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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE PONTA GROSSA DEPARTAMENTO DE SOLOS E ENGENHARIA AGRÍCOLA
LABORATÓRIO DE MATÉRIA ORGÂNICA DO SOLO (LABMOS)
RELATÓRIO FINAL - PA 1669-15
MACROFAUNA EDÁFICA, MORFOLOGIA, ESTADO FÍSICO, QUÍM ICO E
COMPARTIMENTOS DA MATÉRIA ORGÂNICA DO SOLO COMO
INDICADORES DE QUALIDADE EM DIFERENTES SISTEMAS DE MANEJO
COORDENADOR Dr. Ademir de Oliveira Ferreira
Pós Doutorando – LABMOS/UEPG
Ponta Grossa, outubro de 2016.
RELATÓRIO FINAL- PA 1669-15
TÍTULO DO PROJETO
“Macrofauna edáfica, morfologia, estado físico, químico e compartimentos da matéria orgânica do solo como indicadores de qualidade em diferentes sistemas de manejo”
RESPONSÁVEL DO PROJETO
Dr. Ademir de Oliveira Ferreira Pós Doutorando em Dinâmica da Matéria Orgânica do Solo Laboratório de Matéria Orgânica do Solo (LABMOS) Universidade Estadual de Ponta Grossa, Depto. de Solos e Engenharia Agrícola Av. General Carlos Cavalcanti, 4748, CEP: 84030-900 Bairro: Uvaranas, Ponta Grossa Função: Coordenador do projeto E-mail: [email protected] Lattes: http://lattes.cnpq.br/6485786832294884 Vice-Líder de Grupo/CNPq: http://dgp.cnpq.br/dgp/espelhogrupo/6302222158692563 COLABORADORES E EQUIPE TÉCNICA Nome Titulação Função Instituição Período (Meses) Ademir de Oliveira Ferreira Pós Doutorando Coordenador UEPG 12 João Carlos de Moraes Sá Pós Doutor Supervisor UEPG 12 Jucimare Romaniw Doutoranda Executor UEPG 12 Clever Briedis Doutor Executor UEPG 12 Daiani da Cruz Hartman Mestranda Executor UEPG 12 Thiago Massao Inagaki Doutorando Executor UEPG 12 César Augusto Rodrigues Debetil Graduando Executor UEPG 12 Rafael Schimiguel Graduando Executor UEPG 12
CLASSIFICAÇÃO E JUSTIFICATIVA DO PROJETO
Projeto - Classe C - Embasamento da educação, subclasse C1 - Pesquisa agronômica.
OBJETIVO GERAL
O objetivo do trabalho é avaliar as modificações impostas sobre a macrofauna, estado
físico, morfologia (agregação), fertilidade química e compartimentos da matéria orgânica do
solo em diferentes sistemas de uso e manejo.
OBJETIVO ESPECÍFICO
Apresentar indicadores (projetados para permitir a quantificação sobre uma gama
comum entre 0,10-1,00) do estado físico do solo, fertilidade, qualidade, compartimentos da
matéria orgânica, agregação, morfologia do perfil do solo, diversidade e composição das
comunidades de macroinvertebrados do solo. Combinar estes subindicadores num índice geral
de qualidade do solo (IGQS).
INTRODUÇÃO
O uso de indicadores de qualidade do solo como ferramenta para avaliar os sistemas
de manejo e até mesmo o impacto das modificações causadas nesses, tem crescido muito em
âmbito mundial. Essa tendência em utilizar cada vez mais as propriedades do solo como
bioindicadores está relacionada com a facilidade e eficiência de sua estimativa na
representação dos diferentes ambientes (Brown Jr., 1997; Espírito-Santo Filho, 2005).
Um indicador de qualidade do solo (IQS) deve identificar um conjunto de
propriedades do solo, atendendo aos seguintes critérios: elucidar processos do ecossistema e
relacionar aos processos-modelo; integrar propriedades biológicas, físicas e químicas do solo
e os respectivos processos; ser acessível a muitos usuários e aplicável a condições de campo;
ser sensível a variações de manejo e de clima ao longo do tempo; e, quando possível, ser
componente de banco de dados já existente (Doran & Parkin, 1994).
