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CENTRO UNIVERSITÁRIO LUTERANO DE MANAUS - CEULM CURSO DE ENGENHARIA AMBIENTAL ROSANA DA SILVA LEITE TEIXEIRA DIAGNÓSTICO AMBIENTAL VISANDO RECUPERAÇÃO DE ÁREA DEGRADADA APÓS INSTALAÇÃO DE EMPREENDIMENTO IMOBILIÁRIO. MANAUS 2017

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Page 1: ROSANA DA SILVA LEITE TEIXEIRA DIAGNÓSTICO … · ORIENTADORA: PROF.ª. DSc. MARYANA ANTÔNIA BRAGA BATALHA SOUZA MANAUS 2017 . ROSANA DA SILVA LEITE TEIXEIRA DIAGNÓSTICO AMBIENTAL

CENTRO UNIVERSITÁRIO LUTERANO DE MANAUS - CEULM

CURSO DE ENGENHARIA AMBIENTAL

ROSANA DA SILVA LEITE TEIXEIRA

DIAGNÓSTICO AMBIENTAL VISANDO RECUPERAÇÃO DE ÁREA DEGRADADA APÓS INSTALAÇÃO DE EMPREENDIMENTO IMOBILIÁRIO.

MANAUS 2017

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ROSANA DA SILVA LEITE TEIXEIRA

DIAGNÓSTICO AMBIENTAL VISANDO RECUPERAÇÃO DE ÁREA DEGRADADA APÓS INSTALAÇÃO DE EMPREENDIMENTO IMOBILIÁRIO.

Trabalho de Conclusão de Curso II apresentado ao Curso de Graduação em Engenharia Ambiental do Centro Universitário Luterano de Manaus – CEULM-ULBRA, como parte dos requisitos para obtenção do grau de Bacharel em Engenharia Ambiental.

ORIENTADORA: PROF.ª. DSc. MARYANA ANTÔNIA BRAGA BATALHA SOUZA

MANAUS 2017

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ROSANA DA SILVA LEITE TEIXEIRA

DIAGNÓSTICO AMBIENTAL VISANDO RECUPERAÇÃO DE ÁREA DEGRADADA APÓS INSTALAÇÃO DE EMPREENDIMENTO IMOBILIÁRIO.

Trabalho de Conclusão de Curso II apresentado ao Curso de Graduação em Engenharia Ambiental do Centro Universitário Luterano de Manaus – CEULM-ULBRAM como parte dos requisitos para obtenção do grau de Bacharel em Engenharia Ambiental.

Aprovado em de de 2017.

Banca examinadora

____________________________________________________

Profª DSc. Maryana Antônia Braga Batalha Souza

Centro Universitário Luterano de Manaus

____________________________________________________

Prof. MSc. Alan dos Santos Ferreira

Centro Universitário Luterano de Manaus

____________________________________________________

Prof. DSc. Newton Silva de Lima

Centro Universitário Luterano de Manaus

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DEDICATÓRIA

Аоs meus pais Geralda e Raimundo, meus filhos Larissa e

Gabriel, pelo apoio incondicional, por acreditarem em mim, pois nãо mediram

esforços para qυе еυ chegasse аté esta etapa dе minha vida.

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AGRADECIMENTOS

A Deus por ter me dado saúde, força para superar as

dificuldades e perseverança para concluir esta etapa.

A esta universidade, seu corpo docente, direção e

administração que oportunizaram a janela que hoje vislumbro um horizonte

superior.

Aos meus pais Geralda e Raimundo, pelo amor, incentivo e

apoio incondicional.

Aos meus filhos Larissa e Gabriel pela paciência em momentos

de tensão, compreensão e de empenho em me ajudar.

A minha Tia Mercedes Camurça e seu esposo Artur Camurça

pelas orientações e incentivos.

A minha orientadora Prof.ª. Drª. Maryana, pelo suporte no

pouco tempo que lhe coube, pelas suas correções.

Agradeço а todos оs professores pоr mе proporcionar о

conhecimento nãо apenas racional, mаs а manifestação dо caráter е

afetividade dа educação nо processo dе formação profissional. А palavra

mestre, nunca fará justiça аоs professores dedicados аоs quais sеm nominar

terão оs meus eternos agradecimentos.

A minha família e todos que direta ou indiretamente fizeram

parte da minha formação, o meu muito obrigado.

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Em todas as coisas da natureza existe algo de maravilhoso.

Aristóteles

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RESUMO

O presente trabalho tem como objetivo a elaboração de uma proposta de um

Plano de Recuperação de Área Degradada PRAD para uma área degradada

após instalação de um empreendimento imobiliário no município de Iranduba -

AM. No estudo foi realizada a caracterização física do empreendimento; o

levantamento de dados e informações através de levantamento bibliográfico

sobre o histórico do local trabalhado; a identificação da real situação em

relação ao nível de degradação; elaboração de um diagnóstico do local com a

utilização de georreferenciamento, bem como elaboração de uma proposta de

recuperação para a área degradada. A partir da metodologia empregada foi

apresentada uma proposta de recuperação adequada para área degradada de

acordo com a legislação em vigor, em vista disso a necessidade e importância

de maiores ações de plantio, sensibilização e educação ambiental. Assim, são

apresentadas técnicas em núcleos, que a partir desses núcleos, a vegetação

secundária se expande ao longo do tempo e acelera o processo de sucessão

natural. Este processo também pode ser formado por meio de: plantio de

sementes ou mudas de espécies pioneiras, galharia, transposição de solo,

sementes, implantação de poleiros. Os núcleos são estabelecidos em 10% da

área. Quando os núcleos são estabelecidos em áreas menos resilientes (por

degradação do solo ou cobertura por espécies de capins agressivos) eles

podem ser mais próximos, ou seja, com maior densidade de núcleos. O manejo

é dado dentro dos núcleos para favorecer o germinar das mudas e o

estabelecimento das plântulas. Em geral, os espaços entre núcleos não são

manejados, porém o restaurador pode optar por eliminar ou substituir a

vegetação agressiva por uma menos agressiva ou que facilite a expansão dos

núcleos e a chegada de novas plantas.

Palavras-chave: Área Degradada. Recuperação. Educação Ambiental.

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ABSTRACT

The present work has the objective of elaborating a proposal for a PRAD

Degraded Area Recovery Plan for a degraded area after installation of a real

estate project in the municipality of Iranduba - AM. In the study was carried out

the physical characterization of the enterprise; the collection of data and

information through a bibliographical survey about the history of the place

worked; the identification of the actual situation in relation to the level of

degradation; elaboration of a diagnosis of the site with the use of

georeferencing, as well as elaboration of a proposal of recovery for the

degraded area. Based on the methodology used, a proposed recovery was

proposed for a degraded area in accordance with current legislation, in view of

the need and importance of greater planting, sensitization and environmental

education actions. Thus, techniques are presented in nuclei, which from these

nuclei, the secondary vegetation expands over time and accelerates the

process of natural succession. This process can also be formed by means of:

planting seeds or seedlings of pioneer species, galleries, soil transposition,

seeds, perch implantation. The nuclei are established in 10% of the area. When

the nuclei are established in less resilient areas (by soil degradation or cover by

aggressive grass species) they may be closer, that is, with a higher density of

nuclei. The management is given inside the nuclei to favor the germination of

the seedlings and the establishment of the seedlings. In general, spaces

between nuclei are not managed, but the restorer can choose to eliminate or

replace the aggressive vegetation by a less aggressive one or that facilitates

the expansion of the nuclei and the arrival of new plants.

Keywords: Degraded Area. Recovery.Environmental Education.

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LITA DE FIGURAS

Figura 1 Identificação dos benefícios das árvores ........................................... 16

Figura 2 Técnicas de nucleação ....................................................................... 19

Figura 3 Situação inicial: área degradada próximo à vegetação natural .......... 20

Figura 4 Situação da área na implantação ....................................................... 20

Figura 5 Resultados esperados em 2 anos ...................................................... 21

Figura 6 Resultados esperados em 10 anos .................................................... 22

Figura 7 Restauração por meio da transposição do solo ................................. 23

Figura 8 Identifica os restos vegetais de floresta ............................................. 24

Figura 9 Mostra os poleiros artificiais interligados com cabo de aço ................ 25

Figura 10 Coletor de sementes para capturas em áreas naturais .................... 26

Figura 11 Modelo de plantio em linhas alternadas ........................................... 27

Figura 12 Modelos de plantio de mudas em “grupos de Andersom” ................ 27

Figura 13 Vista aérea do empreendimento em 2014 ....................................... 31

Figura 14 Vista aérea do empreendimento e, setembro de 2017..................... 32

Figura 15 Arruamento no referido empreendimento ......................................... 32

Figura 16 Lotes e rede elétrica no empreendimento ........................................ 33

Figura 17 Lotes do empreendimento ................................................................ 33

Figura 18 Projetos em 3D dos lotes do empreendimento ................................ 34

Figura 19 Projetos em 3D dos lotes do empreendimento ................................ 34

Figura 20 Projetos em 3D dos lotes do empreendimento ................................ 35

Figura 21 Projetos em 3D dos lotes do empreendimento ................................ 35

Figura 22 Projetos em 3D dos lotes do empreendimento ................................ 36

Figura 23 Projetos em 3D dos lotes do empreendimento ................................ 36

Figura24 Área georreferenciada dos Lotes do empreendimento ..................... 44

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Figura 25 Situação da mata ciliar no empreendimento .................................... 48

Figura 26 Situação da mata ciliar e assoreamento no corpo hídrico ................ 48

Figura 27 Situação da mata ciliar e assoreamento no corpo hídrico ................ 49

Figura 28 Situação da mata ciliar no empreendimento .................................... 49

Figura 29 Situação da mata ciliar e valete de drenagem e assoreamento ....... 50

Figura 30 Situação da mata ciliar no empreendimento .................................... 50

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 Classificação das atividades causadoras de impactos ambientais ... 15

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO .............................................................................................. 14

2 OBJETIVOS .................................................................................................. 16

2.1 OBJETIVO GERAL .................................................................................... 16

2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ...................................................................... 16

3 REFERENCIAL TEÓRICO ............................................................................ 17

3.1 Área Degradada ........................................................................................ 18

3.2 Modelos de Recuperação de áreas degradadas ........................................ 21

3.3 Legislação e Normas de ocupação territorial ............................................. 34

3.4 Legislação e Normas de áreas degradadas ............................................... 35

3.5 Contexto histórico da área em estudo ........................................................ 36

4 A importância da recuperação de área degradada e as metodologias de

recuperação por meio do PRAD ....................................................................... 42

5 O georreferenciamento como ferramenta na elaboração do PRAD .............. 48

6 METODOLOGIA ............................................................................................ 50

7 RESULTADOS E DISCUSSÕES .................................................................. 52

8 CONCLUSÃO ................................................................................................ 58

REFERÊNCIAS ................................................................................................ 60

ANEXOS .......................................................................................................... 64

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1 INTRODUÇÃO

A necessidade de um meio ambiente preservado é essencial para a

manutenção e qualidade de vida. O ser humano tem o direito de viver em um

local que não esteja poluído nem degradado e de exigir que a água seja

potável, que o ar seja limpo, que o solo esteja conservado e que todas as

formas de vida sejam preservadas, não só pelo patrimônio genético que

abrigam, mas pelo simples fato de serem formas vivas, conforme Neto, Angelis

e Oliveira (2014)

O surgimento de áreas degradadas leva o ser humano a conviver com

as consequências oriundas do impacto ambiental que acaba prejudicando a

saúde, o ambiente e consequentemente, a qualidade de vida. Mesmo que a

área degradada, que os poluentes da água, do solo e do ar estejam a

quilômetros de distância, os resultados ambientais afetam muitas vezes outras

partes do planeta.

Neckel, Fanton e Bortoluzzi (2009) explicam queo processo de expansão

da cidade e a incorporação de novos espaços para edificações, altera a

natureza, modificando-a cada vez mais no meio ambiente urbano o que poderia

elucidar o surgimento da urbanização, da presença de construções, mas não

justifica a degradação caracterizada pela eliminação desnecessária ou mal

planejada da vegetação e da degradação do solo e da água em áreas urbanas.

Barbisan et al(2014) afirmam que durante muitos anos foram adotadas

políticas públicas municipais de desenvolvimento urbano sem que os aspectos

relacionados ao planejamento urbano e de meio ambiente fossem

considerados, entretanto, a variável ambiental tem assumido gradualmente um

papel relevante na orientação de futuras políticas de gestão urbana,

principalmente em função da legislação vigente e das ações de órgãos

governamentais e não-governamentais, o que evidencia a importância desse

tema.

