatroprincipais tipos sangüíneos(A, B, AB e O). Pesquisadoresdos Estados Unidos,da França, da Suécia e daDinamarca conseguiram umaforma eficiente de convertersangue dos tipos A, B e ABem O, determinados pelapresença ou ausência de dois

açúcares na superfície dashemácias. As hemácias de quem tem sangue tipo Aou B são recobertas porapenas um desses açúcares,enquanto as dos portadoresde sangue AB apresentamambos. O sangue O édesprovido desses açúcares,que permitem às células dosistema de defesa identificare destruir um tipo sangüíneoincompatível. Usando duasenzimas que consomemesses açúcares, a equipecoordenada por GerlindSulzenbacher e HenrikClausen limpou a superfíciedas hemácias, deixando-ascomo as do grupo sangüíneoO. Proposta na década de1980, essa estratégia aindanão havia funcionado bemporque não se conheciamenzimas que destroem esses açúcares nas condiçõesfisiológicas do sangue.O grande feito agora foiencontrar duas bactérias quefabricam enzimas específicaspara consumir cada um dos açúcares (NatureBiotechnology). Funcionouem laboratório, mas ainda épreciso testar em seres vivos.

Antártica: gelo preserva compostos de terras distantes

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> Macaquicesgenômicas

As criaturas peludas quepassam parte do tempocatando parasitas emcompanheiros parecem bemdiferentes de quem lê estarevista. Em termos genéticos,agora se sabe, humanos emacacos rhesus diferem em7%. O número é resultadodo trabalho de cerca de 200 pesquisadores, queseqüenciaram o genoma do rhesus, ou Macacamulatta (Science). A fisiologia

dos rhesus é muito parecidacom a humana. Por isso são muito usados empesquisa médica. O materialgenético seqüenciado veio de uma única fêmea, mas os pesquisadores usaramamostras de 47 outrosindivíduos para avaliar a variação em genes comimportância médica.Algumas alterações genéticasque causam problemas emhumanos também existemem rhesus, mas não emchimpanzés – cujo genoma é98% semelhante ao humano.Os pesquisadores acreditamque o mapa detalhado do DNA dos rhesus ajudará a identificar genes envolvidosem males como câncer,diabetes e doenças cardíacas.A importância dessainformação vai além damedicina. Por serem muitoparecidos, comparar o genoma humano ao do chimpanzé é poucoesclarecedor em termosevolutivos. Cotejá-lo ao de uma espécie menosaparentada trouxe dadosinéditos a respeito de quaisalterações genéticas surgiramna linhagem humana e quaisvieram de seus ancestrais.

Genoma do rhesus: novas pistas sobre a evolução humana

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salpicado de exemplos,comoa idéia de produzir ovelhastransgênicas que soltem a lã em época determinada,e não precisem ser tosadas,e de um crime solucionadopor um exame de DNA quecomprovou que os pêlos najaqueta da vítima pertenciamao gato de seu namorado.

36 ■ MAIODE 2007 ■ PESQUISA FAPESP 135

Eles vivem em casas sobre palafitas na Amazô-

nia e se alimentam sobretudo de farinha de

mandioca e peixe. Açaí só na época. Alguns

homens têm emprego, mas a maior parte tra-

balha esporadicamente ou troca açaí por pro-

dutos industrializados. São os ribeirinhos das

sete comunidades em torno da Floresta Na-

cional de Caxiuanã, no Pará, estudadas por

Barbara Piperata, da Universidade Estadual

de Ohio, nos Estados Unidos (American Jour-

nal of Physical Anthropology). Para investigar

se a inserção na economia de mercado afetou

sua nutrição, a antropóloga mediu 471 pessoas

de todas as idades e entrevistou os chefes de

85 famílias. Encontrou poucos sinais de mu-

dança: homens com emprego fixo tendem à

obesidade, pois fazem três refeições no tra-

balho. Suas crianças são mais bem nutridas

brasileiros e americanosacaba de revelar um dosmecanismos que garantem a sobrevivência dosmicroorganismos:é aresistência a óxido nítrico,que em geral mata por estresse oxidativo (BMC Infectious Diseases).O grupo retirou parasitas de