Para a construção do indicador geral de qualidade do solo (IGQS) considera-se: os
atributos físicos do solo, como porosidade total, compactação e umidade; os atributos
químicos, relacionados à fertilidade do solo e a biodiversidade (Velasquez, 2007); a
morfologia dos agregados que condiciona o potencial de penetração das raízes, a infiltração, a
aeração e a fertilidade dos solos ao mesmo tempo em que fornece uma ideia da importância
da atividade da fauna na estabilização física do carbono (Lavelle et al., 2006).
Sob condições nativas, o solo organiza-se ao longo do tempo em uma estrutura bem
definida pela sua composição granulométrica, química e atuação dos agentes biológicos,
subordinados às condições ambientais em que o solo está inserido. A conversão da condição
natural para agricultura convencional impõe mudanças drásticas nessa estabilidade,
refletindo-se na perda da matéria orgânica e dos agregados mais complexos, representados
pelos macroagregados estáveis em água (Vezzani & Mielniczuk, 2011). Contudo, com a
adoção de práticas conservacionistas baseadas no mínimo revolvimento, aporte de resíduos e
na inclusão de gramíneas perenes na rotação de culturas pode prevenir a degradação da
matéria orgânica (Bayer et al., 2006) e manter ou recuperar a estrutura do solo (Haynes &
Beare, 1996)
O plantio direto, desde que manejado segundo seus princípios básicos (mínima
mobilização do solo, manutenção dos restos culturais na superfície, diversificação de espécies
via rotação, cobertura vegetal permanente do solo e aporte de material orgânico ao solo pelas
espécies cultivadas em quantidade, qualidade e frequência), constitui-se em uma prática capaz
de recuperar a qualidade do solo no nível de vegetação nativa. O sistema plantio direto
considerado neste estudo encontra-se em fase de manutenção (> 20 anos) onde incide elevado
acúmulo de palha, acumulo de carbono, aumento da CTC estabilização da densidade do solo
aumento da fauna e da biomassa microbiana do solo; mineralização contínua de nitrogênio e
aumento do armazenamento de água e ciclagem de nutrientes (Sá et al. 2004).
Neste sentido o presente estudo objetiva avaliar a macrofauna edáfica, morfologia de
agregados, compartimentos da matéria orgânica (carbono total, carbono lábil, enzimas do
solo, etc...) como indicadores de qualidade em sistema plantio direto em manutenção, sistema
plantio direto em manutenção com adubação orgânica (resíduos orgânicos industriais),
pastagem e mata nativa (referência).
MATERIAL E MÉTODOS
Local experimental
As amostras de solo e da macrofauna edáfica foram coletadas em áreas pertencentes
ao município de Ponta Grossa – PR. A precipitação anual é de aproximadamente 1550 mm
anuais com temperatura média de 18ºC. De acordo com a classificação de Köppen-Geiger
(PEEL et al., 2007) o clima da região é classificado como Cfb (mesotérmico, húmido,
subtropical), com verões amenos e geadas frequentes no inverno. A altitude média é de 970 m
acima do nível do mar. Seis áreas com diferentes usos e manejos do solo, representadas na
Figura 1, foram utilizadas como tratamentos, sendo elas:
I) plantio direto (PD): área de plantio direto consolidado (> 20 anos) com fertilização mineral; II) plantio direto com adubação orgânica (PDO): área de plantio direto com adubação orgânica (20 anos de PD e 6 Anos de Adubação Orgânica); III) campo nativo (CN): área de vegetação nativa local; IV) horta convencional (HC): cultivo de repolho convencional (15 anos); V) horta sob plantio direto (HPD): cultivo de repolho sob sistema plantio direto recém implantado (3 anos); VI) pastagem (PA): área de pastagem com revolvimento.
Figura 1. Áreas de uso do solo. I) Plantio direto convencional (PDC); II) Plantio direto orgânico (PDO); III) Campo nativo (CN); IV) Horta convencional (HC); V) Horta plantio direto (HPD); VI) Pastagem (PA). Coleta de solos e resíduos
Em cada área, foram amostrados cinco pontos nas profundidades de 0-10 e 10-20 cm.
Amostras de resíduo na superfície do solo também foram coletadas para análise de
invertebrados.