Conforme Durigan, (2015) o desenvolvimento econômico não só pode,

como deveria, estar sempre aliado à preservação ambiental. A existência de

áreas degradadas que necessitam de recuperação indica que indivíduos,

empresas ou o poder público (que nada mais são do que o próprio homem) não

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planejaram ou não executaram de forma eficiente o processo, seja ele

produtivo (como nas atividades agrossilvipastoris), de extração (como a

mineração) ou de manutenção da vida (infraestrutura e gestão de resíduos).

Lopes, Silva e Tavares (2013) afirmam que a natureza do risco

ambiental é universal e que problemas muitas vezes são locais, contudo os

resultados produzidos são globais. Um exemplo citado pelos autores é a

contaminação atmosférica que afeta primeiramente a saúde das comunidades

locais, mas que acaba por contribuir globalmente para o processo de mudança

climática do planeta. Grande parte dos problemas ambientais, entre eles a

ocorrência de áreas degradas afetam não apenas as gerações presentes, mas

também as futuras, na medida em que interferem nas condições essenciais de

sua sobrevivência.

A recuperação de áreas degradadas tem por objetivo fornecer ao

ambiente degradado, condições favoráveis a reestruturação da vida em um

ambiente que não possui condições físicas, químicas e/ou biológicas de se

regenerar por si só, isso se dá através de obras no terreno como a construção

de terraços, banquetas, etc., ou ainda, da implantação de espécies vegetais,

podemos conduzir a recuperação de uma área degradada.

Desta forma este trabalho vem propor recuperação das condições de

uma área degradada que sofreu os impactos ambientais após a instalação de

um empreendimento imobiliário, por meio de um levantamento bibliográfico

sobre o histórico do local trabalhado, buscando identificar a real situação do

nível de degradação da área para elaboração um diagnóstico do local com a

utilização de georreferenciamento e apresentar uma proposta de recuperação

para a área afetada.

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15

2 OBJETIVOS

2.1 OBJETIVO GERAL

Elaborar uma proposta de recuperação de uma área degradada que sofreu os

impactos ambientais após a instalação de um empreendimento imobiliário.

2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Fazer levantamento bibliográfico sobre o histórico do local a ser

trabalhado;

Identificar a real situação do nível de degradação da área;

Elaborar um diagnóstico do local com a utilização de

georreferenciamento;

Elaborar uma proposta de recuperação para a área degradada.

Apresentar a proposta para os proprietários do empreendimento

imobiliário;

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16

3 REFERENCIAL TEÓRICO

A recuperação da área degradada adquiriu o caráter de uma área de

conhecimento, sendo denominada por alguns autores como Restauração

Ecológica. Justifica-se a realização deste trabalho por ressaltar a recuperação

de áreas deflorestas que deve ser desenvolvida com o plantio de árvores

nativas, em especial as formações de matas ciliares, principalmente devido à

conscientização da sociedade quanto à necessidade de reverter o estado de

degradação do meio ambiente e à exigência legal.

Entende-se por meio ambiente as relações que existem entre a natureza

o homem e a estrutura política, econômica e social (ROCHA & KURTZ, 2014).

Albuquerque (2007) se refere que os problemas sócio ambientais não

podem ser considerados um desequilíbrio de uma relação entre o homem e a

natureza. Não é porque a natureza esteja revoltada com o homem que, por

isso, quer exterminá-lo. A natureza possui uma dinâmica própria de

transformação, mas é a relação homem/natureza que está causando os

problemas ambientais que ameaçam extinguir nossa própria espécie, afinal os

resultados vem de uma relação do homem com ele mesmo (ALBUQUERQUE,

2007).

A recuperação de ecossistemas degradados é uma atividade antiga, no

entanto, até recentemente, ela se caracterizava como uma atividade sem

concepções teóricas, sendo executada normalmente como uma prática de

plantio de mudas, com objetivos específicos.

Questiona-se que o desmatamento, o assoreamento e a erosão

prejudicam a fauna e flora no empreendimento. Elaborar-se-á projeto

recuperação da área degradada, incluindo nesta etapa seleção das mudas e

classificação das áreas para plantio, monitoramento e replantio se necessário.

Justifica-se este projeto pela necessidade da recuperação do fragmento

florestal, reduzindo os impactos a fauna e flora nativa, bem como, o

enriquecimento paisagístico do empreendimento. A vegetação é importante na

estabilidade do solo. O manto florístico amortece o impacto das chuvas,

regularizando e reduzindo o escoamento superficial e aumentando o tempo

para absorção da água pelo subsolo.

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17

A importância do reflorestar as áreas degradadas é evitar o surgimento

de processos erosivos, reduzir os assoreamentos das linhas de drenagem

natural, manter a fauna local e amenizar o calor.

A floresta é a reintegração do homem com a natureza, que resulta em

um ambiente autodinâmico e produtivo, análogo aos ecossistemas originais e

manejados segundo o fluxo da sucessão natural. O homem pode interagir com

a floresta sem que a destrua, conforme Salvador e Miranda (2007).

Kageyama et al (2004) considera que área degradada é aquela que,

após distúrbio, teve eliminado os seus meios de regeneração natural, não

sendo, portanto, capaz de se regenerar sem a interferência antrópica.

Para Salvador e Miranda (2007) verifica-se a degradação de uma área

quando a vegetação e a fauna são destruídas, removidas ou expulsas, a

camada de solo fértil é perdida, removida ou coberta, afetando os corpos

superficiais ou subterrâneos d’água.

3.1 Área degradada

O conceito de área degradada ou de paisagens degradadas pode ser

compreendido como locais onde existem (ou existiram) processos causadores

de danos ao meio ambiente, pelos quais se perdem ou se reduzem algumas de

suas propriedades, tais como, a qualidade produtiva dos recursos naturais

(DECRETO FEDERAL 97.632/89).

Botelho et al(2014) refere-se que um ecossistema degradado é aquele

que após distúrbios, teve eliminados, com a vegetação, os seus meios de

regeneração biótica. Seu retorno ao estado anterior pode não ocorrer ou ser

bastante lento. Nesse caso, a ação antrópica é necessária para a sua

regeneração em curto prazo.

Nascimento (2014) inclui a degradação ambiental como consequência

das atividades que direta ou indiretamente prejudiquem a saúde, a segurança e

o bem-estar da população; criem condições adversas às atividades sociais e

econômicas; afetem desfavoravelmente os fatores bióticos; afetem as

condições estéticas ou sanitárias do meio ambiente e lancem matérias ou

energia em desacordo com os padrões ambientais estabelecidos.

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18

A degradação ambiental pode estar, de acordo com Neto, Angelis e

Oliveira (2014) situada nas zonas rurais, mas também em zonas urbanas. Mais

de 15% dos solos do mundo encontram-se degradados ou em processo de

degradação. Na região tropical, a situação é ainda pior: mais da metade dos

solos tropicais possuem algum grau de degradação.

Um dos principais problemas relacionados à ocupação das áreas

urbanas, segundo Nascimento (2014) são os impactos ambientais, quase

sempre notados através das inundações, deslizamentos, desmoronamentos,

produção de lixo, erosões, entre outros. Muitas vezes, o surgimento de áreas

degradadas oriundas destes impactos ambientais está relacionado à falta de

planejamento urbano. Este autor também afirma que o impacto ambiental não é

só um resultado da ação humana sobre o ambiente, mas sim a relação entre as

mudanças sociais e ecológicas em constante movimento, portanto estudar um

determinado impacto ambiental é estudar um movimento continuo.

A Resolução 01/86 do Conselho Nacional do Meio Ambiente – Conama–

cita algumas atividades causadoras de impactos ambientais (Tabela 1), que

são potencialmente causadoras de alterações no meio ambiente. Neto, Angelis

e Oliveira (2014) consideram que algumas dessas atividades são de maior

ocorrência em áreas urbanas, e outras em áreas rurais e até mesmo em

escalas regionais ou nacionais.

No Brasil, assim como em grande parte do planeta, segundo Serato e

Rodrigues (2010), o processo de desenvolvimento é baseado em uma intensa

exploração do meio ambiente. Estes mesmos autores afirmam que a enorme

demanda por recursos naturais ocasionou uma exploração desmedida, uma

rápida degradação desse meio e o aumento da degradação ambiental.

Silva (2011) descreve que o homem desde a pré-história interfere

consciente ou inconscientemente no meio ambiente, mais especificamente na

distribuição da vegetação, seja pela dispersão de sementes durante processos

migratórios, pela proteção de espécies consideradas úteis ou sagradas, pela

seleção de espécies para domesticação, pela caça ou domesticação de

animais necessários à polinização de espécies da floresta ou através de outros

processos que envolvem fatores bióticos e abióticos.

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19

Neto, Angelis e Oliveira (2014) apresentam uma série destas atividades,

destacando a necessidade de se agrupar e estabelecer a classificação por

porte, potencial de impacto, tipo de atividade e localização (Tabela 1).

Tabela 1 Classificação das atividades causadoras de impactos

ambientais - por porte, potencial de impacto e tipo de atividade.

Fonte: Neto, Angelis e Oliveira (2014).

De acordo com Albuquerque (2007) falar de degradação ambiental e sua

relação com o homem é falar da história da humanidade desde seu surgimento

na Terra, o homem tenta compreender e transformar o mundo à sua volta.

A ampliação dos problemas ambientais, entre eles o crescimento do

número de áreas degradadas, faz com que necessitemos de uma legislação

que nos garanta de acordo com Abreu e Gonçalves (2013) um ambiente

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20

ecologicamente equilibrado, visto que é um direito fundamental, uma vez que

tem por finalidade a qualidade e a manutenção da vida (Figura 1).

Figura 1:Identificação dos benefícios das árvores.

Fonte: https://arvoresvivas.wordpress.com/arvores.

3.2 Modelos de Recuperação de Áreas Degradadas

Com o acelerado crescimento populacional a demanda por novas áreas

aumentou, seja para suprir a necessidadede moradias ou para a execução de

certas atividades. Isto provoca, em muitas situações, a ocupação desordenada

de áreas e o uso descontrolado de recursos naturais.

O mau uso do solo pode provocar impactos ao meio ambiente, como os

processos de erosão intensa, impermeabilização do solo, perda de

biodiversidade, inundações, assoreamentos de reservatórios e cursos d’água

(SANTOS; SANTOS, 2010; VAEZA et al., 2010).

Moreira et al. (2015) enfatizam que o uso da terra, incluindo o tipo de

vegetação e as atividades antropogênicas, afeta a produção de água. Esse

fator é dos mais relevantes a ser considerado no manejo de bacias

hidrográficas.

Ao longo dos séculos, a atividade antrópica vem causando a degradação

dos ecossistemas. Por causa dessa degradação, estamos passando por vários

problemas ambientais, entre eles o aquecimento global. Diante dessa situação,

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21

a restauração de áreas degradadas se torna cada vez necessária para diminuir

os efeitos negativos da destruição dos ambientes naturais (KAGEYAMA,

GANDARA & OLIVEIRA, 2003).

Com a crescente conscientização das pessoas para a necessidade da

conservação dos recursos naturais, a pesquisa científica e os projetos de

restauração tem tido um grande avanço (MARTINS, 2007). Mas ainda é

necessário mais pesquisa, não só no que tange a restauração, mas em todos

os campos da ciência, para que se atinja um resultado satisfatório a nível

global.

Restauração ou recuperação? A Lei n° 9.985 de 18/07/2000, que

instituiu o Sistema Nacional de Unidades de Conservação, no artigo 2°, define

a recuperação como a “restituição de um ecossistema ou de uma população

silvestre degradada a uma condição não degradada, que pode ser diferente de

sua condição original”. Sendo assim, a recuperação pode ser entendida como

um conjunto de ações necessárias para que a área volte a estar apta para

algum uso produtivo em condições de equilíbrio ambiental (MARTINS, 2007).

Já a restauração é definida na referida lei como sendo a “restituição de

um ecossistema ou de uma população silvestre degradada o mais próximo

possível da sua condição original”. Ou seja, a “restauração ecológica almeja

criar comunidades ecologicamente viáveis, protegendo e fomentando a

capacidade natural de mudança dos ecossistemas” (ENGEL & PARROTA

2003).

