rotação de culturas

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Rotação de culturas Entende-se por rotação a sucessão de culturas no tempo, segundo uma determinada ordem, sucessão essa que se repete de forma cíclica. Por afolhamento, entende-se a divisão do terreno em folhas, normalmente em tantas quantas o número de anos de rotação. Com a realização de rotações pretende-se atingir os seguintes objectivos: - Controlo de infestantes através da heterogeneidade das datas de sementeira das diferentes culturas e das datas de colheita. E também através da utilização de culturas abafantes, de culturas sachadas e da alternância de culturas de porte erecto/porte prostado; - Controlo de doenças através de uma rotação bem planeada que permite uma redução muito grande no pesticidas com os consequentes reflexos económicos e ambientais. A rotação é indispensável no caso de culturas sujeitas a ataques das chamadas “doenças do solo”, ou seja, que atacam a cultura pela raiz. Por exemplo, a rotação entre gramíneas e leguminosas, é vantajosa porque apresentam diferentes susceptibilidades a pragas e doenças; - Incorporação de nutrientes pode ser feita de dois processos distintos: 1 – Incorporação de resíduos orgânicos frescos de modo a facilitar a sua mineralização e libertar nutrientes para a cultura seguintes; 2 – Aumento do teor de matéria orgânica do solo, aumentado a reserva de húmus. A incorporação de nutrientes pode ser feita pela utilização de leguminosas, siderações ou estrumação verde, recurso à pastagem ou utilização dos resíduos das culturas; - Melhoria da estrutura do solo – a rotação de culturas poderá afectar a estrutura de um solo quer por afectar os factores de formação de agregados, quer por afectar a estabilidade desses mesmos agregados. O efeito na estabilidade poderá resultar quer por uma alteração das pressões quer ainda pela resistência a essas pressões pela alteração do teor em matéria orgânica do solo ou pela maior ou menor incorporação de resíduos orgânicos fresco a que conduz; - Redução da erosão do solo, uma vez que diferentes culturas e sistemas de culturas conduzem a perdas por erosão diferentes consoante a protecção que oferecem à superfície do solo na época do maior risco de erosão. O efeito maior ou menor da rotação de culturas na protecção do solo contra a erosão, resulta da sua maior ou menor capacidade de proteger a superfície do solo à exposição directa da chuva. No nosso caso a erosão que de facto nos preocupa é a erosão hídrica e, naturalmente, a época do ano em que o seu risco é mais elevado é o período de Outono – Inverno. Francisco Canelas de Melo (Engenheiro Agrónomo)

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Page 1: Rotação de Culturas

Rotação de culturas

Entende-se por rotação a sucessão de culturas no tempo, segundo uma determinadaordem, sucessão essa que se repete de forma cíclica.

Por afolhamento, entende-se a divisão do terreno em folhas, normalmente em tantasquantas o número de anos de rotação.

Com a realização de rotações pretende-se atingir os seguintes objectivos:

- Controlo de infestantes através da heterogeneidade das datas de sementeira dasdiferentes culturas e das datas de colheita. E também através da utilização de culturasabafantes, de culturas sachadas e da alternância de culturas de porte erecto/porteprostado;

- Controlo de doenças através de uma rotação bem planeada que permite uma reduçãomuito grande no pesticidas com os consequentes reflexos económicos e ambientais. Arotação é indispensável no caso de culturas sujeitas a ataques das chamadas “doençasdo solo”, ou seja, que atacam a cultura pela raiz. Por exemplo, a rotação entregramíneas e leguminosas, é vantajosa porque apresentam diferentes susceptibilidadesa pragas e doenças;

- Incorporação de nutrientes pode ser feita de dois processos distintos:

1 – Incorporação de resíduos orgânicos frescos de modo a facilitar a suamineralização e libertar nutrientes para a cultura seguintes;

2 – Aumento do teor de matéria orgânica do solo, aumentado a reserva dehúmus. A incorporação de nutrientes pode ser feita pela utilização de leguminosas,siderações ou estrumação verde, recurso à pastagem ou utilização dos resíduos dasculturas;

- Melhoria da estrutura do solo – a rotação de culturas poderá afectar a estrutura deum solo quer por afectar os factores de formação de agregados, quer por afectar aestabilidade desses mesmos agregados. O efeito na estabilidade poderá resultar querpor uma alteração das pressões quer ainda pela resistência a essas pressões pelaalteração do teor em matéria orgânica do solo ou pela maior ou menor incorporação deresíduos orgânicos fresco a que conduz;

- Redução da erosão do solo, uma vez que diferentes culturas e sistemas de culturasconduzem a perdas por erosão diferentes consoante a protecção que oferecem àsuperfície do solo na época do maior risco de erosão. O efeito maior ou menor darotação de culturas na protecção do solo contra a erosão, resulta da sua maior oumenor capacidade de proteger a superfície do solo à exposição directa da chuva.

No nosso caso a erosão que de facto nos preocupa é a erosão hídrica e, naturalmente, aépoca do ano em que o seu risco é mais elevado é o período de Outono – Inverno.

Francisco Canelas de Melo (Engenheiro Agrónomo)

Page 2: Rotação de Culturas

Porém, a rotação de culturas tem o inconveniente de não podermos produzir sempre acultura mais rentável e também leva a que o agricultor não se consiga especializarnuma só cultura.

Zonas de Utilização

Ao formarmos zonas de utilização pretendemos agrupar manchas de solos queevidenciassem capacidades produtivas idênticas, com intenção de conseguir umautilização mais racional e eficiente dos solos que temos à nossa disposição.

Para definirmos as zonas de utilização analisamos os seguintes parâmetros:

- Capacidade utilizável;

- Dimensão das manchas do solo;

- Mineral de argila predominante;

- pH dos solos;

- Declive e topografia dos solos;

- Capacidade de troca catíonica.

Deste modo, consideramos quatro zonas de utilização:

- Zona A (por preencher e caracterizar cada zona)

- Zona B

- Zona C

- Zona D

Francisco Canelas de Melo (Engenheiro Agrónomo)