> DNA sem segredos

Pôr o DNA ao alcance de todos.É esse o objetivo deDNA – Segredos & mistérios(Editora Sarvier),produtodos mais de 25 anos decarreira em genética médicade Solange Bento Farah.A rapidez dos avanços dabiologia molecular tornou a primeira ediçãodesatualizada em umadécada.Por isso a segundaedição vem completamenterevista e ampliada,inclusivecom referências a sitesrelevantes e acessíveis aopúblico leigo.A disseminaçãoda internet é um dos motivos que levou Solange a reformular o livro,pois “o leitor menos preparadopode afogar-se em um mar de fatos e dados e acabarformulando uma idéiaerrada do quadro geral”,afirma a autora no prefácio.Com mais de 500 páginas,é uma síntese valiosa que cobre conceitos básicos em genética,avanços que freqüentam a mídiadiariamente como clonageme transgênicos e aspectoséticos da biotecnologiamolecular.O texto vem

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> Parasitas que usam antioxidantes

Os parasitas que causam a leishmaniose sobrevivem e se multiplicam dentro das células de defesa dohospedeiro,em vez de seremdestruídos.Uma equipe que reúne pesquisadores

Farinha com peixe

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que a média, mas o efeito não se estende para

os outros adultos e jovens da família – que con-

tinuam a levar uma vida de subsistência. O re-

sultado mais marcante foi uma taxa alta (por

volta de 50%) de nanismo na população. São

adultos que cresceram menos do que o nor-

mal, mas não mostram sinais de carência nu-

tricional, sinal de uma alimentação deficiente

em nutrientes durante o crescimento. Barbara

atribui esse crescimento anormal à alimen-

tação à base de farinha quando a criança é

desmamada, por volta de 1 ano de idade. Além

disso, os ribeirinhos estudados sofrem com

diarréias, infecções respiratórias e parasito-

ses, que em geral não são tratadas. Para a

pesquisadora a situação nutricional é preo-

cupante e pode ser responsável por proble-

mas crônicos de saúde.

Amazônia: dietaleva a crescimentoabaixo do normal

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Page 4: Rotas de contaminação · Pelos ares: pragas e doenças pegam carona em vôos comerciais US AIR FORCE LABORATÓRIO MUNDO > CIÊNCIA passar por vários mamíferos, mas só se completa

pacientes com leishmaniose,que cultivou em laboratóriocom ou sem óxido nítrico.Verificaram que alguns deles não só sobrevivem à substância, mas tambémcausam formas mais gravesde leishmaniose cutânea.O estudo não propõe uma terapia, mas dá pistassobre o caminho a seguir.

> Jardineirasem miniatura

Formigas da Caatingaajudam a plantar sementes.É o que mostra o trabalholiderado por Inara Leal,da Universidade Federal de Pernambuco, em Xingó –entre Bahia, Sergipe e Alagoas (Annals of Botany).A equipe observou que 18espécies de formiga carregamsementes e por vezes comemseu revestimento. Os insetosmostraram interesse porvários tipos de planta, mas asíndrome típica de dispersãode sementes por formigas,ou mirmecocoria, foi mais

> Conversade lagarto

O calango-verde Ameivaameiva de vez em quandointerrompe sua caminhada,senta-se e libera, de glândulaslocalizadas na parte internade suas coxas, pequenoscilindros sólidos. É por meiodessa secreção, que exalacompostos (feromônios)atraentes para o lagarto, queesse réptil se comunica comcompanheiros de espécie sem emitir sons. A secreção é formada por células que, aomorrer, se acumulam numcanal que liga as glândulas a poros que se abrem nasescamas. Como as glândulassão iguais no macho e nafêmea, devem ter a mesmafunção para ambos, supõemos biólogos. Pesquisadores do Instituto Butantan e da USP, coordenados por Carlos Jared, analisaram a secreção e concluíram queela está relacionada com a comunicação entre essescalangos, que falam a línguados feromônios, de acordocom artigo publicado noJournal of Morphology. Parase entenderem os lagartosrecolhem do ar, com a língua bífida, as mensagensquímicas contidas nasmoléculas que evaporam da secreção sólida. Restadescobrir o recado que essasmensagens transmitem.Trabalho de fomiga:

carregar sementes

Itacaré: areia com elementos químicos radioativos

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freqüente na família daseuforbiáceas, cujas sementestêm uma proeminênciacarnosa (carúncula). Namirmecocoria verdadeira asformigas carregam a sementepara o ninho, comem acarúncula e abandonam asemente intacta. Osexperimentos feitos pelaequipe de Inara mostraram C