Atualmente, os projetos de restauração de florestas tropicais tentam

incorporar as particularidades de cada unidade da paisagem, com o objetivo de

restaurar processos ecológicos importantes na reconstrução de uma

comunidade funcional, com elevada diversidade, sem a preocupação de atingir

uma comunidade final única com características de uma comunidade clímax

pré-estabelecida (GANDOLFI & RODRIGUES, 2007).

É importante o conhecimento da área a ser recuperada, como por

exemplo, qual era o tipo de vegetação existente, o fator de degradação, a

situação atual da área etc., pois, éatravés dessas informações e de

conhecimentos ecológicos que é possível propor ações que visem à

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restauração de um ecossistema sustentável, ou seja, que possa se auto

sustentarem longo prazo (ENGEL & PARROTA, 2003).

TÉCNICAS DE RESTAURAÇÃO

Para atingir o objetivo da restauração, que é o de “promover uma nova

dinâmica de sucessão ecológica,onde ocorram níveis intensos de interação

entre produtores, consumidores e de decompositores, num ciclo contínuo de

mortes e nascimentos” (TRÊS, 2006), é recomendada a utilização de técnicas

de nucleação.

Esta técnica consiste na formação de "ilhas" ou núcleos de vegetação

com espécies com capacidade ecológica de melhorar significativamente o

ambiente, facilitando a ocupação dessa área por outras espécies. Nesses

núcleos há incremento das interações interespecíficas, envolvendo interações

planta-planta, plantas-microorganismos, plantas-animais, níveis de predação e

associações e os processos de reprodução vegetal, como a polinização e a

dispersão de sementes.

Assim, a partir desses núcleos, a vegetação secundária se expande ao

longo do tempo e acelera o processo de sucessão natural. O núcleo pode ser

formado por meio de: plantio de sementes ou mudas de espécies pioneiras,

galharia, transposição de solo, de sementes, implantação de poleiros, ou "mix"

(mais de uma técnica associada).

Os núcleos são estabelecidos em 10% da área. Quando os núcleos são

estabelecidos em áreas menos resilientes (por degradação do solo ou

cobertura por espécies de capins agressivos) eles podem ser mais próximos,

ou seja, com maior densidade de núcleos. O manejo é dado dentro dos núcleos

para favorecer o germinar das mudas e o estabelecimento das plântulas. Em

geral, os espaços entre núcleos não são manejados, porém o restaurador pode

optar por eliminar ou substituir a vegetação agressiva por uma menos

agressiva ou que facilite a expansão dos núcleos e a chegada de novas

plantas.

A nucleação é entendida como a capacidade que uma espécie tem de

melhorar significativamente o ambiente, facilitando a ocupação dessa área por

outras espécies (YARRANTON & MORRISON, 1974). Assim, a partir de ilhas

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de vegetação ou núcleos, a vegetação secundária se expande ao longo do

tempo e acelera o processo de sucessão natural na área degradada

(MARTINS, 2007) (Figura2).

Figura 2: Técnicas de nucleação.

Fonte: https://arvoresvivas.wordpress.com/arvores.

Os possíveis riscos surgem quando a vegetação competidora

(especialmente gramíneas exóticas e outras espécies agressivas) pode impedir

a expansão dos núcleos estabelecidos pelas diferentes combinações de

estratégias. Neste caso o controle das espécies competidoras poderá ser

prolongado por vários anos. Quando o solo está compactado e erodido, é

pouco provável que os núcleos se expandam. Como cada uma das estratégias

de nucleação indicadas resolve gargalos específicos, elas poderão não

funcionar em alguns casos, como por exemplo: os poleiros podem não mudar

as condições de germinação ao seu redor, a galharia pode não trazer

sementes e a serapilheira pode não modificar fortemente o ambiente na área

degradada. Além disso, a ocorrência de elevada infestação de formigas

cortadeiras no local também pode inibir o estabelecimento e o bom crescimento

de plantas regenerantes ou mesmo as plantadas.

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Os controles de fatores de degradação ambiental nos permitem optar

por estratégias de recuperação, visando não prejudicar a regeneração natural

e/ou os plantios, algumas medidas devem ser tomadas para minimizar fatores

de degradação ambiental, dentre os quais o fogo, o pastoreio de animais e as

formigas cortadeiras. A estratégia selecionada deve vir acompanhada, do uso

de Boas Práticas Agrícolas visando garantir a conservação do solo e da água.

O técnico da Embrapa Felipe Ribeiro mostra em simulação os resultados

esperados em uma determinada área como na Figura 3, onde é possível

visualizar tais resultados conforme as descrições nas Figuras 1, 2, 3 e 4.

Figura 3: Situação inicial, exemplo de área degradada.

Fonte: https://www.embrapa.br/codigo-florestal/nucleacao.

Na Figura 4 pode ser observada a situação da área na implantação:

distribuição aleatória de ilhas ou núcleos de vegetação na forma de mix.

Figura 4: Situação da área na implantação

Fonte: https://www.embrapa.br/codigo-florestal/nucleacao.

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Na Figura 5 os resultados esperados em 2 anos, os núcleos se

expandem de forma heterogênea, pois são técnicas diferenciadas, com

estruturas peculiares e que interagem de diferentes maneiras com o ambiente

ao redor. Cada técnica/estrutura proporciona diferentes condições de atrair

novas sementes para a área a ser restaurada. Do centro dos núcleos para a

sua borda há heterogeneidade microambiental que favorece diferentes nichos

ecológicos gerando biodiversidade. No início a estrutura da vegetação florestal

acontecerá internamente e nas proximidades dos núcleos.

Figura 5: Resultados esperados em 2 anos.

Fonte: https://www.embrapa.br/codigo-florestal/nucleacao.

Na Figura 6 os resultados esperados em 10 anos, a vegetação tem

características de formação secundária que não necessita de manejo para

seguir seu rumo e atingir características de vegetação madura, com a presença

dos diversos grupos funcionais. Os núcleos, antes isolados, já se juntaram e

interagem de forma heterogênea, gerando oportunidade para a diversificação

biológica. Regenerantes originados da chuva de sementes do próprio plantio e

de áreas próximas surgem. Estes regenerantes garantirão a dinâmica da

evolução da comunidade.

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Figura 6: Resultados esperados em 10 anos.

Fonte: https://www.embrapa.br/codigo-florestal/nucleacao.

Toda ação de restauração deve ser monitorada e manejada conforme

seus resultados. O monitoramento indicará se a técnica escolhida foi adequada

e se está bem conduzida. Após a avaliação, nova tomada de decisão pode ser

necessária. Por isso, recomenda-se que a restauração seja feita em etapas,

começando por pequenas áreas. O monitoramento permite analisar se a

técnica empregada está desencadeando a regeneração necessária para o

retorno da vegetação nativa. A qualidade do solo e a estrutura, diversidade e

composição da vegetação são características comumente avaliadas em um

monitoramento de restauração ecológica, e são capazes de predizer o sucesso

da recomposição da vegetação.

TRANSPOSIÇÃO DO SOLO

Também conhecida como transposição do banco de sementes, essa

técnica consiste em retirar porções da camada superficial do solo, juntamente

com a serapilheira, de uma área em estágio de sucessão mais avançada e

colocá-las em faixas ou ilhas, na área degradada. Espera-se que, com o

tempo, essas faixas ou ilhas tornem-se núcleos de alta diversidade de

espécies, desencadeando o processo sucessional na área como um todo.

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Conforme Figura 7 observa-se a restauração por meio da transposição

do solo uma das modalidades da nucleação, Martins (2007).

Figura 7: Restauração por meio da transposição do solo.

Fonte:http://www.celan.com.br/website_seband.

A transposição do solo é importante, pois, além de sementes, são

levados juntamente com o solo seres vivos responsáveis na ciclagem de

nutrientes, reestruturação e fertilizaçãodo solo e materiais minerais e

orgânicos, o que auxilia na recuperação das propriedades físico-químicas do

solo degradado e por conseqüência na revegetação da área.

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TRANSPOSIÇÃO DE GALHARIA

Entende-se como galharia os restos vegetais (galhos, folhas e material

reprodutivo) da floresta. Para a restauração de uma área, esse material pode

ser disposto desordenadamente formando um emaranhado de restos vegetais.

Essa galharia enleirada proporciona abrigo para pequenos animais, além de

manter um ambiente úmido e sombreado, propicio para o desenvolvimento de

plantas mais adaptadas a esse tipo de ambiente. As galharias, também são

fontes de matéria orgânica (Figura 8).

Na Figura 8 os restos vegetais de florestas, quando enleirados, formam

um microclima propício para a germinação e desenvolvimento de sementes de

espécies mais adaptadas aos ambientes sombreados e úmidos e oferecem

excelentes abrigos para a fauna, Bechara (2006).

Figura 8: Identifica os restos vegetais de floresta.

Fonte:http://www.celan.com.br/website_seband.

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POLEIROS NATURAIS E ARTIFICIAIS

A utilização de poleiros é recomendada para a atração de aves e

morcegos, uma vez que proporcionam área de pouso para esses animais que

podem se deslocar entre remanescentes florestais. Através de fezes e material

regurgitado por esses animais, ocorre a deposição de sementes nas

proximidades dos poleiros, formando núcleos de diversidade.

Os poleiros naturais são obtidos através do plantio de árvores de rápido

crescimento, que tenham copa favorável para o pouso de aves e morcegos,

podendo ter frutos que atraiam esses animais. Podem também ser utilizadas

árvores remanescentes na área.

Os poleiros artificiais podem ser construídos com varas de bambu,

postes de eucalipto, caules de árvores mortas ou recém-derrubadas (com

licenciamento ambiental), nos quais são fixadas varas finas de madeiras. Pode

ser feita a ligação dos poleiros através de cabos de aço (Figura 9).

Conforme mostra a Figura 9, para ajudar na atração da avifauna podem

ser feitos furos nos colmos das extremidades da vara de bambu, ou, no caso

de utilização de troncos de árvores, fixar colmos de bambu, permitindo a

nidificação de pequenos pássaros onde também podem ser plantadas

trepadeiras de rápido crescimento em volta dos poleiros.

Figura 9: Mostra os poleiros artificiais interligados com cabos de aço.

Fonte: http://www.ufjf.br/ecologia/files/2012.pdf

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TRANSPOSIÇÃO DE CHUVA DE SEMENTES

A chegada de sementes em um local através da dispersão é

denominada chuva de sementes. Essas sementes dispersas podem ser

coletadas e utilizadas para a produção de mudas com o objetivo de restaurar

uma área degradada, ou podem ser semeadas diretamente na área a ser

restaurada.

Para a coleta das sementes são utilizados coletores, que são estruturas

de madeira, metal ou PVC, de formato circular ou quadrado, com pés, onde

são fixados tecidos/redes/telas onde serão depositadas as sementes de acordo

com a Figura 10 onde o coletor de sementes é usado para captura de chuva de

sementes em áreas naturais. Antoneli (2011).

Figura 10: Coletor de sementes.

Fonte: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext

Para avaliar a produção de coleta de semente, aplicou-se a técnica de

parcelas coletoras com área de 1 m2 O coletor foi confeccionado com uma

moldura de madeira, sendo fixada uma tela de "nylon" com malha de 2 mm,

formando um saco cônico de 0,5 m de profundidade. Sendo este preso em

quatro pedestais fixados no chão, a uma altura de aproximadamente 1,5 m do

solo.

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PLANTIO DE MUDAS

O plantio de mudas é uma forma efetiva de ampliar o processo de

nucleação. Ele pode ser realizado de diversas formas, no que diz respeito a

disposição das mudas em campo. Uma forma de plantio seria ao acaso, onde

as mudas são plantadas sem espaçamento definido.

Na Figura 11 observa-se outro modelo, que é o plantio em linha com

espécie pioneira e não pioneira, sendo utilizado um espaçamento de 2 x 3 m ou

2 x 2 m.

Figura 11: Modelo de plantio em linhas alternadas.

Fonte:http://www.ufjf.br/ecologia/files/2009/11/estagio_Silvia_Soares1.pdf.

Há também o plantio de mudas em grupos adensados, onde o

espaçamento entre as mudas é pequeno. Um exemplo dessa forma de plantio

é o chamado “grupos de Anderson”, onde 3,5 ou 13 mudas são plantadas com

espaçamento de 0,5m de forma homogênea ou heterogênea, como mostra a

Figura 12a e 12b.

Figura 12: Modelos de plantio de mudas em “grupos de Andersom”

Fonte:http://www.ufjf.br/ecologia/files/2009/11/estagio_Silvia_Soares1.pdf.