Densidade do solo
A densidade do solo foi realizada de acordo com o método descrito por BLACK;
HARTGE (1986) como demonstrado na Figura 2. Amostras indeformadas de solo foram
coletadas em anéis cilíndricos de 5x5 cm. As amostras foram secas a 102ºC e a densidade
calculada de acordo com a massa e volume de cada anel.
Figura 2. Coleta e determinação da densidade do solo.
Amostragem e análise da comunidade de invertebrados
Os invertebrados do solo consistem em todos os invertebrados pertencentes a grupos
em que mais de 90% dos indivíduos podem ser vistos a olho nu (VELÁSQUEZ et al., 2007).
Foi utilizado o método de coleta de biologia e fertilidade tropical (Tropical Soil Biology and
Fertility methodo – TSBF) (LAVELLE, 1988), que consiste na coleta manual de macro
invertebrados no solo de monólitos de 25x25 cm. Os invertebrados foram coletados das
amostras de solo com auxílio de uma pinça, conservados em álcool 70% e classificados em
nível de ordem de acordo com suas respectivas classes taxonômicas (Figura 3, Tabela 1).
Figura 3. I) coleta de amostras no campo; II) coleta manual de macro invertebrado do solo; III) separação e classificação de ordens.
Morfologia de agregados do solo
Foram coletadas amostras para identificação e classificação de agregados do solo de
acordo com o método descrito por VELÁSQUEZ et al. (2007) (Figura 4). Amostras
indeformadas de solo foram coletadas e os agregados classificados como: I) agregados físicos:
formados por influência de processos físico químicos, apresentando pouca influência de
microrganismos; II) agregados biogênicos: formados a partir da atuação de macro e
microrganismos do solo; III) agregados de raízes: agregação pela atuação do sistema radicular
das plantas; e IV) solo desagregado. Os valores obtidos nesta classificação estão
representados conforme Tabela 2.
Figura 4. Separação de agregados em classes.
Carbono extraído por água quente (C-aq)
A determinação do conteúdo de carbono extraído por água quente foi realizada de
acordo com a metodologia descrita por GHANI et al. (2003). Pesou-se 1,5 g de solo em um
tubo de ensaio de 15 ml. As amostras então foram mantidas a 80ºC por 16 h com 15 ml de
água deionizada. Após a extração por água quente as amostras foram centrifugadas e o
sobrenadante foi pipetado para um erlenmeyer onde o conteúdo de C foi determinado por
combustão úmida pelo método de Walkley Black (NELSON; SOMMERS, 1996), com
oxidação por dicromato de potássio e titulação com sulfato ferroso.
Carbono extraído por permanganato de potássio (C-per)
A metodologia de extração de C por permanganato de potássio foi adaptada dos
estudos realizados por TIROL-PADRE; LADHA (2004) e CULMAN et al. (2012). A
extração por permanganato foi realizada após a extração por água quente nas mesmas
amostras de solo. Adicionou-se uma solução de Permanganato de potássio (KMnO4 0,06 mol
L-1) para realizar a extração do C. Os tubos então foram agitados em agitador horizontal e
posteriormente centrifugados. Em seguida, o sobrenadante foi pipetado e diluído em água
deionizada. O C extraído foi então mensurado por colorímetro a 565 nm de absorbância. Os
valores de absorbância foram então convertidos para g kg-1 por uma curva padrão de
calibração, baseado na relação linear entre a concentração de KMnO4 vs absorbância a 565
nm.
Atividade Enzimática do Solo - Enzimas Arilsulfatase e β-glucosidase
A atividade da enzima Arilsulfatase foi feita conforme método colorimétrico com p-
nitrofenil sulfato segundo metodologia de Tabatabai e Bremer, (1970). Resumidamente,
pesou-se 1 grama de solo de cada amostra e foram adicionados 4 ml de solução tampão de
acetato 0,5 M junto com 1 ml da solução de p-nitrofenil sulfato 0,05 M, as amostras foram
agitadas para misturar o conteúdo e encubadas por 1 hora a 37ºC, depois foram adicionados 1
ml de solução de CaCl2 0,5 M e 4 ml de solução de NaOH 0,5 M, as amostras foram agitadas
por alguns segundos e então filtrou-se a suspensão, por fim o liquido filtrado foi lido em
espectrofotômetro para mensurar a intensidade da cor amarela.