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Calango:comunicação porferomônios

A análise das amostras, feitapela equipe de RobertoMeigikos dos Anjos,da Universidade FederalFluminense, mostrouconcentração significativadesses elementos nas areiasde Mambucaba e BuenaVista, no Rio; Anchieta,Meaípe, Guarapari, Vitória,Serra e São Mateus, noEspírito Santo; e em PortoSeguro e Itacaré, na Bahia(Radiation Mesurements).Aparentemente inofensivopara quem gosta de tomarsol ou banho de maralgumas vezes na semana,esse tipo de areia não deveser usado na construção decasas, porque pode deixarseus moradores expostos aníveis de radiação superioresaos considerados seguros.

que as formigas espalham as sementes até um máximo de 11 metros da planta-mãe e que a terra do ninho é maispropícia à germinação doque o solo sem formigueiros.

> Sol, mar e radioatividade

O trecho do litoral brasileiroque vai do sul de São Pauloao norte da Bahia tem mais do que águas verdescristalinas e coqueiros.Alguns dos paraísosfreqüentados pelos banhistastêm também areiascastanho-avermelhadas que são radioativas.Pesquisadores do Rio de Janeiro e de São Paulocoletaram amostras de areiade 43 praias ao longo de 2 mil quilômetros da costabrasileira e avaliaram o teorde três elementos químicosradioativos: potássio (40K),urânio (238U) e tório (232Th).Em geral instáveis, esseselementos tendem a originar outros maisestáveis e a emitir a forma maisenergética deradiação: os raios gama.

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> Os olhos daradiação T

Os benefícios dos aparelhosde raio X,com maisvantagens e uso mais amplo –é o que promete o controletecnológico dos raios T,de radiação de terahertz.Um equipamento que controla e emite ondaseletromagnéticas T foi desenvolvido porpesquisadores ingleses da Universidade de Bath em colaboração com duas universidadesespanholas,Autônoma deMadri e de Zaragoza.Os raios T podem ser usadosem sondas para endoscópiostanto para verificar célulascancerosas como para “ver”dentro de objetos como

bolsas e bagagens,pacotes de papelão,paredes dealvenaria,além de identificarexplosivos dentro de aeroportos e detectar e fazer análises químicas,

com a identificação demoléculas de proteínas,vírus e bactérias.Os raios Tsó não podem ser usados na água e em metais.O projeto foi financiado pela Royal Society,naInglaterra,União Européia e Força Aérea dos EstadosUnidos (London Press).

> Nanogerador ultra-sônico

Cientistas do InstitutoTecnológico da Geórgia,nos Estados Unidos,desenvolveram um geradorde dimensões nanométricasque pode servir como fontede energia para uma série de máquinas no futuro.O aparelho utiliza ondas

ultra-sônicas para produziruma corrente direta na ordem de 1 nanoampere (a bilionésima parte de 1 ampere).Em um trabalhoanterior,a equipe do chinêsZhong Lin Wang haviadescoberto que nanofios de óxido de zinco criavampequenas cargas elétricasquando eramdobrados e soltos repetidamente.Agora os pesquisadoresexploraram esse fenômenousando vibrações para fazerum eletrodo de platina cheio de ranhuras se moververticalmente.Em contatocom o eletrodo,os nanofiosse dobram repetidamente,produzindo a corrente.Como diferentes conjuntosde fios se movemalternadamente,a corrente

Até o final do ano um pequeno avião monomotor deverá fazer

um vôo tripulado na Espanha com um sistema de propulsão for-

mado por uma célula a combustível, equipamento que usa o

hidrogênio para gerar energia elétrica, e baterias de lítio, seme-

lhantes e mais potentes que as usadas em celulares. O avião é

um protótipo da Boeing, gigante norte-americana que conta nes-

se projeto com parcerias de várias empresas e universidades es-

panholas, e de companhias alemãs, austríacas, inglesas, france-

sas e norte-americanas. Silenciosa e com índice zero de emis-

são de poluentes, a tecnologia de célula a combustível é a mais

indicada para gerar eletricidade e substituir os motores que quei-

mam derivados de petróleo. A indústria automobilística já estu-

da seu uso e tem vários protótipos com esse tipo de equipamen-

to e agora é a vez da indústria aeronáutica. No caso do Boeing

Phantom Works, o sistema com hidrogênio vai ser utilizado no

vôo de cruzeiro, fora das etapas de decolagem e subida para atin-

gir altitude, quando a célula contará com a ajuda das baterias.