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Independente do modelo de plantio escolhido é importante lembrar que

as espécies a serem utilizadas devem ter características biológicas que

permitam o seu desenvolvimento na área a ser restaurada. Além disso, as

espécies devem apresentar potencialidades de interações, de forma que haja a

formação de pontos na área com forte poder de nucleação.

A recuperação de uma área degradada tem por objetivo permitir que o

espaço danificado volte a contar com recursos bióticos e abióticos suficientes

para que se mantenha em equilíbrio. Ela deve prever a sua nova utilização em

consonância com um plano de uso do solo pré-estabelecido. Tal plano de

recuperação deve ter como princípios o uso sustentável dos recursos naturais

e a preservação dos ecossistemas como diretrizes para a recuperação.

Dependendo do nível dedegradação, a área pode sofrer uma

restauração visando o retorno a um estado intermediário estável. A área

também pode passar por uma reabilitação, na qual sofre um retorno ao estado

intermediário das condições da vegetação. Por fim, poderá sofrer uma

redestinação ou redefinição, quando a presença humana é necessária para

auxiliar o processo de restauração.

Para promover o processo de recuperação primeiramente é preciso

identificar o local e o tipo de ecossistema a ser restaurado. É necessário

também identificar o agente causador da degradação e se existe a

necessidade de intervenções indiretas para a restauração. Para a recuperação

são empregadas diversas técnicas que serão aplicadas de acordo com as

condições da área degradada.

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3.3 Legislação e Normas de Ocupação Territorial

Embora se tenha um conjunto de normas de caráter preservacionista, a

situação urbana e ambiental atinge níveis de precariedade desaneamento

básico e infraestrutura urbana indesejável para o meio ambiente e a saúde da

população. Essa situação tem proporcionado uma mudança de paradigmas na

forma de entendimento da realidade territorial diante das normas legais.

Começa-se a perceber que a irregularidade do território e a depredação

ambiental têm relação direta com a forma de apropriação da terra e a ineficácia

de políticas públicas que atentem para a democratização da cidade,

respeitando suas particularidades e funções socioambientais.

Cabe destacar que a resolução efetiva dos conflitos urbanos e

ambientais existentes abarcam direitos cerceados há tempos em razão da

valorização da propriedade que despreza a função social e ambiental, além do

direito de viver em uma cidade mais equânime. Espera-se conseguir

demonstrar a necessidade de despir de pré-conceitos e desconstruir a ideia de

que a cidade simplesmente cresce de forma desordenada, ao contrário, reflete

exatamente a forma de planejamento adotado e sua ineficácia. Algumas

Normas, Leis e Resoluções que permeio a ocupação territorial:

RESOLUÇÃO Nº 087/2016 – COMDEMA, DE 01 DE DEZEMBRO DE

2016 DISPÕE sobre o Plano Diretor de Arborização Urbana da cidade

de Manaus/AM.

CONSELHO MUNICIPAL DE DESENVOLVIMENTO E MEIO

AMBIENTE, usando das atribuições que lhe conferem os termos da

Resolução n° 005/2002 – COMDEMA, e da Lei n° 605, de 24 de julho de

2001;

LEI No 10.257, DE 10 DE JULHO DE 2001. Regulamenta os arts. 182 e

183 da Constituição Federal estabelece diretrizes gerais da política

urbana e dá outras providências.

LEI Nº 1838, DE 16 DE JANEIRO DE 2014Dispõe sobre as Normas de

Uso e Ocupação do Solo no Município de Manaus e Estabelece outras

Providências.

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3.4 Legislação e Normas de Áreas Degradadas

A recuperação de áreas degradadas está intimamente ligada à ciência

da restauração ecológica. Restauração ecológica é o processo de auxílio ao

restabelecimento de um ecossistema que foi degradado, danificado ou

destruído. Um ecossistema é considerado recuperado e restaurado quando

contém recursos bióticos e abióticos suficientes para continuar seu

desenvolvimento sem auxílio ou subsídios adicionais.

O monitoramento da cobertura do solo, no âmbito da sentença, visa

identificar os limites e quantificar as transformações que ocorrem em parcelas

superficiais da cobertura do solo, impactadas ou não pela degradação. A

frequência do monitoramento da cobertura do solo é bianual.

É considerada transformação qualquer modificação que altere a

cobertura de solo da situação deixada após o término das atividades de

empreendimento imobiliário a céu aberto ou deposição de rejeitos, seja ela

oriunda de ação antrópica, como processos de recuperação ambiental ou

ocupação/urbanização das áreas, ou natural, incluindo a vegetação

espontânea e a erosão a legislação abaixo contempla os requisitos:

INSTRUÇÃO NORMATIVA ICMBIO Nº 11, DE 11 DE DEZEMBRO DE

2014 Estabelece procedimentos para elaboração, análise, aprovação e

acompanhamento da execução de Projeto de Recuperação de Área

Degradada ou Perturbada - PRAD, para fins de cumprimento da

legislação ambiental.

ABNT – ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR

13.030: Elaboração e Apresentação de Projeto de Reabilitação de

Áreas Degradadas pela Mineração. Rio de Janeiro, 1999. 5 p.

______. NBR 15.495-1: Poços de Monitoramento de Águas

Subterrâneas em Aquíferos Granulares – Parte 1: Projeto e

Construção. Rio de Janeiro, 2007. 25 p.

______. NBR 15.847: Amostragem de Água Subterrânea em Poços

de Monitoramento – Método de Purga. Rio de Janeiro, 2010. 15 p

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3.5 Contexto histórico da área em estudo.

Em 2014 a referida área foi vendida para loteamento e, este

empreendimento realizou a limpeza da área, desmatando e fazendo barragens.

As consequências foram o assoreamento do corpo hídrico, erosões,

desaparecimento de animais do entorno entre outros. A Figura 13 mostra a

vista aérea do empreendimento. A Figura 14 mostra o arruamento no referido

empreendimento.

A área em que será desenvolvido esse projeto compreende 98ha no

município de Iranduba, onde se instalou o empreendimento imobiliário. Na

década de 80 no local havia uma fazenda com criação de bovinos, quando foi

realizado o primeiro desmatamento. A fazenda trabalhou com criação de

bovinos até 2002, depois foram inseridos na área de pasto, culturas como

guaraná, seringa, pimentão, mamão, limão entre outros.

Figura 13. Vista área do empreendimento em 2014.

Fonte: http://novabairrosplanejados.com.br/2015/empreendimentos/iranduba.

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Figura 14. Vista área do empreendimento nos dias de hoje. Setembro/2017.

Fonte: http://www.cidade-brasil.com.br/vista-satelite-iranduba.html.

Figura 15: Arruamento no referido empreendimento.

Fonte: http://novabairrosplanejados.com.br/2015/empreendimentos/iranduba.

Na Figura 15 identificam-se as divisões dos lotes e rede elétrica no

empreendimento e na Figura 16 são visualizados os lotes do empreendimento.

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Figura 16: Lotes e rede elétrica no empreendimento.

Fonte: http://novabairrosplanejados.com.br/2015/empreendimentos/iranduba.

Figura 17: Lotes do empreendimento.

Fonte: http://novabairrosplanejados.com.br/2015/empreendimentos/iranduba.

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As Figuras 16 e17 apresentam o projeto em 3D do Loteamento e nas

Figuras 18 e 19 o simulado em 3D no local do empreendimento.

Figura 18: Projeto em 3D dos Lotes do empreendimento.

Fonte: http://novabairrosplanejados.com.br/2015/empreendimentos/iranduba.

Figura 19: Projeto em 3D dos Lotes do empreendimento.

Fonte: http://novabairrosplanejados.com.br/2015/empreendimentos/iranduba.

Loteamento 2

Loteamento 1

Loteamento 1

Loteamento 2

Rodovia

Carlos

Braga

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Figura 20: Projeto em 3D dos Lotes do empreendimento.

Fonte: http://novabairrosplanejados.com.br/2015/empreendimentos/iranduba.

Figura 21: Projeto em 3D dos Lotes do empreendimento.

Fonte: http://novabairrosplanejados.com.br/2015/empreendimentos/iranduba.

Loteamento 1 Loteamento 2

Loteamento 1

Loteamento 1

Rodovia Carlos Braga

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Figura 22: Projeto em 3D dos Lotes do empreendimento.

Fonte: http://novabairrosplanejados.com.br/2015/empreendimentos/iranduba.

Figura 23: Projeto em 3D dos Lotes do empreendimento.

Fonte: http://novabairrosplanejados.com.br/2015/empreendimentos/iranduba.

Loteamento 2 Simulação em 3D

Loteamento 2 Simulação em 3D

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4. A importância da recuperação de área degradada e as metodologias de

recuperação por meio do PRAD.

Apresenta-se por definição a recuperação de áreas degradadas que está

intimamente ligada à ciência da restauração ecológica. Restauração ecológica

é o processo de auxílio ao restabelecimento de um ecossistema que foi

degradado, danificado ou destruído. Um ecossistema é considerado

recuperado – e restaurado – quando contém recursos bióticos e abióticos

suficientes para continuar seu desenvolvimento sem auxílio ou subsídios

adicionais, de acordo com Ministério do Meio Ambiente (2017).

A Lei nº 9.985, de 18 de julho de 2000, em seu art. 2º, distingue, para

seus fins, um ecossistema “recuperado” de um “restaurado”, da seguinte forma:

Art. 2º Para os fins previstos nesta Lei entende-se por:

[...]

XIII - recuperação: restituição de um ecossistema ou de uma população

silvestre degradada a uma condição não degradada, que pode ser diferente de

sua condição original;

XIV - restauração: restituição de um ecossistema ou de uma população

silvestre degradada o mais próximo possível da sua condição original;

PRAD significa plano ou projeto de recuperação de áreas degradadas,

que tem como objetivo principal criar um roteiro sistemático, contendo as

informações e especificações técnicas organizadas em etapas lógicas, para

orientar a tecnologia de recuperação ambiental de áreas degradadas ou

perturbadas para alcançar os resultados esperados. Segundo a Fundação para

Conservação e a Proteção Florestal do Estado de São Paulo (2004), o projeto

técnico é um instrumento de planejamento, execução e avaliação. O PRAD

teve sua origem no artigo 225, da Constituição Federal de 1988, e no Decreto-

Lei n. 97.632/89, que regulamentou a Lei n. 6.938/81, obrigando a recuperação

da área degradada como parte do Relatório de Impacto Ambiental, podendo

ser empregado de forma preventiva ou corretiva, em áreas degradadas por

ações de mineradoras. No início, o PRAD era aplicado apenas na atividade

mineradora, na década de 1990, foi estendido como forma de condicionante e

ajustes de conduta ambiental para outras atividades degradadoras, sendo

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incorporado como um programa complementar da maioria dos Estudos de

Impacto Ambiental e Relatórios de Impacto Ambiental e em Termos de Ajuste

de Conduta (TAC), firmados entre empresas e o Ministério Público. Grande

parte dos trabalhos de recuperação ambiental, originários de PRAD, tem

origem nas imposições da legislação brasileira. Mais recentemente, outro

dispositivo legal, a Instrução normativa n. 4, de 13 de abril de 2011, estabelece

procedimentos para elaboração do PRAD ou Área Alterada. Esta instrução traz

como anexos Termos de Referência, e distingue dois tipos de PRAD (PRAD e

PRAD simplificado), que são aplicados conforme cada caso especificado na

norma. Na instrução é determinado que “o PRAD deve reunir informações,

diagnósticos, levantamentos e estudos que permitam a avaliação da

degradação ou alteração e a consequente definição de medidas adequadas à

recuperação da área”.

O PRAD é conduzido conforme objetivos discutidos com o proprietário

(ou proponente), alinhados com o técnico responsável pelo projeto e

acompanhamento, conforme Instrução Normativa nº 4, de 13 de abril de 2011,

o proprietário deve assinar também o “Termo de Compromisso de Reparação

de Dano Ambiental”, que será anexado ao PRAD a ser apresentado.

Uma observação a ser considerada é que uma parte considerável dos

PRAD, apresentados e aprovados por órgãos ambientais, na prática, não são

implantados. Existe uma necessidade dos órgãos ambientais estaduais e

municipais acompanharem a implantação destes PRAD.