A análise da atividade da enzima β-glucosidase foi feita através da determinação
colorimétrica do p-nitrofenol glicosídeo segundo Eivazi e Tabatabai, (1988). Resumidamente,
pesou-se 1g de solo e adicionados 4 ml MUB (solução estoque do tampão universal) a pH 6
junto com 1 ml da solução de p-nitrofenol glicosídeo 0,05 M, as amostras foram agitadas por
alguns segundos para misturar os conteúdos, em seguida as amostras foram encubadas por 1
hora a 37°C, depois foi adicionado 1 ml de CaCl2 0,5 M junto com 4 ml de solução THAM
0,1 M com pH 12, as amostras foram agitadas por alguns segundos e então filtrou-se a
suspensão, por fim o liquido filtrado foi para o espectrofotômetro para mensurar a
intensidade da cor amarela. Alíquotas das amostras foram pesadas e levadas à estufa a 105ºC
por 24 horas para a realização do cálculo de umidade e desconto nas amostras das análises
enzimáticas.
RESULTADOS
Tabela 1. Grupos taxonômicos de invertebrados quantificados (ind m-2).
Tratamento MOL 1 OLI 2 MYR 3 STA4 COA5 COL6 LEP7 COB8 TEM 9 DER10 CUP11 FOR12 ARA13 HYM 14 Umidade Campo nativo 0 100 400 0 100 100 0 0 0 0 200 0 0 0 38,04 Campo nativo 0 0 100 0 600 200 0 200 0 200 600 200 400 500 23,61 Campo nativo 0 0 0 0 100 0 0 0 0 200 23800 37800 0 0 22,14 Campo nativo 0 200 0 100 700 100 0 0 0 0 0 1200 0 0 20,83 Campo nativo 0 100 0 100 300 100 200 0 0 0 49700 4300 0 0 22,47 Plantio Direto 100 700 0 100 0 0 0 0 0 0 800 300 0 0 14,79 Plantio Direto 0 1700 200 0 100 100 0 0 0 200 0 1500 0 0 16,30 Plantio Direto 0 500 100 0 0 0 0 0 0 0 0 300 0 0 14,07 Plantio Direto 0 100 0 100 0 100 0 200 0 0 0 700 0 0 14,54 Plantio Direto 0 100 0 0 0 100 0 0 0 0 0 300 0 0 14,09 PD organico 0 500 0 0 0 0 0 0 0 700 0 0 0 0 15,63 PD organico 0 800 0 0 0 0 0 0 0 0 0 800 100 0 14,78 PD organico 0 0 0 0 0 0 0 0 0 900 0 2600 0 0 16,69 PD organico 0 100 0 0 0 100 0 0 0 0 0 1500 400 0 19,21 PD organico 0 1600 0 100 0 0 0 500 0 0 3700 1400 100 0 16,54 Horta Convencional 0 0 0 0 0 100 0 0 0 0 0 11800 0 0 18,34 Horta Convencional 100 0 0 0 300 0 0 0 0 200 0 2300 0 0 20,32 Horta Convencional 0 400 0 0 100 0 0 500 200 300 0 1800 0 0 19,53 Horta Convencional 0 800 0 0 100 0 0 0 0 100 0 1900 500 0 22,59 Horta Convencional 0 700 0 0 800 0 0 0 0 400 0 4300 400 0 21,54 Horta PD 0 700 0 0 700 0 100 0 0 0 0 1600 100 0 23,38 Horta PD 100 400 0 0 300 200 0 0 0 0 0 700 0 0 24,22 Horta PD 0 300 0 0 400 100 0 0 0 100 0 400 0 0 23,81 Horta PD 0 3600 0 0 300 0 0 0 0 300 2500 35500 0 0 21,73 Horta PD 100 3300 0 0 0 0 0 0 0 0 0 900 100 0 24,64 Pastagem 0 300 0 100 100 300 0 0 0 0 0 100 0 0 23,69 Pastagem 0 0 0 0 0 400 0 0 0 200 0 1000 100 0 21,62 Pastagem 0 600 0 0 200 200 0 0 0 0 0 900 100 0 21,15 Pastagem 0 400 0 100 500 100 300 200 100 100 0 300 0 0 18,91 Pastagem 0 0 0 0 300 0 100 0 0 200 0 1700 300 0 18,05 1MOL= moluscos; 2OLI= oligoquetas; 3MYR= myriapodos; 4STA= satfilionieos; 5COA= coleoptros adultos; 6COL= coleoptros larvas; 7LEP= lepiopteros; 8COB= colembolos; 9TEM= tenébrios; 10DER= dermapterea; 11CUP= cupins; 12FOR= formigas; 13ARA= aranhas; 14HYM= hymenopteros.