O sistema de célula e baterias aciona um motor elétrico, que por

sua vez faz movimentar uma hélice convencional. A Boeing tam-

bém analisa o emprego de células a combustível para siste-

mas secundários numa aeronave. Esse uso está mais perto de

se tornar comercial e equipar os aviões dentro de dez a 15 anos.

Hidrogênio no avião

1 Bateria de lítio2 Tanque de hidrogênio3 Controle e distribuição de potência4 Motor de controle e inversão

de potência5 Sistema de controle da célula

a combustível6 Centro da célula a combustível 7 Filtro de ar8 Sistema de controle da célula

a combustível9 Reservatório de água

10 Radiador11 Motor elétrico

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LINHA DE PRODUÇÃOMUNDO

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Imagem de raios T demanequim com roupa ematerial plástico no bolso

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produzida é contínua. Osautores conseguiram mantero gerador funcionandoininterruptamente por mais de uma hora.O dispositivo pode ser usadopara obter energia elétrica de sistemas que vibramnaturalmente, como acontececom alguns relógios.Os pesquisadores esperamconseguir controlar melhor a densidade dos fios,a fim de fazer milhões ou até bilhões deles produziremcorrente simultaneamente,otimizando a operação do gerador. Se um dispositivocomo esse for instalado num sapato, o movimento de andar poderá gerar uma pequena corrente para alimentar pequenosaparelhos eletrônicos.

> Material ultra-resistente

Um material ultra-resistente,capaz de arranhar umdiamante e que pode serfabricado a um custo baixo,foi criado por pesquisadoresda Universidade da Califórnia,em Los Angeles, EstadosUnidos. O diamante é o material natural maisresistente conhecido.As estruturas sintetizadascapazes de rivalizar com sua dureza são submetidas a altas pressões na suafabricação. O novo material,resultante de uma misturados elementos químicos rênio e boro, foi fabricadosem precisar dessascondições. Ele é parecidoestruturalmente tanto comum metal quanto com um cristal. Para incorporar as diferentes propriedadesdos dois materiais, ospesquisadores aqueceram

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> Plástico virabiodiesel

Um novo plástico que pode ser convertido embiodiesel depois do uso foi desenvolvido naUniversidade Politécnica,de Nova York, nos EstadosUnidos, a partir de óleosvegetais. A pesquisa foiliderada pelo químicoRichard Gross,que descreveu o bioplásticocomo mais resistente e mais durável do que os polietilenos tradicionais.O produto poderá ser usadocomo um plástico comum,tanto rígido como flexível,para embalagens e outrasaplicações. Em vez de ser descartado após o uso,ele é transformado emcombustível pela ação de uma enzima chamadacutinase, produzida a partir de fungos. Essatransformação não necessita de nenhumequipamento especial e pode ser feita em recipientessimples. Os benefícios de um bioplástico que podeser transformado emcombustível são importantesporque, além de diminuir a quantidade de embalagensplásticas descartadas,ele propiciará redução na demanda de combustívelà base de petróleo.

PESQUISA FAPESP 135 ■ MAIO DE 2007 ■ 63

são também recobertos commaterial transparente econdutor. Os raios solaresrefletem dentro dos ladosdessas torres muitas vezespropiciando uma melhorabsorção e conversão da energia dos raios solares.A outra novidade foidesenvolvida na UniversidadeWake Forest, da cidade deWinston-Salem, na Carolinado Norte. Pesquisadoresconseguiram um novorecorde de conversão de luzsolar em energia com célulassolares plásticas e flexíveis.Eles atingiram a marca de 6%de conversão. As célulastradicionais convertem 12%.Por serem mais baratas, ospesquisadores acreditam que,se atingirem 8%, elas setornarão comerciais.

Célula solar em 3D: composta de nanotubos

Novo material nas formas de pó e sólido

e misturaram os elementos,adicionando uma potentecorrente elétrica na mistura. Isso fez com querapidamente derretessem,formando uma misturaregular, brilhante comometal, e também muito rígida.