Procedimentos e métodos para elaboração de PRAD:

CONSIDERAÇÕES E PLANEJAMENTO INICIAL

O processo de recuperação ambiental é complexo, requerendo tempo,

recursos (dinheiro, mão de obra e tecnologia) e conhecimento dos diversos

fatores relacionados à área a ser recuperada, como as características do solo,

da água, da fauna, da flora e as modificações inerentes ao processo que

ocasionam (ou ocasionarão) o distúrbio. O PRAD deve ter inicialmente seus

objetivos bem definidos, ajustando variáveis como: as necessidades legais,

desejo do proprietário do terreno, aspectos sociais e econômicos. Nunca

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esquecendo de que o objetivo principal é promover a recuperação ambiental de

uma área degradada.

O planejamento inicial prevê a necessidade da confecção de um roteiro

que busque a solução mais rápida, mais eficiente e mais econômica para se

recuperar as áreas degradadas faz-se necessário conhecer o passado, analisar

o presente e planejar o futuro das áreas a reabilitar. O planejamento deve ser

com uma visão de longo prazo. O processo de planejamento deve ser

realizado, projetando-se em longo prazo e contemplando sempre uma visão

global do problema. Os “pacotes” e “receitas” generalistas não funcionam no

caso de recuperação, cada situação específica deve receber um tratamento

adequado. As etapas, aqui mostradas, compõem apenas um roteiro bem

simples e básico, que pode ser adaptado para cada caso específico.

Hoje, um PRAD deve considerar em seu escopo, além dos aspectos

ambientais, as variáveis sociais e ambientais, envolvidas no processo de

recuperação. Os atores sociais (população que, originalmente, ocupava a área

degradada e entorno, incluindo seus valores e interesses) assim como a

atividade econômica, que era desenvolvida na área antes da intervenção

(impacto) ambiental, devem ser considerados.

Uma das etapas mais importantes a ser considerada é o diagnóstico que

permite o conhecimento da amplitude dos problemas ambientais, sociais e

econômicos envolvidos no processo de recuperação ambiental da área e

respectivo PRAD. O diagnóstico prévio de aspectos ambientais (biológicos) e

socioeconômicos permite que se estabeleçam metas para a recuperação

ambiental, dando mais consistência ao PRAD e a seu processo de

implementação.

O sucesso e a garantia de implantação do projeto de recuperação são

oriundos do gerenciamento responsável dos recursos e das atividades

envolvidas, que vão garantir a implantação do projeto, a responsabilidade

técnica dos autores dos projetos que devem, obrigatoriamente, acompanhar

tecnicamente a implantação e manutenção do PRAD. Em empresas que

possuem as respectivas áreas ambientais, este projeto e acompanhamento

poderão ser feitos por técnico do próprio quadro da empresa, porém a maioria

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dos PRAD é elaborada e supervisionada por profissionais terceirizados

(consultores).

Todo planejamento para implantação do PRAD não deve ser voltado

somente para os interesses e necessidades do empreendedor, mas também

para o sucesso do plano, considerando os aspectos biológicos, físicos,

socioculturais, econômicos, políticos, na qual a área objeto do PRAD está

inserida.

Nesta primeira etapa, devemos considerar as pretensões e objetivos do

proprietário com referência ao destino da futura área, aspectos e obrigações

legais, envolvidos com o problema, e realizar um levantamento do histórico de

ocupações da área a ser recuperada (revisão bibliográfica e fotográfica sobre a

região, histórico de utilização da área e informações sobre a área antes da

degradação - vegetação, fauna, hidrografia, clima, atividades antrópicas).

Identificação dos agentes de degradação:

Fazer o levantamento dos agentes de degradação que atuaram e ainda

agem sobre a área a ser recuperada, proporcionando a continuidade da

degradação dos recursos naturais.

Delimitação das áreas de influência:

a) Delimitar a área de influência direta (que está degradada), na qual

devemos concentrar os trabalhos de diagnóstico e estudos referentes ao

meio físico e biológico (estudo do substrato atual e área de influência

indireta, o entorno), que deve ser considerada com referência aos

aspectos socioeconômicos, além dos biológicos e físicos de referência

(áreas similares à original que ainda permanecem intactas);

b) Avaliação do grau de degradação;

c) Devem ser avaliados o estado atual do substrato (solo) da área e a

capacidade de regeneração biótica da vegetação;

d) Elaboração do projeto de recuperação - roteiro básico;

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Parte introdutória:

a) Introdução - resumo geral do PRAD, onde são citados o estado

ambiental da área degradada, os objetivos e as metas do projeto;

b) Objetivos - descrição dos objetivos gerais e específicos esperados com

a implantação do PRAD;

c) Metas - descrição das metas pretendidas;

d) Caracterização da região- esta parte deve conter uma breve

caracterização biológica, física e climática da região, com enfoque na

propriedade onde está inserida a área degradada. Informações sobre o

clima regional, variação anual de temperatura e precipitação, tipos de

solos, classificação e caracterização da vegetação, malha viária e uso

atual predominante. Estas características devem ser descritas

superficialmente neste item inicial e detalhadamente na fase de

diagnóstico da área a ser recuperada;

e) Equipe técnica do PRAD- descrição da equipe técnica responsável pela

elaboração do PRAD. Conforme estado e grau de degradação, podemos

ter um PRAD elaborado por um só profissional ou por uma equipe

técnica. Por exemplo, citamos uma atividade de mineração, quando

temos necessidade de Geólogo, Engenheiro Ambiental e/ou Florestal,

Agrônomo e Biólogo complementarmente;

Caracterização do Empreendimento:

a) Informações Gerais - nome, endereço, CEP, telefone, área degradada,

atividade e substância retirada, responsável técnico pela atividade

degradadora inicial;

b) Licenciamento ambiental da atividade inicial- relação de todas as

licenças ambientais existentes no empreendimento e respectivos

condicionantes. Deve conter licenciamentos ambientais de

funcionamento e supressão de vegetação;

c) Localização e acesso - deve conter roteiro de acesso ao

empreendimento, além de croqui ou mapa com localização das estradas

de acesso, e demarcação das áreas a serem exploradas;

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d) Área degradada- área requerida, área prevista inicialmente, área com

outras atividades, área de serviço de apoio, área total efetivamente

utilizada;

e) Mão de obra- pessoas envolvidas em cada atividade na exploração da

área;

f) Período de funcionamento e horário de funcionamento da atividade

exploratória;

g) Informações sobre a atividade exploratória:

h) Reservas;

i) Estimativa de produção (estoque de terra, argila, minério etc.);

j) Produção - previsão de produção periódica e total da área;

k) Tempo de utilização da área a ser explorada - tempo que irá durar a

atividade;

l) Métodos utilizados - descrição de qual metodologia a ser empregada em

cada processo;

m) Equipamentos a serem utilizados - relação de equipamentos e

quantidades a serem utilizados na atividade exploratória;

n) Descrição do processo de beneficiamento - descrição do processo final

de beneficiamento, principalmente em pedreiras e minerações;

o) Controle de poeira e ruído - outros tipos de poluição que devem ter

controle previsto no PRAD. Geralmente, o trânsito intenso de caminhões

e a geração de poeiras requerem um sistema de irrigação de estradas;

p) Bota-fora - área destinada a depósito de estéreis e restos de construção

do empreendimento. Esta área receberá no PRAD um tratamento

especial para recuperação. Deve ser observada a composição do bota-

fora, fatores, como a presença de metais pesados, requerem técnicas

complementares de recuperação e segurança;

q) Ações contra erosão - medidas como a construção de sistema de

drenagem, construção de canaletas, escadas de água, caixas e outros.

r) Segurança do trabalho e placas de sinalização - previsão da colocação

de placas, e técnicas de segurança a serem adotadas;

s) Armazenamento da camada superficial do solo - deve ser previsto o

local de armazenamento da camada superficial do solo, esta operação é

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muito importante para o processo de recuperação ambiental da área

degradada;

t) Diagnósticos Ambientais;

Etapas para a Implantação de um PRAD:

Para que a realização do PRAD seja bem sucedida deverá seguir as

seguintes etapas:

Diagnóstico - para que todas as etapas futuras sejam elaboradas erealizadas

com sucesso, necessita-se que seja feito um diagnóstico detalhado na

área,buscando assim identificar os passivos ambientais ali gerados.

Recuperação/Preparação do terreno - a recuperação e preparação do solo são

de suma importância para que o terreno possa receber as plantas e

proporcionar um crescimento saudável.

Processo de Revegetação - após o solo limpo, adubado e preparado deve dar-

se início ao plantio das espécies, seguindo todas as orientações de plantio.

Monitoramento e Avaliação - o monitoramento e a avaliação deve ocorrer nos

2(dois) anos seguintes ao plantio, visando avaliar o crescimento, adaptação e

desenvolvimento da área recuperada fazendo as correções necessárias para

maior efetividade do PRAD.

O objetivo amplo do PRAD é a garantia da segurança e da saúde

pública, através da reabilitação das áreas perturbadas pelas ações humanas,

de modo a retorná-las às condições desejáveis e necessárias à implantação de

um uso pós-degradação previamente licenciado, eleito e socialmente aceitável

(LIMA; FLORES; COSTA, 2006).

5 O georreferenciamento como ferramenta na elaboração do PRAD

O georreferenciamento consiste na determinação dos limites do imóvel

(neste estudo a área degradada) através de coordenadas georreferenciadas ao

Sistema Geodésico Brasileiro. Estas coordenadas devem ter precisão

posicional fixada pelo INCRA- Instituto Nacional de Colonização e Reforma

Agrária. Nos termos do artigo 176, §3º, da Lei nº. 6.015/73, a identificação do

imóvel objeto de consulta para recuperação, desmembramento, parcelamento,

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remembramento ou de qualquer hipótese apresentada deverá ser obtida a

partir de memorial descritivo, firmado por profissional habilitado e com a devida

Anotação de Responsabilidade Técnica – ART, com as coordenadas dos

vértices definidores dos limites do imóvel, georreferenciadas ao Sistema

Geodésico Brasileiro e com precisão posicional a ser fixada pelo INCRA, que

certificará que o imóvel não se sobrepõe a qualquer outro imóvel do seu

cadastro georreferenciado.

Entender o que é georreferenciamento de áreas degradadas é uma das

ações fundamentais para sua execução e mitigação. O mapa, foto da área ou

imagem de satélite georreferenciados, permite a localização da topografia,

hidrografia, vegetação, área de preservação permanente, área de reserva

legal, área degradada, uso atual do solo, construções, estradas e outras

infraestruturas, conforme a figura 24.

Figura 24: Área georreferenciada dos Lotes do empreendimento.

Fonte: SIGAS.com.br/2017.

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6 METODOLOGIA

A proposta de recuperação é para a área de um empreendimento

imobiliário na rodovia Carlos Braga no Km 3 no município de Iranduba/AM.

Para o levantamento dos aspectos geomorfológico e geológicos, foi

verificado as fotografias aéreas do local, trabalhos de campo, observações

regionais e locais, além de suporte bibliográfico a fim de complementar as

informações mais relevantes para o referido tema.

O método condutor é o da indução, conforme discutido em VARGAS

(2015), fundamentado em observações de campo efetuadas em visitas a área

degradada e na coleta de dados e informações nos setores públicos e privados

envolvidos na recuperação da área.

O detalhamento dos pontos críticos são etapas fundamentais, que

juntas, contemplam um PRAD.

A forma de realizar e montar o PRAD é estabelecida na INSTRUÇÃO

NORMATIVA IBAMA Nº 04, DE 13-04-2011.

Foi realizada inspeção ambiental da área a ser recuperada; durante esta

inspeção foi feito levantamento fotográfico dos passivos ambientais, bem como

a identificação dos processos de transformação ambiental que deram origem

aos itens de passivos.

São vários os modelos propostos para a restauração da área degradada

como transposição de solo, transposição de galharia, poleiros naturais e

artificiais, transposição de chuva de sementes e o plantio de mudas.

A proposta apresentada foi desenvolvida cumprindoas seguintes

atividades:

1. Inspeção ambiental da área a ser reabilitada;

2. Documentação fotográfica dos itens de passivo identificados;

3. Identificação dos processos de transformação ambiental que deram

origem aos itens de passivo identificados;

4. Caracterização ambiental dos itens de passivo, em termos de sua

representatividade, assim como de seus processos causadores;

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5. Estabelecimento de medidas corretivas e preventivas para cumprir com

as necessidades de reabilitação ambiental da área;

6. Orçamento das medidas;

7. Georreferenciamento da área;

Com o apoio técnico da Engenheira Ambiental e Bióloga Mercedes

Severino da Silva Camurça, foi identificado o tipo de mudas para

reflorestamento, as formas de plantio e monitoramento na área de estudo no

empreendimento.