Tabela 2. Morfologia de agregados.
Manejo Profundidade Repetição Agregados Físicos Agregados Biológicos Agregados de raízes Invertebrados Terra solta Palha + raízes (cm) (kg ha-1) Plantio direto 0-10 1 1754,86 0,00 0,00 0,00 356,27 12,93 Plantio direto 0-10 2 1630,42 0,00 20,50 0,01 112,46 30,12 Plantio direto 0-10 3 705,42 0,00 0,00 0,00 678,35 4,58 Plantio direto 0-10 4 705,78 0,00 0,00 0,00 751,84 9,32 Plantio direto 0-10 5 1404,16 0,00 0,00 0,00 853,05 6,48 Plantio direto 10-20 1 1212,49 0,00 0,00 0,01 544,22 0,36 Plantio direto 10-20 2 2394,84 0,00 0,00 0,00 630,00 0,47 Plantio direto 10-20 3 1489,53 0,00 0,00 0,00 816,15 0,00 Plantio direto 10-20 4 939,38 0,00 0,00 0,00 776,68 0,00 Plantio direto 10-20 5 893,60 0,00 0,00 0,00 448,27 148,37 PD orgânico 0-10 1 2294,38 525,33 5,95 0,17 276,86 37,12 PD orgânico 0-10 2 1681,62 0,00 12,75 0,00 294,01 10,00 PD orgânico 0-10 3 2294,90 71,19 0,00 0,00 361,12 12,51 PD orgânico 0-10 4 2879,30 0,00 4,39 1,00 421,44 14,97 PD orgânico 0-10 5 2324,88 94,54 3,26 0,64 102,17 24,85 PD orgânico 10-20 1 1558,88 0,00 0,00 0,03 687,53 2,98 PD orgânico 10-20 2 1513,62 0,00 0,49 0,00 905,81 2,18 PD orgânico 10-20 3 1543,95 0,00 0,00 0,00 823,45 0,00 PD orgânico 10-20 4 1250,50 0,00 0,00 0,00 929,41 0,00 PD orgânico 10-20 5 1234,37 0,00 0,00 0,00 766,31 0,00 Horta Convencional 0-10 1 0,00 2694,49 169,71 0,00 0,00 68,30 Horta Convencional 0-10 2 1442,17 57,80 97,87 0,00 220,44 11,35 Horta Convencional 0-10 3 1668,45 290,89 27,04 0,00 129,38 15,26 Horta Convencional 0-10 4 821,12 1945,21 60,94 0,45 113,71 6,94 Horta Convencional 0-10 5 1597,28 282,89 86,44 0,72 258,10 44,62 Horta Convencional 10-20 1 1273,63 0,00 5,40 0,00 852,05 1,22 Horta Convencional 10-20 2 1605,22 88,71 14,54 0,00 467,86 0,56 Horta Convencional 10-20 3 913,10 470,17 0,00 0,02 385,72 2,02 Horta Convencional 10-20 4 0,00 386,61 0,00 0,00 277,70 0,00 Horta Convencional 10-20 5 1348,16 0,00 0,00 0,43 442,74 0,00 Horta PD 0-10 1 0,00 1920,09 161,46 0,19 418,60 0,00 Horta PD 0-10 2 413,71 1620,56 199,71 2,33 258,70 9,55 Horta PD 0-10 3 1852,92 130,82 58,34 1,04 321,54 0,00 Horta PD 0-10 4 119,02 1565,87 162,41 0,66 351,65 38,24 Horta PD 0-10 5 0,00 2157,68 9,34 0,21 282,97 9,02
Horta PD 10-20 1 1306,47 0,00 3,95 0,01 601,39 0,00 Horta PD 10-20 2 1170,45 33,57 23,94 0,00 642,81 4,82 Horta PD 10-20 3 1277,54 51,61 6,64 0,00 575,42 3,22 Horta PD 10-20 4 1715,34 40,41 23,13 0,00 505,30 4,76 Horta PD 10-20 5 1222,87 370,21 14,74 0,00 229,02 3,42 Campo Nativo 0-10 1 0,00 3200,07 1030,17 0,00 350,40 210,04 Campo Nativo 0-10 2 0,00 737,86 309,86 0,01 888,01 72,17 Campo Nativo 0-10 3 0,00 550,72 1366,07 