> Energia solarem evolução

Duas novidades em relação acélulas solares poderão trazerum melhor aproveitamento e maior disseminação daenergia solar para gerareletricidade. A primeira vem do Instituto de PesquisaGeórgia Tech, em Atlanta,nos Estados Unidos. Elesdesenvolveram umacobertura para os sistemasfotovoltaicos usandonanotubos de carbono quedeixam esses dispositivos emforma tridimensional (3D)para captar maiorporcentagem de raios solares,além de serem mais leves ecom tamanho reduzido. Ascélulas tradicionais têm umasuperfície plana e refletemuma porção significativa da luz solar. Os nanotubosinstalados em forma de torres

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> Iogurtepremiado

Um iogurte em pó, que tem em sua formulaçãobactérias que auxiliam no funcionamento regular

Identificação precisa

premiadas. Participaramainda do trabalho GabrielaSeirafe, Luciana Simões,Tatiana Alves e ThelmaTeixeira, orientadas pelaprofessora Cynthia Kunigk.O iogurte probiótico em pó, nome do novo produtofuncional que está em fase de depósito de patente,tem como principaldiferencial a praticidade para o consumidor.Pode ser carregado na bolsae, para ser consumido,basta acrescentar água.Algumas empresas jádemonstraram interesse em fabricar o produto.

do intestino, venceu a primeira edição do Prêmio Abea de InovaçãoTecnológica, da AssociaçãoBrasileira de Engenheiros de Alimentos. O produtofuncional foi desenvolvidocomo trabalho de conclusãode curso por alunas deengenharia de alimentos daEscola de Engenharia Mauá,de São Caetano do Sul,no Grande ABC paulista.“Escolhemos fazer o iogurtecom o sabor morango porser mais popular, mas elepode ser fabricado em váriossabores”, diz Tathiana LopesDavid, uma das alunas

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ARUm software de reconhecimento de impres-

sões digitais desenvolvido pela empresa Griau-

le, de Campinas, interior paulista, ficou com o

primeiro lugar na Fingerprint Verification Com-

petition – FVC 2006, uma competição inter-

nacional para verificação eletrônica de impres-

sões digitais que tem como objetivo avaliar os

mais recentes avanços obtidos nas pesquisas

em biometria, tecnologia de identificação ba-

seada na análise de características únicas

de cada pessoa, como mãos, rosto, voz e íris

(leia em Pesquisa FAPESP nº 130). A edição

de 2006 recebeu 150 inscrições de empresas,

pesquisadores de universidades e desenvol-

vedores independentes, dos quais apenas 54

foram classificados para submeter as opera-

ções matemáticas (algoritmos) que fazem

os sistemas funcionar. Os softwares são tes-

tados em quatro bancos de dados, cada um

com 12 amostras de 150 dedos, num total de

1,8 mil imagens obtidas por um leitor de im-

pressões digitais. O algoritmo que apresentar

a menor margem de erro ao reconhecer amos-

tras é o vencedor. O da Griaule apresentou a

taxa média de 2,155%. O do segundo colo-

cado, uma empresa chinesa, foi de 2,27%. A

competição é organizada a cada dois anos pe-

los quatro maiores centros mundiais de pes-

quisa em biometria, localizados na Universi-

> Apiculturaintegrada

Os apicultores contam agoracom novas ferramentas para ajudá-los na produção de mel e outros produtos.Uma delas é o Portal daApicultura Brasileira, siteque traz informações sobre o mercado, informaçõestécnicas e tecnológicas e notícias da área. O portalfaz parte do ProjetoIntegrado para a Apicultura,que conta ainda com umsistema de rastreamento e gerenciamento apícolachamado Laborapix, comosoftwares, hardwares, que será utilizado para registrar o passo-a-passo da produção.A validação desse sistema será realizado entre maio ejulho deste ano. Os resultados e os produtos oriundos desse sistema de rastreamentoestarão disponíveis para o consumidor no portal a partir de setembro.O consumidor industrial ou final poderá por meio de informaçõescontidas nos rótulos dosprodutos apícolas verificar a procedência e todos os estágios pelos quais passouo mel, por exemplo, desde a produção no campo.Consulte os sites:www.portaldaapicultura.com.br,www.apiculturabrasileira.com.br

LINHA DE PRODUÇÃO BRASIL

TECNOLOGIA>

Aparelho reconhece digitaiscadastradas em sistema

Iogurte de morango em pó:novidade prática

GA

BR

IEL

A S

EIR

AF

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dade de Michigan e na Universidade de San

Jose, ambas nos Estados Unidos, na Univer-

sidade de Bolonha, Itália, e na Universidade

Autônoma de Madri, Espanha.