O georreferenciamento é um instrumento para identificação da área para

procedimentos.

Para isso foram utilizados os seguintes materiais:

01 (uma) máquina fotográfica;

01 (um) GPS de navegação Garmim Aplicativo Spring e ArcGIS;

Banco de dados MUBDG e EMBRAPA conforme o Sistema Brasileiro de

Classificação de Solo;

Profissional técnico:

Suporte Técnico com a Engenheira Ambiental e Bióloga Mercedes

Severino da Silva Camurça, para definição das mudas e o modelo de

plantio a ser utilizado.

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7 RESULTADOS E DISCUSSÕES

A relevância deste trabalho foi verificar a situação da área do

empreendimento imobiliário no Município de Iranduba/AM (diagnóstico e

prognóstico), mostrar o que é e como é feito um PRAD e propor o referido

plano para área em questão, como transposição de solo, transposição de

galharia, poleiros naturais e artificiais, transposição de chuva de sementes e o

plantio de mudas.

Foi realizado levantamento fotográfico e estudo a literaturas que

tratavam de PRAD com relevância em empreendimentos imobiliários, que

apontam a falta de licenciamento como um entrave, uma vez que não fizeram o

inventário de fauna e flora.

A situação de degradação pela retirada da vegetação mostra a realidade

da área, onde foi observada a supressão da vegetação, o assoreamento do

corpo hídrico, o comprometimento da mata ciliar, o apodrecimento das árvores,

o carreamento do barro, além de afugentar a fauna do local.

Para finalizar o trabalho foi elaborada planta georreferenciada

identificando a área a ser recuperada ANEXO 1.

O plantio de muda (ou a chegada de uma semente) na área em

processo de recuperação não significará que a mesma irá se estabelecer, uma

vez que, para isto ocorrer, existem muitas variáveis ambientais que devem ser

consideradas.

O sucesso do PRAD será medido de acordo com a sobrevivência e

desenvolvimento das mudas plantadas ou que estejam em processo de

condução da regeneração natural e também pela chegada de novos indivíduos.

Este sucesso deve ser acompanhado por técnicos e apresentado para os

órgãos responsáveis posteriormente.

Caso os objetivos e metas propostos pelo PRAD não sejam alcançados,

o projeto será reavaliado e adequações técnicas pertinentes deverão ser

adotadas.

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No relatório fotográfico foi verificada a situação atual da área cuja

proposta é de recuperação e posterior comparação com os resultados

alcançados.

As situações de degradação da área registrada na Figura 25 e 26

mostram o assoreamento do corpo hídrico e a destruição da vegetação.

Figura 25: Situação da mata ciliar no empreendimento.

Fonte: Teixeira (2016).

Figura 26: Situação da mata ciliar e assoreamento no corpo hídrico no empreendimento.

Fonte: Teixeira (2016).

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Nas figuras 27 e 28 a problemática é devido ao carreamento do barro

para o leito do corpo hídrico e a destruição da mata ciliar.

Figura 27: Carreamento do barro e assoreamento no corpo hídrico no empreendimento.

Fonte: Teixeira (2016).

Figura 28: Situação da mata ciliar no empreendimento.

Fonte: Teixeira (2016).

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A canalização da drenagem pública serviu de condutor do barro para o

leito do corpo hídrico destruindo assim a mata ciliar, conforme mostram as

Figuras 29 e 30.

Figura 29: Situação da mata ciliar, valeta de drenagem e assoreamento no corpo hídrico no empreendimento.

Fonte: Teixeira (2016).

Figura 30: Situação da mata ciliar no empreendimento.

Fonte: Teixeira (2016).

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Os principais pontos encontrados como problemática foram o

assoreamento do corpo hídrico, a destruição da mata ciliar, o carreamento dos

nutrientes da camada superficial do solo (lixiviação) e o empobrecimento

biótico do ecossistema local (fauna e flora), desta forma as possíveis soluções

são.

Assoreamento é o processo em que o corpo hídrico do local foi afetado

pelo acúmulo de sedimentos, o que resulta no excesso de material sobre o seu

leito, esse é um processo natural, mas que é intensificado pelas ações

humanas, sobretudo a partir da remoção da vegetação das margens do corpo

hídrico, além de gerar o surgimento de erosões nas proximidades do próprio

rio.

Para combater o assoreamento, a melhor medida é trabalhar na sua

prevenção, contendo os processos erosivos em áreas situadas próximas às

drenagens, além de impor barreiras para que os sedimentos não se acumulem

rapidamente sobre elas. O cultivo e a preservação de matas ciliares são as

medidas mais recomendadas, pois barram a entrada de objetos sedimentares e

conservam o solo das margens, evitando erosões fluviais.

O carreamento dos nutrientes da camada superficial do solo – lixiviação

ocorre quando as águas da chuva tocam o solo desprotegido (sem a camada

vegetal) e carreia os nutrientes e minerais importantes das plantas para outro

local, fato que empobrece o solo. Para solucionar esta problemática é

fundamental que se faça um Inventário de Flora, identificando os locais de

supressão à quantidade de indivíduos a serem retirados bem como as

espécies, seu diâmetro e altura para uma correta compensação.

O empobrecimento biótico do ecossistema local (fauna e flora) ocorre

com a ameaça da fauna que é representada por quelônios, mamíferos, aves

(ocorrência e reprodução de espécies ameaçadas de extinção), corredores de

migração e invernada para outras espécies e animais diversos. Os animais

geralmente são os grandes responsáveis pelo transporte das sementes

(zoocoria). Diversas espécies de animais alimentam-se de frutos e eliminam as

sementes junto às suas fezes em áreas distintas daquela que eles as

encontraram (endozoocoria). A ação eficaz é o manejo dos animais para áreas

pré-estabelecidas pelos órgãos ambientais.

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Diante do que foi visto torna-se necessário o licenciamento ambiental da

área pelos respectivos órgãos ambientais, licenciamento prévio para análise

documental, licenciamento de instalação e terraplanagem para o manejo de

fauna e flora, o inventário de fauna e flora, o relatório de inspeção de circulação

e o relatório de impacto de vizinhança.

O referido empreendimento encontra-se embargado por falta e/ou

negligenciamentos dos documentos acima citados, hoje se faz necessário à

implantação do Plano de Recuperação de Área Degradada - PRAD.

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8 CONCLUSÃO

Conforme estudos realizados na área identificou-se a necessidade de

apresentar uma proposta de elaboração do Plano de Recuperação de Áreas

Degradadas, considerando as atividades referentes à recuperação, como papel

fundamental, uma vez que a cobertura vegetal é de extrema importância no

contexto de reabilitação ambiental e ecológica da área interferida, destacando-

se: atividades a serem desenvolvidas, criando condições para maximizar as

práticas de revegetação; o plano de recuperação e sua execução; tendo no

monitoramento a relevância na recuperação da área e suas estruturas com a

indicação de seu uso futuro.

Nota-se que se faz necessário implementar ações de controle ambiental

a serem desenvolvidas de forma a enriquecer e acelerar o processo de

recuperação proposto, desenvolvendo ações de controle e recuperação

ambiental, de forma a mitigar ou corrigir processos erosivos que poderão ser

acentuados, ou originados com a implantação do empreendimento.

Outras etapas podem ser observadas e seus levantamentos de campo

contribuir para ações mitigadoras: (a) identificação e avaliação dos impactos;

(b) mapeamento das diferentes unidades de paisagem; (c) caracterização física

e química (limitações dos solos, nível de fertilidade) dos solos, análises

biológicas e químicas da água; (d) estudos faunísticos - grupos de espécies

bioindicadores e dispersores; relação flora/fauna, dispersores, polinizadores;

(e) estudos da flora - observações de campo (curto prazo) e levantamentos

florísticos e fitossociológicos (longo prazo).

Destaca-se a importância do conhecimento dos estratos herbáceo,

arbustivo e arbóreo, pois, em função do estágio de degradação da área a ser

recuperada, faz-se necessária a recomposição a partir de estratos inferiores

(herbáceos). Caso a área já se encontre degradada, temos de tomar como

referências áreas vizinhas similares para estudos de vegetação, solos, fauna e

outros necessários.

Outras etapas devem ser consideradas com a caracterização do meio

físico, meio biótico e do meio socioeconômico.

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Foi realizada as ações abaixo como forma de atender a legislação e

valorizar o meio ambiente degradado (área em questão):

1. Inspeção ambiental da área a ser reabilitada;

2. A documentação fotográfica dos itens de passivo identificados;

3. Identificação dos processos de transformação ambiental que deram

origem aos itens de passivo identificados;

4. Caracterização ambiental dos itens de passivo, em termos de sua

representatividade, assim como de seus processos causadores;

5. Estabelecimento de medidas corretivas e preventivas para cumprir com

as necessidades de reabilitação ambiental da área;

6. Levantamento bibliográfico;

7. Analise de metodologias de PRAD;

8. Mapeamento da área.

Desde modo, promover a recuperação de áreas afetadas pelo

empreendimento, obtendo a estabilidade da área de modo a possibilitar o seu

uso futuro e seguro, criando atrativos para a fauna local nas áreas

recuperadas, de forma a atrair populações de animais encontrada na área do

empreendimento anteriormente a sua implantação é de fundamental

importância.

Após a aplicação de métodos corretivos, se faz fundamental o

monitoramento das áreas recuperadas, avaliando a efetividade das ações de

recuperação executadas, identificando eventuais desvios no programa de

recuperação para sua imediata correção.

A proposta em questão permite identificar os modelos para a

restauração da área degradada como transposição de solo, transposição de

galharia, poleiros naturais e artificiais, transposição de chuva de sementes e o

plantio de mudas.

Visando melhoria nos resultados, pode- se agregar junto ao projeto,

ações de Educação Ambiental com a comunidade local aumentando assim o

grau de percepção para com o seu entorno.

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CONSELHO MUNICIPAL DE DESENVOLVIMENTO E MEIO AMBIENTE, usando das atribuições que lhe conferem os termos da Resolução n° 005/2002 – COMDEMA, e da Lei n° 605, de 24 de julho de 2001; Código Florestal. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil/l4771.htm. Acesso em: 26 de novembro de 2017. DURIGAN, G.; NOGUEIRA, J. C. B. Recomposição de matas ciliares. IF Série Registros, São Paulo,n. 4, 2015. EMBRAPA. Centro Nacional de Pesquisa de solos, Rio de Janeiro, RJ. Sistema brasileiro de classificação de solos. Brasília: EMBRAPA/CNPS. Rio de Janeiro. 2014. ENGEL, V. L. & PARROTA, J. A. Definindo a restauração ecológica: tendências e perspectivas mundiais. In: KAGEYAMA, P.Y.; Oliveira, R. E. Moraes, L. F. D.; ENGEL, V. L. & Gandara, F. B. (orgs.) Restauração ecológica de ecossistemas naturais. FEPAF. Botucatu, SP. 2003. pp. 01-26. GANDOLFI, S. & RODRIGUES, R.R. Metodologias de restauração florestal. In: CARGILL. Manejo ambiental e restauração de áreas degradadas. Fundação Cargill. 2007. pp.109-143. INSTRUÇÃO NORMATIVA ICMBIO Nº 11, DE 11 DE DEZEMBRO DE 2014 Estabelece procedimentos para elaboração, análise, aprovação e acompanhamento da execução de Projeto de Recuperação de Área Degradada ou Perturbada - PRAD, para fins de cumprimento da legislação ambiental. INSTRUÇAO NORMATIVA IBAMA Nº 4, DE 13 DE ABRIL DE 2011. ANEXO I. Termo de Referência para elaboração de Projeto de Recuperação de Área Degradada ou Alterada. Disponível em: http://www.pdf/Instrucao-Normativa-IBAMA-04-de-13-04-2011.pdf:Acesso em: 26 de novembro de 2017. KAGEYAMA, Paulo et al. Revegetação de áreas degradadas: modelos de consorciação com alta diversidade. Simpósio Nacional de Recuperação de Áreas Degradadas – SINRAD, 2004. KAGEYAMA, P. Y., GANDARA, F. B. & OLIVEIRA, R.E. Biodiversidade e restauração da floresta tropical. In: KAGEYAMA, P. Y., OLIVEIRA, R. E.; MORAES, L. F. D; ENGEL,V. L. & GANDARA, F. B.(orgs.) Restauração ecológica de ecossistemas naturais. FEPAF. Botucatu, SP. 2003. pp. 27-48. LEI No 10.257, DE 10 DE JULHO DE 2001. Regulamenta os arts. 182 e 183 da Constituição Federal estabelece diretrizes gerais da política urbana e dá outras providências. LEI Nº 1838, DE 16 DE JANEIRO DE 2014 Dispõe sobre as Normas de Uso e Ocupação do Solo no Município de Manaus e Estabelece outras Providências. LIMA, H. M.; FLORES, José Cruz Do Carmo; COSTA, F. L. Plano de Recuperação de Áreas Degradadas Versus Plano de Fechamento de Mina: Um Estudo Comparativo. Revista da Escola de Minas, Ouro Preto, v. 59, p. 397-402, out/dez. 2006.