0,00 277,34 170,42 Campo Nativo 0-10 4 0,00 0,00 1823,69 0,70 0,00 119,60 Campo Nativo 0-10 5 0,00 1645,29 84,89 3,24 946,40 19,78 Campo Nativo 10-20 1 2384,06 0,00 0,00 0,00 24,48 0,00 Campo Nativo 10-20 2 1128,28 0,00 1,50 0,00 767,51 0,00 Campo Nativo 10-20 3 0,00 885,69 3,69 0,00 542,97 6,07 Campo Nativo 10-20 4 0,00 1430,85 154,45 0,00 442,67 83,30 Campo Nativo 10-20 5 0,00 961,79 20,27 0,00 641,34 12,41 Pastagem 0-10 1 2629,78 0,00 0,00 0,00 606,37 46,06 Pastagem 0-10 2 1672,66 0,00 0,00 0,00 632,95 44,54 Pastagem 0-10 3 2078,72 0,00 0,00 0,00 390,05 13,26 Pastagem 0-10 4 2293,64 248,14 0,00 0,27 180,93 58,87 Pastagem 0-10 5 2605,16 0,00 0,00 0,00 554,39 31,60 Pastagem 10-20 1 1619,90 0,00 0,00 0,00 855,59 3,57 Pastagem 10-20 2 594,22 0,00 0,00 0,00 464,08 2,60 Pastagem 10-20 3 1772,67 0,00 0,00 0,00 563,81 1,62 Pastagem 10-20 4 1162,15 0,00 0,00 0,00 436,39 0,00 Pastagem 10-20 5 1757,94 0,00 0,00 0,00 562,71 5,82
Morfologia do solo
Para a morfologia do solo, caracterizada pela presença de agregados do solo (físicos,
biológicos e de raízes), terra solta e presença de invertebrados, a componente principal 1 (CP1
= 46%) e 2 (CP2 = 23%) explicaram juntas cerca de 69% da variação dos resultados (Figura
1). Na CP1, os níveis de agregação do solo foram os fatores que mais diferenciaram os
manejos do solo, sendo Campo nativo, Horta-PD e Horta os tratamentos com os maiores
níveis de agregação. Para a CP2, a quantidade de invertebrados e a presença de terra solta
foram os fatores que mais influenciaram.
Figura 1. Análise de componentes principais (PCA) envolvendo a morfologia do solo (Macroagregados biogênicos, físicos e associados a raiz, etc..) em diferentes sistemas de cultivos. Camada 0-20 cm.
Macrofauna do solo
Para os dados de macrofauna do solo, as componentes principais 1 (CP1 = 15%) e 2
(CP2 = 13%) explicaram juntas cerca de 28% da variação dos dados (Figura 2). De maneira
geral, as espécies de invertebrados presentes nos diferentes sistemas de manejo do solo não
variaram ao ponto de causar uma separação clara entre os tratamentos. Dessa forma, o manejo
do solo seja para cultivo de grãos, pastagem ou vegetais não afetou de maneira significativa a
variedade de espécies presentes na área.
Figura 2. Análise de componentes principais (PCA) envolvendo a macrofauna do solo (Macroinvertebrados) em diferentes sistemas de cultivos. Camada 0-20 cm. MOL= moluscos; OLI= oligoquetas; MYR= myriapodos; STA= satfilionieos; COA= coleoptros adultos; COL= coleoptros larvas; LEP= lepiopteros; COB= colembolos; TEM= tenébrios; DER= dermapterea; CUP= cupins; FOR= formigas; ARA= aranhas; HYM= hymenopteros.