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Page 8: Rotas de contaminação · Pelos ares: pragas e doenças pegam carona em vôos comerciais US AIR FORCE LABORATÓRIO MUNDO > CIÊNCIA passar por vários mamíferos, mas só se completa

> Incrementonanotecnológico

Um anestésico local para ser usado sobre a pele empequenas cirurgias será o primeiro medicamento a ser lançado dentro de doisanos pela empresa paulistanaIncrementha, instalada no Centro Incubador deEmpresas Tecnológicas (Cietec)na Cidade Universitária. Anovidade é que os princípiosativos do fármaco estarãoenvoltos em uma cápsula de polímero biodegradável de tamanho nanométrico (1 milímetro dividido por 1 milhão de vezes). “Essatecnologia vai permitir que oanestésico penetre na pele ese concentre nas terminaçõesnervosas de forma mais eficazcom duração mais longa da ação anestésica e commenos efeitos colaterais”, diz Henry Suzuki, diretor técnico da empresa. Sem revelarquais são os princípios ativos encapsulados, que já são usados em outrosmedicamentos ou terão suasmoléculas modificadas, elediz que os estudos clínicoscomeçarão assim que aempresa finalize a formulaçãoindustrial do produto. Tantoa transferência de tecnologiado polímero nanocompostocomo a patente têm aparticipação de pesquisadores

tradicionalmente usado paraessa finalidade. A pesquisa,coordenada pela biólogaNeliane Ferraz de ArrudaSilveira, do Instituto deEngenharia de Alimentos(Ital), de Campinas, interiorpaulista, vinculado àSecretaria de Agricultura e Abastecimento do Estadode São Paulo, foi feita com alface-americana e crespa, agrião e rúcula.A higienização, obtida com a concentração de 1 miligrama de ozônio porlitro de água, é feita emapenas um minuto e nãomuda o sabor nem o cheirodas hortaliças. A maiorvantagem é que o ozônio se decompõe em moléculasde oxigênio e por isso não causa nenhum dano à saúde e ao ambiente.“O teste que comprova a eficiência do ozôniocontribui para a implantaçãodessa nova maneira delimpar hortaliças, que já está

da Universidade Federal doRio Grande do Sul (UFRGS)coordenados pelas professorasSilvia Guterres e AdrianaPohlmann. A Incrementha é uma empresa de pesquisa e desenvolvimento formada por duas gigantes brasileiras da indústria farmacêutica,a Biolab e a Eurofarma.Com um ano e meio de vida e 20 funcionários,sendo 11 no laboratório entre mestres e doutores,ela recebeu R$ 4 milhões em investimentos das duasempresas. A previsão nesteano, quando o número deprojetos da empresa já chegaa 30, é de um orçamento de R$ 12 milhões.

> Hortaliçaslimpas com gás

O gás ozônio mostrou emtestes ter o mesmo efeito que o cloro na desinfecção de hortaliças, produto

PESQUISA FAPESP 135 ■ MAIO DE 2007 ■ 65

Anticorpos em ação na célula: estudo de medicamentos

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bastante difundida naEuropa, onde o uso de cloroé proibido”, diz Neliane.O próximo desafio édesenvolver um aparelhopara uso doméstico.

> Anticorpos paraexportação

A Proteimax, pequenaempresa de biotecnologiasediada em Cotia, na GrandeSão Paulo, acaba de fazer um acordo de exportaçãodos anticorpos que produz.Essas substâncias, que seligam às membranas dascélulas, facilitam o estudo e o desenvolvimento denovos medicamentos (leiaem Pesquisa FAPESP n° 131).O contrato foi firmado porseis anos com a empresanorte-americana AssaysDesign, que vai distribuir os anticorpos e os kits, queincluem essas substâncias,nos Estados Unidos e emoutros países. “Nós vamoscontinuar a distribuir osprodutos no Brasil”, dizAndrea Sterman Heimann,diretora da Proteimax.Para ela, a exportação é a conclusão de um ciclo.“Fizemos o desenvolvimento,publicamos em revistascientíficas e firmamos um acordo internacional de distribuição.”

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