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SERATO, D. S.; RODRIGUES, S. C. Avaliação e recuperação da área degradada (voçoroca) no interior da fazenda experimental do Gloriano - município de Uberlândia (MG). Boletim Goiano de Geografia. V. 30, 2010. Disponível em: <http///www.revistas.ufg.br/index.php/.pdf> Acesso em 2 de maio de 2017. SILVA, S. R. Proteger a natureza ou os recursos naturais? Implicações para as populações tradicionais. 2011. Caderno Prudentino de Geografia. V. 2, 2011. Disponível em:<http://revista.fct.unesp.br/index.php> Acesso em 02 de maio de 2017. TRÊS, D. R. Tendências da restauração ecológica baseada na nucleação. In: MARIATH, J. E. A & SANTOS, R. P (orgs.). Os avanços da botânica no início do século XXI: morfologia, fisiologia, taxonomia, ecologia e genética. Conferências Plenárias e Simpósios do 57°Congresso Nacional de Botânica. Sociedade Botânica do Brasil. 2006. pp. 404-408 TREVISAN. A. D. Produção de serrapilheira em um fragmento de floresta ombrófila mista com sistema de faxinal. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php. Acesso em 20 de novembro de 2017. VARGAS, M. Metodologia da pesquisa tecnológica. Rio de Janeiro: Globo, 2015, 2432 p.

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Anexo I

INSTRUÇAO NORMATIVA IBAMA Nº 04, DE 13-04-2011DOU 14-04-2011O PRESIDENTE DO INSTITUTO BRASILEIRO DO MEIO AMBIENTE E DOS RECURSOS NATURAIS RENOVÁVEIS -IBAMA, no uso das atribuições que lhe confere o art. 22 do Anexo I ao Decreto nº 6.099, de 26 de abrilde 2007, e no art. 95, inciso VI, do Anexo à Portaria GM/MMA nº 230, de 14 de maio de 2002, e tendo em vista o disposto no art. 2º, inciso VIII, da Lei nº 6.938 , de 31 de agosto de 1981 e no art. 225, §§ 2º e 3º da Constituição Federal, e o que consta doProcesso nº 02001.000775/2009-47; e Considerando a necessidade de fazer cumprir a legislação ambiental, especialmente no que concerne aos procedimentos relativos a reparação de danos ambientais; Considerando a necessidade de estabelecer exigências mínimas e nortear a elaboração de Projetos de Recuperação de Áreas Degradadas -PRAD ou Áreas Alteradas, resolve: CAPÍTULO I-DAS DISPOSIÇÕES GERAIS Art. 1º Estabelecer procedimentos para elaboração de Projeto de Recuperação de Área Degradada -PRAD ou Área Alterada, para fins de cumprimento da legislação ambiental, bem como dos Termos de Referência constantes dos Anexos I e II desta Instrução Normativa. § 1º Os Termos de Referência de que trata o caput deste artigo estabelecem diretrizes e orientações técnicas voltadas à apresentação de PRAD e PRAD Simplificado. § 2º O PRAD deverá reunir informações, diagnósticos, levantamentos e estudos que permitam a avaliação da degradação ou alteração e a consequente definição de medidas adequadas à recuperação da área, em conformidade com as especificações dos Termos de Referência constantes nos Anexos desta Instrução Normativa. § 3º Desde que tecnicamente justificado o PRAD poderá contemplar peculiaridades locais sem necessariamente atender todas as diretrizes e orientaçõestécnicas constantes nos Termos de Referência. § 4º A depender das condições da área a ser recuperada e das demais condições apontadas na análise técnica, poderá ser estimulada e conduzida a regeneração natural da vegetação nativa. § 5º O IBAMA, em razão da análise técnica a ser realizada nas áreas degradadas ou alteradas, em pequena propriedade rural ou posse rural familiar, conforme definidos em legislação específica, poderá indicar a adoção do Termo de Referência para elaboração de Projeto Simplificado de Recuperação de Área Degradada ou Alterada de Pequena Propriedade Rural ou Posse Rural Familiar, conforme Anexo II desta Instrução Normativa. § 6º Para os casos em que o PRAD ou o PRAD Simplificado forem considerados, em razão da análise técnica, como projetos que excedam as necessidades locais para a recuperação de Áreas Degradadas ou Alteradas, poderá ser adotado Termo de Compromisso vinculado a Termo de Referência específico, conforme Anexos IV e V desta Instrução Normativa. § 7º Para os médios e grandes imóveis rurais, poderão ser adotados o Termo de Referência para elaboração de PRAD Simplificado ou o Termo de Compromisso referenciados no § 6º, em razão de análise técnica, para as áreas alteradas em tamanho inferior ou igual à pequena propriedade rural ou posse rural familiar. Art. 2º O PRAD deverá informar os métodos e técnicas a serem empregados de acordo com as peculiaridades de cada área, devendo ser utilizados de forma isolada ou conjunta, preferencialmente aqueles de eficácia já comprovada. § 1º O PRAD deverá propor medidas que assegurem a proteção das áreas degradadas ou alteradas de quaisquer fatores que possam dificultar ou impedir o processo de recuperação. § 2º Deverá ser dada atenção especial à proteção e conservação do solo e dos recursos hídricos e, caso se façam necessárias, técnicas de controle da erosão deverão ser executadas. § 3º O PRAD deverá apresentar embasamento teórico que contemple as variáveis ambientais e seu funcionamento similar ao dos ecossistemas da região. Art. 3º O PRAD eo PRAD Simplificado deverão conter planilha(s) com o detalhamento dos custos de todas as atividades previstas, conforme, respectivamente, Anexos I-B e II-B desta Instrução Normativa.

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CAPÍTULO II-DAS DEFINIÇÕES Art. 4º Para efeitos desta Instrução Normativa considera-se: I -área degradada: área impossibilitada de retornar por uma trajetória natural, a um ecossistema que se assemelhe a um estado conhecido antes, ou para outro estado que poderia ser esperado; II -área alterada ou perturbada: área que após o impacto ainda mantém meios de regeneração biótica, ou seja, possui capacidade de regeneração natural; III -recuperação: restituição de um ecossistema ou de uma população silvestre degradada a uma condição não degradada, que pode ser diferente de sua condição original, conforme art. 2º, inciso XIII, da Lei nº 9.985, de 18 de julho de 2000; IV -sistema agroflorestal -SAF: forma de uso da terra na qual espécies lenhosas perenes são cultivadas consorciadas a espécies herbáceas ou animais, com a obtenção dos benefícios das interações ecológicas e econômicas resultantes; V -espécie exótica: espécie não originária do bioma de ocorrência de determinada área geográfica, ou seja, qualquer espécie fora de sua área natural de distribuição geográfica; VI – espécies-problema ou espécies invasoras: espécies exóticas ou nativas que formem populações fora de seu sistema de ocorrência natural ou que excedam o tamanho populacional desejável, respectivamente, interferindo negativamente no desenvolvimento da recuperação ecossistêmica; VII -espécie ameaçada de extinção: espécie que se encontra em perigo de extinção, sendo sua sobrevivência incerta, caso os fatores que causam essa ameaça continuem atuando e constante de listas oficiais de espécies em extinção; VIII - espécies pioneiras e espécies tardias: o primeiro grupo ecológico contempla as espécies pioneiras e secundárias iniciais, enquanto que o segundo contempla as espécies secundárias tardias e as climáxicas; IX -espécies zoocóricas: espécies vegetais dispersas pelafauna. CAPÍTULO III-DOS PROCEDIMENTOS INICIAIS Art. 5º O PRAD, a ser elaborado de acordo com o Termo de Referência, deverá ser protocolizado no IBAMA em 02 (duas) vias, sendo uma em meio impresso e outra em meio digital, acompanhado de cópia dos seguintes documentos: I -documentação do requerente; II -documentação da propriedade ou posse; III -cadastro no ato declaratório ambiental -ADA ao IBAMA, se for o caso; IV -certificado de registro do responsável técnico no Cadastro Técnico Federal do IBAMA -CTF, se for o caso; V -anotação de responsabilidade técnica-ART, devidamente recolhida, se for o caso, do(s) técnico(s) responsável (is) pela elaboração e execução do PRAD, exceto para os pequenos proprietários rurais ou legítimos detentores de posse rural familiar, conforme definido em legislação específica; VI -informações georreferenciadas de todos os vértices das áreas -do imóvel, de Preservação Permanente, de Reserva Legal, a recuperar -a fim de delimitar a(s) poligonal(is), com a indicação do respectivo DATUM; VII -mapa ou croqui que possibilite o acesso ao imóvel rural. Parágrafo único. Aprovado o PRAD ou o PRAD Simplificado pelo IBAMA, o interessado terá até 90 (noventa) dias de prazo para dar início às atividades previstas no Cronograma de Execução constante dos Termos de Referência do PRAD, observadas as condições sazonais da região. CAPÍTULO IV-DA IMPLANTAÇÃO E MANUTENÇÃO Art. 6º Quando for proposta a implantação direta de espécies vegetais, seja por mudas, sementes ou outras formas de propágulo, deverão ser utilizadas espécies nativas da região na qual estará inserido o projeto de recuperação, incluindo-se, também, aquelas espécies ameaçadas de extinção, as quais deverão ser destacadas no projeto. Art. 7º Para os casos de plantio de mudas, na definição do número de espécies vegetais nativas e do número de indivíduos por hectare a ser utilizado na recuperação das áreas degradadas ou alteradas, deverão ser considerados trabalhos, pesquisas publicadas, informações técnicas, atos normativos disponíveis, respeitando-se as especificidades e particularidades de cada região, visando identificar a maior diversidade possível de espécies