Compartimentos da matéria orgânica do solo
Para o subindicador do solo baseado nos compartimentos da matéria orgânica, as
componentes principais 1 (CP1 = 54%) e 2 (CP2 = 20%) explicaram juntas cerca de 74% da
variação dos dados (Figura 3). Na CP1, a concentração de POXC, Arilsulfatase e a densidade
do solo foram os fatores que mais influenciaram na separação entre os sistemas de manejo. O
campo nativo destaca-se pela maior umidade e atividade da enzima Arilsulfatase, enquanto os
manejos Horta-PD e Pastagem se destacam pela elevada densidade do solo e baixa quantidade
de C. Na CP2, a atividades das enzimas B-glucosidase e arilsufatase foram as variáveis que
mais contribuíram para a diferenciação dos tratamentos, havendo uma separação clara entre os
manejos Campo nativo, Horta-PD e Pastagem dos demais tratamentos.
Figura 3. Análise de componentes principais (PCA) envolvendo compartimentos da matéria orgânica do solo (C permanganato, Enzimas Arilsulfatase e β-glucosidase, etc...) em diferentes sistemas de cultivos. Camada 0-20 cm. POXC= Carbono Permanganato.
Componentes principais gerais
Para a análise de componentes principais geral (incluindo todas as variáveis) as
componentes principais 1 (CP1 = 41%) e 2 (CP2 = 14%) explicaram juntas cerca de 55% da
variação total dos dados (Figura 4). Na CP1, a agregação do solo bem como a concentração
dos diferentes compartimentos da MOS foram as variáveis de maior peso, havendo uma clara
diferenciação do Campo nativo (mais agregado e maior concentração de C) dos demais
tratamentos, que apresentaram valores semelhantes entre si. Para a CP2, as variáveis Palha +
raízes, agregados de raízes, Terra solta e Invertebrados exerceram o maior peso. No entanto,
observa-se pequena diferença entre os tratamentos para a segunda componente.
Figura 4. Análise de componentes principais geral (PCA) envolvendo a macrofauna do solo (Macroinvertebrados), morfologia do solo (Macroagregados biogênicos, físicos e associados a raiz), atributos físicos (densidade do solo, umidade), compartimentos da matéria orgânica do solo (C permanganato, Enzimas Arilsulfatase e β-glucosidase, etc...) em diferentes sistemas de cultivos. Camada 0-20 cm. POXC= Carbono Permanganato.
Figura 5. Índice de qualidade da Morfologia do solo (Macroagregados biogênicos, físicos e associados a raiz), Macrofauna do solo (Macroinvertebrados), Compartimentos da matéria orgânica do solo (C permanganato, Enzimas Arilsulfatase e β-glucosidase, etc...) e Índice geral de qualidade do solo (IGQS) em diferentes sistemas de cultivos. Camada 0-20 cm.
CONCLUSÕES
� Os índices de qualidade da Morfologia do solo (macroagregados biogênicos,
macroagregados físicos, macroagregados associados à raiz, material orgânico, solo
não agregado) foram de 0,68; 0,38; 0,50; 0,16; 0,21 e 0,19 para Campo nativo, horta,
horta sob plantio direto, pastagem, plantio direto, plantio direto orgânico,
respectivamente.
� Os índices de qualidade da Macrofauna do solo (Oligochaeta, Dictyoptera, Isopoda,
Diplopoda, Chilopoda, Dermaptera, Hymenoptera Formicidae, Isoptera, Ortopthera,
Coleoptera, Hemiptera, Aracnídeos, Gasteropoda, Lepidoptera e Homoptera) foram
0,58; 0,67; 0,66; 0,58; 0,73 e 0,57 para Campo nativo, horta, horta sob plantio direto,
pastagem, plantio direto, plantio direto orgânico, respectivamente.
� Os índices de qualidade dos Compartimentos da matéria orgânica do solo (COT, C
permanganato, C extraído por água quante, Enzimas Arilsulfatase e β-glucosidase)
foram 0,82; 0,44; 0,49; 0,42; 0,26 e 0,48 para Campo nativo, horta, horta sob plantio
direto, pastagem, plantio direto, plantio direto orgânico, respectivamente.
� O índice geral de qualidade do solo (IGQS) foi de 0,66; 0,39; 0,44; 0,41; 0,25 e 0,44
para Campo nativo, horta, horta sob plantio direto, pastagem, plantio direto, plantio
direto orgânico, respectivamente.
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