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florestais e demais formas de vegetação nativa, buscando-se, com isso, obter maior compatibilidade com a fitofisionomia local. Art. 8º As espécies vegetais utilizadas deverão ser listadas e identificadas por família, nome científico e respectivo nome vulgar. Parágrafo único. Na definição das espécies vegetais nativas a serem empregadas na recuperação das áreas degradadas ou alteradas, deverá ser dada atenção especial àquelas espécies adaptadas às condições locais e àquelas com síndrome de dispersão zoocórica. Art. 9º Na propriedade ou posse do agricultor familiar, do empreendedor familiar rural ou dos povos e comunidades tradicionais, poderão ser utilizados Sistemas Agroflorestais -SAF, desde que devidamente justificado no PRAD Simplificado. Art. 10. A possibilidade de uso futuro da área recuperada obedecerá à legislação vigente, inclusive a exploração mediante manejo ambientalmente sustentável. Art. 11. Para recuperação das Áreas de Preservação Permanente APP deverão ser observadas as restrições previstas na legislação aplicável. Art. 12. Todos os tratos culturais e intervenções que se fizerem necessários durante o processo de recuperação das áreas degradadas ou alteradas deverão ser detalhados no PRAD e no PRAD Simplificado. Parágrafo único. Quando necessário o controle de espécies invasoras, de pragas e de doenças deverão ser utilizados métodos e produtos que causem o menor impacto possível, observando-se técnicas e normas aplicáveis a cada caso. CAPÍTULO V-DO MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO Art. 13. O monitoramento e consequente avaliação do PRAD e do PRAD Simplificado é de 03 (três) anos após sua implantação, podendo ser prorrogado por igual período. Art. 14. O interessado apresentará, no mínimo semestralmente, ao longo da execução do PRAD, Relatórios de Monitoramento, conforme modelo constante do Anexo III desta IN. § 1º Os Relatórios de Monitoramento, a serem elaborados pelo responsável técnico do PRAD poderão ser solicitados pela área técnica do IBAMA, caso a situação requeira, em intervalos de 03 (três) meses. § 2º Ficam isentos da apresentação dos relatórios de que trata o caputdeste artigo os pequenosproprietários rurais ou legítimos detentores de posse rural familiar, conforme definidos no art. 1º, § 2º, da Lei nº 4.771, de 15 de setembro de 1965. Art. 15. As Superintendências do IBAMA farão vistorias por amostragem nas áreas degradadas ou alteradas em processo de recuperação. Parágrafo único. O IBAMA efetuará vistoria para quitação do Termo de Compromisso utilizando-se quando necessário, de recursos tecnológicos tais como sensoriamento remoto e geoprocessamento. Art. 16. Eventuais alterações das atividades técnicas previstas no PRAD ou no PRAD Simplificado deverão ser encaminhadas ao IBAMA com antecedência mínima de 90 (noventa) dias, com as devidas justificativas, para que sejam submetidas à análise técnica. Art. 17. Ao final da execução do PRAD, deverá ser apresentado Relatório de Avaliação com indicativos que permitam aferir o grau e a efetividade da recuperação da área e contemplem a recuperação das funções e formas ecossistêmicas no contexto da bacia, da sub bacia. § 1º O Relatório de Avaliação a ser apresentado ao final do projeto, terá como base os dados constantes dos Relatórios de Monitoramento do PRAD, Anexo III desta Instrução Normativa. § 2º O IBAMA, após a apresentação do Relatório de Avaliação, manifestar-se-á conclusivamente, nos prazos definidos pela legislação. § 3º O responsável técnico pela elaboração e execução do PRAD comunicará, por intermédio dos Relatórios de Monitoramento e de Avaliação, Anexo III desta Instrução Normativa, todas e quaisquer irregularidades e problemas verificados na área em processo de recuperação, sob pena da responsabilidade prevista no Decreto nº 6.514, de 22 de julho de 2008. CAPÍTULO VI-DAS DISPOSIÇÕES FINAIS Art. 18. Caso os objetivos propostos no PRAD e no PRAD Simplificado não sejam alcançados, a partir de caracterização qualitativa e quantitativa, não será considerada como em efetiva recuperação a área degradada ou alterada, propiciando a reavaliação do projeto e ações técnicas pertinentes. Art. 19. Os casos omissos serão resolvidos pelo Presidente do IBAMA, ouvida a área técnica. Art. 20. Esta Instrução Normativa entra em vigor na data de sua publicação.

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TERMO DE REFERÊNCIA PARA ELABORAÇÃO DE PRAD

Os Planos de Recuperação de Áreas Degradadas – PRAD devem reunir informações,

diagnósticos, levantamentos e estudos que permitam a avaliação da degradação ou alteração

e a consequente definição de medidas adequadas à recuperação da área. Sendo assim, a

elaboração deste Termo de Referência baseou-se na Instrução Normativa IBAMA nº

04/2011.

Alterações, proposições e adaptações ao estudo são aceitas desde que não conflitem

com os parâmetros (legislação e normas técnicas) norteadores à elaboração deste documento.

1 - IDENTIFICAÇÃO DO PRAD:

Nome do Interessado:

Responsável Técnico:

Número do Processo IMA:

Auto de Infração nº ou Intimação nº ou Termo de Advertência nº: (se couber)

2-CARACTERIZAÇÃO DO IMÓVEL RURAL

Nome do Imóvel Rural:

Documentação fundiária (Registro de Imóveis; Escritura; CCIR; ITR; justa posse; etc.):

Endereço completo:

Localidade / CEP:

Município / UF /

Mapa ou croqui de acesso:

Área do imóvel rural (ha):

Área do dano (ha):

Caracterização da área do dano (APP; RL; outras) em ha, georreferenciada:

3 - IDENTIFICAÇÃO DO INTERESSADO

Nome / Razão Social:

CPF / CNPJ:

RG / Emissor:

Endereço completo:

Município / UF / CEP:

Endereço eletrônico:

Telefone / Fax:

4 - IDENTIFICAÇÃO DO RESPONSÁVEL TÉCNICO PELA ELABORAÇÃO DO PRAD

Nome Completo:

Formação:

Endereço completo:

Município / UF / CEP:

Endereço eletrônico:

Telefone / Fax:

CPF:RG / Emissor:Registro Conselho Regional / UF:

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5 - IDENTIFICAÇÃO DO RESPONSÁVEL TÉCNICO PELA EXECUÇÃO DO PRAD

Nome:

Formação:

Endereço completo:

Município / UF / CEP:

Endereço eletrônico:

Telefone / Fax:

CPF:RG / Emissor:Registro Conselho Regional / UF:

6 - ORIGEM DA DEGRADAÇÃO

Identificação da área degradada ou alterada:

- Informar se é Área de Reserva Legal; Área de Preservação Permanente; outras.

Causa da degradação ou alteração:

Informar a ação que deu origem à degradação ou alteração ambiental (Exs: pecuária;

agricultura; mineração; obras civis; exploração de madeira, queimada; etc.).

Descrição da atividade causadora do impacto:

Informar que tipo de degradação ou alteração ambiental foi causado (Exs: desmatamento;

extração mineral de argila; alteração de curso d'água).

Efeitos causados ao ambiente:

Informar os efeitos dos danos causados ao ambiente (Exs: perda de biodiversidade; alteração

dos corpos hídricos; processos erosivos; assoreamento; etc.).

7 - CARACTERIZAÇÃO REGIONAL E LOCAL

Clima: Informar a precipitação (regime pluviométrico); temperatura; etc.

Bioma: Ex: Caatinga, Mata Atlântica, etc.

Fitofisionomia: Informar a região fitoecológica: Ex: Floresta Ombrófila Densa; Floresta

Ombrófila Mista; Floresta Estacional Decidual, Savana (Campos do Planalto Meridional);

Restinga; Manguezal.

Bacia Hidrográfica:

Informar a Bacia e a Microbacia em que a área do PRAD está inserida.

8 - CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA A SER RECUPERADA

Informar a situação original imediatamente antes da degradação ou alteração, ou ecossistema

de referência e a situação atual, após a degradação fazendo um comparativo.

- Relevo:

Informar o relevo da área a ser recuperada e as eventuais alterações.

Relevo antes: e Relevo depois:..................................................................

- Solo e subsolo:

Informar as condições do solo (presença de processos erosivos; indicadores de fertilidade;

pedregosidade; estrutura; textura; ausência ou presença de horizontes O, A, B, C e R; etc.).

Solo e subsolo antes: e Solo e subsolo depois: ...........................................

- Hidrografia:

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Informar sobre a hidrografia da área a ser recuperada, se for o caso, e as alterações que

porventura tenham ocorrido.

Hidrografia antes: e Hidrografia depois: .......................................

- Cobertura vegetal:

Informações gerais da cobertura vegetal adjacente à área degradada ou alterada. Informar a

existência e localização (distância) de remanescentes na área degradada ou alterada e no

entorno, bem como, a presença de regeneração natural naquela.

Cobertura vegetal antes: e Cobertura vegetal depois: .......................................

9 - OBJETIVO GERAL

- Informar o resultado final esperado.

10 - OBJETIVOS ESPECÍFICOS

- Enumerar e qualificar os objetivos específicos.

Exemplos de objetivos específicos: contenção de processos erosivos; desassoreamento de

corpos d'água; reintrodução da cobertura vegetal do solo e consequente incremento da

diversidade; revitalização de cursos d'água; recuperação de nascentes; entre outros.

Atendimento aos dispositivos legais que determinam a recuperação da área degradada ou

alterada e aquelas relacionadas ao uso futuro da área recuperada.

11 - DA IMPLANTAÇÃO

- O projeto deverá objetivar a recuperação da área degradada ou alterada como um todo,

devendo ser descritas as medidas de contenção de erosão, de preparo e recuperação do solo

da área inteira e não apenas na cova de plantio, de revegetação da área degradada ou

alterada incluindo espécies rasteiras, arbustivas e arbóreas e medidas de manutenção e

monitoramento.

- Deverá ser informado o prazo para implantação do projeto;

- Informar os métodos e técnicas de recuperação da área degradada ou alterada que serão

utilizados para o alcance do Objetivo Geral e de cada um dos Objetivos Específicos propostos,

sendo que os mesmos deverão ser justificados, detalhando-se a relação com o diagnóstico e

com o objetivo da recuperação da área degradada ou alterada.

Exemplos: Regeneração natural induzida; Semeadura direta; Enriquecimento (natural e

artificial); Plantio em ilhas; Nucleação; etc.

- As espécies vegetais utilizadas deverão ser listadas e identificadas por família, nome

científico e respectivo nome vulgar.

- As atividades deverão ser mensuradas e mapeadas, para que também possam ser

monitoradas posteriormente.

Exemplos: Prevenção e contenção de processos erosivos; coveamento; quantidade de mudas

utilizadas; local de plantio; quantidades de insumos químicos e orgânicos; utilização de

cobertura morta; irrigação; etc.

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12 - DA MANUTENÇÃO (Tratos Culturais e demais intervenções)

- Deverão ser apresentadas as medidas de manutenção da área objeto da recuperação,

detalhando-se todos os tratos culturais e as intervenções necessárias durante o processo de

recuperação.

Exemplos: Controle das formigas cortadeiras; Coroamento das mudas (manual; químico);

Replantios; Adubações de cobertura; Manutenção de aceiros; etc.

- Caso haja necessidade de se efetuar o controle de vegetação competidora, de gramíneas

invasoras e agressivas, de pragas e de doenças, deverão ser utilizados métodos e produtos

que causem o menor impacto ambiental possível, observando-se critérios técnicos e normas

em vigor.

13 – DO MONITORAMENTO DA RECUPERAÇÃO

- Detalhar os métodos que serão utilizados no monitoramento para a avaliação do processo de

recuperação. Eles devem ser capazes de detectar os sucessos ou insucessos das estratégias

utilizadas, bem como, os fatos que conduziram aos resultados obtidos.

- O monitoramento será efetuado por meio dos dados obtidos, de forma amostral, de

constatações visuais in loco, por fotografias e, caso seja necessário, por intermédio de técnicas

de sensoriamento remoto e geoprocessamento.

Exemplos de critérios de avaliação da recuperação: Sobrevivência do plantio oriundo de

mudas ou semeadura direta; Percentagem de cobertura do solo pelas espécies de interesse;

Contenção ou persistência de processos erosivos; Serapilheira; Abundância e frequência de

espécies vegetais; Quantidade de biomassa (material vegetal em crescimento: folhas, caule,

ramos); Regeneração natural (presença - quantitativa e qualitativa -de plântulas); Qualidade e

quantidade dos principais animais dispersores de sementes observados no local; Recuperação

das nascentes, dos cursos e dos corpos d'água (quantidade e qualidade); Medidas de

prevenção ao fogo; Desenvolvimento do plantio (altura; DAP); Relação do conjunto de espécies

existentes na área em recuperação e sua relação com a área de referência; Ameaças

potenciais; sinais de disfunção; Suporte de populações de espécies necessárias a estabilidade

e desenvolvimento da trajetória adequada; Indicadores de resiliência (visitação de fauna;

aumento de diversidade vegetal; fertilidade do solo); Vazão dos corpos d'água e qualidade da

água; Recuperação das funções hidrogeoambientais.

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14 – CRONOGRAMA FÍSICO

- Cronograma executivo de atividades a serem executadas ao longo do projeto.

- Detalhar as operações ao longo: do ano; do semestre; do trimestre.

CRONOGRAMA DE ATIVIDADES / (Implantação / Manutenção / Monitoramento)

ATIVIDADES JAN FEV MAR ABR

MAI

JUN

JUL AGO SET OUT NOV DEZ

A

N

O

Aquisição de

mudas

Preparo da área

Abertura das

Covas

Plantio

Manutenção

Relatório de

implantação

A

N

O

Aquisição de

mudas

Replantio

Manutenção

Relatório de

ambiência

A

N

O

Aquisição de

mudas

Replantio

Manutenção

Relatório

Observações: Observações: - O item ‘Manutenção’ refere-se aos tratos culturais realizados na

área (Coroamento, Irrigação, Adubação e etc.) nos seus respectivos meses.

- Obs.: Aprovado o PRAD o interessado terá até 90 (noventa) dias de prazo para dar início às

atividades previstas no Cronograma de Execução constante dos Termos de Referência do

PRAD, observadas as condições sazonais da região.

-Obs: Deve-se incluir no cronograma físico a previsão de entrega dos Relatórios

15 – REFERÊNCIAS / BIBLIOGRAFIA